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1° parte

A REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1842

São os mesmos homens que chefiam a Maioridade e o


Movimento Liberal de 1842. (Aluísio de Almeida. A Revolução Liberal de
1842, São Paulo, 1944, p. 34).

Partidos liberais e conservador.

As disputas políticas entre progressistas (Feijó) e regressistas (Araújo Lima),


durante as regências, resultaram posteriormente no Partido Liberal e no Partido
Conservador, que se alternaram no governo ao longo do Segundo Reinado.

Enquanto o Partido Liberal se aglutinou em torno do Ato Adicional, o Partido


Conservador foi se organizando em torno da tese da necessidade de limitar o
alcance liberal do Ato Adicional, através de uma lei interpretativa.

O período regencial começou liberal e terminou conservador. E há uma


explicação para esse fato: a ascensão da economia cafeeira.

Por volta de 1830, o café havia deixado de ser uma cultura experimental e
marginal para se tornar o principal produto de exportação, suplantando o
açúcar. Os principais líderes conservadores eram representantes dos
interesses cafeeiros.

Com a formação desses dois partidos e a ascensão da economia cafeeira, a


vida política brasileira parecia ganhar finalmente a necessária estabilidade.
Porém, as regras do jogo foram quebradas pelos liberais, com o Golpe da
Maioridade. Para compreendê-lo, retomemos o fio da meada.

As Causas

Por todo o Brasil, as agitações políticas e sociais tomaram conta do país logo
depois da abdicação de D. Pedro I em sete de abril de 1831. Diante das crises
vividas pelo regime regencial, ficou parecendo a todos que elas haviam sido
facilitadas pelo caráter transitório do governo, que atuava apenas como
substituto do poder legítimo do imperador, constitucionalmente impedido de
exercer a autoridade devido à menoridade.

A fim de conter as agitações e o perigo da fragmentação territorial, a


antecipação da maioridade de D. Pedro de Alcântara passou a ser cogitada.
Levada à apreciação da Câmara, a questão foi aprovada em junho de 1840.
Assim, com 15 anos incompletos, D. Pedro de Alcântara jurou a Constituição e
foi aclamado imperador, com o título de D. Pedro II.

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Não estavam ainda inteiramente resolvidas as agitações nas Províncias do
Maranhão (Balaiada) e Rio Grande do Sul (Guerra dos Farrapos) quando, o
jovem imperador Pedro II assumiu o trono.

A antecipação da maioridade, entretanto, foi maquinada e posta em prática,


com êxito, pelos liberais, que, desde a renúncia de Feijó em 1837, haviam sido
alijados do poder pelos regressistas. Tratou-se, portanto de um golpe - o Golpe
da Maioridade.

Essa manobra política que possibilitou o retorno dos liberais ao poder teve
como consequência a afirmação da aristocracia rural e o estabelecimento de
sua dominação sobre todo o país.

O gabinete da maioridade ou o Ministério dos Irmãos.

Imediatamente após o golpe, organizou-se o ministério, o primeiro da


maioridade, dominado pelos "maioristas", todos eles ligados ao Partido Liberal.
Do novo gabinete participavam os irmãos Andrada (Antônio Carlos e Martim
Francisco) e os irmãos Cavalcanti (futuros viscondes de Albuquerque e de
Suassuna), donde decorreu o nome de Ministério dos Irmãos.

As disputas políticas, contudo, tornaram-se sangrentas a partir da ascensão


liberal, e governar havia se tornado sinônimo de exercício do poder
discricionário. Assim, para controlar o país, o partido que se encontrava no
governo estabelecia a rotina de nomear presidentes de províncias de seu
agrado e de substituir autoridades judiciais e policiais de fidelidade duvidosa.

Nas eleições, os chefes políticos colocavam nas ruas bandos armados; o


governo coagia eleitores e fraudava os resultados das urnas. A eleição de 13
de outubro de 1840, que deu início a esse estilo novo (e violento) de fazer
política, ficou conhecida como "eleição do cacete", e deu vitória aos liberais.
Todas as outras eleições realizadas depois disso não escaparam à regra:
continuaram igualmente violentas.

Medidas Antiliberais

A unidade da aristocracia rural. Apesar das disputas políticas violentas, os


partidos Conservador e Liberal eram diferentes apenas no nome. Um e outro
eram integrados pelos grandes proprietários escravistas e defendiam os
mesmos interesses: estavam unidos contra a participação do povo nas
decisões políticas. Liberal ou Conservador - não importava -, a aristocracia
rural era a favor de uma política antidemocrática e antipopular.

Essa evolução no sentido da maior unidade de interesse e na defesa de uma


política conservadora foi, em grande parte, motivada pelo fortalecimento
econômico da aristocracia rural. Desde a década de 1830, a cafeicultura havia
se deslocado para o vale do Paraíba, onde rapidamente se tornaria a principal
atividade agro exportadora brasileira, beneficiando particularmente as três
províncias do sudeste: Rio de janeiro, São Paulo e Minas Gerais. A projeção
política dessas três províncias, as mais ricas e poderosas do Brasil, já se fazia

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sentir desde a transferência da Corte, em 1808. Representadas agora pelos
"barões do café", elas fortaleceram ainda mais as suas posições relativas,
tornando-se capazes, efetivamente, de impor nacionalmente a sua política.

A reforma do Código de Processo Criminal.

Assim, a partir de 1840 firmou-se uma tendência política centralista e


autoritária. O primeiro passo nesse sentido foi à instituição da Lei Interpretativa
do Ato Adicional. Em dezembro de 1841, foi à vez da reforma do Código de
Processo Criminal, que, como já vimos, havia conferido às autoridades locais
uma enorme soma de poderes. Com a reforma, o antigo código foi
descaracterizado no seu conteúdo liberal, pois toda autoridade judiciária e
policial foi submetida a uma rígida hierarquia e diretamente subordinada ao
Ministério da Justiça. O poder central tinha agora nas mãos instrumentos
eficientes para assegurar a ordem pública.

A restauração do Conselho de Estado.

Durante o Primeiro Reinado, o Conselho de Estado era um órgão consultivo do


imperador D. Pedro I, para o qual ele havia nomeado membros do "partido
português”. Na Regência, esse órgão foi extinto pelo Ato Adicional (1834). Em
1841 foi restaurado e se tornou o principal órgão de assessoria direta do
imperador, através do qual a aristocracia rural garantia a sua presença no
centro do poder.

2° parte

A SOCIEDADE DOS PATRIARCAS invisíveis.

Com a queda em 23 de março de 1841, do chamado “Ministério de


família” que tinha esse nome por ser composto pelos irmãos Cavalcanti e os
irmãos Andradas - Antônio Carlos e Martim Francisco. Estes faziam parte do
ministério da maioridade. Com a queda do Ministério da Família estes liberais
se reuniram e fundaram a “Sociedade dos Patriarcas Invisíveis”, sobre a
presidência de José Martiniano de Alencar. Essa sociedade tinha um conselho
Patriarcal central no Rio de Janeiro e em cada província haveria um conselho e
em cada vila um Círculo. Nenhum membro do conselho ou círculo seria
conhecido como tal, fora do circulo ou do conselho. Os Membros desta
Sociedade deveriam ter moralidade, inteligência, força de alma, capacidade de
se sacrificar pelo Brasil, velar pelos atos do governo, jurar obediência e manter
o segredo jurado. As reuniões deveriam ser semanais e previamente
agendadas.

A Sociedade dos Patriarcas Invisíveis tinha por finalidade defender a


independência do Brasil, a Constituição e opor-se às arbitrariedades do
governo. E se propunha a ajudar o Corpo Legislativo por palavras escritas,
censurando pela mesma maneira os atos inconstitucionais do governo e seus
empregados, opondo-lhe resistência e promovendo a união entre todos os
brasileiros, explanando quanto possível os obstáculos correntes.

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Faziam parte da Sociedade dos Patriarcas Invisíveis: Rafael Tobias de
Aguiar, Álvares Machado, Hércules Florence, João Floriano de Toledo, Amaral
Gurgel, Padre Valério de Alvarenga, Major Francisco de Castro Canto e MeIo
(irmão da Marquesa de Santos ), Gabriel Rodrigues dos Santos, Feijó, Padre
Manuel José França e outros, e a Província de São Paulo se ergueram no
famoso movimento de 1842, juntamente com Minas Gerais, esta sob o
comando de Teófilo Otoni, que mais tarde escrevera que foi do quartel general
dos Patriarcas Invisíveis que partiu a ordem de rebelião para as províncias. (A
Revolução Liberal de 1842, São Paulo, 1944, p. 31-34 ).

A BATALHA DA VENDA GRANDE. 07.06.1842 – Massacre de Venda Grande.

Durante a Sedição Liberal Sorocaba 1842, os revoltosos, reunidos,


enviaram uma força para tomar de assalto a conservadora Campinas.
Aproximadamente 300 liberais, acamparam em lugar denominado Venda
Grande, nos arredores de Campinas, e ali ficaram despreocupados, pescando
e em atividades diversificadas, e não perceberam a aproximação de soldados
enviados por Caxias para debelar a revolução. Surpreendidos por um ataque
de cavalaria e depois pela infantaria, alguns debandaram, e outros apesar de
desorganizados, fizeram a resistência possível. O Cap. Boaventura Soares do
Amaral, deu a maior demonstração de bravura e veio a morrer pela causa.
Após a rendição, contabilizou-se 17 mortos e 15 prisioneiros. Os soldados de
Caxias, retiraram-se e deixando os prisioneiros sob a guarda dos
conservadores comandados por um Padre de Limeira. Nessa noite as
rivalidades locais falaram mais alto e aconteceu o massacre. Foi aqui que o
exército imperial encontrou resistência.

Foi aqui que o sangue paulista e campineiro ensopou o solo da


província, “na coragem de um punhado de bravos que não queria recuar”. Mas
Caxias, chefe das hostes governamentais, foi generoso. Não quis esmagar os
vencidos, embora tivesse tido ação fulminante contra eles. Debelada a revolta,
enterrados os mortos, poucos foram aprisionados. Um deles foi Boaventura
Soares do Amaral, capitão, assassinado a sangue frio pelos soldados do lado
conservador. Ele ficou como símbolo dos liberais vencidos. A Gazeta de
Campinas, de 16/ 7/1882, registrou a exumação das vítimas, e o translado
solene de seus despojos para um cemitério público de Campinas. Os
historiadores registraram os nomes de 59 componentes revolucionários. Em
março de 1843 foi promulgada lei concedendo anistia a todos os envolvidos
nos crimes políticos do ano anterior. Mas, como esquecer o episódio do
Combate da Venda Grande? Como olvidar aquele movimento liberal surgido
aqui mesmo, e regado como sacrifício e o sangue de um punhado de nossos
conterrâneos?”.

ELEIÇÕES DO CACETE

Eleições do Cacete é o termo popular para definir o pleito realizado em 13


outubro de 1840, transição do período regencial para o segundo reinado, que
teve como governante D. Pedro II, recém instituído imperador do Brasil após o
Golpe da Maioridade.

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Para auxiliar o novo imperador do país, foi instaurado o Ministério da
Maioridade, de orientação liberal, conhecido como o Ministério dos Irmãos, pois
era formado, entre outros, pelos irmãos Antônio Carlos e Martim Francisco de
Andrada e os irmãos Cavalcanti, futuros Viscondes de Albuquerque e de
Suassuna.

No entanto, enquanto o ministério era liberal, a câmara contava com a maioria


conservadora, o que dificultava a aprovação das decisões ministeriais. Para
resolver o impasse, ela foi dissolvida e novas eleições convocadas.

O pleito foi marcado por fraudes e uso de violência física. Para garantir a vitória
do Partido Liberal, o governo alterou todo o processo eleitoral nomeando novos
presidentes para as províncias e substituindo chefes de polícia, juízes de direito
e oficiais superiores da Guarda Nacional de orientação conservadora.

Capangas contratados pelos liberais invadiram os locais de votação para coagir


eleitores e ameaçar de morte adversários políticos. As eleições de 13 de
outubro de 1840 deram vitória aos liberais e ganharam o lema irônico: “para os
amigos pão, para os inimigos pau”.

A volta dos liberais ao governo, no entanto, não durou muito tempo. O


agravamento da Guerra dos Farrapos, no Sul, a pressão inglesa para a
extinção do tráfico negreiro, a extrema violência com que foi conduzido o
processo eleitoral, além das irregularidades e fraudes, provocaram a
destituição da Câmara recém-eleita pelo imperador. D. Pedro II. Um novo
Ministério foi formado em março de 1841, contando com membros ligados ao
Clube da Joana e ao Partido Conservador.

Nestas eleições de 7 de setembro de 1840 onde se elegeria Juizes de paz e


vereadores, verifica se um episodio que retrata as tantas fraudes existentes,
há o caso do Doutor Crispiniano Soares na Penha, onde existiam 64 votantes,
e ele obteve 65 votos.

A COLUNA LIBERTADORA

O exército revolucionário dos liberais paulistas, constante de cerca de 1500


homens formavam a Coluna Libertadora, que possuía uma divisão de três sub-
comandos, um sob o comando de Lacerda, o segundo sob o comando Aguirre
e Ortiz, e o comando geral que era do Major Galvão. Muitos dos soldados não
tinham experiência de combate e julgavam que aquele movimento era mais um
passeio militar que um conflito de fato (Aluísio Almeida. A revolução liberal de
1842. p 86). O Combate de dez dias contou algumas baixar de ambos os lados,
mas por fim O exercito de Caxias, o Brigadeiro Luiz Talvez de Lima
desbarataria a coluna debandando e prendendo os revoltosos.

CIDADES E VILAS ONDE A REVOLTA ECOOU

Sorocaba, Campinas, Itu, Tatuí, Taubaté, Itapetininga, Pinheiros, Pirajussara,


Piracicaba, Limeira, Rio Claro e Araraquara. Mas o centro foi Campinas
Sorocaba e Lorena.

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DESFECHO

A evolução liberal em São Paulo é sufocada, o Padre Feijó é preso por Caxias,
e O Tobias foge para o sul na tentativa de encontrar refugio, mas foi capturado
e levado ao Rio de Janeiro.

Caxias tomou Sorocaba («tomada sem glória a um inimigo que fugira»), em 20


de junho, e ali prendeu o Padre Feijó que assumira, na verdade, o exercício da
«presidência» da província. Oito dias depois Caxias parte da cidade e inicia
seu retorno ao Rio no dia 8 de julho, passando por Taubaté em 13 de julho.

Feijó ainda mandou uma carta a Caxias, em 14 de julho de 1842, em que dizia:
«Ilmo. e Exmo. Sr. Barão de Caxias. Quem diria que em qualquer tempo o Sr.
Luís Alves de Lima seria obrigado a combater o padre Feijó? Tais são as
coisas do mundo... Em verdade, o vilipêndio que tem o governo feito aos
Paulistas e as leis anticonstitucionais de nossa Assembléia me obrigaram a
parecer sedicioso. Eu estaria em campo com a minha espingarda se não
estivesse moribundo; mas faço o que posso.» Continuava oferecendo
condições para a capitulação, que Caxias jamais poderia aceitar, já que
incluiam cessação de hostilidades, retirada da província do barão de Monte
Alegre, que a lei das reformas ficasse suspensa, que houvesse anistia geral...

Caxias lhe respondeu na mesma data:« (...) Direi: Quando pensaria eu em


algum tempo que teria que usar da força para chamar à ordem o Sr. Diogo
Antônio Feijó? Tais as coisas do mundo! As ordens que recebi de S. M. o
Imperador são em tudo semelhantes às que me deu o Ministro da Justiça em
nome da Regência, nos dias 3 e 17 de abril de 1832, isto é, que levasse a ferro
e fogo todos os grupos armados que encontrasse, e da mesma maneira que
então as cumpri, as cumprirei agora. Não é com as armas na mão, Exmo. Sr.,
que se dirigem súplicas ao Monarca, nem com elas empunhadas admitirei a
menor das condições que V. Exa. propõe na referida carta. (...)»

3° parte

A REVOLUÇÃO EM MINAS

Após a dissolução da Câmara, separaram se os deputados e mineiros dos


paulistas e ficaram aguardando para lançarem o seu grito revolucionário logo
em seguida após ser deflagrada a revolução em São Paulo.

Em minas houve falha no deflagrar do levante, assim como em São Paulo, pois
a revolta não foi deflagrada no dia combinado, em razão disso em Minas o
Padre José Bento Leite Ferreira de Melo, Deputado Geral de grande influencia
no sul mineiro, acabou falhando na última hora.

Entre o lideres da revolta em minas estava, José Feliciano pinto Coelho da


Cunha, Deputados Gerais cônego José Antônio Marinho e Dr José Dias de
Carvalho.

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Era presidente da província de Minas Gerais, Bernardo Jacinto da Veiga que
esta a par das agitações liberais, porém não se sentiu com forças de prendê-
los, ou não acreditava que chegassem em fim a ação.

Em 10 de junho de 1842 reuniram se na câmara de Barbacena, com apoio da


guarda nacional, sob a presidência do senhor Manuel Ribeiro Nunes e
presentes os vereadores: Pedro Teixeira de Carvalho e Azevedo, Francisco de
Paula Camilo de Araújo etc. nesta ocasião elegeram como presidente interino
da província de Minas, José Feliciano Pinto Coelho da Cunha, no empenho de
livrar o monarca da coação e que o tem posto a oligarquia dominante.

Note-se que dentre os argumentos dos revoltosos tanto Paulistas quanto


Mineiros há a presença de uma pretensão de socorrer Dom Pedro II que se
encontra dominado pelos conservadores no poder. Assim em notas e discurso
os mineiros evocam a união aos paulista para salvar o imperador e as
liberdades brasileiras., Comunicados são enviados as vilas e povoados
conclamando a todos e informando as ultimas da revolução.

Os revoltosos começam a obter sucesso rápido com muitas adesões de


câmaras em muitas vilas chegando a um total de 14 vilas a aderirem
rapidamente ao movimento revoltoso liberal.

Como Caxias estava em são Paulo enfrentado o levante paulista, nas primeiras
horas de resistência quem socorreu o governo de minas no combate aos
rebeldes foi do rio de janeiro, partindo das vilas que faziam fronteira com
minas, que reuniu considerável força da guarda nacional para impedir que a
sublevação chegasse ao Rio de Janeiro. Embora a adesão ao movimento
rebelde crescesse era preciso armar os rebeldes e preparar uma estratégia de
ação. A força rebelde que conseguiu um numero considerável de adeptos foi
chamada de 1.ª Coluna e estava a espera de armas enquanto avançava a
força bélica do governo central.

A 10 de julho Caxias foi nomeado para sufocar o levante mineiro.

A revolta em minas contava com 5 colunas a primeira de Barbacena com


cerca de 700 homens, a segunda de Rio Preto a terceira Baependi, a quarta
composta de revoltosos fugitivos de São Paulo que se juntava aos mineiros,
além de uma quinta coluna de ouro preto.

Quando Caxias chega com sua tropa em Ouro Preto encontra cerca de 1400
homens, contra sua coluna de cerca de 700 homens, mas não combate. So
revoltosos se dividem, parte quer render se já que São Paulo foi derrotado mas
José Feliciano não concorda pois acabava de receber os rebeldes uma força
vinda de Santa Luzia com cerca de 3000 homems be armados.

Teófilo Otoni assume o cargo de Inspetor Tesoureiro, a passa a ordenar


sequestros contra os legalistas em represália aos que sofriam os liberais.

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Porém na batalha na entrada de Sabará, em 20 de agosto, a revolução liberal
mineira teve sua mais acirrada batalha que culminou na derrocada dos liberais
deixando um saldo de 59 mortos entre soldados legalistas e liberais.

4° parte

OS LIBERAIS REVOLUCIONÁRIOS

Na corte a revolução centralizava-se na casa do senador José de Alencar onde


reuniam se os principais de Minas, de São Paulo e Rio e muitos do norte.

Nestas reuniões a estratégia elaborada era deflagrar em minas e são Paulo o


levante se o governo se via obrigado a desviar as forças militares para sufocar
estes levantes quando então se faria a revolta no Rio ou Niterói.

A revolução liberal segundo Aluísio almeida, tinha sem dúvida ligação com
outras províncias, como é o caso do rio grande do sul com quem havia
comunicações por meio de cartaz e até u convite para formação de uma
federação, mas já estavam exaustos e desgastados os liberais para isso.

Santa Catarina apoiou a causa legalista, o Paraná, que ainda era a 5° Comarca
também apoiou governo.

De Mato Grosso Não se teve expectativa de auxilio, Goiás apoiaria os legalista


mineiros em Paracatu, o que acabou não sendo necessário. O Espirito Santo
seve de exilio para Vergueiro e Feijó. Sergipe e Alagoas Forneceram recrutas
para os Legalistas, para e maranhão estavam sem condições de se
envolverem, exaustos por suas próprias contendas. Pernambuco preparou
alguma Agitação para romper com os legalistas em maio, assim José Lourenço
de castro e silva e amis alguns trataram de revolucionar a região de Exú,
Pernambuco e Ceará, mas foram facilmente sufocados pelas guarnições
reforçadas pelo presidente da província do Ceará. As vitórias de Caxias que
eram noticiadas e chegavam com rapidez às províncias aquietaram os ânimos
liberais.

O Desenvolvimento da revolução

A Corte temerosa que o movimento se generalizasse pelo Brasil, tomou as


seguintes providências.

-Desarticulou a possibilidade de revolta no Rio pela adoção do estado de sítio.

-Convocou guardas nacionais da reserva, em licença e férias e os funcionários


públicos em disponibilidade.

-Tornou obrigatório o salvo conduto para viagens em Minas.

-Ordenou a prisão dos líderes do Partido Liberal .

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-Direcionou para Minas os guardas nacionais que conseguiu mobilizar, bem
como algumas unidades do Exército.

Os revolucionários tiveram a pronta adesão de São João Del Rei, Queluz


(Conselheiro Lafaiete) e outras cidades do sul de Minas e do norte e leste de
Ouro Preto.

Caxias chegou a Ouro Preto em 06 agosto para pacificar Minas. Sua fama fez
os revolucionários desistirem de atacar Ouro Preto e evacuarem
Queluz(Conselheiro Lafaiete).

Divergências começaram a dividir os revolucionários que se dirigiram para o


leste e conquistaram, com pouca luta, Sabará, em 13 agosto. Aí procuraram
negociar uma rendição condicional, que não foi aceita.

Inseguros, os revolucionários procuraram concentrar-se no arraial de Santa


Luzia que proporcionava, por sua posição numa serra, comandamentos de
vista e tiros sobre os seus acessos, além de apoiar um de seus flancos no rio
da Velhas.

Em 20 agosto, teve lugar o memorável combate de Santa Luzia, vencido com


dificuldades pelas forças legais, que ali fizeram frente a 3.300 revolucionários,
que souberam tirar grande partido tático das excelentes condições defensivas
oferecidas pelo terreno.

Com a vitória de Caxias em Santa Luzia, teve fim a revolta de Barbacena, que
durou 2 meses e 10 dias e que causou sérias preocupações à Corte por sua
maior consistência militar.

Caxias entrou vitorioso e aclamadíssimo em Ouro Preto em 10 set tendo antes


, em 29 ago, sido promovido a marechal- de - Campo graduado (atualmente
general de divisão) com 39 anos de idade.

Dois meses após, em 2 nov assumia, no Rio Grande do Sul, a Presidência e o


Comando das Armas para pacificá-la, o que aconteceria em 1º mar 1845, com
a Paz de Ponche Verde.

Enfim, as pacificações do Maranhão, de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio


Grande do Sul preparariam Caxias, providencialmente, para que ele
conduzisse os brasileiros à vitória nas guerras externas contra Oribe e Rosas
(1851-52) e contra o Paraguai (1866-68).

Caxias estava deixando para História Militar Mundial, um exemplo magnífico de


como conduzir campanhas militares contra patrícios divergentes.

Em suas campanhas de pacificação via nos adversários irmãos rebelados, e


não inimigos. O líder Miguel Frias, de uma revolução no Rio que ele pacificou,
será o seu chefe de Estado-Maior na Revolução Farroupilha. José Mariano de
Matos, Ministro da Guerra farrapo, será o seu chefe de Estado-Maior, na guerra
contra Oribe e Rosas 1851-52.Eis a sua maior característica, segundo Taunay:

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GRANDES NOMES DA REVOLUÇÃO LIBERAL

Senador Nicolau pereira de campos vergueiro- senador por dez


legislaturas e liberal convicto.

Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, mais conhecido como Senador


Vergueiro (Vale da Porca, 20 de dezembro de 1778 — Rio de Janeiro, 18 de
setembro de 1859), foi um fazendeiro de café e político luso-brasileiro.

Nascido no concelho de Macedo de Cavaleiros (algumas fontes


divergem), na região de Trás-os-Montes (Portugal), formou-se na Universidade
de Coimbra em 1801. Mudou-se para o Brasil em 1803, e em 1804 casou com
Maria Angélica de Vasconcelos, assumindo logo após a função de advogado
no fórum de São Paulo, cargo que exerceu até 1815.

Em 1813 foi nomeado vereador da Câmara Municipal de São Paulo. Foi


juiz das sesmarias até 1816, quando mudou-se para Piracicaba, fundando
engenhos em sociedade com o brigadeiro Luís Antônio de Sousa.

Em 1821, às vésperas da Independência do Brasil, tornou-se membro do


governo provisório da província de São Paulo. Exerceu outros cargos nas
províncias de São Paulo e Minas Gerais. Participante da constituinte de 1823
como representante da província de São Paulo, como os irmãos Antônio Carlos
Ribeiro de Andrada e José Bonifácio de Andrada e Silva, foi preso após sua
dissolução.

Era senador e, com a abdicação de Pedro I do Brasil integrou a


Regência Trina provisória (1831) durante a menoridade de seu filho Pedro II do
Brasil. Integrou o Gabinete de 13 de setembro (1832), assumindo a pasta do
Império (até 23 de maio de 1833) e a da Fazenda (até 14 de dezembro de
1832). Ocupou a pasta da Justiça no Gabinete de 22 de maio, organizado por
Manuel Alves Branco, segundo visconde de Caravelas, e, interinamente, a do
Império.

Foi senador durante dez legislaturas consecutivas. Como parlamentar,


sempre defendeu posições liberais e anti-escravistas. Na década de 1840 e na
década de 1850 foi pioneiro na introdução de imigrantes europeus em suas
fazendas de café em Limeira (Fazenda Ibicaba) e Rio Claro (Fazenda
Angélica).

Diogo Antônio Feijó- Diogo Antônio Feijó

Os restos mortais do regente Feijó encontram-se na Sé de São Paulo


(SP)

Diogo Antônio Feijó, conhecido como o Regente Feijó ou Padre Feijó,


ordenou-se padre em 1809, exercendo o sacerdócio nas cidades de Parnaíba,
Guaratinguetá e Campinas.

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Foi professor de história, geografia e francês. Mais tarde, estabeleceu-se
em Itu, onde exerceu seu primeiro cargo político como vereador.

Foi eleito deputado junto às Cortes Gerais e Extraordinárias de Lisboa


(1821-22), participando do grupo brasileiro que se recusou a assinar a
Constituição portuguesa. Por defender idéias separatistas, foi perseguido pela
Coroa portuguesa e acabou refugiando-se na Inglaterra.

Retornou ao Brasil após da proclamação da Independência. Assumiu o


cargo de deputado geral por São Paulo nas legislaturas de 1826-1829 e 1830-
1833, havendo-se destacado por defender a abolição do celibato dos padres e
por criticar duramente o governo de dom Pedro 1o.

Após a abdicação de Dom Pedro 1o, assumiu o Ministério da Justiça em


1831. Criou então a Guarda Nacional, subordinada ao seu Ministério. Defendeu
a regulamentação do ensino primário, a colonização agrária por imigrantes (em
substituição ao trabalho escravo) e mudanças no serviço alfandegário.

Em 1833 após a rejeição do Senado à proposta de destituir José


Bonifácio da tutoria de Dom Pedro 2o, Feijó deixou o cargo.

Em 1833, foi nomeado senador pela província do Rio de Janeiro por


Carta Imperial. Em 1835, foi eleito pela Assembléia Geral, Regente Único, com
poderes de chefe-de-estado e de governo, exercidos em nome de Dom Pedro
2o. Mas pressionado pela oposição e pelas revoltas nas províncias, renunciou
em 1837, regressando a São Paulo.

Em 1839 voltou a presidir o Senado. Mas ao final do ano, uma paralisia


do lado esquerdo do corpo obrigou-o a permanecer em São Paulo para
tratamento, tendo voltado ao Rio de Janeiro para assistir à coroação de D.
Pedro 2o.

Participante da articulação da Revolução Liberal de 1842, foi preso em


Sorocaba e levado para Vitória (ES). Libertado após poucos meses,
apresentou sua defesa no Senado em 1843.

Faleceu em São Paulo, em novembro do mesmo ano, aos 59 anos,


antes da promulgação da sentença no processo movido contra ele no Senado.
O município do Estado de São Paulo, Regente Feijó, foi assim batizado em
homenagem ao primeiro regente uno do Império. Seus restos mortais
encontram-se na cripta da Sé de São Paulo

Os documentos da revolução liberal em itú atribui a Feijó a culpa de


cabeça da revolução

Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar-

Político paulista (4/10/1795-7/10/1857). Conhecido como brigadeiro


Tobias, é um dos chefes da Revolução Liberal de 1842, em São Paulo. Nasce
em Sorocaba, numa família de fazendeiros. Entra na vida pública em 1821,

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como representante da comarca de Itu no processo de escolha dos deputados
brasileiros às Cortes Gerais e Constituintes de Lisboa. Em 1827 é eleito
conselheiro do governo provincial.

Deputado provincial e geral em várias legislaturas, exerce duas vezes a


presidência da província de São Paulo, de 1831 a 1835 e de 1840 a 1841.
Recebe o posto de brigadeiro honorário do império por sua eficiente
administração, em que chega a aplicar o próprio salário para financiar escolas,
obras públicas e assistenciais.

Em 1842 lidera a Revolução Liberal contra dom Pedro II ao lado do


padre Diogo Antônio Feijó. Consegue reunir 1,5 mil homens na chamada
Coluna Libertadora e, partindo de Sorocaba, tenta invadir São Paulo para
depor o presidente da província, o barão de Monte Alegre. Antes disso se casa
com Domitila de Castro Canto e Melo, marquesa de Santos, ex-amante de dom
Pedro I.

Derrotado, foge para o Rio Grande do Sul, onde é preso. Levado para o
Rio de Janeiro, fica na cadeia até 1844, quando é anistiado. Morre no Rio de
Janeiro.

Teófilo Otoni-Teófilo Benedito Ottoni –

Político brasileiro nascido em Vila do Príncipe, atual Serro, MG, histórico


como colonizador do nordeste mineiro, criador do costume de acenar para o
povo com um lenço branco, tornando-o gesto simbólico do liberalismo
brasileiro.

Conhecido como o Capitão da Casaca Branca, por seus ideais


revolucionários, elegeu-se deputado provincial por Minas Gerais (1835) e
deputado-geral (1839). Liderou a revolução liberal em Minas Gerais (1842) e,
derrotado em Santa Luzia, MG, foi preso e conduzido a pé para Ouro Preto,
MG. Anistiado pelo imperador (1844), foi reeleito deputado por Minas Gerais
(1845).

Afastou-se da política (1850) e fundou uma empresa de comércio e


colonização no interior do estado, a Companhia do Mucuri, para promover o
desenvolvimento e colonização do vale do rio Mucuri (1850-1860). Com ela
promoveu a navegação do rio, construiu a rodovia de Santa Clara, catequizou
índios e incentivou a instalação de imigrantes europeus no vale de Mucuri. Na
confluência do Ribeirão Santo Antônio com o Rio Todos os Santos, onde duas
de suas expedições, organizadas (1852) se encontraram, fundou a vila de
Filadélfia, embrião da hoje cidade de Teófilo Otoni, Minas Gerais. A empresa
fechou devido à criação (1858) de uma concorrente, com apoio governamental,
para navegação no vale do Jequitinhonha. Voltou a política em (1860), assumiu
a chefia do Partido Liberal, desempenhou papel de destaque como líder
popular na Questão Christie, episódio em que cinco barcos brasileiros foram
aprisionados por navios ingleses em represália ao naufrágio do Prince of Wales
na costa do Rio Grande do Sul e elegeu-se senador (1864). Muito doente,
atacado pela febre da antiga maleita, e sem recursos materiais, morreu no Rio

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de Janeiro, vítima de Intoxicação Miasmática, adquirida no Mucuri. Em dia 27
de novembro (1960), a cidade de Teófilo Otoni recebeu os restos mortais de
seu fundador, os quais foram depositados no Panteão na Praça Tiradentes,
onde encontra-se erigida uma sua estátua.

Cel. José Feliciano, futuro Barão de Cocais- aclamado presidente da


província de Minas Gerais pelos revolucionários na câmara de Barbacena.

Barão de Caxias- Militar fluminense (25/8/1803-7/5/1880). Luís Alves de


Lima e Silva nasce em Vila do Porto da Estrela, em uma família de militares. É
declarado cadete aos 5 anos. Em 1823, com apenas 20 anos, participa da
campanha pelo reconhecimento da independência na Bahia como tenente.

Promovido a capitão, conduz a linha de frente brasileira na Guerra da


Cisplatina em 1825. É nomeado major e chefia o batalhão do imperador até
1831. Em 1840 combate os focos de resistência ao governo central no
Maranhão e no Piauí.

Em recompensa pela pacificação das duas províncias, é elevado ao


posto de brigadeiro e recebe o título de barão de Caxias. Como comandante
das Armas da Corte, reprime a Revolução Liberal de 1842 em São Paulo e em
Minas Gerais e dirige as tropas imperiais contra a Revolta dos Farrapos. Em
1845, dom Pedro II o indica para o Senado pelo Rio Grande do Sul.

Lidera as tropas do Exército nas guerras platinas em 1851 e exerce,


depois, a Presidência da província gaúcha. Em 1866 chefia as forças
brasileiras na Guerra do Paraguai, conquistando Assunção em 1869. No
mesmo ano recebe o maior título de nobreza dado a um brasileiro pelo
imperador: o de duque de Caxias. Morre na cidade de Barão de Juparanã, no
Rio de Janeiro.

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