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9 de setembro de 2013 11:45- Atualizado em 9 de setembro de 2013 11:45

Por uma interpretação ponderada da nova lei anticorrupção brasileira

Recentemente, entrou em vigor a lei 12.846/2013, sancionada pela Presidente da


República, que dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas
jurídicas pela prática de atos contra a Administração Pública. A mencionada lei busca,
com instrumentos pretensamente eficazes, garantir a prevenção – através da previsão
de punições mais severas e responsabilização da pessoa…

Recentemente, entrou em vigor a lei 12.846/2013, sancionada pela Presidente da República, que
dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra
a Administração Pública.

A mencionada lei busca, com instrumentos pretensamente eficazes, garantir a prevenção – através da
previsão de punições mais severas e responsabilização da pessoa jurídica – das condutas imorais e
prejudiciais que, dia a dia, ocorrem na Administração Pública.

Para tal, a referida lei prevê alguns mecanismos de punição da Pessoa Jurídica envolvida em tais atos,
tais como: a responsabilização objetiva da empresa, aplicação de multa de 0,1 a 20% do faturamento
bruto do exercício anterior à instauração do processo administrativo, a publicação da decisão às
expensas da pessoa jurídica em jornal de grande circulação nacional, o perdimento de bens, direitos
ou valores, a suspensão ou interdição parcial das atividades da empresa, a dissolução compulsória da
pessoa jurídica e a proibição de recebimento de quaisquer incentivos ou benefícios obtidos por órgãos
públicos pelo prazo de um a cinco anos.

As primeiras sanções acima descritas, estão previstas para serem aplicadas administrativamente, após
regular processo administrativo. As demais, somente poderão ser aplicadas após contraditório em
processo judicial.

É notório que, com o atual panorama das relações entre particular e Administração Pública, torna-se
necessária uma regra mais rigorosa como garantia de respeito aos postulados do Direito Público.

A saída legislativa em questão, entretanto, em uma análise mais aprofundada, detém duas vertentes
opinativas que se contrapõem.

Na primeira, observa-se que as empresas que atuam em observância às normas de Direito Público e,
ao participar de relações com o Estado buscam observar os princípios da Administração Pública, terão
a seu favor – se corretamente assessoradas, através de profissionais especializados no âmbito do
Direito Público – uma legislação que poderá garantir maior lisura e eficaz defesa de seus interesses
contra algumas práticas de mancomunação que historicamente têm ocorrido na Administração Pública
brasileira. Garantir-se-ia, assim, maior equilíbrio entre as empresas concorrentes e interessadas nas
relações com a Administração Pública.

Por outro lado, uma luz amarela se acende.

Isto porque a lei mencionada é extremamente rigorosa, e, ao determinar a responsabilização objetiva


das pessoas jurídicas em questão e ao estabelecer algumas das punições para tais empresas, poderá
ensejar abusos em sua aplicação.

Tais abusos – aos quais, no âmbito do Direito Público, as pessoas físicas ou jurídicas estão sempre
sujeitas – poderão ensejar a inviabilidade da continuidade das atividades de uma empresa que,
eventualmente, pela simples conduta culposa permitida pela inabilidade de seus gestores em relação
aos regimes da Administração Pública – especialmente por aquelas empresas de menor porte que não
detém assessoria especializada na área – podem vir a ser condenada pela mão pesada da referida lei.
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Sua aplicação, portanto, deverá seguir critérios de razoabilidade e do devido processo legal.

Importante notar, inclusive, que a aplicação da referida lei não impede a aplicação conjunta da lei de
improbidade administrativa, que desde sua atuação, tem sido aplicada de maneira errônea e,
especialmente, utilizada como uma espécie de panaceia para todos os males da sociedade.

Outro ponto a se observar que a própria lei não prevê mecanismos para coibição de sua aplicação
exagerada, o que, poderá estimular tais abusos, e, assim, também sua utilização com intuito político e
persecutório.

Desta maneira, nota-se que a referida lei, embora eivada de boa vontade – boa vontade esta que
habita as maiores profundezas da Terra – deverá ser interpretada e aplicada com grande parcimônia,
tomando-se cautelas para que o remédio que, em doses homeopáticas curaria qualquer doença, não
se torne, com o passar do tempo, um veneno à iniciativa privada.

Às empresas, por fim, só resta adequarem-se à realidade e, em seus instrumentos de planejamento


estratégico, buscarem atuar de maneira preventiva, com a contratação de assessoria especializada
para acompanhar todas as fases de seu relacionamento com a Administração Pública, com objetivo
essencial de garantir que não se venha a sentir, como efeito colateral futuro do novel remédio – ora em
fase de testes laboratoriais – contra a corrupção, profundas dores de cabeças e consequente óbito
precoce.

20 de agosto de 2013 12:08- Atualizado em 20 de agosto de 2013 16:39

O Ministro Joaquim Barbosa à luz das éticas utilitarista e deontológica

Embora não seja de percepção comum, os episódios envolvendo o destempero do


Ministro Joaquim Barbosa desafiam uma análise sobre os dois tipos de ética debatidas
pelo professor Michael Sandel, da Universidade de Harvard (EUA). Há quem diga que o
Ministro Joaquim Barbosa cometeu, inclusive, improbidade administrativa, ferindo a
ética dos juízes. Pois bem, há algum…

Embora não seja de percepção comum, os episódios envolvendo o destempero do Ministro Joaquim
Barbosa desafiam uma análise sobre os dois tipos de ética debatidas pelo professor Michael Sandel,
da Universidade de Harvard (EUA).

Há quem diga que o Ministro Joaquim Barbosa cometeu, inclusive, improbidade administrativa, ferindo
a ética dos juízes. Pois bem, há algum tempo Sandel, vem debatendo os dilemas humanos sob o
prisma da ética, apontando haver dois tipos de ética:

(i) a ética utilitarista;

(ii) a ética deontológica.

A ética utilitarista pode ser resumida na máxima de que os fins justificam os meios. O utilitarismo foi
pioneiramente sistematizada pelo filósofo inglês Jeremy Bentham, segundo o qual toda ação humana
deve ser avaliada conforme sua capacidade de promover o bem-estar. É a ética do custo x benefício.

De sua sorte, a ética deontológica tem caráter descritivo/prescritivo; prega a ética absoluta, fundada na
máxima de que, se está errado agir de determinado modo, pouco importa se a ação será benéfica;
sendo a ação eticamente equivocada, o correto é não agir, pois estará errada de qualquer modo. É a
ética do dever ser.

Seja como for, os estudiosos afirmam não haver uma “ética certa” a ser seguida.
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Houve improbidade, falta de ética, falta de educação, o Min. Barbosa é grosseiro? Talvez tenha havido
improbidade, e, sim, não há dúvidas de que o ministro seja tacanho, grosseiro etc.

Contudo, a simpatia dos brasileiros pelo ministro tem muito a ver com a ética aqui praticada (a ética
utilitarista). Daí, é de se indagar se a “improbidade administrativa” do Min. Joaquim Barbosa não seria
preferível às milhares de improbidades que diariamente são cometidas e afetam a todos os brasileiros.

Repita-se, considerando-se a ética utilitarista, é de se indagar se ao menos a improbidade e a falta de


ética do eminente ministro, paradoxalmente, objetivam levar o Brasil a um patamar mais elevado em
termos de moralidade.

Será que a polidez, a educação, a fineza, a diplomacia não estão cedendo a um ideal maior?

Embora aqui não se esteja defendendo a grosseria, a falta de educação, a ausência de diplomacia, de
urbanidade etc., em meio a tantos ataques lançados contra o ministro pelos defensores da mais
absoluta finesse, é algo a se refletir.

09/09/2013-02h00

Sul-Sudeste tem 19 das 25 melhores universidades do país


FSP

A s regiões Sul-Sudeste concentram 19 das 25 melhores universidades do país. São Paulo aparece à frente, com cinco instituições,
seguido por Rio de Janeiro (quatro), Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul (três cada) e Santa Catarina (uma). O Nordeste tem
quatro (Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco) e o Centro-Oeste, duas (Goiás e Distrito Federal).

USP, UFRJ e UFMG encabeçam o ranking. A região Norte não aparece no grupo principal.

A título de comparação, a nota média do grupo de elite do RUF (86,79) é 27% superior à média das 25 instituições que vêm a seguir no
ranking de universidades (68,40).

Essa radiografia regionalizada do ensino superior brasileiro emerge da edição 2013 do RUF, cujo ranking geral, publicado integralmente
nesse suplemento, classifica as 192 instituições reconhecidas como universidades pelo Ministério da Educação (veja quadro da pág. 6).

Em sua segunda edição, o RUF manteve a filosofia e aperfeiçoou a metodologia para contemplar duas grandes áreas de interesse: a
produção científica --aferida com base em indicadores de pesquisa, inserção internacional e inovação-- e a graduação, calcada na
avaliação da qualidade de ensino e na ressonância da instituição no mercado de trabalho.

No total, são avaliados 5 indicadores, subdivididos em 16 subindicadores, que geram rankings independentes e podem ser consultados
separadamente (veja a metodologia na pág. ao lado).

É na área de graduação que está a maior novidade deste ano: o ranking de ensino, uma análise extensiva inédita dos indicadores dos
cursos ministrados em 2.358 instituições.

A avaliação contempla as 30 carreiras com maior número de estudantes matriculados em 2011 (último dado disponível no instituto de
pesquisa do MEC, o Inep).

Conduzido pelo Datafolha, o levantamento usa basicamente os mesmos critérios de ensino e mercado do ranking geral de
universidades, mas com adaptações metodológicas para atender às diferenças de propósitos das instituições --que nesse caso incluem
também os centros universitários e faculdades (veja quadro na pág. 19).

Dada a extensão do universo pesquisado, o ranking de cursos é publicado em versão limitada aos dez primeiros colocados. As tabelas
completas podem ser consultadas no site do RUF.

RESULTADOS

A USP aparece com destaque nesse levantamento pormenorizado, com o maior número de cursos no top 10 das 30 carreiras
analisadas. A maior universidade estadual paulista só não pontua em serviço social porque não tem essa graduação.

A ampliação da avaliação do ensino por curso permitiu ainda identificar destaques entre instituições que não são classificadas como
universidades. As faculdades Insper e a FGV-SP, por exemplo, ficaram entre as dez melhores nas duas carreiras de seus portfólios
analisadas pelo RUF.
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Outra novidades do RUF 2013 é a criação do ranking de internacionalização, liderado na estreia pela Universidade Federal do ABC.
Criada em 2005 e com um modelo inovador de ensino, a instituição tem 100% de docentes com doutorado e desponta no 21º lugar do
ranking de pesquisa científica do RUF

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