Resenha da Constituição da CONSTITUIÇÃO POLITICA DO IMPERIO DO
BRAZIL (DE 25 DE MARÇO DE 1824)
O documento se inicia descrevendo as características políticas do Estado
Brasileiro como sendo independente e que se opõe a qualquer laço que atente contra essa independência, sendo constitucional e representativo, mas ainda mantendo a Monarquia como regime político, tendo o território dividido na forma de províncias. Tem como religião base a igreja Católica Apostólica Romana, sendo permitido o culto de outras religiões apenas em culto doméstico/particular; está característica religiosa se faz presente em diversas partes do documentos, logo nas primeiras palavras já se encontra a seguinte frase “DOM PEDRO PRIMEIRO, POR GRAÇA DE DEOS” evidenciando essa forte crença religiosa. Descreve-se os critérios para que o indivíduo seja considerado cidadão brasileiro, e quais fatos resultariam na perda dos direitos de cidadão. Quanto à organização política delineia-se a divisão dos poderes políticos, sendo eles: o Poder Legislativo, o Poder Moderador, o Poder Executivo, e o Poder Judicial, e suas atribuições. O Poder Judicial fica responsável pelo julgamento de atos ilícitos na República, e aplicar as providências cabíveis. O Legislativo é responsável pela discussão, elaboração e promulgação das leis. O Executivo faz as nomeações, responsável pelo empregos civis e políticos, concessões, etc, tendo como chefe o próprio Imperador e outros ministros de Estado escolhidos por ele. O Poder Moderador, colocado como “chave de toda a organização Politica, e é delegado privativamente ao Imperador”, é intocável, insubstituível, tem poder de interferência em qualquer área que diz respeito à República; todos os poderes ficam sob autoridade deste, ou seja, o Imperador tem total domínio sobre os outros ramos. Trata-se das questões das leis, sendo de responsabilidade da Câmara dos Deputados a discussão e sanção destas. Cria-se o Conselho de Estado de cada província, onde os responsáveis são indicados pelo Imperador. Das eleições, coloca-se que os membros do Estado, com exceção do Imperador, são eleitos indiretamente; quanto ao direito ao voto, somente uma parcela limitada da população tem direito, desde que se encaixe em certas exigências (idade, renda, gênero, estado civil). Assim como o Imperador, toda família real possui privilégios legitimados pela constituição. Possibilidades de regência, ou impedimento desse exercício, do Imperador e quais medidas tomar, por exemplo em caso de menoridade do Imperador, falecimento desde, etc., também estão presentes no texto. Todos os brasileiros tem o dever de lutar para defender o Estado, sendo esse poder militar essencialmente obediente a uma instancia superior (Chefe do Executivo). Das atribuições gerais, coloca-se a importância da Constituição, os direitos que esta atribui à sociedade, e contrariamente, os deveres que os cidadãos tem diante do Estado e do Imperador, os direitos individuais, a manutenção da divisão territorial também são colocadas. Percebe-se que a primeira Constituição do Brasil é centralizadora, a vida política é limitada a elite da sociedade, apesar de religiosa, a Igreja é subordinada ao Estado; a manutenção do sistema é voltado para o interesse da aristocracia brasileira e, apesar de a princípio parecer promover a igualdade, ela é hierárquica e elitista em sua essência.