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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA


DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA E ZOOTECNIA
DISCIPLINA GRANDES CULTURAS II

Visita tecnica a região cacaueira Ilheus/Una

Discente: Gabriela Viana de Moraes

Vitória da Conquista – Ba
Maio de 2018
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA
DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA E ZOOTECNIA
DISCIPLINA GRANDES CULTURAS II

Relatório apresentado como


parte da avaliação da III unidade
da disciplina Grandes Culturas II,
ministrada pelo prof. Luiz
Humberto Souza, do X°
semestre de Agronomia da
Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia-UESB.

Vitória da Conquista – Ba
Maio de 2018
INTRODUÇÃO
A microrregião de Ilhéus-Itabuna, também conhecida como Região Cacaueira, é
uma das microrregiões do estado brasileiro da Bahia pertencente à mesorregião Sul
Baiano. Nesta mesorregião que se localiza as grandes plantações de cacau, além das mais
belas praias do estado. Sua economia é bastante diversificada, inclui a agricultura na
extração de cacau, nos polos industriais e no turismo.
Na região cacaueira do Sul da Bahia ou Microrregião Ilhéus-Itabuna, durante mais
de 200 anos predominou a monocultura do cacau voltada para o mercado externo, com o
intuito de reforçar a balança comercial brasileira (CHIAPETTI, 2009). Trata-se de
commodity, produto de origem primária comercializado nas bolsas de mercadorias.
Ilhéus foi fundado em 1534 e elevado à cidade em 1881. É a cidade com o mais
extenso litoral entre os municípios baianos. É conhecido e famoso por ambientar os
romances de Jorge Amado, famoso escritor baiano, como Gabriela, Cravo e Canela e
Terra dos Sem Fim. É considerada a capital do cacau e denominada por seus habitantes
como a “Princesinha do Sul”. Sua economia baseia-se na agricultura,
turismo e indústrias. Já foi o primeiro produtor de cacau do mundo, mas depois da
enfermidade conhecida como vassoura-de-bruxa, que infestou as plantações, reduziu
consideravelmente a sua produção.
As ações da Ceplac estão presentes nos biomas Mata Atlântica e Floresta
Amazônica, em atividades de pesquisa e assistência técnica nos estados da Bahia e
Espírito Santo, no primeiro bioma, e no Pará, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, no
segundo bioma. A Bahia é o principal produtor brasileiro, onde o cacaueiro é plantado às
margens de rios, vales e montanhas, em uma área aproximada de 550 mil hectares e 34
mil produtores.
Referência internacional em pesquisas com o cacaueiro, a Ceplac se consagrou ao
utilizar a genética para obter variedades resistentes à vassoura-de-bruxa, destacando-se
hoje pelo desenvolvimento de plantas com alta capacidade produtiva e de amêndoas com
aromas e sabores diferenciados. A preocupação com a qualidade do produto final é uma
meta perseguida constantemente, envolvendo pesquisas com variedades mais produtivas
e resistentes, inovação tecnológica em sistemas de produção, aperfeiçoamento de técnicas
de pós-colheita, assim como um rígido e constante acompanhamento e orientação dos
produtores, resultando no fato de o cacau hoje produzido no país apresentar-se entre os
melhores do mundo, sendo reconhecido e premiado no Salão do Chocolate de Paris,
França, no ano de 2010, com sete prêmios aos agricultores brasileiros.

Segundo a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), o cacau-


Cabruca é um sistema ecológico de cultivo agroflorestal. Baseia-se na substituição de
estratos florestais por uma cultura de interesse econômico, implantada no sub-bosque de
forma descontínua e circundada por vegetação natural, não prejudicando as relações
ecológicas com os sistemas de florestas remanescentes. Ou seja, é um sistema
agrossilvicultural sustentável, que tem garantido a conservação de remanescentes
florestais da Mata Atlântica, permitindo a sobrevivência de indivíduos arbóreos de
elevada significância econômica, social e ecológica na Região Sul da Bahia. Esse sistema
conserva, como nenhum outro cultivo agrícola, a qualidade dos solos em padrões
próximos ao de uma floresta natural, assim como nascentes e pequenos cursos de água.

Acompanhados do professor Dr. Luis Humberto , responsável pela disciplina


Grandes Culturas II, os discentes da X turma de Agronomia realizaram visitas técnicas a
cidade de Ilhéus onde visitaram o órgão da CEPLAC e propriedades circunvizinhas que
teve como objetivo principal melhorar a compreensão sobre os principais assuntos
envolvendo a cultura do cacau, observar os sistemas de produção das fazendas e áreas
experimentais visitadas. Além disso conhecer o manejo utilizados nas propriedades.

DESENVOLVIMENTO

I – VISITA A CEPLAC

No dia 26 de abril de 2018 foi realizado a visita a CEPLAC, na sede regional na


rodovia Ilhéus-Itabuna. Na primeira parte da visita, o grupo foi recepcionado pela equipe
do Núcleo de Relações Públicas da CEPLAC e na oportunidade assistiram um vídeo sobre
a cadeia produtiva do cacau e relatando a história da Ceplac e o seu papel diante dos ciclos
econômicos experimentados pela cacauicultura até os dias de hoje.

Após esse momento o grupo assistiu uma palestra realizada pelo pesquisador da
Ceplac José Raimundo Bonadie Marques sobre SAF – Cacaueiro x Seringueira. A
implantação de sistemas agroflorestais (SAF) foi recomendada pelo pesquisador da
Ceplac José Raimundo Bonadie Marques para quem os custos de plantio de cacau
consorciado com seringueira serão menores que um ou outro cultivo isoladamente. Com
o fomento dos SAFs será possível fazer as pessoas migrarem de volta para o campo,
invertendo o fenômeno do êxodo rural, pelo melhor aproveitamento da mão-de-obra.

A cultura do cacau, segundo Bonadie, passa por um processo de renovação de


suas lavouras, em que está sendo feita a substituição de plantas suscetíveis por clones
resistentes à vassoura-de-bruxa via enxertia, e, com isso, criando-se mais postos de
trabalho nas fazendas. Outro ponto destacado faz referência ao fato de as culturas do
cacaueiro e da seringueira terem cadeias produtivas instaladas na região, infraestrutura de
beneficiamento e comercialização e mão de obra qualificada para as práticas de enxertia
e sangria.

São modelos planejados para que na fase de maturidade dos cultivos principais
tenham uma fonte de renda que pode ser intercultivos como milho, feijão, bananas da
terra e prata, mamão, andu, abacaxi, etc.”, explicou, acrescentando que a Ceplac está
recomendando o plantio da seringueira e cacaueiro em Sistemas Agroflorestais (SAFs)
no momento de renovação da lavoura cacaueira.

Em seguida, a comitiva visitou o Centro de Desenvolvimento e Capacitação


Tecnológica Agroindustrial (fábrica de chocolate), quando na oportunidade assistiram a
uma palestra técnica sobre os trabalhos ali desenvolvidos, a palestra foi sobre as
características que o cacau precisa apresentar para ser transformado em chocolate de
qualidade, proferida pela técnica da Ceplac Neyde Alice Pereira, responsável no Brasil
pela área que orienta os produtores para a apresentação de amostras de cacau para o Salão
de Chocolate de Paris. Neyde Alice falou também sobre classificação de cacau e as
praticas de pós-colheita e fermentação que o produtor deve observar para atingir um cacau
de qualidade.
Na parte da tarde realizamos uma visita a uma área experimental da Ceplac onde
o extensionista da CEPLAC/CENEX, Ivan Costa e Sousa fez algumas orientações para
o grupo de como atingir, através de técnicas de nutrição e polinização, alta produtividade
do cacaueiro, com casos concretos de produtores que já ultrapassaram a barreira das 200
arrobas por hectare. Além disso elucidou sobre o manejo integrado do cacaueiro que
consiste em um conjunto de práticas culturais, tratros fitossanitários, controles (biológicos
e químicos)para reduzir a incidência de doenças como a Vassoura de bruxa e Podridão
parda, consequentemente maior produtividade assim será atingida.
Já no final da tarde o grupo visitou uma aréa de produção de mudas clonais de
cacau onde observou os diferentes tipos de mudas(por estaquia,seminal e enxertada)
destacando que a muda por estaquia umas vez que possibilita uma produção mais rápida
da lavoura. Após esse momento acompanhados pelo pesquisador e poeta Robério Gama
Pacheco, conhecemos os laboratórios do Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec) e no
laboratório de Solos encontramos perfis em tamanhos reais dos mais diversos tipos de
solo.

II- VISITA A FAZENDA DE ÊNIO


No dia 27 de abril de 2018 foi realizada na cidade de Una-BA uma visita técnica,
a fazenda do Engenheiro Agrônomo e extensionista da Ceplac Ênio Coelho Junior. Ao
chegar na propriedade deparamos com uma propriedade que desenvolve as mais diversas
atividades, que vai desde a criação de pequenos animais coelhos (criação de coelhos
inicialmente para pet) e frangos, até o grande carro chefe da propriedade a fruticultura,
buscando a incorporação de algumas dessas fruteiras ao agronegócio, contribuindo,
assim, para a diversificação e o desenvolvimento da fruticultura nacional.
Ainda no início da propriedade ele tirou algumas dúvidas sobre o consorcio cacau
e seringueira (SAF´S). Durante a visita na propriedade foi feita por um técnico a sangria
de uma seringueira, podendo assim ser observado na pratica toda a técnica para que se
realize de maneira correta uma sangria. Em seguida exploramos a fazenda observamos e
experimentamos as culturas encontradas, algumas exóticas e curiosas. Percorremos a
poma de citrus, sendo este explorados comercialmente, e com um bom lucro. Observou-
se que a propriedade possui um sistema de manejo mais conservacionista, o que
possibilita uma melhor exploração do solo sem causar impactos ambientais, além de
alcançar uma alta rentabilidade. A visita foi finalizada com uma confraternização e um
almoço feito pela família do dono da propriedade.
III- VISITA A FAZENDA YRERÊ
No dia 28 de abril de 2018 fomos para a Fazenda Yrerê que é administrada por
Gerson Marques, além da produção de Cacau, trabalham também com turismo rural,
fabricação artesanal de moveis rústicos, flores tropicais, artesanato decorativo, patchwork
e chocolate. A Fazenda Yreré que está localizada as margens do Rio Cachoeira a sombra
da Mata Atlântica do Sul da Bahia, no quilometro onze da rodovia Jorge Amado
(Ilhéus/Itabuna),br415.
Chegando à fazenda Yrerê, é Gerson Marques, o proprietário, quem nos recebe e
de inicio ele nos conta um pouco da história do cacau, uma viagem as origens do Brasil
é um desfrute das belezas e culinária do sul da Bahia. O passeio de aproximadamente 2
horas, que inclui uma pequena trilha à sombra da Mata Atlântica, ofereceram uma
experiência única, provocando e estimulando os sentidos, através da visão, paladar, olfato
e audição. No meio da mata, conhecemos toda a origem de um bom chocolate. O cacau
podemos experimentar ali mesmo, à sombra da cabruca. O sul da Bahia sofreu muito com
a vassoura-de-bruxa, uma praga que devastou as plantações de cacau no final de década
de 1980. E durante essa visita é possível conhecer um pouco mais dessa história e ver de
perto os frutos saudáveis e os afetados pelo fungo. A praga, identificada na região no fim
da década de 1980, impactou fortemente a produção. Atualmente, mesmo com avanços
científicos, a doença ainda compromete as plantações, sendo o maior problema
enfrentado pelas fazendas de todo o continente americano. Pesquisas genéticas
conseguiram criar mudas mais resistentes, mas ainda não imunes à doença.

Todos seguem para o segundo ponto do passeio: as barcaças, onde as sementes de


cacau -- depois de passarem por um processo de fermentação -- secam ao sol. As barcaças
costumam ter um telhado móvel. Durante o tempo que fica ali, o cacau é protegido de
intempéries e aproveita o calor do sol. É ali também que os funcionários pisam para
amassar as sementes do cacau. Dali, todos seguem para a charmosa casa de dona Dadá,
onde o fruto é servido em outros formatos. Suco de cacau, amêndoas torradas e nibs (que
são pedacinhos esmagados das amêndoas) podem ser experimentados, assim como
chocolatinhos produzidos na Yrerê tudo à venda.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todas as visitas, desde a recepção até o encerramento foram extremamente
gratificantes. Uma vez que a visita técnica é de suma importância para nossa formação,
pois ali podemos vivenciar na pratica tudo aquilo que é passado na sala de aula. Foi
evidenciado na viagem a importante em conhecer a história do cacau e sua relevância
para a economia da Bahia, além de todo esse panorama de dificuldades e o que está sendo
feito pela Ceplac para enfrentá-las. Percebe-se que a Ceplac está preocupada em soerguer
a cultura do cacau, mas ela necessita de investimentos para desenvolver as suas pesquisas.
Os palestrantes demonstraram grande experiência nos assuntos abordados, tirando as
mais diversas dúvidas, enriquecendo assim o nosso conhecimento. Dessa forma conhecer
a Ceplac foi muito importante para que se tenham consciência crítica do que é o
agronegócio brasileiro.
ANEXOS

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