Você está na página 1de 6

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 1º VARA CÍVEL DA

COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DE ALAGOAS

Distribuição por Dependência nº: (...)

JOELMA, nacionalidade (...), naturalidade (...), estado civil (...), profissão


(...), portadora do RG nº (...) e CPF: (...), residente e domiciliado na Rua (...), nº
(...), Bairro (...), na cidade de (...), vem a presença de Vossa Excelência, com
fundamento no art. 914 e seguintes do CPC, opor

EMBARGOS À EXECUÇÃO, com pedido de efeito suspensivo

Nos autos do processo nº: (...), que lhe move, XIMBINHA, pessoa física
inscrita sob CPF nº (...), residente e domiciliado na Rua (...), nº (...), Bairro (...),
CEP (...), conforme razões que passa expor a seguir:

1. Do Cabimento dos Embargos à Execução

O art. 914 do CPC determina que o executado possa opor-se a execução


independente de penhora, depósito ou caução, por meio de embargos; pugna a
embargante pelo recebimento dos presentes embargos, aplicando-lhe o efeito
suspensivo, cujas razões passa expor a seguir.
2. Da Preliminar - Do erro - Nulidade

A declaração de vontade é o elemento estrutural da existência do negócio


jurídico. Não correspondendo a real vontade do agente a sua equivocada
manifestação declarada no documento que deu origem a execução de título
extrajudicial, nos moldes do art. 784, III do CPC, o negócio jurídico pode se tornar
suscetível de nulidade.

Relata a embargante que manteve relacionamento com o embargado sendo


que, em novembro de 2017, ele insistiu que ela assinasse alguns papeis,
informando que se tratava de documentos necessários para o recebimento de
benefícios acumulados junto à autarquia previdenciária. Diante de sua pouca
instrução escolar, assinou o documento acreditando que estaria declarando
apenas que o embargado ainda não tinha recebido R$ 15.000,00 (quinze mil
reais) do Instituto Nacional de Seguro Social - INSS.

Assim, resta caracterizado o erro essencial ou substancial. A embargante foi


levada a praticar o ato (assinar a declaração) que não faria por certo, se
estivesse devidamente esclarecida, o que leva a anulabilidade ou nulidade
relativa do negócio jurídico em pauta, conforme art. 138 do CC. Ressalta-se que
são afirmações que poderão ser confirmadas pela Sra. Maria de Lourdes
Silveira, a qual assinou a declaração como testemunha no referido documento e
que é conhecedora de que o Ximbinha a veementemente a embargante que a
finalidade da declaração era tão somente o recebimento do benefício
previdenciário.

3. Dos Fatos
Trata-se de Embargos à Execução protocolizado nesta data (23.02.2018),
oposto tempestivamente tendo em vista a juntada do Mandadode Citação e
Intimação aos autos em 21.02.2018 diante da Ação de Execução de Titulo
Extrajudicial, proposta por José Nascimento da Silva (Ximbinha) que busca a
satisfação do crédito no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais, concretizado
em um instrumento particular de confissão de dívida, subscrito pela embargante
e duas testemunhas, conforme art. 784, III do CPC;

Que foram indicados à penhora na ação de execução pelo embargado os


valores que a embargante possui em três contas bancárias, um carro Nissan
Frontier e o imóvel em que reside com sua família.

Que os valores dos ativos financeiros da embargante foram


indisponibilizados pelo juízo por meio do sistema financeiro nacional diante da
alegação do embargado de que a executada estaria com a intenção de se
desfazer dos bens.

Pois bem.

Diante do art. 917, VI do CPCo qual preceitua que o executado poderá alegar
qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de
conhecimento, alega a embargante, além dos fatos narrados na preliminar de
nulidade (erro do art. 138 do CC), que ao término do seu relacionamento com o
embargado, Ximbinha tornou-se agressivo e proposto a tomar as economias que
a embargante possuía em poupança, o que o levou à executá-la por meio de
uma declaração por ela assinada e duas testemunhas.

O desconhecimento do teor da declaração a qual assinara e o


posicionamento do seu ex-companheiro diante das suas economias serão
provadas por meio de documentos e testemunhas no decorrer da tramitação
processual.

Quanto à indisponibilidade dos bens, é certo que os embargos à execução,


em regra, não detêm efeito suspensivo, porém esse pode ter tal efeito atribuído
pelo douto Magistrado.

A indisponibilidade do ativo financeiro das contas poupança de nº 3345-89,


4546-8 e 4678-0, com valores disponíveis de R$ 8.000,00 (oito mil reais), R$
3.000,00 (três mil reais) e R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais,
respectivamente, resultou em um prejuízo de ordem material e emocional, tendo
em vista serem valores, principalmente da primeira conta declinada, para a
subsistência da família e para o tratamento médico pelo qual a sua genitora está
sendo submetida.

Ademais, importante mencionar a impenhorabilidade de quantia depositada


em caderneta de poupança até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, de
acordo com o art. 833, X do CPC.

Por oportuno, destaca-se também que a Lei nº 8.009/1990 em seu artigo


primeiro, afasta a penhora do imóvel residencial do casal ou da entidade familiar,
caso dos autos, que será provada com o documento anexado aos autos e a
dilação probatória prevista no art. 917, VI do CPC.

Pelas razões supracitadas, requer a decretação do efeito suspensivo da


execução, até que haja julgamento dos presentes embargos.

Ultrapassada a matéria e diante da impenhorabilidade do ativo financeiro (art.


833, X do CPC) e do imóvel de família (Lei nº 8009/1990) e levando-se em
consideração a preferência do art. 835 do CPC, que seja penhorado o automóvel
Nissan Frontier (art. 835, IV do CPC) até o trânsito em julgado da demanda.

4. Da Gratuidade da Justiça

Tendo em vista as condições financeiras do executado, requer o deferimento


da gratuidade da justiça, pois não tem condições financeiras para arcar com os
valores das custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do seu
sustento próprio, nos termos do art. 98 e seguintes do CPC.

5. Da Litigância de má-fé

Por fim, deve o embargado ser condenado por litigância de má-fé, nos termos
do art. 79 do CPC, bem como condenado ao pagamento de todas as custas e
despesas processuais que envolvam a presente lide, inclusive ao pagamento
dos honorários advocatícios.

6. Dos Pedidos

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:

a) Que sejam os presentes embargos recebidos, e no final julgados procedentes, para


declarar a nulidade do título extrajudicial (declaração assinada pela embargante
e duas testemunhas);

b) Que ultrapassada a matéria, seja atribuído o efeito suspensivo aos Embargos à


Execução, nos termos do art. 919 diante da impenhorabilidade dos bens
oferecidos em penhora (ativo da conta poupança e bem de família);

c) Que seja considerada todas as matérias de defesa, conforme art. 917, VI do CPC;

d) Que seja concedido os benefícios da gratuidade da Justiça, ante a insuficiência de


recursos para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, nos
termos do art. 98 e Seguintes do CPC;

e) Requer a condenação do embargado nas custas processuais e Honorários


advocatícios, nos termos do art. 85 do CPC;

f) A condenação do embargado por litigância de má-fé, conforme art. 79 do CPC.

7. Do requerimento de Citação

Requer a citação do embargado, para querendo e podendo, apresente a


defesa que achar cabível e necessário.
8. Das Provas

Protesta pelas provas carreadas nos autos, bem como, comprovar o alegado
com as demais provas admitidas em direito.

Termos em que,

Pede deferimento.

Cidade/Data

Advogado/OAB

Você também pode gostar