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PRESA

NA...
Shadowrunning é uma arte, não uma ciência. Há mo-
mentos, neste negócio, em que você faz tudo certo e o
plano, mesmo assim, se despedaça. Você pode fazer sua
pesquisa, conseguir as vantagens certas, ter uma boa
equipe de suporte, o equipamento certo e tudo mais. Fa-
zer tudo certo não é o que faz de um shadowrunner, um
shadowrunner. O improviso faz. Manter a calma sob pres-
são, trabalhar em equipe e se recuperar do inesperado.
Meu nome é Sra. Myth e minha manhã não correu
como planejada. As paredes internas e o piso desta uni-
dade da Renraku, marcadas com buracos de bala, res-
sequidas lá e cá das rajadas mágicas de poder, tingidas
com um bocado de sangue. Hordas de guardas vestidos
de preto corriam pelos corredores. Um mago de aluguel
preso em um duelo de feitiçaria com um parceiro a parcos
metros de mim, enquanto um helicóptero de segurança,
preto feito um besouro, um Nissan Hound lustroso, com
filamentos de armas e coberto com logos da Renraku, su-
biu ao ar nas minhas costas desprotegidas. À nossa frente,
minha equipe confrontada com vários da elite da Renra-
ku, os Samurais Vermelhos: o fio da navalha em segurança
corporativa, talvez a melhor do mundo.
Essa última parte, especificamente, não era parte do
meu plano.
Eu fiz meu dever de casa. Sou uma troll conheci-
da pela atenção aos detalhes e tenho muito orgulho de
meu trabalho e da rede de contatos que colhi devidos a
minha competência. Gastei seis semanas no serviço, li-
teralmente, tendo sido contratada como uma consultora
nesta instalação graças a um velho conhecido que atende
por Satou ou Johnson, dependendo de quem pergunta.
Deixei os seguranças do prédio acostumados a ver a Sra.
Myth caminhando por seus corredores, consegui as fichas
pessoais de cada um deles, deixei-os habituados com a
autoridade moderada que minha liberação de segurança,
não interessando o quão temporária, garantia-me. Gastei
mais de um mês no mais jovem, Yu, observando como eu
sorria para ele toda manhã, parte sorriso amigável, parte
um brilho desagradável das coroas prateadas nas minhas
presas de troll, apenas para deixá-lo familiarizado ao me
ver, obedecer-me e ficar um pouco assustado comigo. Eu
inspecionei o diabo do lugar, tracei uma grande extração,
compartilhei os detalhes apenas pouco a pouco para man-
ter o sigilo da operação. Foi aí que alguém lá em cima, li-
teralmente, não metaforicamente, arremessou uma chave
inglesa nas coisas.
Meu dia tinha começado bem. Tudo tinha estado per-
feito. Fiquei na fila do cercadinho com o resto dos “asara-
riados” para a inspeção de segurança. Usei todos os meus
pequenos truques sociais e, acredite, tenho vários, deixan-
do a multidão impaciente, tornando evidente meu descon-

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forto com a espera pela revista de segurança, oferecendo
ondas quase palpáveis de frustração. Batia meu pé, jogava
meu peso de um lado para o outro para deixar os asararia-
dos ao meu redor, desconfortáveis. Olhava fixamente para
o meu relógio caro e de bom gosto, batia ruidosamente
as unhas em meu com-link, enquanto, impacientemente,
verificava minhas mensagens. Tornei-me uma praga para
os guardas se sentirem pressionados, preocupados, apres-
sados. Uma praga do triplo do tamanho de qualquer um na
sala, pense você.
Bem, quase qualquer um. O grande trabalhador ork da
manutenção, um dos três empregados de macacão azul,
desequilibrou um pouco a média da massa. Eles são o
motivo de eu ter me tornado um incômodo, claro. Sledge,
Gentry e Coydog não se encaixam no perfil da Renraku,
mesmo tendo invadido a agenda de manutenção ou não.
Yu, novinho e nervoso, guarda de segurança, balbuciou
desculpas, mas insistiu em uma revista mais minuciosa e
essa era a última coisa que eu queria. Então, aumentei a
pressão, dei a ele um sorriso prateado casado com uma
franzida irritada na testa, fiz com que sentisse a tensão de
um salão inteiro de empregados leais e ávidos sendo atra-
sados e frustrados por uns poucos diaristas. Ele, eventual-
mente, acenou, liberando-os, como eu sabia que faria.
Reagrupamo-nos no elevador no caminho para cima,
fiquei contente comigo mesma. Meu time de extração
estava no local. Meu planejamento meticuloso foi recom-
pensado, minha preparação do lugar não tinha falhas, o elo
fraco da segurança se partiu para mim. O alvo de nossa
extração estava nervoso, mas instruído e pronto.
E, então, caindo do alto, chaves inglesas.
Algum conselheiro manda chuva de Orito Sasaki, Diretor
da Renraku América, decidiu fazer uma inspeção surpresa
nesta humilde unidade de Seattle. O porquê não importa,
apenas o para quem. Para nossa equipe, o vice-presidente
em visita não era problema. Não, o problema era quem ele
trouxe junto. Samurais Vermelhos. Os mais sangrentos da
Renraku. Hiper letais, aprimorados até os dentes, treinados,
armados e possivelmente melhores do que qualquer força
de combate no planeta. A segurança pessoal de Sasakisan
e seu séquito de coletores de dados estava vagando pelos
corredores desta pequena construção por razões totalmen-
te alheias a minha simples extração.
Claro, com a sorte do Sledge sendo como é, nosso ork,
literalmente, tropeçou em um deles enquanto virara uma
esquina. Sledge, ainda em seu macacão azul de manuten-
ção, andava do lado direito do corredor e para os emprega-
dos niponicocêntricos ao nosso redor, ele se conduzia pela
via errada. Pegou a esquina mais a oeste e deu de cara no
oficial de vermelho no comando do destacamento Samurai
Vermelho. Houve um tinido audível quando os ciber-braços
do ork, modificados para combate, bateram bem no meio
de um peitoral vermelho brilhante. Pausa de uma fração de
segundo, enquanto um guerreiro avaliava o outro e reco-
nhecia a morte em algum lugar em torno de seus olhos e,
então, minha manhã foi toda atirada para o inferno.
Primeiro, foi pela briga em si. O redemoinho confuso
de reflexos automáticos e amplificados em ação, a bra-
çadeira da armadura do oficial acendendo, enquanto um
ciberdeck de última geração piscava alarmes na Matriz
com comando mental, a armadura vermelha emaranhada
com macacões azuis em um tumulto repentino, o lampejo
de uma katana radiante contra o impulso urbano letal de

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Sledge. O bastão atordoador de Gentry girava em meio taria apenas chateado que os números não bateriam. Não
a tudo. Coydog começou meio tímida e, então, um es- posso culpá-lo, ele era um engenheiro com a cabeça feita
caldante raio branco azulado de energia errou o Samurai para Matemática, em vez de perigo. Ele também tentava
Vermelho, apesar do grande esforço dela. Serei honesta, falar com Gentry, em vez de com qualquer um de nós, me-
não tenho plena certeza de quando tudo afundou, porque tahumanos, o que não nos cativava, exatamente. As pe-
minhas poucas ampliações não me deixaram rápida o su- nas de Coydog estavam eriçadas, pois a adorável garota
ficiente para acompanhar esse tipo de coisa. Terminou um não está acostumada a ser ignorada. Sledge, querido, fica
batimento cardíaco após Gentry ter torcido e arrancado a irritado sempre que qualquer um fale com Gentry, em vez
katana do Samurai Vermelho para longe dele, dando ao de falar com ele. Gentry já estava irritado, seu estômago
ork uma vantagem concreta. Os esporões de Sledge cor- doía e ele tentava invadir seu novo ciberdeck. Eu, claro,
reram pela armadura, até finalmente acharem uma brecha fazia o que podia para deixar Ishida sob controle, condu-
e o ferimento retardou o samurai, o suficiente para que zindo o dito cujo e tirando Gentry de perto dele (já que
uma magia de brilho cintilante de Coydog desse ao ork ele tanto queria falar com seu colega humano). Isso fez
outra oportunidade letal. Em um piscar de olhos, Sledge Ishida sentir-se importante, mas também com que um de
venceu, mas estava cortado em um punhado de lugares meus shadowrunners ficasse em alcance se o engenheiro
e cuidava do nariz quebrado. Não se fica de trivialidades surtasse e tentasse fugir.
com Samurais Vermelhos, nem mesmo com seus deckers. Por alguns momentos, pensei que talvez fôssemos
Levou uns poucos segundos depois, imagine você, para capazes de cair fora dessa bagunça. Tínhamos apenas de
qualquer um de nós perceber que a katana do Samurai Ver- voltar ao térreo, disse a mim mesma, e acharíamos nossa
melho estava cravada em Gentry. Ela ficou bem calçada no saída nessa confusão toda. Sledge daria conta das por-
plástico de alto impacto que entrelaçava seus ossos, tendo tas leves e Gentry poderia abrir as blindadas. A magia de
sido arrancada do samurai no momento que o decker es- Coydog daria uma vantagem e se ela mandasse o espírito
guio caiu ao chão, soando como se tivesse sido empalado. por aí para nos ajudar, talvez pudéssemos escapar e deixar
E houve todo tipo de correria, deixe-me contar. Gritos todos sem entender nada. Improvisação, certo? Ficar fria
de empregados, alarme tocando, o cântico frenético de sob pressão, trabalhando como um time e fazer o serviço?
Coydog enquanto tentava curar Gentry, Sledge esprague- Mais uma corrida da Sra. Myth, completada e adicionada
jando, a recusa insistente de Gentry em ficar parado e ser ao livro de registros.
curado até pegarmos o ciberdeck do Samurai Vermelho. Em uma voz ainda um pouco fraca da perda de sangue,
Pareceu, então, que o único som no lugar era um terrível Gentry abriu a boca e arruinou tudo. Dados da Renraku
deslizar arranhado, enquanto Sledge, inabalável, retirava a foram transmitidos através de seu óculos inteligente, um
lâmina de quase um metro do abdome do decker, deixan- fio delgado ligando o seu cérebro ao com-link surrupiado.
do o humano apertar, aterrorizado, o ciberdeck saqueado “Eles trabalham em times de cinco,” disse ele bem na
da Renraku sobre seu peito, quase quebrando a carcaça, minha frente, meio que apoiado em Ishida. “Existem mais
enquanto Coydog despejava mana. Que incomodação foi. quatro no prédio, usando um tac-net para coordenar e nos
Todo esse planejamento para nada. encurralar, enquanto a segurança do prédio...”
Gentry e Sledge, pelo menos, guardaram algumas lem- E aí, como ele se os tivesse invocado, lá estavam eles.
branças. Já que trocaram sangue por elas, não liguei para Mais tiros, mais barulho. A Raiden de Sledge cuspiu na
o decker ficando com o ciberdeck ou para o Sledge sibi- segurança comum de preto, trucidando as paredes dos
lando o ar com a katana bem balanceada da Renraku e cubículos e deixando rastros de vermelho nas paredes e
sincronizando o smartlink biônico com seu novo rifle de no chão. O espírito de Coydog se manifestou, uivando fe-
assalto Yamaha. Garotos e seus brinquedos. roz, em um turbilhão de garras, bem no meio da equipe de
Veio, então, o tiroteio para chegar ao cubículo de Ishi- combate. Por um momento, a máscara xamã dela — um
da. Eu o chamei, enquanto Gentry retorcia-se e Coydog coiote rosnando os dentes — estava assustadora. Ishida
cuidava dele, mandando — mandando, não pedindo, usan- relutou quando o Colt de Gentry começou a atirar próxi-
do um tom que nunca havia usado com ele antes — para mo a ele, agitado como um cavalo em um tiroteio. Quan-
ficar debaixo de sua mesa, fora da linha de tiro e onde pu- do a briga piorou, percebi que a segurança do prédio es-
déssemos alcançá-lo. Sledge liderou o caminho com seu tava apenas nos atrasando. Uma poça de piche, não uma
novo rifle automático Raiden, Coydog e um espírito invo- parede, destinada a nos manter ocupados até que mais
cado às pressas ao lado e Gentry apoiado e sangrando assassinos vermelhos chegassem.
em mim em meu novo visual Vashon Island, a baderneira. E chegaram. Quatro, em armadura brilhante, movendo-se
Sledge executou uma meia dúzia de seguranças vesti- mais rápido que Sledge e mais harmoniosos que Gentry,
dos em preto. Adrenalina no alto, eu usava meu com-link como espíritos feitos de sangue, fluindo de uma posição
para indicar as direções para o resto do grupo. Realmente, de tiro para a outra. Cada um deles, portando uma Raiden
não fiz as contas; brincar de arma não era meu serviço, automática, começou a nos cravejar enquanto avançavam.
era? Coydog e suas magias levaram mais uns guardas co- Estávamos encalhados doze andares acima, com pou-
muns, tenho certeza, e uma pulguinha me fez pensar se Yu ca munição, feridos, Coydog cada vez mais exausta pelo
estava entre eles. stress da feitiçaria. Seu espírito selvagem em frangalhos
Chegamos em Ishida, meu alvo de extração nervoso e com as rajadas de fogo místico recebidas de um mago que
medroso. Ele estava um caco. Semanas de negociação e rivalizava com o poder xamânico da elfa, enquanto eles se
preparação, tudo pela janela. Eu teria dado a ele a chance igualavam em determinação e vontade. Luzes piscavam
de uma extração rápida e tranquila e ele, em vez disso, es- pelo corredor. Ela estava cansada. O humano em vestes

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pretas que brigava com ela estava descansado, recente- o seu duelo com a elfa. Coydog, imediatamente, girou e
mente enviado para a luta do escritório da segurança que gritou palavras de poder aos Samurais Vermelhos que se
eu havia pesquisado em minúcias. aproximavam. Eles eram, todavia, muito rápidos. Seu tur-
Gentry manipulava a realidade aumentada com uma bilhão de magias de combate não os atingia ou machuca-
mão, enquanto disparava a pistola com a outra. Mesmo va, mas seu poder de fogo combinado com o de Sledge,
apunhalado na barriga e distraído, ele estava vencendo uns garantiu alguns segundos.
poucos seguranças que restavam. Ele mandou um olhar in- Foi quando o Nissan Hound, o helicóptero de comba-
quisitivo quando interceptou uma chamada enviada de meu te da Renraku, decolou para o nosso pavimento. Feroz e
com-link. Respondi com meu olhar mais severo; ele deu de ameaçador, logotipos corporativos em vermelho e preto
ombros e voltou ao que estava fazendo, ocasionalmente, brilhavam. Pairou no ar e nos flanqueou. Ishida gemeu
atirando apenas com a mira de seu óculos inteligente. apavorado. Os ombros de Coydog, caídos de resignação
Sledge, pobre rapaz, estava em todos os lugares ao e fadiga. Sledge rosnava entre as presas amareladas, pron-
mesmo tempo. Cortado em alguns lugares pelo primeiro to para cair lutando. Os Samurais Vermelhos, encorajados
oficial Samurai Vermelho, curado após Coydog ter termi- pelo último advento, renovaram a energia. Gentry, com in-
nado com Gentry, ainda liderava. Usava seu novo Yamaha terfaces azuis de realidade aumentada flutuando ao redor
como se tivesse nascido com ele, fazendo pouco caso dele, dados rolando em seu óculos inteligente, gargalhou
do fogo que salpicava seu colete ou ricocheteava de suas como um lunático.
placas robustas em seus ciber-braços e matou, talvez, me- Hardpoint, o anão que cuidava da pilotagem para seu
tade da segurança comum do prédio. Achava que a pro- time modesto, da cabine do helicóptero atacante, sinali-
messa de uma melhoria de reflexos iria motivá-lo, sabe, zou o polegar atarracado ao decker. Eu o deixei acordado
mas não esperava que fosse acima e além da expectativa a noite toda pintando tudo e ele gastou boa parte da ma-
desse jeito. Fiz uma nota mental para falar com Khayyim, nhã instalando a eletrônica que meu contato na Renraku
meu médico de rua, se não morrermos todos. havia, finalmente, mandado: os códigos diários de segu-
O ork colocou seu penúltimo pente, rugindo desafio e rança que fizeram o Hound parecer como uma nave da
insatisfação, enquanto as armas dos quatro samurais pe- Renraku no mundo virtual e não apenas no físico.
netravam sua cobertura. Estava certa que ele seria o pri- As metralhadoras duplas montadas abriram e o cor-
meiro de nós a morrer. Ele gritava, frustrado, a qualquer redor entre nós e a segurança desintegrou. Seguranças
um na equipe para fazer algo e ajudá-lo. Talvez meu im- da Renraku, de terno ou em couraça preta, rasgados em
proviso tenha sido um pouco vazio. Na verdade, imagino pedaços, vidro voava por todos os lados, paredes corta-
que a maioria das improvisações contra Samurais Verme- das e o urro dos ventos do helicóptero soprava destroços
lhos sejam assim. Distante e abafado, ouvi o rodopio de em toda parte. Os Samurais Vermelhos se dispersaram,
um helicóptero se aproximando. rápidos, esquivando-se impossivelmente, abaixando-se,
Gentry, exultante, cerrou o punho em triunfo e, no mes- como uma girândola, rodaram para todos os lados, menos
mo instante, os Samurais Vermelhos que se aproximavam, para aonde as balas iam. Sledge adicionou disparos preci-
endureceram. Os pentes de cada um de seus Raidens eje- sos à salva de tiros, Coydog arremessou lanças azuis com
taram simultaneamente, rajadas de suas automáticas, blo- branco de puro mana. Os Samurais, de algum modo, não
queadas. O decker se levantou por conta própria com um morriam, mas também não avançavam.
entusiasmo renovado dos quatro atrapalhados, por um Hardpoint colocou o helicóptero de lado, ainda atiran-
quarto de segundo inteiro, com suas armas sem uso. do, e Gentry, antes que qualquer um pudesse se mover
Então, movendo-se como um só, cada Samurai Vermelho para impedi-lo, tomou impulso e saltou rumo à porta do
desembainhou sua katana e correu em direção à Sledge. passageiro no Hound, percorrendo a distância entre o pré-
“Isso é muito melhor!” Sledge gritou, esvaziando seu dio e o helicóptero como se uma queda de doze andares
Raiden neles, enquanto saiam de cobertura. Seu poder não fosse empecilho. Ele se esparramou dentro do Hound,
de fogo não os recuou, mas os dividiu: dois mergulharam então deteve-se em manter o apoio do Nissan. Hardpoint
buscando proteção, os outros dois desaceleraram com continuou atirando, mas deslizou o Nissan um pouco mais
suas armaduras sofrendo impacto atrás de impacto de próximo ao prédio para o que viria a seguir.
munição. Nenhum deles caiu, mas o ork foi recompensa- Permiti-me um sorriso de satisfação, enquanto Gen-
do com algum sangue salpicando o tapete próximo a ele. try soltava a corda encaracolada em minha direção e virei
Podem estar feridos, podem ter morrido. para amarrar Ishida.
Isso não seria o suficiente, no entanto. Eles eram muito Improvisação.
rápidos, muito fortes, muito durões, muito bem protegidos. Coydog e Sledge aumentaram o fogo incessante de
Muito serenos. Eles eram, cada um deles, o tipo de máqui- Hardpoint nos Samurais Vermelhos, a segurança do pré-
na mortal urbana que Sledge trabalhava para se tornar e dio enfurecida recuou assumidamente, enquanto os qua-
chaves inglesas sendo chaves inglesas, eram quatro deles. tro fatais da elite estavam infelizes e impotentes.
Não, já era hora de eu botar a mão na massa. Você erra Trabalho de equipe.
o tiro que não dispara, certo? Ishida foi bem amarrado e Gentry bateu nos con-
Deslizei meu delgado Fichetti do coldre escondido e troles para puxar o engenheiro para longe da bagunça,
selado magneticamente em meu traje Vashon Island arrui- arrastando-o para dentro do Hound e para uma relativa
nado em sangue. Ladrou uma vez e, de repente, o mago segurança. Nós outros o seguiríamos.
de aluguel que trocava magias com Coydog tinha mais Recuperando-se do inesperado.
coisas em mente, cerca de nove milímetros a mais, do que Shadowrunners….

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