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Contos de fadas como A Bela e a Fera podem ter milhares de anos, segundo
pesquisadores de universidades em Durham, na Inglaterra, e em Lisboa, em
Portugal.
Alguns contos, segundo a investigação, são mais velhos do que os registros literários mais
antigos – um deles remonta à Idade do Bronze (iniciada por volta do ano 3000 a.C.).
Contos compartilhados
No século 19, os irmãos Grimm – Jacob (1785-1863) e Wilhelm (1786-1859) – acreditavam
que muitos dos contos de fadas que eles ajudaram a popularizar tivessem raízes em uma
história cultural compartilhada que remonta ao nascimento das línguas indo-europeias.
Pensadores depois mudaram essa concepção, ao dizer que algumas histórias eram bem
mais recentes, tendo sido transmitidas pela tradição oral após serem criadas nos séculos
16 e 17.
fábulas
"Algumas dessas histórias são muitos mais antigas do que os primeiros registros literários,
e até mais do que a mitologia clássica – algumas versões dessas histórias aparecem em
textos gregos e latinos, mas nossas descobertas sugerem que são bem mais antigas do
que isso."
As Histórias são milenares
O estudo, publicado na revista científica Royal Society Open Science, utilizou análise
filogenética, desenvolvida pela biologia para investigar relações entre espécies.
Também analisou uma árvore de línguas indo-europeias para rastrear a origem de contos
compartilhados por diferentes culturas, para verificar até onde poderiam ser identificados
no passado.
A análise também mostrou que A Bela e a Fera e O Anão Saltador têm cerca de 4 mil anos
de idade.
E a origem de uma história de folclore chamada O Ferreiro e o Diabo (The Smith And The
Devil, em inglês), sobre um ferreiro que vende a alma em um pacto para ganhar
superpoderes, foi estimada em 6 mil anos, na Idade do Bronze.
Segundo Tehrani, o conto João e o Pé de Feijão (Jack and the Beanstalk, em inglês) foi
classificado em um grupo de histórias nomeado como "O menino que roubou o tesouro do
ogro", e teve a origem identificada no período da divisão leste-oeste das línguas da família
indo-europeia, há mais de 5 mil anos.
"É notável que essas histórias tenham sobrevivido sem ter sido escritas. Elas têm sido
contadas antes de o inglês, francês ou italiano existirem, e provavelmente eram narradas
em uma língua indo-europeia extinta", disse Tehrani.