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CLINICA INTEGRADA Fatores relacionados a D.P.

Ap1 10/03/2017

A doença periodontal é o resultado de respostas celulares frente a um desafio


microbiano (biofilme), sendo assim nós chamamos o BIOFILME de fator determinante, ou seja,
sem o mesmo não acontece a doença periodontal.Hoje sabemos que não é porque o paciente
tem cálculo que ele necessariamente vai ter doença.
Têm pacientes que ficam anos com uma gengivite (não há migração do epitélio
juncional), bem outros casos têm pacientes que ficam pouco tempo a gengivite e logo evolui
para a doença periodontal (migração do epitélio juncional e início de perda óssea/perda do
ligamento periodontal).
Lembrando que temos periodontopatogenos “exclusivos” para algumas doenças como
por exemplo AA.

Predisponentes para a D.P

 Fatores genéticos (comprovado que é fator de risco)


 Iatrogênias (comprovado que é fator de risco)
 Trauma oclusal

Fatores Moduladores/Sistêmicos

 Diabetes Mallitus
 Tabagismo
 Alterações hormonais
 Estresse psicológico
 Pacientes soro positivo
 Pacientes com problemas respiratórios

Patogênese da D.P

Como o organismo responde em resposta aquele agressor. A diminuição dos


polimorfosnucleares (neutrófilos), podem influenciar na resposta imediata.

Diabetes Melittus

 Patologia complexa
 Incapacidade metabólica da glicose
 Tipo 1- destruição das células B do pâncreas.
 Tipo 2- utilização deficiente de insulina. (Maiores casos)
 Sintomas clínicos: poliúria, polifagia, hiperglicemia.
 Complicações: retinopatia, nefropatia, doenças vasculares, neuropatia,
deficiência em cicatrização de feridas e doença periodontal.
 Sintomas e sinais clínicos bucais
o Fluxo salivar
o Queimação na boca ou língua
o Candidíase
o Hálito cetônico (Não é fator patognomônico)
Sintomas e sinais periodontais

 Evidências conclusivas da associação entre doença periodontal e diabetes


mellitus.
 Perda de inserção mais acentuada.
 O DM 1 tem mais suscetibilidade a d.p.

Em casos em que o paciente não cuida do Diabetes, ele tem uma propensão a
infecção muito grande, ele pode ter periodontite crônica de anos, e a mesma pode
atrapalhar na hora do controle metabólico.

Relação Bidirecional

 Abscessos periodontais múltiplos


 A resistência à insulina desenvolve uma resposta à infecção bacteriana
crônica.
 A d.p. não tratada exacerba o controle metabólico do diabético.

Microbiota (Patógenos putativos)

o Tipo 1- Capnocytophaga (24%)


o Tipo 2- Prevotella intermedius, Porphyromonas gingivalis.
 Função neutrofílica reduzida.
 Diminuição da síntese de colageno- colagenase.
 Citocinas (IL-B e PG2)- aumentadas no líquido gengival
 Hiperglicemia crônica- produtos finais da glicação avançada (AGE) +
macrófagos e monócitos = excessiva liberação de citocinas (causa perda
óssea mais avançada)

Puberdade, Gravidez e Menopausa

 A gengiva é um tecido alvo para os hormonios esteroidais (receptores).


 Estrogênio: efeito estimulador sobre o metabolismo do colágeno, reduz as peroxidases
salivares.
 Progesterona: aumenta a permeabilidade vascular

Gravidez:
 Progesterona + Estrogênios alterados=
 Aumento da permeabilidade vascular
 Aumento do exsudato
 Aumento da síntese de prostaglandinas
 Alteração do sistema imune
 Diminuição das Células T e quimiotaxia dos neutrófilos
 Granuloma Gravídico faz o tratamento de raspagem e após a gravidez ele regride.
 Microbiota: Prevotella intermedia
 Tratamento periodontal
Menopausa:

 Pode acelerar o processo de uma doença periodontal já existente

 A diminuição do estrogênio:

 Gengivite descamativa

 Osteoporose _ curso da doença periodontal

 Estresse Emocional:

 Cortisol (suprarenais)

 Diminui a quimiotaxia dos neutrofilos

Tabagismo:

 Pindborg (1947) – gengivite ulcerativa necrosante.

 Sondagem mais profunda e muitas bolsas profundas

 Maior perda de inserção incluindo mais retração gengival

 Maior perda de osso alveolar

 Maior perda dentária

 Menos gengivite e sangramento à sondagem

 Mais dentes com envolvimento de furca.

Relação Hospedeiro x Patógenos

 Fumantes: prevalência maior dos patógenos periodontais.

 Porphyromonas gingivalis, A. a., Tanerella forsythia, Prevotella intermedia,

 Candida Albicans

 Efeito profundo sobre o sistema imune e inflamatório

 PMNs (neutrófilos) – migração no sulco gengival, passagem do tecido conjuntivo e


epitelio juncional.

 Aspecto do periodonto do fumante, as vezes tem aspecto de casca de laranja e rosa


pálido por causa da vasoconstrição que a nicotina faz.

Pacientes soro - positivo

 Sistema imune alterado – supressão das Células T.

 Produção de anticorpos alterados

 Infecções oportunistas

 Má higiene oral

 Pacientes que tenham GUN já tem um fator predisponente para ser soro – positivo.
Tratamento

 Raspagem supra e subgengival

 Controle do Biofilme

 Excisão do granuloma (se necessário)

 Cirurgias periodontais em casos mais severos

 Manutenção do paciente (Terapia Periodontal de Suporte)

Trauma Oclusal

 O trauma oclusal é um fator predisponente para a doença periodontal (co-fator).

 Definição: “alterações patológicas ou mudanças adaptativas que ocorrem no


periodonto em consequência de força oclusal excessiva”.

 Lesão Primária: compromete o periodonto com altura normal (trauma oclusal


primário).

 Lesão Secundária: compromete o periodonto com altura reduzida, paciente já teve


periodontite e perdeu osso por um trauma oclusal (trauma oclusal secundário).

 O trauma oclusal primário e o secundário, não tem propósito significativo, pois as


alterações que ocorrem tanto no trauma primário, como no secundário são similares e
independem da altura do tecido alvo. O trauma oclusal pode acometer um ou mais
dentes, dependendo de hábitos parafuncionais como bruxismo e apertamento.

Trauma de Oclusão e Doença Periodontal

 Não pode induzir alterações patológicas no tecido conjuntivo supra-alveolar, nem


agravar uma lesão gengival associada ao biofilme.

 Não pode induzir a migração do epitélio juncional, nem formação de bolsa


periodontal.

 Trauma Oclusal não age em tecido conjuntivo, apenas em osso

Fatores associados ao trauma oclusal

 Bruxismo Cêntrico (apertamento)

 Bruxismo Excêntrico (movimentos excêntricos)

Características radiográficas

 Aumento da espessura do ligamento periodontal

 Defeitos ósseos angulares

Terapia Associada (DP+TO)

 Doença Periodontal : Terapia Inicial + Terapia Cirúrgica + Terapia de Manutenção


 Trauma Ocusal:

 Ajuste Oclusal

 Placas Miorrelaxantes

 Tratamento Ortodôntico

 Reabilitação Oral

Conclusão

 Fatores moduladores e predisponentes podem influenciar diretamente na progressão


e evolução da doença periodontal. Tais fatores necessitam do fator determinante,
porém , eles não fatores etiológicos.

 A diminuição do fator determinante (cálculo e biofilme) – indispensável para a


devolução da saúde periodontal.

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