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1. INTRODUÇÃO
O art. 102, “a” e §1°, da Constituição Federal de 1988 estabelece três espécies de
ações próprias para fins de controle abstrato de constitucionalidade, são elas: (i)
ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade), que pode ser por Ação (simplesmente
ADI) ou por Omissão (ADO); (ii) ADC (Ação Direita de Constitucionalidade); e
(iii) ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental). Além destas,
há, ainda, a chamada ADI interventiva, mas esta não se trata de controle abstrato,
e sim concreto, porém exercido de forma concentrada. A ADI (por ação e omissão)
e ADC, são reguladas na Lei n. 9868/99, enquanto a ADPF tem previsão na Lei n.
9882/99. Isto é, além dos dispositivos constitucionais, temos atualmente
legislação específica regulamentando as ações próprias em controle de
constitucionalidade.
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Mas a grande questão é: quando cada espécie de ação pode ser manejada? Quais
os seus objetos? O que as aproxima e o que as diferencia? Em que hipóteses elas
poderão ser utilizadas e quais as repercussões práticas que acarretam? Nesse
ponto, a doutrina costuma identificar quatro limites que definem o campo de
atuação das ações próprias em controle de constitucionalidade: (i) limite quanto à
natureza do objeto; (ii) limite espacial; (iii) limite temporal; (iv) limite quanto ao
prisma de apuração. Em cima desses limites, estabeleceremos um estudo
comparativo correlacionando cada umas das espécies de ações próprias em
controle de constitucionalidade, facilitando a compreensão a partir das suas
diferenças e semelhanças e ao final, construirmos um quadro resumo para facilitar
a absorção dessas regras fundamentais que marcam o controle de
constitucionalidade, tema de importância fundamental dentro do estudo da
ciência jurídica constitucional.
A Constituição Federal, nos seus arts. 102 e 103, que se inserem em capítulo
referente à organização do poder judiciário, passa a dispor, dentre outras
matérias, sobre os meios pelos quais se pode exercer o controle de
constitucionalidade. Temos, no Brasil, um sistema de controle jurisdicional, sendo
atribuído ao judiciário a função precípua do controle de constitucionalidade. Por
isso é que o estudo do controle, pela teoria da revisão judicial dos atos do
legislativo, situa-se tipicamente na esfera do judiciário, sem prejuízo do controle
exercido pelos demais poderes, de forma preventiva e repressiva. Contudo, de fato,
é no judiciário que se dá precipuamente o controle de constitucionalidade, por que
assim foi idealizado pelo legislador constituinte.
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Isso ocorre porque, no controle abstrato, não se parte de um caso concreto, não há
partes materiais envolvidas, não há processo subjetivo, a questão de
inconstitucionalidade não é analisada apenas incidentalmente na fundamentação
de qualquer processo sob o rito do direito processual civil. Agora, o processo é
meramente objetivo, a finalidade é a própria declaração de inconstitucionalidade,
por isso se faz necessária a existência de ações próprias de controle, fazendo-se o
controle de forma direta, por via de ação, com partes formalmente legitimadas. O
que se discute agora é a lei em relação à sua compatibilidade abstrata com a
Constituição, e não a aplicação da lei inconstitucional ao caso concreto. Logo, se o
controle agora não é mais exercido incidentalmente dentro de uma ação qualquer
regulada pelo direito processual civil, é necessário que a Constituição preveja
ações típicas constitucionais, com legitimados próprios, para a
inconstitucionalidade ser atacada de forma direta.
Quer dizer, temos o controle jurisdicional (sem prejuízo do controle dos demais
poderes) e, dentro dele, o controle concentrado abstrato (sem prejuízo do controle
concreto feito em processos subjetivos). É deste tipo de controle, vale dizer, o
controle de constitucionalidade concentrado e em abstrato, que a Constituição
propriamente cuida de regular. Todas as ações próprias em controle de
constituionalidade (ADI, ADC, ADPF) têm a finalidade principal de garantir a
supremacia constitucional. Os legitimados para fazê-lo em quaisquer casos são os
mesmos, constantes do rol do art. 103 da Constituição Federal. Todavia, essa
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Nos termos expressos do art. 102, I, “a”, da Constituição Federal, temos: “Compete
ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
lhe: I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual...”. Ou seja, o
objeto da ação direta de inconstitucionalidade será uma “lei ou ato normativo”.
Esta é a natureza do objeto na ação direta de inconstitucionalidade: só podem ser
objeto de ADI lei ou ato normativo. Não é qualquer ato do Poder Público que pode
servir de objeto (salvo na ADPF, como veremos), mas na ADI o objeto é
exclusivamente um ato do Poder Público de natureza legislativa, isto é, lei ou ato
normativo. Os atos de natureza administrativa e judicial ficam fora do alcance da
ADI. A natureza do objeto da ADI restringe-se, portanto, aos atos legislativos do
Poder Público (leis e atos normativos) e não a qualquer ato do Poder Público, por
expresso mandamento constitucional, nos termos do art. 102, I, “a”, da CF/88.
. Por isso é que não se admite como objeto de ADI, por exemplo, atos
administrativos (atos do Poder Público com natureza administrativa), ou ainda,
precedentes judiciais, como decisões judiciais e súmulas (atos do Poder Público
com natureza judicial). Apenas atos do Poder Público com natureza legislativa,
isto é, “lei ou ato normativo”, podem ser objeto de ADI. E aqui se entende lei em
sentido amplo, abrangendo todas as espécies primárias do art. 59 da Constituição
Federal: emendas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, leis
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Vale perceber que até mesmo as emendas constitucionais integram esse conceito
de lei, em sentido amplo. Ou seja, uma norma constitucional advinda do poder
constituinte derivado pode ser objeto de ADI. O que o STF não admite,
obviamente, são as normas constitucionais originárias serem objeto de ADI. O
poder constituinte originário não encontra limites no plano jurídico interno. Ele
pode colocar, juridicamente, o que bem entender na Constituição, apesar de que,
hoje, essa liberdade no plano interno vem sendo, de certa forma, mitigada no
plano externo, sobretudo a partir da difusão global dos direitos humanos. De todo
modo, no plano interno, as normas originárias não possuem limitação. Já o poder
constituinte derivado não. Para se fazer uma emenda há limites explícitos e
implícitos, formais e materiais, temporais e circuntanciais, impostos pelo próprio
poder constituinte originário. Portanto, uma emenda constitucional pode ser
objeto de ADI caso não respeite tais limites, mas se é uma norma originária,
prevista originariamente na CF/88, não pode ser impugnada.
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Contudo, a Corte Suprema, nas ADI’s 4048 e 4049, passou a admitir tal
possibilidade, entendendo que a lei orçamentária (que se trata de lei de efeitos
concretos) poderia trazer em seu bojo dispositivos abstratos e genéricos, dotados
de densidade normativa. E ainda, o recente posicionamento do STF evoluiu mais.
Agora, nem precisa verificar se a lei de efeitos concretos possui dispositivos com
abstração e generalidade, mas se é lei, mesmo formal, caberá ADI, exigindo-se
apenas que a controvérsia seja suscitada em abstrato. Assim, tratando-se de lei,
em sentido formal, pode ser objeto de ADI. A atual jurisprudência do Supremo,
portanto, não exige que a lei seja ato normativo do ponto de vista formal e
material. Sendo lei, é passível de controle abstrato de constitucionalidade. Então,
hoje o entendimento é que não importa se o ato é geral ou específico, abstrato ou
concreto, o importante é que a controvérsia constitucional seja suscitada em
abstrato.
Vale destacar, contudo, um ponto interessante: e a lei do Distrito Federal, pode ser
objeto de ADI em face da Constituição Federal? A lei do DF tem natureza híbrida.
Pode ter conteúdo de lei estadual, quanto de conteúdo municipal. Se tiver
conteúdo de lei estadual, será possível ser impugnada via ADI perante o STF. Se
tiver conteúdo de lei municipal, não poderá. Nesse sentido, a Súmula do STF nº
642: “Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal
derivada da sua competência legislativa municipal”. Na ADC e na ADPF não temos
esse problema, porque, como veremos, a ADC só admite objeto federal em face de
Constituição Federal, logo, nunca caberá lei do DF ser objeto de ADC. Por outro
lado, a ADPF admite objeto federal, estadual e municipal em face de Constituição
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Federal, logo, sempre caberá lei do DF ser objeto de ADPF. O problema reside na
ADI, que permite objeto estadual, mas não municipal. Nesse caso, a lei do DF
pode ou não ser objeto de ADI a depender da sua natureza, já que é híbrida.
Como a ADI é uma ação direta de inconstitucionalidade, logo, não se presta para o
caso de não recepção (inconstitucionalidade superveniente), mas tão somente
para hipótese de inconstitucionalidade originária, isto é, objeto posterior ao
parâmetro. Até porque, como se sabe, o controle abstrato de constitucionalidade
serve para assegurar a supremacia constitucional. Quando uma norma
constitucional é incompatível posteriormente com uma lei, isso não afeta a
supremacia da Constituição. A Constituição é suprema, se ela vem posteriormente
e alguma lei anterior passa a ser incompatível com ela, subtende-se
automaticametne que a lei não foi por ela recepcionada. Na verdade, o problema
ocorre ao inverso, quando uma lei vem posteriormente se contrapondo à ordem
constitucional vigente. Como a lei veio depois da Constituição, nesse caso não há
como ter não recepção, ao contrário, a lei presume-se constitucional. É
exatamente por isso que, nessa hipótese, somente em se tratando de
inconstitucionalidade originária, caberá açao em controle de constitucionalidade.
Ademais, vale destacar alguns pontos quanto ao limite temporal para fins de ADI.
O primeiro deles refere-se ao fato de que o STF não admite como objeto de ADI
leis já revogadas. Isso ocorre somente no controle abstrato. É que enquanto no
controle concreto a finalidade é proteger direitos subjetivos, no controle abstrato a
finalidade é proteger a supremacia constitucional. Logo, uma lei já revogada pode
ser perfeitamente um objeto em controle concreto, mas não em controle abstrato.
No controle concreto, uma lei já revogada pode ter violado direitos subjetivos,
valendo a lei da época em que o fato ocorreu (princípio do tempus regit actum),
não interesse se a lei foi revogada ou não, se o fato ocorreu naquela época será
cabível controle concreto, ainda que tenha por objeto uma lei já revogada, porque
o controle concreto visa proteger direitos subjetivos. Já no controle abstrato, se
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uma lei já foi revogada, ela não ameaça mais a supremacia constitucional, logo,
não se justifica uma lei já revogada ser objeto de ADI, porque nesse caso, agora, a
preocupação não é proteger um direito subjetivo, mas tão somente a supremacia
constitucional no plano abstrato. Logo, se a lei já foi revogada, se já foi retirada do
ordenamento jurídico, se não mais ameaça a supremacia constitucional, não
caberá ADI.
E ainda, se uma determinada lei que está sendo objeto de ADI, antes que haja o
julgamento da referida ação, vier a vier a ser revogada, obviamente, não terá mais
lógica dar continuidade ao processo, justamente porque o objeto do processo é a
própria lei. Na verdade, nas ações de controle de constitucionalidade, temos o
objeto (lei impugnada) e o parâmetro de constitucionalidade (norma
constitucional). Se um dos dois, ou a lei impugnada, ou a norma constitucional,
deixar de existir, perde a razão de ser da continuidade da ação de
constitucionalidade. O controle abstrato é "principaliter tantum", ou seja, a
questão de inconstitucionalidade é a causa principal no processo, é o próprio
pedido, a norma em abstrato é o objeto do processo. Logo, conforme
entendimento do STF, a revogação de lei ou ato normativo objeto de controle
abstrato, assim também como a retirada da própria norma constitucional utilizada
como parâmetro do controle, implica perda de objeto da ação. Logo, no que se
refere à ADI, por um lado, leis revogadas não podem ser objeto de controle, e por
outro lado, a revogação da lei no curso da ação importa na sua extinção.
Há, contudo, uma exceção, quando o STF tem entendido ser excepcionalmente
possível uma lei já revogada ser objeto de ADI. Trata-se da chamada “fraude
processual” como tem sido denominada a hipótese no âmbito do Supremo. A
chamada fraude processual ocorre quando as leis são sucessivamente revogadas
com a intensão de burlar a jurisdição constitucional. A lei está sendo revogada, na
verdade, para burlar a jurisdição constitucional e impedir o julgamento em sede
de controle de constitucionalidade. Nesse caso, é cabível prosseguir na ADI,
mesmo em se tratando de lei já revogada. Mas a regra geral é que não cabe ADI em
face de lei revogada.
Outro ponto a se destacar é que, pelo mesmo raciocínio, não cabe ADI tendo por
objeto uma lei que esteja suspensa pelo Senado, na forma do art. 52, X, CF/88.
Assim, uma lei que, embora não tenha sido revogada, mas que esteja apenas
suspensa, não poderá abstratamente ser impugnada, porque enquanto assim o
estiver, não ameaçará a Constituição. Trata-se do instituto da suspensão da
execução da lei pelo Senado, previsto no art. 52, X, da CF/88. Nesse caso, se a lei
está suspensa, se não está mais sendo aplicada, se não pode produzir efeitos,
obviamente não há ameaça à supremacia constitucional, logo, nesse caso não se
justifica a propositura de ADI, sendo incabível controle abstrato. Logo, lei cuja
eficácia foi suspensa pelo Senado, não pode ser objeto de ADI.
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O Supremo tem admitido, excepcionalmente, ADI tendo por objeto lei temporária
de efeitos exauridos quando, cumulativamente, estejam presentes dois fatores: (i)
impugnação em tempo adequado e sua inclusão em pauta antes do exaurimento
da eficácia; e (ii) quando ainda produzir efeitos para o futuro apesar do fim do
lapso temporal fixado para a sua duração. Ou seja, segundo o Supremo (ADI
4426), se a lei produzir efeitos para além do término de sua vigência, será cabível
ADI, desde que impugnada antes do exaurimento desses efeitos. Então, se a lei foi
impugnada no tempo adequado, ou seja, antes de exaurir a produção dos seus
efeitos e, se mesmo sendo temporária, puder produzir efeitos para o futuro, neste
caso caberá ADI.
Por fim, importa destacar um entendimento que tem prevalecido no STF: não cabe
ADI em norma já declarada constitucional ou inconstitucional pelo Pleno do STF,
ainda que em sede de controle difuso (ADI 4071). Quer dizer, se uma determinada
lei já foi questionada perante o Supremo e este já decidiu, seja pela
constitucionalidade ou inconstitucionalidade, aquela lei não poderá novamente
ser questionada. É que, se o Pleno do STF já disse que uma norma é constitucional
ou inconstitucional, obviamente não cabe, de novo, o STF se pronunciar, para
repetir o que foi dito antes. Contudo, existem duas exceções: (i) se houver
mudanças significativas na situação fática; ou (ii) se houver a superveniência de
novos argumentos nitidamente mais relevantes.
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A contrário sensu, obviamente, aquilo que não integra o rol do art. 59 da CF/88,
em regra, não poderá ser objeto de ADI, porque não retirariam o fundamento de
validade diretamente da Constituição, logo, não haveria inconstitucionalidade
direta. Contudo, existem exceções, sendo possível um ato normativo que não
esteja contemplado no art. 59 da CF/88 violar diretamente a Constituição. Mas
essa não é a regra. Na verdade, a lógica é a seguinte: sendo uma das leis, em
sentido amplo, previstas no art. 59 da CF/88, teremos sempre
inconstitucionalidade direta, sendo cabível ADI; sendo outro ato normativo que
não conste do rol do art. 59 da CF/88 (atos infralegais), em regra, não teremos
inconstitucionalidade direta, sendo incabível ADI, mas é possível
excepcionalmente isso ocorrer. Então, atos legais (leis do art. 59 da CF/88)
sempre podem ser objeto de ADI; atos infralegais (atos normativos) podem ou não
ser objeto de ADI, mas em regra não.
É o caso, por exemplo, dos atos tipicamente regulamentares (que podem se dar
por portarias, instruções, decretos, etc), porque se é regulamentar, significa que
não está se ligando diretamente à Constituição, mas está regulamentando uma lei,
um ato primário, caso contrário não seria regulamentar. Nesse caso, como a
Constituição não está sendo violada de forma direta, não cabe ADI, pois existe
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uma lei entre a Constituição e o ato regulamentar, logo, temos apenas uma
inconstitucionalidade indireta, sendo incabível ADI. Assim, por não violar
diretamente a Constituição, os atos tipicamente regulamentares não podem ser
impugnados em ADI.
Por outro lado, também não se admite como objeto em ADI os atos regimentais e
as questões interna corporis, que são aquelas questões que devem ser resolvidas
internamente, próprias de regimento interno. Se uma questão é própria do
regimento interno, ela tem que ser resolvida no âmbito do próprio poder, não se
submete, em regra, à apreciação do Judiciário. Os regimentos e questões interna
corporis são atos infralegais que apenas organizam as competências dentro de
cada órgão e poder, não se tratam de espécies normativas primárias que violam
diretamente à Constituição. Portanto, assim também como os atos tipicamente
regulamentares, também os regimentos internos e as questões interna corporis
não podem ser objeto de ADI, porque teremos uma inconstitucionalidade apenas
reflexa ou oblíqua
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chamado decreto autônomo, previsto no art. 84, VI, da CF/88: "Art. 84. Compete
ao Presidente da República: VI – dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e
funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou
cargos públicos, quando vagos". Nesses dois, casos, trata-se de decreto autônomo,
não é decreto regulamentar, não é norma secundária, mas se trata de norma
primária, ao contrário do decreto regulamentar.
Mas, atenção, a exceção em que cabe ADI tendo por objeto ato infralegal não se
refere ao caso em que este simplesmente extrapola o conteúdo da lei que busca
regulamentar. Ao contrário, trata-se do caso de não haver lei nenhuma que,
mesmo em parte, confira validade ao ato infralegal. Somente neste último caso
trata-se de controle de constitucionalidade, no primeiro caso temos controle de
legalidade. Nesse sentido, a remansosa jurisprudência da Suprema Corte não
reconhece a possibilidade de controle concentrado de atos que consubstanciam
mera ofensa reflexa à Constituição, mesmo que parte dele esteja regulando a lei e
outra parte extrapolando-a. Se existe uma lei entre o ato e a Constituição, sempre
teremos controle de legalidade, e não de constitucionalidade. Quer dizer, se o ato
regulamentar vai além do contéudo da lei, pratica ilegalidade. Neste caso, não há
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Do mesmo modo, no que se refere às questões interna corporis. Em regra não cabe
ADI, porque se trata de matéria interna de cada poder, não sendo devida a
interferência do judiciário. Contudo, se a questão não for exclusivamente interna
corporis, mas envolver também um direito consagrado na Constituição, o STF tem
relativizado e admitido que, neste caso, pode haver apreciação do Judiciário.
Então, a norma constante de um regimento interno de um tribunal pode
excepcionalmente ser objeto de controle de constitucionalidade, Se a norma do
regimento interno é exclusivamente interna corporis, não pode ser objeto, mas do
contrário, admite-se a sua impugnação. Portanto, em qualquer caso, o importante
é saber qual é a essência do ato específico, e não apenas o nome que ele recebe.
Sendo ato infralegal (portaria, decreto, instrução, regimento, etc.) que viola
diretamente à Constituição, excepcionalmente caberá ADI.
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julgando uma procedente, a outra é improcedente. Por isso, uma ADC julgada
improcedente terá o mesmo efeito de uma ADI julgada procedente. Nos dois casos
a lei será tida por inconstitucional. Do mesmo modo, uma ADI julgada
improcedente terá o mesmo efeito de uma ADC procedente. Nos dois casos a lei
será tida por constitucional. Este é o caráter dúplice ou ambivalente da ADI e
ADC.
Mas, se a ADC possui a mesma natureza da ADI, pergunta-se: porque existir uma
ADC? Não bastaria a ADI? Embora a finalidade de ambas seja a supremacia
constitucional, essa garantia pode ocorrer de direfentes formas. Na ADI o objetivo
é retirar do ordenamento uma lei supostamente inconstitucional. As leis gozam de
presunção relativa de constitucionalidade, logo, para retirá-las do ordenamento
jurídico precisa-se da ADI. Já na ADC é o inverso, quer-se manter a norma no
ordenamento por ela ser constitucional. Em outras palavras, enquanto na ADI
busca-se desconstituir a presunção relativa de constitucionalidade e retirar a
norma do ordenamento, na ADC busca-se manter a norma no ordenamento e
reforçar a sua constitucionalidade transformando aquela presunção que antes era
relativa em uma presunção absoluta de constitucionalidade. Mas como ambas as
ações, tanto a ADI como a ADC, possuem a mesma natureza, praticamente tudo o
que foi falado na ADI aplica-se também para a ADC. Só existem três diferenças
entre ambas: (i) existência de pressuposto de admissibilidade na ADC
(controvérsia judicial relevante); (ii) maior restrição ao limite espacial quanto ao
objeto na ADC (apenas objeto federal em face de Constituição Federal); (iii)
inexistência de participação do Advogado-Geral da União (o AGU só participa na
ADI).
Embora ADI e ADC tenham natureza idêntica, apenas são inversas, é mais fácil,
contudo, por uma ADI do que uma ADC, justamente pela necessidade, nesta
última, de se observar um pressuposto de admissibilidade, qual seja: existência de
controvérsia judicial relevante, característica específica da ADC, nos termos do art.
14, III, Lei 9868/99: “Art. 14. A petição inicial indicará: III - a existência de
controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação
declaratória”. Isso ocorre pelo princípio da constitucionalidade das leis. Como
sabemos, quando uma lei ingressa no ordenamento jurídico, pressupõe-se que seja
constitucional, até que sua inconstitucionalidade seja reconhecida. Trata-se,
então, de presunção relativa. Ora, mas se há essa presunção de
constitucionalidade, porque propor ADC, se já se pressupõe que a lei seja
constitucional? Não faria sentido ficar propondo ADC de todas as leis que
surgissem, porque, em princípio, todas já são constitucionais. É muito mais lógico
propor ADI quando se quer desconstituir essa presunção para expurgar a lei do
ordenamento jurídico, mas a ADC tornar-se-ia desnecessária, justamente pelo
princípio da constitucionalidade das leis.
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Qual a razão dessa diferença? Quando a ADC foi criada, com a Emenda 03/93, só
havia quatro legitimados para propô-la, todas autoridades federais: Presidente,
Procurador-Geral da República, Mesa da Câmara e Mesa do Senado. Não havia
autoridades estaduais como legitimados. O seu objeto era apenas a lei ou ato
normativo federal. Com a EC 45/04, veio a proposta de igualar a ADI e a ADC,
tanto com relação aos efeitos da decisão, como também em relação aos
legitimados, bem assim também quanto ao objeto. Na proposta que deu origem à
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Emenda 45, tinha também a previsão de que o objeto da ADC passaria a ter o
mesmo limite espacial da ADI, o que abrangeria as leis e atos normativos,
também, estaduais. Só que, nesta parte, teve emenda do Senado e teve que
retornar para a Câmara. É a PEC 29/2000, que está em votação na Câmara dos
Deputados. Essa PEC 29/00 é uma parte da EC-45 que voltou para a Câmara
novamente e criou essa distorção no sistema. Na verdade, a intenção da EC-45 era
igualar completamente as duas ações (efeitos, legitimados, objeto), salvo no que
tange ao pressuposto de admissibilidade da necessária existência de controvérsia
judicial relevante e a desnecessidade de participação do Advogado Geral da União
na ADC. Contudo, essa proposta ainda não foi aprovada.
Assim, se no que se refere aos legitimados e aos efeitos não há diferença, mas no
aspecto espacial do objeto a ADC ainda diverge da ADI. Logo, enquanto a ADC só
aceita como objeto lei ou ato normativo federal em face de Constituição Federal, a
ADI é mais ampla e permite como objeto lei ou ato normativo federal e também
estadual, em face da Constituição Federal. Na verdade, como ADI e ADC são ações
com mesma natureza, não há razão para diferença quanto ao objeto. Já no que se
refere ao paradigma estadual essa divergência não existe. Assim, ADI e ADC,
tendo por objeto lei ou ato normativo em face de Constituição Estadual, todas
duas aceitam objeto estadual ou municipal. Portanto, o objeto na ADC pode ser lei
ou ato nromativo apenas federal em face de Constituição Federal, ou então, lei ou
ato normativo estadual e municipal em face de Constituição Estadual.
Além da ADI e da ADC, temos também a ADPF, prevista no art. 102, §1°, da
Constituição Federal: ”A argüição de descumprimento de preceito fundamental,
decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na
forma da lei”. Enquanto ADI e ADC estão regulamentadas na Lei n. 9868/99, a
ADPF está regulada na Lei n. 9882/99. De fato, a Arguição de Descumprimento de
Preceito Fudamental (ADPF) tem muitos características diferentes da ADI e da
ADC. Se ADI e ADC são bem próximas, a ADPF já possui várias diferenças em
relação àquelas. Não é por outro motivo que existe uma lei específica regulando a
ADPF (Lei n. 9882/99), e outra lei que se aproveita para ADI e ADC (Lei n.
9868/99).
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Vale ressaltar que preceito não se confunde com princípio. Preceito é sinônimo de
norma. E norma pode ser tanto princípio quanto regra. Então, é perfeitamente
possível ter uma norma-regra que seja considerada preceito fundamental. Logo,
temos preceitos que são princípios, mas temos também preceitos que são regras. O
que importa é que não será cabível uma ADPF em face de dispositivo constiucional
que não seja um preceito fundamental. O parâmetro de controle na ADPF é mais
restrito que na ADI e ADC, porque apenas a violação de preceito fundamental é
passível de ADPF. Partindo desse pressuposto, se o parâmetro de controle da
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ADPF é mais restrito que na ADI e na ADC, poderia-se, então, indagar: porque
criar a ADPF, se já existe ADI e ADC e o parâmetro de controle destas abrange
àquela?
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Portanto, de tudo isso se percebe que o objeto da ADPF é muito mais amplo do
que o da ADI e da ADC, pelo simples fato de que a ADPF é uma Arguição de
“Descumprimento” e não uma Ação Direta de “Inconstitucionalidade”. O objeto é
mais amplo no que se refere à três limites vistos atrás: natureza do objeto, limite
espacial e limite temporal. Só não há diferença quanto ao prisma de apuração,
porque o controle abstrato, inclusive em ADPF, exige ofensa direta à Constituição.
Mas a ADPF abrange mais situações que a ADI e ADC, daí a sua razão de
existência. Tanto ADI, ADC e ADPF, têm por finalidade assegurar a supremacia da
Constituição, mas possuem enfoques distintos. Vejamos, pois, as particularidades
da ADPF:
Assim como ocorre na ADC, onde temos pressuposto para a sua admissibilidade
(controvérsia judicial relevante), também na ADPF temos um requisito prévio
para a ação ser admitida. É que, como o objeto da ADPF é bem mais amplo, é
necessário que seja observado, como pressuposto de admissibilidade para esta
ação, o seu caráter subsidiário, como previsto na Lei n. 9882/99, no seu art. 4º,
§1º: “Não será admitida argüição de descumprimento de preceito fundamental
quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade”. Trata-se do
chamado princípio da subsidiariedade na ADPF, fundamental para se entender
quando será cabível ADC, ADI ou ADPF. Esse caráter subsidiário vai determinar
quando a ADPF será cabível ou não.
Por esse pressuposto do necessário caráter subsidiário da ADPF, temos que este
tipo específico de ação só é cabível quando não existir outro meio igualmente
eficaz para sanar a lesividade. Na verdade, o caráter subsidiário não significa a
inexistência de outro meio, mas a inexistência de outro meio eficaz para sanar a
lesividade. Então, para o exame de admissibilidade da ADPF não basta verificar a
mera existência, em tese, de outro meio para sanar a lesividade, mas ainda, que
esse meio seja igualmente eficaz, só assim não caberá ADPF. Se existir outro meio,
mas este for ineficaz, ou tiver eficácia insuficiente, então caberá a ADPF.
Atualmente, o STF vem entendendo que esse outro meio processual, para ser
igualmente eficaz, tem que ter a mesma efetividade, amplitude e imediaticidade da
ADPF. Não é simplesmente a existência de outro meio processual cabível à
hipótese que elimina o cabimento de ADPF, mas o caráter de subsidiariedade
desta, segundo o entendimento do STF, deve ser visto sob dois fatores: existência
de outro meio processual e igual eficácia deste (efetividade, amplitude,
imediaticidade).
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Vimos atrás que, tanto na ADI como na ADC, por força do art. 102, I, “a”, da
Constituição Federal, o objeto dessas ações não é qualquer ato do Poder Público,
mas exclusivamente um ato de natureza legislativa, isto é, “lei ou ato normativo”.
Ocorre que na ADPF é diferente, o objeto é mais amplo quanto à sua natureza.
Para fins de ADPF, o objeto não precisa ser necessariamente lei ou ato normativo,
sendo possível a impugnação de qualquer ato do Poder Público. Portanto, o objeto
da ADPF pode ser uma lei ou um ato normativo, mas também pode ser qualquer
ato do Poder Público, mesmo que não tenha natureza legislativa, isto é, ainda que
não seja uma lei ou ato normativo. Qualquer ato do Poder Público, portanto, pode
ser objeto de ADPF.
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objeto, mas tão somente se limita, no art. 102, §1°, a dispor que: “A argüição de
descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será
apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei”. Ou seja, coube à Lei n.
9882/99, que trata da ADPF, regulamentar o seu objeto. E nos termos do art. 1°,
caput, da referida Lei, temos que o objeto da ADPF pode ser qualquer ato do Poder
Público, não se restringindo apenas aos atos de natureza legislativa (lei ou ato
normativo), dispondo-se nos seguintes termos: “A argüição prevista no §1° do art.
102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e
terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do
Poder Público”. Observe-se, portanto, que a parte final do dispositivo é clara ao
dispor que o “ato do Poder Público“ poderá ser arguido mediante ADPF se causar
lesão à preceito fundamentao.
São exemplos em que o cabimento de ADPF é inadmitido pelo STF: (a) Súmulas:
no que se refere às súmulas vinculantes, como já visto, falta o requisito da
subsidiariedade, já com relação às súmulas comuns, entende o STF que, como elas
são apenas uma consolidação de um entendimento judicial no tempo, é o próprio
judiciário que deve verificar se aquele entendimento deve ou não ser abandonado,
não sendo cabível em ADPF, diferente do que ocorre nas decisões judiciais; (b)
Proposta de Emenda Constitucional (PEC): a proposta de emenda não é um ato do
Poder Público completo e acabado, trata-se ainda de ato que está em formação,
por isso não pode ser objeto de controle abstrato; (c) Veto: nesse caso, já em duas
decisões (ADPF nºs. 01 e 73) o STF expressamente fixou entendimento no sentido
de que o veto não pode ser objeto de ADPF, por ser ato de natureza política,
discricionária do Chefe do Executivo; (d) Atos Tipicamente Regulamentares: em
duas decisões (ADPF nºs. 169 e 192) o STF já se posicionou contra o recebimento
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Por isso, a ADPF é uma exceção à regra geral de que, para fins de controle abstrato
de constitucionalidade, o objeto tem que ser posterior ao parâmetro, como ocorre
na ADI e ADC. Na verdade, como na ADPF falamos de arguição de
descumprimento, e não inconstitucionalidade, nesse caso podemos ter um
descumprimento de um objeto anterior ao parâmetro, O que não há no direito
brasileiro é inconstitucionalidade superventiente, mas agora estamos falando de
descumprimento. Portanto, cabe perfeitamente ADPF impugnando um objeto
precedente ao parâmetro de controle. Enquanto a inconstitucionalidade só existe
se o objeto for posterior ao parâmetro, o descumprimento pode ocorrer com o
objeto anterior ou posterior ao parâmetro. Só não existe descumprimento,
obviamente, em face de norma constitucional já foi revogada, logo, o parâmetro de
controle necessariamente tem que ser referente à ordem constitucional vigente.
Mas em se tratando de um objeto supostamente não recepcionado, será cabível
ADPF, o que significa que este meio processual é hábil a ser manejado para
impugnar um objeto que seja tanto anterior como posterior a um parâmetro de
controle vigente.
Nesse sentido, o próprio art. 1°, §único, da Lei 9882/99, afirma expressamente
que caberá argüição de descumprimento de preceito fundamental inclusive de
normas anteriores à Constituição. Por isso é que, enquanto ADI e ADC possuem
como limite temporal uma inconstitucionalidade originária (objeto
necessariamente posterior ao parâmetro), já que não há inconstitucionalidade
superveniente, e sim não recepção, na ADPF, por sua vez, será possível o objeto
ser também anterior ao parâmetro, porque nesse caso temos descumprimento (e
não inconstitucionalidade), que pode ocorrer com objeto anterior ao parâmetro.
Então, por exemplo, uma lei de 1990 só poderá ser impugnada via ADPF em face
de uma norma incluída no texto constitucional pela Emenda Constitucional de
1993. Uma ADI ou ADC não se presta à hipótese, porque nesses casos o objeto tem
que ser posterior ao parâmetro, seja este norma constituinte originária ou
derivada. Somente na ADPF é possível objeto que seja anterior ao parâmetro. Se
naquele exemplo anterior fosse proposta uma ADI, não seria possível a
continuidade da ação nessas condições, cabendo ao STF invocar o princípio da
fungibilidade para transformá-la em ADPF, sempre que possível. Na verdade,
ADI, ADC e ADPF, são ações consideradas fungíveis, desde que respeitados os
requisitos de cada espécie.
6. CONCLUSÃO
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inexistência de
Pressuposto de controvérsia judicial outro meio
-
Admissibilidade relevante igualmente
eficaz
Normas
Parâmetro de Normas formalmente constitucionais constitucionais
Controle integrantes do bloco de constitucionalidade de preceito
fundamental
Cabível também
para normas
anteriores à
Limite Somente inconstitucionalidade originária Constituição
Temporal (objeto posterior ao parâmetro) (objeto posterior
ou anterior ao
parâmetro de
controle
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FILHO, Manoel Gonçalves Ferreira Filho. Curso de Direito Constitucional. 37ª ed.
Saraiva, 2011.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 34ª ed.
Malheiros, 2011.
Autor
Francisco Gilney Bezerra de Carvalho Ferreira
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