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1 INTRODUÇÃO
Turismo, o turismo movimenta mais de US$ 3,5 trilhões anualmente, sendo considerado
por vários órgãos de pesquisa como um dos ramos de atividade que mais cresce no
indiretamente dele.
Descobrir novos lugares, conhecer pessoas e costumes diferentes, enfim, é ter uma
um povo e, por isso mesmo, é uma das melhores formas de conhecer uma cultura.
cidades.
2 REFERÊNCIAS HISTÓRICAS1
quem come. Além disso, o ato de comer tem um sentido simbólico para o homem.
nação à qual pertence. Cozinhar é uma ação cultural que nos liga sempre ao que
sonhamos.
que comuns, de modo que, ao se juntarem, resultem num sabor original. É esse
a arte de cozinhar.
aprimorando cada vez mais a arte de cozinhar, e provocando uma verdadeira revolução
frutos e carnes, até os dias atuais, onde as refeições mais elaboradas possuem um
determinado povo.
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LEAL, Maria Leonor Macedo. A história da gastronomia. Rio de Janeiro: Editora Senac Nacional, 1998.
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diferenciar o homem dos outros animais. A carne deixou de ser comida crua e passou a
ser assada diretamente nas chamas ou nas brasas, presa a um espeto. Os cereais
Na Idade Antiga o pão era uma alimentação cotidiana, normal e clássica. Ele
começou a ser preparado há mais de dois mil anos, na Idade Antiga, pelo povo egípcio,
que foi também o inventor da padaria artística, produzindo pães das mais diferentes
formas. Por vários séculos o pão foi o alimento sólido, de base, em todas as classes
cozinha. A comida era preparada por cozinheiros escravos, que tinham uma posição de
destaque em relação aos demais escravos, tendo em vista o enorme valor dado às
refeições.
criou uma cozinha variada e refinada, ultrapassando os gregos, mas guardando muitas
recebiam altos salários. Ter um desses cozinheiros passou a ser símbolo de ascensão
social.
das redondezas e ofereciam hospedagem aos viajantes, sempre com mesa muito farta.
O Renascimento foi uma época marcada pela beleza da música, pelo brilho e
exuberância das artes plásticas e pela liberação dos prazeres, dentre os quais estavam
europeus, para apurar o sabor dos alimentos e também para conservá-los melhor. Não
lançarem nas grandes navegações ocorridas nos séculos XV e XVI fosse justamente à
produtos. O açúcar, muito caro na Idade Média porque tinha que ser importado do
América.
No século XVI, a cozinha francesa sofreu uma grande influência dos italianos,
que se casara com o herdeiro do trono francês, futuro Rei Henrique II, sua influência na
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corte e o trabalho dos cozinheiros que levou consigo, marcaram o início da mais
pelos países da Europa. No século XVIII a França inaugurou uma cozinha mais
elegante, que deixava a pompa de lado. Era mais discreta que a do período anterior,
ofereceu um alto prêmio a quem criasse uma técnica para conservar alimentos por
longo tempo. Assim surgiu a conserva em vidros, que evoluiu para os enlatados, dando
clientes o que havia para comer e beber. Ainda nesse período, grandes chefs e
depois de perderem seus empregos nos palácios da nobreza, já que ela ficara
enfraquecida com a revolução. Cada restaurante francês, simples ou não, passou a ter
um homem que desenvolvia os prazeres da boa mesa, com sofisticação e arte. Tudo
isso, aliado à afirmação da classe média após a Revolução Francesa, fez nascer a
gastronomia.
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muitas receitas francesas viajaram para os quatro cantos do planeta, facilitadas pelos
chefs franceses também viajaram por todo o mundo, ministrando cursos, formando
Foi assim, então, que o século XX viu nascer a cozinha internacional, quando
viajantes, turistas ou não, porque sabem que nela poderão encontrar pratos de sabor
Nos Estados Unidos, começou a haver procura cada vez maior pelas refeições
do tipo fast-food e self-service, como também por restaurantes que produziam refeições
O importante, para eles, era dar um tratamento inteligente aos alimentos, sem
destruir o trabalho feito pela natureza. A nouvelle cuisine, está hoje em vários países do
Preocupa-se com a apresentação dos pratos, cujas cores devem estar em harmonia,
A arte culinária, como qualquer outro fruto do conhecimento humano, é algo que
se cria e recria continuamente, que segue pela história, fazendo trocas com o tempo.
dos que vieram antes de nós. A culinária é uma das mais genuínas manifestações
nossos antepassados nas fazendas senhoriais dos séculos XVIII e XIX, tiveram que
passar por várias etapas para chegar até o povo mineiro. Foi durante este período que
o Brasil viveu o ciclo do ouro com a descoberta das riquezas de Minas Gerais. O ouro
sendo os mais famosos aqueles derivados da mandioca e dos pratos com caça.
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NUNES, Maria Lúcia Clementino; NUNES, Márcia Clementino. História da Arte da Cozinha Mineira por Dona
Lucinha. Belo Horizonte. Ed. Da autora, 2001.
ABDALA, Mônica Chaves. Receita de Mineiridade – A cozinha e a construção da imagem do mineiro.
Uberlância: Edufu, 1997.
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tinham que produzir quase tudo para o seu sustento. O cultivo de hortas e a criação de
pequenos animais, porcos e galinhas, deram a base para a cozinha mineira. Receitas
preparadas à base de feijão e carne de porco – tutu com torresmo, feijão de tropeiro, e
o frango caipira com quiabo ou ao molho pardo, são só algumas pequenas amostras
dessa variada culinária, mesmo não sendo exclusivamente de Minas, ganharam status
de mineiridade pelo jeito de fazê-los, como um ritual; o jeito mineiro de servi-los, como
culinária, hoje são respeitadas e famosas em todo o Brasil e até no exterior por se
4 TURISMO E GASTRONOMIA
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O Turismo é hoje uma das principais atividades econômicas e é o setor que mais
Conforme Beni:
Segundo Ycarim Melgaço, turismo corresponde a uma viagem que tem como
Por ser uma atividade econômica com caráter social e cultural bastante
os pratos típicos é mergulhar na cultura local, diminuindo a distancia social que possa
Assim, a culinária pode ser uma maneira de respeitar e reconhecer uma cultura.
É preciso que as pessoas preservem essas tradições culinárias para oferecer ao turista
definida como “Arte de cozinhar de maneira que se proporcione o maior prazer a quem
do diferente.
Chef Laurent Suaudeau e uma enoteca. Esses roteiros disponíveis foram elaborados
Pantanal, Amazônia, Angra dos Reis e Sul da Bahia. Os roteiros foram formulados, com
tradição regional e toda e emoção e sentimento envolvido naquele processo, para que
Além desses mencionados, existem roteiros turísticos mais luxuosos, que são
chamados “turismo de grife”, nas quais os turistas mergulham no universo europeu que
lhes são oferecidos no pacote. Estão inclusos estadias em hotéis, castelos; visitas a
possibilidades, na verdade, não tão novas, mas nem sempre bem exploradas, que são
região.
proporciona, sendo até uma “válvula” de escape para o stress da vida urbana.
normalmente, acontece através de algum evento social, que pode ser uma festa, um
necessidade que esse momento seja um evento especial, como se fosse um ritual de
prazer, ou seja, o mesmo alimento, saboreado sozinho (sem outras pessoas), não teria
o mesmo sabor, ou não proporcionaria o mesmo prazer. Isso mostra a importância dos
alimentos, sem conhecer o local e sua cultura, para muitos, não é o bastante, é a partir
daí que o turismo gastronômico passa a ser um diferencial e abre um grande leque de
possibilidades.
vivenciar outras culturas e a gastronomia pode ser o motivo principal, para se conhecer
a uma festa típica, como a Oktoberfest, e experimentar comidas típicas alemãs, a festa
e a localidade têm as suas atrações, mas a comida pode ser o diferencial para a
escolha desse local, a partir daí temos diversos exemplos, o Chile com suas vinícolas e
seus pescados únicos, a França e sua culinária requintada e tradicional, a Itália com
cujo significado ou cujas razões foram depois esquecidas, isso via de regra foi para
atraentes pelos produtos que oferecem à mesa. Pratos típicos, vinhos, queijos, patês,
tem sido freqüente, atingindo um público exigente e que tem interesse em conhecer
novos lugares acompanhados por gourmets. Esse tipo de turismo é mais sofisticado,
mais simples, uma espécie de “mochileiro gastronômico”, onde são elaborados pacotes
6 TURISMO DE EVENTOS
tinham cunho religioso, pois durante os jogos estabelecia-se uma trégua e nenhum tipo
Lazer, devido a falta de segurança nas estradas, mas para o turismo de eventos foi
XIX, quando o Inglês Thomas Cook organizou a ida de um grupo de pessoas para
participar de um congresso.
Turismo de Eventos.
Primeiro evento no Brasil, realizado em um local destinado a realização dos eventos, foi
Mundial a partir da década de 1950 com a organização das classes profissionais e com
7 OS FESTIVAIS GASTRONÔMICOS
Este festival, teve como origem o Belô Sabor, evento que acontecia em Belo
cidades e reúne 1057 restaurantes, para participar deste festival, faz-se necessário à
Conforme discurso do Ministro de Turismo Walfrido dos Mares Guia, vários países
do PIB mundial. Ressaltou ainda que o setor é muito importante para a economia,
porque gera emprego, renda e divisas para o país. Afirmou também que dos 66 mil
é ideal para reunir amigos e apreciar pratos típicos mineiros, bem como criações
específicas, agregando valor á culinária local. A idéia principal deste evento é valorizar
Belo Horizonte tem uma vida cultural muito rica. Além de diversas opções
culturais, como o nacionalmente reconhecido Festival Internacional de teatro,
BH é famosa por ter excelentes bares. Os visitantes que aqui chegam, mais que
hospitalidade, encontram uma rica vida noturna, que oferece uma culinária
típica, com muita qualidade, arte e alegria. É neste contexto que o Comida di
Buteco se insere. Trata-se de um evento de grande força cultural, reforçando as
raízes da cidade, que sempre teve a artes e o lazer como importantes aspectos
para a atração de negócios e de turismo.
gelada, o melhor atendimento e o zelo com a higiene oferecida nos bares participantes
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1997 e com o passar dos anos o evento ganhou bom gosto e requinte. No local há
redescoberta da planta. São degustados durante todo o evento, diversos pratos que
foram criados.
edição, atrai um público considerável. Na sua última edição, durante os dois dias do
festival foram servidos mais de 300 jantares. O Festival Ora Pro Nobis é o primeiro
GOURMET)
8ª edição e atrai diversos turistas para a cidade. Além da culinária, são realizadas
A pequena Tiradentes, palco do Fest Gourmet está localizada no Vale do Rio das
Mortes, a 250 quilômetros de Belo Horizonte. Ideal para quem quer conhecer a história,
a arte colonial e a culinária mineira, Tiradentes é uma das melhores opções da região.
escondido durante muito tempo, o que fez com que ficasse bem preservado até hoje.
Esse é o principal motivo do grande número de visitantes do mundo todo que querem
redescobri-lo. Passado o fervor das extrações de ouro a cidade passou por um longo
processo de decadência. Sua população foi cada vez mais diminuindo e pouco se
construiu. No final do século XIX o mato crescia entre as pedras do calçamento e quase
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ninguém era visto por suas ruas. Esse cenário em nada lembrava a antiga Vila de São
José Del Rei, importante palco político, disputada pelo ouro guardado em suas terras.
encontrar na cidade a entrada de vários túneis, hoje interditados, que denunciam que
1938, Tiradentes renasceu e hoje é invadida pelas mais diferentes pessoas. Conhecer
é uma oportunidade para os turistas conhecerem essa rica cultura. O festival apesar de
não demonstrar uma culinária regional, o que acontece nos outros festivais, é de
cidade para trabalhar e colaborar com a equipe. No total são 40 pessoas experts em
gastronomia.
a taxa de ocupação hoteleira é de 100%”. Para atender os turistas, a mão de obra local
economicamente, pois gerou emprego, renda e divisas para a cidade. Pode-se notar,
que além desses benefícios, a cidade de Tiradentes se tornou um cenário para abrigar
8 CONCLUSÃO
turismo e possibilita inúmeras oportunidades para todos aqueles que souberem explorar
motivador e mesmo quando não é o motivo e/ou elemento principal, sempre estará
inserida no contexto e terá o seu papel de destaque num evento turístico, como uma
indiretos.
um público classe A .
do Fest Gourmet. Pode-se observar que a taxa de ocupação nas pousadas e hotéis tem
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- ALGRANTI, Leila Mezan. História da vida privada no Brasil: Cotidiano e vida privada
na América Portuguesa. Companhia das Letras.
- BARBOSA, Ycarim Melgaço. Histórias das viagens e do Turismo. São Paulo: Editora
Aleph, 2002. (Coleção ABC do Turismo)
- BENI, Mario Carlos. Análise Estrutura do Turismo. 7 ed. São Paulo: Senac, 2002.
- BOSISIO, Arthur (coord.); CHRISTO, Maria Stella Libanio; ROCHA, Tião. Sabores e
cores das Minas Gerais: a culinária mineira no Hotel Senac Grogotó. Ed. Senac
Nacional, 1998.