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1 INTRODUÇÃO

O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) pretende analisar a contribuição que

os festivais gastronômicos oferecem para a atividade turística.

As condições de vida impostas pela modernidade, os avanços tecnológicos, o

aumento do ganho salarial, bem como a diminuição da jornada de trabalho, geram no

homem uma crescente necessidade de lazer associado ao desligamento de sua rotina

estressante e massificante. Viajar, atualmente virou uma espécie de “terapia da

sociedade” (SIMÃO, 2001 p. 61).

Hoje existem milhões de pessoas viajando e, segundo a Organização Mundial de

Turismo, o turismo movimenta mais de US$ 3,5 trilhões anualmente, sendo considerado

por vários órgãos de pesquisa como um dos ramos de atividade que mais cresce no

mundo, calculando-se que mais de 180 milhões de pessoas vivem direta ou

indiretamente dele.

Por gerar interesses distintos, o turismo passou a segmentar-se em áreas

diferentes de atuação, surgindo assim várias modalidades como: turismo cultural,

turismo religioso, turismo esportivo, turismo de negócios, turismo infantil, turismo da

terceira idade, turismo rural, turismo ecológico ou ecoturismo e turismo gastronômico.

Descobrir novos lugares, conhecer pessoas e costumes diferentes, enfim, é ter uma

experiência cultural única e enriquecedora.

Viajar também implica conhecer a cultura de um povo, na busca pelo diferente. A

atração cultural pode ser a principal motivação da viagem, na medida em que as

localidades turísticas se apresentam vinculadas aos fatores culturais, através do

artesanato, da arquitetura, da história e da gastronomia, especialmente para o


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conhecimento da culinária regional, pois a gastronomia é parte importante da cultura de

um povo e, por isso mesmo, é uma das melhores formas de conhecer uma cultura.

O turismo gastronômico poderá trazer diversos benefícios para uma região, já

que pode favorecer o desenvolvimento das empresas ligadas ao ramo da alimentação,

em todos os setores, gerando novos empregos e melhorando a qualidade de vida nas

cidades.

Com este trabalho de investigação bibliográfica e documental, pretendemos

identificar qual é a real contribuição que os festivais gastronômicos oferecem para o

desenvolvimento da atividade turística em uma localidade.


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2 REFERÊNCIAS HISTÓRICAS1

A principal preocupação da arte de cozinhar é proporcionar o máximo de prazer a

quem come. Além disso, o ato de comer tem um sentido simbólico para o homem.

Toda cozinha tem a marca do passado, da história, da sociedade, do povo e da

nação à qual pertence. Cozinhar é uma ação cultural que nos liga sempre ao que

fomos, somos e seremos e, também, com o que produzimos, cremos, projetamos e

sonhamos.

A arte de cozinhar, no entanto, não pode se resumir a uma simples mistura de

ingredientes. Podemos dizer que é preciso combinar os diferentes elementos, ainda

que comuns, de modo que, ao se juntarem, resultem num sabor original. É esse

justamente, o campo da gastronomia.

A gastronomia refere-se à arte de preparar iguarias, tornando-as mais digestivas,

de modo a obter o maior prazer possível. A história da gastronomia é, portanto, uma

sucessão de trocas, conflitos, desavenças e reconciliações entrem à cozinha comum e

a arte de cozinhar.

Sem dúvida, o entrelaçamento de nacionalidades vem enriquecendo e

aprimorando cada vez mais a arte de cozinhar, e provocando uma verdadeira revolução

na gastronomia. Com início na Pré-História, onde o homem se alimentava com raízes,

frutos e carnes, até os dias atuais, onde as refeições mais elaboradas possuem um

refinamento, percebemos que a gastronomia é parte da herança cultural de um

determinado povo.

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LEAL, Maria Leonor Macedo. A história da gastronomia. Rio de Janeiro: Editora Senac Nacional, 1998.
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A descoberta do fogo, há cerca de 1,5 milhões de anos, foi decisiva para

diferenciar o homem dos outros animais. A carne deixou de ser comida crua e passou a

ser assada diretamente nas chamas ou nas brasas, presa a um espeto. Os cereais

passaram a ser torrados sobre as brasas na pedra, e as carnes, aves e pescados,

defumados ou secos por exposição ao calor do fogo.

Na Idade Antiga o pão era uma alimentação cotidiana, normal e clássica. Ele

começou a ser preparado há mais de dois mil anos, na Idade Antiga, pelo povo egípcio,

que foi também o inventor da padaria artística, produzindo pães das mais diferentes

formas. Por vários séculos o pão foi o alimento sólido, de base, em todas as classes

sociais da civilização ocidental.

Entre os gregos da Antigüidade, o aumento da classe aristocrática, mais rica,

levou a arte de comer a se associar à arte de receber, acarretando um refinamento da

cozinha. A comida era preparada por cozinheiros escravos, que tinham uma posição de

destaque em relação aos demais escravos, tendo em vista o enorme valor dado às

refeições.

Os gregos levaram princípios da sua culinária para os romanos. O povo romano

criou uma cozinha variada e refinada, ultrapassando os gregos, mas guardando muitas

semelhanças em relação às refeições e à hospitalidade. Os hábeis cozinheiros dos

banquetes eram pessoas muito importantes, reconhecidas como artistas, e que

recebiam altos salários. Ter um desses cozinheiros passou a ser símbolo de ascensão

social.

Os mosteiros, que se multiplicaram na Idade Média, desenvolveram a arte da

cozinha e desempenharam um importante papel na gastronomia. Os monges herdaram

o conhecimento da cozinha romana, mas, foram responsáveis por mudanças


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importantes na cozinha medieval, simplificando a preparação dos alimentos e

enriquecendo a qualidade dos produtos. Os monges também fabricavam pão, já que as

padarias só existiam nos mosteiros, conventos e castelos dos grandes senhores. Os

mosteiros medievais também serviam de armazém de alimentos para as populações

das redondezas e ofereciam hospedagem aos viajantes, sempre com mesa muito farta.

O Renascimento foi uma época marcada pela beleza da música, pelo brilho e

exuberância das artes plásticas e pela liberação dos prazeres, dentre os quais estavam

os prazeres gastronômicos. As especiarias eram extremamente apreciadas pelos

europeus, para apurar o sabor dos alimentos e também para conservá-los melhor. Não

é de se estranhar, portanto, que um dos motivos que levaram os europeus a se

lançarem nas grandes navegações ocorridas nos séculos XV e XVI fosse justamente à

busca de especiarias a preços mais vantajosos, para que os comerciantes

conseguissem maiores lucros.

Os navegadores levaram sementes, raízes e cereais para as terras distantes e,

de volta, traziam as novidades lá experimentadas. Assim os europeus aprenderam e

também ensinaram o preparo de um mesmo alimento de maneiras diferentes, o uso de

novos temperos, a combinação de diversos sabores e o cultivo dos mais variados

produtos. O açúcar, muito caro na Idade Média porque tinha que ser importado do

Oriente, tornou-se mais acessível e barato, graças às plantações de cana-de-açúcar na

América.

No século XVI, a cozinha francesa sofreu uma grande influência dos italianos,

herdeiros da tradição romana. Com a chegada de Catarina de Médici, princesa italiana

que se casara com o herdeiro do trono francês, futuro Rei Henrique II, sua influência na
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corte e o trabalho dos cozinheiros que levou consigo, marcaram o início da mais

complexa e refinada cozinha do mundo ocidental.

No decorrer do século XVII os costumes franceses começaram a se espalhar

pelos países da Europa. No século XVIII a França inaugurou uma cozinha mais

elegante, que deixava a pompa de lado. Era mais discreta que a do período anterior,

despertando para a inteligência, inventividade e interesse pela boa mesa. Destacava-

se a diferença entre a cozinha construída a partir da prática e da tradição popular, e a

cozinha pautada na invenção e na reflexão.

Napoleão Bonaparte, preocupado com a boa alimentação do seu exército,

ofereceu um alto prêmio a quem criasse uma técnica para conservar alimentos por

longo tempo. Assim surgiu a conserva em vidros, que evoluiu para os enlatados, dando

origem à indústria do alimento.

No período da restauração, os menus, cada vez mais artísticos e luxuosos,

começaram a se espalhar pelos restaurantes da Europa, com o intuito de informar aos

clientes o que havia para comer e beber. Ainda nesse período, grandes chefs e

cozinheiros foram trabalhar nos restaurantes de Paris ou abriram os seus próprios,

depois de perderem seus empregos nos palácios da nobreza, já que ela ficara

enfraquecida com a revolução. Cada restaurante francês, simples ou não, passou a ter

um homem que desenvolvia os prazeres da boa mesa, com sofisticação e arte. Tudo

isso, aliado à afirmação da classe média após a Revolução Francesa, fez nascer a

cozinha burguesa, que misturava os aromas do campo com a elegância da alta

gastronomia.
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A culinária da França atingiu seu apogeu com a internacionalização da cozinha,

muitas receitas francesas viajaram para os quatro cantos do planeta, facilitadas pelos

rápidos meios de transporte que passaram a distribuir as mercadorias mais

rapidamente e pelas técnicas mais modernas de conservação de alimentos. Grandes

chefs franceses também viajaram por todo o mundo, ministrando cursos, formando

seguidores e abrindo filiais de seus restaurantes em hotéis famosos.

Foi assim, então, que o século XX viu nascer a cozinha internacional, quando

grandes chefs usam seus conhecimentos gastronômicos e sua criatividade para

adaptar pratos de diferentes regiões, de modo a criar pratos novos e originais.

A cozinha internacional é um tipo de cozinha que facilita a alimentação dos

viajantes, turistas ou não, porque sabem que nela poderão encontrar pratos de sabor

que eles conhecem bem.

Nos Estados Unidos, começou a haver procura cada vez maior pelas refeições

do tipo fast-food e self-service, como também por restaurantes que produziam refeições

em massa, como as pizzarias. Esses hábitos alimentares dos americanos não

demoraram se espalhar por todo o mundo.

Na segunda metade do século XX, surgiu na França um movimento chamado

nouvelle cuisine, quando muitos cozinheiros, chefs e gastrônomos passaram a defender

uma culinária que realçasse mais o sabor natural dos alimentos.

O importante, para eles, era dar um tratamento inteligente aos alimentos, sem

destruir o trabalho feito pela natureza. A nouvelle cuisine, está hoje em vários países do

mundo, valorizando pratos em que os alimentos têm cozimento rápido.


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Não há excesso de temperos e os molhos são mais leves e menos gordurosos.

Preocupa-se com a apresentação dos pratos, cujas cores devem estar em harmonia,

para agradar aos olhos, além do olfato e do gosto.

A nouvelle cuisine, acima de tudo, valoriza a técnica, pois só com conhecimento

é que se pode trabalhar o alimento, sem perder o seu sabor natural.


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3 UMA ABORDAGEM HISTÓRICA DA CULINÁRIA EM MINAS GERAIS2

A arte culinária, como qualquer outro fruto do conhecimento humano, é algo que

se cria e recria continuamente, que segue pela história, fazendo trocas com o tempo.

Portanto é de suma importância, além da capacidade de se inovar, preservar a herança

dos que vieram antes de nós. A culinária é uma das mais genuínas manifestações

culturais de um povo, os pratos, os quitutes e quitandas que freqüentavam a mesa de

nossos antepassados nas fazendas senhoriais dos séculos XVIII e XIX, tiveram que

passar por várias etapas para chegar até o povo mineiro. Foi durante este período que

o Brasil viveu o ciclo do ouro com a descoberta das riquezas de Minas Gerais. O ouro

e o diamante atraíram milhares de pessoas de todas as partes do país (sul, leste,

nordeste) todos com um único interesse, ganhar dinheiro com o garimpo.

A culinária mineira é o resultado de toda essa mistura de regiões brasileiras, sem

nos esquecermos da influência dos estrangeiros que já estavam no país. As receitas

vindas de diversas partes do Brasil sofreram mudanças e adaptações. A mistura de

ingredientes ou a substituição de um por outro foram montando e construindo a

culinária de Minas Gerais.

Os portugueses contribuíram muito para esta mistura de ingredientes. Durante as

navegações pelos continentes, eles levavam e traziam todo o tipo de especiarias,

alimentos e bebidas. Também a influência africana nos deu o costume de preparar

diversas raízes e brotos; a indígena também contribuiu com diversos ingredientes,

sendo os mais famosos aqueles derivados da mandioca e dos pratos com caça.
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NUNES, Maria Lúcia Clementino; NUNES, Márcia Clementino. História da Arte da Cozinha Mineira por Dona
Lucinha. Belo Horizonte. Ed. Da autora, 2001.
ABDALA, Mônica Chaves. Receita de Mineiridade – A cozinha e a construção da imagem do mineiro.
Uberlância: Edufu, 1997.
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Contribuíram ainda para o surgimento dessa culinária de temperos caseiros e

ricos sabores, as grandes distâncias entre as fazendas da época. Os proprietários

tinham que produzir quase tudo para o seu sustento. O cultivo de hortas e a criação de

pequenos animais, porcos e galinhas, deram a base para a cozinha mineira. Receitas

preparadas à base de feijão e carne de porco – tutu com torresmo, feijão de tropeiro, e

o frango caipira com quiabo ou ao molho pardo, são só algumas pequenas amostras

dessa variada culinária, mesmo não sendo exclusivamente de Minas, ganharam status

de mineiridade pelo jeito de fazê-los, como um ritual; o jeito mineiro de servi-los, como

uma liturgia e o jeito de saboreá-los, como uma comunhão.

À mesa se dispõe também o angu, a canjiquinha, a vaca atolada e outros tantos

pratos. Os doces de fruta em calda, os biscoitos e bolos, a broa de fubá, cuscuz e

biscoito de polvilho, além do pão-de-queijo e do queijo Minas, que completam o

cardápio. Sem contar as bebidas “espirituosas” como a cachaça de primeiríssima

qualidade, considerada recentemente como bebida de exportação.

Pessoas que souberam valorizar a cultura mineira e principalmente sua

culinária, hoje são respeitadas e famosas em todo o Brasil e até no exterior por se

especializarem nos pratos da culinária mineira.

4 TURISMO E GASTRONOMIA
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O Turismo é hoje uma das principais atividades econômicas e é o setor que mais

emprega pessoas em todo o mundo.

Conforme Beni:

o turismo é um elemento importante da vida social e econômica da


comunidade regional. Reflete aspirações legítimas das pessoas no
sentido de desfrutar de novos lugares, assimilar culturas diferentes,
beneficiar-se de atividades ou descansar longe do local habitual de
residência . (BENI, 2000 p. 168)

Segundo Ycarim Melgaço, turismo corresponde a uma viagem que tem como

principal objetivo a diversão, o lazer e o prazer. (BARBOSA, 2002).

De acordo com o Dicionário Aurélio, “turismo significa viagem ou excursão feita

por prazer, a locais que despertam interesse” (FERREIRA, 1986 p. 1728).

A indústria do turismo, considerada assim por ser uma importante força

econômica, responsável pela geração de empregos ou de renda, surgiu durante a

Revolução Industrial com as viagens feitas, em transportes relativamente baratos, pela

classe média e com a expansão da realização de viagens internacionais, possibilitadas

pelo uso massivo dos aviões a jato, por volta de 1960.

Por ser uma atividade econômica com caráter social e cultural bastante

acentuado, o turismo contribui para estreitar as distâncias entre as várias partes do

planeta para uma valorização e preservação das diferenças culturais. A cultura é um

importante atrativo de um destino turístico. Muitos turistas estão em busca da

diversidade e diferenças culturais que sobrevivem em um mundo marcado pela

homogeneização cultural (DIAS, 2003 ).


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O turismo cultural é motivado pela busca de informações, de novos

conhecimentos, de interação com outras pessoas, comunidades e lugares, da

curiosidade cultural, dos costumes, da tradição e da identidade cultural.

A culinária é um desses instrumentos através do qual o turista conhecerá o local

visitado. Para Amália, há determinadas culturas que desenvolveram pratos

sofisticados, transformando o ato de alimentar-se em uma outra “viagem”. Experimentar

os pratos típicos é mergulhar na cultura local, diminuindo a distancia social que possa

existir entre o turista e a comunidade local (LEMOS, 2001).

Assim, a culinária pode ser uma maneira de respeitar e reconhecer uma cultura.

É preciso que as pessoas preservem essas tradições culinárias para oferecer ao turista

algo típico da região.

Um povo se define antes de tudo pela sua cultura, e a gastronomia é um dos

aspectos culturais de um povo. De acordo com o Dicionário Michaelis, a gastronomia é

definida como “Arte de cozinhar de maneira que se proporcione o maior prazer a quem

come.” (FERREIRA, 1986 p. 839). Compreendemos que tanto o turismo quanto a

gastronomia estão ligadas diretamente a descobertas e a busca do prazer, do inusitado,

do diferente.

O Turismo Gastronômico está diretamente ligado ao prazer e sensação adquirida

através da comida e da viagem. Tanto turistas quanto excursionistas são impulsionados

a se deslocar buscando prazeres culinários.

Atualmente no Brasil, o Turismo Gastronômico inclui desde os pequenos festivais

locais de comida típica até um turismo ligado a grandes empreendimentos e praticado

por camadas mais favorecidas da sociedade. No Brasil já encontramos agências

especializadas nesse segmento. A proposta da Matueté (Agência) Produtora de viagens


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customizadas, por exemplo, é lançar roteiros gastronômicos curtos, em parceria com o

Chef Laurent Suaudeau e uma enoteca. Esses roteiros disponíveis foram elaborados

com um cardápio inspirado na cultura local. Dentre os destinos brasileiros, estão o

Pantanal, Amazônia, Angra dos Reis e Sul da Bahia. Os roteiros foram formulados, com

atividades típicas da região, bem como a gastronomia local com requinte.

É importante ressaltar, que ao elaborar um roteiro turístico gastronômico é

necessário levar em consideração o local de preparo dos alimentos, a época do ano, a

tradição regional e toda e emoção e sentimento envolvido naquele processo, para que

nada seja descaracterizado ou menos importante.

Além desses mencionados, existem roteiros turísticos mais luxuosos, que são

chamados “turismo de grife”, nas quais os turistas mergulham no universo europeu que

lhes são oferecidos no pacote. Estão inclusos estadias em hotéis, castelos; visitas a

restaurantes, vinícola e jantares com os gourmets mais renomados da Europa.

Com esses diversos aspectos do turismo cultural, verificamos claramente que o

turismo segmentado, em se tratando de turismo gastronômico é um nicho de mercado a

ser pensado e valorizado como realmente merece.


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5 A GASTRONOMIA COMO PRODUTO TURÍSTICO

A gastronomia como um produto, ou mesmo um atrativo de uma determinada

localidade, é interessante e importante do ponto de vista turístico, pois apresenta novas

possibilidades, na verdade, não tão novas, mas nem sempre bem exploradas, que são

as diversas formas de turismo voltadas para as características gastronômicas de cada

região.

É preciso entender o porquê dessas características diferentes, o porquê cada

comunidade, localidade ou mesmo grupos populacionais próximos, têm características

gastronômicas diferentes, retornando até a satisfação alimentar do ser humano, apenas

como necessidade de sobrevivência e sua, posterior, evolução para chegar às

diferenças atuais, aos rituais de integração e prazer que a gastronomia nos

proporciona, sendo até uma “válvula” de escape para o stress da vida urbana.

A quebra da rotina alimentar pelo consumo de alimentos característicos de outras

culturas é um atrativo turístico importante. A familiaridade com determinada alimentação

é confortadora, mas quebrar a monotonia é estimulante e essa quebra de rotina,

normalmente, acontece através de algum evento social, que pode ser uma festa, um

encontro, uma viagem.

Além disso, ao conhecer novas culturas, alimentos e sabores, o homem tem a

necessidade que esse momento seja um evento especial, como se fosse um ritual de

prazer, ou seja, o mesmo alimento, saboreado sozinho (sem outras pessoas), não teria

o mesmo sabor, ou não proporcionaria o mesmo prazer. Isso mostra a importância dos

rituais gastronômicos para o ser humano, são novas descobertas.


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Com a globalização, essa troca de experiências ficou mais fácil, já é possível

conhecer quaisquer alimentos, de todas as culturas, sem precisar conhecer suas

respectivas localidades, está quase tudo a alcance da mão. Mas só conhecer os

alimentos, sem conhecer o local e sua cultura, para muitos, não é o bastante, é a partir

daí que o turismo gastronômico passa a ser um diferencial e abre um grande leque de

possibilidades.

As pessoas buscam novos conhecimentos, querem experimentar novos sabores,

vivenciar outras culturas e a gastronomia pode ser o motivo principal, para se conhecer

determinado local. O turismo vive das diversas especificidades, já que as pessoas se

deslocam em busca de algo diferente, de uma aventura e do inusitado. Por exemplo, ir

a uma festa típica, como a Oktoberfest, e experimentar comidas típicas alemãs, a festa

e a localidade têm as suas atrações, mas a comida pode ser o diferencial para a

escolha desse local, a partir daí temos diversos exemplos, o Chile com suas vinícolas e

seus pescados únicos, a França e sua culinária requintada e tradicional, a Itália com

suas diversas variações, o exotismo da culinária oriental, como no Japão, China,

Tailândia entre outros.

Em cada cozinha regional, se houve invenção de um “modo de fazer” particular

cujo significado ou cujas razões foram depois esquecidas, isso via de regra foi para

responder a uma necessidade ou a uma lei do local. Atualmente coisas e pessoas se

transportam de um continente a outro, podem saborear cozinhas exóticas, experimentar

novos sabores e estranhas combinações. Muitas cidades tornaram-se conhecidas e

atraentes pelos produtos que oferecem à mesa. Pratos típicos, vinhos, queijos, patês,

doces, chocolates, receitas exóticas. Na Europa, particularmente na Alemanha, são


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organizados grupos de gastrônomos que viajam para conhecer os métodos de

fabricação e os sabores das comidas e bebidas de diferentes locais.

No Brasil, começam a aparecer os primeiros grupos de gourmets, para os quais

a principal motivação para a viagem é a gastronomia. Atualmente esse tipo de turismo

tem sido freqüente, atingindo um público exigente e que tem interesse em conhecer

novos lugares acompanhados por gourmets. Esse tipo de turismo é mais sofisticado,

exigindo-se um guia gourmet para acompanhar o passeio. Existem também roteiros

mais simples, uma espécie de “mochileiro gastronômico”, onde são elaborados pacotes

mais acessíveis. Ambos os pacotes tem como enfoque principal a história e

gastronomia das localidades com ênfase nos produtos regionais.

Existem dois tipos de turismo gastronômico, o primeiro corresponde ao turismo

gastronômico permanente, que é formado por restaurantes de comidas típicas. Esses

restaurantes funcionam diariamente e oferecem alimentos típicos de uma determinada

região. Em Belo Horizonte podemos ressaltar os restaurantes Xapuri e D. Lucinha.

O segundo tipo de turismo gastronômico, são os festivais. Os festivais

gastronômicos são classificados como eventos, pois acontecem anualmente.


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6 TURISMO DE EVENTOS

Os eventos são definidos como atividades exercidas com objetivos diversos. Os

eventos, podem ser identificados como um acontecimento, na qual se reúnem pessoas

para tratar de assuntos de interesse de todos (MATIAS, 2001).

Os primeiros registros dos eventos foram os primeiros Jogos Olímpicos da Era

Antiga, datados de 776 a.c, esses eventos aconteciam de 4 em 4 anos na Grécia e

tinham cunho religioso, pois durante os jogos estabelecia-se uma trégua e nenhum tipo

de combate era travado.

Para Andrade, Turismo de eventos é:

Um conjunto de atividades exercidas por pessoas que viajam afim de


participar dos diversos tipos de eventos que visão ao estudo de
alternativas, de dimensionamento ou de interesses de determinada
categoria profissional, associação, clube, crença religiosa, corrente
científica ou outra organização com objetivos nos campos científicos,
técnicos, religiosos para atingir metas profissionais e culturais, técnicos
e operacionais, de aperfeiçoamento setorial ou de atualização. (MATIAS,
2001 p. 34)

A civilização antiga deixou de herança para o turismo e para o turismo de

eventos a hospitalidade, a infra-estrutura de acesso e os primeiros espaços.

Já a Idade Média foi de pouca expressão para o desenvolvimento do Turismo de

Lazer, devido a falta de segurança nas estradas, mas para o turismo de eventos foi

bastante significativo, já que os principais motivadores de viagens eram eventos de

caráter religioso e comercial.


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A revolução industrial operou grandes mudanças na sociedade, transformando a

economia manual em mecanizada. Essas mudanças refletiram também nos eventos,

causando o surgimento de eventos científicos e técnicos.

O turismo e o turismo de eventos como atividade organizada surgiram no século

XIX, quando o Inglês Thomas Cook organizou a ida de um grupo de pessoas para

participar de um congresso.

No século XX o aparecimento do automóvel, os avanços tecnológicos e a

modernização das aeronaves propiciaram viagens rápidas, seguras e confortáveis.

Todas essas facilidades são as molas propulsoras do desenvolvimento do Turismo e do

Turismo de Eventos.

No Brasil, o surgimento dos Eventos é anterior a chegada da Família Real. O

Primeiro evento no Brasil, realizado em um local destinado a realização dos eventos, foi

um Baile de Carnaval em 1840.

As atividades de eventos no Brasil somente tomaram impulso após a II Guerra

Mundial a partir da década de 1950 com a organização das classes profissionais e com

o desenvolvimento industrial do país.

Todo esse processo evolutivo provocou a organização do setor de eventos,

causando o surgimento de entidades e associações especializadas para planejar e criar

mecanismos de sustentação da atividade no Brasil e no Mundo.


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7 OS FESTIVAIS GASTRONÔMICOS

Os festivais gastronômicos são eventos criados com o objetivo de agregar valor

à culinária regional, divulgando e promovendo a cultura local, já que a tradição culinária

é um dos principais atrativos de um destino, mostrando a história, a cultura e

características ambientais desses lugares.

O Brasil Sabor em sua primeira edição é um festival de cunho nacional, que

também integra a cidade de Belo Horizonte/MG.

Segundo Walfrido dos Mares Guia, Ministro do Turismo:

A divulgação do que se produz nas cozinhas do Brasil, de uma forma que o


turista não resista ao desejo de saborear ingredientes e temperos e assim
conhecer nossas regiões turísticas, é uma das estratégias do Programa e de
seus parceiros. Nesse contexto é que surgiu a idéia do Festival Brasil Sabor, o
maior evento do País para a promoção da gastronomia nacional como produto
associado que agrega valor à atividade turística. Minas gerais já aceitou o
convite para o Brasil Sabor, reunindo essa diversidade de saberes e sabores
que vem de culturas e costumes de todo o Brasil e de várias partes do mundo.

Este festival, teve como origem o Belô Sabor, evento que acontecia em Belo

Horizonte, e hoje, com o apoio do Ministério do Turismo, o Brasil Sabor acontece em 70

cidades e reúne 1057 restaurantes, para participar deste festival, faz-se necessário à

criação de um prato exclusivo. Este evento com a parceria do Sebrae e o Ministério do

Turismo, tem como objetivo principal a divulgação da gastronomia em diversos destinos

brasileiros. O Brasil Sabor é o maior festival gastronômico do planeta. Ele é o ponto de

partida para Amostra Gastronômica em São Paulo, que é realizada no Salão do

Turismo (Roteiros do Brasil) no período de 02 a 06 de junho de 2006. Este evento

acontece simultaneamente em 24 dos 27 estados brasileiros, mais o Distrito Federal.


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Conforme discurso do Ministro de Turismo Walfrido dos Mares Guia, vários países

apostaram na gastronomia como forma de desenvolver o Turismo, que representa 10%

do PIB mundial. Ressaltou ainda que o setor é muito importante para a economia,

porque gera emprego, renda e divisas para o país. Afirmou também que dos 66 mil

empregos formais gerados em janeiro de 2006 no Brasil, 21 mil estão diretamente

relacionados ao turismo, sendo 60% deles em bares e restaurantes.

Em Belo Horizonte, tornou-se grande atração o “Comida di Buteco”. Este festival

é ideal para reunir amigos e apreciar pratos típicos mineiros, bem como criações

específicas, agregando valor á culinária local. A idéia principal deste evento é valorizar

a culinária de buteco, ou seja, a nossa culinária de raiz. Comida di Buteco é um

concurso de gastronomia entre bares, onde o público e um corpo de jurados elegem a

melhor comida di buteco. Em 2006, em sua segunda edição, o Comida di Buteco

alcançou toda a região metropolitana de Belo Horizonte, mobilizando pessoas de todos

os cantos da capital mineira. Atingiu o status de evento do calendário oficial da cidade,

atraindo turistas de todas as partes de Minas Gerais e do Brasil.

Para o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Damata Pimentel:

Belo Horizonte tem uma vida cultural muito rica. Além de diversas opções
culturais, como o nacionalmente reconhecido Festival Internacional de teatro,
BH é famosa por ter excelentes bares. Os visitantes que aqui chegam, mais que
hospitalidade, encontram uma rica vida noturna, que oferece uma culinária
típica, com muita qualidade, arte e alegria. É neste contexto que o Comida di
Buteco se insere. Trata-se de um evento de grande força cultural, reforçando as
raízes da cidade, que sempre teve a artes e o lazer como importantes aspectos
para a atração de negócios e de turismo.

O objetivo deste evento é escolher e premiar a melhor comida, a cerveja mais

gelada, o melhor atendimento e o zelo com a higiene oferecida nos bares participantes
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do festival. A votação é feita através do público participante e de um júri composto por

profissionais da área gastronômica, boêmios famosos e por formadores de opinião.

O Festival Ora-pro-Nobis realizado em Sabará, atrai centenas de pessoas que

buscam degustar a comida tipicamente mineira. O festival acontece na cidade desde

1997 e com o passar dos anos o evento ganhou bom gosto e requinte. No local há

várias apresentações musicais, teatrais e vários restaurantes foram surgindo devido a

redescoberta da planta. São degustados durante todo o evento, diversos pratos que

foram criados.

Há também um festival com o mesmo nome na cidade de Ouro Preto, a sua 3ª

edição, atrai um público considerável. Na sua última edição, durante os dois dias do

festival foram servidos mais de 300 jantares. O Festival Ora Pro Nobis é o primeiro

festival gastronômico aprovado na lei de incentivo a cultura e a cada ano obtém um

destaque maior, com apoios e patrocínios importantes, que culminaram no sucesso

dessa última edição.

7.1 FESTIVAL DE GASTRONOMIA E CULTURA DE TIRADENTES (FEST

GOURMET)

O Festival de Gastronomia e Cultura de Tiradentes – Fest Gourmet, está em sua

8ª edição e atrai diversos turistas para a cidade. Além da culinária, são realizadas

exposições, oficinas, festins, apresentações de teatro, música. No festival são

agregados a gastronomia, a cultura e a arte. O Fest Gourmet tem uma programação

cultural intensa e cuidadosa, o que faz desse festival há 8 anos um sucesso.


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Segundo Ralph Justino, idealizador e coordenador do Fest Gourmet:

O Festival de Cultura e Gastronomia sente-se orgulhoso em ter ajudado a


divulgar a alta gastronomia e a fortalecer a culinária nacional. É importante
observar como essa iniciativa incrementou o Turismo, embora poucos se
dessem conta da força que tem o Turismo Gastronômico. E, Tiradentes é um
bom exemplo. Nesse período, a cidade transformou-se em pólo do turismo e da
gastronomia – o número de restaurantes, pousadas e lojas triplicou. Quem entra
para o universo gastronômico, nunca mais quer sair. O prazer de estar entre
amigos, apreciando sabores inusitados e degustando bons vinhos, é um ritual
que vai impregnando, devagarinho, nossas almas e espíritos. A maneira correta
do mise-en-plâce, a descoberta de utensílios variados de cozinha, o jeito
preciso e seguro de se levantar uma taça, tudo isso faz parte hoje do cotidiano
de novos amantes e apreciadores da boa mesa.

O Fest Gourmet, diferentemente dos outros festivais gastronômicos, é um evento

diferenciado. O evento é de cunho internacional com renomados Chefs brasileiros e

estrangeiros. A culinária colonial não é trabalhada em seus moldes tradicionais, mas

sim internacionalmente, utilizando ingredientes típicos da região. Há uma reconstrução

com técnicas gastronômicas, já que há uma mistura do ambiente regional, dos

ingredientes regionais com a maneira de servir e o modo de preparo refinado, típicos da

cozinha internacional, atraindo um público mais exigente.

A pequena Tiradentes, palco do Fest Gourmet está localizada no Vale do Rio das

Mortes, a 250 quilômetros de Belo Horizonte. Ideal para quem quer conhecer a história,

a arte colonial e a culinária mineira, Tiradentes é uma das melhores opções da região.

O poder do ouro deu à Tiradentes um dos mais completos acervos barrocos da

época, uma verdadeira preciosidade do século XVIII. Este acervo permaneceu

escondido durante muito tempo, o que fez com que ficasse bem preservado até hoje.

Esse é o principal motivo do grande número de visitantes do mundo todo que querem

redescobri-lo. Passado o fervor das extrações de ouro a cidade passou por um longo

processo de decadência. Sua população foi cada vez mais diminuindo e pouco se

construiu. No final do século XIX o mato crescia entre as pedras do calçamento e quase
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ninguém era visto por suas ruas. Esse cenário em nada lembrava a antiga Vila de São

José Del Rei, importante palco político, disputada pelo ouro guardado em suas terras.

Quando se anda pelas estreitas ruas de Tiradentes é inevitável lembrar dos

Inconfidentes que ali se reuniram secretamente diversas vezes. Ainda é possível

encontrar na cidade a entrada de vários túneis, hoje interditados, que denunciam que

algo de muito secreto acontecia naqueles tempos movimentados.

A situação começou a mudar no início do século XX, no momento em que alguns

intelectuais re-descobriram a cidade. Tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional em

1938, Tiradentes renasceu e hoje é invadida pelas mais diferentes pessoas. Conhecer

Tiradentes é respirar história, é conhecer a cultura do homem mineiro, é se deliciar com

o jeito simples e ao mesmo tempo muito sofisticado desta cidade mineira.

Diante de todo essa rica história da cidade, o Festival de Cultura e Gastronomia

é uma oportunidade para os turistas conhecerem essa rica cultura. O festival apesar de

não demonstrar uma culinária regional, o que acontece nos outros festivais, é de

extrema relevância, pois contribui para a divulgação da cidade, para o desenvolvimento

dos meios de hospedagem e apoio ao turismo, além de promover os belos atrativos

turísticos que a cidade possui.

7.2 OS EFEITOS DO FEST GOURMET EM TIRADENTES

O Fest Gourmet é um evento de grande importância para o cenário mineiro,

especificamente para a cidade de Tiradentes.


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Com a criação deste festival, foi possível colocar Tiradentes em evidência

internacional. A cidade mostrou as suas potencialidades na área da cultura, das artes e

da gastronomia. Trata-se de um evento privado, com sua patente registrada em nome

do Ralph Justino, idealizador e coordenador do Fest Gourmet.

Este evento se interage com a população local, os visitantes, sendo a maioria

brasileiros e os estrangeiros. Há que se falar dos renomados chefs de cozinha,

conhecidos internacionalmente, de seus auxiliares e de pessoas que são treinadas na

cidade para trabalhar e colaborar com a equipe. No total são 40 pessoas experts em

gastronomia.

Tiradentes recebe este evento já na sua 8ª edição (2005). Conforme informações

do idealizador do evento, nos primeiros festivais, a média de visitantes eram de 5 a 8

mil. A partir do terceiro festival, o número cresceu consideravelmente. Hoje se estima

um público de turistas na ordem de 30 mil, número este, crescente a cada ano. De

acordo com Ralph, “o setor hoteleiro de Tiradentes precisou se equipar tanto em

restaurantes e bares, quanto em número de hotéis e pousadas, nos 10 dias de evento,

a taxa de ocupação hoteleira é de 100%”. Para atender os turistas, a mão de obra local

precisou ser qualificada, a fim de prestar um serviço diferenciado e com qualidade.

O Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes, proporcionou maior

visibilidade da cidade na mídia nacional, foi importante politicamente e

economicamente, pois gerou emprego, renda e divisas para a cidade. Pode-se notar,

que além desses benefícios, a cidade de Tiradentes se tornou um cenário para abrigar

eventos de cunho nacional e internacional.


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8 CONCLUSÃO

Pode-se concluir que a gastronomia é muito importante e relevante para o

turismo e possibilita inúmeras oportunidades para todos aqueles que souberem explorar

esse nicho de mercado. A gastronomia como produto turístico é um importante

motivador e mesmo quando não é o motivo e/ou elemento principal, sempre estará

inserida no contexto e terá o seu papel de destaque num evento turístico, como uma

viagem, passeio, feira, ou reuniões. Contribui significativamente para o

desenvolvimento da região, além de distribuir a renda, trazendo empregos diretos e

indiretos.

O Fest Gourmet, por atrair um público exigente, reflete-se na infra-estrutura

turística e de apoio ao turismo na cidade de Tiradentes. Muitas pousadas antigas e

restaurantes foram construídos e reestruturados na cidade, para atender a demanda de

um público classe A .

É perceptível que o fluxo turístico em Tiradentes é elevado durante a realização

do Fest Gourmet. Pode-se observar que a taxa de ocupação nas pousadas e hotéis tem

crescido substancialmente a cada edição. Infelizmente não há dados documentais

quantitativos expressivos sobre o evento.

Tiradentes tornou-se uma referência para a gastronomia, e é considerada um

pólo gastronômico de destaque mundial, passando a ser um palco no cenário

internacional para a realização de importantes eventos ligados a cultura e arte.


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