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Silos Metálicos

2 2
r  1,5 
a1 = 1 + 2,6 ×   = 1 + 2,6 ×   = 1,234 (6.86)
L  5 

2 2
r  1,5 
a 2 = 1 + 1,95 ×   = 1 + 1,95 ×   = 1,176 (6.87)
L  5 

3
454 × 10 −8  5 
3
I L
a3 = 48 × 3 z   = 48 × 3 ×   = 0,478 (6.88)
r ×t  r  1,5 × 0,005  1,5 

EI z , min =
(210 × 10 )× 5 × 1,5
6
× 0,005  2 × 19,0 × 1,234 × 1,5 2
2
 1,5 
− 
2

 = −18553,34
48 × 1,176

( )
 210 × 10 × 0,075 × 0,005  5 
6


O valor obtido pela expressão (6.83), para o silo em estudo, é um valor irracional, devido ao elevado
rácio entre o raio da parede circular e a altura dessa mesma parede.
Como o valor obtido é ilógico, considerar-se-á apenas o valor obtido pela expressão (6.82).
13,125
I z ,min = = 6,25cm 4
E
Este valor é francamente inferior ao que a perfil escolhido proporciona!

7.3.2 TREMONHA CÓNICA


De acordo com a expressão (6.39) apresentada no capítulo 6, o esforço máximo que se desenvolve na
tremonha do silo suportado por apoios discretos é dado por
QSd 1
nφ sup x , Sd = ×
2,4 × r × t h × cos β
 1  tc  
32

1 + ×   
 cos β  t h × cos β  
377 1 (6.39)
= ×
2,4 × 1,5 × 0,010 × cos(24,2°)  1  0,005  
1, 5

1 + ×   
 cos(24,2°)  0,010 × cos(24,2°)  
= 929,4 kN m

Este valor é superior a qualquer um dos valores obtidos para o esforço de membrana no topo da
tremonha, como se pode constatar ao compará-lo com os valores do quadro 7.4. obtidos através da
análise por elementos finitos.

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Quadro 7.4 – Resultados do esforço de membrana máximo (para cada combinação e para a direcção φ / yy )

N yy
comb
(kN m)
comb 1 668,6 OK
comb 2 683,5 OK
comb 3 631,2 OK
comb 4 736,9 OK
comb 5 751,8 OK
comb 6 699,5 OK

Confirma-se então o quão conservativo pode ser este método manual de calcular o esforço de
membrana máximo nφs max, Sd .

Assumindo que o silo é construído por soldadura, a resistência de membrana é dada por

fy 235 × 10 3
ne , Rd = t × = 0,010 × = 1880 kN m (6.89)
γ M 1b 1,25

Com o valor obtido da expressão (6.5) há que verificar se:


ne , Sd ≤ ne, Rd = 1880 kN m (6.90)

Quadro 7.5 – Resultados obtidos pela análise de elementos finitos

ne ,Sd
comb
(kN m )
comb 1 668,6 OK
comb 2 684,8 OK
comb 3 632,2 OK
comb 4 735,5 OK
comb 5 751,7 OK
comb 6 699,1 OK

O quadro 7.5 resume os valores máximos obtidos para cada uma das combinações, utilizando a
modelação de elementos definidos, podendo constatar-se que a resistência da tremonha é largamente
verificada.

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A resistência de cálculo na junta de transição é dada por


fu 360 × 10 3
nφRd = 0,80 × t × = 0,80 × 0,010 × = 2304 kN m (6.96)
γ M 1b 1,25

Assim, terá de verificar-se, de acordo com (6.97) se


γ Fh × nφSd ≤ nφRd = 2304 kN m ( γ Fh =1,2) (6.97)

Compendiam-se no quadro 7.6 os valores obtidos através da modelação por elementos finitos, que
satisfazem o valor acima determinado.

Quadro 7.6 – Resultados obtidos pela análise de elementos finitos

comb 1,2 × N yy
(kN m)
comb 1 802,3 OK
comb 2 820,2 OK
comb 3 757,5 OK
comb 4 884,2 OK
comb 5 902,2 OK
comb 6 839,4 OK

A resistência plástica da tremonha é dada, de acordo com (6.98) por

1  r ×t× fy   0,91 × µ h + 0,27 


nφRd = × × 
γ Ma1  r − 2,4 × r × t × sin β × tan β   µ h + 0,15 
  

=
1 
×
(
1,5 × 0,010 × 235 × 10 3 )   0,91 × 0,41 + 0,27 
× 
(6.98)

1,10  1,5 − 2,4 × 1,5 × 0,010 × sen(24,2°) × tan (24,2° )   0,41 + 0,15 

= 2678,6 kN m

Representa-se na figura 7.13 o diagrama de esforços de membrana considerando um corte vertical no


silo, de modo a se obter o diagrama dos esforços de membrana associados (escolheu-se,
arbitrariamente, a combinação 1).

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Fig. 7.13- Corte vertical: diagrama de tensões de membrana para a combinação de acções 1

Fig. 7.14- Colapso plástico da tremonha

É grande a semelhança entre as figuras 7.13 e 7.14, o que permite verificar ser a zona do topo da
tremonha aquela em que os esforços de membrana atingem valores mais elevados e onde ocorrerá a
plastificação se as acções forem incrementadas.
nφSd ≤ nφRd = 2678,6 kN m (6.99)

Observando os valores do quadro 7.6 conclui-se que não se dará o colapso plástico da tremonha.

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7.3.3 ANEL DE TRANSIÇÃO


De acordo com o referido na secção 6.10.2, a resistência de cálculo nφhRd do anel de transição depende
das diferentes larguras efectivas l0 em cada um dos segmentos contíguos à zona de transição, que
valem:

l oc = 0,975 × r × t c = 0,975 × 1,5 × 0,005 = 0,084m = 8,44cm (6.103)

l os = 0,975 × r × t s = 0 (não existe saia) (6.104)

r × th 1,5 × 0,010
l oh = 0,975 × = 0,975 × = 0,1250m = 12,50cm
cos(24,2°)
(6.105)
cos β

Vem então o valor de resistência máximo por

( )
 94,40 × 10 −4 + 0,084 × 0,005 + 0,1250 × 0,010  235 × 10 3 
 ×
1  
nφhRd =  1,5  1,10  = 3882,9 kN m
sin (24,2°) 
(6.100)

+ 29,10 × 0,084 + 74,4 × (cos(24,2°) − 0,41 × sin (24,2°)) × 0,125

Para analisar a influência do anel viga, repetindo o mesmo cálculo, mas sem entrar com o valor da sua
área, resultaria,
 0,084 × 0,005 + 0,1250 × 0,010  235 × 10 3 
1  × 
nφhRd =  1,5  1,10  = 603,1 kN m
sin (24,2°) 
(6.100)

+ 29,10 × 0,084 + 74,4 × (cos(24,2°) − 0,41 × sin (24,2°)) × 0,125

Conclui-se portanto ser muito grande a influência do anel viga colocado no silo (6 vezes maior a
resistência da junção com anel do que sem anel).

nφhSd ≤ nφRd = 3024,7 kN m (6.106)

Este valor é amplamente verificado, em todas as combinações (quadro 7.5), não havendo portanto
qualquer risco de se atingir o colapso plástico na zona da transição.

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A verificação do varejamento da junção é feita seguindo as determinações da secção 6.10.3, como a


seguir se demonstra.
Determinando os valores das espessuras equivalentes de cada um dos grupos A e B,

Figura 6.16 –Secção efectiva na transição

t eqA = t c = 5mm (6.109)

t eqB = t h = 10mm (6.110)

e a razão α , entre a menor e a maior das espessuras equivalentes calculada por


t eqA
α= = 0,5 (6.111)
t eqB

Obtêm-se os valores dos comprimentos efectivos de cada um dos grupos (A e B) através das equações
(6.114) e (6.115).

r ×t 1,5 × 0,005
l e1 = 0,778 × = 0,778 × = 0,0705m ≈ 7,1cm ⇒ Ae1 = l e1 × 0,005 = 3,53cm 2
cos(24,2°)
(6.114)
cos β

[
l e 2 = 0,389 × 1 + 3α 2 − 2α 3 ] r×t
cos β
[
= 0,389 × 1 + 3 × 0,5 2 − 2 × 0,5 3 ] 1,5 × 0,010
cos(24,2°)
= 0,0748m ≈ 7,5cm
(6.115)
⇒ Ae 2 = l e 2 × 0,010 = 7,48cm 2

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A área efectiva do anel-viga é dada pela soma da área do perfil utilizado ( C15 × 50 ) com a área de
cada um dos elementos concorrentes com a zona de transição, soma essa traduzida pela equação
(6.108).
Aet = Aep + ∑A
segmentos
e = 94,4 + 3,53 + 7,48 = 105,41cm 2
(6.108)

A análise da estabilidade ao varejamento da junção é feita pelo cálculo da resistência ao varejamento


para dentro do seu plano (“in-plane buckling”) através da expressão (6.107).

σ ip , Rd =
4× E × Iz
×
1
=
( ) (
4 × 210 × 10 6 × 454 × 10 −8
×
1 )
= 146MPa
Aet × rg2
γ M3 ( −4
105,41 × 10 × 1,50202 )
2
1,10
(6.107)

Fig. 7.15- Notações do anel viga e excentricidades

A verificação é conseguida respeitando-se a seguinte condição:

σ uθ , Ed ≤ σ ip , Rd = 146MPa

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A resistência ao varejamento para fora do plano (“out-of-plane buckling”) é calculada pela expressão
(6.118)
2 2
tp 
σ op , Rd = k × E ×   ×
1
(
= 2,93 × 210 × 10 6 × )
 0,0063 
 = 1114,9 MPa (6.118)
b  γ M3  0,148 

em que os parâmetros k , k s e k c se determinam pelas equações (6.119), (6.120) e (6.121)

η c × k c + η s × k s 1,868 × 1,209 + 0,456 × 0,527


k= = = 2,93 (6.119)
η c ×η s 1,868 × 0,456

b 0,148
k s = 0,385 + 0,452 = 0,385 + 0,452 = 0,527 (6.120)
r 1,5

b 0,148
k c = 1,154 + 0,56 × = 1,154 + 0,56 × = 1,209 (6.121)
r 1,5

e as variáveis η s e η c pelas expressões (6.122) e (6.123), respectivamente.


2 2
 r   1,5 
η s = 0,43 + 0,1 ×   = 0,43 + 0,1 ×   = 0,456 (6.122)
 20 × b   20 × 0,148 

 t  5 2  t  5 2  t  5 2 
 
η c = 0,5 ×  c  +  s  +  h  
t  t  t 
 p   p  p  
(6.123)
 0,005  2,5  0,010  
2, 5

= 0,5 ×   + (0 ) +    = 1,868
2,5

 0,0063   0,0063  

O varejamento da junção (para fora do seu plano) é então verificado desde que:

σ uθ , Ed ≤ σ op , Rd = 1114,9MPa

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Estando para o caso em estudo o anel-viga de transição sobre apoios discretos, fazem-se ainda mais
algumas verificações.
A verificação do anel-viga de transição do silo que se encontra apoiado sobre apoios discretos é
aferida respeitando-se as condições impostas pelas inequações (6.125), (6.126) e (6.127), sendo estas
últimas duas respeitantes à resistência ao varejamento.
fy 235
σ mθ , Ed ≤ = = 213MPa (6.125)
γ M 1a 1,10

σ cθ , Ed ≤ σ ip , Rd = 146MPa (6.126)

σ cθ , Ed ≤ σ op , Rd = 1114,9 MPa (6.127)

Através da análise de tensões na barra (anel-viga), conseguiram-se extrair as tensões máximas e


mínimas resultantes das acções a si aplicadas.

Quadro 7.7 – Resultados obtidos pelo modelo em elementos finitos (tensões máxima e mínima no anel viga)

comb S max(MPa ) S min(MPa )


comb 1 41,51 -73,94 OK
comb 2 42,39 -74,43 OK
comb 3 40,20 -72,57 OK
comb 4 46,68 -84,00 OK
comb 5 47,56 -84,49 OK
comb 6 45,37 -82,64 OK

Pode-se assim concluir que os valores limite de tensões em cima apresentados, para se assegurar a
estabilidade do anel viga, são por completo verificados.
Interessa comparar estes resultados com os obtidos pela expressão (6.50). Calcula-se, para um dos
estados limite (ELU 1):

Fig.6.10 – Forças aplicadas ao anel-viga

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Pela expressão (6.21), determina-se o esforço de membrana no topo da tremonha:

 γ × hh   hh 
nφSd = γ F ×  p vft +  ×   × sec β × tan β
 3   2
 16 × 3   3 
 ×   × sec(24,2° ) × tan (24,2°)
(6.21)
= 1,35 ×  39,10 +
 3  2
= 55,0 kN m

Pela expressão (6.8), o esforço de membrana na parede vertical:

z 
n x , Sd = −γ F × C w × µ × p h 0 × z 0 ×  − 1 + e − z z0 
 z0 
 5  (6.8)
= −1,35 × 1,10 × 0,38 × 31,32 × 3,02 ×  − 1 + e −5 3, 02 
 3,02 
= −45,2 kN m

A força radial por unidade de circunferência (centrípeta) no anel (fig.6.10) vale:


wr ,Sd = nφh , Sd × sin β = 55,0 × sin (24,2°) = 22,5 kN m (6.41)

Enquanto a força vertical vale:


wv , Sd = −n xc , Sd + nφh, Sd × cos β = −(− 45,2) + 55,0 × cos(24,2°) = 95,4 kN m (6.40)

O esforço de compressão é obtido através da expressão (6.42):


N Sd = − wr , Sd × r + p c × r × l ec + p h × (cos β − µ h × sin β ) × r × l eh
= −22,5 × 1,5 + 29,1 × 1,5 × 0,071 + 74,4 × (cos 24,2° − 0,38 × sin 24,2°) × 1,5 × 0,075 (6.42)
= −24,3kN

Falta apenas calcular os momentos aplicados ao anel-viga, pelas expressões (6.46) e (6.48), do
seguinte modo:
[ ]
M rs , Sd = (rg − er )× {wv , Sd × (rg − es )× θ 0 × cot θ 0 − rg + er + wr , Sd × e x }
= 1,5 × {95,4 × [1,5 × 0,785 × cot 0,785 − 1,5]} + 22,5 × 0 (6.46)
= −46,0kN .m

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rg × (rg − er )  rg × θ 02 
M fs , Sd = wv , Sd × × (rg − es )× (1 − θ 0 × cot θ 0 ) − 
h  3 
1,50202 × 1,5  1,50202 × 0,785 2  (6.48)
= 95,4 × × 1,5 × (1 − 0,785 × cot 0,785) − 
0,3808  3 
= 7,36kN .m

Finalmente, segundo a expressão (6.50), resulta:


N Sd M rSd M f , Sd − 24,3 − 46 7,36
σ mθ , Ed = + + = −6
+ −6
+ = 64,7 MPa (6.50)
Aet Zr Z xf 9440 × 10 877 × 10 61,5 × 10 −6

O valor obtido é concordante com os resultados apresentados no quadro 7.7.

Estudou-se a influência da existência do anel-viga, colocado na zona da transição do silo. O gráfico da


figura 7.16 ilustra os valores da tensão σ x, Ed para cada um dos nós dos elementos situados na
transição parede vertical/ tremonha. Como a figura o demonstra, é clara a influência positiva nos
valores da tensão vertical σ x, Ed , à qual está associado o fenómeno de varejamento.

Tensões na parede

80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
-20,0 sem anel
σ x , Ed -40,0 com anel
( MPa )-60,0
-80,0
-100,0 pormenor
-120,0
-140,0

Fig. 7.16- Influência do anel-viga (varejamento) (combinação 1)

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Silos Metálicos

Tensões na parede

80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
sem anel
σ x , Ed -20,0
com anel
-40,0
( MPa )
-60,0
-80,0
-100,0
-120,0

Fig. 7.17- Pormenor do gráfico da figura 7.16

Com o gráfico da figura 7.17 verifica-se a capacidade de distribuição de esforços de um anel-viga. De


facto, é à sua custa que não só se minimizam esforços de compressão na zona de transição (devidos
essencialmente às forças de compressão que lhe são aplicadas), como também se repartem esforços no
plano perpendicular ao plano da secção circular. Está então demonstrada a importância e contribuição
de um anel-viga num silo circular.

Mostra-se na figura 7.18 o mapa de tensões s1(tracções máximas) no silo, para a combinação 1.

Fig. 7.18- Mapa de tensões (s1) para a combinação 1

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Silos Metálicos

É possível constatar que os maiores esforços de tracção se dão na tampa do silo. As tensões de
compressão mais elevadas (zonas a azul) ocorrem nas paredes verticais, imediatamente acima dos
apoios (zonas criticas nas quais é preciso verificar o fenómeno de varejamento) e nas paredes da
tremonha, entre a saída e zona da transição.

Fig. 7.19- Mapa de tensões (s2) de compressão para a combinação 1

Apresenta-se na figura 7.19 o mapa das tensões máximas de compressão (também para a combinação
1). Como era de esperar, as maiores compressões dão-se nas paredes verticais (zonas a azul) e ao
longo da zona de transição (onde são verificadas as compressões no anel viga, por exemplo).

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