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Indução de Inovações em MPEs: o Posicionamento das Compras Governamentais à Luz do

Chain-Linked Model
Autoria: Marina Figueiredo Moreira

RESUMO
A busca pela inserção das micro e pequenas empresas – MPEs – nos processos de compras governamentais, uma
ação juridicamente estabelecida no Brasil a partir da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, tem sido evidenciada
como alternativa de incentivo à manutenção e à sustentabilidade dos negócios de pequeno porte. Um direcionamento
alternativo é apontado para as compras governamentais: o direcionamento à contratação de bens e serviços
inovadores a partir do estabelecimento de requisitos voltados a essa finalidade, um caso de indução de inovações
pelo governo. Considerando o contexto de adoção da legislação brasileira e a proposição de políticas públicas e
ações complementares voltadas ao incentivo à competitividade das MPEs – a exemplo de ações voltadas ao incentivo
à inovação – este estudo adota por objetivo investigar de que forma a inserção das MPEs nos processos de compras
governamentais pode induzir o surgimento de inovações nessas empresas. Para o alcance desse objetivo e buscando
um modelo teórico que permita compreender o processo de indução de inovações, propõe-se uma adaptação do
modelo Chain-Linked Model com posicionamento do governo enquanto fonte de mercado consumidor e definidor de
requisitos inovadores para fornecimento. O estudo constrói uma análise das perspectivas advindas da utilização das
compras governamentais como instrumentos de políticas públicas para a inovação nas MPEs e se encerra com ações
possíveis para a obtenção de efetividade na indução de inovações com a utilização de compras governamentais no
contexto das MPEs.

1 Introdução
As Micro e Pequenas Empresas – MPEs – são reconhecidas por sua importância nos
processos de desenvolvimento econômico. Essas empresas tiveram papel notável no processo de
industrialização e, a partir da década de 80, passaram a representar a maioria das empresas
existentes em muitos países, assumindo a condição de principais criadoras de postos de trabalho
(BNDES, 2002). No Brasil, as MPEs respondem pela maioria absoluta de empresas, mas
enfrentam elevadas taxas de falência nos primeiros anos de atividade. O desafio de reverter os
elevados índices de falência dessas empresas levou o governo brasileiro a buscar alternativas
viáveis. Os esforços no sentido de reduzir esses índices de falência passam pela necessidade de
garantir o desenvolvimento e o fortalecimento das MPEs, metas que levaram à criação, ao final
do ano de 2006, da chamada Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, uma legislação
especificamente voltada a esse segmento empresarial.
Entre os dispositivos trazidos na Lei Geral, destacam-se, para este estudo, aqueles que têm
por objetivo inserir as MPEs nos processos de compras governamentais, uma alternativa de
desenvolvimento para essas empresas a partir da garantia de mercado consumidor para seus
produtos e serviços. Essa alternativa já foi previamente adotada com sucesso em outros países, a
exemplo dos Estados Unidos e da União Européia. No Brasil, a literatura especializada apresenta
a inserção das MPEs nas compras governamentais como alternativa para o desenvolvimento
dessas empresas, mas ainda é reduzida a discussão dessa alternativa como possível indutora de
inovações, tema que já tem seus primeiros estudos publicados nos países pioneiros. Tendo por
meta contribuir para o preenchimento dessa lacuna, este estudo adota como objetivo, portanto,
apresentar de que forma a inserção das micro e pequenas empresas brasileiras nos processos de
compras governamentais pode induzir o surgimento de inovações nessas empresas.
Em um primeiro momento, o artigo apresenta o contexto de criação dos mecanismos
jurídicos que buscam garantir a inserção das MPEs nas compras governamentais. Na seqüência, o
estudo se propõe a demonstrar teoricamente a alternativa de considerar as compras
governamentais como indutoras de inovação nas MPEs. Para esse fim, este estudo desenvolve
uma adaptação do modelo Chain-Linked Model, desenvolvido por Kline e Rosenberg (1986), que

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busca apresentar a forma como se dá o processo de inovação em empresas. A terceira e última
seção deste estudo apresenta a importância da inovação no contexto das MPEs, apresentando as
perspectivas advindas da inserção dessas empresas nos processos de compras governamentais no
tocante à indução de inovações considerando as experiências publicadas nos países pioneiros.
Para o desenvolvimento das três seções que o compõem, este estudo analisa dados secundários
obtidos em levantamentos bibliográficos. Por fim, são apresentadas as considerações finais.

2 O contexto de criação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa

As MPEs representaram “o ponto de partida do desenvolvimento da maioria dos países


industrializados” (SOLOMON, 1986, p. 360). No Brasil, constituem a base da economia
(RAMOS, 1995) e, para compreender sua real dimensão, é preciso considerar sua importância
econômica e social, tendo em vista que as MPEs possuem papel de destaque na geração de
empregos e na melhoria da distribuição de renda (RAMOS, 1995). Destaca-se, ainda, a
capacidade dessas empresas de mobilizar o desenvolvimento regional (LASTRES et al, 2002). As
MPEs devem ser vistas como “elementos que, devidamente integrados a processos sinérgicos da
economia, podem alavancar a sociedade para patamares mais elevados de produtividade,
consumo e qualidade de vida” (GONÇALVES; KOPROWSKI, 1995, p. 107).
No Brasil, são definidas como micro ou pequenas empresas aquelas que possuem até 99
pessoas ocupadas (ramo industrial) ou, ainda, 49 pessoas ocupadas (comércio e serviços)
(SEBRAE, 2005). Em 2002, as MPEs representavam 93,6% do total de empresas brasileiras,
respondendo por 57,2% dos empregos formais e 26% da massa salarial no período entre 1996 e
2002 (SEBRAE, 2005). As MPEs respondem, ainda, por 20% do Produto Interno Bruto – PIB
brasileiro (SACHS, 2003). Apesar de sua expressiva representatividade econômica, as MPEs
brasileiras possuem índice elevado de falência, especialmente nos primeiros anos de atividade. O
levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas –
SEBRAE - em 2004 aponta que 49,4% das MPEs com até dois anos de atividade vão à falência.
Nas MPEs com quatro anos de atividade, o índice é ainda mais elevado, atingindo 59,9%
(SEBRAE, 2004). O mesmo levantamento estima, ainda, o custo sócio-econômico gerado pela
falência dessas empresas anualmente, considerando custos advindos do encerramento das
atividades econômicas em termos de dispensa de mão-de-obra, perda de poupança, distribuição
de renda e perda de capital investido. Esse custo sócio-econômico é estimado em R$ 19,8 bilhões
de Reais (SEBRAE, 2004).
Muitos são os fatores apontados na literatura especializada como determinantes das
elevadas taxas de falência observadas nas MPEs brasileiras. Inicialmente, é possível destacar a
baixa competitividade das empresas que compõem esse segmento. Conforme aponta Sachs (2003,
p. 21), “esses pequenos produtores, se submetidos apenas aos processos de mercado, não têm
condições de competir com empresas de maior porte”, o que evidencia sua fragilidade. Para
compreender os elevados índices de falência das MPEs brasileiras, cabe considerar o
apontamento de Ayres (2005, p. 123), para quem “apesar de essas empresas serem importantes
geradoras de emprego e renda, não há, no País, um ambiente favorável à criação de novos
negócios”. Tendo por objetivo nortear as ações a serem adotadas para reverter o condição de
baixa competitividade das MPEs brasileiras e, por conseguinte, os índices elevados de falência,
Sachs (2003, p. 35) aponta a necessidade de estabelecer políticas públicas para “assisti-las no
desenvolvimento de uma competitividade genuína que lhes permita aumentar gradualmente os
salários, estar em dia com os encargos sociais e impostos, superar o imediatismo e adquirir
perspectiva de longo prazo na gestão do negócio e na previsão de investimentos”.

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Em função da importância econômica e social das MPEs brasileiras, reverter seus
elevados índices de falência é um desafio que passa pela necessidade de garantir o fortalecimento
e, principalmente, o desenvolvimento dessas empresas. Neste sentido, Pinto e Rodrigues (2005)
apontam que a garantia de um ambiente propício ao surgimento e ao desenvolvimento de
empresas depende de ações do Estado. Um dos mecanismos adotados para desenvolver e
fortalecer as MPEs consiste na utilização do poder de compra do Estado como forma de garantir
a existência de mercado consumidor para essas empresas. Trata-se, na prática, da inserção das
MPEs nos processos de compras governamentais, uma possibilidade que pode ser adotada nas
gestões municipal, estadual e federal. A alternativa de utilizar o poder de compra dos Estados
como mecanismo de fomento às empresas de pequeno porte tem sido a política adotada pelos
países desenvolvidos (SOUZA, 1993), sendo utilizada para “garantir mercado para a produção
doméstica de ampla e variada gama de bens e serviços” (MOREIRA; MORAIS, 2003, p. 109).
Defende-se que a inserção das MPEs nos processos de compras governamentais é “a base para a
instalação de um ciclo virtuoso na economia” e um “ponto-chave para a construção de ambiente
favorável ao empreendedorismo” (SEBRAE-SP, 2005, p. 1).
A inserção das micro e pequenas empresas nos processos de compras governamentais foi
adotada como mecanismo de fomento aos pequenos negócios primeiramente nos Estados Unidos
com a promulgação, em 1953, do Small Business Act, legislação que regulamenta a atividade das
MPEs norte-americanas. Essa legislação traz uma “ação afirmativa em favor dos pequenos
empreendedores” (SACHS, 2003, p. 136) e foi criada tendo por base a premissa de que “a
essência do sistema econômico de empresas privadas americanas é a competição livre” (UNITED
STATES, 1953, p. 1, tradução nossa). A legislação define “os princípios básicos para a atuação
do poder Executivo em apoio às pequenas empresas ao estabelecer como política declarada do
Congresso que o governo deveria apoiar, assistir e proteger, na medida do possível, o interesse
dos pequenos negócios” (MOREIRA; MORAIS, 2003, p. 105). O Small Business Act traz normas
específicas para a inserção das MPEs nos processos de compras governamentais, como a política
de preferência de contratação para as MPEs, a reserva de uma parcela das compras
governamentais exclusivamente destinadas a essas empresas e, ainda, o estabelecimento de
programas específicos de apoio à participação em compras governamentais para “empresas de
propriedade de determinados grupos sociais considerados em posição de desvantagem econômica
ou social nos Estados Unidos” (SEBRAE-SP, 2005, p. 40). Além dos Estados Unidos, os países
da Europa também têm adotado sistematicamente medidas que visem ampliar a participação de
suas MPEs nos processos de compras governamentais (NESTA, 2007).
No Brasil, o mercado das compras governamentais esteve historicamente restrito às
médias e grandes empresas. Para enfrentar este descompasso, um novo marco legal foi definido,
no bojo da Lei 123/06, a chamada Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, para assegurar a
inserção das MPEs nesse mercado. Trata-se do novo Estatuto Nacional das Microempresas e das
Empresas de Pequeno Porte, que estabelece “normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e
favorecido a ser dispensado às Microempresas (ME) e às Empresas de Pequeno Porte (EPP) no
âmbito dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios” (SEBRAE,
2007, p. 5). Essa legislação vem ao encontro da necessidade de estabelecer favorecimento às
micro e pequenas empresas brasileiras, em especial nos processos de compras governamentais
(SEBRAE-SP, 2005). Entre as diversas determinações relativas às MPEs trazidas pela lei,
destaca-se, em especial, o CAPÍTULO V – Do Acesso aos Mercados –, que estabelece os
mecanismos jurídicos que garantem tratamento diferenciado para as MPEs nos processos de
compras governamentais. Entre essas determinações, cabe destacar a preferência para a
contratação de MPEs em licitações públicas, a possibilidade de estabelecer licitações destinadas

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exclusivamente a essas empresas e, ainda, o estabelecimento de cota sobre os objetos de
licitações para a contratação de MPEs (BRASIL, 2006).

3 Compras governamentais e indução de inovações: uma adaptação do Chain-Linked Model

Para apresentar de que forma a inserção das MPEs brasileiras nos processos de compras
governamentais pode contribuir para o fomento à inovação, objetivo inicial deste estudo, é
preciso considerar como o processo de inovação ocorre. Embora a inovação seja um fenômeno
frequentemente associado ao desenvolvimento econômico (SCHUMPETER, 1912) e represente
um campo de estudos estratégico para as economias modernas, os processos de ocorrência da
inovação ainda não são fenômenos compreendidos em todos os seus aspectos pela literatura
existente, o que torna a busca por modelos que possam explicar essa ocorrência um desafio para
as pesquisas em economia (LÉGER; SWAMINATHAN, 2006).
Uma das primeiras propostas teóricas de análise para a compreensão da ciência e da
tecnologia e de sua relação com a economia foi o chamado Modelo Linear de Inovação, que
partia do princípio de que a inovação “se iniciava com pesquisa básica, seguindo-se à pesquisa
aplicada e ao desenvolvimento, finalizando-se com a produção e a difusão” (GODIN, 2006, p.
639, tradução nossa). Nesse modelo, acrescentam Abrunhosa e Marques (2005, p. 13), a inovação
é tida como “um processo seqüencial e hierárquico, onde se passa de forma sucessiva da
investigação fundamental para a investigação aplicada e desta para o desenvolvimento do produto
e conseqüente produção e comercialização”.
No Modelo Linear, as atividades de pesquisa e desenvolvimento seriam os indicadores de
inovação, tendo em vista que representam a origem do processo. Um sistema inovador seria,
portanto, um sistema com pesquisas bem estruturadas e fortalecidas (DERGINT et al, 2004). A
figura apresentada representa o processo de surgimento de inovações a partir da concepção
expressa no Modelo Linear de Inovação, tendo início nas atividades de pesquisa e
desenvolvimento e chegando à produção e à comercialização do produto inovador.

Figura 1: Modelo Linear de Inovação.


Fonte: adaptado de Kline e Rosenberg (1986, p. 286).

Segundo Godin (2006, p. 640, tradução nossa), a primeira referência feita ao Modelo
Linear de Inovação na literatura “permanece nebulosa”. O Modelo Linear é apresentado pelo
autor como uma construção teórica desenvolvida por industriais, consultores e escolas de
negócios e que foi sustentada por economistas. Objeto de estudo de vários autores, o Modelo
Linear foi largamente difundido e serviu de base para a estruturação de pesquisas sobre inovação
durante várias décadas. Serviu de base, inclusive, para a estruturação de ações governamentais de
apoio à ciência, o que levou à disseminação de uma concepção linear da inovação nas ciências

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políticas e nos estudos acadêmicos sobre ciência e tecnologia durante várias décadas (GODIN,
2006).
Embora seja alvo de críticas em função de sua concepção da Inovação como um processo
preponderantemente linear, o Modelo Linear de Inovação teve seu uso e disseminação
perpetuados, argumenta Godin (2006), em função das categorias estatísticas para a mensuração e
alocação de recursos para a ciência e a tecnologia associadas a ele. Tendo sido adotado como
padrão pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Modelo
Linear de Inovação funcionava como um “fato social”, impedindo que modelos rivais
funcionassem como substitutos (GODIN, 2006, p. 641, tradução nossa).
As críticas apresentadas ao Modelo Linear de Inovação levaram à proposição de modelos
substitutos por diferentes autores. Entre essas críticas, destaca-se aquela apresentada por Kline e
Rosenberg (1986), que defendem que as inovações não possuem dimensão uniforme, nem sempre
têm seu início marcado pelo processo de pesquisa e não devem ser vistas como elementos bem
definidos e homogêneos que se inserem na economia a partir de um momento específico,
contrariando as premissas adotadas pelo Modelo Linear de Inovação. Os autores sustentam que a
inovação é um processo complexo, não-linear e que assume diferentes características. O Modelo
Linear é criticado pelos autores, por fim, por “distorcer a realidade da inovação de várias
maneiras” (KLINE; ROSENBERG, 1986, p. 286, tradução nossa).
A partir das críticas estabelecidas e evidenciando a necessidade de adotar um modelo que
considere a dimensão não-linear das inovações, Kline e Rosenberg (1986) propõem o Chain-
Linked Model, que considera cinco elementos no processo de inovação: mercado potencial;
invenção e / ou produção de um desenho analítico; desenho detalhado e teste; redesenho e
produção; e distribuição e comércio. No Chain-Linked Model, defendem Kline e Rosenberg
(1986, p. 289, tradução nossa), “não há um caminho principal de atividade, mas cinco”.

Figura 2: Elementos do Chain-Liked Model.


Fonte: adaptado de Kline e Rosenberg (1986, p. 289).

O Modelo proposto por Kline e Rosenberg (1986) é apresentado neste trabalho e adotado
como modelo para a compreensão do processo de inovação em função de uma peculiaridade
fundamental: oferece a possibilidade de que o mercado tenha papel ativo no processo de
inovação, o que permite atribuir ao mercado a função de “demandador de inovações”, uma
definição teórica de grande importância para a concepção e a justificativa deste estudo.
Em relação ao Chain-Linked Model de Kline e Rosenberg (1986), é pertinente considerar
a visão de Conde e Araújo-Jorge (2003, p. 730), que defendem que esse Modelo “combina
interações no interior das empresas e interações entre as empresas individuais e o sistema de
ciência e tecnologia mais abrangente em que elas operam”, não se restringindo, como ocorria no

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Modelo Linear de Inovação, ao estudo do processo de surgimento de inovações dentro das
organizações. A figura 3 representa as possíveis trajetórias para o surgimento de inovações
apresentadas por Kline e Rosenberg (1986).

Figura 3: Chain-Liked Model mostrando os fluxos da informação e da cooperação


Fonte: adaptado de Kline e Rosenberg (1986, p. 290).

A primeira trajetória do processo de inovação é chamada de “caminho central da


inovação”, sendo indicada pelas setas “C” (KLINE; ROSENBERG, 1986, p. 289, tradução
nossa). Esse caminho central teria seu início com as atividades de desenho de um produto e
seguiria até seu desenvolvimento, produção e comercialização.
A segunda trajetória é marcada por conexões e feedbacks – marcados com “f” e “F” – que
iteram os passos e se conectam novamente a partir de demandas do mercado e dos usuários por
melhorias e aprimoramentos “do produto e da performance de serviço no próximo estágio de
design” (KLINE; ROSENBERG, 1986, p. 289, tradução nossa). Kline e Rosenberg (1986, p. 289,
tradução nossa) argumentam, por fim, que os feedbacks seriam, portanto, uma parte da
“cooperação entre a especificação do produto, o desenvolvimento, os processos produtivos, a
comercialização e os componentes de serviço de uma linha de produtos” e que seriam uma forma
de resolver problemas técnicos na produção para, assim, atender a uma demanda de mercado.
A terceira trajetória possível para a inovação é apresentada no Chain-Linked Model pela
seta “D” e pelas conexões “K” e “R” e conecta as atividades de pesquisa ao conhecimento, sendo
definida por Kline e Rosenberg (1986, p. 290, tradução nossa) como “a razão para o nome Chain-
Linked Model”. Em relação ao uso do conhecimento científico acumulado no processo de
inovação – o que geraria demandas por pesquisas, ou seja, por novas ciências –, os autores
defendem que “a ligação entre ciência e inovação não ocorre somente nem mesmo
preponderantemente no começo das inovações típicas, mas se estende por todo o processo”, tendo
em vista que “a ciência pode ser vista acompanhando todo o processo de desenvolvimento para
ser utilizada quando necessário” (KLINE; ROSENBERG, 1986, p. 290 - 291, tradução nossa).
A quarta trajetória para a inovação, também representada pela seta “D”, argumentam
Kline e Rosenberg (1986), demonstra que a novas ciências podem tornar possível o

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desenvolvimento de inovações radicais. Embora sejam raras, essas ocorrências marcam o
surgimento de novas indústrias, razão pela qual não podem ser desconsideradas. São apresentadas
como exemplos pelos autores as indústrias de semicondutores, lasers, bombas atômicas e
engenharia genética.
A quinta e última trajetória compreendida no Chain-Linked Model para o surgimento de
inovações – representada no modelo pela letra “I” – é o “feedback da inovação ou, mais
precisamente, dos produtos da inovação para a ciência” (KLINE; ROSENBERG, 1986, p. 293,
tradução nossa). Os autores demonstram, ainda, que esse caminho representaria a utilização de
uma inovação para gerar um novo campo de conhecimento para a ciência – como, por exemplo,
com o surgimento do microscópio e do telescópio, fundamentais para os trabalhos de Pasteur e
Galileo.
Para a compreensão das ligações apresentadas no Chain-Linked Model de Kline e
Rosenberg (1986), são apresentadas, na seqüência, as definições apresentadas pelos autores:

K-R: fazem a ligação entre o conhecimento e a pesquisa. Se um problema for


resolvido no ponto “K”, a ligação 3 para “R” não será ativada. O retorno da pesquisa
(link 4) é problemático, o que justifica a linha pontilhada.
D: ligação direta entre problemas de pesquisa (e para eles) e problemas na
invenção e no desenho.
I: suporte para pesquisas científicas por meio de instrumentos, máquinas,
ferramentas e tecnologias de procedimentos.
S: suporte para pesquisas em ciências visando que a área de produção ganhe
informação diretamente e, ainda, a partir do monitoramento externo. A informação
obtida pode ser aplicada em qualquer lugar ao longo dos cinco estágios (KLINE;
ROSENBERG, 1986, p. 290, tradução nossa).

O Chain-Linked Model destaca, prioritariamente, a premissa de que o surgimento de uma


inovação pode ser acionado por uma demanda do mercado. Kline e Rosenberg (1986) defendem,
inclusive, que uma inovação deve atender não somente a requisitos técnicos, mas principalmente
aos requisitos do mercado. Conforme defendem Dergint et al (2004, p. 4), esse Modelo
“considera o mercado como fator estruturante dos fluxos, permitindo uma correta articulação dos
diferentes elos da cadeia”. Esses autores defendem, ainda, que “o mercado potencial pode induzir
atividades em todas as funções; podem existir interações e movimentos de uma função para
outra” (DERGINT, 2004, p. 4).
A notória importância do mercado no processo de inovação expresso no Chain-Linked
Model é atribuída por Kline e Rosenberg (1986), ao fato de que as demandas do mercado seriam
capazes de induzir a criação de um novo processo de desenvolvimento, o que levaria a um novo
produto. Esse produto inovador, por sua vez, levaria à criação de novas condições de mercado.
Nas palavras dos autores, “cada demanda do mercado que se insere no processo de inovação leva
à criação de um novo desenho de projeto e todo novo projeto de sucesso leva à criação de novas
condições de mercado” (KLINE; ROSENBERG, 1986, p. 290, tradução nossa).
Neste estudo, considera-se o posicionamento do governo enquanto gerador de demandas
por inovação. Ao estabelecer os requisitos para a aquisição de produtos vindos das MPEs, o
governo assume posicionamento que o coloca não somente como consumidor para esses
produtos, mas principalmente como definidor dos parâmetros e requisitos que permearão as
etapas de produção de um desenho analítico, desenho detalhado, produção e distribuição /
comercialização. Nesse sentido, o governo adquire a capacidade de interferir no mercado
estabelecendo parâmetros para a produção que, seguindo o proposto por Kline e Rosenberg
(1986), levarão à criação de novas condições de mercado e ao surgimento de inovações.
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As demandas estabelecidas pelo governo imporão às MPEs desenvolvedoras o desafio de
atender aos novos requisitos estabelecidos, o que, na prática, significará adaptar, ajustar ou
mesmo desenvolver soluções radicalmente inovadoras. Nesse processo de atendimento às
demandas, abre-se espaço para o surgimento, no contexto organizacional, não somente de
inovações nos produtos e serviços ofertados, mas também nos processos produtivos, nas
tecnologias utilizadas e na gestão interna das empresas, por exemplo.
Em última instância, o posicionamento do governo enquanto fonte de mercado
consumidor aplicado ao modelo de Kline e Rosenberg (1986) permite compreender, portanto, de
que forma uma demanda governamental pode induzir à criação de inovações no contexto
empresarial – no caso, no contexto das micro e pequenas empresas brasileiras. A figura 4 traz a
representação gráfica da aplicação do posicionamento do governo enquanto mercado consumidor
– e conseqüente estabelecedor de parâmetros para produtos inovadores – proposta para o modelo
de Kline e Rosenberg (1986). Apesar das alterações apresentadas no primeiro estágio do Chain-
Linked Model, reitera-se que as conexões apresentadas originalmente por Kline e Rosenberg
(1986) são mantidas integralmente na adaptação proposta.

Figura 4: Governo enquanto mercado potencial no Chain-Liked Model.


Fonte: Elaborado pelo autor a partir do modelo Chain-Linked Model proposto por Kline e Rosenberg
(1986).

Na figura, o primeiro estágio originalmente apresentado no Chain-Linked Model sofreu


alteração em sua nomenclatura e, nesta adaptação, passa a representar:
1. O governo enquanto mercado potencial e gerador de requisitos para as soluções
inovadoras desenvolvidas pelas micro e pequenas empresas;
2. O governo enquanto gerador de novas condições de mercado a partir do
estabelecimento de novos requisitos e parâmetros para as soluções inovadoras
adquiridas das micro e pequenas empresas desenvolvedoras.

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4 Inserção das MPEs nas compras governamentais: experiências e perspectivas para a
geração de inovações no Brasil

Para que se afirme a real importância da discussão acerca da indução à inovação nas
MPEs, é preciso considerar prioritariamente a dimensão e as implicações da inovação no
contexto dessas empresas. Kline e Rosenberg (1986) definem, seguindo a proposição de
Schumpeter (1912), que a inovação pode significar um novo produto, um novo processo
produtivo, a substituição de materiais em um produto inalterado, a reorganização produtiva ou
mesmo a melhoria nos próprios instrumentos ou métodos utilizados para inovar. Os autores
defendem, ainda, que ao considerar a inovação no contexto empresarial, é fundamental definir
qual tipo de inovação pode melhorar a eficiência e a sobrevivência das empresas e,
principalmente, que é preciso compreender a natureza das inovações para empregá-las de forma
mais efetiva.
No contexto empresarial, a capacidade de inovar assume a condição de grande diferencial
competitivo (DACORSO; YU, 2002). Nas MPEs, o processo de inovação ocorre de forma
diferenciada em relação aos demais segmentos, muitas vezes, inclusive, assumindo maior
intensidade. Características observadas nesse segmento empresarial - como informalidade,
flexibilidade e capacidade de articulação - são consideradas favorecedoras de inovação
(SBRAGIA E STAL, 2002). Rovere e Medeiros (2002, p. 76) defendem que as MPEs “têm
atividades diversificadas e estruturas específicas que favorecem respostas rápidas a mudanças no
mercado”. Por terem características que podem facilitar o surgimento dos processos de inovação,
as MPEs ganham destaque e a alternativa de inseri-las nos processos de compras governamentais,
por exemplo, torna-se um caminho para o aproveitamento desse potencial inovador.
Experiências com a utilização das compras governamentais enquanto instrumento para o
desenvolvimento das MPEs mostram que essa iniciativa gera inovação, cria novos mercados e
encoraja boas práticas empresariais (SCHELLINGERHOUT, 2006). As experiências da União
Européia apontam que, ao assumir a função de mercado para as MPEs, o governo se comporta
como seu primeiro cliente, provendo as respostas necessárias para a melhoria dos produtos e
serviços oferecidos. Isso contribui diretamente para a sobrevivência e melhoria das MPEs que, no
futuro, aumentarão sua capacidade de competir no mercado global, tendo em vista que já terão
melhorado a qualidade dos produtos / serviços oferecidos (NESTA, 2007). Binks (2006) defende
que a inserção das MPEs nas compras governamentais pode trazer muitos benefícios às empresas
no contexto dos setores em que atuam, como crescimento decorrente do aumento de seu mercado
e aumento dos padrões de qualidade do setor, o que levaria, por fim, à melhoria da própria
reputação do setor.
Os governos também podem se beneficiar diretamente da alternativa de inserir as MPEs
nas compras governamentais e, assim, propiciar o surgimento de produtos / serviços inovadores.
Ao adquirir esses produtos / serviços produzidos por essas empresas, os governos têm a
oportunidade de melhorar a qualidade e a produtividade dos serviços públicos oferecidos
(EUROPEAN COMISSION, 2005). Cabe destacar, por fim, que essa melhoria pode ocorrer em
todos os níveis de governo (FRAUNHOFER INSTITUTE, 2005).

5 Conclusão

A adoção dos mecanismos jurídicos que garantem a inserção das MPEs brasileiras nas
compras governamentais é reflexo, inicialmente, de uma tomada de ação governamental no
sentido de fortalecer a competitividade desse segmento empresarial. O fortalecimento dessas

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empresas, objetivo encontrado repetidamente na literatura sobre o tema, têm sido a justificativa
para a adoção das medidas para inserir as MPEs nos processos de compras governamentais no
Brasil. As experiências dos outros países que já optam por adotar essa mesma alternativa, em
especial a União Européia, revelam, no entanto, que essa ação pode ter impacto significativo não
apenas no tocante ao aumento da competitividade empresarial, mas também na indução de
inovações nas MPEs. Essa discussão, ainda incipiente no Brasil, abre espaço para futuras
pesquisas que se proponham a identificar fatores determinantes do processo de inovação nas
MPEs inseridas nos processos de compras governamentais.
É imperativo que as discussões sobre alternativas para fortalecer e desenvolver a
competitividade das MPEs considerem a necessidade de garantir meios para a inovação nessas
empresas, sejam eles formas de financiamento, políticas ou preferência nos processos de
compras, por exemplo. É notório que, no Brasil, apesar da ampla participação das MPEs na
economia e de suas características que propiciam o processo de inovação, a efetiva capacidade de
inovar desse segmento empresarial ainda é baixa (DACORSO; YU, 2002). A adaptação do
Chain-Linked Model, apresentada na segunda seção deste estudo, permite formular o pressuposto
de que a indução de inovações no contexto empresarial, a partir da utilização das compras
governamentais, é um instrumento viável e, conforme mostram as experiências internacionais,
pode ser considerada fator determinante para o desenvolvimento das MPEs. É fundamental que o
governo brasileiro assuma, portanto, não somente a tarefa de inserir as MPEs nos processos de
compras governamentais, mas também a incumbência de adotar medidas e ações que garantam a
efetividade dessas medidas no tocante à indução de inovações.
Entre as recomendações para a obtenção de efetividade quanto à adoção das compras
governamentais como instrumento de indução de inovações nas MPEs, cabe destacar a
necessidade de estabelecer requisitos para as compras de forma planejada. É preciso que o
governo estabeleça parâmetros para adquirir produtos / serviços de qualidade e com preço justo.
Do contrário, o governo criará condições artificiais de mercado, o que, em longo prazo,
prejudicará a competitividade das MPEs e trará prejuízos à qualidade das aquisições públicas. O
governo deve ter em mente, ainda, que as compras governamentais são um valioso instrumento
para incentivar a pesquisa e a própria inovação nas empresas. É fundamental, portanto, que o
governo utilize eficientemente esse instrumento estabelecendo como requisito em suas aquisições
que os produtos / serviços fornecidos sejam por si só inovadores (SCHELLINGERHOUT, 2006).
É preciso ressaltar, ainda, a necessidade de preparo, por parte do governo, para a aquisição dos
bens e serviços demandados. O governo deve estar capacitado e preparado para pautar suas
compras em parâmetros de eficiência, requisito para que tenha uma atuação efetiva. Ao Brasil,
cabe o desafio de encontrar formas de utilização das compras governamentais que aproveitem
esse instrumento enquanto potencial gerador de inovações, uma meta que vai diretamente ao
encontro do desafio de promover o desenvolvimento das micro e pequenas empresas brasileiras.

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