Grupo 1: Alexandre Oliveira, Bruna Palotti, Hugo Duarte, Igor Crego, Karl Torres, Maria
Fernanda, Victor de Castro.
Professor: Carlos Esteves
Exposição ao Talco Industrial e o Risco de Mesotelioma
(Industrial-grade talc exposure and the risk of mesothelioma) Introdução Desde a década de 1960, estudos vêm sendo realizados sobre o risco de se adquirir câncer associados a aspiração de partículas de talco industrial. Tais estudos analisaram a saúde de mineradores do norte do estado de New York (NYS) nos Estados Unidos, especificamente da mina controlada pela RT Vanderbilt Company (RTV). Estudos que generalizam o uso da palavra talco, associando-o à formação de mesoteliomas estão certamente precipitados. Dépositos de talco são misturas de vários diferentes minerais. Dentre estes minerais alguns podem vir a ser cancerogênicos, como é o caso dos anfibólios asbestos. O caso da minas da RTV tratou-se de uma análise precipitada na qual fragmentos de clivagem de anfibólio (partículas granulares ou alongadas sem estrutura fibrosa dos asbestos) foram tratados como anfibólios asbestos. Para entendimento dos erros de análise ocorridos e associação entre asbestos e talcos, assim como asbestos e mesoteliomas, é necessário se esclarecer a diferença entre talcos e asbestos. No caso de NYS, os dépositos de talco, são complexas misturas de párticulas minerais que podem variar em composição de acordo com a posição espacial. Alguns depósitos podem incluir anfibólios asbestos, comprovadamente cancerígenos, mas no caso da mina da RTV, estudos erraram ao dizer que talco contém asbestos anfibólios e está associado mesotelioma. Asbestos Asbestos é um termo comercial aplicado ao grupo de silicatos altamente fibrosos, que se separam em fibras longas, finas e fortes, resistentes ao calor e quimicamente inertes, além de bons isolantes elétricos. Os minerais classificados como asbestos são: serpentinita, crisolita, grunerita (amosita), riebeckita (crocidolita), antofilita, tremolita e actinolita asbestos. Alguns destes asbestos são utilizados para fabricar produtos como: isolantes elétricos, materiais de construção civil, tintas e produtos de fricção. Quando há a inalação de partículas de asbestos, as mesmas propriedades que os tornam valiosos comercialmente, causam sérios problemas respiratorios, levando até ao câncer (mesotelioma). Talcos Talco é um silicato composto de magnésio, sílica, oxigênio e água, mas também pode ser usado para descrever rochas que possuem o mineral talco. O talco, quando puro, possui propriedades físicas e químicas específicas, como a baixa dureza, capacidade de absorção de óleos e graxas, além de ser quimicamente inerte, possuir baixa condutividade elétrica e alta condutividade térmica. A composição tipica de talcos industriais da mina tratada neste artigo são anfibolios, serpentinita, talco fibroso entre outros componentes em menores proporções. Talco industrial é usado em cerâmicas, tintas, papel, plasticos, borracha, indústrias cosmética, farmacêutica e agrícola. O talco produzido na mina da RTV foi reportado como livre de fibras de asbestos em sua composição, sendo portanto, não relacionado com o surgimento de mesotelioma. Testes toxicológicos e epidemológicos realizados não suportam qualquer relação entre o talco prodzidos e o câncer em questão. Mesotelioma Mesotelioma é um tipo de câncer, trata-se de um tumor primário no tecido do pulmão (pleura) ou no tecido abdominal (peritônio). O mesotelioma foi observado pela primeira vez entre trabalhadores que eram expostos a altos nives de asbestos anfiboliticos nos anos 30. Estudos feito pela National Cancer Institute (EUA), mostraram que houve na década de 70 um aumento de índices de mesotelioma entre pessoas que eram expostas a altos níveis de asbestos anfibolíticos. Apesar da relação entra a exposição ao asbesto anfibolítico e o mesotelioma, existem casos em que o paciente com mesotelioma não esteve exposto ao asbesto. As possíveis causas do desenvolvimento de mesotelioma não são completamente conhecidas. Em outros casos evidências comprovaram a exposição ao eronite, um mineral fibroso, bem como radiação terapêutica, com o surgimento de mesotelioma. O talco da mina da RTV O talco do norte do estado de New York não causou o surgimento de mesoteliomas em animais testados, enquanto os animais expostos aos asbestos de anfibólio apresentaram o desenvolvimento do câncer. Estudos realizados apoiam, portanto, que talcos livres de asbestos anfibolíticos, como os investigados, não aumentam o risco de desenvolvimento de mesotelioma. Conclusão As análises realizadas ao longo de décadas demonstram que o talco industrial livre de asbestos anfibolíticos não possui relação com o desenvolvimento de mesotelioma como se concluiu em outras épocas. A causa real do desenvolvimento de mesotelioma se deve ao asbesto anfibolítico e que se o talco não for cuidadosamente analisado, suas partículas alongadas podem ser confundidas com asbestos anfibolíticos. Todos os casos de desenvolvimento de mesoteliomas devem ser analisados individualmente, uma vez que nem todos os casos do câncer são devidos a exposição a asbestos anfibolíticos. É necessária exposição a níveis muito elevados de asbestos anfibolíticos para desenvolvimento do mesotelioma.