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Estudo das Fórmulas de Fresnel

Mestrado Integrado em Engenharia Fı́sica Tecnológica


Turno de 3a feira, Grupo 2, 2o Semestre, Ano Letivo 2017/2018
Laboratório de Eletromagnetismo e Termodinâmica
Carlota Cardoso (87308), Igor Gago (87323), Miguel Bengala (87340) e Rodrigo Santo (87352)
21 de maio de 2018
Resumo
Neste trabalho experimental estuda-se a relação entre a reflectância R e a transmitância T com a variação do ângulo de
incidência de um laser num semi-cilindro de polı́mero. Analisa-se estes parâmetros para diversas situações especı́ficas
de alinhamentos e polarizações. Os resultados obtidos revelaram-se concordantes com os modelos teóricos das fórmulas
de Fresnel. Determina-se o ı́ndice de refração do polı́mero por três métodos diferentes obtendo-se um valor médio de
n=1.49±0.04, recorrendo à bibliografia confirma-se que o polı́mero é acrı́lico.

I. Introdução perpendicular”) e P a polarização P (é mantida a compo-


nente de E~ paralela ao plano de incidência, será referida como
Adaptado de [1].
”polarização paralela”).
Um feixe de luz que incida numa interface entre dois meios
É de notar que R+T=1.
(meio 1 e 2), é divido em feixes refletido e transmitido. Os
ângulos destes feixes podem ser relacionados (com recurso aos
seus ı́ndices de refração n1,2 : I. Interfaces Múltiplas
Neste trabalho são estudadas as seguintes situações para
um semi-cilindro de polı́mero:
n1 sin θi = n2 sin θt Lei de Snell (1)
θi = θr Lei da reflexão (2)

Quando o meio 1 é mais refringente que 2, existe um


ângulo crı́tico, a partir do qual toda a radiação é refletida
(θt = π/2):
n2
θC = arcsin (3)
n1
Figura 1: Alinhamentos estudados.
O ângulo de Brewster, que corresponde ao ângulo de in-
cidência para o qual a reflexão anula a componente paralela No alinhamento A tanto a luz transmitida como refletida
(em relação ao plano de incidência) da onda: atravessa duas interfaces, isto acontece também no B, somente
a luz transmitida. Estes feixes múltiplos criados interferem
n2 entre si, como tal as equações de Fresnel ganham a forma:
θB = arctan (4)
n1
A reflectância R é a proporção entre o fluxo de radiação
eletromagnética incidente numa superfı́cie e o fluxo que é Alinhamento A : R = T (0) × RP,S (θi ) × T (0) (9)
refletido. Analogamente, a transmitância T é a proporção T = T (0) × TP,S (θi ) (10)
entre o fluxo de radiação incidente numa superfı́cie e o fluxo
que é transmitido[3]. São dadas por: Alinhamento B : R = RP,S (θi ) (11)
T = TP,S (θi ) × T (0) (12)
 2
n2 cos(θi ) − n1 cos(θt ) Neste caso T+R6=1.
RP (θi ) = (5)
n2 cos(θi ) + n1 cos(θt )
2
II. Decaimento da Intensidade

n2 cos(θt ) 2n1 cos(θi )
TP (θi ) = (6)
n1 cos(θi ) n1 cos(θt ) + n2 cos(θi ) É necessário ter em conta as perdas de intensidade que o
 2
n1 cos(θi ) − n2 cos(θt ) feixe sofre por difusão ao percorrer o meio material. Assim,
RS (θi ) = (7) podemos obter uma nova expressão para a intensidade quando
n1 cos(θi ) + n2 cos(θt )
 2 atravessa o material:
n2 cos(θt ) 2n1 cos(θi )
TS (θi ) = (8)
n1 cos(θi ) n2 cos(θt ) + n1 cos(θi ) I = I0 e−λx (13)
Onde S denota a polarização S (é mantida somente a com- I0 é a intensidade antes de a radiação atravessar o material,
ponente normal ao plano de incidência do campo elétrico da λ depende do meio atravessado e x é a distância que o feixe
onda, encontrar-se-á referido no trabalho como ”polarização percorre no meio.

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II. Método Experimental ângulo (◦ ) n
θc 43.7 ± 1.5 1.45 ± 0.04
I. Montagem θB (A) 55.82 ± 1.5 1.47 ± 0.08
θB (B) 32.83 ± 1.5 1.55 ± 0.04
ajuste 1.49 ± 0.04
Tabela 1: Índices de refração para o acrı́lico
Analisando a tabela 1, verifica-se que os vários métodos uti-
lizados não são unânimes. Considerando que a determinação
experimental do ângulo crı́tico e de Brewster não é inteira-
mente objetiva e que esses métodos apenas consideram um
ponto experimental, os seus resultados podem não ser total-
mente representativos da realidade.
Figura 2: Montagem Experimental Do estudo da relação entre os ângulos de incidência e re-
fração para o alinhamento B, segundo a polarização S, obteve-
se o gráfico da figura 3.
O feixe provém do laser (1), atravessa o polarizador (6), e
incide num espelho de vidro que o divide: uma parte atinge
logo uma célula do laser que mede a sua intensidade e a ou-
tra parte avança em direção ao semi-cilı́ndro (2) posicionado
no goniómetro (3). A intensidade do feixe que é transmi-
tido/refletido é medido pelo sensor (4) no braço do goniómetro.
Tanto o sensor do braço como o da montagem do laser estão
ligadas a um amperı́metro (A) por meio de um interruptor
(5) que controla qual das intensidades é medida.

II. Procedimento
Adaptado de [2]
Com o laser a temperatura estável, verificou-se o alinha-
mento entre este e o semi-cilindro. Para dois alinhamentos Figura 3: Variação do sin(θt ) em função de sin(θi ) e respetivo
diferentes (ver figura ??) seguiu-se o mesmo procedimento ajuste linear
para as polarizações P (com o eixo 0o -180o do polarizador na Observando o gráfico do ajuste, verifica-se que o seno
horizontal) e S (com o eixo 0o -180o do polarizador na vertical). dos dois ângulos apresenta uma relação linear, tal como
Registou-se as potências dos feixes transmitido e refletido previsto pela lei de Snell-Descartes. Do ajuste obtém-se
para ângulos de incidência entre 0o e 85o , em intervalos de 5o . a = −0.001 ± 0.01 para a ordenada na origem e b = 0.67 ± 0.02
De modo a confirmar a veracidade dos valores de potência para ao declive da reta. Uma vez que a reta ajustada passa
obtidos (porque o laser usado apresenta flutuações de intensi- por todos os intervalos de incerteza dos valores experimentais
dade), foram efetuadas duas medidas de intensidade do feixe e atendendo ao valor da ordenada na origem, pode concluir-se
refletido/transmitido (I1 e I2) com uma medida de potência do que os resultados são bastante satisfatórios e que se verifica a
feixe de referência entre elas (I3). O valor final desta medida lei de Snell-Descartes.
é dado por I=(I1 +I2 )/(2I3 ) e é proporcional à potência do Sendo assim, toma-se como o valor mais representativo
feixe. Para o alinhamento B em polarização S todos os ângulos para o ı́ndice de refração do acrı́lico o obtido pela regressão
(incidente, transmitido e refletido) foram medidos de modo a linear, nacr = 1.49 ± 0.04. Este resultado é consistente com
confirmar a lei de Snell-Descartes e determinar o ı́ndice de re- o ı́ndice de refração tabelado em [4] para o vidro acrı́lico
fração do polı́mero). Para ambos os alinhamentos (polarização com feixe incidente de comprimento de onda λ = 632.8nm,
P) identificou-se o ângulo de Brewster, e para o alinhamento nomeadamente n = 1.4888.
A o ângulo crı́tico, de modo a determinar também o ı́ndice
de refração do polı́mero. Por último, sem o semi-cilindro,
para que a totalidade do feixe incidente incidisse no sensor, II. Alinhamento A
registou-se a intensidade para ambas as polarizações. O alinhamento A caracteriza-se pela transição do feixe
de um meio mais refringente (acrı́lico) para um meio menos
III. Análise de Resultados refringente (ar).
Como se pode ver no gráfico da figura 4, quando sob a
I. Índices de Refração incidência de um feixe paralelamente polarizado, neste ali-
nhamento, tanto o comportamento geral da transmitância
No decorrer da experiência foi usado para o valor do ı́ndice como o da refletância correspondem ao esperado teoricamente.
de refração do ar nar = 1, como considerado em [5]. Com efeito, a reflectância diminui até atingir um zero em
O ı́ndice de refração do acrı́lico nacr foi determinado por θB ≈ 0, 57 rad, que corresponde ao ângulo de Brewster, au-
três métodos diferentes: pelo ângulo crı́tico (equação 3), pelo mentando rapidamente para maiores ângulos de incidência até
ângulo de Brewster (equação 3) e pela lei de Snell-Descartes a um ângulo limite, θL ≈ 0, 76 rad, a partir do qual estabiliza
(equação 1). num valor aproximadamente constante. Existem, no entanto,

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algumas flutuações neste valor, que se atribuem a flutuações Para ambas as polarizações, verifica-se uma clara ate-
na intensidade do feixe, não bem colmatadas pela medição da nuação das potências observadas face à expetativa teórica.
referência, devido a alterações entre leituras do multı́metro. Esta atenuação deverá dever-se maioritariamente a efeitos de
Por outro lado, a transmitância diminui bruscamente para difusão no meio acrı́lico, que se tentará modelar quantitativa-
ângulos superiores a θB até ao ângulo a partir do qual se dá mente em secção posterior.
a reflexão total, a partir do qual a transmitância se anula.
III. Alinhamento B
O alinhamento B caracteriza-se pela transição do feixe
de um meio menos refringente (ar) para um mais refringente
(acrı́lico). Como tal, esta configuração não apresenta reflexão
total.

Figura 4: Refletância R e transmitância T em função do


ângulo de incidência θi do feixe - polarização paralela
Contudo, para ângulos de incidência inferiores ao ângulo
de Brewster, a transmitância não apresenta uma tendência
ligeiramente crescente como seria expectável, mesmo tendo em
conta as incertezas determinadas. Esta discrepância pode ter- Figura 6: Refletância R e transmitânica T em função do
se devido a variações na intensidade do feixe que não tenham ângulo de incidência θi do feixe - polarização paralela para o
conseguido ser colmatadas pela consideração da referência ou alinhamento B
mesmo a alterações significativas da intensidade do feixe entre
as leituras no sensor e na referência, que, apesar de terem
sido efetuadas o mais rapidamente possı́vel, nunca podem ser
efetuadas instantaneamente.

Figura 7: Refletância R e transmitância T em função do


ângulo de incidência θi do feixe - polarização perpendicular
para o alinhamento B
De uma forma geral, verifica-se que os dados experimentais
Figura 5: Refletância R e transmitância T em função do
seguem o comportamento previsto pelas equações teóricas,
ângulo de incidência θi do feixe - polarização perpendicular
apresentado os gráficos uma forma semelhante. Para ambas
Para a polarização perpendicular do feixe, os resultados as polarizações tem-se que a refletância R aumenta com o
são semelhantes, apresentando, no geral, a transmitância e ângulo de incidência θi e a transmitância T diminui.
a refletância o comportamento esperado. Para esta pola- Nas das polarizações observa-se que os modelos teóricos
rização, não se verifica a existência de ângulo de Brewster e, preveem valores superiores aos registados em laboratório, espe-
de modo conforme, tanto a refletância como a transmitância cialmente para a transmitância T . Estas discrepâncias podem
apresentam comportamento monótono. No caso da refletância, ser mais uma vez explicadas pelos fatores já abordados na
verifica-se que o seu valor, como esperado, aumenta até ser análise do alinhamento A. Além disso, observa-se uma irregu-
atingido o ângulo crı́tico de incidência θL = 0, 76rad, a partir laridade na variação da transmitância experimental segundo
do qual permanece aproximadamente constante. Apesar disso, a polarização perpendicular. Até θi = 0.44 rad, os valores
verificam-se flutuações nos valores medidos de refletância para experimentais encontram-se bastante próximos dos teóricos,
ângulos superiores ao ângulo limite, que se acredita resulta- apresentando um comportamento praticamente monótono.
rem, mais uma vez, de flutuações na intensidade do feixe, Contudo, os valores para o ângulo de incidência seguintes
não bem colmatadas pela medição da referência. Por seu não seguem essa evolução, sugerindo uma certa translação em
lado, a transmitância apresenta comportamento monótono relação os valores iniciais. Esta observação deverá ter origem
decrescente com uma evolução muito coerente com o esperado. numa grande flutuação na intensidade do laser em relação
A partir do ângulo limite, passa a verificar-se reflexão total, aos valores iniciais, que poderá ter origem num hiato entre o
anulando-se consequentemente a transmitância. registo desses conjuntos de dados.

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É importante referir que para este alinhamento verificou-se algumas discrepâncias, por exemplo, para as refletâncias no
uma maior dispersão do feixe refratado, especialmente para alinhamento A e para a transmitância da polarização perpen-
ângulos de incidência superiores a 1.13 rad. Esta observação dicular no alinhamento B. Estes desvios provirão, então, de
poderá ser explicada pelo facto de com a superfı́cie circular outras fontes para além das perdas de potência por difusão,
existir uma menor zona angular de contacto, ou seja, o feixe já discutidas nas secções anteriores.
incide num menor comprimento. De forma a que todo o feixe
incidisse no detetor, foi utilizada uma lente convergente. Esta
IV. Conclusão
correção não é perfeita uma vez que com a introdução da Como balanço geral, conclui-se que os resultados observa-
lente, existe nova perturbação do feixe que não é contemplada dos seguiram as respetivas previsões teóricas e nos casos em
pelos modelos teóricos estudados. que tal não se verificou (algo também esperado) as correções
IV. Estimativa de perdas efetuadas revelaram-se bastante bem sucedidas.
Os ângulos crı́ticos e de Brewster foram facilmente veri-
Pela análise anteriormente efetuada, identificaram-se as ficados para as respetivas condições (de tal modo que seria
perdas de potência por difusão no meio polimérico como a prin- possı́vel retirar conclusões sobre estas caso fossem desconheci-
cipal causa de desvios dos dados experimentais relativamente das). Os valores dos ı́ndices de refração do polı́mero, obtidos
à expetativa teórica. Assim, tenta-se nesta secção quantifi- na secção III.I, revelaram-se relativamente concordantes, não
car estas perdas, através do modelo descrito na introdução distando mais de 5% entre si e possuindo relativamente à
(equação 13). bibliografia (ver [4]) um desvio à exatidão de somente 0.12%.
Através de ajustes dos dados experimentais às equações As reflectâncias e transmitâncias seguem, apesar de com
teóricas corrigidas pelo fator e−λx , determinou-se o coeficiente alguns desvios, as evoluções previstas. Presume-se que as ori-
de atenuação λ. Foram, deste modo, determinados diversos gens desses desvios advenham maioritariamente de limitações
valores para lambda a partir dos dados para as refletâncias do material disponı́vel. Como os dados foram recolhidos recor-
e transmitâncias correspondentes aos vários alinhamentos e rendo ao mesmo método, não parece haver evidência de erros
polarizações (tabela ??). de natureza sistemática. Apesar de muitas vezes os desvios
aparentarem comportamentos tendenciosos (sugerindo que
Atenuação λ · Rsemi−cilindro não são erros aleatórios), não há paralelismo entre conjuntos
Polarização Alinhamento Refletância Transmitância de valores anormais, isto é, não foi encontrada uma relação
S A 0.28 ± 0.01 0.45 ± 0.02 óbvia para as mesmas polarizações ou alinhamentos. Uma
S B - 0.36 ± 0.02 fonte de erro pode residir em zonas heterogéneas do polı́mero,
P A 0.30 ± 0.01 0.34 ± 0.02 de que os ı́ndices da tabela 1 podem ser prova. O feixe em
P B - 0.20 ± 0.02 si não era completamente homogéneo a nı́vel de intensidade
(eram visı́veis fragmentações do mesmo), facto ao qual se junta
Tabela 2: Coeficientes de atenuação. (Nota: Os coeficien- as oscilações de intensidade (evidentes pelas flutuações lidas
tes de atenuação λ são apresentados escalados pelo raio do no sensor referência) que provocará desvios nos dados. A
semi-cilindro) dispersão dos feixes refletido e refratado representou também
um problema, especialmente para os pontos de maior ângulo
Como esperado, os vários valores obtidos para λ são re- incidente.
lativamente próximos, sendo este coeficiente de atenuação Da secção IV, pode concluir-se que, de facto, a enorme
caracterı́stica do material, não tendo, por isso, dependência discrepância entre dados e previsão se deve maioritariamente
do alinhamento ou da polarização do feixe. às perdas de energia que ocorrem por difusão do feixe no meio
Tendo em conta os resultados obtidos nos ajustes individu- polimérico. Os semelhantes coeficientes de atenuação encontra-
ais e visando uma mais exata determinação do parâmetro de dos (o maior desvio ao valor médio foi de 14%) e a adequação
atenuação, foi feito um ajuste conjunto usando todos os dados aos pontos experimentais das novas curvas permite validar
recolhidos na experiência, de forma a determinar um valor o modelo corretivo utilizado. Tendo-se verificado um valor
único para lambda, que, como já referido, apenas depende do aproximadamente constante (em torno de 0.31/Rsemic ilindro )
material. Note-se que em nenhuma parte desta quantificação e tendo sido considerada a distância percorrida no polı́mero
das perdas por difusão no polı́mero foram usados os dados pelo feixe, confirma-se o modelo, que prevê que a atenuação
relativos às refletâncias no alinhamento B, uma vez que, para varie exponencialmente com a distância.
estes casos, o feixe medido nunca percorre o meio polimérico.
Determinou-se, assim, recorrendo ao ajuste conjunto dos
Referências
dados experimentais, λ · Rsemi−cilindro = 0.31 ± 0.01. Usando [1] Aula Teórica, João Figueirinhas.
este valor de atenuação determinado, foram obtidas novas
previsões teóricas corrigidas para as várias refletâncias e trans- [2] ”Protocolo de execução do trabalho sobre as fórmulas de
mitâncias, que podem ser observadas nas figuras 4, 5, 6 e Fresnel”,João Figueirinhas, Raquel Crespo.
7.
Em geral, os dados experimentais medidos adequam-se [3] https://www.stellarnet.us/what-is-transmittance/
bastante melhor às previsões teóricas corrigidas, sendo sig- [4] https://refractiveindex.info/?shelf=organicbook
nificativamente reduzido o desvio vertical dos dados face às =poly%28methyl methacrylate%29&page=Szczurowski
curvas teóricas, que se verificava sistematicamente para todos
os feixes que atravessavam o polı́mero. No entanto, mantêm-se [5] https://pt.wikipedia.org/wiki/Refração

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