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com/pt/Teoria_da_repuls%C3%A3o_dos_pares_de_el%C3%A9trons_da_camada_de_
val%C3%AAncia
A Teoria da repulsão dos pares de elétrons da camada de valência é um modelo químico que
busca predizer a geometria molecular por meio da repulsão eletrostática dos elétrons da camada de
valência[1].
A teoria da VSEPR parte da premissa de que os pares de elétrons da camada de valência se repelem,
adotando maneira tal que minimize essas repulsões, determinando, assim, sua geometria molecular.
A teoria de repulsão dos pares eletrônicos da camada de valência é criticada por apresentar
resultados de natureza não quantitativa, limitando-se a prever a geometria das moléculas covalentes.
Existem, entretanto, estudos mais complexos baseados na VSEPR já desenvolvidos[2].
História
Estudos que apresentassem alguma relação entre a geometria molecular e o número de elétrons da
camada de valência (ligantes e não-ligantes) foram apresentados pela primeira vez na universidade
de Oxford em 1940 por Nevil Sidgwick e Herbert Powell[3]. Em 1957, na University College London
elaboraram uma teoria mais detalhada capaz de abranger as mais diversas geometrias
moleculares[4].
Descrição
As regras que ditam a VSEPR envolvem predizer o arranjo dos pares de elétrons ao redor de um ou
mais átomos centrais, elétrons esses ligados a dois ou mais átomos. A geometria dos átomos
centrais, por sua vez, determina a geometria molecular.
O número de átomos ligados a um átomo central mais o número de pares de elétrons não-ligantes
da camada de valência é conhecido por número estérico. Inicialmente, deve-se desenhar a estrutura
de Lewis da molécula a ser analisada, de maneira a expor os pares de elétrons ligantes e não-
ligantes. Conta-se, então, os pares de elétrons do átomo central. Quando ocorre ligação dupla ou
tripla, os elétrons envolvidos nesta devem ser contados como um só par. Assumimos então que esses
pares de elétrons estão dispostos ao redor de uma esfera e, em função da repulsão entre os mesmos,
organizam-se de forma a ficarem o mais distantes uns dos outros como possível. É, logo, o número
de pares de elétrons (número estérico e de pares não ligantes) que determina a estrutura adotada
pela molécula.
Como exemplo, quando existem dois pares de elétrons na camada de valência, a repulsão desses
pares na esfera faz com que os os pares de elétrons migrem para pólos opostos da molécula,
adotando assim uma geometria linear. Se houverem três pares, para maximizar a distância entre os
pares, forma-se a geometria trigonal plana. Quatro pares formam a geometria tetraédrica entre os
pares de elétrons.
A geometria pode ser ainda refinada ao distinguir-se os pares de elétrons ligantes dos não-ligantes.
Isso ocorre pois elétrons ligantes envolvidos em ligações sigma (uma vez que são compartilhados
com um átomo adjascente) estão mais distantes do átomo central que os pares de elétrons não
ligantes desse. Isso faz com que a repulsão entre pares não-ligantes seja maior que entre não
ligantes, alterando levemente os ângulos de maneira a compensar a proporção das repulsões.
Essa consideração pode ser observada na molécula de água. Nela existem quatro pares de elétrons
ao redor do oxigênio: dois ligantes e dois não-ligantes. O ângulo esperado de 109,5° é, na realidade
104,4°. Embora não seja muito nesse caso, quando tratamos de moléculas com mais pares de
elétrons, a diferença pode tornar-se crítica. Quando temos cinco pares de elétrons, a geometria
esperada seria trigonal bipiramidal. Nessa configuração. Duas posições ficam a 180° uma da outra,
enquanto as outras três permanecem a 90° dessas duas e a 120° delas mesmas. Ocorre, que as
duas posições mencionadas sofrem mais repulsão que as três. Em função disso, quando existem um
ou mais pares não-ligantes, esses tendem a ocupar primeiro as três últimas posições.
Método A.X.E.
É um método de contar pares de elétrons que auxilia na aplicação da VSEPR. A letra A representa o
átomo central, enquanto a letra E representa os pares de elétrons não ligantes e X representa os
pares ligantes (lembrando que ligações duplas e triplas contam como apenas um par). A soma de X
com E é o número estérico.
Baseado no número estérico, na distribuição de X’s e E’s, a VSEPR prediz a geometria molecular de
acordo com a tabela a seguir:
2
Linear (CO2)
Angular (H2O)
Tetraédrica (CH4) Piramidal (NH3)
5
Quadrada antiprismática
8 (IF8- , XeF2−8, ReF−8,
ZrF4−8)
Trigonal prismática
triapicada (ReH92-)
9
OU
Quadrada antiprismática
apicada
Número Pares Pares Ângulo das
Geometria Exemplo Imagem
Estérico ligantes (X) ligantes (E) ligações
2 2 0 linear 180° CO2
bipiramidal
5 5 0 90°, 120° PCl5
trigonal
piramidal
6 5 1 90° (84.8°) BrF5
quadrada
bipiramidal
7 7 0 90°, 72° IF7
pentagonal
Quando os átomos que se ligam a A por X não forem os mesmos, a teoria ainda é válida, mas os
ângulos formados podem ser levemente diferentes dos previstos. Como exemplo, temos o C2H4 onde
os ângulos não são exatamente 120° como previsto devido a diferença nos átomos que se ligam a A
(nesse caso um carbono da molécula).
Exemplos
A molécula do metano (CH4) é tetraédrica porque o átomo central apresenta quatro pares de elétrons
na camada de valência, todos ligantes a um átomo de hidrogênio cada[5].
A molécula de amônia (NH3) apresenta quatro pares de elétrons na camada de valência, sendo um
deles não ligantes. É logo, piramidal. Uma vez que a repulsão entre pares não ligantes e pares
envolvidos em ligações sigma é diferente, o ângulo entre os hidrogênios da amônia é distinto do
ângulo entre os hidrogênios no metano.
Números estéricos maiores ou iguais a sete são incomuns, mas podem ser encontrados em
compostos como o Heptafluoreto de iodo (IF7). A geometria base para o número estérico sete é a
Pentagonal_bipyramidal_molecular_geometry[6].
Referências