Você está na página 1de 150

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

ESTUDO DO ISOLAMENTO SONORO DE VIDROS


DE DIFERENTES TIPOS E ESPESSURAS,
EM VITRAGEM SIMPLES E DUPLA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Minéia Johann Scherer

Santa Maria, RS, Brasil.

2005
ESTUDO DO ISOLAMENTO SONORO DE VIDROS
DE DIFERENTES TIPOS E ESPESSURAS,
EM VITRAGEM SIMPLES E DUPLA

por

Minéia Johann Scherer

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação


em Engenharia Civil, Área de Concentração em Construção Civil e Preservação
Ambiental, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como
requisito parcial para a obtenção do grau de
Mestre em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Dr. Jorge Luiz Pizzutti dos Santos

Santa Maria, RS, Brasil.

2005
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Tecnologia
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,


aprova a Dissertação de Mestrado

ESTUDO DO ISOLAMENTO SONORO DE VIDROS


DE DIFERENTES TIPOS E ESPESSURAS,
EM VITRAGEM SIMPLES E DUPLA

Elaborada por
Minéia Johann Scherer

como requisito parcial para obtenção do grau de


Mestre em Engenharia Civil

COMISSÃO EXAMINADORA

_____________________________________
Eng. Dr. Jorge Luiz Pizzutti dos Santos
(Presidente / Orientador)

____________________________________________
Eng. Dr. Erasmo Felipe Vergara Miranda (UFSC)

____________________________________________
Engª. Drª. Dinara Xavier da Paixão (UFSM)

Santa Maria, 23 de novembro de 2005.


Dedico:

Ao meu pai, que mesmo não mais presente certamente


me iluminou e guiou meus passos.
À minha mãe e irmão, que não mediram esforços para a realização
deste sonho e sempre estiveram prontos a me ajudar e apoiar.
AGRADECIMENTOS

Ao professor Dr. Jorge Luiz Pizzutti dos Santos, pela orientação,


dedicação e incentivo à realização deste trabalho.

Aos professores do Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil, pelo


apoio e pelos conhecimentos disponibilizados ao longo do curso.

Aos funcionários e bolsista do Laboratório de Termo Acústica da UFSM


pela disponibilidade e competência no auxílio na realização dos ensaios.

Às empresas Reflexo e SB Esquadrias, que colaboraram com alguns dos


materiais necessários para a pesquisa; e a CAPES, pelos recursos que auxiliaram
na compra do restante do material.

Aos colegas da Pós-Graduação, pela amizade, troca de informações e


contribuições ao longo deste período de convivência.

Aos meus amigos, familiares e a todos que de uma forma ou de outra são
parte desta conquista, meu sincero muito obrigada.
RESUMO

Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil

ESTUDO DO ISOLAMENTO SONORO DE VIDROS DE DIFERENTES


TIPOS E ESPESSURAS, EM VITRAGEM SIMPLES E DUPLA

Autora: Minéia Johann Scherer


Orientador: Jorge Luiz Pizzutti dos Santos
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 23 de novembro de 2005.

Este trabalho visa determinar o isolamento acústico a ruído aéreo de vidros utilizados
na construção civil, como fechamentos ou em esquadrias, de diferentes tipos e espessuras, de
forma simples e compondo vitragens duplas. Esta quantificação é feita mediante ensaios
normalizados nas câmaras reverberantes do Laboratório de Termo Acústica da Universidade
Federal de Santa Maria, de acordo com as normas internacionais ISO 140 e ISO 717 e Projeto
de Norma Brasileira 02:135.01-001. Foram ensaiados primeiramente os diferentes tipos e
espessuras de vidros individualmente. Após, foram realizadas composições assimétricas de
vitragens duplas, ou seja, utilizando vidros de diferentes tipos ou espessuras, variando
crescentemente o espaçamento entre eles. Com base nos resultados dos ensaios, verificou-se
que o comportamento dos vidros quando utilizados individualmente seguem basicamente a lei
da massa. Em relação às composições de vitragem dupla, constatou-se que o isolamento
acústico aumenta relativamente rápido com a espessura da camada de ar entre os elementos,
quando a mesma é pequena. Porém, a partir de um determinado espaçamento, a proporção de
crescimento é menor. Desta forma, foi possível avaliar quais as situações de melhor
desempenho dos vidros testados quanto ao isolamento acústico e contribuir para projetistas,
fabricantes e construtores no momento de projeto ou de execução de uma edificação
confortável acusticamente.

Palavras-chave: acústica; isolamento sonoro; vidros.


ABSTRACT

Master dissertation
Post-graduate program in Civil Engineering
Federal University of Santa Maria, RS, Brazil

GLASSES SOUND ISOLATION STUDY OF DIFFERENT TYPES AND


THICKNESSES IN SIMPLE AND DOUBLE GLASS

Authoress: Minéia Johann Scherer


Adviser: Jorge Luiz Pizzutti dos Santos
Date and place of defense: Santa Maria, November, 23th, 2005.

This work aims to determine the acoustic isolation to aerial noise of glasses used in the civil
building, as insulations or frames, of different types and thicknesses, in a simple form and
composing double glasses. This quantification is done by normalized assays in the
reverberation chambers of the thermo-acoustic laboratory of Federal University of Santa
Maria, according to international standards ISO 140 and ISO 717 and Brazilian Norm Project
02:135.01-001. First, the different types and thicknesses of glasses had been assayed
individually. After, asymmetrical compositions of double glasses had been carried out, that
means, using glasses of different types or thicknesses, varying increasingly the spacing
between them. Based on the results of the assays, it was verified that the behavior of glasses
when used individually follows basically the mass law. In relation to the compositions of
double glasses, it was verified that the acoustic isolation increases relatively fast with the
thickness of the air layer between the elements, when it is small. However, from a determined
spacing, the ratio of increase is smaller. This way, it was possible to evaluate what are the best
performance situations of the glasses tested in relation to the acoustic isolation and to
contribute for designers, manufacturers and builders at the moment of project or execution of
an acoustically comfortable building.

Key words: acoustics; sound isolation; glasses.


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 – Utilização do vidro como fechamento para proporcionar luminosidade e


integrar ambientes..........................................................................................18
FIGURA 02 – Utilização do vidro como fechamento para proporcionar luminosidade e
integrar ambientes..........................................................................................18
FIGURA 03 – Utilização do vidro como cobertura de ambientes............................................19
FIGURA 04 – Edifício com fachadas inteiramente revestidas com vidro................................20
FIGURA 05 – Edifícios com fachadas envidraçadas................................................................20
FIGURA 06 – Edifícios com fachadas envidraçadas................................................................20
FIGURA 07 – Curvas de compensação A, B, C e D................................................................26
FIGURA 08 – Espectro do ruído rosa.......................................................................................27
FIGURA 09 – Ruído emitido por veículos pesados e leves......................................................27
FIGURA 10 – Espectro de ruído de tráfego..............................................................................28
FIGURA 11 – Ruído transmitido por ar e estrutura..................................................................29
FIGURA 12 – Reflexão, absorção e transmissão do som.........................................................30
FIGURA 13 – Curva típica da perda de transmissão para fechamentos simples......................32
FIGURA 14 – Lei da massa......................................................................................................34
FIGURA 15 – Efeito da coincidência.......................................................................................36
FIGURA 16 – Reflexão e transmissão em um fechamento duplo............................................38
FIGURA 17 - Diferentes freqüências críticas e freqüências críticas coincidentes...................39
FIGURA 18 - Diferença entre o isolamento de uma partição simples e uma
dupla...........................................................................................................40
FIGURA 19 - Diminuição do isolamento por ressonâncias da camada de ar...........................41
FIGURA 20 – Curva de referência da perda de transmissão....................................................43
FIGURA 21 – Isolamento de vidros simples............................................................................48
FIGURA 22 - Isolamento de vidro comum 3mm.....................................................................49
FIGURA 23 - Isolamento de vidro comum 5,5mm..................................................................49
FIGURA 24 - Isolamento de vidro comum 8mm.....................................................................50
FIGURA 25 - Isolamento de vidro comum 10mm...................................................................50
FIGURA 26 - Isolamento de vidro comum 12mm...................................................................51
FIGURA 27 - Isolamento de vidro comum 15mm...................................................................51
FIGURA 28 - Isolamento de vidro laminado duplo; espessura total de 6mm..........................53
FIGURA 29 - Isolamento de vidro laminado duplo; espessura total de 12/13mm...................53
FIGURA 30 - Isolamento de vidro laminado duplo; espessura total de 18/19mm...................54
FIGURA 31 - Isolamento de vidro laminado triplo; espessura total de 12mm........................54
FIGURA 32 - Isolamento de vidro laminado triplo; espessura total de 18/19mm...................55
FIGURA 33 - Isolamento de vidro laminado com 4 vidros; espessura total de 18mm............55
FIGURA 34 - Isolamento de vidro laminado com 4 vidros; espessura total de 25mm............56
FIGURA 35 - Isolamento de vidro laminado com 4 vidros; espessura total de 30mm............56
FIGURA 36 - Isolamento de vidro laminado com 4 vidros; espessura total de 40mm............57
FIGURA 37 – Isolamento de envidraçados com 8mm.............................................................58
FIGURA 38 - Curva padrão de isolamento de uma vitragem dupla.........................................60
FIGURA 39 - Variação do isolamento de uma vitragem dupla em função do intervalo de ar
que separa os dois elementos.............................................................................61
FIGURA 40 - Isolamento de vitragem dupla............................................................................62
FIGURA 41 - Isolamento de vitragem dupla............................................................................63
FIGURA 42 - Composição dos vidros duplos..........................................................................63
FIGURA 43 – Isolamento de vidros duplos..............................................................................65
FIGURA 44 – Isolamento de vidros duplos..............................................................................65
FIGURA 45 – Câmaras reverberantes do LaTA para ensaio de isolamento sonoro................68
FIGURA 46 – Parede de alvenaria e caixilho para colocação dos vidros testados...................70
FIGURA 47 – Ensaio de vitragem dupla..................................................................................71
FIGURA 48 – Valores de R (dB) para vidros monolíticos comuns.........................................75
FIGURA 49 – Valores de R (dB) para diferentes tipos de vidros com 6mm de espessura......77
FIGURA 50 – Valores de R (dB) para diferentes tipos de vidros com 8mm de espessura......77
FIGURA 51 – Valores de R (dB) para vidros duplos com 20mm de espaçamento..................79
FIGURA 52 – Valores de R (dB) para combinações somente com vidros comuns.................80
FIGURA 53 – Valores de R (dB) para combinações com vidros comuns + laminados e
somente com vidros laminados......................................................................81
FIGURA 54 – Valores de R (dB) para combinações com vidros temperados + laminados.....81
FIGURA 55 – Valores de R (dB) para vidros duplos com 50mm de espaçamento..................83
FIGURA 56 – Valores de R (dB) para combinações somente com vidros comuns.................84
FIGURA 57 – Valores de R (dB) para combinações com vidros comuns + laminados e
somente com vidros laminados......................................................................85
FIGURA 58 – Valores de R (dB) para combinações com vidros temperados + laminados.....85
FIGURA 59 – Valores de R (dB) para vidros duplos com 100mm de espaçamento................87
FIGURA 60 – Valores de R (dB) para combinações somente com vidros comuns.................88
FIGURA 61 – Valores de R (dB) para combinações com vidros comuns + laminados e
somente com vidros laminados......................................................................88
FIGURA 62 – Valores de R (dB) para combinações com vidros temperados + laminados.....89
FIGURA 63 – Valores de R (dB) para vidros duplos com 150mm de espaçamento................90
FIGURA 64 – Valores de R (dB) para combinações somente com vidros comuns.................91
FIGURA 65 – Valores de R (dB) para combinações com vidros comuns + laminados e
somente com vidros laminados......................................................................92
FIGURA 66 – Valores de R (dB) para combinações com vidros temperados + laminados.....92
FIGURA 67 – Valores de R (dB) para três ensaios analisados comparativamente..................93
FIGURA 68 – Valores de R (dB) para vitragem simples e dupla de espessura equivalente....94
FIGURA 69 – Montagem dos caixilhos e vidros para os ensaios na câmara reverberante....146
FIGURA 70 – Ensaios na câmara reverberante......................................................................146
FIGURA 71 – Ensaio de vitragem dupla com o menor afastamento......................................147
FIGURA 72 – Detalhe de ensaio de vitragem dupla com o menor afastamento....................147
FIGURA 73 – Ensaio de vitragem dupla com o maior afastamento.......................................148
FIGURA 74 – Equipamentos utilizados nos ensaios (fonte sonora)......................................148
FIGURA 75 – Equipamentos utilizados nos ensaios (microfone)..........................................149
FIGURA 76 – Equipamentos utilizados nos ensaios (analisador acústico)............................149
LISTA DE TABELAS

TABELA 01 – Sons compreendidos entre o limiar da audição e o limiar da dor.....................26


TABELA 02 – Diferenças de nível de pressão sonora para o ruído de tráfego........................28
TABELA 03 – Qualificação do isolamento..............................................................................31
TABELA 04 – Valores de referência........................................................................................43
TABELA 05 – Vidros monolíticos comuns..............................................................................48
TABELA 06 – Vidros laminados..............................................................................................52
TABELA 07 – Vidro laminado especial acústico.....................................................................58
TABELA 08 – Vidros duplos...................................................................................................64
TABELA 09 – Valores de Rw (dB) e R (dB(A)) para vidros simples.....................................75
TABELA 10 – Valores de Rw (dB) e R (dB(A)) para vidros duplos com 20mm de
espaçamento..................................................................................................78
TABELA 11 – Valores de Rw (dB) e R (dB(A)) para vidros duplos com 50mm de
espaçamento..................................................................................................83
TABELA 12 – Valores de Rw (dB) e R (dB(A)) para vidros duplos com 100mm de
espaçamento..................................................................................................86
TABELA 13 – Valores de Rw (dB) e R (dB(A)) para vidros duplos com 150mm de
espaçamento..................................................................................................89
LISTA DE ANEXOS

ANEXO I – Descrição dos ensaios realizados........................................................................105


ANEXO II – Fotografias dos ensaios realizados....................................................................146
SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS............................................................................................................04
RESUMO.................................................................................................................................05
ABSTRACT.............................................................................................................................06
LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................07
LISTA DE TABELAS............................................................................................................10
LISTA DE ANEXOS..............................................................................................................11
SUMÁRIO...............................................................................................................................12
CAPÍTULO I...........................................................................................................................15
1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................15
1.1 Objetivos......................................................................................................................16
1.1.1 Objetivo geral....................................................................................................16
1.1.2 Objetivos específicos.........................................................................................17
1.2 Justificativas................................................................................................................17
1.3 Hipóteses......................................................................................................................21
1.3.1 Hipótese geral....................................................................................................21
1.3.2 Hipóteses específicas.........................................................................................21
1.4 Estrutura da dissertação............................................................................................22
CAPÍTULO II.........................................................................................................................23
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................23
2.1 Som...............................................................................................................................23
2.1.1 Propagação do som............................................................................................23
2.1.2 Freqüência.........................................................................................................24
2.1.3 Intensidade sonora.............................................................................................24
2.1.4 Nível de pressão sonora.....................................................................................25
2.1.5 Curvas de compensação A, B, C e D.................................................................26
2.1.6 Tipos de ruído....................................................................................................27
2.2 Isolamento acústico.....................................................................................................28
2.3 Isolamento de ruídos aéreos.......................................................................................29
2.3.1 Isolamento acústico de fechamentos simples....................................................32
2.3.2 Isolamento acústico de fechamentos duplos......................................................37
2.3.3 Perda de transmissão em superfícies compostas...............................................41
2.4 Número único para avaliação do isolamento acústico.............................................42
2.4.1 Índice de redução acústica Rw (ISO 717).........................................................42
2.4.2 Isolamento global em dB(A).............................................................................44
2.5 O vidro.........................................................................................................................45
2.5.1 A utilização do vidro.........................................................................................45
2.5.2 Composição do vidro.........................................................................................45
2.5.3 Propriedades mecânicas.....................................................................................46
2.6 O vidro e o isolamento acústico.................................................................................47
2.6.1 Vidro monolítico comum..................................................................................47
2.6.2 Vidro laminado..................................................................................................52
2.6.3 Vidro laminado especial acústico......................................................................57
2.6.4 Vidro temperado................................................................................................59
2.6.5 Vidros duplos.....................................................................................................59
CAPÍTULO III........................................................................................................................66
3 METODOLOGIA...........................................................................................................66
3.1 Materiais ensaiados.....................................................................................................66
3.1.1 Os vidros............................................................................................................66
3.2 Equipamentos utilizados.............................................................................................67
3.3 Características do Laboratório de Termo Acústica da UFSM...............................67
3.4 Considerações sobre a Norma Internacional ISO 140.............................................68
3.5 Ensaios laboratoriais realizados................................................................................69
3.5.1 Procedimentos gerais.........................................................................................71
3.5.2 Execução dos ensaios........................................................................................72
3.6 Avaliação dos resultados............................................................................................73
CAPÍTULO IV........................................................................................................................75
4 RESULTADOS................................................................................................................74
4.1 Vidros simples.............................................................................................................74
4.2 Vidros duplos com 20mm de espaçamento...............................................................78
4.3 Vidros duplos com 50mm de espaçamento...............................................................82
4.4 Vidros duplos com 100mm de espaçamento.............................................................86
4.5 Vidros duplos com 150mm de espaçamento.............................................................89
4.6 Influência do afastamento entre os vidros................................................................93
CAPÍTULO V..........................................................................................................................96
5 CONCLUSÕES...............................................................................................................96
5.1 Sugestões para trabalhos futuros...............................................................................99
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................100
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA......................................................................................103
ANEXO I – Descrição dos ensaios realizados.....................................................................105
ANEXO II – Fotografias dos ensaios realizados................................................................146
15

CAPÍTULO I

1 INTRODUÇÃO

“Enquanto nossos antepassados viviam em relativa tranqüilidade, nós estamos


submetidos a um inacreditável aumento nas origens e intensidade dos ruídos, dentro e fora de
nossas construções, muitas vezes com sérios e prejudiciais efeitos” (DOELLE, 1972, p.03).
O aumento do ruído, especialmente nos centros urbanos, é sem dúvida um dos graves
problemas do nosso tempo, e que vem afetando diretamente a vida das pessoas. Os sons
indesejáveis são conseqüências do progresso muitas vezes almejado, do desenvolvimento
tecnológico e industrial, do crescimento sem controle e sem planejamento das cidades.
Os efeitos nocivos ao ser humano, causados pela exposição ao ruído vêm sendo objeto
de estudo de diversos autores em inúmeras publicações. De um modo geral, é consenso
afirmar que as conseqüências do ruído não se limitam às lesões no aparelho auditivo.
Repercutem também sobre as funções cerebrais e de diversos outros órgãos e sobre a
atividade física e mental.
Além de uma gradativa perda de audição, a exposição curta ou demorada a ruídos
intensos, prejudica o sistema nervoso e outros órgãos, provocando alterações na pressão
arterial ou na composição hemática do sangue, náuseas, cefaléia, vômitos, perda de equilíbrio
e tremores. Inquietude e irritabilidade são as primeiras manifestações dos indivíduos
submetidos à ação do ruído (SILVA, 1997, p.03).
Em relação aos comprometimentos no desempenho físico e mental, as conclusões são
igualmente preocupantes. É fato comprovado que, na presença de sons desagradáveis, há uma
redução na capacidade de concentração da pessoa, na eficiência e produção, tanto em
16

ambientes de trabalho, como escolares ou habitacionais. O bem estar e as potencialidades


humanas são restringidos e a qualidade de vida decai consideravelmente.
Se, por um lado, observamos o crescimento das origens e dos efeitos do ruído, por
outro, percebemos que a construção civil não evoluiu a ponto de preocupar-se em minimizar o
acesso desses sons perturbadores para o interior da edificação. Pelo contrário, como afirma
DOELLE (1972, p.03), “tornou-se uma prática comum substituir as construções
convencionais densas e pesadas, por esbeltos, leves, pré-fabricados elementos de construção”.
O desempenho de isolamento acústico de uma construção depende em grande parte
dos elementos de fechamento das fachadas, como as alvenarias, painéis ou vidros, e dos
sistemas de aberturas, ou seja, das esquadrias existentes.
Os componentes das fachadas foram investigados por RECCHIA (2001) quanto ao
isolamento sonoro, sendo constatado que a principal causa da perda de eficiência está nas
esquadrias, pela falta de estanqueidade ao ar dos sistemas de abertura. Uma vez estanques,
atingiriam a isolação referente ao vidro que as compõem.
Com base no que foi exposto, o presente trabalho tem o intuito de investigar a
performance acústica de diferentes tipos, espessuras e composições de vidros comercialmente
utilizados em painéis de fechamento ou em esquadrias. Desta forma, será possível avaliar e
comparar as situações que apresentam melhor desempenho quanto ao isolamento, ou que se
mostram mais aptas para determinada exigência de projeto.
Acredita-se que os resultados obtidos na pesquisa são de grande valia para garantir um
adequado controle de ruído aéreo. Isto se aplica tanto para edificações com fechamentos em
vidro, como para o desenvolvimento de esquadrias com vitragem eficientemente isolante.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

• Investigar o isolamento acústico a ruído aéreo de vidros comercialmente


utilizados na construção civil, através de ensaios normalizados no Laboratório
de Termo Acústica da UFSM, sendo avaliados vidros de diferentes tipos e
espessuras, de forma simples e compondo vitragens duplas com espaçamentos
crescentes.
17

1.1.2 Objetivos específicos

• Comparar a performance de isolamento acústico de diferentes tipos de vidro –


monolítico comum, temperado e laminado.
• Avaliar a influência da espessura do vidro quanto ao isolamento acústico.
• Investigar o comportamento acústico das vitragens duplas, utilizando
composições assimétricas quanto ao tipo ou espessura dos vidros, e verificando
a influência do afastamento entre eles.
• Fornecer dados absolutos e comparativos sobre o isolamento de vidros, de
modo a contribuir com projetistas, fabricantes e construtores, no momento da
especificação deste material para determinado uso.

1.2 Justificativas

A questão do conforto acústico nas edificações vem, aos poucos, tornando-se uma
preocupação constante para projetistas, fabricantes e construtores, no momento de projeto e
execução das obras. Isso porque cresce também a exigência dos usuários em relação aos
níveis de ruído aceitáveis que podem estar presentes no seu dia-a-dia, sem prejudicar suas
atividades. Paralelo a isso há um aumento da poluição sonora urbana, que vem se
transformando num dos problemas mais graves a serem combatidos nas grandes cidades.
Como já foi dito anteriormente, os efeitos nocivos do ruído para o homem vão além
das lesões no aparelho auditivo, afetando a saúde física e psicológica em diferentes níveis.
JOBIM (1997) realizou um estudo em diversos imóveis residenciais na cidade de
Santa Maria, verificando que, quanto às condições naturais de conforto, a deficiência no
isolamento acústico dos imóveis é a principal causa de descontentamento dos usuários,
sobretudo em relação ao ruído que provem do meio externo, ou seja, das vias de circulação.
Assim, verifica-se a importância de estudos e pesquisas que contemplem a questão do
conforto acústico, principalmente com enfoque ao isolamento sonoro, que se mostra como a
parte mais deficiente. A maioria da população está exposta ao ruído nas suas habitações e
locais de trabalho, onde a construção civil não atingiu níveis satisfatórios de controle sobre os
sons desagradáveis, seja estes vindos do exterior ou entre os compartimentos.
18

Com a substituição freqüente dos elementos de construção pesados e espessos, por


fechamentos mais leves e de menor espessura, criou-se um desafio aos projetistas quanto ao
isolamento sonoro. No entanto, mesmo utilizando materiais de menor massa, podem-se atingir
boas performances de isolamento, bastando para isso ter conhecimento sobre o
comportamento acústico do material e de como compor o fechamento.
A utilização do vidro na arquitetura vem a cada dia obtendo mais destaque e tendo
papel fundamental na composição de grande parte dos projetos de edificações. Isto se deve,
primeiramente, a função essencial e natural do vidro: a transparência, que garante a
possibilidade da troca da luz e permite a comunicação entre ambientes. Além disso, este
material tornou-se símbolo de modernidade, de avanço tecnológico e de estética perfeita.
Não é difícil encontrar exemplos de edificações que tiram partido do uso do vidro para
diferentes propósitos. Nas Figuras 01 e 02, abaixo, a principal função da utilização do vidro
como fechamento é o aproveitamento da luminosidade e a comunicação entre ambientes,
sejam eles internos ou externos.

FIGURA 01 e 02: Utilização do vidro como fechamento para proporcionar luminosidade e integrar ambientes.
19

Também se percebe a tendência da utilização do vidro como material de cobertura, em


substituição aos elementos pesados e opacos. Em determinados projetos ou ambientes, o
aproveitamento da luz natural é de grande importância, seja por questões de economia de
energia, por efeitos estéticos interessantes ou pela busca de um local agradável e atraente,
conforme ilustra a Figura 03.

FIGURA 03: Utilização do vidro como cobertura de ambientes.

Além disso, a partir do século XX, o vidro passou a ser considerado sinônimo de
modernidade arquitetônica e alta tecnologia, sendo utilizado como fechamento de grandes
edifícios. Surgem assim os chamados “panos de vidro”, ou seja, fachadas inteiramente
revestidas por este material, que agora é encontrado em diversas cores, com propriedades
lumínicas e acústicas variadas. As Figuras 04, 05 e 06, a seguir, ilustram exemplos de
edificações que tiram partido do uso de fachadas envidraçadas, principalmente pelo efeito
estético que proporcionam.
20

FIGURA 04: Edifício com fachadas inteiramente revestidas com vidro.

FIGURA 05 e 06: Edifícios com fachadas envidraçadas.


21

O Laboratório de Termo Acústica da UFSM vem se destacando em pesquisas sobre


isolamento sonoro, com a análise de diversos materiais de fechamento e de elementos que
constituem as fachadas. Deste modo, vem contribuindo para projetistas, fabricantes e
construtores, fornecendo subsídios reais para aplicação na melhoria do conforto acústico das
edificações.
De acordo com o que foi exposto, este trabalho visa investigar o comportamento
acústico dos vidros utilizados em fechamentos e esquadrias. Considerando a real tendência do
uso deste material nas edificações, para os mais diferentes propósitos, a questão relacionada
com o isolamento acústico dos vidros tem importância fundamental na concepção dos
projetos.
Assim, com a realização desta pesquisa, pretende-se despertar uma maior
conscientização que atente aos problemas de conforto acústico e que melhore a qualidade das
construções e, conseqüentemente, a qualidade de vida da população.

1.3 Hipóteses

1.3.1 Hipótese Geral

• É possível demonstrar, através de ensaios normalizados, o isolamento acústico


a ruído aéreo de diferentes tipos, espessuras e composições de vidros
comercialmente utilizados na construção civil, em fachadas e esquadrias.

1.3.2 Hipóteses Específicas

• Com o estudo em questão, é possível ordenar crescentemente a performance de


isolamento acústico de vidros, quanto ao tipo e quanto à espessura.
• Com as composições de vitragens duplas, é possível constatar o ganho de
isolamento destas em relação ao uso do vidro simples, bem como é possível
avaliar a influência do afastamento entre os vidros para uma melhoria de
isolamento.
22

1.4 Estrutura da dissertação

A estrutura para a realização e apresentação da pesquisa em questão, está dividida em


cinco capítulos, conforme descrição a seguir:
• Capítulo I: apresenta a importância do tema abordado, os objetivos,
justificativas e hipóteses do trabalho.
• Capítulo II: destinado à revisão bibliográfica sobre os assuntos pertinentes à
pesquisa, que servirão de base para a investigação.
• Capítulo III: será apresentada a metodologia que conduziu o trabalho, os
procedimentos de ensaios realizados, os materiais e equipamentos utilizados.
• Capítulo IV: destinado à apresentação dos resultados dos ensaios realizados no
Laboratório de Termo Acústica da UFSM.
• Capítulo V: serão apresentadas as conclusões referentes ao trabalho,
observações e contribuições sobre o tema, além de sugestões para pesquisas
futuras relacionadas com o assunto.
23

CAPÍTULO II

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Som

Segundo SILVA (1997, p.25) “há dois conceitos importantes para a palavra som: o
som vibração, ou perturbação física, que percorre um meio qualquer de propagação; e o som
sensação sonora, psicofisiológica, que é captado pelo nosso ouvido”.
Não são todas as vibrações que produzem a sensação de audição quando atingem o
ouvido humano. A sensação de som só ocorrerá quando a amplitude destas vibrações e a
freqüência com que elas se repetem estiverem dentro de determinadas faixas de valores
(GERGES, 1992, p.01).
Estes sons audíveis ao ser humano podem ser úteis ou agradáveis, como o toque de
uma campainha ou o som de um piano. Estes têm, no geral, uma composição harmônica
definida. No entanto, compreendem também sons perturbadores ou desagradáveis, aos quais
denominamos “ruídos”, e que se tratam de sons complexos, com uma composição harmônica
não definida (MÉNDEZ et al., 1994, p. 24).

2.1.1 Propagação do som

O som necessita de um meio para propagar-se, seja este elástico ou sólido. O ar é o


meio normal de propagação do som que é audível, sem a presença de ar, não há som.
24

A propagação do som se dá pela colisão das moléculas do meio, umas contra as outras,
sucessivamente, formando uma série de compressões e rarefações no meio de propagação.
Não há, portanto, deslocamento permanente de matéria, apenas transferência de energia
(GERGES, 1992, p.02).
O movimento ondulatório do som é resultado dessa sucessão de zonas comprimidas e
rarefeitas, propagando-se em todas as direções, a partir da fonte sonora.
A velocidade do som depende das características do meio de propagação. Segundo
GERGES (1992, p.05), no ar, a 20°C, a velocidade do som (c) é de 343 m/s. Uma fórmula
simplificada para determinar esta velocidade em função da temperatura (t) em °C é:

c = 331 + 0,6 t (m/s) (1)

2.1.2 Freqüência

Chama-se freqüência o número de oscilações ou ciclos completos que um fenômeno


periódico (acústico ou outro) realiza por segundo, sendo medida em Hertz (Hz). Segundo
MÉNDEZ et al. (1994, p.18), “para que um som seja ouvido pelo homem, sua freqüência tem
que estar na faixa de 20 Hz a 20.000 Hz, que são os limites da audibilidade humana”.
No entanto, deve-se considerar que o ouvido humano não é igualmente sensível ao
longo de toda esta faixa de freqüência, sendo a zona mais audível situada entre 1.000 Hz e
4.000 Hz (GERGES, 1992, p.03).
A acústica arquitetônica considera um intervalo de freqüências entre 100 Hz a 4.000
Hz, distribuídas em bandas de oitava, onde cada freqüência é o dobro da precedente, ou em
terços de oitava. Pode-se classificar as freqüências em baixas ou graves (entre 100 Hz e 315
Hz), médias (entre 400 Hz e 1.250 Hz) e altas ou agudas (entre 1.600 Hz e 4.000 Hz).

2.1.3 Intensidade sonora

Para que tenhamos a sensação de audição, além da necessidade do som estar oscilando
em uma faixa de freqüências audíveis, é necessário que ele tenha uma certa intensidade
sonora. A intensidade sonora I é a quantidade de energia sonora que atravessa um centímetro
25

quadrado de área, perpendicular à direção em que o som se propaga (SILVA, 1997, p.30), e é
calculada pela fórmula:

W
I= (2)
S
Onde:
W : potência sonora (Watt)
S : área onde incide (cm²)

2.1.4 Nível de pressão sonora

A medida mais comum de um nível sonoro é o Nível de Pressão Sonora, ou NPS,


expresso em decibéis, abreviado dB. A escala decibel não é linear, ela expressa a razão
logarítmica entre a pressão sonora a medir e uma pressão sonora de referência, que é o limiar
da audição.
MÉNDEZ et al. (1994, p.21), define como “limiar da audição” a menor pressão sonora
audível pelo homem, da ordem de 20 milionésimos de Pascal (0,00002 Pa) e de “limiar da
dor” a maior pressão sonora suportável pelo homem que é de 20 Pascais. Esta relação entre a
máxima e a mínima pressão sonora corresponde a uma variação de 1.000.000 de vezes, o que,
numa escala linear, resulta em números dificilmente manipuláveis nos cálculos. Por este
motivo adota-se a escala dB, de mais fácil manipulação, e também por ela representar mais
coerentemente a forma como o ouvido humano interpreta o som.
Assim, o Nível de Pressão Sonora, NPS, é expresso pela fórmula:

P
NPS = 20 log (3)
Pref

Onde:
P : pressão sonora a medir (Pa)
Pref : pressão sonora de referência (0,00002 Pa)

Desta forma, todos os sons compreendidos entre o limiar da audição e o limiar da dor
podem ser expressos numa escala entre 0 e 120 dB, como exemplificado na Tabela 01.
26

TABELA 01 – Sons compreendidos entre o limiar da audição e o limiar da dor.

P (Pa) NPS (dB) Observação


20 120 Avião a jato (limiar da dor)
2 100 Martelo pneumático
0,2 80 Rua
0,02 60 Escritório
0,002 40 Sala de estar tranqüila
0,0002 20 Campo tranqüilo
0,00002 0 Limiar da audição

Fonte: MÉNDEZ, et al, 1994, p.21.

2.1.5 Curvas de compensação A, B, C e D

Como já foi mencionado, o ouvido humano não é igualmente sensível em todas as


faixas de freqüência. Por este motivo, utilizam-se curvas de ponderação de sensibilidade
variável com a freqüência, de modo a modelar o comportamento do ouvido humano. Estas
curvas são classificadas como A, B, C e D, conforme Figura 07. A curva A é uma das mais
utilizadas para medições em edificações.
Níveis Relativos em dB

10
D
0 A
C B BeC
-10
D

-20

-30
A
-40

-50
20 50 100 200 300 1000 2000 5000 10K 20K

Freqüência (Hz)

FIGURA 07: Curvas de compensação A, B, C e D (GERGES, 1992. p.55)


27

2.1.6 Tipos de ruído

Para a realização de medições acústicas em laboratório emite-se um espectro de ruído


em todas as freqüências consideradas. O tipo de ruído mais utilizado é o chamado “ruído
rosa”, que tem por característica manter a mesma energia acústica ao longo de todo o espectro
de freqüências, conforme o gráfico da Figura 08 (PUJOLLE, 1978, p.32).

100
Nível de Intensidade Acústica (dB)

Ruído Rosa
80

60

40

20

0
10 100 1000 10000
Freqüência (Hz)

FIGURA 08: Espectro do ruído rosa (PUJOLLE, 1978. p.32. Adaptado)

Este tipo de ruído emitido em laboratório, no entanto, não caracteriza uma situação
real de ruído de tráfego, como o que é gerado em uma via de circulação de veículos e que
atinge diretamente as edificações.
Estudos do CSTB (1982, p.111), demonstram o comportamento do ruído emitido por
veículos pesados e leves, conforme medições práticas:

dB
90

80

(a)
70

60
(b)

50

40 (a) Veículos Pesados


(b) Veículos Leves

30
63 125 250 500 1000 2000 4000 8000
Freqüência (Hz)

FIGURA 09: Ruído emitido por veículos pesados e leves (CSTB, 1982. p.111)
28

De acordo com a Figura 09, pode-se perceber que há uma maior concentração de
energia nas baixas freqüências do que nas freqüências mais agudas.
Com base nesses estudos, chegou-se a um espectro de ruído de tráfego normalizado,
relacionando as diferenças de nível de pressão sonora para cada banda de oitava, de acordo
com uma pressão de referência, a 1.000 Hz. A Tabela 02 e a Figura 10, a seguir, demonstram
esses valores e o resultado do espectro de ruído de tráfego.

TABELA 02 – Diferenças de nível de pressão sonora para o ruído de tráfego.

Freqüência em banda de oitava (Hz) 125 250 500 1000 2000 4000
Diferença do nível de pressão sonora
em relação a uma pressão de +6 +5 +1 0 -2 -8
referência a 1000 Hz (dB)

Fonte: CSTB, 1982, p.114.

dB

+10

Ruído de Tráfego
0

-10

-20
125 250 500 1000 2000 4000

Freqüência (Hz)

FIGURA 10: Espectro de ruído de tráfego (CSTB, 1982. p.115, adaptado)

2.2 Isolamento acústico

O isolamento acústico é um dos parâmetros mais importantes para o controle do ruído


nas edificações. Realizar um isolamento acústico significa minimizar a passagem do som,
criar uma barreira que reduza o nível de ruído transmitido de um ambiente para outro,
separados por um elemento divisor qualquer (SILVA, 1997, p.88).
29

Segundo GERGES (1992, p.175), “a energia sonora pode ser transmitida via aérea
(som carregado pelo ar) e/ou via sólido (som carregado pela estrutura)”, conforme ilustra a
Figura 11.

Fonte

Ruído Carregado
Via Estrutura
Ruído Carregado
Via Ar

FIGURA 11: Ruído transmitido por ar e estrutura (GERGES, 1992. p.176)

De acordo com a forma de propagação podem ser considerados dois tipos de


isolamento:
• Isolamento de ruídos aéreos: quando a fonte sonora atua diretamente sobre o ar
e ocorre uma passagem direta do som via parede ou painel;
• Isolamento de ruídos de impacto: quando a fonte sonora é uma vibração que se
transmite pela passagem indireta via estrutura, lajes, vigas e pilares, ou seja,
em um meio sólido.

2.3 Isolamento de ruídos aéreos

Uma onda sonora, ao incidir sobre uma superfície, produz uma vibração na mesma, e
esta vibrando irradia energia para o outro lado, gerando um som no recinto. É como se o
painel de fechamento atuasse como uma nova fonte sonora. O que ouvimos do outro lado, na
30

realidade, é o som gerado pelo próprio fechamento, que foi excitado pela fonte original no
outro recinto.
Segundo MÉNDEZ et al. (1994, p.106), “quando uma onda sonora de energia Ei
incide sobre uma superfície, divide-se em duas, uma energia refletida Er e uma absorvia Ea.
Esta última, por sua vez, se decompõe em energia dissipada no interior do fechamento Ed e
uma energia transmitida Et”, conforme a Figura 12.

Er

Ea
Et

Ei

FIGURA 12: Reflexão, absorção e transmissão do som (MÉNDEZ et al, 1994, p.107)

A relação entre energia transmitida Et e energia incidente Ei, chama-se coeficiente de


transmissão τ, que expressa a capacidade do fechamento em transmitir o som:

Et
τ= (4)
Ei

Para caracterizar a capacidade de isolamento acústico de um fechamento, usa-se a


grandeza Perda de Transmissão Sonora – PT, também chamada Índice de Redução Acústica
– R, expressa em dB, pela expressão:

Ei 1
R = 10 log = 10 log (5)
Et τ

Assim, segundo GERGES (1992, p.178), “valores altos da perda de transmissão tem
como significado físico uma baixa transmissão de energia acústica e vice-versa”.
31

No entanto, como afirma MÉNDEZ et al. (1994, p.107), na prática não se dispõe dos
valores das energias incidentes e transmitidas, o que se mede são os níveis sonoros presentes
em um e em outro recinto. Define-se então o isolamento acústico entre recintos (D), como a
diferença entre o nível sonoro da sala emissora (N1) e o nível sonoro da sala receptora (N2),
ambos medidos em dB:

D = N1 − N 2 (6)

Ainda segundo MÉNDEZ et al. (1994, p.107), quando a absorção sonora do recinto
receptor é baixa, R e D estão relacionados por meio da expressão:

S
R = D + 10 log (7)
A2
Onde:
S : área da parede (m²)
A2 : Absorção do local receptor (m²)

O valor da perda de transmissão para fechamentos homogêneos, sob condições


normais, depende principalmente da massa superficial do material e da freqüência incidente,
fenômeno conhecido como lei da massa.
GOMEZ (1988) classificou o isolamento dos fechamentos segundo o comportamento
de suas perdas de transmissão, conforme a Tabela 03, a seguir.

TABELA 03 – Qualificação do isolamento.

Qualificação do Perda de Condições de Audição


Isolamento Transmissão (dB)
Pobre < 30 Compreende-se a conversação normal
facilmente através da parede.
Regular 30 a 35 Ouve-se a conversação em voz alta, mas
não se entende bem a conversação
norma.
32

Bom 35 a 40 Ouve-se a conversação em voz alta, mas


não é facilmente inteligível.
Muito bom 40 a 45 A palavra normal é inaudível e, em voz
alta, é muito acentuada, sem
compreensão.
Excelente > 45 Ouve-se muito fracamente os sons muito
altos.

Fonte: GOMEZ, 1988.

2.3.1 Isolamento acústico de fechamentos simples

O isolamento sonoro de um fechamento simples varia de acordo com a densidade


superficial do material e com a freqüência do som incidente. Assim, para uma quantificação
correta, devemos conhecer o índice de redução acústica de cada material em todas as
freqüências audíveis.
O esquema de variação da perda de transmissão (PT) para fechamentos simples e
homogêneos, em função da freqüência é conforme o apresentado na Figura 13, onde é
possível observar quatro regiões bem definidas:
Perda de Transmissão (dB)

a
av
oit
B/
8d
Controlada pelo Amortecimento

a1
Controlada pela Rigidez

10
Controlada pela Massa

va
oita
/
dB
6

Coincidência

Ressonância Freqüência (Hz)

FIGURA 13: Curva típica da perda de transmissão para fechamentos simples (GERGES, 1992, p.197)
33

a) Região controlada pela rigidez:


Para freqüências muito baixas, a perda de transmissão não segue a lei da massa,
dependendo principalmente das características de rigidez do fechamento.

b) Região controlada pela ressonância:


É a região onde aparecem as primeiras freqüências de ressonância do sistema. O
fechamento se comporta como uma membrana, apresentando uma série de freqüências
naturais de ressonância, nas quais ocorrem quedas na perda de transmissão. Essas freqüências
dependem das dimensões, da rigidez e da massa do fechamento.

c) Região controlada pela massa:


Ocorre em freqüências superiores ao dobro da freqüência da primeira ressonância e a
isolação acústica do fechamento depende da massa e da freqüência incidente.
Nestas circunstâncias a perda de transmissão tende a apresentar um aumento de 6 dB
para cada duplicação da massa ou a cada duplicação da freqüência da onda incidente. Pode-se
afirmar então, baseado na lei da massa, que para isolar um ruído, é necessário usar materiais
de alta densidade superficial. Adicionalmente conclui-se que para as altas freqüências a perda
de transmissão é maior que para as baixas freqüências (GERGES, 1992, p.190).
Isto ocorre porque, quanto maior a massa do fechamento e maior a freqüência
incidente, maior será a dificuldade de fazer o material vibrar, garantindo assim um isolamento
mais eficiente.
Deve-se levar em consideração, no entanto, que qualquer imperfeição de construção
que não garanta a estanqueidade ao ar do fechamento irá prejudicar o isolamento do conjunto.
Isto se aplica também à utilização de materiais porosos ou à passagem de tubulações nas
paredes.
Diversos autores em seus estudos equacionaram, através de pesquisas práticas, o
índice de redução acústica R de uma forma global, em dB(A), relacionando a massa
superficial da amostra.
O CSTB (1982), de acordo com a Figura 14, mostra a lei que relaciona o índice de
redução R e a massa do fechamento, para o modelo teórico e dois modelos experimentais com
espectros de emissão usuais:
34

R (dB(A))
70
1

2
60 3
6 dB(A)

50
12 dB(A)

12 dB(A)
40
Em que:
5 dB(A) 1) Lei da Massa Teórica
4 dB(A)
2) Lei da Massa Experimental
30
(Ruído Rosa)
3) Lei da Massa Experimental
20
(Ruído de Tráfego)

20 30 40 60 80 100 200 400 600 900


Massa (Kg/m²)

FIGURA 14: Lei da Massa (CSTB, 1982)

Observa-se que existe uma quebra nas retas experimentais, em 150 Kg/m², o que
reflete o estágio atual das técnicas construtivas, correlacionando a massa e a rigidez dos
fechamentos. Assim, consideram-se dois grandes grupos: os chamados fechamentos leves,
com massa inferior a 150 Kg/m²; e os pesados, com mais de 150 Kg/m².
SILVA (2000) realizou diversos ensaios laboratoriais com paredes de diferentes
materiais e massas, a fim de avaliar os modelos previstos pela bibliografia e chegar a um
equacionamento, com base em analises estatísticas, o mais próximo possível dos resultados
obtidos na prática. Os modelos estudados foram os propostos pelo CSTB (1982) e por
SANCHIDRIAN (1998).
Conforme o CSTB (1982), o valor único de isolamento, para 150 kg/m² é igual a 41
dB(A). Acima desta massa, o índice R cresce à razão de 12 dB(A) a cada duplicação da
massa. Abaixo desse valor, o crescimento é de 5 dB(A) por dobramento de massa para ruído
rosa, e de 4 dB(A), para um ruído de tráfego, segundo as expressões:
35

Para m < 150 kg/m²  R = 17 log m + 4 dB(A) (8.a)

Para m > 150 kg/m²  R = 40 log m – 46 dB(A) (8.b)

Para SANCHIDRIAN (1998), as expressões para determinação do valor único de


isolamento são as seguintes:

Para m < 150 kg/m²  R = 16,6 log m + 2 dB(A) (9.a)

Para m > 150 kg/m²  R = 36,5 log m – 41,5 dB(A) (9.b)

Assim, SILVA (2000), elaborou gráficos que relacionam as duas leis acima estudadas;
os resultados obtidos nos ensaios laboratoriais realizados e as equações propostas pelo autor,
com base em análises estatísticas, e que apresentam desvio padrão relativo menor que os
modelos de previsão anteriores.
As expressões resultantes do estudo de SILVA (2000) para cálculo do valor único de
isolamento são as seguintes:

Para m < 150 kg/m²  R = 12,8 log m + 13 dB(A) (10.a)

Para m > 150 kg/m²  R = 43,4 log m – 55,3 dB(A) (10.b)

d) Região controlada pela coincidência:


A isolação sonora cresce de acordo com a lei da massa até uma certa freqüência, onde
se produz uma queda significativa no isolamento, devido ao fenômeno da coincidência. Esta é
chamada freqüência crítica fc do fechamento.
Conforme explica MÉNDEZ et al. (1994, p.111), esta freqüência de coincidência
acontece porque, no ar, o som se propaga por ondas longitudinais e sua velocidade é a mesma
para todas as freqüências. Nos sólidos, as ondas podem propagar-se de várias formas, sendo
as ondas de flexão as mais importantes para fechamentos. Estas se propagam com velocidade
proporcional à freqüência. Dessa forma, haverá uma freqüência crítica, na qual a projeção do
comprimento de onda do som incidente será igual ao comprimento de onda livre à flexão, ao
longo do fechamento, conforme a Figura 15.
36

Direção da onda
de flexão

Refletida Transmitida

Incidente

Painel vibrante

FIGURA 15: Efeito da coincidência (MÉNDEZ et al., 1994, Adaptado)

De acordo com MÉNDEZ et al. (1994, p.112), a freqüência crítica fc de um material


pode ser calculada pela expressão:

1/ 2
c2 m
fc =  
2π B (11)

Onde:
c : velocidade do som
B : rigidez dinâmica à flexão
m : massa superficial

Sendo que a rigidez dinâmica à flexão é calculada por GERGES (1992, p.199),
envolvendo as propriedades mecânicas de elasticidade dos materiais:

Eh 3
B=
(
12 1 − ν 2 ) (12)

Onde:
E : módulo de Young
h : espessura da parede
ν : coeficiente de Poisson
37

Segundo o CSTB (1982), o valor da queda de isolamento na freqüência crítica


depende das perdas internas, da capacidade de gerar calor do material. Assim, para materiais
de baixas perdas internas (aço, alumínio, vidro), a queda de isolamento é da ordem de 10 dB.
Para materiais com perdas internas médias (concreto, madeira), a diminuição é de 6 a 8 dB. Já
para materiais com altas perdas internas (borracha, cortiça), a diminuição é da ordem de 3 a 4
dB.
Para os materiais usualmente utilizados na construção civil para fechamentos, verifica-
se que existem três regiões distintas quanto ao isolamento: a região controlada pela lei da
massa, a região de coincidência onde temos a freqüência crítica e a região acima da
coincidência, onde o material volta a comportar-se seguindo a lei da massa.
Por isso da importância na identificação da freqüência crítica de um fechamento, pois
é nesta região que ocorrerá um empobrecimento do isolamento, criando uma imprecisão na
previsão da isolação sonora. Como regra geral, procura-se utilizar um material com
freqüência crítica situada em uma zona pouco sensível ao ouvido humano, como nas
freqüências muito baixas ou muito altas, a fim de não comprometer o isolamento.

2.3.2 Isolamento acústico de fechamentos duplos

Como visto anteriormente, em casos normais, o isolamento a ruído aéreo de um


fechamento simples segue a lei da massa, ou seja, quanto mais pesado for o material, maior
será o isolamento. Além disso, para garantir a eficiência na isolação, devemos ter um material
com freqüência crítica adequada. No entanto, o uso generalizado da lei da massa não é
suficiente para resolver todos os casos de isolamento sonoro, pois teríamos que aumentar
significativamente a massa do fechamento, o que na maioria das vezes é inviável, por razões
funcionais, de espaço, estruturais e econômicas.
Assim, conforme sugere GERGES (1992, p.205), “uma melhor solução para projetos
de alta perda de transmissão, sem o emprego de grandes massas, é o uso de paredes duplas (ou
triplas)”.
A combinação de fechamentos paralelos, afastados entre si, formando espaço
preenchido pelo ar ou por algum material absorvente acústico, garante um isolamento maior
que o efeito produzido pela lei da massa, para uma mesma espessura. É o chamado “efeito
sanduíche” (SILVA, 1997, p. 89). Os componentes individuais do fechamento simples podem
38

ser constituídos pelo mesmo material ou por materiais diferentes, de espessuras iguais ou
assimétricas.
O isolamento acústico proporcionado por uma parede dupla é diferente da soma dos
isolamentos de cada parede. Segundo GERGES (1992, p.207), “a incorporação de um espaço
de ar de 15 a 200 mm fornece um aumento na perda de transmissão de aproximadamente 6 dB
acima da soma aritmética das perdas de transmissão de cada uma das duas paredes”. Com a
utilização de um material absorvente no interior da cavidade de ar, o isolamento tende a
aumentar ainda mais, já que parte da energia sonora é dissipada pelo material.
Assim, conforme MÉNDEZ et al. (1994, p.115), os elementos de um fechamento
duplo estão acoplados entre si, de maneira elástica, por meio de uma camada de ar. A energia
acústica transmitida pelo primeiro painel incide sobre o segundo, que por sua vez transmite
parte dessa energia ao ar que o rodeia e reflete outra grande parte. Ocorre uma sucessão de
reflexões na camada de ar e, em cada uma dessas reflexões, parte da energia é dissipada,
conforme a Figura 16.

AR

FIGURA 16: Reflexão e transmissão em um fechamento duplo (MÉNDEZ et al., 1994, p.115)

A eficiência do fechamento duplo depende da ligação entre os painéis, se esta união


for muito rígida, o conjunto passa a funcionar como um único painel. A camada de ar situada
entre os dois elementos rígidos cria um acoplamento elástico entre eles, sendo que o conjunto
pode ser comparado a um sistema de duas massas separadas por uma mola, ou seja, um
sistema massa-mola-massa.
39

Da mesma forma que para painéis simples, o isolamento de um fechamento duplo


varia em função da freqüência de incidência do som, motivo pelo qual podem ocorrer falhas
no isolamento, segundo MÉNDEZ et al. (1994, p.116):

a) Cada fechamento componente do sistema tem uma freqüência crítica, onde ocorre
perda de isolamento. Se os dois elementos têm freqüências críticas diferentes, a
curva de isolamento apresenta dois defeitos, já que quando um dos elementos não
isola, o outro isola (Figura 17a). Já se os dois painéis têm a mesma freqüência
crítica, acontece uma só falha muito acentuada de isolamento (Figura 17b). Assim,
é recomendado a escolha de elementos com diferentes freqüências críticas, seja
pela natureza ou espessura do fechamento, evitando uma queda maior de eficiência.
R (dB)

R (dB)

6 dB/oitava 6 dB/oitava

fc fc F (Hz) fc F (Hz)

FIGURA 17: a) Diferentes freqüências críticas


b) Freqüências críticas coincidentes (MENDÉZ et al, 1994, p. 116)

b) A camada de ar situada entre os elementos da parede dupla cria um acoplamento


elástico entre eles. É como se o sistema funcionasse ligado por uma mola. Esta
ligação elástica pode possibilitar uma ressonância no sistema massa-mola-massa,
em uma freqüência onde o isolamento diminuirá, conforme a expressão (MÉNDEZ
et al.,1994, p.117):

1 1 1 
f 0 = 840  +  (13)
d  m1 m 2 
40

Onde:
f0 : freqüência de ressonância massa-mola-massa
d : espessura da camada de ar (cm)
m1 e m2 : massa superficial das paredes (kg/m²)

A partir desta expressão, conclui-se que quanto maior o afastamento entre os painéis, e
quando mais pesados eles forem, mais baixa será a freqüência de ressonância. Abaixo da
freqüência de ressonância, a “mola” não tem eficácia, e o isolamento é praticamente o mesmo
da parede simples de mesma massa. Já acima desta freqüência, o isolamento da parede dupla é
muito superior à simples, já que a “mola” transmite muito pouco a vibração para o outro
painel (Figura 18).

a
upl
R (dB)

e ded
r
Pa

les
d e simp
Par e

fo F (Hz)

FIGURA 18: Diferença entre o isolamento de uma partição simples e uma dupla (MÉNDEZ et al., 1994, p.117)

c) A camada de ar situada entre os painéis pode dar origem a ressonâncias (ondas


estacionárias), de acordo com a relação existente entre sua espessura e o
comprimento de onda do som incidente. Quando as ondas incidentes são paralelas
ao fechamento, haverá ressonâncias se a freqüência do som for igual a (MÉNDEZ
et al.,1994, p.117):

17000
f =n (14)
d
41

Onde:
n: 1,2,3,...
d: espessura da camada de ar (cm)

Nestas freqüências ocorre uma queda de isolamento da parede dupla (Figura 19). Para
as distâncias mais usuais de fechamentos duplos (de 2 cm a 10 cm), as freqüências de
ressonância caem na região das altas freqüências. Assim, é conveniente adotar um
afastamento de maneira que as ressonâncias ocorram fora das zonas mais audíveis do ouvido
humano.
R (dB)

Fn
17000 2x17000
d d

FIGURA 19: Diminuição do isolamento por ressonâncias da camada de ar (MENDÉZ et al., 1994, p.118)

2.3.3 Perda de transmissão em superfícies compostas

Para a determinação da perda de transmissão total de um fechamento composto por um


conjunto de elementos de diferentes materiais e espessuras, deve-se conhecer a área de cada
elemento e o seu respectivo coeficiente de transmissão τ. Desta forma, determina-se o índice
R de uma parede homogênea acusticamente equivalente, conforme a expressão (MÉNDEZ et
al., 1994, p.122):
42

S
R = 10 log (15)
S1τ 1 + S 2τ 2 + ... + S nτ n

Onde:
S: área total do fechamento (m²)
S1, S2,..., Sn: áreas dos componentes individuais (m²)
τ1, τ2,..., τn,: coeficientes de transmissão dos componentes individuais

2.4 Número único para avaliação do isolamento acústico

Para a realização de qualquer estudo sobre isolamento acústico, deve-se verificar a


perda de transmissão do fechamento para cada freqüência do som incidente, em todo o
espectro de freqüências audíveis.
Na prática, no entanto, é importante a avaliação e a expressão da perda de transmissão
por meio de um número único, representativo global da capacidade de isolamento de um
fechamento. A determinação deste número único tem o objetivo de facilitar a comparação
inicial do desempenho e restringir a escolha dos componentes entre uma quantidade menor de
possibilidades. Mas deve-se levar em conta que este procedimento é uma simplificação do
problema, já que a performance final de isolamento depende de todo o espectro de
freqüências.

2.4.1 Índice de Redução Acústica Rw (ISO 717)

A Norma Internacional ISO 717 indica um método para quantificar, mediante um


valor único, o isolamento a ruído aéreo dos elementos construtivos que compõem um
fechamento, tais como paredes, pisos, portas e janelas. O método consiste em comparar os
níveis de isolação sonora oferecidos por um elemento, medidos em bandas de 1/3 de oitava,
com uma curva de referência, conforme a Figura 20.
43

Valor de Referência (dB)


70

60

56

51
50

40

33
30
63 125 250 500 1000 2000 4000
Freqüência (Hz)

FIGURA 20: Curva de referência da perda de transmissão (ISO 717, 1996, p. 03)

Os valores medidos obtidos de acordo com a norma ISO 140/III são comparados com
os valores de referência tabelados, conforme a Tabela 04, na freqüência de medição, no
intervalo de 100 Hz a 3.150 Hz para bandas de 1/3 de oitava.

TABELA 04 – Valores de referência.

Freqüência Valores de referência (dB) Valores de referência (dB)


Hz Bandas de 1/3 de oitava Bandas de 1/3 de oitava
100 33
125 36 36
160 39
200 42
250 45 45
315 48
400 51
500 52 52
630 53
800 54
1.000 55 55
1.250 56
44

1.600 56
2.000 56 56
2.500 56
3.150 56

Fonte: ISO 717, 1996, p. 04.

Para se realizar tal comparação, deve-se plotar a curva de referência, variando de 1 em


1 dB em direção à curva medida, até que a soma dos desvios desfavoráveis seja a maior
possível, mas não excedendo a 32 dB, para bandas de 1/3 de oitava. O desvio desfavorável,
em uma dada freqüência ocorre quando o resultado da medição é menor que o valor de
referência. Somente tais desvios desfavoráveis devem ser levados em conta.
O número único para o índice de redução sonora é o valor, em dB, da curva de
referência a 500 Hz, após a plotagem acima ser realizada.
Para a determinação do Rw de cada ensaio realizado, foi desenvolvida uma planilha de
cálculo utilizando o programa Excel, de acordo com os procedimentos descritos na norma.

2.4.2 Isolamento Global em dB(A)

É um procedimento realizado para determinar o nível de pressão sonora da sala


receptora, expresso de modo global em dB(A), com base nos valores do isolamento medidos
em cada banda de freqüência. Este valor é obtido pela diferença dos níveis de pressão sonora
na sala de emissão e na sala de recepção, ambos ponderados na curva (A), considerando o
ruído de emissão como um ruído rosa.
O procedimento de cálculo, adotado neste trabalho, utiliza o programa ISOULT, que
foi desenvolvido pelo LaTA na linguagem Pascal, baseado em um artifício de cálculo, com a
finalidade de automatizar a execução do somatório ponderado em dB(A) e obter-se um valor
único representativo do isolamento.
A avaliação em dB(A) é um procedimento importante, na medida em que representa
de forma mais próxima o comportamento do ouvido humano. Além disso, o Isolamento
Global é expresso com casa decimal, o que não ocorre com o Rw, onde os valores são
inteiros. Isto possibilita um maior detalhamento e uma classificação mais precisa das amostras
testadas, principalmente quando se tratam de pequenas variações de espessura ou massa.
45

2.5 O vidro

Em sua publicação de título Manual do Vidro (2000), a empresa Saint-Gobain Glass,


líder mundial na indústria vidreira, descreve as características históricas, funcionais e físicas
do vidro. Esta publicação foi base para as informações aqui apresentadas sobre os diferentes
tipos de vidro estudados, quanto à utilização, fabricação e propriedades mecânicas. Também
nesta seção são apresentados alguns estudos sobre isolamento acústico de vidros simples e
duplos, da empresa mencionada e de outras bibliografias.

2.5.1 A utilização do vidro

Material nobre por excelência, a história do vidro teve a sua origem há


4.000 anos antes de Jesus Cristo.
A atração pelo vidro deu-se tanto pelas suas funções naturais como
pela sua beleza, que o levou a fazer parte do mundo da arquitetura e
da arte.
Tanto nas construções do passado como nas de hoje, o vidro é
utilizado primeiro pela sua transparência, sinônimo de luz e de
comunicação, das quais o homem tem necessidade. Símbolo de
modernidade arquitetônica desde o século XIX, o vidro é igualmente
um material ‘tecnologicamente avançado’, funcional e refinado,
podendo-se tirar partido de suas qualidades de transparência de forma
plena ou discreta.
Graças à investigação e aos esforços beneficiados nestas últimas
décadas, o vidro contribuiu também de forma acentuada para a
melhoria do conforto do lar. A diversidade dos vidros e das suas
funções, a sua vertente em crescimento de aplicações interiores,
proporcionam hoje ao projetista uma grande liberdade para por em
prática uma verdadeira arquitetura de luz, que satisfaz plenamente as
exigências de conforto moderno (SAINT-GOBAIN GLASS, 2000,
p.02).

2.5.2 Composição do vidro

Os vidros sílico-sodo-cálcicos, utilizados na construção, são compostos de:


• Um vitrificante, a sílica, introduzida sob a forma de areia (70 a 72%);
• Um fundende, a soda, sob a forma de carbonato e sulfato (cerca de 14%);
• Um estabilizante, o óxido de cálcio, sob a forma de calcário (cerca de 10%);
46

• Vários outros óxidos, tais como o alumínio e o magnésio, que melhoram as


propriedades físicas dos vidros, especificamente a resistência à ação dos
agentes atmosféricos;
• Para determinados tipos de vidro, a incorporação de diversos óxidos metálicos
permitem a coloração da massa.

2.5.3 Propriedades mecânicas

• Massa superficial: a densidade do vidro é de 2,5. Isto indica uma massa de 2,5
kg por cada m² e por cada mm de espessura para os vidros planos;
• Resistência à compressão: a resistência do vidro à compressão é muito elevada,
na ordem de 1.000 N/mm² ou 1.000 MPa. Isto significa que para quebrar um
cubo de vidro de 1 cm de lado, a carga necessária será na ordem de 10
toneladas.
• Resistência à flexão: um vidro submetido à flexão tem uma face em
compressão e uma face em tração. A resistência à ruptura à flexão é na ordem
dos 40 MPa para um vidro polido recozido, e de 120 a 200 MPa para um vidro
temperado.
• Elasticidade: o vidro é um material perfeitamente elástico, nunca apresenta
deformação permanente. No entanto é frágil, ou seja, submetido a uma flexão
crescente, parte sem apresentar sinais precursores;
• Módulo de Young, E: este módulo exprime a força de tração que teoricamente
será necessária aplicar a um provete de vidro para lhe provocar um
alongamento igual ao seu comprimento inicial. É expresso em força pela
unidade de área. Para o vidro, é E = 7 x 1010 Pa = 70 GPa;
• Coeficiente de Poisson, µ: quando um provete sofre um alongamento sob a
influência de uma tensão mecânica, constata-se um estreitamento de sua seção.
O coeficiente de Poisson é a razão entre o estreitamento unitário sobre uma
direção perpendicular, no sentido do esforço e o alongamento unitário na
direção do esforço. Para os vidros de construção, o valor do coeficiente µ é de
0,22;
47

• Dilatação linear: a dilatação linear é expressa por um coeficiente que medo o


alongamento em unidade de comprimento por variação de 1°C. Paro o vidro, o
coeficiente de dilatação linear é 9 x 10-6 mm/°C.

2.6 O vidro e o isolamento acústico

O comportamento do vidro quanto ao isolamento a ruídos aéreos varia de acordo com


sua espessura e composição, sendo que cada um possui uma determinada freqüência crítica,
para a qual o material vibra mais facilmente e há uma queda de isolamento. Essa freqüência
crítica situa-se nas mais altas freqüências quanto menor for a espessura do vidro.
Para o tratamento acústico de superfícies envidraçadas, deve-se levar em conta a
questão da freqüência crítica, procurando a garantia de uma performance mais homogênea em
todas as freqüências. Para tanto, a melhoria acústica acontece com o aumento da espessura do
vidro e, principalmente, pela composição de vitragens duplas ou triplas assimétricas, ou seja,
com vidros de espessuras ou tipos diferentes. Com esse tipo de combinação, as freqüências
críticas não são coincidentes, e a capacidade de isolamento aumenta. Outro fator importante
nas vitragens duplas ou triplas é a espessura da camada de ar entre os vidros, que influenciará
no isolamento do conjunto.
Atualmente existem vidros laminados especiais acústicos, onde o efeito da freqüência
crítica é minimizado. Em média, é possível ganhar de 1 a 3 dB para composições vidreiras
similares e sobretudo assegurar uma homogeneidade de performance em todas as freqüências.

2.6.1 Vidro monolítico comum

O vidro monolítico comum, liso, incolor, possui duas faces paralelas em vidro
recozido, obtido pelo processo de imersão em um banho de estanho. A Tabela 05 apresenta as
espessuras de vidros monolíticos, com seu respectivo peso e índice de redução acústica Rw,
segundo testes realizados no laboratório do Centro de Desenvolvimento Industrial da Saint-
Gobain Glass conforme ISO 717.
48

TABELA 05 – Vidros monolíticos comuns.

Espessura Massa Superficial Rw (dB)


(mm) (Kg/m²)
3 7,5 29
4 10,0 30
5 12,5 30
6 15,0 31
8 20,0 32
10 25,0 33
12 30,0 34
15 37,5 36
19 47,5 37

Fonte: SAINT-GOBAIN GLASS, 2000, p.538.

De acordo com estes mesmos testes, o gráfico a seguir demonstra o comportamento


acústico de vidros monolíticos comuns de 4 mm e 8 mm, ao longo de todo o espectro de
freqüências. A queda de isolamento na freqüência crítica varia de 8 a 10 dB.

50

45

40
Isolamento Sonoro (dB)

35

30

25

20

15

10 Vidro 8mm - Rw: 32dB

5 Vidro 4mm - Rw: 30dB

0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Frequências (Hz)

FIGURA 21: Isolamento de vidros simples (SAINT-GOBAIN GLASS, 2000, p.31)


49

Já TADEU (2001, p.321), que realizou experimentos com vidros simples, duplos e
triplos, chegou a índices de redução acústica com valores um pouco menores e mais próximos
para vidros com 4 mm e 8 mm de espessura (Rw = 29 dB e Rw = 30 dB, respectivamente).
Os resultados apresentados nos gráficos seguintes se referem aos estudos com vidros
monolíticos comuns, em todo o espectro de freqüências medidas, realizados por PUJOLLE
(1978). Salienta-se que o cálculo do isolamento global é dado em dB(A), o que difere em
relação ao tratamento de dados proposto pela norma ISO 717.

FIGURA 22: Isolamento de vidro comum 3 mm (PUJOLLE, 1978, p.533)

FIGURA 23: Isolamento de vidro comum 5,5 mm (PUJOLLE, 1978, p.531)


50

FIGURA 24: Isolamento de vidro comum 8 mm (PUJOLLE, 1978, p.530)

FIGURA 25: Isolamento de vidro comum 10 mm (PUJOLLE, 1978, p.529)


51

FIGURA 26: Isolamento de vidro comum 12 mm (PUJOLLE, 1978, p.526)

FIGURA 27: Isolamento de vidro comum 15 mm (PUJOLLE, 1978, p.522)


52

2.6.2 Vidro laminado

Os vidros laminados são compostos de dois ou mais vidros monolíticos, colados entre
si através de um ou mais filmes de butiral de polivinil (PVB). Após a colocação do PVB, é
obtida a aderência perfeita por tratamento térmico sob pressão. Em caso de quebra do vidro,
os filmes de PVB retém os fragmentos do vidro, por isso são muito utilizados como vidros de
segurança. Os filmes de PVB podem ser incolores, opacos ou, em determinadas aplicações,
coloridos. A Tabela 06 apresenta algumas composições de vidros laminados, com seu
respectivo peso e índice de redução acústica Rw, segundo testes realizados no laboratório do
Centro de Desenvolvimento Industrial da Saint-Gobain Glass, conforme ISO 717.

TABELA 06 – Vidros laminados.

Produto Espessura Massa Superficial Rw (dB)


(mm) (Kg/m²)
(3 + 3 .1)* 6 15,5 32
(4 + 4 .1)* 8 20,5 33
(5 + 5 .1)* 10 25,5 35
(6 + 6 .1)* 12 30,5 35
(3 + 3 .2)* 7 16,0 33
(4 + 4 .2)* 9 21,0 34
(5 + 5 .2)* 11 26,0 35
(6 + 6 .2)* 13 31,0 35
(4 + 4 .4)* 10 21,5 34

* (espessura 1º vidro comum + espessura 2º vidro comum . nº de filmes de PVB entre os vidros)
Fonte: SAINT-GOBAIN GLASS, 2000, p.562.

Os gráficos a seguir demonstram o desempenho acústico de diferentes composições de


vidros laminados, ao longo de todo o espectro de freqüências, segundo ensaios realizados por
PUJOLLE (1978), com os respectivos isolamentos globais em dB(A):
53

FIGURA 28: Isolamento de vidro laminado duplo; espessura total de 6 mm (PUJOLLE, 1978, p.527)

FIGURA 29: Isolamento de vidro laminado duplo; espessura total de 12/13 mm (PUJOLLE, 1978, p.524)
54

FIGURA 30: Isolamento de vidro laminado duplo; espessura total de 18/19 mm (PUJOLLE, 1978, p.521)

FIGURA 31: Isolamento de vidro laminado triplo; espessura total de 12 mm (PUJOLLE, 1978, p.521)
55

FIGURA 32: Isolamento de vidro laminado triplo; espessura total de 18/19 mm (PUJOLLE, 1978, p.520)

FIGURA 33: Isolamento de vidro laminado com 4 vidros; espessura total de 18 mm (PUJOLLE, 1978, p.519)
56

FIGURA 34: Isolamento de vidro laminado com 4 vidros; espessura total de 25 mm (PUJOLLE, 1978, p.518)

FIGURA 35: Isolamento de vidro laminado com 4 vidros; espessura total de 30 mm (PUJOLLE, 1978, p.518)
57

FIGURA 36: Isolamento de vidro laminado com 4 vidros; espessura total de 40 mm (PUJOLLE, 1978, p.517)

2.6.3 Vidro laminado especial acústico

Segundo o que apresenta a empresa SAINT-GOBAIN GLASS (2000), existem,


atualmente, vidros laminados especiais com propriedades acústicas, compostos de dois ou
mais vidros monolíticos colados entre si por um ou mais filmes de PVB acústico específico.
Este filme especial de PVB garante uma melhora na performance de isolamento do vidro,
principalmente em torno da freqüência crítica, tanto em vidros simples como em vitragens
duplas.
Em comparação a vidros de espessuras iguais, monolíticos ou laminados, o ganho
médio de isolamento de um vidro especial acústico, é de 2 a 5 dB, sendo que pode chegar a 10
dB na zona de freqüência crítica. A Tabela 07 apresenta algumas composições de vidros
laminados especiais acústicos, com seu respectivo peso e índice de redução acústica Rw,
segundo testes realizados no laboratório do Centro de Desenvolvimento Industrial da Saint-
Gobain Glass, conforme ISO 717.
58

TABELA 07 – Vidro laminado especial acústico.

Produto Espessura Massa Superficial Rw (dB)


(mm) (Kg/m²)
(3 + 3 .1)* 6 15,5 36
(4 + 4 .1)* 8 20,5 37
(5 + 5 .1)* 10 25,5 38
(3 + 3 .2)* 7 16,0 36
(4 + 4 .2)* 9 21,0 37
(5 + 5 .2)* 11 26,0 38
6 + 4 . 2)* 11 26,0 38
(6 + 6 .2)* 13 31,0 39
(4 + 4 .4)* 10 21,5 37

* (espessura 1º vidro comum + espessura 2º vidro comum . nº de filmes de PVB entre os vidros)
Fonte: SAINT-GOBAIN GLASS, 2000, p. 552.

O gráfico a seguir é um comparativo de performance acústica entre diferentes tipos de


vidros com a mesma espessura, ao longo de todo o espectro de freqüências.

50

45
Isolamento Sonoro (dB)

40

35

30

25

20

15
Vidro 8mm - Rw : 32dB
10
Vidro laminado 4+4.2 - Rw : 34dB
5 Vidro laminado especial 4+4.2 - Rw : 37dB

0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Frequências (Hz)

FIGURA 37: Isolamento de envidraçados com 8 mm (SAINT-GOBAIN GLASS, 2000, p.31)


59

2.6.4 Vidro temperado

O vidro temperado é um vidro que foi alvo de um tratamento térmico de reforço,


aumentando consideravelmente a sua resistência contra as tensões mecânicas (flexão,
choques, etc.) e de origem térmica (diferenças de temperatura), sem alterar as propriedades
espectrofotométricas do produto base.
A resistência aos choques de um vidro temperado aumenta aproximadamente seis
vezes em relação ao vidro comum. Já a tensão de ruptura à flexão é da ordem de 120 MPa,
contra 40 MPa de um vidro comum. Por essas características, são largamente utilizados como
vidros de segurança, em portas, tampos de mesa, etc.
Quanto às características de isolamento acústico, não consta referências sobre
possíveis melhorias em relação aos vidros monolíticos comuns.

2.6.5 Vidros duplos

Segundo PUJOLLE (1978, p.247), para aumentar o isolamento acima de 30 dB(A),


sem aumentar a massa, é interessante realizar a composição de dois vidros separados por uma
camada de ar. A curva de isolamento dos painéis duplos muda em relação aos vidros simples,
uma vez que há uma freqüência de ressonância fo do sistema massa-mola-massa e uma
freqüência crítica fc para cada elemento da vitragem. A curva padrão representada na Figura
38 refere-se a uma vitragem dupla composta de vidros de 6 mm e 8 mm de espessura,
separados por 13 mm de camada de ar.
60

Isolamento Acústico (dB)


40

30

20

6 13 8
10

0
100 fo 1000 fc 5000

Freqüência (Hz)

FIGURA 38: Curva padrão de isolamento de uma vitragem dupla (PUJOLLE, 1978, p.247, Adaptado)

A freqüência de ressonância do sistema massa-mola-massa para vidros duplos é dada


pela fórmula (PUJOLLE, 1978, p. 247 e 248):

11 1 
f 0 = 1200  +  (16)
d  e1 e2 

Onde:
d = espessura da camada de ar (mm)
e1 , e2 = espessura dos vidros (mm)

Ou, se e1 = e2 (as espessuras são iguais):

1700
f0 ≅ (17)
d ×e

A Figura 39, a seguir, apresenta graficamente a variação de isolamento de uma


vitragem dupla composta por vidros de 4 mm e 7 mm, em função do intervalo de ar que os
separa.
61

40

Índice de Redução Acústica (dB(A))


Ruído Rosa
35
Ruído de Tráfego

30

25

20

15

4 d 7
10

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Camada de ar (mm)

FIGURA 39: Variação do isolamento de uma vitragem dupla em função do intervalo de ar que separa os dois
elementos (PUJOLLE, 1978, p.249, Adaptado)

Diversas informações podem ser extraídas desse estudo (PUJOLLE, 1978, p. 248):
• O isolamento acústico aumenta relativamente rápido com a espessura da
lamina de ar, quando a mesma é pequena. Para um d=6 mm, o isolamento é
nitidamente inferior ao de uma vitragem simples de espessura equivalente. Já
ao dobrar o intervalo de ar, há um aumento de 2 dB(A) para ruído rosa e de 1,5
dB(A) para ruído de tráfego.
• A partir de um intervalo de 40 mm, o aumento de isolamento acontece mais
lentamente. Ao aumentarmos o afastamento para 100 mm, há um acréscimo de
isolamento de 1,5 dB(A) para ruído rosa e de 2 dB(A) para ruído de tráfego.
• A diferença entre os dois tipos de isolamento (ruído rosa e ruído de tráfego) é
de 1,5 dB(A) para vitragens simples. Essa diferença passa por um máximo de
4,2 dB(A) para vitragens duplas com intervalos de 10 mm a 20 mm,
diminuindo para 3,1 dB(A) em 100 mm de afastamento. Isto se deve a posição
da freqüência de ressonância fo, em torno de 200 Hz, onde o isolamento para
ruído de tráfego é mais desfavorável.

Nos experimentos realizados por TADEU (2001, p.321), com vidros duplos de 4 mm e
8 mm de espessura, separados por 10 mm e 100 mm de camada de ar, confirma-se o melhor
desempenho quando há maior afastamento entre os vidros. O autor salienta que a performance
62

da composição com 10 mm de camada de ar é inferior ao esperado para um vidro simples de


massa igual a soma dos dois elementos constituintes do vidro duplo.
Outro caso relevante levantado por TADEU (2001, p.322) é a solução testada com
dois vidros de mesma espessura, no caso de 4 mm, separados por 10 mm de ar. Nesta amostra,
ocorre a coincidência das freqüências críticas dos dois vidros, com uma queda muito
acentuada de isolamento. Devido a isto, a redução acústica de um vidro simples de 4 mm (Rw
= 29 dB) é maior que o obtido neste tipo de composição (Rw = 28 dB).
Ainda segundo os estudos de TADEU (2001, p.322), foram testados espaçamentos
crescentes entre vidros de 4 mm e 8 mm. Constatou-se que os índices de redução acústica
tiveram os menores valores quando a camada de ar ficou entre 10 mm e 30 mm, que são,
curiosamente, os afastamentos mais utilizados em soluções com vidros duplos. Somente
quando o espaçamento supera os 50 mm é que começam a existir ganhos significativos de
isolamento. Isto se deve, como já mencionado anteriormente, ao aparecimento da freqüência
de ressonância fo quando temos pequenos espaçamentos.
Os gráficos a seguir demonstram o desempenho acústico de diferentes composições de
vidros duplos, ao longo de todo o espectro de freqüências, segundo ensaios realizados por
PUJOLLE (1978). Vale ressaltar que os valores são relativos a montagens em caixilhos fixos,
com 2,0 m² de área e que o tratamento de dados utilizado foi o isolamento global em dB(A).

FIGURA 40: Isolamento de vitragem dupla (PUJOLLE, 1978, p.532)


63

FIGURA 41: Isolamento de vitragem dupla (PUJOLLE, 1978, p.526)

Outros resultados referem-se aos vidros duplos fabricados pela Saint-Gobain Glass,
segundo um processo que garante perfeita estanqueidade e altos níveis de performance. Este
consiste em colocar entre os dois vidros uma camada de ar desidratado ou um gás que
melhora o isolamento. Entre os vidros há um espaçador de alumínio no qual estão contidos
agentes desidratantes. A união e estanqueidade são realizados com mastiques, segundo a
Figura 44.

Vidro Vidro
exterior interior

Intercalar metálico com


agente desidratante

Mastique de
estanqueidade
Mastique de
selagem

FIGURA 42 - Composição dos vidros duplos (SAINT-GOBAIN GLASS, 2000, p. 299).


64

A Tabela 08 apresenta algumas composições fabricadas de vidros duplos, utilizando


vidros monolíticos comuns, com seu respectivo peso, espessura total e índice de redução
acústica Rw, conforme ISO 717.

TABELA 08 – Vidros duplos.

Produto Espessura Massa Superficial Rw (dB)


(mm) (Kg/m²)
4 (6) 4* 14 20,0 30
4 (8) 4* 16 20,0 30
4 (10) 4* 18 20,0 30
4 (12) 4* 20 20,0 30
4 (15/16) 4* 23/24 20,0 30
4 (15) 5* 24 22,5 33
5 (12) 5* 22 25,0 32
6 (12) 6* 24 30,0 33
6 (15/16) 6* 27/28 30,0 33
8 (12) 8* 28 40,0 34
8 (15/16) 8* 31/32 40,0 34

* Espessura 1º vidro comum (espessura camada de ar) espessura 2º vidro comum.


Fonte: SAINT-GOBAIN GLASS, 2000, p. 572

Os gráficos das Figuras 43 e 44 demonstram o desempenho acústico de algumas


dessas composições de vidros duplos, ao longo de todo o espectro de freqüências. Vale
ressaltar que todos os resultados apresentados foram de medições realizadas no laboratório do
Centro de Desenvolvimento Industrial da Saint-Gobain Glass. Para ensaios realizados com as
mesmas amostras em diversos laboratórios pode-se obter diferenças consideráveis, uma vez
havendo divergência entre áreas de amostra, procedimentos de ensaio, etc.
65

50

45

40
Isolamento Sonoro (dB)

35

30

25

20

15

10 Vidro duplo 8(12)4mm - Rw: 34dB

5 Vidro duplo 4(12)4mm - Rw: 30dB

0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Frequências (Hz)

FIGURA 43: Isolamento de vidros duplos (SAINT-GOBAIN GLASS, 2000, p.31)

60

55

50
Isolamento Sonoro (dB)

45

40

35

30

25

20

15

10 Vidro duplo 10(12)4+4.2 Especial - Rw: 40dB

5 Vidro duplo 10(12)4+4.2 - Rw: 37dB

0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Frequências (Hz)

FIGURA 44: Isolamento de vidros duplos (SAINT-GOBAIN GLASS, 2000, p.105)


66

CAPÍTULO III

3 METODOLOGIA

A metodologia adotada para a pesquisa baseou-se na realização de ensaios no


Laboratório de Termo Acústica da Universidade Federal de Santa Maria, de acordo com os
procedimentos especificados pela Norma Internacional ISO 140/III e Projeto de Norma
Brasileira 02:135.01-001.

3.1 Materiais ensaiados

3.1.1 Os vidros

Os vidros ensaiados foram os abaixo especificados, possuindo todos dimensão de 100


x 100 cm:
• Vidro monolítico comum, liso, transparente, de espessura 3 mm;
• Vidro monolítico comum, liso, transparente, de espessura 4 mm;
• Vidro monolítico comum, liso, transparente, de espessura 5 mm;
• Vidro monolítico comum, liso, transparente, de espessura 6 mm;
• Vidro monolítico comum, liso, transparente, de espessura 8 mm;
• Vidro temperado, liso, transparente, de espessura 6 mm;
• Vidro temperado, liso, transparente, de espessura 8 mm;
67

• Vidro laminado, liso, transparente, constituído de dois vidros comuns de 3 mm


cada e um filme de butiral de polivinil, totalizando uma espessura de 6 mm;
• Vidro laminado, liso, transparente, constituído de dois vidros comuns de 4 mm
cada e um filme de butiral de polivinil, totalizando uma espessura de 8 mm.

3.2 Equipamentos utilizados

O Laboratório de Termo Acústica da UFSM possui uma série de equipamentos


destinados à realização de diferentes ensaios acústicos. Para os ensaios de isolamento sonoro
a ruído aéreo, são utilizados os seguintes equipamentos, conforme as especificações do
fabricante (BRUEL & KJAER, 1989):
• Fonte sonora Tipo 4224;
• Microfone com boom rotativo Tipo 3923;
• Analisador acústico Tipo 4418;
• Calibrador Tipo 4230 (94 dB em 1.000 Hz, com desvio de ± 3 dB);
• Analisador climático.

3.3 Características do Laboratório de Termo Acústica da UFSM

O Laboratório de Termo Acústica – LaTA, da UFSM, possui as câmaras


reverberantes, de emissão e recepção, para ensaio de isolamento acústico a ruído aéreo,
construídas em concreto armado, com paredes de 30 cm de espessura e com volumes de 60 e
67 m³, respectivamente, totalmente apoiadas sobre isoladores de neoprene. São construídas de
forma a não apresentarem paralelismo entre nenhuma das faces, conforme Figura 45.
Apresentam um pórtico de concreto de 55 cm de largura entre as salas, com um vão livre de
4,10 m de largura, por 3,20 m de altura, criando um vão de abertura de 13,12 m² para
colocação da amostra a ser ensaiada. Além disso, possuem portas duplas, constituídas de
chapa de aço de 12,7 mm de espessura, com 1,2 x 2,2 m de vão livre e vedação acústica com
borracha em todo o seu contorno, para garantir perfeita estanqueidade.
68

Câmara de Recepção
V= 67 m³
Fonte Sonora

Câmara de Emisão Microfone


V= 60 m³
Parede de teste

L1 L2

Porta de entrada da Porta de entrada da


Câmara de Emissão Câmara de Recepção

FIGURA 45: Câmaras reverberantes do LaTA para ensaio de isolamento sonoro.

Foi executado por SANTOS & MUTTI (1991), um trabalho de qualificação das
câmaras reverberantes do Laboratório de Termo Acústica da UFSM, determinando a
repetibilidade das medidas de isolação sonora, seguindo as diretrizes definidas pela Norma
Internacional ISO 140/II. Este trabalho apresentou resultados favoráveis, considerando
aceitável a precisão das instalações e o procedimento de ensaio do laboratório, qualificando-o
como operacional para prestação de serviços à comunidade científica e empresarial.

3.4 Considerações sobre a Norma Internacional ISO 140/III

A Norma Internacional ISO 140/III especifica um método laboratorial para medição


do isolamento sonoro aéreo de componentes das edificações, como paredes, pisos, portas,
janelas, fachadas e elementos de fachada. Os resultados obtidos podem ser usados para
projetar elementos construtivos com propriedades acústicas apropriadas, comparar as
propriedades de isolamento sonoro dos elementos de construção e classificar cada elemento
de acordo com suas propriedades de isolamento sonoro.
A norma especifica recomendações gerais a serem seguidas para a realização dos
ensaios e define que cada laboratório deverá determinar um procedimento de medição que a
atenda.
Dentre as recomendações mais importantes, destacam-se as seguintes:
69

a) Câmaras reverberantes: os volumes e formas das duas salas de ensaio não


podem ser exatamente iguais. Os volumes das salas devem ser, no mínimo,
iguais a 50 m³ e uma diferença de, no mínimo, 10% entre as salas;
b) Amostras de ensaio: as áreas de abertura para a realização dos ensaios em
laboratório devem ser de aproximadamente 10 m² para paredes e entre 10 m²
a 20 m² para pisos, sendo que o comprimento das bordas não deve ser
inferior a 2,3 m, tanto para pisos como para paredes. Deve-se ter o cuidado
de instalar a divisória de ensaio de modo mais similar possível com a
construção real em obra (condições de vedação e juntas normais);
c) Campo sonoro na sala emissora: o som gerado na sala emissora deve ser
estacionário e apresentar espectro constante. Devem ser usados filtros com
bandas de, pelo menos, 1/3 de oitava;
d) Determinação da absorção equivalente: o termo de correção contendo a área
de absorção equivalente deve ser obtido preferencialmente através do tempo
de reverberação medido, conforme a norma ISO 354, usando a fórmula de
Sabine.
e) Precisão: é requerido que o procedimento de medição forneça repetibilidade
satisfatória, de acordo com o método mostrado na norma ISO 140/II.

3.5 Ensaios laboratoriais realizados

Para a avaliação do isolamento sonoro de diferentes tipos e espessuras de vidros, em


composições simples e formando vitragem dupla, objeto de estudo desta pesquisa, foi
primeiramente construída uma parede de alvenaria dividindo as câmaras de emissão e
recepção. Esta parede é constituída de blocos cerâmicos furados, rebocados dos dois lados,
totalizando uma espessura de 20 cm. Segundo SILVA (2000, p.76), uma parede de vedação
deste tipo atinge um Rw = 43 dB. No centro da parede deixou-se uma abertura de
aproximadamente 103 x 103 cm, onde foram afixados os caixilhos de alumínio que deram
suporte à colocação dos diferentes vidros a serem ensaiados, conforme o que ilustra a Figura
46.
70

FIGURA 46: Parede de alvenaria e caixilho para colocação dos vidros testados.

A fixação e estanqueidade dos caixilhos foi realizada com silicone. Nos vidros foi
utilizada uma das formas mais empregadas na construção civil: uso de espuma em fita
autocolante no caixilho e mangueira transparente entre o vidro e a gola de vedação. Este
sistema se mostrou eficiente e de rápida e fácil execução, aspectos relevantes para a realização
dos ensaios. Mesmo assim, um teste comparativo foi realizado usando o silicone como forma
de vedação dos vidros, obtendo-se resultados compatíveis com o método adotado.
Deste modo, primeiramente foram realizados os ensaios de isolamento sonoro de cada
tipo e espessura de vidro individualmente.
A partir dos dados obtidos e do conhecimento do comportamento de cada amostra em
todas as freqüências medidas, foram realizados diversos ensaios com vitragens duplas. Esses
arranjos duplos foram compostos de vidros de diferentes tipos ou espessuras, conforme
situações consideradas mais favoráveis, relacionadas com aspectos econômicos ou de melhor
performance. Cada composição dupla foi ensaiada com espaçamentos crescentes entre os
vidros, que variaram de 20 mm a 150 mm, o que permitiu avaliar a influência da camada de ar
entre os elementos. A Figura 47, a seguir, mostra a colocação das duas esquadrias para a
realização destes ensaios.
71

FIGURA 47 – Ensaio de vitragem dupla.

3.5.1 Procedimentos gerais

O procedimento de medição segue as seguintes diretrizes gerais:


• Área de amostra: 13,12 m² para a parede divisória entre as salas de emissão e
recepção, e 1,06 m² para a abertura onde serão colocados os caixilhos e vidros;
• Tipo de ruído: rosa, filtrado em bandas de 1/3 de oitava;
• Posição da fonte sonora: em dois cantos diferentes, opostos a amostra de
ensaio;
• Distâncias mínimas: o afastamento do microfone deve ser de, no mínimo, 1,0
m da fonte sonora, da amostra e das superfícies da câmara;
• Número e posições do microfone: para cada amostra são feitas três medições
em cada freqüência e calculado a média aritmética. Será utilizado um
microfone rotativo de raio de varredura igual a 1,20 m.
• Método adotado para determinar a absorção equivalente: pelo tempo de
reverberação, de acordo com a Norma Internacional ISO 354. Área de absorção
equivalente determinada com base em três leituras do tempo de reverberação
em cada posição.
72

3.5.2 Execução dos ensaios

Para a execução dos ensaios com os materiais de amostra, foram realizadas as


seguintes medições:
• Nível de pressão sonora: por meio da fonte sonora, o ruído é gerado na câmara
de emissão, por faixas de freqüência de terços de oitava, centradas nas
freqüências de 100 Hz a 4.000 Hz. O analisador acústico de sinais realiza duas
medições do nível de pressão sonora: na câmara de emissão e na de recepção,
registrando tais valores na memória;
• Ruído de fundo: o ruído de fundo é medido na câmara de recepção pelo
analisador acústico de sinais e seu valor deve ficar, no mínimo, 15 dB abaixo
do valor do nível de pressão sonora medido na câmara, em todas as
freqüências;
• Tempo de reverberação: o ensaio inclui a determinação dos tempos de
reverberação na câmara de recepção, em cada freqüência, por meio do
analisador acústico de sinais, tendo em vista quantificar a absorção sonora
nessa câmara.

Todos os valores são medidos em cada uma das faixas de freqüências de terço de
oitava consideradas. Com essas medições, o Índice de Redução Acústica (R) ou Perda de
Transmissão (PT), é calculado pelo analisador acústico, de acordo com a expressão:

 S .T
R = L1 − L2 + 10 log  6,15 ⋅  (18)
 V 

Onde:
L1 : NPS medido na câmara de emissão (dB)
L2 : NPS medido na câmara de recepção (dB)
S : Área da amostra ensaiada (m²)
T : Tempo de reverberação medido na câmara de recepção (s)
V : Volume da câmara de recepção (m³)
73

3.6 Avaliação dos resultados

A partir da realização de todos os ensaios, foi possível quantificar a capacidade de


isolamento (em dB), em todas as freqüências medidas, de cada vidro individualmente e de
cada composição de vitragem dupla com diferentes espaçamentos.
Também foi realizado o tratamento destes dados com a finalidade de se obter valores
únicos representativos do isolamento, conforme procedimentos descritos no item 2.4. Assim,
foram quantificados o Isolamento Global em dB(A) e o Índice de Redução Acústica Rw em
dB, de cada ensaio realizado.
74

CAPÍTULO IV

4 RESULTADOS

Neste capítulo serão exibidos, através de tabelas e gráficos, os resultados mais


relevantes dos ensaios de isolamento acústico realizados com as amostras.
Foram agrupados os resultados dos vidros simples; vidros duplos com 20 mm; 50 mm;
100 mm e 150 mm de afastamento, informando-se os valores Rw (dB) e R (dB(A)). No
Anexo 1 são detalhados todos os ensaios realizados, com as características da amostra e os
valores de R (dB) para cada freqüência medida. No Anexo 2 são apresentadas imagens das
câmaras e de alguns ensaios.

4.1 Vidros simples

Os resultados dos ensaios realizados com os diferentes tipos e espessuras de vidros


individualmente, que foram objeto de uma primeira análise deste trabalho, encontra-se na
Tabela 09, que apresenta para cada ensaio os números únicos de avaliação do isolamento, em
dB e dB(A). As Figuras 48, 49 e 50, a seguir, são gráficos com os resultados de R (dB) para
todas as freqüências medidas, de 100Hz a 4.000Hz. Estão agrupados, para uma melhor
compreensão, os vidros monolíticos comuns e os diferentes tipos de vidros com 6 mm e com
8 mm de espessura.
75

TABELA 09 – Valores de Rw (dB) e R (dB(A)) para vidros simples.

Nº Material Espessura Massa Rw R


Ensaio (mm) (Kg/m²) (dB) (dB(A))
01 Vidro monolítico comum 3 7,5 28,0 27,2
02 Vidro monolítico comum 4 10,0 28,0 27,3
03 Vidro monolítico comum 5 12,5 28,0 27,9
04 Vidro monolítico comum 6 15,0 29,0 28,7
05 Vidro monolítico comum 8 20,0 29,0 29,1
06 Vidro temperado 6 15,0 29,0 28,4
07 Vidro temperado 8 20,0 29,0 28,6
08 Vidro laminado 6 15,5 31,0 30,3
09 Vidro laminado 8 20,5 31,0 30,9

40

35

30

25

20 R (dB)

15

10

0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)

Vidro comum 3mm Vidro comum 4mm Vidro comum 5mm

Vidro comum 6mm Vidro comum 8mm

FIGURA 48 – Valores de R (dB) para vidros monolíticos comuns.


76

Os valores obtidos para os vidros monolíticos comuns demonstram que os materiais


seguem a lei da massa, ou seja, há um acréscimo de isolamento acústico à medida que
aumenta a espessura e conseqüentemente a massa da amostra. Este aumento acontece em
proporções pequenas, uma vez que estamos trabalhando com um material de espessura
delgada. Assim, a cada 1 mm de acréscimo na espessura do vidro, podemos esperar uma
média de 0,5 dB(A) de aumento global no isolamento. Utilizando-se o tratamento de dados
proposto pela Norma Internacional ISO 717, sendo expressos valores sem casas decimais, esta
pequena variação fica ainda menos visível, ocorrendo, assim, um agrupamento de amostras
com resultados idênticos. É o caso das espessuras de 3 mm, 4 mm e 5 mm, com um Rw de
28,0 dB e das espessuras de 6 mm e 8 mm com um Rw de 29,0 dB.
A freqüência crítica fc dos vidros comuns, ou seja, a freqüência em que há uma queda
de isolamento e que está relacionada com as características do material, como massa,
espessura e rigidez, acontece conforme o que foi apresentado na revisão de literatura, sendo
que a queda é da ordem de 5 a 7 dB. Desta forma, ela ocorre nas mais altas freqüências quanto
menor for a espessura do vidro: acima de 4.000 Hz no vidro de 3mm; e aproximadamente em
4.000 Hz no vidro de 4 mm; 3.150 Hz no vidro de 5 mm; 2.500 Hz no vidro de 6 mm e 1.600
Hz no vidro de 8 mm.
Observa-se também outra queda de isolamento, que ocorre em 250 Hz, e que acredita-
se ser resultado da composição da parede com a abertura para colocação dos vidros. Esta
queda tenderá a minimizar-se e desaparecer, na medida em que são realizadas composições
duplas e aumentam-se os afastamentos entre os vidros, resultados que serão vistos adiante.
Estes tipos de ressonâncias aparecem nos trabalhos revistos na literatura e na curva de
isolamento padrão proposta por PUJOLLE (1978) na Figura 38, p.60, não havendo, porém,
explicações detalhadas sobre as causas do fenômeno.
77

40

35

30

25

R (dB)
20

15

10

0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)

Vidro Comum 6mm Vidro Temperado 6mm


Vidro Laminado 6mm

FIGURA 49 – Valores de R (dB) para diferentes tipos de vidros com 6mm de espessura.

40

35

30

25
R (dB)

20

15

10

0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)

Vidro Comum 8mm Vidro Temperado 8mm Vidro Laminado 8mm

FIGURA 50 – Valores de R (dB) para diferentes tipos de vidros com 8mm de espessura.
78

As Figuras 49 e 50, apresentadas na página anterior, mostram um comparativo dos


diferentes tipos de vidros ensaiados: comuns, temperados e laminados, de uma mesma
espessura, no caso de 6 mm e 8 mm. Com base nos resultados, percebemos uma semelhança
no comportamento dos vidros temperados em relação aos vidros comuns, sobretudo nas
médias e altas freqüências. Apesar da maior resistência dos vidros temperados, o
comportamento acústico não varia significativamente, e chega a apresentar um isolamento
global em dB(A) menor que os vidros comuns. Nas baixas freqüências, no entanto, observam-
se duas situações distintas: em 100 Hz o vidro temperado é inferior em isolamento; já nas
freqüências de 125 Hz até 250 Hz, há melhorias em relação ao vidro comum. Essas diferenças
são mais acentuadas no caso dos vidros de 8 mm de espessura.
Por outro lado, destacam-se aqui os vidros laminados que, pela sua composição com
um outro material, o PVB, apresentam o efeito da freqüência crítica suprimido. Isto garante
maior homogeneidade de isolamento em todas as freqüências e um ganho geral de
performance de 2 dB em relação aos outro tipos de vidro com mesma espessura.

4.2 Vidros duplos com 20 mm de espaçamento

Os resultados dos ensaios realizados com vitragens duplas, com 20 mm de


espaçamento entre os diferentes tipos ou espessuras de vidros, encontram-se a seguir. A
Tabela 10 apresenta para cada ensaio os números únicos de avaliação do isolamento, em dB e
dB(A). A Figura 51 representa graficamente os resultados de R (dB) para todos os ensaios
realizados em todas as freqüências medidas, de 100 Hz a 4.000 Hz. Já nas Figuras 52, 53 e 54
apresentam-se os mesmos resultados só que divididos em grupos para uma melhor
compreensão.

TABELA 10 – Valores de Rw (dB) e R (dB(A)) para vidros duplos com 20 mm de espaçamento.

Nº Material Soma espessuras Rw R


Ensaio (mm) (dB) (dB(A))
10 Vidro comum 8 mm + Esp. 20 mm + 12 31,0 30,6
Vidro comum 4 mm
11 Vidro comum 8 mm + Esp. 20 mm + 14 32,0 30,5
Vidro comum 6 mm
79

12 Vidro comum 6 mm + Esp. 20 mm + 12 31,0 30,7


Vidro laminado 6 mm
13 Vidro comum 6 mm + Esp. 20 mm + 14 32,0 31,0
Vidro laminado 8 mm
14 Vidro comum 8 mm + Esp. 20 mm + 16 33,0 32,1
Vidro laminado 8 mm
15 Vidro temperado 6 mm + Esp. 20 mm 14 32,0 31,4
+ Vidro laminado 8 mm
16 Vidro temperado 8 mm + Esp. 20 mm 14 32,0 31,2
+ Vidro laminado 6 mm
17 Vidro laminado 6 mm + Esp. 20 mm + 14 31,0 30,5
Vidro laminado 8 mm

45

40
35

30

R (dB)
25

20
15

10
5

0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)
V. Comum 8mm + esp.20mm + V. Comum 4mm
V. Comum 8mm + esp.20mm + V. Comum 6mm
V. Comum 6mm + esp.20mm + V. Laminado 6mm
V. Comum 6mm + esp.20mm + V. Laminado 8mm
V. Comum 8mm + esp.20mm + V. Laminado 8mm
V. Temperado 6mm + esp.20mm + V. Laminado 8mm
V. Temperado 8mm + esp.20mm + V. Laminado 6mm
V. Laminado 6mm + esp.20mm + V. Laminado 8mm

FIGURA 51 – Valores de R (dB) para vidros duplos com 20 mm de espaçamento.


80

Os resultados das composições de vitragem dupla com 20 mm de camada de ar entre


os elementos, demonstram que o comportamento segue os parâmetros revistos na bibliografia.
Nota-se que os diferentes tipos de vidros adotados nas composições possuem um
comportamento semelhante e valores de isolamento muito próximos, sobretudo nas altas
freqüências. Há uma melhoria de resposta nas baixas freqüências, quando utilizamos dois
vidros de maior espessura, como é o caso do ensaio com vidro comum de 8 mm e vidro
laminado de 8 mm.
A freqüência crítica fc característica de cada material, que já constatamos nos vidros
simples, fica evidentemente suprimida quando realizamos uma composição dupla assimétrica,
ou seja, utilizando-se dois vidros de diferentes tipos ou espessuras, como é o caso das
combinações ensaiadas. Isto garante um aumento constante de isolamento após 315 Hz, sem
quedas nas altas freqüências.
O que ocorre nesta situação é a existência de uma freqüência de ressonância fo do
sistema vidro – camada de ar – vidro, ou seja, da própria vitragem dupla, gerando uma queda
acentuada de isolamento em aproximadamente 160 Hz para todas as composições ensaiadas.
Esta freqüência acontece conforme equação apresentada por PUJOLLE (1978), que foi revisto
no item 2.6.5.

45
40
35
30
R (dB)

25
20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)
V. Comum 8mm + esp.20mm + V. Comum 4mm

V. Comum 8mm + esp.20mm + V. Comum 6mm

FIGURA 52 – Valores de R (dB) para combinações somente com vidros comuns.


81

45
40
35
30

R (dB)
25
20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)

V. Comum 6mm + esp.20mm + V. Laminado 6mm

V. Comum 6mm + esp.20mm + V. Laminado 8mm

V. Comum 8mm + esp.20mm + V. Laminado 8mm

V. Laminado 6mm + esp.20mm + V. Laminado 8mm

FIGURA 53 – Valores de R (dB) para combinações com vidros comuns + laminados e somente com vidros
laminados.

45
40
35
30
R (dB)

25
20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)

V. Temperado 6mm + esp.20mm + V. Laminado 8mm

V. Temperado 8mm + esp.20mm + V. Laminado 6mm

FIGURA 54 – Valores de R (dB) para combinações com vidros temperados + laminados.


82

Esta alta perda de isolamento em torno da freqüência de ressonância faz com que o
sistema não obtenha a melhoria global que seria esperada para vidros duplos. O Índice de
Redução Acústica Rw das composições ensaiadas ficou entre 31 dB e 33 dB. Estes valores
estão bem abaixo dos revistos na bibliografia para vidros simples da mesma espessura que a
soma dos dois utilizados. Por exemplo, para um vidro simples de 12 mm, a SAINT-GOBAIN
GLASS (2000) obteve um Rw = 34 dB (revisto na Tabela 05, p.48) e PUJOLLE (1978), um
isolamento de 33,2 dB(A) (revisto na Figura 26, p.51). No caso do vidro duplo ensaiado com
8 mm e 4 mm, a redução acústica chegou somente a 31 dB. Além disso, já vimos que a
concentração de energia de um ruído de tráfego é maior nas baixas freqüências (abaixo de 250
Hz), justamente onde há deficiência de isolamento devido à freqüência de ressonância.
Em relação aos vidros laminados, que apresentam melhor desempenho quando
utilizados individualmente, pode-se constatar que não repetem sua performance nas
composições de vitragem dupla. Isto acontece porque o ganho de isolamento dos vidros
laminados é devido à inexistência da freqüência crítica, o que já ocorre naturalmente quando
realizamos uma combinação de dois elementos com freqüências críticas diferentes.

4.3 Vidros duplos com 50 mm de espaçamento

Os resultados dos ensaios realizados com vitragens duplas, com 50 mm de


espaçamento entre os diferentes tipos ou espessuras de vidros, encontram-se a seguir. A
Tabela 11 apresenta para cada ensaio os números únicos de avaliação do isolamento, em dB e
dB(A). A Figura 55 representa graficamente os resultados de R (dB) para todas as freqüências
medidas, de 100 Hz a 4.000 Hz. Já nas Figuras 56, 57 e 58 apresentam-se os mesmos
resultados só que divididos em grupos para uma melhor compreensão.

TABELA 11 – Valores de Rw (dB) e R (dB(A)) para vidros duplos com 50 mm de espaçamento.

Nº Material Soma espessuras Rw R


Ensaio (mm) (dB) (dB(A))
18 Vidro comum 8 mm + Esp. 50 mm + 12 33,0 33,2
Vidro comum 4 mm
19 Vidro comum 8 mm + Esp. 50 mm + 14 33,0 33,2
Vidro comum 6 mm
83

20 Vidro comum 6 mm + Esp. 50 mm + 12 33,0 33,1


Vidro laminado 6 mm
21 Vidro comum 6 mm + Esp. 50 mm + 14 33,0 33,1
Vidro laminado 8 mm
22 Vidro comum 8 mm + Esp. 50 mm + 16 34,0 33,4
Vidro laminado 8 mm
23 Vidro temperado 6 mm + Esp. 50 mm 14 33,0 33,2
+ Vidro laminado 8 mm
24 Vidro temperado 8 mm + Esp. 50 mm 14 33,0 33,1
+ Vidro laminado 6 mm
25 Vidro laminado 6 mm + Esp. 50 mm + 14 33,0 32,4
Vidro laminado 8 mm

45

40

35

30

R (dB)
25

20

15

10

0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)

V. Comum 8mm + esp.50mm + V. Comum 4mm


V. Comum 8mm + esp.50mm + V. Comum 6mm
V. Comum 6mm + esp.50mm + V. Laminado 6mm
V. Comum 6mm + esp.50mm + V. Laminado 8mm
V. Comum 8mm + esp.50mm + V. Laminado 8mm
V. Temperado 6mm + esp.50mm + V. Laminado 8mm
V. Temperado 8mm + esp.50mm + V. Laminado 6mm
V. Laminado 6mm + esp.50mm + V. Laminado 8mm

FIGURA 55 – Valores de R (dB) para vidros duplos com 50 mm de espaçamento.


84

Em relação aos ensaios realizados com as mesmas combinações anteriores de vidros


duplos, porém agora com afastamento de 50 mm entre eles, pode-se confirmar a proximidade
dos resultados de isolamento, independente dos materiais agrupados. Para a maioria das
composições, o Rw ficou em 33 dB, sofrendo o acréscimo de 1 dB somente no ensaio com
dois vidros de 8 mm de espessura.
O que se difere claramente neste grupo de ensaios é o não aparecimento da freqüência
de ressonância da vitragem dupla. Com o afastamento das amostras, o fo, conseqüentemente,
desloca-se para freqüências mais baixas (aproximadamente 100 Hz), não influenciando nos
resultados. Este é o aspecto que garante um ganho de isolamento médio de 1 a 2 dB em
relação às mesmas composições com menor afastamento. TADEU (2001) e PUJOLLE (1978)
já haviam constatado essa melhoria de performance das vitragens duplas somente quando os
afastamentos superam os 50 mm (revisto no item 2.6.5).
Da mesma forma, a queda de isolamento em 250 Hz, que ocorria nos vidros simples
devido à composição com a parede de alvenaria, fica praticamente suprimida quando o
afastamento é de 50 mm ou mais.
Assim, obtemos resultados que coincidem com a função da vitragem dupla: suprimir
as freqüências onde há queda de isolamento (crítica e de ressonância) e garantir uma maior
homogeneidade de isolamento em todo o espectro de freqüências.

45
40
35
30
R (dB)

25
20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)
V. Comum 8mm + esp.50mm + V. Comum 4mm

V. Comum 8mm + esp.50mm + V. Comum 6mm

FIGURA 56 – Valores de R (dB) para combinações somente com vidros comuns.


85

45
40
35
30

R (dB)
25
20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)
V. Comum 6mm + esp.50mm + V. Laminado 6mm
V. Comum 6mm + esp.50mm + V. Laminado 8mm
V. Comum 8mm + esp.50mm + V. Laminado 8mm
V. Laminado 6mm + esp.50mm + V. Laminado 8mm

FIGURA 57 – Valores de R (dB) para combinações com vidros comuns + laminados e somente com vidros
laminados.

45

40

35

30
R (dB)

25

20

15

10

0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)
V. Temperado 6mm + esp.50mm + V. Laminado 8mm

V. Temperado 8mm + esp.50mm + V. Laminado 6mm

FIGURA 58 – Valores de R (dB) para combinações com vidros temperados + laminados.


86

4.4 Vidros duplos com 100 mm de espaçamento

Os resultados dos ensaios realizados com vitragens duplas, com 100 mm de


espaçamento entre os diferentes tipos ou espessuras de vidros, encontram-se a seguir. A
Tabela 12 apresenta para cada ensaio os números únicos de avaliação do isolamento, em dB e
dB(A). A Figura 59 representa graficamente os resultados de R (dB) para todas as freqüências
medidas, de 100 Hz a 4.000 Hz. Já nas Figuras 60, 61 e 62 apresentam-se os mesmos
resultados só que divididos em grupos para uma melhor compreensão.

TABELA 12 – Valores de Rw (dB) e R (dB(A)) para vidros duplos com 100 mm de espaçamento.

Nº Material Soma espessuras Rw R


Ensaio (mm) (dB) (dB(A))
26 Vidro comum 8 mm + Esp. 100 mm + 12 33,0 32,6
Vidro comum 4 mm
27 Vidro comum 8 mm + Esp. 100 mm + 14 33,0 32,6
Vidro comum 6 mm
28 Vidro comum 6 mm + Esp. 100 mm + 12 33,0 32,6
Vidro laminado 6 mm
29 Vidro comum 6 mm + Esp. 100 mm + 14 33,0 32,4
Vidro laminado 8 mm
30 Vidro comum 8 mm + Esp. 100 mm + 16 33,0 32,8
Vidro laminado 8 mm
31 Vidro temperado 6 mm + Esp. 100 mm 14 33,0 32,8
+ Vidro laminado 8mm
32 Vidro temperado 8mm + Esp. 100mm 14 33,0 32,9
+ Vidro laminado 6 mm
33 Vidro laminado 6 mm + Esp. 100 mm 14 33,0 33,2
+ Vidro laminado 8 mm
87

45

40

35

30

R (dB)
25

20

15

10

0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)
V. Comum 8mm + esp.100mm + V. Comum 4mm
V. Comum 8mm + esp.100mm + V. Comum 6mm
V. Comum 6mm + esp.100mm + V. Laminado 6mm
V. Comum 6mm + esp.100mm + V. Laminado 8mm
V. Comum 8mm + esp.100mm + V. Laminado 8mm
V. Temperado 6mm + esp.100mm + V. Laminado 8mm
V. Temperado 8mm + esp.100mm + V. Laminado 6mm
V. Laminado 6mm + esp.100mm + V. Laminado 8mm

FIGURA 59 – Valores de R (dB) para vidros duplos com 100mm de espaçamento.

As mesmas combinações de vidros duplos, ensaiados agora com 100mm de


afastamento entre eles, possuem resultados muito próximos dos obtidos no grupo anterior
(com 50mm de afastamento). O Rw de todas as composições ficou em 33 dB. Para os
resultados tratados em dB(A), observa-se pequenas diferenças em relação ao grupo anterior, o
que se atribui a variações aceitáveis de repetibilidade dos testes, ou seja, dos valores obtidos
na prática. Isto geralmente ocorre nas baixas freqüências, que são as mais difíceis de obter
precisão.
88

45
40
35
30

R (dB)
25
20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)
V. Comum 8mm + esp.100mm + V. comum 4mm

V. Comum 8mm + esp.100mm + V. comum 6mm

FIGURA 60 – Valores de R (dB) para combinações somente com vidros comuns.

45
40
35
30

R (dB)
25
20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)

V. Comum 6mm + esp.100mm + V. Laminado 6mm

V. Comum 6mm + esp.100mm + V. Laminado 8mm

V. Comum 8mm + esp.100mm + V. Laminado 8mm

V. Laminado 6mm + esp.100mm + V. Laminado 8mm

FIGURA 61 – Valores de R (dB) para combinações com vidros comuns + laminados e somente com vidros
laminados.
89

45
40
35
30

R (dB)
25
20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)

V. Temperado 6mm + esp.100mm + V. Laminado 8mm

V. Temperado 8mm + esp.100mm + V. Laminado 6mm

FIGURA 62 – Valores de R (dB) para combinações com vidros temperados + laminados.

4.5 Vidros duplos com 150 mm de espaçamento

Os resultados dos ensaios realizados com vitragens duplas, com 150 mm de


espaçamento entre os diferentes tipos ou espessuras de vidros, encontram-se a seguir. A
Tabela 13 apresenta para cada ensaio os números únicos de avaliação do isolamento, em dB e
dB(A). A Figura 63 representa graficamente os resultados de R (dB) para todas as freqüências
medidas, de 100 Hz a 4.000 Hz. Já nas Figuras 64, 65 e 66 apresentam-se os mesmos
resultados só que divididos em grupos para uma melhor compreensão.

TABELA 13 – Valores de Rw (dB) e R (dB(A)) para vidros duplos com 150 mm de espaçamento.

Nº Material Soma espessuras Rw R


Ensaio (mm) (dB) (dB(A))
34 Vidro comum 8 mm + Esp. 150 mm + 12 34,0 33,8
Vidro comum 4 mm
35 Vidro comum 8 mm + Esp. 150 mm + 14 34,0 33,7
Vidro comum 6 mm
90

36 Vidro comum 6 mm + Esp. 150 mm + 12 33,0 33,5


Vidro laminado 6 mm
37 Vidro comum 6 mm + Esp. 150 mm + 14 34,0 33,7
Vidro laminado 8 mm
38 Vidro comum 8 mm + Esp. 150 mm + 16 34,0 33,8
Vidro laminado 8 mm
39 Vidro temperado 6 mm + Esp. 150 mm 14 34,0 33,5
+ Vidro laminado 8 mm
40 Vidro temperado 8 mm + Esp. 150 mm 14 34,0 33,7
+ Vidro laminado 6 mm
41 Vidro laminado 6 mm + Esp. 150 mm 14 33,0 33,4
+ Vidro laminado 8 mm

45

40

35

30

R (dB)
25

20

15

10

0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)
V. Comum 8mm + esp.150mm + V. Comum 4mm
V. Comum 8mm + esp.150mm + V. Comum 6mm
V. Comum 6mm + esp.150mm + V. Laminado 6mm
V. Comum 6mm + esp.150mm + V. Laminado 8mm
V. Comum 8mm + esp.150mm + V. Laminado 8mm
V. Temperado 6mm + esp.150mm + V. Laminado 8mm
V. Temperado 8mm + esp.150mm + V. Laminado 6mm
V. Laminado 6mm + esp.150mm + V. Laminado 8mm

FIGURA 63 – Valores de R (dB) para vidros duplos com 150 mm de espaçamento.


91

Quando afastamos ainda mais as amostras, como é o caso deste grupo de ensaios, onde
há 150 mm de camada de ar, confirma-se o que foi revisto na literatura especificamente sobre
vidros duplos: a partir de um determinado espaçamento, há um pequeno acréscimo de
isolamento para um aumento considerável da camada de ar. Foi necessário aumentar 100 mm
o afastamento, para que resultasse uma média de apenas 0,5 dB(A) de isolamento, como pode
ser observado nas Tabelas 11 e 13.
No entanto, observa-se uma melhoria de desempenho nas baixas freqüências, até 200
Hz, onde inclusive há um pico de isolamento que não acorreu anteriormente.
Nos demais aspectos analisados, a composição com 150 mm de afastamento manteve
comportamento semelhante ao dos grupos de ensaios anteriores: inexistência da freqüência de
ressonância e homogeneidade de isolamento ao longo de todo o espectro.

45

40

35

30

R (dB)
25

20

15

10

0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)
V. Comum 8mm + esp.150mm + V. Comum 4mm

V. Comum 8mm + esp.150mm + V. Comum 6mm

FIGURA 64 – Valores de R (dB) para combinações somente com vidros comuns.


92

45
40
35
30

R (dB)
25
20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)

V. Comum 6mm + esp.150mm + V. Laminado 6mm

V. Comum 6mm + esp.150mm + V. Laminado 8mm

V. Comum 8mm + esp.150mm + V. Laminado 8mm

V. Laminado 6mm + esp.150mm + V. Laminado 8mm

FIGURA 65 – Valores de R (dB) para combinações com vidros comuns + laminados e somente com vidros
laminados.

45

40

35

30
R (dB)

25

20

15

10

0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)
V. Temperado 6mm + esp.150mm + V. Laminado 8mm

V. Temperado 8mm + esp.150mm + V. Laminado 6mm

FIGURA 66 – Valores de R (dB) para combinações com vidros temperados + laminados.


93

4.6 Influência do afastamento entre os vidros

Para um melhor entendimento sobre o comportamento acústico dos vidros quando


utilizados individualmente ou formando vitragem dupla, agrupou-se em um gráfico
comparativo três ensaios realizados: vidro comum de 8 mm; composição dupla de vidros
comuns de 4 e 8 mm com 20 mm de afastamento; composição dupla de vidros comuns de 4 e
8 mm com 150 mm de afastamento, conforme Figura 67.

45

40

35

30

R (dB)
25

20

15

10

0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)
Vidro comum 8mm - Rw=29 dB e R=29,1 dB(A)
V. Comum 8mm + esp.20mm + V.Comum 4mm - Rw=31 dB e R=30,6 dB(A)
V. Comum 8mm + esp.150mm + V.Comum 4mm - Rw=34 dB e R=33,8 dB(A)

FIGURA 67 – Valores de R (dB) para três ensaios analisados comparativamente.

Com base nos dados que já foram apresentados e analisados, e considerando o exposto
no gráfico acima, pode-se perceber que a utilização de uma vitragem dupla como solução
acústica de fechamentos envidraçados só demonstra resultados compensatórios quando o
afastamento entre os vidros é o suficiente para deslocar a freqüência de ressonância fo para
valores muito baixos e, portanto, pouco audíveis (abaixo de 100 Hz).
94

Utilizando um vidro simples de 8 mm já alcançam-se valores de isolamento superiores


para as baixas freqüências, em comparação com a composição com 20 mm de afastamento
entre os vidros. Isto ocorre pela existência da freqüência de ressonância fo em 160 Hz nestas
composições, como já foi mencionado, atingindo praticamente uma queda de 10 dB de
isolamento.
Este aspecto fica mais evidente quando comparamos um vidro simples de espessura
equivalente à soma dos dois elementos da vitragem dupla. O gráfico a seguir apresenta uma
comparação entre a composição dupla que está sendo estudada, e um vidro simples de 12 mm,
conforme ensaio realizado por PUJOLLE (1978) e revisto na Figura 26, p.51.

45

40

35

30

R (dB)
25

20

15

10

0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000

Freqüência (Hz)
V. Comum 8mm + esp.20mm + V. Comum 4mm - R=30,6 dB(A)

V. Comum 12mm - R=33,2 dB(A)

FIGURA 68 – Valores de R (dB) para vitragem simples e dupla de espessura equivalente.

Pode-se constatar um ganho marcante de isolamento do vidro simples, sobretudo nas


baixas e médias freqüências. De um modo global, a vitragem dupla com espaçamento de 20
mm obteve um isolamento de 30,6 dB(A), bem abaixo do equivalente a um vidro simples de
12 mm, que, conforme o revisto na literatura, fica em torno de 33,2 dB(A). Vale lembrar que,
na escala decibel, uma diferença de 3 dB equivale ao dobro de capacidade de isolamento.
95

É importante ainda salientar que o ruído emitido nos ensaios é do tipo rosa e, como
afirma PUJOLLE (1978), pode-se esperar uma diferença desfavorável de até 4,2 dB(A) para
vidros duplos quando tratamos de ruído de tráfego. Isto porque a maior concentração de
energia do ruído de tráfego se encontra nas baixas freqüências, onde justamente está
posicionada a freqüência de ressonância deste tipo de vitragem dupla.
Quando afastamos mais os vidros entre si, a fo desloca-se para freqüências muito
baixas, garantindo um isolamento superior e mais homogêneo ao longo de todo o espectro,
sendo que a diferença quanto ao ruído de tráfego também diminui. Deste modo temos um
vidro duplo com performances superiores reais quanto ao isolamento acústico, como é o caso
das composições com afastamento acima de 50 mm.
96

CAPÍTULO V

5 CONCLUSÕES

Após a análise dos resultados obtidos com os ensaios de isolamento acústico de


diferentes tipos, espessuras e composições de vidros, chegou-se a algumas conclusões, as
quais são apresentadas a seguir.
O comportamento dos vidros quando testados individualmente segue a lei da massa,
ou seja, há um acréscimo no isolamento à medida que a espessura e conseqüentemente a
massa da amostra aumentam. Por tratar-se de um material de espessuras delgadas, este
incremento ocorre em proporções pequenas, variando em torno de 0,5 dB(A) para cada 1 mm
de acréscimo na espessura dos vidros monolíticos comuns ou temperados.
Apesar das propriedades mecânicas diferenciadas, o vidro temperado apresenta uma
curva de isolamento acústico com resultados muito próximos dos obtidos com os vidros
monolíticos comuns, ocorrendo algumas variações apenas nas baixas freqüências.
A freqüência crítica fc desses dois tipos de vidros, ou seja, onde há uma quebra no
isolamento do material, ocorrem nas mais altas freqüências quanto menor for a espessura da
amostra. Assim, nos vidros testados, varia de 1.600 Hz para 8 mm, até acima de 4.000 Hz
para 3 mm, sendo da ordem de aproximadamente 5 a 7 dB de queda.
Os vidros laminados, por outro lado, apresentam um ganho significativo de isolamento
quando utilizados individualmente. Isto se deve a sua composição com um outro material, o
filme de butiral de polivinil (PVB), que garante a suavização do efeito da freqüência crítica.
Há então, uma maior homogeneidade de isolamento em todas as freqüências e um ganho geral
de performance de 2 dB em relação aos outros tipos de vidro com mesma espessura.
97

As composições de vitragem dupla realizadas com os vidros demonstraram o ganho de


isolamento acústico que se pode esperar nestes casos. Com a variação crescente do
afastamento entre as amostras, a influência da camada de ar foi estudada, sendo constatado:
Quando se realiza uma combinação com espaçamentos pequenos entre os vidros,
ocorre o fenômeno da ressonância do sistema massa-mola-massa, com uma queda muito
acentuada de isolamento nesta freqüência característica.
Assim, na maioria das vezes, um vidro simples, mesmo que de menor espessura,
garante um desempenho melhor nas baixas freqüências. Se compararmos um vidro duplo com
pouco afastamento e um vidro simples de massa equivalente à soma dos dois elementos, a
performance do vidro simples é nitidamente superior, sobretudo nas baixas e médias
freqüências. O isolamento global nesses casos fica próximo de 3 dB(A) de ganho, o que, na
escala decibel, equivale ao dobro de isolamento.
Nos ensaios realizados, nota-se que as composições com 20 mm de afastamento,
possuem a freqüência de ressonância fo em 160 Hz. Quando a camada de ar entre os vidros
aumenta, a freqüência de ressonância tende a se posicionar em freqüências inferiores a 100
Hz, que são pouco audíveis ao ouvido humano e não influenciam nos resultados. É o que
ocorre nos casos testados com 50, 100 e 150 mm de espaçamento. A partir desse ponto há um
ganho significativo de isolamento nas vitragens duplas.
Desta forma, quando o espaçamento aumenta de 20 mm para 50 mm, as mesmas
combinações apresentam uma melhora de isolamento de 1 a 2 dB. Nos próximos afastamentos
testados, de 100 e 150 mm, este aumento ocorre de forma mais lenta.
Com base nisto, pode-se verificar, em relação ao afastamento entre os vidros duplos,
que o isolamento acústico aumenta relativamente rápido com a espessura da lamina de ar,
quando a mesma é pequena. Porém, a partir de um determinado espaçamento, quando
deslocamos a fo para abaixo de 100 Hz, a proporção de crescimento é menor. Nos casos
testados, foi necessário aumentar 100 mm de camada de ar, para que resultasse uma média de
apenas 0,5 dB(A) de ganho de isolamento.
Então, conclui-se por fim que a utilização de um vidro duplo só demonstra resultados
compensatórios quando não há o aparecimento da freqüência de ressonância do sistema.
Assim, muitas vezes é preferível a utilização de um vidro simples de maior espessura, mas
que garanta um melhor isolamento nas baixas freqüências, onde há a maior concentração de
energia do ruído de tráfego, ou seja, do ruído mais presente em nossas cidades e que atinge de
modo mais intenso as edificações.
98

Em relação aos vidros laminados, que apresentam melhor desempenho quando


utilizados individualmente, pode-se constatar que não repetem sua performance nas
composições de vitragem dupla. Isto acontece porque o ganho de isolamento dos vidros
laminados é devido à inexistência da freqüência crítica, o que já ocorre naturalmente quando
realizamos uma combinação de dois elementos com freqüências críticas diferentes.
Assim, observa-se uma proximidade de comportamento quanto ao isolamento
acústico, independente dos tipos de vidro que estão sendo agrupados. Os melhores
desempenhos estão relacionados muito mais a soma das espessuras dos dois elementos, ou
seja, maior massa, maior isolamento.
Outro aspecto relevante de ser mencionado em relação aos estudos acústicos com
vidros é o tratamento de dados utilizado. Ao adotar-se o índice de redução acústica geral
(Rw), proposto pela Norma Internacional ISO 717, verifica-se um agrupamento de resultados
idênticos em várias das amostras ensaiadas. Isto se deve à espessura delgada do material,
dificultando uma análise mais detalhada. Já ao trabalhar-se com o isolamento global em
dB(A), essas variações, mesmo que pequenas, aparecem nos resultados e há a possibilidade de
uma classificação crescente de performance.
Também as questões relacionadas com a metodologia de execução dos ensaios devem
ser salientadas. Os dados levantados na revisão bibliográfica sobre testes realizados com
vidros não especificam todos os aspectos envolvidos, sendo previsíveis diferenças de valores
em relação ao estudo realizado. Uma maior padronização em relação à área da amostra
ensaiada; sistemas de fixação e estanqueidade; utilização ou não de ar desidratado ou gases
especiais entre os vidros, etc. permitiria dados mais precisos.
Ainda sobre a metodologia dos ensaios, levanta-se a questão relacionada com o tipo de
ruído a ser emitido em laboratório, segundo procedimentos da Norma Internacional ISO
140/III, o chamado ruído rosa, o qual não reflete as condições reais de exposição das nossas
edificações no dia-a-dia. Seria importante uma normalização em relação ao ruído de tráfego, a
fim de proporcionar uma análise mais precisa sobre o comportamento dos materiais frente à
realidade dos centros urbanos.
Com os dados pesquisados sobre vidros e com os resultados obtidos a partir de ensaios
laboratoriais normalizados, atingem-se os objetivos deste trabalho de investigar o
comportamento quanto ao isolamento acústico de diferentes tipos, espessuras e composições
de vidros utilizados na construção civil. Estes resultados são subsídios fundamentais para a
correta especificação deste material por parte dos profissionais envolvidos.
99

Conclui-se, por fim, que é perfeitamente viável a utilização do vidro, do ponto de vista
acústico, para os mais variados fins em uma obra arquitetônica. Espera-se, assim, despertar o
interesse de arquitetos, engenheiros e fabricantes no que diz respeito à importância das
questões acústicas em seus projetos, especialmente quanto à utilização do vidro, um material
atraente, valorizado, de grande potencial estético e indispensável como elemento que garante
luz e comunicação, que são necessidades básicas do ser humano.

5.1 Sugestões para trabalhos futuros

• Realizar testes com o uso de diferentes elastômeros para a fixação dos


caixilhos e vidros;
• Utilizar materiais absorventes acústicos na periferia dos caixilhos entre os
vidros duplos;
• Realizar testes com vidros laminados de múltiplas camadas e com vidros
laminados especiais acústicos, a fim de verificar ganhos de performance.
100

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Acústica – Medição de


isolamento sonoro em construções e elementos construtivos – medição em laboratório de
isolamento sonoro aéreo de elementos de construção: Projeto de norma 02:135.01-001. Rio
de Janeiro, 1997.

BRÜEL & KJAER. Master catalogue – Eletronic instruments. Denmark: K. Larsen & Son
A/S, 1989.

CENTRE SCIENTIFIQUE ET TECHNIQUE DU BATIMENT CSTB. Acoustique, sciences


du batiment. Reef – volume II. França: CSTB, 1982.

DOELLE, L. L. Environmental acoustics. New York: McGraw-Hill Inc, 1972.

GERGES, S. N. Y. Ruído fundamentos e controle. Florianópolis: S. N. Y. Gerges, 1992.

GOMEZ, G. O. Acústica aplicada a la construcción: el ruído. Santiago de Cuba: Ediciones


ISPJAM, 1988.

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Acoustics –


Measurement of sound insulation in buildings and of building elements: ISO 140.

___. Acoustics – Measurement of sound absorption in a reverberation room: ISO 354,


1985.
101

___. Rating of sound insulation in buildings and building elements: ISO 717, 1996.

JOBIM, M.S.S. Métodos de avaliação do nível de satisfação dos clientes de imóveis


residenciais. Porto Alegre: UFRGS, 1997. Dissertação de Mestrado (Curso de Pós-Graduação
em Engenharia Civil) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1997.

MÉNDEZ, A., STORNINI, A. J., SALAZAR, E. B. et al. Acustica arquitectonica. Buenos


Aires: UMSA, 1994.

PUJOLLE, J. La pratique de l’isolation acoustique des batiments. Paris: Editions du


Moniteur, 1978.

RECCHIA, C.A. Estudo do desempenho acústico dos elementos construtivos que


compõem a fachada. Santa Maria: UFSM, 2001. Dissertação de Mestrado (Curso de Pós-
Graduação em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Santa Maria, 2001.

SAINT-GOBAIN GLASS. Manual do vidro. 2000.

SANCHIDRIAN, C.D. Condiciones acusticas en la edificación: diseño y realidade. In: I


Congresso Iberoamericano de Acústica, I Simposio de Metrologia e Normalização em
Acústica e Vibrações do MERCOSUR, 18º Encontro da SOBRAC, 1998, Florianópolis.
Anais… Florianópolis: SOBRAC, 1998. p. 83-92.

SANCHO, V.M., SENCHERMES, A.G. Curso de acústica em arquitetura. Madrid:


COAM, 1982.

SANTOS, J.L.P, MUTTI, C.N. Qualificação do laboratório de isolação acústica da UFSM


de acordo com a norma ISO 140. Revista Acústica e Vibrações – SOBRAC, v. 09, junho,
1991.

SILVA, P. Acústica arquitetônica & condicionamento de ar. Belo Horizonte: EDTAL,


1997.
102

SILVA, D.T. Estudo da isolação sonora em paredes e divisórias de diversas naturezas.


Santa Maria: UFSM, 2000. Dissertação de Mestrado (Curso de Pós-Graduação em Engenharia
Civil) - Universidade Federal de Santa Maria, 2000.

TADEU, J.B. & MATEUS, D.M.R. Sound transmission through single, double and triple
glazing. Experimental evaluation. Applied Acoustics, 62, p.307-325, 2001.
103

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Acústica – Medição da


absorção sonora em câmaras reverberantes – Método de ensaio: Projeto nº 02:135:01-
002. Rio de Janeiro, 1999.

___. Avaliação do ruído em áreas habitadas visando o conforto da comunidade:


procedimento: NBR 10151. Rio de Janeiro, 2000.

___. Níveis de ruído para conforto acústico - procedimento: NBR 10152. Rio de Janeiro,
1987.

___. Acústica em edificações - terminologia: NBR 10830. Rio de Janeiro, 1989.

BERANEK, L. L. Noise and vibration control. New York: McGraw-Hill, 1971.

BRONDANI, S. A. Pisos flutuantes: análise da performance acústica para ruídos de


impacto. Santa Maria: UFSM, 1999. Dissertação de Mestrado (Curso de Pós-Graduação em
Engenharia Civil) - Universidade Federal de Santa Maria, 1999.

DE MARCO, C. S. Elementos de acústica arquitetônica. São Paulo: Nobel, 1982.

PAIXÃO, D.X. Caracterização do isolamento acústico de uma parede de alvenaria,


utilizando análise estatística de energia (SEA). Florianópolis: UFSC, 2002. Tese de
Doutorado – Universidade Federal de Santa Cataria, 2002.
104

KIM, Y.T., KIM, H.C., JUNG, S.S., JHO, M.J. & SUH, S.J. Dependence of coincidence
frequency in double-glazed window on glass thickness and interpane cavity. Applied
Acoustics, 63, p.927-936, 2002.

LAMBERTS, R., DUTRA, L., PEREIRA, F. O. R. Eficiência energética na arquitetura.


São Paulo: PW, 1997.

NEPOMUCENO, L. de A. Elementos de acústica física e psicoacústica. São Paulo: Edgard


Blücher, 1994.

PAZ, G. S. Estudo da redução do “NPS” através da introdução de absorventes acústicos


em ambiente com fachada exposta à poluição sonora externa. Santa Maria: UFSM, 2003.
Dissertação de Mestrado (Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil) - Universidade
Federal de Santa Maria, 2003.

PICADA, G. S. Potencial das sobras de porongos da fabricação de cuias como absorventes


sonoros. Santa Maria, 2002. Dissertação de Mestrado (Curso de Pós-Graduação em Engenharia
Civil) - Universidade Federal de Santa Maria, 2002.

SANTOS, J.C.P. Desempenho térmico e visual de elementos transparentes frente à


radiação solar. São Paulo: USP, 2002. Tese de Doutorado – Universidade de São Paulo,
Campus São Carlos, 2002.

SANTOS, J.P. Acústica aplicada às edificações. Santa Maria: UFSM, Notas de aula. 1998.

REVISTA ACÚSTICA E VIBRAÇÕES. Florianópolis: SOBRAC.

REVISTA PROJETO & DESIGN. São Paulo: Arco – Mensal.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA. Pró-Reitoria de Pós-Graduação e


Pesquisa. Estrutura e apresentação de monografias, dissertações e teses – MDT. Santa
Maria: UFSM, 2005.
105

ANEXO I – Descrição dos ensaios realizados

Ensaio nº 01
Produto ensaiado: Vidro monolítico comum de 3 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 3 mm de espessura, com
dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixado em quadro de alumínio.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

vidro comum 3mm

Freqüência R do vidro
100 14,8
125 19,6
160 18,2
200 18,8
250 20,0
315 21,7 Rw (dB) = 28,0
400 24,6
500 24,6
630 25,8 R (dB(A)) = 27,2
800 27,2
1000 28,7
Fc = acima 4.000 Hz
1250 29,4
1600 30,0
2000 31,7
2500 32,3
3150 31,9
106

Ensaio nº 02
Produto ensaiado: Vidro monolítico comum de 4 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 4 mm de espessura, com
dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixado em quadro de alumínio.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

vidro comum 4mm

Freqüência R do vidro
100 16,0
125 20,7
160 20,5
200 22,7 Rw (dB) = 28,0
250 18,9
315 23,4
400 24,0 R (dB(A)) = 27,3
500 24,6
630 26,6
800 28,2 Fc = 4.000 Hz
1000 29,4
1250 30,0
1600 30,7
2000 31,9
2500 32,0
3150 26,5
107

Ensaio nº 03
Produto ensaiado: Vidro monolítico comum de 5 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 5 mm de espessura, com
dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixado em quadro de alumínio.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

vidro comum 5mm

Freqüência R do vidro
100 14,5
125 23,3
160 22,4
200 23,1 Rw (dB) = 28,0
250 20,4
315 23,8
400 25,7 R (dB(A)) = 27,9
500 25,6
630 27,1
800 29,2 Fc = 3.150 Hz
1000 30,3
1250 30,7
1600 31,3
2000 31,2
2500 27,9
3150 26,4
108

Ensaio nº 04
Produto ensaiado: Vidro monolítico comum de 6 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 6 mm de espessura, com
dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixado em quadro de alumínio.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

vidro comum 6mm

Freqüência R do vidro
100 16,6
125 21,8
160 22,5
200 23,3 Rw (dB) = 29,0
250 20,1
315 25,4
400 26,6 R (dB(A)) = 28,7
500 27,1
630 28,2
800 30,0 Fc = 2.500 Hz
1000 31,1
1250 31,1
1600 31,0
2000 28,1
2500 27,6
3150 30,0
109

Ensaio nº 05
Produto ensaiado: Vidro monolítico comum de 8 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 8 mm de espessura, com
dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixado em quadro de alumínio.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

vidro comum 8mm

Freqüência R do vidro
100 20,8
125 21,5
160 23,2
200 23,8 Rw (dB) = 29,0
250 20,0
315 24,4
400 26,1 R (dB(A)) = 29,1
500 28,6
630 29,4
800 30,4 Fc = 1.600 Hz
1000 31,8
1250 31,1
1600 27,3
2000 27,9
2500 31,2
3150 33,5
110

Ensaio nº 06
Produto ensaiado: Vidro temperado de 6 mm.
Características da amostra: Vidro temperado de 6 mm de espessura, com dimensões de 1,0
m x 1,0 m, fixado em quadro de alumínio.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

vidro temperado 6mm

Freqüência R do vidro
100 10,8
125 19,9
160 22,6
200 25,4 Rw (dB) = 29,0
250 20,2
315 24,3
400 25,7 R (dB(A)) = 28,4
500 27,1
630 28,3
800 30,5 Fc = 2.500 Hz
1000 31,0
1250 31,2
1600 31,1
2000 28,4
2500 27,3
3150 29,4
111

Ensaio nº 07
Produto ensaiado: Vidro temperado de 8 mm.
Características da amostra: Vidro temperado de 8 mm de espessura, com dimensões de 1,0
m x 1,0 m, fixado em quadro de alumínio.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

vidro temperado 8mm

Freqüência R do vidro
100 10,6
125 23,1
160 25,8
200 27,4 Rw (dB) = 29,0
250 24,6
315 25,1
400 27,1 R (dB(A)) = 28,6
500 28,5
630 29,7
800 30,6 Fc = 1.600 Hz
1000 30,8
1250 29,8
1600 25,8
2000 27,2
2500 29,8
3150 32,1
112

Ensaio nº 08
Produto ensaiado: Vidro laminado de 6 mm.
Características da amostra: Vidro laminado de 6 mm de espessura (vidro comum 3 mm +
filme PVB + vidro comum 3 mm), com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixado em quadro de
alumínio.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

vidro laminado 6mm

Freqüência R do vidro
100 13,3
125 20,3
160 24,0
200 25,9
250 20,9
315 24,3
400 25,7 Rw (dB) = 31,0
500 27,6
630 28,9
800 30,4 R (dB(A)) = 30,3
1000 31,3
1250 31,4
1600 31,8
2000 33,5
2500 34,8
3150 35,6
113

Ensaio nº 09
Produto ensaiado: Vidro laminado de 8 mm.
Características da amostra: Vidro laminado de 8 mm de espessura (vidro comum 4 mm +
filme PVB + vidro comum 4 mm), com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixado em quadro de
alumínio.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

vidro laminado 8mm

Freqüência R do vidro
100 23,0
125 23,0
160 26,8
200 23,0
250 21,1
315 24,6
400 26,2 Rw (dB) = 31,0
500 28,3
630 28,9
800 30,7 R (dB(A)) = 30,9
1000 32,0
1250 31,8
1600 32,4
2000 33,5
2500 34,3
3150 36,0
114

Ensaio nº 10
Produto ensaiado: Vidro duplo - monolítico comum de 8 mm e 4 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 8 mm de espessura + vidro
monolítico comum de 4 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois
quadros de alumínio, separados por 20 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V.Comum 8mm + Esp.20mm + V. Comum 4mm

Freqüência R do vidro
100 14,9
125 23,8
160 13,6
200 20,0
250 20,4
315 26,3 Rw (dB) = 31,0
400 27,3
500 30,6
630 30,8 R (dB(A)) = 30,6
800 32,6
1000 33,0
Fo = 160 Hz
1250 32,9
1600 32,6
2000 34,4
2500 36,4
3150 37,9
115

Ensaio nº 11
Produto ensaiado: Vidro duplo - monolítico comum de 8 mm e 6 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 8 mm de espessura + vidro
monolítico comum de 6 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois
quadros de alumínio, separados por 20 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Comum 8mm + Esp.20mm + V. Comum 6mm

Freqüência R do vidro
100 9,7
125 24,2
160 13,4
200 23,2
250 21,4
315 27,1 Rw (dB) = 32,0
400 27,8
500 31,0
630 31,5 R (dB(A)) = 30,5
800 32,5
1000 33,1
Fo = 160 Hz
1250 33,0
1600 32,7
2000 33,7
2500 36,2
3150 38,1
116

Ensaio nº 12
Produto ensaiado: Vidro duplo - monolítico comum de 6 mm e laminado de 6 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 6 mm de espessura + vidro
laminado de 6 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros
de alumínio, separados por 20 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Comum 6mm + Esp.20mm + V. Laminado 6mm

Freqüência R do vidro
100 15,4
125 23,9
160 13,5
200 19,6
250 20,7
315 26,4 Rw (dB) = 31,0
400 27,6
500 30,2
630 31,2 R (dB(A)) = 30,7
800 32,2
1000 32,9
Fo = 160 Hz
1250 33,0
1600 33,2
2000 34,5
2500 36,6
3150 38,1
117

Ensaio nº 13
Produto ensaiado: Vidro duplo - monolítico comum de 6 mm e laminado de 8 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 6 mm de espessura + vidro
laminado de 8 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros
de alumínio, separados por 20 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Comum 6mm + Esp.20mm + V. Laminado 8mm

Freqüência R do vidro
100 12,6
125 24,2
160 14,6
200 22,8
250 20,7
315 27,4 Rw (dB) = 32,0
400 27,8
500 30,8
630 31,3 R (dB(A)) = 31,0
800 32,2
1000 32,9
Fo = 160 Hz
1250 32,6
1600 33,3
2000 34,5
2500 36,4
3150 38,0
118

Ensaio nº 14
Produto ensaiado: Vidro duplo - monolítico comum de 8 mm e laminado de 8 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 8 mm de espessura + vidro
laminado de 8 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros
de alumínio, separados por 20 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Comum 8mm + Esp.20mm + V. Laminado 8mm

Freqüência R do vidro
100 11,4
125 23,1
160 19,6
200 25,6
250 25,7
315 27,6 Rw (dB) = 33,0
400 28,6
500 31,0
630 31,2 R (dB(A)) = 32,1
800 32,4
1000 32,9
Fo = 160 Hz
1250 32,9
1600 32,9
2000 34,6
2500 36,4
3150 38,2
119

Ensaio nº 15
Produto ensaiado: Vidro duplo - temperado de 6 mm e laminado de 8 mm.
Características da amostra: Vidro temperado de 6 mm de espessura + vidro laminado de 8
mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros de alumínio,
separados por 20 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Temperado 6mm + Esp.20mm + V. Laminado 8mm

Freqüência R do vidro
100 15,0
125 23,6
160 17,2
200 21,7
250 21,0
315 27,3 Rw (dB) = 32,0
400 27,3
500 30,5
630 31,2 R (dB(A)) = 31,4
800 32,3
1000 33,0
Fo = 160 Hz
1250 32,9
1600 33,0
2000 34,4
2500 36,4
3150 37,9
120

Ensaio nº 16
Produto ensaiado: Vidro duplo - temperado de 8 mm e laminado de 6 mm.
Características da amostra: Vidro temperado de 8 mm de espessura + vidro laminado de 6
mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros de alumínio,
separados por 20 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Temperado 8mm + Esp.20mm + V. Laminado 6mm

Freqüência R do vidro
100 9,8
125 24,8
160 16,7
200 22,5
250 22,0
315 27,1 Rw (dB) = 32,0
400 28,6
500 30,9
630 31,0 R (dB(A)) = 31,2
800 32,8
1000 33,0
Fo = 160 Hz
1250 33,0
1600 33,2
2000 34,9
2500 36,7
3150 38,2
121

Ensaio nº 17
Produto ensaiado: Vidro duplo - laminado de 6 mm.e 8 mm.
Características da amostra: Vidro laminado de 6 mm de espessura + vidro laminado de 8
mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros de alumínio,
separados por 20 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Laminado 6mm + Esp.20mm + V. Laminado 8mm

Freqüência R do vidro
100 8,9
125 23,5
160 16,4
200 23,0
250 19,8
315 26,6
400 27,3 Rw (dB) = 31,0
500 29,8
630 30,5
800 32,1 R (dB(A)) = 30,5
1000 32,8
1250 32,6
1600 32,9 Fo = 160 Hz
2000 34,5
2500 36,3
3150 38,0
122

Ensaio nº 18
Produto ensaiado: Vidro duplo – monolítico comum de 8 mm e 4 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 8 mm de espessura + vidro
monolítico comum de 4 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois
quadros de alumínio, separados por 50 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Comum 8mm + Esp.50mm + V. Comum 4mm

Freqüência R do vidro
100 15,4
125 23,9
160 28,5
200 26,0
250 28,6
315 28,1 Rw (dB) = 33,0
400 29,5
500 30,8
630 31,0 R (dB(A)) = 33,2
800 33,0
1000 33,6
Fo = < 100 Hz
1250 33,3
1600 34,1
2000 34,8
2500 36,7
3150 37,7
123

Ensaio nº 19
Produto ensaiado: Vidro duplo – monolítico comum de 8 mm e 6 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 8 mm de espessura + vidro
monolítico comum de 6 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois
quadros de alumínio, separados por 50 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Comum 8mm + Esp.50mm + V. Comum 6mm

Freqüência R do vidro
100 16,3
125 22,7
160 27,3
200 28,4
250 27,2
315 26,2 Rw (dB) = 33,0
400 29,6
500 31,3
630 31,2 R (dB(A)) = 33,2
800 33,0
1000 33,6
Fo = < 100 Hz
1250 33,6
1600 33,9
2000 34,8
2500 36,7
3150 37,7
124

Ensaio nº 20
Produto ensaiado: Vidro duplo – monolítico comum de 6 mm e laminado de 6 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 6 mm de espessura + vidro
laminado de 6 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros
de alumínio, separados por 50 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Comum 6mm + Esp.50mm + V. Laminado 6mm

Freqüência R do vidro
100 18,7
125 22,6
160 26,4
200 26,7
250 27,6
315 27,2 Rw (dB) = 33,0
400 30,1
500 30,4
630 30,9 R (dB(A)) = 33,1
800 32,3
1000 33,2
Fo = < 100 Hz
1250 33,6
1600 34,0
2000 34,8
2500 36,6
3150 37,6
125

Ensaio nº 21
Produto ensaiado: Vidro duplo – monolítico comum de 6 mm e laminado de 8 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 6 mm de espessura + vidro
laminado de 8 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros
de alumínio, separados por 50 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Comum 6mm + Esp.50mm + V. Laminado 8mm

Freqüência R do vidro
100 15,8
125 22,1
160 27,5
200 28,3
250 28,7
315 26,5 Rw (dB) = 33,0
400 28,1
500 30,8
630 31,3 R (dB(A)) = 33,1
800 32,9
1000 33,7
Fo = < 100 Hz
1250 33,6
1600 34,0
2000 34,7
2500 36,8
3150 38,0
126

Ensaio nº 22
Produto ensaiado: Vidro duplo – monolítico comum de 8 mm e laminado de 8 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 8 mm de espessura + vidro
laminado de 8 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros
de alumínio, separados por 50 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Comum 8mm + Esp.50mm + V. Laminado 8mm

Freqüência R do vidro
100 15,1
125 21,9
160 29,4
200 29,6
250 28,2
315 27,8 Rw (dB) = 34,0
400 29,5
500 31,5
630 31,7 R (dB(A)) = 33,4
800 32,6
1000 33,9
Fo = < 100 Hz
1250 33,6
1600 34,3
2000 35,0
2500 37,0
3150 38,2
127

Ensaio nº 23
Produto ensaiado: Vidro duplo – temperado de 6 mm e laminado de 8 mm.
Características da amostra: Vidro temperado de 6 mm de espessura + vidro laminado de 8
mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros de alumínio,
separados por 50 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Temperado 6mm + Esp.50mm + V. Laminado 8mm

Freqüência R do vidro
100 19,4
125 23,4
160 27,9
200 27,6
250 28,2
315 27,0 Rw (dB) = 33,0
400 28,5
500 30,4
630 31,3 R (dB(A)) = 33,2
800 32,7
1000 33,5
Fo = < 100 Hz
1250 33,4
1600 34,0
2000 34,7
2500 36,7
3150 37,6
128

Ensaio nº 24
Produto ensaiado: Vidro duplo – temperado de 8 mm e laminado de 6 mm.
Características da amostra: Vidro temperado de 8 mm de espessura + vidro laminado de 6
mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros de alumínio,
separados por 50 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Temperado 8mm + Esp.50mm + V. Laminado 6mm

Freqüência R do vidro
100 21,8
125 24,1
160 28,3
200 28,8
250 27,2
315 26,6 Rw (dB) = 33,0
400 28,2
500 30,9
630 31,9 R (dB(A)) = 33,1
800 32,6
1000 33,6
Fo = < 100 Hz
1250 33,5
1600 33,0
2000 34,0
2500 36,3
3150 37,5
129

Ensaio nº 25
Produto ensaiado: Vidro duplo – laminado de 6 mm e 8 mm.
Características da amostra: Vidro laminado de 6 mm de espessura + vidro laminado de 8
mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros de alumínio,
separados por 50 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Laminado 6mm + Esp.50mm + V. Laminado 8mm

Freqüência R do vidro
100 11,4
125 24,3
160 24,3
200 27,4
250 28,0
315 26,1
400 28,2 Rw (dB) = 33,0
500 30,7
630 30,9
800 32,0 R (dB(A)) = 32,4
1000 33,4
1250 33,5
1600 33,9 Fo = < 100 Hz
2000 34,7
2500 36,7
3150 38,0
130

Ensaio nº 26
Produto ensaiado: Vidro duplo – monolítico comum de 8 mm e 4 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 8 mm de espessura + vidro
monolítico comum de 4 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois
quadros de alumínio, separados por 100 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Comum 8mm + Esp.100mm + V. Comum 4mm

Freqüência R do vidro
100 13,1
125 21,2
160 25,4
200 26,1
250 28,4
315 27,7 Rw (dB) = 33,0
400 28,4
500 30,2
630 31,3 R (dB(A)) = 32,6
800 32,5
1000 32,7
Fo = < 100 Hz
1250 33,2
1600 34,0
2000 34,8
2500 36,6
3150 37,7
131

Ensaio nº 27
Produto ensaiado: Vidro duplo – monolítico comum de 8 mm e 6 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 8 mm de espessura + vidro
monolítico comum de 6 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois
quadros de alumínio, separados por 100 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Comum 8mm + Esp.100mm + V. Comum 6mm

Freqüência R do vidro
100 12,0
125 22,6
160 27,7
200 27,3
250 28,5
315 28,0 Rw (dB) = 33,0
400 27,1
500 30,7
630 31,3 R (dB(A)) = 32,6
800 32,9
1000 33,4
Fo = < 100 Hz
1250 33,1
1600 34,1
2000 34,6
2500 36,6
3150 37,6
132

Ensaio nº 28
Produto ensaiado: Vidro duplo – monolítico comum de 6 mm e laminado de 6 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 6 mm de espessura + vidro
laminado de 6 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros
de alumínio, separados por 100 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Comum 6mm + Esp.100mm + V. Laminado 6mm

Freqüência R do vidro
100 11,0
125 21,1
160 27,8
200 29,6
250 29,2
315 26,8 Rw (dB) = 33,0
400 28,5
500 30,5
630 31,3 R (dB(A)) = 32,6
800 33,2
1000 33,4
Fo = < 100 Hz
1250 33,3
1600 34,1
2000 34,9
2500 36,9
3150 37,9
133

Ensaio nº 29
Produto ensaiado: Vidro duplo – monolítico comum de 6 mm e laminado de 8 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 6 mm de espessura + vidro
laminado de 8 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros
de alumínio, separados por 100 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Comum 6mm + Esp.100mm + V. Laminado 8mm

Freqüência R do vidro
100 10,7
125 23,8
160 26,0
200 27,2
250 29,1
315 28,8 Rw (dB) = 33,0
400 27,8
500 29,8
630 30,9 R (dB(A)) = 32,4
800 32,5
1000 33,3
Fo = < 100 Hz
1250 32,8
1600 34,0
2000 34,8
2500 36,9
3150 37,8
134

Ensaio nº 30
Produto ensaiado: Vidro duplo – monolítico comum de 8 mm e laminado de 8 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 8 mm de espessura + vidro
laminado de 8 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros
de alumínio, separados por 100 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Comum 8mm + Esp.100mm + V. Laminado 8mm

Freqüência R do vidro
100 11,1
125 24,2
160 25,7
200 30,8
250 29,0
315 29,6 Rw (dB) = 33,0
400 28,9
500 30,3
630 31,3 R (dB(A)) = 32,8
800 32,6
1000 33,5
Fo = < 100 Hz
1250 33,1
1600 34,0
2000 35,0
2500 36,8
3150 38,1
135

Ensaio nº 31
Produto ensaiado: Vidro duplo – temperado de 6 mm e laminado de 8 mm.
Características da amostra: Vidro temperado de 6 mm de espessura + vidro laminado de 8
mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros de alumínio,
separados por 100 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Temperado 6mm + Esp.100mm + V. Laminado 8mm

Freqüência R do vidro
100 13,5
125 23,4
160 25,1
200 28,6
250 28,6
315 29,7 Rw (dB) = 33,0
400 28,3
500 30,3
630 30,6 R (dB(A)) = 32,8
800 32,5
1000 33,1
Fo = < 100 Hz
1250 32,9
1600 33,9
2000 34,7
2500 36,5
3150 37,6
136

Ensaio nº 32
Produto ensaiado: Vidro duplo – temperado de 8 mm e laminado de 6 mm.
Características da amostra: Vidro temperado de 8 mm de espessura + vidro laminado de 6
mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros de alumínio,
separados por 100 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Temperado 8mm + Esp.100mm + V. Laminado 6mm

Freqüência R do vidro
100 16,0
125 24,0
160 25,5
200 30,0
250 28,3
315 28,9 Rw (dB) = 33,0
400 28,3
500 30,9
630 31,2 R (dB(A)) = 32,9
800 32,5
1000 33,2
Fo = < 100 Hz
1250 33,0
1600 32,9
2000 34,0
2500 36,2
3150 37,5
137

Ensaio nº 33
Produto ensaiado: Vidro duplo – laminado de 6 mm e 8 mm.
Características da amostra: Vidro laminado de 6 mm de espessura + vidro laminado de 8
mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros de alumínio,
separados por 100 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Laminado 6mm + Esp.100mm + V. Laminado 8mm

Freqüência R do vidro
100 14,4
125 25,6
160 25,5
200 29,5
250 29,0
315 29,2
400 28,4 Rw (dB) = 33,0
500 30,2
630 31,6
800 32,4 R (dB(A)) = 33,2
1000 33,2
1250 33,4
1600 34,0 Fo = < 100 Hz
2000 35,1
2500 36,9
3150 38,1
138

Ensaio nº 34
Produto ensaiado: Vidro duplo – monolítico comum de 8 mm e 4 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 8 mm de espessura + vidro
monolítico comum de 4 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois
quadros de alumínio, separados por 150 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Comum 8mm + Esp.150mm + V. Comum 4mm

Freqüência R do vidro
100 21,8
125 25,3
160 29,1
200 30,9
250 28,1
315 29,3 Rw (dB) = 34,0
400 29,1
500 30,9
630 31,8 R (dB(A)) = 33,8
800 33,6
1000 33,1
Fo = < 100 Hz
1250 33,7
1600 33,8
2000 35,0
2500 37,1
3150 38,2
139

Ensaio nº 35
Produto ensaiado: Vidro duplo – monolítico comum de 8 mm e 6 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 8 mm de espessura + vidro
monolítico comum de 6 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois
quadros de alumínio, separados por 150 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Comum 8mm + Esp.150mm + V. Comum 6mm

Freqüência R do vidro
100 20,7
125 26,0
160 28,7
200 30,7
250 28,4
315 29,2 Rw (dB) = 34,0
400 28,8
500 30,8
630 32,3 R (dB(A)) = 33,7
800 33,1
1000 33,0
Fo = < 100 Hz
1250 33,7
1600 33,7
2000 34,8
2500 36,8
3150 38,0
140

Ensaio nº 36
Produto ensaiado: Vidro duplo – monolítico comum de 6 mm e laminado de 6 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 6 mm de espessura + vidro
laminado de 6 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros
de alumínio, separados por 150 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Comum 6mm + Esp.150mm + V. Laminado 6mm

Freqüência R do vidro
100 18,0
125 26,2
160 28,8
200 31,2
250 28,8
315 27,6 Rw (dB) = 34,0
400 29,3
500 30,3
630 31,8 R (dB(A)) = 33,5
800 33,4
1000 33,1
Fo = < 100 Hz
1250 33,7
1600 33,7
2000 35,0
2500 36,9
3150 38,1
141

Ensaio nº 37
Produto ensaiado: Vidro duplo – monolítico comum de 6 mm e laminado de 8 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 6 mm de espessura + vidro
laminado de 8 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros
de alumínio, separados por 150 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Comum 6mm + Esp.150mm + V. Laminado 8mm

Freqüência R do vidro
100 17,3
125 27,4
160 29,0
200 32,6
250 29,1
315 29,8 Rw (dB) = 34,0
400 29,1
500 30,7
630 32,1 R (dB(A)) = 33,7
800 32,9
1000 33,3
Fo = < 100 Hz
1250 33,9
1600 33,9
2000 34,9
2500 37,3
3150 38,2
142

Ensaio nº 38
Produto ensaiado: Vidro duplo – monolítico comum de 8 mm e laminado de 8 mm.
Características da amostra: Vidro monolítico comum de 8 mm de espessura + vidro
laminado de 8 mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros
de alumínio, separados por 150 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Comum 8mm + Esp.150mm + V. Laminado 8mm

Freqüência R do vidro
100 19,1
125 28,3
160 29,2
200 30,4
250 30,5
315 30,1 Rw (dB) = 34,0
400 28,8
500 30,5
630 31,8 R (dB(A)) = 33,8
800 33,1
1000 33,3
Fo = < 100 Hz
1250 34,0
1600 34,1
2000 35,0
2500 37,1
3150 38,4
143

Ensaio nº 39
Produto ensaiado: Vidro duplo – temperado de 6 mm e laminado de 8 mm.
Características da amostra: Vidro temperado de 6 mm de espessura + vidro laminado de 8
mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros de alumínio,
separados por 150 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Temperado 6mm + Esp.150mm + V. Laminado 8mm

Freqüência R do vidro
100 16,6
125 26,9
160 26,5
200 34,4 Rw (dB) = 34,0
250 29,0
315 29,0
400 29,3 R (dB(A)) = 33,5
500 29,8
630 32,1
800 32,3 Fo = < 100 Hz
1000 33,4
1250 33,8
1600 33,9
2000 35,1
2500 37,4
3150 38,2
144

Ensaio nº 40
Produto ensaiado: Vidro duplo – temperado de 8 mm e laminado de 6 mm.
Características da amostra: Vidro temperado de 8 mm de espessura + vidro laminado de 6
mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros de alumínio,
separados por 150 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Temperado 8mm + Esp.150mm + V. Laminado 6mm

Freqüência R do vidro
100 21,9
125 26,0
160 29,9
200 30,0
250 28,4
315 29,4 Rw (dB) = 34,0
400 28,9
500 30,3
630 31,9 R (dB(A)) = 33,7
800 32,8
1000 33,0
Fo = < 100 Hz
1250 33,7
1600 33,9
2000 35,0
2500 36,9
3150 38,1
145

Ensaio nº 41
Produto ensaiado: Vidro duplo – laminado de 6 mm e 8 mm.
Características da amostra: Vidro laminado de 6 mm de espessura + vidro laminado de 8
mm de espessura, com dimensões de 1,0 m x 1,0 m, fixados em dois quadros de alumínio,
separados por 150 mm de camada de ar.

40
35
30
25
R (dB)

20
15
10
5
0
100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150

Freqüência (Hz)

V. Laminado 6mm + Esp.150mm + V. Laminado 8mm

Freqüência R do vidro
100 16,5
125 26,2
160 28,5
200 34,1
250 28,4
315 28,4
400 29,3
500 30,1 Rw (dB) = 34,0
630 31,7
800 32,7
1000 32,9 R (dB(A)) = 33,4
1250 33,5
1600 33,8
Fo = < 100 Hz
2000 34,8
2500 36,8
3150 38,0
146

ANEXO II – Fotografias dos ensaios realizados

FIGURA 69 – Montagem dos caixilhos e vidros para os ensaios na câmara reverberante.

FIGURA 70 – Ensaios na câmara reverberante.


147

FIGURA 71 – Ensaio de vitragem dupla com o menor afastamento.

FIGURA 72 – Detalhe de ensaio de vitragem dupla com o menor afastamento.


148

FIGURA 73 – Ensaio de vitragem dupla com o maior afastamento.

FIGURA 74 – Equipamentos utilizados nos ensaios (fonte sonora).


149

FIGURA 75 – Equipamentos utilizados nos ensaios (microfone ).

FIGURA 76 – Equipamentos utilizados nos ensaios (analisador acústico).

Você também pode gostar