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São Carlos
2012
DEDICATÓRIA
Trata-se de um projeto que visa mostrar vantagens e desvantagens para o uso de lajes
alveolares do tipo contínuas, quando comparadas com as lajes alveolares comuns (usadas de
modo bi-apoiada). Para que esse comparação seja realizada de modo simples e claro, será
desenvolvido toda uma explicação teórica, que tem como objetivo a apresentação de conceitos
básicos e aplicados, para o entendimento do funcionamento de lajes alveolares. Em sequencia,
é solucionado uma sequencia de exemplos que buscam deixar mais clara a variação dos
esforços solicitantes em situações diversas para os dois tipos de uso da laje. Com a finalização
do projeto, este tende a se tornar uma importante ferramenta para os projetistas, para que no
momento da escolha do sistema estrutural a ser utilizado, haja a opção pelo que tenha melhor
custo benefício.
ABSTRACT
This is a project that aims to show the advantages and disadvantages to the use of
hollow core slabs continuous type, compared with the common hollow core slabs (used so bi-
supported). For this comparison is carried out simply and clearly, will be developed
throughout a theoretical explanation, which aims to present basic concepts and applied to
understanding the functioning of hollow core slabs. In sequence, is a sequence of solved
examples that seek to make clearer the variation of internal forces in different situations for
both types of use slab alveolar and finally a price quote, using a table of TATU molded, to
have better understanding of the measures and characteristics of the more commonly
manufactured panels. With the completion of the project, this tends to become an important
tool for designers, so when choosing the structural system being used, there is the option that
has the best value.
1. CAPÍTULO
1.1 JUSTIFICATIVA
Como a estrutura de uma obra, acaba sendo responsável, por cerca de 15 a 20% do
valor total da mesma, é de total importância que os projetistas, visando uma redução de
custos, tenham acesso a bibliografias que possibilitem a melhor tomada de decisões possíveis.
Desta forma, com desenvolvimento desta dissertação, apresentando quadros comparativos,
exemplos numéricos de dimensionamento entre outros, tende a se tornar uma importante
ferramenta a ser utilizada por projetistas, sobre o método de utilização de lajes alveolares para
pavimentos de obras típicas.
1.2 OBJETIVOS
De modo a identificar as vantagens e as desvantagens da utilização de lajes alveolares
do tipo contínuas em edificações usuais de concreto, pretende-se comparar os consumos de
materiais e serviços utilizados na execução destas lajes, com os consumos referentes às lajes
alveolares quando usadas de modo simplesmente apoiado, que é o meio mais comum para a
sua utilização nos dias atuais.
Outro objetivo pretendido é a apresentação de uma justificativa teórica junto com uma
apresentação de roteiro de cálculo para pré-dimensionamento e verificação final destes tipos
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de lajes pré-fabricadas, com utilização de capa moldada no local, para a execução dos
pavimentos de edificações usuais.
Para que seja firmada a comparação descrita anteriormente, no decorrer do trabalho
será desenvolvida uma série exemplos numéricos com características de uma obra comercial
típica.
1.3 METODOLOGIA
O trabalho trata de uma pesquisa aplicada e dedutiva, pois, será feito um estudo sobre
os meios mais usuais de utilização da laja alveolar nos dias de hoje, analisando assim a
possibilidade ou não da utilização da continuidade.
Sendo assim, é caracterizado como um trabalho mono disciplinar por compreender
assuntos como dimensionamento, análise de ações, métodos de construção e execução e por
ultimo analise econômica.
Tal processo deverá se realizado seguindo as seguintes etapas:
1) Revisão bibliográfica das várias dissertações e artigos citados na revisão
bibliográfica.
2) Analisar a variação de esforços internos sofridos pela laje alveolar continua, como
um ganho no momento fletor resistente, carga atuante e deformação tomando como base o
roteiro de calculo 2.5.2.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Basicamente, uma laje alveolar, é composta por um elemento pré moldado, que possui:
Fonte: http://dc363.4shared.com/doc/2bClVGLc/preview.html
Segundo FIB (1998), a estrutura de concreto da laje composta consiste em uma laje de
concreto pré-fabricado com uma capa moldada in loco. A laje e a capa formam uma estrutura
monolítica sólida e funcionam em conjunto. A ligação entre as lajes e a capa é essencial e
deve ser sempre verificada em projeto e garantida na fabricação.
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Todos os tipos de lajes alveolares podem ser utilizadas. A espessura varia de 100 a 420
milímetros e a largura normalmente 600-2400 mm. Vãos de até 18m são utilizados.
As lajes alveolares são fabricadas por extrusão ou por formas deslizanetes. Na maioria dos
casos a superfície superior é suficientemente áspera para ligação adequada capa. Quando uma
ligação adicional é necessária, pode ser fornecida a superfície superior com ranhuras. As lajes
alveolares aqui consideradas são pré-tracionadas e com resistência do concreto C40 a C50.
A espessura da capa geralmente varia de 40 a 100mm. A mesma pode ser reforçada
com armadura ou não. Por exemplo, se a laje é carregada com cargas dinâmicas ou
concentrada, a capa deve ser reforçada com uma malha de aço. A malha de aço no topo
também distribui fissuras de uma possível retração.
fonte: http://www.equipedeobra.com.br/construcao-reforma/37/artigo220682-1.asp
Aplicação da Protenção - Este é um serviço que pode ser realizado antes ou depois da
aderência inicial do concreto com as cordoalhas. O ideal é que se aplique a protensão em todo
o conjunto de uma única vez, pois a tensão do primeiro cabo tende a variar conforme é
aplicado a protensão nos demais, fato este, que ocorre pois a tensão aplicada no primeiro cabo
faz com que o mesmo sofra um alongamento e consequentemente uma perca de tensão.
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Apesar desta perca de tensões, a maioria das maquinas utilizadas nesse serviço, realizam a
protensão independente em cada um dos cabos e a grande maioria dos projetistas,
desconsideram este alongamento, pois este se trata de valores muito pequenos. A figura 2.3 a
seguir mostra uma maquina presente em grande parte das fabricas de peças protendidas,
realizando a protensão dos cabos.
Figura 2.3- Aplicação de protensão independente em cada cabo de uma peça protendida
fonte: http://www.aecweb.com.br/equipamentos-de-protensao-wch-proporcionam-economia-
de-acos-e-pouca-mao-de-obra/tematicos/artigos/4306/6
fonte: http://www.r4tecno.com.br/laje.alveolar/perguntas.frequentes/
os grandes vãos que estas lajes tem a capacidade de cobrir e a simplicidade do processo de
montagem das mesmas.
http://www.alveolare.com.br/obras-alveolare.htm
http://www.alveolare.com.br/obras-alveolare.htm
16
Fonte:
http://www.preconcretos.com.br/Site/Html/content/_assinc/Portfolio.aspx?cat=portfolio&id=92
&nimage=12
Figura 2.7- Gráfico para laje alveolar de 26,5 cm de altura, sem capa estrutural.
Figura 2.8- Gráfico para laje alveolar de 20 cm de altura, sem capa estrutural.
Para as lajes alveolares com capa estrutural, foi feita uma tabela (Tabela 2.1) que
fornece, em função do vão, os valores característicos das cargas limites, os momentos fletores
de cálculo máximos e os valores das deformações inicial e final, para determinadas
combinações de altura de laje e quantidade de armadura longitudinal.
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Tendo como base a figura 2.9, pode-se levar em conta que no apoio intermediário
ocorre a plastificação do concreto, ou seja, considera-se o surgimento de uma rótula plástica
nesse apoio. Assim, se a seção for capaz de resistir ao momento elástico, o cálculo é feito da
maneira usual. Caso consiga resistir à apenas uma parcela desse momento elástico, mantém-se
a hipótese de plastificação do apoio, onde o momento plástico é menor que o momento
elástico. Nesse caso, o momento positivo máximo nos tramos se apresentará maior que o
elástico usual, para que haja um equilíbrio na seção.
Se for escolhido o cálculo usual, o procedimento se torna antieconômico e os
momentos positivos são menores que os realmente atuantes, pois é sabido que o momento
elástico não corresponde à situação real.
Nos projetos de lajes alveolares comumente é visto que nos apoios intermediários são
adicionadas telas nervuradas àquelas utilizadas para combater a fissuração, obrigatórias
quando da concretagem da capa. Com isso, verifica-se o valor de momento que a armação das
telas sobrepostas suporta e assim chega-se a um momento plástico.
5) Verificação do estado limite último no tempo “zero” apenas com peso próprio (em
vazio). É necessário calcular a distância em que ocorre a transferência de protensão (equação
3) e em seguida são feitas as verificações com a equação 4. A força de protensão é dada
através do valor de Ap obtido no item 4. Consideram-se os limites de compressão excessiva
(na data da liberação de protensão) e descompressão. Caso as duas condições de tração e de
compressão estejam atendidas ir para o item 7;
bpd h 2 0,6 bpt bpt
2
(3)
onde:
22
3. EXEMPLOS NUMÉRICOS
Tabela 3.1 – Seções e propriedades geométricas de uma laje alveolar h=250mm (cotas em
milímetros).
Seção genérica de uma laje de 250 mm de Propriedades
altura Geométricas
Área = 0,1631 m²
Perímetro = 6,14 m
I = 0,0013 m4
ys = 0,1212 m
Ws = 0,0107m 3
Wi = 0,0102m 3
Seção Simples – Sem Capa es = 0,0988 m
es’ = 0,0912 m
Área = 0,2245 m²
Perímetro = 6,24 m
I = 0,0022 m4
ys = 0,1321 m
Ws = 0,0166m 3
Wi = 0,0131m 3
Seção Composta – Com Capa ec = 0,1379 m
ec’= 0,0521 m
Peso Próprio -
Capa -
Revestimentos -
Sobrecarga Acidental -
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KX= 0,3714
KZ=0,8515
εs =5,9255
σ
σ
Com todos estes dados, é então possível determinar a quantidade de armadura necessária para
atender o Estado Limite Ultimo (t=∞) com a equação A.2 do Anexo A:
σ
25
Considerando o uso de cordoalhas de 12,7mm (1/2") e com área igual a 0,98cm² tem-se que o
numero de cabos é igual a:
a) Efeito da Protensão
Assim:
Ou seja, os esforços de protensão tem seu valor total a 1,22m do apoio, tendo para valor do
momento de peso próprio devido a transferência de protensão:
σ
27
Ap=0,74cm².:
n=0,74/0,55=1,34................... 2ø9,5mm
Logo, são necessárias duas cordoalhas de 9,5mm para resistir a tração excedente nas fibras
superiores.
3.2.1 RESOLUÇÃO
KMD = 0,150
KX = 0,2445
KZ = 0,9022
εs = 10‰ – domínio 2
x = KX*d = 6,60cm > 5,00cm => a linha neutra passa na mesa da laje.
Então, para esse exemplo, a quantidade de armadura necessária para atender o Estado
Limite Último (t=∞) é igual a:
A p = 7,98 cm²
7,98
n= = 8,14 ≈8Ø12,7 mm
0,98
Tabela 3.3 – Valores de tensões para seção crítica e meio do vão no ato da protensão (tempo
zero).
Tensões À 1,22m do Apoio (MPa) Meio do Vão (MPa) Verificação
Assim, é necessário acrescentar cordoalhas nas fibras superiores para eliminar a tração
das fibras superiores encontrada na tabela 5.
Ap’=0,49cm²
Então, deve-se acrescentar 2Ø3x3,5mm nas fibras superiores, cuja área de um fio de
Ø3x3,5mm corresponde à 0,303cm².
Tabela 3.4 – Valores de tensões para combinação quase permanente e frequente (tempo
infinito).
Combinação Quase Combinação
Tensões Permanente ( 0 ≤σ ≤35 Frequente ( Verificação
MPa) - 3,42 ≤σ ≤35 MPa)
i 0,87 -0,48 ok
s 11,16 12,51 ok
KMD = 0,09
KX = 0,1403
KZ = 0,9439
εs = 10,0‰ – domínio 2
x = KX*d = 3,78cm > 2,5cm => a linha neutra passa na nervura da laje.
As = 20,43cm²/m
Ou seja, para uma laje com 12m e sobrecarga acidental de 7kN.m, é preciso usar
20,43cm² por metro para garantir a continuidade. Isso implica em 1Ø20mm a cada 15cm.
De acordo com o diagrama de momentos exibido na figura 3, o comprimento dessa
barra deve ser de 6m.
Figura 3.1 – Diagrama de momentos considerando g3+q (sem majoração).
Fonte: Ftool
ح
Logo:
Peso Próprio -
Capa -
Revestimentos -
Sobrecarga Acidental -
KX= 0,3009
KZ=0,8796
εs =8,3106
σ
σ
Com todos estes dados, é então possível determinar a quantidade de armadura necessária para
atender o Estado Limite Ultimo (t=∞) com a equação A.2 do Anexo A:
Considerando o uso de cordoalhas de 12,7mm (1/2") e com área igual a 0,98cm² tem-se que o
numero de cabos é igual a:
σ
33
a) Efeito da Protensão
Assim:
Ou seja, os esforços de protensão tem seu valor total a 1,22m do apoio, tendo para valor do
momento de peso próprio devido a transferência de protensão:
Ap=0,30cm².:
n=1ø9,5mm
35
Logo, são necessárias uma cordoalhas de 9,5mm para resistir a tração excedente nas fibras
superiores.
3.4.1 RESOLUÇÃO
3.4.2 DETERMINAÇÃO DA ARMADURA NECESSÁRIA PARA LAJE
ALVEOLAR NO ELU
Com os dados fornecidos, para um vão de 12m com continuidade em uma das
extremidades utilizam-se os esquemas mostrados na figura 1, em que a laje ainda está sob a
condição de bi-apoiada para as cargas de peso próprio (g1) e capa (g2) enquanto que para as
cargas de revestimentos (g3) e sobrecarga acidental (q) a concretagem e cura da capa já
promoveu a continuidade da laje.
KMD=0,132
36
KX = 0,2175
KZ = 0,9130
εs = 10‰ – domínio 2
x = KX*d = 5,87cm > 5,00cm => a linha neutra passa na mesa da laje.
Sabendo-se que as perdas de protensão totais são iguais a 18%, tem-se o valor da
tensão inicial para o caso de pré-tração (aço com relaxação baixa – RB) é dado por:
Então: σ p = 1453MPa
A p = 6,95 cm²
6,95
n= = 7,09 ≈7Ø12,7 mm
0,98
máximo e nem todas as cargas estão atuando, assim como a geometria da seção ainda não
conta com o trabalho da capa.
Neste caso, segundo a NBR6118:2003, não é permitida a tração (a menos que se
coloque armadura), então o valor das tensões é limitado por 0 ≤σ ≤0,7.f cj = 0 ≤σ ≤21MPa .
A verificação é feita para o meio do vão e na seção crítica para tração que é onde se completa
o efeito da transferência da força de protensão.
Através da expressão 3 chega-se a um valor de bpt = 1,22 m . Os valores de tensões
no concreto obtidos com a expressão 4 são dados na tabela 3.6:
Tabela 3.6 – Valores de tensões para seção crítica e meio do vão no ato da protensão (tempo zero).
Tensões À 1,22m do Apoio (MPa) Meio do Vão (MPa) Verificação
Assim, as tensões nas bordas superiores e inferiores atendem aos limites previstos na
Norma.
Tabela 3.7 – Valores de tensões para combinação quase permanente e frequente (tempo
infinito).
Combinação Quase Combinação
Tensões Permanente ( 0 ≤σ ≤35 Frequente ( Verificação
MPa) - 3,42 ≤σ ≤35 MPa)
i 2,57 1,60 ok
s 9,61 10,29 ok
ح
38
Logo:
4. CONCLUSÕES
5. REFERÊNCIAS
GIRHAMMAR, U.A. Design principles for simply supported prestressed hollow core
slabs. Struct Engrg. Rev., Oxford, 4(4), 301-316, England 1992.
LACY, J. W. Method of making a prestressed hollow concrete core slab, Filed December
1966.
YANG, L. Design of Prestressed Hollow Core Slabs with Reference to Web Shear
Failure. Journal of Structural Engineering, 1994.