Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ANÁLISE DE ESTRUTURAS
UIA 2 | MÉTODO DAS FORÇAS
ANÁLISE DE ESTRUTURAS | UIA 2 | 2
Este material é destinado exclusivamente aos alunos e professores do Centro Universitário IESB, contém
informações e conteúdos protegidos e cuja divulgação é proibida por lei. O uso e/ou reprodução total ou
parcial não autorizado deste conteúdo é proibido e está sujeito às penalidades cabíveis, civil e
criminalmente.
SUMÁRIO
Olá, estudante, bem-vindo à segunda Unidade de Interação e Aprendizagem (UIA). Falaremos aqui sobre o
Método das Forças. Nesta primeira aula, faremos uma introdução a esse assunto. Bons estudos!
Como visto nas aulas anteriores, as condições de equilíbrio não são suficientes para resolver estruturas
hiperestáticas, isto é, sistemas que, sendo estáveis, apresentam mais vínculos do que o necessário. Em outras
palavras, o número de incógnitas do problema supera o número de equações de equilíbrio disponíveis. Desse
modo, são necessárias outras metodologias para resolver o problema, como o Método das Forças e o Método
dos Deslocamentos, que utilizam, além das equações de equilíbrio, condições de compatibilidade e equações
constitutivas dos materiais.
n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n
n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n
5.1. METODOLOGIA
A metodologia de resolução consiste em transformar a estrutura em estudo em uma estrutura isostática
por meio da eliminação dos vínculos em excesso. Essa estrutura, chamada de Sistema Principal (SP),
pode ser resolvida por meio das equações de equilíbrio. Entretanto, aparecerão deslocamentos e
rotações em correspondência com os vínculos que foram eliminados que não deveriam existir. Para
eliminar esses deslocamentos e rotações, será necessário a aplicação de forças e/ou momentos
(chamados de hiperestáticos), estes últimos são considerados as incógnitas do problema.
Para facilitar o entendimento, considere o pórtico biengastado da Figura 1(a) e sua configuração
deformada, Figura 1(b). É evidente que, por se tratar de uma estrutura com dois engastes, os
deslocamentos e as rotações nos apoios A e B são iguais a zero. Sendo um pórtico hiperestático, de grau
3 (𝑔ℎ = 3), para se construir o sistema principal, eliminam-se os vínculos excedentes.
Desse modo, eliminando o vínculo que restringe a rotação do apoio A, bem como os que restringem a
rotação e o deslocamento horizontal do apoio B, a estrutura passa a ser biapoiada e, portanto, isostática,
ou seja, pode ser analisada apenas com as condições de equilíbrio já estudadas: 𝐹' = 0,
𝐹+ = 0,
𝑀- = 0, veja Figura 2(a). Nota-se, no entanto, que as condições de compatibilidade do modelo original
foram violadas, uma vez que o apoio A passa a ter rotação diferente de zero e, além da rotação, o apoio B
pode apresentar deslocamentos horizontais (Figura 2b).
Assim, para reestabelecer essas condições violadas, é necessária a análise do sistema principal submetido
ao carregamento externo e à atuação dos hiperestáticos1, de modo que cada solicitação resultará em
uma parcela para anular os deslocamentos causados pela eliminação dos vínculos.
Desse modo, o número de casos analisados é sempre o número de hiperestáticos mais 1 (que se refere ao
caso cuja solicitação é o carregamento externo). Os casos básicos são resolvidos individualmente, de
modo que cada um é composto pelo sistema principal associado ao respectivo hiperestático.
Desse modo, por meio das equações de equilíbrio, é possível calcular as reações de apoio e os diagramas
de esforços internos. Nota-se que, por usar a estrutura auxiliar (SP), surgem deslocamentos que,
inicialmente, não eram permitidos pela estrutura original.
Esses deslocamentos causados pelo carregamento são chamados de termos de cargas (𝜹𝒊𝟎 ) e,
fisicamente, representam a rotação ou o deslocamento nas direções dos vínculos eliminados.
1
Forças/momentos necessários para eliminar os deslocamentos e rotações causados pela eliminação dos vínculos da estrutura original.
Copyright © 2017 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados.
ANÁLISE DE ESTRUTURAS | UIA 2 | 6
Similarmente ao caso (0), em função da eliminação dos vínculos, bem como da atuação dos hiperestáticos,
surgem deslocamentos cujos nomes são coeficientes de flexibilidade (𝜹𝒊𝒋 ) e seu sentido físico corresponde ao
deslocamento ou rotação na direção do vínculo eliminado i, devido à atuação isolada do hiperestático j, unitário.
O cálculo desses deslocamentos (𝜹𝒊𝟎
𝑒
𝜹𝒊𝒋 ) é feito com base no Princípio das Forças virtuais (PFV), visto
em disciplinas anteriores.
Segundo Martha (2010, p. 219), o PFV utiliza dois sistemas, um real, cujo deslocamento se deseja calcular,
e um sistema virtual, com uma carga virtual unitária, seja momento fletor ou carga concentrada, atuando
na direção e no ponto do deslocamento ou rotação que se deseja calcular. No MF, os sistemas se referem
aos casos básicos já mencionados.
O cálculo dos 𝜹𝒊𝟎 se dá pela combinação do caso (i) com o caso (0). Já os 𝜹𝒊𝒋 resultam da combinação dos
casos motivados pelos hiperestáticos.
Com base no Princípio da Conservação da Energia:
𝑈4 = 𝑈5 → 𝑈4 = 𝑈5 → 𝐹7 . 𝐷: = 𝑓7 . 𝑑:
E os 𝛿FG e 𝛿FH
podem ser calculados como se segue (MARTHA, 2010, p. 219):
𝑀F 𝑀G 𝑁F 𝑁G 𝑄F 𝑄G
𝛿FG = 𝑀F 𝑑𝜃G + 𝑁F 𝑑𝑢G + 𝑄F 𝑑ℎG → 𝛿FG = 𝑑𝑥 + 𝑑𝑥 + 𝜒 𝑑𝑥
𝐸𝐼 𝐸𝐴 𝐺𝐴
𝑀F 𝑀H 𝑁F 𝑁H 𝑄F 𝑄H
𝛿FH = 𝑀F 𝑑𝜃H + 𝑁F 𝑑𝑢H + 𝑄F 𝑑ℎH → 𝛿FH = 𝑑𝑥 + 𝑑𝑥 + 𝜒 𝑑𝑥
𝐸𝐼 𝐸𝐴 𝐺𝐴
A resolução dessa expressão pode ser substituída pela combinação dos diagramas de momentos fletores
dos casos envolvidos, desde que as barras dos modelos estruturais tenham rigidez constante.
Desse modo, o parâmetro 1/EI será multiplicado pelas parcelas das combinações dos diagramas, como
mostra a Figura 3.
Matricialmente:
𝛿FG 𝛿FF 𝛿FH 𝑋F 0
+ 𝑋H = 0
𝛿HG 𝛿HF 𝛿HH
Uma vez calculados os valores reais dos hiperestáticos por meio do sistema acima, a metodologia finaliza
na determinação dos esforções internos da estrutura original (hiperestática), por meio da superposição dos
casos. Assim, para qualquer esforço (E) que se deseja calcular, basta seguir a expressão mostrada a seguir:
2
Estrutura auxiliar e isostática, obtida por meio da eliminação dos vínculos excedentes da estrutura original.
Copyright © 2017 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados.
ANÁLISE DE ESTRUTURAS | UIA 2 | 8
𝐸 = 𝐸G + 𝐸F 𝑋F + 𝐸H 𝑋H
𝐸G, 𝐸F , 𝐸H → 𝑒𝑠𝑓𝑜𝑟ç𝑜
𝑛𝑜
𝑐𝑎𝑠𝑜
0, 𝑖
𝑒
𝑗, 𝑟𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑡𝑖𝑣𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑋F , 𝑋H → 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠
𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠
𝑑𝑜𝑠
ℎ𝑖𝑝𝑒𝑟𝑒𝑠𝑡á𝑡𝑖𝑐𝑜𝑠
No caso em discussão mostrado na Figura 4, ao eliminar os vínculos excedentes (criação dos SP) associa-
se os seus respectivos hiperestáticos 𝑋b , 𝑋c
𝑒
𝑋d , sendo o primeiro um momento unitário no apoio A,
devido à liberação da rotação. Os outros dois correspondem a um momento e uma força horizontal
unitária, devido à liberação da rotação e do deslocamento horizontal do apoio B, respectivamente
Desse modo, o número de casos básicos é 4, sendo: casos (0) - estrutura formada pelo sistema principal
(SP) + carregamento externo e outros três compostas pelo SP + cada um dos hiperestáticos, conforme
apresentado na Figura 5.
A metodologia segue resolvendo cada um dos casos, de modo a obter as reações de apoio, bem como os
seus diagramas dos esforços internos.
No pórtico em análise, é possível observar 𝛿bG , 𝛿cG
𝑒
𝛿dG , representando respectivamente a rotação no apoio
A devido à eliminação do vínculo, rotação no e deslocamento horizontal no apoio B devido à eliminação dos
vínculos, quando atua o carregamento externo (Figura 6). Estes são obtidos pelas combinações dos diagramas
de momentos fletores dos casos (1) e (0); (2) e (0); e (3) e (0), respectivamente.
O cálculo dos coeficientes de flexibilidade seguem os mesmos procedimentos do caso (0), calculam-se as
reações de apoio, os diagramas de esforços internos e, por meio do PFV, calculam-se os diagramas dos
esforços internos (mostrados adiante).
Desse modo, para o caso (1), devido à atuação do hiperestáticos 1 (momento unitário no apoio A),
surgem deslocamentos nas direções dos demais vínculos eliminados. Assim (Figura 7):
Figura 7. Casos 1, 2 e 3
O cálculo dos coeficientes de flexibilidade segue o mesmo procedimento mostrado para os termos de
carga. No entanto, a combinação se dá apenas entre os casos provocados pela atuação dos
hiperestáticos 𝑋F . Assim, a partir da tabela da Figura 8, os deslocamentos são calculados por meio da
combinação entre os diagramas de momento fletor (DMF) de cada barra de modo que:
𝛿bb , 𝛿cb , 𝛿db → combinações entre os diagramas de momentos fletores dos casos 1 e 1, 2 e 1, 3 e 1,
respectivamente;
𝛿bc , 𝛿cc , 𝛿dc → combinações entre os diagramas de momentos fletores dos casos 1 e 2, 2 e 2, 3 e 2,
respectivamente;
𝛿bd , 𝛿cd , 𝛿dd → combinações entre os diagramas de momentos fletores dos casos 1 e 3, 2 e 3, 3 e 3,
respectivamente.
É notável que 𝛿db = 𝛿bd , 𝛿dc = 𝛿cd , tal fato é explicado pelo teorema da reciprocidade de Betti e
Maxwell, que será detalhado adiante.
O reestabelecimento será obtido pelas seguintes expressões:
𝛿bG + 𝛿bb 𝑋b + 𝛿bc 𝑋c + 𝛿bd 𝑋d = 0
𝛿cG + 𝛿cb 𝑋b + 𝛿cc 𝑋c + 𝛿cd 𝑋d = 0
𝛿dG + 𝛿db 𝑋b + 𝛿dc 𝑋c + 𝛿dd 𝑋d = 0
Matricialmente:
𝛿bG 𝛿bb 𝛿bc 𝛿bd 𝑋b 0
𝛿cG + 𝛿cb 𝛿cc 𝛿cd 𝑋c = 0
𝛿dG 𝛿db 𝛿dc 𝛿dd 𝑋d 0
𝐸 = 𝐸G + 𝐸b 𝑋b + 𝐸c 𝑋c + 𝐸d 𝑋d
A partir do Princípios da Conservação, no qual o trabalho realizado pelas forças externas é igual à energia
deformação interna e, aplicando o Princípio dos Trabalhos Virtuais (PTV), considere o sistema A como real
e o B como virtual. Desse modo:
𝐹7 . 𝐷: = 𝑓7 𝑑: 𝑜𝑢 𝐹: . 𝐷7 = 𝑓: 𝑑7
Sendo: 𝑓7 𝑑: = 𝑓: 𝑑7
Enuncia-se o Teorema de Betti (MARTHA, 2010, p. 209):
𝐹7 . 𝐷: = 𝐹: . 𝐷7
Como mencionado, o Teorema de Maxwell é a generalização do Teorema de Betti para forças unitárias,
desse modo, ainda conforme (Martha, 2010, p. 210):
Termina aqui nossa aula! Introduzimos assuntos importantes para o restante da UIA. Estudamos algumas
noções essenciais para o estudioso(a) da área. Continue estudando!
Estudantes, nesta segunda aula da nossa Unidade de Interação e Aprendizagem (UIA), falaremos sobre como
a temperatura e o recalque influenciam as Estruturas Hiperestáticas pelo Método das Forças. Bons estudos!
n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n
n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n
No entanto, como o contexto desta disciplina trata das estruturas hiperestáticas, este aspecto precisa ser
avaliado de maneira diferenciada.
É sabido que uma estrutura hiperestática apresenta vínculos excedentes para sua estaticidade, ou seja,
ela é formada por um número de vínculos maior que o necessário para que a mesma seja estável. Em
consequência a esse fator, a estrutura apresenta resistência para acomodar após pequenas alterações de
comprimento provocadas pela variação da temperatura, o que implica no surgimento de variações de
deformações e esforços internos.
Para se conhecer os deslocamentos relativos internos provocados pela temperatura, considere a
estrutura, cujas fibras externas e internas sofrem variação da temperatura te e ti, respectivamente
(SÜSSEKIND, 1980, p. 47). Analisando um elemento infinitesimal de barra, notam-se os seguintes
deslocamentos relativos internos (MARTHA, 2010, p. 121):
Figura 9. Estrutura submetida à variação de temperatura Fonte: Sussekind (1980); Martha (2010, p. 121)
Onde 𝛼 é coeficiente de dilatação do material; Δ𝑇mn , Δ𝑇F
𝑒
Δ𝑇4 são a variação da temperatura no centro
de gravidade, das fibras inferiores e externas da seção transversal da barra, respectivamente; e ℎ é a
altura da seção transversal da barra em análise.
Desse modo, pode se admitir que, se um apoio estrutural se movimenta, a estrutura isostática perde um
vínculo, transformando-se em um mecanismo (uma cadeia cinemática). Assim, a estrutura se acomoda como
um corpo rígido (sem deformações) para a nova posição do apoio. Portanto, recalques de apoio provocam
deslocamentos em uma estrutura isostática sem que ocorram deformações ou esforços (MARTHA, 2010, p.
200).
No contexto do Método das Forças, esse efeito é calculado com base no PFV e, portanto, com a mesma
consideração do sistema principal, no caso (0).
Como o sistema principal é uma estrutura isostática, a estrutura se desloca como corpo rígido, de modo
que esse deslocamento é somado aos termos de carga.
Assim, considere o pórtico da Figura 10 (MARTHA, 2010, p. 200), que possui em um dos apoios um
recalque ρ=6 cm.
Como mencionado, a estrutura isostática se deforma como corpo rígido, conforme mostrado na figura.
Em consequência a essa consideração, as barras não apresentam deformação, resultando na anulação da
energia de deformação interna.
Assim, sendo a energia de deformação interna igual ao trabalho das forças externas:
𝑈F = 𝑊q
0 = 𝑊q
1
𝑊q = 𝑃. ∆ + − . −𝜌
3
1
∆= − − . −𝜌
3
Nota-se que -1/3 refere-se à reação do apoio do sistema virtual que apresenta o recalque do sistema real.
∆→ deslocamento
causado
pelo
recalque
𝑃 → Força
unitária
virtual
Copyright © 2017 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados.
ANÁLISE DE ESTRUTURAS | UIA 2 | 15
Assim, a expressão geral a ser somada nos termos de carga é definida como:
∆= 𝑅 . −𝜌
…4†‡ˆ‰Š4‹
𝑅 → Reação de apoio no sistema virtual (casos básicos devido aos hiperestáticos) correspondente ao
recalque real
Termina aqui mais uma de nossas aulas. Continue estudando para desenvolver as competências e habilidades
necessárias a essa área de estudo! Até lá!
Dessa forma, por se tratar de mais uma equação de equilíbrio, a introdução de rótulas a uma estrutura
hiperestática resulta na quebra de um vínculo e, portanto, conveniente no contexto do Método das
Forças.
Na Figura 11, observa-se um pórtico de plano com grau de hiperasticidade igual a 1 (𝑔ℎ = 1). Conforme
estudado, para a resolução por meio do Método das Forças, é necessária a criação de um SP, isto é, uma
estrutura isostática e estável.
Por meio da eliminação de vínculos externos, poderia ser, por exemplo, eliminado o vínculo que restringe
a rotação no apoio A, resultando em um pórtico biapoiado. Para verificar o comportamento do SP com a
adição de uma articulação entre barras, foi adicionada uma rótula, resultando em mais uma equação de
equilíbrio para o sistema.
Uma vez que foi quebrada a continuidade, permitindo a rotação relativa das barras (rotação de maneira
independente), os hiperestáticos associados a esse tipo de quebra de vínculo são exatamente os
momentos fletores nas seções transversais onde as rótulas foram introduzidas.
Assim, no contexto da metodologia do MF, os deslocamentos provocados pela introdução de uma rótula
(termos de carga e coeficientes de flexibilidade) são:
𝛿FG → 𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜
𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎
𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒
𝑎𝑠
𝑠𝑒çõ𝑒𝑠
𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
à
𝑟𝑜𝑡𝑢𝑙𝑎
𝑎𝑠𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎𝑑𝑎
𝑎𝑜
ℎ𝑖𝑝𝑒𝑟𝑒𝑠𝑡á𝑡𝑖𝑐𝑜
𝑋F ,
𝑑𝑒𝑣𝑖𝑑𝑜
à
𝑠𝑜𝑙𝑖𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜
𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎
𝑛𝑜
𝑐𝑎𝑠𝑜
(0)
𝛿FH → 𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜
𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎
𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒
𝑎𝑠
𝑠𝑒çõ𝑒𝑠
𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
à
𝑟𝑜𝑡𝑢𝑙𝑎
𝑎𝑠𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎𝑑𝑎
𝑎𝑜
ℎ𝑖𝑝𝑒𝑟𝑒𝑠𝑡á𝑡𝑖𝑐𝑜
𝑋F ,
𝑑𝑒𝑣𝑖𝑑𝑜
𝑎𝑜
ℎ𝑖𝑝𝑒𝑟𝑒𝑠𝑡á𝑡𝑖𝑐𝑜
𝑋H
Esse tipo de elemento (rótula) pode ser colocado em qualquer parte da estrutura, no entanto, deve-se
atentar às condições de utilização de rótulas (visto em disciplinas anteriores), sobretudo no que diz
respeito à estabilidade do modelo estrutural.
Suponha que a rótula tenha sido introduzida no ponto D, liberando a rotação entre as barras CD e DB. Do
ponto de vista matemático, poderia se dizer que o modelo é isostático, uma vez que a estrutura
apresenta o mesmo número de reações de apoio e de equações de equilíbrio.
No entanto, uma das condições necessárias para que a estrutura seja isostática é que a mesma seja
estável, fato este que não se verifica no pórtico abaixo. Tendo um apoio de primeiro gênero restringindo
apenas o deslocamento vertical, caso seja aplicada uma força horizontal na barra DB, por ser capar de
girar independentemente da barra CD, esta barra pode se movimentar horizontalmente, resultando em
uma estrutura instável.
Assim, situações como essa não podem ser verificadas em Sistemas Principais.
Figura 13. Sistema Principal para quadros compostos Fonte: Martha (2010, p. 239)
Sendo o graus de hiperasticidade da estrutura igual a 3 (𝑔ℎ = 3), para a criação do sistema principal é
necessária a eliminação de três vínculos. Nesse tipo de estrutura, não se pode mais eliminar vínculos dos
apoios, uma vez que, externamente, a estrutura é isostática. Assim, pode se optar pela colocação de três
rótulas não alinhadas (Figura 15) ou pela realização do corte em uma seção transversal (Figura 16).
Nesta última situação, os hiperestáticos correspondem aos esforços internos na seção do corte e os casos
básicos correspondem ao caso (0), o SP + carregamento externo, bem como os casos com cada um dos
hiperestáticos.
Os termos de carga e coeficientes de flexibilidade representam fisicamente:
𝛿FG
→ 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝑎𝑥𝑖𝑎𝑙, 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙
𝑜𝑢
𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜
𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎
𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒
𝑎𝑠
𝑠𝑒çõ𝑒𝑠
𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠
𝑑𝑜
𝑐𝑜𝑟𝑡𝑒
𝑝𝑟𝑜𝑣𝑜𝑐𝑎𝑑𝑜
𝑝𝑒𝑙𝑎
𝑠𝑜𝑙𝑖𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜
𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎
𝑛𝑜
𝑐𝑎𝑠𝑜
(0)
𝛿FH
→ 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝑎𝑥𝑖𝑎𝑙, 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙
𝑜𝑢
𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜
𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎
𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒
𝑎𝑠
𝑠𝑒çõ𝑒𝑠
𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠
𝑑𝑜
𝑐𝑜𝑟𝑡𝑒
𝑛𝑎
𝑠𝑒çã𝑜, 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑜𝑐𝑎𝑑𝑜
𝑝𝑒𝑙𝑜
ℎ𝑖𝑝𝑒𝑟𝑒𝑠𝑡á𝑡𝑖𝑐𝑜
𝑋F
𝑛𝑜
𝑐𝑎𝑠𝑜
𝑗
A metodologia do Método das Forças nesses casos segue os mesmos procedimentos apresentados no
casos anteriores, inclusive no reestabelecimento das condições de compatibilidade violadas com a
criação do Sistema Principal.
Finalizamos aqui mais uma aula. Siga estudando e passe para a aula seguinte, a última da nossa Unidade de
Interação e Aprendizagem (UIA). Bons estudos!
Nesta aula, última da nossa Unidade de Interação e Aprendizagem (UIA), falaremos sobre alguns softwares
usados para aplicar o Método das Forças. Fique atento e bons estudos!
Conforme visto, o Método das Forças é uma metodologia para resolver estruturas hiperestáticas e,
dependendo do caso, pode se tornar uma tarefa longa e difícil para se resolver. Nesse sentido, utilizar
ferramentas computacionais para auxiliar é de grande importância para o estudante da disciplina de
Análise de Estruturas.
Hoje há muitas ferramentas com o mesmo objetivo, seja em plataformas para dispositivos móveis, seja
para computadores. No contexto dos softwares para análise estrutural, entre tantos existentes, podem-se
citar no meio acadêmicos:
• Ftool – https://www.alis-sol.com.br/Ftool/
• ANSYS – http://www.ansys.com/
• SAP – https://www.csiamerica.com/products/sap2000
• ABAQUS – https://academy.3ds.com/en/software/abaqus-student-edition
De maneira geral, são softwares pagos, no entanto, apresentam versões destinadas à academia. Desse
modo, na condição de estudante, pode estar utilizando-os como auxiliadores no aprendizado.
Por ser um programa desenvolvido no âmbito educacional, mas que hoje já é tratado de maneira
comercial, nesta disciplina será dado ênfase ao Ftool. É um programa para a análise estrutural para
estruturas planas, idealizado e desenvolvido pelo professor Luiz Fernando Martha, inicialmente, através
de um projeto de pesquisa na PUC-Rio.
Com uma interface bastante acessível, entre outras funções, o programa é capaz de construir diversos
modelos estruturais, sob diferentes formas de carregamento, dimensões, materiais, bem como fornecer
seus respectivos diagramas de esforços internos. Desse modo, configurando-se como uma ferramenta de
grande valor para a análise estrutural.
A Figura 17 apresenta as principais funcionalidades do Ftool.
Como visto, as opções fornecidas permitem criar os mais diversos sistemas estruturais. Para conhecer
como essa ferramenta estará auxiliando, será desenvolvida uma questão do Método das Forças por meio
do Ftool. Assim, considerando o pórtico mostrado na Figura 18, determine o seu diagrama de momento
fletor.
Sendo essa estrutura de grau de hiperasticidade 2 (𝑔ℎ = 2), será necessária a exclusão de dois vínculos
excedentes para a criação do Sistema Principal (SP). Assim, optando por retirar o vínculo que restringe a
rotação do apoio A, bem como o vínculo que restringe o deslocamento na direção horizontal do apoio B,
e associando os respectivos hiperestáticos, o SP escolhido é mostrado ao lado da estrutura original
Figura 21. Caso (2)
De posse dos diagramas, a sequência de cálculos do Método das Forças passa para o cálculo dos
deslocamentos provocados pela eliminação dos vínculos excedentes, por meio da combinação dos
diagramas. No contexto do Ftool, esse software auxilia na construção dos diagramas do momentos
fletores, sendo possível conhecer o valor do esforço na seção que se deseja.
Cálculo dos termos de carga:
• 𝛿bG → 𝑐𝑜𝑚𝑏𝑖𝑛𝑎çã𝑜
𝑑𝑜𝑠
𝑑𝑖𝑎𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑠
𝑑𝑒
𝑑𝑢𝑎𝑠
𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
1 1 1
𝛿bG = − 𝑀b 𝑀G 𝐿 − 𝑀b 𝑀G 𝐿
𝐸𝐼 2 3
O sinal negativo na segunda parcela acontece, pois os diagramas nas respectivas barras tracionam
nas fibras contrárias.
1 1 1
𝛿cG = 𝑀c 𝑀G 𝐿 + 𝑀c 𝑀G 𝐿
𝐸𝐼 3 3
1 1
𝛿bb = 𝑀b 𝑀b 𝐿 + 𝑀b 𝑀b 𝐿
𝐸𝐼 3
1 1 1
𝛿cb = − 𝑀c 𝑀b 𝐿 − 𝑀c 𝑀b 𝐿
𝐸𝐼 2 2
1 1 1
𝛿bc = − 𝑀b 𝑀c 𝐿 − 𝑀b 𝑀c 𝐿
𝐸𝐼 2 2
Copyright © 2017 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados.
ANÁLISE DE ESTRUTURAS | UIA 2 | 24
1 1 1
𝛿bc = 𝑀c 𝑀c 𝐿 + 𝑀c 𝑀c 𝐿 + 𝑀c 𝑀c 𝐿
𝐸𝐼 3 2
Encontram-se os valores de 𝑋b
𝑒
𝑋c e, por meio da equação que superpõe os efeitos de todos os casos,
traça-se o diagrama de momentos fletores da estrutura original, conforme Figura 22.
𝑀 = 𝑀G + 𝑀b 𝑋b + 𝑀c 𝑋c
Essa equação é verificada em todas as seções que se necessita calcular o momento fletor para construir o
diagrama da estrutura original.
Termina aqui nossa Unidade de Interação e Aprendizagem (UIA). Ficou com alguma dúvida? Retorne ao
conteúdo ou busque esclarecimentos no Fórum de Dúvidas. Senão, passe para a unidade seguinte. Até lá.
Copyright © 2017 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados.
ANÁLISE DE ESTRUTURAS | UIA 2 | 25
Você terminou o estudo desta unidade. Chegou o momento de verificar sua aprendizagem.
Ficou com alguma dúvida? Retome a leitura.
Quando se sentir preparado, acesse a Verificação de Aprendizagem da unidade no menu
lateral das aulas ou na sala de aula da disciplina. Fique atento, essas questões valem nota!
Você terá uma única tentativa antes de receber o feedback das suas respostas, com
comentários das questões que você acertou e errou.
Vamos lá?!
REFERÊNCIAS
GLOSSÁRIO