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Gestão Escolar II

Construção Coletiva do Projeto Pedagó-


gico: espaço de Autonomia da Escola

Objetivo da Aula
Destacar a importância do trabalho coletivo na construção do projeto pedagógico a
partir da realidade escolar, evidenciar de que forma a autonomia da escola é construída e
que o projeto pedagógico retrata a realidade escolar.

No tema anterior, tivemos a oportunidade de refletir sobre a importância da par-


ticipação de todos os interessados em uma escola de qualidade, nos rumos da escola.
Neste tema destacaremos, como já foi anunciado, a importância da construção do projeto
pedagógico na escola.

Para iniciarmos, trazemos da LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,


os três eixos que estão diretamente relacionados a essa tarefa.

Flexibilidade Avaliação Liberdade

Refere-se à autonomia da Item importante a ser Refere-se ao pluralismo


escola, no sentido de que considerado nos vá- de ideias e de concepções
ela pode organizar o seu rios níveis do ensino pedagógicas definidas em
projeto pedagógico. público. cada sistema de ensino.

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Tendo em vista os eixos citados, de acordo com a LDB, a escola é um importante


espaço educativo, e os profissionais que nela atuam possuem competência técnica e po-
lítica para participar da elaboração do seu projeto pedagógico. O papel da escola na so-
ciedade democrática se amplia, torna-se o centro das políticas educacionais, fortalecendo
assim sua autonomia.

Vejamos os artigos da LDB:

Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas


comuns do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:

I- elaborar e executar sua proposta pedagógica.

[...]

VII- informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendi-


mento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta
pedagógica.

Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:

I- participar da proposta pedagógica do estabelecimento de ensi-


no.

[...]

II- elaborar e cumprir o plano de trabalho, segundo a proposta


pedagógica do estabelecimento de ensino.

Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão de-


mocrática do ensino público na educação básica, de acordo com
suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I- participação dos profissionais da educação na elaboração do


projeto pedagógico da escola;
II- participação das comunidades escolar e local em conselhos
escolares e equivalentes.

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A lei determina que cada escola construa seu projeto pedagógico ou sua proposta
pedagógica, ou seja, garante a cada uma delas autonomia, entretanto, essa proposta é
construída com a participação dos gestores, professores, pais, alunos, funcionários e re-
presentantes da comunidade local, por meio de discussões do trabalho pedagógico.

A construção, implementação e avaliação do projeto pedagógico são condições in-


dispensáveis para a garantia de uma educação de qualidade e exercício de autonomia da
escola, que é construída com propósitos de ampliar espaços de decisão e participação da
comunidade por meio da criação de colegiados previstos no art. 14 da LDB, anteriormente
mencionado.

Convém ressaltar que a autonomia é assegurada pela LDB, entretanto, resulta de


um processo de construção social, é fruto de discussões de vários educadores e membros
da sociedade, mas na escola ela é realmente construída quando envolve ações de todos
que nela atuam, e não simplesmente do que a lei determina. Nessa direção, pode-se
afirmar que, quanto mais autonomia a escola possui, mais responsabilidades ela assume,
o que a torna mais competente no seu desempenho pedagógico, uma vez que se torna
comprometida e transparente em suas tarefas e decisões, de modo a enfrentar todos os
obstáculos que surgirem.

O gestor tem um papel importante no processo de construção coletiva do projeto


pedagógico da escola, tendo em vista a construção de sua autonomia, sabendo-se que
no interior do espaço educativo convivem pessoas com ideias e interesses, o que acarreta
conflitos que precisam ser superados para que o sucesso da aprendizagem dos alunos e
a melhoria da qualidade de ensino sejam alcançados.

A autonomia significa a capacidade de a escola decidir o seu pró-


prio destino, porém, permanecendo integrada ao sistema de en-
sino mais amplo, da qual faz parte. Nesse sentido, ela não tem a
soberania para se tornar independente de todas as outras esferas
nem para fazer ou alterar a própria lei que define as diretrizes
da educação como um todo. (Marçal, 2005, p. 22).

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Os problemas cotidianos são desafiadores e precisam ser discutidos pelo coletivo


da escola, que é composto por um quadro heterogêneo formado por diversos segmen-
tos: professores, gestores, pessoal técnico-administrativo e de apoio, alunos, pais e/ou
os que representam a comunidade local, cada um com conhecimentos, ideias e valores
que geram conflitos, e é nessa diversidade que se constrói um processo rico e dinâmico
de trabalho coletivo, com vistas à elaboração de um projeto que melhore a qualidade de
serviços prestados à comunidade e que estimule ações compartilhadas.

O projeto pedagógico é o instrumento teórico-metodológico que explicita a intencio-


nalidade da escola como instituição, elaborado de maneira participativa, com a finalidade
de apontar rumos e o melhor caminho para que a escola cumpra de modo eficaz sua fun-
ção educativa (melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem).

Ele evita improvisações e permite inovações nas práticas pedagógicas, por meio de
ações planejadas e sistemáticas. Retrata a realidade da unidade educativa e lhe confere
identidade própria.

Na sua construção, a escola deve considerar dois planos:

Contexto social mais amplo Realidade da escola

Diretrizes nacionais
Normas
Regulamentos
Práticas curriculares
Orientações metodológicas (dos diver-
Métodos de ensino
sos níveis do sistema educacional).
Sujeitos envolvidos: professores, alunos,
Exemplos:
gestores, funcionários, pais, associações
LDB
comunitárias, dentre outras.
Política Educacional (estado ou muni-
cípio)
Diretrizes curriculares nacionais

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Enfim, a construção do projeto pedagógico se inicia a partir do que existe na es-


cola e de acordo com sua realidade, tornando-se assim um dever (porque é responsável
pela vida da instituição escolar) e um direito (porque concretiza sua autonomia onde seus
agentes pensam, executam e avaliam seu trabalho).

Atividade para reflexão:

Leia o texto apresentado no link a seguir: http://www.otimismoemrede.com/assem-


bleianacarpintaria.html

Relacione o texto com a construção do projeto pedagógico.

O que se espera

Que o aluno tenha por base principalmente o que está contido no trecho a seguir:

Os problemas cotidianos são desafiadores e precisam ser discutidos pelo coletivo


da escola, que é composto por um quadro heterogêneo formado por diversos segmen-
tos: professores, gestores, pessoal técnico-administrativo e de apoio, alunos, pais e/ou
os que representam a comunidade local, cada um com conhecimentos, ideias e valores
que geram conflitos, e é nessa diversidade que se constrói um processo rico e dinâmico
de trabalho coletivo, com vistas à elaboração de um projeto que melhore a qualidade de
serviços prestados à comunidade e que estimule ações compartilhadas.

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Referências

MARÇAL, Juliane Corrêa. Progestão: como promover a construção coletiva do projeto


pedagógico da escola? Módulo III. MACHADO, Maria Aglaê de Medeiros (coord.). Brasí-
lia: CONSED – Conselho Nacional de Secretários de Educação, 2001. Reimpressão. São
Paulo, 2005.

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Anotações

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