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"Para o Céu cristalino alevantando
Com lágrimas os olhos piedosos, —"Ó tu, que tens de humano o gesto e o peito
Os olhos, porque as mãos lhe estava atando (Se de humano é matar uma donzela
Um dos duros ministros rigorosos; Fraca e sem força, só por ter sujeito
E depois nos meninos atentando, O coração a quem soube vencê-la)
Que tão queridos tinha, e tão mimosos, A estas criancinhas tem respeito,
Cuja orfandade como mãe temia, Pois o não tens à morte escura dela;
Para o avô cruel assim dizia: Mova-te a piedade sua e minha,
Pois te não move a culpa que não tinha.
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— "Se já nas brutas feras, cuja mente
Natura fez cruel de nascimento, — "E se, vencendo a Maura resistência,
E nas aves agrestes, que somente A morte sabes dar com fogo e ferro,
Nas rapinas aéreas têm o intento, Sabe também dar vicia com clemência
Com pequenas crianças viu a gente A quem para perdê-la não fez erro.
Terem tão piedoso sentimento, Mas se to assim merece esta inocência,
Como coa mãe de Nino já mostraram, Põe-me em perpétuo e mísero desterro,
E colos irmãos que Roma edificaram; Na Cítia f ria, ou lá na Líbia ardente,
Onde em lágrimas viva eternamente.
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