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CAMPUS ARAPIRACA
MESTRADO EM AGRICULTURA & AMBIENTE
ECOFISIOLOGIA VEGETAL
Produtividade e Análise de
Crescimento em Plantas
2013-1
Fig 1 - Growth and developmental processes that are affected by elevated [CO2] and are commonly used in
process-based productivity models. Processes and relationships that are shown in white boxes and bold arrows
are the ones primarily emphasized in the text. Green areas indicate the temporal resolution of different
processes ranging from seconds-to-hours (dark green), to days (green) and to decades-to-months (ligth green).
Fatores da produção vegetal
RESPIRAÇÃO FOTORESPIRAÇÃO
FOTOSSÍNTESE
LÍQUIDA
DISTRIBUIÇÃO DE FOTOASSIMILADOS
PRODUTIVIDADE
Fotossíntese na comunidade vegetal
Estimativa de produtividade máxima
- Fatores limitantes da produtividade: água, nutrientes, pragas, doenças, ervas
daninhas, luz/radiação, nebulosidade, CO2/O2, etc.
- Outros fatores limitantes: Taxa de absorção da luz e de assimilação de CO2 pela
superfície foliar da cultura
- Estimativa da produtividade potencial: habilidade da planta em acumular peso seco,
no entanto, deve-se levar em consideração somente a parte da planta que tenha
interesse comercial.
- Ex.: cana-de-açúcar (colmos), milho, feijão, soja, trigo (grãos), cenoura, batata
(raízes)
- Premissas básicas para se estimar a produção:
- Cerca de 92% do peso seco das plantas é composto de CH2O (Ar/Água)
- A energia luminosa utilizada pela fotossíntese está entre 400 e 700 nm.
- Nas regiões tropicais, próximas a linha do Equador, em média, cerca de 700
cal.cm-2.dia-1 ou 6.048 E.cm-2.dia-1 atingem a superfície terrestre.
- Perda ou reflexão devido ao albedo (em média 8,5%)
- 400 a 500 nm: 6%
- 500 a 610 nm: 12%
- 610 a 700 nm: 6%
- Cerca de 10% da radiação disponível para a planta é absorvida pela
parede celular, citoplasma e pigmentos inativos: não realiza fotossíntese
- Requerimento de quantum na fotossíntese: 10 quanta p/ 1 CO2 absorvido
- A respiração representa cerca de 1/3 da fotossíntese (33%).
- Quando se tenta avaliar a eficiência fotossintética de uma planta, deve-se
ter em mente que, nem toda a energia luminosa acumulada através da
fotossíntese (ATP e NADPH) será utilizada para fixação do CO2 ou
produção de CH2O.
- De maneira geral, as plantas necessitam de 3.740 calorias para produzir 1
grama de CHON – isto representa 4,2% da energia radiante total ou cerca
de 9,6% da energia da faixa do visível.
Estimativa do potencial de produtividade
Pode-se utilizar ainda peso das folhas, teores de proteínas e de clorofilas, medida da
eficiência da distribuição dos fotoassimilados para os órgãos de importância
econômica. A proporção da produção biológica que é efetivamente colhida é
denominada de coeficiente de efetividade, coeficiente de migração ou índice de
colheita.
- O PESO SECO pode ser expresso como a quantidade de material vegetal que é de
interesse econômico (culturas anuais) ou como um todo (forrageiras).
ANÁLISE DE CRESCIMENTO DE PLANTAS
MEDIDAS DE CRESCIMENTO
• MEDIDAS LINEARES
altura da planta;
comprimento do caule;
comprimento de ramificações;
diâmetro de caules;
Contornos foliares:
Pc: pesos dos contornos
Pa: pesos de áreas conhecidas
Ap: Área conhecida do papel
Planímetro;
C: comprimento da lâmina
Uso de fatores de correção (Fc) L: largura
(Figura 2)
(Figura 1)
• MEDIDAS DE SUPERFÍCIE
Área foliar
- Planímetro (contornos foliares)
- Quadrímetro (? ? ?)
- Fotocópias (impressão da folha)
- Integradores (bancada ou portátil)
- Métodos dos pontos
- Modelos matemáticos
- Massa seca de disco foliares
• MATÉRIA FRESCA
• MATÉRIA SECA
• VOLUME
MEDIDAS DE CRESCIMENTO
Método da
Quadrícula
• Amostragens
Figura 2. Medidas lineares obtidas nas folhas do pinhão manso: nervura principal (linha
vermelha) e largura (linha azul).
Método não destrutivo em Pinhão manso
Figura 1. Transformação das fotos para análise pelo Programa Image Toll®: da esquerda para a direita:
foto original, foto em tons de cinza e área foliar reconhecida pelo programa. Pinhão manso.
Modelo matemático
Modelo matemático
Modelo matemático
A F = 0 ,0 8 5 9 C 1 2 , 7 8 3 5 A F = 0 ,0 7 5 8 C 1 2 , 7 8 9 4 A F = 0 ,0 8 1 9 C 1 2 , 7 7 9 3
2500
2
R 2 = 0 ,9 9 1 1 R 2 = 0 ,9 7 9 3 R = 0 ,9 8 3 7
2000
)
SOL O
A F (c m
1500
1000
500
0 10 20 30 40 0 20 40 60 0 10 20 30 40 50
0,8
0,8
y = 0,0007x2 0,0369x + 1,0503 -
0,7 R2 0,9992 =
DHP (cm)
0,7
0,6
0,6
0,5
5 10 15 20 25 30
Densidades
2000
1000
Variedade 1 Variedade 2
Método destrutivo
Método destrutivo
FIGURA 3. Retirada de Folhas. FIGURA 4. Retirada de discos foliares.
Principais parâmetros analisados
- Área Foliar (AF): é a área foliar determinada em um período (intervalo de
tempo) compreendido entre os tempos t1 (inicial) e t2 (final).
n
AFmédia (AFn - AFi )(cm 2 )
i 1
Obs.: O valor da TAL varia bastante entre as culturas e ao longo do ciclo, e está
estreitamente relacionada com o total de radiação solar incidente. Em geral, ela
cai com o aumento do IAF e expressa a fotossíntese média de todas as folhas
da planta.
TCC 3700
EF (admensional) 100
R 0,45
Temos que:
- TCC = taxa de crescimento da cultura (g.m-2.dia-1)
- R = valor da radiação solar total durante o período experimental (cal.m-2.dia-1)
- 3.700 = Constante fotossintética (cal.g-1 de CH2O)
- 0,45 = fator para transformar radiação solar total em RFA
Índice de Área Foliar (IAF)
- Expressa a relação entre a área foliar total da planta e a área do solo que é
ocupada ou coberta pela cultura.
- Conceito: mede o tamanho do sistema assimilatório da planta (CO2 e luz) e
depende do número, tamanho, forma, distribuição e disposição das folhas.
- Determinação do IAF:
- Impressão em papel sensível (correlação com área ou peso)
- Método fotoelétrico (integrador - medidor de AF)
- Método da quadrícula (prancha de vidro - interseções dos quadrantes)
- Relação entre AF, largura e comprimento da folha
- Uso de modelo matemático
Obs.: o IAF das cultura, em geral, varia de 1 a 12.
Relação entre alguns parâmetros
Tabela 1. Altura (cm), número de folhas (no), massa seca (g), área foliar (dm²), área foliar específi ca (dm² g-
1) e massa específi ca de folhas (g dm² -1) das mudas de alface (Lactuca sativa L.) cultivadas nos substratos
Golden Mix® (GMIX), Plantmax® (PLX) e Plug Mix® (PMIX) e avaliadas a partir dos 15 dias após a
semeadura (DAS) em intervalos regulares de 5 dias.
Análise de crescimento
Tabela 2. Taxas de crescimento absoluto (g dia-1) e relativo (g g-1 dia-1) e taxa de assimilação líquida (g
dm²dia-1) das mudas de alface (Lactuca sativa L.) cultivadas nos substratos Golden Mix® (GMIX),
Plantmax® (PLX) e Plug Mix® (PMIX) e avaliadas a partir dos 15 dias após a semeadura (DAS) em
intervalos regulares de 5 dias.
Análise de crescimento
Figura 2. Taxa de crescimento relativo – TCR (g.g-1.dia-1, nos cultivares RB72454, RB855113 e RB855536,
em nove épocas de desenvolvimento, ciclo de cana-planta. (plantio em 04/03/2002).
Análise de crescimento
Figura 3. Taxa de assimilação líquida – TAL (g.g-1.dia-1, nos cultivares RB72454, RB855113 e RB855536,
em nove épocas de desenvolvimento, ciclo de cana-planta. (plantio em 04/03/2002).
IAF x Fotossíntese da comunidade
folha isolada x comunidade vegetal
- Numa folha isolada o ponto de compensação da luz é relativamente baixo
- Na comunidade vegetal, a medida que o IAF aumenta, o ponto de compensação
e de saturação da luz também aumentam. Porque?
Sob condições de
baixa luminosidade,
uma folha isolada
apresenta uma maior
taxa fotossintética
líquida do que uma
vegetação com IAF
de 3,4.
- PONTO DE COMPENSAÇÃO DA
LUZ (PCL): é o ponto no qual o
processo fotossintético fixa
exatamente a mesma quantidade
de CO2 liberado pela respiração, e
nenhuma troca de CO2 é verificada
entre a folha e a atmosfera. É
representado pela radiação, na qual
a mesma taxa de CO2 liberada pela
respiração é fixada pela
fotossíntese.
Diagrama esquemático mostrando a influência do modelo e arranjo
foliar na forma do gradiente luminoso do ápice a base do caule, sob
condições onde o IAF é o mesmo para cada tipo e, para o tipo A, as
folhas basais estão logo acima do ponto de compensação da luz.
Relação entre taxa de crescimento, IAF e radiação
- Em qualquer nível de radiação a TCC aumenta como o IAF até um valor máximo,
para em seguida cair;
- Com o aumento da intensidade luminosa, aumenta também o IAF que permite a
obtenção do valor máximo da TCC (IAF ótimo ou máximo);
- À proporção que se aumenta o IAF, o PCL também aumenta.
Diferenças no índice de área foliar
Relação entre
índice de área
foliar (IAF) e
produtividade
primária em
função da
idade de uma
plantação.
IAF crítico x IAF ótimo
- IAF crítico: ocorre em sistemas onde a fotossíntese aumenta até um
nível máximo e a partir desse valor ela estabiliza com o aumento do IAF.
- IAF ótimo: ocorre em sistemas onde a fotossíntese cresce com o IAF
até um nível máximo, a partir do qual ela cai com o aumento do mesmo.
Obs.: Tanto o IAF crítico como o IAF ótimo são atingidos quando cerca de 95% da
radiação são interceptados pelas folhas ao meio dia.
- Quando as plantas apresentam um IAF crítico, as folhas sombreadas ajustam-se
fisiologicamente de modo a eliminar a contribuição negativa da atividade
respiratória.
Uso prático do IAF
- Como o IAF varia durante a estação de crescimento da cultura e mesmo durante o
dia, é impossível manter uma cultura ao nível ótimo durante todo o tempo, no
entanto, o manejo que permitir a aproximação do ideal é o mais eficiente.
- Sob condições de campo, o desperdício de radiação é elevado nos primeiros
estádios de desenvolvimento da cultura, sendo desta forma interessante que o IAF
aumente rapidamente a fim de diminuir o desperdício de radiação solar nos estádios
iniciais de crescimento
- Como otimizar IAF com produção?
- Nutrição mineral
- Manipulação de espaçamento e população
Interceptação da luz x espaçamento
95
90
85
80
75
70
65
30 60 90 120
Espaçamento (cm)
b) A partir dos valores calculados de AFE, RAF, IAF, TAL, TCR e TCC, construam figuras
mostrando o comportamento de cada parâmetro em função da DAS ou período/intervalo de
coleta dos dados.
c) Comente o comportamento diferencial do acúmulo de matéria seca de raiz, caule e folha nos
tratamentos com e sem nitrogênio nas figuras Matéria seca x DAS construídas conforme o item
a, mencionando qual foi a parte da planta mais prejudicada pela ausência do nitrogênio.
d) Com base nos dados de matéria seca da última coleta determine a razão entre os
tratamentos sem e com nitrogênio nas diferentes partes da planta. Posteriormente, faça uma
avaliação do efeito da carência de nitrogênio
na parte explorada comercialmente.
e) Sendo a TAL uma medida da fotossíntese, que relação você poderia fazer do papel do
nitrogênio no processo fotossintético, e conseqüentemente na produção da planta.
QUESTIONÁRIO
01. Que relação você consegue fazer entre o IAF e o auto-sobreamento numa cultura?
02. Comente o efeito do espaçamento de uma cultura (densidade de plantio) sobre o IAF e TAL.
OBSERVAÇÕES: Os resultados apresentados na tabela foram obtidos com o objetivo de verificar a influência da adubação
nitrogenada sobre o crescimento e produtividade de plantas de rabanete. Os dados correspondem à amostragem de 5
plantas numa área de 375 cm2. A semeadura/plantio foi realizado em 13/11, num espaçamento de 15 cm entre fileiras e 5
cm entre plantas.
http://www.dbi.ufla.br/Ledson/BIO108/ANACRE.HTM