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Para entender as bases biológicas do puerpério e esclarecer suas razões funcionais e evolutivas,
cabe ressaltar a trama de acontecimentos que ocorrem durante a gravidez e seus desfechos
para além do parto.
Evolução Bioquimica0hormonal
Segundo Hrdy (), mães mamíferas são alquimistas capazes de transformar todo alimento
disponível em uma mistura de nutrientes altamente digeríveis e antibióticos, que protegem e
nutrem sua prole nos arriscados dias iniciais após o nascimento. Para que a amamentação
ocorra, toda uma orquestra bioquímica acontece no corpo da mulher. Como consequencia,
agentes químicos foram selecionados e, entre eles, um responsável pela tarefa sem precedentes
de promover intimidade: a oxitocina, uma espécie de narcótico natural, que tem sua
concentração aumentada em resposta a sensação subjetiva de estar junto, em contato físico,
como na amamentação, no namoro e na sexualidade. Em espécies nas quais as relações
afiliativas entre os sexos traduzem aumento da sobrevivência infantil existem muito mais
receptores para a oxitocina,
Aspectos Psicologicos do Puerperio:: uma revisão
Os comportamentos do bebê não são apenas influenciados e moldados pela mãe, mas
também impactam o comportamento desta. Desse modo, os sinais do bebê podem afetar as
trocas com seus cuidadores. Pode-se dizer que o sucesso de nossa espécie só foi possível
porque, além de certas características e capacidades iniciais dos bebês, a evolução se
encarregou de criar padrões comportamentais maternos e paternos compatíveis com a
demanda da prole por cuidado. Para garantir que a mãe cuide do bebê durante um longo
período de tempo, através de processos de seleção natural, os bebês, ao nascerem, já
apresentam determinadas características que favorecem as interações mãe-bebê (Seidlde-
Moura & Ribas, 2005).a
Um bebê quando nasce traz consigo um pouco da história da espécie, na qual alguns aspectos
estruturais do seu desenvolvimento foram selecionados ao longo de milhares de anos. Esses
processos não são arbitrários, mas adaptados ao longo do tempo. Um exemplo é a
imaturidade com a qual nascem os indivíduos da espécie humana e suas propensões para
aprender e se socializar (Vieira & Prado, 2005).
RESENHA
As mães primatas sempre combinaram vidas produtivas com reprodução. Além disso, status e
maternidade sempre tinham sido convergentes, como no exemplo de Flo. O que há de novo
para a mulher moderna é a compartimentação, que torna estas tarefas incompatíveis: a mãe
caçadora coletora vai à coleta com seu filho no colo. Também status e maternidade estão hoje
desacoplados: mulheres que herdam fortunas têm significativamente mais filhos do que
mulheres que adquiriram fortuna por seus próprios esforços, conforme estudo citado da
sociobióloga Susan Essock-Vitale. As mulheres estão divididas entre dois impulsos antigos,
prementes e agora incompatíveis, e estão criando novas soluções de compromisso. Mas nossa
capacidade inovadora tem limites. Em condições favoráveis, mães humanas apaixonam-se
progressivamente por seus bebês, e também por bebês adotados; o apego do bebê à mãe, que
também tende a ocorrer se as condições interacionais forem propícias, reforça ainda mais o
envolvimento recíproco. Porém, há um tremendo custo quando estes laços não se formam ou
são quebrados: como Hrdy coloca, abaixo de um certo nível de nutrimento afetivo o resultado
do desenvolvimento é desastroso
Com o estilo pungente que a caracteriza, Hrdy ensina que as mães mamíferas eram
alquimistas, capazes de transformar o alimento disponível em biológico ouro branco: uma
mistura de nutrientes altamente digeríveis e antibióticos, que alimentam e protegem os
imaturos durante os perigosos e arriscados dias depois do nascimento.
Em espécies nas quais relações afiliativas entre os sexos traduzem aumento da sobrevivência
infantil existem muito mais receptores para a oxicitocina.
Por que a melancolia pós parto é tão comum? Uma das respostas apresentadas é artefato da
chamada agressividade lactacional, aumento de agressão defensiva da prole, associada a níveis
altos de prolactina e queda vertiginosa de estrogênio e progesterona.
Contar com o apoio de parentes no primeiro parto, época especialmente vulnerável, parece
ser importante para os demais primatas e para nós mesmos.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4960931/
From an evolutionary perspective, there are situations when it would be in the women's best
interest to decrease her investment for a baby, for instance when there is a lack of sufficient
social support to raise the newborn or when the child has a problem.[31,41]
Maldonado