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O CONCEITO PALEO XXI

"Paleolítico" refere-se ao período anterior à "descoberta" da agricultura.


O conceito PALEO XXI, derivado do modelo PRIMAL de Mark Sisson, propõe a
(re)aproximação ao regime alimentar (e de vida, se possível) para o qual nossa espécie
está geneticamente adaptada. Da mesma forma que estamos geneticamente adaptados à
gravidade, à concentração de oxigénio da atmosfera, à temperatura do planeta … pois
estas são as condições que conduziram à nossa evolução! A "dieta" com a qual
evoluímos moldou os nossos genes!

Não existe um tipo único de alimentação Paleo. Hominídeos nómadas vaguearam por
África, espalhando-se posteriormente por todos os continentes, buscando o alimento que
estava naturalmente disponível. No litoral haveria um predomínio de pescado, nas
savanas, de caça. Por todo o lado complementada com folhas verdes, frutas silvestres e
raízes (e também insetos e larvas!).

Em locais como o Círculo Polar Ártico, praticamente não havia vegetais disponíveis por
pelo menos 6 meses. Em ilhas do Pacífico, o coco chegava a compor mais de metade do
consumo calórico. Mas mais importante do que as diferenças entre estas "dietas", é o
que todas têm em comum: a ausência de produtos refinados, alimentos
processados/aditivados e o uso abundante de grãos de cereais.

É para nós evidente que alimentos ultra-processados com vários aditivos, açúcar... tais
como refrigerantes, batatas fritas, bolos e bolachas de pacote… não faziam parte da
"dieta" dos nossos antepassados. O que não é tão intuitivo assim é a ausência de grãos,
pois sabemos que o trigo acompanha a civilização há muito, mas também sabemos que
nas últimas décadas os seus derivados estão a tomar conta da alimentação humana,
estando até presente em carnes processadas, molhos... e muitos outros produtos dos
quais nem desconfiamos habitualmente!
Em resumo, com todas as variações geográficas e culturais para se seguir uma
alimentação estilo PALEO XXI, devemos tentar:

- Evitar o consumo de grãos (em especial as espécies com glúten);


- Eliminar o açúcar processado e diminuir os açúcares naturais;
- Evitar alimentos processados, especialmente os que contêm maus ingredientes e
aditivos.

Entendemos que o conceito PALEO original precisa ser adaptado à atualidade. Afinal,
é pouco provável que a maioria de nós pretenda consumir insetos e larvas ou caçar os
animais selvagens com as próprias mãos! E por isso adotámos um estilo
"descomplicado" e moderno!

Importa perceber que a grande proporção de pessoas intolerantes à lactose atesta o


nosso "despreparo" evolutivo para lidar com laticínios após a primeira infância. É
totalmente lógico que se defenda a não necessidade de um adulto beber regularmente o
alimento que a natureza destinou a bebés em crescimento e especialmente de uma
espécie diferente (quando recorremos, por exemplo, a leite de vaca)! No entanto, para
aquelas pessoas que não apresentam intolerância ou outra patologia, consideramos (até
porque há um robusto corpo de evidências nesse sentido) que os laticínios fermentados,
bem como a gordura do leite, podem ser usados (sem abusos, claro) pois parecem ter
vantagens em termos de saúde (em especial produtos derivados de espécies de pequeno
porte como a cabra e ovelha).

Os graves problemas associados ao consumo excessivo de hidratos de carbono


atestam também uma incapacidade evolutiva para lidar com essa classe de macro-
nutrientes, que foi escassa durante 99,5% da nossa evolução. O facto de que podemos
sintetizar todos os hidratos de que necessitamos a partir de proteínas e triglicerídeos (ou
seja, o corpo consegue fazer esse trabalho internamente), também sublinha a quase
ausência dos mesmos no nosso passado paleolítico e é um sinal que o corpo nos dá de
que este não é um macronutriente essencial na "dieta".

Sem sombra de dúvida que a simples eliminação dos grãos (os normais: pão, massa,
farinhas, biscoitos, etc…) fornece talvez 70% de todo o benefício de uma alimentação
paleolítica, em termos não apenas de perda de peso, mas de controle de síndrome
metabólica e de patologias autoimunes.

No caso da busca pela perda de peso, o que recomendamos é um controle mais


rigoroso dos hidratos de carbono ingeridos, optando por basear a alimentação em
legumes, ovos, peixe e carne, juntando algumas frutas silvestres nas refeições
principais, recorrer a alguns frutos secos ou sementes (quando necessário) e não
esquecer a água. Nesta fase deverão ser evitadas adaptações de pão e bolos e frutas
muito doces (a não ser por quem tem um bom conhecimento dos alimentos e sua
composição). Recomendamos também uma avaliação de hábitos: tentar reduzir o
número de refeições, uma vez que apostamos em refeições mais densas e calóricas, mas
também mais saciantes, lembrando que os nossos antepassados não dispunham de
alimento de 3 em 3 horas! O nosso organismo está preparado (e otimizado) para lidar
com períodos mais ou menos longos de jejum e temos já milhares de pessoas que
podem testemunhar como se sentem melhor seguindo este modelo. Pensem como
qualquer animal no seu estado natural apenas come quando tem fome (e disponibilidade
de comida) e não 5 ou 6 vezes ao dia!
Deêm uma nova oportunidade à Vossa saúde: propomos um teste de 4 semanas! O que
pode correr mal? Nada. Algum desconforto inicial é normal, uma vez que sem nenhum
esforço não se chega e nenhum resultado! Mas verão que o Vosso organismo vai
"reconhecer" um modo otimizado de trabalhar!

Porque vezes pode ser difícil separar os conceitos Paleo/Primal e Low-carb.


Aconselhamos a leitura da explicação do Dr. José Carlos Souto, aqui.

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