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DISCIPLINA
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
REOLOGIA E AGREGADOS
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Materiais de Construção - Reologia
1.1.1 Análise das Ações: ou seja, de todas as influências que o corpo estudado sofre,
oriundas de outros corpos, em geral, ou eventualmente, do fato de que ele será
estudado em um referencial não inercial (como as forças de Coriolis, por
exemplo);
1.1.2 Análise das Tensões: que define os esforços que aparecem no interior do sólido
assim como certas relações gerais a que os mesmos devem satisfazer.
1.1.3 Análise das Deformações: estudo puramente geométrico das variações das
distâncias entre os diversos pontos do sólido;
1.1.4 Reologia: que analisa, para cada material, as relações entre os esforços internos
e as correspondentes deformações, bem como quais são os esforços internos que
um dado material é ou não é capaz de suportar.
As análises 1.1.1, 1.1.2 e 1.1.3 são gerais, valendo para qualquer material. A análise
1.1.4 é específica de cada material, embora existam alguns tipos básicos de comportamento
mecânico (elasticidade, plasticidade e viscosidade) que permitem, através de sua conjugação,
analisar o comportamento reológico de um número muito grande de materiais.
Através dessas análises chega-se, em cada caso, a um sistema de equações que permite a
determinação de diversas grandezas que interessam ao problema geral da Mecânica dos Sólidos
Deformáveis, que será aqui denominada Análise Estrutural.
1.2 Definições
Em cada sólido estudado pela Engenharia Civil podem ser definidos três campos : o
campo dos deslocamentos, o campo das tensões e o das deformações. Os conceitos neles
envolvidos são familiares e definem completamente o comportamento sob o ponto de vista
mecânico dos corpos.
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Materiais de Construção - Reologia
* imediatas : recuperáveis
não-recuperáveis
*não-imediatas
Entende-se por deformações recuperáveis aquelas em que o corpo volta à forma original
após a retirada dos esforços que geraram a deformação.
TIPO DE
MODELO CARACTERÍSTICA SIMBOLOGIA COMENTÁRIO
DEFORMAÇÃO
Recupera energia
Elástico σ=Eε σ σ Imediata reversível
de deformação
E
σ
σ≤R ⇒ ε=0 Imediata Perde energia de
Plástico σ
σ = R ⇒ ε = livre R
irreversível deformação
Viscoso σ = ηε σ σ Não-imediata
Deformação se dá
velocidade de deformação η ao longo do tempo
Com os modelos básicos, que são puramente hipotéticos, podemos através de sua
composição obter modelos conjugados como :
1.3.1 Elasto-plástico :
E R
Figura 1
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Materiais de Construção - Reologia
1.3.2 Elasto-viscoso :
σ σ
Figura 2
O conceito de Tensão :
V
r
I
n
P
P
I ∆S
II
S’ r
S’
∆F
α
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Materiais de Construção - Reologia
Admite-se aqui a hipótese de que os esforços internos sejam forças distribuídas através
de S’.
Esta hipótese, extremamente geral, tanto na Mecânica dos Sólidos deformáveis quanto
na Mecânica dos Fluidos, tem se mostrado inteiramente satisfatória, através de seus resultados.
Em alguns poucos casos, que não apresentam interesse para a Mecânica das Estruturas, ela deve
ser abandonada, sendo substituída pela hipótese de que os esforços internos sejam forças e
momentos (binários) distribuídos através de S’, dando origem à Mecânica dos “Contínuos de
Cosserrat”, que não serão considerados neste trabalho.
r
r ∆F
ρm = (1)
∆S
Esta grandeza, para o mesmo sólido e para os mesmos esforços externos, varia com P, α
e ∆s. Recebe a denominação de tensão média em P, no plano α e na área ∆s.
r
Fazendo-se ∆s tender a zero, define-se a grandeza ρ através de :
r
r r ∆F
ρ = lim ∆S →0 ρ m = lim ∆S →0 (2)
∆S
Esta grandeza, para o mesmo sólido e para os mesmos esforços externos, varia com P e
com α :
r r
ρ = ρ ( P, α ) (3)
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Materiais de Construção - Reologia
dz
σy
τxy
σy P τyx
τzy
τxz τzx dy
dx τyz
σz
→
k
→
j
→
i
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Materiais de Construção - Reologia
σz + δσz dz
δz
τyz + δτyz dz
τxz + δτxz dz δz
δz
τzy + δτzy dy
τzx + δτzx dx δy
δx
τxy + δτxy dy σy + δσy dy
τyx + δτyx dx δy δy
σx + δσx dx δx
δx
r r r
ρ = ρ ( P, n ) (5)
r r
sendo ρ a tensão em P associada a n .
r r
De um modo geral, ρ não possui a direção de n assim, é conveniente que seja feita sua
r r
decomposição, unívoca, em dois vetores, σ com a direção de n , e τ pertencente a α, conforme
mostra a figura 5.
r
r
σ
n
P P
r r
ρ ρ
r
τ
Figura 5
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Materiais de Construção - Reologia
É imediata a relação :
r r r
ρ =σ +τ (6)
2.0 REOLOGIA
2.1. Introdução
Ao ser feita a Análise das Tensões, verificou-se que o estado de tensões em um sólido V
fica caracterizado pelo conhecimento das seis componentes de T em cada ponto, em cada
instante, ou seja, das seis componentes de T dadas, cada uma delas, como função de x, y, z e t.
Ao mesmo tempo, foram estabelecidas três equações gerais de equilíbrio dinâmico, e apenas três.
.. .. ..
Mesmo no caso de equilíbrio, situação em que desaparecem as incógnitas u , v e w
dessas equações gerais, elas são insuficientes para a determinação do estado de tensões de V. Isto
mostra que, no caso geral, é essencial o estudo das deformações para resolver o problema.
Apenas em teorias simplificadas (como a Resistência dos Materiais, por exemplo), e ainda assim
em determinadas situações é possível eliminar através de hipóteses simplificadoras (como a de
Navier, por exemplo) um número suficiente de incógnitas de modo a ser possível a solução de
problemas exclusivamente através das condições de equilíbrio (como nas estruturas isostáticas da
Resistência dos Materiais, por exemplo).
Desta forma foram consideradas quinze funções incógnitas, cada uma delas função de x,
y, z e t (seis tensões, seis deformações e três deslocamentos), ligadas por apenas nove equações
diferenciais de derivadas parciais (as três equações gerais de equilíbrio dinâmico e as seis
relações deformações-deslocamentos), com validade geral, para qualquer sólido. Existe, no caso
geral, uma indeterminação.
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Materiais de Construção - Reologia
2.2 Elasticidade
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Materiais de Construção - Reologia
σ σ
A A
0 ε 0 ε
σ = E ε, (7)
No diagrama da figura 6-b, a relação entre σ e ε não é linear, mas existe uma função
que define univocamente σ a partir de ε , de modo que quando ε = 0 obrigatoriamente se tenha
σ =0:
σ = σ(ε) (8)
A expressão (8) é mais geral do que (7), sendo (7) o caso particular de (8) em que a
função é considerada linear.
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Materiais de Construção - Reologia
εx = 1 [ σx - ν (σy + σz ) ]
E
εy = 1 [ σy - ν (σx + σz ) ]
E
εz = 1 [ σz - ν (σy + σx ) ]
E
γ xy = 2 ( 1 + ν ) τxy (9)
E
γ xz = 2 ( 1 + ν ) τxz
E
γ yz = 2 ( 1 + ν ) τyz
E
E
G = (10)
2(1 + ν )
O modelo reológico de elasticidade é uma mola, devendo o mesmo ser entendido como
um modelo físico que colocado dentro de um invólucro, ao ser analisado em um ensaio de tração
simples, conduzisse às equações constitutivas da elasticidade, neste ensaio.
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Materiais de Construção - Reologia
σ σ
(ε )
2.3 Plasticidade
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Materiais de Construção - Reologia
σ σ
A A
σe
σe
0 ε 0 ε
Em geral, existe uma tensão σe , dita tensão de escoamento, tal que enquanto σ < σe
não aparecem deformações plásticas. Ao ser atingida σe , começam a aparecer as deformações
plásticas ε.
No caso da figura 9-b, a tensão σ não permanece constante, crescendo com ε . Diz-se
que o material apresenta plasticidade com encruamento, tudo se passando como se σe crescesse
ao longo do processo de deformação, por exemplo como função de ε. A descarga se faz
conforme indica a própria figura 9-b, sem reversibilidade da deformação.
Figura 10-a
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Materiais de Construção - Reologia
Figura 10-b
Figura 10-c
Enquanto o esforço produzido por σ for menor que a força de atrito (G • tgϕ) não há
deslocamento; quando F superar a força de atrito, há deslocamento livre.
2.4 Viscosidade
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Materiais de Construção - Reologia
Estudos iniciados por Newton mostraram que os líquidos reais em repouso também não
são capazes de transmitir tensões tangenciais, mas que em movimento eles o são. Ainda mais,
Newton concluiu serem as tensões tangenciais proporcionais à velocidade de deformação
correspondente.
•
τ =η γ
(11)
Isto explica o fato de se ter τ = 0 quando o líquido está em repouso, pois nestas
•
condições γ = constante e γ = 0 . Partindo deste conceito, desenvolveu-se a mecânica dos fluidos
viscosos.
•
σ =η ε (12)
• σ0
ε= (13)
η
σ0
ε (t ) = t (14)
η
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Materiais de Construção - Reologia
σ ε
σ0
t t
0 0
σ σ
Figura 11-c
Figura 11-d
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Materiais de Construção - Reologia
B C
σe
A D
ε
εp εe
Figura 12
Se, no entanto, for carregado até um ponto como C, seu descarregamento dar-se-á por
CD, aparecendo uma combinação de deformações elásticas εe com deformações plásticas εp.
Aqui, a sua descrição já exige a conjugação de um modelo elástico com um modelo plástico
perfeito.
Se a tensão aplicada no aço se mantiver constante por algum tempo, poderão ser
observadas deformações não-imediatas (fluência dos aços), de origem viscosa, portanto.
Assim sendo, um modelo reológico que represente o aço doce deve ser formado através
da conjugação de modelos elásticos, plásticos e viscosos.
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Materiais de Construção - Reologia
σ C
0 D
εp εe
Figura 13
Se, no entanto, for carregado até um ponto C, seu descarregamento dar-se-á por CD,
aparecendo uma combinação de deformações elásticas εe com deformações plásticas εp.
Se a tensão aplicada no concreto mantiver-se constante por algum tempo, poderão ser
observadas deformações não-imediatas (deformação lenta do concreto), de origem viscosa,
portanto.
Assim sendo , também um modelo reológico que represente o concreto deve ser
formado através da conjugação de modelos elásticos, plásticos e viscosos.
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Materiais de Construção - Reologia
(E) ( σe )
σ σ
Figura 14
Cada elemento suportará toda a tensão σ, sendo a deformação total ε obtida pela soma
das deformações de cada elemento.
(η)
σ σ
(E)
Figura 15
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Materiais de Construção - Reologia
Cada elemento suportará uma parcela de σ, sendo a deformação total a mesma para os
dois elementos, em cada instante. A parcela de σ que cada elemento suporta é definida pela
igualdade das deformações dos elementos em paralelo, e não pela distribuição de σ em função
dos braços de alavanca desenhados no modelo.
σ = σ1 + σ 2 (15)
σ 2 = E ε (t ) (16)
•
σ 1 = η ε (t ) (17)
E, portanto :
•
σ =η ε + E ε (18)
• E σ0
ε+ ε= (19)
η η
σ0
E
−
ε (t ) = A e
t
η
+ (20)
E
σ0
A=− (21)
E
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Materiais de Construção - Reologia
E, portanto :
σ 0 ⎛⎜ ⎞
E
−
ε (t ) =
t
1− e η ⎟ (22)
E ⎜⎝ ⎟
⎠
⎛ −
E
⎞
σ 2 (t ) = σ 0 ⎜1 − e
t
η ⎟ (23)
⎜ ⎟
⎝ ⎠
E a tensão no pistão :
E
−
σ 1 (t ) = σ 0 − σ 2 (t ) = σ 0 e
t
η
(24)
σ ε
σ0 σ0
E
t t
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Materiais de Construção - Reologia
σ1 σ2
σ0
σ0
t t
No instante inicial, como ε (0) = 0 . toda tensão σ0 é transmitida pelo pistão. Como este
adquire velocidade de deformação pelo efeito de σ, com o tempo a deformação cresce, com o
que cresce a tensão na mola e decresce a tensão no pistão, e portanto sua velocidade de
deformação. Para t → ∝ , toda tensão σ0 tende a ser transmitida pela mola, tendendo a zero no
pistão.
(η)
σ
σ
(E’)
(E”)
Figura 17
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Materiais de Construção - Reologia
(η)
σ
σ
(E’) (R)
(E”)
Figura 18
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Materiais de Construção - Reologia
(η)
(E’) (R)
(0,85 R)
Figura 19
Por exemplo, para o material cujo modelo reológico está indicado na figura 15, a
equação 18 se generaliza em :
•
Tas = α D as + β Das (25)
Com α e β constantes, que podem ser obtidas analisando de forma completa o ensaio de
tração simples, ou outro mais conveniente.
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Materiais de Construção - Reologia
As equações obtidas desta forma, como por exemplo (25) e (26), são as equações
constitutivas dos materiais, em sua forma mais geral.
Em certos casos, a generalização não pode ser feita assim tão facilmente, sendo sempre
necessário verificar se o comportamento verificado na tração simples decorre das equações
tensoriais adotadas.
São particularmente importantes neste curso o modelo elástico como modelo básico, o
modelo visco-elástico para a descrição das condições de utilização das estruturas, e o modelo
elasto-plástico para a descrição das condições de colapso das estruturas.
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Materiais de Construção - Reologia
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Materiais de Construção - Reologia
Inicialmente, em t4 o braço C, como não há tempo para o pistão do braço A deformar, continua
suportando a tensão σB=σ2.
Como a soma das tensões no braços A e B devem totalizar zero (ou a tensão total aplicada), a
tensão no braço A será -σ2, σA= - σ2.
Lentamente o pistão e a mola E2 novamente vão perdendo as deformações acumuladas (є2+ є4) e a
tensão no intervalo e tempo t4 - t5 vai reduzindo a zero, simultaneamente nos braços A e B.
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Materiais de Construção - Agregados
d) Iniciamos aplicando em t0 uma tensão σ1< R2 e mantendo esta tensão até t2:
e) Aumentamos em t2 a tensão para σ2> R2 e σ2< R1 mantendo esta tensão até t4:
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Materiais de Construção - Agregados
No instante t3 com o escorregamento da mola as deformação є5, plástica tende ao infinito, atingindo
então a quantidade de deformação necessária para a ruptura.
є5 → ∞
A ruptura ocorre pelo acúmulo das deformações imediatas e lentas.
є de ruptura = є1 + є2 + є3 + є4 + є5
Simulação da ruptura pelas deformações imediatas:
Logo que a tensão σ3 atinge o corpo R1, este começa a escorregar, criando uma deformação
plástica є7 que tende para o infinito.
є7 → ∞
Ainda no instante t5 atingimos a quantidade de deformação necessária para levar o material à
ruptura.
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