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EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

ÍNDICE

I – INTRODUÇÃO 02
II – CONCEITO E TERMINOLOGIA 02
III – FORMAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO 03
IV – DISPENSA ARBITRÁRIA OU SEM JUSTA CAUSA 03
V – DISPENSA POR JUSTA CAUSA DO EMPREGADO 03
VI – PEDIDO DE DEMISSÃO 04
VII – RESCISÃO INDIRETA 04
VIII –CULPA RECIPROCA 05
IX – APOSENTADORIA 05
X – BIBLIOGRAFIA 06
I – INTRODUÇÃO

O contrato de trabalho, como qualquer outro negócio jurídico, pode se extinguir. O estudo de tal
fato, por sua própria natureza, interessa ao Direito do Trabalho, afinal, como conceituado pelo
eminente Professor Maurício Godinho Delgado na 12ª edição (2013) da obra “Curso de Direito do
Trabalho”, publicado pela Editora LTR, especificamente à fl. 47, ele é o “complexo de princípios,
regras e institutos jurídicos que regulam, no tocante às pessoas e matérias envolvidas, a relação
empregatícia de trabalho, além de outras relações laborais normativamente especificadas”.
Assim, estabelecendo o contrato de trabalho uma relação de subordinação do empregado e de
confiança por parte do empregador na qual ambos possuem direitos e deveres decorrentes das normas
do Direito do Trabalho, caso não sejam observadas, pode ocorrer a extinção do contrato de trabalho,
acaso não tenha sido consequência da decisão amigável dos envolvidos em romper a relação
contratual.
Neste breve artigo, trataremos, de forma abrangente, das formas de extinção do contrato de
trabalho mais comuns, sem adentrar minuciosamente nas causas que provocam a ruptura do liame
empregatício.

II – CONCEITO E TERMINOLOGIA

Por “extinção do contrato de trabalho” entendemos significar a desconstituição da relação


empregatícia sem possibilidade de continuação das relações reguladas pela legislação do trabalho.
Há doutrinadores que cunharam outras expressões, como, por exemplo, Délio Maranhão, para
quem o fim do pacto laboral se chama “dissolução”. Já para Evaristo de Moraes Filho o termo correto
é “cessação”. Tantos outros denominam a extinção do contrato de trabalho ora como resilição,
resolução, ou ainda, rescisão, porém, todas as expressões voltadas para determinar o mesmo fim do ato
jurídico.
Ademais, há concordância entre os autores que, por extinção do contrato de trabalho, devemos
entender como o momento no qual o contrato de trabalho, estabelecido pelas partes que compõem a
relação de emprego, chega ao seu fim, podendo ser ocasionado por uma delas ou por ambas.

III – FORMAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

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As formas através das quais pode ocorrer a extinção do contrato de trabalho estudadas no presente
artigo são: dispensa arbitrária ou sem justa causa, dispensa por justa causa do empregado, pedido de
demissão, rescisão indireta, culpa recíproca e aposentadoria.

IV – DISPENSA ARBITRÁRIA OU SEM JUSTA CAUSA

Definida pelo artigo 165 da CLT, é aquela que não se funda “em motivo disciplinar, técnico,
econômico ou financeiro” e, por essa razão, pode levar o empregador a sofrer consequências, como a
de reintegrar o empregado ao trabalho, tratando-se, neste caso, de estabilidade própria, ou ser obrigado
a indenizar o empregado com todos os rendimentos até o término da mesma.
No mais, tem-se também a dispensa sem justa causa, que é o ato voluntário do empregador
extinguir o contrato de trabalho firmado com o seu empregado.
Nos casos de dispensa sem justa causa será devido ao empregado, com base no seu maior salário,
nos contratos por prazo indeterminado os seguintes títulos: saldo de salário, aviso prévio indenizado,
férias proporcionais e vencidas, acrescidas de 1/3 constitucional, décimo terceiro salário proporcional,
FGTS (rescisão e os valores depositados na conta vinculada do empregado a este título) e multa de
40% sobre os valores referentes ao FGTS.
Após o pagamento dessas verbas e, respeitado o prazo do art. 477 da CLT, estará encerrada a
relação de emprego, nos limites das obrigações e deveres das partes estabelecidas no contrato de
trabalho.

V – DISPENSA POR JUSTA CAUSA DO EMPREGADO

Valentim Carrion ensina que justa causa é o “efeito emanado de ato ilícito do empregado que,
violando alguma obrigação legal ou contratual, explícita ou implícita, permite ao empregador a
rescisão do contrato sem ônus”. As hipóteses estão elencadas no artigo 482 da CLT e, se o mesmo
incorrer em alguma delas, abre-se a possibilidade da dispensa por justa causa do empregado, quais
sejam: ato de improbidade, incontinência de conduta ou mau procedimento, negociação habitual por
conta própria ou alheia sem permissão do empregador, condenação criminal do empregado, passada
em julgado, desídia no desempenho das respectivas funções, embriaguez habitua ou em serviço,

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violação de segredo da empresa, ato de indisciplina ou de insubordinação, abandono de emprego, ato
lesivo da honra ou boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas ou
praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, prática constante de jogos de azar e ainda
ato atentatório à segurança nacional.
Se caracterizado o justo motivo para o empregador dispensar o empregado, caberá à este o
recebimento apenas das verbas adquiridas no decorrer do contrato de trabalho, como o saldo de
salário e as férias vencidas, perdendo o direito às verbas rescisórias, assim como de levantar os
valores referentes ao FGTS.

VI – PEDIDO DE DEMISSÃO

Quando o empregado pede demissão ele não faz jus ao recebimento da multa de 40% sobre o
FGTS e nem das férias proporcionais nos casos de contratos de trabalho inferiores a 1 (um) ano.
Assim, será devido pelo empregador, além destas férias proporcionais, o saldo de salário, o 13º
salário proporcional aos meses trabalhado e as férias vencidas, com o terço constitucional se houver.
Nos contratos por prazo determinado, se o empregado resolver pedir demissão antes de encerrado
o prazo final do aludido contrato, este estará obrigado a indenizar o empregador nos prejuízos que
seu ato resultar, sendo que esta não poderá superar o valor que seria devido ao empregado no caso
contrário, conforme prevê o artigo 480 e seu parágrafo primeiro da CLT.

VII – RESCISÃO INDIRETA

Foi concedida ao empregado (art. 483 da CLT) a possibilidade de rescindir o contrato quando
comprovada uma falta grave cometida pela empresa. Assim, caracterizada a rescisão indireta como
forma de extinção do contrato de trabalho, ao empregado serão devidas todas as verbas que lhe
seriam pagas no caso de extinção do contrato por rescisão sem justa causa.

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VIII – CULPA RECÍPROCA

É a modalidade na qual a extinção do contrato se dá quando ambas as partes cometem faltas


graves reciprocamente. Em face da dificuldade em se provar a ocorrência desta modalidade de
extinção das relações empregatícias, o instituto em destaque vem merecendo cada vez menos
importância na questão do estudo aplicado, tornando-se, inclusive, uma forma de modalidade de
extinção da relação empregatícia em desuso.
Apesar disso, sua existência é prevista em nossa legislação trabalhista, fato que nos permite
analisar a matéria, inclusive na forma de sua indenização, sendo que no caso de ocorrência destas
faltas recíprocas o empregado deverá pagar ao empregado uma multa sobre os depósitos no FGTS
inferior aos 40% no caso da dispensa sem justa causa, sendo indevidas as demais verbas, como férias
proporcionais, 13º proporcional e Aviso Prévio.

IX – APOSENTADORIA

É uma forma de extinção do contrato de trabalho compulsória, pois basta a concessão da


aposentadoria para que aquela determinada relação empregatícia alcance seu fim, ocasião em que o
empregado receberá todas as verbas rescisórias, com exceção do aviso prévio e da multa de 40% sobre
os valores depositados no FGTS.
Não se pode alegar continuação do contrato de trabalho quando o empregado se aposenta mas,
continua prestando seus serviços para o empregador, pois, na realidade, o antigo contrato findou-se um
dia antes da concessão da aposentadoria pelo INSS, iniciando novo contrato de trabalho um dia após à
concessão da aposentadoria.

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X – BIBLIOGRAFIA

CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho, 24ª edição, Editora Saraiva.
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho, 12ª Edição, LTr, 2013.
MARANHÃO, Délio. Direito do Trabalho, 2º edição, Fundação Getúlio Vargas, 1972;
MORAES FILHO, Evaristo de. Do contrato de trabalho como elemento da empresa, LTr, 1986;
PINTO MARTINS, Sérgio. Direito do Trabalho, 8ª edição, 1999, Editora Atlas;

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