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TÍTULO
Plano de Acção para o Desenvolvimento Turístico do Norte de Portugal
EDIÇÃO
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N)
Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional
COORDENAÇÃO GERAL
Pacto Regional para a Competitividade da Região do Norte
Paulo Gomes (Vice-Presidente da CCDR-N)
Júlio Pereira (Director de Serviços de Desenvolvimento Regional/CCDR-N)
EQUIPA TÉCNICA
Nuno Fazenda (Perito Coordenador responsável pela Agenda Regional do Turismo/CCDR-N)
Estela Alegria (CCDR-N)
Tânia Braga (CCDR-N)
Josefina Gomes (CCDR-N)
ACOMPANHAMENTO
Participação Comité de Pilotagem Direcção Regional de Agricultura Norte (Carlos Guerra – Director Regional); Direcção
Regional Economia Norte (Humberto Moura – Director Regional); Direcção Regional Cultura Norte (Helena Gil –
Directora Regional); Turismo de Portugal – Escolas de Hotelaria e Turismo do Norte (Paulo Vaz – representante Turismo
de Portugal); ADETURN (Jorge Osório – Presidente).
Participação Comissão de Acompanhamento para o Turismo do Norte de Portugal Conselho da Região; Turismo de
Portugal; AICEP; Associação dos Hotéis de Portugal; Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo;
Associação das Termas de Portugal; Confederação do Turismo de Portugal; Unishnor; Aeroporto Francisco Sá Carneiro;
APDL; Área Metropolitana do Porto; Associação Empresarial de Portugal; Estrutura de Missão Douro; ICNB; Regiões
de Turismo do Douro Sul, da Serra do Marão, do Nordeste Transmontano; do Alto Tâmega e Barroso, do Alto Minho,
Verde Minho e da Rota da Luz; Zona de Turismo de Guimarães; TURIHAB; Comissão de Viticultura da Região dos
Vinhos Verdes; Instituto dos Vinhos do Douro e Porto; Associação dos Aderentes da RVP; Porto Convention Bureau;
EP – Estradas de Portugal; CP – Comboios de Portugal; Casa da Música; Fundação de Serralves; UGT Norte; União
dos Sindicatos do Norte; Sonae Turismo; Solverde; Douro Azul; CS Hotéis; UNICER Turismo; Grupo Pestana; Sheraton
Porto; Hotéis Mercure Portugal – Grupo Accor; Sol Hoti-Portugal Hotéis Lda. (Mélia e Tryp).
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Gabinete de Marketing e Comunicação da CCDR-N
DESIGN E PAGINAÇÃO
Furtacores Design e Comunicação
PRODUÇÃO
Litografia Coimbra, S.A.
ISBN
978-972-734-268-6
DEPÓSITO LEGAL
275832/08
DATA
Abril.2008
CO-FINANCIAMENTO
União Europeia
Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional
Nota de Abertura
No plano estritamente económico o turismo é uma fonte de A melhor ilustração daquilo que foi dito está na formulação de
rendimentos entre as mais importantes e apetecidas por prati- uma política turística regional, coerente, realista e original que,
camente todos os países, regiões, ilhas e cidades. Chega a ser pela primeira vez se encontra contida num plano que, assim o
encarado como uma espécie de panaceia para espaços econó- espero, será por certo uma referência comum para a expansão
micos em declínio por perda das suas actividades tradicionais. do turismo no Norte.
É mesmo considerado como uma das poucas soluções para se Por último, vale a pena ainda salientar que, este Plano resulta,
sair de uma crise local ou regional, e isso explica o multiplicar de também, da participação dos principais actores institucionais
projectos turísticos em toda a parte, em particular nos espaços pertinentes (nacionais e regionais). Esta visão partilhada, pela
rurais e nas zonas mais longínquas e inóspitas. CCDR-N e por esses actores, é o corolário do trabalho empenha-
Pergunta-se: qual a contribuição do turismo para o desenvolvi- do dos diversos membros quer do Comité de Pilotagem, quer da
mento regional? Pode o turismo equilibrar o recuo da agricultura Comissão de Acompanhamento desta Agenda. Sem eles, não
e do modelo industrial tradicional? teria sido possível chegarmos a esta estratégia partilhada para o
Na Região do Norte a resposta a estas questões é sem ambigui- turismo da Região do Norte e, mais do que isso, sem eles não
dades: sim, o turismo é um eixo essencial da sua estratégia de será possível pô-la em prática. Em conjunto demos este (neces-
desenvolvimento. O Programa Operacional da Região Norte para sário) primeiro passo e, agora, num espírito de responsabilidade
2007-2013, financiado por um generoso envelope de fundos es- partilhada e de convergência de esforços, importa darmos conti-
truturais, atribui à valorização turística do território a categoria de nuidade a este processo, isto é, passar da Estratégia à Acção!
prioridade, e aposta no reforço a nível regional e municipal das
políticas turísticas criadoras de emprego de qualidade.
A Região Norte de Portugal tem imensos atributos turísticos por CARLOS LAGE
explorar e não é pelo facto de todo o mundo dizer o mesmo a Presidente da CCDR-N
propósito do seu país ou região que, por pudor ou recusa de uma
retórica gasta, vamos deixar de o repetir. 20 de Abril de 2008
A geografia turística e humana da Região do Norte é muito diver-
sificada. A presença, a ocidente, do oceano Atlântico tempera-
lhe o clima e cria condições para a fixação populacional e para as
actividades marítimas. Mas um dos traços essenciais do quadro
natural do Norte consiste na presença do Vale do Douro, vale
profundo cavado entre montanhas pelo grande rio e pelos seus
afluentes. É neste magnífico Vale do Douro, desde a fronteira à
cidade do Porto, que reside um dos grandes desafios turísticos
para a região e para o país.
Também o turismo no espaço rural – para o qual o Minho tem
uma vocação incomparável – se encontra em alta e a desenhar
um vector de grande futuro nas correntes turísticas europeias e
ocidentais, ao ponto de a União Europeia o acolher e encorajar
no âmbito da sua Política Regional e no chamado segundo pilar
da Política Agrícola Comum.
NOTA DE ABERTURA 03
1. Enquadramento Nacional 10
2. Enquadramento Regional 14
1. Oferta Turística 18
1.1 Principais Recursos e Produtos Turísticos 18
1.2 Oferta de Alojamento Turístico 43
1.3 Oferta Termal 50
1.4 Oferta de Formação em Turismo e Hotelaria 51
2. Procura Turística 56
2.1 Número de Dormidas 56
2.2 Territorialização da Procura Turística 58
2.3 Principais Mercados da Região do Norte 61
2.4 Estada Média e Taxas de Ocupação 62
2.5 Procura Actual e Potencial do Aeroporto Francisco Sá Carneiro 63
3. Síntese de Diagnóstico – Factos e Números 64
4. Análise Swot e Factores Críticos de Sucesso 66
3 ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO 73
BIBLIOGRAFIA 110
1
O Turismo na
Região do Norte
Enquadramento Estratégico
Nacional e Regional
O Turismo na Região do Norte
Neste contexto, é aprovado o Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT), cuja Saúde e Bem Estar Golfe
visão é a seguinte:
10 11
O Turismo na Região do Norte
Por outro lado, o Programa Nacional te, pela «promoção de modelos de de- FIGURA 1 Enquadramento político-estratégico do Turismo Nacional
de Política de Ordenamento do Terri- senvolvimento de turismo para cada
tório (PNPOT), para a área do Turismo, um dos destinos turísticos e definição
refere que se deverá «implementar uma de mecanismos de articulação entre
PROGRAMA DO XVII GOVERNO
estratégia que promova o aproveitamen- o desenvolvimento das regiões com
TURISMO
to sustentável do potencial turístico de elevado potencial turístico e as polí-
Portugal às escalas nacional, regional e ticas de ambiente e ordenamento do
Uma das cinco áreas decisivas para o desenvolvimento sustentável de Portugal
local», devendo passar, nomeadamen- território».
Sector estratégico prioritário para o país – Política Nacional de Turismo
12 13
O Turismo na Região do Norte
14 15
2 Diagnóstico
Prospectivo do
Turismo da
Região do Norte
Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
Norte de Portugal
PORTO VINHOS
1. Oferta Turística
> Denso e rico Património Histórico, > Douro – Região Demarcada mais
Artístico e Arquitectónico antiga do Mundo
No âmbito da análise da oferta turística regional proceder-se-á, num primeiro momen- > Cultura e Conhecimento > Vinho do Porto – Caves do Vinho do
to, a uma identificação dos principais recursos da Região do Norte e, posteriormente, > Centro Económico e Empresarial Porto e Barcos Rabelos
a uma análise da tipologia da oferta e capacidade de alojamento existente na Região. > Pólo de Congressos, Convenções e > Vindimas e tradições associadas –
Seminários Aldeias Vinhateiras e Quintas
> Eventos de Animação > Vinhos Verdes
18 19
Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
A figura seguinte (não sendo exaustiva) apresenta os principais recursos turísticos Decorrente dos recursos turísticos existentes na Região, poder-se-á identificar um
pelas sub-marcas turístico-promocionais existentes na Região do Norte. conjunto de produtos turísticos prioritários, que deverão ser desenvolvidos na Região
de forma integrada, designadamente através de Programas de Acção de Desenvolvi-
mento Turístico Integrados.
FIGURA 3 Principais recursos turísticos por sub-marcas turístico-promocionais
PORTO MINHO
Principais Produtos Atributos diferenciadores
> Centro Histórico do Porto > Património histórico/religioso Turísticos
> Património histórico-cultural > Diversidade de Cidades e
classificado Vilas Históricas
Centro económico e empresarial
> Caves do Vinho do Porto e > Vale do Lima TURISMO DE NEGÓCIOS
Pólo de Congressos, Convenções e Seminários
Barcos rabelos > Orla costeira Porto de Negócios
Cultura e Conhecimento
> Cultura e conhecimento > Parques naturais
> Centro económico e empresarial > Festas e romarias Espaços de arquitectura contemporânea
> Pólo de Congressos, Convenções e > Gastronomia e vinhos verdes Cidade histórica
TURISMO URBANO
Seminários > Aldeias rurais Museus e monumentos
City Break Porto
> Animação > Solares Animação e eventos
> Foz do Douro e orla costeira Shopping
20 21
Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
TURISMO HISTÓRICO- Diversidade de Cidades e Vilas históricas A motivação principal do consumidor eventos e que maior número de partici-
-CULTURAL (TOURING) Gastronomia típica / Produtos locais deste produto turístico é assistir/par- pantes acolhe.
Norte com História Festas e romarias ticipar em reuniões, congressos, con-
e Tradições Diversidade de artesanato ferências, seminários, lançamento de O sector da Medicina é aquele que pro-
produtos e em viagens de incentivos. porciona mais viagens no âmbito deste
Elemento valorizador e complementar da
produto. Observando a situação portu-
oferta turística regional e qualificador do perfil
De acordo com dados da ICCA (Inter- guesa, Lisboa ocupa a 5ª posição, com
GOLFE da procura
national Congress & Convention Asso- 63 reuniões em 2003, num ranking de
Emergência de investimentos
ciation), a Europa é o principal destino cidades europeias atendendo ao nú-
Mercado em expansão (7% ano)
deste tipo de viagens. Numa análise mero de reuniões. O Porto ocupa a 35ª
por países, os Estados Unidos da Amé- posição nesse mesmo ranking com 12
rica é o país mais procurado para estes reuniões (dados de 2003 da ICCA).
Seguidamente, apresenta-se uma ficha síntese (por produto turístico prioritário) que
inclui (i) um breve enquadramento do produto em causa (em termos de definição,
conceito e tendências), (ii) os Recursos/ Atributos diferenciadores da Região do Norte
de Portugal face a esse mesmo produto e (iii) as orientações para o desenvolvimento
do mesmo na Região.
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Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
Destaca-se, neste âmbito, o tecido empresarial e o meio universitário (pólos de I&D) e O consumidor deste produto turístico A escolha da cidade por parte do Turista
a existência de algumas infra-estruturas de acolhimento de eventos ligados ao Turis- tem inerente a motivação de conhecer Urbano pode ter diversas justificações,
mo de Negócios, nomeadamente: uma cidade e de desfrutar das diver- nomeadamente, a oferta cultural, a com-
sas atracções que esta oferece e, para ponente arquitectónica ou os monumen-
> Exponor isso, realiza uma estadia, normalmente tos, a gastronomia e tradições locais, as
> Palácio da Bolsa de curta duração, para visitar a cidade. actividades comerciais, entre outras.
> Serralves Neste âmbito pode distinguir-se três
> Pavilhão Rosa Mota mercados: (i) “Turismo Urbano Stan- O Turismo Urbano encontra-se em gran-
> Pavilhões Multiusos de Gondomar e de Guimarães dard” (os visitantes pretendem visitar a de expansão, estimando-se uma taxa de
> Europarque cidade e, durante a sua estada, optam crescimento anual entre 12% e 15% em
> Oferta hoteleira variada por ficar alojados em hotéis de 2 ou 3 viagens desta tipologia.
estrelas e procuram produtos e serviços
Acresce, ainda, a diversidade de Monumentos, Museus, Centros Comerciais, Restau- com preços acessíveis), (ii) “Turismo Ur- A crescente utilização da Internet e o
rantes para complementar e enriquecer as viagens ligadas a este segmento. bano Upscale” (os visitantes pretendem aparecimento das viagens aéreas “low
visitar a cidade e, durante a sua estada, cost” são factores determinantes para
optam por ficar alojados em hotéis de 4 esta tendência de expansão.
ou 5 estrelas e preferem serviços per-
Orientações para o Desenvolvimento do Produto Turístico Prioritário sonalizados de elevada qualidade) e (iii) O Reino Unido e a Alemanha são os prin-
Turismo de Negócios no Norte de Portugal “Turismo Urbano Temático” (os visitan- cipais mercados emissores deste tipo
tes escolhem a cidade com o intuito de de viagens.
Apesar dos recursos disponíveis, ainda importância da Região enquanto destino realizarem actividades específicas rela-
existem diversas melhorias que podem de Turismo de Negócios. Devem ser cionadas com determinado tema). Fonte: Turismo de Portugal, 2007
ser efectuadas com o intuito de reforçar a destacados os seguintes aspectos:
24 25
Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
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Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
Côrno
do Bico Montesinho
A motivação principal de um consumidor Quanto ao Turismo de Recreio, observa-
Lagoas de que procura o produto Turismo Náutico se que é um ramo do Turismo que se
Bertiandos
e São Pedro é desfrutar de uma viagem activa em encontra, igualmente, em expansão. A
de Arcos
Rio Tâmega
Albufeira
do Azibo
contacto com a água, podendo realizar procura mundial por este sub-produto
diversas actividades náuticas, tanto em tem vindo a aumentar, registando-se,
OCEANO ATLÂNTICO
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Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
Alguns Recursos/Atributos Diferenciadores da Região do Norte de Tendo em vista, por um lado, a afirmação turística da região do Douro (enquan-
Portugal no Domínio do Golfe to pólo turístico prioritário identificado no PENT) e, por outro, o desenvolvimento de
outras áreas com vocação turística na Região do Norte e/ou o lançamento/conso-
Não tendo sido a Região do Norte de Portugal um destino de Golfe (sobretudo quan- lidação de produtos turísticos prioritários para a Região (anteriormente identi-
do comparada com outras regiões – como sendo o Algarve), o golfe para o Norte de ficados), o Programa Operacional Regional do Norte 2007-2013 contempla objectivos
Portugal constitui, no entanto, um produto turístico importante enquanto potencial específicos e tipologias de acções para o Douro (e para outros territórios da Região
elemento complementar e valorizador da oferta turística regional e, simultaneamente, Norte que evidenciem vocação turística) e para o desenvolvimento dos produtos turís-
qualificador do perfil da procura. ticos prioritários a potenciar (cfr. figura seguinte).
> O destino Porto e Norte de Portugal deverá, pois, apostar no produto Golfe e Pres-
Gestão activa da Rede Turismo de Natureza e Rural (qualificação de
tígio, numa exigência de qualidade dos campos de golfe da região, bem como, na
Natura e da Biodiversidade espaços naturais)
conjugação do Golfe com outros produtos turísticos, nomeadamente, o turismo histó-
rico-cultural, de natureza e de saúde e bem-estar;
Promoção de operações
integradas em zonas de Turismo urbano – City Break
> A promoção da qualidade dos serviços relacionados com o Golfe deverá também excelência urbana
passar pela existência de recursos humanos qualificados na área.
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Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
A Agenda Regional de Turismo – que define a Política e a Estratégia Regional de 1.2 Oferta de Alojamento Turístico
Turismo – e o PROT-N (enquanto instrumento estratégico de desenvolvimento terri-
torial) encontram-se, deste modo, na área do Turismo, compatibilizados com o prin- 1.2.1 Estabelecimentos Hoteleiros
cipal instrumento de financiamento comunitário da Região do Norte para o próximo
período de programação 2007-2013 (ON.2 – Programa Operacional Regional do Norte) Pese embora o potencial turístico que a Região do Norte detém, esta Região, no qua-
e enquadrado, em termos gerais, com as orientações definidas no Plano Estratégico dro do Turismo nacional, ainda não apresenta um nível de desenvolvimento turístico
Nacional de Turismo. muito expressivo. Pois, actualmente a actividade turística portuguesa assenta, fun-
damentalmente, em três regiões, designadamente, Algarve, Lisboa e Vale do Tejo e
Pretende-se, pois, no que aos recursos e produtos turísticos da Região diz respeito, Madeira, que concentram cerca de 75% da actividade turística nacional.
que as respectivas medidas e projectos de desenvolvimento da Agenda Regional de
Turismo (e do PROT-Norte) estejam devidamente enquadrados e compatibilizados
com os principais instrumentos de desenvolvimento, tendo em vista a promoção de
FIGURA 6 Distribuição da capacidade de alojamento e dormidas por NUTS II em 2006 (estab.
uma maior eficácia e eficiência das políticas públicas com incidência no Turismo e, hoteleiros)
simultaneamente, uma maior coerência e sustentabilidade no desenvolvimento turís-
tico da Região do Norte.
AÇORES
NORTE
10% 13%
DOURO
Destino
3,2% CENTRO emergente
Pólo prioritário
9% 14%
MADEIRA
LISBOA ALENTEJO
11% 16%
22% 18%
ALGARVE
38% 37%
Legenda:
Capacidade de alojamento
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Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
No mapa anterior evidenciam-se algumas diferenças (assinaláveis) entre as diversas GRÁFICO 3 Distribuição da capacidade por categoria/tipo de alojamento na Região Norte (2006)
regiões, no que aos seus níveis de desenvolvimento turístico diz respeito, quer em ter-
mos de capacidade de alojamento, quer em termos de dormidas em estabelecimentos Hotéis 12%
Pensões 23%
hoteleiros. Sintetizando, no quadro da actividade deste sector em Portugal, a Região Hotéis Apartamentos 2%
Aldeamentos turísticos 1%
do Norte detinha, em 2006, 22% do número de estabelecimentos hoteleiros, corres- Apartamentos turísticos 1%
pondendo a 13% de capacidade de alojamento (em camas), posicionando-se, respecti-
vamente, como a 2ª e 4ª região turística neste âmbito (cfr. gráficos seguintes).
Motéis 23%
Estalagens 18%
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Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
gião Norte, nomeadamente, no poder de compra do turista e consequentemente na 1.2.3 O Turismo em Espaço Rural (TER)
receita média do mesmo (cuja receita turística da Região é abaixo da média nacional).
A Região carece, assim, de uma oferta de alojamento mais qualificada e distribu- No que à oferta de alojamento em Turismo em Espaço Rural (TER) diz respeito, a Re-
ída pela Região, nomeadamente, em regiões com potencial turístico. gião Norte é, de forma destacada, a Região que apresenta a maior oferta no país. De
acordo com os dados do INE (2007), a Região do Norte representa cerca de 44% do
total nacional, o que corresponde a 461 estabelecimentos.1
1.2.2 Territorialização da Oferta de Alojamento na Região (Estabelecimentos Hoteleiros)
GRÁFICO 5 Número de estabelecimentos TER por NUTS II (2006)
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Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
No que à procura diz respeito no domínio do TER, a Região do Norte apresenta cerca Face ao exposto, o Turismo em Espaço No âmbito do PENT, o Turismo de Na-
de 152 mil dormidas, correspondendo, aproximadamente, a 30% do total de dormidas Rural é, indiscutivelmente, uma área em tureza é considerado um produto turís-
nacionais no TER. que a Região Norte em geral e o Minho tico prioritário a desenvolver, designada-
em particular (pela sua significativa ofer- mente, na Região do Norte. Na verdade,
GRÁFICO 7 Número de dormidas em TER por NUTS II (2006) ta), poderá colher “frutos” e contribuir mais de 40% do território da Região está
(29,4%) de forma significativa para um desenvol- coberto por um estatuto de protecção
170 000
151 835 vimento turístico sustentável, assente da natureza e dos seus recursos (11%
150 000
130 000
(22,3%) em padrões de qualidade e autenticida- como áreas protegidas, cerca de 33%
115 536
110 000
(18,2%)
de. Acresce, ainda, que este tipo de ofer- como REN e, aproximadamente, 18%
92 962
90 000 ta de alojamento, não só contribui para a de Rede Natura), pelo que, o Turismo
70 000 diversificação do produto turístico, mas de Natureza (incluindo, naturalmente, a
(9,6%)
(7,2%) (6,8%)
50 000 49 488 37 454
(6,5%)
também para a combinação de vários dimensão do alojamento de Turismo em
35 170 33 608
30 000 elementos turísticos, designadamente Espaço «Rural) pode (e deve) assumir
10 000 ao nível das rotas e circuitos temáticos um papel importante no desenvolvimen-
Norte Alentejo Centro Madeira Algarve Açores Lisboa
que a região proporciona. to da Região.
Fonte: INE (2007)
Analisando o n.º de dormidas por país de residência no TER, constata-se que o mer-
cado nacional regista mais de 60% das dormidas nesta tipologia de alojamento na
Região. Os principais mercados internacionais são o Reino Unido (8%), França (6%),
Alemanha (5%) e Espanha (5%). (cfr. gráfico seguinte).
Outros países 6%
Reino Unido 8%
Países Baixos 4%
França 6%
Espanha 5%
Bélgica 3%
Alemanha 5%
48 49
Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
Por último e ainda do lado da oferta turística, importa destacar o potencial que a Re-
gião do Norte dispõe no domínio do Termalismo. De facto, é na Região do Norte que A oferta escolar afecta ao Turismo de É no entanto necessário, dir-se-á mes-
se situa o maior número de estâncias termais do País (cfr. figura). Portugal (anteriormente INFTUR) na área mo, indispensável promover e fomentar
da Hotelaria/Restauração/Turismo na Re- uma mudança de atitude junto de algu-
De acordo com a Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG) existem, actualmente, gião Norte está distribuída uniformemen- mas franjas deste público, no sentido
24 concessões para exploração de águas minerais naturais que desenvolvem a activida- te no território, com Escolas localizadas de se incrementar a sua motivação e
de termal, no Norte de Portugal. Segundo a Direcção Geral de Saúde (DGS), dessas 24, em Lamego, Mirandela, Santa Maria da estimular a sua participação nas acções
18 correspondem a termas em funcionamento ou com autorização para funcionar.2 Feira, Viana do Castelo e Porto. ministradas. Destaque para o baixo nível
de participação nas acções de formação
MAPA 2 Termas na Região do Norte
Esta distribuição permite e potencia uma de empresários e profissionais dos esca-
Melgaço captação alargada de estudantes para a lões etários mais avançados.
Valença
Vila Nova
Monção Formação Inicial, apesar de algumas de-
de Cerveira
Paredes
Arcos de
Valdevez
ficiências detectadas localmente, recor- O parque escolar da região é constituído
de Coura Vinhais
Caminha rendo-se por isso a alunos oriundos de por edifícios e estruturas de diferentes
Ponte Ponte da Barca Montalegre Bragança
Chaves
de Lima
Terras de
outras sub-regiões da região Norte. Refi- tipologias, coexistindo estruturas adap-
Viana do Bouro Boticas
Castelo
Vila Verde
Vieira do ra-se ainda, que apesar desta amplitude tadas com instalações construídas de
Amares Minho
Esposende
Póvoa de
Lanhoso Cabeceiras
Valpaços
Vimioso
territorial, todas as Escolas acolhem alu- raiz, passando por unidades hoteleiras
Braga Macedo de
Barcelos
Fafe
de Basto
Ribeira
Vila Pouca
de Aguiar
Cavaleiros nos oriundos de outras regiões do país, reconvertidas. Nesta realidade, torna-se
Mirandela Miranda
Guimarães de Pena
Póvoa de Vila Nova Celorico Murça
do Douro
que não a Região do Norte. prioritário assegurar uma gestão rigoro-
Varzim de Famalicão Vizela de Basto Mondim Alfândega
Vila do Stº Tirso Felgueiras
de Basto
Vila Real Vila Flor da Fé
Mogadouro sa das instalações e equipamentos, de
Conde Paços de Alijó
Carrazeda
Trofa Ferreira
Lousada Stª Marta de
Amarante Penaguião
Sabrosa de Ansiães Por outro lado, esta cobertura permite forma a garantir que os seus custos não
Maia Valongo Paredes Torre de
Matosinhos Porto
Marco
de Baião Mesão
Peso da
Régua S. João da
Moncorvo
oferecer aos profissionais do sector um sejam factor de desequilíbrio.
Penafiel FrioLamego Pesqueira
Canaveses
Vila Nova Gondomar
Resende
Armamar Tabuaço Vila Nova de
Freixo de
Espada à Cinta
conjunto de formações que suprem as
de Gaia
Castelo Cinfães Foz Côa
Espinho de Paiva Tarouca
Moimenta Penedono
suas necessidades e lhes permitem fazer
Feira
S. João da Madeira
Arouca
da Beira
Sernancelhe
face às actuais exigências de mercado.
Oliveira de Vale de Termas em funcionamento ou com
Azemeis Cambra autorização para funcionar
Termas em não funcionamento
Fonte: ATP, 2007; CCDR-N, 2007
Sem prejuízo das valências e potencialidades das diversas termas existentes na Re-
gião, importa, neste âmbito, destacar também o recente Projecto “Aquanatur – Unicer Registe-se no entanto que de entre este universo, três das Escolas foram inauguradas
Turismo – Parques de Vidago & Pedras Salgadas”, classificado como PIN (Projecto de nos três últimos anos:
Interesse Nacional) que irá contribuir, significativamente, para o desenvolvimento do
turismo de saúde e de natureza da Região e, paralelamente, para um “up-grade” da > Mirandela em 2005;
oferta do alojamento regional, assente em padrões de qualidade e sustentabilidade. > Lamego em 2006 – Iniciou actividade em 2000 em instalações provisórias;
> Viana do Castelo em 2007.
2 Em 2007, a DGS lista 36 termas em funcionamento ou com autorização para funcionar pelo que mais de
metade se situam na Região do Norte.
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Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
As restantes, Porto e Santa Maria da Feira, foram inauguradas em 1969 e 1990, res- Formação em Alternância
pectivamente, estando previsto para breve a sua deslocalização para novas instala- Curso destinado a jovens habilitados com o 12.º ano de escolaridade, com a duração
ções em estruturas adaptadas (Porto – Esc. Sec. Soares dos Reis) ou criadas de raiz de 15 meses, que permitem aceder a uma especialização profissional.
(Santa Maria da Feira). > Restaurante/Bar
A- Formação Inicial
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Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
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Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
2. Procura Turística
Conforme nos demonstra o gráfico seguinte, o Algarve é responsável por cerca de Uma análise à sazonalidade da actividade turística da Região, isto é, observando a
38% das dormidas totais na hotelaria global, seguindo-se a Região de Lisboa e da Ma- evolução mensal do número de dormidas, constata-se que é no mês de Agosto que
deira com 21,7% e 15,3%, respectivamente. A Região do Norte ocupa o 4º lugar nas se regista o maior número de dormidas na Região Norte e é em Janeiro que se regista
dormidas da hotelaria global com uma quota de, aproximadamente, 10%. o menor (cfr. gráfico seguinte).
GRÁFICO 9 Dormidas em estabelecimentos hoteleiros (2006) GRÁFICO 10 Número de dormidas segundo o mês na Região Norte (2006)
Milhares Milhares
16 500 (37,7%) 600
14 500 14163,7
500
12 500
400
10 500 (21,7%)
56 57
Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
2.2 Territorialização da Procura Turística GRÁFICO 12 Passageiros em cruzeiros de turismo e recreação no Rio Douro
Passageiros em cruzeiros
Procedendo a uma espacialização da procura turística, mais concretamente, das dor-
midas em estabelecimentos hoteleiros, por sub-áreas turístico-promocionais, verifica-
se que (à semelhança do que acontece na oferta de estabelecimentos hoteleiros) é na 14 500
sub-área turístico promocional do Porto que se concentra mais de 60% das dormidas
em estabelecimentos hoteleiros. A Região do Minho, Douro e Trás-os-Montes, repre-
Em dez anos (1995/2005) registou-se
sentam 25,1%, 5,9% e 7,6%, respectivamente (cfr. figura seguinte). um crescimento médio anual de 29%
6 500
1995 – 13 658
FIGURA 9 Distribuição espacial das dormidas em estabelecimentos hoteleiros na Região Norte, 2005 – 177 272
por sub-áreas turístico-promocionais (2006)
500
2003 2004 2005
Conforme nos demonstra a figura anterior, a Região do Douro é, ainda, a região que re-
gista menor n.º de dormidas em estabelecimentos hoteleiros na Região do Norte. Não
obstante, a região do Douro encontra-se, neste momento, a ser objecto de diversos
investimentos (públicos e privados) que, de alguma forma, irão potenciar o desenvol-
vimento turístico desta Região. Por outro lado, existem vários indicadores que eviden-
ciam a crescente procura que se tem verificado pela Região do Douro ao longo dos
últimos dez anos, designadamente, a taxa de crescimento médio anual em dormidas
(que é superior à média regional e nacional) e o número de passageiros em cruzeiros no
Douro (que nos últimos dez anos tem crescido a uma taxa média anual de 29%).
58 59
Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
Por último, vale a pena salientar que, no período 2003-2006, a Região do Norte re- 2.3 Principais Mercados da Região do Norte
gistou uma taxa de crescimento médio anual de dormidas em estabelecimentos
hoteleiros de 7%. No período 2005-2006, o crescimento de dormidas em estabele- No que respeita aos principais mercados turísticos da Região do Norte, verifica-se,
cimentos hoteleiros chegou mesmo a atingir os 11,8% (INE, 2007). de alguma forma, uma dependência da Região face ao mercado nacional. Conforme
evidencia o gráfico seguinte, o mercado nacional representa 60% das dormidas na ho-
telaria global. Os principais mercados internacionais são Espanha (13%), Reino Unido
(4%) e França (4%). Importa, neste âmbito, sem prejuízo de se aumentar e consolidar
Taxa de Crescimento Médio Anual em Dormidas o mercado interno, que a Região consiga internacionalizar-se, isto é, aumentar os flu-
xos turísticos de mercados externos.
1995-2005 > 3,8% (2,5% Portugal)
2003-2006 > 7% (3,5% Portugal) GRÁFICO 13 Principais mercados – dormidas em estabelecimentos hoteleleiros na Região do
2005-2006 > 11,8% (5,8% Portugal) Norte por nacionalidades (2006)
Países Baixos 1%
Itália 3%
França 4%
Portugal 60%
TAXAS DE CRESCIMENTO
Espanha 13%
ACIMA DA MÉDIA NACIONAL
Bélgica 1%
Fonte: INE (2007) Alemanha 4%
Face ao exposto, constata-se que a Região do Norte tem vindo a registar nos úl-
timos anos uma dinâmica muito positiva na área do Turismo, nomeadamente, no
que respeita a dormidas e receitas turísticas em estabelecimentos hoteleiros.
60 61
Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
2.4 Estada média e taxas de ocupação 2.5 Procura Actual e Potencial do Aeroporto Francisco Sá Carneiro
No que concerne a estadas médias e taxas de ocupação em estabelecimentos ho- O Aeroporto Francisco Sá Carneiro é, no quadro do norte da Península Ibérica, o que
teleiros, constata-se que esta Região detém uma estada média (1.8 noites) e uma possui maior relevância, designadamente, em termos de volume de tráfego (4 mi-
taxa de ocupação em estabelecimentos hoteleiros (30,1%), abaixo dos valores médios lhões de passageiros em 2007), de catchment area (5.38 milhões de pessoas) e de
nacionais – que são de 3.1 noites de estada média e de 40,8% em termos de taxa ligação a destinos internacionais (Mercer, 2006; ANA 2007). De salientar, ainda, que
de ocupação (INE, 2007). Verifica-se, pois, alguma incapacidade da Região em “fixar” o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no âmbito do seu plano de expansão, foi objecto
e/ou promover estadas médias mais prolongadas. de diversas intervenções, conferindo-lhe, neste momento, uma capacidade de acolhi-
mento para 6 milhões passageiros/ano.
GRÁFICO 14 Estada média em estabeleci- GRÁFICO 15 Taxa de ocupação-cama (bruta) À semelhança do crescimento da procura turística da Região do Norte verificada nos
mentos hoteleiros (2006) em estabelecimentos hoteleiros
últimos anos (traduzida, nomeadamente, nos indicadores de dormidas e receitas em
estabelecimentos hoteleiros), o Aeroporto Francisco Sá Carneiro tem vindo a registar,
50,0 40,8
também, uma dinâmica muito positiva. Pois, entre 2005 e 2006 verificou-se um cresci-
4,0 40,0 mento de 10% no número de passageiros e, já em 2007, registou-se um crescimento
3,1 30,1 de 17,1% face a 2006.
3,0 30,0
2,0 1,8 20,0 Por outro lado, vale a pena ainda destacar o facto deste aeroporto registar um cresci-
mento no n.º de companhias aéreas (em 2003 – 7 companhias; em 2007 – 14 compa-
1,0 10,0
nhias) e no n.º de rotas (em 2003 – 23 rotas; em 2007 – 56 rotas).
0,0 0,0
Portugal Norte Portugal Norte
Embora, no quadro do turismo nacional, o “peso” da Região do Norte ainda não seja
muito expressivo, importa, no entanto, salientar que nos últimos dez anos (1995-2006)
a taxa de crescimento médio anual de dormidas em estabelecimentos hoteleiros na
Região do Norte foi superior à média nacional.
62 63
Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
3. Síntese de Diagnóstico – Factos e Números FIGURA 10 A actividade turística na Região do Norte no contexto nacional (em 2006)
> No quadro da actividade turística nacional a Região do Norte regista, apenas, 10% das N.º DE ESTABELECIMENTOS 452 22,3% 2.012 100
dormidas em estabelecimentos hoteleiros em Portugal (das quais 61% são de nacionais HOTELEIROS
e 39% são de estrangeiros);
CAPACIDADE DE 35.504 13,4% 263.814 100%
> A Região do Norte apresenta uma taxa de ocupação (30%) e uma permanência ALOJAMENTO (CAMAS)
média (1.8 nts) em estabelecimentos hoteleiros inferior ao registado em termos
N.º DE UNIDADES TER 450 44,6% 1053 100%
nacionais (tx. ocupação média nacional 40,8%; permanência média 3,0 nts);
64 65
Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
66 67
Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
Oportunidades Ameaças
> De acordo com a OMT prevê-se um crescimento sustentado para a indústria > Dificuldade de afirmação e desenvolvimento de Portugal, enquanto mercado
turística nos próximos 20 anos; europeu, face à procura gradual por destinos fora da Europa;
> Emergência de novos padrões de consumo e motivações, privilegiando desti- > Perda de competitividade relativamente a destinos/regiões concorrenciais, com a
nos que ofereçam experiências diversificadas e com elevado grau de autentici- mesma tipologia de oferta, podendo resultar num decréscimo na quota de mercado
dade e qualidade ambiental (Cultura, Património, Natureza, Gastronomia, Des- da Região do Norte de Portugal;
porto...); > Fragilidades concorrenciais do destino associáveis à dificuldade de afirmar em
> Acréscimo de competitividade do negócio turístico na região, decorrente do termos promocionais a Região (e a sua oferta) nos principais mercados interna-
crescimento da oferta de viagens low-cost; cionais;
> Rotas e circuitos turísticos, desde que bem potenciados, com temáticas devi- > Persistência dos principais problemas de encravamento, nomeadamente, ao
damente definidas, para segmentos de mercado claramente identificados, poderão nível de infra-estruturas (acessibilidades), de ordenamento paisagístico e de qualidade
contribuir para a constituição de produtos turísticos alternativos, combinados e com do ambiente;
elevados padrões de qualidade e diversidade; > A necessidade da actuação em rede e de escala, não é compatível com a fra-
> Reconhecimento político e mobilização inter-institucional para o desenvolvi- queza de concertação estratégica regional e com a pulverização de actuações;
mento turístico da Região (PENT; PIT, Agenda Regional Turismo, Estrutura de Missão > Perda de oportunidades de investimento para outras regiões (resultante de um
Douro); “lento” e complexo processo de licenciamento/aprovação de projectos).
> Possibilidade de maior articulação dos investimentos turísticos públicos/priva-
dos em torno de estratégias concertadas (ex. PDTVD);
> Investimentos turísticos privados em curso e intenções de outros novos inves-
timentos turísticos na Região;
> Próximo período de Programação de Fundos Estruturais e de Coesão (2007-2013);
>Terminal de Cruzeiros – Porto de Leixões (em projecto);
> Aeroporto Francisco Sá Carneiro em expansão e o surgimento de novas compa-
nhias áreas, de novas rotas e consequentemente, de novos mercados/segmentos.
68 69
Diagnóstico Prospectivo do Turismo da Região do Norte
> Estruturação territorial da oferta turística, tendo por base o planeamento e orde-
namento turístico dos recursos, das infra-estruturas de suporte e das facilidades de
apoio turísticas;
> Cursos e acções de formação que visem a reciclagem, qualificação e formação dos
profissionais do turismo e qualificação de estruturas de apoio à formação em Turismo;
>Dinamização do Turismo Activo e de Natureza, dotando os parques naturais de > Qualidade e facilidade nas vias de acesso terrestres intra-regionais (incluindo
infra-estruturas e equipamentos de apoio à prática deste tipo de turismo; ferroviárias, nomeadamente, as de maior interesse turístico), bem como melhoria da
sinalização turística, facilitando a mobilidade e a informação a turistas nacionais e
> Criação de zonas pedestres e espaços verdes nos principais centros urbanos; estrangeiros;
> Acções de valorização dos recursos turísticos; > Implementação de sistemas de qualidade nos estabelecimentos de hotelaria e
restauração, conducentes a uma melhoria na qualidade dos serviços prestados;
> Em suma, constitui factor crítico de sucesso a definição de uma Política e Orienta-
ção estratégica para o Turismo da Região do Norte, que estabeleça, nomeadamen-
te, os Eixos Prioritários de Intervenção, os Objectivos de Desenvolvimento Turístico,
as Metas e uma Matriz de Programação/Acção. Seguidamente apresentar-se-á essa
mesma Política e Estratégia de desenvolvimento turístico para o Norte de Portugal.
70 71
3 Estratégia de
Desenvolvimento
Estratégia de Desenvolvimento
1. Perspectiva e Premissas Fundamentais Estruturação territorial da oferta turística, tendo por base o planeamento e ordena-
mento turístico dos recursos, das infra-estruturas básicas e específicas de suporte ao
para o Turismo da Região do Norte turismo.
74 75
Estratégia de Desenvolvimento
Sendo esta a perspectiva, existe, ainda, um conjunto de premissas fundamentais > A sustentabilidade também é económica e social. Assim, dever-se-á promover o
que a Agenda Regional de Turismo, desde já, identifica e considera essenciais para o equilíbrio necessário entre o desenvolvimento, o investimento e o respeito pela biodi-
desenvolvimento turístico regional. versidade e conservação da natureza.
> Os recursos naturais e histórico-culturais constituem a base (a matéria prima) da
actividade turística – colocá-los em causa é “condenar” a viabilidade do Turismo sus-
tentável.
COMPETITIVIDADE E INOVAÇÃO
SUSTENTABILIDADE
76 77
Estratégia de Desenvolvimento
DOURO
2. Modelo Territorial e Visão
PORTO
NORTE DE PORTUGAL Uma Região – Quatro Destinos
MINHO
TRÁS-OS-MONTES
TRÁS-OS-MONTES
PORTO DOURO
78 79
Estratégia de Desenvolvimento
80 81
Estratégia de Desenvolvimento
82 83
Estratégia de Desenvolvimento
Como se sabe, o Alojamento turístico minada área/destino possuir uma oferta de Uma vez que a actividade turística é, de terísticas particulares do produto turísti-
constitui uma componente fundamen- Animação turística diversificada e estrutu- alguma forma, diferente de outras indús- co, da rigidez da oferta e dos desequilí-
tal para o desenvolvimento turístico rada, permite, nomeadamente, a obtenção trias ou actividades, na medida em que, brios sazonais em termos da procura e
de qualquer região, permitindo, entre de dois benefícios centrais: (i) satisfação na complexidade do produto turístico, da sua elasticidade.
outros aspectos, a capacidade de fixar das necessidades dos seus visitantes e existem elementos próprios das indús-
turistas e, assim, possibilitar, também, (ii) permanências médias dos visitantes trias de serviços, como a intangibilidade Neste contexto, tendo em considera-
a geração de receitas nesse mesmo no destino mais prolongadas. (não mensurável), a inseparabilidade (os ção, por um lado, que (conforme foi
território. Se por um lado, o alojamento serviços são produzidos simultaneamen- evidenciado no diagnóstico) o Turismo
turístico determina a capacidade de uma Ora, conforme se observou anteriormen- te), a perecibilidade (sem possibilidade na Região do Norte assenta, essen-
dada região em acolher e fixar turistas, te no diagnóstico efectuado, a Região de armazenamento), a heterogeneidade cialmente, no mercado nacional (onde
ele influencia, por outro, de forma signi- do Norte apresenta significativas de- (a qualidade dos serviços depende de o mercado estrangeiro na região não
ficativa, o tipo de turismo que se regista bilidades em termos de alojamento e quem, quando e onde são prestados, tor- tem ainda uma expressão assinalá-
nessa mesma região. Ou seja, o tipo e a animação, constituindo, neste âmbito, nando a sua avaliação difícil de controlar) vel) e, por outro, o bom desempe-
categoria da oferta de alojamento de- “estrangulamentos” e/ ou debilidades e, por outro lado, as motivações turísticas nho de qualquer região/área destino
terminam, ainda, o nível de qualidade ao seu desenvolvimento turístico. são descritivas, episódicas, dinâmicas e (turístico) passa, também, por uma
que esse território oferece em termos socialmente influenciáveis e evolutivas promoção turística eficaz e apelativa,
de alojamento e, por conseguinte, o Estas fraquezas traduzidas, nomeada- (Pearce e Butler, 1993), o Marketing Tu- um Eixo Prioritário de Intervenção é o
perfil do visitante para essa região (i.e. mente, na reduzida oferta de alojamento rístico assume um papel fundamental “Marketing e Promoção Turística Re-
com maior ou menor poder de compra). e de qualidade pouco satisfatória e de para o equilíbrio entre a satisfação das gional”. Pretende-se, pois, a projecção
Para além do Alojamento turístico, a uma escassa animação turística (que se necessidades e motivações dos turis- e promoção, de forma coordenada e
Animação turística constitui, igual- reflecte nas já evidenciadas baixas taxas tas e os interesses dos destinos turís- articulada, da oferta turística do Nor-
mente, um elemento essencial para a de ocupação e permanências média), le- ticos ou das organizações. te e dos seus sub-espaços e produtos
oferta turística de um dado território. vam a concluir que a estratégia de de- turísticos prioritários (nomeadamente
Por Animação entende-se todo o tipo senvolvimento turístico da Região do O marketing turístico apresenta, assim, no mercado nacional e, sobretudo no
de oferta complementar ao alojamento, Norte passa, entre outros aspectos (em quer numa óptica mais global ou mais mercado internacional, com particular
que possa conferir às estadias dos turis- paralelo com a requalificação da oferta tu- restrita, algumas especificidades que enfoque no mercado ibérico).
tas um valor acrescentado e, assim, per- rística de alojamento já existente), pela decorrem, designadamente, das carac-
mitir aos visitantes obter um experiência criação de uma oferta de alojamento www.aldeiasvinhateiras.pt
turística mais enriquecedora. assente em padrões de qualidade e
sustentabilidade e pela dinamização
Assim, no quadro das novas motivações de acções de animação turístico-cultu-
turísticas, a Animação constitui, hoje, ral (nomeadamente, eventos).
indiscutivelmente, um aspecto fun-
damental para o sucesso de qualquer
destino turístico. O facto de uma deter-
84 85
Estratégia de Desenvolvimento
A realidade da Região do Norte em maté- Assim, é estratégico apostar na quali- A Região do Norte depara-se com uma
ria de emprego e de empregabilidade dos ficação dos recursos humanos e pro- lacuna em matéria de conhecimento e
recursos humanos não tem sido a mais mover a empregabilidade do tecido informação detalhada sobre a perfor-
animadora. Paralelamente, as oportuni- produtivo da Região, designadamen- mance do “Turismo” regional. Neste
dades e as alternativas de emprego para te, no Turismo, mediante o apoio a âmbito, considera-se essencial que os
os jovens licenciados ou com formação acções e projectos que contribuam agentes públicos ou privados, para
técnico-profissional têm sido, ainda, rela- para melhorar os níveis de qualifica- efeitos da definição e implementação
tivamente diminutas. Neste contexto, o ção dos recursos humanos. das respectivas estratégias e deci-
desenvolvimento económico e turísti- sões, disponham de conhecimento e
co da Região passará, cada vez mais, Neste contexto, tendo em consideração informação de base regional sobre as
pela preparação básica e específica que, por um lado, a qualidade do serviço dinâmicas da actividade turística no
dos seus recursos humanos e pela ca- turístico depende, em grande medida, Norte de Portugal, no quadro do tu-
pacidade de criar e manter empregos da existência de pessoas qualificadas rismo nacional e internacional.
suficientemente atractivos que fixem capazes de prestar serviços de qualida-
activos qualificados. Só assim serão de nas mais diversas áreas e, por outro, O conhecimento sobre a actividade tu-
criados factores de ruptura capazes de a Região apresente debilidades em ma- rística regional deverá, assim, de forma
quebrar o ciclo não virtuoso que carac- téria de recursos humanos qualificados periódica, ser prestado aos diversos
teriza o actual modelo de crescimento na área do Turismo e Hotelaria, um dos agentes – públicos e privados, facultan-
da Região do Norte: recursos humanos Eixos Prioritários de Intervenção do Tu- do, nomeadamente, informação respei-
pouco qualificados – empregos pouco rismo regional deverá passar, necessa- tante à (i) oferta turística (por exemplo,
qualificados – pouco estímulo à qualifica- riamente, pela “Qualificação e Forma- ao nível da capacidade e tipologia da
ção dos recursos humanos. ção dos Recursos Humanos”. oferta de alojamento, dos equipamentos
de animação, etc.) e (ii) à procura turís-
tica regional (n.º de dormidas, taxas de
ocupação, principais mercados, motiva-
ções, etc.). Torna-se, pois, imprescindí-
vel a produção rigorosa de um conjunto
mínimo de indicadores de monitorização
e acompanhamento da evolução do tu-
rismo na região.
86 87
Estratégia de Desenvolvimento
ção de natureza qualitativa e de reflexão tal que se contrarie a dispersão e se pro- Em resumo, apresenta-se, seguidamente, o objectivo global e os objectivos estratégi-
prospectiva. Neste contexto, a Região mova a concentração e a selectividade cos para o desenvolvimento turístico da Região do Norte.
deverá (no futuro) dispor, por um lado, (recorrendo, por exemplo, a Programas
de informação sobre o que está a acon- de Acção de Desenvolvimento Turístico
tecer na Região em matéria de Turismo Integrados – em torno de territórios e/ou
(investimentos, projectos e iniciativas) e, produtos). Objectivos de Desenvolvimento Turístico da Região do Norte
por outro, de conhecimento técnico-cien-
tífico sobre a actividade turística regional, Neste contexto, a estratégia de desen-
Objectivo Global
onde os agentes públicos e privados e a volvimento turístico do Norte de Por-
comunidade académica serão essenciais tugal deverá passar pela existência de
Posicionar o Norte de Portugal como uma das regiões de maior
– através do seu know-how e experiên- uma Agenda Regional neste domínio
cia – para ajudarem a criar um espaço de que vise promover, nomeadamente:
crescimento turístico no país, através de um processo de desen-
reflexão sobre o turismo regional. volvimento sustentável baseado na Qualificação, na Excelência e
a) o conhecimento e a informação so- na Competitividade e Inovação da sua oferta turística, transfor-
Por último, importa desenvolver um bre as dinâmicas do turismo regional mando o Turismo como um factor de desenvolvimento e diversi-
processo de dinamização e acompa- (espaço de reflexão e acompanha-
ficação da economia regional
nhamento de acções integradas para o mento do turismo do Norte de Portu-
desenvolvimento turístico na Região do gal);
Norte. Na verdade, o desenvolvimento
turístico regional nem sempre se tem b) a dinamização e o acompanhamen- Objectivos Estratégicos
pautado por uma coerência de articula- to de Programas de Acção turísticos
ção de iniciativas – tendo, muitas vezes, integrados (em estreita articulação > Qualificar e valorizar os recursos turísticos, potenciando os produtos turísticos prio-
prevalecido uma lógica de acções “avul- com os agentes regionais). ritários e criar as infra-estruturas de suporte ao Turismo regional.
sas”. Torna-se, deste modo, fundamen- > Desenvolver a oferta de Alojamento e Animação assente em padrões de qualidade
e sustentabilidade.
> Promover a Qualificação e Formação dos Recursos Humanos.
> Projectar e promover a oferta turística do Porto e Norte de Portugal, afirmando os
seus sub-espaços e produtos turísticos prioritários.
> Promover um processo de dinamização, acompanhamento e informação do turismo
regional.
88 89
Estratégia de Desenvolvimento
a) Dormidas
4. Metas
Taxa de cresci-
8 mento médio
7,18 anual de 7%
Face aos objectivos anteriormente identificados, importa, agora, proceder à definição 7
Taxa de crescimento (2006/2015)
médio anual de 10% 6,11
de metas para o Turismo do Norte de Portugal. 6
entre 2007/2009 5,49
5,06
5 4,6
Em primeiro lugar, haverá que proceder a um breve enquadramento sobre as metas 4,18 Taxa de cresci-
3,84 3,88
4
estabelecidas para a Região do Norte, nomeadamente, no âmbito do PENT – Plano 3,41 3,30
mento médio
2,91 3,17
Estratégico Nacional de Turismo. Neste contexto, vale a pena começar por referir que 3 2,67 2,70 anual de 8,5%
2,29 2,45 2,32
2,15 (estrangeiros)
o PENT prevê para o Norte, até 2015, um crescimento médio anual de 8,5% para o 2 1,78
1,98
1,55
número de dormidas de estrangeiros, sendo mais acelerado até 2009 (10,8%/ano) e
1
abrandando até aos 7,0% no final do período. Para as dormidas de nacionais a previsão
0 Taxa de cresci-
é de um crescimento de 2,9%/ano. Sendo assim, as dormidas totais na Região do
2006 2007 2008 2009 2010 2012 2015 mento médio
Norte aumentarão a 5,5%/ano. anual de 6%
(nacionais)
As metas expressas no PENT apontam também para um crescimento médio anu- Dormidas de Dormidas de Total de
Estrangeiros Nacionais Dormidas
al dos proveitos totais em estabelecimentos hoteleiros de 11% até 2015, sendo de
12,5%/ano até 2009 e um pouco mais de 10%/ano a partir daí. Este aumento, mais
que proporcional ao aumento das dormidas, pressupõe um melhoramento qualitativo
na oferta hoteleira e no perfil do turista que visita a região.
100,0
0,0
2006 2010 2008 2009 2007 2012 2015
90 91
Estratégia de Desenvolvimento
> 7,2 Milhões de dormidas (em 2006 foram 3,84). Entre 2006 e 2015 deverá, assim,
registar uma taxa de crescimento média anual de 7% (crescimento acima da média
nacional).
> 507 M€ de proveitos em estabelecimentos hoteleiros (registando um aumento 5. Matriz de Programação/Acção
de 176% face a 2006).
92 93
Estratégia de Desenvolvimento
Em síntese, o referencial estratégico do Turismo Regional, consubstanciado em cinco Turismo de Natureza Turismo Histórico-Cultural (Touring)
objectivos estratégicos, deverá ser materializado através de uma matriz de Programa-
ção/ Acção, que visa promover um desenvolvimento turístico sustentável e integrado. Turismo Náutico Golfe
94 95
Estratégia de Desenvolvimento
Procura-se, assim, através de uma estratégia de base regional, estruturada por 3. Análise SWOT;
Eixos Prioritários de Intervenção e Objectivos Estratégicos, a dinamização de 4. Estratégia de Desenvolvimento (Visão, Objectivos e Metas);
Programas de Acção de desenvolvimento turístico integrado (sob um enquadra- 5. Medidas e Projectos (suportados por fichas tipo de fundamentação e caracteriza-
mento estratégico), garantindo, tanto quanto possível, que os projectos de natu- ção de cada um dos projectos integrados no Programa de Acção);
reza pública e privada sejam desenvolvidos, de forma devidamente articulada e 6. Modelo de gestão do Programa de Acção.
enquadrada com um referencial estratégico previamente estabelecido.
Desta forma, ao pretender-se articular iniciativas e projectos enquadrados em Progra- Âmbito e características inerentes a cada Programa de Acção (da
mas de Acção, assentes numa determinada umbrella estratégica, pretende-se, tam- Agenda Regional de Turismo)
bém, assegurar uma maior eficácia e eficiência na utilização dos recursos públicos
e, paralelamente, garantir que os investimentos privados a serem dinamizados são a) No âmbito da Agenda Regional de Turismo, enquadram-se os seguintes tipos de
competitivos e sustentáveis. Em suma, concentração, selectividade e integração Programas de Acção:
de iniciativas, são princípios centrais da Estratégia de Turismo do Norte de Portugal. 1. Programas de Acção de natureza transversal (por exemplo, ligados à Formação ou
ao Marketing e Promoção turística regional), que possam contribuir, nomeadamen-
Neste contexto, apresenta-se seguidamente, a título indicativo, alguns referenciais te, para a criação/ desenvolvimento/ inovação de infra-estruturas de suporte que
gerais a ter em consideração na estruturação desses mesmos Programas de Acção visem a qualificação do turismo regional ou para a afirmação e promoção turística
da Agenda Regional de Turismo. da Região (e dos territórios com vocação/aptidão turística regional e/ou produtos
turísticos prioritários);
2. Programas de Acção de enfoque Territorial, os quais se devem enquadrar nas
Natureza dos Programas de Acção (da Agenda Regional de Turismo) áreas geográficas estabelecidas para cada um dos Destinos do Norte de Portugal,
isto é, cada Programa de Acção deve incidir e circunscrever-se à área de interven-
Consideram-se Programas de Acção de Desenvolvimento Turístico Integrado: ção de cada destino (Porto, Minho, Douro e Trás-os-Montes). A área geográfica
a) Conjuntos coerentes de projectos de investimento complementares e articulados de influência de cada destino poderá ser acrescida de territórios complementares
entre si e implementados num horizonte temporal limitado, que prosseguem de for- que se considerem pertinentes e coerentes para os principais produtos do destino
ma integrada a concretização de objectivos previamente estabelecidos na Estratégia turístico em causa;
inerente ao Programa de Acção; 3. Programas de Acção focalizados nos produtos turísticos prioritários estabeleci-
b) Concebidos e desenvolvidos, sempre que possível, por parcerias sólidas entre os dos no Plano de Acção da Agenda Regional de Turismo;
diversos actores que actuam no domínio de intervenção em causa. b) Enquadrarem-se nas orientações estratégicas definidas no Plano Estratégico Na-
cional de Turismo, no Plano de Acção da Agenda Regional de Turismo para o Norte
de Portugal, do PROT-Norte, e em planos sectoriais e de ordenamento do território,
quando aplicável;
Estrutura base e alguns conteúdos chave/ capítulos a ter em conta c) Dar origem a realizações (“outputs”) com incidência exclusiva na NUTS II “Norte”;
consideração em cada Programa de Acção d) Programas de Acção que não ultrapassem a duração de 3 anos.
96 97
Estratégia de Desenvolvimento
98 99
Estratégia de Desenvolvimento
FIGURA 12 Estrutura Macro do QREN 2007/2013 Assim, sem prejuízo do ON.2 apoiar projectos de suporte ao sistema regional de turis-
mo – fundamentais por o desenvolvimento turístico da Região (por exemplo, no domí-
Estrutura Macro
nio das acessibilidades, do ambiente, etc.), foi, no entanto, já estabelecido (no quadro
do QREN
do ON.2 – a título indicativo) um orçamento global de investimento directo a projectos
Fundo Estrutural – Euros intrinsecamente ligados ao turismo (e, naturalmente, relacionados com a Estratégia
Regional de Turismo) de cerca de 100 milhões de euros para o período 2007-2013.
36,8% dos POR
12,5% dos QREN
Neste âmbito, a Autoridade de Gestão do Programa Operacional Regional do Nor-
te 2007-2013 (ON.2), procederá ao lançamento dos respectivos procedimentos e
mecanismos de apoio a Programas de Acção/projectos destinados a desenvolver
o estabelecido na Agenda Regional de Turismo do Pacto para a Competitividade
Territorial da Região do Norte.
100 101
Estratégia de Desenvolvimento
Pese embora o ON.2 constitua um instrumento importante para a prossecução dos Assim, a articulação destes instrumentos financeiros (PO Regional, PO’s Temáticos,
objectivos da Agenda Regional de Turismo, a concretização da Política e da Estratégia PDR, PIT, etc.) com a Estratégia Regional de Turismo do Norte de Portugal é, tam-
Regional de Turismo para o Norte de Portugal não se esgota neste instrumento finan- bém, um dos desafios desta Agenda Prioritária, isto é, promover uma maior eficácia,
ceiro de âmbito regional. Na verdade, outros instrumentos financeiros serão determi- eficiência e concertação de investimentos em conformidade com um referencial es-
nantes para alcançar os objectivos inerentes ao preconizado na Agenda Regional de tratégico.
Turismo, designadamente:
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4Modelo de
Governação
Modelo de Governação
O Turismo utiliza uma matéria-prima muito especial: recursos naturais, ambientais, As competências inerentes ao Comité de Pilotagem são, nomeadamente, as seguintes:
paisagísticos, históricos e culturais (que são extremamente frágeis do ponto de vista
da sua preservação) e, em geral, não renováveis. Sem esses recursos não há Turismo. Competências do Comité de Pilotagem
O ambiente (em sentido lato) e o ordenamento do território são, assim, pilares indis-
pensáveis de qualquer estratégia na área do Turismo e uma vantagem competitiva 1 Coordenar, gerir e dinamizar o Plano de Acção;
insubstituível. 2 Promover a elaboração do Plano de Acção;
3 Preparar e elaborar propostas de desenvolvimento, em concreto, de todas as dili-
A transversalidade da actividade turística requer, pois, necessariamente, uma articu- gências tendentes à boa execução física e financeira e seguimento dos programas de
lação de iniciativas e projectos, tendo em vista, nomeadamente, a sustentabilidade acção, projectos e iniciativas integradas no Plano de Acção, articulando, para o efeito,
da actividade e uma maior eficácia e eficiência na implementação de uma Política com todas as entidades públicas e privadas relevantes;
Regional de Turismo. 4 Propor e desenvolver soluções de enquadramento financeiro e regulamentar para a
concretização dos programas, projectos e iniciativas integradas no Plano de Acção;
Como se sabe, o Turismo é uma actividade transversal, isto é, que atravessa um con- 5 Desenvolver, em concreto, o processo de elaboração da proposta de programação
junto de sectores dos quais depende a sua sustentabilidade. Neste âmbito, a articula- financeira anual do Plano de Acção e seu envio, dentro dos prazos que venham a ser
ção inter-sectorial é, pois, decisiva. Aliás, tal como refere a OMT (1998), para o desen- estabelecidos, para apreciação do Conselho de Coordenação Inter-sectorial;
volvimento e gestão do Turismo é necessário o envolvimento de várias instituições/ 6 Elaborar relatórios semestrais de progresso do Plano de Acção e seu envio, dentro dos
sectores, pois, dada a multiplicidade de intervenientes individuais e organizacionais prazos que venham a ser estabelecidos, para apreciação do Conselho de Coordenação
que actuam no sistema turismo, o planeamento sobre um destino turístico deverá, Inter-sectorial, após parecer da Comissão de Acompanhamento do Plano de Acção;
também, actuar no domínio inter-organizacional. A CCDR-N procurará também, assim, 7 Debater, preparar e propor as decisões do Conselho de Coordenação Inter-sectorial
no quadro das suas competências, promover, precisamente, essa articulação inter- necessárias aos eventuais ajustamentos, reorientações ou mesmo novas acções a
sectorial, nomeadamente, no âmbito do Plano Regional de Ordenamento do Território inscrever no Plano de Acção;
(PROT-N), do Programa Operacional Regional do Norte (ON.2) e, em particular, no 8 Coordenar a preparação de contributos relativamente aos documentos de enquadra-
âmbito do Conselho de Coordenação Intersectorial e do Conselho Regional (previsto mento regulamentar de operacionalização do Plano de Acção;
na lei orgânica de cada CCDR). 9 Desenvolver, em concreto, as condições de base do sistema de monitorização do
respectivo Plano de Acção;
Paralelamente e especificamente no caso da Agenda Regional de Turismo e respectivo 10 Adoptar a constituição de grupos de trabalho de âmbito multisectorial envolvendo,
Plano de Acção, foi adoptado um modelo de governância que visa reforçar e promover nomeadamente, os responsáveis pelos serviços desconcentrados (ou, em sua subs-
(de forma mais estreita) a necessária articulação entre sectores para a concretização tituição, técnicos da administração pública por eles designados) e representantes de
de uma estratégia partilhada e concertada entre os principais actores que actuam no instituições públicas e privadas directamente interessadas nos temas prioritários do
sistema turismo regional. Plano de Acção, com vista a desenvolver as acções tendentes à respectiva dinamiza-
ção e seguimento (por exemplo, elaborar os termos de referência de estudos, apoiar
Neste contexto, a Agenda Regional de Turismo é constituída por dois órgãos: a montagem técnica, financeira e institucional de iniciativas e projectos âncora, propor
metodologias de intervenção integradas em sectores com especiais problemas ou
a) Comité de Pilotagem: Órgão constituído por um n.º restrito de instituições em definir critérios e metodologias de seguimento e monitorização do Plano de Acção);
áreas chave para o turismo regional, capazes de colaborar activamente na dinamiza- 11 Desenvolver diligências tendentes a assegurar o respeito de todos os compromis-
ção e execução de Programas de Acção/ Medidas/ Projectos para o desenvolvimento sos nos prazos previstos, bem como a solução de eventuais disfunções nos dispositi-
turístico da Região. A natureza deste órgão é, fundamentalmente, de âmbito estraté- vos previstos e/ ou dificuldades de execução do Plano de Acção, nos tempos ou nos
gico-operacional. moldes previstos.
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Modelo de Governação
Os trabalhos de coordenação e apoio técnico-científico e operacional ao Comité de A figura seguinte evidencia, de forma sintética, o modelo de Governação da Agenda
Pilotagem para o Desenvolvimento Turístico do Norte de Portugal e, em particular, ao Regional de Turismo para o Norte de Portugal e respectivo Plano de Acção.
respectivo Plano de Acção, serão assegurados por um Perito-Coordenador e estrutura
MODELO DE GOVERNAÇÃO DO PLANO DE ACÇÃO PARA O TURISMO
de apoio técnico permanente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Re-
NO NORTE DE PORTUGAL – AGENDA REGIONAL DO TURISMO
gional do Norte.
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Fonte/Crédito de Imagens
CCDR-N
Capa; pág. 42 (topo superior, à direita); pág. 59; pág. 79 (3.ª imagem a contar do topo); separador “Modelo de
Governação”.
CCDR-N/ANÍBAL LEMOS
Pág. 29; pág. 39 e pág. 77.
CCDR-N/EGÍDIO SANTOS
Separador “Turismo na Região do Norte”; pág. 15; separador “Diagnóstico Prospectivo da Região do Norte”; pág. 23
(topo); pág. 25 (topo); pág. 36; pág. 71 (esquerda); separador “Estratégia de Desenvolvimento”; pág. 79 (duas imagens
do topo); pág. 83; pág. 101 e 102.
CCDR-N/JAMES STILLINGS
Pág. 63; pág. 70 e pág. 79 (imagem inferior).