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Instituto Brasileiro do Concreto

ÁBACOS DE DIMENSIONAMENTO PELO MÉTODO DE SILVA Jr. COM CONCRETO DE


ALTO DESEMPENHO

(1) AGUIRRE, Torrico Francisco


(2) BARBOSA, Plácido

(1) Eng. Civil, Mestrando em Engenharia Civil pela Universidade Federal Fluminense, Professor da
Universidad Mayor de San Simón e Universidad Privada Boliviana. E-mail: faguirre@upb.edu
(2) Eng. Civil, MSc., Professor da Graduação e Pós-graduação da Universidade Federal Fluminense. E-
mail: placido@civil.uff.br

RESUMO

Este artigo apresenta ábacos de dimensionamento a flexão composta do Concreto de


Alto Desempenho (CAD), com as curvas tensão x deformação proposta pelo CEB-FIP MC90
[7]. Na formulação apresentada, outros diagramas que mais se aproximan dos resultados
experimentais podem ser adotados. O desenvolvimento é feito pelo método proposto por
Jayme Ferreira da Silva Jr [13], ou como mais conhecido, “método de Silva Jr.”. Todos os
ábacos foram obtidos utilizando um programa de computação algébrica e simbólica (CAS).

1. INTRODUÇÃO

O Concreto de Alto Desempenho é uma evolução tecnológica do concreto convencional,


estando em crescente utilização no Brasil em obras residenciais, comerciais, públicas,
recuperação estrutural, barragens, premoldados, industriais, etc [10]. É obtido pela mistura de
cimento, agregados limpos e selecionados, aditivos minerais, aditivos químicos, e baixo fator
água cimento, que conferem ao material uma elevada resistência (limitada por algumas normas
a fck = 80 MPa) e durabilidade. A adição de aditivos químicos (superplastificantes) possibilita
redução no fator a/c, elevando a resistência mecânica do concreto e diminuindo a quantidade e
o diâmetro dos poros, aumentando a compacidade e resistência ao ataque de agentes
externos. Os aditivos minerais (sílica ativa, pozolanas, cinzas volantes, etc) têm como
finalidade prencher parte dos poros e combinar-se quimicamente com o Ca(OH)2 (pouco
resistente), formando os silicatos de cálcio hidratados (mais resistente). O CAD é portanto, um

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material que pode ter aplicações vantajosas nos tempos atuais, mas precisa de um controle
mais rigoroso na seleção dos materiais, na mistura, no transporte, na colocação, na
compactação e principalmente na cura.
O módulo de elasticidade do concreto não é proporcional ao incremento da resistência, e
no caso do CAD seu valor não pode ser extrapolado das normas de concretos convencionais,
pois poderia provocar flechas exageradas. O mesmo varia entre 30 e 40 GPa, podendo chegar
até no máximo 50 GPa.
Algumas normas internacionais de cálculo estrutural de concreto armado como o CEB-
FIP-MC90[7], CSA-CAN3-94[8] já incorporam este material no seu texto, outras normas como a
ACI 318-99 [4] permitem o seu emprego.
A Figura 1 mostra duas curvas típicas do diagrama tensão x deformação, para um
concreto convencional de fck = 20 MPa e a outra para um CAD de fck = 60 MPa.
40
f ck = 60 MPa

30
Tensões de cálculo (MPa)

20
f ck = 20 MPa

10

0 0.001 0.002 0.003 0.004

Deformação específica

Figura 1 – Curvas tensão x deformação de um CAD e um concreto comun.

O diagrama de tensão x deformação parábola retângulo, muito empregado no


dimensionamento de peças de concreto convencional, deve ser substituído por um diagrama,
que se aproxime dos resultados experimentais. O CAD têm curvas tensão x deformação
diferentes, é um material frágil, e quanto maior a resistência maior a fragilidade, portanto cada
tipo de concreto possui sua própria curva. Há uma necessidade de quantificar estes
parâmetros para efetuar um dimensionamento seguro.
Pela Figura 2, pode-se verificar que nos concretos com resistências maiores, existe
maior linearidade no trecho inicial entre as tensões e as deformações. Os valores das
deformações limites ou máximas diminuem com o aumento da resistência do concreto, por
exemplo, para uma resistência de fck = 80 MPa, a deformação limite do concreto comprimido é

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de 2.4 mm/m, bem menor que o valor normalmente utilizado de 3.5 mm/m. . As normas que
consideram o CAD, em geral, fornecem a equação da curva em função de sua resistência.

60

f ck = 80 MPa
45
Tensões (MPa)

f ck = 60 MPa
30
f ck = 40 MPa

15

0 0.001 0.002 0.003 0.004

Deformação específica

Figura 2 – Curvas de 3 tipos diferentes de concreto – CEB-FIP

Para equilibrar os esforços solicitantes, há necessidade de calcular a resultante do


concreto comprimido, integrando o diagrama sob a curva. Seu cálculo manual é muito
trabalhoso, e é necessário automatizar este procedimento [11], mas também pode-se utilizar
tabelas [11] ou ábacos de dimensionamento, sendo preciso uma tabela ou um ábaco diferente
para cada tipo de concreto. No final deste trabalho, serão exibidos ábacos de
dimensionamento, para diferentes relações de d’/h e para concretos com fck de 60 MPa.
Inicialmente, em todas as equações, o sentido dos esforços mostrados na Figura 4
correspondem a sinais positivos. No caso do esforço normal, o sinal positivo indica tração.

2. DIAGRAMAS DE TENSÃO x DEFORMAÇÃO DO CAD

As diferentes curvas tensão x deformação, obtidas nos ensaios de laboratório, podem


ser substituídas por curvas ideais utilizadas em análise estrutural e que normalmente são
apresentadas nas normas.

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fck = 60MPa
40

σ cd
30

Tensões (MPa)

20

σ(εc )
10

0 0.0015 0.003

εc Deformação específica ε c1 ε clim


Figura 3 – Curva tensão x deformação típica

As equações de dimensionamento correspondentes à curva tensão x deformação da


norma CEB-FIP são (para tensões inferiores a 100 MPa):

σ (ε c ) = σ R (ε c ) × σ cd (1)

A × η (ε c ) − [η (ε c )] 2
σ R (ε c ) = (2)
1 + ( A − 2) × η (ε c )
εc
η (ε c ) = (3)
ε c1
ε c1 × E cd
A= (4)
σ cd
1
 f +8 3
21500 ×  ck 
 10 
E cd = (5)
γc
f ck
σ cd = 0.85 × (6)
γc
No caso da deformação limite, foi adotada a expressão:
f ck
ε clim = 0.004 − 0.002 × (7)
100
Nestas fórmulas, εc1 = 0.0022 é a deformação específica correspondente à tensão
máxima σcd (este valor é também adotado por outras normas) e γc = 1.5 (valor do coeficiente de
segurança do concreto adotado pelo CEB-FIP). Em todas as equações, as unidades das

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tensões são MPa. Pesquisas recentes demonstram que o valor de εc1 é variável com a
resistência do concreto.
Ao considerar ações de longa duração, a resistência do concreto têm sua capacidade de
suporte reduzida através do fator 0.85 (equação 6). Segundo pesquisas recentes, para o CAD,
este fator tende a ser mais favoravel, chegando a 0.9.

3. CONFIGURAÇÕES DE TENSÕES E DE DEFORMAÇÕES LIMITES

εcd Rst2
Rst2
y εsd2 a
As2 εc x σ(εc)
(σsd2) Rcc Rcc
d dy
h
dεc Nd Nd
k Md Md
As1 Rst1
d’ εsd1 Rst1
b
(σsd1 )

Figura 4 – Diagramas de tensões e de deformações

Os princípios básicos utilizados no dimensionamento de elementos de concreto


convencional também se aplicam ao Concreto de Alto Desempenho. As deformações limites
utilizadas no dimensionamento dependem da resistência característica do concreto.
A resultante do concreto comprimido e o momento produzido pela mesma em relação à
fibra comprimida mais externa são:

x
Rcc = ∫ b × σ (ε c ) × dy (8)
0

x
M Rcc = ∫ b × σ (ε c ) × y × dy (9)
0

3.1 Transformação das grandezas para valores adimensionais

Para simplificar, as diferentes formulações serão apresentadas em forma paramétrica e


adimensional (todos os termos encontram-se nas Figuras 4 e 5) , reduzindo em relação à:
h = altura da seção b = largura da seção σcd = 0.85 * f cd

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εcd
ω2
δ εsd2 δGC
ρ2 β δGS2
(α2) x βR
δGm
1 δGS1
νd δS
m
θ µd
ρ1
δ εsd1 ω1
1
(α1)

Figura 5 – Diagramas mostrando os parâmetros reduzidos

Das Figuras 4 e 5 são relacionadas as grandezas “y” com “θ”, com o objetivo de
modificar as variáveis de integração das equações 8 e 9:
h h
y= × (ε cd − ε c ) dy = − × dε c (10)
θ θ
Substituindo as equações 10 nas equações 8 e 9, obtem-se as equações paramétricas
da resultante do concreto e do seu momento em relação à fibra comprimida mais externa:
1 ε cd
θ ∫0
βR = × σ R (ε c ) × dε c (11)

1 ε cd

θ 2 ∫0
µR = × σ R (ε c ) × (ε cd − ε c ) × dε c (12)

Para obter os valores de βR e µR, é necessário conhecer a curvatura reduzida θ, a qual


será obtida para várias posições da linha neutra. Para isso, o diagrama das deformações é
dividido em pequenos intervalos, resolvendo as equações 11 e 12 para cada um destes.

4. CONFIGURAÇÕES DE RUPTURA

Modificando a posição da linha neutra e girando esta em relação a pontos fixos


chamados de pólos de rotação, obtem-se os diferentes domínios de dimensionamento.
A distância da fibra comprimida mais extrema à linha neutra, vai ser considerada através
do parâmetro reduzido βx, que é obtido por relação de triângulos (Figura 5) em função das
deformações εsd1 e εcd (foi adotado o módulo de elasticidad do aço de: Es = 200GPa).
ε cd
βx = × (1 − δ ) (13)
ε sd 1 + ε cd

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εclim = 0.0028
εc1 = 0.0022

D2A
D2B
D3
D1 D4A
D5
D4B

0.01 εyd = 0.00217


εsd1 εcd
tração compressão

Figura 6 – Domínios de deformação para o conceto com fck = 60 MPa

4.1 Ruptura de referência

Para calcular o valor de θ, é necessário conhecer o valor de βx de referência, localizado


no limite entre os domínios D2B e D3; é um valor de comparação (correspondente a uma
ruptura considerada para referência da mudança de polos de rotação). Assim, da equação 13
obtem-se:
7
β xref = × (1 − δ ) (14)
32
Os valores da curvatura reduzida θ (Figura 5), são:
• Se βx ≤ βxref, os critérios de ruptura correspondem aos domínios D2A, D2B.
O pólo se encontra em εsd1 = 0.01.
0.01
θ= (15)
1− β x −δ
• Se βxref < βx ≤ 1, os critérios de ruptura correspondem aos domínios D3, D4A, D4B.
O pólo se encontra em εcd = 0.0028.
0.0028
θ= (16)
βx
• Se βx >1, o critério de ruptura corresponde ao domínio D5.
O pólo está sobre a vertical da deformação εc1 = 0.0022.

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154
θ= (17)
70 × β x − 15

εc1 εclim

εsd2

1 θ
βx > 1
εsd1

εc0

Figura 7 – Configuração de ruptura do domínio D5

5. ESFORÇOS RESISTENTES E SOLICITANTES

Inicialmente são determinadas as equações dos momentos resistentes em relação ao


centróide da seção de concreto e das armaduras. Posteriormente, determinam-se os
momentos atuantes após transferência do esfoço normal à posição das armaduras; e
finalmente, as equações de equlibrio. A Figura 5 apresenta estas grandezas, listadas a seguir.

Distância da posição da resultante do concreto à borda comprimida:


µR
δ GC = (18)
βR
Momento resistente produzido pela resultante do concreto comprimido em relação ao centróide
da seção transversal:
µ Gm = β R × δ Gm δ Gm = 0.5 − δ GC (19)

Momento resistente produzido pela resultante do concreto em relação à posição da armadura 1.


µ GS1 = β R × δ GS1 δ GS1 = 1 − δ GC − δ (20)

Momento resistente produzido pela resultante do concreto em relação à posição da armadura 2.


µ GS 2 = β R × δ GS 2 δ GS 2 = δ GC − δ (21)

Redução dos esforços externos em relação à posição das duas armaduras.

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δS
µ ext1 = µ d − ν d × (22)
2
δS
µ ext 2 = µ d + ν d × (23)
2
Equações gerais de equilíbrio entre os esforços externos e internos referenciados às posições
das armaduras.
ν d = ω1 − β R − ω 2 (24)

µ ext1 = ω 2 × δ S + β R × δ GS1 (25)

µ ext 2 = ω 1 × δ S − β R × δ GS 2 (26)

6. BASES DO MÉTODO DE SILVA Jr.

Este método distribui os esforços atuantes, dentro de “regiões” de dimensionamento


criadas em função de valores dos esforços normais e momentos fletores resistentes. Todas as
ações e respostas provenientes da compressão terão sinal negativo.

São definidas 6 regiões, estabelecidas da seguinte forma:


• Região O, onde o concreto equilibra os esforços solicitantes e não há necessidade de
armadura, (só mínima de norma). É o “olho” do diagrama obtido com os valores de βR e
µGm.
• Região A, onde considera-se o concreto uniformemente comprimido, ou seja, o concreto e
as armaduras estão trabalhando com uma deformação εc1 = -0.0022. Normalmente, ocorre
em colunas sujeitas a flexo-compressão com pequena excentricidade.
• Região C, considera-se uma configuração de ruptura de seções normalmente armadas
(limite entre o domínio D3 e D4), ou seja, a fibra comprimida mais externa do concreto
trabalhando com sua deformação máxima εcd = -0.0028 (εclim para o concreto com fck =
60MPa – CEB-FIP), e o aço tracionado com uma deformação correspondente ao início do
escomento εsd1 = 0.00217 (para o aço do tipo CA-50, com Es = 200 GPa).
• Região E, onde a seção é considerada uniformemente tracionada, o concreto não trabalha,
e as armaduras estão solicitadas com suas deformações máximas εsd = 0.01. Normalmente,
é o caso de tirantes, flexo-tração com pequena excentricidade.
• Região B, que é de transição entre as zonas A e C, tem-se somente armadura As2
(armadura comprimida pelo momento fletor atuante), a outra é mímina de norma.

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• Região D, que é de transição entre as zonas C e E, tem-se somente armadura As1


(armadura tracionada pelo momento fletor atuante), a outra é construtiva.

O traçado das retas que separam as “regiões”, é feita considerando as equações 22 até
26, e as condições de contorno de cada uma das “regiões” (indicadas nos parágrafos anteriores
e mostradas na Figura 8).
1

0.83
Momentos fletores reduzidos

C 0.67

B 0.5

0.33 D
A
0.17 E
O
2 1.5 1 0.5 0 0.5 1
Esforçõs normais reduzidos

Figura 8 – Diagrama de Silva Jr, mostrando as 6“regiões”

7. OBTENÇÃO DOS ÁBACOS, UTILIZANDO O PROGRAMA MATHCAD

Para a obtenção dos ábacos de dimensionamento considerando o método de Silva Jr.,


foram empregadas as equações 22 até 26 e as seguintes expressões:

Taxa mecânica da armadura


As × f yd
ω= (27)
b × h × σ cd
Taxa geométrica total da armadura
As
ρ= (28)
b×h
Fração da armadura As1
ρ1
η= (29)
ρ
Fração da armadura As2

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ρ2
(1 − η ) = (30)
ρ
Para a produção dos ábacos foram desenvolvidas equações das coordenadas dos
pontos de interseção de “ω” com as retas limites das regiões, considerando as equações 22 até
30 e as condições de contorno de cada região. A cada valor da taxa mecânica de armadura
“ω”corresponde uma curva que é obtida ligando os pontos de interseção da mesma com as
retas que dividem as regiões de Silva Jr. Demonstra-se que as curvas nas regiões “A”, “C” e
“E” correspondem os trechos retos, e nas regiões “B” e “D” os trechos são curvos, cujas
equações foram determinadas considerando as condições de contorno destas regiões, junto
com as equações 22 até 30 e o valor arbitrado de “ω”.
Para a obtenção destes ábacos foram empregados os recursos do programa Mathcad,
num concreto de fck = 60 MPa, aço CA-50 e valores de d’/h de 0.05, 0.1 e 0.15. O
dimensionamento através dos ábacos vai ser comparado com o dimensionamento automático
da ref. [11]. Os resultados estão listados na Tabela 1, para uma seção de concreto de 25 x 50
cm², um concreto de fck = 60 MPa, aço CA-50 e uma relação d’/h = 0.1.

Tabela 1 – Armaduras obtidas pelos ábacos


Nd Md νd µd ÁBACO, com δ= 0.1 Ref. [11]
(kN) (kNm) ω η As1(cm²) As2(cm²) As1(cm²) As2(cm²)

-5274.3 82.9 -1.241 0.039 0.25 0.3 7.33 17.1 7.01 16.55
-3969.5 214.6 -0.934 0.101 0.13 0 0 12.71 0 11.96
0 618.4 0 0.291 0.47 0.9 41.35 4.59 39.84 4.53
-1079.5 533.4 -0.254 0.251 0.37 0.65 23.51 12.66 22.54 12.06
799 369.8 0.188 0.174 0.32 1 31.28 0 29.95 0
1258 140.3 0.296 0.066 0.3 0.78 22.87 6.45 22.53 6.40
-2894.3 72.3 -0.681 0.034 0 0 0 0 0 0
Obs: A variação média entre o dimensionamento feito com o ábaco e pela ref. [11] é 3.5%.

8. CONCLUSÕES

Quando se trabalha com CAD é necessario considerar diagramas de tensão x


deformação com características mais realistas. As normas que contemplam este material,
incluem curvas realistas, e com estas pode ser feito um dimensionamento mais adequado aos

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métodos experimentais. Os procedimentos tradicionais que foram desenvolvidos para os


concretos convencionais, tem que ser modificados para dimensionar os Concretos de Alto
Desempenho. Deve-se tirar proveito do potencial do CAD melhorando os procedimentos atuais
de dimensionamento.
O diagrama de tensões retangular simplificado muito empregado no dimensionamento
manual deixa de ser vantajoso, pois atualmente qualquer dimensionamento é feito
automaticamente. Para a obtenção dos ábacos de interação de força axial x momento, também
podem ser empregados os diagramas de tensão x deformação mais realistas, como foi feito
neste trabalho.
Considerando que o CAD apresenta características de ruptura mais frágil que o concreto
convencional, para prover dutilidade à seção, é aconselhável ter uma avaliação mais criteriosa
na colocação das armaduras, adotando os diagramas tensão x deformação mais realistas.
Quando são adotadas as equações sugeridas por Collins [1] e pelas normas que
consideram o CAD, os esforços resistentes de cálculo são os que mais se aproximam dos
obtidos nos ensaios de laboratório.
Em seções onde predomina a compressão, o CAD traz uma economia considerável,
diminuindo a quantidade de armadura, isto significa, poder utilizar dimensões menores nas
colunas, aumentando a área útil do local.
A utilização dos ábacos pelo método de Silva Jr., permite um dimensionamento
econômico, rápido e direto (sem tentativas).

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] COLLINS, M. P.; MITCHELL, D. e MacGREGOR J. G., “Structural Design Consideration


for High-Strength Concrete”, Concrete International, V. 15, No. 5, May 1993.
[2] WEE, T. H.; CHIN, M. S. e MANSUR, M. A., “Stress-Strain Relationship of High-Strength
Concrete in Compression”, Journal or Materials in Civil Engineering, May 1996.
[3] SHEHATA, A. E. M. Ibrahim; SHEHATA, C. D. Lídia; MATTOS, S. Tales, “Stress-strain
curve for the design of High-Strength Concrete elements”, Materials and Structures, V. 33,
August-September 2000.
[4] ACI Committee 318, “Building Code Requirements for Reinforced Concrete (ACI 318-99)
and Comentary”, American Concrete Institute, Farmington Hills, 1999.
[5] CEB – “High Performance Concrete”, Bulletin d’Information No. 228, Lausanne, Switzerland,
1995.

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[6] FIP Commission 3 on Practical Design, “FIP Recommendations – Practical Design of


Structural Concrete,” SETO, London, 1999.
[7] CEB-FIP, “Model Code For Concrete Structures,” 1990, Thomas Telford Ltd., London, 1993.
[8] STANDARDS COUNCIL OF CANADA, “Design or Concrete Structures for Buildings,” CAN3-
A23.3-M94, Canadian Standards Association, Toronto, Canada, 1994.
[9] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, “NBR-6118. Projeto e Execução de
Obras de Concreto Armado,” ABNT, Rio de Janeiro. 1986.
[10] ALMEIDA, R. Ivan; Gonçalves A. R. José; SHEHATA, C. D. Lídia, “Exemplos de obras em
Concreto de Alta Resistência realizadas no Brasil”, 37ª Reunião do Instituto Brasileiro do
Concreto, Goiânia (GO), V. 2, julho 1995.
[11] AGUIRRE, T. Francisco; BARBOSA, Plácido, “Dimensionamento econômico com as
propriedades mecânicas do Concreto de Alto Desempenho, pelo Eurocode, CEB-FIB, CSA-
CAN3, utilizando o método de Silva Jr.”, Engenharia Estudo e Pesquisa, Juiz de Fora, v. 3, n. 2,
dic. 2000, pp. 51-63.
[12] CUNHA, J. P. Albino; BARBOSA, Plácido, “Cálculo de seções submetidas à flexão
composta com armadura ótima”, Revista Estrutura, No 112, 1987.
[13] SILVA Jr., Jaime Ferreira da, “Dimensionamento de Concreto Armado”, ed. Arquitetura e
Engenharia, Belo Horizonte, 1971.

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d’
= 0.05 As × f yd fck = 60 MPa
h As2 ω=
Md b × h × σ cd
Md σ cd = 0.85 × f cd
µd = h d
2
b × h × σ cd Nd As1 = η × As
f yk = 500MPa
As1
Nd
νd = As 2 = (1 − η ) × As γ c = 1.5 γ s = 1.15
b × h × σ cd b d’

µd

0.6
η=0 η = 0.2 η = 0.4 η = 0.6 η = 0.8 η = 1.0

ω = 1.0
0.5

η=0 η =1.0
ω = 0.8

0.4

ω = 0.6

0.3

η = 0.2 η = 0.8
ω = 0.4

0.2

ω = 0.2

0.1
ω=0

η = 0.5
η = 0.5
2 1.5 1 0.5 0 0.5 1 νd

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d’
= 0.1 As × f yd fck = 60 MPa
h As2 ω=
Md b × h × σ cd
Md σ cd = 0.85 × f cd
µd = h d
2
b × h × σ cd Nd As1 = η × As
f yk = 500MPa
As1
Nd
νd = As 2 = (1 − η ) × As γ c = 1.5 γ s = 1.15
b × h × σ cd b d’

µd

0.6

η=0 η = 0.2 η = 0.4 η = 0.6 η = 0.8 η = 1.0

0.5

ω = 1.0

η =1.0
η=0 0.4
ω = 0.8

ω = 0.6 0.3

η = 0.2 η = 0.8
ω = 0.4

0.2

ω = 0.2

0.1

ω=0

η = 0.5
η = 0.5
2 1.5 1 0.5 0 0.5 1 νd

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d’
= 0.15 As × f yd fck = 60 MPa
h As2 ω=
Md b × h × σ cd
Md σ cd = 0.85 × f cd
µd = h d
2
b × h × σ cd Nd As1 = η × As
f yk = 500MPa
As1
Nd
νd = As 2 = (1 − η ) × As γ c = 1.5 γ s = 1.15
b × h × σ cd b d’

µd

0.6

0.5

η = 0.8 η = 1.0
η=0 η = 0.2 η = 0.4 η = 0.6

ω = 1.0
0.4

η=0 ω = 0.8 η =1.0

0.3
ω = 0.6

η = 0.2 ω = 0.4 η = 0.8


0.2

ω = 0.2

0.1

ω=0

η = 0.5
η = 0.5
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