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Diógenes Leonides Corrêa

Eleu Eduardo Mehret Scorsin Filho

Manual de Coleta,
Armazenamento, Processamento e
disposição de Resíduos Sólidos
Classe I (Resíduos Perigosos)

Segundo as normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

Manual do Residuo Classe I Página 1


Introdução
O presente trabalho tem como objetivo explicar e
exemplificar as normas da ABNT – Associação Brasileira de
Normas Técnicas, referente ao quesito Resíduos Sólidos
Classe I, conhecidos como Resíduos Perigosos .
Esta manual esta dividida em seis capítulos, cada um
explicando uma etapa diferente do processamento de resíduos
perigosos, seguindo a seguinte ordem: Caracterização de
Resíduos Perigosos, Coleta, Transporte, Processamento e
Disposição Final.

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ÍNDICE

Caracterização de Resíduos Perigosos....................................................................................4

O que são Resíduos Perigosos ..............................................................................................4

Separação, armazenamento temporário e coleta...................................................................6

Transporte.................................................................................................................................7

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Caracterização de Resíduos Perigosos
O que são Resíduos Perigosos
Segundo a NBR 10.004/04 e a Convenção de Basiléia ,
resíduo perigoso é todo aquele que de uma maneira ou de
outra cause algum prejuízo a saúde humana e/ou ao meio.
Serão classificados como resíduo perigoso todo aquele que
apresentar pelo menos uma das características a seguir:

INFLAMABILIDADE, atendendo as seguintes condições:


 Quando o resíduo for liquido e explodir a uma
temperatura igual ou inferior a 60º C;
 Ser sólido e produzir fogo por reações químicas
espontâneas, fricção, exposto á umidade ou ainda
quando queimado dificulte a extinção do fogo:
 Liberar oxigênio e como resultado facilitar a combustão.
 Ser um gás comprimido inflamável.

CORROSIVIDADE, atendendo as seguinte condição:

 Ser aquoso e apresentar capacidade de corroçao, tendo


um pH inferior ou igual a 2, ou produzir uma substância de
mesma característica.

REATIVIDADE, atendendo as seguintes condições:

 Ser instável e reagir violentamente com a água;


 Formar misturas explosivas com a água;
 Gerar gases, vapores tóxicos;
 Ser capaz de causar reação explosiva quando confinado
em condições inadequadas;
 Ser explosivo, sem distinção.

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TOXIDADE, atendendo as seguintes características:

 Ser um produto que cause algum tipo de enfermidade;


 Ser tóxico ao ser humano;
 Ser tóxico para animais e plantas;
 Ser capaz de contaminar o meio ambiente e causar algum
prejuízo a ele;
 Gere resíduos tóxicos quando for queimado, misturado à
água ou a qualquer outro produto químico;
 Produzir substancia tóxica em sua degradação;
 Se acumular no meio ou no organismo de qualquer
animal, inclusive no ser humano (bioacumativo).
 Ser comprovadamente letal ao ser humano.
 Transmita ou dissemine doenças (patologias);
 Seja meio de sobrevivência de organismos patológicos;
 Estar contaminado com qualquer um dos resíduos que se
enquadrarem em pelo menos um dos quesitos acima.

Ou seja, resíduos perigosos são aqueles que podem


causar algum tipo de malefício a vida humana ou ao meio
ambiente.

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Separação, armazenamento temporário e coleta.

 O lugar que gerar um resíduo perigoso deve possuir um


recipiente próprio e exclusivo para seu armazenamento. Este
recipiente deve atender aos requisitos do material. Como
exemplo, para armazenamento de seringar usadas, deve ser um
recipiente que não permita o contato direto com o material nele
recepcionado.

 Deve usar equipamentos de proteção individual no descarte de


materiais perigosos, seguindo ao quesito mínimo de seguranaça
de cada material. Como exemplo, deve-se usar mascara cirúrgica
e luvas descartáveis todas as vezes que se maipular materiais
biológicos, como secreções, seringas usadas, entre outros.
 O recipiente deve possuir identificação universal de materiais
perigos de modo visível e chamativo. Como um recipiente de
transporte de material radioativo deve ter o símbolo universal
que indica materiais radioativos e ser pintado com uma cor
chamativa como o amarelo.

 Qualquer resíduo que entrar em contato com o resíduo perigoso


deve ser descartado ou desinfetado;

 A coleta deve ser feita por uma empresa devidamente autorizada


pelas autoridades competentes, para a realização desta tarefa.

 O manuseio dos resíduos perigoso deve atender as mesmas


especificações que para manipulação, ou seja, uso de
equipamentos obrigatórios de proteção individual;

 É responsabilidade do gerador, a coleta, transporte e


processamento do resíduo sólido.

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Transporte

O transporte deve seguir as seguintes observações:

Obs. 1: Sempre o transporte de resíduos deverá ir


acompanhado de:
>> 4 vias do Manifesto para Transporte de resíduos – MTR –
fornecido ou pela empresa geradora, no caso de possuir
talonário ou pela transportadora, se possuir convênio com a
central de resíduos;

>> Nota Fiscal – MOD-1 – via do destinatário e fiscalização;

>> Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas –


CTRC.

Obs. 2: Para que uma empresa efetue a coleta e o


transporte é necessário:

>>Licença de operação para cargas Perigosas (é


recomendável que o transporte seja efetuado com baú
fechado, pois, em eventual acidente, o material perigoso estará
mais protegido, minimizando impacto ambiental);

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>>Motorista do caminhão deve estar habilitado a transportar
cargas perigosas;

>>Destino final: possuir um local de destino adequado, ou seja,


um lugar de processamento de material perigoso devidamente
autorixado

>> Periodicidade no recolhimento


A execução das fases de gerenciamento, recolhimento e
transporte e destinação final serão realizadas periodicamente,
num período correspondido entre 30 a 40 dias da execução
anteriormente executada. Com relação a fase de segregação,
essa é executada na medida em que há produção de resíduos.

>> Da comprovação pelos serviços prestados


A comprovação pelos serviços prestados é feita através da
seguinte documentação, e em duas etapas:
1ª etapa - permanecerá com o gerador, no ato da coleta:

- 01 via do Manifesto de Transporte de Resíduos;


- primeira via do Conhecimento de Transporte Rodoviário de
Cargas.
Esses documentos se configuram como o comprovante de
coleta dos resíduos.

2ª etapa

- 02 vias do comprovante de destinação final – MTR, os quais


deverão vir devidamente apostos pela central licenciada;
- 2ª e 3ª via da nota fiscal, devidamente aposto pela central;

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- 2ª via do conhecimento de transporte rodoviário, também
devidamente aposto pela central de resíduos.

Esses documentos se configuram como comprovantes de


transporte e destinação final dos resíduos. Destaca-se que no
caso de haver fiscalização rodoviária, a 3ª via da nota fiscal
ficará em poder do fisco.

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