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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

VIBRAÇÕES MECÂNICAS
PROFESSOR VICTOR CESAR PANUCI

VIBRAÇÕES LIVRES
TEMAS ABORDADOS


Vibrações livres em sistemas de translação;
● Vibrações livres em sistemas torcionais;
● Vibrações livres com amortecimento viscoso;
● Decremento logarítmico;
● Sistemas torcionais com amortecimento viscoso;
● Vibrações livres com amortecimento de Coulomb;
● Vibrações livres com amortecimento por histerese;

Lista de exercícios.
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VIBRAÇÕES LIVRES EM SISTEMAS DE TRANSLAÇÃO

● Com o sistema modelado, o primeiro passo é obter as equações


que descrevem o sistema, que pode ser utilizando um dos
seguintes métodos.

1 ) Segunda Lei de Newton.


2 ) Princípio dos Deslocamentos Virtuais.
3 ) Princípio da Conservação de Energia.

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VIBRAÇÕES LIVRES EM SISTEMAS DE TRANSLAÇÃO

1 – Segunda lei de Newton


– Considerando o sistema:

– Que nos leva a equação do movimento:

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VIBRAÇÕES LIVRES EM SISTEMAS DE TRANSLAÇÃO

2 – Deslocamento Virtual
– “Se um sistema que está em equilíbrio sob a ação de um
conjunto de forças for submetido a um deslocamento virtual,
então o trabalho virtual total realizado pelas forças será zero”
– Considerando o sistema:

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VIBRAÇÕES LIVRES EM SISTEMAS DE TRANSLAÇÃO

– O trabalho virtual realizado pela força da mola:

– O trabalho virtual realizado pela força de inércia:

– Utilizando o princípio dos trabalhos virtuais:

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VIBRAÇÕES LIVRES EM SISTEMAS DE TRANSLAÇÃO

3 – Conservação de energia
– “Se o sistema for conservativo, ou seja, nenhuma energia for
perdida devido a atrito ou forças que dissipem energia, então
a energia total do sistema permanece constante”. Assim:

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VIBRAÇÕES LIVRES EM SISTEMAS DE TRANSLAÇÃO

– Considerando a equação:

a solução geral para esta EDO é dada por:

onde C e s são constantes que podem ser encontradas


substituindo na EDO. Além disso, C não pode ser nulo,
então:

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VIBRAÇÕES LIVRES EM SISTEMAS DE TRANSLAÇÃO

Isolando a constante s:

com a constante complexa sendo:

e a frequência natural:

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VIBRAÇÕES LIVRES EM SISTEMAS DE TRANSLAÇÃO

A solução da EDO fica:

Devemos determinar as constantes C1 e C2.


Utilizando a identidade de Euller

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VIBRAÇÕES LIVRES EM SISTEMAS DE TRANSLAÇÃO

Utilizando os valores iniciais

A solução da equação de movimento

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VIBRAÇÕES LIVRES EM SISTEMAS DE TRANSLAÇÃO

● A solução x(t) é uma função harmônica, assim ela pode ser


escrita de maneira diferente, fazendo:

Elevando ao quadrado e somando A1 e A2:

Calculando o ângulo:

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VIBRAÇÕES LIVRES EM SISTEMAS DE TRANSLAÇÃO

Sendo assim, a solução pode ser expressa como:

– Para obter a solução como uma função senóide, faz:

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VIBRAÇÕES LIVRES EM SISTEMAS DE TRANSLAÇÃO

● Velocidade

● Aceleração

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VIBRAÇÕES LIVRES EM SISTEMAS DE TRANSLAÇÃO

1) Sistema massa-mola na posição vertical

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VIBRAÇÕES LIVRES EM SISTEMAS DE TRANSLAÇÃO

2) Algumas condições iniciais


– Deslocamento nulo

– Velocidade inicial nula

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EXERCÍCIO 1

A coluna da caixa d' água mostrada na figura tem 300 ft


de altura e é feita de concreto reforçado com uma
seção de transversal tubular de 8ft de diâmetro interno
e 10 ft de diâmetro externo. A caixa d' água pesa 6.105
lb quando está cheia. Desprezando a massa da coluna
e admitindo que o módulo de Young do concreto
reforçado seja 4.106 psi, determine o seguinte:
a) a frequência natural e o período natural de vibração
transversal da caixa d' água;
b) a resposta de vibração da caixa d' água resultante
de um deslocamento transversal incial de 10 in;
c) os valores máximos da velocidade e aceleração
experimentados pela caixa d' água.
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EXERCÍCIO 2

Uma viga em balanço suporta uma massa M na extremidade livre como


mostrado na figura. A massa m cai de uma altura h sobre a massa M e
adere a ela sem ricochetear. Determine a vibração transversal resultante
da viga.

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VIBRAÇÕES LIVRES EM SISTEMAS TORCIONAIS

● A modelagem e a solução são semelhantes


do sistema anterior fazendo a substituição
das variáveis:
a) x (deslocamento linear) por θ
(deslocamento angular);
b) m (massa) por J (Momento de inércia de
massa);
c) k (constante elástica linear) por kt (constante
elástica torsional).

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VIBRAÇÕES LIVRES EM SISTEMAS TORCIONAIS

● Equação do movimento

● Solução

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EXERCÍCIO 3

Uma das pás de um ventilador elétrico


é removida (como mostram as linhas
tracejadas da figura). O eixo de aço AB,
no qual as pás estão montadas, é
equivalente a um eixo uniforme de 1
in de diâmetro e 6 in de comprimento.
Cada pá pode ser modelada como
uma haste delgada uniforme de 2 lb
de peso e 12 in de comprimento.
Determine a frequência natural de
vibração das três pás restantes em
relação ao eixo y.
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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO VISCOSO

– Adicionando um amortecedor a um sistema massa mola,


temos o modelo da figura.
– A força do amortecedor:

– A equação do movimento:

– A solução geral desta EDO é dada por:

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO VISCOSO

– A equação auxiliar da EDO:

com raízes:

Substituindo na solução geral:

na qual C1 e C2 são constantes determinadas pelas condições


iniciais.
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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO VISCOSO

Podemos definir a constante de amortecimento crítico:

e o fator de amortecimento:

Com estas grandezas, as raízes da equação auxiliar fica:

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO VISCOSO

A solução da equação pode ser escrita da seguinte forma:

– É possível definir 3 tipos de amortecimento avaliando o valor


do fator de amortecimento.
● 1º Caso – Sistema Subamortecido

- O movimento é oscilatório com amplitude diminuido ao


longo do tempo de forma exponencial.

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO VISCOSO

– As raízes da equação auxiliar são:

– Reescrevendo a solução, temos:

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO VISCOSO

– Aplicando a identidade de Euller

– As constantes podem ser calculadas a partir das


condições iniciais:

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO VISCOSO

Obtendo:

– Então:

– A solução pode ser escrita na forma harmônica:

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO VISCOSO

nas quais as constante são dadas por:

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO VISCOSO

– Pode-se definir a constante de amortecimento como:

– O comportamento típico deste tipo de sistema é ilustrado abaixo.

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO VISCOSO

● 2º Caso – Sistema Criticamente Amortecido

– O movimento resultante deste tipo de amortecimento, é


retorno ao repouso após a perturbação, não gerando um
movimento oscilatório e sendo o caso em que a oscilação
cessa mais rapidamente.
– As raízes da equação auxiliar são:

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO VISCOSO

– A solução geral fica:

– Aplicando as condições iniciais,

– A solução da EDO é dada por:

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO VISCOSO

● 3º Caso – Sistema Superamortecido

– Este movimento aperiódico independe das condições iniciais


impostas ao sistema. O movimento diminui
exponencialmente com o tempo.
– As raízes da equação auxiliar são:

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO VISCOSO

– A solução geral fica:

– Aplicando as condições iniciais,

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO VISCOSO

● Comportamento dos sistemas anteriores

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DECREMENTO LOGARÍTMICO

– O decremento logarítmico (δ) representa a taxa de


redução de uma vibração livre amortecida. É definido
como o logarítmo natural da razão entre duas
amplitudes consecutivas.

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DECREMENTO LOGARÍTMICO

– Para pequenos amortecimentos, a seguinte aproximação


é válida:

– Se o decremento for conhecido é possível determinar o


fator de amortecimento.

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SISTEMAS TORCIONAIS COM AMORTECIMENTO VISCOSO

– Os resultados obtidos para sistemas lineares podem ser


utilizados, apenas realizando a substituição das variáveis
análogas.

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EXERCÍCIO 4

O diagrama esquemático de um canhão de grande porte é mostrado na


figura. Quando a arma é disparada, gases sob alta pressão aceleram o
projétil no interior do cano até uma velocidade muito alta. A força de
reação empurra o cano do canhão no sentido contrário ao do projétil.
Visto que é desejável que o canhão volte a posição de repouso no menor
tempo possível sem oscilação, ele é forçado a fazer um movimento para
trás contra um sistema mola-amortecedor criticamente amortecido
denominado mecanismo de recuo. Em um caso particular, o cano do
canhão e o mecanismo de recuo têm massa de 500 kg com uma mola de
recuo de rigidez 10 000 N/m. O recuo do canhão após um disparo é 0,4 m.
Determine (a) o coeficiente de amortecimento crítico do amortecedor,
(b) a velocidade inicial de recuo do canhão e (c) o tempo que leva para o
canhão retornar até uma posição a 0,1 m de sua posição inicial.
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EXERCÍCIO 4

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO DE COULOMB

● É o amortecimento ocasionado pelo atrito entre as


superfícies de contato.
– A força de atrito é dada por:

– Considerando o sistema,

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO DE COULOMB

Há necessidade de dividir o movimento em duas partes:


1) Quando x é positivo e dx/dt é positivo ou quando x é
negativo e dx/dt é positivo. Ocorre quando a massa se
desloca da esquerda para a direita.

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO DE COULOMB

2) Quando x é positivo e dx/dt é negativo ou quando x é


negativo e dx/dt é negativo. Ocorre quando a massa se
desloca da direita para a esquerda.

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO DE COULOMB

– O próximo passo é calcular as constantes das soluções.


Considerando que o movimento inicie da direita para a
esquerda com dx/dt = 0 (velocidade inicial) e que toda
vez ao inverter o sentido do movimento, dx/dt = 0, para o
primeiro meio ciclo (0 ≤ t ≤ τ/2), temos:

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO DE COULOMB

– Substituindo:

– A solução para o primeiro meio ciclo fica:

– As condições inicias para o segundo meio pode ser


encontradas utilizando o resultado anterior no tempo t =
τ/2.

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO DE COULOMB

– Assim:

– Conhecendo as condições iniciais e fazendo a


substituição, encontramos as constantes.

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO DE COULOMB

– A solução para o segundo meio ciclo fica:

– Para o terceiro meio ciclo é necessário calcular as


constantes A3 e A4 novamente com as condições iniciais
obtidas pelo resultado anterior e assim sucessivamente.
● Observações
– O número de meio ciclos dados antes do movimento se
encerrar é dado pela seguinte equação:
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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO DE COULOMB

– A amplitude é reduzida linearmente para o


amortecimento de Coulomb.
– Para cada ciclo, a amplitude se reduz o valor de:

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO DE COULOMB

– Ao final de quaisquer dois ciclos consecutivos, as


amplitudes destes estão relacionadas por:

– O coeficiente angular das retas evelope da redução de


amplitude é dada por:

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO DE COULOMB

– Comportamento do movimento:

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO DE COULOMB

– Analogia para o sistema torcional:

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EXERCÍCIO 5

Um bloco de metal colocado sobre uma superfície


irregular está ligado a uma mola e recebe um
deslocamento inicial de 10 cm em relação a sua
posição de equilíbrio. Após cinco ciclos de oscilação
em 2 s, constata-se que a posição final do bloco de
metal é 1 cm em relação a sua posição de equilíbrio.
Determine o coeficiente de atrito entre o bloco de
metal e a superfície.

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO POR HISTERESE

– É um tipo de amortecimento ocasionado pelo próprio


material, pois este dissipa energia quando se deforma.
– O movimento relacionado a este amortecimento pode
ser aproximado por um movimento harmônico. Através
do cálculo de um amortecedor viscoso equivalente é
possível usar as mesmas equações do sistema viscoso.
– Pode-se determinar uma medida adimensional de
amortecimento em função da constante de
amortecimento por histerese (h):

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VIBRAÇÕES LIVRES COM AMORTECIMENTO POR HISTERESE

– Equações complementares:

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EXERCÍCIO 6

Uma estrutura de ponte é modelada como um sistema


de um grau de liberdade com uma massa equivalente
de 5.105 Kg e uma rigidez equivalente de 25.106 N/m.
Durante um teste de vibração livre, constatou-se que a
razão entre amplitudes sucessivas era 1,04. Estime a
constante de amortecimento estrutural (β) e a resposta
livre de vibração aproximada da ponte.

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LISTA DE EXERCÍCIOS

● Exercícios (RAO)
2_5; 2_6; 2_7; 2_10; 2_15; 2_16; 2_39; 2_64; 2_84; 2_89; 2_90;
2_108; 2_109; 2_110; 2_111; 2_112; 2_114; 2_115; 2_119; 2_120;
2_124; 2_125.

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BIBLIOGRAFIA

● RAO, Singiresu. Vibrações mecânicas. 4ª ed.


Pearson, 2009. SP.

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