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A FUNÇÃO SOCIAL DE ACADEMIAS DE ENSINO SUPERIOR COM

BOAS PRÁTICAS CONSTRUTIVAS

Matias Benedito Pereira Netto e Maria Clara Araújo²


Ingrid Magalhães Tavares da Silva³

RESUMO
O presente artigo é um emprenho para levar conhecimento técnico correlacionados a
engenharia civil para comunidades carentes, com a finalidade de melhorar as
condições de conforto, segurança e a interação entre meio ambiente com os
processos construtivos encontrados na comunidade do Jaracaty em São Luís-MA.
Para isso, a pesquisa se enquadrou como estudo de caso, para identificação das
condições em que se encontram as moradias que constituem a comunidade em
estudo, além de propor medidas para melhorar esse quadro através de programas
sociais da Funasa. Dessa forma, foi constatado a complexidade dos problemas
correlacionados aos processos construtivos, onde é fundamental o acompanhamento
periódico por profissionais capacitados para a obtenção de moradias seguras e
confortáveis.

Palavras-chave: Engenharia civil. Conforto e Segurança. Favelas.

1. INTRODUÇÃO

Instituições de ensino superior preparam profissionais para as


adversidades propostas pelo mercado de trabalho, moldadas por uma sociedade de
múltiplas variáveis. Dentre as diversas variáveis, encontram-se as camadas pobres,
desprovidas de poder aquisitivo para utilização de serviços de saúde, educação,
jurídicos, engenharia, entre outros. Dessa forma, compõem-se as camadas da
sociedade marginalizadas, onde serviços vitais são esquecidos.
Nesse contexto, evidenciando os serviços indispensáveis de engenharia
civil que moldam de forma técnica as decisões para o desenvolvimento de moradias
em que se busca conforto, segurança e harmonia com o meio ambiente, é preciso
encontrar meios para que esses serviços cheguem as camadas mais pobres com
qualidade. Isto posto, surge a iniciativa de levar esses serviços técnicos de engenharia
através da relação entre comunidades organizadas e Instituições de Ensino Superior
(IES).
A relação entre comunidades organizadas e IES deve proporcionar um
ganho mutuo entre as partes envolvidas. A primeira consegue serviços acessíveis,
com custos mínimos, e a segunda ganha situações reais de serviço a ser desenvolvido
para preparação dos seus alunos. Relações como esta são evidenciadas em várias
áreas de conhecimento, contudo pouco vista em academias de engenharia,
sobretudo, de forma obrigatória.
Isto posto, foi proposto pela coordenação do Curso de Engenharia Civil da
UNDB a análise da comunidade do Jaracaty em que se deve verificar materiais e
métodos construtivos para contribuir com o desenvolvimento adequado das
habitações das comunidades.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A moradia está correlacionada com a dignidade humana, apesar de não


ser abordado a sua adequação para o completo desenvolvimento do ser humano.
Contudo, a moradia se faz necessária para as necessidades do indivíduo, uma vez
que existe as necessidades básicas da vida como relaxar, educar-se e trabalhar, e
para isso é necessário ambiente reconhecido e fixo (SOUZA, apud SANTOS, 2013).
Pela necessidade evidente da moradia para uma vida plena, instituições
que frisam os diretos humanos, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a
Constituição Federal de 1988, garantem como direito básico a vida uma moradia
adequada (BRASIL, 2018; ONU, 2018). Com base nessa perspectiva, surge o viés
social voltado para qualidade das moradias.
Isto posto, foi elaborado um projeto de pesquisa que tem como objetivo
levar conhecimento técnico correlacionados a engenharia civil para comunidades
carentes, com a finalidade de melhorar as condições de conforto, segurança e a
interação entre meio ambiente com os processos construtivos encontrados em
comunidades carentes. Para isso, foi previamente selecionado a comunidade do
Jaracaty, onde será abordado mais detalhadamente a seguir.
Segundo Dhoseph Guterres (JARACATY!..., 2017) a comunidade do
Jaracaty apresenta cerca de 30 anos de formação com aproximadamente 250 famílias
distribuídas em palafitas. Além do mais, também é citado como peculiaridade que
essas famílias são compostas por pessoas advindas, em sua maioria, do interior do
estado do Maranhão. Dessa forma, destaca-se que o baixo poder aquisitivo desses
moradores, levando-os a residir em moradias qualificadas como insuficiente como
uma habitação adequada, denominadas de palafitas.
Prosseguindo com a análise da comunidade, verificou-se que ela está
situada em uma região de mangue ligada ao Rio Anil próximo a ponte Bandeira
Tribuzzi. Além disso, outra referência significativa é o centro comercial São Luís
Shopping que está localizado próximo a comunidade. Para melhor visualização, segue
a Imagem 1 onde a limitações da comunidade é demarcada pelo polígono em linha
vermelha, em seu canto inferior esquerdo a ponte supracitada e o shopping mais
acima da imagem.

Imagem 1 – Vista aérea da comunidade do Jaracaty retirada do Google Earth Pro

Fonte: Autor (2018)

O terreno em que a comunidade se encontra apresenta duas composições


básicas, em linhas gerais, a parte composta por área alagada onde predomina solo
orgânico com baixíssima resistência para execução de fundação. Já a segunda parte
da comunidade encontra-se sobre aterro, onde aparentemente apresenta melhores
condições para construção. Contudo, esse aterro não apresenta embasamento
técnico, o que requer estudos para saber as suas propriedades mecânicas para as
construções que se encontram sobre ele.
Para exemplificar as áreas distintas da comunidade, segue as Imagens 2 e
3 apresentadas por Jaracaty!... (2018).

Imagem 2 – Acesso às palafitas sobre o mangue

Fonte: Jaracaty!... (2018)

Imagem 3 – Moradias sobre a área aterrada

Fonte: Jaracaty!... (2018)\


Com base nessas informações, surgem questionamentos voltados à
engenharia civil e como podem ser melhoradas as das moradias dessa comunidade.
Pelas vistorias realizadas, as moradias encontradas na comunidade são
confeccionadas em alvenaria, na parte sobre o aterro, e em madeira, na área alagada.
Nesse contexto, começam a surgir a visão técnica sobre as moradias que constituem
a comunidade.
Segundo a proposta da pesquisa, são apresentados seguimentos de
conhecimento especifico dentro da engenharia, como Mecânica dos Solos I,
Construção Civil I, Materiais de Construção Civil II, Topografia e Estabilidade das
Construções. A primeira, Mecânica dos Solos I, pode contribuir a análise dos materiais
utilizados tanto no aterro quanto nas edificações de alvenaria. A segunda, Construção
Civil I, pode contribuir com as metodologias de construção e recuperação das
estruturas.
Por sua vez, a terceira, Materiais de Construção II, assume a capacidade
de identificar os materiais adequados para as construções. A quarta, Topografia,
evidencia as alterações do terreno que possam influenciar nas moradias. Por fim, a
quinta, Estabilidade das Construções, analisam as condições estruturais da
edificação.

3. METODOLOGIA

O trabalho apresenta por objetivo analisar as condições que se encontram


as moradias que compõem a comunidade do Jaracaty, localizada na cidade de São
Luís-MA, próximo ao São Luís Shopping, além disso verificar quais materiais e
métodos construtivos podem contribuir com o desenvolvimento adequado das
habitações da comunidade.
Para isso, inicia-se a pesquisa com a pesquisa aplicada, em que são
procurados conhecimentos na pesquisa básica para solucionar problemas de
característica cientifica. Além disso, evidenciou-se a indispensabilidade da pesquisa
bibliográfica, uma vez que são necessários materiais do meio cientifico para
caracterização do local, como composição e condição que se encontra.
Portanto, este projeto de pesquisa apresenta-se como estudo de caso, em
que é explicativa para identificar os fatores que moldam a composição estrutural de
forma global da comunidade em estudo e dessa forma explicar os porquês da
pesquisa.

4. ANÁLISE DO PROBLEMA

Propor soluções e melhorias para as moradias da comunidade em


destaque requer muita cautela, uma vez que são encontrados diversos problemas.
Contudo, o que mais compromete a segurança e conforto das estruturas pode ser
citado pela caraterística que o local apresenta, que é o caso do solo que recebe as
fundações das moradias.
Conforme já descrito, uma parte da comunidade está sobre aterro e a outra
parte sobre mangue. Dessa forma, garantir a estabilidade do solo é o primeiro passo
para se promover melhorias na comunidade. Dessa forma, segue as imagens 4 e 5
evidenciando problemas de erosão no solo e a fundação sobre o mangue.

Imagem 4 – Erosão afetando casa de alvenaria na comunidade do Jaracaty

Fonte: Autor (2018)


Imagem 5 – Fundação de uma casa de madeira sobre o mangue

Fonte: Autor (2018)

Imagem 6 – Parede externa de moradia na comunidade do Jaracaty

Fonte: Autor (2018)


Outro ponto significativo são os elementos estruturais, ou a falta deles. Na
Imagem 6 é destacado a falta de pilares sobre a viga, forçando a alvenaria não
estrutural trabalhar como alvenaria estrutural, onde um leve recalque estrutural pode
comprometer a integridade da estrutura.
Destaca-se ainda, a falta de saneamento básico mínimo na comunidade,
como o acesso a água de qualidade e o despejo de esgoto, pontos cruciais para uma
saúde de qualidade.

5. PLANO DE AÇÕES

Conforme destacado no tópico anterior, a comunidade do Jaracaty


apresenta diversos problemas, como foram destacados alguns, referente a parte
estrutural das edificações, aos processos construtivos fora de padrão e as faltas de
instrumentos essenciais ao cotidiano das pessoas que ali residem, como caso do
saneamento básico. Isto posto, verifica-se alta variedade de problemas construtivos
dificultando a análise e, consequentemente, correções.
Dessa forma, o plano de ações para promoção de melhorias para a
comunidade foi desenvolvido em duas vertentes, um projeto padrão de moradia
popular e o projeto de melhorias sanitárias. Por se tratar de uma comunidade carente,
afunilou-se a pesquisa para programas governamentais que adequam-se a proposta
do presente projeto interdisciplinar em promover melhores condições para a
comunidade. Portanto, encontrando-se na Fundação Nacional de Saúde (Funasa)
dois programas ideais para contemplar a comunidade, o programa Melhorias
Habitacionais para o Controle da Doença de Chagas e o programa Melhorias
Sanitárias Domiciliares.
O primeiro programa denominado de Melhorias Habitacionais para o
Controle de Doença de Chagas conta com a seguinte definição, segundo a Funasa
(2018).

A ação visa melhorar as condições físico-sanitárias da casa por meio de


restauração (reforma) ou reconstrução, tornando-a refratária à colonização
de triatomíneos de forma a contribuir para o controle da doença de Chagas.
A restauração compreende, dentre os principais serviços, os seguintes:
reboco das paredes internas e externas e pintura das mesmas; calçada de
proteção em torno da casa; cobertura com materiais adequados; piso
cimentado ou de madeira; recuperação de abrigo de animais e depósitos;
substituição de cercas; e implantação e/ou recuperação de instalações
sanitárias. Já nos casos em que as casas não suportarem reformas, as
mesmas serão demolidas e reconstruídas.

Já o segundo programa denominado de Melhorias Sanitárias Domiciliares


consta com a seguinte definição, segundo a Funasa (2018).

Esta ação tem por objetivo fomentar a construção de melhorias sanitárias


domiciliares para controle de doenças e outros agravos ocasionados pela
falta ou inadequação das condições de saneamento básico nos domicílios.
Melhorias Sanitárias Domiciliares são intervenções promovidas nos
domicílios, com o objetivo de atender às necessidades básicas de
saneamento das famílias, por meio de instalações hidrossanitárias mínimas,
relacionadas ao uso da água, à higiene e ao destino adequado dos esgotos
domiciliares, tais como: Suprimento de água potável: Ligação Domiciliar/
Intradomiciliar de Água; Poço freático (Raso) ; Sistema de captação e
armazenamento da água de chuva; Reservatórios Utensílios sanitários:
conjunto sanitário; pia de cozinha; tanque de lavar roupa; filtro doméstico;
Recipiente para resíduos sólidos (Lixeiras) Destinação de águas residuais:
Tanque Séptico/Filtro Biológico; sumidouro, valas de filtração ou infiltração;
Sistemas de Aproveitamento de água; Ligação Intradomiciliar de Esgoto
Quando a solução individual de melhorias sanitárias domiciliares não for
viável por questões técnicas ou situações diversas, poderão ser adotadas
soluções coletivas de pequeno porte, como por exemplo, banheiro público,
chafariz público, ramais condominiais, tanque Séptico/Filtro Biológico, etc. A
solução coletiva está condicionada à aceitação conjunta dos moradores a
serem atendidos.

Com base nas respectivas citações, destaca-se o papel fundamental de


uma moradia adequada para manutenção da saúde de uma população. Dessa forma,
considera-se a plena aplicabilidade desses programas na comunidade em estudo.
Assim, a seguir melhores detalhamentos sobre eles.

5.1 Melhorias Habitacionais para o Controle da Doença de Chagas (MHCDC)

O MHCDC tem viés social e é uma obra para melhorar as condições e


saúde pública onde são instaladas, destacando-se que seu público alvo são às
famílias de baixa renda que não tem condições de construir sua habitações
adequadamente, além da localidade apresentar predisposição a doença de chagas.
Isto posto, verifica-se a aplicabilidade do programa pela comunidade por apresentar
as condições prévias (FUNASA, 2018).
Evidencia-se que o MHCDC apresenta duas funções, a principal que é
restauração das moradias e secundaria que é reconstrução, desde que, não haja
possibilidade técnicas de restauração da moradia. Isso é evidenciado por Funasa
(2013), da seguinte forma.
O programa visa a melhorar as condições físicas da casa, bem como o
ambiente externo (peridomicílio), constituindo o que denominamos de
restauração (reforma).
Em casos especiais em que a habitação não suporte estruturalmente as
melhorias necessárias, a mesma deverá ser demolida e reconstruída,
obedecendo aos parâmetros definidos neste Manual.

Outro ponto importante destacado por Funasa (2013) são os serviços


completados pelo programa, onde consequentemente poderão ser financiados pelo
proponente, conforme listados a seguir.

 Reboco das paredes (internas e externas);


 Pintura das paredes (internas e externas) e portas e janelas (internas e
externas), quando a casa receber intervenção;
 Calçada de proteção em torna da casa, não devendo ultrapassar a 50cm de
largura;
 Cobertura com materiais adequados;
 Substituição ou reforço de paredes de alvenaria ou adobe;
 Substituição de paredes de taipa ou outros materiais apresentados de forma
inadequada;
 Piso cimentado liso ou assoalho de madeira;
 Colocação ou substituição de portas e janelas ou outros dispositivos para
melhorar as condições de iluminação e ventilação;
 Recuperação de abrigos de animais (pocilga, galinheiro, estábulo), depósitos
para alimentos e ferramentas;
 Substituição de cercas de proteção da casa (quando construídas com
materiais inadequados), limitando-se uma cerca com a distância de até 15m da casa;
 Construção ou reforma de fogão ou forno a lenha (onde for indicado);
 Melhorias em porões;
 Elevação do pé-direito quando necessário;
 Implantação e/ou recuperação de instalações sanitárias (privada, banheiro,
tanque séptico, sumidouro, pia de sozinha, reservatório e outras).

Esse programa de melhorias apresenta algumas condições. É destacado


em seu manual que instalações elétricas contemplarão os projetos de reconstrução
desde as moradias apresentem instalações elétricas previas, ou seja, desde que as
casas a serem reformadas ou reconstruídas já apresentem instalações elétricas.
As demais condições se aplicam para o caso das casas a serem
contempladas pelo programa sejam dispersas inicialmente e o proponente apresente
proposta de serem construídas em uma única área, constituindo vilas ou conjuntos.
Dessa forma, devem apresentar as seguintes etapas.

 Aceitação por escrito por parte dos beneficiários;


 Aprovação pelo Conselho Municipal de Saúde;
 Apresentação pelo proponente de projeto de execução das obras de
reconstrução das casas;
 O proponente apresentará termo de compromisso referente à execução de
projeto de infraestrutura básica (água, energia e esgoto);
 Regularização dos lotes, com cópia autenticada da Certidão de Registro do
Imóvel, no cartório de imóveis, para cada beneficiário.

Portanto, o MHCDC surge como possibilidade para a melhoria da


comunidade. Contudo, é preciso seguir os parâmetros do programa em termos
técnicos, correlacionado aos projetos e documentações necessárias conforme
apresentado no manual do programa. Assim, sendo desenvolvido pela equipe técnica
da IES.
Por fim, destaca-se que a Funasa apresenta projetos padrões de morarias
que variam com um até quatro dormitórios, com suas respectivas plantas de
execução, orçamentos e memorial descritivo, conforme o exemplo em anexo. Dessa
forma, simplifica ainda mais a implantação do programa.

5.2 Melhorias Sanitárias Domiciliares (MSD)

Entre as condições em que as comunidades periféricas se enquadram,


destaca-se a falta de saneamento básico como instalações sanitárias mínimas
correlacionada ao uso de água e ao destino do esgoto produzidos nas respectivas
edificações. Isso é taxado pelos órgãos de saúde como condições preocupantes, uma
vez que, a falta de saneamento é precursora de morbimortalidade (FUNASA, 2003).
Com o objetivo de melhorar as condições de saneamento básico de
maneira a subsidiar os estados, municípios, Distrito Federal e outras instituições
interessadas, surgiu em 2003 o Programa de Melhorias Sanitárias Domiciliares. Esse
programa da Funasa, tem por objetivo principal promover soluções individualizadas
de saneamento em pequenas localidades e periferias da cidade, como o caso da
Comunidade do Jaracaty (FUNASA, 2003). Dessa forma, surge como uma ótima
alternativa para comunidade, no que tange o aprimoramento das condições da
comunidade.
Para compreender mais sobre a finalidade desse programa, Funasa (2003,
p.9) destaca da seguinte forma os objetivos:
 Implantar soluções individuais e coletivas de pequeno porte, com
tecnologias adequadas;
 Contribuir para a redução dos índices de morbimortalidade provocados pela
falta ou inadequação das condições de saneamento domiciliar;
 Dotar os domicílios de melhorias sanitárias, necessárias à proteção das
famílias e à promoção de hábitos higiênicos; e
 Fomentar a implantação de oficina municipal de saneamento.

As melhorias supracitadas individuais são em forma de instalação de


módulos sanitários, banheiro, privada, tanque séptico, sumidouro (poço absorvente),
instalações de: reservatório domiciliar de água; ligação à rede coletora de esgoto;
entre outras. Já as melhorias sanitárias coletivas de pequeno porte são banheiro
público, poço chafariz, pequenos ramais condominiais, tanque séptico, etc.
O módulo sanitário, segundo Funasa (2003, p. 11), é “o conjunto de
melhorias sanitárias, formado por no mínimo, abrigo com vaso sanitário e destino
adequado dos dejetos (tanque séptico e sumidouro ou ligação à rede de esgoto)”.
Com base nessa definição, são apresentados sete tipos de módulo sanitários pelo
autor, conforme a seguir.
 Tipo 1 - módulo com vaso sanitário, banheiro, lavatório, reservatório
(instalado em uma base a meia altura), tanque séptico e sumidouro;
 Tipo 2 - módulo com vaso sanitário, banheiro, lavatório, reservatório
elevado, tanque séptico e sumidouro;
 Tipo 3 - módulo com vaso sanitário, banheiro, lavatório, reservatório
elevado, tanque de lavar roupa, tanque séptico e sumidouro;
 Tipo 4 - módulo com vaso sanitário, banheiro, lavatório, reservatório
elevado, tanque de lavar roupa, pia de cozinha, tanque séptico e sumidouro;
 Tipo 5 - módulo com vaso sanitário, banheiro, lavatório, reservatório
elevado e ligação à rede de esgoto;
 Tipo 6 - módulo com vaso sanitário, banheiro, lavatório, tanque séptico e
sumidouro;
 Tipo 7 - módulo com vaso sanitário, banheiro, lavatório, pia de cozinha,
tanque séptico e sumidouro.

Dessa forma, para uma noção básica do módulo sanitário segue as


imagens 7 e 8.
Imagem 7 – Exemplo módulo sanitário, planta em corte

Fonte: FUNASA (2003)


Imagem 8 – Exemplo módulo sanitário, planta baixa.

Fonte: FUNASA (2003)

Pelos dois programas da Funasa contemplarem o saneamento básico


domiciliar, sendo o primeiro mais abrangente, este segundo será implementado para
soluções coletivas. Dessa forma, o primeiro sendo plano chefe o segundo, no caso
este, contribuindo de forma complementar.

6. CONCLUSÃO

A comunidade do Jaracaty apresenta muitos problemas construtivos, onde


podem ser considerados oriundos da falta de poder aquisitivo de seus moradores para
construir de forma adequada. Visando essa parte social, este artigo procurou métodos
de levar melhorias, além de destacar alguns dos erros técnicos encontrados na
comunidade. Contudo, são apenas direcionamentos para se desenvolver um projeto
completo embasado nas documentações necessárias.
Dessa forma, contemplar a comunidade de forma individual com a reforma
ou reconstrução de suas moradias e contemplar de forma coletiva com o projeto de
módulos sanitários coletivos. Dessa forma, a Funasa apresenta projetos modelos
padronizados de casas e dos respectivos módulos sanitários, contribuindo
significativamente para o desenvolvimento desta pesquisa e, possivelmente, da
comunidade em estudo.
Destaca-se que conhecimento técnico em engenharia civil é complexo e
seus seguimentos específicos são bem próximo. Dessa forma, apresentar fórmulas
prontas para se padronizar edificações torna-se uma tarefa praticamente inviável, uma
vez que obras de construção civil por mais que apresente o mesmo design para mais
de uma obra, seu processo construtivo não segue o parâmetro, já que o produto final
é sua maioria artesanal.
Por isso, opta-se por desenvolver a correlação entre a comunidade e a IES
para se desenvolver projetos mais qualificados no que tange o conforto, a segurança
e a interação com o meio ambiente. Portanto, proporcionando ganho exponencial de
conhecimento para os alunos da IES e melhores condições construtivas nas para a
comunidade.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Elaboração de projeto de melhoria


habitacional para o controle da doença de chagas/Fundação Nacional de Saúde. —
Brasília: Funasa, 2013. 54 p. : il

BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual de orientações técnicas para


elaboração de projeto de melhorias sanitárias domiciliares / Fundação Nacional de
Saúde. – Brasília: Funasa, 2003. 68 p.

BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Melhorias habitacionais contra doença de


Chagas. Disponível em: < http://www.funasa.gov.br/acao/-
/asset_publisher/rBcH84c2uHyp/content/melhorias-habitacionais-doenca-de-chagas-
>. >. Acesso em: 08/06/2018.

BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Melhorias sanitárias domiciliares. Disponível


em: <http://www.funasa.gov.br/melhorias-sanitarias-domiciliares1>. Acesso em:
08/06/2018.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


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26/05/2018.

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Silva, Beatriz Araújo, Paula Barbosa e Tulio Leite. São Luís-ma: Comunicar -
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