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DIREITOS HUMANOS XI

Guilherme G.V.Mota
SISTEMAS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
SISTEMAS INTERAMERICANO EUROPEU AFRICANO
Surge em resposta às Surge fundado nas O termo direitos humanos é
atrocidades cometidas na atrocidades cometidas na relativamente recente na África,
Segunda Guerra Mundial e Segunda Guerra Mundial. continente assolado por muitos anos por
desenvolveu papel relevante todas as violações imagináveis de
para afastar as ditaduras Direitos Humanos, mas principalmente
Histórico
ocorridas na América latina pela falta do Estado de Direito,
entre as décadas de 60 a 90 democracia e lutas tribais. Combateu
que ocorreram em o práticas de apartheid, e violações
continente tendo como principalmente cometidas em Uganda,
exemplo Pinochet no Chile. África Central e Guiné Equatorial.
Em 1948, na 9ª Conferencia A partir da criação do Surge com a criação da OUA
Internacional Americana Conselho Europeu em 1949, (Organização da Unidade Africana) em
realizada em Bogotá, para defender a paz, a 1963 que foi transformada em UA
Colômbia, criou-se a OEA democracia e direitos (Unidade Africana) em 2001. Todos os
(Carta da OEA) e, na mesma fundamentais, foi elaborada países africanos assinaram menos o
Criação
oportunidade, a Declaração a Convenção Européia. O Marrocos.
Americana de Direitos e Conselho iniciou com 10
Deveres que buscou Estados membros e
universalizar Direitos atualmente possui 26.
Humanos.
Reconhecimento e proteção Em razão dos trabalhos da O estabelecimento de sistemas legais no
de Direitos principalmente Comissão e da Corte, que plano nacional, dos Estados de Direito,
em 3 áreas: 1)fortalecimento nesse no período pré-1988, norteados pela Democracia, além de
do Estado de Direito, o que trabalhavam como o Sistema esforços regionais e globais para mudar
contribui para o fim de Interamericano, ou seja, as práticas violadoras de direitos
algumas Ditaduras na mediante uma repartição de humanos que ocorrem em massa que
América Latina; competências entre a Corte e são de difícil implementação em razão
2)Adequação de regras a Comissão, se tornou do aspecto cultural africano
nacionais ao parâmetros referencia , reparando não só tradicionalmente violador dos Direitos
internacionais (como a as deficiências das legislações Humanos Universais.
unificação dos direitos das nacionais, como deficiências
crianças em diversos países; dos ordenamentos de
Importância 3) consolidação de novos Estados tendo como
direitos (criou o “primeiro exemplos, a duração do
tratado vinculante sobre processo civil na Itália, a
deficientes” e explicitou as questão dos direitos
normas e garantiasàs vítimas parentais na Alemanha.
de violência doméstica contra Entretanto a multiplicação de
a mulher. petições e demoras nas
resoluções conduziu a uma
reforma em 1998, a
unificação da Comissão e
Corte, formando atualmente
a Corte Unificada que é um
modelo nos dias atuais.
Atualmentea Convenção Convenção Européia ou A base jurídica é o “Ato Constitutivo da
Americana(1969), conhecida “Convenção de Proteção dos UApara promover e proteger os direitos
Base Jurídica como “Pacto de São José da Direitos do Homem e das humanos e dos povos” criada em 2000 e
Costa Rica”é o documento Liberdades Fundamentais”, que traz o tradicional leque de Direitos
basilar do Sistema. É assinada em Roma em 4 de Humanos e a “Carta Africana de Direitos
complementada por outras Novembro de 1950, inspirada Humanos e Direitos dos povos” criada
convenções e protocolos. na Declaração Universal dos em 1981. Ratificada por 53 países. Criou
Além dela existe a Declaração Direitos Humanos. Em 1948. a Comissão Africana, órgão de
Americana (1948) que rege Criou a Comissão supervisão da Carta criado em 1987. A
os países que assinaram a (estabelecida em 1954)e a Corte foi adotada mediante um
Carta da OEA e não Corte (em 1959). Existe protocolo à Convenção, contudo até os
assinaram a Convenção também o Comitê dos dias atuais não foi implementada. A
Americana (Pacto São José Ministros do Conselho Carta reconhece “Direito Civis e
da Costa Rica). Como o Pacto composto pelos ministros das Políticos” e também“Econômicos Sociais
S.J.C.R criou a Corte relações exteriores de cada e Culturais” e “Direito dos povos”.
Interamericana, os países Estado membro, e que após o
regidos pela Declaração que Protocolo 11 e 14, perdeu
não assinaram o Pacto, não algumas competências.
podem ser submetidos a
julgamento perante à Corte
Interamericana.
1)Protocolo de San Salvador Mais de 14 protocolos foram O Protocolo à Carta Africana criou a
(1999) sobre Direitos Sociais, adotados, pois não há Corte em 1998 e somente teve vigência
que não haviam sido Convenções européias em 2004, mas até 2006 a Corte não foi
explicitados de forma específicas, como nos outros implementada. Houve outro sobre
suficiente e satisfatória1. sistemas regionais, essas são Direitos das mulheres de 2003.
2)Protocolo contra Pena de feitas mediante protocolos à
Morte2 (1990). Convenção Européia. Os
principais protocolos são o 11
e 14 que reformaram o
sistema. Os dois aboliram a
competência do Comitê de
Protocolos
Ministros, a expansão da
corte a pareceres consultivos,
e também previsão de
competência para o comitê
de ministros envie um caso a
Corte e a criação do
Comissários de Direitos
Humanos que autorizam o
ingressode amicuscurae no
procedimento perante a
Corte.
1)“Convenção para prevenir, No Sistema Europeu, ao 1)“Convenção sobre governança de
sancionar, erradicar a invés de Convenções aspectos específicos e problemas dos
Violência contra a Mulher3”. temáticas, se tem os refugiados” (1969), 2)“Carta Africana
Introduz a questão da protocolos. Assim, cada sobre direitos e bem estar da criança de
“violência de gênero”(o que protocolo vem trazendo uma 1990”3) “Carta Cultural para a África”
não havia sido explicitado na tema, como por exemplo, a em 1976 entrando em vigor em 1990;
Convenção Americana nem tortura e demais violações de 4)“Convenção contra corrupção”, em
Principais
nas Convenções do Sistema direitos humanos. Só há 2003; 5) “ Convenção para eliminação
Convenções
Internacional. 2)Convenção exceção em relação aos de praticas mercenárias”, em
Interamericana sobre a protocolos 11 e 14 que são 1985;6)“Convenção de combate ao
Tortura4. 3)Convenção relacionados à reforma do terrorismo”, em 1999.
Interamericana sobre o sistema e não tratados sobre
desaparecimento forçado proteção de espécies
(Não ratificada pelo Brasil). específicas de Direitos
4)Convenção contra todas as Humanos.

1
Brasil assinou em 1996, antes da entrada em vigor em 1999.
2
Ratificado pelo Brasil em 1996.
3
Ratificado pelo Brasil em 1989.
4
Ratificado pelo Brasil em 1995.
formas de discriminação da
pessoa com deficiência
física5(1999), único
documento vinculante sobre
o assunto em todo o mundo.
Existe a Comissão e a Corte6. Tanto a Corte quanto a Comissão criada pela Carta Africana e
comissão, que funcionavam Corte mediante um protocolo, contudo,
em período não integral. a Corte até os dias de hoje não foi
Órgãos de
Com a multiplicação dos implementada.
Monitoramen
processos, houveram
to
mudanças e agora só existe
uma “Corte Unificada” que
aboliu a Comissão.
1)Comissão – é órgão Não há mais comissão, (a Compõe-se de 11 comissários, a título
“quase judicial” sediado em partir de 1988) a comissão e pessoal. São nomeados pelos Estados
Washington. Tem um a corte foram unificadas e Partes e eleitos pela Assembléia.
agora o único órgão é a Corte.
Regulamento e Estatuto
próprios.Houve duas fases:
1)Pré –convencional - Foi
criada em 19507 e
posteriormente teve o
mandato ampliado em 19658
para monitorar signatários
da OEA aceitando petições
individuais, visitas in loco e
relatórios.2)Convencional
– No primeiro momento
Comissão
funcionava com a base
jurídica na Carta da OEA e
modificada pelo Protocolo de
Buenos Aires e depois com o
surgimento da Convenção
Americana. Logo no inicio da
fase convencional, a
comissão passa a ter função
promocional, protetiva e
consultiva9. Atualmente, ela
funciona como Comitê de
Direitos Humanos, bem
parecido com aqueles
previstos nas Convenções de

5
Ratificado pelo Brasil em 2001.
6
Tanto a Corte quanto a Comissão são órgãos totalmente independentes, podendo criar entendimentos diferentes.
7
Na quinta reunião de consulta dos ministros das relações exteriores, em 1950.
8
Na II Conferencia Extraordinária do Rio de Janeiro pela Resolução XXII.
9
É necessário entender – Na fase pré-convencional a comissão realizava monitoramento, mas a base jurídica era uma
declaração e não uma convenção. Na fase convencional, no primeiro momento usa a Carta da OEA como convenção
fundada na Declaração e no segundo a convenção passa a ser a Convenção Americana. Assim há um sistema
dual:monitora os que fazem parte da OEA, independente destes terem assinado a Convenção Americana (não podendo
encaminhá-los a Corte, que foi criada na Convenção Americana) e outro sistema que responsabiliza os países
signatários da Convenção), responsabilizando os países com base nos Direitos previstos na Convenção, funcionando
como Comitê de Direitos Humanos, pelo fato de que são vinculados a uma Convenção específica.
Direitos Humanos das
Convenções Internacionais
da ONU.

Sete (7) membros eleitos na Não há mais Comissão. Mencionado acima.


Assembléia Geral da OEA.
Qualquer membro da OEA
ou signatário da Convenção
Americana poder ser
membro da Comissão.
Composição Membros a titulo pessoal e 4
anos de mandato. Não pode
haver dois membros do
mesmo Estado. Dos
mecanismos utilizados, a
petição individual é o
principal.
Requisitos para Não há mais Comissão. Tanto Estados quanto indivíduos e
admissão do pedido Organizações internacionais podem
perante a Comissão10: apresentar reclamações no caso de sérias
a)prévio esgotamento de e massivas violações, entretanto trabalha
recursos, b)Ingresso em 6 em quaisquer violações , na prática. Em
meses da decisão. violadora casos “especiais” (art. 58) poderá ser
em âmbito interno, remetido o julgamento para a
c)Ausência de litispendência Assembleia. Utiliza mecanismo s de
internacional, d)ausência de relatores especiais, visitas locais.
Processo coisa julgada internacional –
perante a não pode submeter a mesma
Comissão petição a outros sistemas.
Para assinar a petição o autor
não precisa ser a vitima.
Pode deferir medidas
cautelares para proteger
prováveis vítimas com
autorização da Corte e
fundamentado. Pode criar
relatorias e grupos
de trabalho.
Para que haja competência Atualmente, após a reforma Não há Corte implementada.
da Corte o pais além de de 1998, a Corte é formada
assinar a Convenção pelo numero de juízes
Corte
Americana (Pacto São José idêntico ao numero de
da Costa Rica), deve Estados signatários.
reconhecer a competência.
7 juízes a titulo pessoal, Composta pelo mesmo Não há Corte implementada.
mandato de 6anos, direito a número de juízes acima
uma reconvenção. mencionado. São eleitos pela
Assembléia Parlamentar do
Composição Conselho Europeu por tempo
de 6 anos que será mudado
para 9 em alguns anos
conforme previsão do
protocolo 14. Cada membro

10
Exceção aos requisitos: a) Quando não existir a proteção dos DH violados em âmbito interno; b) Quando não houver direito a recurso da decisão
interna, c) demora injustificada (exemplo: Caso Maria da Penha),

d)quando o foro militar for o único competente (Exemplo – “Massacre do Eldorado dos Carajás). Se o Estado
denunciado não contestar o requisitos, perde esse direito.
possui 4 câmaras formadas
por 4 seções, compostas por
juízes eleitos. Cada Seção
escolhe um comitê de 3 juízes
responsáveis pela
admissibilidade da petição
(pedido).Além disso há o
tribunal pleno formado por
17 juízes . Este último
funciona nos casos em que a
câmara antes de decidir
remete para interpretação da
convenção ou quando há
revisão de jurisprudência.
Possui jurisdição contenciosa Não será estudado.
e consultiva.Contenciosa(art.
61 a 63 e 66 a 69) – Somente
os Estados-parte podem
submeter um processo
perante a Corte (e não as
pessoas) ou a Comissão(que
funciona como parte
acusadora). Os requisitos são
os mesmo da Comissão (arts.
48 a 52). A sentença de
responsabilidade
Processo internacional pode condenar
o Estado a assegurar o
Direito violado ao
prejudicado e reparação,
responsabilização das
autoridades e indenização a
vitima e familiares. Não cabe
recurso da sentença11 que
deve ser fundamentada.
Consultiva – os Estados
podem fazer consultas, até
sobre documentos de outros
sistemas.
1)O sistema esta muito Os comissários são impedidos de
focado na proteção de trabalhar ou trabalham representando
direitos civis e políticos.2) interesses políticos, de forma parcial. A
criar mecanismos internos de Corte Africana foi adotada há mais de 25
implementação das decisões anos e não foi ainda materialmente
(nos estados)3)Acesso ao implementada, falta de vontade politica,
individuo. de recursos e questão cultural. A
Deficiências Comissão existe há mais de 20 anos e
nunca apresentou trabalho significativo,
tendo sido mal administrada por seu
secretariado.Além disso, a própria
expressão Direitos Humanos em
algumas regiões da África são
entendidas como termo pejorativo,
como Direito de produção estrangeira.
Fonte: Código de Direito Internacional dos Direitos Humanos Anotado. Coordenação Geral Flávia Piovesan.
Dpj, São Paulo.

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Quando houver duvida do que determinou a decisão, pode ser solicitada a interpretação.
1. Observações sobre os Sistemas

Relação entre os sistemas – Cada sistema existe em paralelo aos demais sistemas (Internacional e interno) e são complementares,
ou seja, subsidiários aos sistemas internos, no sentido de que só poderão ser acionados após o processamento perante poder judiciário
sistema interno, conforme está explicitado nas análises da Tabela acima sobre os requisitos para admissão da petição pelos sistemas.

Além disso, não há hierarquia entre as decisões no âmbito dos sistemas, mas complementariedade, ou seja, havendo conflito
entre as decisões dos sistemas interno, global e regional, deve prevalecer a decisão que seja mais benéfica a vitima, no sentido do respeito
aos direitos humanos universais.

2. Comissão e Corte Interamericana: Procedimentos.


2.1. Comissão Interamericana

Com a adoção da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (ou Pacto de San José da Costa Rica, em 1969 , que entrou em
vigor apenas em 1978), a Comissão passou a ser dotada de novas atribuições. Isto significa que, a partir da adoção da Convenção, a
Comissão passou a ser tanto o principal órgão da OEA quanto órgão do referido instrumento (funcionando como se fosse Comitê de
Direitos Humanos previstos nas próprias convenções do Sistema Global).

Dessa forma,todos os Estados da OEA têm o dever de proteger e promover os direitos humanos, seja por meio do disposto na
“Carta da OEA” e na “Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem” (para os Estados-membros da OEA), seja por meio do
estabelecido na Convenção Americana (para os Estados-partes).

Sendo assim, verifica-se a coexistência de dois sistemas em relação à Comissão:


Comissão o sistema
da OEA e o sistema da Convenção. No entanto, por se tratar de aula referente ao sistema
interamericano, focaremos o estudo da Comissão no sistema da Convenção.

2.2. Legitimidade para ingressar petição na C omissão

Qualquer indivíduo, grupo de indivíduos ou organizações não governamentais,


governamentais que contenham denúncia de violação a direito
consagrado na Convenção, cometida por algum Estado-parte (uma vez que ao assinar a Convenção, automaticamente, concedem
competência à Comissão). Dessa forma, a comunicação individual é obrigatória e a comunicação interestatal (art. 55) é facultativa no
sistema interamericano, ao passo que no sistema europeu ocorre o oposto.

2.3. Procedimento perante a Comissão

Em relação ao procedimento perante a Comissão, existem quatro fases: (a) fase da admissibilidade; (b) fase da conciliação; (c)
fase do Primeiro Informe; e (d) fase do Segundo Informe ou a propositura de uma ação de responsabilidade internacional perante a
Corte Interamericana de Direitos Humanos. Dessa forma, pode-se sintetizar a apreciação de uma denúncia pela Comissão da seguinte
forma:

1)Recebe denúncia aprecia sua admissibilidade; 2)Se admitir requer informações ao Governo e à parte
tentando a solução amistosa; 3) não ocorrendo, a Comissão envia o 1º informe ao Governo, dando-lhe
um prazo de 3 meses para cumprir as exigências; 4) Se o Estado não cumpriu Comissão envia o caso à
Corte ou elabora o 2º informe.
Observação: A comissão pode iniciar um caso de ofício (art. 24).

2.3.Funções
2.3.Funções da Comissão

São em resumo: 1) Sistema de Petições ou comunicações (visto acima); 2)Sistema Preventivo; 3)Sistema de
investigações; 4)Sistema de relatórios.

Além do “sistema de petições e comunicações” (quando se submete uma petição), possui um “sistema
preventivo”. Em relação à função preventiva da Comissão, esta pode adotar medidas cautelares (artigo 25 do
Regulamento da CIDH). Tal decisão pode ser de natureza coletiva e não implica um pré-julgamento do mérito do
caso. Há ainda, o “sistema de investigações” (observações in loco), o “sistema dos relatórios”, o que inclui tanto o
relatório como recomendações gerais enviadas a determinado Estado, quanto os relatórios periódicos apresentados à
Assembléia Geral da OEA, que contém, muitas vezes, considerações de caráter doutrinário.

3. Corte Interamericana

A Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte) é órgão jurisdicional da Convenção Americana sobre
Direitos Humanos atualmente instalada em sua sede permanente em São José da Costa Rica desde 3 de setembro de
1979. Até janeiro de 2010, dos 35 Estados-membros da OEA, 25 Estados haviam ratificado a Convenção Americana e,
dentre estes, 22 reconheceram a competência contenciosa da Corte. Até dezembro de 2009, a Corte já havia proferido
mais de 140 sentenças.

3.1. Legitimidade

Somente Estados e Comissão podem apresentar petições à Corte. O indivíduo ficou de fora.Isto significa que
o indivíduo depende da Comissão para que seu caso seja apreciado pela Corte, uma vez que ela é a dominus litis
absoluto, porém, durante o procedimento contencioso, as testemunhas, vítimas e interessados legítimos, poderão
apresentar observações escritas e requerimento. Por isso diz que a Corte assegurou LocusStandi para tais indivíduos.

3.2. Competências

A Corte tem duas competências: consultiva e contenciosa. Em relação à competência consultiva, qualquer
membro da OEA solicita parecer da Corte relativo à interpretação da Convenção ou de outro tratado referente à
proteção dos direitos humanos nos Estados americanos. Pode opinar sobre a compatibilidade de preceitos de
legislação interna em face dos instrumentos internacionais.

Até dezembro de 2009, a Corte havia emitido 20 opiniões consultivas. Ao longo de sua história, a Corte já
possuiu outros cinco regulamentos (1980, 1991,1996, 2000 e 2003), estando hoje em vigor o Regulamento de 2009.
Ressalte-se, também, a criação da figura do defensor interamericano: a Corte poderá designar um defensor
interamericano às supostas vítimas que não tiverem representação legal devidamente credenciada (art. 37,
Regulamento da Corte).

4. PROCEDIMENTO PERANTE A CORTE (Retirado da Apostila FGV).


Abaixo, o procedimento perante a Corte:
1) Explique o fundamento histórico dos sistemas global e regionais de proteção de direitos humanos.
2) Explique a base jurídica atual dos sistemas global e regionais de proteção de direitos humanos.
3) O que são mecanismos convencionais e não convencionais de monitoramento?
4) Como atua um órgão de monitoramento convencional?
5) Como atua um órgão de monitoramento não convencional?
6) Que órgãos realizam o monitoramento convencional no sistema global de proteção?
7) O que é o Conselho de Direitos Humanos e quais suas funções?
8) O que são procedimentos especiais?
9) Diferencie os seguintes elementos do Conselho de Direitos humanos: Universal periodic Review e
AdvisoryCommitee.
10) O sistema interamericano de Direitos humanos possui mais de uma base jurídica? Explique.
11) Quais os órgãos de monitoramento no âmbito do sistema global e dos sistemas regionais de
proteção?
12) Quais os protocolos realizados à Convenção Americana, e que tema trataram?
13) Existem convenções específicas sobre temas de direito humanos no sistema europeu?
14) Quais as principais convenções do sistema interamericano e africano?
15) Que tipo de monitoramento exerce a comissão interamericana de direitos humanos no sistema da
carta da oea. Neste sentido, faça um paralelo com o Conselho de Direitos Humanos no âmbito da
ONU.
16) Que tipo de monitoramento exerce a comissão interamericana no sistema do Pacto são josé da
Costa Rica;
17) Em relação ao monitoramento, qual a diferença entre os países que assinam a carta da OEA e não
assinam o pacto e os países que assinam o pacto e deixam de assinar a Carta da OEA?
18) Qual a composição da comissão e da corte interamericana de direitos humanos?
19) Sobre a Comissão interamericana, explique as fases “pré- convencional” e “convencional”.
20) Que funções desempenha a comissão interamericana? E a corte?
21) Quem são os legitimados para propor uma demanda perante a comissão? E perante a Corte?
22) Quais são os requisitos para a admissão de petição em face da comissão? E Corte?
23) Quais as exceçõesaos requisitos de admissibilidade da petição?
24) Em que consiste o primeiro e o segundo informe?
25) Que tipo de condenação aplica a comissão e a corte interamericana?
26) Explique as deficiências do sistema interamericano e africano de direitos humanos.
27) É possível a conciliação nos procedimentos perante a comissão e corte?
28) É possível o deferimento de medida cautelar na Corte e na Comissão?o que é necessário?
29) Como se dá a relação entre os âmbitos interno e internacional na proteção dos direitos humanos?
30) Havendo decisão interna, regional e global sobre uma mesmo caso de direitos humanos, que decisão
deve prevalecer?
31) O que há na relação entre os sistemas? Hierarquia ou complementariedade? Explique.

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