Você está na página 1de 16

2

Cartilha Civilidade nas Eleições 2010

A campanha Civilidade nas Eleições foi idealizada pelo Pensamento Nacional


das Bases Empresariais e pelo Promotor de Justiça Carlos Cezar Barbosa, em 1994.
A segunda edição aconteceu em 1998. O movimento, sem cunho político-partidário, é
realizado por voluntários – empresas, pessoas físicas, entidades, autoridades etc. – e
visa à conscientização dos cidadãos sobre a importância do processo eleitoral,
incentivando o interesse e a participação ativa da população na vida política do país.

A Campanha Civilidade nas Eleições 2010 começou com uma coincidente


iniciativa do Promotor de Justiça Carlos Cezar Barbosa e da AEAARP-Associação de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, interessados em disponibilizar
suas estruturas e esforços para um movimento de conscientização popular a respeito
do processo eleitoral deste ano. Imediatamente, a campanha conquistou simpatia e
apoio de entidades como: ACIRP-Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto,
CIESP-Centro das Indústrias do Estado de São Paulo/Ribeirão Preto, torcidas
organizadas Mancha Alvinegra e Fiel Força Tricolor, Lions Clube Campos Elíseos, 12ª
Subsecção da OAB e outros que estão aderindo ao movimento a cada dia.

Todo cidadão e representantes de entidades e empresas podem participar da


Campanha Civilidade nas Eleições 2010. Basta enviar sugestões, opiniões e
questionamentos para o e-mail civilidadenaseleicoes@gmail.com, divulgar o
movimento e sugerir ações em sua comunidade, nas escolas, no trabalho e
acompanhar a vida política do país exercendo o legítimo papel de cidadão.
3

1- A IMPORTÂNCIA DO VOTO

O Brasil é um estado democrático. No país, todo o poder emana do povo, que


o exerce por meio de representantes eleitos. Isso significa que os integrantes do Poder
Executivo (presidente da República, governador e prefeito) e do Poder Legislativo
(senadores, deputados e vereadores) são eleitos pelo povo, por meio do voto.
O voto é obrigatório para os maiores de 18 anos e facultativo para os
analfabetos, os maiores de 70 anos e os maiores de 16 e menores de 18 anos. O voto
é se secreto e ninguém pode obrigar o eleitor a revelar em quem pretende votar ou em
quem efetivamente votou.
Se os representantes do Legislativo – o poder que elabora as leis –, e os
representantes do Executivo – o poder que governa segundo as leis que são
elaboradas pelo Legislativo – são eleitos através do voto, que é exercido pelo povo,
então somos nós, os cidadãos, os responsáveis para que tenhamos bons
representantes nesses poderes da República.
Quer dizer que, se o povo quer um país com leis que atendam aos interesses
da sociedade e com governantes experientes, éticos e que trabalhem visando o bem
comum, o voto deve ser exercido com consciência e responsabilidade. Quanto melhor
o nível profissional e ético dos candidatos eleitos, melhor e mais justo será o nosso
país.
Conclui-se, assim, que o voto é o instrumento de controle de qualidade dos
nossos políticos e é a grande arma do povo para a promoção de mudanças nos rumos
do país. Por isso, o voto deve ser exercido após criteriosa escolha do candidato.

2- OS CUIDADOS QUE O ELEITOR DEVE TOMAR PARA A ESCOLHA DOS


CANDIDATOS

Tendo em vista a importância do voto para os rumos do país, os candidatos


aos cargos do Poder Executivo e do Poder Legislativo devem ser escolhidos com
muito cuidado para permitir a eleição de políticos honestos e bem intencionados e
impedir que políticos que pretendam se valer do cargo em proveito próprio sejam
eleitos. Vejamos os principais cuidados que devem ser tomados para a escolha do
candidato:
Procure informar-se a respeito dos antecedentes do candidato. Certificar-se de que o
candidato tenha um passado limpo, sem envolvimento com a Justiça em crimes contra
a administração pública, a fé pública, a incolumidade pública, a saúde pública, as
4

relações de consumo, a ordem econômica e tributária, o meio ambiente, os chamados


crimes de colarinho branco, crimes contra a vida, crimes contra os
costumes, crimes contra a liberdade pessoal, crimes contra a organização do trabalho,
crimes contra o patrimônio, tráfico de entorpecentes e outros. Informe-se, também, se
o candidato está envolvido em processo de improbidade administrativa e se possui
pendências junto aos Tribunais de Contas. Essas informações são veiculadas pela
imprensa (rádios, televisões, jornais, revistas, folhetos). Além disso, acesse com
frequência sites da internet como www.mcce.org.br, www.transparencia.org.br,
www.votoconsciente.org.br e www.tse.gov.br. Tais sites veiculam informações
importantes sobre as eleições e os candidatos.
b) Com relação aos candidatos que pretendam se reeleger, é importante saber
como eles se conduziram no exercício do cargo. Saber se foram honestos, se não se
envolveram em escândalos que os incompatibilizam para o exercício de função
pública, se não se envolveram em atos de improbidade administrativa, se foram
competentes, se cumpriram promessas de campanha, se tiveram as contas de sua
gestão aprovadas pelos Tribunais de Contas respectivos e se trouxeram benefícios
efetivos para a sua comunidade. Essas informações também podem ser colhidas
através da imprensa e de sites relacionados ao acompanhamento da conduta dos
candidatos, como aqueles que já foram mencionados e outros como
www.camara.gov.br e www.congressoemfoco.com.br.
c) Participe de reuniões com candidatos, com entidades da sociedade civil,
discuta o processo eleitoral com amigos, colegas de trabalho, colegas de escola, e
não deixe de acompanhar a propaganda eleitoral para conhecer os candidatos, suas
ideias e seu programa de governo. Isso pode ajudar na definição do seu voto.

d) Lembre-se de que as eleições não representam um jogo, no qual você vai


apostar num candidato. Esse entendimento equivocado acaba levando o eleitor a votar
em candidatos que tenham campanhas mais ricas, e esses candidatos podem não ser,
necessariamente, aqueles que contam com a sua confiança. Vote em quem sua
consciência indicar como o melhor candidato, independentemente dos sinais de
riqueza de sua campanha e ainda que as chances de vitória dele pareçam limitadas.

3- COMO PARTICIPAR DA FISCALIZAÇÃO DO PROCESSO ELEITORAL

O comportamento dos candidatos durante o processo eleitoral é um fator que


deve chamar a atenção do eleitorado. Se o candidato não se comporta de maneira
ética durante o processo eleitoral, provavelmente não será um bom representante do
povo no Poder Executivo ou no Poder Legislativo. Existem determinadas práticas que
são proibidas pela Justiça Eleitoral, consideradas como corrupção eleitoral, mas que
determinados candidatos insistem em realizá-las. O cidadão deve ficar atento e
denunciar aos órgãos da Justiça práticas como:
5

a) Tentativa de compra de votos, com dinheiro, vantagens (distribuição de


cestas básicas, materiais para construção etc.) e promessas de cargos.
b) Qualquer tipo de ameaça, coação ou chantagem para que vote em
determinado candidato (intimidação por parte do empregador, ameaça de demissão no
setor público ou no setor privado etc.).
c) Distribuição de brindes.
d) Realização da chamada ‘boca-de-urna’ (distribuição de material de
campanha e aliciamento de eleitores no dia das eleições).
e) Captação pelo candidato ou pelo partido político de recursos junto a
instituições públicas, sindicados ou associações de classe, entidades beneficentes,
religiosas ou qualquer outra entidade que receba verba pública.
f) Retenção do Título de Eleitor por candidato que se ofereça para guardá-lo
prometendo transporte no dia da eleição até o local da votação.

Todas essas práticas são proibidas por lei e o cidadão prestará grande
contribuição para o processo eleitoral se denunciá-las à Justiça, de preferência com
provas como fotografias, gravações, vídeos, testemunhas, colheita de documentos
comprometedores, e-mails e etc. Para denunciar, procure o Promotor de Justiça
Eleitoral ou o Juiz Eleitoral de sua cidade, levando até eles as provas que você colheu.
Os candidatos infratores serão processados e poderão ter o registro da
candidatura cassado ou a diplomação negada, nos termos das leis 9.849/1999 e
11.300/2006.

4- COMO PARTICIPAR ATIVAMENTE DO PROCESSO POLÍTICO-DEMOCRÁTICO


DO PAÍS

O eleitor consciente e preocupado com os destinos da nação não dá por


encerrada sua participação no processo político-democrático do país após o
encerramento do processo eleitoral.
Terminadas as eleições e diplomados os candidatos vencedores, cumpre ao
cidadão envolver-se na discussão de projetos que beneficiem sua comunidade e no
processo de fiscalização do trabalho dos candidatos eleitos. É fundamental para o
bom funcionamento da democracia e para a garantia de tempos melhores para a
sociedade que os eleitores acompanhem e fiscalizem o desempenho dos candidatos
eleitos, e isso pode ser feito de diversas maneiras:
6

a) Acompanhando as notícias veiculadas por jornais, rádios, canais de


televisão e internet a respeito do trabalho realizado pelo candidato eleito.
b) Assistindo, quando possível, sessões dos órgãos legislativos, transmitidas
por canais de televisão, para acompanhar a assiduidade e o desempenho dos
candidatos.
c) Conferindo se os candidatos estão cumprindo com as promessas de
campanha, quer à frente do Poder Executivo, quer no Poder Legislativo.

d) Ficando atento aos nomes dos legisladores que votam a favor ou contra
projetos de interesse da sua comunidade e da nação, ou projetos que possam
resultar em prejuízo para os interesses da coletividade.
e) Informando-se a respeito de verbas destinadas pelos parlamentares nos
orçamentos da União e do Estado para beneficiar a sua comunidade em temas
importantes como educação, saúde, segurança, transporte, infraestrutura,
cultura, meio ambiente etc.
f) Cobrando, pessoalmente, por e-mail ou por carta, dos candidatos eleitos, o
cumprimento das promessas realizadas em campanha, bem como o
posicionamento a respeito de temas de interesse da coletividade.
g) Participando de audiências públicas realizadas pelo Poder Executivo ou pelo
Poder Legislativo em seu município, para tratar de temas que interessem à sua
comunidade.

Todo esse acompanhamento pode ser feito por meio dos órgãos de imprensa,
como já mencionado, e por acesso a sites que informam os trabalhos dos políticos
eleitos como www.camara.gov.br, www.senado.gov.br, www.al.sp.gov.br,
www.transparencia.org.br, www.congressoemfoco.com.br e outros.
7

5- SITES DE INTERESSE DA SOCIEDADE PARA OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES,


FORMULAÇÃO DE DENÚNCIAS E INFORMAÇÕES A RESPEITO DO ENDEREÇO
E TELEFONE DO PODER JUDICIÁRIO, DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DA
SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA EM SEU MUNICÍPIO:

TSE: www.tse.gov.br
Câmara: www.camara.gov.br
Senado: www.senado.gov.br
Poder Judiciário: www.tj.sp.gov.br
Ministério Público: www.mp.sp.gov.br
Secretaria de Segurança Pública: www.ssp.sp.gov.br
Transparência Brasil: www.transparencia.org.br
Movimento contra Corrupção Eleitoral: www.mcce.org.br
Congresso em Foco: www.congressoemfoco.com.br
Voto Consciente: www.votoconsciente.org.br
8

6- ANEXOS:

6.1. MODELO DE DENÚNCIA ESCRITA CONTRA CORRUPÇÃO ELEITORAL:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PROMOTOR DE JUSTIÇA ELEITORAL (OU


JUIZ DE DIREITO ELEITORAL)
(Nome:)............................., (nacionalidade:) .............................:, portador (a) do
Título de Eleitor nº ..................................., vem à presença de Vossa Excelência
apresentar denúncia contra o(a) candidato(a) (nome do candidato:).............................,
pelos fatos narrados a seguir:
(Fazer um relato dos fatos, mencionando data e local, e relacionar as provas
que acompanham a denúncia – fotografias, folhetos, gravações, imagens,
documentos, testemunhas etc.).
Diante disso, requeiro a apuração dos fatos e a aplicação das sanções legais
ao(à) candidato(a) denunciado(a).

Termos em que, pede deferimento.


_______________,de ______________de 2010.

______________________________________
Assinatura
9

6.2. TEXTO DA LEI Nº 9.840, DE 28 DE SETEMBRO DE 1999.

Altera dispositivos da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997, e da Lei nº 4.737, de


15 de julho de 1965 - Código Eleitoral.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º A Lei 9.504, de 30 de setembro de 1997, passa a vigorar acrescida do seguinte


artigo:

"Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de


sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao
eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza,
inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da
eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a cinqüenta mil Ufir, e cassação do
registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei
Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990."

Art. 2º O § 5º do art. 73 da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997, passa a vigorar


com a seguinte redação:

"Art. 73"
...........................................................................................................................................
.............."

"§ 5º Nos casos de descumprimento do disposto nos incisos I, II, III, IV e VI do caput,
sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior, o candidato beneficiado, agente
público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma." (NR)

".........................................................................................................................................
.................."

Art. 3º O inciso IV do art. 262 da Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código


Eleitoral, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 262
...........................................................................................................................................
.............."
10

"IV - concessão ou denegação do diploma em manifesta contradição com a prova dos


autos, nas hipóteses do art. 222 desta Lei, e do art. 41-A da Lei nº 9.504, de 30 de
setembro de 1997." (NR)

Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 5º Revoga-se o § 6º do art. 96 da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997.

Brasília, 28 de setembro de 1999; 178º da Independência e 111º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


José Carlos Dias
11

6.3. TEXTO DA LEI COMPLEMENTAR Nº 135, DE 4 DE JUNHO DE 2010 (FICHA


LIMPA)

Altera a Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, que estabelece, de acordo


com o § 9o do art. 14 da Constituição Federal, casos de inelegibilidade, prazos de
cessação e determina outras providências, para incluir hipóteses de inelegibilidade
que visam a proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do
mandato.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei Complementar:
Art. 1o Esta Lei Complementar altera a Lei Complementar no 64, de 18 de maio de
1990, que estabelece, de acordo com o § 9o do art. 14 da Constituição Federal, casos
de inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências.
Art. 2o A Lei Complementar no 64, de 1990, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
“Art. 1º
...................................................................................................................................
I
– ........................................................................................................................................
....
...........................................................................................................................................
.........
c) o Governador e o Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal e o Prefeito e o
Vice-Prefeito que perderem seus cargos eletivos por infringência a dispositivo da
Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do
Município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente e nos
8 (oito) anos subsequentes ao término do mandato para o qual tenham sido eleitos;
d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça
Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em
processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na
qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos
8 (oito) anos seguintes;
e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão
judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos
após o cumprimento da pena, pelos crimes:
1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio
público;
2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os
previstos na lei que regula a falência;
3. contra o meio ambiente e a saúde pública;
4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade;
12

5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou


à inabilitação para o exercício de função pública;
6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;
7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos;
8. de redução à condição análoga à de escravo;
9. contra a vida e a dignidade sexual; e
10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando;
f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou com ele incompatíveis, pelo prazo
de 8 (oito) anos;
g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas
rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade
administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver
sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem
nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o
disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de
despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição;
h) os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou fundacional, que
beneficiarem a si ou a terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem
condenados em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial
colegiado, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como
para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;
..........................................................................................................................
j) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão
colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio,
por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta
vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do
registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição;

k) o Presidente da República, o Governador de Estado e do Distrito Federal, o


Prefeito, os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da
Câmara Legislativa, das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos
desde o oferecimento de representação ou petição capaz de autorizar a abertura de
processo por infringência a dispositivo da Constituição Federal, da Constituição
Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as
eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual
foram eleitos e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término da legislatura;
13

l) os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada


em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade
administrativa que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito, desde
a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após
o cumprimento da pena;
m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão sancionatória do
órgão profissional competente, em decorrência de infração ético-profissional, pelo
prazo de 8 (oito) anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso pelo Poder
Judiciário;
n) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão
judicial colegiado, em razão de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal
ou de união estável para evitar caracterização de inelegibilidade, pelo prazo de 8 (oito)
anos após a decisão que reconhecer a fraude;
o) os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo
administrativo ou judicial, pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o
ato houver sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário;
p) a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas responsáveis por doações
eleitorais tidas por ilegais por decisão transitada em julgado ou proferida por órgão
colegiado da Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão, observando-
se o procedimento previsto no art. 22;
q) os magistrados e os membros do Ministério Público que forem aposentados
compulsoriamente por decisão sancionatória, que tenham perdido o cargo por
sentença ou que tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na
pendência de processo administrativo disciplinar, pelo prazo de 8 (oito) anos;
...........................................................................................................................................
§ 4o A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I deste artigo não se aplica aos
crimes culposos e àqueles definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem
aos crimes de ação penal privada.
§ 5o A renúncia para atender à desincompatibilização com vistas a candidatura a
cargo eletivo ou para assunção de mandato não gerará a inelegibilidade prevista na
alínea k, a menos que a Justiça Eleitoral reconheça fraude ao disposto nesta Lei
Complementar.” (NR)
“Art. 15. Transitada em julgado ou publicada a decisão proferida por órgão colegiado
que declarar a inelegibilidade do candidato, ser-lhe-á negado registro, ou cancelado,
se já tiver sido feito, ou declarado nulo o diploma, se já expedido.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput, independentemente da
apresentação de recurso, deverá ser comunicada, de imediato, ao Ministério Público
Eleitoral e ao órgão da Justiça Eleitoral competente para o registro de candidatura e
expedição de diploma do réu.” (NR)
“Art. 22.
...........................................................................................................................................
.......................................................................................................................................
14

XIV – julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação dos eleitos,
o Tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído
para a prática do ato, cominando-lhes sanção de inelegibilidade para as eleições a se
realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à eleição em que se verificou, além da
cassação do registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado pela
interferência do poder econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou
dos meios de comunicação, determinando a remessa dos autos ao Ministério Público
Eleitoral, para instauração de processo disciplinar, se for o caso, e de ação penal,
ordenando quaisquer outras providências que a espécie comportar;
XV – (revogado);
XVI – para a configuração do ato abusivo, não será considerada a potencialidade de o
fato alterar o resultado da eleição, mas apenas a gravidade das circunstâncias que o
caracterizam.
...........................................................................................................................................
.” (NR)
“Art. 26-A. Afastada pelo órgão competente a inelegibilidade prevista nesta Lei
Complementar, aplicar-se-á, quanto ao registro de candidatura, o disposto na lei que
estabelece normas para as eleições.”

“Art. 26-B. O Ministério Público e a Justiça Eleitoral darão prioridade, sobre quaisquer
outros, aos processos de desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de
autoridade até que sejam julgados, ressalvados os de habeas corpus e mandado de
segurança.
§ 1o É defeso às autoridades mencionadas neste artigo deixar de cumprir qualquer
prazo previsto nesta Lei Complementar sob alegação de acúmulo de serviço no
exercício das funções regulares.

§ 2o Além das polícias judiciárias, os órgãos da receita federal, estadual e municipal,


os tribunais e órgãos de contas, o Banco Central do Brasil e o Conselho de Controle
de Atividade Financeira auxiliarão a Justiça Eleitoral e o Ministério Público Eleitoral na
apuração dos delitos eleitorais, com prioridade sobre as suas atribuições regulares.
§ 3o O Conselho Nacional de Justiça, o Conselho Nacional do Ministério Público e as
Corregedorias Eleitorais manterão acompanhamento dos relatórios mensais de
atividades fornecidos pelas unidades da Justiça Eleitoral a fim de verificar eventuais
descumprimentos injustificados de prazos, promovendo, quando for o caso, a devida
responsabilização.”
“Art. 26-C. O órgão colegiado do tribunal ao qual couber a apreciação do recurso
contra as decisões colegiadas a que se referem as alíneas d, e, h, j, l e n do inciso I do
art. 1o poderá, em caráter cautelar, suspender a inelegibilidade sempre que existir
plausibilidade da pretensão recursal e desde que a providência tenha sido
expressamente requerida, sob pena de preclusão, por ocasião da interposição do
recurso.
15

§ 1o Conferido efeito suspensivo, o julgamento do recurso terá prioridade sobre todos


os demais, à exceção dos de mandado de segurança e de habeas corpus.
§ 2o Mantida a condenação de que derivou a inelegibilidade ou revogada a
suspensão liminar mencionada no caput, serão desconstituídos o registro ou o diploma
eventualmente concedidos ao recorrente.
§ 3o A prática de atos manifestamente protelatórios por parte da defesa, ao longo da
tramitação do recurso, acarretará a revogação do efeito suspensivo.”
Art. 3o Os recursos interpostos antes da vigência desta Lei Complementar poderão
ser aditados para o fim a que se refere o caput do art. 26-C da Lei Complementar nº
64, de 18 de maio de 1990, introduzido por esta Lei Complementar.
Art. 4o Revoga-se o inciso XV do art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio
de 1990.
Art. 5o Esta Lei Complementar entra em vigor na data da sua publicação.
Brasília, 4 de junho de 2010; 189o da Independência e 122o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Luis Inácio Lucena Adams
Este texto não substitui o publicado no DOU de 7.6.2010"

____________________________________________________________________
Carlos Cezar Barbosa – Promotor de Justiça
16

Expediente
A Cartilha Civilidade nas Eleições 2010 é um manual de orientação e
consulta distribuído gratuitamente a interessados.

Pesquisa e texto - Carlos Cezar Barbosa – Promotor de Justiça

Revisão
Texto & Cia Comunicação
Blanche Amancio MTb 20907
Daniela Antunes MTb 25679

Criação do mascote - Cordeiro de Sá

Contato
civilidadenaseleicoes@gmail.com

Mais informações
http://civilidadenaseleicoes.blogspot.com

Você também pode gostar