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Texto Narrativo
Antes que ele nascesse eu vivia chateando a minha mãe pra ela me arranjar
um irmãozinho. Eu até andava pra trás, porque quando uma criança anda pra
trás, é porque ela vai ganhar um irmãozinho.
E fui eu que escolhi o nome dele: Pedro, que é o nome do meu melhor amigo.
E no dia que ele nasceu, eu fui no hospital visitar minha mãe e meu pai botou
ele no meu colo! E ele era tão pequenininho! Eu até achei que eu tinha que
tomar conta dele sempre!
E a minha mãe fica me enchendo, que ela quer que eu leve ele pra todo lugar
que eu vou: pra brincar na areia, pras festas de aniversário, pra ir ao shopping
com meu pai.
Então ele me leva pra sala, pra contar histórias, e eu acabo dormindo no sofá!
E quando o Pedrinho fica doente? Todo mundo só quer saber dele, só manda
eu ficar quieto, pra não acordar ele, e todo mundo traz presentes pra ele e
esquece de me trazer presentes...
Mas no outro dia eu estava um pouquinho doente. Aí minha mãe nem foi
trabalhar pra ficar comigo e a minha tia passou o dia todo me agradando e meu
pai me trouxe um monte de brinquedos.
É! Aquele dia foi bom!
Também foi bom no outro dia, quando a vovó veio lá em casa, e todo mundo
estava fazendo festa pro Pedrinho, e ela disse:
“Eu quero é ver o Miguel! Que eu gosto muito do Miguel!”
Aí minha avó me pegou no colo, me contou um monte de histórias e disse que
eu já estava ficando muito grande e muito bonito!
Ela até falou que ela gostava de brincar comigo, porque eu sei brincar de uma
porção de coisas, que o Pedrinho ainda não sabe.
E quando meu amigo veio na minha casa e disse que não queria brincar com o
Pedrinho que ele era chato, eu fiquei louco da vida e disse que meu irmão não
era chato, nada! Só se fosse o irmão dele!
E eu boto ele no carrinho de brinquedo e empurro pela casa toda, e ele ri muito
e eu também.
Ruth Rocha
• Personagem;
• Espaço;
• Enredo;
• Narrador;
• Tempo.
• Apresentação (início);
• Desenvolvimento (meio);
• Desfecho (fim).