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CAPÍTULO 9

A superfície de Fermi é a superfície de energia constante ϵF no espaço k . A


superfície de Fermi separa os orbitais não preenchidos dos orbitais preenchidos, no
zero absoluto. As propriedades elétricas do metal são determinadas pela forma da
superfície de Fermi, porque a corrente é devida a variações dos estados de ocupações
próximos da superfície de Fermi. A forma pode ser muito complicada em termos de
uma zona reduzida e, no entanto, ter uma interpretação simples em termos de uma
esfera. As superfícies de Fermi de elétrons livres foram desenvolvidas a partir de
esferas de raio kF determinadas pela concentração de elétrons de valência.

ESQUEMA DE ZONA REDUZIDA

É possível selecionar o índice k da função de Bloch a modo de o vetor de onda


estar no interior da zona de Brillouin. Este procedimento é chamado de representação
da banda no esquema da zona reduzida. Se encontramos uma função de Bloch escrita
iktr
na forma ψ k ( r )=e u k ( r ) , onde k' está fora da zona. No esquema da zona
reduzida é possível encontrar diferentes energias para o mesmo valor do vetor de
onda. Cada valor diferente da energia caracteriza uma banda diferentes. Portanto a
função de Bloch para um estado com vetor de k na banda n pode ser escrita
como
'

ψ n ,k =ei k r un , k ( r ) =∑ C n( k +G)
G

Uma vez que os coeficientes C( k +G) devemos adicionar um símbolo n para

cada C que servirá como índice para a banda: Cn (k +G) .

ESQUEMA DA ZONA PERIÓDICA

Podemos repetir uma dada zona de Brillouin periodicamente através de todo os espaço
dos vetores de onda. Para repetir a zona, nós a transladamos por meio de um vetor da
rede recíproca. Neste esquema, a energia ϵk de uma banda é uma função periódica
na rede recíproca:

ϵ k =ϵ k+G

Aqui, ϵ k +G quer dizer a mesma banda de energia ϵk . O resultado desta


construção é conhecido como esquema da zona periódica. Sendo útil para análise da
conexão entre as órbitas eletrônicas num campo magnético.
CONSTRUÇÃO DAS SUPERFÍCIES DE FERMI

Considere a análise da rede quadrada. A equação para contorno da zona é

2 k .G+G2=0, que deve ser satisfeita se k terminar sobre o plano perpendicular

a G . A segunda zona é construída de G2 e dos três vetores a ele equivalentes


por simetria.

ORBITAIS ELETRÔNICOS, ORBITAIS DOS BURACOS E ORBITAIS ABERTOS

Os elétrons em um campo magnético estático se movem sobre a superfície de Fermi,


porque ela é uma superfície de energia constante.

Em (a) o vetor de onda se desloca em torno da órbita no sentido dos ponteiros do

−¿¿
relógio. O sentido em (b) é o esperado para um elétron livre com carga e , a
orbita em (b) denomina-se órbita do tipo elétron. Em (c) para uma zona retangular é
indicado o movimento de órbita aberta da zona periódica, este caso é intermediário
entre a órbita do buraco e a órbita do elétron.

CALCÚLO DAS BANDAS DE ENERGIA

Será apresentado três métodos essenciais, o método de ligação compacta, útil para
interpolações; o método Wigner-Seitz, útil para visualização e entendimento dos
metais alcalinos; e o método do pseudopotencial, utilizada para análise de distribuição
de cargas e do espectro ótico. O modelo da ligação compacta, considera duas
combinações, sabemos que a medida que os átomos se reúnem e suas funções de
onda superpõem. A aproximação das funções de onda dos átomos livres é conhecida
por aproximação de ligação compacta. A aproximação é muito boa para os elétrons
internos dos átomos, sendo usada para a descrição das bandas d O método de

Wigner-Seitz é um método simples e preciso para calcular u0 ( r ) . A função é


praticamente constante em 0,9 do volume atômico. A energia do orbital no estado
fundamental é muito menor para o espaçamento do metal do que nos átomos
isolados. A diminuição da energia tende a produzir um aumento de energia de ligação.
Os pseudopotenciais na região externa, a energia de um elétron é relativamente fraca,
sendo representada pela energia potencial coulombiana da carga positiva dos íons. Se
os orbitais de condução da região externa forem ondas aproximadamente planas, a
energia deve depender do vetor de onda para elétrons livres, sendo que o operador
hamiltoniano fornecerá a energia cinética do elétron livre na região externa. Assim
podemos trocar a energia potencial verdadeira por uma energia potencial efetiva, o
pseudopotencial fornecendo as mesmas funções de onda fora do núcleo central do
mesmo modo que o potencial verdadeiro. O pseudopotencial é muito mais fraco do
que o potencial verdadeiro, porém as funções de ondas nas regiões externas são
aproximadamente iguais para ambos os potenciais.

MÉTODOS EXPERIMENTAIS PARA ESTUDOS DA SUPERFÍCIE DE FERMI

Métodos experimentais foram desenvolvidos para a determinação das superfícies de


Fermi. Esses métodos incluem a resistência magnética, o efeito pelicular anômalo,
ressonância ciclotrônica, efeitos geométricos magneto-acústicos. Na quantização das
órbitas num campo magnético a quantidade de movimento p de uma partícula é a
soma de duas partes: a quantidade de movimento cinética e a quantidade de
movimento potencial, sendo a quantidade de movimento total:

P=Pcin + Pcampo =ℏk +q A /c

Seguindo o tratamento semiclássio, supomos que as orbitas num campo magnético


sejam quantizadas:

∮ P . dr=(n+γ )2 πℏ
Onde n é um inteiro e γ é uma correção de fase que, para elétrons livres,
possui o valor ½. Então,

∮ P . dr=∮ ℏ k . d r =∮ A dr
A equação do movimento para uma partícula de carga q num campo magnético é

dk q dr
ℏ = ×B
dt c dt

No efeito de Haas-van Alphen é preciso saber a área da órbita no espaço do vetor de


onda:
2
A n= (ℏc /eB ) S n

Pelo período da oscilação é possível construir a superfície de Fermi

O efeito de Haas-van Alphen é a oscilação do momento magnético de um metal em


função da intensidade do campo magnético estático. O efeito pode ser observado em
espécimes puros para baixas temperaturas em campos magnéticos fortes. Essa análise
será feita para o zero absoluto

RESISTIVIDADE ELÉTRICA

Para temperaturas muito baixas, o número de fônons disponíveis para o espalhamento


umklapp . Para uma superfície de Fermi esférica com um elétron em cada orbital do
átomo no interior da zona de Brillouin bcc q 0=0,267 k F . Dados experimentais

mostram que o potássio possui a forma exponencial esperada θU =23 k F . Para


temperaturas menores que cerca de 2k o número de processos é desprezível e a
resistividade da rede é causada somente pelo pequeno ângulo de espalhamento. Tais
processos normais contribuem para a resistividade em todos os metais.

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