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Regulação para Técnico Administrativo - ANVISA

Aula Demonstrativa – Órgãos reguladores no Brasil:


histórico e característica das autarquias (parte 01)
Prof. Thiago Alves

Aula Demonstrativa
Regulação para Técnico Administrativo - ANVISA
Órgãos reguladores no Brasil: histórico e característica das autarquias (parte 01)
Professor: Thiago Alves

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Regulação para Técnico Administrativo - ANVISA
Aula Demonstrativa – Órgãos reguladores no Brasil:
histórico e característica das autarquias (parte 01)
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Aula Demonstrativa – Órgãos reguladores no Brasil: histórico e


característica das autarquias (parte 01)

Olá, parceiro e aluno do Ponto dos Concursos!

Seja muito bem-vindo ao curso “REGULAÇÃO PARA TÉCNICO


ADMINISTRATIVO - ANVISA”!

É com enorme satisfação que inicio essa jornada juntamente com você!
Tenha certeza que o meu objetivo nesse curso – QUE INCLUIRÁ PDFs, VÍDEOS
E SIMULADO - é contribuir para a sua aprovação, caro aluno, nesse tão
disputado concurso que está por vir! Afinal de contas, teremos grande
quantidade de vagas para o cargo de Técnico Administrativo da ANVISA
(que exige nível médio de escolaridade), com um SALÁRIO INICIAL que
ultrapassa R$ 7.000,00!

Bem legal, não é mesmo?

Ainda mais para aqueles que já vem se preparando para os concursos de


outras Agências Reguladoras em 2016 - ANS, ANAC, ANP. Mas se esse não é o
seu caso, não se preocupe! Mesmo sem nunca ter estudado antes, o
nosso curso suprirá todas as suas necessidades! Então, estudando
apenas pelas nossas aulas você estará MUITO BEM PREPARADO para
arrasar na hora da sua prova! 

Antes de falar mais um pouco sobre esse concurso, farei a minha breve
apresentação! Assim, você já entenderá como poderei contribuir para a sua
APROVAÇÃO!

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histórico e característica das autarquias (parte 01)
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Meu nome é Thiago Alves, sou servidor público e professor das disciplinas
Agências Reguladoras, Regulação e Vigilância Sanitária. Me graduei em Farmácia
pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e me especializei em Vigilância
Sanitária pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Além do mais,
sou Coach formado pela Sociedade Brasileira de Coaching, MBA em Gestão
Pública e Especialista em Contabilidade, Perícia e Auditoria. Embora tenha
passado pouquíssimo tempo estudando, tive a honra de ser aprovado em diversos
concursos públicos, dentre os quais destaco: Especialista em Regulação e
Vigilância Sanitária – ANVISA (2013); Especialista em Assuntos Regulatórios –
HEMOBRÁS (2014); Analista Administrativo – ANTAQ (2014); Técnico em
Administração Pública – TCDF (2013); Auditor Federal de Controle Externo – TCU
(2015).

Essa será a minha sexta passagem aqui pelo Ponto dos Concursos.
Isso porque já ministrei os seguintes cursos:

- Agências Reguladoras e Regulação para Concursos Públicos

- Agências Reguladoras e Regulação para Técnico em Regulação da ANS

- Agências Reguladoras e Legislação Básica para Técnico Adm. da ANS

- Conhecimentos de Regulação para Técnico em Reg. Aviação Civil - ANAC

- Vigilância Sanitária para Concursos Públicos.

Recentemente, tive a felicidade de constatar que TODAS (enfatizo:


TODAS) as questões das provas de Regulação do Concurso ANS 2016
(Técnico em Regulação e Técnico Administrativo) foram exaustivamente
trabalhadas em nossas aulas. Isso reforça o que disse anteriormente:
estudando apenas pelas nossas aulas você estará MUITO BEM
PREPARADO para arrasar na hora da sua prova! Tenho certeza que
obteremos o mesmo resultado nesse concurso ANVISA! 

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Por falar nisso, vou seguir a mesma metodologia utilizada nos meus cursos
anteriores: para facilitar a sua vida, eu vou usar muitas cores em nossas
aulas! Dessa forma, você fica encarregado de filtrar no seu leitor de PDF todo o
conteúdo que estiver COLORIDO (em amarelo, verde, laranja ou roxo), e
revisá-lo nas semanas finais para a sua prova! Essa dica não dispensa uma
leitura atenta e detalhada de todo o nosso curso, mas ajudará, e muito,
na fixação e memorização do conteúdo!

...

Pois bem! O último Concurso ANVISA ocorreu em 2013, para os cargos de


Técnico Administrativo, Técnico em Regulação e Vigilância Sanitária, Analista
Administrativo e Especialista em Regulação e Vigilância Sanitária (por sinal, fui
aprovado nesse último). Vale destacar que para TODOS os cargos foram
exigidos conhecimentos de Regulação – isso porque a disciplina foi
cobrada na parte de conhecimentos básicos de todas as provas. E mais:
foram cobradas 10 questões para o cargo de Técnico Administrativo.

Recentemente, tivemos (pelo menos na minha opinião rs) uma agradável


surpresa ao saber que a banca organizadora do Concurso ANVISA 2016
será o CESPE. Sendo assim, você perceberá durante o nosso curso que adaptarei
muitas questões ao estilo da banca (certo/errado).

E então? Força total para começar os estudos?

Preparei um curso bem direcionado para o concurso de Técnico


Administrativo ANVISA 2016. Ele será bastante completo e terá como
base o último edital, além de trazer alguns conhecimentos adicionais -
que provavelmente serão cobrados na sua prova! Além do mais, trarei
um SIMULADO EXCLUSIVO, com QUESTÕES COMENTADAS EM VÍDEO!
Assim, você terá muito material para poder praticar!

Continuando...

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Nossas aulas serão divididas da seguinte forma:

Aula Conteúdo Programático Data


Órgãos reguladores no Brasil: histórico e característica das
00 Disponível
autarquias (parte 01)
Regulação e agências reguladoras: As agências reguladoras e o
01 princípio da legalidade. Órgãos reguladores no Brasil: histórico e 08/04
característica das autarquias

02 Abordagem: teoria econômica da regulação (parte 01) 30/04

Abordagem: teoria econômica da regulação (parte 2); Falhas de


03 21/05
Mercado e Regulação

04 Abordagens: teoria da captura, teoria do agente-principal; 07/06

Formas de regulação: regulação de preço; regulação de entrada;


05 25/06
regulação de qualidade.
Princípios de qualidade regulatória, boas práticas de governança
06 regulatória, noções de avaliação de impacto regulatório. Regulação 10/07
setorial: regulação sanitária

Bônus Simulado + Revisional com Questões Comentadas em Vídeo 20/07

Uma última observação: não deixe de participar do nosso fórum!


Essa é a hora em que ocorre um contato mais direto entre aluno e
professor, sendo o melhor momento para esclarecer todas as suas
dúvidas! Te espero por lá!!! 

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Sumário

1. Conceitos Iniciais – Regulação Econômica e Sanitária .................................7


2. Histórico das Agências Reguladoras Brasileiras ..............................................18
2.1 Regulação, Desregulação e Re-Regulação; .............................................................................................30
2.2 O Estado Regulador; ...............................................................................................................................34
3. Questões Comentadas ..........................................................................................................42
4. Lista das Questões Apresentadas em Aula...........................................................60
5. Gabarito das Questões Apresentadas em Aula .................................................65

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1 - Conceitos Iniciais – Regulação Econômica e Sanitária

Caro aluno! No campo da vigilância sanitária, a regulação pode ser


compreendida como o modo de intervenção do Estado para impedir
possíveis danos ou riscos à saúde da população, atuando por meio da
regulamentação, controle e fiscalização das relações de produção e consumo de
bens e serviços relacionados à saúde. Além disso, a regulação sanitária contribui
para o adequado funcionamento do mercado, buscando suprir suas falhas e
dando cada vez mais previsibilidade, transparência e estabilidade aos processos
e à própria atuação regulatória, a fim de propiciar um ambiente seguro para a
população e favorável ao desenvolvimento social e econômico do país.

No âmbito da Vigilância Sanitária, então, podemos dizer que a regulação é


uma função mediadora entre os interesses da saúde e os interesses econômicos;
ou seja, a vigilância sanitária constitui uma instância social de mediação entre a
produção de bens e serviços e a saúde da população. Compete-lhe avaliar riscos
e executar um conjunto de ações para prevenir, minimizar e eliminar riscos à
saúde, bem como estabelecer regulamentos técnico-sanitários, que fixam as
regras para os comportamentos relacionados com os objetos sob vigilância
sanitária. Por isso, essas ações são de competência exclusiva do Estado, que deve
atuar em prol da preservação dos interesses da coletividade, de modo a proteger
a saúde da população, dos consumidores e do ambiente.

Pois bem! O projeto de criação de uma agência federal de vigilância


sanitária começou a ser esboçado em 1994 e foi levado a termo no fim da década
de 1990, em meio a uma crise de confiança sob a qual submergia o antigo órgão
federal encarregado de cuidar desse segmento. Com a publicação da Lei nº
9.782, de 26 de janeiro 1999, foi então criada a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), primeira agência reguladora brasileira da
área social.

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Diferentemente das outras agências, a ANVISA tem como campo de


atuação não um setor específico da economia, mas todos os setores relacionados
a produtos e serviços que possam afetar a saúde da população brasileira. Outra
singularidade é sua competência tanto na REGULAÇÃO ECONÔMICA do
mercado, ao trabalhar, por exemplo, com a definição de preços e o
monitoramento de mercado, quanto na REGULAÇÃO SANITÁRIA.

O trabalho desenvolvido pela ANVISA nos últimos anos tornou o Brasil


uma referência em regulação econômica e sanitária na América Latina,
principalmente no que tange à regulação de medicamentos. A Agência pode ser
considerada hoje a autoridade sanitária líder na região, e tem desenvolvido
diversas ações para aprimorar a qualidade da regulação desenvolvida no Brasil,
com o aperfeiçoamento dos canais de participação social e a implementação de
ferramentas que proporcionam mais transparência e melhoria na gestão da
regulação, como a Agenda Regulatória e Análise de Impacto Regulatório
(não se preocupe com esses conceitos agora, pois trabalharemos bastante em
cima deles no decorrer do nosso curso).

Por conta da abrangência dos objetos e processos regulados por sua


atuação, assim como do quantitativo de sua força de trabalho, a ANVISA pode
ser considerada a maior agência reguladora brasileira na atualidade. Para
você ter uma ideia, a sua atuação engloba produtos e serviços de saúde que
representam 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, demonstrando a
sua importância no cenário nacional.

Seguindo em frente...

É importante você ter em mente que a regulação é uma decisão política!


As condições da concorrência (estruturas de mercado) e as exigências políticas e
sociais determinam quais dessas variáveis serão administradas pelo regulador, a
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forma e a intensidade da intervenção. Essa decisão de regular um setor


obedece a um comando constitucional, e a regulação atua, nesse sentido,
para que essas disposições constitucionais sejam atendidas!

A intervenção estatal na economia está disciplinada na Constituição


Federal/1988, a qual dispõe em seu Artigo 170 que a ordem econômica,
fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por
fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios: I - soberania nacional; II - propriedade
privada; III - função social da propriedade; IV - livre concorrência; V - defesa do
consumidor; VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento
diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus
processos de elaboração e prestação; VII - redução das desigualdades regionais
e sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - tratamento favorecido para as
empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua
sede e administração no País.

Ainda de acordo com o texto constitucional, é assegurado a todos o livre


exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização
de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. Perceba que esse dispositivo
se relaciona diretamente com um dos princípios da ordem econômica: a LIVRE
CONCORRÊNCIA.

No entanto, peço a sua atenção para o seguinte: existem situações


em que a existência de uma única firma no mercado, como no caso dos
monopólios naturais (esse termo será discutido nas nossas próximas aulas)
faz com que haja um maior ganho de eficiência econômica quando
comparado à situação de concorrência. Isso ocorre, dentre outros
motivos, pela maior economia de escala gerada (redução de preços
observada em função da maior quantidade produzida por uma empresa).

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Dessa forma, não é verdade que a concorrência deve ser buscada a todo e
qualquer custo! Fique atento a isso!

Além do mais, saiba que, apesar da existência do princípio da livre


concorrência, a atuação estatal é fundamental para a regulação dos
mercados. Isso porque devemos considerar a possibilidade de as
empresas praticarem alguma conduta anticompetitiva (como o abuso de
poder de mercado, por exemplo), o que acarretará enormes prejuízos
aos consumidores. Assim, o Estado não pode (e nem deve) deixar de atuar nos
mercados, mesmo com o estabelecimento - pela Constituição Federal - do
princípio da Livre Concorrência.

A atuação das Agências Reguladoras ilustra bem o processo de


INTERVENÇÃO INDIRETA do Estado no domínio econômico, com a função
básica de promover o desenvolvimento econômico, sob o prisma do
fortalecimento da competição e da criação de procedimentos de controle
absolutamente racionais. Essas agências exercem função contenciosa ao dirimir
divergências entre os prestadores do serviço, os produtores e seus respectivos
consumidores, além de buscarem a preservação da competitividade no mercado,
valendo-se da crença de que a concorrência proporcionará maior qualidade a um
menor custo para o cidadão.

Vamos aprofundar um pouco nesse assunto...

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Na INTERVENÇÃO ESTATAL DIRETA, a participação do Estado na


economia ocorre na modalidade de empresário. Aqui, o Poder Público participa
diretamente da atividade econômica, comprometendo-se com a atividade
produtiva.

O Art. 173 da Constituição Federal (CF) de 1988 dispõe que: “ressalvados


os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica
pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo conforme definidos em lei”.

Dessa forma, de maneira geral, o Estado só intervirá diretamente na


atividade econômica nos seguintes casos:

1) quando necessária aos imperativos da segurança nacional;

2) para atender a relevante interesse coletivo.

Dito isso, saiba que esse tipo de intervenção (direta) opera-se sob duas
óticas: (i) em concorrência com os demais agentes econômicos do setor
privado; e (ii) sob o regime de monopólio estatal.

Na primeira delas, sob o regime de CONCORRÊNCIA, o Estado deve


explorar atividade econômica por meio de empresas estatais (sociedades de
economia mista, empresas públicas ou suas subsidiárias), que devem se sujeitar
ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários. Essas empresas
não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.

Por outro lado, a intervenção direta do Estado no domínio econômico


poderá ocorrer sob o regime de MONOPÓLIO. Isso significa que essa atuação
não ocorrerá em regime de concorrência com os demais agentes econômicos
privados, mas sim exclusivamente pelo Estado.

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O monopólio da União (esse é o ente federado ao qual incube essa


atribuição) possui tratamento constitucional, nos termos do art. 177 da CF/88:

“Art. 177. Constituem monopólio da União:


I - A pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros
hidrocarbonetos fluidos;
II - A refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
III - A importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das
atividades previstas nos incisos anteriores;
IV - O transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados
básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de
conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem;
V - A pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e
o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos
radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas
sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art.
21 desta Constituição Federal”.

Com a flexibilização ocorrida com o advento da Emenda Constitucional nº


09/1995, a União poderá contratar com empresas públicas ou privadas a
realização das atividades acima, exceto quanto à pesquisa, lavra,
enriquecimento, reprocessamento, industrialização e comércio de minerais
nucleares e derivados (item V).

Vamos à INTERVENÇÃO INDIRETA?

O art. 174 da CF/88 prevê a atuação do Estado como agente normativo


e regulador da atividade econômica, na forma da lei, mediante o
exercício de funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este
(o planejamento) determinante para o setor público e indicativo para o setor
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privado. O Estado, agindo como regulador, atua basicamente elaborando


normas, reprimindo o abuso do poder econômico, interferindo na
iniciativa privada, regulando preços e controlando o abastecimento.

Então, a intervenção indireta - segundo os ditames da CF/88 - pode se dar


de diversas formas, que são:

I) A intervenção indireta por incentivos (fomento): é aquela por meio


da qual o Estado confere certos incentivos ao particular para que adira ou
não à política econômica estatal. Nela, o Estado estimula a cooperação do
setor privado com seus interesses, sendo facultativa a adesão ou não do
particular ao incentivo concedido. Entretanto, uma vez firmado o interesse
de cooperação, o particular deve se submeter às normas para que tenha
direito ao benefício.

II) A intervenção indireta por planejamento: é aquela por meio da


qual o Estado irá avaliar uma dada situação, as opções de ação, as
perspectivas e projeções para o futuro, e delinear um meio de atingir o que
pretende. Configura-se como forma de se estruturar meios para se alcançar
uma desejada política econômica, como forma sistematizada do Estado
regular o mercado, intervindo indiretamente sobre o domínio econômico,
buscando atingir um determinado fim.

III) A intervenção indireta por fiscalização: é aquela por meio da qual


o Estado impõe ao particular determinadas normas imperativas a serem
seguidas (e fiscaliza o seu cumprimento), sob pena de sofrer as punições
previstas na lei.

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Em síntese, o Estado intervém na economia: (i) de forma


direta, mediante a exploração estatal de atividade econômica em
concorrência ou em regime de monopólio; (ii) de forma indireta,
como agente normativo e regulador da atividade econômica!

Continuando...

De maneira geral, podemos dizer que a fundamentação para a regulação


pública de determinados setores da economia está relacionada à existência
das chamadas falhas de mercado. Nos mercados nos quais as condições para
uma concorrência vigorosa estão presentes (mercados competitivos) observa-se
uma pressão constante sobre as empresas na direção da redução dos seus custos
de produção e dos seus preços, melhoria da qualidade do produto, aumento da
oferta e da variedade de produtos, lançamento de novos e melhores produtos
etc. (nesse caso o mercado funciona eficientemente). Já nos mercados onde a
concorrência é imperfeita, ou seja, quando há falhas de mercado, condições
estruturais permitem a redução da produção e o aumento de preços. É possível
o abuso do poder de mercado porque a concorrência não funciona de maneira
eficiente. Dessa forma, mercados concentrados, com elevadas barreiras à
entrada, demanda inelástica a variações nos preços dos produtos, assimetria de
informações e outras falhas que permitem o abuso do poder de mercado, tornam-
se candidatos à intervenção do poder público.

Então, perceba que as agências reguladoras atuam tanto na


promoção do desenvolvimento econômico quanto nas correções das
falhas de mercado, garantindo segurança e bem-estar à população.

É importante você saber, por fim, que não há, no Brasil, um modelo único
de agência reguladora (embora todas elas possuam muitas características em

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comum), já que as competências e atribuições de cada uma dessas


agências estão definidas nas leis específicas que as instituíram (ex.: Lei
nº 9.782/99 – ANVISA; Lei nº 9.961/00 – ANS etc.).

Nesse momento, saiba que as Agências Reguladoras são autarquias sob


regime especial, dotadas de independência administrativa, estabilidade
de seus dirigentes (mandatos fixos), autonomia financeira (renda própria e
liberdade para sua aplicação), ausência de vinculação hierárquica ao
ministério supervisor e poder normativo (regulamentação das matérias de sua
competência). Tudo isso para reduzir os riscos de interferência política no
processo de regulação, bem como priorizar o estabelecimento de critérios
TÉCNICOS de decisão, conferindo estabilidade e efetividade ao processo
regulatório (não se preocupe com essas características agora, pois estudaremos
todas elas na próxima aula! ).

São atribuídas características especiais às Agências


Reguladoras para que elas não sejam submetidas à ingerência do
poder estatal, visando vedar a influência política e atos de
governantes que possam interferir na direção das entidades
reguladoras e do setor regulado!

1 - (CETRO – ANVISA 2013; adaptada). O segmento dos medicamentos é


um dos menos regulamentados no mundo, tanto que os indicadores
mostram um aumento de casos de reações adversas a medicamentos,

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intoxicações medicamentosas, efeitos colaterais e resistência bacteriana


causada por seu abuso e uso inadequado.

Comentários:

No campo da vigilância sanitária, a regulação pode ser compreendida como


o modo de intervenção do Estado para impedir possíveis danos ou riscos à
saúde da população. Atua por meio da regulamentação, controle e
fiscalização das relações de produção e consumo de bens e serviços
relacionados à saúde (como os medicamentos).

A ANVISA tem como campo de atuação não um setor específico da


economia, mas todos os setores relacionados a produtos e serviços que
possam afetar a saúde da população brasileira, possuindo competência
tanto para a REGULAÇÃO ECONÔMICA do mercado (ao trabalhar, por
exemplo, com a definição de preços e o monitoramento de mercado),
quanto na REGULAÇÃO SANITÁRIA.

Ademais, vimos que a ANVISA tem desenvolvido diversas ações com o


objetivo de aprimorar a qualidade da regulação sanitária desenvolvida no
país, com aperfeiçoamento dos canais de participação social e
implementação de ferramentas que proporcionem mais transparência e
melhoria na gestão da regulação, como por exemplo a Agenda
Regulatória e Análise de Impacto Regulatório.

Assim, a assertiva está errada!

2 - (CETRO – ANVISA 2013; adaptada). A regulação do serviço público


permite que decisões que afetem diretamente direitos e liberdades dos
cidadãos possam ser analisadas com imparcialidade, especialidade e sem
compromisso com partido político de ocasião.

Comentários:

Perfeito! As Agências Reguladoras são autarquias especiais com grande


independência em relação à Administração Direta. O objetivo dessa

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independência é justamente vedar a influência política e atos de


governantes que possam interferir na direção das entidades reguladoras e
do setor regulado. Dessa forma, as decisões dessas Agências são tomadas
com base em conhecimentos técnicos e especializados, livres de
influência de partidos políticos.

A questão está CORRETA!

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2 - Histórico das Agências Reguladoras Brasileiras

A criação das agências reguladoras como autarquias autônomas destinadas


à regulação, integrando a estrutura administrativa do Estado, encontra seu
fundamento no direito de países estrangeiros, onde a regulação é desenvolvida
desta maneira há bastante tempo, sendo trazida para o direito nacional há pouco
mais de dez anos. Essas agências ganharam destaque no âmbito das reformas
neoliberais empreendidas a partir dos anos 1980, sendo a Inglaterra e os
Estados Unidos as principais referências na concepção e implantação dessas
entidades.

Entretanto, há uma diversidade de formas e motivos para que o Estado


institucionalize órgãos com a finalidade de regulação dos setores da economia.
Não podemos transportar um instituto desenvolvido em determinado país, com
características sociais, econômicas e políticas próprias, para outro país com
características diversas. Dessa forma, houve necessidade de adaptação do
modelo criado em nosso país, alinhado às peculiaridades do Estado Brasileiro.

O nosso conceito de Agências Reguladoras foi importado do direito


norte-americano, no qual é utilizado a expressão “agencies”. Entretanto,
há poucas semelhanças entre o modelo adotado aqui e aquele existente
nos Estados Unidos, sendo estabelecido apenas o vínculo na adoção do termo
“Agência Reguladora”. Nos Estados Unidos, a criação dessas agências foi uma
resposta à crise do Estado Liberal na década de 1930 (você já deve ter ouvido
falar dessa crise, certo?), levando à necessidade de intervenção do Estado
na economia, o que ocorreu por meio da política do “New Deal”. Já no Brasil,
isso pode ser contextualizado em um período de diminuição da intervenção
direta do Estado na economia, a partir de meados da década de 90.

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Pois bem! Em contraposição ao modelo intervencionista adotado até


a década de 90, que coibiu o crescimento econômico, surgiu a necessidade de
uma redefinição do real papel do Estado, ou seja, a identificação de quais
atividades ele realmente deveria estar presente. Neste cenário, em meio à onda
Neoliberal*, surge o Programa Nacional de Desestatização, instituído pela
Lei nº 8.031/90 (alterada pela Lei nº 9.491/97). A privatização surge como um
instrumento para enxugar o Estado, e a Administração Pública passa a ter um
diferente papel na economia, migrando de um Estado fortemente
intervencionista para um Estado regulador. Surgem, então, as chamadas
Agências Reguladoras, com finalidade de regulamentar, controlar e fiscalizar a
abertura de um mercado econômico, que antes era marcado por forte monopólio
estatal.

É premissa do NEOLIBERALISMO que a economia se regula


automaticamente, devendo ser mantida a liberdade do indivíduo e a propriedade
privada. A atuação estatal na economia deve ser essencialmente diminuta,
devendo-se privilegiar a atividade privada, inclusive nos setores de grande
repercussão pública (saúde, transporte e alimentação). Com a onda neoliberal,
o Estado foi levado a rever suas estratégias regulatórias, não para
eliminá-las, mas para torná-las mais eficientes e sustentáveis.

No Brasil, esse movimento (implementado tardiamente em relação a


outros países) foi consolidado na década de 1990, quando a influência
internacional, a submissão ao capital externo e a impagável dívida
externa exigiram do país a adoção de políticas liberais. É nesse contexto
que ocorrem os processos de privatização e o surgimento das Agências
Reguladoras.

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A edificação das agências reguladoras está intimamente ligada aos planos


de Reforma do Estado, iniciados no governo Fernando Collor de Mello e
aprofundados no governo de Fernando Henrique Cardoso. A criação dessas
agências está vinculada, sobretudo, a um amplo processo de reconfiguração
estatal entre 1995 e 2002, o que não significa uma redução quantitativa
obrigatória da atividade do Estado, mas uma alteração no perfil dessa
atividade. É importante destacar, ainda, que essa concepção muda não apenas
a função do Estado, mas fundamenta e recompõe novas relações desse com
a sociedade. O vínculo recriado pelas agências com os cidadãos envolve o
tratamento desses últimos como clientes, como consumidores de serviços do
setor privado.

O Estado Regulador permanece presente no domínio econômico, mas


não mais como partícipe direto (como o Estado Intervencionista). Ele
buscará meios para que a iniciativa privada preste serviços públicos, e para
isso valer-se-á da regulação para atingir seus fins.

Além do mais, a regulação não é exercida somente sobre os serviços


públicos desestatizados. O Estado regula atividades econômicas em setores
diversos, que incluem o mercado de energia elétrica, de petróleo e
combustíveis, o sistema portuário, os serviços suplementares de saúde
(planos de saúde), a vigilância sanitária etc. Essa última atividade, por
exemplo, envolve atuação exclusiva do Estado, manifestada por meio do
Poder de Polícia!

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Aula Demonstrativa – Órgãos reguladores no Brasil:
histórico e característica das autarquias (parte 01)
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Vamos aprofundar um pouco mais no contexto de criação das Agências


Reguladoras no Brasil? Peço sua atenção para esse tema, pois ele já foi
cobrado em concursos anteriores, inclusive em questões dissertativas!

Já vimos que as agências reguladoras foram criadas no bojo do processo


de privatização das empresas estatais e da concessão dos serviços públicos no
Brasil. A edificação destas instituições está intimamente ligada aos planos de
reforma do Estado, iniciados no governo Fernando Collor de Mello (1990-1992) e
aprofundados no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). A criação dessas
agências está vinculada, sobretudo, a um amplo processo de reconfiguração
estatal entre 1995 e 2002, que têm como documento norteador o Plano Diretor
da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE) (esse plano está relacionado
à transição do modelo de administração pública burocrática para o
modelo gerencial), elaborado pelo Ministério da Administração Federal e
Reforma do Estado, em novembro de 1995, sob a coordenação do então ministro
Luiz Carlos Bresser Pereira.

A temática da Reforma do Estado tem dominado a agenda política


internacional desde os primeiros anos da década de 80. De certa forma, a
reformulação do aparelho estatal se tornou uma questão praticamente
universal, enquanto resposta à crise econômica que paralisou econômico-
politicamente os países nas últimas décadas do século XX.

Segundo Bresser Pereira, quatro grandes problemas ocorriam no contexto


do processo de reformulação do Estado: (a) um problema econômico-
político: a delimitação do tamanho estatal; (b) um outro também
econômico-político, mas que merece tratamento especial: a redefinição
do papel regulador do Estado; (c) um econômico-administrativo: a
recuperação da governança ou capacidade financeira e administrativa de
implementar as decisões políticas tomadas pelo governo; e (d) um

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histórico e característica das autarquias (parte 01)
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político: o aumento da governabilidade ou capacidade política do


governo de intermediar interesses, garantir legitimidade, e governar.

Pois bem! Ao fim dos anos 80, com o insucesso de sucessivos planos de
estabilização, o país estava mergulhado na estagnação econômica e beirava a
hiperinflação. Nesse contexto, os ideais liberais em curso no mundo encontraram
espaço para se desenvolver no país e inaugurar, com o governo Collor, a "era
liberal" no Brasil. O intervencionismo estatal, a exemplo do que já ocorria nos
países centrais e em algumas economias latinas, era constantemente
"satanizado" e cedia lugar, de forma acelerada, a propostas de
desregulamentação da economia, abertura comercial completa, Estado mínimo,
privatizações etc.

A discussão acerca da reformulação da participação do Estado remetia às


questões referentes ao próprio papel deste no desenvolvimento nacional, papel
que deveria ser deixado em segundo plano, em prol de uma postura que deveria
limitar-se apenas à de regulador. O projeto de uma sociedade mais competitiva,
eficiente e ágil se materializa na reforma do corpo administrativo e,
sobretudo, na gestão das agências reguladoras (a criação e a arquitetura
da legislação das agências conformam os objetivos propostos no PDRAE). Esta
nova visão gerencial adota a descentralização como estratégia, impõe a redução
das dimensões do Estado e a recuperação da sua capacidade financeira e
administrativa, a necessidade de fortalecimento de sua função reguladora,
fiscalizadora e fomentadora e o desmonte do Estado prestador, produtor,
interventor e protecionista.

A dicotomia estatal/privado, predominante até então, abre espaço para


formas intermediárias, com a emergência de parcerias e de organizações públicas
não-estatais. Uma das premissas da NOVA GESTÃO PÚBLICA (termo usado
para descrever a Administração Pública Gerencial, após a reforma
administrativa que visou deixar de lado o modelo burocrático – com
disfunções que incluiam o excesso de formalidades, a resistência a
mudanças e o exagero de regulamentos) é a preocupação com a eficiência

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do governo (fazer mais com menos recursos). Dentro desse contexto, surgiram
novas estratégias de implementação de políticas públicas, com a articulação entre
o setor público e o setor privado para a entrega de serviços públicos, a exemplo
das Parcerias Público Privadas (PPP) e da atuação das Organizações da Sociedade
Civil de Interesse Público (OSCIPs).

O setor público incorpora em sua avaliação critérios tradicionalmente


considerados como inerentes à iniciativa privada, tais como eficácia, eficiência,
metas, produtividade e controle de custos. Ademais, a gestão das políticas
públicas e o controle da ação estatal passam a ser feitos por organismos com
crescente participação social. Frente a estas reformas, o cidadão passa a ser
denominado cidadão-cliente, ou seja, a existência do indivíduo passa a ser
regulada através de contratos individualizados. Tal condição está evidenciada no
PDRAE, para o qual “a administração pública gerencial vê o cidadão como
contribuinte de impostos e como cliente dos seus serviços”.

Além do mais, o Contrato de Gestão, instrumento de controle dos


Ministérios sobre a administração das agências e experimento da denominada
Nova Gestão Pública, visa estabelecer um novo método de trabalho junto a essas
instituições. As agências devem atuar tendo em vista missões a serem cumpridas
e, para tanto, cada missão deve conter uma meta de resultado (trataremos mais
detalhadamente do Contrato de Gestão na próxima aula).

A partir da reforma política, econômica, administrativa e cultural


consubstanciada nas instituições estatais e em seus serviços, transmuta-se a
forma de se encarar e utilizar os serviços públicos no Brasil. A função das agências
reguladoras, neste sentido, seria regular os contratos entre usuários e
concessionárias, arbitrando os conflitos e regulamentando as relações. A
emergência dessas agências e de seus pressupostos representa uma das
maiores e mais significativas mudanças deste período, pois a

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institucionalização dos serviços privados e sua regulamentação exprimem um


“novo” modelo de Estado e, por conseguinte, um “novo” modelo social: a
atomização do indivíduo, mensurado como cliente.

É importante destacar, nesse processo de Reforma de Estado


brasileiro, o apoio de organismos internacionais como o Banco Mundial − BIRD,
o Fundo Monetário Internacional − FMI e a Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico – OCDE, o que foi essencial para a consolidação e a
difusão da crença na qual os esforços como a privatização, associados a outros
fatores, levariam ao desenvolvimento.

A proposta de reforma regulatória da OCDE influenciou amplamente


os países latinos, dentre eles o Brasil. Os países vinculados à OCDE deram
início à revisão de suas práticas e instrumentos regulatórios e incentivaram os
movimentos de reformas nos demais países, sobretudo, o rompimento com
qualquer estilo administrativo que se reportasse ao desenvolvimentismo, ou seja,
às estratégias de desenvolvimento econômico e tecnológico baseados em
financiamentos estatais.

UFA! Tudo certo até aqui?

Vamos em frente...

É importante destacar que, desde o início do século XX, já havia no país


entidades com funções regulatórias e fiscalizatórias de setores econômicos, mas
que não eram chamadas de Agências Reguladoras. Podemos mencionar, como
exemplos, no período de 1930-1945: o Comissariado de Alimentação Pública
(1918), o Instituto de Defesa Permanente do Café (1923), o Instituo do Açúcar
e do Álcool (1933), o Instituto Nacional do Mate (1938), o Instituto Nacional do
Pinho (1941), o Instituto Nacional do Sal (1940), todos esses instituídos como
autarquias econômicas, com a finalidade de regular a produção e o comércio.
Ademais, temos hoje o Banco Central, o Conselho Monetário Nacional, a

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Comissão de Valores Mobiliários e tantos outros órgãos com funções normativas


e de fiscalização. Dessa forma, a atividade regulatória não é exclusiva das
agências reguladoras instituídas nos moldes atuais.

Como você já deve ter notado, as agências reguladoras federais brasileiras


foram criadas a partir de 1996, com o objetivo inicial de regular mercados
recentemente privatizados à época, como os de energia elétrica e
telecomunicações. As primeiras agências criadas com assento constitucional
foram a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) e a Agência Nacional
do Petróleo (ANP) - apenas essas duas agências possuem previsão
constitucional direta, ressaltando-se que a primeira agência surgida no Brasil
foi a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), sendo que esta não tem
previsão constitucional direta. Estas três agências reguladoras marcaram o
início do processo de regulação, pois foram os primeiros entes criados com esta
finalidade e serviram de base para as criadas posteriormente.

Em seguida, o Estado ampliou o seu raio de ação, regulando também


segmentos estratégicos de grande impacto econômico e social, como
aqueles referentes à vigilância sanitária, através da Lei nº 9.782/1999 -
que criou a ANVISA, primeira agência reguladora brasileira da área
social. Como vimos, diferentemente das outras agências, ela tem como campo
de atuação não um setor específico da economia, mas todos os setores
relacionados a produtos e serviços que possam afetar a saúde da população
brasileira.

As demais agências foram criadas de acordo com a necessidade de regular


setores em que a iniciativa privada estivesse explorando atividade econômica de
interesse público ou prestando serviço público. O nosso país conta hoje com
diversas agências reguladoras federais, estaduais e municipais,
instituídas em diferentes áreas de infraestrutura e em setores sociais.

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Atualmente, nossas Agências Reguladoras federais são em um total


de 10 (cabe destacar que está em estudo, no Ministério de Minas e Energia, a
criação de mais uma agência, a Agência Nacional da Mineração - AMN).

Vamos conhecer um pouco de cada uma delas?

Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL)

Vinculada ao Ministério das Comunicações, a Agência Nacional de


Telecomunicações promove o desenvolvimento das telecomunicações no País.
Criada em 1997, a Anatel tem poderes de outorga, regulamentação e fiscalização
e deve adotar medidas necessárias para atender ao interesse do cidadão.

Agência Nacional de Petróleo (ANP)

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis foi criada em 1998


para regular as atividades da indústria de petróleo e gás natural e dos
biocombustíveis. Autarquia federal, vinculada ao Ministério de Minas e Energia
(MME), a ANP estabelece regras, contrata profissionais e fiscaliza as atividades
das indústrias reguladas.

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)

A Agência Nacional de Energia Elétrica, criada em 1996, regula e fiscaliza a


geração, a transmissão, a distribuição e a comercialização da energia elétrica.
Vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), também atende a reclamações
de agentes e consumidores e media os conflitos de interesses entre os agentes do
setor elétrico e entre estes e os consumidores.

Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)

Criada em 2000, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é vinculada ao


Ministério da Saúde. A ANS promove a defesa do interesse público na assistência
suplementar à saúde, regula as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas
relações com prestadores e consumidores, e contribui para o desenvolvimento das
ações de saúde no país.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária foi criada em 1999, e é vinculada ao


Ministério da Saúde. A agência protege a saúde da população ao realizar o controle
sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços que devem
passar por vigilância sanitária, fiscalizando, inclusive, os ambientes, os processos,
os insumos e as tecnologias relacionados a esses produtos e serviços. A ANVISA
também controla portos, aeroportos e fronteiras e trata de assuntos internacionais
a respeito da vigilância sanitária.

Agência Nacional de Águas (ANA)

Criada no ano 2000, a Agência Nacional de Águas é vinculada ao Ministério do


Meio Ambiente (MMA). A agência implementa e coordena a gestão dos recursos
hídricos no país e regula o acesso à água, sendo responsável por promover o uso
sustentável desse recurso natural, a fim de beneficiar não só a geração atual, mas
também as futuras.

Agência Nacional do Cinema (ANCINE)

A Agência Nacional do Cinema foi criada em 2001 e é vinculada ao Ministério da


Cultura (MinC); a agência tem como objetivo principal o fomento à produção, à
distribuição e à exibição de obras cinematográficas e videofonográficas. Além
disso, a ANCINE regula e fiscaliza as indústrias que atuam nessas áreas.

Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ)

Criada em 2001, a Agência Nacional de Transportes é vinculada ao Ministério dos


Transportes. A agência implementa, em sua área de atuação, as políticas
formuladas pelo ministério e pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas de
Transporte (CONIT). Além disso, regula, supervisiona e fiscaliza os serviços
prestados no segmento de transportes aquaviários e a exploração da
infraestrutura portuária e aquaviária exercida por terceiros.

Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT)

A Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) foi criada em 2001, e é


vinculada ao Ministério dos Transportes. A agência é responsável pela concessão
de ferrovias, rodovias e transporte ferroviário relacionado à exploração da
infraestrutura; e pela permissão de transporte coletivo regular de passageiros por
rodovias e ferrovias. Além disso, a ANTT autoriza o transporte de passageiros
realizado por empresas de turismo sob o regime de fretamento, o transporte
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internacional de cargas, a exploração de terminais e o transporte multimodal


(transporte integrado que usa diversos meios).

Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)

Criada em 2005 para substituir o Departamento Nacional de Aviação Civil, a


Agência Nacional de Aviação Civil tem a função de regular e fiscalizar as atividades
do setor. É responsabilidade da autarquia, vinculada à Secretaria de Aviação Civil
da Presidência da República, garantir segurança no transporte aéreo, a qualidade
dos serviços e respeito aos direitos do consumidor.

3 - (CESPE– ANATEL 2014). As agências reguladoras no Brasil foram


criadas no governo Collor como instrumentos do Poder Executivo para
minimizarem os problemas econômicos relacionados à prestação dos
serviços públicos.

Comentários:

Conforme abordado nessa aula, a edificação das Agências Reguladoras está


intimamente ligada aos planos de Reforma do Estado, iniciados no governo
Fernando Collor de Mello e aprofundados no governo de Fernando Henrique
Cardoso. A criação dessas agências está vinculada, sobretudo, a um amplo
processo de reconfiguração estatal entre 1995 e 2002, o que não significa
uma redução quantitativa obrigatória da atividade do Estado, mas uma
alteração no perfil dessa atividade.

Percebam, dessa forma, que o processo de criação das Agências


Reguladoras foi iniciado (não podemos afirmar que todas elas
foram criadas) no governo Collor, que durou de 1990 a 1992. Por
fim, a criação dessas Agências ocorreu com finalidade de
regulamentar, controlar e fiscalizar a abertura de um mercado
econômico, que antes era marcado por forte monopólio estatal.

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Retorne ao quadro anterior, e reveja os anos de criação das Agências


Reguladoras; A ANVISA, por exemplo, foi criada em 1999.

A questão está ERRADA.

4 – (CETRO, ANVISA 2013; adaptada). O instituto da agência reguladora


advém do direito norte-americano, tendo sido adaptado e implementado
em países da Europa e da América Latina para processos de
desestatização, via privatização de empresas e serviços públicos.

Comentários:

Perfeito! A criação das agências reguladoras como autarquias autônomas


destinadas à regulação, integrando a estrutura administrativa do Estado,
encontra seu fundamento no direito de países estrangeiros, onde a
regulação é desenvolvida desta maneira há bastante tempo, sendo trazida
para o direito nacional há pouco mais de dez anos. Essas agências
ganharam destaque no âmbito das reformas neoliberais empreendidas a
partir dos anos 1980, sendo a Inglaterra e os Estados Unidos as principais
referências na concepção e implantação dessas entidades.

O nosso conceito de Agências Reguladoras foi importado do direito


norte-americano, no qual é utilizado a expressão “agencies”.
Entretanto, lembre-se que há poucas semelhanças entre o modelo adotado
aqui e aquele existente nos Estados Unidos, sendo estabelecido apenas o
vínculo na adoção do termo “Agência Reguladora”.

Essas agências foram criadas a partir de 1996, com o objetivo inicial de


regular mercados recentemente privatizados à época, como os de energia
elétrica e telecomunicações.

Assim, a assertiva está correta!

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2.1 – Regulação, Desregulação e Re-Regulação

A regulação econômica não é uma tarefa fácil, uma vez que está sujeita a
diversas falhas, como a captura* do regulador. Em virtude disso, é comum nos
depararmos (inclusive em provas de concursos públicos) com os conceitos de
REGULAÇÃO, DESREGULAÇÃO e RE-REGULAÇÃO.

Que tal, então, aprofundarmos nesse assunto?!

Temos que ter em mente que existe um risco na atividade prestada


pelas agências: a captura dos entes pelos agentes regulados, que se
configura quando o ente administrativo perde a autoridade e deixa
de produzir em favor da coletividade, passando a realizar ações em
favor das empresas reguladas, o que configura um desvio de
finalidade. Isso pode ser evitado pela realização de um controle efetivo
nessas entidades.

Essa e outras falhas às quais está submetido o processo de regulação


serão abordadas durante o nosso curso! 

Voltando um pouco no tempo (finais do século XVIII), nos deparamos com


os pensamentos de Adam Smith, defensor do liberalismo econômico e da Teoria
do Bem-Estar; essa teoria está associada ao conceito de uma "mão invisível"
que autoregula a economia de mercado. Então, na medida em que produtores e
consumidores atuassem nos mercados em regime de livre concorrência, e sem a
intervenção do Estado, teríamos uma situação de eficiência econômica, com um
bem-estar social máximo.

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Entretanto, não podemos descartar a existência de alguns defeitos


inerentes ao próprio mercado, e que exigiriam, portanto, a intervenção estatal:
concentração e abuso de poder econômico, problemas de informação, mercados
incompletos, inflação etc. A atuação do estado seria necessária, ainda, devido à
desigualdade na distribuição de renda, de modo a evitar injustiças sociais.

Desse modo, na presença de deficiências de mercado e


desigualdade na distribuição de rendas, a regulação estatal se faz
necessária, sendo esta definida como “um conjunto ordenado de políticas
públicas que busca a realização de valores econômicos e não econômicos,
reputados como essenciais para determinados grupos ou para a coletividade em
seu conjunto. Essas políticas envolvem a adoção de medidas de cunho legislativo
e de natureza administrativa, destinadas a incentivar práticas privadas desejáveis
e a reprimir tendências individuais e coletivas incompatíveis com a realização dos
valores prezados” (MARÇAL JUSTEN FILHO - O Direito das Agências Reguladoras Independentes).

No entanto, na medida em que a intervenção estatal aumentava, foram


surgindo novas análises centradas nas possíveis falhas decorrentes dessa própria
intervenção, como a captura do regulador. Como conseqüência disso, a atuação
do Estado passaria a introduzir mais custos sociais dos que os gerados pelas
próprias deficiências do mercado.

A conclusão a que se chegou, então, foi a de que o Estado deveria intervir


o mínimo possível na atividade econômica. A nossa discussão aqui não se atém
sobre o afastamento da intervenção estatal, haja vista as deficiências do mercado
– vistas acima -, mas sim a sua adequação, com a revisão dos mecanismos de
regulação para a adoção de regras mais satisfatórias. Tal discussão veio a ser
gerada na década de 80, quando foi observado que estava havendo um excesso
de regulação, impedindo a obtenção de melhores resultados econômicos.

Nesse sentido, foram sendo implementadas reformas do Estado em


diversos países, sendo assumido o compromisso com a RE-REGULAÇÃO e
a DESREGULAÇÃO como medidas necessárias para se atingir os fins
regulatórios de cunho econômico e social.

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A RE-REGULAÇÃO significaria a substituição das regras


inadequadas por outras, mais compatíveis com a nova realidade social e
tecnológica, menos onerosas para a sociedade civil e com a sua
participação. Junto com ela foram surgindo propostas de
DESREGULAÇÃO (ou seja, ausência total de regulação), embora esse
termo possa ser questionado, haja visto que, muitas vezes, a
liberalização de um setor exige a elaboração de uma regulação ainda
mais complexa e minuciosa.

Atualmente, práticas re-regulatórias e desregulatórias vem sendo adotadas


em certos segmentos empresariais, mediante políticas de liberalização de
mercados, juntamente com a adequação das funções das entidades reguladoras,
ambas acompanhadas por uma intensificação de uma política de defesa
da concorrência.

Essa liberalização de mercados resultou em uma reestruturação de


setores (impulsionadas pelas modificações tecnológicas e pelos processos de
privatizações) como os de energia e telecomunicações, impondo-se uma
separação entre as atividades que antes obtinham caráter de exclusividade e os
setores regulados para condições de concorrência. Este processo assim se
denomina pelo fato de incidir não apenas no marco jurídico da regulação,
mas igualmente sobre a estrutura do setor (além da regulação de preços e
tarifas, a implantação da concorrência faz com que ocorra um impacto no número
de empresas que atuam em cada mercado).

O que vem ocorrendo, nesse sentido, é a conversão de algumas atividades


que até então eram consideradas como serviços públicos, para serem
classificadas como atividades econômicas, com ganhos em termos de eficiência
e produtividade. Essa liberalização econômica, entretanto, deve ser
acompanhada do estabelecimento de normas que possibilitem às

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empresas operarem em regime de concorrência, inclusive limitando-a


para que não sejam verificadas condutas abusivas; surge a importância,
então, da DEFESA DA CONCORRÊNCIA.

Nesse cenário de re-regulação, é de extrema importância o


estabelecimento de garantias de imparcialidade e independência dos órgãos ou
entidades reguladoras, tanto para a sua desvinculação das empresas reguladas
(evitando o fenômeno de captura do regulador), quanto para a sua não vinculação
perante os Governos (para que estes não venham a condicionar e pressionar as
decisões da entidade reguladora).

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2.2 – O Estado Regulador

Já vimos que, do ponto de vista da regulação, o Estado traduz em ações


concretas as decisões de políticas públicas que demandam a atuação estatal
indireta no mercado, por meio da indução e da orientação à iniciativa privada.
Para alguns autores, a regulação se aperfeiçoa através de três eixos básicos: a
delimitação de parâmetros à atuação privada; a alteração programada de
comportamentos no mercado; e, por fim, a coleta e o tratamento de informações
a respeito dos agentes regulados, de forma a gerar conhecimento específico.

A REGULAÇÃO não se confunde com a REGULAMENTAÇÃO!

Enquanto a regulação refere-se a um termo amplo, atinente a todas as


formas de intervenção do Estado na economia em geral, inclusive as advindas
do Poder Legislativo, a regulamentação se afigura como uma dessas formas de
intervenção, especificamente relacionada com o poder normativo infralegal.

Podemos tomar como lição os ensinamentos da autora Maria Sylvia Zanella Di


Pietro, um dos principais nomes brasileiros em Direito Administrativo, que apresenta
dois conceitos de regulação. Segundo ela, a regulação econômica seria “o conjunto de
regras de conduta e de controle da atividade privada do Estado, com a finalidade de
estabelecer o funcionamento equilibrado do mercado”, ao passo que a regulação no
âmbito jurídico seria “o conjunto de regras de conduta e de controle da atividade
econômica pública e privada e das atividades sociais não exclusivas do Estado, com a
finalidade de proteger o interesse público”. A partir destes conceitos, pode-se concluir
que o termo REGULAÇÃO diz respeito a todo tipo de intervenção que o Estado faz
na atividade econômica pública e privada, tanto para controlar, quanto para
orientar o mercado, sempre visando à proteção do interesse público.

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Já a REGULAMENTAÇÃO possui uma conotação bem menor, afigurando-se


como uma forma de regulação, ou seja, uma forma positiva de, por meio de
normas infralegais, conformar a atuação dos particulares. Alguns autores
restringem a regulamentação à hipótese do art. 84, inciso IV, da Constituição Federal,
atribuindo-a apenas ao chefe do Poder Executivo, como uma competência indelegável.
Para outros autores, contudo, essa conotação ilustra a regulamentação apenas no seu
sentido estrito. Seu sentido amplo, por conseguinte, traduziria toda a legislação
infralegal atinente ao setor objeto da regulação por meio da regulamentação. Assim, um
dos principais instrumentos de regulação utilizado pelos órgãos reguladores é a edição
de Regulamentos.

Portanto, regulação e regulamentação são termos distintos, sendo esta


uma maneira de regular.

Caro aluno! Vimos anteriormente que a proposta de reforma


regulatória trazida pela OCDE influenciou amplamente os países latinos
no contexto de surgimento das agências reguladoras, entre eles o Brasil.

Então, continuando...

Conforme a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico –


OCDE, podemos citar três categorias da atividade regulatória:

I)Regulação Econômica − caracteriza-se pela intervenção direta nas


decisões de mercado, tais como definição de preços, competição, entrada e saída
de novos agentes nos mercados. Para a OCDE, nessa categoria, a reforma
deve se propor a aumentar a eficiência econômica por meio da redução
de barreiras à competição e à inovação, utilizando a desregulamentação,
a privatização e fornecendo estrutura para o funcionamento e a
supervisão das atividades do mercado.
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II) Regulação Social − destina-se a proteger o interesse público nas


áreas de saúde, segurança, meio ambiente e em questões nacionais. Em muitos
casos, a regulação deve atuar sobre recursos sociais que não estão sujeitos a
transações de mercado, mas que, no entanto, são importantes ou mesmo
imprescindíveis à produção de um bem ou serviço regulado. Segundo a OCDE,
cabe nesse plano da reforma aferir a necessidade de intervir em decisões
relativas à provisão de bens públicos e à proteção social, reduzindo os
efeitos das externalidades geradas por outros agentes sobre a
sociedade.

III) Regulação Administrativa − destina-se a estabelecer os


procedimentos administrativos por meio dos quais o governo intervém nas
decisões econômicas, os chamados red-tapes (formalidades, burocracias). Esses
instrumentos burocráticos podem gerar impactos substanciais sobre o
desempenho do setor privado. De acordo com a OCDE, para evitar esse
efeito, os governos devem buscar em suas reformas regulatórias
eliminar as formalidades desnecessárias, simplificar aquelas que são
necessárias e melhorar sua transparência e aplicação.

É importante destacar que a regulação não se confunde necessariamente


com uma atuação positiva do estado. A regulação é a forma como se atua no
mercado, passiva ou ativamente. Desse modo, muitas vezes a melhor opção é
simplesmente não ditar regras para tratar de um determinado assunto, e sim
deixar o mercado se autorregular, o que chamamos de REGULAÇÃO
NEGATIVA.

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Aula Demonstrativa – Órgãos reguladores no Brasil:
histórico e característica das autarquias (parte 01)
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Ainda nesse contexto, acho válido você conseguir diferenciar o Poder


Concedente do Poder Regulador. Isso porque, como vimos, o Estado não
desaparece completamente do mercado; ele apenas muda de figura:
deixa de ser o prestador e passa a ser o concedente e o regulador.

O PODER CONCEDENTE é exercido pelo titular da obrigação da


prestação do serviço e, por conseguinte, refere-se à responsabilidade de
dimensionar, planejar e decidir sobre a política de oferta de determinado
serviço e a melhor forma de atendê-la. É o termo que se aplica à União, aos
Estados ou aos Municípios, que concedem a entidades reguladas a execução de
serviços públicos, mas não a titularidade. Ao decidir pelo sistema de concessão
de serviços a terceiros e executar a concessão, por exemplo, o Estado está
utilizando seu poder concedente.

O PODER REGULADOR é aquele muitas vezes exercido por uma agência


reguladora específica. Apesar de não ser responsável pela prestação do
serviço em si, essa agência tem a responsabilidade de zelar pelas regras
estabelecidas no setor e garantir a adequada prestação de serviços de
utilidade pública por terceiros, isto é, garantindo preço, quantidade e
qualidade apropriados (semelhantes aos que seriam obtidos em um mercado
competitivo).

Apesar de haver a possibilidade de serem exercidos de forma apartada (o


governo/ministério exercer o poder concedente e as agências reguladoras o poder
regulador), esses poderes podem também ser exercidos conjuntamente por um
mesmo órgão.

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Regulação para Técnico Administrativo - ANVISA
Aula Demonstrativa – Órgãos reguladores no Brasil:
histórico e característica das autarquias (parte 01)
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“Mas professor, e como é feita a regulação de um mercado”?

Vamos lá! Vou apenas iniciar esse assunto (afinal de contas estamos
em uma Aula Demonstrativa), destacando que a regulação econômica se
refere a imposições feitas pelo Estado às decisões das empresas em relação aos
seguintes itens:

I) PREÇOS DOS PRODUTOS/SERVIÇOS: o regulador pode especificar um


preço máximo a ser cobrado ou uma faixa dentro da qual poderá se situar
o preço cobrado pela indústria regulada; aqui, o regulador pode se utilizar
da coerção para fazer com que o preço cobrado pela indústria se aproxime
daquele que seria cobrado em um mercado competitivo, na medida do
possível.

II) NÍVEL DE PRODUÇÃO (QUANTIDADE): aqui, o regulador geralmente


tenta fazer com que a indústria regulada tenha a obrigação de suprir a
demanda do mercado ao nível de preço determinado pelo regulador.
Isto assume grande importância, pois grande parte das indústrias
reguladas prestam serviços essenciais à população. Assim, é necessário
que o serviço seja prestado de forma contínua, perene, atendendo à
demanda de mercado.

III) NÚMERO DE FIRMAS (RESTRIÇÕES À ENTRADA E SAÍDA DO


MERCADO): em alguns casos, sobretudo no caso dos serviços de utilidade
pública, onde existem monopólios naturais, é desaconselhável a entrada
indiscriminada de muitas firmas no mercado. Assim, o regulador pode
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Regulação para Técnico Administrativo - ANVISA
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histórico e característica das autarquias (parte 01)
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limitar a entrada de novas firmas, ou ainda a entrada de indústrias já


reguladas em outros setores. Em outros casos, o regulador pode fazer com
que a indústria regulada possa estender os seus serviços para outras
áreas geográficos ou obriga-la a prestar alguns serviços que antes ela não
fazia.

IV) QUALIDADE: a regulação dos preços pelos órgãos reguladores deve vir
acompanhada da regulação da qualidade. Caso contrário, a indústria
regulada é incentivada a reduzir a qualidade do produto ou serviço a fim de
manter a sua lucratividade. Neste tipo de situação, o órgão regulador deve
fixar com bastante clareza os padrões de qualidade a serem
atingidos pela indústria regulada. Geralmente, este item de regulação se
apresenta bastante custoso e trabalhoso para os órgãos reguladores,
dada a dificuldade de definir, mensurar e até mesmo fiscalizar a qualidade
dos produtos e serviços prestados pela indústria regulada.

Já os OBJETIVOS da Regulação são diversos, e incluem (esses são


objetivos gerais; traterei mais tecnicamente desse assunto nas próximas aulas):

- buscar a eficiência econômica, garantindo o serviço sem altos custos para


o usuário;

- evitar o abuso do poder de mercado por empresas monopolistas,


assegurando, consequentemente, a menor diferença entre preços e custos
(pois se há apenas uma empresa no mercado ela poderá arbitrar preços
elevados), de forma compatível com os níveis desejados de qualidade do
serviço;

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Regulação para Técnico Administrativo - ANVISA
Aula Demonstrativa – Órgãos reguladores no Brasil:
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- viabilizar a concorrência em determinados setores da economia, bem


como reduzir as falhas de mercado, como as assimetrias de informações,
as externalidades e o abuso de poder de mercado;

- assegurar o serviço universal, bem como a qualidade desse serviço;

- proporcionar a consecução de objetivos de ordem social pautados em


políticas públicas, não atingidos/atingíveis pelo simples estabelecimento de
um regime concorrencial.

- estabelecer canais para atender a reclamações dos usuários ou


consumidores sobre a prestação dos serviços;

- estimular a inovação (identificando oportunidades de novos serviços,


removendo obstáculos e promovendo políticas de incentivo à inovação);

- assegurar a padronização tecnológica e a compatibilidade entre


equipamentos;

- garantir a segurança e proteger o meio ambiente.

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Caro aluno! Encerramos por aqui o conteúdo teórico dessa Aula!

Ela foi curtinha, pois estamos apenas em uma Aula Demonstrativa!

Espero que tenha ficado satisfeito com o conteúdo apresentado!

Te aguardo na próxima aula, para que possamos continuar – pra


valer – os nossos estudos e arrebentar na hora da prova! 

Um grande abraço,

Prof. Thiago Alves

Mas ainda não acabou!

A seguir, trago a você uma série de exercícios!

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Aula Demonstrativa – Órgãos reguladores no Brasil:
histórico e característica das autarquias (parte 01)
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3 – Questões Comentadas

A nossa metodologia (para todas as aulas) funcionará da seguinte


forma:

1º - Vou resolver, junto com você, algumas questões. Os


comentários virão logo em seguida de cada uma delas!

Enfatizo: Não deixe de ler os comentários de todas as questões!


Muitas vezes trarei conteúdos novos, complementares aos
apresentados na parte teórica de nossas aulas!

2º - Trarei questões adicionais, para que você possa resolvê-las


sozinho! Em seguida, apresentarei a resolução de todas elas!

3º Lista das Questões Resolvidas! Para você praticar, caro aluno!


Tente resolvê-las sozinho! Você pode fazer da seguinte forma:

- Assim que finalizar a nossa aula, tente resolver as questões


ímpares!

- Quando for revisar o conteúdo, resolva as questões pares!

Vamos começar?

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Regulação para Técnico Administrativo - ANVISA
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5 - (CESPE – ANATEL 2012). Todas as agências reguladoras federais são


autarquias e cada uma está vinculada a um ministério específico, de
acordo com a sua área de atuação.

Comentários:

Perfeito! As Agências Reguladoras são enquadradas como um tipo


especial de Autarquia, com personalidade jurídica de direito público
(como toda Autarquia), e com maior autonomia, inclusive no tocante à
gestão administrativa e financeira, patrimônio e receita próprios, destinada
a controlar (regular e fiscalizar) um setor de atividades, de interesse
público, em nome do Estado brasileiro.

Perceba, ainda, que todas as Agências Reguladoras Federais são


vinculadas a um Ministério específico, conforme sua área de atuação. A
ANVISA, por exemplo, está vinculada ao Ministério da Saúde.

Atenção: apesar da vinculação, não existe subordinação


hierárquica entre as agências reguladoras e os seus respectivos
ministérios supervisores, como veremos na Aula 01!

A questão está CORRETA!

6 - (CESPE – ANATEL 2012). Além das agências reguladoras federais,


podem existir, no Brasil, agências reguladoras estaduais e municipais.

Comentários:

Questão correta! A nossa Constituição Federal estabelece que:

“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte (...)”.

Você consegue perceber, através desse artigo, que é possível a


criação de entidades da administração indireta no âmbito de

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qualquer um dos poderes (executivo, legislativo e judiciário), e


ainda de qualquer dos entes federados (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios)?

Guarde essa informação: não há qualquer impedimento quanto à


criação de uma Agência Reguladora estadual, distrital ou municipal.
Inclusive já existem inúmeras delas, como a ADASA – Agência Reguladora
de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal, a AGEAC –
Agência Reguladora dos Serviços Públicos do Estado do Acre, a AGERBA –
Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transporte
e Comunicações da Bahia, e inúmeras outras.

A questão está CORRETA!

7 - (CETRO, ANVISA 2013; adaptada). Nos EUA, o modelo da agência


reguladora se dá em um momento de fortalecimento do Estado. No
Brasil, as agências são instituídas em período de diminuição do
intervencionismo estatal.

Comentários:

Isso mesmo! Nos Estados Unidos, a criação dessas agências foi uma
resposta à crise do Estado Liberal na década de 1930, levando à
necessidade de intervenção do Estado na economia, o que ocorreu por meio
da política do “New Deal”. Já no Brasil, tal fato pode ser contextualizado
em um período de diminuição da intervenção direta do Estado na economia,
a partir de meados da década de 90.

Assim, a assertiva está correta!

8 - (CETRO, ANVISA 2013; adaptada). A norma editada pela agência


reguladora é vital para o desenvolvimento e proteção do setor econômico
sob sua atuação que pode, inclusive, dependendo da urgência e

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complexidade da situação, invadir competência de outros órgãos


reguladores e introduzir aos regulados novas obrigações.

Comentários:

De forma alguma! Ainda não tratamos especificamente desse assunto, mas


saiba que o poder regulador é atribuído às agências reguladoras nas suas
leis criadoras, quando da criação dessas entidades. As agências, ao regular,
atuam administrativamente, dentro dos limites impostos pelas leis
criadoras, não atingindo competências dos Poderes Executivo ou
Legislativo. Essa atuação deve estar limitada também aos princípios e
preceitos existentes na Constituição Federal. Portanto, os atos normativos
emitidos pelas entidades reguladoras devem estar em conformidade com
as leis.

A questão está ERRADA!

9 - (VUNESP – TJ/RJ 2012; adaptada). Sobre a tutela da concorrência, é


correto afirmar que a concorrência é apenas um dos marcadores de
eficiência no mercado, de modo que uma estrutura de mercado em
monopólio pode ser considerada lícita.

Comentários:

Isso mesmo! A concorrência é apenas uma das formas de se obter a


eficiência do mercado. Entretanto, existem situações em que a
existência de uma única firma no mercado (como no caso de
monopólios naturais) faz com que tenhamos um maior ganho de
eficiência econômica quando comparado à situação de
concorrência. Isso ocorre, dentre outros motivos, pela maior economia de
escala gerada (redução de preços observada em função da maior
quantidade produzida por uma empresa).

Não se preocupe com esses conceitos por enquanto, pois teremos


pelo menos duas aulas inteirinhas para discutirmos todos eles!

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Foque apenas na ideia geral apresentada, ou seja, que a


concorrência é importante e deve ser buscada na maioria das vezes
(mas não em todas)! 

Dessa forma, a questão está CORRETA!

10 - (CESPE – PGE/PI 2014; adaptada). Nas hipóteses


constitucionalmente previstas de exploração de atividade econômica
diretamente pelo Estado, essa atividade deverá ser exercida por meio
das empresas estatais, ou seja, empresas públicas e sociedades de
economia mista.

Comentários:

Perfeito. A exploração de atividade econômica pelo Estado será exercida


por meio das empresas estatais, ou seja, empresas públicas e sociedades
de economia mista, que não poderão gozar de privilégios fiscais não
extensíveis às do setor privado.

Dessa forma, a questão está CORRETA!

11 - (CESPE – PGE/PI 2014; adaptada). Mecanismos de mercado são atos


que efetivam a autorregulação; instrumentos de regulação são atos que
materializam a heterorregulação.

Comentários:

Questão interessante trazida pelo CESPE. Não comentamos isso na


aula, mas achei legal abordar o assunto. Vamos lá?

Pois bem! Antes de mais nada, tenha em mente que a AUTORREGULAÇÃO


é uma forma de regulação, e não ausência dela; no entanto, ela será
efetivada através dos mecanismos do próprio mercado, e não pela atuação
estatal. Ademais, trata-se de uma forma de regulação coletiva, não sendo
utilizado aqui o conceito deautorregulação individual.

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Já a HETEROREGULAÇÃO consiste num conjunto de medidas legislativas,


administrativas e convencionadas através dos quais o Estado, por si ou por
delegação, determina, controla ou influencia o comportamento dos
regulados; teremos nesse caso, então, os instrumentos de regulação, que
visam evitar efeitos lesivos aos interesses sociais (causados pelos
comportamentos dos agentes regulados).

Assim, perceba que a autorregulação se dá através de mecanismos


do mercado, enquanto a heterorregulação ocorre através dos
instrumentos de regulação estatal.

A questão está CORRETA!

A partir de agora, tente, sozinho, resolver as questões! Em seguida,


trarei a resolução de cada uma delas!

Vamos lá?

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histórico e característica das autarquias (parte 01)
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12 - (CESPE – PGE/PI 2014; adaptada). A regulação de atividades


econômicas pelo Estado é excepcional, admitida apenas quando
necessária aos imperativos da segurança nacional ou ao atendimento de
relevante interesse coletivo.

13 - (CESPE - SERPRO 2008). No âmbito da atividade regulatória do


governo, pode ocorrer um fenômeno denominado captura regulatória,
que consiste no enfraquecimento da entidade reguladora frente à
influência preponderante de um ou mais agentes regulados.

14 - (CESPE – BANCO DA AMAZÔNIA 2012). O princípio da livre


concorrência garante aos agentes econômicos a segurança de que o
Estado não poderá impedi-los de atuar livremente no mercado.

15 – (CETRO, ANVISA 2013; adaptada). A ideia de criar as agências


reguladoras coaduna com a tendência de buscar um “Estado mínimo”
regulador, derrogando-se o Estado paternalista completo, provedor de
todos os bens dados como público à população.

16 - (CESPE – ANTAQ 2014). A criação das agências reguladoras advém


da política econômica adotada no Brasil na década de 90 do século XX,
quando ocorreram privatizações decorrentes do Plano Nacional de
Desestatização.

17 - (CESPE – ANTAQ 2014). Cabe às agências reguladoras, concebidas


a partir da década de 1990, regular a oferta de serviços providos por
empreendedores públicos e privados, assim como implantar as políticas

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e diretrizes do governo federal direcionadas a seus respectivos setores


de atuação.

18 - (CETRO, ANVISA 2013; adaptada). As agências reguladoras no Brasil


foram criadas sob a forma de autarquias em regime especial, sendo
caracterizadas por deterem autonomia normativa, administrativa e
financeiro-orçamentária.

19 - (CESPE – ANTAQ 2014). Dada a importância da ANTAQ como


autoridade administrativa independente das atividades portuárias e de
transporte aquaviário, ela figura entre as três primeiras agências criadas
com assento constitucional, ao lado da Agência Nacional do Petróleo
(ANP) e da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL).

20 – (CESPE – TRF 2015; adaptada). A regulação econômica exercida


pelo Estado consiste na intervenção direta nos setores econômicos
considerados estratégicos para o desenvolvimento nacional, ora por
meio de indução (incentivo e planejamento), ora por meio de direção
(fiscalização e controle).

21 - (CESPE – ANTAQ 2015). As restrições de entrada e saída são


instrumentos regulatórios que permitem ao órgão regulador controlar a
quantidade de firmas na indústria regulada.

22 - (CESPE – BANCO DA AMAZÔNIA 2012). O princípio da livre


concorrência garante aos agentes econômicos a segurança de que o
Estado não poderá impedi-los de atuar livremente no mercado.

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23 - (CESPE – PGE/PI 2014 - adaptada). No que concerne à intervenção


do Estado no domínio econômico, é vedada ao Estado a outorga de
privilégios a particulares como forma de fomento da atividade
econômica.

24 - (CESPE – PGE/PI 2014 - adaptada). Vedado pela CF e pela Lei de


Defesa da Concorrência, o monopólio natural ocorre quando um setor da
economia é dominado por um único agente econômico, em razão da
exploração patenteada e exclusiva de determinado fator de produção.

25 - (CESPE – PGE/PI 2014 - adaptada). O monopólio convencional não


pode ser objeto de intervenção do Estado, por não constituir prática
abusiva.

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Pois bem, vamos à resolução dessas questões!

12 - (CESPE – PGE/PI 2014; adaptada). A regulação de atividades


econômicas pelo Estado é excepcional, admitida apenas quando
necessária aos imperativos da segurança nacional ou ao atendimento de
relevante interesse coletivo.

Comentários:

Cuidado com as pegadinhas!

Vimos que, ressalvados os casos previstos na Constituição Federal/1988, a


exploração direta de atividade econômica pelo Estado (e não a
regulação de atividades econômicas, que diz respeito à intervenção
estatal indireta na economia) só será permitida quando necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,
conforme definidos em lei.

A questão está ERRADA!

13 - (CESPE - SERPRO 2008). No âmbito da atividade regulatória do


governo, pode ocorrer um fenômeno denominado captura regulatória,
que consiste no enfraquecimento da entidade reguladora frente à
influência preponderante de um ou mais agentes regulados.

Comentários:

Isso mesmo! Existe um risco na atividade prestada pelas agências: a


captura dos entes pelos agentes regulados, que se configura quando o ente
administrativo perde a autoridade e deixa de produzir em favor da
coletividade, passando a realizar ações em favor das empresas reguladas.
Isso configura um desvio de finalidade, que pode ser evitado pela realização
de um controle efetivo nessas pessoas administrativas.

A assertiva está correta!

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14 - (CESPE – BANCO DA AMAZÔNIA 2012). O princípio da livre


concorrência garante aos agentes econômicos a segurança de que o
Estado não poderá impedi-los de atuar livremente no mercado.

Comentários:

De forma alguma! Apesar do princípio da livre concorrência, é possível que


as empresas pratiquem alguma conduta anticompetitiva (como o abuso de
poder de mercado, por exemplo), trazendo prejuízos aos consumidores. Em
virtude disso, o Estado não pode (e nem deve) deixar de atuar na regulação
desses mercados!

Dessa forma, a questão está INCORRETA!

15 – (CETRO, ANVISA 2013; adaptada). A ideia de criar as agências


reguladoras coaduna com a tendência de buscar um “Estado mínimo”
regulador, derrogando-se o Estado paternalista completo, provedor de
todos os bens dados como público à população.

Comentários:

Questão perfeita! Em contraposição ao modelo intervencionista adotado até


a década de 90, que coibiu o crescimento econômico, surgiu a necessidade
de uma redefinição do real papel do Estado, ou seja, a identificação de
quais atividades ele realmente deveria estar presente. Neste cenário, em
meio à onda neoliberal, surge o Programa Nacional de Desestatização,
instituído pela Lei nº 8.031/90 (alterada pela Lei nº 9.491/97). A
privatização surge como um instrumento para enxugar o Estado, e a
Administração Pública passa a ter um diferente papel na economia,
migrando de um Estado fortemente intervencionista para um Estado
regulador. Surgem, então, as chamadas Agências Reguladoras, com
finalidade de regulamentar, controlar e fiscalizar a abertura de um mercado
econômico, que antes era marcado por forte monopólio estatal.

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A edificação das agências reguladoras está intimamente ligada aos planos


de Reforma do Estado, iniciados no governo Fernando Collor de Mello e
aprofundados no governo de Fernando Henrique Cardoso. A criação dessas
agências está vinculada, sobretudo, a um amplo processo de
reconfiguração estatal entre 1995 e 2002, o que não significa uma redução
quantitativa obrigatória da atividade do Estado, mas uma alteração no perfil
dessa atividade.

Assim, a assertiva está correta!

16 - (CESPE – ANTAQ 2014). A criação das agências reguladoras advém


da política econômica adotada no Brasil na década de 90 do século XX,
quando ocorreram privatizações decorrentes do Plano Nacional de
Desestatização.

Comentários:

Perfeito! Em contraposição ao modelo intervencionista adotado até


a década de 90, que coibiu o crescimento econômico, surgiu a
necessidade de uma redefinição do real papel do Estado, ou seja, a
identificação de quais atividades ele realmente deveria estar
presente. Neste cenário, em meio à onda neoliberal, surge o
Programa Nacional de Desestatização, instituído pela Lei nº
8.031/90 (alterada pela Lei nº 9.491/97). A privatização surge
como um instrumento para enxugar o Estado, e a Administração
Pública passa a ter um diferente papel na economia, migrando de
um Estado fortemente intervencionista para um Estado regulador.

Assim, a assertiva está correta!

17 - (CESPE – ANTAQ 2014). Cabe às agências reguladoras, concebidas


a partir da década de 1990, regular a oferta de serviços providos por
empreendedores públicos e privados, assim como implantar as políticas

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e diretrizes do governo federal direcionadas a seus respectivos setores


de atuação.

Comentários:

Isso mesmo. Peço que releia os comentários da questão anterior.

Ademais, é necessário distinguir as atribuições privativas dos


governantes daquelas restritas à regulação econômica.

Cabe ao governo decidir sobre os usos alternativos dos recursos da


sociedade, através da definição de políticas públicas, enquanto
compete às autoridades reguladoras implementar essas políticas
(por meio dos mecanismos regulatórios aplicáveis) e monitorar a
conduta das empresas a partir dos critérios gerais definidos em lei.
Se o governo não usar os instrumentos corretos para atender cada
uma de suas finalidades, por melhores que sejam os mecanismos
de regulação, não será possível implementar marcos regulatórios
eficazes. Da mesma forma, marcos regulatórios incompletos ou mal
formulados podem dificultar a realização de metas governamentais
importantes.

Assim, a assertiva está correta!

18 - (CETRO, ANVISA 2013; adaptada). As agências reguladoras no Brasil


foram criadas sob a forma de autarquias em regime especial, sendo
caracterizadas por deterem autonomia normativa, administrativa e
financeiro-orçamentária.

Comentários:

Perfeito! Essas Agências são AUTARQUIAS SOB REGIME ESPECIAL, dotadas


de independência administrativa, estabilidade de seus dirigentes
(mandatos fixos), autonomia financeira (renda própria e liberdade para sua
aplicação), ausência de vinculação hierárquica ao ministério supervisor e
poder normativo (regulamentação das matérias de sua competência).
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Podemos destacar como características das agências reguladoras:

- Independências administrativa, financeira e técnica (o que


engloba a autonomia patrimonial, de recursos humanos etc.);

- Estabilidade dos dirigentes, que exercem o cargo por mandatos;

- Poder normativo, regulador e sancionatório;

- Ausência de vinculação hierárquica ao respectivo ministério


supervisor.

A questão está CORRETA!

19 - (CESPE – ANTAQ 2014). Dada a importância da ANTAQ como


autoridade administrativa independente das atividades portuárias e de
transporte aquaviário, ela figura entre as três primeiras agências criadas
com assento constitucional, ao lado da Agência Nacional do Petróleo
(ANP) e da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL).

Comentários:

Nada disso! As primeiras agências criadas com assento constitucional


foram, nessa ordem, a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL),
pela lei nº 9.472/1997, e a Agência Nacional do Petróleo (ANP), pela lei nº
9.478/1997 (apenas essas duas agências possuem previsão
constitucional direta), ressaltando-se que a primeira agência surgida no
Brasil foi a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), com a Lei nº
9.427/1996, sendo que esta não tem previsão constitucional direta. Estas
três agências reguladoras marcaram o início do processo de
regulação, pois foram os primeiros entes criados com esta finalidade e
serviram de base para as criadas posteriormente.

Dessa forma, a assertiva está ERRADA!

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20 – (CESPE – TRF 2015; adaptada). A regulação econômica exercida


pelo Estado consiste na intervenção direta nos setores econômicos
considerados estratégicos para o desenvolvimento nacional, ora por
meio de indução (incentivo e planejamento), ora por meio de direção
(fiscalização e controle).

Comentários:

Nada disso!

Já vimos que a regulação econômica refere-se à intervenção estatal


INDIRETA na economia.

O art. 174 da CF/88 prevê a atuação do Estado como agente normativo e


regulador da atividade econômica, na forma da lei, mediante o exercício de
funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este (o
planejamento) determinante para o setor público e indicativo para o setor
privado. O Estado, agindo como regulador, atua basicamente elaborando
normas, reprimindo o abuso do poder econômico, interferindo na iniciativa
privada, regulando preços e controlando o abastecimento.

Dessa forma, a assertiva está ERRADA!

21 - (CESPE – ANTAQ 2015). As restrições de entrada e saída são


instrumentos regulatórios que permitem ao órgão regulador controlar a
quantidade de firmas na indústria regulada.

Comentários:

Vimos que a regulação poderá ser exercida sobre o número de firmas


(restrições à entrada e saída do mercado). Assim, o regulador pode limitar
a entrada de novas firmas, ou ainda a entrada de indústrias já reguladas
em outros setores. Em outros casos, o regulador pode fazer com que a
indústria regulada possa estender os seus serviços para outras áreas
geográficos ou obriga-la a prestar alguns serviços que antes ela não fazia.

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A possibilidade de entrada (e saída) de novos competidores no mercado é


um fator que inibe o exercício de poder de mercado (essa é uma falha de
mercado que pode levar à prática de preços abusivos, causando prejuízos
aos consumidores). As restrições de entrada e saída de concorrentes
funcionam, nesse sentido, como instrumentos regulatórios que permitem
ao regulador controlar a quantidade de firmas na indústria regulada, de
forma a inibir o abuso de poder de mercado.

Assim, a assertiva está correta!

22 - (CESPE – BANCO DA AMAZÔNIA 2012). O princípio da livre


concorrência garante aos agentes econômicos a segurança de que o
Estado não poderá impedi-los de atuar livremente no mercado.

Comentários:

De forma alguma!

Apesar do princípio da livre concorrência, é possível que as empresas


pratiquem alguma conduta anticompetitiva (como o abuso de poder de
mercado, por exemplo), trazendo prejuízos aos consumidores. Em virtude
disso, o Estado não pode (e nem deve) deixar de atuar na regulação
desses mercados!

Dessa forma, a questão está INCORRETA!

23 - (CESPE – PGE/PI 2014 - adaptada). No que concerne à intervenção


do Estado no domínio econômico, é vedada ao Estado a outorga de
privilégios a particulares como forma de fomento da atividade
econômica.

Comentários:

Não há vedação quanto ao fomento estatal de atividade econômica. O


fomento pode ser definido como a função através da qual o Estado

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ou seus delegados estimulam ou incentivam diretamente a


iniciativa de entidades (públicas e privadas), para que estas
desempenhem ou estimulem, por sua vez, as atividades que a lei
haja considerado de interesse público. Então, o fomento tem o
propósito de construção e fortalecimento de mercados mediante a
viabilização de determinadas condutas.

Vimos que, conforme disposto na Constituição Federal: “Como agente


normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento”. Perceba,
portanto, que o incentivo (fomento) pode ser realizado pelo Estado,
como agente normativo e regulador da atividade econômica.

Dessa forma, a questão está INCORRETA!

24 - (CESPE – PGE/PI 2014 - adaptada). Vedado pela CF e pela Lei de


Defesa da Concorrência, o monopólio natural ocorre quando um setor da
economia é dominado por um único agente econômico, em razão da
exploração patenteada e exclusiva de determinado fator de produção.

Comentários:

Não existe qualquer vedação quanto a existência de monopólios naturais.


Existem situações em que a existência de uma única firma no mercado
(como no caso de monopólios naturais) faz com que tenhamos um maior
ganho de eficiência econômica quando comparado à situação de
concorrência.

Dessa forma, a questão está INCORRETA!

25 - (CESPE – PGE/PI 2014 - adaptada). O monopólio convencional não


pode ser objeto de intervenção do Estado, por não constituir prática
abusiva.

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Comentários:

O monopólio convencional pode, sim, sofrer intervenção estatal. Na


verdade, o estado pode (e deve) intervir em qualquer situação que
possa configurar como conduta anticompetitiva, no intuito de
proteger o bem-estar social.

Dessa forma, a questão está INCORRETA!

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4 – Lista das Questões Apresentadas em Aula

1 - (CETRO – ANVISA 2013; adaptada). O segmento dos medicamentos é


um dos menos regulamentados no mundo, tanto que os indicadores
mostram um aumento de casos de reações adversas a medicamentos,
intoxicações medicamentosas, efeitos colaterais e resistência bacteriana
causada por seu abuso e uso inadequado.

2 - (CETRO – ANVISA 2013; adaptada). A regulação do serviço público


permite que decisões que afetem diretamente direitos e liberdades dos
cidadãos possam ser analisadas com imparcialidade, especialidade e sem
compromisso com partido político de ocasião.

3 - (CESPE– ANATEL 2014). As agências reguladoras no Brasil foram


criadas no governo Collor como instrumentos do Poder Executivo para
minimizarem os problemas econômicos relacionados à prestação dos
serviços públicos.

4 – (CETRO, ANVISA 2013; adaptada). O instituto da agência reguladora


advém do direito norte-americano, tendo sido adaptado e implementado
em países da Europa e da América Latina para processos de
desestatização, via privatização de empresas e serviços públicos.

5 - (CESPE – ANATEL 2012). Todas as agências reguladoras federais são


autarquias e cada uma está vinculada a um ministério específico, de
acordo com a sua área de atuação.

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6 - (CESPE – ANATEL 2012). Além das agências reguladoras federais,


podem existir, no Brasil, agências reguladoras estaduais e municipais.

7 - (CETRO, ANVISA 2013; adaptada). Nos EUA, o modelo da agência


reguladora se dá em um momento de fortalecimento do Estado. No
Brasil, as agências são instituídas em período de diminuição do
intervencionismo estatal.

8 - (CETRO, ANVISA 2013; adaptada). A norma editada pela agência


reguladora é vital para o desenvolvimento e proteção do setor econômico
sob sua atuação que pode, inclusive, dependendo da urgência e
complexidade da situação, invadir competência de outros órgãos
reguladores e introduzir aos regulados novas obrigações.

9 - (VUNESP – TJ/RJ 2012; adaptada). Sobre a tutela da concorrência, é


correto afirmar que a concorrência é apenas um dos marcadores de
eficiência no mercado, de modo que uma estrutura de mercado em
monopólio pode ser considerada lícita.

10 - (CESPE – PGE/PI 2014; adaptada). Nas hipóteses


constitucionalmente previstas de exploração de atividade econômica
diretamente pelo Estado, essa atividade deverá ser exercida por meio
das empresas estatais, ou seja, empresas públicas e sociedades de
economia mista.

11 - (CESPE – PGE/PI 2014; adaptada). Mecanismos de mercado são atos


que efetivam a autorregulação; instrumentos de regulação são atos que
materializam a heterorregulação.

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12 - (CESPE – PGE/PI 2014; adaptada). A regulação de atividades


econômicas pelo Estado é excepcional, admitida apenas quando
necessária aos imperativos da segurança nacional ou ao atendimento de
relevante interesse coletivo.

13 - (CESPE - SERPRO 2008). No âmbito da atividade regulatória do


governo, pode ocorrer um fenômeno denominado captura regulatória,
que consiste no enfraquecimento da entidade reguladora frente à
influência preponderante de um ou mais agentes regulados.

14 - (CESPE – BANCO DA AMAZÔNIA 2012). O princípio da livre


concorrência garante aos agentes econômicos a segurança de que o
Estado não poderá impedi-los de atuar livremente no mercado.

15 – (CETRO, ANVISA 2013; adaptada). A ideia de criar as agências


reguladoras coaduna com a tendência de buscar um “Estado mínimo”
regulador, derrogando-se o Estado paternalista completo, provedor de
todos os bens dados como público à população.

16 - (CESPE – ANTAQ 2014). A criação das agências reguladoras advém


da política econômica adotada no Brasil na década de 90 do século XX,
quando ocorreram privatizações decorrentes do Plano Nacional de
Desestatização.

17 - (CESPE – ANTAQ 2014). Cabe às agências reguladoras, concebidas


a partir da década de 1990, regular a oferta de serviços providos por
empreendedores públicos e privados, assim como implantar as políticas

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e diretrizes do governo federal direcionadas a seus respectivos setores


de atuação.

18 - (CETRO, ANVISA 2013; adaptada). As agências reguladoras no Brasil


foram criadas sob a forma de autarquias em regime especial, sendo
caracterizadas por deterem autonomia normativa, administrativa e
financeiro-orçamentária.

19 - (CESPE – ANTAQ 2014). Dada a importância da ANTAQ como


autoridade administrativa independente das atividades portuárias e de
transporte aquaviário, ela figura entre as três primeiras agências criadas
com assento constitucional, ao lado da Agência Nacional do Petróleo
(ANP) e da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL).

20 – (CESPE – TRF 2015; adaptada). A regulação econômica exercida


pelo Estado consiste na intervenção direta nos setores econômicos
considerados estratégicos para o desenvolvimento nacional, ora por
meio de indução (incentivo e planejamento), ora por meio de direção
(fiscalização e controle).

21 - (CESPE – ANTAQ 2015). As restrições de entrada e saída são


instrumentos regulatórios que permitem ao órgão regulador controlar a
quantidade de firmas na indústria regulada.

22 - (CESPE – BANCO DA AMAZÔNIA 2012). O princípio da livre


concorrência garante aos agentes econômicos a segurança de que o
Estado não poderá impedi-los de atuar livremente no mercado.

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23 - (CESPE – PGE/PI 2014 - adaptada). No que concerne à intervenção


do Estado no domínio econômico, é vedada ao Estado a outorga de
privilégios a particulares como forma de fomento da atividade
econômica.

24 - (CESPE – PGE/PI 2014 - adaptada). Vedado pela CF e pela Lei de


Defesa da Concorrência, o monopólio natural ocorre quando um setor da
economia é dominado por um único agente econômico, em razão da
exploração patenteada e exclusiva de determinado fator de produção.

25 - (CESPE – PGE/PI 2014 - adaptada). O monopólio convencional não


pode ser objeto de intervenção do Estado, por não constituir prática
abusiva.

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5 – Gabarito das Questões Apresentadas em Aula

1 ERRADO 14 ERRADO

2 CERTO 15 CERTO

3 ERRADO 16 CERTO

4 CERTO 17 CERTO

5 CERTO 18 CERTO

6 CERTO 19 ERRADO

7 CERTO 20 ERRADO

8 ERRADO 21 CERTO

9 CERTO 22 ERRADO

10 CERTO 23 ERRADO

11 CERTO 24 ERRADO

12 ERRADO 25 ERRADO

13 CERTO

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