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I SIMPOSIO NACIONAL DE
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HISTORIA ANTIGA

Promoção: UFPb/CNPq

João Pessoa
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22 a 25 de agosto de 1983
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1 SIMPOSIO NACIONAL DE HISTORIA ANTIGA

F.LENCO

Tf:í.~ A CENTRAL 1 .... CIVILIZAÇÕES ORIENTAIS

2 - CIVILIZAÇÕES CLASSlCAS

3 - O ENSINO DA HISTORIA ANTIGA

João Pesso'J - 22 a 25 de agosto de 1983


.,.. t

AGRADECIMENTOS

O I Simpósio Nacional de História Antiga, através de sua Comissão Executiva, agradece :

- ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, na pessoa do sr


Prnsidente, Prof. Dr. LYNALDO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE, e à Universidade Federal da Paraíb
especialmente ao Magnífico Reitor , Prof. Dr. BER ILO RAMOS BORBA, que possibilitaram a realização des
evento ;

- ao ex-Diretor Pró-Tempore do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Prot. ARAEL MENEZE·
COSTA, que incent\vou a realização do Simpósio no momento em que surgiu a idéia, e a sua atual diretor'-
Professora OllLIA lOALINA DE VA.SCONCELOS MAIA, pela constante colaboração no período de ultimá
ção do evento ;

- ao Prof. JOSE OCTAViO DE ARRUDA MELO, responsável por todo o trabalho de divulgaçãc
iunto à imprensa talada e escrita ;

- à Secretaria de Educação e Cultura do Estado;

- ao Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL);

- aos Srs. Comandantes do 1.0 Grupamento de Engenharia e do 15.0 Regimento de Infantaria, se-
diados em João Pessoa ;

- aos Presidentes dos Bancos do Estado da Paraíba (PARAI BAN) e do Estado de Pernambuco
tBANDEPE) ;

_ à imprensa, através dos jornais "O NORTE", "O CORREIO DA PARAÍBA", "A UNIÃO", "O
MOMENTO", da REDE BANDEIRANTES DE TELEVISÃO _e das rádios "ARAPUAN" e "CORREIO DA
PARAl°BA";

_ à indústria e ao comércio paraibanos, pelos seus representantes "CAFÉ SÀO BRAZ S/A", "EGO -
E. GERSON DISTRIBUIDORA LTOA", "RABELO e REPRESENTAÇÕES S/A";

_ à VIAÇÃO AÉREA RIOGRANDENSES/A - VARIG , pelo seu escritório em João Pessoa ;

- e a todos aqueles que direta ou indiretamente nos ajudaram.


SIMPÓSIO NACIONAL OE HISTORIA ANTIGA

PROMOÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PAAMBA


CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE HISTORIA

APOIO : CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTl'FICO


E TECNOLÓGICO - CNPq. .

Organizado pela Professora Ora. MARIA MARTHA PIMENTEL DE MELLO

COMISSAO EXECUTIVA:

PRESIDENTE : Maria Martha Pimentel de Mello


SECRETARIO : Auston Lemos de Barros
TESOUREIRA: Raimunda Valcemar Barreto de Araújo
ASSESSORA : lrandir Aranda Viana
r

NOVAS PRATICAS POLl°TICAS E O SISTEMA REPUBLICA- .


NO ROMANO NO SECULO I a.C. - Norma Musco Mendes.. · ·· ···· · · ·· · ·· · ····· · .OB ,

O ensino
. da H.1st6ria
. Antiga
· . .. . .. ....... .. .. . .. • • •·. · · · · · · · · · · · · · · ·: ·. · · · · · · · ·O8

PROBLEMAS DE ENSINO E PESQUISA NA AREA DE HISTÔ ·


RIA ANTIGA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE -
Professoras da Area de História Antiga da UFF .. .. .. . . .. .... . ...... • • • · · · · · · · ··· .OS

O ENSINO DA HISTORIA DA ANTIGUIDADE E DA IDADE


MÉDIA NA UNIVERSIDADE DO " GRANDE RIO" - Manuel
Rolph de Viveiros Cabaceiras e Ricardo Ribeiro Baeta . ... . . . . . .. ...... ... . . • • · · · .09

DA SITUA,ÇAO DO ENSINO DA HISTORIA ANTIGA f\fA


UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAl'BA - Maria Martha
Pimentel de Mello ... ... ... . . ..... . ... . . ... .. ....... .. .......... .. .. ...... 1O
PROGAAMAÇAO

(Carga Horária - 30 horas)

01.t\ 22 DE AGOSTO :

08 :30 horas - abertura : Pelo Magnífico Reitor da Universidade Federal da Para(ba (UFPb) ,
Prof. Berilo Ramos Borba.
09 :30 horas - conferência : /\ IMPORTANCIA DA HISTORIA ANTIGA NA COMPREENSÃO
DO PROCESSO HISTÓRICO, pelo Dr. Ciro Flamarion Cardoso (UFF) .
14 :00 horas - conferência : ESTUDO DOS MODOS DE PRODUÇÃO NA ANTIGUIDADE, pelo
Dr. Jaime Pinsky- (UNICAMP).
16 :00 horas - comunicação sobre as Civilizações Orientais, seguida de debates.

D!A 23 DE AGOSTO :
08 :30 horas - conferência : A CULTURA MATERIAL NO ESTUDO DAS CIVILIZAÇÕES ANTI-
GAS, pelo Dr. Ulpiano Bezerra de Menezes - (USP).
1O:00 horas - conferência : UMA EXPERIENCIA DE TRABALHO EM UM SlilO ARQUEOLÓ-
GICO, pela Ora. Gabriela Martin Souto Maior - UFPe.).
14 :00 horas - conferência : NUMISMÁTICA E HISTORIA ANTIGA, pela Profa. Maria Beatriz
Borba Florenzano - (USP).
16 :00 horas - comunicações sobre as Civilizações Clássicas, seguida de debates.

DIA 24 DE AGOSTO :
08:30 horas - conferência : O LEGADO DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA, pelo Dr. Armando
Souto Maior (UFPe.).
1ODO horas - comunicações sobre o ensino da História Antiga.
14:00 horas - 1.ª Mesa Redonda : O USO DO TEXTO DIDÁTICO NA HISTORIA ANTIGA, expo-
sição de abertura : pelo Dr. Jaime Pinsky (UNICAMP).

Oebateclores: Professores universitários de História Antiga.

DIA 25 DE A.GOSTO :

08:30 horas - 2.ª Mesa Redonda: HISTORIA ANTIGA: QUESTOES CURRICULARES E DIDÁ-
TICAS.

Exposição de abertura : Dr. Ulpiano Bezerra de Menezes - (USP).

Debatedores: Dr. Ciro Flamarion - (UFF) e professores universitários de História.


1 14:00 horas - conferência : A PR ESENÇA DO DIREITO ROMANO NA ATUAL ORDEM JU-
RlblCA BRASILEIRA, pela Ora. Anna Maria Vilela -(UFB) .

16 :00 horas - 3.8 Mesa Redonda: AVALIAÇAO DO I SIMPÓSIO E FORMAS DE DIVULGAÇÃO


DAS PESQUISAS SOBRE A ANTIGUIDADE.

Coordenação : Ora. Maria Martha Pimentel de Mello - (UFPb.).

Debatedores : Professores Universitários de História Antiga.

18:00 horas - Coquetel de confraternização.


R E G U L A ME NT O

~ O I Simpósio Nacional de Históri:, Antiga realizar-se-á no Campus I da Universidade Federal da Paraíba,


em Joao Pessoa, no período de 22 ::i 25 de agosto de 1983. .
Do tema e dos objetivos

ARTIGO 1.0 - Oencontro versará sobre pesquisa e ensino da História Antiga no (3.0 Grau).

ARTIGO 2.0 - São objetivos do encontro :


1- R_eunir professores de Históriõ Antiga das Universidades promovendo o intercâmbio de suas experiên·
c,as ;
l1- Discutir pontos centrais relacionados com o ensino/pesquisa da Disciplina, no 3.0 Grau ;
111 - Formular uma pai ítica de publicação das pesquisas realizadas pelos docentes na área;
IV- Debater a relevância da História Antiga na estrutura curricular do Curso de Graduação em História.
11 Das autoridades

ARTIGO 3.0 - Serão autoridades do encontro:

1- O Magnífico Reitor da UFPb.;


11- A comissão executiva;
111- Os conferencistas especialr.1ente convidados.
111 Dos membros

ARTIGO 4.0 - Serão membros do Simpósio com direito a CERTIFICADO, nas categorias de CO N-
FERENCISTA, e/ou DEBATEOOR e/ou COMUNICADOR : .

1 - Os docentes de História Antiga, das entidades de nível superior;


11 - Os docentes de área conexa à História Antiga, das entidades de nível superior;
111 - Os discentes ou portadores de diplomas, de cursos de pós-graduação em História.
ARTIGO 5.º - Serão membros do Simpósio com direito a CERTIFICADO DE FREQUÊNCIA (mí-
nimo de 75% de comparecimento).

1 - Os docentes de História das entidades de nível superior ;


11 - Os docentes de a(ea de História do 1.o e 2.0 gr'aüs;
111- Os discentes dos cursos de graduação e pós-graduação em História.

IV Das Inscrições:
ARTIGO 6.º - As inscrições deverão ser efetuadas diretamente na Secretaria do Departamento de His-
tória , ou enviadas pelo correio, mediante a ficha de inscrição para o mesmo, até o dia
19 de agosto .
ARTIGO 7_o - A inscrição ao Simpósio está subordinada ao pagamento de uma taxa de participação
assim discriminada :
a) Docentes em geral : Cr$ 2.000,00 (dois mil cruzeiros)
b) Discentes.em geral: Cr$ 1.000,00 (hum mil cruzeiros).
ARTIGO 8.º - Será cobrada, no ato da inscrição, aos interessados, uma taxa de Cr$ 2.000,00 (dois mil
cruzeiros), para a aquisição da publicação dos Anais do Simpósio.
ARTIGO g_o - A expedição de CERTIFICADOS está condicionada à regularização da inscrição.

2
ARTIGO 10 - A programação do Simpósio constará de:
1- Conferências·
11 -Mesas Redondas;
Comunicações;
! 11 -
IV - Debates e discussões.

VI Das Comunicações:

ARTIGO 11 - /"l. apresemar,ão de comunicação ao Simpósio é reservada aos inscritos no certame.

1- As comunicações deverão verser sobre conteúdo especi'fico de ensino e pesquisa, nas áreas de His-
tória Antiga ou Arqueologia, observando-se a correlação com o programa central do encontro ;
i1 - Dada a natureza do encontro e objetivos voltados à publicação dos trabalhos, as comunicações de-
varão ser inéditas;
i 11 - As com1,1nicações poderão ser apresentadas no sistema de éo-autciria.

ARTIGO 12 - As comunicações e resumos deverão ser encaminhadas à Secretaria do Departamento


de História da UFPb., em formulário próprio.
1 - Os resumos das comunicações deverão ser encaminhados até o dia 30 de junho do corrente ano,
para serem incorporados ao elenco de trabalho do Simpósio;
i1 - Os textos integrais das comunicações deverão ter um máximo de 20 páginas e serem encaminhados
até o dia 30 de julho.

ARTIGO 13 - As comunicações serão objetivo de exposição oral, pelos autores em sessões de estudos:
1 - Cada comunicação terá o máximo de 15 minutos para apresentação;
11 - Nos debates e discussões, cada intervenção não deverá uitrapassar 5 minutos.

ARTIGO 14 - .A Coordenação do Simpósio reserva-se o direito de estrita observância do estauido no


Artigo 11, para o recebimento e seleção dos trabalhos, para posterior publicação.

VII Das moções e propostas:

ARTIGO 15 - As moções e píopostas relativas aos interesses e objetivos próprios do Simpósio, deverão
ser encaminhadas, com antecedênr.ia, e por escrito, à Coordenação do mesmo, a fim de
serem discutidas e ap1 ovadas, durante a 3.ª Mesa Redonda a realizar-se no dia 25 de
agosto às 16 horas.

VI i I Da organização do Simpósio:

ARTIGO 16 - A preparação do encontro estará a cargo de uma comissão executiw.


ARTIGO 17 - Para a boa execução dos trabalhos poderão ser criadas comissões auxiliares.
IX Disposições gerais:

ARTIGO 18 - Os casos omissos serão resolvidos pela comissão executiva.


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RESUMO ~AS COMUNICAÇO[S
. .
. .
4.l Civilirnçõos OrilmtfliS

4.1.1 TRABALHO COMPULSÓRIO E TRABALHO " LIVRE" NO EGITO FARAÔNICO


Ciro Flamarion S. Cardoso
Universidade Federal Fluminense

Nosso vocabulário das relações de produção, herdeiro do direito romano e da Idade Méd ia Ocidental,
constuma distinguir só três categorias: trabalho livre, escravidaão e servidão. Ora, no caso do antigo Egito, pessoas
livres que exerciam diversas atividades rurais e urbanas eram periodicamente convocadas para a corvéia rea l,
durante a qual eram aprisionadas, recebiam unicamente alimentação, e trabalhavam em condições de dura com·
pulsão. Ernm tais pessoas "livres"? A maioria da população estava constituída por camponeses que , sem ser
escravos, estavam atados à terrn· e sofriam arbitrariedades e exações contra as quais viram-se cada vaz mais in-
defesos, com a progressiva dissolut;ão das comunidades aldeãs, vivas e atuantes no Iti .0 milênio a.C.
Por outro lado, havia escravos em bom número, oriundos da guerra, do tráfico (asiático sobretudo ),
da condenação penal e da prole dos catives. Eram comprados, vendidos, alugados, legados, doados, marcados
a ferro em brasa, eventualmente encerrados em estabelecimentos laborais semelhantes ao srgastulum romano.
Tinham, porém, personalidade jurídica - propriedade, casamento não controlado (mesmo com pessoas livres),
testemunho em justiça ainda contra os àonos - , e a libertação era freqüênte , por casamento ou adoção , mais
tardiamente por alforria formal. Realizavam os mesmos trabalhos que as pessoas Iivres de condição inferiOí.
A verdade é que, numa economia natural burocratizada e de baixa tecnologia e mercantiiização, ba-
seada na extração de excedente via corvéia e tributos, a principal divisão social passa entre "privilegiados" e
"não-privilegiados", muito mais do que entre livres e escravos.

4.1.2 EXERCICIO METOOOLOGICO : MITO E ESTRUTURA SOCIAL. O MITO DE OSIRIS


Maria Christina de Caldas Freire Rocha
Universidade Gama Filho

Os objetivos do presente trabalho são primeiramente demonstrar que se pode chegar às mesmas con-
clusões aplicando-se vários métodos e que a verdade histórica não está jungida à métodos, mas o método ou os
métodos são veículos para se chegar à verdade histórica através da realidade histórica. E mais, quanto maior a
quantidade de métodos aplicados, maior será a amplitude de conhecimentos.
Em segundo lugar, pretende demonstrar que, o estudo dos mitos e seu desvelar , é um campo de recur-
sos amplos através dos quais se pode captar a mentalidade do homem de sociedades diferentes da nossa e desta
forma alargar o campo de compreensão e conhecimento, beneficiando primordialmente as áreas de Históiia
da Antiguidade e da Idade Média.
O mito de osiris fo i escolhido, não só por questões de ordem pessoal, da autora, que se dedica a seu
estudo há muitos anos, mas porque é um mito rico em antinomias, permitindo demonstrar, de forma clara,
os objetivos a que este trabalho se propõe.
4.l.3 AJATASA . RU, O EOIPO INDIJ.\NO
. Aicerdo Mário Gonçalvas
Univarsidade de São Paulo

Aia tasatru , soberano que teri11 i'.'! Íilado ern iv1agadha, estado monárquico do noroeste tia lndia, na época
de Buda, é um personagem frequentemente citado na literatura canônica do Budismo. Segundo a tradição, foi
encorajado por seu mestre Devadatta, primo e opositor de Buda, a apoderar-se do trono paterno por um golpe
de estado. Destronou e encarr.erou então seu pai Bimbisara, tendo ainda chegado a ameaçar de morte sua mãe
Vaidehi. E figurado na literatura budista como sendo o protótipo do homem perverso que acaba, entretanto,
sendo salvo pela misericórdia de Buda. A lenda de Ajatasatru, que tem certas semelhanças estruturais com a
_d_e ~dJpo,_se reveste de particular interesse para o estudo das o; igens e da natureza da -realeza na ln dia antiga,
bem como para a análise da postura do pensamento do budismo antigo frente à realeza. Neste trabalho analisa-
mos a figura de. Ajatasatru a partir dos três principais textos ca.nônicos em que sua vida é mencionada
Samahaphalasutta {Budismo Primitivo), Mahaparinirvanasutra e Amitayurdhyanasutra{Budismo Mahayana) .

.4.2 Civilizações Ciássicas

4.2.1 TRES MOMENTOS DO NASCIMENTO DA HISTORIOGRAFIA IBERICA PROPRIAMENTE DITA


Maria Sonsoloes Guerras Martin
UniveíSidade Federal do Rio de Janeiro

Para o presente trabalh".l, foi escolhido a análise historiográfica como uma das facetas importantes da
evolução que sofre a Península Ibérica nos séculos V e VI li. A antiga Província Romana convertP.-se, com os
Visigodos, em Estado Nacionai, soberano e independente. /' " I •
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_~s~3s séculos, marcam em toda ri_ Europa Ocideotal a__g_assagem da Antig_uidade para o períoQQ__med_0-
~podendo ser caracterizado como um período de transição. Como tal, muito rico em mutações que não se
encontram acabadas, ocorrendo em tempos e espaços diferentes, provocando ou não rupturas, que produzem
diferentes formas de interpretações ou reinterpretações da período.
Na história da Penínsuia Ibérica, estes séculos são de excepcional importância. Os autores, divergem _
sobre a sua caracterização : alguns consideram o Reino Visigótico -apenas corno uma continuidade da decadência "
do Império Romano e, asssim sendo, para eles, somente com os muçulmanos, em 711 , começará a verdadeira
história medieval; para outros, a monarquia visigótica cria e desenvolve os elementos essenciais do Estado Na-
cional, caracterizando um momento histórico original.
As três manifestações historiográficas escolhidas para este estudo · representam, ao nosso ver, a passa-
gem da história universal para a história local e nacional, da história que tem como eixo o lrnpdrio Romano para
a históíia que, embora fazendo referência aos Romanos, vai preocupar-se, principalmente, com os "Gothi",
ou seja, visigodos já instalados na Península Ibérica.
Paulo Orosio {século V) comtemporâneo das primeiras invasões estabelece relações com Santo Agos-
tinho na Afr(ca e com São Jerônimo, no Oriente. Escreve urna história Universal, com sentido providencialis-
ta cristão e fortemente apologética.
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Somente o último capítulo está dedicado à Peni'nsula Ibérica.
Hidado, alguns naos mais tarde que Paulo Orosio, esteve também no Oriente com São Jerônimo. Sua
crônica é continuaçJo da do Santo do Orien~e, compreendendo o período que vai do ano de 378 ao de 460.
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Hidacio introduz duas grande modificações na historiog'rafia ibérica : desloca o eixo de sua históri~·
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·•• -J da humanidade para ~ Pen ínsula Ibérica, escrevendo, fundamentalmente, sobre a história dos ! GJvos e suas l~tas
com os godos o com os hispano-romonos e usa ílm sun cronologia, pela primeira vez na história, a " era hispi!-
ni'ca" juntamente com as Olimpíadas o os anos dos Imperadores.
A terceira manifestação histórica escolhida foi Isidoro de Sevilha (século VI 11 ). que embora send o uma
figura enciclopédica, apenas abordaremos uma dentro suas várias obras históricas: a " História GothoruM
Wandolorum at Suavorum" , tendo sido o grande teórico da doutrina política no IV Concílio de Toledo, nos
oferece, também, em sua obra histórica o triunfo do nacionalismo sobre o universalismo imperial. Com S. Isi-
doro surge o nacionalismo político e cultural, a pátria e os godos são de ago ra em diante inseparáveis. Traduz-
se assim, a própria ambigüidade de Isidoro: hispano-romano por nacionalidade e godo por ideologia. O ponto
mais alto do seu patriotismo encontra-se no prólogo desta obra e chama-se " Laus Spaniae" , que nos c1iz que :
"Entre todas as terras que se estendem desde o Ocidente até a I·ndia tu és a mais formosa, a sagrada e feliz His-
pânia mãe de príncipes e de povos. . ."
O crescente nacionalismo, presente nas três manifestações citadas, tendo seu apogeu com os " Laus
Spaniae" de Isidoro de Sevilha, deita profundas raizes na Península Ibérica. Os historiadores posteriores segui-
rão o mesmo caminho e a partir da invasão muçulmana o senti mento nacional será ainda mais exacerbado.

4.2.2 RELIGIAO E SOCIEDADE NA GRÉCIA ANTIGA: CRISE SOCIAL, TIRANI A E DIFUSÃO DO


DIONISISMO NO PERrGDO ARCAICO
José Antonio Dabdab T rndu lsi
Universidade Federal de Ouro Preto

Resultado de uma pesquisa de um ano (1981/1982) na Universidade de 1;3esançon Franca). junto ao


"Centre de Recherches d' Histoire Ancienne" (Laboratório associado ao CNRS) e sob a orientôção de Pierre
Lévêque.
Através óa análise de matarias diversos: textos, moedas, representações em vasos, etc., prncuro mos-
trar a interdependência entre diversas "instâncias" na sociedade arcaica. Análise da crise social ào arcaísmo e
as diversas "soluções", entre as quais a tirania. Análise da difusão de um culto. o dionisismo, estritamente vin-
culada _às trartsformações econômicas e sócio-políticas. ~? mesmo tempo procuro mostrar como é um .:en o
dionisismo que é favorecido, aquele que melhor se integra no novo equilíbrio sócio-pai ítico que o tirano istau-
ra e representa , o que f ica particularmente claro pelo estudo das transformações nas festas atenienses, por exem-
plo. A pesquisa resultou num "mémoire de DEA" de um centena de páginas, e deverá prosseguir com o estudo
do período clássico e da crise da polis, num futuro que espero bem próximo.

4.2.3 QUESTIONANDO UMA TRADIÇAO HISTOR IOGRÁFICA: A TIRAN IA CONDUZ A DEMOCRACIA


Neyde Thernl
Universidade Federal do Rio de Janeirn

1 - Da questão se fazer objoto


Tirania e Democracia ent re os gregos do VII ao VI séculos a.e. é objeto de uma pesquisa em que procu-
ro fazer uma análise historiográfica destacando como a ~ rdade e o discurso d':_hist~r~se entrelaçam e se

6
perpetuam, estabelecendo imagens do real que se armam com uma indumentária teórica para se tornarem e se
imporem como O próprio real. Esta pesquisa será uma investigação dos práticas políticas e do sistema de poder
nas Poleis do VII ao VI séc. a.e. Pesquisa em que continuarei por mais dois anos, portanto é na verdade uma
trajetória do meu conhecer; logo esta comunicação é o resultado de um primeiro momento do trabalho. Ond e,
inicialmente, observai que os historiadores no seu discurso da verdade histórica construiram explicações sobre
8 Tirania do VII e VI séc. a.e .. como se fosse, este fenômeno político , o processo histórico que possibilitou ª

formação da Constituição Democrática. Mas o que é, ou o que foi Constituição Democrática?


A partir desta dimensão do real apropriada pelo historiador e por ele construída, procurei analisar
até que ponto estas explicações coincidem com a realidade das diversas poleis. Seria possível encontrar estª
realidade? Ou na verdade não estariam os histo.riadores presos ao Discurso Aristotélico ou de um sujeito dito
Aristóteles? Daí surgirem as primeira questões: A Tirania tloi o caminho à Democracia? A Democracia pode
levar à Tirania? Atenas pode servir de modelo para os historiadores estabelecerem generalizações aos demais
processos históricos políades? Tirania e Democracia se confunde? Em que dimensão? Tem o historiador Opoder
de construir a verdade da realidade? Talvez não, mas é preciso tentar.
Esta comun'icação ·está principalmente fundamentada nos discursos de Aristóteles, Heródoto, Tucí-
dides, Duruy; Croiset, Cohen, Glotz, Finley, Mosse e outros historiadores e filósofos indicados na bibliografia.
A análise destes textos levaram-me a considerar que o fato histórico, construído pelo hi§.tO!ia.9or, J~
·constitui de um corte da realidade e de uma relação articulada da interpretaçã9 do pesq~isador! nQ_n_íveJ de
;~a dim~nsão existencial.· Est~ flutua ~~ma z~na tal~z do real, que ~os deixa transpare~e; sensivelmente a sua
impotência de develá-!a em sua totalidade e em sua dinâmica, quiçá, nossa própria impotência? Os instrumen-
tos teóricos que possui o historiador, em cada momento histórico, faz com que se estabeleçam relações de incer-
teza entre o conhecimento e a realidade, mesmo que seu discurso seja imperativo. IKsto significa que o conhe-
cimento histórico é uma interpretação que circula pela ralidade guiado por uma teoria, que nos mostra o histo-
riador, uma dimensão de indeterminação profunda, por mais que em seu discurso apareça um caráter determi-
nante, que se diz verdade igual realidade. O historiador está intimamente iigado a uma posição estratética - te-
órica, que escolheu para captar o seu objetivo e também por muitas vezes, objetado por este. Assim a realidade
nos aparece sob diversas dimensões e o método e a teoria muitas vezes, nos condicionam a ver um estreito aspec-
to do objeto. Vale dizer que o conhecimento histórico significa uma interpretação cri'tica, criativa. axiológica,
sistemática-cumulativa de fenômenos que fora m numa dimensão existencial estratégica percebidos e construí-
dos, em forma de um discurso, sobra a Tirania de uma teoria.
Esta comunicação significa primeiro uma rebeldia a tirania de uma teoria, que por vezes, diz-se demo-
crática, e de um método que se impõe e se diz "cientíco.'~ à História, e por isso quero, hoje, ficar com Le Goff:
"A História se faz com documentos e idéias, com fontes e com imaginação"; com Koestler, quando inicia seu
artigo, citando Keats - "não tenho certeza de nada, a não ser da santidade das afeições do coração e da verda-
de da imaginação" e com Ladriêre - "ver as coisas em sua verdade é situá-las relativamente ao todo, captar
sua articulação com a estrutura universal. .. E ver-se a si mesmo na verdade é apreender-se em seu lugar nos
elos do todo, é compreender-se como um momento na manifestação da vida universal ... Ora a verdade é a
integridade da manifestação, é ao mesmo tempo, a revelação do mundo", e com estes três, por ora, fico, na
procura de um quarto, de uma quarta visão, da minha quarta visão.
A segunda significação desta comunicação é tentar explicar, contra-dizendo, a verdade historiográfi-
ca, que a Tirania não é prática política que gera a constituição Democrática e que Atenas não poder servir de
modelo para estabelecermos generalizações as demais poleis .
. Finalmente, pretendo liberar um discurso aberto as críticas, ~~ pretensão de possuir a verdade, mas
de pr~Jetar uma experiência existencial que pode e deve ser interpretada de mais de uma forma, re~~bendo dos
pesquisadores ~e história da antiquidade, as s~_as dimensões, para que eu possa aprender a ver com O pensamen-
t~, com a razao mas sem nunca deixar de ver com sensibilidade e emoção o meu objeto. Só desta forma acre-
dito e concebo O ato de recriar, aliás função histórica antiga que se quer nova, de historiadores da Antiguida-
de que se quer corntemporâneo.
Só desta forma concebo o caminho da história. n ffiPI I r:,mi nhn
.
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4.2.4 NOVAS:·PR.ATI CAS POLl'rl CAS E O SISTEMA AEPU8LICANO ROMANO NO 1. SÉCULO à
Norma Musco Mendes
Universidade Federnl do Rio de Janeiro

Entendemos que os problemas que se õpresentam à ciência não são todos da mesma natureza, pois ati
lado de fenômenos de evolução, existem questões de estrutura. Assim, nos preocupamos em explicar neSta comu-
nicação, porque um determinado sistema, no caso a questão romana de transformação de uma estrutura repu-
blicana para uma estrutura imperial, adquiriu uma determinada configuração ao invés de outra. Em outras pala-
vras, através dê pesquisa historiográfica e de alguns documentos literários, nos preocupamos em explicitar por-
que a estrutura do Estado republicano romano, identificada como um conjunto de sistemas interrelacionados,
não foi capaz de se manter diante das pertubações de ordem interna e externa geradas pelas novas condições
resultantes da expansão e do imperialismo romanos.
Entendemos, também, que ·as transformações estruturais não são provocadas apenas por fenômenos
de determinada natureza que atuam sobre uma parte do sistema, e nem devemos priorizar fenômenos sócio-
econômicos, paiídcos ou que env~lvam mudança de mentalidade.
As mudarwas estruturais ocorrem quando todos os sub-sistemas e sistemas que a compõem se vêem
.desarticulados e em desequilíbrio num determinado momento de sua existência.
Tais pressupostos teóricos são perfeitamente identificados quando analisamos a situação de Roma no
século Ia.e.
A criação do Império Mediterrâneo e sua sistemática1exploração provocaram uma conjuntura de crise
que desgastou e dissolveu a estrutura sócio-econômica, pol ítico-jur i'dica e mental do tradicional Estado repu-
blicano romano.
No entanto, não é nosso propósito apresentar nesta comunicação, mesmo porque extrapolaria os li-
mites exigidos, uma discussão sobre as transformações sofridas no sistema socio-econêmico. Assim como, não
é nosso propósito, também, discutir a desarticulação sofrida pelo ideário moral e religioso romano tí8dicional
e o desenvolvimento de novos valores provocados pela influência da cultura helenística na sociedade romana.
Na presente comunicação destacamos para ser objeto de análise os fenômenos políticos que somados
às forças de ~udança sócio-econômico e mental atuaram sobre o sistema institucional republicano, levando à
unificação do poder civil e. militar na pessoa do Princeps Senatus. Desta forma detivemos nossas investigações
nos mecanismos e nos métodos da luta política, ressaltando o estudo da importância e força sócio-econômica
das facções políticas e de seus respectivos programas e _t~orias sobre a melhor forma de governo, uma vez que,
os próprios romanos sentiam que as práticas republicanas tradicionais se encontravam em decomposição e desa-
justadas perante a nova realidade de Roma Imperial.

4.3 O ensino de História Antiga

4.3.1 PROBLEMAS OE ENSINO E PESQUISA NA AREA DE HISTORIA ANTIGA DA UNIVERSIDADE


FEDERAL FLUMINENSE
Professores da área de História Antiga
Universidade Federal Fluminense

A área de História Antiga da Universidade Federal Fluminense sentiu necessidade de realizar seminá-
rios internos para avaliar seu trabalho didático, quando em reuniões periódicas foram levantadas diversas ques-

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tões relativas ao desenvolvi monto de sous cursos.
As grandes mod ificoçulls surgidas nas últirnns dócudos nHs i\rens do flstutlos clássicos e oriontnis, dotor -
minaram uma rec:iclagom dos prohissoltl~ e umfl tumoda de posição tlianto dos novos problemas, noVds atJo r
dagens e novos objetos que ptmrn1i<1m no rnumonto o trabalho de todo o historiador.
É cl,1ro, tambàm quo p!lsarnm muito nesses seminários os problemas diversos surgidos na prática diá-
ria das disciplinas de história antigo, a ampliação do quadro docente e di~cente, as limitações de nosso trabalho
no plano ma~r.rial nos últimos anos, o tipo de aluno que passamos a receber, a intr_odução é'i Pesquisa de hist9·
ria antiga na graduação e as necessidades de redefinição do papel do monitor.
Estabelecemos como nosso objetivo prioritário nesses seminários a melhoria do ensino e pesquisa de
história antiga em nossa Universidade e entendemos que tal melhoria só poderia se efetivar se levássemos em
conta as questões acima mencionadas. Sendo assim distribuímos os temas da seguinte maneira :

i - Questões básicas do ensino e pesquisa da história antiga - a experiência da Universidade Federal


Fiuminense - Profa. Vânia Froes.
2 - O perfil do aluno que ingressa nos cursos de história antiga - Prof. Oswaldo Porto Rocha.
3 - Avaliação dos atuais programas de história antiga da Universidade Federal Fluminense - Prof•
Francisco José da Si!va Gomes.
4 - O uso do material didático em história antiga - Prof. Ciro Flamarion Cardoso .
5 - O papel da monitoria em história antiga - Prof. Rogério de Oliveira Ribas.

Desses seminários resuitaram relatóíios que aqui apresentamos como sugestão para início das discus-
sões dos problemas do ensino e pesquisa de história antiga na Universidade Brasileira.

4.3.2 O ENSINO DA HISTORIA DA MJTIGUiDADE E DA IDADE MÉDIA _NAS UNIVERSIDADES DO


" GRANDE R!O" .
Manuel Rolph de Viveiros Cabaceiras e Ricardo Ribeiro Baeta
Universidade Federal do Rio de Janeiro

A presente pesquisa, paite do pressuposto que a f-iistóíia da Antiguidade (assim com a da Idade Média)
e o ensino nas universidades deve preservar a totalidade do processo histórico, suprindo, assim , as necessidades
do saber l1umano ao identificar como o homem se organiza historicamente em formações sociais, conscienti-
zando-o de seu papel no conjunto social.
En1endemos, que ensino da História da Antiguidade deve ser reinterpretado como passado-presente-
passado : se continuamos usando a periodização convencional, o fazemos com novo significado e sob urna nova
abordagem.
Esta pesquisa de campo, nos fornece subsídios para uma verificação inicial de até que ponto o conhe•
cimento da História da Antiguidade chega atualizado e renovado nas Universidades do "Grande Rio". Quem
pesquisa e como pesquisa os fenômenos ditos antigos? Que métodos e teorias são utlizados? Como a pesquisa
de História da Antigu idade se estende às universidades e salas de aula? Por que o abandono do estudo de His-
tória da Antiguidade nas escolas de 1.0 e 2.0 graus?
. Nesta primeira fase do processo da pesquisa, através de um questionário passado entre os professores,
podemos ter uma pequena amostragem inicial da situação do ensino superior da História da Antiguidade.

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Ao disgnosticar o pror.esso do ensino - nprendizngem da História do Antiguidade e da Idade Média
em universidades uo " Grande nio" , tnl projuto, dn modo como se encontra formulfldo , atuará em três fa ixas
de interesse cognitivo : om rol ação é\ Históriu Antigo 0 MedievHI nos revelando a problemática de seu ensino •
especialmente no QlHl sr. rofere atualizoção do seu quadro docento no que concerne ll pesquisa e Prod ução in·
telectual ; ern rolaçiio no onsino dn Histórill no 3.º grou ao verificar seus objetivos e clientela, polem izando-o
dentro da nosso- sistema educacional ; no relacionamento universidade-comunidade, inicialme,nte a nível das P.S·
colas de 1.0 e 2.
0 graus e depois ao polemizar as referências existenciais do brasi leiro no Rio de Janeiro sobre
o processo histó,ríco .
A partir da problematizaç1io destes níveis, este empreendimento pretende atuar na difusão da moder-
nidade da Histó_riâ da. Antiguidade e da Idade Média, propiciando, à comunidade universitária, subsídios para
um diálogo integrado com a comunidade.
Para tanto, a pesquisa lança mão do método crítico de amostrngem, utilizando-se das técnicas de pes-
quisa de campo (entrevistas em univorsidcJdes com professores e alunos), análise, seriação e quantificação da
documentação coleta.da, estabelecimento de quadros e diagnósticos de modo a elaborar conceitos originais e
apresentar caminhos para a pesquisa.

4..3.3 DA SITUAÇÃO DO ENSINO DA HISTÓRIA ANTIGA NA UNiVERSiOADE FEDERAL DA PA-


R.A.fBA
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Maria Martha Pimentel de Mello

l Universidade Federal da Para íba

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l A quaiida:'!e do ensino constitui, hoje, urna preocupação de todos os docentes. No setor univeísitá-
rio, a cada ano, notamos um decréscimo considerável do nível cultural dos alunos q;ie nele ingressam. Ao pro-
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. fessor restam duas alternativas. Uma delas é nivelar também o ensino , considerando aquele decréscimo, medi-
da que a longo prnzo traz consequências gravíssimas, prevendo-se um retorno de alunado para um nível muito •
mais baixo . A outra é a elevação do nível do ensino. Neste caso, como proceder para conseguir isto?
Na atualidade, é frequênte ouvir-se dizer que íl Universidade está totalmente dissociada da realidade
brasilei_ra e que o currículo de cada curso acompanha esta dissociação. Joga-se, a importância do problema a
outras esferas· responsáveis pelo ensino no Brasil. É uma postura cômoda. Mas, se assumimos a nossa parte de
responsabilidade no contexto universitário brasileiro, nós, ·p-rofessores, mesmo que seja a longo prazo, podemos
e devemos obter, por nossa conta, urna melhoria deste ensino.
Corno professores da disciplina História Antiga, analizamos as principais dificuldades com as quais
nos deparamos : o pouco nú mero de horas disponível para o ensino da disciplina, a ausência de pré-requisitos
e de urna grade de disciplinas optativas que ministrem conteúdo específico da História Antiga, complemen-
tando os programas do currículo mínimo. Podemos acrescentar, ainda , a falta de conhecimento, pelo alunado,
de idiomas estrageiros, e é lamentável dizer - o pouco conhecimento da língua vernácula, a deficiência dos
acervos, na especialidade das bibliotecíls, fato que vem se somar à grande dificuldade na aquisição de livros por
parte dos alunos.
Estes_são os maiores problemas que enfrentam os no trabalho quotidiano , como professores de Histó-
ria Anti9a. O nosso encontro visa, sobretudo, a foca de experiências, e são importantes as soluções porventura
encontradas, ~arn se tentar adequa-las à realidade de cada Universidade.
. Assim, discutindo estes problemas, esperamos, aqui reunidos, encontrar o caminho de conseguirmos
uma melhor formaçijo para os nossos 1llunos.

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