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I SIMPOSIO NACIONAL DE
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HISTORIA ANTIGA
Promoção: UFPb/CNPq
João Pessoa
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22 a 25 de agosto de 1983
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F.LENCO
2 - CIVILIZAÇÕES CLASSlCAS
AGRADECIMENTOS
- ao ex-Diretor Pró-Tempore do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Prot. ARAEL MENEZE·
COSTA, que incent\vou a realização do Simpósio no momento em que surgiu a idéia, e a sua atual diretor'-
Professora OllLIA lOALINA DE VA.SCONCELOS MAIA, pela constante colaboração no período de ultimá
ção do evento ;
- ao Prof. JOSE OCTAViO DE ARRUDA MELO, responsável por todo o trabalho de divulgaçãc
iunto à imprensa talada e escrita ;
- aos Srs. Comandantes do 1.0 Grupamento de Engenharia e do 15.0 Regimento de Infantaria, se-
diados em João Pessoa ;
- aos Presidentes dos Bancos do Estado da Paraíba (PARAI BAN) e do Estado de Pernambuco
tBANDEPE) ;
_ à imprensa, através dos jornais "O NORTE", "O CORREIO DA PARAÍBA", "A UNIÃO", "O
MOMENTO", da REDE BANDEIRANTES DE TELEVISÃO _e das rádios "ARAPUAN" e "CORREIO DA
PARAl°BA";
_ à indústria e ao comércio paraibanos, pelos seus representantes "CAFÉ SÀO BRAZ S/A", "EGO -
E. GERSON DISTRIBUIDORA LTOA", "RABELO e REPRESENTAÇÕES S/A";
COMISSAO EXECUTIVA:
O ensino
. da H.1st6ria
. Antiga
· . .. . .. ....... .. .. . .. • • •·. · · · · · · · · · · · · · · ·: ·. · · · · · · · ·O8
01.t\ 22 DE AGOSTO :
08 :30 horas - abertura : Pelo Magnífico Reitor da Universidade Federal da Para(ba (UFPb) ,
Prof. Berilo Ramos Borba.
09 :30 horas - conferência : /\ IMPORTANCIA DA HISTORIA ANTIGA NA COMPREENSÃO
DO PROCESSO HISTÓRICO, pelo Dr. Ciro Flamarion Cardoso (UFF) .
14 :00 horas - conferência : ESTUDO DOS MODOS DE PRODUÇÃO NA ANTIGUIDADE, pelo
Dr. Jaime Pinsky- (UNICAMP).
16 :00 horas - comunicação sobre as Civilizações Orientais, seguida de debates.
D!A 23 DE AGOSTO :
08 :30 horas - conferência : A CULTURA MATERIAL NO ESTUDO DAS CIVILIZAÇÕES ANTI-
GAS, pelo Dr. Ulpiano Bezerra de Menezes - (USP).
1O:00 horas - conferência : UMA EXPERIENCIA DE TRABALHO EM UM SlilO ARQUEOLÓ-
GICO, pela Ora. Gabriela Martin Souto Maior - UFPe.).
14 :00 horas - conferência : NUMISMÁTICA E HISTORIA ANTIGA, pela Profa. Maria Beatriz
Borba Florenzano - (USP).
16 :00 horas - comunicações sobre as Civilizações Clássicas, seguida de debates.
DIA 24 DE AGOSTO :
08:30 horas - conferência : O LEGADO DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA, pelo Dr. Armando
Souto Maior (UFPe.).
1ODO horas - comunicações sobre o ensino da História Antiga.
14:00 horas - 1.ª Mesa Redonda : O USO DO TEXTO DIDÁTICO NA HISTORIA ANTIGA, expo-
sição de abertura : pelo Dr. Jaime Pinsky (UNICAMP).
DIA 25 DE A.GOSTO :
08:30 horas - 2.ª Mesa Redonda: HISTORIA ANTIGA: QUESTOES CURRICULARES E DIDÁ-
TICAS.
ARTIGO 1.0 - Oencontro versará sobre pesquisa e ensino da História Antiga no (3.0 Grau).
ARTIGO 4.0 - Serão membros do Simpósio com direito a CERTIFICADO, nas categorias de CO N-
FERENCISTA, e/ou DEBATEOOR e/ou COMUNICADOR : .
IV Das Inscrições:
ARTIGO 6.º - As inscrições deverão ser efetuadas diretamente na Secretaria do Departamento de His-
tória , ou enviadas pelo correio, mediante a ficha de inscrição para o mesmo, até o dia
19 de agosto .
ARTIGO 7_o - A inscrição ao Simpósio está subordinada ao pagamento de uma taxa de participação
assim discriminada :
a) Docentes em geral : Cr$ 2.000,00 (dois mil cruzeiros)
b) Discentes.em geral: Cr$ 1.000,00 (hum mil cruzeiros).
ARTIGO 8.º - Será cobrada, no ato da inscrição, aos interessados, uma taxa de Cr$ 2.000,00 (dois mil
cruzeiros), para a aquisição da publicação dos Anais do Simpósio.
ARTIGO g_o - A expedição de CERTIFICADOS está condicionada à regularização da inscrição.
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ARTIGO 10 - A programação do Simpósio constará de:
1- Conferências·
11 -Mesas Redondas;
Comunicações;
! 11 -
IV - Debates e discussões.
VI Das Comunicações:
1- As comunicações deverão verser sobre conteúdo especi'fico de ensino e pesquisa, nas áreas de His-
tória Antiga ou Arqueologia, observando-se a correlação com o programa central do encontro ;
i1 - Dada a natureza do encontro e objetivos voltados à publicação dos trabalhos, as comunicações de-
varão ser inéditas;
i 11 - As com1,1nicações poderão ser apresentadas no sistema de éo-autciria.
ARTIGO 13 - As comunicações serão objetivo de exposição oral, pelos autores em sessões de estudos:
1 - Cada comunicação terá o máximo de 15 minutos para apresentação;
11 - Nos debates e discussões, cada intervenção não deverá uitrapassar 5 minutos.
ARTIGO 15 - As moções e píopostas relativas aos interesses e objetivos próprios do Simpósio, deverão
ser encaminhadas, com antecedênr.ia, e por escrito, à Coordenação do mesmo, a fim de
serem discutidas e ap1 ovadas, durante a 3.ª Mesa Redonda a realizar-se no dia 25 de
agosto às 16 horas.
VI i I Da organização do Simpósio:
Nosso vocabulário das relações de produção, herdeiro do direito romano e da Idade Méd ia Ocidental,
constuma distinguir só três categorias: trabalho livre, escravidaão e servidão. Ora, no caso do antigo Egito, pessoas
livres que exerciam diversas atividades rurais e urbanas eram periodicamente convocadas para a corvéia rea l,
durante a qual eram aprisionadas, recebiam unicamente alimentação, e trabalhavam em condições de dura com·
pulsão. Ernm tais pessoas "livres"? A maioria da população estava constituída por camponeses que , sem ser
escravos, estavam atados à terrn· e sofriam arbitrariedades e exações contra as quais viram-se cada vaz mais in-
defesos, com a progressiva dissolut;ão das comunidades aldeãs, vivas e atuantes no Iti .0 milênio a.C.
Por outro lado, havia escravos em bom número, oriundos da guerra, do tráfico (asiático sobretudo ),
da condenação penal e da prole dos catives. Eram comprados, vendidos, alugados, legados, doados, marcados
a ferro em brasa, eventualmente encerrados em estabelecimentos laborais semelhantes ao srgastulum romano.
Tinham, porém, personalidade jurídica - propriedade, casamento não controlado (mesmo com pessoas livres),
testemunho em justiça ainda contra os àonos - , e a libertação era freqüênte , por casamento ou adoção , mais
tardiamente por alforria formal. Realizavam os mesmos trabalhos que as pessoas Iivres de condição inferiOí.
A verdade é que, numa economia natural burocratizada e de baixa tecnologia e mercantiiização, ba-
seada na extração de excedente via corvéia e tributos, a principal divisão social passa entre "privilegiados" e
"não-privilegiados", muito mais do que entre livres e escravos.
Os objetivos do presente trabalho são primeiramente demonstrar que se pode chegar às mesmas con-
clusões aplicando-se vários métodos e que a verdade histórica não está jungida à métodos, mas o método ou os
métodos são veículos para se chegar à verdade histórica através da realidade histórica. E mais, quanto maior a
quantidade de métodos aplicados, maior será a amplitude de conhecimentos.
Em segundo lugar, pretende demonstrar que, o estudo dos mitos e seu desvelar , é um campo de recur-
sos amplos através dos quais se pode captar a mentalidade do homem de sociedades diferentes da nossa e desta
forma alargar o campo de compreensão e conhecimento, beneficiando primordialmente as áreas de Históiia
da Antiguidade e da Idade Média.
O mito de osiris fo i escolhido, não só por questões de ordem pessoal, da autora, que se dedica a seu
estudo há muitos anos, mas porque é um mito rico em antinomias, permitindo demonstrar, de forma clara,
os objetivos a que este trabalho se propõe.
4.l.3 AJATASA . RU, O EOIPO INDIJ.\NO
. Aicerdo Mário Gonçalvas
Univarsidade de São Paulo
Aia tasatru , soberano que teri11 i'.'! Íilado ern iv1agadha, estado monárquico do noroeste tia lndia, na época
de Buda, é um personagem frequentemente citado na literatura canônica do Budismo. Segundo a tradição, foi
encorajado por seu mestre Devadatta, primo e opositor de Buda, a apoderar-se do trono paterno por um golpe
de estado. Destronou e encarr.erou então seu pai Bimbisara, tendo ainda chegado a ameaçar de morte sua mãe
Vaidehi. E figurado na literatura budista como sendo o protótipo do homem perverso que acaba, entretanto,
sendo salvo pela misericórdia de Buda. A lenda de Ajatasatru, que tem certas semelhanças estruturais com a
_d_e ~dJpo,_se reveste de particular interesse para o estudo das o; igens e da natureza da -realeza na ln dia antiga,
bem como para a análise da postura do pensamento do budismo antigo frente à realeza. Neste trabalho analisa-
mos a figura de. Ajatasatru a partir dos três principais textos ca.nônicos em que sua vida é mencionada
Samahaphalasutta {Budismo Primitivo), Mahaparinirvanasutra e Amitayurdhyanasutra{Budismo Mahayana) .
Para o presente trabalh".l, foi escolhido a análise historiográfica como uma das facetas importantes da
evolução que sofre a Península Ibérica nos séculos V e VI li. A antiga Província Romana convertP.-se, com os
Visigodos, em Estado Nacionai, soberano e independente. /' " I •
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_~s~3s séculos, marcam em toda ri_ Europa Ocideotal a__g_assagem da Antig_uidade para o períoQQ__med_0-
~podendo ser caracterizado como um período de transição. Como tal, muito rico em mutações que não se
encontram acabadas, ocorrendo em tempos e espaços diferentes, provocando ou não rupturas, que produzem
diferentes formas de interpretações ou reinterpretações da período.
Na história da Penínsuia Ibérica, estes séculos são de excepcional importância. Os autores, divergem _
sobre a sua caracterização : alguns consideram o Reino Visigótico -apenas corno uma continuidade da decadência "
do Império Romano e, asssim sendo, para eles, somente com os muçulmanos, em 711 , começará a verdadeira
história medieval; para outros, a monarquia visigótica cria e desenvolve os elementos essenciais do Estado Na-
cional, caracterizando um momento histórico original.
As três manifestações historiográficas escolhidas para este estudo · representam, ao nosso ver, a passa-
gem da história universal para a história local e nacional, da história que tem como eixo o lrnpdrio Romano para
a históíia que, embora fazendo referência aos Romanos, vai preocupar-se, principalmente, com os "Gothi",
ou seja, visigodos já instalados na Península Ibérica.
Paulo Orosio {século V) comtemporâneo das primeiras invasões estabelece relações com Santo Agos-
tinho na Afr(ca e com São Jerônimo, no Oriente. Escreve urna história Universal, com sentido providencialis-
ta cristão e fortemente apologética.
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Somente o último capítulo está dedicado à Peni'nsula Ibérica.
Hidado, alguns naos mais tarde que Paulo Orosio, esteve também no Oriente com São Jerônimo. Sua
crônica é continuaçJo da do Santo do Orien~e, compreendendo o período que vai do ano de 378 ao de 460.
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Hidacio introduz duas grande modificações na historiog'rafia ibérica : desloca o eixo de sua históri~·
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·•• -J da humanidade para ~ Pen ínsula Ibérica, escrevendo, fundamentalmente, sobre a história dos ! GJvos e suas l~tas
com os godos o com os hispano-romonos e usa ílm sun cronologia, pela primeira vez na história, a " era hispi!-
ni'ca" juntamente com as Olimpíadas o os anos dos Imperadores.
A terceira manifestação histórica escolhida foi Isidoro de Sevilha (século VI 11 ). que embora send o uma
figura enciclopédica, apenas abordaremos uma dentro suas várias obras históricas: a " História GothoruM
Wandolorum at Suavorum" , tendo sido o grande teórico da doutrina política no IV Concílio de Toledo, nos
oferece, também, em sua obra histórica o triunfo do nacionalismo sobre o universalismo imperial. Com S. Isi-
doro surge o nacionalismo político e cultural, a pátria e os godos são de ago ra em diante inseparáveis. Traduz-
se assim, a própria ambigüidade de Isidoro: hispano-romano por nacionalidade e godo por ideologia. O ponto
mais alto do seu patriotismo encontra-se no prólogo desta obra e chama-se " Laus Spaniae" , que nos c1iz que :
"Entre todas as terras que se estendem desde o Ocidente até a I·ndia tu és a mais formosa, a sagrada e feliz His-
pânia mãe de príncipes e de povos. . ."
O crescente nacionalismo, presente nas três manifestações citadas, tendo seu apogeu com os " Laus
Spaniae" de Isidoro de Sevilha, deita profundas raizes na Península Ibérica. Os historiadores posteriores segui-
rão o mesmo caminho e a partir da invasão muçulmana o senti mento nacional será ainda mais exacerbado.
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perpetuam, estabelecendo imagens do real que se armam com uma indumentária teórica para se tornarem e se
imporem como O próprio real. Esta pesquisa será uma investigação dos práticas políticas e do sistema de poder
nas Poleis do VII ao VI séc. a.e. Pesquisa em que continuarei por mais dois anos, portanto é na verdade uma
trajetória do meu conhecer; logo esta comunicação é o resultado de um primeiro momento do trabalho. Ond e,
inicialmente, observai que os historiadores no seu discurso da verdade histórica construiram explicações sobre
8 Tirania do VII e VI séc. a.e .. como se fosse, este fenômeno político , o processo histórico que possibilitou ª
Entendemos que os problemas que se õpresentam à ciência não são todos da mesma natureza, pois ati
lado de fenômenos de evolução, existem questões de estrutura. Assim, nos preocupamos em explicar neSta comu-
nicação, porque um determinado sistema, no caso a questão romana de transformação de uma estrutura repu-
blicana para uma estrutura imperial, adquiriu uma determinada configuração ao invés de outra. Em outras pala-
vras, através dê pesquisa historiográfica e de alguns documentos literários, nos preocupamos em explicitar por-
que a estrutura do Estado republicano romano, identificada como um conjunto de sistemas interrelacionados,
não foi capaz de se manter diante das pertubações de ordem interna e externa geradas pelas novas condições
resultantes da expansão e do imperialismo romanos.
Entendemos, também, que ·as transformações estruturais não são provocadas apenas por fenômenos
de determinada natureza que atuam sobre uma parte do sistema, e nem devemos priorizar fenômenos sócio-
econômicos, paiídcos ou que env~lvam mudança de mentalidade.
As mudarwas estruturais ocorrem quando todos os sub-sistemas e sistemas que a compõem se vêem
.desarticulados e em desequilíbrio num determinado momento de sua existência.
Tais pressupostos teóricos são perfeitamente identificados quando analisamos a situação de Roma no
século Ia.e.
A criação do Império Mediterrâneo e sua sistemática1exploração provocaram uma conjuntura de crise
que desgastou e dissolveu a estrutura sócio-econômica, pol ítico-jur i'dica e mental do tradicional Estado repu-
blicano romano.
No entanto, não é nosso propósito apresentar nesta comunicação, mesmo porque extrapolaria os li-
mites exigidos, uma discussão sobre as transformações sofridas no sistema socio-econêmico. Assim como, não
é nosso propósito, também, discutir a desarticulação sofrida pelo ideário moral e religioso romano tí8dicional
e o desenvolvimento de novos valores provocados pela influência da cultura helenística na sociedade romana.
Na presente comunicação destacamos para ser objeto de análise os fenômenos políticos que somados
às forças de ~udança sócio-econômico e mental atuaram sobre o sistema institucional republicano, levando à
unificação do poder civil e. militar na pessoa do Princeps Senatus. Desta forma detivemos nossas investigações
nos mecanismos e nos métodos da luta política, ressaltando o estudo da importância e força sócio-econômica
das facções políticas e de seus respectivos programas e _t~orias sobre a melhor forma de governo, uma vez que,
os próprios romanos sentiam que as práticas republicanas tradicionais se encontravam em decomposição e desa-
justadas perante a nova realidade de Roma Imperial.
A área de História Antiga da Universidade Federal Fluminense sentiu necessidade de realizar seminá-
rios internos para avaliar seu trabalho didático, quando em reuniões periódicas foram levantadas diversas ques-
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tões relativas ao desenvolvi monto de sous cursos.
As grandes mod ificoçulls surgidas nas últirnns dócudos nHs i\rens do flstutlos clássicos e oriontnis, dotor -
minaram uma rec:iclagom dos prohissoltl~ e umfl tumoda de posição tlianto dos novos problemas, noVds atJo r
dagens e novos objetos que ptmrn1i<1m no rnumonto o trabalho de todo o historiador.
É cl,1ro, tambàm quo p!lsarnm muito nesses seminários os problemas diversos surgidos na prática diá-
ria das disciplinas de história antigo, a ampliação do quadro docente e di~cente, as limitações de nosso trabalho
no plano ma~r.rial nos últimos anos, o tipo de aluno que passamos a receber, a intr_odução é'i Pesquisa de hist9·
ria antiga na graduação e as necessidades de redefinição do papel do monitor.
Estabelecemos como nosso objetivo prioritário nesses seminários a melhoria do ensino e pesquisa de
história antiga em nossa Universidade e entendemos que tal melhoria só poderia se efetivar se levássemos em
conta as questões acima mencionadas. Sendo assim distribuímos os temas da seguinte maneira :
Desses seminários resuitaram relatóíios que aqui apresentamos como sugestão para início das discus-
sões dos problemas do ensino e pesquisa de história antiga na Universidade Brasileira.
A presente pesquisa, paite do pressuposto que a f-iistóíia da Antiguidade (assim com a da Idade Média)
e o ensino nas universidades deve preservar a totalidade do processo histórico, suprindo, assim , as necessidades
do saber l1umano ao identificar como o homem se organiza historicamente em formações sociais, conscienti-
zando-o de seu papel no conjunto social.
En1endemos, que ensino da História da Antiguidade deve ser reinterpretado como passado-presente-
passado : se continuamos usando a periodização convencional, o fazemos com novo significado e sob urna nova
abordagem.
Esta pesquisa de campo, nos fornece subsídios para uma verificação inicial de até que ponto o conhe•
cimento da História da Antiguidade chega atualizado e renovado nas Universidades do "Grande Rio". Quem
pesquisa e como pesquisa os fenômenos ditos antigos? Que métodos e teorias são utlizados? Como a pesquisa
de História da Antigu idade se estende às universidades e salas de aula? Por que o abandono do estudo de His-
tória da Antiguidade nas escolas de 1.0 e 2.0 graus?
. Nesta primeira fase do processo da pesquisa, através de um questionário passado entre os professores,
podemos ter uma pequena amostragem inicial da situação do ensino superior da História da Antiguidade.
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Ao disgnosticar o pror.esso do ensino - nprendizngem da História do Antiguidade e da Idade Média
em universidades uo " Grande nio" , tnl projuto, dn modo como se encontra formulfldo , atuará em três fa ixas
de interesse cognitivo : om rol ação é\ Históriu Antigo 0 MedievHI nos revelando a problemática de seu ensino •
especialmente no QlHl sr. rofere atualizoção do seu quadro docento no que concerne ll pesquisa e Prod ução in·
telectual ; ern rolaçiio no onsino dn Histórill no 3.º grou ao verificar seus objetivos e clientela, polem izando-o
dentro da nosso- sistema educacional ; no relacionamento universidade-comunidade, inicialme,nte a nível das P.S·
colas de 1.0 e 2.
0 graus e depois ao polemizar as referências existenciais do brasi leiro no Rio de Janeiro sobre
o processo histó,ríco .
A partir da problematizaç1io destes níveis, este empreendimento pretende atuar na difusão da moder-
nidade da Histó_riâ da. Antiguidade e da Idade Média, propiciando, à comunidade universitária, subsídios para
um diálogo integrado com a comunidade.
Para tanto, a pesquisa lança mão do método crítico de amostrngem, utilizando-se das técnicas de pes-
quisa de campo (entrevistas em univorsidcJdes com professores e alunos), análise, seriação e quantificação da
documentação coleta.da, estabelecimento de quadros e diagnósticos de modo a elaborar conceitos originais e
apresentar caminhos para a pesquisa.
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l A quaiida:'!e do ensino constitui, hoje, urna preocupação de todos os docentes. No setor univeísitá-
rio, a cada ano, notamos um decréscimo considerável do nível cultural dos alunos q;ie nele ingressam. Ao pro-
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. fessor restam duas alternativas. Uma delas é nivelar também o ensino , considerando aquele decréscimo, medi-
da que a longo prnzo traz consequências gravíssimas, prevendo-se um retorno de alunado para um nível muito •
mais baixo . A outra é a elevação do nível do ensino. Neste caso, como proceder para conseguir isto?
Na atualidade, é frequênte ouvir-se dizer que íl Universidade está totalmente dissociada da realidade
brasilei_ra e que o currículo de cada curso acompanha esta dissociação. Joga-se, a importância do problema a
outras esferas· responsáveis pelo ensino no Brasil. É uma postura cômoda. Mas, se assumimos a nossa parte de
responsabilidade no contexto universitário brasileiro, nós, ·p-rofessores, mesmo que seja a longo prazo, podemos
e devemos obter, por nossa conta, urna melhoria deste ensino.
Corno professores da disciplina História Antiga, analizamos as principais dificuldades com as quais
nos deparamos : o pouco nú mero de horas disponível para o ensino da disciplina, a ausência de pré-requisitos
e de urna grade de disciplinas optativas que ministrem conteúdo específico da História Antiga, complemen-
tando os programas do currículo mínimo. Podemos acrescentar, ainda , a falta de conhecimento, pelo alunado,
de idiomas estrageiros, e é lamentável dizer - o pouco conhecimento da língua vernácula, a deficiência dos
acervos, na especialidade das bibliotecíls, fato que vem se somar à grande dificuldade na aquisição de livros por
parte dos alunos.
Estes_são os maiores problemas que enfrentam os no trabalho quotidiano , como professores de Histó-
ria Anti9a. O nosso encontro visa, sobretudo, a foca de experiências, e são importantes as soluções porventura
encontradas, ~arn se tentar adequa-las à realidade de cada Universidade.
. Assim, discutindo estes problemas, esperamos, aqui reunidos, encontrar o caminho de conseguirmos
uma melhor formaçijo para os nossos 1llunos.
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