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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA


CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA

Disciplina de Eletrônica de Potência – ET66B


Aula 22 – Conversor Buck

Prof. Amauri Assef


amauriassef@utfpr.edu.br

UTFPR – Campus Curitiba


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Prof. Amauri Assef
Eletrônica de Potência – Buck

 Conversor CC-CC abaixador de tensão - Buck:


 Carga R

VR(t) E
IR
Tensão na carga

tc ta

 Em t =0, a chave CH é fechada


 Durante o intervalo tc, a tensão na carga VR = E
 Durante o intervalo ta, a tensão na carga VR = 0

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Eletrônica de Potência – Buck

 Tensão média na carga


1T 1 tc tc
VRmed   vR t dt   Edt   E
T0 T0 T
Como D  tc
T

VRmed  D  E

 Corrente média na carga


V E
I Rmed  Rmed  D 
R R
 Tensão eficaz na carga
1T 1 tc 2 E2
VRe f   vR t    E dt  tc  D  E
T 0 T 0 T
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 Potência de saída

1 T vR t 
2
1T
Po   vR t   iR t    dt
T 0 T 0 R
1 tc E 2 E2 E2
Po   dt   tc  D 
T0 R RT R

 Onde:
 T = período de chaveamento (operação) do Chopper
 D = tc/T : ciclo de trabalho (duty cycle);
 f = frequência de chaveamento do Chopper;
 0 < D < 1 ↔ 0 < Vo < E  Controle do Fluxo de Potência

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 Conversor CC-CC abaixador de tensão - Buck:


 Carga RL
iE io

iD

iE Io=IE iE = 0 Io=ID
Etapa 1 Etapa 2

iD = 0 iD

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 Equações:

diE
Etapa 1 (chave ligada): 0 ≤ t ≤ tc  DT E  R  iE  L   Ec
dt
di
Etapa 2 (chave desligada): (1-D)T 0  R  i D  L  D  Ec
dt
 Soluções das equações:
tc
 E  Ec   tc

Etapa 1 iE t   I M  I m  e    1  e    iE t  0  I m
R  
ta
Ec  ta

Etapa 2 iD t   I m  I M  e    1  e    iD t  0  I M
R  
 Onde:
L
 IM é o valor máximo da corrente de carga 
 Im é o valor mínimo da corrente de carga R
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 Formas de onda:

 IM – Valor máximo de io
 Im – Valor mínimo de io
 tc – tempo S conduzindo
 ta – tempo S aberta

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 Análise em condução contínua para carga RLE:


 L/R > T ou L.f >> R

 Ondulação da corrente de pico a pico é:


E 1  e DTR / L  eTR / L  e ( 1 D )TR / L
I  I M  I m  
R 1  eTR / L

 Ondulação de corrente no indutor:


E
D1  D 
E
I  f  D1  D 
L f L  I
 Determinação do valor do indutor:
E
L D1  D 
f  I max
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 Condição para ondulação máxima ocorre quando:


d I  I  L  f
 0  D  0,5 E
dD

 Logo o valor do indutor para a ondulação de corrente de carga máxima será:

E E
L 0,51  0,5 L Quando maior f, menor ΔImax
f  I max 4  f  I max Quanto maior L, menor ΔImax

 Para uma tensão de alimentação E, o valor ΔImax depende fundamentalmente:


 Da indutância L e da frequência de chaveamento f

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 Corrente no indutor:

 No final da 1ª etapa a corrente no indutor é máxima:

E  Vo
I max  I min  tc
L
Como a variação da corrente é I  I max  I min

E  DE D E 1  D D
I  L
L f f  I
Considerando E constante e uma ampla faixa de variação da razão cíclica, a
ondulação máxima ocorre para D = 0,5, logo
E
L
4  f  I L max
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 Cálculo da indutância crítica:

 A indutância crítica é o menor valor da indutância de carga capaz de assegurar a


condução contínua
 Deve-se verificar o valor mínimo da corrente no indutor

I I
I min  I Lmed   Io 
2 2
E
Como a variação da corrente é I  D1  D 
L f
A corrente mínima é
E
I min  I o  D1  D 
2 Lf

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 Assim, pode-se determinar o valor mínimo do indutor que garante a condução


contínua, considerando a corrente mínima igual a zero (condução crítica)

E
0  I min  I o  D1  D 
2 L f

E
Lcrit  D1  D  Tensão de entrada E constante
2  f  Io

Vo
Lcrit  1  D  Tensão de saída Vo constante
2  f  Io

Condição para operação em modo contínuo


L  Lcrit

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 Razão cíclica crítica:

 A razão cíclica crítica é o menor de D capaz de assegurar a condução contínua


 Assim, pode-se determinar o valor mínimo de D que garante a condução contínua,
considerando to = ta (condução crítica)

DT
Ec  T 
e  1   e  1
E 

L

R

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 Análise em condução descontínua para carga RLE:


 Baixa frequência e baixa tensão de saída
 Considerando que para t=to  Im = 0, obtém-se:

 Equações:
diE
Etapa 1 E  R  iE  L   Ec
dt
di
Etapa 2 0  R  i D  L  D  Ec
dt
 Soluções das equações:
E  Ec   tc 
Etapa 1 IM   1  e 
R  
to
Ec  to

Etapa 2 Im  0  IM  e    1  e  
R  
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 Exercício:
1) Um chopper está alimentando uma carga RL no modo de condução
contínua, com E=220V, R=5Ω, L=7,5mH, f=1kHz, D=0,5 e Ec=0. Calcular:
a) corrente de carga instantânea mínima Im
b) corrente de carga instantânea máximo IM
c) a ondulação máxima de pico a pico da corrente de carga
d) valor médio da corrente de saída
e) desenhar as formas de onda – Vo, VDrl, Io, IE e IDrl

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 Solução:
a) corrente de carga instantânea mínima Im
1
f  1kHz  T   1ms
f
tc  DT  0 ,5 1m  0 ,5ms
ta  T  tc  1m  0 ,5  0 ,5ms
L 7 ,5m
   1,5m
R 5
A partir das equações de iE(t) e iD(t):
tc
 E  Ec   tc

 0 ,5 m
220   0 ,5 m

iE t   I M  I m  e    1  e    I m  e 1,5 m  1  e 1,5 m 
R   5  
I M  I m  0,72  12,47

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0 ,5 m
ta
Ec  ta

Im  IM  e    1  e    I M  e 1,5 m  0
R  
I m I M  0,72
Resolvendo as duas equações, obtém-se:
a) I m 18,64 A
b) I M  25,89 A
c) I  I M  I m  25,89  18,64  7 ,25 A
d) VLmed  DE  0 ,5  220  110V
VLmed 110
I Lmed   22 A
R 5
e) Formas de onda

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2) Um motor de corrente contínua, cuja corrente nominal é 180A, é


alimentado por um conversor CC Buck a partir de uma fonte de tensão
contínua de 500V. A indutância da armadura é 0,06H, e a resistência da
armadura pode ser ignorada. Para uma razão cíclica igual a 0,2,
determinar a frequência de operação de modo que a ondulação de
corrente seja igual a 10A.

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 Solução:
E E
I  D1  D   f  D1  D 
L f L  I
500
f  0 ,21  0 ,2   133,3Hz
0 ,06 10
Emmed  DE  0 ,2  500  100V

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3) Um chopper está alimentando uma carga RL no modo de condução


contínua, com E=110V, R=0,25Ω, L=1mH, T=2500us, tc=1000us, e Ec=11V.
Calcular:
a) valores médios de tensão e corrente na carga
b) valores instantâneos de corrente máxima IM e mínima Im
c) razão cíclica para torna-se descontínuo
d) desenhar as formas de onda – Vo, VDrl, Io, IE e IDrl

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 Solução:
a) Vo e Io

T  2500 s  f  400 Hz
tc  1000 s  DT  D  tc / T  1000 / 2500  0 ,4
ta  T  tc  2500   1000   1500 s
L 1m
   4m
R 0 ,25
Vo  DE  0 ,4 110  44V
Vo  Ec 44  11
Io    132 A
R 0 ,25

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b) IM e Im
tc
 E  Ec    
tc 1000 u
110  11  1000 u

iE t   I M  I m  e 

 1  e   I m  e 4m
 1  e 4 m 
R   0,25  
I M  I m  0,778  87 ,59
ta
Ec  ta
 1500 u
11  1500 u

I m  I M  e    1  e    I M  e 4 m   1  e 4 m 
R   0,25  
I m I M  0,687  13,76
Resolvendo as duas equações, obtém-se:
I M  165,2 A
I m  99,7 A

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c) D para condução crítica


DT
Ec  T

e   1   e   1
E 
D 2500 u
11  2500 u

e 4m  1   e 4 m  1
110  
e D625 m  1,087
D  625m  ln1,087
D  0 ,1335

e) Formas de onda

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 Referências bibliográficas:

- BARBI, Ivo. & MARTINS Denizar Cruz. Conversores CC-CC Básicos Não-Isolados, 1ª
edição, UFSC, 2001
- MUHAMMAD, Rashid Eletrônica de Potência; Editora: Makron Books, 1999
- ERICKSON, Robert W.; MAKSIMOVIC, Dragan. Fundamentals of power electronics.
New York: Kluwer Academic, 2001. MOHAN, Ned; UNDELAND, Tore M.; ROBBINS,
William P. Power electronics: converters, applications, and design, New York: John
Wiley, 1995
- AHMED, Ashfaq. Eletrônica de Potência; Editora: Prentice Hall, 1a edição, 2000
- José A. Pomilio, “Eletrônica de Potência”, UNICAMP. Disponível em:
<http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor/>

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