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Riscos ao adentrar em subestação elétrica

sem cuidados básicos com a segurança


Riscos ao adentrar em subestação elétrica
sem cuidados básicos com a segurança

Uma subestação elétrica abrigada,


como as presentes em prédios
comerciais, independente do nível de
tensão, mantém em sua instalação
diversos painéis, equipamentos e
dispositivos elétricos, com a
finalidade de proteger, monitorar,
seccionar ou distribuir a energia
elétrica através de circuitos elétricos
na instalação.
Riscos ao adentrar em subestação elétrica
sem cuidados básicos com a segurança

A simples existência destes painéis,


equipamentos e dispositivos elétricos
energizados instalados na subestação é
suficiente para criação de campos elétricos e
magnéticos, que em alguns casos é inclusive
responsável pelo funcionamento dos
equipamentos (como o campo magnético
girante induzido das correntes que fluem pelos
enrolamentos do estator de um motor elétrico
trifásico ou o fluxo magnético inerente à
magnetização de um núcleo de
transformador).
Riscos ao adentrar em subestação elétrica
sem cuidados básicos com a segurança

Estes campos dos equipamentos inclusive se


influenciam mutuamente, razão pela qual a
adoção de medidas de proteção para promover a
compatibilidade eletromagnética entre eles se
fazem necessárias. Afinal, segundo a Lei de Biot-
Savart, comprovado pelo experimento
de Oersted, dado um condutor energizado
(através do qual flui uma corrente elétrica
alternada) é formado um campo magnético em
seu entorno.
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Neste ínterim, mesmo uma simples


inspeção visual ou visita técnica na
subestação representa por si só risco
para o observador ao adentrar a sala
elétrica, pois, há perigos inerentes à
própria instalação existente, mesmo
que a própria ação não compreenda
riscos adicionais por não ser prevista a
intervenção nas instalações elétricas.
Riscos ao adentrar em subestação elétrica
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Um exemplo deste perigo da


instalação é a existência de um
barramento energizado não
blindado que alimente
eletricamente um transformador
de potência; este condutor ioniza o
ar, alterando as propriedades
dielétricas do mesmo ao seu
derredor, favorecendo a ocorrência
de arcos elétricos.
Riscos ao adentrar em subestação elétrica
sem cuidados básicos com a segurança

Estes campos dos equipamentos


inclusive se influenciam
mutuamente, razão pela qual a
adoção de medidas de proteção
para promover a compatibilidade
eletromagnética entre eles se
fazem necessárias.
Riscos ao adentrar em subestação elétrica
sem cuidados básicos com a segurança

Essa é inclusive uma das razões pelas quais é


proibido adentrar salas elétricas portando
quaisquer adornos metálicos, que funcionam
como uma extensão – condutora – do seu
corpo (como chaves, correntes, brincos,
argolas, relógios, adereços metálicos nos
cabelos, anéis, pulseiras) e foi uma das
causas imediatas de um acidente ocorrido na
Petrobras em 2009, resultando em morte de
um engenheiro da Companhia. 
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Cuidados comportamentais adicionais ao adentrar


uma subestação são igualmente necessários, como
evitar apontar para instalações e equipamentos;
isso porque num condutor, as cargas tendem a se
espalhar uniformemente pela superfície, e em
especial em regiões pontiagudas, a densidade
superficial das cargas elétricas é maior do que em
regiões planas ou arredondadas, o que é conhecido
como poder das pontas, e é o princípio básico da
operação dos para-raios.
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Outro cuidado importante é


não tocar na carcaça
metálica dos equipamentos,
mesmo julgando-os
aterrados.
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Outro perigo inerente à instalação


de uma subestação é o risco real
de formação de arco no ar,
principalmente uma vez que suas
propriedades dielétricas estejam
comprometidas, como em dias
mais úmidos.
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As ocorrências de pequenos arcos no interior dos


equipamentos são previstas na sua operação
normal, sobretudo nas partes onde ocorrem
seccionamento de contatos elétricos, como
câmaras de extinção de arco de disjuntores de
média tensão; nestas seções do equipamento,
geralmente imersas em meio isolante, como SF6,
vácuo, óleo isolante ou até mesmo o ar, ocorrem
as chamadas descargas parciais, pois quando é
aplicada uma tensão aos terminais de uma carga
isolada, irão ocorrer “descargas” na abertura do
disjuntor em carga ou em curto-circuito.
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em se tratando de cabos, devido à


influência de fatores ambientais
como umidade e contato com
produtos químicos, ocorre nestes o
fenômeno chamado arborescência
elétrica que compreende a
degradação das propriedades
isolantes dos condutores.
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Mesmo para os casos em que estejam


implementadas na prática as condições de
equipotencialização e aterramento de
massas metálicas, pelo fato de não haver
como assegurar, numa visita técnica local, a
continuidade e integridade destas
conexões, não há garantia absoluta que ao
tocar estas massas não há o risco do
choque elétrico.
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Por isso a premissa de segurança


da Companhia sempre válida: Teste
antes de tocar. E em especial para
os casos de inspeção visual e visita
técnica na subestação, vale a
premissa: Não toque ou se encoste
em nada.
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Além de todos esses perigos, embora menos


frequente, tem-se o de choque elétrico por
tensão de passo, que compreende a passagem
de corrente pelo corpo devido à diferença de
potencial elétrico formada entre os dois pés do
indivíduo, quando no solo há a formação
curvas equipotenciais de níveis diferentes, por
descargas elétricas absorvidas pela malha de
aterramento da subestação devido a descargas
atmosféricas ou curto-circuitos no sistema
elétrico.
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O conhecimento dos raios de


delimitação de zonas de risco,
controlada e livre, previstos na NR-10
é imprescindível, mesmo que na
subestação não haja a informação
visual destes limites no piso. É
importante manter sempre uma
distância segura dos equipamentos,
transitando pela área livre (na prática,
a partir de 1,4 m da fonte de risco,
para níveis de tensão até 15 kV, é uma
distância segura).
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Por fim, mesmo em casos de acesso à subestação com a finalidade


de realizar uma inspeção visual ou visita técnica, é necessário
adotar uma postura prevencionista, cujas ações em resumo são:

 Retirar adornos metálicos;


 Não tocar em ou encostar em superfícies
metálicas de painéis e equipamentos e
carcaças metálicas não destinadas à condução
de corrente;
 Usar botas de couro sem biqueira de aço;
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Por fim, mesmo em casos de acesso à subestação com a finalidade


de realizar uma inspeção visual ou visita técnica, é necessário
adotar uma postura prevencionista, cujas ações em resumo são:

 Não usar celular no interior da subestação;


 Respeitar as delimitações de zonas de risco,
controlada e livre;
 Uso dos EPIs conforme recomendações de
segurança.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Segurança é um compromisso de
todos. Não adentre locais restritos sem
autorização ou com desconhecimento
dos perigos da instalação. Informe-se
com o Setor de Segurança e Saúde,
que está à disposição para assessorar a
força de trabalho nestas questões e na
dúvida, abstenha-se.
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Figura 1 – Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de


risco, controlada e livre
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Figura 2 – Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco,


controlada e livre, com interposição de superfície de separação física
adequada.
ZL = Zona livre
ZC = Zona controlada, restrita a
trabalhadores autorizados.
ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores
autorizados e com a adoção de técnicas,
instrumentos e equipamentos apropriados
ao trabalho.
PE = Ponto da instalação energizado.
SI = Superfície isolante construída com
material resistente e dotada de todos
dispositivos de segurança.
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