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CONTEÚDO

CONFORME
Portaria 598/04

N R-10 S E P
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CAPÍTULO 5
Riscos Típicos no SEP
- Introdução
- Proximidade e contato com partes energizadas
- Indução
- Descargas Atmosféricas
- Eletricidade Estática
- Campos Eletromagnéticos
- Comunicação e Identificação
- Trabalhos em Altura, Máquinas e Equipamentos
- Áreas Classificadas

CAPÍTULO 5

Riscos Típicos no SEP


É vedada a distribuição ou reprodução desta apostila sem autorização, conforme Lei 9.610/98.
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Índice
Introdução
Riscos Típicos no SEP e Prevenção 3
Proximidade e Contato com Partes
Enegizadas
Distâncias Seguras
4

9
Indução
Linhas desligadas oferecem perigo?

11
Descargas Atmosféricas
O perigo dos raios

17
Eletricidade Estatica
O risco de ignição de áreas explosivas

19
Campos Eletromagnéticos
Riscos e efeitos sob o corpo

25
Comunicação e Identificação
Evitando erros

29
Trabalhos em Altura, Máquinas e Equip.
O perigo dos raios

40
Áreas Classificadas
O risco de explosão
NR10 Riscos SEP

Introdução
Riscos Típicos no SEP e Prevenção

As orientações que compõem este módulo (Riscos Típicos no Sistema Elétrico de Potência e em
suas proximidades) destinam-se a atender todos os empregados que intervenham em instalações
elétricas energizadas com alta tensão e que exerçam suas atividades dentro dos limites estabelecidos
como zonas controladas e de risco, conforme subitem 10.7.1. da NR 10.

Nesse capítulo, serão abordados os riscos típicos, de acordo com as características específicas das
instalações nas quais os empregados em geral estão inseridos.

No sistema elétrico de potência os riscos são muito elevados, visto que o contato com partes
energizadas possivelmente ocasionará a morte do trabalhador, além de eventualmente o
trabalhador ficar mais exposto aos riscos adicionais, visto que muitos dos serviços são feitos em
ambiente externo, onde há maior risco em relação a condições atmosféricas. A altura é outro risco
adicional muito comum, pois muitos serviços também são realizados em torres ou postes elétricos.

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Proximidade e Contato
com Partes Energizadas
Distâncias Seguras

Você que que atua com energia elétrica realmente mantém distância segura a fim de não se envolver
em acidentes ou sinistros de grande monta?

Justamente, tentando responder essa questão é que se procurará lançar luz sobre alguns aspectos
importantes.

Inicialmente, distância segura é aquela que permite ao empregado o desenvolvimento de seu


trabalho com o risco elétrico neutralizado, isto é, eliminado. Risco controlado ou minimizado não é
risco eliminado.

Este conceito aplica-se, sobretudo, no uso de equipamento ou instalação elétrica em situação de


risco e em todas aquelas que o contato físico ou exposição aos efeitos da eletricidade possam
resultar incapacitação, invalidez permanente ou morte.

Distância segura, portanto, é aquela que garante ao empregado a exposição ao risco ou aos
seus efeitos, evitando, contudo, lesão de qualquer nível de gravidade, invalidez permanente ou
morte, desde que a condição de trabalho promova, em outros quesitos, a mesma segurança que a
assegurada em termos elétricos.

Além disso é importe ressaltar a definição de zona de risco e de zona controlada como forma eficaz
de se iniciar a compreensão sobre o processo de eliminação de riscos.

EFEITOS DOS CHOQUES ELÉTRICOS DEPENDENTES DA INTENSIDADE DE CORRENTE


Faixa de Corrente Reações Fisiológicas Habituais
0,1 a 0,5 mA Leve percepção superficial, habitualmente nenhum efeito.
Ligeira paralisia nos músculos do braço, com início de tetanização, habitualmente
0,5 a 10 mA
nenhum efeito perigoso.
10 a 30 mA Nenhum efeito perigoso se houver interrupção em no máximo 0,2s.
Paralisia estendida aos músculos do torax, com sensação de falta de ar e tontura,
30 a 500 mA possibilidade de fibrilação ventricular se a descarga se manifestar na fase crítica do
clico cardíaco ou por tempo superior a 0,2s.
Traumas cardíacos persistentes, sendo letal neste caso, salvo intervenção imediata de
Acima de 500mA
pessoal especializado e com equipamento adequado.

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Distância de segurança

A distância de segurança é aquela que deve ser suficiente para evitar que pessoas circulando nas
proximidades de partes ativas possam entrar em contato com essas partes, seja diretamente ou por
intermédio de objetos que elas manipulem ou que transportem.

Deve-se, portanto, observar o contido nas tabelas do Anexo II da NR-10.

Zona de Risco é “entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível inclusive
acidentalmente, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só
é permitida a profissionais autorizados e com a adoção de técnicas e instrumentos apropriados de
trabalho”.

Zona Controlada é “entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível, de dimensões
estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais
autorizados”.

Apesar de as duas definições serem muito parecidas, não são iguais. Tais zonas são concêntricas,
mas apresentam dimensões diferentes, sendo que a zona controlada contém a zona de risco.

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Pela tabela (transcrita acima) do Anexo I da NR 10, tem-se, por exemplo, que, para tensões de 13.200
Volts, no ponto energizado, a distância para a qual já se torna necessária a adoção de técnicas
e instrumento apropriado por parte de profissionais autorizados é a partir de 38 centímetros de
distância radial em relação ao ponto energizado. A partir de 0,38m, a adoção de técnicas e o
uso de instrumentos apropriados não são mais necessários, porém só é permitido o ingresso de
profissionais autorizados até 1,38 metro. Além dessa distância, o acesso é irrestrito.

Tendo a empresa alguma norma interna e esta contenha distâncias mais restritivas que a apresentada
pela norma NR10, deverá ser aplicada a norma da empresa.

Distância de segurança (ARCO vs CHOQUE - NFPA70E vs NR10)

Por vezes, as normas deixam vários pontos em aberto, até gerando certa confusão de conceitos.

Este é o caso da NR-10, com relação as distâncias das famosas zona de risco, controlada e livre.

A NR-10 cita em seu item 10.2.9.2:

“As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades,


devendo contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências
eletromagnéticas. (210.023-1\/I=4)”

Porém a NR-10 traz em seu anexo II, informações somente sobre a


questão da condutibilidade, ou seja, definindo zonas de uso obrigatório
de EPI isolante de acordo com o nível de tensão.

Riscos Adicionais do Arco Elétrico


Além de calor intenso, os arcos elétricos liberam partículas de metais ionizadas que podem
conduzir correntes, provocar deslocamentos de ar com manifestação de alta pressão prejudicial
ao sistema auditivo (existem registros de níveis de ruído acima de 120dB), emitir raios ultravioletas
e infravermelhos prejudiciais à visão e liberar gases tóxicos como resultado da combustão de
materiais internos ao painel, ou ainda danos físicos nas instalações, podendo causar lesões severas
a distância de até 3 metros do ponto de falha dos equipamentos, sendo essa distância variável
conforme características construtivas das instalações elétricas.

Fonte:
Davis et al. (2003, p.3)
Fonte:
Davis et al. (2003, p.2)

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Contudo, o risco elétrico não se limita somente ao choque elétrico, mas também à emissão de
energia durante arcos elétricos, já que é obrigatório contemplar a questão da inflamabilidade das
roupas. Logo, seria correto chamar de Zona livre uma área que está livre somente do risco de choque
elétrico? E o risco de arco elétrico?

Verifica-se na prática que, em muitos locais, os raios delimitados pela IEEE1584 e NFPA70E, e relativos
ao risco de arco elétrico, excede, e em muito, a zona chamada controlada pela NR-10, ou seja, em
muitos casos um profissional na zona livre (NR-10), está sujeito ao risco de arco elétrico.

Fronteira Segura: 1,2m! Zona controlada: 0,7m! Fronteira Segura: 1,9m; Zona controlada: 0,7m!

Contudo, o risco elétrico não se limita somente ao choque elétrico, mas também à emissão de
energia durante arcos elétricos, já que é obrigatório contemplar a questão da inflamabilidade das
roupas. Logo, seria correto chamar de Zona livre uma área que está livre somente do risco de choque
elétrico? E o risco de arco elétrico?

Verifica-se na prática que, em muitos locais, os raios delimitados pela IEEE1584 e NFPA70E, e relativos
ao risco de arco elétrico, excede, e em muito, a zona chamada controlada pela NR-10, ou seja, em
muitos casos um profissional na zona livre (NR-10), está sujeito ao risco de arco elétrico.

Os conceitos de limites que constam na NR-10 Anexo 1 são relativos somente ao nível de tensão e
ao risco de contato acidental com partes energizadas.

A norma NFPA70E-2005 determina uma série de limites relativos à segurança elétrica quando o
trabalho envolve equipamentos energizados. Somente pessoas autorizadas e qualificadas podem
adentrar nesses limites e somente com a utilização de roupa adequada. Os quatro limites determinados
pela NFPA70E-2005 são:

1. Limite de proteção ao arco elétrico;


2. Limite de aproximação;
3. Limite de aproximação restrita;
4. Limite de aproximação proibida.

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O limite de proteção ao arco elétrico é a distância a partir da fonte de energia (área energizada
exposta) até uma superfície onde existe o potencial de receber 1,2 cal/cm² de energia térmica. Uma
exposição de 1,2 cal/cm² normalmente resulta em uma queimadura de segundo grau curável. Dentro
deste limite, os trabalhadores são obrigados a utilizar uma roupa de proteção com característica de
resistência ao fogo (flame resistance).

Efeitos do arco elétrico no corpo humano

A pele humana em condições normais tem temperatura de 34ºC, enquanto o sangue é de 36,5ºC.
Em condições adversas, a suportabilidade da pele à temperatura é:

• 44ºC durante 6 horas;


• 70ºC durante 1 segundo. Suficiente para provocar destruição total das células da pele;
• 80ºC durante 0,1 segundo. Destruição da pele. Ainda curável;
• Acima de 96ºC durante 0,1 segundo - Total destruição da pele. Ferimentos incuráveis;

A temperatura elevada pode causar:

• Queimaduras de 1º, 2º e 3º nos músculos do corpo;


• Aquecimento do sangue com sua consequente dilatação;
• Aquecimento podendo provocar o derretimento dos ossos e cartilagens;
• Queima das terminações nervosas e sensoriais da região atingida;
• Queima das camadas adiposas ao longo da derme, tornando-as gelatinosas.

25% do Corpo Queimado


100
50% do Corpo Queimado
80 75% do Corpo Queimado
Sobrevivência (%)

60

40

20

0
Intervalo de Idade (Anos)
20-29,9 30-39,9 40-49,9 50-59,9

Os danos causados pelos arcos elétricos costumam ser muito severos. De acordo com estatísticas
da American Burn Association, a probabilidade de sobrevivência diminui com o aumento da idade
da vítima.

O tratamento de uma vítima de acidente envolvendo arco elétrico requer anos de recuperação da
pele e reabilitação. A vítima pode ficar inabilitada ao trabalho ou não reaver a mesma qualidade de
vida que possuía antes do acidente.

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Indução
Linhas desligadas oferecem perigo?

Indução mata?

Uma linha desligada com 100km de extensão, tem tensão?

Uma linha desligada paralela a uma energizada, sem aterramento tem tensão?

E uma linha desligada paralela a uma energizada, com aterramento tem tensão?

Indução eletromagnética é o fenômeno pelo qual aparece


corrente elétrica num condutor, quando ele é submetido a
um campo magnético e o fluxo que o atravessa é variável.
Momento Ciência
A indução eletromagnética existe todas as vezes que varia o
fluxo magnético que atravessa um condutor. Na prática essa
variação do fluxo é obtida por vários processos:
Em 1831, Faraday comprovou, através
1º - Indução numa bobina com deslocamento de imã;
de experimentos, que se numa região
próxima a um
2º - Indução numa bobina produzida por outra bobina;
condutor, bobina ou circuito elétrico
houver uma variação de fluxo
3º - Indução num condutor retilíneo movendo-se em campo magnético, aparecerá nos seus
uniforme. terminais uma diferença de potencial
(ddp), chamada de força eletromotriz
Um exemplo é a indução em Linhas de Transmissão e induzida (fem), ou simplesmente,
Distribuição paralelas, transpostas e em Subestações. tensão induzida.

Esse fenômeno pode ser particularmente importante quando Caso o circuito elétrico esteja fechado,
há diferentes circuitos próximos uns dos outros, uma vez esta força eletromotriz induzida
que a passagem da corrente elétrica em condutores gera fará circular uma corrente elétrica
um campo eletromagnético que, por sua vez, induz uma induzida. Michael Faraday enunciou a
corrente elétrica em condutores próximos. lei que rege este fenômeno, chamado
de Indução Eletromagnética e que
Portanto, pode ocorrer a passagem de corrente elétrica em relaciona a tensão elétrica induzida
um circuito desenergizado se ele estiver próximo a outro (fem) devida à variação do fluxo
circuito energizado. magnético num circuito elétrico. A
Lei de Faraday diz o seguinte:
“Em todo condutor enquanto sujeito
a uma variação de fluxo magnético é
estabelecida uma força eletromotriz
(tensão) induzida.”

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Por isso é fundamental, além de desligar o circuito sob intervenção, certificar através de equipamentos
apropriados (voltímetros ou detectores de tensão) se o circuito está efetivamente sem tensão, pois
a corrente alternada passando por um condutor produzirá um campo eletromagnético variável, e se
existirem nas suas imediações outros condutores desenergizados, neles será induzida uma tensão
elétrica.

Desse modo teremos dois riscos relacionados às tensões induzidas por campos
eletromagnéticos:

• Acidente por choques elétricos em circuitos considerados desenergizados, mas sob tensão
induzida;

• Influência de campos eletromagnéticos em equipamentos de comunicação, controle, medição,


podendo gerar também acidentes pela alteração de seu funcionamento (perturbação
eletromagnética).

Para prevenir acerca da indução deve ser utilizado:

1. Detector de tensão;
2. Sistemas fixos de aterramento;
3. Sistemas temporários de aterramento;
4. Equipamentos eletroeletrônicos imunes à perturbação eletromagnética.

Níveis de indução magnética próximos a linhas de transmissão

Utilize o aterramento temporário!

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Descargas Atmosféricas
O perigo dos raios

Uma Descarga Atmosférica (raio) é uma descarga elétrica de grande intensidade que ocorre na
atmosfera, entre regiões eletricamente carregadas. Tipicamente vem acompanhada pelo relâmpago,
uma intensa emissão de radiação eletromagnética, e pelo trovão, além de outros fenômenos
associados. Normalmente situam-se no interior ou entre as nuvens, mas é frequente a ocorrência
de descargas diretamente sobre o solo, que transferem elétrons da nuvem para a terra, embora o
inverso também aconteça. A maior parte ocorre na zona tropical do planeta e principalmente sobre
as terras emersas, associados a sistemas convectivos, os quais, quando é intensa a atividade elétrica,
caracterizam as trovoadas.

Estas descargas elétricas possivelmente tiveram papel fundamental no surgimento da vida,


além de auxiliar na sua manutenção. Na história humana, foi possivelmente a primeira fonte de
fogo, fundamental no processo da evolução. Desta forma, os raios despertaram fascínio, sendo
incorporado em inúmeras lendas e mitos representando o poder dos deuses. Pesquisas científicas
posteriores revelaram sua natureza elétrica e, desde então, as descargas têm sido alvo constante de
monitoramento, por sua associação com sistemas de tempestades.

Entretanto, os raios também oferecem perigo, em virtude da grande magnitude de cargas elétricas
envolvidas. Por esta razão, edifícios, redes de transmissão de energia e demais componentes de
infraestrutura necessitam de sistemas de proteção, sendo o mais comum o para-raios. Mesmo assim,
as descargas deixam milhares de mortos e feridos por todo o mundo, mesmo existindo medidas de
proteção relativamente simples que poderiam evitar fatalidades.

As descargas atmosféricas quando atingem a rede de distribuição, ou mesmo nas proximidades,


provocam surtos de tensão (sobre tensão) que viajam pela rede (condutores) e atingem os
equipamentos instalados no seu percurso.

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Como Ocorre o Raio da Descarga Amosférica

O raio acontece em três fases:

1º - Acumula-se na parte superior da nuvem uma carga


líquida de polaridade igual à acumulada sobre a superfície
da terra. Na parte inferior da nuvem, acumula-se uma carga
líquida de polaridade oposta.

2º - Ocorrendo aumento considerável do tamanho da


nuvem, começa a ocorrer à descarga.
Um raio “líder” (invisível a olho nu) abre o canal ionizado
pelo ar, permitindo que a eletricidade o siga.

3º - O raio é visível, seguindo o caminho aberto pelo líder.

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Ondas de Impulso de Tensão de Descarga Atmosférica

Uma descarga atmosférica, ao atingir diretamente uma linha/rede ou um ponto próximo a ela, é
suficiente para induzir uma corrente que formará duas ondas de impulso em sentidos opostos e
cada qual com a metade da intensidade da corrente, de frequência alta e a amplitude baixa.

Estas ondas são denominadas de ondas viajantes. Elas viajam pelos condutores da linha,
submetendo o seu isolamento a esforços elevados, sendo amortecidas, refletidas, repartidas etc.,
durante o seu percurso.

Os valores de pico destas ondas são limitados pelos níveis de isolamento básico da linha/rede para
impulso atmosférico (NBI), pois valores acima destes causarão descargas desruptivas (perfuração)
nos isoladores e pára-raios.

Corrente de Descarga Atmosférica IEC 2616/10

Dispositivo de Proteção contra Surtos DPS


Tempestades não podem ser prevenidas - mas prejuízos causado por
tempestades podem.
A causa mais frequente da queima de equipamentos eletrônicos – como
computadores, TVs e aparelhos de fax, por exemplo – é a sobretensão
causada por descargas atmosféricas ou manobras de circuito. Contudo, estes
problemas estão com os dias contados. Os avanços da tecnologia já permitem
a implementação de uma proteção eficaz contra estes efeitos.
Instalados nos quadros de luz, os Dispositivos de proteção contra surtos (DPS),
são capazes de evitar qualquer tipo de dano, descarregando para a terra os
pulsos de alta-tensão causados pelos raios.
Utilizado para limitar as sobretensões e descarregar os surtos de corrente
originários de descargas atmosféricas nas redes de energia, os dispositivos
são aplicados na proteção de equipamentos conectados à redes de energia,
informática, telecomunicações etc.

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Tipos de Raios

• Raio positivo originado na base da nuvem: atinge o solo próximo dela;


• Raio negativo bifurcado: atinge o solo em mais de um ponto;
• Raio positivo típico: atinge o solo num local afastado da nuvem que o gerou; e
• Raio negativo típico: atinge o solo em um só ponto.

A incidência de raios positivos, que têm descargas mais longas e perigosas, é maior no sudeste do
que em outras regiões do país.

Descarga atmosférica transversal

Ocorre quando a tensão, rica em corrente, caminha pelo condutor sem diferença de potencial
entre as fases, ou fase e neutro, formando um único campo elétrico. Tal caso é pouco freqüente na
rede elétrica, pois se o equipamento eletro-eletrônico alimentado nesta rede não estiver aterrado,
não será atrativo para a descarga atmosférica. O próprio transformador e o quadro de distribuição
são mais atrativos para esse tipo de descarga, por estarem aterrados. Caso o equipamento
eletroeletrônico esteja aterrado, a descarga passará pelo equipamento, danificando-o. Na rede
telefônica e nas antenas, 90% das descargas atmosféricas ocorrem de forma transversal, pois não
há diferença de potencial entre os seus pólos, mas há o atrativo no equipamento eletro-eletrônico
acoplado à rede elétrica, servindo como elemento condutor e consequentemente danificado.

Descarga atmosférica longitudinal

Representa 98% dos casos em que a rede elétrica é atingida e consiste em a descarga se propagar
apenas por uma das fases (ou neutro). Seu atrativo é a outra fase (ou neutro), pois haverá entre
elas uma grande diferença de potencial, sendo a interligação feita através do equipamento eletro-
eletrônico conectado à rede elétrica.

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Cuidados

Instalar protetor contra surtos (DPS) de tensão na rede pode ser uma boa opção para evitar danos,
pois a sobre tensão de origem de descarga atmosférica pode chegar até o chuveiro elétrico e
descarregar no corpo molhado da pessoa que estiver tomando banho. Além disso, durante uma
tempestade com descargas atmosféricas, recomenda-se:

• Não usar aparelhos de som, TV, DVD, vídeo, computador, antena parabólica etc.;
• Desconectar os cabos de ligação da tomada;
• Usar telefone sem fio, separado da base;
• Não praticar natação, pois, ao nadar em piscinas descobertas, mar, ou rio, a cabeça do
banhista fica acima do nível da água, criando um caminho que facilita a descarga do raio.
São comuns os casos de descarga de raios sobre embarcações e banhistas;
• Não jogar futebol debaixo de tempestade. Existe registro de acidentes, inclusive óbitos
ocorridos durante tempestades.

Trabalhos em linha viva

Os trabalhos de manutenção em Linha Viva não devem ser realizados:

a) Quando houver risco de ocorrência de chuva antes do prazo previsto para término dos
serviços;

b) Se durante a execução dos serviços, ocorrer mudança repentina das condições meteorológicas,
como chuvas ou chuviscos, os trabalhos devem ser interrompidos imediatamente;

c) Se as ferramentas isolantes que estiverem em contato com pontos energizados sofrerem


umidificação. Caso isso ocorra, somente poderão ser manuseadas após certificação de que
elas se encontram limpas, secas e testadas;

d) Se houver incidência de descarga atmosférica na LT ou próxima a ela, em um raio menor


que 5 km do ponto em que o serviço estiver sendo executado.

Toda atividade de linha viva deverá ser realizada com umidade relativa do ar igual ou inferior a
70% e sob condições meteorológicas favoráveis. A umidade relativa do ar é medida utilizando-se
um Higrômetro ou um Termo higrômetro.

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Fatalidades

Não há dados confiáveis em relação à quantidade de fatalidades que ocorrem em todo o mundo,
uma vez que muitos países não contabilizam este tipo de acidente. Contudo, a zona de risco
encontra-se entre os trópicos, onde vivem cerca de quatro bilhões de pessoas.No Brasil morreram
81 pessoas atingidas por descargas elétricas em 2011, sendo que um quarto delas estavam na região
Norte. Segundo os pesquisadores do INPE, o número de mortes está diretamente relacionado
com falta de informação. Na Região Sudeste, por exemplo, o número de mortes tem diminuído,
mesmo com o aumento da incidência de raios. No país, a maioria das pessoas atingidas estavam
no campo realizando atividades agropecuárias e utilizando objetos metálicos, como enxadas e
facões. A segunda causa principal foi a permanência próximo de veículos e a utilização de moto
ou bicicleta durante uma tempestade.

Existe uma variedade de formas através das quais os raios provocam ferimentos em pessoas, como
a descarga direta, a ocorrência de descargas guia através do corpo, a corrente provocada por uma
descarga próxima, o contato com um objeto condutor atingido pelo raio ou mesmo ferimentos
provocados pela explosão ou incêndios iniciados pela descarga. Sintomas brandos de pessoas
atingidas pela corrente elétrica incluem confusão mental, surdez e cegueira temporárias e dores
musculares, mas as recuperação geralmente é completa. Em casos moderados, ocorrem ainda
desordem metal, deficiências motoras, queimaduras de primeiro e segundo grau. A recuperação
é possível, mas há sequelas como confusão cerebral, dificuldades psicomotoras e dores crônicas.
Por fim, os danos severos das descargas elétricas levam a paradas cardiorrespiratórias, danos
cerebrais, queimaduras graves e surdez permanente, dentre outros. O paciente apresenta, na
maioria das vezes, sequelas irreversíveis que afetam principalmente o sistema nervoso. Em média
uma em cada cinco pessoas morre devido à descarga elétrica.

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Eletricidade Estática
O risco de ignição de áreas explosivas Momento História

O fenômeno eletrostático mais antigo conhecido é o que


ocorre com o âmbar amarelo no momento em que recebe
o atrito e atrai corpos leves. Tales de Mileto foi um filósofo da Grécia
Antiga, o primeiro filósofo ocidental de
Tales de Mileto, no século VI a.C., já conhecia o fenômeno que se tem notícia.
e procurava descrever o efeito da eletrostática no âmbar.
Também os indianos da antiguidade aqueciam certos Tales é apontado como um dos sete
cristais que atraiam cinzas quentes atribuindo ao fenômeno sábios da Grécia Antiga. Além disso, foi o
causas sobrenaturais. O fenômeno porém, permaneceu fundador da Escola Jônica. Considerava
através dos tempos apenas como curiosidade. a água como sendo a origem de todas
as coisas, e seus seguidores, embora
A descarga eletrostática, é definida como a transferência discordassem quanto à “substância
de carga entre corpos que estão em potenciais elétricos primordial” (que constituía a essência
diferentes. do universo), concordavam com ele no
Para ser percebida pela sensibilidade humana, uma que dizia respeito à existência de um
descarga deve atingir, no mínimo, 3 mil volts, o suficiente “princípio único” para essa natureza
para atear fogo em um material combustível. primordial.

De acordo com a Associação Brasileira de Medicina e A tendência do filósofo em buscar a


Acidentes no Tráfego (Abramet), pessoas que transpiram verdade da vida na natureza o levou
muito ficam mais expostas às descargas, pois os sais também a algumas experiências com
minerais, condutores de eletricidade, são expelidos na magnetismo que naquele tempo
transpiração. só existiam como curiosa atração
por objetos de ferro por um tipo de
Umidade Relativa Umidade Relativa rocha meteórica achado na cidade de
Magnésia, de onde o nome deriva.
(10 a 20%) (65 a 95%)
Meios de Geração de Eletricidade Estática Tensão Eletrostática (Volts)

Andando sobre o Carpete 35.000 1.500

Andando sobre piso de vinil 12.000 250

Trabalhador em uma bancada 6.000 100

Abrindo envelope plástico 7.000 1.200

Pegando uma sacola plástica 20.000 1.200

Sentando em cadeira com almofada de poliuretano 18.000 1.500

Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tales_de_Mileto

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Estas descargas de eletricidade estática são causas comuns de ignição de ambientes com atmosferas
explosivas. Na aviação, por exemplo, a eletricidade estática é fator relevante à segurança das
aeronaves. Um avião após aterrissar necessita ser descarregado estaticamente, pois a tensão
desenvolvida pode facilmente ultrapassar 250.000 V.

Nos automóveis também ocorre a eletrização quando estes são submetidos a grandes velocidades
no ar seco, podendo seus ocupantes ao sair do veículo tomarem uma descarga elétrica.

Acidentes por eletricidade estática em postos de combustíveis

Acidente de Alcântara
Às 13h30 de 22 de agosto de 2003, uma enorme explosão
destruiu o foguete brasileiro VLS-1 V03 em sua plataforma de
lançamento no Centro de Lançamento de Alcântara durante
os preparativos para o lançamento, matando 21 técnicos civis.

O objetivo da missão, nomeada Operação São Luís, era colocar


o satélite meteorológico Satec do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais e o nanosatélite Unosat da Universidade
do Norte do Paraná em órbita circular equatorial a 750 km de
altitude.

Investigações posteriores concluíram que a explosão, que


consumiu as cerca de 40 toneladas de combustível sólido do
foguete, foi causada pela ignição prematura de um dos motores
do foguete, deflagrada por uma centelha elétrica.

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Campos Eletromagnéticos
Riscos e efeitos sob o corpo

Campos elétricos e magnéticos existem sempre que há fluxo de corrente elétrica – em linhas de
transmissão, distribuição, cabos, fiação residencial e equipamentos elétricos.

Campos Elétricos originam-se de cargas elétricas, são medidos em volts por metro (V/m) e são
facilmente blindados por materiais comuns tais como madeira e metal.

Campos Magnéticos são gerados pela movimentação de cargas elétricas (corrente), são expressos
em Tesla (T), ou mais frequentemente em militesla (mT) ou microtesla (uT). Em alguns países uma
outra unidade chamada Gauss (G) é frequentemente usada (10.000 G = 1 T). Estes campos não são
blindados pela maioria dos materiais comuns, e os atravessam facilmente. Ambos os tipos de campo
tem maior intensidade na proximidade da fonte e diminuem com a distância.

Enquanto se preparava para uma palestra


na tarde de 21 de Abril de 1820, Orsted
desenvolveu uma experiência que forneceu
evidências que o surpreenderam. Enquanto
preparava os seus materiais, reparou que
a agulha de uma bússola defletia do norte
magnético quando a corrente elétrica
da bateria que estava a usar era ligada e
desligada. Esta deflexão convenceu-o que os
campos magnéticos radiam a partir de todos
os lados de um fio carregando uma corrente
Campo Magnético elétrica, tal como ocorre com a luz e o calor, Hans Christian Orsted
gerado por uma cor- Fonte:
rente elétrica
e que isso confirmava uma relação direta Brian, R.M. & Cohen, R.S. (2007).
entre eletricidade e magnetismo. Hans Christian Ørsted and the
Romantic Legacy in Science, Bos-
ton Studies in the Philosophy of

O uso da eletricidade tornou-se parte integral de nosso cotidiano. Sempre que há um fluxo de
eletricidade, campos elétricos e magnéticos são criados nas proximidades dos condutores e
equipamentos elétricos. Desde o final dos anos setenta foram levantados questionamentos se a
exposição a campos elétricos e magnéticos (EMF na sigla em inglês), de frequência extremamente
baixa (ELF na sigla em inglês), produzem consequências adversas para a saúde. A partir daí muito
se pesquisou, resolvendo com sucesso importantes questões e estreitando o foco para pesquisas
futuras.

Em 1996, a Organização Mundial de Saúde (OMS) implantou o Projeto Internacional de Campos


Eletromagnéticos para investigar os potenciais riscos para a saúde associados a tecnologias emissoras
de EMF. Um Grupo de Trabalho da OMS recentemente concluiu uma resenha das implicações para
a saúde dos campos de baixa frequência (OMS, 2007).

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Os efeitos danosos dos campos eletromagnéticos nos trabalhadores manifestam-se especialmente
quando da execução de serviços na transmissão e distribuição de energia elétrica, nos quais
empregam-se elevados níveis de tensão.

Os efeitos possíveis no organismo humano decorrente da exposição ao campo eletromagnético são


de natureza elétrica e magnética. Os efeitos de origem magnética são térmicos, endócrinos e suas
possíveis patologias produzidas pela interação das cargas elétricas com o corpo humano.

Os trabalhadores expostos a essas condições, que possuam em seu corpo próteses metálicas (pinos,
encaixes, articulações), devem dispensar especial atenção à sua saúde promovendo “check ups”
periódicos, uma vez que a radiação promove aquecimento intenso nos elementos metálicos podendo
provocar necroses ósseas, assim como aos trabalhadores portadores de aparelhos e equipamentos
eletrônicos (marca-passo, auditivos, dosadores de insulina, etc), pois a radiação interfere nos circuitos
elétricos e poderão criar disfunções e mau funcionamento dos mesmos.

Em 23 de março de 2010, através da Resolução Normativa Nº 398 a AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA


ELÉTRICA – ANEEL regulamentou a Lei nº 11.934, no que se refere aos limites à exposição humana a
campos elétricos e magnéticos. Os limites estão elencados na Tabela 1, acima.

Portanto, para as instalações com tensão igual ou superior a 138 kV, de geração, transmissão e
distribuição, tornou-se obrigatório encaminhar à ANEEL, um relatório com as medições dos campos
elétricos e magnéticos, emitidas pelos equipamentos elétricos em funcionamento.

O eletromagnetismo
No estudo da Física, o eletromagnetismo é o nome da teoria unificada desenvolvida por James
Maxwell para explicar a relação entre a eletricidade e o magnetismo. Esta teoria baseia-se no
conceito de campo eletromagnético.
O campo magnético é resultado do movimento de cargas elétricas, ou seja, é resultado de corrente
elétrica. O campo magnético pode resultar em uma força eletromagnética quando associada a
ímãs.
A variação do fluxo magnético resulta em um campo elétrico (fenômeno conhecido por indução
eletromagnética, mecanismo utilizado em geradores elétricos, motores e transformadores de
tensão). Semelhantemente, a variação de um campo elétrico gera um campo magnético. Devido
a essa interdependência entre campo elétrico e campo magnético, faz sentido falar em uma única
entidade chamada campo eletromagnético.

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Campos Elétricos

O Campo Elétrico pode ser definido como um campo de linhas de força invisíveis, existente nas
vizinhanças de condutores energizados, que provoca o efeito denominado tensão induzida.

Para melhor entender este efeito, basta considerar uma pessoa e/ou uma peça metálica colocados
num campo elétrico, se estiverem isolados do solo, ficarão carregados de energia, devido à tensão
induzida. Assim que a pessoa ou a peça tocarem algum ponto aterrado, a energia será descarregada
para a terra (veremos novamente essa definição em trabalho sob tensão).

Com o desenvolvimento da eletricidade como ciência, a física moderna abandonou o conceito


newtoniano de força como causa dos fenômenos e introduziu a noção de campo. A liberação das
partículas passou a ser associada às diferenças de níveis energéticos e não à ação direta de força.

Assim, define-se campo elétrico como uma alteração introduzida no espaço pela presença de um
corpo com carga elétrica, de modo que qualquer outra carga de prova localizada ao redor indicará
sua presença. Por meio de curvas imaginárias, conhecidas pelo nome de linhas de campo, visualiza-
se a direção da força gerada pelo corpo carregado.

As características do campo elétrico são determinadas pela distribuição de energias ao longo do


espaço afetado. Se a carga de origem do campo for positiva, uma carga negativa introduzida nela
se moverá, espontaneamente, pela aparição de uma atração eletrostática.
Pode-se imaginar o campo como um armazém de
energia causadora de possíveis movimentos.

É usual medir essas energias tendo como referência


a unidade de carga, com o que se chega à definição
de potencial elétrico, cuja magnitude aumenta em
relação direta com a quantidade de carga geradora
e inversa com a distância dessa mesma carga.

A unidade de potencial elétrico é o Volt, equivalente


a um Coulomb por metro. A diferença de potenciais
elétricos entre pontos situados a diferentes
distâncias da fonte do campo origina forças de
atração ou repulsão orientadas em direções radiais
dessa fonte.
A intensidade do campo elétrico é definida como a força que esse campo exerce sobre uma carga
contida nele. Dessa forma, se a carga de origem for positiva, as linhas de força vão repelir a carga
de prova, e ocorrerá o contrário se a carga de origem for negativa. Diz-se, portanto, que as cargas
positivas são geradoras de campos magnéticos e as negativas de absorção ou sumidouros.

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Campos Magnéticos

Os elétrons giram em torno do núcleo dos átomos, mas também em torno de si mesmos (translação),
isto é semelhante ao que ocorre com os planetas e o Sol. Há diversas camadas de elétrons, e em
cada uma, os elétrons se distribuem em orbitais, regiões onde executam a rotação, distribuídos aos
pares.

Ao rodarem em seu próprio eixo, os elétrons da camada mais externa produzem um campo
magnético mínimo, mas dentro do orbital, o outro elétron do par gira também, em sentido oposto,
cancelando este campo, na maioria dos materiais.

Porém nos materiais imantados (ferromagnéticos) há regiões, chamadas domínios, onde alguns dos
pares de elétrons giram no mesmo sentido, e um campo magnético resultante da soma de todos os
pares e domínios é exercido em volta do material: são os imãs.

O que de fato é um campo magnético?

A palavra campo significa, na Física, uma tendência de influenciar corpos ou partículas, no espaço
que rodeia uma fonte. Ex.: O campo gravitacional próximo à superfície de um planeta, o qual atrai
corpos, produzindo uma força proporcional à massa destes, chamada peso.

Assim, o campo magnético é a tendência de atrair partículas carregadas, elétrons e prótons, e corpos
metálicos magnetizáveis (materiais ferromagnéticos, como o ferro, o cobalto, o níquel e ligas como
o alnico).
O campo pode ser produzido por imãs e eletroímãs,
que aproveitam o efeito magnético da corrente elétrica.

Do ponto de vista formal, devemos ter em mente que


é impossível tratar cargas elétricas em movimento
sem levar em consideração a existência de campo
magnético. Cargas em movimento criam um campo
magnético. Por outro lado, havendo campo magnético
em determinada região do espaço, uma força será
exercida sobre uma carga em movimento.

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Existem duas formas básicas de criação de um campo magnético. A primeira tem a ver com a
descoberta do fenômeno; trata-se do campo de um imã permanente. A segunda forma tem a ver
com o campo criado por uma carga em movimento; trata-se do campo criado por uma corrente
elétrica.

Efeitos no Corpo

Campos elétricos de baixas frequências influenciam na distribuição de cargas elétricas na superfície


dos tecidos condutores e causam um fluxo de corrente elétrica no corpo.

Campos magnéticos de baixas frequências induzem correntes circulantes dentro do corpo humano.
A intensidade dessas correntes induzidas depende da intensidade do campo magnético externo e
do comprimento do percurso através do qual a corrente flui. Quando suficientemente intensas essas
correntes podem causar o estímulo de nervos e músculos.

Em radiofrequências - RF, os campos penetram somente uma pequena distância no


corpo. A energia desses campos é absorvida e transformada em movimento das moléculas. A fricção
entre moléculas em movimento rápido resulta em um aumento da temperatura. Esse efeito é usado
em aplicações domésticas como o aquecimento de comida em fornos de microondas, e industriais,
como na soldagem de plásticos ou aquecimento de metais.

Os níveis de RF aos quais as pessoas estão normalmente expostas em nosso ambiente são muito
inferiores aos necessários para a produção de um aquecimento significativo.

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Não existem evidências científicas comprovadas, suficientemente fortes para que existam
preocupações a respeito de que os campos elétricos e magnéticos provocam danos à saúde, pois
os estudos desenvolvidos e os experimentos realizados em animais, células e estudos clínicos desde
a década de 70 não comprovaram que a exposição a campos elétricos e magnéticos causa danos à
saúde.

Em 1979 foi publicado o primeiro estudo que pretendeu apontar uma associação entre doenças
e a proximidade de casas às linhas de transmissão de energia elétrica. A partir desse estudo, que
apresentou fracas evidências e resultados pouco significativos, a comunidade científica internacional
iniciou uma cruzada para tentar comprovar essa tese, não alcançando nenhuma conclusão até o
momento.

Organização Mundial da Saúde - OMS reconhece oficialmente as recomendações da ICNIRP–


International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection, e os resultados das pesquisas
mundiais lhe permite afirmar que a exposição a campos com intensidades inferiores aos limites
recomendados pelas diretrizes internacionais da ICNIRP não apresenta qualquer consequência
conhecida para a saúde.

Os limites recomendados pelo ICNIRP e adotados pela OMS para a população em geral guardam um
fator de segurança de 50 vezes menor do que os considerados toleráveis pelo organismo humano.
Esses limites estão apresentados na tabela abaixo:

As conclusões das pesquisas científicas existentes até o momento são insuficientes para que se
adote limites de exposição de campos elétricos e magnéticos inferiores aos recomendados pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), que já são bastante conservadores. Os níveis de emissão das
instalações da Eletropaulo são muito inferiores aos recomendados pela Organização Mundial da
Saúde (em média, 4 a 8 vezes menor).

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Comunicação e Identificação
Evitando erros

As Comunicações Internas são as interações, os processos de trocas, os relacionamentos dentro


de uma empresa ou instituição. Também chamada de Endocomunicação, a Comunicação Interna é
responsável por fazer circular as informações, o conhecimento, de forma vertical, ou seja, da direção
para os níveis subordinados; e horizontal, entre os empregados de mesmo nível de subordinação.

Toda organização está inserida num mercado altamente competitivo. Com a globalização e a
disseminação de novas tecnologias. A Comunicação Interna tem uma função importante, no sentido
de fazer circular as informações novas, promover o debate e a interação entre os vários segmentos da
organização e, sobretudo, capacitar os funcionários para os novos desafios. A comunicação interna
deixa de ser uma área periférica e alia-se aos demais setores, tornando-se assim uma ferramenta
imprescindível para a obtenção de resultados. Por isso, o processo de comunicação interna precisa
ser valorizado e os canais que ele dispõe (jornais, boletins, intranet, murais etc.) disponibilizados de
forma eficaz e atrativa para que realmente cumpram sua missão de integrar todo o quadro funcional
de uma organização.

Comunicar é mais que informar, é atrair, é envolver. E neste processo, todos os empregados possuem
seu valor e atuam de forma a tornar uma organização bem informada ou não. Enfim, uma boa
comunicação interna depende de todos nós.

Comunicação Eficiente

Uma comunicação deficiente ou uma falha


de comunicação pode dar origem a graves
consequências, sendo necessário garantir que
as mensagens sejam transmitidas no seu melhor
padrão de qualidade e profissionalismo e que o
seu receptor esteja apto a recebê-las sem qualquer
dificuldade ou interrupção.
Para a obtenção de uma boa e eficiente comunicação, devem ser observados vários aspectos no
perfil e na habilitação dos recursos humanos, além de sua disposição em regras ou instruções, tais
como: terminologia padrão; fraseologia; identificação; procedimentos de identificação, transmissão,
repetição, confirmação, fonética, audição, dicção, impostação de voz, organização e verbalização
do pensamento.

Na busca de uma comunicação eficiente, toda empresa deve ter padrões de comunicação.

Para evitar falhas da comunicação nas áreas técnicas, deve ser estabelecido um rol de etapas e
procedimentos que pretendem garantir o máximo de eficiência, como exemplo temos:

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• Comunicação à área responsável pela programação;


• Envio de mensagem de liberação (identifica o equipamento a ser interferido);
• Planejamento da atividade de liberação (formulários específicos para a sequência de
manobras);
• Autorização de Trabalhos;
• Guias de Manutenção e Planos de Trabalho;
• Liberação de Equipamento para Manutenção e Operação;
• Normas Administrativas;
• Análise Preliminar de Riscos - APR.

A necessidade da implementação de procedimentos que não deem margem a dúvidas é


fundamental para que se estabeleça uma comunicação fluida e sem percalços num ambiente
onde o convívio com a presença do risco de acidente de origem elétrica é contínuo.

Padronização de Sinalização e Identificação

Conforme citado anteriormente, toda empresa deve possuir um padrão para a sinalização e
identificação no SEP.

Este documento tem por finalidade a padronização dos procedimentos relativos a:

• Sinalização externa e interna de segurança, reservatórios, barragens e usinas; e


• Identificação de equipamentos; instrumentos; e tubulações.

A correta identificação dos equipamentos do SEP é essencial para evitar enganos, acidentes do
trabalho, danos materiais e erros de manobra.

Como exemplo, na Distribuição de energia ou painéis devem ser utilizadas placas de “Não opere
este equipamento” por ocasião de manobras nas redes de distribuição ou painéis. Esta prática visa
inibir operações indesejadas de chaves envolvidas em uma manobra emergencial ou programadas.

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Comunicação e Identificação conforme NR-10

NR10 – Item 10.7.9: Todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT,


bem como aqueles envolvidos em atividades no SEP devem dispor de equipamento
que permita a comunicação permanente com os demais membros da equipe ou com
o centro de operação durante a realização do serviço.

Equipamento que permita a comunicação é aquele que promove a transmissão e o recebimento de


mensagens por métodos convencionados (fala, códigos, sinais luminosos ou sonoros, por meio de
fios, guias ou radiação).

No caso, destina-se ao transito de informações entre equipes de trabalho e ou responsável pelo


controle da instalação elétrica energizada em AT, ou do SEP, objeto do serviço.

O equipamento de comunicação pode ser de qualquer tipo, porém deve permitir a comunicação
permanente entre os usuários em qualquer local ou distância e ser utilizado estritamente para os
serviços em execução. Devem, também, receber manutenção rotineira a fim de assegurar-lhe boa
qualidade e confiabilidade durante o uso.

O desempenho do equipamento de comunicação está diretamente relacionado com a segurança,


qualidade e rapidez nos serviços, principalmente aqueles relacionados com a localização e reparo
de defeitos e atendimento a consumidores.

Deve ter procedimento de uso e funcionamento, sendo os usuários treinados quanto aos
procedimentos, à legislação e conduta ética operacional no sistema de comunicação. O registro das
comunicações é uma medida recomendável.

É importante lembrar que a legislação do trânsito proíbe que o condutor de veículo fale em
equipamento de comunicação enquanto dirige.

NR10 – Item 10.7.7.1 Os equipamentos e dispositivos desativados devem ser sinalizados


com identificação da condição de desativação, conforme procedimento de trabalho
específico padronizado.de operação durante a realização do serviço.

Os equipamentos e dispositivos desativados ou, bloqueados, deverão ser sinalizados com a


identificação da condição de desativação, devendo esse procedimento estar padronizado.

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NR10 – Item 10.10.1: Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização
adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação, obedecendo ao disposto na NR-
26 – Sinalização de Segurança, de forma a atender, dentre outras, as situações a seguir:

a) identificação de circuitos elétricos;


b) travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos;
c) restrições e impedimentos de acesso;
d) delimitações de áreas;
e) sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de
movimentação de cargas;
f) sinalização de impedimento de energização;
g) identificação de equipamento ou circuito impedido.

A Norma exige a adoção de sinalização adequada de segurança nos serviços e nas instalações
elétricas. Foi ética ao remeter a responsabilidade de especificação quanto aos detalhamentos
(simbologia; cores, qualidade; universalidade) de sinalização à NR.26, que trata especificamente
de sinalização de segurança. Portanto, caberá ao Ministério do Trabalho e Emprego, promover
alterações na NR.26 para complementá-la com as especificações de caracteres, símbolos, conjunto
de palavras, cores, e demais detalhes aplicáveis ao risco elétrico.

Contudo, as sinalizações específicas ao risco de choque elétrico em instalações de média tensão já


constam da recém atualizada NBR 14039 e, por outro lado, alguns tipos de placas de sinalização já
existem no mercado.

A sinalização é uma medida complementar de controle dos riscos. E sendo complementar ela
necessita da adoção de outras medidas de prevenção para ser eficaz (barreiras, invólucros,
obstáculos,..), contudo se constitui num item de segurança simples e eficiente para a prevenção de
riscos de origem elétrica em geral. Essa medida de proteção promove a identificação (indicação,
descrição, avisos, ...), a orientação (instruções de bloqueios, de direção, ...) e advertência (proibição,
obrigatoriedades, impedimentos) nos ambientes de trabalho. Deve ser adotada a partir da fase de
projeto das instalações elétricas e constarem do memorial descritivo.

Comumente é utilizado o sistema de sinalização visual, dotado de símbolos, ícones, caracteres,


letreiros e cores de padronização internacional e nacional, aplicados em etiquetas, cartões,
placas, avisos, cartazes, fitas de identificação, faixas, cavaletes, cones, etc., destinados a promover
informação, instrução, avisos, alertas ou advertências de pessoas sobre os riscos ou condições de
perigo existentes no ambiente, no equipamento, no dispositivo, proibições de ingresso ou acesso,
impedimentos diversos, direções e cuidados ou ainda aplicados para a identificação de circuitos
ou partes. É importante ressaltar que, apesar de não estar explícito na Norma, os dizeres utilizados
na sinalização são obrigatórios em língua portuguesa, salvo em condições onde, sob justificativa,
seja necessário o uso de outro idioma. Há situações no entanto em que a sonorização é um meio
eficiente para promoção de alertas , como por exemplo utilizar um alarme sonoro que se antecipa à
energização de equipamento.

Quando se trata de risco com energia elétrica é fundamental a existência de procedimentos de


sinalização padronizados, documentados, divulgados e que sejam conhecidos por todos os
trabalhadores (próprios e prestadores de serviços).

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Trabalhos em Altura, Máquinas e


Equipamentos Especiais
Riscos Adicionais

Durante a execução de trabalhos em altura é fundamental usar os equipamentos adequados para


prevenir a queda. Os principais equipamentos de proteção são o guarda-corpo e o conjunto para
trabalho em altura. A NR 35 estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o
trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir
a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade.
Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de 2,00 m (dois metros) do nível
inferior, onde haja risco de queda.
Os trabalhadores antes de realizarem atividades em
altura devem: ASO
• Possuir os exames específicos da função comprovados
no ASO – Atestado de Saúde Ocupacional, conforme Atestado de Saúde Ocupacional -
item 10.8.7. ASO deve indicar explicitamente
• Estar em perfeitas condições físicas e psicológicas, que a pessoa está apta a executar
paralisando a atividade caso sinta qualquer alteração
em suas condições;
• Estar treinado e orientado sobre todos os riscos
envolvidos.

“10.8.7. Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem ser submetidos à


exame de saúde compatível com as atividades a serem desenvolvidas, realizado em conformidade
com a NR 7 e registrado em seu prontuário médico.”

Toda ferramenta e equipamento (cesta aérea, andaimes, plataformas, etc) devem ser inspecionados,
e quando de sua utilização devem estar amarrados e apoiados firmemente em solo plano. As fer-
ramentas devem ser içadas em bolsas ou sacolas, utilizando carretilhas e cordas.

NR-35

Considera-se trabalho em altura toda atividade


executada acima de 2,00 m (dois metros) do nível
inferior, onde haja risco de queda.

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EPIs para altura


Por tratar de trabalhos em altura, devem-se selecionar e adotar Equipamentos de Proteção Individual
- EPI, acessórios e sistemas de ancoragem especificados e escolhidos considerando-se o conforto,
a carga aplicada aos mesmos e o respectivo fator de segurança, em caso de queda, além dos riscos
adicionais.

Como em qualquer outra atividade, o EPI deve ser inspecionado periodicamente e antes dos
trabalhos, ainda mais por tratar de prevenção de queda de altura, recusando-se os que apresentem
defeitos ou deformações, devendo inutilizá-los para uso e descartá-los.

O sistema de retenção de queda depende dos elementos que formam o EPI, que são o cinturão e
os elementos de conexão (talabarte ou trava queda). O sistema depende também de um dispositivo
de ancoragem, pois sem este o EPI não funciona. Pode parecer absurdo, porém, existem pessoas
que não recebem a qualificação adequada e acreditam que apenas vestindo o cinturão já estão
protegidas! Trabalho em altura com EPI é uma tarefa complexa e certamente o tempo de 8 horas
estabelecido no item 35.3.3.1 é realmente um tempo mínimo.

NR-35

5.2.1 Antes do início dos trabalhos deve ser efetuada inspeção rotineira de todos os EPI,
acessórios e sistemas de ancoragem.

Normas para EPIs segundo a NR-35

NBR 14626:2010 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura - Trava-Queda


deslizante guiado em Linha Flexível

NBR 14627:2010 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura - Trava-Queda


guiado Brígida em Linha

NBR 14628:2010 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura - Trava-Queda


retrátil

NBR 14629:2010 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura - Absorvedor de


Energia

NBR 15834:2010 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura - Talabarte de


Segurança

NBR 15835:2010 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura - Cinturão de


Segurança tipo abdominal e talabarte de Segurança no Posicionamento e Restrição

NBR 15836:2010 - Equipamento de proteção individual contra queda de altura - Cinturão de


Segurança tipo paraquedista

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Os sistemas utilizados com equipamento de proteção individual para trabalho em altura são:

• Sistema de restrição de movimentação: este sistema está localizado dentro da hierarquia de


proteção de queda como uma medida que elimina o risco da queda. O sistema é formado por
um cinturão (paraquedista preferencialmente), um talabarte e um dispositivo de ancoragem que
quando utilizados corretamente impedem o trabalhador de atingir um local onde existe o risco
de queda.

• Sistema de retenção de queda: uma vez que não seja possível eliminar o risco de queda deve ser
adotado um sistema que minimize o tamanho e as consequências de uma queda. O sistema de
retenção de queda é formado por um cinturão paraquedista (obrigatoriamente), um talabarte
de segurança para retenção de queda ou um trava-queda e um dispositivo de ancoragem. O
sistema deve dispor de um meio de absorção de energia para limitar as forças geradas no
trabalhador e também proteger a ancoragem.

• Sistema de posicionamento no trabalho: este sistema constituído de um cinturão de


posicionamento, talabarte de posicionamento e ancoragem funciona como suporte primário do
trabalhador que sempre deve ser utilizado junto a um sistema de retenção de queda. O sistema
de posicionamento oferece suporte parcial ou total para o trabalhador executar sua tarefa de
forma estável e segura e é tido como suporte primário, caso este suporte primário venha a falhar
o sistema em paralelo de retenção de queda será requisitado.

A NR-35

Há muito aguardada, entrou em vigor uma nova NR (Norma


Regulamentadora) específica para o trabalho em altura, a NR 35. Isto
comprova a atenção por parte do governo para esta área que fornece
dados tão presentes nos altos índices estatísticos de acidentes no
mercado brasileiro. A expectativa é que estes índices diminuam com
esta nova referência quando se fala em trabalho em altura, deixando
para trás a busca por regulamentações que estavam espalhadas por
várias NR’s como a 10, 12, 18, 33, 34.

A norma não se atem a algum tipo de trabalho em altura específico,


mas sendo generalista, abrangendo aos mais variados tipos de
atividades que expõem, em algum momento, o trabalhador ao risco
de queda de altura. Isto vem a facilitar sua interpretação que traz
uma mudança significativa na forma de agir, principalmente nas
etapas que antecedem o trabalho em altura. Para citar duas ações
em andamento: a NR 35 deve ser acrescida de um anexo, onde irão
constar algumas informações importantes; e uma norma técnica
específica para procedimentos de utilização de EPI para trabalho
em altura vem sendo estudada pela ABNT através do CB-32 (Comitê
Brasileiro para EPI).

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• Sistema de acesso por corda: É o sistema mais exigente e quem atua na área deve cumprir uma
longa formação que fornece amplo suporte para atuação nas mais diferentes situações. Um
profissional de acesso por corda pode atuar com segurança dentro dos demais sistemas, já um
trabalhador capacitado apenas na utilização de sistemas de retenção de queda não deve realizar
técnicas de acesso por corda sem a formação adequada. Este sistema também é chamado de
técnica de acesso por corda.

São estes os quatro sistemas e a retenção de queda é um sistema independente e também está
presente em outros dois sistemas: posicionamento e acesso por corda sendo esta a técnica que
realmente irá minimizar as consequências e tamanho de uma queda. Uma das maiores dificuldades
para se ter um sistema de retenção de queda eficiente é ter este sempre presente e pronto para ser
utilizado “esperando que ele nunca seja necessário”. A cultura da segurança é muito importante, o
exemplo da obrigatoriedade do uso de cinto de segurança automotivo mostra bem isto. De pouco
mais de uma década para cá a utilização aumentou drasticamente e niguem quer “ver se o cinto
funciona”.

Três componentes essenciais do sistema pessoal de proteção de queda devem estar disponíveis e
devem ser utilizados adequadamente para fornecer proteção ideal ao trabalhador. São eles:

Exemplo 2

Exemplo 1

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Ancoragem/Dispositivo de ancoragem
Dispositivos de ancoragem são projetados como interface entre a estrutura (ancoragem) e o
dispositivo de união. A ancoragem deve ser de fácil acesso, evitando a exposição do trabalhador ao
risco antes que este esteja devidamente conectado e deve sustentar 15kN (1.529 kgf) por trabalhador.

Ancoragens planejadas e selecionadas com cuidado são fatores cruciais para a proteção e segurança
do trabalhador. Em caso de queda, o trabalhador será suspenso pela ancoragem selecionada, sendo
que sua vida depende da resistência da mesma.

Além disso, para definir a ancoragem é importante fazer distinção entre a própria ancoragem e
o dispositivo de ancoragem. A ancoragem, por exemplo, pode ser uma viga em I, enquanto uma
cinta de ancoragem ou ancoragem para viga que possam ser instalados nesta viga representam o
dispositivo de ancoragem.

Ancoragens permanentes Dispositivos de ancoragem


temporários

Linha de vida flexível - Temporária Dispositivos de ancoragem


para beiral

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Dispositivo de ancoragem para


viga

Cinto tipo paraquedista


Cinturões paraquedistas incluem ferragens, fitas e acolchoamento.

As ferragens devem ser robustas, mas não superdimensionadas nem


incômodas. Ao mesmo tempo, devem ser fáceis de manusear e seguras.
Ferragens incompatíveis podem ainda causar desconexão involuntária de
componentes. As ferragens têm de ser lisas porque podem representar
risco se tiverem cantos vivos que venham a cortar as fitas do cinturão e
causem lesões ao trabalhador.

As partes metálicas devem ter um bom acabamento também com relação


às fivelas de regulagem, que não podem danificar a fita. Preste atenção
em ferragens com molas expostas, especialmente em fivelas de atrito,
elas podem ser facilmente desativadas com o deslocamento das molas.

Fitas (cadarço) variam bastante de marca para marca. Procure cinturões robustos, com tecido de
trama homogênea, que deslizem pelas ferragens sem engatar. Uma vez que o cinturão esteja
cortado, queimado, gasto, etc., o cinturão deve deixar de ser utilizado.

Ao escolher cinturões, lembre-se de que devem cumprir os requisitos da norma NBR de 15 kN de


resistência à tração estática sem se soltar do boneco de ensaio.

Já que os cinturões serão usados no sol, calor e umidade por períodos longos, devem resistir
aos efeitos do clima. Em ambientes químicos severos, os cinturões devem resistir à gases e aos
esguichos tóxicos. Deve ser verificada a compatibilidade de resistência da matéria-prima têxtil com
os produtos utilizados.

Os acolchoamentos devem ser maleáveis e fáceis de ajustar, a fim de garantir uma adaptação
confortável.
Tal como as fitas, os acolchoamentos tem de resistir ao clima e conservar seu formato. Alguns
acolchoamentos podem se tornar quebradiços com o tempo, por isso, procure aqueles com tecido
respirável e construção durável.

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Ajuste Incorreto: Fita peitoral posicionada incorretamente. Deve ficar


localizada no meio do peito para manter as fitas dos ombros cômodas.
Faixas das pernas muito soltas.

Ajuste Incorreto: Fita peitoral posicionada muito alta e


muito solta. Faixas da perna posicionadas incorretamente.

Ajuste Correto: As faixas de peito e de perna oferecem ajuste


cômodo. A parte posterior está posicionada adequadamente.

Colocando o cinto:

1: Segure o cinturão pelo “A” 4: Puxe a fita de perna por


posterior. Sacuda para que as entre as pernas e conecte à
fitas fiquem em posição. extremidade oposta. Repita
com a segunda fita de perna.
Se houver fita abdominal no
cinturão, conecte a fivela de
cintura após as de perna.

2: Se houver fivelas nas fitas do 5: Conecte a fita peitoral e


peito, pernas e/ ou cintura, libere a posicione no centro do
as fitas e separe as fivelas. peito. Aperte para manter
tal modo que as faixas de
ombro esticadas.

6: Após todas as fitas


3: Deslize as faixas sobre os estarem afiveladas, regule
ombros de tal modo que o cinturão
de modo a posicionar o “A” se ajuste bem, mas permita
posterior no meio das costas, movimentos livres. Passe
a fita excedente pelos
fixadores.

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Escadas
As escadas são utilizadas para vários trabalhos realizados em altura. Estas podem ser do tipo portátil,
simples, de abrir e prolongável.

Todas as escadas devem ser adquiridas de fornecedores cadastrados que atendam as especificações
técnicas de cada empresa (tamanho, capacidade máxima, etc).

Classificação das escadas

• Escada simples (singela) - constituída por dois montantes interligados por degraus;
• Escada de abrir - formada por duas escadas simples ligadas entre si pela parte superior por
meio de dobradiças resistentes;
• Escada de extensão ou prolongável - constituída por duas escadas simples que se deslizam
verticalmente uma sobre a outra por meio de um conjunto formado por polia, corda, trava
e guias.

Simples (singela) De abrir Prolongável

As escadas portáteis somente devem ser utilizadas para serviços de pequeno porte, sendo que para
serviços prolongados devem ser utilizados andaimes.

Toda a escada deve ter uma base sólida, antiderrapante, com extremos inferiores (pés) nivelados e,
para serviços que utilizem as mãos simultaneamente, deve ser utilizada escada de abrir com degrau
largo ou utilização de talabarte envolto em estrutura rígida.

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Apoiar a escada sempre em piso sólido, nivelado e resistente, para evitar tombamento ou
afundamento. Nunca apoie em superfícies instáveis, como caixas, tubulações, tambores, rampas,
superfícies de andaimes ou ainda em locais onde haja risco de queda de objetos. Para locais de
trânsito de veículos, a escada deve ser protegida com sinalização e barreira.

Toda ferramenta utilizada para o trabalho não deve estar solta sobre a escada. Vale lembrar da
obrigatoriedade do uso de cinturão de segurança tipo paraquedista em trabalhos de pequeno
porte acima de 2 metros de altura. O mesmo deve ser fixado em um ponto de ancoragem, fora da
escada, exceto uso de talabarte para posicionamento envolto em estrutura rígida. (Ex.: serviço no
poste), não sendo possível realizar este procedimento deverá ser utilizado andaime ou plataforma
elevatória.

Serviço em poste

Check-list - Escadas

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Cesta aérea
As cestas aéreas são confeccionadas em PVC, revestidas com fibra de vidro, e são normalmente
utilizadas em equipamentos elevatórios, tanto fixas como móveis. São normalmente utilizadas em
atividades com linha viva, devido suas características isolantes e à melhor condição de conforto em
relação a escada.

O trabalhador deve amarrar-se à cesta aérea através de talabarte e cinturão de segurança utilizando
todos os equipamentos de segurança.

Andaime
O andaime, deve dispor de sistema de guarda-corpo e rodapé de proteção em todo o seu perímetro,
e sua montagem deve ficar perfeitamente na vertical. Utilizar placa de base ajustável para terrenos
irregulares.

A fixação do andaime é necessária para altura superior a quatro vezes a menor dimensão da base
de apoio.

Para a segurança devem ser respeitados os seguintes itens:

• A plataforma de trabalho deve ter forração completa, antiderrapante, ser nivelada e fixada de
modo seguro e resistente;
• Os pisos da plataforma não podem ultrapassar em 25 centímetros as laterais dos andaimes;
• Não é permitido nenhum tipo de frestas nos pisos, que ocasionem queda de ferramentas,
tropeções ou torções;
• O vão máximo permitido entre as pranchas deve ser de 2 centímetros;
• A sobreposição de pisos deverá ser de, no mínimo, 20 centímetros e só pode ser feita nos pontos
de apoio;
• As plataformas de trabalho dos andaimes coletivos devem possuir uma largura mínima de 90
centímetros;
• As plataformas de trabalho dos andaimes individuais devem possuir largura mínima de 60
centímetros;
• Possuir escada de acesso à plataforma de trabalho com gaiola ou trava-queda (para andaime
com altura superior a 2 metros).

A montagem e desmontagem devem ser cuidadosamente analisadas e tomadas as devidas


precauções quando da montagem dos mesmos na proximidade de circuitos e equipamento elétricos.

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Ferramental e Máquinas
Riscos mais importantes:

• Contatos elétricos;
• Pancadas e cortes nas mãos ou outras partes do corpo;
• Lesões oculares por projeção de fragmentos ou partículas;
• Entorses por movimentos ou esforços violentos;
• Ruído; e
• Incêndios.

Causas principais:

• Utilização inadequada das ferramentas;


• Utilização de ferramentas defeituosas;
• Utilização de ferramentas de baixa qualidade;
• Falta de utilização de equipamentos de proteção individual;
• Posturas forçadas;
• Utilização de ferramentas sem isolamento;
• Utilização de multímetros de categoria não condizente ao nível de tensão;
• Falta de inspeção em equipamentos e ferramentas (certificação dos equipamentos;
conformidade; segurança aplicada à utilização; check list do ferramental — análise e
discussão — e certificação dos equipamentos).

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Áreas classificadas
O risco de explosão

Em áreas onde quantidades perigosas e concentrações de vapores


ou gases inflamáveis podem ocorrer, medidas de proteção devem
ser aplicadas de forma a reduzir o risco de explosões.

A norma que trata deste assunto é a NBR IEC 60079. A classificação


das áreas devem seguir a parte 10.1 (Classificação de áreas -
Atmosferas explosivas de gás) ou 10.2 (Classificação de áreas —
Atmosferas de poeiras combustíveis).

Atmosfera Área Classificada


Mistura com o ar, sob condições Área na qual está presente
atmosféricas, de substâncias uma atmosfera explosiva de
inflamáveis na forma de gás, gás, ou ainda é esperada estar
vapor, névoa ou poeira, na qual, presente, em quantidades tais que
após ignição, inicia-se uma requeiram precauções especiais
combustão auto-sustentada para a construção, instalação e
através da mistura remanescente. uso de equipamentos.

Zonas
Áreas classificadas são divididas em zonas, baseadas na frequência da ocorrência e
duração de uma atmosfera explosiva de gás. Zona 0, Zona 1 e Zona 2

Sinalização

Símbolo “Ex” para placas de sinalização de áreas classificadas. Padrão


DIN 40012-3/1983 e ATEX (CE).

Símbolo “Ex” para identificação de equipamentos certificados para


uso em atmosferas explosivas.

Símbolo de REPARO em equipamentos “Ex” em conformidade com a


certificação e/ou especificações.

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Instalações onde ocorra presença de materiais inflamáveis devem ser projetadas, operadas e
mantidas de tal forma que qualquer liberação de material inflamável, e a consequente extensão da
área classificada seja a menor possível.

É importante localizar e classificar as fontes de risco em equipamentos de processo e sistemas, as


quais podem liberar material inflamável em operação normal ou não, considerando modificações no
projeto de tal forma a minimizar a probabilidade e a frequência de liberação.

É importante ressaltar que atividades de manutenção, exceto aquelas de operação normal, podem
afetar a extensão da zona classificada, devendo estas atividades serem controladas por uma
sistemática de permissão de trabalho.

Fontes de Risco

Os elementos básicos para se definirem as áreas classificadas consistem na identificação das fontes
de risco e na determinação do seu grau. As fontes podem ser:

• Fontes de Risco de Grau Contínuo: Local onde a presença da atmosfera explosiva é contínua.
Ex. Superfície de um liquido inflamável em um tanque.
• Fontes de Risco de Grau Primário: Local onde a presença da atmosfera explosiva é esperada
durante a operação normal dos equipamentos. Ex. Válvulas de alívio e respiros de tanques.
• Fontes de risco de grau secundário: Local onde a presença da atmosfera explosiva é esperada
somente se houver falha no equipamento. Ex. Vazamentos em flanges e conexões.

Zonas e tipos de proteção para equipamentos elétricos

Os equipamentos elétricos instalados em áreas classificadas constituem possíveis fontes de


ignição devido a arcos e faíscas provocadas pela abertura e fechamento de contatos, ou por
superaquecimento em caso de falhas. Assim, estes equipamentos devem ser fabricados de maneira
a impedir que a atmosfera explosiva possa entrar em contato com as partes que gerem esses riscos.
Por isso, esses equipamentos, conhecidos como equipamentos Ex, são construídos baseados em 3
soluções diferentes:

1. Confinam as fontes de ignição (da atmosfera explosiva);


2. Segregam as fontes de ignição (da atmosfera explosiva);
3. Suprimem ou reduzem os níveis de energia a valores abaixo da energia necessária para
inflamar a mistura presente no ambiente.
Assim, as soluções normalmente empregadas na fabricação
de equipamentos Ex estão baseadas no princípio do
confinamento, da segregação ou ainda da supressão,
conforme tabela abaixo.

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Projetos e documentação

A documentação das áreas classificadas é fundamental para a segurança da planta. Sempre antes de
qualquer intervenção no sistema elétrico, as plantas de classificação de áreas devem ser consultadas.

Sinalização

É mandatório que as áreas classificadas contendo atmosferas explosivas de gases inflamáveis (ABNT
NBR IEC 60079-10-1) ou poeiras combustíveis (IEC 60079-10-2) sejam identificadas por placas de
sinalização.

A NR-10, em seu item 10.13.2 nos diz: “É de responsabilidade dos contratantes manter os trabalhadores
informados sobre os riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas
de controle contra os riscos elétricos a serem adotados”, tornando assim obrigatória a sinalização”.

Embora ainda não tenha sido publicada uma norma ABNT ou IEC para a padronização destas placas,
cada empresa pode estabelecer seus próprios padrões de sinalização visual de segurança para a
identificação da existência de áreas classificadas contendo atmosferas de gás ou poeiras.

É recomendado que as placas de sinalização possuam o símbolo “Ex”, no interior de um triângulo


com vértice voltado para cima, de acordo com o símbolo padronizado na Norma DIN 40.012 3
(1984) – Protection against explosion: markink of potentially explosive areas – Signs and Plates, para
identificação de áreas classificadas contendo atmosferas explosivas.

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A prudência é o olho “
de todas as virtudes.
Pitágoras

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