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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA - ENGENHARIA ELÉTRICA

Bianca Rodrigues de Oliveira


Guilherme Gonçalves
Guilherme Lucas M. Mauricio
Guilherme Ramos
Guilherme Rocha Roriz
Kaio Perdigão
Pedro Groppo
Pedro H Perez
Daniel Caires de Souza

SENSOR ACELERÔMETRO

Novembro
2020
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Bianca Rodrigues de Oliveira


Guilherme Gonçalves
Guilherme Lucas M. Mauricio
Guilherme Ramos
Guilherme Rocha Roriz
Kaio Perdigão
Pedro Groppo
Pedro H Perez
Daniel Caires de Souza

SENSOR ACELERÔMETRO

Ttrabalho da disciplina de Fenômenos


Elétricos, Magnéticos e Oscilatórios, como
requisito parcial para a obtenção do grau
de Bacharel em Engenharia Elétrica.

Professores: Bonatti e Marcelo

Novembro
2020
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1. Introdução

O primeiro acelerômetro comercial é creditado a Burton McCollum e Orville


Peters, no início dos anos 20, pesava cerca de meio quilo, com dimensões de 20mm
X 50mm X 220mm, utilizava variação das resistências em uma ponte de Wheatstone
para medir a aceleração do sistema. A comercialização em maior escala de
acelerômetros provavelmente aguardava a criação do straingage, que são dispositivos
medidores de deformação e foram desenvolvidos no final dos anos de 1930,
garantindo maior precisão e confiabilidade aos acelerômetros. No início dos anos 1950
surgiram os primeiros sensores com tecnologia piezoelétrica e, com o surgimento
também das técnicas de circuito integrado, sua construção se torna mais simples e
robusta, permitindo uma melhor integração com outros sistemas. Nessa época, seu
uso se torna cada vez mais constante no setor da aviação. A partir disso, até os dias
de hoje, se teve uma constante evolução quanto a forma construtiva, custo e
aplicabilidade dos sensores acelerômetros
Eles são dispositivos eletromecânicos, conhecidos também como sensor
inercial, e são capazes de medir a aceleração própria de objeto, que é sempredefinida
em relação a um outro sistema em queda livre, portanto, um acelerômetro em repouso
sobre a superfície da Terra indicará uma aceleração “g” de aproximadamente 9,81
m/s² e, em queda livre, o acelerômetro indicará aceleração nula.
Os princípios físicos básicos de funcionamento por trás de um acelerômetro são
a primeira e segunda leis de Newton. Podemos representar o funcionamento como um
sistema de massa e mola. As molas são governadas pela lei de Hooke, F=kx, onde k
é a constante da mola, e como F=ma,igualando as duas equações obtém-se
ma=kx.Portanto, uma aceleração causa um deslocamento de x=(ma)/k, ou,
alternativamente, se a massa sofreu um deslocamento x, significa que a massa está
sob uma aceleração de a=(kx)/m. A figura 1 demonstra o princípio básico de
funcionamento.
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Figura 1: Funcionamento básico de um acelerômetro.

Porém, acelerômetros são dispositivos que podem funcionar a partir de


diversos efeitos físicos, mas contemplando os princípios básicos, com destaque para
os piezoelétricos e os capacitivos.
Eles, de modo geral, fornecem uma saída que é proporcional à aceleração a
ser medida. Os acelerômetros atualmente são encontrados em diversos tamanhos,
massas, sensibilidade, eixos de medição e faixas de amplitude e frequência, de
maneira a atender aos diversos requisitos de aplicação.

1.1 Aplicações Usuais

Esses dispositivos são largamente aplicados na indústria, ciência e esporte. Em


termos físicos e matemáticos, aceleração é a variação da velocidade no tempo e, por
sua vez, a velocidade é a variação de deslocamento espacial no tempo. Portanto,
acelerômetros são capazes de oferecer informações que, se matematicamente bem
trabalhadas, são capazes de dizer muito sobre o movimento de um objeto no espaço.
Eles são usados para detectar e monitorar vibrações em sistemas mecânicos,
tais como mancais de elementos rotativos, caixas de engrenagem e componentes
estruturais em geral. Esta análise se baseia no princípio de que cada máquina possui
uma assinatura vibratória específica, que é baseada nas frequências fundamentais de
vibração de seus componentes. O monitoramento deste padrão ao longo do tempo
fornece informações sobre eventuais variações na integridade dos componentes da
máquina, de modo a prever possíveis falhas.
Acelerômetros altamente sensíveis são usados como componentes de
sistemas de navegação de aeronaves e mísseis, auxiliando a manutenção da
estabilidade, direção e sentido de voo, principalmente em situações de voo sem
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visibilidade e pilotagem remota ou autônoma. Para tais fins, se utilizam como


complemento as informações advindas de giroscópios e um magnetômetros.
Nos smartphones, onde o acelerômetro detecta o ângulo com a horizontal e
informa esse valor a um programa,com essa informação, o programa ajusta a
orientação do que é mostrado na tela. Isso é bastante conveniente em jogos nos quais,
por exemplo, o telefone ou tablete é manobrado como se fosse o volante de um
carro.Outro uso bastante difundido é como um sensor de queda. Nestes casos, os
acelerômetros são usados para detectar quando um dispositivo está caindo e fazer
com que as cabeças de gravação do HD travem em posição, evitando que dados
sejam perdidos.

2. Metodologia

O presente trabalho busca, com um caráter de pesquisa explicativa, registrar e


explicar os fenômenos elétricos, magnéticos e/ou oscilatórios envolvidos no
funcionamento dos sensores acelerômetros piezoelétrico e capacitivos e, de forma
mais detalhada, sobre o acelerômetro ADXL150 fabricado pela Analog Devices.

3. Desenvolvimento

O acelerômetro é um dispositivo eletrônico capaz de mensurar acelerações em


1, 2 ou 3 eixos espaciais. Um acelerômetro é comumente encontrado como parte de
um chip do tipo IMU (InertialMeasurement Unit), e faz parte do grupo de sistemas
chamado MEMS (Micro Electro Mechanical Systems). Dispositivos deste grupo
combinam sistemas mecânicos e elétricos de escala micrométrica para obter
medições relacionadas à estado/estímulos inerciais e mecânicos. Ou seja, os
dispositivos MEMS tornam possíveis as medições de grandezas mecânicas, como
aceleração, combinando elementos mecânicos e elétricos muito pequenos, tudo
encapsulado em um circuito integrado.As acelerações medidas por um acelerômetro
são àquelas as quais o acelerômetro está submetido,por exemplo, se o acelerômetro
se encontra fixado em um carro, as acelerações medidas serão àquelas as quais o
carro e o acelerômetro estão submetidas. Logo, obrigatoriamente, o acelerômetro
precisa estar fixado ao corpo ao qual se deseja mensurar as acelerações.
Dentre os tipos de aceleradores existentes, os piezoelétricos e os capacitivos
são os mais utilizados.
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Os acelerômetros piezoelétricos são amplamente utilizados para medições de


aceleração, choque e vibração de propósito geral. Este tipo de dispositivo lança mão
do efeito piezoelétrico, que é a capacidade de alguns cristais gerarem tensão elétrica
por resposta a uma pressão mecânica, conforme ilustra a figura 2.

Figura 2: Efeito piezoelétrico

Eles são formados, basicamente, por uma massa que é posta em contato direto
com o componente piezoelétrico e quando um movimento acelerado é aplicado, o
cristal piezoelétrico experimenta uma força, fazendo com que nele se desenvolva uma
carga elétrica proporcional à aceleração. Este sinal elétrico é, a seguir, correlacionado
à aceleração. Devido às próprias características dos materiais eles são adequados
para aplicações de alta frequência, até 30kHz. Além disso, eles são bastante leves,
com massas da ordem de até 1 grama, robustos e possuem saídas estáveis com o
tempo e o ambiente.
Já os acelerômetros capacitivos, ou acelerômetros de capacitância variável,
são baseados no princípio da mudança de capacitância em resposta a uma aceleração
aplicada. Eles são formados por uma massa sísmica que se movimenta em resposta
à aceleração aplicada. O capacitor é formado por uma placa unida à estrutura do
acelerômetro e, portanto, estacionária em relação a este, e outra ligada à massa
sísmica. A capacitância deste capacitor, que é função da distância entre as placas,
varia conforme movimenta-se a massa sísmica. A figura 3 retrata a construção do
acelerômetro capacitivo.
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Figura 3: Acelerômetro capacitivo

A placa central é ligada à massa, como visto na figura 3. As outras são fixas.
Quando sob aceleração, a placa central move-se, mudando as capacitâncias, pois a
capacitância é inversamente proporcional à distância entre as placas,𝐶 = 𝐴 .O
4𝜋𝑘𝑑

acelerômetro mede a diferença entre as capacitâncias. Tal diferença é nula quando


não há deslocamento, e, portanto, não há aceleração, e quando há um deslocamento
x, a diferença entre as capacitâncias é dada por CA-CB= (-2x) /x 2).

3.1 Aplicação

Como exemplo de sensor real, o ADXL150 é do tipo capacitivo e é muito


utilizado em sistemas de Air Bag.Fornecido com condicionamento de sinal embutido
no chip, como mostra a figura 4.

Figura 4: Circuito interno do ADXL150

Internamente, se a massa sísmica estiver centralizada, ambos os lados do


capacitor diferencial têm capacitâncias iguais,no entanto, se a massa não está
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centralizada devido a uma aceleração, o capacitor diferencial torna-se desbalanceado


e o sensor mede a diferença entre estas capacitâncias. O circuito da figura 4 possui
um clock com frequência de 100kHz, que polariza as placas com ondas quadradas em
antifase, de modo que a corrente que percorre o capacitor muda de sentido a cada
ciclo, A fase da tensão de saída em relação à excitação determina a polaridade da
aceleração.
A saída, que também é uma onda quadrada e tem amplitude proporcional ao
deslocamento, ao seja, a aceleração, é conectada a um amplificador não inversor, que
amplifica o sinal de saída.
A saída é demodulada em um demodulador síncrono que amostra a saída do
amplificador, uma vez que a tensão nesta esteja estabilizada. Uma vez que o
demodulador é sincronizado em fase com a excitação, a polaridade do sinal de saída
indica corretamente a polaridade daaceleração aplicada.
O ADXL150 tem um filtro passa baixa de Bessel ganho 3 de dois polos. Uma
segunda entrada do filtro é conectada a um divisor resistivo com um ganho de 1/6,
ligado em um pino do encapsulamento. Isto fornece um ponto conveniente para ajuste
de deslocamento do acelerômetro, ele tem uma sensitividade de 38mV/g, medidos no
pino de saída. O alcance completo da escala é de ±50g, portanto com uma variação
total na saída de 3.8V, com uma única fonte de 5V.
A tensão de saída é dada pela relaçãoVo = Vs[0,5+(a.0,038V)/5V], onde o “a”
é a aceleração dada em g (1 g é aproximadamente 9.8 m/s²), e Vs é a tensão de
alimentação, nominalmente 5V. Este acelerômetro possui ainda um pino de auto teste.
Quando este pino é ativado, um sinal conhecido é aplicado ao sensor, criando um
campo elétrico que o força a se mover. Isto gera um sinal conhecido na saída, que
pode ser monitorado, permitindo verificar se o sinal na saída é o esperado, testando
desta forma o acelerômetro. Ele apresenta suas vantagens e desvantagens, conforme
abaixo:
● Vantagens
o Baixo custo;
o Condicionamento de sinal embutido no chip. Não são
necessários amplificadores externos;
o Não apresenta problemas de vazamento, como os
sensores líquidos;
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o Robusto. Apresenta 0 falhas após ser submetido


ciclicamente a acelerações > 250x a da gravidade, por 7x1010 ciclos.
● Desvantagens
o Sua performance (precisão) ainda é menor do que a dos
sensores mais caros;
o Difícil de usar para detectar inclinações de menos de 1 grau
com a horizontal.

4. Conclusão

Os sensores do tipo acelerômetro são relativamente novos no mercado se


comparado com tecnologias mais tradicionais, mas fato é que em curto tempo tiveram
uma penetração no mercado muito intensa, principalmente depois que passou a ser
empregado nos telefones celulares do tipo smartphone.
Outro ponto é que a tecnologia veio para ficar e parece estar somente
começando, a partir do momento que demonstra ter poder para solucionar problemas
mais complexos no meio industrial, como na aplicação de manutenção preditiva.

REFERÊNCIAS

<http://www.eletrica.ufpr.br/edu/Sensores/1999/joao/index>
Acesso em: 24 nov. 2020.

<https://tecnoblog.net/71310/acelerometro-notebooks>
Acesso em: 24 nov. 2020.

<https://www.embarcados.com.br/acelerometros-triaxiais>
Acesso em: 16 nov. 2020.

GEVAERD, Bruno. Caracterização do uso de um sensor acelerômetro na


avaliação da dinânima de um veículo em movimento. 85f. Trabalho de conclusão
de curso. IFET Santa Catarina, Florianopólis, 2019. Disponível em:
<https://repositorio.ifsc.edu.br/bitstream/handle/123456789/1077/TCC%20BMG%20FI
NAL.pdf?sequence=1>. Acesso em: 26 nov. 2020.

RAO, Singiresu S. The Finite Element Method in Engineering. Elsevier, v. 3, f.


363, 2010. 726 p.

BOCHOBZA-DEGANI, O.; SETER, D. J.; SOCHER, E.; NEMIROVSKY, Y.


Comparative study of novel micromachined accelerometers employing midos.
Sensors and Actuators A: Physical, v. 80, n. 2, p. 91 – 99, 2000.

IEEE. Ieee standard for inertial sensor terminology. IEEE Std 528-2001, 2001.
ROYLANCE, L. M.; ANGELL, J. B. A batch-fabricated silicon accelerometer.
10

IEEE Trans. Electron Devices, v. 26, p. 1911–1917, December 1979.


RUBIO, W.; SILVA, E.; NISHIWAKI, S. Piezoresistive sensor design using topology
optimization. Structural and Multidisciplinary Optimization, v. 36, 2008.

<https://br.omega.com/prodinfo/acelerometros>
Acesso em: 23 nov. 2020.

<https://www.embarcados.com.br/acelerometros-triaxiais>
Acesso em: 22 nov. 2020.

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