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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PALMAS


CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS.

SOCIALISMO REAL

PALMAS – TO

[1] AQUINO, L.D.B. A Era dos Extremos – O breve Século XX. Universidade federal de
Alagoas – Campus do Sertão, 2017.
2018

[1] AQUINO, L.D.B. A Era dos Extremos – O breve Século XX. Universidade federal de
Alagoas – Campus do Sertão, 2017.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PALMAS
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS.

SOCIALISMO REAL

Maik do Nascimento Ribeiro

Resenha apresentado para a disciplina de


História Econômica Geral no curso de
Ciências Econômicas da Universidade
Federal do Tocantins – UFT como forma
de avaliação.

Orientadora: Prof.ª Me. Rayssa Alexandre


Costa

PALMAS – TO
2017
[1] AQUINO, L.D.B. A Era dos Extremos – O breve Século XX. Universidade federal de
Alagoas – Campus do Sertão, 2017.
RESENHA

HOBSBAWM, Eric J. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995.

A Era dos Extremos”, Hobsbawm fornece uma visão do que ele chama de breve século
XX- período de 1914 a 1991. No Capitulo 13 (Socialismo Real), que será o assunto em foco, o
autor relata a formação do bloco socialista, sobrevivência do socialismo no século XX tratando
da guerra civil de 1920 como sendo o único dos antigos impérios a sobreviver a Primeira Guerra
Mundial, a União Soviética, devendo-se muito a Revolução de Outubro, porém como um estado
pobre e arrasado. Mesmo assim, a União Soviética consegue recuperar seu território, que se
estendia do Oriente ao Ocidente, perdido durante a guerra e revolução pós-1917 (p. 289 – 290)
tendo uma parcela numerosa da população pertencendo ao regime socialista, além da extensão
do socialismo para outras para outras regiões, como China e Vietnã.
Logo em seguida retrata a essência de um "socialismo realmente existente", que sugeria
a existência de outros tipos de socialismos, mas na pratica só esse funcionava de fato, e que
outros regimes dispersos que imitavam ou eram inspirados pelo "socialismo realmente
existente" tendiam a desmoronar ou desaparecer com o tempo. Também é apresentado a relação
desses países (socialistas) com o resto do globo, onde "formou um subuniverso separado e em
grande parte autossuficiente, econômica e politicamente. Sua relação com a economia mundial
[...] era surpreendentemente escassa" (p. 290). O partido socialista era hierárquico e autoritário,
baseando-se nas ideologias marxista-leninista, onde monopolizava o poder do Estado (p. 291).
A condições presentes para a construção de um socialismo estaria em países industriais
avançados, até então os países capitalistas. A partir desse ponto ao autor retrata que a única
política logica e convincente para os bolcheviques era "transformar sua economia e sua
sociedade atrasada em avançada o mais breve possível" (p. 292). Para isso ocorrer foi
introduzido a Nova Política Econômica - NEP, onde reintroduzia o mercado e recuava do
Comunismo de Guerra para o Capitalismo de Estado.
A NEP não se mostrou eficaz na restauração da economia soviética, realçando melhorias
na produção industrial, mas nada tão significante quanto a produção agrícola no país. A partir
desse momento se mostrou necessário uma industrialização forçada, advento de uma segunda
revolução, não vinda de baixo, e sim imposta pelo Estado. Tal mudança ocorreu na era de ferro
presidida por Stalin, onde foi "estabelecendo deliberadamente metas irrealistas que

[1] AQUINO, L.D.B. A Era dos Extremos – O breve Século XX. Universidade federal de
Alagoas – Campus do Sertão, 2017.
encorajavam esforços sobre-humanos" (p. 296) para atingir a capacidade industrial desejada,
assegurando-lhe, também, esse um mínimo social. Ademais, tal economia planejada
transformou a educação desse país, que em grande parte era analfabeta na moderna URSS. "O
desenvolvimento soviético significou a abertura de novos horizontes, a fuga das trevas e da
ignorância para a cidade" (p. 297). Tal desenvolvimento não incluía a agricultura, tão pouco
as políticas camponesas e agrárias.
Com a revolução soviética o Partido Bolchevique deixou de partilhar da velha cultura
política de esquerda – Estado democrata – para um Estado autoritário e de partido único onde
"Tudo que se sabia era que o partido estava certo e que as decisões tomadas pelos partidos
superiores deviam ser executadas, se se queria salvar a revolução" (p. 299). Nesse ponto,
Stalin, em sua autocracia, impunha controle total sobre a vida e pensamento de seus cidadãos.
A morte de Stalin colocou um fim no período de controle pela opressão, onde "É provável que
jamais se possa calcular adequadamente o custo humano das décadas de ferro da Rússia" (p.
304).
Na segunda parte do texto, o autor retrata os Estados comunistas que passaram a existir
após a Segunda Guerra Mundial, ditados nos modelos soviéticos. O sistema dessas novas
repúblicas era encontrado economias centrais planejadas, e até mesmo relíquias mais obvias da
herança stalinista – líderes supremos de forte perfil. Em apenas quatro países foram impostas
forças militares, pelo Exército Vermelho: na Polônia; parte ocupada pela Alemanha; Romênia;
e Hungria. Tais Estados gozaram inicialmente de legitimidade e apoio genuíno, mesmo que
temporário. "O desmoronamento político do bloco soviético começou com a morte de Stalin,
em 1953" (p. 307), principalmente com ataques a era stalinista e ao próprio Stalin. O sucesso
diplomático de Stalin proporcionou que mudanças consideráveis não ocorressem ao sistema
socialista, porém a economia desses países não se sobressaia em comparação aos demais países
capitalistas (AQUINO, 2017) [1]. Até as lideranças de partidos comunistas governantes parece
ter perdido qualquer crença real no que faziam, "independentemente da política, tornava-se
necessário cada vez mais urgente a necessidade de reformar ou mudar o sistema econômico
de planejamento central do tipo soviético" (p. 309). Em 1970, quando as economias globais
passaram por um novo período de incertezas se desenvolvessem como antigamente, ou como
capitalistas.
O socialismo retratado ao longo do capítulo é apresentado com alterações entre os
momentos cronológicos, mostrando como alguns dos fatos iniciais influenciaram no futuro do
repúblicas socialistas. Ao decorrer dessa linha do tempo é exposto a origem dessa política, após

[1] AQUINO, L.D.B. A Era dos Extremos – O breve Século XX. Universidade federal de
Alagoas – Campus do Sertão, 2017.
a revolução de Outubro, em continuidade, percebendo a situação de decadência que se encontra
o Estado soviético, vê-se necessário a criação de políticas econômicas - NEP – para conseguir
sair de tal situação. No entanto, as condições iniciais da URSS no período pós-revolução - onde
mais de 80% da população era camponesa ou estava envolvida com o meio agrário - não
incentivavam tais mudanças provocadas pela insegurança da produção industrial. Vale ressaltar
a importância na modelagem e influência do socialismo em grandes nações, e que mesmo com
o declínio do sistema após a morte de Stalin, ainda hoje, pode-se perceber a influência do
mesmo na economia global (China).

[1] AQUINO, L.D.B. A Era dos Extremos – O breve Século XX. Universidade federal de
Alagoas – Campus do Sertão, 2017.

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