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18:40
Getúlio | Crítica
Filme de intriga palaciana faz a ponte com um Brasil mais contemporâneo
Marcelo Hessel
30 de Abril de 2014
Getúlio
Brasil , 2014 - 100 minutos
Biografia / Drama
Direção:
João Jardim
Roteiro:
George Moura, João Jardim
Elenco:
Tony Ramos, Alexandre Borges, Drica Moraes, Thiago Justino, Adriano Garib, Michel Bercovitch, Alexandre Nero, Marcelo
Médici, Leonardo Medeiros
Bom
"Gosto mais de ser interpretado do que me explicar", dizTony Ramos no papel de Getúlio Vargas
em Getúlio, filme que reconta os últimos dias do ex-presidente da República. A fala é uma das
pistas de que o trabalho do diretor João Jardim busca o subtexto - no caso, uma interpretação
específica, que faça a ponte entre a crise que antecedeu o suicídio de Getúlio com a crise
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específica, que faça a ponte entre a crise que antecedeu o suicídio de Getúlio com a crise
institucional do Brasil de hoje.
Funciona como um thriller de intriga palaciana a trama que sucede o atentado a Carlos Lacerda
(Alexandre Borges) em agosto de 1954, que coloca o governo de Getúlio em dúvida e cria uma
instabilidade entre militares e civis. A intervenção do exército é incentivada por muitos e parece
iminente. Não seria o primeiro nem o último golpe militar a vitimar uma Constituição federal, e o
filme trata a morte do presidente como um martírio em nome do legalismo.
Evidentemente a relação imediata é com o golpe militar e com a ditadura de fato, que completou 50
anos em 2014, e enquanto filme que mistura a Solidão do Poder com os fantasmas da história (os
planos do lustre do Catete, os militares pintados na parede, os pesadelos de Getúlio com a tropa
invadindo o palácio, e as algemas, esse símbolo de maus-tratos), Getúlio funciona bem
como cautionary tale, como assombração.
São os nomes e as situações que ecoam até hoje, porém - como a Petrobras encarada como
tesouro nacional em perigo, ou o fato de Getúlio não-saber-de-nada (mensalão, alguém?) -, que
acabam dando à museologia de Getúlio um outro peso, mais grave. Embora hoje, em tempos de
pragmatismo político, pareça muito teatral toda a rixa Getúlio-Lacerda e mesmo o sacrifício do
presidente, é inegável que a responsabilidade da presidência da República continua a mesma, e é
esse o peso que o filme consegue medir.
Colado de <http://omelete.uol.com.br/cinema/getulio-critica/>
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domingo, 7 de setembro de 2014
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Não é o que ocorre quando, por exemplo, dois colegas de ministério se referem, numa
conversa, a um terceiro pelo nome inteiro e pelo cargo, que ambos estão cansados de
saber qual é.
Tancredo Neves (Michel Bercovitch) era firme, mas é difícil imaginá-lo ríspido.
Benjamin Vargas (Fernando Luis), irmão do presidente, parece às vezes ter sotaque
português. Não é verossímil que Getúlio tenha dormido nas horas que antecederam o
amanhecer, quando se suicidou.
Mas o conjunto sobrevive bem a esses percalços, com a ajuda luminosa de Drica
Moraes como a secretária diligente e a filha amorosa que Alzira Vargas foi, refrescando
a cena cada vez que aparece entre tantos homens carrancudos.
GETÚLIO
DIREÇÃO João Jardim
PRODUÇÃO Brasil, 2014
ONDE Cinépolis JK Iguatemi, Cinemark Cidade Jardim, Cinemark Pátio Higienópolis,
Espaço Itaú - Pompeia, Kinoplex Itaim, UCI Jardim Sul e circuito; estreia amanhã
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO bom
Colado de <http://tools.folha.com.br/print?site=emcimadahora&url=http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/04/1447498-
critica-cinebiografia-getulio-e-filme-persuasivo-apesar-de-didatico.shtml>
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