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O

LIVRO DE MÓRMON
Outro Testamento de
Jesus Cristo

Publicado por
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
Salt Lake City, Utah, EUA
Primeira edição em inglês publicada em
Palmyra, Nova York, EUA, em 1830

© 1997, 2015 by Intellectual Reserve, Inc.


All rights reserved
Printed in the United States of America 10/2015
English approval: 3/15
Translation approval: 3/15
Translation of the Book of Mormon
Portuguese
O
LIVRO DE MÓRMON
RELATO ESCRITO PELA

MÃO DE MÓRMON
EM PLACAS
EXTRAÍDO DAS PLACAS DE NÉFI

É, portanto, um resumo do registro do povo de Néfi e também dos la-


manitas — Escrito aos lamanitas, que são um remanescente da casa de
Israel; e também aos judeus e aos gentios — Escrito por mandamento
e também pelo espírito de profecia e de revelação — Escrito e selado
e escondido para o Senhor, a fim de que não fosse destruído — Para
ser revelado pelo dom e poder de Deus, a fim de ser interpretado —
Selado pela mão de Morôni e escondido para o Senhor a fim de ser
apresentado, no devido tempo, por intermédio dos gentios — Para ser
interpretado pelo dom de Deus.
Contém ainda um resumo extraído do Livro de Éter, que é um
registro do povo de Jarede, disperso na ocasião em que o Senhor con-
fundiu a língua do povo, quando este construía uma torre para chegar
ao céu — Destina-se a mostrar aos remanescentes da casa de Israel as
grandes coisas que o Senhor fez por seus antepassados; e para que
possam conhecer os convênios do Senhor e saibam que não foram rejei-
tados para sempre — E também para convencer os judeus e os gentios
de que Jesus é o Cristo, o Deus Eterno, que se manifesta a todas as
nações — E agora, se há falhas, são erros dos homens; não condeneis,
portanto, as coisas de Deus, para que sejais declarados sem mancha
no tribunal de Cristo.

TRADUÇÃO ORIGINAL DAS PLACAS, PARA O INGLÊS, FEITA


POR JOSEPH SMITH, JR.
ÍNDICE

Introdução .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .   vii
Depoimento de Três Testemunhas .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . ix
Depoimento de Oito Testemunhas  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  ix
Testemunho do Profeta Joseph Smith  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .   x
Breve Explicação .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .   xiv
Ilustrações .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  xvii
1 Néfi  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .   1
2 Néfi  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . 60
Jacó  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  133
Enos .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  154
Jarom  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .157
Ômni  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .159
Palavras de Mórmon .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .162
Mosias  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  164
Alma .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  236
Helamã .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  430
3 Néfi  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .475
4 Néfi  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .542
Mórmon  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .547
Éter  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  569
Morôni .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  605
ABREVIAÇÕES

Velho Testamento Naum Naum Livro de Mórmon


Gên. Gênesis Hab. Habacuque 1 Né. 1 Néfi
Êx. Êxodo Sof. Sofonias 2 Né. 2 Néfi
Lev. Levítico Ageu Ageu Jacó Jacó
Núm. Números Zac. Zacarias En. Enos
Deut. Deuteronômio Mal. Malaquias Jar. Jarom
Jos. Josué Ômni Ômni
Juí. Juízes Novo Testamento Pal. Mórm. Palavras de
Rut. Rute Mt. Mateus Mórmon
1 Sam. 1 Samuel Mc. Marcos Mos. Mosias
2 Sam. 2 Samuel Lc. Lucas Al. Alma
1 Re. 1 Reis Jo. João Hel. Helamã
2 Re. 2 Reis At. Atos 3 Né. 3 Néfi
1 Crôn. 1 Crônicas Rom. Romanos 4 Né. 4 Néfi
2 Crôn. 2 Crônicas 1 Cor. 1 Coríntios Mórm. Mórmon
Esd. Esdras 2 Cor. 2 Coríntios Ét. Éter
Ne. Neemias Gál. Gálatas Morô. Morôni
Est. Ester Ef. Efésios
Jó Jó Filip. Filipenses Doutrina e Convênios
Salm. Salmos Col. Colossenses D&C
Doutrina e
Prov. Provérbios 1 Tess. 1 Tessalonicenses Convênios
Ecles. Eclesiastes 2 Tess. 2 Tessalonicenses DO Declaração
Cant. Cantares de 1 Tim. 1 Timóteo Oficial
Salomão 2 Tim. 2 Timóteo
Isa. Isaías Tit. Tito Pérola de Grande Valor
Jer. Jeremias Fil. Filemom Mois. Moisés
Lam. Lamentações Heb. Hebreus Abr. Abraão
Eze. Ezequiel Tg. Tiago JS—M Joseph Smith—
Dan. Daniel 1 Ped. 1 Pedro Mateus
Ose. Oseias 2 Ped. 2 Pedro JS—H Joseph Smith—
Joel Joel 1 Jo. 1 João História
Amós Amós 2 Jo. 2 João RF Regras de Fé
Oba. Obadias 3 Jo. 3 João
Jon. Jonas Jud. Judas
Miq. Miqueias Apoc. Apocalipse

Outras Abreviações e Explicações


tjs Tradução de Joseph Smith
gee Guia para Estudo das Escrituras
heb Tradução alternativa do hebraico
gr Tradução alternativa do grego
ie Explicação de expressões idiomáticas e fraseado difícil de entender
ou Palavras alternativas que esclarecem o significado de uma expressão arcaica
Itálicos no texto bíblico. De acordo com o formato tradicional, os itálicos nos versículos da
Bíblia indicam palavras que não são encontradas no texto original (hebraico, aramaico ou
grego), mas que foram acrescentadas para esclarecimento na tradução.
INTRODUÇÃO

O Livro de Mórmon é um volume de escrituras sagradas compará-


vel à Bíblia. É um registro da comunicação de Deus com antigos
habitantes das Américas e contém a plenitude do evangelho eterno.
O livro foi escrito por muitos profetas antigos, pelo espírito de profe-
cia e revelação. Suas palavras, escritas em placas de ouro, foram citadas
e resumidas por um profeta-historiador chamado Mórmon. O registro
contém um relato de duas grandes civilizações. Uma veio de Jerusalém
no ano 600 a.C. e posteriormente se dividiu em duas nações, conhecidas
como nefitas e lamanitas. A outra veio muito antes, quando o Senhor
confundiu as línguas na Torre de Babel. Esse grupo é conhecido como
jareditas. Milhares de anos depois, foram todos destruídos, exceto os
lamanitas, que estão entre os antepassados dos índios americanos.
O acontecimento de maior relevância registrado no Livro de Mórmon
é o ministério pessoal do Senhor Jesus Cristo entre os nefitas, logo após
a Sua ressurreição. O livro expõe as doutrinas do evangelho, delineia o
plano de salvação e explica aos homens o que devem fazer para ganhar
paz nesta vida e salvação eterna no mundo vindouro.
Depois de terminar os seus escritos, Mórmon entregou o relato a
seu filho Morôni, que acrescentou algumas palavras suas e ocultou as
placas no Monte Cumora. Em 21 de setembro de 1823, o mesmo Mo-
rôni, então um ser ressurreto e glorificado, apareceu ao Profeta Joseph
Smith e instruiu-o a respeito do antigo registro e da tradução que seria
feita para o inglês.
No devido tempo as placas foram entregues a Joseph Smith, que as
traduziu pelo dom e poder de Deus. Hoje o registro se acha publicado
em diversas línguas, como testemunho novo e adicional de que Jesus
Cristo é o Filho do Deus vivo e de que todos os que se achegarem a Ele
e obedecerem às leis e ordenanças do Seu evangelho poderão ser salvos.
Com respeito a esse registro o Profeta Joseph Smith declarou: “Eu
disse aos irmãos que o Livro de Mórmon era o mais correto de todos
os livros da Terra e a pedra fundamental de nossa religião; e que se-
guindo seus preceitos o homem se aproximaria mais de Deus do que
seguindo os de qualquer outro livro.”
O Senhor providenciou para que, além de Joseph Smith, mais onze
pessoas vissem as placas de ouro e fossem testemunhas especiais da
veracidade e divindade do Livro de Mórmon. Seus testemunhos es-
critos estão aqui incluídos como “Depoimento de Três Testemunhas”
e “Depoimento de Oito Testemunhas.”
Convidamos todos os homens de toda parte a lerem o Livro de
INTRODUÇÃO viii
Mórmon, ponderarem no coração a mensagem que ele contém e de-
pois perguntarem a Deus, o Pai Eterno, em nome de Cristo, se o livro é
verdadeiro. Os que assim fizerem e perguntarem com fé obterão, pelo
poder do Espírito Santo, um testemunho de sua veracidade e divin-
dade. (Ver Morôni 10:3–5.)
Os que obtiverem do Santo Espírito esse divino testemunho sabe-
rão, pelo mesmo poder, que Jesus Cristo é o Salvador do mundo, que
Joseph Smith é o Seu revelador e profeta nestes últimos dias e que A
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é o reino do Senhor
restabelecido na Terra, em preparação para a Segunda Vinda do Messias.
DEPOIMENTO DE TRÊS TESTEMUNHAS

S aibam todas as nações, tribos, línguas e povos a quem esta obra che-
gar, que nós, pela graça de Deus, o Pai, e de nosso Senhor Jesus Cristo,
vimos as placas que contêm este registro, que é um registro do povo de
Néfi e também dos lamanitas, seus irmãos, e também do povo de Jarede,
que veio da torre da qual se tem falado. E sabemos também que foram
traduzidas pelo dom e poder de Deus, porque assim nos foi declarado
por sua voz; sabemos, portanto, com certeza, que a obra é verdadeira.
E também testificamos que vimos as gravações feitas nas placas; e que
elas nos foram mostradas pelo poder de Deus e não do homem. E de-
claramos solenemente que um anjo de Deus desceu dos céus, trouxe-as
e colocou-as diante dos nossos olhos, de maneira que vimos as placas e
as gravações nelas feitas e sabemos que é pela graça de Deus, o Pai, e de
nosso Senhor Jesus Cristo que vimos e testificamos que estas coisas são
verdadeiras. E isto é maravilhoso aos nossos olhos. E a voz do Senhor
ordenou-nos que prestássemos testemunho disso; portanto, para obede-
cer aos mandamentos de Deus, prestamos testemunho dessas coisas. E
sabemos que, se formos fiéis a Cristo, livraremos nossas vestes do san-
gue de todos os homens, e seremos declarados sem mancha diante do
tribunal de Cristo, e habitaremos eternamente com ele nos céus. E hon-
ra seja ao Pai, e ao Filho, e ao Espírito Santo, que são um Deus. Amém.
Oliver Cowdery
David Whitmer
Martin Harris

DEPOIMENTO DE OITO TESTEMUNHAS

S aibam todas as nações, tribos, línguas e povos a quem esta obra


chegar, que Joseph Smith, Jr., o tradutor desta obra, mostrou-nos as
placas mencionadas, que têm a aparência de ouro; e que manuseamos
tantas páginas quantas o dito Smith traduziu; e que também vimos as
gravações que elas contêm, as quais nos parecem ser uma obra anti-
ga e de execução esmerada. E isto testemunhamos solenemente: que
o dito Smith nos mostrou as placas, pois nós as vimos e seguramos; e
sabemos com certeza que o dito Smith possui as placas de que falamos.
E damos nossos nomes ao mundo para testificarmos ao mundo o que
vimos. E não mentimos, Deus sendo testemunha disso.
Christian Whitmer Hiram Page
Jacob Whitmer Joseph Smith, Sênior
Peter Whitmer, Jr. Hyrum Smith
John Whitmer Samuel H. Smith
TESTEMUNHO DO PROFETA JOSEPH SMITH

A s palavras do próprio Profeta Joseph Smith sobre o aparecimento


do Livro de Mórmon são:
“Na noite de (. . .) vinte e um de setembro (. . .) (1823) (. . .) recorri à
oração e à súplica ao Deus Todo-Poderoso. (. . .)
Enquanto estava assim suplicando a Deus, descobri uma luz sur-
gindo no meu quarto, a qual continuou a aumentar até o aposento
ficar mais iluminado do que ao meio-dia; imediatamente apareceu ao
lado de minha cama um personagem em pé, no ar, pois seus pés não
tocavam o solo.
Ele vestia uma túnica solta, da mais rara brancura. Era uma brancura
que excedia a qualquer coisa terrena que eu já vira; nem acredito que
qualquer coisa terrena possa parecer tão extraordinariamente branca e
brilhante. Tinha as mãos desnudas e os braços também, um pouco aci-
ma do pulso; os pés também estavam desnudos, bem como as pernas,
um pouco acima dos tornozelos. A cabeça e o pescoço também estavam
nus. Verifiquei que ele não usava outra roupa além dessa túnica, pois
estava aberta, de modo que eu lhe podia ver o peito.
Não somente a sua túnica era muito branca, mas toda a sua pessoa
era indescritivelmente gloriosa e o seu semblante era verdadeiramente
como o relâmpago. O quarto estava muito claro, mas não tão lumino-
so como ao redor de sua pessoa. No momento em que o vi, tive medo;
mas o medo logo desapareceu.
Ele chamou-me pelo nome, e disse-me que era um mensageiro en-
viado a mim da presença de Deus, e que seu nome era Morôni; que
Deus tinha uma obra a ser executada por mim; e que o meu nome seria
considerado bom e mau entre todas as nações, tribos e línguas, ou que
entre todos os povos se falaria bem e mal de meu nome.
Disse-me ele que havia um livro escondido, escrito em placas de
ouro, que continha um relato dos antigos habitantes deste continente,
assim como de sua origem e procedência. Disse também que o livro
continha a plenitude do evangelho eterno, tal como fora entregue pelo
Salvador aos antigos habitantes.
Disse também ele que havia duas pedras em aros de prata — e es-
sas pedras, presas a um peitoral, constituíam o que é chamado Urim
e Tumim — depositadas com as placas; e que a posse e o uso dessas
pedras era o que constituía os ‘videntes’ nos tempos antigos; e que
Deus as tinha preparado para serem usadas na tradução do livro. (. . .)
Disse-me ainda ele que quando eu recebesse as placas sobre as quais
xi TESTEMUNHO DO PROFETA JOSEPH SMITH
ele havia falado — porquanto o tempo em que elas deveriam ser ob-
tidas ainda não se cumprira — a ninguém deveria mostrá-las; nem o
peitoral com o Urim e Tumim, salvo àqueles a quem me fosse ordenado
mostrá-los; e se eu o fizesse, seria destruído. Enquanto falava comigo a
respeito das placas, minha mente abriu-se de tal modo que visualizei o
lugar em que estavam depositadas, e isto tão clara e nitidamente que
reconheci o local quando o visitei.
Após essa comunicação vi a luz do quarto começar a concentrar-se
imediatamente ao redor do personagem que estivera falando comigo,
e assim continuou até o quarto voltar à escuridão, exceto ao redor dele;
e imediatamente vi como se fora um conduto, que levava até o céu, e
ele ascendeu até desaparecer completamente, e o quarto voltou ao es-
tado em que estava antes de essa luz celestial aparecer.
Fiquei meditando sobre a singularidade da cena, grandemente ma-
ravilhado com o que me dissera o extraordinário mensageiro, quando,
em meio à minha meditação, descobri subitamente que meu quarto
começava novamente a ser iluminado e imediatamente vi o mesmo
mensageiro celestial outra vez ao lado da minha cama.
Relatou-me novamente, sem a mínima alteração, as mesmas coisas
que me dissera na primeira visita; a seguir me informou de grandes
julgamentos que recairiam sobre a Terra, com grandes desolações
causadas pela fome, espada e pestilência; e que esses dolorosos julga-
mentos recairiam sobre a Terra nesta geração. Tendo-me comunicado
estas coisas, novamente ascendeu, como fizera antes.
Naquele momento, tão profundas eram as impressões causadas
em minha mente, que perdi o sono por completo, atônito com o que
havia visto e ouvido. Mas qual não foi a minha surpresa quando vi
novamente o mesmo mensageiro ao lado da minha cama, e ouvi-o re-
petir as mesmas coisas que me dissera antes; e também advertiu-me,
informando-me que Satanás procuraria tentar-me (em consequência
da pobreza da família de meu pai) a obter as placas com o fim de enri-
quecer-me. Proibiu-me isso, dizendo que eu não deveria ter qualquer
outro objetivo em vista, ao receber as placas, a não ser o de glorificar a
Deus; e que eu não deveria ser influenciado por qualquer outro moti-
vo, senão o de edificar o seu reino; caso contrário, não as poderia obter.
Após essa terceira visita ele ascendeu ao céu, como antes; e outra
vez fiquei meditando sobre a estranheza do que acabara de acontecer;
quase imediatamente após o mensageiro celestial ter ascendido pela
terceira vez, o galo cantou e vi que o dia se aproximava, de modo que
as entrevistas deviam ter durado toda aquela noite.
TESTEMUNHO DO PROFETA JOSEPH SMITH xii
Pouco depois me levantei e, como de costume, fui cuidar dos afaze-
res do dia; mas ao tentar trabalhar como normalmente fazia, senti-me
tão exausto que não consegui. Meu pai, que trabalhava perto de mim,
percebeu que eu não estava bem, e disse-me que fosse para casa. Saí
com essa intenção, mas ao tentar atravessar a cerca do campo onde
estávamos, faltaram-me as forças por completo, e caí inerte ao solo,
ficando completamente inconsciente durante algum tempo.
A primeira coisa de que me lembro é uma voz chamando-me pelo
nome. Olhei para cima e vi o mesmo mensageiro acima de minha ca-
beça, cercado de luz como antes. Repetiu-me tudo o que havia relatado
na noite anterior e ordenou-me que fosse contar ao meu pai a visão e
os mandamentos que havia recebido.
Obedeci, voltando para onde estava meu pai, no campo, e relatei-lhe
todo o ocorrido. Ele respondeu-me que aquilo era obra de Deus e dis-
se-me que fizesse o que o mensageiro ordenara. Deixei o campo, e fui
até o local onde o mensageiro dissera estarem depositadas as placas;
e devido à nitidez da visão que tivera, referente ao local, reconheci-o
no instante em que lá cheguei.
Próximo à vila de Manchester, no Condado de Ontário, Estado de
Nova York, existe uma colina de considerável tamanho, sendo a mais
alta da redondeza. No lado oeste dessa colina, não muito distante do
cume, sob uma pedra de considerável tamanho, estavam as placas,
depositadas em uma caixa de pedra. No meio, na parte superior, essa
pedra era grossa e arredondada; era, porém, mais fina na direção das
extremidades, de modo que a parte central ficava visível acima do solo,
mas as bordas em toda a volta estavam cobertas de terra.
Tendo removido a terra, arranjei uma alavanca, introduzi-a sob a
borda da pedra e consegui levantá-la com um pequeno esforço. Olhei
e lá realmente vi as placas, o Urim e Tumim, e o peitoral, como afir-
mara o mensageiro. A caixa na qual se encontravam era formada de
pedras unidas por uma espécie de cimento. No fundo da caixa havia
duas pedras colocadas transversalmente, e sobre estas estavam as pla-
cas e as outras coisas.
Fiz uma tentativa de retirá-las, mas fui proibido pelo mensageiro, que
outra vez me informou ainda não ter chegado o momento de retirá-las,
dizendo que esse momento não chegaria a não ser quatro anos após
aquela data. Disse-me que eu deveria voltar àquele local precisamente
um ano mais tarde, e que lá ele se encontraria comigo, devendo eu con-
tinuar a assim proceder até que chegasse o tempo de receber as placas.
De acordo com o que me fora ordenado, voltei lá ao fim de cada ano
xiii TESTEMUNHO DO PROFETA JOSEPH SMITH
e todas as vezes encontrei o mesmo mensageiro. Em cada uma das en-
trevistas recebi dele instruções e conhecimento com respeito ao que o
Senhor ia fazer, e à maneira pela qual o seu reino deveria ser conduzi-
do nos últimos dias. (. . .)
Finalmente chegou a época de receber as placas, o Urim e Tumim,
e o peitoral. No dia vinte e dois de setembro de mil oitocentos e vinte
e sete, tendo ido, como de costume, ao fim de mais um ano, ao local
onde estavam depositados, o mesmo mensageiro celestial entregou-
os a mim, com a advertência de que eu seria responsável por eles; que
se eu os deixasse extraviar por algum descuido ou negligência, seria
cortado; mas que se eu empregasse todos os esforços para preservá-
los até que ele, o mensageiro, os reclamasse, eles seriam protegidos.
Logo verifiquei a razão de tão severas recomendações para que os
guardasse em segurança, e por que o mensageiro dissera que quando
eu tivesse realizado o que me fora ordenado, ele viria buscá-los. Pois
tão logo se soube que estavam em meu poder, foram empregados os
mais tenazes esforços para tirá-los de mim. Todos os estratagemas pos-
síveis foram usados com esse propósito. A perseguição tornou-se mais
amarga e severa que antes, e multidões mantinham-se continuamente
alertas para tirá-los de mim, se possível. Mas pela sabedoria de Deus,
eles continuaram seguros nas minhas mãos até que cumpri, por meio
deles, o que me fora requerido. Quando o mensageiro os reclamou, de
acordo com o combinado, entreguei-os a ele, que os tem sob sua guarda
até esta data, dois de maio de mil oitocentos e trinta e oito.”
Para a história completa, ver Joseph Smith—História, na Pérola de
Grande Valor.
O registro antigo, assim retirado da terra como a voz de um povo
falando do pó, e traduzido para a linguagem moderna pelo dom e po-
der de Deus, conforme atestado por afirmação Divina, foi publicado
pela primeira vez ao mundo, em inglês, no ano de 1830, como The
Book of Mormon.
BREVE EXPLICAÇÃO SOBRE O LIVRO DE MÓRMON

O Livro de Mórmon é um registro sagrado de povos da América


antiga e foi gravado em placas de metal. As fontes das quais este
registro foi compilado incluem o seguinte:
1. As Placas de Néfi, que eram de dois tipos: as placas menores e as
placas maiores. As primeiras eram mais particularmente dedi-
cadas a assuntos espirituais e ao ministério e aos ensinamentos
dos profetas, enquanto que as últimas continham, em sua maior
parte, a história secular dos povos em questão (1 Néfi 9:2–4). Des-
de o tempo de Mosias, entretanto, as placas maiores passaram
também a incluir assuntos de grande importância espiritual.
2. As Placas de Mórmon, que contêm um resumo das placas maiores
de Néfi, feito por Mórmon, com diversos comentários. Estas pla-
cas também contêm a continuação da história escrita por Mórmon
e adições feitas por seu filho Morôni.
3. As Placas de Éter, que contêm a história dos jareditas. Este regis-
tro foi resumido por Morôni, que inseriu comentários próprios
e incorporou o registro à história geral, sob o título de “Livro de
Éter.”
4. As Placas de Latão, trazidas de Jerusalém pelo povo de Leí em
600 a.C. Estas placas continham “os cinco livros de Moisés (. . .)
e também o registro dos judeus, desde o princípio até o começo
do reinado de Zedequias, rei de Judá; e também as profecias dos
santos profetas” (1 Néfi 5:11–13). Muitas citações de Isaías e de
outros profetas bíblicos e não-bíblicos, que se encontram nestas
placas, aparecem no Livro de Mórmon.
O Livro de Mórmon contém quinze partes ou divisões principais
que, com exceção de uma, são chamadas livros, usualmente designa-
dos pelo nome de seu autor principal. A primeira parte (os primeiros
seis livros, terminando em Ômni) é uma tradução das placas menores
de Néfi. Entre os livros de Ômni e Mosias há uma inserção chamada
Palavras de Mórmon. Essa inserção liga o registro gravado nas placas
menores ao resumo das placas maiores, feito por Mórmon.
A parte mais longa, de Mosias até o fim do capítulo 7 de Mórmon, é
a tradução do resumo das placas maiores de Néfi, feito por Mórmon.
A parte final, do capítulo 8 de Mórmon ao fim do volume, foi gravada
por Morôni, filho de Mórmon, o qual, após terminar o registro da vida
de seu pai, fez um resumo do registro jaredita (chamado livro de Éter) e
posteriormente adicionou as partes conhecidas como livro de Morôni.
Por volta do ano 421 d.C., Morôni, o último dos profetas-historiadores
xv BREVE EXPLICAÇÃO SOBRE O LIVRO DE MÓRMON
nefitas, selou o registro sagrado e ocultou-o para o Senhor, para ser
trazido à luz nos últimos dias, como foi predito pela voz de Deus por
meio dos Seus profetas antigos. Em 1823 d.C., esse mesmo Morôni,
então um personagem ressurreto, visitou o Profeta Joseph Smith e
subsequentemente lhe entregou as placas gravadas.
Com respeito a esta edição: A página de título original, que está imedia-
tamente antes da página do índice, foi extraída das placas e faz parte
do texto sagrado. Introduções escritas com fonte não-grifada, como as
que estão em 1 Néfi e logo antes do capítulo 9 de Mosias, também são
parte do texto sagrado. Introduções em itálico, como as que ocorrem
nos cabeçalhos dos capítulos, não são originais do texto, mas sim au-
xílios de estudo acrescentados para a conveniência do leitor.
Nas edições anteriores do Livro de Mórmon publicadas em inglês,
perpetuaram-se alguns pequenos erros. Esta edição contém as correções
consideradas apropriadas para que o material esteja em concordância
com os manuscritos originais, assim como com as primeiras edições
publicadas pelo Profeta Joseph Smith.
ILUSTRAÇÕES
O Senhor Jesus Cristo
Pintura de Heinrich Hofmann
O Profeta Joseph Smith
Pintura de Alvin Gittins
Ver “Testemunho do Profeta Joseph Smith,” páginas x–xiii
Leí encontra a Liahona
Pintura de Arnold Friberg
Ver 1 Néfi 16, páginas 37–40
Leí e seu povo chegam à terra da promissão
Pintura de Arnold Friberg
Ver 1 Néfi 18, páginas 46–49
Alma batiza nas Águas de Mórmon
Pintura de Arnold Friberg
Ver Mosias 18, páginas 205–208
Samuel, o lamanita, profetiza
Pintura de Arnold Friberg
Ver Helamã 16, páginas 473–475
Jesus Cristo visita as Américas
Pintura de John Scott
Ver 3 Néfi 11, páginas 500–503
Morôni enterra os registros nefitas
Pintura de Tom Lovell
Ver Mórmon 8, páginas 561–565
PRIMEIRO LIVRO DE NÉFI
SEU GOVERNO E MINISTÉRIO

Relato sobre Leí, sua mulher Saria e seus quatro filhos, que se chamavam
(a começar pelo mais velho) Lamã, Lemuel, Sam e Néfi. O Senhor avisa
Leí que saia da terra de Jerusalém, porque ele profetiza ao povo acerca
de sua iniquidade e eles procuram tirar-lhe a vida. Ele viaja durante três
dias através do deserto, com a sua família. Néfi toma os seus irmãos e
volta à terra de Jerusalém, em busca do registro dos judeus. O relato dos
seus sofrimentos. Tomam as filhas de Ismael para esposas. Tomam as
suas famílias e vão para o deserto. Seus sofrimentos e aflições no deserto.
Rota das suas viagens. Chegam às grandes águas. Rebelião dos irmãos
contra Néfi. Ele confunde-os e constrói um barco. Dão ao lugar o nome
de Abundância. Atravessam as grandes águas, indo para a terra da pro-
missão, e assim por diante. Isto, segundo o relato de Néfi; ou, em outras
palavras, eu, Néfi, escrevi este registro.
CAPÍTULO 1 grande conhecimento da bondade
e dos f mistérios de Deus, faço, por
Néfi inicia o registro de seu povo —
isso, um g registro de meus feitos
Em visão, Leí vê uma coluna de fogo
durante minha vida.
e lê um livro de profecias — Louva
2 Sim, faço um registro na a lín-
a Deus, prediz a vinda do Messias e
gua de meu pai, que consiste no
profetiza a destruição de Jerusalém —
conhecimento dos judeus e na
É perseguido pelos judeus. Aproxima-
língua dos egípcios.
damente 600 a.C.
3 E sei que o registro que faço é

E U, a Néfi, tendo nascido de verdadeiro; e faço-o com minhas


a 

b 
bons c pais, recebi, portanto, próprias mãos e faço-o de acordo
alguma d instrução em todo o co- com o meu conhecimento.
nhecimento de meu pai; e ten- 4 Pois aconteceu no começo do
do passado muitas e aflições no a 
primeiro ano do reinado de b Ze-
decurso de meus dias, fui, não dequias, rei de Judá (tendo meu
obstante, altamente favorecido pai, Leí, morado todos os seus
pelo Senhor em todos os meus dias em c Jerusalém); e apareceram
dias; sim, havendo adquirido um muitos d profetas, nesse mesmo
1 1 a GEE Néfi, Filho de Leí. g GEE Escrituras. apêndice.
b Prov. 22:1. 2 a Mos. 1:2–4; b 2 Crôn. 36:10;
c D&C 68:25, 28. Mórm. 9:32–33. Jer. 52:3–5;
GEE Pais. 3 a 1 Né. 14:30; Ômni 1:15.
d En. 1:1; Mos. 1:6; c 1 Crôn. 9:3.
Mos. 1:2–3. Ét. 5:1–3; d 2 Re. 17:13–15;
GEE Ensinar, Mestre. D&C 17:6. 2 Crôn. 36:15–16;
e GEE Adversidade. 4 a 598 a.C.; Jer. 7:25–26.
f GEE Mistérios de Deus. ver Cronologia no GEE Profeta.
1 NÉFI 1:5–15 2
ano, profetizando ao povo que 10 E viu também doze outros
a 

todos deveriam arrepender-se ou que o seguiam; e seu brilho exce-


a grande cidade de e Jerusalém dia ao das estrelas no firmamento.
precisaria ser destruída. 11 E eles desceram e andaram
5 Portanto, aconteceu que meu pela face da Terra; e o primeiro
pai, a Leí, enquanto seguia seu ca- veio e colocou-se diante de meu
minho, orou ao Senhor, sim, de pai; e deu-lhe um a livro e orde-
todo o b coração, em favor de seu nou-lhe que o lesse.
povo. 12 E aconteceu que, enquanto
6 E aconteceu que enquanto ele lia, ele ficou cheio do a Espírito
orava ao Senhor, apareceu uma do Senhor.
a 
coluna de fogo que permaneceu 13 E ele leu, dizendo: Ai, ai de
sobre uma rocha, diante dele; e Jerusalém, pois vi tuas a abomi-
foi muito o que ele viu e ouviu; nações! Sim, e meu pai leu mui-
e tremeu e estremeceu intensa- tas coisas concernentes a b Jeru-
mente por causa das coisas que salém — que ela seria destruída,
viu e ouviu. assim como seus habitantes; mui-
7 E aconteceu que ele retornou tos morreriam pela espada e mui-
para sua casa em Jerusalém e jo- tos seriam c levados cativos para a
gou-se sobre a cama, a dominado Babilônia.
pelo Espírito e pelas coisas que 14 E aconteceu que depois de ter
vira. lido e visto muitas coisas grandes
8 E estando desta maneira do- e maravilhosas, meu pai prorrom-
minado pelo Espírito, foi arreba- peu em exclamações ao Senhor,
tado em uma a visão e viu os b céus tais como: Grandes e maravilho-
abertos e pensou ter visto Deus sas são as tuas obras, ó Senhor
sentado em seu trono, rodeado Deus Todo-Poderoso! Alto nos
por inumeráveis multidões de an- céus está o teu trono; e teu poder e
jos, na atitude de cantar e louvar bondade e misericórdia estendem-
a seu Deus. se sobre todos os habitantes da
9 E aconteceu que ele viu Um Terra; e porque és misericordio-
que descia do meio do céu; e viu so, não permitirás que pereçam
que o seu a resplendor era maior aqueles que a vierem a ti.
que o do sol ao meio-dia. 15 E era desta maneira que meu
4 e Jer. 26:18; 2 Né. 1:4; JS—H 1:20. 12 a D&C 6:15.
Hel. 8:20. 8 a 1 Né. 5:4. 13 a 2 Re. 24:18–20;
5 a GEE Leí, Pai de Néfi. GEE Visão. 2 Crôn. 36:14.
b Tg. 5:16. b Eze. 1:1; At. 7:55–56; b 2 Re. 23:27; 24:2;
6 a Êx. 13:21; 1 Né. 11:14; Jer. 13:13–14;
Hel. 5:24, 43; Hel. 5:45–49; 2 Né. 1:4.
D&C 29:12; D&C 137:1. c 2 Re. 20:17–18;
JS—H 1:16. 9 a JS—H 1:16–17. 2 Né. 25:10;
7 a Dan. 10:8; 1 Né. 17:47; 10 a GEE Apóstolo. Ômni 1:15.
Mois. 1:9–10; 11 a Eze. 2:9. 14 a Al. 5:33–36; 3 Né. 9:14.
3 1 NÉFI 1:16–2:2
pai falava, ao louvar ao seu Deus; as coisas que havia lido no livro
pois sua alma regozijava-se e todo manifestavam claramente a vin-
o seu coração estava cheio por da de um b Messias, e também a
causa das coisas que vira, sim, redenção do mundo.
que o Senhor lhe havia mostrado. 20 E quando ouviram estas coi-
16 E agora eu, Néfi, não faço um sas, os judeus iraram-se contra ele;
relato completo das coisas que sim, como haviam feito com os
meu pai escreveu, pois ele escre- profetas antigos, a quem tinham
veu muitas coisas que viu em vi- a 
expulsado e apedrejado e mata-
sões e em sonhos; e também escre- do; e procuraram também tirar-
veu muitas coisas que a profetizou lhe a vida. E eis, porém, que eu,
e disse a seus filhos, das quais não Néfi, vos mostrarei que as ternas
farei um relato completo. b 
misericórdias do Senhor estão so-
17 Farei, porém, um relato dos bre todos aqueles que ele escolheu
meus feitos em meus dias. Eis que por causa de sua fé, para torná-los
escrevo um a resumo do registro fortes com o poder de libertação.
de meu pai nas placas que fiz com
minhas próprias mãos; então, de- CAPÍTULO 2
pois de haver resumido o b regis-
Leí leva a família para o deserto jun-
tro de meu pai, farei um relato de
to ao Mar Vermelho — Abandonam
minha própria vida.
seus bens — Leí oferece um sacrifício
18 Portanto, quero que saibais
ao Senhor e ensina os filhos a guarda-
que, depois de o Senhor ter mos-
rem os mandamentos — Lamã e Le-
trado a meu pai, Leí, tantas coisas
muel murmuram contra o pai — Néfi
maravilhosas, sim, referentes à
é obediente e ora com fé; o Senhor fala
a 
destruição de Jerusalém, eis que
com ele e escolhe-o para governar os
este se dirigiu ao povo e começou
irmãos. Aproximadamente 600 a.C.
a b profetizar e a declarar as coisas
que vira e ouvira. Pois eis que aconteceu ter o Se-
19 E aconteceu que os judeus nhor falado a meu pai, sim, num
a 
escarneceram dele pelas coisas sonho, dizendo: Bendito és tu, Leí,
que testificava a respeito deles; pelas coisas que fizeste; e porque
pois verdadeiramente testificava foste fiel e declaraste a este povo
a respeito de suas iniquidades e as coisas que te ordenei, eis que
abominações; e testificava que as procuram a tirar-te a vida.
coisas que vira e ouvira, e também 2  E aconteceu que o Senhor
16 a 1 Né. 7:1. D&C 5:20. 20 a Hel. 13:24–26.
17 a 1 Né. 9:2–5. b GEE Profecia, Profetizar. b Al. 34:38;
b 1 Né. 6:1–3; 19:1–6; 19 a 2 Crôn. 36:15–16; D&C 46:15.
2 Né. 5:29–33; Jer. 25:4; GEE Misericórdia,
D&C 10:38–46. 1 Né. 2:13; 7:14. Misericordioso.
18 a 2 Né. 25:9–10; b GEE Messias. 2 1 a 1 Né. 7:14.
1 NÉFI 2:3–13 4
a 
ordenou a meu pai, num sonho, b 
9 E quando meu pai viu que
que c partisse com a família para as águas do rio desaguavam na
o deserto. fonte do Mar Vermelho, falou a
3 E aconteceu que ele foi a obe- Lamã, dizendo: Oh! Tu poderias
diente à palavra do Senhor; fez, ser como este rio, continuamen-
portanto, o que o Senhor lhe te correndo para a fonte de toda
ordenara. retidão!
4 E aconteceu que ele partiu para 10 E também disse a Lemuel:
o deserto. E deixou sua casa e a Oh! Tu poderias ser como este
terra de sua herança e seu ouro e vale, firme, constante e imutável
sua prata e suas coisas preciosas; em guardar os mandamentos do
e nada levou consigo, a não ser Senhor!
sua família e provisões e tendas; 11 Ora, isto ele disse por causa
e a partiu para o deserto. da obstinação de Lamã e Lemuel;
5 E desceu pelos limites perto da porque eis que a murmuravam a
costa do a Mar Vermelho; e viajou respeito de muitas coisas contra
pelo deserto, do lado mais pró- seu b pai, que ele era um c visioná-
ximo do Mar Vermelho; e viajou rio e os havia tirado da terra de
pelo deserto com sua família, que Jerusalém, fazendo-os deixar a
consistia em minha mãe, Saria, e terra de sua herança e seu ouro e
meus irmãos mais velhos, b Lamã, sua prata e suas coisas preciosas,
Lemuel e Sam. para morrerem no deserto. E di-
6 E aconteceu que depois de ha- ziam que ele havia feito isso por
ver viajado três dias pelo deserto, causa das loucas fantasias de seu
ele armou sua tenda num a vale, à coração.
margem de um rio de águas. 12 E assim Lamã e Lemuel, sen-
7 E aconteceu que construiu um do os mais velhos, murmuravam
a 
altar de b pedras e fez uma ofer- contra o seu pai. E murmuravam
ta ao Senhor e rendeu c graças ao por a desconhecerem a maneira
Senhor nosso Deus. de proceder daquele Deus que os
8 E aconteceu que deu ao rio, havia criado.
que desaguava no Mar Vermelho, 13  Nem acreditavam que Je-
o nome de Lamã; e o vale ficava rusalém, aquela grande cidade,
nas margens, perto de sua desem- pudesse ser a destruída confor-
bocadura. me as palavras dos profetas. E
2 a 1 Né. 5:8; 17:44. D&C 17:1. Graças, Agradecido,
b GEE Sonho. b GEE Lamã. Agradecimento.
c Gên. 12:1; 6 a 1 Né. 9:1. 11 a 1 Né. 17:17.
2 Né. 10:20; 7 a Gên. 12:7–8; GEE Murmurar.
Ét. 1:42; Abr. 2:3. Êx. 24:4; b Prov. 20:20.
3 a GEE Obedecer, Abr. 2:17. c 1 Né. 5:2–4.
Obediência, Obediente. b Êx. 20:25; 12 a Mois. 4:6.
4 a 1 Né. 10:4; 19:8. Deut. 27:5–6. 13 a Jer. 13:14;
5 a 1 Né. 16:14; c GEE Ação de 1 Né. 1:13.
5 1 NÉFI 2:14–24
assemelhavam-se aos judeus que me falou, dizendo: Bendito és tu,
estavam em Jerusalém, que pro- Néfi, por causa de tua a fé, porque
curavam tirar a vida de meu pai. me procuraste diligentemente,
14 E aconteceu que meu pai lhes com humildade de coração.
falou no vale de Lemuel, com a po- 20 E se guardares meus manda-
der, estando cheio do Espírito, até mentos, a prosperarás e serás con-
b 
tremerem diante dele; e confun- duzido a uma b terra de promissão;
diu-os, de modo que não ousaram sim, uma terra que preparei para
falar contra ele; portanto, fizeram ti; sim, uma terra escolhida acima
o que ele lhes ordenou. de todas as outras terras.
15  E habitou meu pai numa 21 E se teus irmãos se rebelarem
tenda. contra ti, serão a afastados da pre-
16 E aconteceu que eu, Néfi, sença do Senhor.
sendo muito jovem, embora de 22 E se guardares meus manda-
grande estatura, e tendo também mentos, serás feito a governante e
grande desejo de saber dos a misté- mestre de teus irmãos.
rios de Deus, clamei, portanto, ao 23 Pois eis que no dia em que
Senhor; e eis que ele me b visitou e se rebelarem contra mim, eu os
c 
enterneceu meu coração, de ma- a 
amaldiçoarei com dolorosa mal-
neira que d acreditei em todas as dição e não terão poder sobre a
palavras que meu e pai dissera; por tua semente, a menos que ela tam-
esta razão não me revoltei contra bém se rebele contra mim.
ele, como meus irmãos. 24 E se acontecer que ela se re-
17 E falei a Sam, contando-lhe as bele contra mim, eles serão um
coisas que o Senhor me havia ma- a 
flagelo para teus descendentes,
nifestado por meio de seu Santo a fim de b levá-los aos caminhos
Espírito. E aconteceu que ele acre- da lembrança.
ditou em minhas palavras.
18 Mas eis que Lamã e Lemuel
CAPÍTULO 3
não quiseram dar ouvidos às mi-
nhas palavras; e a aflito pela du- Os filhos de Leí retornam a Jerusa-
reza de seu coração, roguei ao lém para obter as placas de latão —
Senhor por eles. Labão recusa-se a entregar as pla-
19 E aconteceu que o Senhor cas — Néfi exorta e encoraja seus
14 a GEE Poder. Profeta. Promissão.
b 1 Né. 17:45. 18 a Al. 31:24; 21 a 2 Né. 5:20–24;
16 a GEE Mistérios de Deus. 3 Né. 7:16. Al. 9:13–15; 38:1.
b Salm. 8:4; 19 a 1 Né. 7:12; 15:11. 22 a Gên. 37:8–11;
Al. 17:10; 20 a Jos. 1:7; 1 Né. 3:29.
D&C 5:16. 1 Né. 4:14; 23 a Deut. 11:28;
GEE Revelação. Mos. 1:7. 1 Né. 12:22–23;
c 1 Re. 18:37; b Deut. 33:13–16; D&C 41:1.
Al. 5:7. 1 Né. 5:5; 7:13; 24 a Jos. 23:13;
d 1 Né. 11:5. Mois. 7:17–18. Juí. 2:22–23.
e GEE Pai Terreno; GEE Terra da b 2 Né. 5:25.
1 NÉFI 3:1–15 6
irmãos — Labão rouba-lhes os bens preparar um caminho pelo qual
c 

e tenta matá-los — Lamã e Lemuel suas ordens possam ser cumpri-


agridem Néfi e Sam e são reprova- das.
dos por um anjo. Aproximadamente 8 E aconteceu que quando meu
600–592 a.C. pai ouviu estas palavras, rejubi-
lou-se, porque compreendeu que
E aconteceu que eu, Néfi, depois o Senhor me havia abençoado.
de haver falado com o Senhor, vol- 9 E eu, Néfi, e meus irmãos em-
tei à tenda de meu pai. preendemos a viagem pelo deser-
2 E aconteceu que ele me falou, to com nossas tendas, para subir-
dizendo: Eis que sonhei um a so- mos à terra de Jerusalém.
nho, no qual o Senhor me ordenou 10 E aconteceu que, tendo subi-
que tu e teus irmãos voltásseis a do à terra de Jerusalém, eu e meus
Jerusalém. irmãos pusemo-nos a deliberar.
3 Pois eis que Labão possui o re- 11 E a lançamos sortes, para ver
gistro dos judeus e também uma qual de nós iria à casa de Labão.
a 
genealogia de meus antepassa- E aconteceu que a sorte caiu sobre
dos; e eles estão gravados em pla- Lamã; e Lamã foi à casa de Labão
cas de latão. e falou com ele, enquanto estava
4 Ordenou-me o Senhor, portan- sentado em sua casa.
to, que tu e teus irmãos fôsseis à 12 E pediu a Labão os registros
casa de Labão buscar os regis- que estavam gravados nas placas
tros e os trouxésseis aqui para o de latão, que continham a a genea-
deserto. logia de meu pai.
5 E agora, eis que teus irmãos 13 E eis que Labão se irou e ex-
murmuram, dizendo que lhes pulsou-o de sua presença; e re-
pedi uma coisa difícil; eis, porém, cusou-se a dar-lhe os registros.
que não sou eu quem o pede, mas Portanto, disse-lhe: Eis que tu és
é uma ordem do Senhor. um ladrão e vou matar-te.
6 Vai, portanto, meu filho, e serás 14 Lamã, porém, fugiu de sua
favorecido pelo Senhor, porque presença e contou-nos o que La-
a 
não murmuraste. bão havia feito. E começamos a
7 E aconteceu que eu, Néfi, dis- afligir-nos grandemente e meus
se a meu pai: Eu a irei e cumprirei irmãos estavam prestes a voltar
as ordens do Senhor, porque sei para junto de meu pai no deserto.
que o Senhor nunca dá b ordens 15 Mas eis que eu lhes disse: As-
aos filhos dos homens sem antes sim como vive o Senhor e vivemos
3 2 a GEE Sonho. GEE Fé; Filip. 4:13;
3 a 1 Né. 5:14. Obedecer, Obediência, 1 Né. 17:3, 50;
6 a GEE Apoio aos Líderes Obediente. D&C 5:34.
da Igreja. b GEE Mandamentos de 11 a Ne. 10:34;
7 a 1 Sam. 17:32; Deus. At. 1:26.
1 Re. 17:11–15. c Gên. 18:14; 12 a 1 Né. 3:3; 5:14.
7 1 NÉFI 3:16–29
nós, não desceremos para o de- terra de nossa herança e recolhe-
serto onde está nosso pai até ha- mos nosso a ouro e nossa prata e
vermos cumprido o que o Senhor nossas coisas preciosas.
nos ordenou. 23 E depois de havermos reu-
16 Sejamos, portanto, fiéis aos nido essas coisas, subimos nova-
mandamentos do Senhor; desça- mente à casa de Labão.
mos, pois, à terra da a herança de 24 E aconteceu que entramos na
nosso pai, porque ele deixou ouro casa de Labão e pedimos-lhe que
e prata e toda espécie de riquezas. nos entregasse os registros que
E tudo isso ele fez por causa dos estavam gravados nas a placas de
b 
mandamentos do Senhor. latão, pelos quais lhe daríamos
17 Porque ele sabia que Jerusa- nosso ouro e nossa prata e todas
lém deveria ser a destruída por as nossas coisas preciosas.
causa da iniquidade do povo. 25 E aconteceu que quando La-
18 Pois eis que a rejeitaram as bão viu que nossos bens eram
palavras dos profetas. Portanto, muitos, a cobiçou-os, de modo que
se meu pai permanecesse na terra nos pôs para fora e enviou seus
depois de haver recebido b ordem servos para nos matarem, a fim
de fugir, eis que pereceria tam- de apoderar-se de nossos bens.
bém. Assim, foi necessário que 26 E aconteceu que fugimos dos
fugisse da terra. servos de Labão e fomos obriga-
19 E eis que é sábio para Deus dos a abandonar nossos bens; e
que obtenhamos esses a registros, eles caíram nas mãos de Labão.
para que preservemos para nos- 27 E aconteceu que fugimos para
sos filhos o idioma de nossos pais. o deserto e os servos de Labão não
20 E também para que lhes a pre- nos alcançaram; e escondemo-nos
servemos as palavras que foram na cavidade de uma rocha.
proferidas pela boca de todos os 28 E aconteceu que Lamã se en-
santos profetas, as quais lhes fo- fureceu comigo e também com
ram dadas pelo Espírito e poder meu pai; e também Lemuel, por-
de Deus desde o começo do mun- que deu ouvidos às palavras de
do, até o tempo presente. Lamã. Lamã e Lemuel usaram,
21 E aconteceu que, com essas portanto, de a expressões rudes
palavras, persuadi meus irmãos para conosco, seus irmãos mais
a permanecerem fiéis aos man- jovens; e açoitaram-nos com uma
damentos de Deus. vara.
22 E aconteceu que descemos à 29 E aconteceu que enquanto nos
16 a 1 Né. 2:4. b 1 Né. 16:8. 22 a 1 Né. 2:4.
b 1 Né. 2:2; 4:34. 19 a Ômni 1:17; 24 a 1 Né. 3:3.
17 a 2 Crôn. 36:16–20; Mos. 1:2–6. 25 a GEE Cobiçar.
Jer. 39:1–9; 20 a GEE Escrituras — As 28 a 1 Né. 17:17–18.
1 Né. 1:13. escrituras devem ser
18 a GEE Rebeldia, Rebelião. preservadas.
1 NÉFI 3:30–4:7 8
açoitavam com uma vara, apare- e seus cinquenta, sim, ou mesmo
ceu um a anjo do Senhor que, pon- suas dezenas de milhares?
do-se à frente deles, lhes disse: 2 Subamos, portanto; sejamos
Por que açoitais vosso irmão mais a 
fortes como b Moisés; porque ele
jovem com uma vara? Não sabeis por certo falou às águas do c Mar
que o Senhor o escolheu para ser Vermelho e elas dividiram-se para
vosso b governante, devido a vos- um e outro lado; e nossos pais
sa iniquidade? Eis que tornareis saíram do cativeiro passando
a subir a Jerusalém e o Senhor sobre terra seca; e foram segui-
entregará Labão em vossas mãos. dos pelos exércitos de Faraó, que
30 E depois de nos haver falado, se afogaram nas águas do Mar
o a anjo partiu. Vermelho.
31 E depois que o anjo partiu, 3 Agora, eis que sabeis que isso é
Lamã e Lemuel começaram no- verdade; e sabeis também que um
vamente a a murmurar, dizendo: a 
anjo vos falou; como, pois, podeis
Como é possível que o Senhor duvidar? Subamos; o Senhor tem
entregue Labão em nossas mãos? poder para livrar-nos, como livrou
Eis que ele é um homem poderoso nossos pais; e para destruir Labão,
e pode comandar cinquenta, sim, como destruiu os egípcios.
ele pode mesmo matar cinquenta; 4 Ora, depois de haver eu dito
por que não a nós? estas palavras, ainda estavam ir-
ritados e continuaram a murmu-
CAPÍTULO 4 rar; não obstante, seguiram-me
até chegarmos às muralhas de
Néfi mata Labão por ordem do Se-
Jerusalém.
nhor e depois se apodera das placas
5 E era noite; e eu fiz com que se
de latão por meio de um estratage-
escondessem fora das muralhas. E
ma — Zorã decide unir-se à família
depois de se haverem eles escon-
de Leí no deserto. Aproximadamente
dido, eu, Néfi, penetrei sorratei-
600–592 a.C.
ramente na cidade e dirigi-me à
E aconteceu que falei a meus casa de Labão.
irmãos, dizendo: Subamos nova- 6 E fui a conduzido pelo Espírito,
mente a Jerusalém e sejamos a fiéis não b sabendo de antemão o que
aos mandamentos do Senhor; pois deveria fazer.
eis que ele é mais poderoso que 7 Não obstante, segui em fren-
toda a terra. Então, por que não há te e, chegando perto da casa de
de ser b mais poderoso que Labão Labão, vi um homem que havia
29 a 1 Né. 4:3; 7:10. Corajoso; 1 Né. 17:26;
GEE Anjos. Fé. Mos. 7:19.
b 1 Né. 2:22. b 1 Né. 7:11–12. 3 a 1 Né. 3:29–31; 7:10.
30 a 1 Né. 16:38. 2 a Deut. 11:8. 6 a GEE Espírito Santo;
31 a GEE Murmurar. b GEE Moisés. Inspiração, Inspirar.
4 1 a GEE Coragem, c Êx. 14:21; b Heb. 11:8.
9 1 NÉFI 4:8–21
caído no chão, diante de mim, os meus mandamentos, c prospe-
b 

porque estava bêbado de vinho. rará na d terra da promissão.


8 E aproximando-me dele, vi que 15 Sim, e pensei também que eles
era Labão. não poderiam guardar os man-
9 E vi a sua a espada e tirei-a da damentos do Senhor, segundo a
bainha; e o punho era de ouro lei de Moisés, a menos que tives-
puro, trabalhado de modo admi- sem a lei.
rável; e vi que sua lâmina era do 16 Sabia também que a a lei es-
mais precioso aço. tava gravada nas placas de latão.
10 E aconteceu que fui a compe- 17 E também sabia que o Senhor
lido pelo Espírito a matar Labão; havia entregado Labão em minhas
mas disse em meu coração: Nun- mãos por este motivo — para que
ca fiz correr sangue humano. E eu pudesse obter os registros, de
contive-me; e desejei não ter de acordo com os seus mandamentos.
matá-lo. 18 Obedeci, portanto, à voz do
11 E o Espírito disse-me outra Espírito e peguei Labão pelos ca-
vez: Eis que o a Senhor o entre- belos e cortei-lhe a cabeça com sua
gou em tuas mãos. Sim, e eu sa- própria a espada.
bia também que ele procurara 19 E depois de ter-lhe cortado a
tirar-me a vida e que não daria cabeça com sua própria espada,
ouvidos aos mandamentos do tirei-lhe as vestimentas e coloquei-
Senhor; e também se b apoderara as sobre o meu próprio corpo; sim,
de nossos bens. cada uma delas; e cingi meus lom-
12 E aconteceu que o Espírito bos com a sua armadura.
me disse outra vez: Mata-o, pois o 20 E depois de haver feito isso,
Senhor entregou-o em tuas mãos. dirigi-me ao tesouro de Labão. E
13 Eis que o Senhor a mata os b iní- quando me dirigia ao tesouro de
quos, para que sejam cumpridos Labão, eis que vi o a servo de La-
seus justos desígnios. c Melhor é bão que guardava as chaves do
que pereça um homem do que tesouro. E, com a voz de Labão,
uma nação degenere e pereça na ordenei-lhe que me seguisse ao
incredulidade. tesouro.
14 E então quando eu, Néfi, ouvi 21 E ele supôs que eu fosse seu
estas palavras, lembrei-me das pa- amo Labão, porque viu as vesti-
lavras que o Senhor me dissera no mentas e também a espada que
deserto: a Se a tua semente guardar eu levava à cintura.
9 a 2 Né. 5:14; b GEE Iniquidade, Iníquo. c 1 Né. 2:20.
D&C 17:1. c Al. 30:47. d 1 Né. 17:13–14;
10 a Al. 14:11. 14 a Ômni 1:6; Jacó 2:12.
11 a 1 Sam. 17:41–49. Mos. 2:22; 16 a GEE Lei de Moisés.
b 1 Né. 3:26. Ét. 2:7–12. 18 a 1 Sam. 17:51.
13 a 1 Né. 17:33–38; b GEE Mandamentos de 20 a 2 Né. 1:30.
D&C 98:31–32. Deus.
1 NÉFI 4:22–38 10
22 E falou-me a respeito dos an- havendo também recebido muita
ciãos dos judeus, pois sabia que a 
força do Senhor, lancei-me sobre
seu amo, Labão, havia estado com o servo de Labão e segurei-o, para
eles durante a noite. que não fugisse.
23 E eu falei-lhe como se fora 32 E aconteceu que eu lhe disse
Labão. que, se ouvisse minhas palavras,
24 E disse-lhe também que eu assim como o Senhor vive e vivo
levaria as gravações que estavam eu, se ouvisse minhas palavras,
nas a placas de latão a meus irmãos poupar-lhe-íamos a vida.
mais velhos, que estavam fora das 33 E disse-lhe, sob a juramento,
muralhas. que não precisava temer; que se-
25 E também ordenei-lhe que ria um homem livre como nós, se
me seguisse. descesse conosco ao deserto.
26 E supondo ele que eu me re- 34 E também lhe disse: Certa-
ferisse aos irmãos da igreja e que mente o Senhor nos a ordenou que
eu verdadeiramente fosse Labão, procedêssemos assim; e não se-
a quem eu havia matado, seguiu- remos diligentes em guardar os
me. mandamentos do Senhor? Se qui-
27 E falou-me muitas vezes sobre seres, portanto, descer ao deser-
os anciãos dos judeus, enquanto to, ao encontro de meu pai, terás
eu me dirigia para meus irmãos lugar conosco.
que estavam fora das muralhas. 35 E aconteceu que a Zorã criou
28 E aconteceu que quando me coragem com minhas palavras.
viu, Lamã ficou com muito medo Ora, Zorã era o nome do servo;
e também Lemuel e Sam. E fugi- e ele prometeu que desceria para
ram de mim, porque pensaram o deserto até o lugar onde estava
que eu fosse Labão e que ele me nosso pai. Sim, e jurou também
houvesse matado; e que procuras- que permaneceria conosco daque-
se também tirar-lhes a vida. le momento em diante.
29 E aconteceu que os chamei e 36 Ora, desejávamos que ele per-
eles me ouviram; portanto, para- manecesse conosco para que os
ram de fugir de mim. judeus não soubessem de nossa
30 E aconteceu que quando o fuga para o deserto, com receio
servo de Labão viu meus irmãos, de que nos perseguissem para
pôs-se a tremer e estava para fu- destruir-nos.
gir de mim e voltar para a cidade 37 E aconteceu que quando Zorã
de Jerusalém. nos fez o a juramento, nossos te-
31 E agora eu, Néfi, sendo um mores cessaram a seu respeito.
homem de grande estatura e 38 E aconteceu que tomamos as
24 a 1 Né. 3:12, 19–24; 33 a GEE Juramento. GEE Zorã, Zoramitas.
5:10–22. 34 a 1 Né. 2:2; 3:16. 37 a Jos. 9:1–21;
31 a Mos. 9:17; 35 a 1 Né. 16:7; Ecles. 5:4.
Al. 56:56. 2 Né. 5:5–6. GEE Juramento.
11 1 NÉFI 5:1–10
placas de latão e o servo de La- permanecido em Jerusalém e pe-
bão e partimos para o deserto; e recido com meus irmãos.
viajamos até a tenda de nosso pai. 5 Eis que obtive, porém, uma
a 
terra de promissão, pelo que me
CAPÍTULO 5 regozijo; sim, e b sei que o Senhor
livrará meus filhos das mãos de
Saria queixa-se de Leí — Ambos se
Labão e no-los devolverá no de-
regozijam com o retorno de seus fi-
serto.
lhos — Eles oferecem sacrifícios —
6 E com essas palavras meu pai,
As placas de latão contêm escritos
Leí, confortava minha mãe, Saria,
de Moisés e dos profetas — As placas
a nosso respeito, enquanto viajá-
identificam Leí como descendente de
vamos pelo deserto para a terra
José — Leí profetiza a respeito de sua
de Jerusalém a fim de obtermos
semente e da preservação das placas.
o registro dos judeus.
Aproximadamente 600–592 a.C.
7 E quando voltamos à tenda
E aconteceu que depois de ha- de meu pai, eis que sua alegria
vermos descido para o deserto até foi completa e minha mãe ficou
nosso pai, eis que ele se encheu confortada.
de alegria; e minha mãe, a Saria, 8 E ela falou, dizendo: Agora
também se alegrou muito, pois sei com certeza que o Senhor a or-
verdadeiramente havia pranteado denou a meu marido que fugis-
por nossa causa. se para o deserto; sim, e tenho
2 Pois ela pensara que havíamos também certeza de que o Senhor
perecido no deserto e queixara-se protegeu meus filhos e livrou-os
também de meu pai, acusando-o das mãos de Labão; e deu-lhes o
de visionário, dizendo: Eis que tu poder de b executarem o que o Se-
nos tiraste da terra de nossa he- nhor lhes havia ordenado. E desse
rança e meus filhos já não existem; modo ela falou.
e nós pereceremos no deserto. 9 E aconteceu que se regozijaram
3 E era desse modo que minha muito e ofereceram a sacrifícios e
mãe se queixava de meu pai. holocaustos ao Senhor; e rende-
4 E aconteceu que meu pai lhe ram b graças ao Deus de Israel.
respondeu, dizendo: Sei que sou 10 E depois de haverem rendido
um a visionário, pois se não hou- graças ao Deus de Israel, meu pai,
vesse visto as coisas de Deus Leí, tomou os registros que esta-
numa b visão não teria conheci- vam gravados nas a placas de latão
do a bondade de Deus, mas teria e examinou-os desde o princípio.
5 1 a GEE Saria. Promissão. GEE Lei de Moisés.
4 a 1 Né. 2:11. b GEE Fé. b GEE Ação de
b 1 Né. 1:8–13. 8 a 1 Né. 2:2. Graças, Agradecido,
GEE Visão. b 1 Né. 3:7. Agradecimento.
5 a 1 Né. 2:20; 18:8, 22–23. 9 a Mos. 2:3; 10 a 1 Né. 4:24, 38; 13:23.
GEE Terra da 3 Né. 9:19–20. GEE Placas de Latão.
1 NÉFI 5:11–22 12
11 E viu que continham os cinco antepassados haviam mantido os
a 
livros de Moisés, que faziam um registros.
relato da criação do mundo e tam- 17 E então, quando meu pai viu
bém de Adão e Eva, que foram os todas essas coisas, encheu-se do
nossos primeiros pais. Espírito e começou a profetizar
12 E também um a registro dos sobre seus descendentes —
judeus, desde o princípio até o 18  Que essas placas de latão
começo do reinado de Zedequias, iriam a todas as nações, tribos,
rei de Judá. línguas e povos que fossem de
13 E também as profecias dos sua descendência.
santos profetas, desde o princípio 19 Disse também que as placas
até o começo do reinado de a Zede- de latão a jamais seriam destruí-
quias; e também muitas profecias das ou escurecidas pelo tempo.
que foram proferidas pela boca de E profetizou muitas coisas sobre
b 
Jeremias. sua semente.
14 E aconteceu que meu pai, Leí, 20 E aconteceu que até então
também descobriu nas a placas de meu pai e eu havíamos guardado
latão uma genealogia de seus pais; os mandamentos que o Senhor
soube, portanto, que ele descendia nos dera.
de b José, sim, aquele mesmo José 21 E havíamos obtido os regis-
que era filho de c Jacó e que fora tros que o Senhor nos ordenara e
d 
vendido no Egito e que fora e pre- os havíamos examinado e visto
servado pela mão do Senhor para que eram de grande valor; sim, de
que pudesse preservar seu pai, tão grande a valor que poderíamos
Jacó, e toda a sua casa, evitando b 
preservar os mandamentos do
que morressem de fome. Senhor para nossos filhos.
15 E foram também a tirados do 22 Era, pois, sábio para o Senhor
cativeiro e da terra do Egito pelo que os levássemos conosco en-
mesmo Deus que os havia pre- quanto viajávamos pelo deserto
servado. rumo à terra da promissão.
16 E assim meu pai, Leí, desco-
briu a genealogia de seus pais.
CAPÍTULO 6
Labão também era descendente
de a José, razão por que ele e seus Néfi escreve sobre as coisas de
11 a 1 Né. 19:23. 14 a 1 Né. 3:3, 12. Amós 3:1–2;
GEE Pentateuco. GEE Placas de Latão. 1 Né. 17:23–31;
12 a 1 Crôn. 9:1. b 2 Né. 3:4; D&C 103:16–18; 136:22.
GEE Escrituras. Al. 10:3. 16 a 1 Né. 6:2.
13 a 2 Re. 24:18; GEE José, Filho de Jacó. 19 a Al. 37:4–5.
Jer. 37:1. c GEE Jacó, Filho de 21 a GEE Escrituras — Valor
b Esd. 1:1; Isaque. das escrituras.
Jer. 36:17–32; d Gên. 37:29–36. b 2 Né. 25:26.
1 Né. 7:14; e Gên. 45:4–5.
Hel. 8:20. 15 a Êx. 13:17–18;
13 1 NÉFI 6:1–7:4
Deus — O propósito de Néfi é per- CAPÍTULO 7
suadir os homens a virem ao Deus de
Os filhos de Leí retornam a Jerusalém
Abraão e serem salvos. Aproximada-
e pedem a Ismael e sua família que
mente 600–592 a.C.
os acompanhem em sua viagem —
Lamã e outros rebelam-se — Néfi
E agora eu, Néfi, não menciono
exorta seus irmãos a terem fé no Se-
a genealogia de meus pais a nes-
nhor — Eles amarram-no com cor-
ta parte de meu registro; nem a
das e planejam sua destruição — Ele
mencionarei uma vez sequer nas
é libertado pelo poder da fé — Seus
b 
placas que estou escrevendo, por-
irmãos pedem perdão — Leí e seu
que está no registro que foi feito
grupo oferecem sacrifício e holocaus-
por meu c pai; não a escreverei,
tos. Aproximadamente 600–592 a.C.
portanto, nesta obra.
2 Basta-me dizer que somos des- E agora quisera que soubésseis
cendentes de a José. que depois de meu pai, Leí, haver
3 E não é importante que eu seja terminado de a profetizar acerca
meticuloso, fazendo um relato de seus descendentes, aconteceu
completo de todas as coisas de que o Senhor lhe falou outra vez,
meu pai, pois elas não podem ser dizendo que ele, Leí, não deveria
escritas a nestas placas, porque ne- levar sua família sozinha para o
cessito do espaço para escrever as deserto; mas que seus filhos de-
coisas de Deus. veriam tomar b filhas para c espo-
4 Pois tudo o que desejo é a per- sas, a fim de suscitarem descen-
suadir os homens a b virem ao dência para o Senhor na terra da
Deus de Abraão, e o Deus de Isa- promissão.
que, e o Deus de Jacó, e serem 2 E aconteceu que o Senhor lhe
salvos. a 
ordenou que eu, Néfi, e meus
5 Não escrevo, portanto, as coi- irmãos retornássemos à terra de
sas que a agradam ao mundo, mas Jerusalém e trouxéssemos Ismael
as que agradam a Deus e aos que e sua família para o deserto.
não são do mundo. 3 E aconteceu que eu, Néfi, via-
6 Ordenarei, portanto, a meus jei a novamente com meus irmãos
descendentes que não ocupem pelo deserto, para subirmos a
estas placas com as coisas que Jerusalém.
não são de valor para os filhos 4 E aconteceu que subimos à
dos homens. casa de Ismael e obtivemos favor
aos olhos de Ismael, de maneira
6 1 a 2 Né. 4:14–15. Ômni 1:30. Pal. Mórm. 1:4.
b 1 Né. 9:2. 4 a Jo. 20:30–31. Ver 7 1 a 1 Né. 5:17–19.
c 1 Né. 1:16–17; 19:1–6. página de rosto do b 1 Né. 16:7.
2 a 1 Né. 5:14–16. Livro de Mórmon. c GEE Casamento, Casar.
3 a Jacó 7:27; b 2 Né. 9:41, 45, 51. 2 a 1 Né. 16:7–8.
Jar. 1:2, 14; 5 a 1 Tess. 2:4; 3 a 1 Né. 3:2–3.
1 NÉFI 7:5–16 14
que lhe transmitimos as palavras também que obtivéssemos o
do Senhor. registro?
5 E aconteceu que o Senhor en- 12 Sim, e como é que vos ha-
terneceu o coração de Ismael e veis esquecido de que o Senhor
também de sua casa de tal ma- é capaz de fazer todas as a coisas
neira que eles desceram conosco segundo a sua vontade, para os
ao deserto, à tenda de nosso pai. filhos dos homens, se nele exer-
6 E aconteceu que durante a via- cerem b fé? Sejamos-lhe, portan-
gem pelo deserto, eis que Lamã to, fiéis.
e Lemuel e duas das filhas de Is- 13 E se a ele formos fiéis, obte-
mael e os dois a filhos de Ismael e remos a a terra da promissão; e sa-
suas famílias se revoltaram contra bereis, em alguma época futura,
nós; sim, contra mim, Néfi, e Sam; que a palavra do Senhor quanto
e contra o pai deles, Ismael, e sua à b destruição de Jerusalém será
mulher e suas três outras filhas. cumprida; porque todas as coi-
7 E aconteceu que durante essa sas que o Senhor disse, quanto à
revolta, quiseram eles voltar para destruição de Jerusalém, devem
a terra de Jerusalém. ser cumpridas.
8 E agora eu, Néfi, a aflito com 14 Pois eis que o Espírito do Se-
a dureza de seu coração, falei, nhor logo cessará de lutar com
portanto, a Lamã e Lemuel, di- eles; pois eis que eles a rejeitaram
zendo: Eis que sois meus irmãos os profetas e lançaram b Jeremias
mais velhos; e como é que sois na prisão. E procuraram tirar a
tão duros de coração e tão cegos c 
vida de meu pai, a ponto de fa-
de entendimento que necessitais zerem-no sair da terra.
que eu, vosso irmão mais novo, 15 Agora, eis que vos digo que,
vos fale, sim, e seja um exemplo se voltardes a Jerusalém, tam-
para vós? bém perecereis com eles. E agora,
9 Como é que não haveis dado se for vossa escolha, subi à terra
ouvidos à palavra do Senhor? e lembrai-vos das palavras que
10 Como é que a esquecestes que vos digo: Se fordes, também pe-
vistes um anjo do Senhor? recereis; pois assim o Espírito do
11 Sim, e como é que haveis es- Senhor me compele a falar-vos.
quecido as grandes coisas que o 16 E aconteceu que quando eu,
Senhor fez por nós, a livrando-nos Néfi, disse essas palavras a meus
das mãos de Labão e permitindo irmãos, eles se zangaram comigo.
6 a 2 Né. 4:10. Al. 26:12. Ômni 1:15;
8 a Al. 31:2; b 1 Né. 3:7; 15:11. Hel. 8:20–21.
Mois. 7:41. 13 a 1 Né. 2:20. 14 a Eze. 5:6;
10 a Deut. 4:9; GEE Terra da 1 Né. 1:18–20; 2:13.
1 Né. 3:29; 4:3. Promissão. GEE Rebeldia, Rebelião.
11 a 1 Né. 4. b 2 Re. 25:1–21; b Jer. 37:15–21.
12 a 1 Né. 17:50; 2 Né. 6:8; 25:10; c 1 Né. 2:1.
15 1 NÉFI 7:17–8:3
E aconteceu que eles me agarra- ao Senhor seu Deus que os per-
ram, pois eis que estavam muito doasse. E aconteceu que eles as-
irados, e a ataram-me com cordas, sim o fizeram. E depois de have-
pois pretendiam tirar-me a vida, rem orado ao Senhor, reiniciamos
deixando-me no deserto para que a viagem para a tenda de nosso
eu fosse devorado por animais pai.
selvagens. 22 E aconteceu que chegamos à
17 Mas aconteceu que eu orei tenda de nosso pai. E quando eu
ao Senhor, dizendo: Ó Senhor, de e meus irmãos e toda a casa de
acordo com minha fé em ti, livra- Ismael chegamos à tenda de meu
me das mãos de meus irmãos; pai, eles renderam a graças ao Se-
sim, dá-me forças para a romper nhor seu Deus; e ofereceram-lhe
estas cordas com que estou amar- b 
sacrifícios e holocaustos.
rado.
18 E aconteceu que quando eu CAPÍTULO 8
disse estas palavras, eis que as
Leí tem uma visão da árvore da
cordas se soltaram de minhas
vida — Come de seu fruto e deseja
mãos e pés; e pus-me de pé dian-
que sua família faça o mesmo — Vê
te de meus irmãos e tornei a fa-
uma barra de ferro, um caminho es-
lar-lhes.
treito e apertado e a névoa de escuri-
19 E aconteceu que eles se zan-
dão que encobre os homens — Saria,
garam comigo novamente e pro-
Néfi e Sam comem do fruto, porém
curaram agarrar-me; mas eis que
Lamã e Lemuel recusam-no. Apro-
uma das a filhas de Ismael, sim, e
ximadamente 600–592 a.C.
também sua mãe e um dos filhos
de Ismael imploraram a meus ir- E aconteceu que havíamos jun-
mãos de tal modo que lhes abran- tado todo tipo de sementes de
daram o coração; e eles não mais toda espécie, tanto de grãos de
tentaram tirar-me a vida. toda espécie quanto de sementes
20 E aconteceu que ficaram tão de frutas de toda espécie.
pesarosos por causa de sua mal- 2 E aconteceu que durante a per-
dade que se curvaram diante de manência de meu pai no deserto,
mim e suplicaram que eu lhes ele nos falou, dizendo: Eis que
perdoasse o que haviam feito con- a 
sonhei um sonho ou, em outras
tra mim. palavras, tive uma b visão.
21 E aconteceu que eu lhes a per- 3 E eis que, pelas coisas que vi,
doei sinceramente tudo o que ha- tenho motivo para alegrar-me
viam feito e exortei-os a pedirem no Senhor por causa de a Néfi e
16 a 1 Né. 18:11–15. Graças, Agradecido, b 1 Né. 10:17.
17 a Al. 14:26–28. Agradecimento. GEE Visão.
19 a 1 Né. 16:7. b 1 Né. 5:9. 3 a 1 Né. 8:14–18.
21 a GEE Perdoar. 8 2 a GEE Revelação;
22 a GEE Ação de Sonho.
1 NÉFI 8:4–19 16
também de Sam, pois tenho moti- ele encheu-me a alma de imensa
vos para acreditar que eles e tam- a 
alegria; portanto, comecei a b de-
bém muitos de seus descendentes sejar que dele também comesse
serão salvos. minha família; porque sabia que
4 Mas eis, a Lamã e Lemuel, que era mais c desejável que qualquer
eu temo excessivamente por vós; outro fruto.
pois eis que em meu sonho julguei 13 E ao olhar em redor para ver
ver um deserto escuro e triste. se acaso descobriria também mi-
5 E aconteceu que vi um homem nha família, vi um a rio de água; e
e ele estava vestido com um a man- ele passava perto da árvore cujo
to branco; e ele pôs-se na minha fruto eu estava comendo.
frente. 14 E olhei para ver de onde vi-
6 E aconteceu que me falou e or- nha; e vi que sua nascente estava
denou-me que o seguisse. próxima; e junto a ela estavam
7 E aconteceu que enquanto o vossa mãe, Saria, Sam e Néfi; eles
seguia, vi que eu estava num es- permaneciam ali, como se não
curo e triste deserto. soubessem para onde ir.
8 E depois de haver caminhado 15 E aconteceu que eu lhes ace-
pelo espaço de muitas horas na es- nei e também lhes disse, em alta
curidão, comecei a orar ao Senhor voz, que fossem ter comigo e co-
para que tivesse a compaixão de messem do fruto, que era mais de-
mim segundo sua terna e infinita sejável que qualquer outro fruto.
misericórdia. 16 E aconteceu que indo eles
9 E aconteceu que depois de orar ter comigo, comeram também do
ao Senhor, vi um a campo largo e fruto.
espaçoso. 17 E aconteceu que eu desejava
10 E aconteceu que vi uma a ár- que Lamã e Lemuel também co-
vore cujo b fruto era desejável para messem do fruto; portanto, olhei
fazer uma pessoa feliz. em direção à nascente do rio, a
11 E aconteceu que me aproxi- fim de ver se acaso os encontraria.
mei e comi de seu a fruto; e vi que 18 E aconteceu que eu os vi, mas
era o mais doce de todos os que eles a não quiseram ir ter comigo
já havia provado. Sim, e vi que o e comer do fruto.
fruto era branco, excedendo toda 19 E vi uma a barra de ferro que
b 
brancura que eu já vira. se estendia pela barranca do rio
12 E enquanto eu comia do fruto, e ia até a árvore onde eu estava.
4 a 1 Né. 8:35–36. GEE Árvore da Vida. 15:26–29.
5 a JS—H 1:30–32. b Al. 32:41–43. 18 a 2 Né. 5:20–25.
8 a GEE Misericórdia, 11 a Al. 5:34. 19 a Salm. 2:9;
Misericordioso. b 1 Né. 11:8. Apoc. 12:5;
9 a Mt. 13:38. 12 a GEE Alegria. TJS Apoc. 19:15
10 a Gên. 2:9; b Al. 36:24. (Apêndice da Bíblia);
Apoc. 2:7; 22:2; c 1 Né. 15:36. 1 Né. 8:30; 11:25;
1 Né. 11:4, 8–25. 13 a 1 Né. 12:16–18; 15:23–24.
17 1 NÉFI 8:20–33
20 E vi também um caminho edifício; e ele parecia estar no ar,
estreito e apertado, que acompa-
a 
bem acima da terra.
nhava a barra de ferro até a árvore 27 E estava cheio de gente, tanto
onde eu estava; e passava também velhos como jovens, tanto homens
pela nascente do rio, indo até um como mulheres; e suas vestimen-
b 
campo grande e espaçoso que tas eram muito finas; e sua a atitu-
parecia um mundo. de era de escárnio e apontavam
21 E vi inumeráveis multidões o dedo para aqueles que haviam
de pessoas, muitas delas se em- chegado e comiam do fruto.
purrando para alcançar o a cami- 28 E os que haviam a experimen-
nho que conduzia à árvore junto tado do fruto ficaram b envergo-
à qual eu me achava. nhados, por causa dos que zom-
22 E aconteceu que elas come- bavam deles, e c desviaram-se por
çaram a andar pelo caminho que caminhos proibidos e perderam-
conduzia à árvore. se.
23 E aconteceu que se levantou 29 E agora eu, Néfi, não mencio-
uma a névoa de escuridão, sim, no a todas as palavras de meu pai.
uma névoa de escuridão tão den- 30 Para escrever sucintamen-
sa que os que haviam iniciado o te, porém, eis que viu ele outras
caminho se extraviaram dele e, multidões que avançavam com
sem rumo, perderam-se. esforço; e chegavam e agarravam-
24 E aconteceu que vi outros se à extremidade da a barra de fer-
avançando com esforço; e che- ro; e avançavam, continuamente
garam e conseguiram segurar a agarradas à barra de ferro, até
extremidade da barra de ferro; e que chegaram; e prostraram-se e
empurraram-se através da névoa comeram do fruto da árvore.
de escuridão, apegados à barra de 31 E também viu outras a multi-
ferro, até que chegaram e come- dões tateando em direção àquele
ram do a fruto da árvore. grande e espaçoso edifício.
25 E depois de haverem comido 32 E aconteceu que muitos se
do fruto da árvore, olharam em afogaram nas profundezas do a rio;
redor como se estivessem a enver- e muitos outros desapareceram de
gonhados. sua vista, vagando por caminhos
26 E eu também olhei em re- desconhecidos.
dor e vi, na outra margem do rio 33 E grande era a multidão que
de água, um grande e a espaçoso entrou naquele estranho edifício.
20 a Mt. 7:14; 2 Tim. 1:8; Lc. 8:11–15;
2 Né. 31:17–20. Al. 46:21; Jo. 12:42–43.
b Mt. 13:38. Mórm. 8:38. c GEE Apostasia.
21 a GEE Caminho. 26 a 1 Né. 11:35–36; 12:18. 29 a 1 Né. 1:16–17.
23 a 1 Né. 12:17; 15:24. 27 a GEE Orgulho. 30 a 1 Né. 15:23–24.
24 a 1 Né. 8:10–12. 28 a 2 Ped. 2:19–22. 31 a Mt. 7:13.
25 a Rom. 1:16; b Mc. 4:14–20; 8:38; 32 a 1 Né. 15:26–29.
1 NÉFI 8:34–9:5 18
E depois de haverem entrado no menores tratam principalmente de
edifício, apontavam-me com o coisas sagradas. Aproximadamente
dedo, a zombando de mim e dos 600–592 a.C.
que também comiam do fruto;
nós, porém, não lhes demos aten- E todas estas coisas meu pai viu
ção. e ouviu e disse enquanto vivia
34 Estas são as palavras de meu numa tenda, no a vale de Lemuel;
pai: Todos os que deram a atenção e também muitas outras mais que
a eles se haviam perdido. não podem ser escritas nestas pla-
35 E a Lamã e Lemuel não come- cas.
ram do fruto, disse meu pai. 2 E agora, conforme falei sobre
36 E aconteceu que depois de estas placas, eis que elas não são
haver proferido todas as palavras as placas nas quais faço um rela-
de seu sonho ou visão, que foram to completo da história de meu
muitas, ele nos disse que, por cau- povo; pois dei o nome de Néfi às
sa dessas coisas que vira numa a 
placas nas quais faço um relato
visão, temia muito por Lamã e completo de meu povo; elas são,
Lemuel; sim, temia que fossem portanto, chamadas de placas de
expulsos da presença do Senhor. Néfi, segundo meu próprio nome;
37 E exortou-os então, com todo e estas placas também são chama-
o sentimento de um terno a pai, a das de placas de Néfi.
darem ouvidos às suas palavras, 3 Não obstante, recebi um man-
para que talvez o Senhor tivesse damento do Senhor para fazer
misericórdia deles e não os expul- estas placas, com o a fim especial
sasse; sim, meu pai pregou a eles. de deixar gravado um relato do
38 E depois de haver-lhes pre- b 
ministério de meu povo.
gado e profetizado muitas coisas, 4 Nas outras placas deve ser gra-
ordenou-lhes que seguissem os vado um relato do governo dos
mandamentos do Senhor; e ces- reis e das guerras e contendas de
sou de falar-lhes. meu povo; estas placas tratam,
portanto, na sua maior parte, do
ministério, enquanto as a outras
CAPÍTULO 9
placas tratam principalmente do
Néfi faz dois conjuntos de regis- governo dos reis e das guerras e
tros  — Cada um é chamado de contendas de meu povo.
placas de Néfi — As placas maio- 5 Ordenou-me, portanto, o Se-
res contêm uma história secular; as nhor que fizesse estas placas para
33 a GEE Perseguição, Pais. D&C 10:38–40.
Perseguir. 9 1 a 1 Né. 2:4–6, 8, 14–15; GEE Placas.
34 a Êx. 23:2. 16:6. 3 a D&C 3:19.
35 a 1 Né. 8:17–18; 2 a 1 Né. 19:2, 4; b 1 Né. 6:3.
2 Né. 5:19–24. Jacó 3:13–14; 4 a Jacó 1:2–4;
37 a GEE Família; Pal. Mórm. 1:2–11; Pal. Mórm. 1:10.
19 1 NÉFI 9:6–10:7
um sábio propósito seu, o qual
a 
tendo meu pai terminado de re-
me é desconhecido. latar o seu a sonho e também de
6 Mas o Senhor a conhece todas exortá-los a toda diligência, falou-
as coisas, desde o começo; portan- lhes sobre os judeus —
to, ele prepara um caminho para 3 Que depois que eles houves-
realizar todas as suas obras entre sem sido destruídos, sim, aquela
os filhos dos homens; pois eis que grande cidade de a Jerusalém, e
ele tem todo o b poder para fazer muitos b levados cativos para a
cumprir todas as suas palavras. E c 
Babilônia, na época fixada pelo
assim é. Amém. Senhor eles d retornariam, sim, e
seriam até tirados do cativeiro; e
CAPÍTULO 10 que depois que houvessem vol-
tado do cativeiro, ocupariam no-
Leí prediz o cativeiro na Babilônia —
vamente a terra de sua herança.
Fala da vinda, entre os judeus, de um
4 Sim, a seiscentos anos depois de
Messias, um Salvador, um Reden-
meu pai ter deixado Jerusalém, o
tor — Fala também da vinda daquele
Senhor Deus levantaria um b pro-
que batizaria o Cordeiro de Deus —
feta entre os judeus — um c Mes-
Leí fala da morte e ressurreição do
sias, ou, em outras palavras, um
Messias — Compara a dispersão e
Salvador do mundo.
a coligação de Israel a uma olivei-
5 E ele também falou, referindo-
ra — Néfi fala do Filho de Deus, do
se aos profetas, do grande núme-
dom do Espírito Santo e da necessi-
ro que havia a testemunhado estas
dade de retidão. Aproximadamente
coisas concernentes a esse Messias
600–592 a.C.
de que ele havia falado, ou seja,
E agora eu, Néfi, continuo a fazer esse Redentor do mundo.
nestas placas um relato de meus
a 
6 Portanto, toda a humanidade
feitos, de meu governo e minis- se encontrava num estado de per-
tério; portanto, para continuar o dição e a queda; e assim continua-
relato, necessito dizer algo sobre ria, a não ser que confiasse nesse
as coisas de meu pai e também de Redentor.
meus irmãos. 7 E falou também sobre um a pro-
2 Pois eis que aconteceu que, feta que viria antes do Messias,
5 a 1 Né. 19:3; 3 a Est. 2:6; 2 Né. 6:8; 2 Né. 25:19; 3 Né. 1:1.
Pal. Mórm. 1:7; Hel. 8:20–21. b 1 Né. 22:20–21.
Al. 37:2, 12, 14. b 587 a.C.; ver c GEE Messias.
6 a 2 Né. 9:20; Cronologia no 5 a Jacó 7:11;
D&C 38:2; apêndice. Mos. 13:33;
Mois. 1:6, 35. 2 Né. 25:10. Hel. 8:19–24;
GEE Onisciente. c Eze. 24:2; 1 Né. 1:13; 3 Né. 20:23–24.
b Mt. 28:18. Ômni 1:15. 6 a GEE Queda de Adão
10 1 a 1 Né. 9:1–5; 19:1–6; d Jer. 29:10; e Eva.
Jacó 1:1–4. 2 Né. 6:8–9. 7 a 1 Né. 11:27;
2 a 1 Né. 8. 4 a 1 Né. 19:8; 2 Né. 31:4.
1 NÉFI 10:8–17 20
a fim de preparar o caminho do comparados à oliveira cujos ra-
a 

Senhor — mos seriam arrancados e b espa-


8 Sim, ele iria clamar no deserto: lhados pela face da Terra.
a 
Preparai o caminho do Senhor e 13 Disse, portanto, que era ne-
endireitai as suas veredas, pois há cessário que fôssemos conduzidos
entre vós um que não conheceis e todos juntos à a terra da promis-
ele é mais poderoso do que eu, a são, para que se cumprisse a pa-
quem não sou digno de desatar a lavra do Senhor de que seríamos
correia das alparcas. E muito falou dispersos por toda a face da Terra.
meu pai a respeito disto. 14 E depois que a casa de Israel
9 E disse meu pai que ele batiza- houvesse sido dispersa, ela se-
ria em a Betabara, além do Jordão; ria novamente a reunida; ou, em
e também disse que ele b batizaria suma, depois que os b gentios ti-
com água; que ele batizaria o Mes- vessem recebido a plenitude do
sias com água. evangelho, os ramos naturais da
10 E depois de haver batizado o c 
oliveira, ou melhor, os remanes-
Messias com água, ele reconhece- centes da casa de Israel, seriam
ria e testificaria haver batizado o enxertados, ou seja, viriam a co-
a 
Cordeiro de Deus que iria tirar nhecer o verdadeiro Messias, seu
os pecados do mundo. Senhor e seu Redentor.
11 E aconteceu que após ter dito 15 E com essas palavras meu
essas palavras, meu pai falou a pai profetizou e falou a meus ir-
meus irmãos sobre o evangelho mãos; e também muitas coisas
que seria pregado aos judeus e mais, as quais não escrevo neste
também sobre a a queda dos ju- livro, pois escrevi em meu a outro
deus na b incredulidade. E depois livro todas as coisas que julguei
de haverem matado o Messias que convenientes.
haveria de vir e depois de haver 16 E todas essas coisas das quais
sido c morto, ele d ressuscitaria den- falei aconteceram enquanto meu
tre os mortos e manifestar-se-ia pai vivia em uma tenda, no vale
aos gentios pelo e Espírito Santo. de Lemuel.
12 Sim, e meu pai falou muito 17 E aconteceu que eu, Néfi, de-
sobre os gentios e também sobre pois de ouvir todas as a palavras
a casa de Israel, que eles seriam de meu pai referentes às coisas
8 a Isa. 40:3; e GEE Espírito Santo. 13 a 1 Né. 2:20.
Mt. 3:1–3. 12 a Gên. 49:22–26; GEE Terra da
9 a Jo. 1:28. 1 Né. 15:12; Promissão.
b GEE João Batista. 2 Né. 3:4–5; 14 a GEE Israel — Coligação
10 a GEE Cordeiro de Deus. Jacó 5; 6:1–7. de Israel.
11 a Jacó 4:14–18. GEE Oliveira; b 1 Né. 13:42;
b Mórm. 5:14. Vinha do Senhor. D&C 14:10.
c GEE Crucificação; b 1 Né. 22:3–8. c Jacó 5:8, 52, 54, 60, 68.
Jesus Cristo. GEE Israel — Dispersão 15 a 1 Né. 1:16–17.
d GEE Ressurreição. de Israel. 17 a En. 1:3; Al. 36:17.
21 1 NÉFI 10:18–11:3
que ele vira numa visão, como
b 
diante do tribunal de Deus; e nada
também as coisas que dissera com que é impuro pode habitar com
o poder do Espírito Santo, poder Deus; sereis, portanto, afastados
que ele recebeu pela fé no Filho para sempre.
de Deus — e o Filho de Deus era 22 E o Espírito Santo dá-me au-
o c Messias que deveria vir — eu, toridade para proclamar estas coi-
Néfi, também desejei ver e ouvir sas e não as reter.
e conhecer essas coisas pelo poder
do d Espírito Santo, que é o dom CAPÍTULO 11
concedido por Deus a todos os
Néfi vê o Espírito do Senhor e a ár-
que o procuram e diligentemente,
vore da vida é-lhe mostrada em vi-
tanto em tempos f passados como
são — Ele vê a mãe do Filho de Deus
no tempo em que se manifestará
e aprende sobre a condescendência de
aos filhos dos homens.
Deus — Vê o batismo, ministério e
18 Pois ele é o a mesmo ontem,
crucificação do Cordeiro de Deus —
hoje e para sempre; e o caminho
Vê também o chamado e ministé-
está preparado para todos os ho-
rio dos Doze Apóstolos do Cordeiro.
mens desde a fundação do mun-
Aproximadamente 600–592 a.C.
do, caso se arrependam e venham
a ele. Pois aconteceu que depois de ha-
19 Pois aquele que procurar di- ver eu desejado saber as coisas
ligentemente, achará; e os a misté- que meu pai tinha visto e acredi-
rios de Deus ser-lhe-ão desvenda- tando que o Senhor teria poder
dos pelo poder do b Espírito Santo, de torná-las conhecidas a mim,
tanto agora como no passado e enquanto estava eu sentado, a pon-
tanto no passado como no futuro; derando em meu coração, fui b ar-
portanto, o c curso do Senhor é um rebatado pelo Espírito do Senhor,
círculo eterno. sim, a uma c montanha muito alta
20 Lembra-te, portanto, ó ho- que eu nunca vira e sobre a qual
mem, de que por todas as tuas nunca havia posto os pés.
obras serás levado a a julgamento. 2 E o Espírito perguntou-me:
21 Portanto, se haveis procurado Que desejas tu?
fazer o mal nos dias de vossa a pro- 3 E eu respondi: Desejo ver as
vação, sereis declarados b impuros coisas que meu pai a viu.
17 b 1 Né. 8:2. b GEE Espírito Santo. Mois. 6:57.
c GEE Messias. c Al. 7:20; 11 1 a D&C 76:19.
d GEE Espírito Santo. D&C 3:2; 35:1. GEE Ponderar.
e Morô. 10:4–5, 7, 19. 20 a Ecles. 12:14; b 2 Cor. 12:1–4;
f D&C 20:26. 2 Né. 9:46. Apoc. 21:10;
18 a Heb. 13:8; GEE Juízo Final. 2 Né. 4:25;
Mórm. 9:9; 21 a Al. 34:32–35. Mois. 1:1.
D&C 20:12. b 1 Cor. 6:9–10; c Deut. 10:1;
GEE Trindade. 3 Né. 27:19; Ét. 3:1.
19 a GEE Mistérios de Deus. D&C 76:50–62; 3 a 1 Né. 8:2–34.
1 NÉFI 11:4–19 22
4 E o Espírito disse-me: Acredi- 11 E disse-lhe eu: Saber a inter-
a 

tas que teu pai tenha visto a a ár- pretação do que vi — pois falei-
vore da qual falou? lhe como fala um homem, por-
5 E respondi: Sim, tu sabes que que vi que tinha a b forma de um
a 
acredito em todas as palavras de homem; sabia, não obstante, que
meu pai. era o Espírito do Senhor; e ele fa-
6 E quando eu disse essas pala- lou-me como um homem fala a
vras, o Espírito bradou em alta outro homem.
voz, dizendo: Hosana ao Senhor, 12 E aconteceu que ele me disse:
o Deus Altíssimo, pois ele é Deus Olha! E olhei, para vê-lo, e não o
sobre toda a a Terra, sim, sobre vi, porque se havia retirado de
todas as coisas. E bendito és tu, minha presença.
Néfi, porque b acreditas no Filho 13 E aconteceu que olhei e vi
do Deus Altíssimo; verás, por- a grande cidade de Jerusalém e
tanto, as coisas que tens desejado. também outras cidades. E vi a
7 E eis que isto te será dado por cidade de Nazaré; e na cidade de
a 
sinal: depois de haveres contem- a 
Nazaré vi uma b virgem que era
plado a árvore que produziu o extremamente formosa e branca.
fruto do qual teu pai provou, con- 14 E aconteceu que vi os a céus
templarás também um homem se abrirem; e um anjo desceu e,
descendo do céu e tu o verás: e pondo-se na minha frente, disse:
depois de o haveres visto, b testi- Néfi, que vês tu?
ficarás que ele é o Filho de Deus. 15 E eu respondi: Uma virgem
8 E aconteceu que o Espírito me mais bela e formosa que todas as
disse: Olha! E eu olhei e vi uma outras virgens.
árvore; e era semelhante à a árvo- 16 E disse-me ele: Conheces tu a
re que meu pai tinha visto; e sua condescendência de Deus?
beleza era tão grande, sim, que 17 E disse-lhe eu: Sei que ele ama
excedia toda beleza, e sua b bran- seus filhos; não conheço, no en-
cura excedia a brancura da neve. tanto, o significado de todas as
9 E aconteceu que, tendo visto a coisas.
árvore, eu disse ao Espírito: Vejo 18 E disse-me ele: Eis que a a vir-
que me tens mostrado a árvore gem que vês é a b mãe do Filho de
que é mais a preciosa do que tudo. Deus, segundo a carne.
10 E perguntou-me ele: Que de- 19 E aconteceu que eu a vi ser
sejas tu? arrebatada no Espírito. E depois
4 a 1 Né. 8:10–12; 15:21–22. b GEE Testemunho. b Lc. 1:26–27; Al. 7:10.
5 a 1 Né. 2:16. 8 a 1 Né. 8:10. GEE Maria, Mãe de
6 a Êx. 9:29; 2 Né. 29:7; b 1 Né. 8:11. Jesus.
3 Né. 11:14; 9 a 1 Né. 11:22–25. 14 a Eze. 1:1; 1 Né. 1:8.
Mois. 6:44. 11 a Gên. 40:8. 18 a Isa. 7:14;
b GEE Crença, Crer. b Ét. 3:15–16. Lc. 1:34–35.
7 a GEE Sinal. 13 a Mt. 2:23. b Mos. 3:8.
23 1 NÉFI 11:20–31
de haver sido ela arrebatada no Olha e vê a condescendência de
a 

a 
Espírito por um certo espaço de Deus!
tempo, o anjo falou-me, dizen- 27 E eu olhei e a vi o Redentor do
do: Olha! mundo, de quem meu pai falara;
20 E eu olhei e tornei a ver a vir- e vi também o b profeta que prepa-
gem carregando uma a criança nos raria o caminho diante dele. E o
braços. Cordeiro de Deus aproximou-se e
21 E disse-me o anjo: Eis o a Cor- foi c batizado por ele; e depois que
deiro de Deus, sim, o b Filho do ele foi batizado, vi os céus se abri-
c 
Pai Eterno! Sabes tu o significado rem e o Espírito Santo descer do
da d árvore que teu pai viu? céu e repousar sobre ele na forma
22 E respondi-lhe, dizendo: Sim, de uma d pomba.
é o a amor de Deus, que se derra- 28 E vi que ele saía ministrando
ma no coração dos filhos dos ho- entre o povo, em a poder e grande
mens; é, portanto, a mais desejá- glória; e as multidões reuniam-se
vel de todas as coisas. para ouvi-lo; e vi que o expulsa-
23 E falou-me, dizendo: Sim, e a vam do meio delas.
maior a alegria para a alma. 29 E também vi a doze outros se-
24 E depois destas palavras, dis- guindo-o. E aconteceu que foram
se-me: Olha! E olhando, vi o Filho arrebatados de minha presença,
de Deus a caminhando entre os no Espírito, e não os vi.
filhos dos homens; e vi muitos 30 E aconteceu que o anjo me
se prostrarem a seus pés e ado- falou novamente, dizendo: Olha!
rarem-no. E olhei e tornei a ver os céus se
25 E aconteceu que vi que a a bar- abrirem e a anjos descendo entre
ra de ferro que meu pai tinha visto os filhos dos homens; e ministra-
era a palavra de Deus, que con- ram entre eles.
duzia à fonte de b águas vivas, ou 31 E falou-me novamente, dizen-
seja, à c árvore da vida; águas essas do: Olha! E olhei, e vi o Cordeiro
que eram um símbolo do amor de de Deus caminhando entre os fi-
Deus; e também vi que a árvore lhos dos homens. E vi multidões
da vida era um símbolo do amor de pessoas doentes e afligidas com
de Deus. toda espécie de moléstias, e com
26 E o anjo disse-me outra vez: a 
demônios e b espíritos imundos;
19 a Mt. 1:20. 24 a Lc. 4:14–21. c GEE Batismo, Batizar.
20 a Lc. 2:16. 25 a 1 Né. 8:19. d GEE Pomba, Sinal da.
21 a GEE Cordeiro de Deus. b GEE Águas Vivas. 28 a D&C 138:25–26.
b GEE Jesus Cristo. c Gên. 2:9; 29 a GEE Apóstolo.
c GEE Trindade — Deus, Al. 32:40–41; 30 a GEE Anjos.
o Pai. Mois. 4:28, 31. 31 a Mc. 5:15–20;
d 1 Né. 8:10; 26 a 1 Né. 11:16–33. Mos. 3:5–7.
Al. 5:62. 27 a 2 Né. 25:13. GEE Diabo.
GEE Árvore da Vida. b Mt. 11:10; b GEE Espírito —
22 a GEE Amor. 1 Né. 10:7–10; Espíritos maus.
23 a GEE Alegria. 2 Né. 31:4.
1 NÉFI 11:32–12:4 24
e o anjo falou e mostrou-me to- CAPÍTULO 12
das essas coisas. E foram c curadas
Néfi vê em visão a terra prometida;
pelo poder do Cordeiro de Deus; e
a retidão, iniquidade e queda de seus
os demônios e espíritos imundos
habitantes; a vinda do Cordeiro de
foram expulsos.
Deus no meio deles; como os Doze
32 E aconteceu que o anjo me
Discípulos e os Doze Apóstolos jul-
falou novamente, dizendo: Olha!
garão Israel; o estado repugnante e
E olhei e vi o Cordeiro de Deus
imundo daqueles que degeneram,
ser levado pelo povo; sim, o Filho
caindo na incredulidade. Aproxima-
do Deus Eterno foi a julgado pelo
damente 600–592 a.C.
mundo; e vi e testifico.
33 E eu, Néfi, vi que ele foi le- E aconteceu que o anjo me dis-
vantado na a cruz e b morto pelos se: Olha e vê tua semente e tam-
pecados do mundo. bém a semente de teus irmãos. E
34 E depois que ele foi morto, olhei e vi a a terra da promissão;
vi as multidões da Terra reunidas e vi multidões de pessoas, sim, e
para combater os apóstolos do pareciam tão numerosas quanto
Cordeiro, pois assim eram chama- as areias do mar.
dos os doze pelo anjo do Senhor. 2 E aconteceu que vi multidões
35 E a multidão da Terra estava reunidas para batalhar umas con-
reunida; e vi que todos estavam tra as outras; e vi a guerras e ru-
num grande e espaçoso a edifício, mores de guerras e grandes ma-
parecido com o edifício visto por tanças pela espada entre meu
meu pai. E o anjo do Senhor fa- povo.
lou-me novamente, dizendo: Eis 3 E aconteceu que vi muitas ge-
o mundo e sua sabedoria; sim, eis rações morrerem em guerras e
a casa de Israel, que se congregou contendas na terra; e vi muitas
para combater os doze apóstolos cidades, sim, tantas que não as
do Cordeiro. contei.
36 E aconteceu que vi e testifico 4 E aconteceu que vi uma a né-
que o grande e espaçoso edifício voa de b trevas sobre a face da
era o a orgulho do mundo; e ele terra da promissão; e vi relâm-
caiu e sua queda foi muito grande. pagos e ouvi trovões e terremo-
E o anjo do Senhor falou-me nova- tos e toda espécie de ruídos tu-
mente, dizendo: Assim será a des- multuosos; e vi que a terra e as
truição de todas as nações, tribos, rochas se fenderam; e vi mon-
línguas e povos que combaterem tanhas desmoronando; e vi que
os doze apóstolos do Cordeiro. as planícies da terra estavam
31 c GEE Curar, Curas. GEE Cruz. Promissão.
32 a Mc. 15:17–20. b GEE Expiação, Expiar. 2 a En. 1:24; Mórm. 8:7–8.
33 a Jo. 19:16–19; 35 a 1 Né. 8:26; 12:18. GEE Guerra.
Mos. 3:9–10; 36 a GEE Orgulho. 4 a Hel. 14:20–28.
3 Né. 27:14. 12 1 a GEE Terra da b 1 Né. 19:10.
25 1 NÉFI 12:5–17
rachadas e vi que muitas cidades suas vestimentas são branquea-
b 

c 
afundaram; e vi que muitas fo- das em seu sangue.
ram queimadas pelo fogo e vi 11 E disse-me o anjo: Olha! E
muitas que desmoronaram devi- olhei e vi a três gerações morrerem
do a terremotos. em retidão; e suas vestimentas
5 E aconteceu que depois de ver eram brancas como o Cordeiro
essas coisas, notei que o a vapor de de Deus. E disse-me o anjo: Estes
escuridão desaparecia da face da são os que foram branqueados no
terra; e eis que vi multidões que sangue do Cordeiro, por causa de
não haviam caído por causa dos sua fé nele.
grandes e terríveis julgamentos 12 E eu, Néfi, vi também muitos
do Senhor. da a quarta geração que morreram
6 E vi os céus abrirem-se e o em retidão.
a 
Cordeiro de Deus descendo do 13 E aconteceu que vi as multi-
céu; e desceu e mostrou-se a eles. dões da Terra reunidas.
7 E também vi e testifico que o 14 E disse-me o anjo: Eis a tua
Espírito Santo desceu sobre a doze semente e também a semente de
outros e eles foram ordenados por teus irmãos.
Deus e escolhidos. 15 E aconteceu que olhei e vi o
8 E o anjo falou-me, dizendo: Eis povo de minha semente reunido
os doze discípulos do Cordeiro, em multidões a contra a semente
que foram escolhidos para minis- de meus irmãos; e estavam reuni-
trar entre tua semente. dos para batalhar.
9 E disse-me: Recordas-te dos 16 E o anjo falou-me, dizendo:
a 
doze apóstolos do Cordeiro? Eis Eis a fonte de água a suja que teu
que eles são os que b julgarão as pai viu; sim, o b rio do qual ele
doze tribos de Israel; portanto, falou; e suas profundezas são as
os doze ministros de tua semente profundezas do c inferno.
serão julgados por eles, pois sois 17 E as a névoas de escuridão são
da casa de Israel. as tentações do diabo que b cegam
10 E estes a doze ministros que tu os olhos e endurecem o coração
vês julgarão a tua semente. E eis dos filhos dos homens, conduzin-
que são justos para sempre, pois do-os a c caminhos espaçosos para
por sua fé no Cordeiro de Deus que pereçam e se percam.
4 c 3 Né. 8:14. Mórm. 3:18–19. 15 a Mórm. 6.
5 a 3 Né. 8:20; 10:9. b Apoc. 7:14; 16 a GEE Imundície,
6 a 2 Né. 26:1, 9; Al. 5:21–27; 13:11–13; Imundo.
3 Né. 11:3–17. 3 Né. 27:19–20. b 1 Né. 8:13; 15:26–29.
7 a 3 Né. 12:1; 19:12–13. 11 a 2 Né. 26:9–10; c GEE Inferno.
9 a Lc. 6:13. 3 Né. 27:30–32. 17 a 1 Né. 8:23; 15:24;
b Mt. 19:28; 12 a Al. 45:10–12; D&C 10:20–32.
D&C 29:12. Hel. 13:5, 9–10; b GEE Apostasia.
GEE Juízo Final. 3 Né. 27:32; c Mt. 7:13–14.
10 a 3 Né. 27:27; 4 Né. 1:14–27.
1 NÉFI 12:18–13:5 26
18 E o grande e espaçoso edi- a 
na incredulidade, tornaram-se um
fício que teu pai viu são as b fan- povo a escuro, b sujo e repulsivo,
tasias vãs e o c orgulho dos filhos cheio de c preguiça e todo tipo de
dos homens. E um grande e ter- abominações.
rível d abismo separa-os; sim, a
palavra da e justiça do Deus Eter- CAPÍTULO 13
no e do Messias, que é o Cordei-
Néfi vê em visão: A igreja do diabo
ro de Deus, de quem o Espírito
estabelecida entre os gentios, a des-
Santo testifica desde o princípio
coberta e colonização da América, a
do mundo até agora, e de agora
perda de muitas partes claras e pre-
para sempre.
ciosas da Bíblia, o estado resultante
19 E enquanto o anjo dizia estas
da apostasia dos gentios, a restaura-
palavras, olhei e vi que a semente
ção do evangelho, o aparecimento de
de meus irmãos combatia a minha
escrituras dos últimos dias e a edi-
semente, de acordo com a palavra
ficação de Sião. Aproximadamente
do anjo; e devido ao orgulho de
600–592 a.C.
minha semente e às a tentações do
diabo, vi que a semente de meus E aconteceu que o anjo me falou,
irmãos b venceu o povo da minha dizendo: Olha! E olhei e vi muitas
semente. nações e reinos.
20 E aconteceu que olhei e vi que 2 E disse-me o anjo: Que vês tu?
a semente de meus irmãos havia E eu respondi: Vejo muitas nações
vencido a minha semente; e es- e reinos.
palharam-se em multidões pela 3 E disse-me o anjo: Estas são
face da terra. as nações e os reinos dos gentios.
21 E vi-os reunidos em multi- 4 E aconteceu que vi entre as
dões; e vi a guerras e rumores de nações dos a gentios a formação
guerras entre eles; e em guerras de uma b grande igreja.
e rumores de guerras, vi muitas 5 E disse-me o anjo: Vê a forma-
gerações morrerem. ção de uma igreja que é a mais
22 E disse-me o anjo: Eis que abominável de todas as igrejas,
estes a degenerarão, caindo na in- que a mata os santos de Deus, sim,
credulidade. tortura-os e oprime-os e subjuga-
23 E aconteceu que vi que depois os com um b jugo de ferro e leva-os
de haverem degenerado, caindo ao cativeiro.
18 a 1 Né. 8:26; 11:35–36. Pal. Mórm. 1:1–2. c GEE Ociosidade,
b Jer. 7:24. 21 a Mórm. 8:8; Ocioso.
c GEE Orgulho. Morô. 1:2. 13 4 a GEE Gentios.
d Lc. 16:26; GEE Guerra. b 1 Né. 13:26, 34;
1 Né. 15:28–30. 22 a 1 Né. 15:13; 14:3, 9–17.
e GEE Justiça. 2 Né. 26:15. 5 a Apoc. 17:3–6;
19 a GEE Tentação, Tentar. 23 a 2 Né. 26:33. 1 Né. 14:13.
b Jar. 1:10; b 2 Né. 5:20–25. b Jer. 28:10–14.
27 1 NÉFI 13:6–20
6 E aconteceu que vi essa gran- a 
eles saíram do cativeiro, atraves-
de e abominável igreja; e vi que o sando as muitas águas.
b 
diabo era o seu fundador. 14 E aconteceu que vi muitas
7 E vi também a ouro e prata e a 
multidões de gentios na b terra da
sedas e escarlatas e linho fina- promissão e vi que a ira de Deus
mente tecido e toda espécie de estava sobre a semente de meus
vestimentas preciosas; e vi muitas irmãos; e eles foram c dispersos
meretrizes. pelos gentios e foram feridos.
8 E falou-me o anjo, dizendo: Eis 15 E vi que o Espírito do Senhor
que o ouro e a prata e as sedas e estava sobre os gentios e eles pros-
as escarlatas e o linho finamente peraram e receberam a a terra por
tecido e as vestimentas preciosas herança; e vi que eram brancos,
e as meretrizes são os a desejos muito b belos e formosos, como
dessa grande e abominável igreja. era meu povo antes de ser c exter-
9  E também, pelo louvor do minado.
mundo, a destroem os santos de 16 E aconteceu que eu, Néfi, vi
Deus e também os escravizam. que os gentios que haviam saído
10 E aconteceu que olhei e vi do cativeiro humilharam-se dian-
muitas águas; e elas separavam te do Senhor; e o poder do Senhor
os gentios da semente de meus estava com a eles.
irmãos. 17 E eu vi que as pátrias-mães
11 E aconteceu que o anjo me dos gentios estavam reunidas so-
disse: Eis que a ira de Deus está bre as águas e também sobre a
sobre a semente de teus irmãos. terra, para batalhar contra eles.
12 E olhei e vi entre os gentios 18 E vi que o poder de Deus esta-
um homem que estava separado va com eles, e também que a ira de
da semente de meus irmãos pelas Deus estava sobre todos os que se
muitas águas; e vi que o a Espírito achavam reunidos para batalhar
de Deus desceu e inspirou o ho- contra eles.
mem; e indo esse homem pelas 19 E eu, Néfi, vi que os gentios
muitas águas, chegou até a semen- que haviam saído do cativeiro
te de meus irmãos que estava na foram a libertados das mãos de
terra da promissão. todas as outras nações, pelo po-
13 E aconteceu que vi o Espírito der de Deus.
de Deus inspirar outros gentios; e 20 E aconteceu que eu, Néfi, vi
6 a D&C 88:94. 12 a GEE Inspiração, de Israel.
GEE Diabo — Igreja do Inspirar. 15 a 2 Né. 10:19.
diabo. 14 a 2 Né. 1:11; b 2 Né. 5:21.
b 1 Né. 22:22–23. Mórm. 5:19–20. c Mórm. 6:17–22.
7 a Mórm. 8:36–38. b GEE Terra da 16 a D&C 101:80.
8 a Apoc. 18:10–24; Promissão. 19 a 2 Né. 10:10–14;
Mórm. 8:35–38. c 1 Né. 22:7–8. 3 Né. 21:4;
9 a Apoc. 13:4–7. GEE Israel — Dispersão Ét. 2:12.
1 NÉFI 13:21–29 28
que eles prosperaram na terra; e doze apóstolos do Cordeiro, vês a
vi um a livro que era levado en- formação daquela b grande e abo-
tre eles. minável c igreja que é mais abomi-
21 E perguntou-me o anjo: Sabes nável que todas as outras igrejas;
o significado do livro? pois eis que d tiraram do evange-
22 E eu respondi: Não sei. lho do Cordeiro muitas partes que
23 E ele disse: Eis que provém são e claras e sumamente preciosas;
da boca de um judeu. E eu, Néfi, e também muitos convênios do
vi o livro. E disse-me o anjo: O Senhor foram tirados.
a 
livro que vês é um b registro dos 27 E fizeram tudo isso a fim de
c 
judeus, que contém os convênios perverterem os caminhos retos
feitos pelo Senhor com a casa de do Senhor, a fim de cegarem os
Israel; e contém também muitas olhos e endurecerem o coração
das profecias dos santos profetas; dos filhos dos homens.
e é um registro semelhante às gra- 28 Vês, portanto, que depois de
vações encontradas nas d placas de haver o livro passado pelas mãos
latão, só que em menor número; da grande e abominável igreja,
não obstante, contém os convê- foram suprimidas muitas coisas
nios do Senhor com a casa de Is- claras e preciosas do livro, que é
rael, sendo, portanto, de grande o livro do Cordeiro de Deus.
valor para os gentios. 29 E depois que essas coisas cla-
24 E disse-me o anjo do Senhor: ras e preciosas foram suprimidas,
Viste que o livro procedeu da boca ele propagou-se por todas as na-
de um judeu; e ao proceder da ções dos gentios; e depois de ter-
boca de um judeu, continha a ple- se propagado por todas as nações
nitude do evangelho do Senhor, dos gentios, sim, mesmo do outro
de quem os doze apóstolos testi- lado das muitas águas que viste
ficam; e eles testificam de acordo com os gentios que saíram do ca-
com a verdade que está no Cor- tiveiro, vês que — por causa das
deiro de Deus. muitas coisas claras e preciosas
25 Estas coisas, portanto, são que foram suprimidas do livro,
transmitidas dos a judeus aos b gen- que eram claras ao entendimento
tios, em pureza, segundo a verda- dos filhos dos homens segundo
de que está em Deus. a clareza que existe no Cordei-
26 E depois de transmitidas dos ro de Deus — por causa dessas
judeus a aos gentios pela mão dos coisas que foram suprimidas do
20 a 1 Né. 14:23. D&C 3:16. cristã primitiva.
23 a 1 Né. 13:38; GEE Judeus. d Mórm. 8:33;
2 Né. 29:4–12. b GEE Gentios. Mois. 1:41.
b GEE Escrituras. 26 a Mt. 21:43. e 1 Né. 14:20–26;
c 2 Né. 3:12. b 1 Né. 13:4–6; 14:3, 9–17. RF 1:8.
d 1 Né. 5:10–13. c GEE Apostasia —
25 a 2 Né. 29:4–6; Apostasia da igreja
29 1 NÉFI 13:30–37
evangelho do Cordeiro, um gran- 34 E aconteceu que o anjo do Se-
de número tropeça, sim, de tal nhor me falou, dizendo: Eis que,
maneira que Satanás tem grande diz o Cordeiro de Deus, depois de
poder sobre eles. visitar os a remanescentes da casa
30 Vês, não obstante, os gentios de Israel — e esses remanescen-
que saíram do cativeiro e que fo- tes de quem falo são a semente
ram elevados pelo poder de Deus de teu pai — portanto, depois de
acima de todas as outras nações, visitá-los com julgamento e feri-
na face da terra, que é uma ter- los pela mão dos gentios; e depois
ra escolhida acima de todas as que os gentios b tropeçarem muito
outras terras, que é a terra que o por causa das partes claras e pre-
Senhor Deus prometeu a teu pai, ciosas do c evangelho do Cordeiro,
por convênio, que seria a a terra as quais foram retidas por aquela
de herança de seus descendentes; igreja abominável que é a mãe das
vês, portanto, que o Senhor Deus meretrizes, diz o Cordeiro — serei
não permitirá que os gentios des- misericordioso para com os gen-
truam completamente a b mescla tios, naquele dia, tanto que lhes
de tua semente que está entre os d 
trarei pelo meu próprio poder
teus irmãos. muito do meu evangelho, que será
31 Nem permitirá ele que os gen- claro e precioso, diz o Cordeiro.
tios a destruam a semente de teus 35 Pois eis que, diz o Cordeiro:
irmãos. Eu me manifestarei a tua semente,
32 Tampouco permitirá o Senhor de modo que ela escreverá muitas
Deus que os gentios permaneçam coisas que lhe ensinarei, as quais
para sempre naquele horrível es- serão claras e preciosas; e depois
tado de cegueira, no qual tu vês que tua semente for destruída e
que estão, devido às passagens degenerar, caindo na incredulida-
claras e preciosas do evangelho de, assim como a semente de teus
do Cordeiro que foram suprimi- irmãos, eis que a estas coisas serão
das por aquela a igreja abominável, escondidas, para serem reveladas
cuja formação tu viste. aos gentios pelo dom e poder do
33 Diz, portanto, o Cordeiro de Cordeiro.
Deus: Serei misericordioso para 36 E nelas será escrito o meu
com os gentios, visitando os re- a 
evangelho, diz o Cordeiro, e mi-
manescentes da casa de Israel com nha b rocha e minha salvação.
grande julgamento. 37  E a abençoados os que
30 a GEE Terra da 32 a GEE Diabo — Igreja do Evangelho.
Promissão. diabo. 35 a 2 Né. 27:6; 29:1–2.
b Al. 45:10–14. 34 a GEE José, Filho de Jacó. GEE Livro de Mórmon.
31 a 2 Né. 4:7; 10:18–19; b 1 Né. 14:1–3; 36 a 3 Né. 27:13–21.
Jacó 3:5–9; 2 Né. 26:20. b Hel. 5:12;
Hel. 15:12; c GEE Evangelho. 3 Né. 11:38–39.
3 Né. 16:8–9; d D&C 10:62. GEE Rocha.
Mórm. 5:20–21. GEE Restauração do 37 a D&C 21:9.
1 NÉFI 13:38–42 30
procurarem estabelecer a minha e preciosas que deles foram su-
b 
Sião naquele dia, pois terão o primidas; e mostrarão a todas as
c 
dom e o poder do Espírito Santo; tribos, línguas e povos que o Cor-
e se d perseverarem até o fim, serão deiro de Deus é o Filho do Pai
levantados no último dia e serão Eterno e o d Salvador do mundo;
salvos no e reino eterno do Cordei- e que todos os homens devem vir
ro; e aqueles que f proclamarem a a ele, pois do contrário não pode-
paz, sim, novas de grande alegria, rão ser salvos.
quão belos serão sobre os montes! 41 E devem vir de acordo com
38 E aconteceu que vi o remanes- as palavras proferidas pela boca
cente da semente de meus irmãos; do Cordeiro; e as palavras do Cor-
e também o a livro do Cordeiro deiro tornar-se-ão conhecidas nos
de Deus que procedera da boca registros de tua semente, assim
do judeu e que veio dos gentios como nos registros dos doze após-
b 
para o remanescente da semente tolos do Cordeiro; portanto, am-
de meus irmãos. bos serão reunidos a num só; por-
39 E depois de haver chegado que há b um Deus e um c Pastor
a eles, vi outros a livros surgirem sobre toda a Terra.
pelo poder do Cordeiro, trazidos 42 E chegará o tempo em que ele
a eles pelos gentios, para b conven- se manifestará a todas as nações,
cer os gentios e os remanescen- tanto aos a judeus como aos gen-
tes da semente de meus irmãos tios; e depois de haver-se mani-
e também os judeus que estavam festado aos judeus e também aos
dispersos por toda a face da Terra, gentios, ele manifestar-se-á aos
de que os registros dos profetas e gentios e também aos judeus; e
dos doze apóstolos do Cordeiro os b últimos serão os primeiros e
são c verdadeiros. os c primeiros serão os últimos.
40 E falou-me o anjo, dizendo:
Estes a últimos registros que viste
CAPÍTULO 14
entre os gentios b confirmarão a
verdade dos c primeiros, que são Um anjo fala a Néfi das bênçãos e
dos doze apóstolos do Cordei- maldições que cairão sobre os gen-
ro, e divulgarão as coisas claras tios — Existem apenas duas igrejas:
37 b GEE Sião. 39 a GEE Escrituras — Mois. 1:6.
c GEE Dom do Espírito Profecias a respeito de 41 a Eze. 37:17.
Santo. escrituras futuras. b Deut. 6:4;
d 3 Né. 27:16. b Eze. 37:15–20; Jo. 17:21–23;
GEE Perseverar. 2 Né. 3:11–12. 2 Né. 31:21.
e GEE Glória Celestial. c 1 Né. 14:30. c GEE Bom Pastor.
f Isa. 52:7; 40 a 2 Né. 26:16–17; 29:12. 42 a D&C 90:8–9; 107:33;
Mos. 15:14–18; GEE Livro de Mórmon. 112:4.
3 Né. 20:40. b Mórm. 7:8–9. b Jacó 5:63.
38 a 1 Né. 13:23; c GEE Bíblia. c Lc. 13:30;
2 Né. 29:4–6. d Ver página de rosto do 1 Né. 15:13–20.
b Mórm. 5:15. Livro de Mórmon.
31 1 NÉFI 14:1–7
a Igreja do Cordeiro de Deus e a igre- completa destruição, diz o Cordei-
ja do diabo — Os santos de Deus ro de Deus; não a destruição da
em todas as nações são perseguidos alma, a menos que isso signifique
pela grande e abominável igreja — ser lançada naquele b inferno que
O Apóstolo João escreverá sobre o não tem fim.
fim do mundo. Aproximadamente 4 Pois eis que isto é segundo
600–592 a.C. o cativeiro do diabo e também
segundo a justiça de Deus para
E acontecerá que se os a gentios com todos os que cometerem
derem ouvidos ao Cordeiro de iniquidades e abominações pe-
Deus no dia em que ele se mani- rante ele.
festar a eles em palavras e tam- 5 E aconteceu que o anjo falou a
bém em b poder, verdadeiramente, mim, Néfi, dizendo: Viste que, se
para remover-lhes as c pedras de os gentios se arrependerem, será
tropeço — bom para eles; e conheces tam-
2 E não endurecerem o coração bém os convênios do Senhor com
contra o Cordeiro de Deus, serão a casa de Israel; e ouviste também
a 
contados com a semente de teu que aquele que não se a arrepen-
pai; sim, serão contados com a der perecerá.
casa de Israel; e serão um povo 6 Portanto, a ai dos gentios, se
b 
abençoado para sempre na terra endurecerem o coração contra o
da promissão; não mais serão es- Cordeiro de Deus!
cravizados. E a casa de Israel não 7 Pois vem o tempo, diz o Cor-
será mais confundida. deiro de Deus, em que farei uma
3 E aquele grande a abismo que a 
obra grande e maravilhosa entre
foi cavado para eles por aque- os filhos dos homens, uma obra
la grande e abominável igreja, que será eterna, seja para um fim
fundada pelo diabo e seus filhos ou para outro — seja para con-
a fim de que ele pudesse levar vertê-los à paz e à b vida eterna,
para o inferno as almas dos ho- ou para entregá-los à dureza de
mens — sim, o grande abismo seu coração e à cegueira de sua
que foi cavado para a destrui- mente, até serem levados ao cati-
ção dos homens encher-se-á com veiro e também à destruição, tanto
aqueles que o cavaram, para sua física como espiritual, segundo o
14 1 a 3 Né. 16:6–13. 3 Né. 16:13; 21:6, 22; Arrependimento.
GEE Gentios. Abr. 2:9–11. 6 a 2 Né. 28:32.
b 1 Tess. 1:5; b 2 Né. 6:12; 10:8–14; 7 a Isa. 29:14;
1 Né. 14:14; 3 Né. 16:6–7; 20:27. 1 Né. 22:8;
Jacó 6:2–3. 3 a 1 Né. 22:14; 2 Né. 27:26; 29:1–2;
c Isa. 57:14; D&C 109:25. D&C 4:1.
1 Né. 13:29, 34; b GEE Condenação, GEE Restauração do
2 Né. 26:20. Condenar; Evangelho.
2 a Gál. 3:7, 29; Inferno. b GEE Vida eterna.
2 Né. 10:18–19; 5 a GEE Arrepender-se,
1 NÉFI 14:8–17 32
cativeiro do diabo, do qual tenho
c 
domínio sobre a face da Terra era
falado. pequeno, devido à iniquidade da
8 E aconteceu que após ter dito grande prostituta que eu vi.
estas coisas, o anjo disse-me: Lem- 13 E aconteceu ter eu visto que a
bras-te dos a convênios do Pai com grande mãe de abominações con-
a casa de Israel? Respondi: Sim. gregou multidões na face de toda
9 E aconteceu que me disse: Olha a Terra, entre todas as nações dos
e vê aquela grande e abominável gentios, para a guerrear o Cordeiro
igreja, que é a mãe de abomina- de Deus.
ções, cujo fundador é o a diabo. 14 E aconteceu que eu, Néfi, vi
10 E disse-me ele: Eis que não há o poder do Cordeiro de Deus que
mais do que a duas igrejas; uma é descia sobre os santos da igreja do
a igreja do Cordeiro de Deus e a Cordeiro e sobre o povo do con-
b 
outra, a igreja do diabo; portan- vênio do Senhor, que estava dis-
to, quem não pertence à igreja do perso sobre toda a face da Terra;
Cordeiro de Deus faz parte daque- e estavam armados com retidão e
la grande igreja, que é a mãe de com o a poder de Deus, em gran-
abominações; e ela é a c prostituta de glória.
de toda a Terra. 15 E aconteceu ter eu visto que a
11 E aconteceu que olhei e vi a ira de Deus se havia a derramado
prostituta de toda a Terra, que se sobre aquela grande e abominável
assentava sobre muitas a águas; e igreja, de modo que havia guerras
b 
tinha domínio sobre toda a Ter- e rumores de guerras entre todas
ra, entre todas as nações, tribos, as b nações e tribos da Terra.
línguas e povos. 16 E quando começaram as guer-
12 E aconteceu que vi a igreja ras e rumores de a guerras em to-
do Cordeiro de Deus e seu nú- das as nações que pertenciam à
mero era a pequeno, por causa das mãe de abominações, o anjo falou-
iniquidades e abominações da me, dizendo: Eis que a ira de Deus
prostituta que se assentava sobre está sobre a mãe de meretrizes; e
muitas águas; não obstante, vi que eis que vês todas estas coisas —
a igreja do Cordeiro, que eram os 17 E quando chegar o a dia em
santos de Deus, estava também que a b ira de Deus for derramada
sobre b toda a face da Terra; e seu sobre a mãe de meretrizes, que é
7 c 2 Né. 2:26–29; 2 Né. 10:16. D&C 123:7–8.
Al. 12:9–11. 11 a Jer. 51:13; 14 a Jacó 6:2;
8 a GEE Convênio Apoc. 17:15. D&C 38:32–38.
Abraâmico. b D&C 35:11. 15 a D&C 1:13–14.
9 a 1 Né. 15:35; 12 a Mt. 7:14; b Mc. 13:8;
D&C 1:35. 3 Né. 14:14; D&C 87:6.
GEE Diabo. D&C 138:26. 16 a 1 Né. 22:13–14;
10 a 1 Né. 22:23. b D&C 90:11. Mórm. 8:30.
b 1 Né. 13:4–6, 26. 13 a Apoc. 17:1–6; 18:24; 17 a GEE Últimos Dias.
c Apoc. 17:5, 15; 1 Né. 13:5; b 1 Né. 22:15–16.
33 1 NÉFI 14:18–30
a grande e abominável igreja de apóstolo do Cordeiro de Deus que
toda a Terra, cujo fundador é o as a escrevesse.
diabo, então, naquele dia, a c obra 26 E tem havido também outros
do Pai começará, preparando o a quem o Senhor mostrou todas
caminho para o cumprimento dos as coisas e eles escreveram-nas;
d 
convênios feitos com seu povo, e elas estão a seladas para serem
que é da casa de Israel. reveladas em sua pureza à casa
18 E aconteceu que o anjo me de Israel, no devido tempo do
falou, dizendo: Olha! Senhor, de acordo com a verdade
19 E olhei e vi um homem que que está no Cordeiro.
estava vestido com um manto 27 E eu, Néfi, ouvi e testifico que
branco. o nome do apóstolo do Cordeiro
20 E disse-me o anjo: Eis a um era a João, segundo a palavra do
dos doze apóstolos do Cordeiro. anjo.
21 Eis que ele verá e escreverá o 28 E eis que eu, Néfi, fui proibido
restante destas coisas; sim, e tam- de escrever o restante das coisas
bém muitas coisas já passadas. que vi e ouvi; por conseguinte, o
22 E ele escreverá também sobre que escrevi me é suficiente; e eu
o fim do mundo. escrevi apenas uma pequena parte
23 Portanto, as coisas que ele es- das coisas que vi.
crever são justas e verdadeiras; e 29 E testifico que vi as coisas que
eis que estão escritas no a livro que meu a pai viu; e o anjo do Senhor
viste saindo da boca do judeu; e deu-mas a conhecer.
quando saíram da boca do judeu, 30 E agora termino de falar sobre
ou quando o livro saiu da boca do as coisas que vi enquanto estava
judeu, as coisas nele escritas eram arrebatado no Espírito; e se todas
claras e puras e muito b preciosas e as coisas que vi não estão escritas,
de fácil compreensão para todos as que escrevi são a verdadeiras. E
os homens. assim é. Amém.
24 E eis que as coisas que esse
a 
apóstolo do Cordeiro escreverá
CAPÍTULO 15
são muitas coisas que viste; e eis
que verás as restantes. A semente de Leí receberá dos gen-
25 Mas as coisas que vires de tios o evangelho nos últimos dias —
agora em diante, não escreverás; A coligação de Israel é comparada a
pois o Senhor Deus ordenou ao uma oliveira cujos ramos naturais
17 c 3 Né. 21:7, 20–29. 1 Né. 14:27. 26 a 2 Né. 27:6–23;
GEE Restauração do 23 a 1 Né. 13:20–24; Ét. 3:21–27; 4:4–7;
Evangelho. Mórm. 8:33. D&C 35:18;
d Mórm. 8:21, 41. b 1 Né. 13:28–32. JS—H 1:65.
GEE Convênio 24 a Ét. 4:16. 27 a Apoc. 1:1–3.
Abraâmico. 25 a Jo. 20:30–31; 29 a 1 Né. 8.
20 a Apoc. 1:1–3; Apoc. 1:19. 30 a 2 Né. 33:10–14.
1 NÉFI 15:1–13 34
serão enxertados novamente — Néfi meus irmãos, perguntando-lhes
interpreta a visão da árvore da vida e o motivo das discussões.
fala da justiça de Deus em separar os 7 E eles responderam: Eis que
iníquos dos justos. Aproximadamente não podemos compreender as pa-
600–592 a.C. lavras de nosso pai concernentes
aos ramos naturais da oliveira e
E aconteceu que depois de ha- também aos gentios.
ver sido arrebatado no Espírito e 8 E disse-lhes eu: Haveis a per-
visto todas essas coisas, eu, Néfi, guntado ao Senhor?
voltei à tenda de meu pai. 9 E eles responderam: Não per-
2 E aconteceu que vi meus ir- guntamos, porque o Senhor não
mãos e eles discutiam entre si nos dá a conhecer essas coisas.
quanto às coisas que meu pai lhes 10 Eis que eu lhes disse: Por que
dissera. não guardais os mandamentos do
3 Pois ele verdadeiramente lhes Senhor? Quereis perecer por cau-
dissera muitas coisas grandiosas sa da a dureza de vosso coração?
que eram de difícil a compreensão, 11 Não vos lembrais das coisas
a menos que se perguntasse ao que o Senhor disse? — Se não en-
Senhor; e como eram duros de co- durecerdes vosso coração e me
ração, não procuravam o Senhor a 
pedirdes com fé, acreditando que
como deviam. recebereis, guardando diligente-
4 E então eu, Néfi, fiquei pesaro- mente os meus mandamentos,
so com a dureza de seu coração e certamente estas coisas vos serão
também por causa das coisas que dadas a conhecer.
tinha visto e sabia que haviam de 12 Eis que vos digo que a casa
acontecer inevitavelmente, por de Israel foi comparada a uma
causa da grande iniquidade dos oliveira pelo Espírito do Senhor
filhos dos homens. que estava em nosso pai; e eis que
5 E aconteceu que fiquei abati- não fomos nós desmembrados da
do por causa de minhas a aflições, casa de Israel e não somos nós um
pois considerava-as maiores que a 
ramo da casa de Israel?
quaisquer outras, por causa da 13 E agora, o que nosso pai quer
b 
destruição de meu povo; pois eu dizer sobre o enxerto dos ramos
vira a sua queda. naturais por meio da plenitude
6 E aconteceu que depois de ha- dos gentios é que, nos últimos
ver recuperado as a forças, falei a dias, quando nossos descendentes
15 3 a 1 Cor. 2:10–12; 8 a Mos. 26:13; D&C 18:18.
Al. 12:9–11. Al. 40:3. GEE Pedir.
5 a GEE Adversidade. GEE Oração. 12 a Gên. 49:22–26;
b En. 1:13; 10 a GEE Apostasia. 1 Né. 10:12–14; 19:24.
Mórm. 6:1. 11 a Tg. 1:5–6; GEE Leí, Pai de Néfi.
6 a Mois. 1:10; En. 1:15;
JS—H 1:20, 48. Morô. 7:26;
35 1 NÉFI 15:14–20
tiverem degenerado, caindo na
a 
de Israel; serão enxertados, sendo
a 

incredulidade, sim, pelo espaço um ramo natural da oliveira, na


de muitos anos e por muitas ge- oliveira verdadeira.
rações depois que o b Messias se 17 E isto é o que nosso pai quer
manifestar em pessoa aos filhos dizer; e ele quer dizer que isto não
dos homens, então a plenitude acontecerá senão depois de have-
do c evangelho do Messias chega- rem sido dispersos pelos gentios;
rá aos d gentios; e dos gentios, aos e ele quer dizer que isto se dará
remanescentes de nossos descen- por meio dos gentios, para que o
dentes — Senhor mostre aos gentios o seu
14 E naquele dia os remanes- poder; porquanto será a rejeitado
centes da nossa a semente virão a pelos judeus, ou seja, pela casa
saber que são da casa de Israel e de Israel.
que são o povo do b convênio do 18 Nosso pai não falou, portanto,
Senhor; e então saberão e chega- apenas de nossos descendentes,
rão ao c conhecimento dos seus mas também de toda a casa de Is-
antepassados, e também ao conhe- rael, indicando o convênio que ha-
cimento do Redentor e do evan- veria de ser cumprido nos últimos
gelho que foi por ele ministrado dias, convênio esse que o Senhor
a seus pais. Portanto, virão a co- fez com nosso pai Abraão, dizen-
nhecer seu Redentor e os pontos do: Em tua a semente serão ben-
essenciais de sua doutrina, para ditas todas as famílias da Terra.
que saibam como chegar a ele e 19 E aconteceu que eu, Néfi, fa-
ser salvos. lei-lhes muito sobre estas coisas;
15 E então, naquele dia, não se sim, falei-lhes sobre a a restauração
regozijarão e não darão graças dos judeus nos últimos dias.
ao seu eterno Deus, sua a rocha e 20 E repeti-lhes as palavras de
sua salvação? Sim, naquele dia a 
Isaías, que falou sobre a res-
não receberão vigor e alimento tauração dos judeus, ou seja, da
da verdadeira b videira? Sim, não casa de Israel; e depois de sua
virão eles para o verdadeiro reba- restauração, não serão mais con-
nho de Deus? fundidos nem dispersos. E acon-
16 Eis que vos digo: Sim; eles se- teceu que disse muitas palavras
rão lembrados outra vez pela casa a meus irmãos, de modo que se
13 a 1 Né. 12:22–23; Abraâmico. 16 a Jacó 5:60–68.
2 Né. 26:15. c 2 Né. 3:12; 30:5; 17 a GEE Crucificação.
b GEE Messias. Mórm. 7:1, 9–10; 18 a Gên. 12:1–3;
c GEE Evangelho. D&C 3:16–20. Ver Abr. 2:6–11.
d 1 Né. 13:42; 22:5–10; também 19 a 1 Né. 19:15.
D&C 14:10. página de rosto do GEE Israel — Coligação
GEE Gentios. Livro de Mórmon. de Israel.
14 a 2 Né. 10:2; 15 a GEE Rocha. 20 a 1 Né. 19:23.
3 Né. 5:21–26; 21:4–7. b Gên. 49:11;
b GEE Convênio Jo. 15:1.
1 NÉFI 15:21–33 36
tranquilizaram e humilharam-se
b 
e sua mente estava tão absorvida
perante o Senhor. com outras coisas, que não obser-
21 E aconteceu que me falaram vou a imundície da água.
novamente, dizendo: O que sig- 28 E disse-lhes que era um hor-
nifica isso que nosso pai viu num rível a abismo que separava os iní-
sonho? O que significa a a árvore quos da árvore da vida e também
que ele viu? dos santos de Deus.
22 E disse-lhes: Era uma repre- 29 E disse-lhes que era uma re-
sentação da a árvore da vida. presentação daquele horrível a in-
23 E disseram-me: O que signifi- ferno que o anjo me dissera estar
ca a a barra de ferro que nosso pai preparado para os iníquos.
viu, que levava à árvore? 30 E disse-lhes que nosso pai
24 E eu disse-lhes que era a a pa- também viu que a a justiça de Deus
lavra de Deus; e todos os que des- separava os iníquos dos justos; e
sem ouvidos à palavra de Deus e que seu resplendor era como uma
a ela se b apegassem, jamais pere- chama de fogo que sobe eterna-
ceriam; nem as c tentações nem os mente para Deus e não tem fim.
d 
dardos inflamados do e adversário 31 E disseram-me: Significa isso
poderiam dominá-los até a ce- o tormento do corpo nos dias de
gueira, para levá-los à destruição. a 
provação, ou significa o estado
25 Portanto, eu, Néfi, exortei-os final da alma depois da b morte do
a a darem ouvidos à palavra do corpo físico, ou refere-se às coisas
Senhor; sim, exortei-os com toda que são terrenas?
a energia de minha alma e com 32 E aconteceu que eu lhes disse
todas as faculdades que possuía, a que era uma representação tan-
darem ouvidos à palavra de Deus to de coisas físicas como espiri-
e a lembrarem-se de guardar seus tuais; pois chegaria o dia em que
mandamentos, sempre, em todas seriam julgados por suas a obras,
as coisas. sim, mesmo as obras feitas pelo
26 E disseram-me: O que sig- corpo físico nos seus dias de pro-
nifica o a rio de água que nosso vação.
pai viu? 33 Se a morrerem, portanto, em
27 E respondi-lhes que a a água iniquidade, serão também b rejei-
que meu pai viu era b imundície; tados quanto às coisas espirituais
20 b 1 Né. 16:5, 24, 39. d Ef. 6:16; 2 Né. 1:13.
21 a 1 Né. 8:10–12. D&C 3:8; 27:17. 29 a GEE Inferno.
22 a 1 Né. 11:4, 25; e GEE Diabo. 30 a GEE Justiça.
Mois. 3:9. 25 a D&C 11:2; 32:4; 31 a Al. 12:24; 42:10;
23 a 1 Né. 8:19–24. 84:43–44. Hel. 13:38.
24 a GEE Palavra de Deus. 26 a 1 Né. 8:13. b Al. 40:6, 11–14.
b 1 Né. 8:30; 27 a 1 Né. 12:16. 32 a GEE Obras.
2 Né. 31:20. b GEE Imundície, 33 a Mos. 15:26;
c 1 Né. 8:23. Imundo. Morô. 10:26.
GEE Tentação, Tentar. 28 a Lc. 16:26; 1 Né. 12:18; b Al. 12:12–16; 40:26.
37 1 NÉFI 15:34–16:3
que se referem à retidão; portan- CAPÍTULO 16
to, deverão ser levados perante
Os iníquos consideram a verdade
Deus para serem c julgados por
dura — Os filhos de Leí casam-se
suas d obras; e se suas obras ti-
com as filhas de Ismael — A Liaho-
verem sido imundas, eles serão
na guia-lhes o curso no deserto —
e 
imundos; e se forem imundos,
Mensagens do Senhor são escritas
não poderão f habitar o reino de
na Liahona de tempos em tempos —
Deus; se o habitassem, o reino de
Ismael morre; sua família murmura
Deus seria também imundo.
por causa das aflições. Aproximada-
34 Mas eis que eu vos digo que
mente 600–592 a.C.
o reino de Deus não é a imundo e
que nenhuma coisa impura pode E aconteceu que após ter eu,
entrar no reino de Deus; é, portan- Néfi, acabado de falar a meus ir-
to, necessário que haja um lugar mãos, eis que eles me disseram:
de imundície preparado para o Tu nos tens declarado coisas du-
que é imundo. ras, mais do que somos capazes
35 E há um lugar preparado, de suportar.
sim, aquele horrível a inferno 2 E aconteceu que eu lhes disse
do qual falei, cujo fundador é o que sabia haver falado coisas du-
b 
diabo. Portanto, o estado final ras contra os iníquos, de acordo
da alma dos homens é habitar com a verdade; e justifiquei os
o reino de Deus ou ser lançada justos e testifiquei que eles se-
fora por causa da c justiça da qual riam exaltados no último dia; e os
falei. a 
culpados consideram, portanto,
36 Os iníquos, portanto, serão a b verdade dura, porque c penetra-
apartados dos justos e também lhes até o âmago.
daquela a árvore da vida, cujo fru- 3 E agora, meus irmãos, se fôs-
to é mais precioso e mais b dese- seis justos e estivésseis dispostos
jável que todos os frutos; sim, é a ouvir a verdade e a segui-la, a
a c maior de todas as d dádivas de fim de a andar retamente dian-
Deus. E assim falei a meus irmãos. te de Deus, não iríeis murmurar
Amém. por causa da verdade e afirmar:
Tu dizes coisas duras contra nós.
33 c GEE Juízo Final. GEE Inferno. 2 Né. 33:5;
d 3 Né. 27:23–27. b 1 Né. 14:9; En. 1:23;
e 2 Né. 9:16; D&C 1:35. Hel. 14:10.
D&C 88:35. c GEE Justiça. GEE Culpa.
f Salm. 15; 24:3–4; 36 a Gên. 2:9; b Prov. 15:10;
Al. 11:37; 2 Né. 2:15. 2 Né. 1:26; 9:40;
D&C 76:50–70; b 1 Né. 8:10–12; Hel. 13:24–26.
Mois. 6:57. Al. 32:42. c At. 5:33;
34 a GEE Imundície, c D&C 6:13. Mos. 13:7.
Imundo. d D&C 14:7. 3 a D&C 5:21.
35 a 2 Né. 9:19; GEE Vida eterna. GEE Andar, Andar com
Mos. 26:27. 16 2 a Jo. 3:20; Deus.
1 NÉFI 16:4–17 38
4 E aconteceu que eu, Néfi, com 11 E aconteceu que reunimos
toda a diligência exortei meus todas as coisas que deveríamos
irmãos a guardarem os manda- levar para o deserto e todo o res-
mentos do Senhor. tante das provisões que o Senhor
5 E aconteceu que eles se a humi- nos dera; e juntamos sementes de
lharam diante do Senhor, de modo toda espécie a fim de levarmos
que me alegrei e tive grande es- para o deserto.
perança de que viessem a seguir 12 E aconteceu que tomamos
os caminhos da retidão. nossas tendas e partimos para o
6 Ora, todas essas coisas foram deserto, atravessando o rio Lamã.
ditas e feitas enquanto meu pai 13 E aconteceu que viajamos
vivia numa tenda, no vale que ele pelo espaço de quatro dias, na
chamara Lemuel. direção aproximada sul-sudes-
7 E aconteceu que eu, Néfi, to- te; e novamente armamos nossas
mei para a esposa uma das b filhas tendas e demos ao lugar o nome
de Ismael; e meus irmãos também de Sazer.
tomaram para esposas as filhas 14 E aconteceu que tomamos
de Ismael; e c Zorã também tomou nossos arcos e nossas flechas e
para esposa a filha mais velha de saímos pelo deserto, à procura de
Ismael. caça para nossas famílias; e de-
8 E assim cumpriu meu pai to- pois de havermos obtido a caça,
dos os mandamentos que o Se- voltamos outra vez para junto de
nhor lhe dera. E eu, Néfi, também nossas famílias no deserto, no lu-
fui extremamente abençoado pelo gar chamado Sazer. E saímos no-
Senhor. vamente pelo deserto, seguindo
9 E aconteceu que durante a noi- na mesma direção, mantendo-nos
te a voz do Senhor falou a meu nas partes mais férteis do deser-
pai e ordenou-lhe que, no dia se- to, que acompanhavam os limites
guinte, prosseguisse viagem pelo próximos ao a Mar Vermelho.
deserto. 15 E aconteceu que viajamos
10 E aconteceu que meu pai se pelo espaço de muitos dias, ca-
levantou pela manhã e, saindo à çando pelo caminho com nossos
porta da tenda, notou, com gran- arcos e nossas flechas, nossas pe-
de espanto, que havia no chão dras e nossas fundas.
uma a esfera esmeradamente tra- 16 E seguimos a a direção indica-
balhada; e era feita de latão puro. da pela esfera, que nos levou aos
E no seu interior havia duas agu- lugares mais férteis do deserto.
lhas; e uma delas indicava-nos o 17 E depois de havermos viaja-
caminho a seguir no deserto. do pelo espaço de muitos dias,
5 a 1 Né. 16:24, 39; 18:4. 2 Né. 5:5–6. 16 a 1 Né. 16:10, 16, 26;
7 a GEE Casamento, Casar. 10 a Al. 37:38–46. 18:12;
b 1 Né. 7:1. GEE Liahona. Al. 37:38–46.
c 1 Né. 4:35; 14 a D&C 17:1.
39 1 NÉFI 16:18–29
armamos nossas tendas por al- 23 E aconteceu que eu, Néfi, fiz
gum tempo, a fim de novamente um arco de madeira e, de uma
descansar e obter alimento para vara reta, fiz uma flecha; portan-
nossas famílias. to, me armei de um arco e flecha,
18 E aconteceu que quando eu, uma funda e pedras. E perguntei
Néfi, saí para caçar, eis que que- a meu a pai: Aonde deverei ir para
brei meu arco, que era feito de obter alimento?
a 
aço puro; e tendo quebrado meu 24 E aconteceu que ele a pergun-
arco, eis que meus irmãos se zan- tou ao Senhor, porque eles se ha-
garam comigo por causa da perda viam humilhado por causa das
de meu arco, porque não conse- minhas palavras; porque eu lhes
guimos alimento. dissera muitas coisas com toda a
19 E aconteceu que voltamos energia de minha alma.
sem alimento para junto de nos- 25 E aconteceu que meu pai ou-
sas famílias; e estando todos eles viu a voz do Senhor; e ele foi real-
bastante fatigados por causa da mente a repreendido por ter mur-
viagem, sofreram muito com a murado contra o Senhor, de tal
falta de alimento. forma que mergulhou em pro-
20 E aconteceu que Lamã e Le- fundo pesar.
muel e os filhos de Ismael começa- 26 E aconteceu que a voz do Se-
ram a murmurar muito por causa nhor lhe disse: Olha a esfera e vê
de seus sofrimentos e aflições no as coisas que estão escritas.
deserto; e meu pai também come- 27 E aconteceu que quando meu
çou a murmurar contra o Senhor pai viu as coisas que estavam es-
seu Deus; sim, e estavam todos critas na esfera, temeu e tremeu
extremamente aflitos, a ponto de muito; e também meus irmãos e
murmurarem contra o Senhor. os filhos de Ismael e nossas mu-
21 Ora, aconteceu que eu, Néfi, lheres.
fiquei aflito, juntamente com meus 28 E aconteceu que eu, Néfi, vi
irmãos, pela perda de meu arco; os ponteiros que estavam na es-
e tendo os seus arcos perdido a fera e eles moviam-se conforme a
elasticidade, as coisas tornaram- a 
fé e a diligência e a atenção que
se muito difíceis, sim, tanto que lhes dávamos.
não podíamos conseguir alimento. 29 E havia também sobre eles
22 E aconteceu que eu, Néfi, fa- uma escrita nova que era simples
lei muito a meus irmãos, porque de ser lida e dava-nos a entendi-
tornaram a endurecer o coração, mento sobre os caminhos do Se-
a ponto de a queixarem-se do nhor; e era escrita e mudada de
Senhor seu Deus. tempos em tempos, de acordo
18 a 2 Sam. 22:35. 24 a GEE Oração. 28 a Al. 37:40.
22 a Êx. 16:8; Núm. 11:1. 25 a Ét. 2:14. GEE Fé.
23 a Êx. 20:12; GEE Castigar, Castigo, 29 a GEE Compreensão,
Mos. 13:20. Corrigir, Repreender. Entendimento.
1 NÉFI 16:30–39 40
com nossa fé e a atenção que lhe sofrido muitas aflições, fome, sede
dávamos. E assim vemos que, por e cansaço; e depois de todos estes
meio de b pequenos recursos, pode sofrimentos, vamos certamente
o Senhor realizar grandes coisas. perecer de fome no deserto.
30 E aconteceu que eu, Néfi, me 36 E assim murmuravam contra
dirigi ao cume da montanha, de meu pai e também contra mim; e
acordo com as direções dadas na desejavam voltar para Jerusalém.
esfera. 37 E Lamã disse a Lemuel e tam-
31 E aconteceu que matei ani- bém aos filhos de Ismael: a Mate-
mais selvagens e, desse modo, ob- mos nosso pai e também nosso
tive alimento para nossas famílias. irmão Néfi, que se arvorou em
32 E aconteceu que voltei para nosso b chefe e mestre, apesar de
nossas tendas, levando os animais sermos seus irmãos mais velhos.
que havia matado; e então, quan- 38 Agora, diz que o Senhor con-
do viram que eu havia obtido ali- versou com ele e também que a an-
mento, grande foi sua alegria. E jos o instruíram. Eis, porém, que
aconteceu que se humilharam pe- sabemos que ele mente para nós; e
rante o Senhor e renderam-lhe conta-nos essas coisas e faz muitas
graças. coisas com astúcia, a fim de en-
33 E aconteceu que reiniciamos ganar-nos, pensando que talvez
nossa viagem, tomando aproxi- consiga levar-nos para algum es-
madamente o mesmo rumo do tranho deserto; e depois de levar-
princípio; e depois de havermos nos, pensa fazer-se rei e governar-
viajado pelo espaço de muitos nos, fazendo conosco o que lhe
dias, armamos novamente nos- aprouver. E desta maneira meu
sas tendas a fim de pararmos por irmão Lamã incitava à ira.
algum tempo. 39 E aconteceu que o Senhor
34 E aconteceu que a Ismael mor- estava conosco, sim, a voz do
reu e foi enterrado no lugar cha- Senhor disse-lhes muitas pala-
mado Naom. vras, a repreendendo-os muito; e
35 E aconteceu que as filhas de depois de haverem sido repreen-
Ismael choraram muito a perda didos pela voz do Senhor, abran-
de seu pai e suas a aflições no de- daram a sua ira e arrependeram-
serto; e murmuraram contra meu se de seus pecados, de modo que
pai por havê-las tirado da ter- o Senhor tornou a abençoar-
ra de Jerusalém, dizendo: Nosso nos com alimento, para que não
pai está morto; sim, e temos va- morrêssemos.
gado muito pelo deserto e temos
29 b 2 Re. 5:13; Tg. 3:4; 35 a GEE Adversidade. 1 Né. 2:22; 18:10.
Al. 37:6–7, 41; 37 a 1 Né. 17:44. 38 a 1 Né. 3:30–31; 4:3.
D&C 123:16. GEE Homicídio. 39 a GEE Castigar, Castigo,
34 a 1 Né. 7:2–6. b Gên. 37:9–11; Corrigir, Repreender.
41 1 NÉFI 17:1–10
CAPÍTULO 17 5 E chegamos à terra a que de-
mos o nome de Abundância, por
Néfi é instruído a construir um na-
causa das muitas frutas e também
vio — Seus irmãos opõem-se a ele —
do mel silvestre; e todas essas coi-
Ele exorta-os, recontando a história
sas foram preparadas pelo Senhor,
dos procedimentos de Deus para com
a fim de que não perecêssemos.
Israel — Néfi enche-se do poder de
E vimos o mar, ao qual demos o
Deus — Seus irmãos são proibidos
nome de Irreântum, que significa
de tocá-lo, para não definharem como
muitas águas.
uma cana seca. Aproximadamente
6 E aconteceu que armamos nos-
592–591 a.C.
sas tendas perto da costa e, ape-
E aconteceu que reiniciamos a sar de havermos sofrido muitas
jornada pelo deserto e, dali em a 
aflições e dificuldades, sim, tan-
diante, viajamos na direção apro- tas que não podemos escrevê-
ximada do leste. E viajamos e pas- las todas, ficamos imensamente
samos por muitas aflições no de- contentes quando chegamos à
serto; e nossas mulheres tiveram costa; e demos ao lugar o nome
filhos no deserto. de Abundância, devido às suas
2 E tão grandes foram as bênçãos muitas frutas.
do Senhor que, enquanto vivemos 7 E aconteceu que depois de es-
de carne a crua no deserto, nossas tar eu, Néfi, pelo espaço de mui-
mulheres tiveram bastante leite tos dias na terra de Abundância,
para seus filhos e eram fortes, sim, ouvi a voz do Senhor, dizendo:
tanto quanto os homens; e come- Levanta-te e vai à montanha. E
çaram a suportar as viagens sem aconteceu que me levantei e subi
murmurar. à montanha e clamei ao Senhor.
3 E assim vemos que os manda- 8 E aconteceu que o Senhor me
mentos de Deus devem ser cum- falou, dizendo: Tu construirás um
pridos. E se os filhos dos homens navio da a maneira que eu te mos-
a 
guardam os mandamentos de trarei, a fim de que eu leve o teu
Deus, ele alimenta-os e fortalece- povo através destas águas.
os e dá-lhes meios pelos quais po- 9 E eu disse: Senhor, aonde irei
derão cumprir as coisas que lhes a fim de encontrar minério para
ordenou; portanto, ele nos b deu os fundir e fazer ferramentas, com o
meios de sobrevivermos enquanto fito de construir o navio do modo
permanecíamos no deserto. que tu me mostraste?
4 E permanecemos no deserto 10 E aconteceu que o Senhor me
pelo espaço de muitos anos, sim, disse onde eu encontraria minério
oito anos no deserto. para fazer ferramentas.
17 2 a 1 Né. 17:12. GEE Obedecer, 6 a 2 Né. 4:20.
3 a Mos. 2:41; Obediência, Obediente. 8 a 1 Né. 18:2.
Al. 26:12. b 1 Né. 3:7.
1 NÉFI 17:11–21 42
11 E aconteceu que eu, Néfi, fiz irmão é um tolo, pois pensa que
um fole de peles de animais para poderá construir um navio; sim,
avivar o fogo; e depois de haver e pensa também que poderá atra-
feito o fole para avivar o fogo, bati vessar estas grandes águas.
duas pedras, uma contra a outra, 18 E assim meus irmãos se quei-
para fazer fogo. xavam de mim e não tinham von-
12 Pois até então o Senhor não tade de trabalhar, pois não acredi-
nos havia permitido fazer muito tavam que eu pudesse construir
fogo, enquanto viajávamos pelo um navio nem acreditavam que
deserto, pois disse: Farei com que eu havia sido instruído pelo Se-
vossos alimentos se tornem sabo- nhor.
rosos, para que não vos seja pre- 19 E aconteceu que eu, Néfi, fi-
ciso a cozinhá-los. quei muito pesaroso por causa da
13 E serei também vossa luz no dureza de seu coração; e então,
deserto; e a prepararei o caminho a quando viram que eu começava
vossa frente, se guardardes meus a ficar pesaroso, alegraram-se em
mandamentos; portanto, se guar- seu coração, de maneira que se
dardes meus mandamentos, sereis a 
rejubilaram, dizendo: Sabíamos
conduzidos à terra da b promissão; que não poderias construir um
e c sabereis que sois conduzidos navio, pois sabíamos que não ti-
por mim. nhas juízo; não podes, portanto,
14 Sim, e disse também o Senhor: realizar uma obra tão grandiosa.
Depois de haverdes chegado à ter- 20 E tu és como nosso pai, que
ra da promissão, a sabereis que eu, é levado pelas tolas a fantasias de
o Senhor, sou b Deus; e que eu, o seu coração; sim, ele tirou-nos da
Senhor, vos salvei da destruição; terra de Jerusalém e temos vagado
sim, que vos tirei da terra de Je- no deserto por todos esses anos;
rusalém. e nossas mulheres têm trabalha-
15 Portanto, eu, Néfi, esforcei- do, ainda que grávidas; e tiveram
me em guardar os mandamentos filhos no deserto e suportaram
do Senhor e exortei meus irmãos todas as coisas, exceto a morte.
a serem fiéis e diligentes. E teria sido melhor que tivessem
16 E aconteceu que fiz ferra- morrido antes de deixar Jerusa-
mentas com o metal que fundi da lém, do que suportar todas essas
rocha. aflições.
17 E quando meus irmãos viram 21 Eis que temos padecido du-
que eu estava prestes a a construir rante todos estes anos no deserto,
um navio, começaram a murmu- quando poderíamos ter usufruí-
rar contra mim, dizendo: Nosso do nossos bens e a terra de nossa
12 a 1 Né. 17:2. c Êx. 6:7. 17 a 1 Né. 18:1–6.
13 a Al. 37:38–39. 14 a 2 Né. 1:4. 19 a GEE Perseguição,
b 1 Né. 2:20; GEE Testemunho. Perseguir.
Jacó 2:12. b D&C 5:2. 20 a 1 Né. 2:11.
43 1 NÉFI 17:22–31
herança; sim, e poderíamos ter Senhor ordenou a a Moisés que
sido felizes. fizesse esse grande trabalho; e
22 E sabemos que o povo que sabeis que, por sua b palavra, as
estava na terra de Jerusalém era águas do Mar Vermelho dividi-
um povo a justo, porque guardava ram-se para um e para outro lado;
os estatutos e os juízos do Senhor e passaram em terra seca.
e todos os seus mandamentos, de 27 Sabeis, porém, que os egípcios
acordo com a lei de Moisés; sabe- que formavam os exércitos do Fa-
mos, portanto, que eles são um raó afogaram-se no Mar Vermelho.
povo justo e nosso pai julgou-os 28 E sabeis também que eles fo-
e tirou-nos de lá, porque demos ram alimentados com a maná no
ouvidos às palavras dele; sim, e deserto.
nosso irmão é semelhante a ele. E 29 Sim, e também sabeis que
dessa maneira meus irmãos mur- Moisés, por sua palavra, de acor-
muravam e queixavam-se de nós. do com o poder de Deus que es-
23 E aconteceu que eu, Néfi, lhes tava nele, a feriu a rocha da qual
falei, dizendo: Credes vós que jorrou água, para que os filhos de
nossos pais, que eram os filhos Israel matassem a sede.
de Israel, teriam sido tirados das 30 E, não obstante serem eles
mãos dos egípcios se não tives- guiados, indo o Senhor seu Deus,
sem dado ouvidos às palavras seu Redentor, diante deles, condu-
do Senhor? zindo-os durante o dia e dando-
24 Sim, e supondes vós que eles lhes luz durante a noite e fazendo
poderiam ter saído do cativeiro, por eles tudo o que era a necessário
se o Senhor não houvesse orde- a um homem receber, endurece-
nado a Moisés que os a tirasse do ram o coração e cegaram a mente
cativeiro? e b ultrajaram Moisés e o Deus vivo
25 Ora, sabeis que os filhos de e verdadeiro.
Israel estavam no a cativeiro e sa- 31 E aconteceu que, de acordo
beis que eram oprimidos com b ta- com sua palavra, ele os a destruiu
refas difíceis de suportar; sabeis, e, de acordo com sua palavra,
portanto, que deve ter sido uma b 
guiou-os; e, de acordo com sua
coisa boa para eles haverem sido palavra, fez tudo por eles; e nada
libertados do cativeiro. foi feito que não fosse por meio
26 Ora, sabeis também que o de sua palavra.
22 a 1 Né. 1:13. Hel. 8:11; D&C 8:3; 1 Né. 20:21.
24 a Êx. 3:2–10; Mois. 1:25. 30 a D&C 18:18; 88:64–65.
1 Né. 19:10; 28 a Êx. 16:4, 14–15, 35; b Êx. 32:8;
2 Né. 3:9; 25:20. Núm. 11:7–8; Núm. 14:2–3;
25 a Gên. 15:13–14. Deut. 8:3; Eze. 20:13–16;
b Êx. 1:11; 2:11. Mos. 7:19. D&C 84:23–25.
26 a At. 7:22–39. 29 a Êx. 17:6; 31 a Núm. 26:65.
b Êx. 14:21–31; Núm. 20:11; b 1 Né. 5:15;
1 Né. 4:2; Mos. 7:19; Deut. 8:15; D&C 103:16–18.
1 NÉFI 17:32–42 44
32 E depois de haverem atraves- e criou seus filhos para que a ha-
sado o rio Jordão, ele tornou-os bitassem.
poderosos, para que a expulsassem 37 E ele a levanta uma nação justa
os filhos da terra, sim, para que e destrói as nações dos iníquos.
os dispersassem até a destruição. 38 E conduz os justos a a terras
33 E agora supondes que os fi- ricas e b destrói os iníquos e amal-
lhos desta terra, que estavam na diçoa a terra por causa deles.
terra da promissão, que foram ex- 39 Ele governa nas alturas dos
pulsos por nossos pais, supondes céus, porque é seu trono; e esta
vós que eram justos? Eis que vos Terra é o a escabelo de seus pés.
digo: Não. 40 E ele ama os que o tomam por
34 Pensais que nossos pais te- seu Deus. Eis que amou nossos
riam sido mais favorecidos do que pais e fez a convênios com eles,
eles, se eles tivessem sido justos? sim, com Abraão, b Isaque e c Jacó;
Eu vos digo: Não. e lembrou-se dos convênios que
35 Eis que o Senhor considera fez; portanto, tirou-os da terra
toda a carne igualmente; aque- do d Egito.
le que é b justo é c favorecido por 41 E afligiu-os no deserto com
Deus. Eis, porém, que esse povo sua vara, porque a endureceram o
havia rejeitado toda palavra de coração do mesmo modo que vós;
Deus e amadurecido em iniqui- e o Senhor afligiu-os por causa
dade; e a plenitude da ira de de sua iniquidade. Enviou-lhes
Deus estava sobre eles. E o Se- b 
serpentes voadoras ardentes e,
nhor amaldiçoou a terra para eles depois de mordidos, preparou um
e abençoou-a para nossos pais; meio para que fossem c curados; e
sim, amaldiçoou-a para a des- o que tinham a fazer era olhar; e
truição deles e abençoou-a para por causa da d simplicidade do mé-
que nossos pais obtivessem poder todo, ou seja, da facilidade dele,
sobre ela. houve muitos que pereceram.
36  Eis que o Senhor a criou a 42 E endureceram o coração de
b 
Terra para que fosse c habitada; tempos em tempos e a ultrajaram
32 a Núm. 33:52–53; Abr. 3:24–25. D&C 27:10.
Jos. 24:8. 37 a Prov. 14:34; c Gên. 28:1–5.
35 a At. 10:15, 34; 1 Né. 4:13; d Deut. 4:37.
Rom. 2:11; Ét. 2:10; 41 a 2 Re. 17:7–23.
2 Né. 26:23–33. D&C 117:6. b Núm. 21:4–9;
b Salm. 55:22; 38 a GEE Terra da Deut. 8:15;
1 Né. 22:17. Promissão. Al. 33:18–22.
c 1 Sam. 2:30; b Lev. 20:22. c Jo. 3:13–15;
Salm. 97:10; 145:20; 39 a Isa. 66:1; 2 Né. 25:20.
Al. 13:4; D&C 38:17; d Al. 37:44–47;
D&C 82:10. Abr. 2:7. Hel. 8:15.
36 a GEE Criação, Criar. 40 a GEE Convênio 42 a Núm. 14:1–12.
b GEE Terra. Abraâmico. GEE Rebeldia, Rebelião.
c Isa. 45:18; b Gên. 21:12;
45 1 NÉFI 17:43–50
b 
Moisés e também Deus; não obs- que, por sua palavra, pode fa-
tante, sabeis que foram conduzi- zer com que os lugares acidenta-
dos à terra da promissão por seu dos sejam aplainados e os lugares
incomparável poder. planos sejam fragmentados. Oh!
43 E então, depois de todas estas então, como podeis ter o coração
coisas, chegou o tempo em que tão duro?
se tornaram iníquos, sim, quase 47 Eis que minha alma está des-
totalmente; e não sei se neste dia pedaçada por vossa causa e meu
não estão para serem destruídos; coração sofre; temo que sejais re-
pois sei que certamente virá o dia jeitados para sempre. Eis que es-
em que serão destruídos, exce- tou a cheio do Espírito de Deus,
to poucos que serão levados em de modo que meu corpo b não tem
cativeiro. forças.
44 Assim, a ordenou o Senhor a 48 E então aconteceu que, depois
meu pai que partisse para o de- de eu ter dito estas palavras, ira-
serto; e os judeus também pro- ram-se contra mim e tiveram de-
curaram tirar-lhe a vida; sim, e sejo de lançar-me nas profundezas
b 
vós também procurastes tirar-lhe do mar; e quando se aproximaram
a vida. Sois, portanto, assassinos para deitar-me as mãos, falei-lhes,
em vosso coração e sois como eles. dizendo: Em nome do Deus Todo-
45  Sois a rápidos em cometer Poderoso, ordeno-vos que não
iniquidades, porém vagarosos me a toqueis, porque estou cheio
em lembrar-vos do Senhor vos- do b poder de Deus a ponto de
so Deus. Haveis visto um b anjo consumir-me a carne; e quem me
que vos falou; sim, haveis ouvido deitar as mãos c definhará como
sua voz de tempos em tempos; e uma cana seca e será como nada
ele vos falou numa voz mansa e diante do poder de Deus, porque
delicada, mas havíeis c perdido a Deus o ferirá.
sensibilidade, de modo que não 49 E aconteceu que eu, Néfi, lhes
pudestes perceber suas palavras; disse que não mais deveriam mur-
portanto, falou-vos ele com voz murar contra seu pai nem deve-
de trovão, o que fez tremer a ter- riam recusar-me o seu trabalho,
ra como se fosse partir-se em pe- pois Deus havia ordenado que eu
daços. construísse um navio.
46 E sabeis também que, pelo 50 E disse-lhes: a Se Deus me ti-
a 
poder de sua palavra todo-po- vesse ordenado que fizesse todas
derosa, ele pode fazer com que a as coisas, poderia fazê-las. Se ele
Terra deixe de existir; sim, e sabeis me ordenasse que dissesse a esta
42 b D&C 84:23–24. c Ef. 4:19. b 2 Né. 1:26–27.
44 a 1 Né. 2:1–2. 46 a Hel. 12:6–18. GEE Poder.
b 1 Né. 16:37. 47 a Miq. 3:8. c 1 Re. 13:4–7.
45 a Mos. 13:29. b 1 Né. 19:20. 50 a Filip. 4:13;
b 1 Né. 4:3. 48 a Mos. 13:3. 1 Né. 3:7.
1 NÉFI 17:51–18:3 46
água: Converte-te em terra, ela irmão mais jovem; adorai, pois,
se converteria; e se eu o dissesse, ao Senhor vosso Deus e honrai
assim seria feito. vosso pai e vossa mãe, para que
51 Ora, se o Senhor possui tão os vossos b dias sejam prolongados
grande poder e fez tantos mila- na terra que o Senhor vosso Deus
gres entre os filhos dos homens, vos dará.
por que não pode a ensinar-me a
construir um navio? CAPÍTULO 18
52 E aconteceu que eu, Néfi, dis-
O navio é terminado — Mencionado
se muitas coisas a meus irmãos, de
o nascimento de Jacó e o de José — O
modo que ficaram confundidos e
grupo embarca para a terra da pro-
não puderam contender comigo;
missão — Os filhos de Ismael e suas
nem se atreveram a deitar-me as
esposas unem-se em leviandades e
mãos nem a tocar-me com os de-
rebelião — Néfi é amarrado e o na-
dos por muitos dias. Ora, não se
vio retrocede, devido a uma terrível
atreveram a fazer isso para não
tempestade — Néfi é libertado e, por
definharem diante de mim, tão
causa de sua oração, a tempestade ces-
poderoso era o a Espírito de Deus;
sa — O povo chega à terra da promis-
e assim agiu sobre eles.
são. Aproximadamente 591–589 a.C.
53 E aconteceu que o Senhor me
disse: Estende outra vez a mão E aconteceu que adoraram ao
para teus irmãos e eles não de- Senhor e acompanharam-me; e
finharão diante de ti, mas eu os lavramos madeiras de modo es-
sacudirei, diz o Senhor, e isto farei merado. E o Senhor mostrou-me,
para que saibam que sou o Senhor de tempos em tempos, de que
seu Deus. maneira eu deveria trabalhar as
54 E aconteceu que eu estendi a madeiras do navio.
mão para meus irmãos e eles não 2 Ora, eu, Néfi, não trabalhei a
definharam diante de mim; mas madeira pelo método que os ho-
o Senhor sacudiu-os, de acordo mens conheciam nem construí o
com o que dissera. navio pelo método dos homens;
55 E então eles disseram: Temos mas construí-o pelo método que
certeza de que o Senhor está con- o Senhor me havia mostrado;
tigo, pois sabemos que foi o po- não foi, portanto, igual ao dos
der do Senhor que nos sacudiu. homens.
E prostraram-se diante de mim 3 E eu, Néfi, ia frequentemente à
e estavam prestes a a adorar-me, montanha e a orava frequentemen-
mas eu não o permiti, dizendo: te ao Senhor; por isso o Senhor me
Eu sou vosso irmão, sim, vosso b 
mostrou grandes coisas.
51 a Gên. 6:14–16; 55 a At. 14:11–15. 18 3 a GEE Oração.
1 Né. 18:1. b Êx. 20:12; b GEE Revelação.
52 a GEE Espírito Santo. Mos. 13:20.
47 1 NÉFI 18:4–13
4 E aconteceu que depois de ha- muitos dias, eis que meus irmãos,
ver terminado o navio de acordo os filhos de Ismael e também suas
com a palavra do Senhor, meus esposas começaram a ficar alegres
irmãos viram que estava bom e a tal ponto que começaram a dan-
que o trabalho fora muito bem çar e a cantar e a falar com muita
executado; tornaram a a humilhar- vulgaridade, sim, esquecendo-se
se, portanto, diante do Senhor. mesmo do poder que os havia
5 E aconteceu que meu pai ouviu conduzido até ali; sim, tornaram-
a voz do Senhor, ordenando que se muito vulgares.
nos levantássemos e entrássemos 10 E eu, Néfi, comecei a temer
no navio. muito que o Senhor se irasse con-
6 E aconteceu que, no dia seguin- tra nós e ferisse-nos por causa
te, depois de havermos prepara- de nossa iniquidade e fôssemos
do todas as coisas, muitas fru- tragados pelas profundezas do
tas e a carne do deserto e mel em mar; portanto, eu, Néfi, comecei a
abundância e provisões de acordo falar-lhes com muita sobriedade;
com o que nos havia ordenado o mas eis que eles se a zangaram co-
Senhor, fomos para o navio com migo, dizendo: Não admitiremos
todas as nossas cargas e nossas que nosso irmão mais jovem nos
sementes e com tudo o que ha- b 
governe.
víamos trazido conosco, cada um 11 E aconteceu que Lamã e Le-
de acordo com sua idade; portan- muel me seguraram e ataram-me
to, entramos todos no navio com com cordas e trataram-me rude-
nossas mulheres e nossos filhos. mente; não obstante, o Senhor
7 Ora, meu pai havia gerado dois a 
permitiu-o a fim de mostrar seu
filhos no deserto; o mais velho poder, até que se cumprissem as
chamava-se a Jacó e o mais novo, palavras que dissera sobre os iní-
b 
José. quos.
8 E aconteceu que depois de ha- 12 E aconteceu que depois de me
vermos todos entrado no navio haverem amarrado de tal modo
com as provisões e as coisas que que não podia mexer-me, a a bús-
tínhamos ordem de levar, puse- sola que fora preparada pelo
mo-nos ao a mar e fomos levados Senhor parou de funcionar.
pelo vento rumo à b terra da pro- 13 Não sabiam, portanto, para
missão. onde deveriam dirigir o navio,
9 E depois de havermos sido le- pois levantou-se uma grande
vados pelo vento pelo espaço de tempestade, sim, uma grande e
4 a 1 Né. 16:5. GEE Terra da 11 a Al. 14:11.
6 a 1 Né. 17:2. Promissão. 12 a 1 Né. 16:10, 16, 26;
7 a 2 Né. 2:1. 10 a 1 Né. 17:17–55. 2 Né. 5:12;
b 2 Né. 3:1. b Gên. 37:9–11; Al. 37:38–47;
8 a 2 Né. 10:20. 1 Né. 16:37–38; D&C 17:1.
b 1 Né. 2:20. 2 Né. 1:25–27.
1 NÉFI 18:14–23 48
terrível tormenta que nos fez re- a 
quase ao ponto de serem levados
troceder sobre as águas pelo es- desta vida para se encontrarem
paço de três dias; e eles começa- com seu Deus; sim, seus cabelos
ram a ter muito medo de que nos brancos estavam prestes a descer
afogássemos; não obstante, não ao pó; sim, estavam prestes a ser
me soltaram. lançados na sepultura das águas,
14 E no quarto dia depois que por causa de seu pesar.
começamos a retroceder, a tem- 19 E Jacó e também José, sendo
pestade piorou muito. jovens e tendo necessidade de
15 E aconteceu que estávamos muito alimento, sofreram por cau-
para ser tragados pelas profunde- sa das aflições de sua mãe; nem
zas do mar. E depois de havermos a 
minha mulher, com suas lágri-
retrocedido pelo espaço de quatro mas e súplicas, nem meus filhos
dias, meus irmãos começaram a haviam conseguido abrandar o
a 
ver que os juízos de Deus esta- coração de meus irmãos, para que
vam sobre eles e que morreriam, me soltassem.
caso não se arrependessem de 20 E nada, a não ser o poder de
suas iniquidades; foram, portanto, Deus que ameaçava destruí-los,
ter comigo e soltaram-me as cor- conseguiu abrandar-lhes o cora-
das dos pulsos e eis que estavam ção; portanto, quando viram que
muito inchados; e também meus estavam para ser tragados pelas
tornozelos estavam muito incha- profundezas do mar, arrepende-
dos e doloridos. ram-se do que haviam feito e sol-
16 Não obstante, voltei-me para taram-me.
Deus e a louvei-o todo o dia; e não 21 E aconteceu que depois de me
murmurei contra o Senhor por haverem soltado, eis que tomei a
causa de minhas aflições. bússola e ela funcionou como eu
17 Ora, meu pai, Leí, dissera- queria. E aconteceu que orei ao
lhes muitas coisas, bem como aos Senhor; e depois de haver orado,
filhos de a Ismael; mas eis que eles os ventos cessaram, a tempestade
proferiam ameaças contra quem parou e houve grande calmaria.
me defendesse; e meus pais, sen- 22 E aconteceu que eu, Néfi, di-
do muito idosos e tendo sofrido rigi o navio e navegamos nova-
muito por causa de seus filhos, mente rumo à terra da promissão.
adoeceram, sim, a ponto de terem 23 E aconteceu que depois de
que ficar de cama. havermos navegado pelo espaço
18 Por causa de sua dor e do de muitos dias, chegamos à a terra
seu grande pesar e das iniquida- da promissão; e descemos à ter-
des de meus irmãos, chegaram ra e assentamos nossas tendas;
13 a Mos. 1:17. 17 a 1 Né. 7:4–20. Promissão.
15 a Hel. 12:3. 19 a 1 Né. 7:19; 16:7.
16 a Al. 36:28. 23 a GEE Terra da
49 1 NÉFI 18:24–19:5
e chamamo-la de terra da pro- pelo deserto e as profecias de meu
missão. pai; e gravei também muitas de
24 E aconteceu que começamos minhas próprias profecias.
a cultivar a terra e a plantar se- 2 E eu não sabia, quando as fiz,
mentes; sim, semeamos na terra que o Senhor me mandaria fazer
todas as sementes que havíamos a 
estas placas; portanto, o registro
trazido da terra de Jerusalém. E de meu pai e a genealogia de seus
aconteceu que elas cresceram ex- pais e a maior parte dos aconteci-
traordinariamente; fomos, portan- mentos no deserto estão gravados
to, abençoados com abundância. nas primeiras placas de que falei;
25 E aconteceu que enquanto portanto, as coisas que acontece-
viajávamos pelo deserto da terra ram antes de eu fazer b estas pla-
da promissão, descobrimos que cas são, na verdade, mencionadas
havia animais de toda espécie nas mais detalhadamente nas primei-
florestas: vacas e bois e jumentos ras placas.
e cavalos e cabras e cabras-mon- 3 E depois de haver feito estas
tesas; e toda espécie de animais placas conforme me fora ordena-
selvagens úteis ao homem. En- do, eu, Néfi, recebi ordem de que
contramos também toda espécie a 
nestas placas fossem escritas as
de minérios, tanto de ouro quanto partes mais claras e preciosas do
de prata e de cobre. ministério e das profecias; e de
que as coisas escritas fossem guar-
CAPÍTULO 19 dadas para instrução de meu povo
que iria ocupar a terra e também
Néfi faz placas de metal e registra a
para outros b sábios propósitos co-
história de seu povo — O Deus de
nhecidos do Senhor.
Israel virá seiscentos anos depois de
4 Portanto, eu, Néfi, fiz nas ou-
Leí haver saído de Jerusalém — Néfi
tras placas um registro que relata,
fala dos sofrimentos e da crucificação
ou melhor, faz um relato maior
de Cristo — Os judeus serão despre-
das guerras e contendas e des-
zados e dispersos até os últimos dias,
truições de meu povo. E fiz isso e
quando retornarão ao Senhor. Apro-
ordenei a meu povo o que deve-
ximadamente 588–570 a.C.
ria fazer depois de minha morte;
E aconteceu que recebi ordem e que essas placas deveriam ser
do Senhor, portanto, fiz placas de transmitidas de uma geração a
metal para nelas gravar o registro outra ou de um profeta a outro,
de meu povo. E nas a placas que até novas ordens do Senhor.
fiz gravei o registro de meu b pai, 5 E mais adiante descreverei
assim como de nossas jornadas como a fiz estas placas; e, por ora,
19 1 a GEE Placas. 3 a Jacó 1:1–4; 3:13–14; D&C 3:19–20; 10:1–51.
b 1 Né. 1:16–17; 6:1–3. 4:1–4. 5 a 2 Né. 5:28–33.
2 a 2 Né. 5:30. b 1 Né. 9:4–5;
b 1 Né. 9:1–5. Pal. Mórm. 1:7;
1 NÉFI 19:6–11 50
eis que prossigo conforme o que sem valor; portanto, o açoitam,
disse; e faço isto a fim de que se- e ele suporta-o; e ferem-no, e ele
jam b preservadas as coisas mais suporta-o. Sim, a cospem nele, e ele
sagradas, para conhecimento de suporta-o, por causa de sua amo-
meu povo. rosa bondade e longanimidade
6 Não obstante, nada escrevo nas para com os filhos dos homens.
placas, salvo o que considero a sa- 10 E o a Deus de nossos pais que
grado. E agora, se erro, também os foram b tirados do cativeiro no
antigos erraram; não que outros Egito e que também foram pre-
homens me sirvam de desculpa, servados por ele no deserto, sim,
mas por causa da b fraqueza que o c Deus de Abraão e de Isaque
há em mim, segundo a carne, que- e o Deus de Jacó, como homem,
ro desculpar-me. d 
entregar-se-á, de acordo com as
7 Pois as coisas que uns con- palavras do anjo, nas mãos de iní-
sideram de grande valor, tanto quos para ser e levantado, de acor-
para o corpo como para a alma, do com as palavras de f Zenoque;
outros a não lhes dão valor e pi- e para ser g crucificado, de acordo
soteiam-nas; sim, até mesmo o com as palavras de Neum; e para
próprio Deus de Israel é b pisotea- ser enterrado num h sepulcro, de
do pelos homens; digo pisoteado, acordo com as palavras de i Ze-
mas deveria usar outros termos — nos sobre os três dias de j trevas
não lhe dão valor algum e não que seriam um sinal de sua morte
escutam a voz de seus conselhos. aos que habitam as ilhas do mar,
8 E eis que ele a vem, segundo as mais especialmente aos da l casa
palavras do anjo, b seiscentos anos de Israel.
depois de meu pai haver saído de 11 Porque assim falou o profeta:
Jerusalém. O Senhor Deus certamente a visi-
9 E o mundo, devido à iniqui- tará toda a casa de Israel naquele
dade, julgá-lo-á como uma coisa dia, uns com sua voz, por causa
5 b GEE Escrituras — As 9 a Isa. 50:5–6; GEE Escrituras —
escrituras devem ser Mt. 27:30. Escrituras perdidas;
preservadas. 10 a 2 Né. 26:12; Zenoque.
6 a Ver página de rosto do Mos. 7:27; 27:30–31; g 2 Né. 6:9;
Livro de Mórmon. Al. 11:38–39; Mos. 3:9.
GEE Santo (adjetivo). 3 Né. 11:14–15. GEE Crucificação.
b Mórm. 8:13–17; b Êx. 3:2–10; 6:6; h Mt. 27:60;
Ét. 12:23–28. 1 Né. 5:15; Lc. 23:53;
7 a 2 Né. 33:2; D&C 136:22. 2 Né. 25:13.
Jacó 4:14. c Gên. 32:9; Mos. 7:19; i Jacó 6:1; Hel. 15:11.
b GEE Rebeldia, Rebelião. D&C 136:21. GEE Zenos.
8 a GEE Jesus Cristo — GEE Jeová. j 1 Né. 12:4–5;
Profecias acerca do d GEE Expiação, Expiar. Hel. 14:20, 27;
nascimento e da morte e 3 Né. 27:14. 3 Né. 8:3, 19–23; 10:9.
de Jesus Cristo. f Al. 33:15; 34:7; l 3 Né. 16:1–4.
b 1 Né. 10:4; Hel. 8:19–20; 11 a 3 Né. 9;
2 Né. 25:19. 3 Né. 10:15–16. D&C 5:16.
51 1 NÉFI 19:12–21
de sua retidão, para sua gran- recordará dos convênios feitos
b 

de alegria e salvação; e outros com seus pais.


com os b trovões e os relâmpagos 16 Sim, então se lembrará das
de seu poder, com tempestades, a 
ilhas do mar; sim, e b reunirei todo
com fogo, com fumaça e vapor o povo que é da casa de Israel, diz
de c trevas, com o abrir-se da d ter- o Senhor, segundo as palavras do
ra e com e montanhas que serão profeta Zenos, dos quatro cantos
elevadas. da Terra.
12 E a todas estas coisas certa- 17 Sim, e toda a Terra a verá a
mente se darão, diz o profeta b Ze- salvação do Senhor, diz o profeta;
nos. E partir-se-ão as c rochas da todas as nações, tribos, línguas e
Terra e, por causa dos gemidos da povos serão abençoados.
Terra, muitos dos reis das ilhas do 18 E eu, Néfi, escrevi estas coisas
mar serão inspirados pelo Espíri- a meu povo para ver se conseguia
to de Deus a exclamar: O Deus da persuadi-lo a lembrar-se do Se-
natureza sofre! nhor seu Redentor.
13 E quanto àqueles que estão 19 E falo, portanto, a toda a casa
em Jerusalém, diz o profeta, se- de Israel, se acontecer que ela re-
rão a açoitados por todos os povos, ceba a estas coisas.
porque b crucificam o Deus de Is- 20 Pois eis que se comove o meu
rael e desviam o coração, rejeitan- espírito pelos que ficaram em Je-
do sinais e maravilhas e o poder e rusalém, o que me aflige tanto que
glória do Deus de Israel. se me debilitam todas as juntas;
14 E por terem desviado o cora- pois se o Senhor não houvesse
ção, diz o profeta, e a desprezado o sido misericordioso, mostrando-
Santo de Israel, vagarão na carne me o que lhes iria acontecer, como
e perecerão; e tornar-se-ão objeto fez com os antigos profetas, eu
de b escárnio e c opróbrio e serão também teria perecido.
odiados por todas as nações. 21 E ele certamente mostrou aos
15 Não obstante, quando chegar antigos a profetas todas as coi-
o dia, diz o profeta, em que eles sas a eles b concernentes; e tam-
a 
não mais voltarem o coração con- bém mostrou a muitos as coisas
tra o Santo de Israel, então ele se concernentes a nós; precisamos,
11 b Hel. 14:20–27; 14 a Isa. 53:3–6; b Isa. 49:20–22.
3 Né. 8:5–23. Mos. 14:3–6. GEE Israel — Coligação
c Lc. 23:44–45; b GEE Judeus. de Israel.
3 Né. 8:19–20. c Deut. 28:37; 17 a Isa. 40:4–5.
d 2 Né. 26:5. 1 Re. 9:7; 19 a En. 1:16;
e 3 Né. 8:10. 3 Né. 16:9. Mórm. 5:12; 7:9–10.
12 a Hel. 14:20–28. 15 a 1 Né. 22:11–12. 21 a 2 Re. 17:13;
b Jacó 5:1. b GEE Convênio Amós 3:7.
c Mt. 27:51. Abraâmico. GEE Profeta.
13 a Lc. 23:27–30. 16 a 1 Né. 22:4; b 3 Né. 10:16–17.
b 2 Né. 10:3. 2 Né. 10:21.
1 NÉFI 19:22–20:6 52
portanto, conhecer as coisas a eles Babilônia — Comparar com Isaías
concernentes, pois estão escritas 48. Aproximadamente 588–570 a.C.
nas placas de latão.
22 Ora, aconteceu que eu, Néfi, Escuta e ouve isto, ó casa de Jacó,
ensinei estas coisas a meus ir- que é chamada pelo nome de Is-
mãos; e aconteceu que li para eles rael, que saiu das águas de Judá,
muitas coisas que estavam grava- ou seja, das águas do a batismo,
das nas a placas de latão, para que que jura pelo nome do Senhor e
soubessem o que o Senhor havia que faz menção do Deus de Israel;
feito em outras terras entre os po- contudo, não jura nem em verda-
vos antigos. de nem em retidão.
23 E li-lhes muitas coisas que 2 Não obstante, toma o nome da
estavam escritas nos a livros de a 
cidade santa, mas não se b apoia
Moisés; mas, para melhor persua- no Deus de Israel, que é o Senhor
di-los a acreditar no Senhor, seu dos Exércitos; sim, o Senhor dos
Redentor, eu li o que foi escrito Exércitos é o seu nome.
pelo profeta b Isaías, pois c apliquei 3 Eis que anunciei as a primeiras
todas as escrituras a nós, para nos- coisas desde o princípio; e elas
so d proveito e instrução. saíram de minha boca e mostrei-
24 Falei-lhes, portanto, dizendo: as. Mostrei-as apressuradamente.
Escutai as palavras do profeta, 4 E assim o fiz por saber que a és
vós, que sois um remanescente da obstinado, que a tua cerviz é um
casa de Israel, um a ramo que foi nervo de ferro, e a tua testa, de
arrancado; escutai as palavras do bronze;
profeta, que foram escritas para 5 E desde o início tenho-te de-
toda a casa de Israel, e aplicai-as clarado; antes que acontecessem,
a vós mesmos, para que tenhais eu tas mostrei; e mostrei-as por
esperança, assim como vossos ir- temor de que viesses a dizer: Meu
mãos, de quem fostes separados; a 
ídolo fez estas coisas e a minha
e assim escreveu o profeta. imagem de escultura e a minha
imagem de fundição ordenou-as.
6 Viste e ouviste tudo isto; e não
CAPÍTULO 20
o anunciarás? E que desde ago-
O Senhor revela Seus propósitos ra te tenho mostrado coisas no-
a Israel — Israel foi escolhida na vas, sim, coisas ocultas; e não as
fornalha da aflição e deve sair da sabias.
22 a 1 Né. 22:1. c GEE Escrituras — 2 a Isa. 52:1.
23 a Êx. 17:14; Valor das escrituras. GEE Jerusalém.
1 Né. 5:11; d 2 Né. 4:15. b IE confia.
Mois. 1:40–41. 24 a Gên. 49:22–26; 3 a Isa. 46:9–10.
b 1 Né. 15:20; 1 Né. 15:12; 4 a IE Israel.
2 Né. 25:4–6; 2 Né. 3:4–5. 5 a GEE Idolatria.
3 Né. 23:1. 20 1 a GEE Batismo, Batizar.
53 1 NÉFI 20:7–20
7 Elas são criadas agora e não qual declarou por meio deles; e
desde o princípio; nem antes do executará a sua vontade em b Ba-
dia em que as ouviste te foram de- bilônia, e o seu braço cairá sobre
claradas, para que não dissesses: os caldeus.
Eis que eu as sabia. 15 Diz também o Senhor: Eu,
8 Sim, e não ouviste; sim, não o Senhor, sim, eu falei; sim, eu o
conheceste; sim, tampouco desde chamei para anunciar, eu o trouxe,
aquela época foi aberto o teu ou- e ele fará próspero o seu caminho.
vido; porque eu sabia que agirias 16 Achegai-vos a mim; não falei
muito perfidamente e que foste em a segredo; desde o princípio,
chamado de a transgressor desde desde o tempo em que foi anun-
o ventre. ciado, eu falei; e o Senhor Deus e
9 Não obstante, por causa do o seu Espírito enviaram-me.
meu a nome retardarei a minha 17 E assim diz o Senhor, o teu
ira e, por causa do meu louvor, a 
Redentor, o Santo de Israel: Eu
conter-me-ei, para não te destruir. o enviei; o Senhor teu Deus, que
10 Pois eis que te purifiquei e te ensina o que é útil, que te b guia
te escolhi na fornalha da a aflição. pelo caminho que deves seguir,
11 Por minha causa, sim, por mi- fez essas coisas.
nha própria causa farei isso, pois 18 Oh! se tivesses dado ouvidos
não permitirei que o meu a nome aos meus a mandamentos — então
seja profanado e b não darei a mi- a tua paz teria sido como um rio
nha glória a outrem. e a tua retidão, como as ondas
12 Dá-me ouvidos, ó Jacó, e Is- do mar.
rael, a quem chamei; pois eu sou 19 A tua a semente também teria
ele; eu sou o a primeiro e eu sou sido como a areia; os frutos das
também o último. tuas entranhas, como o seu cas-
13 A minha mão a fundou tam- calho; o seu nome não teria sido
bém a Terra e a minha mão direita apagado nem eliminado da minha
mediu os céus. Chamo-os, e jun- presença.
tamente aparecem. 20  a Deixai Babilônia, fugi dos
14 Reuni-vos todos e escutai: caldeus e anunciai com voz de
Quem, dentre eles, declarou-lhes júbilo, proclamai isto, falai até os
essas coisas? O Senhor o amou; confins da Terra; dizei: O Senhor
sim, e a cumprirá a sua palavra, a redimiu Jacó, seu b servo.
8 a Salm. 58:3. GEE Alfa e Ômega; b GEE Inspiração,
9 a 1 Sam. 12:22; Primogênito. Inspirar;
Salm. 23:3; 13 a Salm. 102:25. Revelação.
1 Jo. 2:12. GEE Criação, Criar. 18 a Ecles. 8:5.
10 a GEE Adversidade. 14 a 1 Re. 8:56; 19 a Gên. 22:15–19;
11 a Jer. 44:26. D&C 64:31; 76:3. Ose. 1:10.
b Isa. 42:8; b GEE Babel, Babilônia. 20 a Jer. 51:6;
Mois. 4:1–4. 16 a Isa. 45:19. D&C 133:5–14.
12 a Apoc. 1:17; 22:13. 17 a GEE Redentor. b Isa. 44:1–2, 21.
1 NÉFI 20:21–21:8 54
21 E eles não tiveram sede; ele
a 
3 E disse-me: Tu és meu servo, ó
a 

os conduziu através dos desertos; Israel, em quem serei glorificado.


fez-lhes jorrar água da b rocha; fen- 4 Eu disse: Trabalhei em vão;
deu também a rocha, e as águas despendi a minha força em vão e
jorraram. sem proveito; certamente o meu
22 E apesar de haver feito tudo julgamento está com o Senhor, e
isso e ainda mais, não há a paz o meu trabalho, com o meu Deus.
para os iníquos, diz o Senhor. 5 E agora, diz o Senhor — que
me a formou desde o ventre para
CAPÍTULO 21 ser seu servo, para trazer-lhe no-
vamente Jacó — mesmo que Israel
O Messias será uma luz para os
não esteja reunido, serei glorifica-
gentios e libertará os prisionei-
do perante os olhos do Senhor, e
ros — Israel será reunida com po-
o meu Deus será a minha força.
der nos últimos dias — Reis serão
6 E ele disse: Pouco é que se-
seus aios — Comparar com Isaías
jas o meu servo, para levantar
49. Aproximadamente 588–570 a.C.
as a tribos de Jacó e restaurar os
E outra vez: Escutai, ó vós, casa preservados de Israel. E dar-te-
de Israel, todos vós que fostes se- ei também por b luz aos c gentios,
parados e expulsos por causa da para seres a minha salvação até
iniquidade dos pastores de meu os confins da Terra.
povo; sim, todos vós que estais 7 Assim diz o Senhor, o Reden-
separados, que estais dispersos tor de Israel, o seu Santo, àquele
no estrangeiro, que sois de meu a quem os homens desprezam,
povo, ó casa de Israel. Escutai-me, a quem as nações abominam, ao
ó a ilhas, e dai ouvidos, ó povos servo de governantes: Por causa
b 
longínquos; o Senhor chamou- do Senhor, que é fiel, reis verão e
me desde o ventre; desde as en- levantar-se-ão, príncipes também
tranhas de minha mãe fez menção adorarão.
ao meu nome. 8 Assim diz o Senhor: Na ocasião
2 E ele fez a minha boca como propícia vos ouvi, ó ilhas do mar,
uma espada afiada; escondeu-me e no dia da salvação vos ajudei;
na sombra da sua mão e fez-me e eu vos preservarei e dar-vos-
como uma flecha polida; escon- ei a meu servo por convênio do
deu-me na sua aljava; povo, para estabelecer a terra e
21 a Isa. 41:17–20. 2 Né. 10:20–22. tribos de Israel.
b Êx. 17:6; b D&C 1:1. b D&C 103:8–10;
Núm. 20:11; 3 a Lev. 25:55; Abr. 2:10–11.
1 Né. 17:29; Isa. 41:8; c 3 Né. 21:11.
2 Né. 25:20. D&C 93:45–46. 8 a 2 Né. 3:6–15;
22 a GEE Paz. 5 a Isa. 44:24. 3 Né. 21:8–11;
21 1 a 1 Né. 22:4; 6 a GEE Israel — Doze Mórm. 8:16, 25.
55 1 NÉFI 21:9–22
para fazer herdar as desoladas 16 Eis que te tenho gravada nas
herdades. palmas de minhas mãos; os teus
a 

9 Para dizeres aos a presos: Saí! E muros estão continuamente dian-


aos que estão na b escuridão: Mos- te de mim.
trai-vos! Eles serão alimentados 17 Teus filhos precipitar-se-ão
nos caminhos, e os seus c pastos contra os teus destruidores, e os
serão em todos os lugares altos. que te a assolaram fugirão de ti.
10 Não terão fome nem sede, 18 Alça os teus olhos ao redor
nem o calor nem o sol os afligirão; e olha; todos estes se a ajuntam
pois aquele que tem misericórdia e virão a ti. E como vivo, diz o
deles os conduzirá, sim, junto aos Senhor, de todos eles te vestirás,
mananciais das águas guiá-los-á. como com um adorno; e te cingi-
11 E farei de todas as minhas rás deles como uma noiva.
montanhas um caminho, e as mi- 19 Porque os teus desertos e os
nhas a veredas serão exaltadas. teus lugares solitários e a terra da
12 E então, ó casa de Israel, eis tua destruição serão ainda ago-
que a estes virão de longe; e eis ra bem pequenos por causa dos
que estes, do norte e do ocidente; habitantes; e os que te tragaram
e estes, da terra de Sinim. estarão longe.
13  a Cantai, ó céus; e alegra-te, 20 Os filhos que tiveres, depois
ó Terra, pois estabelecer-se-ão os de haveres perdido o primeiro, di-
pés dos que estão no oriente; can- rão novamente aos teus ouvidos:
tai, ó montanhas, pois eles não O lugar é muito estreito para mim;
mais serão feridos; porque o Se- dá-me lugar para habitar.
nhor consolou o seu povo e dos 21  a Dirás, pois, no teu coração:
seus aflitos compadecer-se-á. Quem me concebeu estes, saben-
14 Mas eis que Sião disse: O Se- do que eu havia perdido os meus
nhor abandonou-me e o meu Se- filhos e que estou b solitária, cativa
nhor esqueceu-se de mim — ele, e errante de um para outro lado?
porém, mostrará que não é assim. E quem criou estes? Eis que fui
15 Pois pode uma a mulher se deixada sozinha; e estes, onde
esquecer tanto do seu filho que estavam?
está amamentando, que não sinta 22 Assim diz o Senhor Deus: Eis
compaixão do filho do seu ventre? que levantarei a minha mão para
Sim, pode b esquecer; eu, porém, os a gentios e levantarei o meu b es-
não te esquecerei, ó casa de Israel. tandarte para o povo; e eles trarão
9 a GEE Salvação para os 13 a Isa. 44:23. 18 a Miq. 4:11–13.
Mortos. 15 a GEE Mulher, Mulheres. 21 a IE Sião.
b 2 Né. 3:5. b Isa. 41:17; b Isa. 54:1;
c Eze. 34:14. Al. 46:8; Gál. 4:27.
11 a Isa. 62:10; D&C 61:36. 22 a Isa. 66:18–20.
D&C 133:23–32. 16 a Zac. 13:6. b Isa. 11:12; 18:3.
12 a Isa. 43:5–6. 17 a 3 Né. 21:12–20.
1 NÉFI 21:23–22:4 56
os teus filhos nos seus braços e as
c 
será destruído e Satanás será amarra-
tuas filhas serão carregadas nos do. Aproximadamente 588–570 a.C.
seus ombros.
23 E a reis serão os teus b aios, e as E então aconteceu que depois de
suas rainhas serão as tuas amas; e haver eu, Néfi, lido estas coisas
inclinar-se-ão diante de ti, com o que estavam gravadas nas a pla-
rosto para o solo, e lamberão o pó cas de latão, meus irmãos vieram
dos teus pés, e saberás que eu sou a mim e perguntaram-me: O que
o Senhor; pois não serão envergo- significam estas coisas que haveis
nhados os que c confiam em mim. lido? Deverão ser compreendidas
24 Tirar-se-á, pois, a presa dos conforme as coisas espirituais,
fortes ou libertar-se-ão os a cativos que acontecem segundo o espírito
legítimos? e não a carne?
25 Assim, porém, diz o Senhor: 2 E eu, Néfi, disse-lhes: Eis que
Até os cativos serão tirados dos elas foram a manifestadas ao pro-
fortes e a presa do terrível será feta pela voz do Espírito; porque
liberta; porque contenderei com pelo b Espírito são reveladas aos
os que contenderem contigo e sal- c 
profetas todas as coisas que acon-
varei os teus filhos. tecerão aos filhos dos homens se-
26 a Alimentarei os teus opresso- gundo a carne.
res com a sua própria carne; serão 3 Portanto, as coisas que li são
embriagados com o seu próprio relativas tanto às coisas a terrenas
sangue, como se fosse vinho doce; como às espirituais. Pois parece
e toda carne b saberá que eu, o Se- que a casa de Israel, mais cedo
nhor, sou o teu Salvador e o teu ou mais tarde, será b dispersa so-
Redentor, o c Poderoso de Jacó. bre toda a face da Terra e também
entre todas as nações.
4 E eis que existem muitos que já
CAPÍTULO 22
são desconhecidos daqueles que
Israel será disperso sobre toda a face estão em Jerusalém. Sim, a maior
da Terra — Os gentios cuidarão de parte de todas as a tribos foi b le-
Israel e alimentá-lo-ão com o evan- vada embora; e estão dispersas
gelho nos últimos dias — Israel será aqui e ali, pelas c ilhas do mar; e
coligado e salvo e os iníquos queima- nenhum de nós sabe onde estão,
rão como restolho — O reino do diabo salvo que foram levadas.
22 c 1 Né. 22:8; b Mos. 11:22. b 1 Né. 10:12–14;
2 Né. 10:8–9. c GEE Jeová. 2 Né. 25:14–16.
23 a Isa. 60:16. 22 1 a 1 Né. 19:22; GEE Israel —
b 1 Né. 22:6. 2 Né. 4:2. Dispersão de Israel.
c 2 Né. 6:13; 2 a 2 Ped. 1:19–21. 4 a GEE Israel — Dez tribos
D&C 98:2; b GEE Espírito Santo. perdidas.
133:10–11, 45. c GEE Profecia, b 2 Né. 10:22.
24 a 1 Né. 21:25. Profetizar. c 1 Né. 21:1;
26 a 1 Né. 22:13–14. 3 a D&C 29:31–34. 2 Né. 10:8, 20.
57 1 NÉFI 22:5–13
5 E desde que foram levadas, dentes haverem sido dispersos, o
estas coisas foram profetizadas Senhor Deus fará uma a obra ma-
a respeito delas e também a res- ravilhosa entre os b gentios, que
peito de todos os que, de ago- será de grande c valor para nossos
ra em diante, forem dispersos e descendentes; é como se fossem,
confundidos por causa do Santo portanto, alimentados pelos gen-
de Israel; porque endurecerão o tios e carregados em seus braços
coração contra ele; serão, portan- e sobre seus ombros.
to, dispersos por todas as nações 9 E será também de a valor para
e a odiados por todos os homens. os gentios; e não somente para os
6 Não obstante, depois de ha- gentios, mas b para toda a c casa de
verem sido a alimentados pelos Israel, porque dará a conhecer os
b 
gentios e de o Senhor ter esten- d 
convênios do Pai dos céus com
dido a mão sobre os gentios, pon- Abraão, quando disse: Em tua
do-os como estandarte; e de seus e 
semente serão f benditas todas as
c 
filhos terem sido carregados em famílias da Terra.
seus braços e suas filhas terem 10 E agora, meus irmãos, quero
sido carregadas sobre seus om- que saibais que todas as famílias
bros, eis que estas coisas de que da Terra não poderão ser abençoa-
se fala são literais; pois assim são das, a menos que ele a desnude o
os convênios do Senhor com os braço aos olhos das nações.
nossos pais; e isto se refere a nós, 11 O Senhor Deus, portanto, des-
nos dias vindouros, e também a nudará o braço aos olhos de todas
todos os nossos irmãos que são as nações ao fazer chegar seus
da casa de Israel. convênios e seu evangelho aos
7 E significa que tempo virá em que são da casa de Israel.
que, depois de toda a casa de Is- 12 Ele, portanto, tornará a tirá-
rael haver sido dispersa e con- los do cativeiro e serão a reunidos
fundida, o Senhor Deus levantará nas terras de sua herança; e serão
entre os a gentios uma nação pode- tirados da b obscuridade e das tre-
rosa, sim, sobre a face desta terra; vas e saberão que o c Senhor é seu
e nossos descendentes serão por d 
Salvador e seu Redentor, o e Po-
eles b dispersos. deroso de Israel.
8 E depois de nossos descen- 13 E o sangue daquela grande e
5 a 1 Né. 19:14. Evangelho. Abraâmico.
6 a 1 Né. 21:23. b 2 Né. 10:10–11; f Gên. 12:2–3;
b GEE Gentios. 3 Né. 16:4–7; 3 Né. 20:27;
c 1 Né. 15:13. Mórm. 5:19. Abr. 2:9–11.
7 a 3 Né. 20:27. c 1 Né. 15:13–18; 10 a Isa. 52:10.
b 1 Né. 13:12–14; 3 Né. 5:21–26; 21:7. 12 a GEE Israel — Coligação
2 Né. 1:11. 9 a 1 Né. 14:1–5. de Israel.
8 a Isa. 29:14; b 2 Né. 30:1–7. b GEE Trevas Espirituais.
1 Né. 14:7; c 2 Né. 29:13–14. c 2 Né. 6:10–11.
2 Né. 27:26. d Deut. 4:31. d GEE Salvador.
GEE Restauração do e GEE Convênio e GEE Jeová.
1 NÉFI 22:14–21 58
a 
abominável igreja, que é a prosti- 17 Portanto, ele preservará os
a 

tuta de toda a Terra, entornar-se-á justos pelo seu poder, mesmo que
b 

sobre as suas cabeças, porque b lu- venha a plenitude de sua ira e os


tarão entre si; e a espada de c suas justos tenham de ser preservados
mãos cairá sobre as suas cabeças com a destruição dos seus inimi-
e embriagar-se-ão com o próprio gos pelo fogo. Os justos, portanto,
sangue. não precisam temer, porque assim
14 E todas as a nações que te fi- diz o profeta: Eles serão salvos,
zerem guerra, ó casa de Israel, ainda que seja por fogo.
voltar-se-ão umas contra as ou- 18 Eis que vos digo, meus ir-
tras e b cairão no abismo que abri- mãos, que estas coisas acontecerão
ram para apanhar na armadilha brevemente; sim, haverá sangue e
o povo do Senhor. E todos os que fogo e vapores de fumaça; e é pre-
c 
lutarem contra Sião serão destruí- ciso que seja na face desta Terra;
dos; e aquela grande prostituta e isto acontecerá aos homens de
que perverteu os caminhos retos acordo com a carne, se eles endu-
do Senhor, sim, aquela grande e recerem o coração contra o Santo
abominável igreja cairá por d terra de Israel.
e grande será a sua queda. 19 Porque eis que os justos não
15 Pois eis que, diz o profeta, perecerão; pois certamente tempo
aproxima-se rapidamente o tempo virá em que hão de ser afastados
em que Satanás não terá mais po- todos os que lutarem contra Sião.
der sobre o coração dos filhos dos 20 E o Senhor certamente pre-
homens; pois logo virá o dia em parará um caminho para o seu
que todos os orgulhosos e aque- povo, em cumprimento das pala-
les que praticam iniquidade serão vras de Moisés, quando disse: O
como a restolho; e dia virá em que Senhor vosso Deus levantar-vos-á
serão b queimados. um a profeta semelhante a mim;
16 Pois aproxima-se o dia em e ouvi-lo-eis em tudo o que ele
que a plenitude da a ira de Deus vos disser. E acontecerá que to-
será derramada sobre todos os dos aqueles que não escutarem o
filhos dos homens; porque ele profeta serão b afastados do povo.
não permitirá que os iníquos des- 21 E agora eu, Néfi, declaro-vos
truam os justos. que esse a profeta de quem Moisés
13 a GEE Diabo — Igreja do 15 a Isa. 5:23–24; 16 a 1 Né. 14:17.
diabo. Naum 1:10; 17 a 2 Né. 30:10;
b 1 Né. 14:3, 15–17. Mal. 4:1; Mois. 7:61.
c 1 Né. 21:26. 2 Né. 15:24; 26:4–6; b 1 Né. 17:33–40.
14 a Lc. 21:10. D&C 64:23–24; 133:64. 20 a Jo. 4:19; 7:40.
b Isa. 60:12; b Salm. 21:9; b D&C 133:63.
1 Né. 14:3; 3 Né. 25:1; 21 a Deut. 18:15, 18;
D&C 109:25. D&C 29:9. At. 3:20–23;
c 2 Né. 10:13; 27:3. GEE Terra — 1 Né. 10:4;
d Isa. 25:12. Purificação da Terra. 3 Né. 20:23.
59 1 NÉFI 22:22–31
falou era o Santo de Israel; ele, quatro cantos da Terra; e ele conta
portanto, b julgará com retidão. suas ovelhas e elas conhecem-no e
22 E os justos não devem temer, haverá um rebanho e um b pastor;
pois são os que não serão confun- e alimentará suas ovelhas e nele
didos. É o reino do diabo, porém, serão c apascentadas.
que será estabelecido entre os fi- 26 E por causa da retidão de
lhos dos homens, reino esse que seu povo, a Satanás não tem po-
é estabelecido entre os que estão der; portanto, não pode ser solto
na carne — pelo espaço de b muitos anos; pois
23 Pois rapidamente chegará o não tem poder sobre o coração do
tempo em que todas as a igrejas povo, porque vivem em retidão e
que foram estabelecidas para ob- o Santo de Israel c reina.
ter riquezas; e todas aquelas que 27 E eis que agora eu, Néfi, digo-
foram estabelecidas para obter po- vos que todas estas coisas aconte-
der sobre a carne; e as que foram cerão de acordo com a carne.
estabelecidas para se tornarem 28 Mas eis que todas as nações,
b 
populares aos olhos do mundo; tribos, línguas e povos habitarão
e aquelas que procuram a con- em segurança no Santo de Israel,
cupiscência da carne e as coisas caso se a arrependam.
do mundo e praticam toda sorte 29 E agora eu, Néfi, termino,
de iniquidade; sim, enfim todas porque não me atrevo a falar mais
aquelas que pertencem ao reino sobre estas coisas por enquanto.
do diabo são as que devem temer 30 Portanto, meus irmãos, quise-
e c tremer e estremecer; estas são ra que considerásseis verdadeiras
as que serão abatidas até o pó; es- as coisas que foram escritas nas
tas são as que serão d consumidas a 
placas de latão; e elas testificam
como restolho; e isto de acordo que o homem deve ser obediente
com a palavra do profeta. aos mandamentos de Deus.
24 E rapidamente se aproxima 31 Não deveis, portanto, supor
o tempo em que os justos serão que eu e meu pai fomos os únicos
levados como a bezerros do ceva- a testificá-las e a ensiná-las. Por-
douro; e o Santo de Israel reina- tanto, se fordes obedientes aos
rá em domínio e força e poder e a 
mandamentos e perseverardes
grande glória. até o fim, sereis salvos no último
25 E ele a reúne seus filhos dos dia. E assim é. Amém.
21 b Salm. 98:9; Mois. 6:57. 3 Né. 25:2. b Jacó 5:76.
23 a 1 Né. 14:10; 25 a GEE Israel — Coligação c GEE Milênio.
2 Né. 26:20. de Israel. 28 a GEE Arrepender-se,
GEE Artimanhas b GEE Bom Pastor. Arrependimento;
Sacerdotais. c Salm. 23. Perdoar.
b Lc. 6:26; Al. 1:3. 26 a Apoc. 20:2; Al. 48:17; 30 a 2 Né. 4:2.
c 2 Né. 28:19. D&C 43:31; 45:55; 31 a Mt. 19:17.
d 2 Né. 26:6. 88:110; 101:28. GEE Mandamentos de
24 a Amós 6:4; Mal. 4:2; GEE Diabo. Deus.
SEGUNDO LIVRO DE NÉFI
Um relato da morte de Leí. Os irmãos de Néfi rebelam-se contra ele. O
Senhor adverte a Néfi que parta para o deserto. Suas viagens no deserto
e outros relatos.
CAPÍTULO 1 5 Mas, disse ele, não obstante
nossas aflições, recebemos uma
Leí profetiza acerca de uma terra de a 
terra de promissão, uma terra
liberdade — Sua semente será dis- b 
escolhida acima de todas as ou-
persa e ferida se rejeitar o Santo de
tras; uma terra que, segundo o
Israel — Ele exorta os filhos a vesti-
convênio que o Senhor fez comi-
rem a armadura da retidão. Aproxi-
go, será uma terra para a heran-
madamente 588–570 a.C.
ça de minha posteridade. Sim, o

E ENTÃO aconteceu que depois


de eu, Néfi, haver acabado de
ensinar meus irmãos, nosso a pai,
Senhor concedeu esta terra por
c 
convênio a mim e a meus filhos
para sempre; e também a todos os
Leí, também lhes disse muitas que forem tirados de outros países
coisas e narrou-lhes as grandiosas pela mão do Senhor.
coisas que o Senhor fizera por eles 6 Portanto, eu, Leí, profetizo, de
ao tirá-los da terra de Jerusalém. acordo com o Espírito que opera
2 E falou-lhes de suas a rebeliões em mim, que a ninguém virá a esta
quando estavam sobre as águas e terra a menos que seja trazido
da misericórdia de Deus, salvan- pela mão do Senhor.
do-lhes a vida para que não fos- 7 Portanto, esta a terra é consa-
sem tragados pelo mar. grada àqueles que ele trouxer. E
3 E falou-lhes também sobre a se acontecer que o sirvam de acor-
terra da promissão que haviam do com os mandamentos que ele
alcançado — quão misericordio- deu, será uma terra de b liberdade
so o Senhor havia sido, avisan- para eles; portanto, jamais serão
do-nos para fugirmos da terra de reduzidos à escravidão; se o fo-
Jerusalém. rem, será por causa de iniquidade;
4 Pois eis que, disse ele, tive uma porque se houver muita iniquida-
a 
visão, pela qual sei que b Jerusa- de, a terra será c amaldiçoada por
lém foi destruída; e se houvésse- causa deles; mas para os justos
mos permanecido em Jerusalém será abençoada para sempre.
teríamos também c perecido. 8 E eis que é prudente que esta
1 1 a GEE Patriarca, Hel. 8:20. 7 a Mos. 29:32;
Patriarcal. c Al. 9:22. Al. 46:10, 20.
2 a 1 Né. 18:9–20. 5 a GEE Terra da b 2 Né. 10:11.
4 a GEE Visão. Promissão. GEE Liberdade, Livre.
b 2 Re. 24:14–15; b Ét. 2:9–10. c Al. 45:10–14, 16;
Jer. 44:2; c GEE Convênio. Mórm. 1:17;
1 Né. 1:4; 6 a 2 Né. 10:22. Ét. 2:8–12.
61 2 NÉFI 1:9–15
terra não chegue ainda ao conhe- rejeitarem o Santo de Israel, o ver-
cimento de outras nações; pois eis dadeiro a Messias, seu Redentor e
que muitas nações ocupariam to- seu Deus, eis que sobre eles re-
talmente a terra, de modo que não cairão os julgamentos daquele
haveria lugar para uma herança. que é justo.
9 Portanto, eu, Leí, obtive uma 11 Sim, ele trará a outras nações
promessa de que a se aqueles que até eles e dar-lhes-á poder; e ti-
o Senhor tirar de Jerusalém guar- rar-lhes-á as terras de sua posse e
darem seus mandamentos, b pros- fará com que sejam b dispersados
perarão na face desta terra; e per- e feridos.
manecerão ignorados de todas 12 Sim, de geração em geração
as outras nações, a fim de que haverá a derramamento de sangue
ocupem esta terra para si pró- e grandes calamidades entre eles;
prios. E se c guardarem seus man- portanto, meus filhos, quisera que
damentos, serão abençoados na vos lembrásseis, sim, quisera que
face desta terra e não haverá nin- désseis ouvidos às minhas pala-
guém para molestá-los nem para vras.
tirar a terra de sua herança; e habi- 13 Oh! Quisera que acordásseis;
tarão em segurança para sempre. que acordásseis de um profundo
10 Mas eis que quando chegar sono, sim, do sono do a inferno, e
o tempo em que degenerarem, sacudísseis as pavorosas b corren-
caindo na incredulidade, depois tes que vos prendem, que são as
de haverem recebido tão grandes correntes que prendem os filhos
bênçãos das mãos do Senhor — dos homens, de modo que são le-
tendo conhecimento da criação vados cativos ao eterno c abismo
da Terra e de todos os homens, da miséria e da dor.
conhecendo as grandes e mara- 14 Despertai! e levantai-vos do
vilhosas obras do Senhor desde pó e ouvi as palavras de um a pai
a criação do mundo; tendo re- trêmulo, cujos membros logo po-
cebido o poder de fazer todas as reis na fria e silenciosa b sepultu-
coisas pela fé; possuindo todos ra da qual nenhum viajante pode
os mandamentos desde o prin- retornar; uns dias mais e irei pelo
cípio e tendo sido trazidos para c 
caminho de toda a Terra.
esta preciosa terra de promissão 15 Mas eis que o Senhor a redi-
pela sua infinita bondade — eis miu a minha alma do inferno; eu
que digo: se chegar o dia em que contemplei a sua glória e estarei
9 a 2 Né. 4:4; Mórm. 5:19–20. 14 a GEE Pais.
Al. 9:13. b 1 Né. 22:7. b GEE Morte Física.
b Deut. 29:9. 12 a Mórm. 1:11–19; 4:11. c Jos. 23:14.
c GEE Obedecer, 13 a GEE Inferno. 15 a Al. 36:28.
Obediência, Obediente. b Al. 12:9–11. GEE Expiação, Expiar.
10 a GEE Messias. c 1 Né. 15:28–30;
11 a 1 Né. 13:12–20; Hel. 3:29–30.
2 NÉFI 1:16–25 62
eternamente envolvido pelos bra-
b 
coração possa deixar este mundo
ços de seu c amor. com alegria por vossa causa, para
16 E desejo que vos lembreis de que eu não vá para a sepultura
observar os a estatutos e os juízos com pesar e dor, levantai-vos do
do Senhor; eis que isto tem sido a pó, meus filhos, e sede a homens e
preocupação de minha alma des- determinados em b um só pensa-
de o princípio. mento e um só coração, unidos em
17 Meu coração tem-se enchido todas as coisas, para não cairdes
de pesar, de tempos em tempos, em cativeiro;
pois tenho temido que, pela du- 22 Para que não sejais amaldi-
reza de vosso coração, o Senhor çoados com uma terrível maldi-
vosso Deus vos visite na pleni- ção; e também para não incor-
tude de sua a ira, de modo que rerdes no desagrado de um Deus
sejais b condenados e destruídos a 
justo, trazendo sobre vós a des-
para sempre; truição, sim, a eterna destruição,
18 Ou que vos advenha uma tanto da alma como do corpo.
maldição pelo espaço de a muitas 23 Despertai, meus filhos, cingi
gerações; e sejais visitados pela a a armadura da retidão. Sacudi as
espada e pela fome e sejais odia- correntes com que estais amarra-
dos e conduzidos de acordo com dos e saí da obscuridade e levan-
a vontade e cativeiro do b diabo. tai-vos do pó.
19 Oh! meus filhos, que estas 24 Não vos rebeleis mais contra
coisas não vos sucedam, mas que vosso irmão, cujas visões têm sido
sejais um povo escolhido e a favo- gloriosas e que tem guardado os
recido pelo Senhor. Porém seja fei- mandamentos desde quando dei-
ta a vontade dele, porque seus b ca- xamos Jerusalém; e que foi um
minhos são retidão para sempre. instrumento nas mãos de Deus,
20 E ele disse: a Se guardardes ao trazer-nos para a terra da pro-
meus b mandamentos, c prospera- missão; porque, se não fosse por
reis na terra; mas se não guardar- ele, teríamos perecido de a fome
des meus mandamentos, sereis no deserto; não obstante, tentastes
afastados de minha presença. b 
tirar-lhe a vida, sim, e ele pade-
21  E agora, para que minha ceu muito por vossa causa.
alma se regozije convosco e meu 25 E eu tremo e temo excessiva-
15 b Jacó 6:5; 18 a 1 Né. 12:20–23. Joel 2:23–26.
Al. 5:33; b GEE Diabo. c Salm. 67:6;
3 Né. 9:14. 19 a GEE Escolher, Escolhido Mos. 2:21–25.
c Rom. 8:39. (verbo); 21 a 1 Sam. 4:9;
GEE Amor. Escolhido (adjetivo ou 1 Re. 2:2.
16 a Deut. 4:5–8; substantivo). b Mois. 7:18.
2 Né. 5:10–11. b Ose. 14:9. 22 a D&C 3:4.
17 a 2 Né. 5:21–24; 20 a Jar. 1:9; Mos. 1:6–7; 23 a Ef. 6:11–17.
Al. 3:6–19. Al. 9:13–14. 24 a 1 Né. 16:32.
b Mos. 12:8. b Lev. 26:3–14; b 1 Né. 16:37.
63 2 NÉFI 1:26–2:2
mente que, por vossa causa, ele sim, a minha bênção, e ela recairá
venha a sofrer de novo; pois eis sobre ele.
que o haveis acusado de tentar 30 E agora, Zorã, falo a ti: Eis
exercer a autoridade e poder so- que tu és o a servo de Labão; não
bre vós; eu sei, porém, que ele obstante, foste trazido da terra
não procurou poder nem auto- de Jerusalém e sei que és um ver-
ridade sobre vós, mas procurou dadeiro amigo de meu filho Néfi
a glória de Deus e o vosso bem- para sempre.
estar eterno. 31 Como tens, portanto, sido fiel,
26 E por ele ter-vos falado cla- teus descendentes serão aben-
ramente, haveis murmurado. çoados a com os dele, para que
Dizeis que ele foi a severo; dizeis prosperem por muito tempo na
que se enfureceu convosco. Eis, face desta terra; e nada, a não ser
porém, que sua severidade era a sua iniquidade, prejudicará ou
a severidade do poder da pala- perturbará sua prosperidade para
vra de Deus que estava nele; e sempre na face desta terra.
o que chamais ira era a verdade 32 Portanto, o Senhor consagrou
segundo se acha em Deus, a qual esta terra para a segurança de tua
ele não pôde refrear, tendo-vos descendência com a descendência
mostrado corajosamente vossas de meu filho, se guardardes os
iniquidades. seus mandamentos.
27 E é necessário que o a poder
de Deus esteja com ele para que CAPÍTULO 2
obedeçais ao seu comando. Eis,
A redenção vem-nos por intermédio
porém, que não foi ele, mas sim
do Santo Messias — A liberdade de
o b Espírito do Senhor que estava
escolha (livre-arbítrio) é essencial
nele que lhe c abriu a boca para
para a existência e para o progres-
falar, de maneira que não podia
so — Adão caiu para que os homens
fechá-la.
existissem — Os homens são livres
28 E agora, meu filho Lamã e
para escolher a liberdade e a vida eter-
também Lemuel e Sam; e tam-
na. Aproximadamente 588–570 a.C.
bém vós, meus filhos, que sois fi-
lhos de Ismael, eis que se derdes E agora, Jacó, falo a ti: Tu és meu
ouvidos à voz de Néfi, não pere- primogênito nos dias de minha
a 

cereis. E se o escutardes, eu vos tribulação no deserto. E eis que


deixo uma a bênção, sim, minha na tua infância sofreste aflições e
primeira bênção. muito pesar por causa da rudeza
29 Mas se não o escutardes, re- de teus irmãos.
tirarei minha a primeira bênção, 2  Não obstante, Jacó, meu
25 a Gên. 37:9–11. 27 a 1 Né. 17:48. 29 a Abr. 1:3.
26 a Prov. 15:10; b D&C 121:43. 30 a 1 Né. 4:20, 35.
1 Né. 16:2; Morô. 9:4; c D&C 33:8. 31 a 2 Né. 5:6.
D&C 121:41–43. 28 a GEE Primogenitura. 2 1 a 1 Né. 18:7.
2 NÉFI 2:3–10 64
primogênito no deserto, conhe- por intermédio do Santo Mes- b 

ces a grandeza de Deus; e ele con- sias; porque ele é cheio de c graça
sagrará tuas aflições para teu be- e verdade.
nefício. 7 Eis que ele se oferece em a sacri-
3 Tua alma será, portanto, aben- fício pelo pecado, cumprindo, as-
çoada e viverás em segurança com sim, todos os requisitos da lei para
teu irmão Néfi; e teus dias serão todos os quebrantados de cora-
empregados no serviço de teu ção e contritos de espírito; e para
Deus. Sei, portanto, que foste re- ninguém mais podem todos os
dimido por causa da retidão do b 
requisitos da lei ser cumpridos.
teu Redentor, pois viste que ele 8 Portanto, quão importante é
virá na plenitude dos tempos para tornar estas coisas conhecidas dos
trazer salvação aos homens. habitantes da Terra, para que sai-
4 E a contemplaste a sua glória bam que nenhuma carne pode
em tua mocidade; és, portanto, tão habitar na presença de Deus a a
abençoado quanto o serão aqueles menos que seja por meio dos mé-
justos entre quem ele ministrará ritos e misericórdia e graça do
na carne; porque o Espírito é o Santo Messias, que dá a sua vida,
mesmo ontem, hoje e para sem- segundo a carne, e toma-a nova-
pre. E o caminho está preparado mente pelo poder do Espírito,
desde a queda do homem; e a sal- para poder efetuar a b ressurreição
vação é b gratuita. dos mortos, sendo ele o primeiro
5 E os homens são ensinados a ressuscitar.
suficientemente para a distingui- 9 Ele é, portanto, as primícias
rem o bem do mal. E a lei é dada para Deus, visto que a intercederá
aos homens. E pela lei nenhuma por todos os filhos dos homens; e
carne é b justificada; ou seja, pela os que nele crerem serão salvos.
lei os homens são c rejeitados. Sim, 10 E por causa da a intercessão
pela lei natural foram rejeitados feita por todos, todos os homens
e também pela lei espiritual são vão a Deus; portanto, se acharão
privados daquilo que é bom; e tor- em sua presença para serem b jul-
nam-se miseráveis para sempre. gados por ele, de acordo com a
6 Portanto, a a redenção nos vem verdade e c santidade que estão
4 a 2 Né. 11:3; 42:6–11; 8 a 2 Né. 25:20; 31:21;
Jacó 7:5. Hel. 14:15–18. Mos. 4:8; 5:8;
b GEE Graça. 6 a 1 Né. 10:6; Al. 38:9.
5 a Morô. 7:16. 2 Né. 25:20; b 1 Cor. 15:20;
b Rom. 3:20; Al. 12:22–25. Al. 7:12; 12:24–25;
2 Né. 25:23; GEE Plano de 42:23.
Al. 42:12–16. Redenção. GEE Ressurreição.
GEE Justificação, b GEE Messias. 9 a Isa. 53;
Justificar. c Jo. 1:14, 17; Mos. 14:12; 15:8–9.
c 1 Né. 10:6; Mois. 1:6. 10 a GEE Redentor.
2 Né. 9:6–38; 7 a GEE Expiação, Expiar. b GEE Juízo Final.
Al. 11:40–45; 12:16, 24; b Rom. 10:4. c GEE Santidade.
65 2 NÉFI 2:11–17
nele. Por conseguinte, todos os haverá castigo nem miséria. E se
requisitos da lei dada pelo Santo estas coisas não existem, não exis-
para a aplicação do castigo es- te Deus. E se b não existe Deus,
tipulado na lei, castigo esse que nós também não existimos nem a
está em oposição à lei estipulada Terra; pois não poderia ter havido
para a felicidade, para cumprir os criação nem para agir nem para
propósitos da d expiação — receber a ação; portanto, todas
11 Porque é necessário que haja as coisas inevitavelmente teriam
uma a oposição em todas as coisas. desaparecido.
Se assim não fosse, meu primogê- 14 E agora, meus filhos, digo-vos
nito no deserto, não haveria reti- estas coisas para vosso proveito
dão nem iniquidade, nem santi- e instrução; pois existe um Deus
dade nem miséria, nem bem nem e ele a criou todas as coisas, tanto
mal. Portanto, é preciso que to- os céus como a Terra e tudo o que
das as coisas sejam compostas em neles há, tanto as coisas que agem
uma; pois se fossem um só corpo, como as que b recebem a ação.
deveriam permanecer como mor- 15 E para conseguir seus eter-
tas, não tendo vida nem morte, nos a propósitos com relação ao
nem corrupção nem incorrupção, homem, depois de haver criado
nem felicidade nem miséria, nem nossos primeiros pais e os animais
sensibilidade nem insensibilidade. do campo e as aves do ar, enfim,
12 Portanto, teriam sido criadas todas as coisas criadas, era neces-
em vão; portanto, não haveria sária uma oposição; até mesmo
a 
propósito na sua criação. Portan- o b fruto c proibido em oposição à
to, isso destruiria a sabedoria de d 
árvore da vida, sendo um doce e
Deus e seus eternos propósitos, outro amargo.
assim como o poder e a miseri- 16 O Senhor Deus concedeu,
córdia e a b justiça de Deus. portanto, que o homem a agisse
13 E se disserdes que a não há lei, por si mesmo; e o homem não
direis também que não há peca- poderia agir por si mesmo a me-
do. E se disserdes que não há pe- nos que fosse b atraído por um ou
cado, direis também que não há por outro.
retidão. E não havendo retidão, 17 E eu, Leí, devo supor, pelo
não há felicidade. E não haven- que tenho lido, que um a anjo de
do retidão nem felicidade, não Deus, de acordo com o que está
10 d 2 Né. 9:7, 21–22, 26; b Al. 42:13. Mois. 3:17.
Al. 22:14; 33:22; 34:9. 14 a GEE Criação, Criar. d Gên. 2:9;
11 a D&C 29:39; 122:5–9. b D&C 93:30. 1 Né. 15:22, 36;
GEE Adversidade. 15 a Isa. 45:18; Al. 32:40.
12 a D&C 88:25–26. Al. 42:26; 16 a 2 Né. 10:23;
GEE Terra — Criada Mois. 1:31, 39. Al. 12:31.
para o homem. b Gên. 3:6; GEE Arbítrio.
b GEE Justiça. Al. 12:21–23. b D&C 29:39–40.
13 a 2 Né. 9:25. c Gên. 2:16–17; 17 a GEE Diabo.
2 NÉFI 2:18–26 66
escrito, caiu do céu; tornou-se,
b 
a todos que estavam perdidos
d 

portanto, um diabo, tendo pro- por causa da transgressão de seus


curado o que era mau perante pais.
Deus. 22 E então, eis que se Adão não
18 E por haver caído do céu, houvesse transgredido, não teria
tendo-se tornado miserável para caído, mas permanecido no jardim
sempre, a procurou também a mi- do Éden. E todas as coisas que fo-
séria de toda a humanidade. Por- ram criadas deveriam ter perma-
tanto, aquela velha serpente, que necido no mesmo estado em que
é o diabo, o pai de todas as b men- estavam depois de haverem sido
tiras, disse a c Eva: Come do fru- criadas; e deveriam permanecer
to proibido e não morrerás, mas para sempre e não ter fim.
serás como Deus, d conhecendo o 23 E não teriam tido a filhos; por-
bem e o mal. tanto, teriam permanecido num
19 E depois de Adão e Eva have- estado de inocência, não sentindo
rem a comido do fruto proibido, fo- alegria por não conhecerem a mi-
ram expulsos do jardim do b Éden séria; não fazendo o bem por não
para cultivar a terra. conhecerem o pecado.
20 E tiveram filhos, sim, a a famí- 24 Mas eis que todas as coisas
lia de toda a Terra. foram feitas segundo a sabedoria
21 E os dias dos filhos dos a ho- daquele que tudo a conhece.
mens foram prolongados de acor- 25  a Adão b caiu para que os ho-
do com a vontade de Deus, para mens c existissem; e os homens
que se b arrependessem enquanto existem para que tenham d alegria.
estivessem na carne; portanto, o 26 E o a Messias vem na plenitu-
seu estado se tornou um estado de dos tempos para b redimir da
de c provação e o seu tempo foi queda os filhos dos homens. E
prolongado, de acordo com os porque são redimidos da queda
mandamentos dados pelo Senhor tornaram-se c livres para sempre,
Deus aos filhos dos homens. Pois distinguindo o bem do mal; para
ele ordenou que todos os homens agirem por si mesmos e não para
se arrependessem; pois mostrou receberem a ação, salvo se for pelo
17 b Isa. 14:12; 2 Né. 9:8; b GEE Éden. b Mois. 6:48.
Mois. 4:3–4; 20 a D&C 138:38–39. GEE Queda de Adão
Abr. 3:27–28. 21 a Al. 12:24; e Eva.
18 a 2 Né. 28:19–23; Mois. 4:23–25. c GEE Mortal,
3 Né. 18:18; b Al. 34:32. Mortalidade.
D&C 10:22–27. GEE Arrepender-se, d Mois. 5:10.
b 2 Né. 28:8; Mois. 4:4. Arrependimento. GEE Alegria;
c GEE Eva. c GEE Mortal, Homem, Homens.
d Gên. 3:5; Al. 29:5; Mortalidade. 26 a GEE Messias.
Morô. 7:15–19. d Jacó 7:12. b GEE Plano de
19 a Al. 12:31. 23 a Mois. 5:11. Redenção.
GEE Queda de Adão 24 a GEE Trindade. c Al. 42:27;
e Eva. 25 a GEE Adão. Hel. 14:30.
67 2 NÉFI 2:27–3:5
castigo da lei no grande e último
d 
CAPÍTULO 3
dia, segundo os mandamentos
José, no Egito, viu os nefitas em vi-
dados por Deus.
são — Ele profetizou sobre Joseph
27 Portanto, os homens são a li-
Smith, o vidente dos últimos dias;
vres segundo a carne; e todas as
sobre Moisés, que libertaria Israel;
coisas de que necessitam lhes são
e sobre o aparecimento do Livro de
dadas. E são livres para b esco-
Mórmon. Aproximadamente 588–
lher a liberdade e a c vida eterna
570 a.C.
por meio do grande Mediador de
todos os homens, ou para esco- E agora falo a ti, José, meu filho
lherem o cativeiro e a morte, de a 
mais jovem. Nasceste no deserto
acordo com o cativeiro e o poder de minhas aflições; sim, nos dias
do diabo; pois ele procura tornar de minhas maiores angústias tua
todos os homens tão miseráveis mãe deu-te à luz.
como ele próprio. 2 Se guardares os mandamentos
28 E agora, meus filhos, gostaria do Santo de Israel, possa o Senhor
que confiásseis no grande a Me- também te consagrar esta a terra,
diador e désseis ouvidos aos seus que é uma terra muito preciosa,
grandes mandamentos; e que fôs- para tua herança e herança de teus
seis fiéis às suas palavras e esco- descendentes, juntamente com
lhêsseis a vida eterna, conforme teus irmãos e para a tua segurança
a vontade do seu Santo Espírito; para sempre.
29 E que não escolhêsseis a mor- 3 E agora, meu filho mais jovem,
te eterna, conforme a vontade da José, a quem eu trouxe do deserto
carne e o mal que nela há, que dá de minhas aflições, que o Senhor
ao espírito do diabo poder para te abençoe para sempre, pois teus
a 
escravizar, para levar-vos ao b in- descendentes não serão comple-
ferno, a fim de reinar sobre vós em tamente a destruídos.
seu próprio reino. 4 Pois eis que tu és o fruto de
30 Disse-vos estas poucas pala- meus lombos; e eu sou um des-
vras, meus filhos, nos últimos dias cendente de a José, que foi levado
de minha provação; e eu escolhi a b 
cativo para o Egito. E grandes
boa parte, de acordo com as pala- foram os convênios que o Senhor
vras do profeta. E não tenho ou- fez com José.
tro objetivo que não seja o eterno 5 Portanto, José verdadeiramen-
bem-estar de vossa alma. Amém. te a viu nossos dias. E obteve a
26 d GEE Lei. Al. 12:11. 4 a Gên. 39:1–2; 45:4;
27 a Gál. 5:1; b GEE Inferno. 49:22–26;
Mois. 6:56. 3 1 a 1 Né. 18:7. 1 Né. 5:14–16.
b GEE Arbítrio. 2 a 1 Né. 2:20. b Gên. 37:29–36.
c GEE Vida eterna. GEE Terra da 5 a TJS Gên. 50:24–38
28 a GEE Mediador. Promissão. (Apêndice da Bíblia);
29 a Rom. 6:16–18; 3 a 2 Né. 9:53. 2 Né. 4:1–2.
2 NÉFI 3:6–14 68
promessa do Senhor de que do Moisés, o qual eu disse que sus-
a 

fruto de seus lombos o Senhor citaria para vós a fim de b libertar


Deus levantaria um b ramo c justo meu povo, ó casa de Israel.
para a casa de Israel; não o Mes- 10 E suscitarei Moisés para tirar
sias, mas um ramo que seria ar- teu povo da terra do Egito.
rancado e, não obstante, seria lem- 11 Suscitarei, porém, um viden-
brado nos convênios do Senhor te do fruto de teus lombos e a ele
de que o d Messias lhes seria ma- darei a poder para revelar minha
nifestado nos últimos dias, com o palavra à semente de teus lom-
espírito de poder, a fim de tirá-los bos — não somente para revelar
das trevas para a luz — sim, das a minha palavra, diz o Senhor,
e 
trevas ocultas e do cativeiro para mas para convencê-los da minha
a liberdade. palavra, que já lhes terá sido de-
6 Porque José verdadeiramente clarada.
testificou, dizendo: O Senhor meu 12 Portanto, o fruto de teus lom-
Deus levantará um a vidente, que bos a escreverá; e o fruto dos lom-
será um vidente escolhido para o bos de b Judá c escreverá; e aquilo
fruto de meus b lombos. que for escrito pelo fruto de teus
7 Sim, José verdadeiramente dis- lombos e também o que for escri-
se: Assim me diz o Senhor: Um to pelo fruto dos lombos de Judá
a 
vidente escolhido levantarei eu serão unidos, d confundindo falsas
do fruto de teus lombos. E goza- doutrinas e apaziguando conten-
rá de grande estima entre o fruto das e estabelecendo paz entre o
de teus lombos. A ele ordenarei fruto de teus lombos; e e levando-
que faça um trabalho para seus os nos últimos dias a f conhecerem
irmãos, o fruto de teus lombos, seus pais e também meus convê-
que lhes será de grande benefício, nios, diz o Senhor.
levando-os a conhecer os convê- 13 E da fraqueza será tornado
nios que fiz com teus pais. forte, no dia em que minha obra
8 E dar-lhe-ei o mandamento de começar entre todo o meu povo
não fazer a qualquer outro traba- para restaurar-te, ó Casa de Israel,
lho, exceto o que eu lhe ordenar. diz o Senhor.
E fá-lo-ei grande a meus olhos, 14 E assim profetizou José, di-
porque fará o meu trabalho. zendo: Eis que o Senhor aben-
9  E ele será grande como çoará esse vidente; e aqueles que
5 b Gên. 49:22–26; GEE Vidente. b 1 Né. 13:23–29.
1 Né. 15:12; 19:24. b D&C 132:30. c GEE Bíblia.
GEE Vinha do Senhor. 7 a GEE Smith, Joseph, Jr. d Eze. 37:15–20;
c Jacó 2:25. 8 a D&C 24:7, 9. 1 Né. 13:38–41;
d 2 Né. 6:14; 9 a Mois. 1:41. 2 Né. 29:8; 33:10–11.
D&C 3:16–20. b Êx. 3:7–10; e Morô. 1:4.
e Isa. 42:16. 1 Né. 17:24. f 1 Né. 15:14;
6 a 3 Né. 21:8–11; 11 a D&C 5:3–4. 2 Né. 30:5;
Mórm. 8:16. 12 a GEE Livro de Mórmon. Mórm. 7:1, 5, 9–10.
69 2 NÉFI 3:15–24
procurarem destruí-lo serão con- em minha sabedoria, julgar con-
fundidos, porque esta promessa veniente que cheguem ao fruto
que obtive do Senhor para o fruto de teus lombos. E será como se
de meus lombos será cumprida. o a fruto de teus lombos lhes cla-
Eis que estou certo do cumpri- masse b desde o pó; porque lhes
mento desta promessa. conheço a fé.
15 E seu a nome será igual ao meu 20 E a clamarão desde o pó; sim,
e será chamado pelo b nome de seu clamarão arrependimento a seus
pai. E ele será semelhante a mim; irmãos, até mesmo depois de mui-
porque aquilo que o Senhor fizer tas gerações se haverem passado.
através de sua mão, pelo poder E acontecerá que seu clamor será
do Senhor, levará meu povo à ouvido, sim, de acordo com a sim-
salvação. plicidade de suas palavras.
16 Sim, desse modo profetizou 21 Por causa de sua fé, suas a pa-
José: Certo estou disto, como es- lavras sairão de minha boca para
tou certo da promessa de Moisés; os seus irmãos, que são o fruto de
porque o Senhor me disse: a Pre- teus lombos; e à fraqueza de suas
servarei tua semente para sempre. palavras eu darei força, em sua
17 E o Senhor disse: Suscitarei fé, para que sejam lembrados os
um Moisés; e dar-lhe-ei poder convênios que fiz com teus pais.
numa vara; e dar-lhe-ei habilida- 22 E agora eis que, meu filho
de para escrever. Contudo, não José, desse modo a profetizou meu
lhe soltarei a língua para que fale pai de antigamente.
muito, porque não o farei pode- 23  Portanto, por causa deste
roso no falar. a Escrever-lhe-ei, po- convênio és abençoado; porque
rém, a minha lei pelo dedo de mi- tua semente não será destruída,
nha própria mão; e preparar-lhe-ei pois darão ouvidos às palavras
um b porta-voz. do livro.
18 E o Senhor também me disse: 24 E levantar-se-á entre eles um
Eu suscitarei um para o fruto de poderoso que praticará o bem,
teus lombos e para ele prepararei tanto em palavras como em obras,
um porta-voz. E eis que eu o fa- sendo um instrumento nas mãos
rei escrever o relato do fruto dos de Deus, com fé extraordinária
teus lombos para o fruto de teus para operar grandes maravilhas e
lombos; e o porta-voz dos teus fazer o que é grandioso aos olhos
lombos anunciá-lo-á. de Deus, a fim de levar muita res-
19 E as palavras que ele irá es- tauração à casa de Israel e à se-
crever serão as palavras que eu, mente de teus irmãos.
15 a D&C 18:8. b Êx. 4:16. Morô. 10:27.
b JS—H 1:3. 19 a D&C 28:8. 20 a 2 Né. 26:16;
16 a Gên. 45:1–8. b Isa. 29:4; Mórm. 8:23.
17 a Deut. 10:2, 4; 2 Né. 27:13; 33:13; 21 a 2 Né. 29:2.
Mois. 2:1. Mórm. 9:30; 22 a 2 Né. 3:5.
2 NÉFI 3:25–4:10 70
25 E agora, bendito és tu, José. prosperareis na terra; e se não
Eis que tu és pequeno; ouve, pois, guardardes meus mandamentos,
as palavras de teu irmão Néfi e sereis afastados de minha pre-
ser-te-á feito de acordo com as sença.
palavras que proferi. Lembra-te 5 Mas eis que eu, meus filhos e
das palavras de teu pai moribun- minhas filhas, não posso descer
do. Amém. à sepultura sem vos deixar uma
a 
bênção; pois eu sei que se fordes
CAPÍTULO 4 criados no b caminho que deveis
seguir, não vos afastareis dele.
Leí aconselha e abençoa sua posteri-
6 Portanto, se fordes amaldiçoa-
dade — Morre e é sepultado — Néfi
dos, eis que eu vos deixo a minha
gloria-se na bondade de Deus — Néfi
bênção, para que a maldição vos
deposita sua confiança no Senhor
seja tirada e recaia sobre a a cabeça
para sempre. Aproximadamente 588–
de vossos pais.
570 a.C.
7 Portanto, devido a minha bên-
E agora eu, Néfi, falo sobre as ção, o Senhor Deus a não permitirá
profecias mencionadas por meu que pereçais; e será eternamente
pai, referentes a a José que foi le- b 
misericordioso para convosco e
vado para o Egito. vossos descendentes.
2 Pois eis que ele realmente pro- 8 E aconteceu que depois de meu
fetizou sobre todos os seus des- pai ter acabado de falar aos filhos
cendentes. E não há muitas a pro- e filhas de Lamã, fez com que os
fecias maiores do que as que ele filhos e filhas de Lemuel fossem
escreveu. E ele profetizou sobre levados a sua presença.
nós e nossas futuras gerações; e 9  E falou-lhes, dizendo: Eis,
elas estão escritas nas placas de meus filhos e minhas filhas, que
latão. sois os filhos e as filhas de meu
3 Então, depois de meu pai ter segundo filho; eis que vos deixo
acabado de falar sobre as profe- a mesma bênção que deixei aos
cias de José, chamou os filhos e filhos e filhas de Lamã; portanto,
filhas de Lamã e disse-lhes: Eis, não sereis completamente destruí-
meus filhos e minhas filhas que dos, mas no fim vossa posteridade
sois filhos e filhas de meu a primo- será abençoada.
gênito, quisera que désseis ouvi- 10 E aconteceu que depois de
dos às minhas palavras. meu pai lhes haver falado, diri-
4 Pois o Senhor Deus disse: a Se giu-se aos filhos de a Ismael, sim,
guardardes meus mandamentos, a todos os de sua casa.
4 1 a Gên. 39:1–2. Patriarcais. b 1 Né. 13:31;
2 a 2 Né. 3:5. b Prov. 22:6. 2 Né. 10:18–19;
3 a GEE Primogênito. 6 a D&C 68:25–29. Jacó 3:5–9;
4 a 2 Né. 1:9. 7 a 2 Né. 30:3–6; Hel. 15:12–13.
5 a GEE Bênçãos D&C 3:17–18. 10 a 1 Né. 7:6.
71 2 NÉFI 4:11–24
11 E depois de lhes falar, dirigiu- para instrução e proveito de
c 

se a Sam, dizendo: Bendito és tu e meus filhos.


tua posteridade, pois herdarás a 16 Eis que minha a alma se deleita
terra como teu irmão Néfi. E tua nas coisas do Senhor; e meu b co-
semente será contada com a se- ração medita continuamente nas
mente dele; e tu serás como teu ir- coisas que vi e ouvi.
mão e teus descendentes como os 17 Não obstante, apesar da gran-
descendentes dele; e serás aben- de a bondade do Senhor, mostran-
çoado durante todos os teus dias. do-me suas grandes e maravilho-
12 E aconteceu que depois de sas obras, meu coração exclama:
meu pai, Leí, ter falado a toda a Oh! Que homem b miserável sou!
sua casa, segundo os sentimentos Sim, meu coração se entristece por
de seu coração e o Espírito do Se- causa de minha carne; minha alma
nhor que estava nele, envelheceu. se angustia por causa de minhas
E aconteceu que morreu e foi se- iniquidades.
pultado. 18 Estou cercado por causa das
13 E aconteceu que poucos dias tentações e pecados que tão facil-
depois de sua morte, Lamã e Le- mente me a envolvem!
muel e os filhos de Ismael enfu- 19 E quando desejo alegrar-me,
receram-se comigo, por causa das meu coração geme por causa de
admoestações do Senhor. meus pecados; não obstante, sei
14 Porque eu, Néfi, fui compe- em quem confiei.
lido a falar-lhes de acordo com 20  Meu Deus tem sido meu
sua palavra; porque eu lhes dis- apoio; guiou-me através de mi-
sera muitas coisas e também meu nhas aflições no deserto e salvou-
pai, antes de sua morte; e muitas me das águas do grande abismo.
dessas palavras estão escritas nas 21 Encheu-me com seu a amor até
minhas a outras placas; porque consumir-me a carne.
uma parte com mais história está 22 Confundiu meus a inimigos,
escrita nas minhas outras placas. fazendo-os tremer diante de mim.
15 E a nestas escrevo as coisas de 23 Eis que ele ouviu meu clamor
minha alma e muitas das escritu- durante o dia e deu-me conheci-
ras que estão gravadas nas placas mento por meio de a visões duran-
de latão. Porque minha alma se te a noite.
deleita nas escrituras e meu co- 24 Durante o dia eu ousadamen-
ração nelas b medita e escreve-as te lhe dirigi fervorosa a oração;
14 a 1 Né. 1:16–17; 9:4. Agradecimento. Al. 7:15.
15 a 1 Né. 6:4–6. b GEE Coração. 21 a GEE Amor.
b GEE Escrituras; 17 a 2 Né. 9:10; 22 a 1 Né. 17:52.
Ponderar. D&C 86:11. 23 a GEE Visão.
c 1 Né. 19:23. b Rom. 7:24. 24 a Tg. 5:16;
16 a GEE Ação de 18 a Rom. 7:21–23; 1 Né. 2:16.
Graças, Agradecido, Heb. 12:1;
2 NÉFI 4:25–34 72
sim, elevei a minha voz; e anjos 30 Regozija-te, ó meu coração; e
desceram e serviram-me. clama ao Senhor, dizendo: Ó Se-
25 E sobre as asas de seu Espíri- nhor, eu te louvarei para sempre!
to meu corpo foi a arrebatado até Sim, minha alma regozijar-se-á
montanhas muito altas. E meus em ti, meu Deus e a rocha de mi-
olhos contemplaram grandes coi- nha salvação.
sas, sim, demasiadamente gran- 31 Ó Senhor, redimirás minha
des para o homem; fui, portanto, alma? Livrar-me-ás das mãos de
proibido de escrevê-las. meus inimigos? Far-me-ás tremer
26 Oh! Então se vi coisas tão à vista do a pecado?
grandes e se o Senhor, em sua con- 32 Que as portas do inferno es-
descendência para com os filhos tejam constantemente fechadas
dos homens, visitou os homens diante de mim, porque meu a co-
com tanta misericórdia, a por que, ração está quebrantado e contrito
pois, deveria meu coração chorar o meu espírito. Ó Senhor, não me
e minha alma padecer no vale da feches as portas da tua retidão,
tristeza e minha carne definhar para que eu b ande na senda do
e minhas forças diminuírem por vale baixo, para que eu seja firme
causa de minhas aflições? no caminho plano.
27 E por que eu a cederia ao pe- 33 Ó Senhor, rodeia-me com o
cado por causa de minha carne? manto da tua retidão! Ó Senhor,
Sim, por que sucumbiria a b tenta- prepara um caminho para a mi-
ções, para que o maligno tivesse nha fuga diante de meus inimi-
lugar em meu coração a fim de gos! Endireita a minha vereda
destruir minha c paz e afligir mi- diante de mim. Não ponhas em
nha alma? Por que estou irado por meu caminho uma pedra de tro-
causa de meu inimigo? peço, mas limpa-o e não obstruas
28 Desperta, minha alma! Não te o meu caminho, mas sim os cami-
deixes abater pelo pecado. Rego- nhos de meus inimigos.
zija-te, ó meu coração, e não dês 34 Ó Senhor, confiei em ti e em ti
mais lugar ao a inimigo de minha a 
confiarei sempre. Não porei minha
alma. b 
confiança no braço de carne, pois
29 Não te ires outra vez por cau- sei que aquele que c confia no braço
sa de meus inimigos. Não enfra- de carne é maldito. Sim, maldito é
queças minhas forças por causa aquele que confia no homem, ou
de minhas aflições. seja, que faz da carne o seu braço.
25 a 1 Né. 11:1; 30 a 1 Cor. 3:11. Deus.
Mois. 1:1–2. GEE Rocha. 34 a GEE Confiança, Confiar.
26 a Salm. 43:5. 31 a Rom. 12:9; b Salm. 44:6–8.
27 a Rom. 6:13. Al. 13:12. c Jer. 17:5;
b GEE Tentação, Tentar. 32 a GEE Coração Mórm. 3:9; 4:8.
c GEE Paz. Quebrantado.
28 a GEE Diabo. b GEE Andar, Andar com
73 2 NÉFI 4:35–5:10
35 Sim, sei que Deus dará com 4 Ora, não escrevo nestas placas
liberalidade ao que pedir. Sim,
a 
tudo quanto murmuraram contra
meu Deus dar-me-á se eu não b pe- mim. Basta-me dizer que procura-
dir c impropriamente; portanto, ram tirar-me a vida.
levantarei a minha voz a ti; sim, 5 E aconteceu que o Senhor me
clamarei a ti, meu Deus, d rocha a 
advertiu para que eu, b Néfi, me
de minha retidão. Eis que a mi- afastasse deles e fugisse para o
nha voz eternamente ascenderá deserto, com todos os que quises-
a ti, minha rocha e meu Eterno sem seguir-me.
Deus. Amém. 6 Portanto, aconteceu que eu,
Néfi, levei comigo minha família,
CAPÍTULO 5 assim como a Zorã e sua família; e
Sam, meu irmão mais velho, e sua
Os nefitas separam-se dos lamanitas,
família; e Jacó e José, meus irmãos
guardam a lei de Moisés e constroem
mais jovens, e também minhas ir-
um templo — Por causa de sua incre-
mãs e todos os que me quiseram
dulidade, os lamanitas são afastados
acompanhar. E todos os que me
da presença do Senhor e tornam-se
quiseram acompanhar foram os
um flagelo para os nefitas. Aproxi-
que acreditavam nas b advertên-
madamente 588–559 a.C.
cias e revelações de Deus; por-
Eis que aconteceu que eu, Néfi, tanto, deram ouvidos às minhas
muito clamei ao Senhor meu Deus palavras.
por causa da a ira de meus irmãos. 7 E tomamos nossas tendas e
2 Mas eis que a sua ira contra tudo o que nos foi possível e via-
mim aumentou a tal ponto que jamos no deserto pelo espaço de
procuraram tirar-me a vida. muitos dias. E depois de termos
3  Sim, murmuravam contra viajado pelo espaço de muitos
mim, dizendo: Nosso irmão mais dias, armamos nossas tendas.
jovem pensa em a exercer domí- 8 E meu povo quis dar ao lugar
nio sobre nós; e tivemos muitas o nome de a Néfi; portanto, nós o
aflições por sua causa; portanto, chamamos Néfi.
matemo-lo agora, para que não 9 E todos os que estavam comigo
nos aflija mais com suas palavras. decidiram chamar-se a si mesmos
Pois eis que não permitiremos que o a povo de Néfi.
ele seja nosso chefe; pois compete 10 E esforçamo-nos por guardar
a nós, que somos os irmãos mais os juízos e os estatutos e os man-
velhos, governar este povo. damentos do Senhor em todas as
35 a Tg. 1:5. Mos. 10:14–15. b GEE Advertência,
b GEE Oração. 5 a GEE Inspiração, Advertir, Prevenir.
c Hel. 10:5. Inspirar. 8 a Ômni 1:12, 27;
d Deut. 32:4. b Mos. 10:13. Mos. 9:1–4; 28:1.
5 1 a 2 Né. 4:13–14. 6 a 1 Né. 4:35; 16:7; 9 a Jacó 1:13–14.
3 a 1 Né. 16:37–38; 2 Né. 1:30–32.
2 NÉFI 5:11–20 74
coisas, de acordo com a lei de a 
16 E eu, Néfi, construí um tem- a 

Moisés. plo; e construí-o conforme o mo-


11 E o Senhor estava conosco; e delo do b templo de Salomão, só
prosperamos muito, porque plan- não tendo sido construído com
tamos sementes e nossas colheitas tantas coisas c preciosas, porque
foram novamente abundantes. elas não existiam naquela terra;
E começamos a criar rebanhos portanto, não podia ele ser cons-
e manadas e animais de toda truído como o templo de Salomão.
espécie. O tipo de sua construção, porém,
12 E eu, Néfi, também havia tra- era igual ao do templo de Salo-
zido os registros que estavam gra- mão; e sua execução era conside-
vados nas a placas de latão; e tam- ravelmente esmerada.
bém a b esfera, ou seja, a c bússola 17 E aconteceu que eu, Néfi, fiz
que fora preparada para meu pai com que meu povo fosse a indus-
pela mão do Senhor, segundo o trioso e trabalhasse com as mãos.
que está escrito. 18 E aconteceu que eles dese-
13 E aconteceu que começamos javam que eu fosse seu a rei. Eu,
a prosperar muito e a multiplicar- Néfi, não desejava, porém, que
nos na terra. eles tivessem um rei; não obstan-
14 E eu, Néfi, tomei a a espada de te, fiz por eles tudo quanto estava
Labão; e com esse modelo fiz mui- em meu poder.
tas espadas, a fim de que o povo 19 E eis que as palavras do Se-
que agora se denominava b lama- nhor com referência a meus ir-
nita não caísse sobre nós para nos mãos foram cumpridas, quando
destruir; porque eu conhecia seu lhes disse que eu seria seu a chefe
ódio para comigo e meus filhos e seu b mestre. Portanto, eu havia
e os que eram chamados o meu sido seu chefe e mestre, de acordo
povo. com os mandamentos do Senhor,
15 E ensinei meu povo a cons- até o momento em que procura-
truir edifícios e a trabalhar em ram tirar-me a vida.
toda espécie de madeira e de a fer- 20 A palavra do Senhor, portan-
ro e de cobre e de latão e de aço e to, foi cumprida quando me fa-
de ouro e de prata e de minerais lou, dizendo: Se a deixarem de dar
preciosos, que existiam em grande ouvidos às tuas palavras, serão
abundância. afastados da presença do Senhor.
10 a 2 Né. 11:4. 14 a 1 Né. 4:9; c D&C 124:26–27.
GEE Lei de Moisés. Jacó 1:10; 17 a Gên. 3:19;
12 a Mos. 1:3–4. Pal. Mórm. 1:13. D&C 42:42.
GEE Placas. b GEE Lamanitas. 18 a Jacó 1:9, 11.
b Mos. 1:16. 15 a Ét. 10:23. 19 a 1 Né. 2:22.
c 1 Né. 16:10, 16, 26; 16 a GEE Templo, A Casa do b GEE Ensinar, Mestre.
18:12, 21; Senhor. 20 a 2 Né. 2:21.
Al. 37:38–47; b 1 Re. 6;
D&C 17:1. 2 Crôn. 3.
75 2 NÉFI 5:21–34
E eis que foram afastados de sua
b 
sacerdotes e mestres na terra de
presença. meu povo.
21 E ele fez cair a a maldição so- 27 E aconteceu que vivemos se-
bre eles, sim, uma dolorosa maldi- gundo o padrão da felicidade.
ção, por causa de sua iniquidade. 28 E haviam-se passado trinta
Pois eis que haviam endurecido anos desde que deixáramos Je-
o coração contra ele de tal modo rusalém.
que se tornaram como uma pedra; 29 E eu, Néfi, havia feito os re-
e como eram brancos, notavel- gistros de meu povo, até então,
mente formosos e b agradáveis, a nas minhas placas.
fim de que não fossem atraentes 30 E aconteceu que o Senhor
para meu povo o Senhor Deus Deus me disse: Faze a outras pla-
fez com que sua c pele se tornasse cas; e gravarás nelas muitas coisas
escura. que são boas a meus olhos, para
22 E assim diz o Senhor Deus: proveito de teu povo.
Eu farei com que sejam a repug- 31 Portanto, eu, Néfi, para ser
nantes a teu povo, a menos que se obediente aos mandamentos do
arrependam de suas iniquidades. Senhor, fiz a estas placas nas quais
23 E amaldiçoada será a semente gravei estas coisas.
daquele que se a misturar com a 32 E gravei as coisas que são
semente deles; porque será amal- agradáveis a Deus. E se meu povo
diçoada com igual maldição. E o estiver satisfeito com as coisas de
Senhor assim disse, e assim foi. Deus, estará satisfeito com o que
24 E por causa da maldição que gravei nestas placas.
caiu sobre eles, tornaram-se um 33 E se meu povo desejar conhe-
povo a preguiçoso, cheio de mal- cer a parte mais específica da his-
dade e astúcia e procuravam ani- tória de meu povo, deverá exami-
mais de caça no deserto. nar minhas outras placas.
25 E o Senhor Deus disse-me: Eles 34 E basta-me dizer que se ha-
serão um castigo para teus des- viam passado quarenta anos e já
cendentes, a fim de fazer com que havíamos tido guerras e conten-
se lembrem de mim; e se não se das com nossos irmãos.
lembrarem de mim e não derem
ouvidos às minhas palavras, casti-
CAPÍTULO 6
gá-los-ão até que sejam destruídos.
26 E aconteceu que eu, Néfi, Jacó relata novamente a história
a 
consagrei Jacó e José como judaica: O cativeiro babilônico e o
20 b Al. 9:14. 22 a 1 Né. 12:23. Ocioso.
21 a GEE Amaldiçoar, 23 a GEE Casamento, 26 a Jacó 1:18–19;
Maldições. Casar — Casamento Mos. 23:17.
b 4 Né. 1:10. entre pessoas de 30 a 1 Né. 19:1–6.
c 2 Né. 26:33; religiões diferentes. 31 a GEE Placas.
3 Né. 2:14–16. 24 a GEE Ociosidade,
2 NÉFI 6:1–10 76
retorno; o ministério e a crucificação ler são as que Isaías disse a respei-
do Santo de Israel; a ajuda recebida to de toda a casa de Israel; portan-
dos gentios e a restauração dos judeus to, elas se aplicam a vós, pois sois
nos últimos dias, quando acredita- da casa de Israel. E há muitas coi-
rem no Messias. Aproximadamente sas que foram ditas por Isaías que
559–545 a.C. vos podem ser aplicadas, porque
sois da casa de Israel.
As palavras de Jacó, irmão de 6 E agora, estas são as palavras:
Néfi, dirigidas ao povo de Néfi: a 
Assim diz o Senhor Deus: Eis que
2 Eis que, meus queridos irmãos, levantarei a mão para os gentios
eu, Jacó, tendo sido chamado por e erguerei meu b estandarte para o
Deus e ordenado conforme sua povo; e eles trarão teus filhos em
santa ordem; e tendo sido con- seus braços e tuas filhas serão car-
sagrado por meu irmão Néfi, a regadas em seus ombros.
quem tendes por a rei ou protetor 7 E reis serão teus aios e suas rai-
e de quem dependeis para vossa nhas serão tuas amas; inclinar-se-
segurança, eis que sabeis que vos ão diante de ti com o rosto para a
disse muitas coisas. terra e lamberão o pó de teus pés;
3 Não obstante, falo-vos nova- e tu saberás que eu sou o Senhor;
mente, pois desejo o bem-estar de pois não se envergonharão os que
vossa alma. Sim, minha ansiedade me a aguardarem.
por vós é grande e vós sabeis que 8 E agora eu, Jacó, quero falar
sempre tem sido. Porque vos tenho acerca destas palavras. Pois eis
exortado com toda a diligência e te- que o Senhor me fez ver que aque-
nho-vos transmitido as palavras de les que estavam em a Jerusalém,
meu pai; e tenho-vos falado sobre de onde viemos, foram mortos ou
todas as coisas que foram escritas b 
levados para o cativeiro.
desde a criação do mundo. 9 Não obstante, o Senhor fez-me
4 E agora, eis que quero falar-vos ver que eles a tornarão a voltar. E
sobre as coisas presentes e futuras; também me fez ver que o Senhor
ler-vos-ei, portanto, as palavras Deus, o Santo de Israel, manifes-
de a Isaías. E estas são as palavras tar-se-á a eles na carne; e depois
que meu irmão desejou que eu de ter-se manifestado, eles o açoi-
vos dissesse. E falo-vos para vosso tarão e b crucificarão, segundo as
bem, a fim de que aprendais e glo- palavras que o anjo me disse.
rifiqueis o nome de vosso Deus. 10 E depois que tiverem endure-
5 E agora, as palavras que vou cido o coração e a cerviz contra o
6 2 a Jacó 1:9, 11. 8 a Est. 2:6; 1 Né. 7:13; de Israel.
4 a 3 Né. 23:1. 2 Né. 25:10; 9 a 1 Né. 10:3.
6 a Isa. 49:22–23. Ômni 1:15; b 1 Né. 19:10, 13;
b GEE Estandarte. Hel. 8:20–21. Mos. 3:9;
7 a D&C 133:45; b 2 Re. 24:10–16; 25:1–12. 3 Né. 11:14–15.
Mois. 1:6. GEE Israel — Dispersão GEE Crucificação.
77 2 NÉFI 6:11–18
Santo de Israel, eis que os julga-a 
o aguardam, pois ainda esperam
b 

mentos do Santo de Israel recairão a vinda do Messias.


sobre eles. E dia virá em que serão 14 E eis que, de acordo com as
feridos e afligidos. palavras do profeta, o Messias co-
11 Portanto, depois de haverem meçará a resgatá-los pela a segun-
sido levados de um lado para ou- da vez; portanto, se b manifestará
tro, pois assim diz o anjo, muitos a eles com poder e grande glória,
serão afligidos na carne e não lhes para a c destruição de seus inimi-
será permitido perecer, por causa gos, no dia em que acreditarem
das orações dos fiéis; serão disper- nele; e não destruirá nenhum dos
sos e feridos e odiados; não obs- que nele crerem.
tante, o Senhor terá misericórdia 15 E os que nele não acredita-
deles, para que a quando tiverem rem serão a destruídos, tanto por
b 
conhecimento do seu Redentor, b 
fogo como por tempestade; e por
sejam novamente c coligados nas tremores de terra e por derrama-
terras de sua herança. mento de sangue e por c pestes e
12 E abençoados são os a gentios por fome. E saberão que o Senhor
sobre quem o profeta escreveu; é Deus, o Santo de Israel.
pois eis que caso se arrependam 16 a Será, pois, tirada a presa aos
e não lutem contra Sião e não se fortes, ou serão libertos os b cativos
unam àquela grande e b abomi- legítimos?
nável igreja, serão salvos; pois o 17 Mas assim diz o Senhor: Até
Senhor Deus cumprirá os c convê- os a cativos serão tirados dos fortes
nios que fez com seus filhos; e por e a presa do terrível será libertada;
esse motivo escreveu o profeta pois o b Deus Poderoso c libertará o
estas coisas. povo do convênio. Pois assim diz
13  Portanto, os que lutarem o Senhor: Eu lutarei contra os que
contra Sião e contra o povo do lutarem contra ti —
convênio do Senhor lamberão o 18 E com sua própria carne ali-
pó de seus pés; e o povo do Se- mentarei os que te oprimem e se-
nhor não se a envergonhará, pois rão embebedados com o próprio
o povo do Senhor são aqueles que sangue, como sendo vinho doce;
10 a Mt. 27:24–25. Abraâmico. GEE Últimos Dias.
11 a 1 Né. 22:11–12; 13 a 3 Né. 22:4. b Jacó 6:3.
2 Né. 9:2. b Isa. 40:31; c D&C 97:22–26.
b Ose. 3:5. 1 Né. 21:23; 16 a Isa. 49:24–26.
c GEE Israel — Coligação D&C 133:45. b IE povo do convênio
de Israel. 14 a Isa. 11:11; do Senhor, como
12 a 1 Né. 14:1–2; 2 Né. 25:17; 29:1. mencionado no
2 Né. 10:9–10. b 2 Né. 3:5. versículo 17.
b GEE Diabo — Igreja do c 1 Né. 22:13–14. 17 a 1 Né. 21:25.
diabo. 15 a 2 Né. 10:16; 28:15; b GEE Jeová.
c GEE Convênio 3 Né. 16:8. c 2 Re. 17:39.
2 NÉFI 7:1–10 78
e toda a carne saberá que eu, o e ponho-lhes um saco por co-
b 

Senhor, sou teu Salvador e teu bertura.


a 
Redentor, o b Poderoso de Jacó. 4 O Senhor Deus concedeu-me
a a língua dos instruídos, para que
CAPÍTULO 7 eu soubesse dizer no seu tempo
uma palavra a ti, ó casa de Israel.
Jacó continua a ler em Isaías: Isaías
Quando estais cansados, ele des-
fala em linguagem messiânica — O
perta todas as manhãs. Ele des-
Messias terá a língua dos instruí-
perta-me o ouvido, para que ouça
dos — Ele oferecerá as Suas costas
como o instruído.
aos açoitadores — Não será confundi-
5 O Senhor Deus abriu-me os
do — Comparar com Isaías 50. Apro- a 
ouvidos, e não fui rebelde nem
ximadamente 559–545 a.C.
retrocedi.
Sim, pois assim diz o Senhor: Re- 6 Ofereci as costas aos a açoita-
pudiei-te eu ou expulsei-te para dores e as faces aos que me arran-
sempre? Pois assim diz o Senhor: cavam os cabelos. Não escondi a
Onde está o libelo do divórcio de face da humilhação nem dos que
tua mãe? Para quem te apartei ou me cuspiam.
a qual de meus credores te vendi? 7 Pois o Senhor Deus me aju-
Sim, a quem te vendi eu? Eis que dará; portanto, não serei confun-
por vossas iniquidades vos a ven- dido. Por isso, coloquei o rosto
destes e por vossas transgressões como uma pedra, e sei que não
é a vossa mãe repudiada. serei envergonhado.
2 Porque quando vim, não ha- 8 E o Senhor está perto e justi-
via ninguém; quando a chamei, fica-me. Quem contenderá comi-
ninguém respondeu. Ó casa de go? Compareçamos juntamente.
Israel, tanto se encolheu a minha Quem é o meu adversário? Que
mão que já não possa remir ou já ele se chegue a mim, e eu o ferirei
não há em mim força para livrar? com a força da minha boca.
Eis que com a minha repreensão 9 Pois o Senhor Deus me aju-
faço secar o b mar, torno os seus dará; e todos os que me a conde-
c 
rios em desertos e faço com que narem, eis que todos, como ves-
cheirem mal os seus d peixes, por- tidos, envelhecerão e a traça os
que secaram as águas e morrem comerá.
de sede. 10 Quem há entre vós que tema
3 Eu visto os céus de a negridão ao Senhor, que obedeça à a voz de
18 a GEE Redentor. b Êx. 14:21; 4 a Lc. 2:46–47.
b Gên. 49:24; Salm. 106:9; 5 a D&C 58:1.
Isa. 60:16. D&C 133:68–69. 6 a Mt. 27:26;
7 1 a GEE Apostasia. c Jos. 3:15–16. 2 Né. 9:5.
2 a Prov. 1:24–25; d Êx. 7:21. 9 a Rom. 8:31.
Isa. 65:12; 3 a Êx. 10:21. 10 a D&C 1:38.
Al. 5:37. b Apoc. 6:12.
79 2 NÉFI 7:11–8:11
seu servo, que ande em trevas e 5 Perto está a minha retidão, foi
não tenha luz? enviada a minha a salvação, e o
11 Eis que todos vós, que acen- meu braço julgará os povos; as
deis fogo e vos cingis com faís- b 
ilhas hão de aguardar-me e no
cas, andais na luz do a vosso fogo meu braço confiarão.
e entre as faíscas que acendestes. 6 Levantai os olhos para os céus
Isto tereis de minha mão — em e olhai para a Terra embaixo, por-
tormento jazereis. que os a céus b desaparecerão como
a fumaça, e a Terra c envelhecerá
CAPÍTULO 8 como um vestido, e os seus mora-
dores morrerão semelhantemen-
Jacó continua a ler em Isaías: Nos
te; mas a minha salvação durará
últimos dias o Senhor consolará Sião
para sempre, e a minha retidão
e coligará Israel — Os remidos virão
não será abolida.
a Sião, em meio a grande alegria —
7 Ouvi-me, vós que conheceis a
Comparar com Isaías 51 e 52:1–2.
retidão, povo em cujo coração eu
Aproximadamente 559–545 a.C.
escrevi a minha lei; não a temais
Ouvi-me, vós que seguis a retidão; as censuras dos homens nem vos
olhai para a a rocha de onde fostes atemorizeis pelas suas injúrias.
talhados e para o buraco do poço 8 Porque a traça os roerá como a
de onde fostes cavados. um vestido, e o verme comê-los-á
2 Olhai para Abraão, vosso a pai, como à lã. Minha retidão, porém,
e para b Sara, que vos deu à luz; durará para sempre e a minha
porque sendo ele só, chamei-o e salvação, de geração em geração.
abençoei-o. 9 Desperta, desperta! Veste-te de
3 Porque o Senhor consolará a 
força, ó braço do Senhor! Desper-
a 
Sião; consolará todos os seus lu- ta, como nos dias passados. Não
gares assolados e fará o seu b de- és tu aquele que cortou a Raabe e
serto como Éden e o seu ermo feriu o dragão?
como jardim do Senhor; regozijo 10 Não és tu aquele que secou o
e contentamento achar-se-ão nele, mar, as águas do grande abismo?
ação de graças e voz de melodia. Que fez, do fundo do mar, um
4 Atendei-me, povo meu, e dai- a 
caminho para que passassem os
me ouvidos, nação minha, porque remidos?
de mim sairá uma a lei, e farei do 11 Assim voltarão os a resgata-
meu juízo uma b luz para o povo. dos do Senhor e virão a Sião com
11 a Juí. 17:6. doutrina. Isa. 2:3. c HEB deteriorar.
8 1 a GEE Rocha. GEE Evangelho. 7 a Salm. 56:4, 11;
2 a Gên. 17:1–8; b GEE Luz, Luz de Cristo. D&C 122:9.
D&C 132:49. 5 a GEE Salvação. 9 a D&C 113:7–8.
b Gên. 24:36. b 2 Né. 10:20. 10 a Isa. 35:8.
3 a GEE Sião. 6 a 2 Ped. 3:10. 11 a GEE Redenção,
b Isa. 35:1–2, 6–7. b HEB ser disperso. Redimido, Redimir.
4 a OU ensinamentos, Salm. 102:25–27.
2 NÉFI 8:12–25 80
cânticos; e perpétua alegria e san-
b 
nenhum há que a guie; e de todos
tidade haverá sobre sua cabeça; os filhos que criou, nenhum que
e alcançarão regozijo e alegria; a a tome pela mão.
tristeza e o c pranto fugirão. 19 Estes dois a filhos que vieram
12  a Eu sou ele; sim, sou aquele a ti terão compaixão de ti — tua
que vos consola; quem, pois, és tu, desolação e destruição e a fome e
para que b temas o homem, que é a espada — e com quem te con-
mortal, ou o filho do homem, que solarei?
se tornará em c erva? 20 Teus filhos desmaiaram, exce-
13 E a esqueces-te do Senhor, teu to esses dois; jazem nas entradas
criador, que estendeu os céus e de todas as ruas; como boi selva-
estabeleceu os alicerces da Terra; gem numa rede, cheios estão da
e temes continuamente, todos os cólera do Senhor, da repreensão
dias, por causa da fúria do opres- do teu Deus.
sor, como se ele estivesse pronto 21 Portanto, agora, ó aflita e a em-
para destruir? E onde está a fúria briagada, mas não de vinho, ouve
do opressor? isto:
14 O exilado cativo apressa-se 22 Assim diz o teu Senhor: o Se-
para ser libertado, a fim de não nhor e teu Deus a pleiteia a causa
morrer no poço e para que não de seu povo; eis que eu tomo das
lhe falte o pão. tuas mãos o cálice da vacilação,
15  Mas eu sou o Senhor teu a borra do cálice do meu furor;
Deus, cujas a ondas rugiram. Se- nunca mais dele beberás.
nhor dos Exércitos é o meu nome. 23 Mas a pô-lo-ei nas mãos dos
16 E coloquei as minhas pala- que te entristecem, que dizem à
vras na tua boca e te cobri com a tua alma: Abaixa-te, para que pas-
sombra da minha mão, a fim de semos por cima — e tu colocaste o
plantar os céus, estabelecer os ali- teu corpo como chão e como rua
cerces da Terra e dizer a Sião: Eis aos que passaram por cima.
que tu és o meu a povo. 24 a Desperta, desperta, veste-te
17 Desperta! Desperta! Levan- da tua b fortaleza, ó c Sião! Veste-
ta-te, ó Jerusalém, que bebeste da te dos teus vestidos formosos, ó
mão do Senhor o a cálice da sua Jerusalém, cidade santa! Porque
b 
cólera; tu bebeste até a borra o d 
nunca mais entrará em ti nem
cálice da vacilação. incircunciso nem impuro.
18 De todos os filhos que teve, 25 Sacode o pó, a levanta-te e
11 b Isa. 35:10. 16 a 2 Né. 3:9; 29:14. 24 a Isa. 52:1–2.
c Apoc. 21:4. 17 a Isa. 29:9; b D&C 113:7–8.
12 a D&C 133:47; 136:22. Jer. 25:15. c GEE Sião.
b Jer. 1:8. b Lc. 21:24. d Joel 3:17.
c Isa. 40:6–8; 19 a Apoc. 11:3. 25 a IE Levantar-se do
1 Ped. 1:24. 21 a 2 Né. 27:4. pó e sentar-se com
13 a Jer. 23:27. 22 a Jer. 50:34. dignidade, sendo
15 a 1 Né. 4:2. 23 a Zac. 12:9. redimida no final.
81 2 NÉFI 9:1–7
toma assento, ó Jerusalém! Solta- eu vos digo estas coisas a fim de
te das b cadeias de teu pescoço, ó alegrar-vos e para que a levanteis
cativa filha de Sião! a cabeça para sempre, por causa
das bênçãos que o Senhor Deus
CAPÍTULO 9 conferirá a vossos filhos.
4 Pois sei que muitos de vós ha-
Jacó explica que os judeus serão co-
veis investigado muito para co-
ligados em todas as suas terras de
nhecer as coisas que estão para
promissão — A expiação resgata o
vir; e sei, portanto, que não ig-
homem da queda — Os corpos dos
norais que nossa carne deverá
mortos sairão da sepultura e seus es-
definhar e morrer; não obstante,
píritos, do inferno e do paraíso — Eles
veremos a Deus em nosso a corpo.
serão julgados — A expiação salva da
5 Sim, eu sei que sabeis que ele
morte, do inferno, do diabo e do tor-
se manifestará na carne aos que
mento eterno — Os justos serão sal-
habitam Jerusalém, de onde vie-
vos no reino de Deus — Declaradas
mos; porque é necessário que seja
as penalidades para os pecados — O
entre eles; porque é requerido do
Santo de Israel é o guardião da por-
grande a Criador que se sujeite ao
ta. Aproximadamente 559–545 a.C.
homem na carne e morra por b to-
E agora, meus amados irmãos, eu dos os homens, para que todos
vos li estas coisas para que tenhais possam tornar-se-lhe sujeitos.
conhecimento dos a convênios que 6 Pois assim como a morte tem
o Senhor fez com toda a casa de efeito sobre todos os homens, para
Israel — que seja cumprido o a plano mi-
2 Que ele tem falado aos judeus sericordioso do grande Criador,
pela boca de seus santos profetas, deve existir um poder de b ressur-
desde o começo, de geração em reição e a ressurreição deve vir ao
geração, até que chegue o tem- homem em razão da c queda; e a
po em que serão a restituídos à queda veio em razão da transgres-
verdadeira igreja e rebanho de são; e porque os homens se torna-
Deus, quando serão b coligados ram decaídos, foram d afastados da
nas c terras de sua herança e esta- presença do Senhor.
belecidos em todas as suas terras 7 Portanto, é necessário que haja
de promissão. uma a expiação b infinita — porque
3 Eis que, meus amados irmãos, se a expiação não fosse infinita,
25 b D&C 113:9–10. GEE Terra da Promissão. 2 Né. 26:24;
9 1 a GEE Convênio 3 a TJS Salm. 24:7–10 3 Né. 27:14–15.
Abraâmico. (Apêndice da Bíblia). 6 a GEE Plano de Redenção.
2 a 2 Né. 6:11. 4 a Jó 19:26; b GEE Ressurreição.
GEE Restauração do Al. 11:41–45; 42:23; c GEE Queda de Adão
Evangelho. Hel. 14:15; e Eva.
b GEE Israel — Coligação Mórm. 9:13. d 2 Né. 2:5.
de Israel. 5 a GEE Criação, Criar. 7 a GEE Expiação, Expiar.
c 2 Né. 10:7–8. b Jo. 12:32; b Al. 34:10.
2 NÉFI 9:8–13 82
esta corrupção não poderia reves- um caminho para nossa fuga das
tir-se de incorrupção. Portanto, o garras desse terrível monstro, sim,
c 
primeiro julgamento que recaiu aquele monstro, a morte e b inferno,
sobre o homem deveria ter d dura- que eu chamo morte do corpo e
do eternamente. E se assim fosse, também morte do espírito.
esta carne teria que apodrecer 11 E por causa do caminho de
e desfazer-se em sua mãe-terra, a 
libertação de nosso Deus, o San-
para não mais se levantar. to de Israel, essa b morte da qual
8 Oh! A a sabedoria de Deus, sua falei, que é a física, libertará seus
b 
misericórdia e c graça! Pois eis que mortos; essa morte é a sepultura.
se a d carne não mais se levantasse, 12 E essa a morte da qual falei,
nossos espíritos estariam à mercê que é a morte espiritual, libertará
daquele anjo que e caiu da presen- seus mortos; e essa morte espiri-
ça do Eterno Deus e tornou-se o tual é o b inferno; portanto, morte
f 
diabo, para não mais se levantar. e inferno deverão libertar seus
9 E nosso espírito deveria tornar- mortos; e o inferno deverá libertar
se como ele e nós nos tornaríamos seus espíritos cativos e a sepultu-
diabos, a anjos de um diabo, a fim ra deverá libertar seus corpos ca-
de sermos b afastados da presença tivos; e o corpo e o c espírito dos
de nosso Deus e permanecermos homens serão d restituídos um ao
com o pai das c mentiras, em mi- outro; e é pelo poder da ressurrei-
séria, como ele mesmo; sim, como ção do Santo de Israel.
aquele ser que d enganou nossos 13 Oh! Quão grande é o a plano
primeiros pais, que se e transfor- de nosso Deus! Porque, por outro
mou quase em um f anjo de luz lado, o b paraíso de Deus deverá
e incita os filhos dos homens a libertar os espíritos dos justos, e
g 
combinações secretas de crimes a sepultura, libertar os corpos dos
e de toda sorte de obras secretas justos; e o espírito e o corpo serão
das trevas. c 
reunidos novamente e todos os
10 Oh! Quão grande é a bonda- homens tornar-se-ão incorrup-
de de nosso Deus, que prepara tíveis e d imortais e serão almas
7 c Mos. 16:4–5; f GEE Diabo. Al. 42:6–15.
Al. 42:6, 9, 14. 9 a Jacó 3:11; b GEE Inferno.
d Mos. 15:19. Al. 5:25, 39. 11 a GEE Libertador.
8 a Jó 12:13; b Apoc. 12:7–9. b GEE Morte Física.
Abr. 3:21. c GEE Mentir, Mentiroso. 12 a GEE Morte Espiritual.
GEE Sabedoria. d Gên. 3:1–13; b D&C 76:81–85.
b GEE Misericórdia, Mos. 16:3; c GEE Espírito.
Misericordioso. Mois. 4:5–19. d GEE Ressurreição.
c GEE Graça. e 2 Cor. 11:14; 13 a GEE Plano de Redenção.
d D&C 93:33–34. Al. 30:53. b D&C 138:14–19.
e Isa. 14:12; f D&C 129:8. GEE Paraíso.
2 Né. 2:17–18; g GEE Combinações c Al. 11:43.
Mois. 4:3–4; Secretas. d GEE Imortal,
Abr. 3:27–28. 10 a Mos. 16:7–8; Imortalidade.
83 2 NÉFI 9:14–21
viventes, tendo um perfeito co-e  f 
chama ascende para todo o sem-
nhecimento, como nós na carne, pre e não tem fim.
com a diferença de que o nosso 17 Oh! A grandiosidade e a a jus-
conhecimento será perfeito. tiça de nosso Deus! Porque ele
14 Teremos, portanto, um a co- executa todas as suas palavras, e
nhecimento perfeito de todas as elas saíram-lhe da boca; e a sua
nossas b culpas, e nossa impureza, lei deve ser cumprida.
e nossa c nudez; e os justos terão 18 Mas eis que os justos, os a san-
um conhecimento perfeito de sua tos do Santo de Israel, os que ti-
alegria, e sua d retidão, estando verem acreditado no Santo de Is-
e 
vestidos com f pureza, sim, com rael, os que tiverem suportado as
o g manto da retidão. b 
cruzes do mundo e desprezado a
15 E acontecerá que quando to- sua vergonha, c herdarão o d reino
dos os homens tiverem passa- de Deus, que foi preparado para
do desta primeira morte para a eles e desde a fundação do mundo;
vida, tornando-se imortais, deve- e sua alegria será completa para
rão comparecer ante o a tribunal f 
sempre.
do Santo de Israel; e virá então o 19 Oh! Quão grande é a miseri-
b 
julgamento e serão julgados de córdia de nosso Deus, o Santo de
acordo com o santo julgamento Israel! Porque a liberta seus santos
de Deus. daquele b horrível monstro, o dia-
16 E certamente, como vive o Se- bo, e da morte e do c inferno e da-
nhor, pois o Senhor Deus disse-o quele lago de fogo e enxofre que
e é sua eterna a palavra, a qual não é tormento sem fim.
pode b passar, os justos ainda serão 20 Oh! Quão grande é a a san-
justos e os c imundos ainda serão tidade de nosso Deus! Pois ele
d 
imundos; portanto, os imundos b 
conhece todas as coisas e não há
são o e diabo e seus anjos; e irão nada que não conheça.
para o f fogo eterno para eles pre- 21 E ele vem ao mundo para a sal-
parado; e seu tormento é como var todos os homens, se eles de-
um g lago de fogo e enxofre, cuja rem ouvidos à sua voz; pois eis
13 e GEE Perfeito. Mois. 1:4. 18 a GEE Santo
f D&C 130:18–19. b D&C 56:11. (substantivo).
14 a Mos. 3:25; c GEE Imundície, b Lc. 14:27.
Al. 5:18. Imundo. c D&C 45:58; 84:38.
b GEE Culpa. d 1 Né. 15:33–35; d GEE Exaltação.
c Mórm. 9:5. Al. 7:21; e Al. 13:3.
d GEE Retidão. Mórm. 9:14; f GEE Vida eterna.
e Prov. 31:25. D&C 88:35. 19 a D&C 108:8.
f GEE Pureza, Puro. e GEE Diabo. b 1 Né. 15:35.
g D&C 109:76. f Mos. 27:28. c GEE Inferno.
15 a GEE Juízo Final. g Apoc. 21:8; 20 a GEE Santidade.
b Salm. 19:9; 2 Né. 28:23; b Al. 26:35;
2 Né. 30:9. D&C 63:17. D&C 38:2.
16 a 1 Re. 8:56; D&C 1:38; 17 a GEE Justiça. 21 a GEE Salvação.
2 NÉFI 9:22–30 84
que ele sofre as dores dos ho-
b 
26 Pois a expiação satisfaz as
a 

mens, sim, as dores de toda cria- exigências de sua b justiça sobre


tura vivente, tanto homens como todos a quem c não foi dada a d lei,
mulheres e crianças, que perten- sendo assim libertados daquele
cem à família de c Adão. horrível monstro, morte e infer-
22 E ele sofre isto para que todos no, e do diabo e do lago de fogo
os homens ressuscitem, para que e enxofre que é tormento sem fim;
todos compareçam diante dele no e são restituídos àquele Deus que
grande dia do julgamento. lhes deu e alento, que é o Santo de
23 E ordena a todos os homens Israel.
que se a arrependam e sejam b ba- 27 Mas ai daquele a quem foi
tizados em seu nome, tendo per- dada a a lei, sim, que tem todos os
feita fé no Santo de Israel, pois do mandamentos de Deus, como nós,
contrário não poderão ser salvos e que os transgride e desperdiça
no reino de Deus. os dias de sua provação; porque
24 E se não se arrependerem, o seu estado é terrível.
não acreditarem em seu a nome, 28 Oh! Quão astuto é o a plano do
não forem batizados em seu nome maligno! Oh! A b vaidade e a fra-
nem b perseverarem até o fim, se- queza e a insensatez dos homens!
rão c condenados, pois o Senhor Quando são c instruídos pensam
Deus, o Santo de Israel, disse-o. que são d sábios e não dão ouvidos
25 Ele deu, portanto, uma a lei; aos e conselhos de Deus, pondo-os
e onde b nenhuma lei é dada não de lado, supondo que sabem por
há castigo; e onde não há castigo si mesmos; portanto, a sua sabe-
não há condenação; e onde não doria é insensatez e não lhes traz
há condenação as misericórdias proveito. E eles perecerão.
do Santo de Israel têm poder so- 29  Mas é bom ser instruído,
bre eles, por causa da expiação; quando se a dá ouvidos aos b con-
porque são libertados pelo po- selhos de Deus.
der dele. 30 Ai, porém, dos a ricos que são
21 b D&C 18:11; 19:18. GEE Prestar Contas, c Lc. 16:15;
c GEE Adão. Responsabilidade, 2 Né. 26:20; 28:4, 15.
23 a GEE Arrepender-se, Responsável. d Prov. 14:6;
Arrependimento. 26 a 2 Né. 2:10; Jer. 8:8–9;
b GEE Batismo, Batizar. Al. 34:15–16. Rom. 1:22.
24 a GEE Jesus Cristo — GEE Expiação, Expiar. GEE Orgulho;
Tomar sobre nós o b GEE Justiça. Sabedoria.
nome de Jesus Cristo. c Mos. 3:11. e Al. 37:12.
b GEE Perseverar. d Mos. 15:24; GEE Aconselhar,
c GEE Condenação, D&C 137:7. Conselho.
Condenar. e Gên. 2:7; 29 a 2 Né. 28:26.
25 a Tg. 4:17. D&C 93:33; b Jacó 4:10.
GEE Lei. Abr. 5:7. 30 a Lc. 12:34;
b Rom. 4:15; 27 a Lc. 12:47–48. 1 Tim. 6:10;
2 Né. 2:13; 28 a Al. 28:13. D&C 56:16.
Al. 42:12–24. b GEE Vaidade, Vão.
85 2 NÉFI 9:31–41
ricos das coisas do mundo! Por- lembrai-vos de quão terrível é pe-
que, sendo ricos, desprezam os car contra o Santo Deus e também
b 
pobres e perseguem os mansos; quão terrível é sucumbir às ten-
e seu coração está em seus tesou- tações daquele ser a astuto. Lem-
ros; portanto, os seus tesouros são brai-vos de que ter b mente carnal
seu deus. E eis que seus tesouros é c morte e ter mente espiritual é
também perecerão com eles. d 
vida e eterna.
31 E ai dos surdos, que não que- 40 Ó, meus amados irmãos, ouvi
rem a ouvir; porque perecerão! minhas palavras. Lembrai-vos
32 Ai dos cegos, que não querem da grandeza do Santo de Israel.
ver, porque também perecerão. Não digais que falei coisas du-
33 Ai dos incircuncisos de co- ras contra vós, porque, se assim
ração, porque o conhecimento o fizerdes, ultrajareis a a verdade;
de suas iniquidades feri-los-á no porque disse as palavras de vos-
último dia. so Criador. Sei que as palavras da
34 Ai do a mentiroso, porque será verdade são b duras contra toda
lançado no b inferno. impureza, mas os justos não as
35 Ai do homicida, que a mata temem, porque amam a verdade
deliberadamente, porque b mor- e não se abalam.
rerá. 41 Ó, meus amados irmãos, a vin-
36 Ai dos que praticam a prosti- de, pois, ao Senhor, o Santo. Lem-
tuição, porque serão lançados no brai-vos de que seus caminhos são
inferno. justos. Eis que o b caminho para o
37 Sim, ai dos que a adoram ído- homem é c estreito, mas segue em
los, porque o diabo de todos os linha reta adiante dele; e o guar-
diabos neles se deleita. dião da d porta é o Santo de Israel;
38 E enfim, ai de todos os que e ele ali não usa servo algum, e
morrem em seus pecados; porque não há qualquer outra passagem a
a 
voltarão a Deus e verão sua face não ser pela porta; porque ele não
e permanecerão em seus pecados. pode ser enganado, pois Senhor
39  Ó, meus amados irmãos, Deus é o seu nome.
30 b GEE Pobres. 36 a 3 Né. 12:27–29. 2 Né. 28:28; 33:5.
31 a Eze. 33:30–33; GEE Castidade. 41 a 1 Né. 6:4;
Mt. 11:15; 37 a GEE Idolatria. Jacó 1:7;
Mos. 26:28; 38 a Al. 40:11, 13. Ômni 1:26;
D&C 1:2, 11, 14; 39 a 2 Né. 28:20–22; 32:8; Morô. 10:30–32.
Mois. 6:27. Mos. 2:32; 4:14; b 2 Né. 31:17–21;
34 a Prov. 19:9. Al. 30:53. Al. 37:46;
GEE Honestidade, b Rom. 8:6. D&C 132:22, 25.
Honesto; GEE Carnal. c Lc. 13:24;
Mentir, Mentiroso. c GEE Morte Espiritual. 2 Né. 33:9;
b GEE Inferno. d Prov. 11:19. Hel. 3:29–30.
35 a Êx. 20:13; e GEE Vida eterna. d 2 Né. 31:9, 17–18;
Mos. 13:21. 40 a GEE Verdade. 3 Né. 14:13–14;
b GEE Pena de Morte. b 1 Né. 16:2; D&C 43:7; 137:2.
2 NÉFI 9:42–50 86
42 E a quem quer que bata, ele 46 Preparai a vossa alma para
abrirá; e os a sábios e os instruídos aquele glorioso dia, quando a a jus-
e os ricos que são b orgulhosos de tiça será administrada aos justos,
seu conhecimento e de sua sabe- sim, o dia do b julgamento, a fim
doria e de suas riquezas — sim, de que não vos encolhais com ter-
estes são os que ele despreza; e a rível medo; para que não vos lem-
menos que se despojem de todas breis claramente de vossa horrível
estas coisas e considerem-se c in- c 
culpa, e não sejais compelidos a
sensatos diante de Deus e d humi- exclamar: Santos, santos são os
lhem-se profundamente, ele não teus julgamentos, ó Senhor Deus
lhes abrirá. d 
Todo-Poderoso — mas conheço a
43 As coisas dos sábios e dos minha culpa; transgredi a tua lei,
prudentes, porém, ser-lhes-ão e as minhas transgressões são mi-
a 
ocultas para sempre — sim, aque- nhas; e o diabo dominou-me, de
la felicidade que está preparada modo que sou uma presa de sua
para os santos. terrível miséria.
44 Ó, meus amados irmãos, lem- 47 Mas eis, meus irmãos, con-
brai-vos de minhas palavras. Eis vém que eu vos acorde para a
que tiro minhas vestimentas e terrível realidade destas coisas?
sacudo-as diante de vós; rogo ao Atormentaria eu a vossa alma, se
Deus de minha salvação que me vossa mente fosse pura? Seria eu
olhe com seus olhos que a tudo claro para convosco, com a clareza
veem; e sabereis portanto, no últi- da verdade, se estivésseis livres
mo dia, quando todos os homens do pecado?
serão julgados por suas obras, 48 Eis que, se fôsseis santos,
que o Deus de Israel testemunhou eu vos falaria de santidade; mas
que b sacudi vossas iniquidades de como não sois santos e me consi-
minha alma e que me apresento derais um mestre, é preciso que
limpo ante ele e estou c livre de eu vos a ensine as consequências
vosso sangue. do b pecado.
45 Ó, meus amados irmãos, afas- 49 Eis que minha alma tem aver-
tai-vos de vossos pecados; sacudi são ao pecado e meu coração se
as a correntes daquele que vos quer deleita na retidão; e a louvarei o
amarrar firmemente; vinde ao santo nome de meu Deus.
Deus que é a b rocha de vossa sal- 50 Vinde, meus irmãos, todos os
vação. que tendes sede, vinde às a águas;
42 a Mt. 11:25. c Jacó 2:2; d 1 Né. 1:14;
b GEE Orgulho. Mos. 2:28. Mois. 2:1.
c 1 Cor. 3:18–21. 45 a 2 Né. 28:22; 48 a Al. 37:32.
d GEE Humildade, Al. 36:18. b GEE Pecado.
Humilde, Humilhar. b GEE Rocha. 49 a 1 Né. 18:16.
43 a 1 Cor. 2:9–16. 46 a GEE Justiça. 50 a GEE Águas Vivas.
44 a Jacó 2:10. b GEE Juízo Final.
b Jacó 1:19. c Mos. 3:25.
87 2 NÉFI 9:51–10:3
e aquele que não tem dinheiro ve- dir-vos-ei o restante de minhas
nha comprar e comer; sim, vinde palavras. Amém.
comprar vinho e leite, sem b di-
nheiro e sem preço. CAPÍTULO 10
51 Portanto, não despendais di-
Jacó explica que os judeus crucificarão
nheiro naquilo que não tem va-
o seu Deus — Eles serão dispersos
lor, nem vosso a trabalho naquilo
até começarem a acreditar Nele — A
que não pode satisfazer. Ouvi-me
América será uma terra de liberdade,
atentamente e lembrai-vos das pa-
onde nenhum rei governará — Re-
lavras que disse; e vinde ao Santo
conciliai-vos com Deus e alcançai sal-
de Israel e b fartai-vos daquilo que
vação por meio de Sua graça. Apro-
não perece nem pode ser corrom-
ximadamente 559–545 a.C.
pido; e deixai que vossa alma se
deleite na abundância. E agora, meus amados irmãos,
52 Portanto, meus amados ir- eu, Jacó, torno a falar-vos sobre
mãos, lembrai-vos das palavras esse a ramo justo que já citei.
de vosso Deus; orai a ele continua- 2 Pois eis que as a promessas que
mente durante o dia e dai a gra- obtivemos são promessas segun-
ças ao seu santo nome durante a do a carne; portanto, como me foi
noite. Deixai que vosso coração mostrado, muitos de nossos filhos
se regozije. perecerão na carne por causa da
53  E vede quão grandes são incredulidade; não obstante, Deus
os a convênios do Senhor e quão terá misericórdia de muitos; e nos-
grande é a sua condescendência sos filhos serão resgatados, para
para com os filhos dos homens; que obtenham aquilo que lhes
e por causa de sua grandeza e dará o verdadeiro conhecimento
de sua graça e b misericórdia, ele de seu Redentor.
prometeu-nos que nossa semen- 3 Portanto, como vos disse, é
te não seria totalmente destruída, necessário que Cristo — pois na
segundo a carne, mas que a pre- noite passada o a anjo informou-
servaria; e em futuras gerações me que esse seria o seu nome —
tornar-se-ia um c ramo justo para b 
venha aos judeus, aos que são a
a casa de Israel. parte mais iníqua do mundo, e
54 E agora, meus irmãos, quisera eles o c crucificarão — pois assim
falar-vos mais; amanhã, porém, deseja nosso Deus; e nenhuma
50 b Al. 42:27. Misericordioso. Morô. 7:22.
51 a Isa. 55:1–2. c GEE Vinha do Senhor. b GEE Jesus Cristo —
b 2 Né. 31:20; 32:3; 10 1 a 1 Né. 15:12–16; Profecias acerca do
3 Né. 12:6. 2 Né. 3:5; nascimento e da morte
52 a GEE Ação de Jacó 5:43–45. de Jesus Cristo.
Graças, Agradecido, 2 a 1 Né. 22:8; c 1 Né. 11:33;
Agradecimento. 3 Né. 5:21–26; 21:4–7. Mos. 3:9;
53 a GEE Convênio. 3 a 2 Né. 25:19; D&C 45:52–53.
b GEE Misericórdia, Jacó 7:5;
2 NÉFI 10:4–16 88
outra nação na Terra crucificaria
d 
seus aios e suas rainhas tornar-se-
seu e Deus. ão amas; portanto, grandes são as
4 Porque caso seus grandes a mi- b 
promessas do Senhor aos gentios,
lagres se dessem em outras na- pois ele assim o disse, e quem po-
ções, elas se arrependeriam e sa- derá contestar?
beriam ser ele o seu Deus. 10 Mas eis que esta terra, disse
5 Mas por causa de a artimanhas Deus, será uma terra de tua he-
sacerdotais e de iniquidades, os rança e os a gentios serão aben-
de Jerusalém endurecerão a cer- çoados nela.
viz contra ele, para que seja cru- 11 E esta terra será uma terra
cificado. de a liberdade para os gentios e
6 Portanto, devido às iniquida- não haverá b reis nesta terra que
des deles, recairão sobre eles des- tenham poder sobre os gentios.
truições, fome, pestes e derrama- 12 E eu fortificarei esta terra con-
mento de sangue; e os que não tra todas as outras nações.
forem destruídos serão a dispersos 13 E quem a lutar contra Sião b pe-
por todas as nações. recerá, diz Deus.
7 Mas eis que assim diz o a Se- 14 Pois quem levantar um rei
nhor Deus: b Quando chegar o dia contra mim perecerá, porque eu,
em que acreditarem em mim, que o Senhor, o a rei dos céus, serei seu
eu sou Cristo, fiz eu convênio com rei e serei para sempre uma b luz
seus pais de que, na Terra, serão para aqueles que ouvem minhas
restituídos na carne às terras de palavras.
sua herança. 15 Portanto, por este motivo,
8 E acontecerá que serão a coliga- a fim de que sejam cumpridos
dos de sua longa dispersão, desde os a convênios que fiz com os fi-
as b ilhas do mar e dos quatro can- lhos dos homens, que cumpri-
tos da Terra; e as nações dos gen- rei enquanto estiverem na carne,
tios serão grandes a meus olhos, devo destruir as b obras secretas
diz Deus, por c levá-los às terras das c trevas e os assassinatos e as
de sua herança. abominações.
9 a Sim, os reis dos gentios serão 16 Portanto, quem lutar contra
3 d Lc. 23:20–24. de Israel. b Isa. 60:12.
e 1 Né. 19:10. b 1 Né. 22:4; 14 a Al. 5:50;
4 a GEE Milagre. 2 Né. 10:20–22; D&C 38:21–22;
5 a Lc. 22:2. D&C 133:8. 128:22–23;
GEE Artimanhas c 1 Né. 22:8. Mois. 7:53.
Sacerdotais. 9 a Isa. 49:22–23. b GEE Luz, Luz de Cristo.
6 a 1 Né. 19:13–14. b 1 Né. 22:8–9; 15 a GEE Convênio.
GEE Israel — Dispersão D&C 3:19–20. b Hel. 3:23.
de Israel. 10 a 2 Né. 6:12. GEE Combinações
7 a GEE Senhor. 11 a GEE Liberdade, Livre. Secretas.
b 2 Né. 25:16–17. b Mos. 29:31–32. c GEE Trevas Espirituais.
8 a GEE Israel — Coligação 13 a 1 Né. 22:14, 19.
89 2 NÉFI 10:17–24
Sião, seja judeu ou gentio, escra-
a 
lado o pecado e não inclinemos a
vo ou livre, homem ou mulher, cabeça, pois não fomos rejeitados;
perecerá; pois b estes são os que não obstante, fomos a expulsos da
constituem a prostituta de toda a terra de nossa herança; fomos,
Terra; porque c os que d não estão porém, conduzidos a uma b terra
comigo estão e contra mim, diz melhor, pois o Senhor fez do mar
nosso Deus. nosso c caminho e estamos em uma
17 Pois a cumprirei as promessas d 
ilha do mar.
que fiz aos filhos dos homens, as 21 Mas grandes são as promes-
quais cumprirei enquanto estive- sas do Senhor aos que estão nas
rem na carne. a 
ilhas do mar; portanto, como é
18 Portanto, meus amados ir- dito ilhas, deve haver outras além
mãos, assim diz nosso Deus: Afli- desta e elas são também habitadas
girei a vossa posteridade pela mão por nossos irmãos.
dos gentios; não obstante, abran- 22 Porque eis que de tempos em
darei o coração dos a gentios, para tempos o Senhor Deus a levou al-
que sejam como um pai para eles; guns da casa de Israel, segundo a
portanto, os gentios serão b aben- sua vontade e prazer. E agora, eis
çoados e c contados com os da casa que o Senhor se recorda de todos
de Israel. os que foram separados; portanto,
19 a Consagrarei, pois, esta terra recorda-se de nós também.
para sempre a vossa semente e aos 23 Animai-vos, portanto, e lem-
que forem contados com a vossa brai-vos de que sois a livres para
semente, para que seja a terra de b 
agir por vós mesmos — para c es-
sua herança; porque é uma terra colher o caminho da morte eterna
escolhida, diz-me Deus, acima ou o caminho da vida eterna.
de todas as outras terras; desejo, 24  Portanto, reconciliai-vos,
portanto, que todos os que nela meus amados irmãos, com a von-
habitarem me adorem, diz Deus. tade de Deus e não com a vontade
20 E agora, meus amados ir- do diabo e da carne; e lembrai-
mãos, vendo que nosso miseri- vos, depois de vos reconciliardes
cordioso Deus nos deu tão grande com Deus, de que é somente na
conhecimento sobre estas coisas, graça e pela a graça de Deus que
lembremo-nos dele e deixemos de sois b salvos.
16 a GEE Sião. b Ef. 3:6. Promissão.
b 1 Né. 13:4–5. c Gál. 3:7, 29; c 1 Né. 18:5–23.
c 1 Né. 14:10. 1 Né. 14:1–2; d Isa. 11:10–12.
d 1 Né. 22:13–23; 3 Né. 16:13; 21:6, 22; 21 a 1 Né. 19:15–16; 22:4.
2 Né. 28:15–32; 30:2; 22 a 1 Né. 22:4.
3 Né. 16:8–15; Ét. 2:9. Abr. 2:9–11. 23 a GEE Arbítrio.
e Mt. 12:30. 19 a 2 Né. 3:2. b 2 Né. 2:16.
17 a D&C 1:38. 20 a 1 Né. 2:1–4. c Deut. 30:19.
18 a Lc. 13:28–30; b 1 Né. 2:20. 24 a GEE Graça.
D&C 45:7–30. GEE Terra da b GEE Salvação.
2 NÉFI 10:25–11:8 90
25 Possa Deus, portanto, levan- mais testemunhas e ele comprova
tar-vos da morte pelo poder da todas as suas palavras.
ressurreição e também da morte 4 Eis que minha alma se regozija
eterna, pelo poder da a expiação, em a provar ao meu povo a vera-
a fim de que sejais recebidos no cidade da b vinda de Cristo; pois
eterno reino de Deus para louvá- para esse fim foi dada a c lei de
lo pela graça divina. Amém. Moisés; e todas as coisas que fo-
ram dadas por Deus aos homens,
CAPÍTULO 11 desde o começo do mundo, são
símbolos dele.
Jacó viu seu Redentor — A lei de
5 E minha alma também se de-
Moisés simboliza Cristo e confirma
leita nos a convênios que o Senhor
que Ele virá. Aproximadamente 559–
fez com nossos pais; sim, minha
545 a.C.
alma deleita-se na sua graça e na
E então a Jacó disse muitas coisas sua justiça e poder e misericórdia
mais ao meu povo naquela oca- no grande e eterno plano de liber-
sião; não obstante, somente estas tação da morte.
coisas fiz com que fossem b escri- 6 E minha alma deleita-se em
tas, pois o que escrevi me basta. comprovar a meu povo que, a sem
2 E agora eu, Néfi, escrevo mais a vinda de Cristo, todos os ho-
das palavras de a Isaías, porque mens pereceriam.
minha alma se deleita em suas 7 Porque se a não há Cristo, não
palavras. Pois aplicarei suas pa- há Deus; e se não há Deus, não
lavras a meu povo e enviá-las-ei a existimos, porque não poderia
todos os meus filhos, pois ele ver- ter havido b criação. Há entretanto
dadeiramente viu meu b Redentor, um Deus e ele é Cristo; e virá na
assim como eu o vi. plenitude de seu próprio tempo.
3 E meu irmão Jacó também o 8 E agora escrevo algumas das
a 
viu como eu o vi; portanto, en- palavras de Isaías, para que aque-
viarei as suas palavras aos meus les de meu povo que virem essas
filhos, para provar-lhes que as palavras alegrem o coração e re-
minhas palavras são verdadeiras. gozijem-se por todos os homens.
Portanto, pelas palavras de b três, Ora, estas são as palavras e po-
disse Deus, estabelecerei a minha deis aplicá-las a vós e a todos os
palavra. Não obstante, Deus envia homens.
25 a GEE Expiação, Expiar. b 2 Né. 27:12; Ét. 12:19.
11 1 a 2 Né. 6:1–10. Ét. 5:2–4; c 2 Né. 5:10.
b 2 Né. 31:1. D&C 5:11. 5 a GEE Convênio
2 a 3 Né. 23:1. 4 a 2 Né. 31:2. Abraâmico.
b GEE Redentor. b Jacó 4:5; 6 a Mos. 3:15.
3 a 2 Né. 2:3; Jar. 1:11; 7 a 2 Né. 2:13.
Jacó 7:5. Al. 25:15–16; b GEE Criação, Criar.
91 2 NÉFI 12:1–12
CAPÍTULO 12 pois vós todos vos a desviastes,
cada um para seus caminhos iní-
Isaías vê o templo dos últimos dias,
quos.
a coligação de Israel e o julgamento e
6 Portanto, tu, ó Senhor, desam-
a paz do milênio — Os orgulhosos e
paraste o teu povo, a casa de Jacó;
iníquos serão humilhados na segun-
porque a estão cheios de costu-
da vinda — Comparar com Isaías 2.
mes do oriente e dão ouvidos aos
Aproximadamente 559–545 a.C.
adivinhos como os b filisteus; e
A a visão de b Isaías, filho de Amós, c 
associam-se com os filhos de es-
a respeito de Judá e de Jerusalém: tranhos.
2 E acontecerá nos últimos dias, 7 Sua terra também está cheia de
quando o a monte da b casa do Se- prata e ouro, não têm fim os seus
nhor for estabelecido no cume tesouros; também está cheia a sua
dos c montes e se exalçar acima terra de cavalos e os seus carros
dos outeiros e concorrerem a ele não têm fim.
todas as nações. 8 Também está cheia a sua ter-
3 E irão muitos povos e dirão: ra de a ídolos; adoram a obra das
Vinde, subamos ao monte do Se- suas mãos, aquilo que fabricaram
nhor, à casa do Deus de Jacó; e ele os seus dedos.
nos ensinará os seus caminhos, 9 E o malvado não se a inclina e o
e a andaremos nas suas veredas; grande não se humilha; portanto,
porque de Sião sairá a b lei, e de não o perdoes.
Jerusalém, a palavra do Senhor. 10 Ó iníquos, entrai na rocha e
4 E ele a julgará as nações e re- a 
escondei-vos no pó, porque o te-
preenderá muitos povos; e con- mor do Senhor e a glória da sua
verterão as suas espadas em majestade vos ferirão.
enxadas e as suas lanças em foi- 11 E acontecerá que os olhares
ces — não levantará espada na- altivos dos homens serão humi-
ção contra nação nem aprenderão lhados e a altivez dos varões será
mais a guerrear. abatida; e só o Senhor será exalta-
5 Vinde, ó casa de Jacó, e ande- do naquele dia.
mos na luz do Senhor; sim, vinde, 12 Pois o a dia do Senhor dos
12 1 a HEB khazah significa 2 a Joel 3:17. 6 a IE estão cheios de
“prever.” Isto quer di- GEE Sião. ensinamentos e crenças
zer que Isaías recebeu b GEE Templo, A Casa do estrangeiras.
sua mensagem por Senhor. Salm. 106:35.
meio de uma visão c D&C 49:25. b GEE Filisteus.
dada pelo Senhor. 3 a GEE Andar, Andar com c HEB dão-se as mãos ou
b Isaías capítulos 2–14 Deus. fazem convênios com.
são citados das placas b HEB ensinamentos 8 a GEE Idolatria.
de latão de Néfi em ou doutrina. 9 a IE perante Deus; ao
2 Néfi 12–24; há GEE Evangelho. contrário, adora ídolos.
algumas diferenças no 4 a 2 Né. 21:2–9. 10 a Al. 12:14.
texto, que devem ser 5 a 2 Né. 28:14; 12 a GEE Segunda Vinda de
observadas. Mos. 14:6; Al. 5:37. Jesus Cristo.
2 NÉFI 12:13–13:5 92
Exércitos logo virá a todas as na- rochas e pelos cumes dos penhas-
ções; sim, a todas; sim, ao b sober- cos, porque o temor do Senhor
bo e altivo e a todo o que se exalta; virá sobre eles; e a majestade da
e ele será humilhado. sua glória feri-los-á quando ele
13 Sim, e o dia do Senhor virá a se levantar para sacudir terrivel-
todos os cedros do Líbano, porque mente a terra.
são altos e imponentes; e a todos 22  a Afastai-vos do homem cujo
os carvalhos de Basã. fôlego está no seu nariz; pois em
14 E a todos os montes altos e que deve ele ser estimado?
a todos os outeiros; e a todas as
nações que se exaltam e a todos CAPÍTULO 13
os povos.
Judá e Jerusalém serão punidas por
15 E a toda torre alta e a todo
sua desobediência — O Senhor plei-
muro reforçado.
teia por Seu povo e julga-o — As
16 E a todos os navios do a mar
filhas de Sião são amaldiçoadas e
e a todos os navios de Társis e a
atormentadas por seu mundanis-
todos os cenários agradáveis.
mo — Comparar com Isaías 3. Apro-
17 E a altivez do homem será
ximadamente 559–545 a.C.
abatida, humilhada será a sua so-
berba; e só o Senhor será exaltado Pois eis que o Senhor, o Senhor
a 
naquele dia. dos Exércitos, tira de Jerusalém
18 E os ídolos ele totalmente e de Judá o suporte e o sustento,
abolirá. todo o sustento de pão e todo o
19 E meter-se-ão nos buracos das suporte de água —
rochas e nas cavernas da terra, 2 O valente e o guerreiro, o juiz e
porque o temor do Senhor virá o profeta e o prudente e o ancião;
sobre eles; e a glória da sua ma- 3 O capitão de cinquenta e o ho-
jestade feri-los-á quando ele se le- mem respeitável; e o conselheiro
vantar para sacudir terrivelmente e o artífice astuto e o orador elo-
a terra. quente.
20 Naquele dia um homem a lan- 4 E dar-lhes-ei meninos por prín-
çará às toupeiras e aos morcegos cipes, e crianças dominarão sobre
os seus ídolos de prata e os seus eles.
ídolos de ouro, que fez para ele 5 E o povo será oprimido, uns
próprio adorar; pelos outros e cada um pelo seu
21 Para entrar pelas fendas das próximo; a criança comportar-se-á
12 b Mal. 4:1; tem uma frase que a Senhor em glória.
2 Né. 23:11; grega não tem; 2 Né. 20 a HEB expulsar.
D&C 64:24. 12:16, porém, contém 22 a IE cessai de depender
16 a A versão grega ambas. do homem mortal;
(Septuaginta) tem uma Salm. 48:7; ele tem pouco poder,
frase que a hebraica Eze. 27:25. comparado com Deus.
não tem, e a hebraica 17 a IE dia da vinda do Mois. 1:10.
93 2 NÉFI 13:6–20
altivamente com o ancião; e o vil, são crianças; e mulheres os go-
com o honrado. vernam. Ó povo meu, os que te
6 Quando alguém for ter com a 
guiam te enganam e destroem o
seu irmão, da casa de seu pai, curso das tuas veredas.
dizendo: Tu tens roupa, sê nos- 13  O Senhor levanta-se para
so governante e não deixes a 
pleitear e sai a julgar os povos.
que esta a ruína venha sob a tua 14 O Senhor entrará em juízo
mão — com os anciãos do seu povo e com
7 Naquele dia jurará, dizendo: os seus a príncipes; pois b devoras-
Eu não serei um a curador, pois tes a c vinha e o d despojo do e pobre
em minha casa não há pão nem em vossas casas.
roupa; não me coloqueis como 15 Que pretendeis? Afligis o meu
governante do povo. povo e moeis as faces do pobre,
8 Pois Jerusalém foi a destruída diz o Senhor Deus dos Exércitos.
e Judá b caiu; porque a sua língua 16 Diz ainda mais o Senhor: Por-
e as suas obras foram contrárias que as filhas de Sião são altivas e
ao Senhor, para provocar os olhos andam com o pescoço erguido e
da sua glória. têm olhares impudentes, cami-
9 A aparência do seu rosto tes- nham com a passos afetados e ti-
tifica contra eles e declara que o lintando com os pés —
seu pecado é como a Sodoma, e 17 Portanto, o Senhor ferirá com
eles não podem escondê-lo. Ai da sarna o alto da cabeça das filhas
sua alma, porque deram o mal em de Sião e o Senhor porá a a desco-
recompensa a si próprios! berto as suas partes secretas.
10 Dizei aos justos que tudo lhes 18 Naquele dia tirará o Senhor
vai a bem; porque comerão do fru- a ostentação dos seus tilintantes
to das suas obras. ornamentos e as a coifas e os b ador-
11 Ai dos ímpios, porque perece- nos redondos como a lua;
rão; porque de suas próprias mãos 19 As correntes, os braceletes e
receberão a recompensa! os a xales;
12 Os opressores do meu povo 20 Os toucados e os enfeites das
13 6 a Isa. 3:6. D&C 45:3–5. que significa
7 a HEB uma pessoa que 14 a HEB governantes ou “envergonhá-las.”
faz curativos; i.e., não chefes. 18 a Possivelmente
posso resolver vossos b HEB consumir ou redes de cabelo.
problemas. queimar. Os estudiosos nem
8 a Jer. 9:11. c Isa. 5:7. sempre concordam
b Lam. 1:3. d IE ganho ilícito. sobre a natureza dos
9 a Gên. 19:1, 4–7, 24–25. e 2 Né. 28:12–13. adornos femininos
GEE Comportamento 16 a IE caminhar com mencionados nos vers.
Homossexual. passos rápidos e 18–23.
10 a Deut. 12:28. curtos, de modo b IE adornos com
12 a Isa. 9:16. afetado. o formato de lua
13 a HEB contender. 17 a HEB expor; crescente.
Miq. 6:2; expressão idiomática 19 a HEB véus.
2 NÉFI 13:21–14:6 94
pernas e os diademas e as caixi- será belo e glorioso; o fruto da ter-
nhas de perfume e os brincos; ra será excelente e formoso para
21 Os anéis e as joias do nariz; os que escaparem de Israel.
22 Os vestidos de festa e os man- 3 E acontecerá que aqueles que
tos e as toucas e os grampos de ficarem em Sião e os que perma-
encrespar; necerem em Jerusalém serão cha-
23 Os a espelhos e o linho fino e mados santos. Todos os que esti-
os capuzes e os véus. verem inscritos entre os vivos em
24 E acontecerá que em lugar de Jerusalém —
perfume haverá mau cheiro; e em 4  a Quando o Senhor tiver b la-
lugar de cinto, uma a rotura; e em vado a imundície das filhas de
lugar de cabelos bem penteados, Sião e limpado o sangue de Jeru-
calvície; e em lugar de b corpete, salém do meio dela, com o espí-
um envoltório de saco; c queima- rito de justiça e com o espírito de
dura em lugar de formosura. c 
ardor.
25 Teus varões cairão sob a es- 5 E criará o Senhor, sobre toda a
pada e teus valentes na guerra. habitação do monte Sião e sobre
26 E as suas portas lamentarão e as suas congregações, uma a nu-
prantearão; e ela se assentará no vem e uma fumaça de dia e o res-
chão, desolada. plendor de um fogo chamejante à
noite; porque sobre toda a glória
CAPÍTULO 14 de Sião haverá uma defesa.
6 E haverá um tabernáculo por
Sião e suas filhas serão redimidas e
sombra contra o calor do dia e
purificadas no dia do milênio — Com-
por a refúgio e esconderijo contra
parar com Isaías 4. Aproximadamente
a tempestade e a chuva.
559–545 a.C.
E naquele dia sete mulheres lan-
CAPÍTULO 15
çarão mão de um homem, dizen-
do: Nós comeremos nosso próprio A vinha do Senhor (Israel) tornar-
pão e vestir-nos-emos com nos- se-á desolada e Seu povo será disper-
sos próprios vestidos; tão somen- so — Aflições virão sobre eles em sua
te queremos ser chamadas pelo apostasia e dispersão — O Senhor
teu nome, para desfazer o nosso levantará um estandarte e coligará
a 
opróbrio. Israel — Comparar com Isaías 5.
2 Naquele dia o a ramo do Senhor Aproximadamente 559–545 a.C.
23 a OU vestimentas 14 1 a IE o estigma de não ter Terra.
transparentes. casado e não ter filhos. b GEE Lavado,
24 a HEB andrajos. 2 a Isa. 60:21; Lavamento, Lavar.
b OU manto. 2 Né. 3:5; c Mal. 3:2–3; 4:1.
c OU marcar com ferro Jacó 2:25. 5 a Êx. 13:21.
em brasa (marca da 4 a IE Quando o Senhor 6 a Isa. 25:4;
escravidão). tiver purificado a D&C 115:6.
95 2 NÉFI 15:1–15
E então cantarei ao meu bem- eis aqui opressão; retidão, mas eis
amado o a cântico do meu amado aqui um clamor.
a respeito da sua vinha. O meu 8 Ai dos que ajuntam a casa a casa
bem-amado tem uma vinha num até que não possa haver nenhum
outeiro muito fértil. lugar, para b ficarem sozinhos no
2 E cercou-a e limpou-a das pe- meio da terra!
dras e nela plantou excelente a vi- 9 Aos meus ouvidos disse o Se-
deira; e edificou no meio dela uma nhor dos Exércitos: Em verda-
torre e também construiu nela um de, muitas casas ficarão desertas;
lagar; e esperava que desse uvas, e grandes e belas cidades, sem
mas deu uvas bravas. moradores.
3 E agora, ó habitantes de Jeru- 10 Sim, dez acres de vinha darão
salém e homens de Judá, julgai, um a bato; e um ômer de semente
eu vos peço, entre mim e a mi- dará um efa.
nha vinha. 11 Ai dos que se levantam pela
4 Que mais poderia ser feito à manhã para a procurar bebida for-
minha vinha, que eu não lhe te- te; e continuam até à noite e o b vi-
nha feito? Entretanto quando es- nho os inflama!
perei que desse uvas, produziu 12 E a harpa, e o alaúde, o tam-
uvas bravas. boril, e pífaro, e vinho há nos seus
5 Agora, pois, eu vos farei saber banquetes; mas eles não a olham
o que hei de fazer à minha vi- para o trabalho do Senhor, nem
nha — a Tirarei a sua sebe e servirá consideram as obras das suas
de pasto; derribarei a sua parede mãos.
e será pisada; 13 Portanto, o meu povo foi le-
6 E torná-la-ei em deserto; não vado para o cativeiro por falta de
será podada nem cavada, mas a 
conhecimento; e os seus nobres
crescerão nela a sarças e espinhei- estão famintos, e a sua multidão
ros; e às nuvens darei ordem para está com sede.
que b não derramem chuva sobre 14 Por isso o inferno alargou-se e
ela. abriu a boca desmesuradamente;
7 Porque a a vinha do Senhor dos e a glória deles e a sua multidão e
Exércitos é a casa de Israel e os a sua pompa e os que se deleitam
homens de Judá são a planta dos a ele baixarão.
seus deleites; e esperou b juízo, e 15 Então o plebeu será abatido;
15 1 a IE O profeta compõe 6 a Isa. 7:23; 32:13. dos pobres.
uma canção ou b Jer. 3:3. 10 a Eze. 45:10–11.
parábola poética sobre 7 a GEE Vinha do Senhor. 11 a Prov. 23:30–32.
uma vinha, mostrando b OU justiça. b GEE Palavra de
a misericórdia de 8 a Miq. 2:1–2. Sabedoria.
Deus e a indiferença b IE deixados sozinhos. 12 a Salm. 28:5.
de Israel. Os ricos proprietários 13 a Ose. 4:6.
2 a Jer. 2:21. de terra absorvem as GEE Conhecimento.
5 a Salm. 80:12. pequenas propriedades
2 NÉFI 15:16–29 96
e o poderoso será humilhado, e 24 Portanto, assim como o fogo a 

os olhos dos altivos serão humi- devora o b restolho, e a chama


lhados. consome a c palha, será a sua raiz
16 Mas o Senhor dos Exércitos podridão, e as suas flores se es-
será exaltado em a juízo e Deus, vaecerão como pó; porquanto re-
que é Santo, será santificado em jeitaram a lei do Senhor dos Exér-
retidão. citos, e d desprezaram a palavra do
17 Então os cordeiros pastarão Santo de Israel.
segundo o seu costume; e os luga- 25 Por isso acendeu-se a a ira do
res desolados dos gordos, comê- Senhor contra o seu povo e esten-
los-ão os estranhos. deu contra ele a sua mão e feriu-o;
18 Ai dos que puxam pela ini- e as montanhas tremeram e os
quidade com cordas de a vaidade seus cadáveres foram despedaça-
e pelo pecado, b como se fosse com dos no meio das ruas. Com tudo
uma corda de carro! isso não voltou atrás a sua ira,
19  Que dizem: Avie-se ele e mas ainda está alçada a sua mão.
a 
apresse a sua obra, para que a 26 E ele arvorará um a estandarte
b 
vejamos; e aproxime-se e venha o ante as nações longínquas e b as-
conselho do Santo de Israel, para sobiar-lhes-á desde os confins da
que o conheçamos. Terra; e eis que c virão apressada-
20 Ai dos que ao mal a chamam mente; não haverá entre eles can-
bem, e ao bem, mal; que fazem da sados nem claudicantes.
b 
escuridão luz, e da luz, escuri- 27 Ninguém toscanejará nem
dão; e fazem do amargo doce, e dormirá; não se lhe desatará o
do doce, amargo! cinto dos seus lombos, nem se
21 Ai dos que são a sábios aos lhe quebrará a correia dos seus
seus próprios olhos, e prudentes sapatos.
à sua própria vista! 28 As suas flechas serão agudas,
22 Ai dos que são poderosos e todos os seus arcos, retesados; e
para beber vinho e valentes para os cascos dos seus cavalos serão
misturar bebida forte; contados como pederneira, e as
23 Que justificam o ímpio por suas rodas, como um redemoinho.
recompensa e a tiram ao justo a O seu rugido será como o do leão.
sua retidão! 29 Rugirão como filhos de a leão;
16 a GEE Jesus Cristo — Juiz. b 1 Jo. 1:6. c Lc. 3:17; Mos. 7:29–31.
18 a GEE Vaidade, Vão. 21 a Prov. 3:5–7; d 2 Sam. 12:7–9.
b IE Estão atados a seus 2 Né. 28:15. 25 a D&C 63:32;
pecados como animais 23 a IE privam-no de seus Mois. 6:27.
a suas cargas. direitos legais. 26 a GEE Estandarte.
19 a Jer. 17:15. 24 a Oba. 1:18; Mal. 4:1–2; b IE, sinal para a
b IE Eles não acreditarão 2 Né. 20:17. coligação.
no Messias até que O b Joel 2:5; Isa. 7:18; 2 Né. 29:2.
vejam. 1 Né. 22:15, 23; c GEE Israel — Coligação
20 a Morô. 7:14, 18; 2 Né. 26:4, 6; de Israel.
D&C 64:16; 121:16. D&C 64:23–24; 133:64. 29 a 3 Né. 21:12–13.
97 2 NÉFI 15:30–16:12
sim, rugirão e arrebatarão a presa homem de lábios impuros e habi-
e levá-la-ão em segurança; e não to no meio de um povo de impu-
haverá quem a livre. ros lábios; pois os meus olhos vi-
30 E bramarão contra eles na- ram o Rei, o Senhor dos Exércitos.
quele dia, como o bramido do 6 Então um dos serafins voou
mar; e se olharem para a terra, eis para mim, trazendo na mão uma
trevas e pesar; e a luz escurecer- a 
brasa viva que tirara do altar com
se-á nos céus. uma tenaz;
7 E com ela tocou-me a boca e
CAPÍTULO 16 disse: Eis que isto tocou os teus lá-
bios; e a tua a iniquidade foi tirada
Isaías vê o Senhor — Os pecados de
e purgado o teu pecado.
Isaías são perdoados — Ele é cha-
8 E também ouvi a voz do Se-
mado para profetizar — Profetiza a
nhor, que dizia: A quem enviarei
rejeição dos ensinamentos de Cristo
e quem há de ir por nós? Então
pelos judeus — Um remanescente
disse eu: Eis-me aqui, envia-me
retornará — Comparar com Isaías
a mim.
6. Aproximadamente 559–545 a.C.
9 E disse ele: Vai e dize a este
No a ano em que morreu o rei povo — Ouvi bem, mas não en-
Uzias, eu vi também o Senhor tenderam; e vede bem, mas não
assentado sobre um alto e subli- perceberam.
me trono; e a cauda do seu manto 10  Engorda o coração deste
enchia o templo. povo, endurece-lhe os ouvidos e
2 Os a serafins estavam acima do fecha-lhe os olhos — não venha
trono; cada um tinha seis asas; ele a ver com os seus olhos e a ou-
com duas cobriam o rosto, com vir com os seus ouvidos e enten-
duas cobriam os pés e com duas der com o seu coração e conver-
voavam. ter-se e ser curado.
3 E clamavam uns aos outros, 11 Então disse eu: Senhor, até
dizendo: Santo, santo, santo é o quando? E ele disse: Até que se
Senhor dos Exércitos; toda a Terra assolem as cidades e fiquem sem
está cheia da sua glória. habitantes; e nas casas não fique
4 E os a umbrais da porta move- morador, e a terra seja totalmente
ram-se com a voz daquele que desolada.
clamava, e a casa encheu-se de 12 E o Senhor tenha a afastado
fumaça. para longe os homens, porque
5 Então disse eu: Ai de mim, pois haverá grande desolação no meio
estou a perdido! Porque sou um da terra.
16 1 a IE cerca de 750 a.C. estava oprimido pela purificação.
2 a GEE Querubins. consciência de seus 7 a GEE Remissão de
4 a HEB tremeram os pecados e dos de seu Pecados.
alicerces das soleiras. povo. 10 a Mt. 13:14–15.
5 a HEB afastado; i.e., 6 a IE símbolo de 12 a 2 Re. 17:18, 20.
2 NÉFI 16:13–17:14 98
13 Mas haverá ainda uma déci- pedaços de tição fumegantes, por
ma parte, e eles voltarão e serão causa do ardor da ira de Rezim
devorados, como uma azinheira e com a Síria e do filho de Remalias.
como um carvalho que, depois de 5 Porquanto a Síria, Efraim e o
desfolharem, ainda conservam em filho de Remalias tiveram contra
si a sua substância; assim, a santa ti maligno conselho, dizendo:
semente será a a substância deles. 6 Subamos contra Judá e ator-
mentemo-la; a repartamo-la entre
CAPÍTULO 17 nós e ponhamos um rei no meio
dela, o filho de Tabeal.
Efraim e a Síria fazem guerra contra
7 Assim diz o Senhor Deus: Isso
Judá — Cristo nascerá de uma vir-
não subsistirá nem tampouco
gem — Comparar com Isaías 7. Apro-
acontecerá.
ximadamente 559–545 a.C.
8 Pois a cabeça da Síria é Damas-
E aconteceu nos dias de Acaz, co e a cabeça de Damasco, Rezim;
filho de Jotão, filho de Uzias, rei e dentro de sessenta e cinco anos
de Judá, que Rezim, rei da Síria, Efraim será quebrantado e deixará
e Peca, filho de Remalias, rei de de ser um povo.
Israel, subiram a Jerusalém para 9 E a cabeça de Efraim é Samaria
pelejar contra ela, mas não pude- e a cabeça de Samaria é o filho de
ram prevalecer contra ela. Remalias. Se a não crerdes, certa-
2 E deram aviso à casa de Davi, mente não ficareis firmes.
dizendo: A Síria fez aliança com 10 E o Senhor falou novamente
a 
Efraim. E moveu-se-lhe o coração a Acaz, dizendo:
e o coração do seu povo, como 11 Pede ao Senhor teu Deus um
se movem as árvores do bosque a 
sinal; pede-o embaixo nas pro-
com o vento. fundezas ou em cima nas alturas.
3 Então disse o Senhor a Isaías: 12 Acaz, porém, disse: Não o
Ide agora, tu e teu filho, a Sear- pedirei nem a tentarei o Senhor.
Jasube, ao encontro de Acaz, ao 13 E ele disse: Ouvi agora, ó casa
fim do canal do tanque superior, de Davi: É pouco para vós afadi-
na estrada do campo do pisoeiro. gardes os homens; ainda afadiga-
4 E dize-lhe: Acautela-te e aquie- reis também o meu Deus?
ta-te; a não temas nem se desani- 14 Portanto, o próprio Senhor
me o teu coração por esses dois vos dará um sinal: Eis que uma
13 a IE Como uma árvore norte foi chamada poder de fogo àqueles
que, embora suas pelo nome de Efraim, dois reis.
folhas estejam a principal tribo do 6 a HEB dividamo-la.
espalhadas, ainda norte. 9 a 2 Crôn. 20:20.
possui vida e o 3 a HEB O remanescente 11 a GEE Sinal.
potencial de produzir retornará. 12 a IE testar, experimentar
sementes. 4 a IE Não te alarmes com ou provar.
17 2 a IE Toda a Israel do o ataque; resta pouco
99 2 NÉFI 17:15–18:3
virgem conceberá e dará à luz um
a 
comerá todo aquele que restar na
filho; e b Emanuel será o seu nome. terra.
15 Manteiga e mel comerá, para 23 E acontecerá naquele dia que
que saiba rejeitar o mal e escolher todo lugar em que havia mil vides
o bem. do valor de mil moedas de prata
16  Pois antes que o a menino será para sarças e espinheiros.
saiba rejeitar o mal e escolher o 24 Com arcos e flechas entrar-
bem, a terra de que te enfadas será se-á ali, porque as sarças e os es-
abandonada por seus b dois reis. pinheiros cobrirão toda a terra.
17 O Senhor fará a vir sobre ti e 25 E em todos os montes que
sobre o teu povo e sobre a casa de forem cavados com enxadas não
teu pai, pelo rei da Assíria, dias entrará o temor das sarças e dos
que nunca vieram, desde o dia em espinheiros; mas servirão para
que b Efraim se separou de Judá. pasto de bois e para serem pisa-
18 E acontecerá que naquele dia dos pelo a gado miúdo.
a 
assobiará o Senhor para a mos-
ca que está nas extremidades do CAPÍTULO 18
Egito e para a abelha que está na
Cristo será como uma pedra de trope-
terra da Assíria;
ço e uma rocha de escândalo — Con-
19 E virão e pousarão todas nos
sultai o Senhor, não adivinhos — Vol-
vales desertos e nas fendas das
tai-vos para a lei e o testemunho, para
rochas e sobre todos os espinhos
orientação — Comparar com Isaías
e sobre todos os arbustos.
8. Aproximadamente 559–545 a.C.
20 No mesmo dia a rapará o Se-
nhor com uma navalha alugada Disse-me também o Senhor: Toma
por aqueles que estão além do um grande rolo e escreve nele com
rio, pelo b rei da Assíria, a cabeça uma pena, concernente a a Maer-
e o pelo dos pés; e também rapa- Salal-Hás-Baz.
rá a barba. 2 E tomei comigo fiéis a teste-
21 E acontecerá naquele dia que munhas para escrever ao sacer-
um homem a alimentará uma no- dote Urias e a Zacarias, filho de
vilha e duas ovelhas. Jeberequias.
22 E acontecerá que, por causa 3 E fui ter com a a profetisa e ela
da abundância do leite que elas concebeu e deu à luz um filho; e o
hão de dar, ele comerá mantei- Senhor disse-me: Põe-lhe o nome
ga; porquanto manteiga e mel de Maer-Salal-Hás-Baz.
14 a GEE Virgem. Isa. 5:26. restarão.
b HEB Deus está conosco. 20 a IE A terra será 25 a HEB ovelhas ou bodes.
GEE Emanuel. despovoada por um 18 1 a HEB Para ir rápido ao
16 a 2 Né. 18:4. invasor estrangeiro. despojo, ele apressa a
b 2 Re. 15:30; 16:9. b 2 Re. 16:5–9. presa.
17 a 2 Crôn. 28:19–21. 21 a IE Apenas alguns 2 a GEE Testemunha.
b 1 Re. 12:16–19. sobreviventes 3 a IE sua esposa.
18 a IE dar sinal, convocar. auto-suficientes
2 NÉFI 18:4–18 100
4 Pois eis que antes que o meni- a 
e ela não subsistirá, porque Deus
a 

no b saiba dizer meu pai e minha está conosco.


mãe, serão levadas as riquezas de 11 Porque assim o Senhor me
Damasco e os c despojos de Sama- falou com mão forte e instruiu-
ria ao rei da Assíria. me a não andar no caminho deste
5 E o Senhor falou novamente povo, dizendo:
comigo, dizendo: 12 Não chameis a conspiração
6 Porquanto este povo despre- a tudo quanto este povo chama
za as águas de a Siloé, que correm conspiração; e não participeis de
brandamente; e alegra-se com b Re- seu temor nem tenhais medo.
zim e com o filho de Remalias. 13 Santificai o Senhor dos Exér-
7 Então, eis que o Senhor fará vir citos; e a seja ele o vosso temor e
a 
sobre eles as águas do rio, fortes seja ele o vosso assombro.
e caudalosas, isto é, sobre o rei 14 E ele será por a santuário; mas
da Assíria com toda a sua glória; servirá de b pedra de tropeço e de
e subirá acima de todos os seus rocha de escândalo às duas casas
leitos e transbordará por todas as de Israel; de laço e rede aos mo-
suas ribanceiras. radores de Jerusalém.
8 E a passará por Judá; ele trans- 15 E muitos dentre eles a tropeça-
bordará e inundará e chegará até rão e cairão; e serão quebrantados
o pescoço; e a extensão das suas e enlaçados e presos.
asas encherá a largura da tua ter- 16 Ligai o testemunho, selai a a lei
ra, ó b Emanuel. entre os meus discípulos.
9 a Uni-vos, ó povos, e sereis fei- 17 E esperarei o Senhor, que a es-
tos em pedaços; e dai ouvidos, conde o rosto da casa de Jacó; e a
todos vós, de países distantes; ele aguardarei.
cingi-vos e sereis feitos em peda- 18 Eis que eu e os filhos que me
ços; cingi-vos e sereis feitos em deu o Senhor aqui estamos como
pedaços. a 
sinais e maravilhas, em Israel, da
10 Tomai juntamente conselho, e parte do Senhor dos Exércitos que
ele será dissipado; dizei a palavra, habita no monte Sião.
4 a 2 Né. 17:16. Emanuel) será 16 a HEB ensinamentos,
b Isa. 8:4. poupada. doutrina.
c 2 Re. 15:29. Salm. 46:7. GEE Evangelho.
6 a Gên. 49:10; 12 a IE Judá não dependerá 17 a Isa. 54:8.
TJS Gên. 50:24 de combinações 18 a IE Os nomes de
(Apêndice da Bíblia). secretas com outros Isaías e de seus
b Isa. 7:1. para sua segurança. filhos significam:
7 a IE primeiramente sobre 13 a IE Sede reverentes “Jeová salva”;
a Israel do norte. e humildes perante “O remanescente
8 a IE Assíria também Deus. retornará”; e “Para ir
penetrará em Judá. 14 a Eze. 11:15–21. rápido ao despojo, ele
b GEE Emanuel. b 1 Ped. 2:4–8; apressa a presa.”
9 a IE Fazer alianças. Jacó 4:14–15. 2 Né. 17:3; 18:3.
10 a IE Judá (terra de 15 a Mt. 21:42–44.
101 2 NÉFI 18:19–19:7
19 E quando vos disserem: Con- depois afligiu mais severamente,
sultai os a adivinhos e os b encan- pelo caminho do Mar Vermelho,
tadores que chilreiam e murmu- além do Jordão, na Galileia das
ram entre dentes — c não deve nações.
um povo consultar o seu Deus, 2 O povo que andava nas a trevas
para que os vivos ouçam d os viu uma grande luz; sobre os que
mortos? habitavam na região da sombra da
20 À lei e ao testemunho; e se morte a luz resplandeceu.
a 
eles não falarem segundo esta pa- 3 Tu multiplicaste a nação e a au-
lavra, é porque não há neles luz. mentaste a alegria — eles se ale-
21 E a passarão por ela duramen- gram perante ti como se alegram
te oprimidos e famintos; e acon- na ceifa e como os homens exul-
tecerá que, tendo fome, se enfu- tam quando repartem os despojos.
recerão e amaldiçoarão a seu rei 4 Porque tu quebraste o jugo que
e a seu Deus e olharão para cima. pesava sobre ele e a vara de seu
22 E olharão para a Terra e con- ombro, o bastão do seu opressor.
templarão tribulações e trevas, 5 Pois toda peleja dos guerrei-
obscuridade de angústia; e serão ros se faz com ruídos confusos e
arrastados às trevas. vestimentas roladas em sangue,
mas esta será com queimadura e
CAPÍTULO 19 combustível de fogo.
6 Pois um a menino nos nasceu,
Isaías fala messianicamente — O
um filho se nos deu; e o b gover-
povo que andava em trevas verá uma
no estará sobre os seus ombros;
grande luz — Um menino nos nas-
e o seu nome será: Maravilhoso,
ceu — Ele será o Príncipe da Paz e
Conselheiro, c Poderoso Deus, d Pai
reinará no trono de Davi — Compa-
Eterno, Príncipe da e Paz.
rar com Isaías 9. Aproximadamente
7 O aumento de a governo e de
559–545 a.C.
paz b não terá fim sobre o trono
Não obstante, o entenebrecimen- de Davi, e sobre o seu reino para
to não será tal como o foi em sua organizá-lo, e estabelecê-lo com
aflição, quando no princípio ele juízo e com justiça desde agora,
afligiu ligeiramente a a terra de e para sempre. O zelo do Senhor
Zebulom e a terra de Naftali, e dos Exércitos fará isso.
19 a Lev. 20:6. cativeiro porque não 6 a Isa. 7:14;
b IE feiticeiros, adivinhos. daria ouvidos. Lc. 2:11.
c 1 Sam. 28:6–20. 19 1 a Mt. 4:12–16. b Mt. 28:18.
d OU em nome dos. 2 a A “obscuridade” e as c Tit. 2:13–14.
20 a IE os médiuns “trevas” eram apos- d Al. 11:38–39, 44.
espíritas (também nos tasia e cativeiro; “a e Jo. 14:27.
vers. 21–22). grande luz” é Cristo. 7 a GEE Governo.
21 a IE Israel seria levada ao 3 a Isa. 9:3. b Dan. 2:44.
2 NÉFI 19:8–20:2 102
8 O Senhor enviou a sua palavra aplacou a sua ira, mas ainda está
a Jacó, e ela caiu sobre a Israel. estendida a sua c mão.
9 E todo o povo o saberá, até 18  Pois a iniquidade queima
mesmo Efraim e os habitantes de como fogo; devorará as sarças e
Samaria, que dizem com soberba os espinheiros e atear-se-á nos
e altivez de coração: emaranhados das florestas; e eles
10 Os tijolos caíram, mas com ascenderão como a subida da fu-
pedras lavradas edificaremos; cor- maça.
taram-se os sicômoros, mas por 19 Pela ira do Senhor dos Exér-
cedros substituí-los-emos. citos a terra será escurecida e o
11 Portanto, o Senhor levantará povo será como combustível de
contra ele os adversários de a Re- fogo; a nenhum homem poupará
zim e reunirá os seus inimigos. seu irmão.
12 Pela frente, os sírios, e por 20 Arrebatará à sua direita e terá
trás, os filisteus; e a devorarão Is- fome; a comerá à sua esquerda e
rael com a boca escancarada. Com não se fartará; cada um comerá a
tudo isso não se aplacou a sua carne do próprio braço —
b 
ira, mas ainda está estendida a 21 a Manassés, b Efraim; e Efraim,
sua mão. Manassés; eles juntos serão con-
13 Porque o povo a não se volta tra c Judá. Com tudo isto não se
para quem o fere nem busca o Se- lhe aplacou a ira, mas ainda está
nhor dos Exércitos. estendida a sua mão.
14 Portanto, o Senhor cortará de
Israel a cabeça e a cauda, o ramo CAPÍTULO 20
e o junco, num dia.
A destruição da Assíria é um sím-
15 O ancião é a cabeça, e o profe-
bolo da destruição dos iníquos na
ta que ensina falsidades é a cauda.
Segunda Vinda — Poucas pessoas
16 Pois os guias deste povo fa-
restarão após o retorno do Senhor —
zem-no errar, e os que por eles são
Os remanescentes de Jacó retornarão
guiados são destruídos.
naquele dia — Comparar com Isaías
17 Pelo que o Senhor não se re-
10. Aproximadamente 559–545 a.C.
gozijará com os seus jovens e não
se a compadecerá de seus órfãos e Ai dos que decretam leis injustas
viúvas; porque são todos hipócri- e que escrevem perversidades por
tas e malfazejos e toda boca pro- eles prescritas;
fere b tolices. Com tudo isto não se 2  Para apartar do a juízo os
8 a IE A mensagem 12 a 2 Re. 17:6, 18. 19 a Miq. 7:2–6.
profética que segue b Isa. 5:25; 10:4. 20 a Deut. 28:53–57.
(vers. 8–21) foi 13 a Amós 4:6–12. 21 a GEE Manassés.
uma advertência às 17 a GEE Misericórdia, b GEE Efraim.
dez tribos do norte Misericordioso. c GEE Judá.
chamadas Israel. b 2 Né. 9:28–29. 20 2 a OU justiça.
11 a 2 Re. 16:5–9. c Jacó 5:47; 6:4.
103 2 NÉFI 20:3–16
necessitados e tirar o direito aos melhores do que as de Jerusalém
pobres de meu povo; para que as e de Samaria;
b 
viúvas sejam sua presa e para 11 Como fiz a Samaria e aos seus
roubarem os órfãos! ídolos, não o farei igualmente a
3 E o que fareis vós no dia da a vi- Jerusalém e aos seus ídolos?
sitação e na desolação que há de 12 Portanto, há de acontecer que,
vir de longe? A quem recorrereis havendo o Senhor terminado toda
para obter socorro e onde deixa- a sua obra no monte Sião e em Je-
reis a vossa glória? rusalém, castigarei o a fruto do ar-
4 Sem mim, eles se abaterão en- rogante coração do rei da b Assíria
tre os presos e cairão entre os mor- e a glória da sua altivez.
tos. Com tudo isto a sua ira não se 13  Pois a ele diz: Com a for-
aplacou, mas ainda está estendida ça da minha mão e com a mi-
a sua mão. nha sabedoria fiz essas coisas;
5 Ó assírio, vara da minha ira, porque sou prudente; e removi
e a a sua indignação é o cajado na as fronteiras dos povos e rou-
sua mão. bei os seus tesouros e, como ho-
6 Enviá-lo-ei a contra uma nação mem valente, derrubei os seus
hipócrita e contra o povo do meu habitantes.
furor dar-lhe-ei ordem para que 14 E a minha mão achou as ri-
lhe tome os despojos e roube-lhe quezas dos povos como a um ni-
a presa e ponha-o para ser pisado, nho; e como se ajuntam os ovos
como a lama das ruas. abandonados, assim ajuntei eu
7 Não obstante, tal não é o seu toda a Terra; e não houve quem
desígnio nem o seu coração assim movesse a asa ou abrisse a boca
o imagina; mas em seu coração ou piasse.
pensa destruir e desarraigar não 15 a Gloriar-se-á o b machado con-
poucas nações. tra quem corta com ele? Engran-
8 Pois diz: Não são reis todos os decer-se-á a serra contra quem
meus príncipes? puxa por ela? Como se a vara se
9 Não é Calno como Carquêmis? movesse contra os que a levantam
Não é Hamate como Arpade? Não ou o bordão se levantasse como se
é Samaria como Damasco? não fora lenho!
10 Assim como a a minha mão 16 Portanto, o Senhor, o Senhor
fundou os reinos dos ídolos, dos Exércitos, enviará magreza
cujas imagens de escultura eram entre os seus gordos; e debaixo
2 b GEE Viúva. b Sof. 2:13. (por exemplo, o rei
3 a IE castigo. 13 a IE o rei da Assíria da Assíria) prosperar
5 a Isa. 10:5. (vers. 13–14). contra Deus?
6 a IE contra Israel. 15 a Todas as metáforas b IE Pode o rei prosperar
10 a IE a mão do rei da destes versículos fazem contra Deus?
Assíria (vers. 10–11). a mesma pergunta:
12 a IE jactância orgulhosa. Pode um homem
2 NÉFI 20:17–32 104
da sua glória ele acenderá uma
a 
Deus dos Exércitos: Ó povo meu,
chama, como chama de fogo. que habitas em Sião, não temas o
17 E a luz de Israel virá a ser assírio; ele te ferirá com uma vara
como fogo e o seu Santo como e contra ti levantará o seu bordão
labareda; e abrasarão e consumi- a 
à maneira do Egito;
rão os seus espinheiros e as suas 25 Pois daqui a bem pouco a in-
sarças num dia. dignação cessará; e a minha ira,
18 E a consumirá a glória da sua na sua destruição.
floresta e do seu campo fértil, tan- 26 E o Senhor dos Exércitos le-
to alma como corpo; e será como vantará contra ele um flagelo,
quando desmaia um porta-es- como a matança de a Midiã junto
tandarte. à rocha de Orebe; e como a sua
19 E o a resto das árvores da sua vara estava sobre o mar, assim
floresta será tão pouco que um também a levantará à maneira
menino as poderá contar. do Egito.
20 E acontecerá a naquele dia que 27 E acontecerá naquele dia que
os remanescentes de Israel e os a sua a carga será tirada do teu om-
da b casa de Jacó que escaparem bro, e do teu pescoço, o seu jugo;
nunca mais se c apoiarão no que os e o jugo será despedaçado por
feriu, mas apoiar-se-ão, em verda- causa da b unção.
de, no Senhor, o Santo de Israel. 28 a Ele chegou a Aiate, já passou
21 Os a remanescentes retorna- para Migrom; em Micmás deixou
rão, sim, os remanescentes de as suas carruagens.
Jacó, ao Deus forte. 29 Ultrapassaram o caminho;
22 Porque embora o teu povo, alojaram-se em Geba; Ramá teme;
Israel, seja como a areia do mar, Gibeá de Saul fugiu.
ainda assim um remanescente 30 Alça a voz, ó filha de Galim!
dele retornará; a a destruição de- Faze-a ouvir até Laís, ó pobre
cretada b transbordará de retidão. Anatote!
23 Pois o Senhor Deus dos Exér- 31 Madmena foi removida; os
citos a fará uma destruição, deter- habitantes de Gebim unem-se
minada em toda a terra. para fugir.
24 Portanto, assim diz o Senhor 32 Ainda permanecerá ele nesse
16 a IE o rei da Assíria GEE Mundo — Fim do Juí. 7:25.
(também vers. 17–19). mundo. 27 a Isa. 14:25.
18 a IE Assíria desaparecerá b IE Mesmo quando b GEE Ungido, O.
completamente. há castigo, existe 28 a IE Descrito o progresso
19 a IE os remanescentes do misericórdia. dos exércitos
exército da Assíria. 23 a IE levará a efeito a Assírios em direção
20 a IE últimos dias. destruição decretada. a Jerusalém; depois
b Amós 9:8–9. 24 a IE como fizeram os (vers. 33–34) é descrita
c IE dependerão de. Egípcios em tempos figurativamente a ação
21 a Isa. 11:11–12. passados. Êx. 1:13–14. do Senhor contra eles.
22 a D&C 63:34. 26 a Gên. 25:1–2;
105 2 NÉFI 20:33–21:11
dia em Nobe; levantará a mão 4 Julgará, porém, com a retidão os
contra o monte da filha de Sião, pobres e b repreenderá com equi-
o outeiro de Jerusalém. dade em favor dos c mansos da
33 Eis que o Senhor, o Senhor Terra; e ferirá a Terra com a vara
dos Exércitos, decepará o galho da sua boca, e com o sopro dos
com violência; e os de a alta esta- seus lábios matará o iníquo.
tura serão cortados e os altivos 5 E a retidão será o cinto dos
serão humilhados. seus lombos; e a fidelidade, o cin-
34 E cortará com ferro os emara- to dos seus a rins.
nhados das florestas, e o Líbano 6 Também morará o lobo com o
cairá pela mão de um poderoso. cordeiro; e o leopardo deitar-se-á
com o cabrito; e o bezerro e o filho
CAPÍTULO 21 do leão e a ovelha andarão juntos;
e um menino pequeno guiá-los-á.
O Tronco de Jessé (Cristo) julgará
7 E a vaca e a ursa pastarão, e
com retidão — O conhecimento de
seus filhos juntos se deitarão; e
Deus cobrirá a Terra no milênio — O
o leão comerá palha como o boi.
Senhor levantará um estandarte e co-
8 E brincará a criança de peito
ligará Israel — Comparar com Isaías
na toca da a áspide, e o desma-
11. Aproximadamente 559–545 a.C.
mado meterá a mão na cova do
E sairá uma a vara do b tronco de b 
basilisco.
Jessé e das suas raízes um ramo
c 
9  a Não ferirão nem destruirão
crescerá. em todo o meu santo monte, por-
2 E repousará sobre ele o a Espí- que a Terra estará cheia de b conhe-
rito do Senhor, o espírito de sabe- cimento do Senhor, como as águas
doria e entendimento, o espírito cobrem o mar.
de conselho e de fortaleza, o espí- 10 E a naquele dia haverá uma
rito de conhecimento e de temor b 
raiz de Jessé, que estará posta
ao Senhor; por estandarte do povo; os c gen-
3 E fá-lo-á rápido de entendi- tios d buscá-la-ão, e o seu repouso
mento no temor do Senhor; e não será glorioso.
a 
julgará segundo a vista dos seus 11  E acontecerá naquele dia
olhos, nem repreenderá segundo que o Senhor tornará a estender
o ouvir dos seus ouvidos. pela a segunda vez a mão para
33 a Hel. 4:12–13. 2 a Isa. 61:1–3. venenosa.
21 1 a D&C 113:3–4. 3 a Jo. 7:24. 9 a Isa. 2:4.
b D&C 113:1–2. 4 a Salm. 72:2–4; GEE Milênio.
c Jessé é o pai de Davi; Mos. 29:12. b D&C 101:32–33; 130:9.
faz-se ainda referência b HEB decidir. 10 a IE os últimos dias.
à linha genealógica c GEE Mansidão, Manso, JS—H 1:40.
real na qual nasceria Mansuetude. b Rom. 15:12;
Jesus. 5 a OU cintura. D&C 113:5–6.
Miq. 5:2; 8 a pequena cobra c D&C 45:9–10.
Heb. 7:14. venenosa do Egito. d OU a ele.
GEE Jessé. b uma outra serpente 11 a 2 Né. 6:14; 25:17; 29:1.
2 NÉFI 21:12–22:6 106
recuperar os remanescentes do CAPÍTULO 22
seu povo que restarem da Assíria
Nos dias do milênio todos os homens
e do Egito e de Patros e de Cuse;
louvarão ao Senhor — Ele habitará
e de Elão e de Sinar e de Hamate
entre eles — Comparar com Isaías
e das ilhas do mar.
12. Aproximadamente 559–545 a.C.
12 E levantará um a estandarte
para as nações e ajuntará os b des- E dirás naquele dia: Ó Senhor, eu
terrados de Israel; e os dispersos te louvarei; porque, ainda que te
de Judá c coligará desde os quatro iraste contra mim, a tua ira reti-
cantos da Terra. rou-se, e tu me consolaste.
13 Cessará também a a inveja de 2 Eis que Deus é a minha salva-
Efraim, e os adversários de Judá ção; eu a confiarei e não temerei;
serão desarraigados; b Efraim não porque o Senhor b Jeová é a minha
invejará a c Judá, e Judá não afligi- força e o meu cântico; tornou-se
rá a Efraim. também a minha salvação.
14 a Voarão, porém, sobre os om- 3 Portanto, com alegria tirareis
bros dos filisteus em direção ao a 
águas das fontes da salvação.
ocidente; juntos despojarão os do 4 E direis naquele dia: a Louvai
oriente; sobre Edom e Moabe po- ao Senhor, invocai o seu nome,
rão as mãos, e os filhos de Amom tornai manifestos os seus feitos
obedecer-lhes-ão. entre os povos, dizei quão excelso
15 E o Senhor a destruirá total- é o seu nome.
mente o braço de mar do Egito 5 a Cantai ao Senhor, porque fez
e, com seu vento forte, move- coisas grandiosas; isto é conheci-
rá a mão sobre o rio e feri-lo-á do em toda a Terra.
nas sete correntes e fará com 6 a Clama e brada, ó habitante de
que os homens o atravessem Sião, porque grande é o Santo de
a seco. Israel no meio de ti.
16 E haverá uma a estrada para
os remanescentes do seu povo que
CAPÍTULO 23
restarem da Assíria, como suce-
deu a Israel no dia em que subiu A destruição de Babilônia é um
da terra do Egito. símbolo da destruição na Segunda
12 a GEE Estandarte. os eventos de 1 Re. D&C 133:27.
b 3 Né. 15:15; 16:1–4. 12:16–20). Nos últimos 22 2 a Mos. 4:6; Hel. 12:1.
c Ne. 1:9; dias essa inimizade b Êx. 15:2;
1 Né. 22:10–12; desaparecerá. Salm. 83:18.
D&C 45:24–25. Eze. 37:16–22. GEE Jeová.
GEE Israel — Coligação GEE Inveja. 3 a GEE Águas Vivas.
de Israel. c GEE Judá. 4 a GEE Ação de
13 a Jer. 3:18. 14 a IE atacar as encostas Graças, Agradecido,
b As tribos lideradas ocidentais que eram Agradecimento.
por Judá e Efraim território filisteu. 5 a D&C 136:28.
eram historicamente 15 a Zac. 10:11. 6 a Isa. 54:1;
adversárias (após 16 a Isa. 35:8; Sof. 3:14.
107 2 NÉFI 23:1–15
Vinda — Será um dia de ira e vin- deles dores e angústias; cada um
gança — Babilônia (o mundo) cairá se espantará com o outro; os seus
para sempre — Comparar com Isaías rostos serão como chamas.
13. Aproximadamente 559–545 a.C. 9 Eis que o dia aflitivo do Senhor
vem, tanto com furor como com
O a peso de b Babilônia que Isaías, ira ardente, para pôr a Terra em
filho de Amós, viu. desolação; e a destruirá os seus
2 Alçai uma a bandeira sobre o pecadores.
monte alto; levantai a voz para 10 Porque as estrelas dos céus e
eles, b acenai-lhes com a mão a as suas constelações não darão a
fim de que entrem pelas portas sua luz; o a sol escurecer-se-á ao
dos nobres. nascer, e a lua não fará resplan-
3 Eu dei ordem aos meus a santi- decer a sua luz.
ficados e também chamei os meus 11 E a castigarei o mundo por
valentes, pois minha ira não está causa do mal; e os ímpios, pela
sobre os que exultam com a mi- sua iniquidade; farei cessar a ar-
nha majestade. rogância do b orgulhoso e abaterei
4 O estrondo da multidão nas a soberba do terrível.
montanhas é como o de um gran- 12 Farei com que um a homem
de povo, um tumultuoso ruído seja mais precioso que o ouro puro
dos a reinos de nações b congrega- e mais que o lingote de ouro de
das. O Senhor dos Exércitos passa Ofir.
em revista o exército de guerra. 13 Portanto, farei estremecer os
5 Vêm de uma terra distante, céus; e a Terra a mover-se-á do
desde a extremidade do céu, sim, seu lugar, na fúria do Senhor dos
o Senhor e as armas de sua indig- Exércitos e no dia da sua arden-
nação, para destruir toda a terra. te ira.
6 Uivai, porque o dia do Senhor 14 E será como a a corça que foge
está perto; virá como uma destrui- e como a ovelha que ninguém re-
ção do Todo-Poderoso. colhe; e cada um voltará para o
7 Portanto, todas as mãos se de- seu próprio povo e cada um fugirá
bilitarão e o coração de todos os para a sua própria terra.
homens se desanimará. 15 Todo o que for orgulhoso será
8 E terão medo; apoderar-se-ão traspassado; sim, e todo o que
23 1 a IE uma mensagem de GEE Babel, Babilônia. 10 a GEE Mundo — Fim do
condenação. 2 a OU Estandarte. mundo.
b A histórica destruição GEE Estandarte. 11 a Mal. 4:1.
da íniqua Babilônia, b IE acenai com a mão, b D&C 64:24.
profetizada em Isa. dai um sinal. 12 a Isa. 4:1–4.
13 e 14, é apresentada 3 a IE Santos. 13 a GEE Terra — Estado
como símbolo da 4 a Zac. 14:2–3. final da Terra.
destruição final de b Zac. 12:3. 14 a IE cervo perseguido.
todo o mundo iníquo. 9 a GEE Terra —
D&C 133:5, 7, 14. Purificação da Terra.
2 NÉFI 23:16–24:4 108
se juntar aos iníquos cairá pela misericordioso com meu povo,
espada. mas os iníquos perecerão.
16 Suas crianças também serão
despedaçadas perante os seus CAPÍTULO 24
olhos; as suas casas serão saquea-
Israel será coligada e desfrutará o
das, e as suas mulheres, violadas.
descanso do milênio — Lúcifer foi
17 Eis que incitarei contra eles
expulso do céu por rebelião — Israel
os medos, que não farão caso de
triunfará sobre Babilônia (o mun-
prata e ouro nem se deleitarão
do)  — Comparar com Isaías 14.
neles.
Aproximadamente 559–545 a.C.
18 Seus arcos também despeda-
çarão os jovens; e eles não se com- Porque o Senhor se compadece-
padecerão do fruto do ventre; seus rá de Jacó e, ainda assim, a elegerá
olhos não pouparão as crianças. Israel e pô-los-á na sua própria
19 E Babilônia, a glória dos rei- terra; e ajuntar-se-ão com eles os
nos, a a beleza da magnificência b 
estranhos e apegar-se-ão à casa
dos caldeus, será como quan- de Jacó.
do Deus destruiu b Sodoma e 2  a E o povo tomá-los-á e levá-
Gomorra. los-á ao seu lugar; sim, desde os
20 Nunca será a habitada nem confins da Terra; e voltarão para
servirá de moradia, de geração as suas b terras de promissão. E
em geração; nem o árabe armará a casa de Israel possuí-las-á, e a
ali a sua tenda nem os pastores terra do Senhor será para c servos
terão ali os seus apriscos. e servas; e cativarão aqueles que
21 As a feras do deserto, porém, os cativaram, e dominarão os seus
repousarão ali; e as suas casas en- opressores.
cher-se-ão de lúgubres animais; e 3 E acontecerá que naquele dia
ali habitarão as corujas e os b sáti- o Senhor te dará a descanso da
ros ali dançarão. tua tristeza e do teu temor e da
22 E os animais selvagens das dura servidão pela qual te fize-
ilhas gritarão nas suas a casas ram servir.
desoladas; e b dragões, nos seus 4 E acontecerá naquele dia que
palácios deleitosos; e perto está proferirás este dito contra o rei
o seu tempo, e os seus dias não de a Babilônia e dirás: Como ces-
se prolongarão. Pois destruí-la- sou o opressor, acabou a cidade
ei rapidamente; sim, pois serei dourada!
19 a IE vaidade. demônios. ajudarão Israel.
b Gên. 19:24–25; 22 a HEB palácios. b GEE Terra da
Deut. 29:23; b HEB (talvez) chacais Promissão.
2 Né. 13:9. ou cães selvagens. c Isa. 60:14.
20 a Jer. 50:3, 39–40. 24 1 a Zac. 1:17. 3 a Jos. 1:13;
21 a Isa. 34:14–15. b Isa. 60:3–5, 10. D&C 84:24.
b HEB bodes ou 2 a IE outras nações 4 a GEE Babel, Babilônia.
109 2 NÉFI 24:5–21
5 O Senhor quebrou o bastão Eu subirei ao céu, acima das es-
a 

dos iníquos, os cetros dos gover- trelas de Deus exaltarei o meu


nantes. trono; no monte da congregação
6 Aquele que feriu o povo com também me assentarei, nos lados
furor, com um golpe incessante, do b norte.
aquele que com ira dominou as 14 Subirei acima das alturas das
nações é perseguido, e ninguém nuvens; serei semelhante ao Al-
impede. tíssimo.
7 A Terra toda repousa e está 15 Contudo, serás precipitado no
quieta; eles rompem em a cânticos. inferno, para os lados do a abismo.
8 Sim, as a faias se alegram em 16 Os que te virem te a contem-
ti e também os cedros do Líbano, plarão e considerar-te-ão e dirão:
dizendo: Desde que tu b caíste, ne- É este o homem que fez estre-
nhum lenhador subiu contra nós. mecer a Terra e que fez tremer
9 O a inferno desde a sua profun- reinos?
didade turba-se por ti, para sair 17 E que fez do mundo um de-
ao teu encontro na tua vinda; ele serto, e destruiu as suas cidades, e
desperta por ti os b mortos, sim, não abriu a casa dos seus cativos?
todos os príncipes da Terra, e fez 18 Todos os reis das nações, sim,
levantar dos seus tronos todos os todos eles, repousam em glória,
reis das nações. cada um deles na a sua própria
10  Todos falarão e dir-te-ão: casa.
Também ficaste fraco como nós? 19 Tu, porém, és lançado da tua
Também te tornaste semelhante sepultura como um a ramo abomi-
a nós? nável e como o remanescente dos
11 A tua pompa é baixada à se- que são mortos, atravessados à
pultura; o som dos teus alaúdes espada, que descem às b pedras do
não é ouvido; os vermes espa- abismo como uma carcaça pisada.
lham-se debaixo de ti e cobrem-te. 20 Com eles não te reunirás na
12 a Como caíste do céu, ó b Lúci- sepultura, porque destruíste a tua
fer, filho da manhã! Foste lança- terra e mataste o teu povo; a a des-
do por terra, tu, que debilitavas cendência dos b malfeitores nunca
as nações! será reconhecida.
13 Pois disseste em teu coração: 21 Preparai a matança para os
7 a Isa. 55:12. mencionado como 16 a HEB olharão para
8 a HEB cipreste. Lúcifer, senhor de ti com os olhos
b IE na morte. toda a iniquidade. semicerrados.
9 a GEE Inferno. GEE Diabo; 18 a IE o túmulo de sua
b IE espíritos que Lúcifer. família.
deixaram o corpo. 13 a Mois. 4:1–4. 19 a IE um ramo rejeitado,
12 a D&C 76:26. b IE a morada dos deuses cortado e lançado fora.
b HEB estrela da manhã, segundo a crença b IE fundo.
filho da Alva. O babilônica. 20 a Salm. 21:10–11; 37:28.
soberano do mundo Salm. 48:2. b GEE Iniquidade, Iníquo.
iníquo (Babilônia) é 15 a 1 Né. 14:3.
2 NÉFI 24:22–25:1 110
seus filhos, por causa da iniqui- a 
toda, porque está quebrada a vara
dade de seus pais, para que não que te feria; pois da raiz da cobra
se levantem, nem possuam a ter- sairá um basilisco, e o seu fruto
ra nem encham a face do mundo será uma serpente voadora fla-
de cidades. mejante.
22 Pois levantar-me-ei contra 30 E os primogênitos dos pobres
eles, diz o Senhor dos Exércitos, comerão, e os necessitados repou-
e desarraigarei de Babilônia o sarão seguros; e matarei de fome
a 
nome e os remanescentes e o fi- a tua raiz, e ele destruirá os teus
lho e o b neto, diz o Senhor. remanescentes.
23 E também a reduzirei a a pos- 31 Uiva, ó porta! Grita, ó cida-
sessão de garças e a lagoas de de! Tu, Palestina toda, estás dis-
água; e varrê-la-ei com a vassou- solvida! Pois do norte vem uma
ra da destruição, diz o Senhor dos fumaça, e ninguém ficará solitário
Exércitos. no tempo que lhe foi designado.
24 O Senhor dos Exércitos jurou, 32 Que responderão, pois, os
dizendo: Como pensei, assim há mensageiros das nações? Que o
de suceder; como determinei, as- Senhor fundou a Sião, e que os b po-
sim será — bres do seu povo c confiarão nela.
25 Que o a assírio trarei à minha
terra, e nas b minhas montanhas o CAPÍTULO 25
pisarei; então o seu c jugo se apar-
Néfi deleita-se na clareza — As pro-
tará deles, e a sua carga apartar-
fecias de Isaías serão entendidas nos
se-á dos seus ombros.
últimos dias — Os judeus retornarão
26  a Este é o propósito que foi
de Babilônia, crucificarão o Messias
determinado sobre toda a Terra;
e serão dispersos e afligidos — Eles
e esta é a mão que está estendida
serão resgatados quando acreditarem
sobre todas as nações.
no Messias — Ele, primeiramente,
27 Pois o Senhor dos Exércitos
virá 600 anos após Leí haver saído de
determinou; e quem invalidará? E
Jerusalém — Os nefitas guardam a
a sua mão está estendida; e quem
lei de Moisés e creem em Cristo, que
a fará voltar atrás?
é o Santo de Israel. Aproximadamente
28 No a ano em que morreu o rei
559–545 a.C.
b 
Acaz, foi dada a sentença.
29 Não te alegres tu, Palestina Agora eu, Néfi, digo algo sobre
21 a Êx. 20:5. Isa. 37:33–38. essa mensagem de
22 a Prov. 10:7. b IE as montanhas de condenação a respeito
b Jó 18:19. Judá e Israel. dos filisteus, enquanto
23 a Isa. 34:11–15. c Isa. 10:27. Judá estaria segura.
25 a O assunto muda para 26 a IE Todas as nações b 2 Re. 16:20.
o ataque e derrota do mundo serão 32 a GEE Sião.
da Assíria em Judá, destruídas. b Sof. 3:12.
701 a.C. (vers. 24–27). 28 a IE Cerca de 720 a.C. c OU buscar refúgio nela.
2 Re. 19:32–37; foi profetizada
111 2 NÉFI 25:2–8
as palavras que escrevi, que foram vim de Jerusalém e meus olhos
proferidas pela boca de Isaías. viram as coisas dos b judeus, e sei
Pois eis que Isaías disse mui- que os judeus compreendem as
tas coisas que, para muitos de coisas dos profetas, e não há outro
meu povo, eram de a difícil com- povo que, como eles, compreen-
preensão; porque não conhecem da as coisas que foram ditas aos
o modo de profetizar dos judeus. judeus, a não ser que sejam ensi-
2 Porque eu, Néfi, não lhes en- nados à maneira das coisas dos
sinei muitas coisas sobre os cos- judeus.
tumes dos judeus; porque suas 6 Mas eis que eu, Néfi, não en-
a 
obras eram obras de trevas e seus sinei meus filhos à maneira dos
feitos eram abominações. judeus; mas eis que eu próprio
3 Portanto, escrevo a meu povo, residi em Jerusalém; conheço, por-
a todos os que no futuro rece- tanto, as regiões circunvizinhas; e
berem estas coisas que escrevo, fiz menção a meus filhos dos juí-
para que conheçam os juízos de zos de Deus que se a deram entre
Deus, que eles caem sobre todas os judeus, de acordo com tudo o
as nações segundo a palavra que que disse Isaías; e eu não os es-
ele proferiu. crevo.
4 Portanto, ouvi, ó povo meu, 7 Mas eis que continuo com a
que sois da casa de Israel, e es- minha própria profecia, de acordo
cutai minhas palavras; pois ainda com a minha a clareza, na qual sei
que as palavras de Isaías não vos que nenhum homem pode errar;
sejam claras, são, não obstante, não obstante, nos dias em que se
claras a todos os que estão cheios cumprirem as profecias de Isaías,
do a espírito de b profecia. Faço-vos, os homens certamente saberão,
porém, uma profecia, segundo o quando elas se realizarem.
espírito que está em mim; portan- 8 Elas são, portanto, de a valor
to, profetizarei de acordo com a para os filhos dos homens; e aos
c 
clareza que está em mim desde que supõem que elas não o sejam,
o tempo em que deixei Jerusalém falarei particularmente e limitarei
com meu pai; porque eis que mi- as palavras a b meu povo; pois sei
nha alma se deleita em esclarecer que lhes serão de grande valor nos
o meu povo, para que aprenda. c 
últimos dias; porque naquele dia
5 Sim, e minha alma deleita-se as entenderão; portanto, as escrevi
nas palavras de a Isaías, porque para o seu bem.
25 1 a 2 Né. 25:5–6. 5 a 1 Né. 19:23; 8 a GEE Escrituras — Valor
2 a 2 Re. 17:13–20. 3 Né. 23:1. das escrituras.
4 a GEE Espírito Santo. b GEE Judeus. b En. 1:13–16;
b GEE Profecia, 6 a 2 Né. 6:8; Mórm. 5:12–15;
Profetizar. Hel. 8:20–21. D&C 3:16–20.
c 2 Né. 31:3; 33:5–6; 7 a 2 Né. 32:7; c GEE Últimos Dias.
Jacó 4:13. Al. 13:23.
2 NÉFI 25:9–16 112
9 E do mesmo modo que uma b 
sepultura pelo espaço de três c 

geração foi a destruída entre os dias, d levantar-se-á dentre os mor-


judeus por causa de iniquidade, tos, com poder de cura em suas
foram eles destruídos de geração asas; e todos os que crerem em
em geração, de acordo com suas seu nome serão salvos no reino
iniquidades; e nunca qualquer de Deus. Minha alma deleita-se,
deles foi destruído sem que isso portanto, em profetizar sobre ele,
lhe fosse b predito pelos profetas pois e vi os seus dias e meu coração
do Senhor. magnifica seu santo nome.
10 Portanto, foram avisados da 14 E eis que acontecerá que, de-
destruição que cairia sobre eles, pois de haver o a Messias ressus-
imediatamente depois de meu citado dos mortos e haver-se ma-
pai deixar Jerusalém; não obs- nifestado a seu povo, a todos os
tante, endureceram o coração e, que acreditarem em seu nome,
de acordo com a minha profecia, eis que Jerusalém será b destruí-
foram a destruídos, salvo aqueles da novamente; pois ai dos que
b 
levados cativos para a Babilônia. lutarem contra Deus e o povo de
11 E agora isto digo eu, por cau- sua igreja!
sa do espírito que está em mim. E 15 Portanto, os a judeus serão
não obstante terem sido eles leva- b 
dispersos por todas as nações;
dos, retornarão e ocuparão a ter- sim, e também c Babilônia será
ra de Jerusalém; serão, portanto, destruída; portanto, outras nações
a 
restituídos à terra de sua herança. dispersarão os judeus.
12 Mas eis que terão guerras e 16 E depois de haverem sido
rumores de guerras; e quando dispersos e de o Senhor Deus os
chegar o dia em que o a Unigêni- ter castigado pela mão de outros
to do Pai, sim, o Pai dos céus e da povos pelo espaço de muitas gera-
Terra manifestar-se a eles na car- ções, sim, de geração em geração,
ne, eis que o rejeitarão por causa até serem persuadidos a a acreditar
de suas iniquidades e da dureza em Cristo, o Filho de Deus, e na
de seu coração e da dureza de expiação, que é infinita para toda
sua cerviz. a humanidade — e quando che-
13 Eis que eles o a crucificarão; gar o dia em que eles acreditarem
e depois de permanecer numa em Cristo, adorarem o Pai em seu
9 a Jer. 39:4–10; 11 a Esd. 1:1–4; 14 a GEE Messias.
Mt. 23:37–38. Jer. 24:5–7. b Lc. 21:24;
b Amós 3:7; 12 a GEE Unigênito. JS—M 1:1–18.
1 Né. 1:13. 13 a Lc. 23:33. 15 a GEE Judeus.
10 a 1 Né. 7:13; b Jo. 19:41–42; b Ne. 1:8–9;
2 Né. 6:8; 1 Né. 19:10. 2 Né. 10:6.
Ômni 1:15; c Lc. 24:6–7; c GEE Babel, Babilônia.
Hel. 8:20–21. Mos. 3:10. 16 a 2 Né. 10:6–9; 30:7;
b 2 Re. 24:14; d GEE Ressurreição. Mórm. 5:14.
Jer. 52:3–16. e 1 Né. 11:13–34.
113 2 NÉFI 25:17–22
nome, com o coração puro e mãos profetas e também com a palavra
limpas; e não mais esperarem por do c anjo de Deus, seu nome será
outro Messias, então virá o dia em Jesus Cristo, o Filho de Deus.
que será essencial que eles acredi- 20 E agora, meus irmãos, falei
tem nestas coisas. com clareza, de modo que não po-
17 E o Senhor estenderá a mão deis errar. E como vive o Senhor
pela segunda vez, a fim de a res- Deus que a tirou Israel da terra do
gatar seu povo de seu estado de- Egito e deu a Moisés poder para
caído e de perdição. Portanto, fará b 
curar as nações depois de have-
uma b obra maravilhosa e um as- rem sido mordidas por serpentes
sombro no meio dos filhos dos venenosas, se olhassem para uma
homens. c 
serpente que ele levantou dian-
18 Portanto, ele irá revelar-lhes te delas; e também lhe deu poder
suas a palavras, pelas quais serão para golpear a d rocha, a fim de
b 
julgados no último dia, porque que jorrasse água; sim, eis que vos
elas serão dadas com o propó- digo que, assim como estas coisas
sito de c convencê-los do verda- são verdadeiras e como o Senhor
deiro Messias que foi rejeitado Deus vive, não há outro e nome
por eles; e para convencê-los de dado debaixo do céu mediante
que não precisam mais esperar o qual o homem possa ser salvo,
que venha um Messias, porque a não ser o deste Jesus Cristo do
outro não virá, a menos que seja qual falei.
um d falso Messias que engane o 21 Portanto, por causa disto pro-
povo; porque só há um Messias meteu-me o Senhor Deus que es-
mencionado pelos profetas e esse tas coisas que a escrevo serão guar-
Messias é aquele que será rejeita- dadas e preservadas e passadas
do pelos judeus. a meus descendentes, de geração
19 Pois de acordo com as pala- em geração, para que seja cumpri-
vras dos profetas, o a Messias virá da a promessa feita a José de que
b 
seiscentos anos depois da época seus descendentes jamais b pere-
em que meu pai deixou Jerusalém; ceriam enquanto a Terra durasse.
e de acordo com as palavras dos 22  Portanto, estas coisas
17 a 2 Né. 21:11–12; 29:1. nascimento e da morte Núm. 20:11;
GEE Restauração do de Jesus Cristo. 1 Né. 17:29; 20:21.
Evangelho. b 1 Né. 10:4; e Ose. 13:4;
b Isa. 29:14; 3 Né. 1:1, 13. At. 4:10–12;
2 Né. 27:26; c 2 Né. 10:3. Mos. 5:8;
3 Né. 28:31–33. 20 a Êx. 3:7–10; Mois. 6:52.
18 a 2 Né. 29:11–12; 1 Né. 17:24, 31; 19:10. GEE Salvador.
33:11, 14–15. b Jo. 3:14; 21 a 2 Né. 27:6–14.
b GEE Juízo Final. 1 Né. 17:41. b Amós 5:15;
c 2 Né. 26:12–13. c Núm. 21:8–9; 2 Né. 3:16;
d GEE Anticristo. Al. 33:19; Al. 46:24–27.
19 a GEE Jesus Cristo — Hel. 8:14–15.
Profecias acerca do d Êx. 17:6;
2 NÉFI 25:23–30 114
passarão de geração a geração, para que nossos filhos saibam que
enquanto durar a Terra; e isto de a lei é morta; e sabendo que ela é
acordo com a vontade e prazer de morta, esperem por aquela vida
Deus; e as nações que as tiverem que está em Cristo, e saibam para
em seu poder serão a julgadas por que fim foi dada a lei. E para que,
elas, segundo as palavras que es- depois de ser cumprida a lei em
tão escritas. Cristo, não endureçam o coração
23 Pois trabalhamos diligente- contra ele quando a lei tiver de
mente para escrever, a fim de a per- ser abolida.
suadir nossos filhos e também 28 E agora, meu povo, eis que
nossos irmãos a acreditarem em sois um povo de a dura cerviz; por
Cristo e a reconciliarem-se com isso falei-vos claramente, para que
Deus; pois sabemos que é pela não vos equivoqueis. E as pala-
b 
graça que somos salvos, depois vras que falei servirão de b teste-
de tudo o que pudermos c fazer. munho contra vós; porque são su-
24 E não obstante acreditarmos ficientes para c ensinar a qualquer
em Cristo, a guardamos a lei de homem o caminho reto; porque o
Moisés e esperamos firmemente caminho reto é acreditar em Cris-
em Cristo, até que a lei seja cum- to e não o negar, porque, negan-
prida. do-o, negais também os profetas e
25 Pois com esta finalidade a a lei a lei.
foi dada; portanto, a lei tornou-se 29 E agora, eis que vos digo que
b 
morta para nós, e somos vivifica- o caminho reto é acreditar em
dos em Cristo por causa de nossa Cristo e não o negar; e Cristo é o
fé; contudo, guardamos a lei por Santo de Israel; deveis, portanto,
causa dos mandamentos. inclinar-vos diante dele e adorá-lo
26 E a falamos de Cristo, regozi- com todo o vosso a poder, mente e
jamo-nos em Cristo, pregamos a força e com toda a vossa alma; e se
Cristo, b profetizamos de Cristo e assim o fizerdes, de modo algum
escrevemos de acordo com nossas sereis rejeitados.
profecias, para que nossos c filhos 30 E enquanto for necessário,
saibam em que fonte procurar a deveis cumprir os ritos e a orde-
d 
remissão de seus pecados. nanças de Deus, até que a lei que
27 Portanto, falamos sobre a lei, foi dada a Moisés seja cumprida.
22 a 2 Né. 29:11; 33:10–15; c Tg. 2:14–26. Filho(s).
3 Né. 27:23–27. GEE Obras. d GEE Remissão de
23 a GEE Criança(s). 24 a Jacó 4:4–5. Pecados.
b Rom. 3:23–24; 25 a GEE Lei de Moisés. 28 a Mos. 3:14.
2 Né. 2:4–10; b Rom. 7:4–6. b GEE Testemunho.
Mos. 13:32; 26 a Jacó 4:12; Jar. 1:11; c 2 Né. 33:10.
Al. 42:12–16; Mos. 3:13. 29 a Deut. 6:5;
D&C 138:4. b Lc. 10:23–24. Mc. 12:29–31.
GEE Graça. c GEE Criança(s); 30 a GEE Ordenanças.
115 2 NÉFI 26:1–9
CAPÍTULO 26 o Senhor dos Exércitos, porque
serão como restolho.
Cristo exercerá seu ministério entre
5 E os que matam os profetas e
os nefitas — Néfi prevê a destruição
os santos serão a tragados pelas
de seu povo — Eles falarão desde o
profundezas da terra, diz o Se-
pó — Os gentios edificarão falsas
nhor dos Exércitos; e b montanhas
igrejas e farão combinações secre-
cobri-los-ão e redemoinhos hão de
tas — O Senhor proíbe aos homens o
carregá-los e edifícios cairão sobre
uso de artimanhas sacerdotais. Apro-
eles, despedaçando-os e reduzin-
ximadamente 559–545 a.C.
do-os a pó.
E depois de haver Cristo a ressus- 6 E serão visitados por trovões
citado dentre os mortos, b apare- e relâmpagos e terremotos e toda
cerá a vós, meus filhos e meus espécie de destruição, porque o
amados irmãos; e as palavras que fogo da ira do Senhor estará aceso
ele vos disser serão a c lei que de- contra eles e serão como restolho;
vereis cumprir. e o dia que há de vir os consumi-
2 Pois eis que em verdade vos rá, diz o Senhor dos Exércitos.
digo: Vi que muitas gerações se 7 Oh! A dor e a angústia de mi-
hão de passar e haverá grandes nha alma pela perda daqueles de
guerras e contendas entre meu meu povo que serão mortos! Pois
povo. eu, Néfi, vi essa perda e ela quase
3 E depois que o Messias vier, me consome na presença do Se-
meu povo receberá a sinais de nhor; devo, porém, clamar ao meu
seu b nascimento e também de Deus: Teus caminhos são a justos.
sua morte e ressurreição; e aque- 8 Mas eis que os justos, que dão
le dia será grande e terrível para ouvidos às palavras dos profetas
os iníquos, porque perecerão; e e não os matam, mas que esperam
perecem porque expulsam os pro- em Cristo com firmeza os sinais
fetas e os santos e apedrejam-nos que serão dados, apesar de toda
e matam; portanto, o clamor do a 
perseguição — eis que esses são
c 
sangue dos santos subirá da terra os que b não perecerão.
a Deus, contra eles. 9 Mas o Filho da Retidão a apa-
4 Portanto, todos os orgulhosos recer-lhes-á e b curá-los-á; e eles
e os que praticam iniquidade se- terão c paz com ele, até que d três
rão a queimados naquele dia, diz gerações se tenham passado e
26 1 a 3 Né. 11:1–12. c Gên. 4:10; Perseguir.
b 1 Né. 11:7; 12:6. 2 Né. 28:10; b 3 Né. 10:12–13.
c 3 Né. 15:2–10. Mórm. 8:27. 9 a 3 Né. 11:8–15.
3 a 1 Né. 12:4–6. 4 a 3 Né. 8:14–24; 9:3, 9. b 3 Né. 17:7–9.
GEE Sinal. 5 a 1 Né. 19:11; c 4 Né. 1:1–4.
b GEE Jesus Cristo — 3 Né. 10:14. d 1 Né. 12:11–12;
Profecias acerca do b 3 Né. 8:10; 9:5–8. 3 Né. 27:30–32.
nascimento e da morte 7 a GEE Justiça.
de Jesus Cristo. 8 a GEE Perseguição,
2 NÉFI 26:10–18 116
muitos da quarta geração hajam
e 
os dias em que o Senhor Deus re- b 

terminado seus dias em retidão. velar estas coisas aos filhos dos
10 E depois que estas coisas ti- homens.
verem acontecido, uma rápida 15 Depois que os meus descen-
a 
destruição advirá a meu povo; dentes e os descendentes de meus
pois apesar dos sofrimentos de irmãos houverem degenerado,
minha alma, eu a vi; sei, portanto, caindo na incredulidade, e sido
que acontecerá; e eles vendem-se afligidos pelos gentios, sim, de-
por nada; pois como recompensa pois que o Senhor Deus os hou-
de seu orgulho e de sua insen- ver cercado com o seu arraial, e
satez, hão de colher destruição; sitiado com baluartes, e levantado
pois já que cedem ao diabo e es- fortalezas contra eles; e depois de
colhem obras de trevas em lugar haverem sido lançados no pó até
de luz, devem, portanto, ir para deixarem de existir, as palavras
o b inferno. dos justos ainda serão escritas e as
11 Pois o Espírito do Senhor não orações dos fiéis, ouvidas; e todos
a 
contenderá para sempre com o os que caíram na incredulidade
homem. E quando o Espírito ces- não serão esquecidos.
sa de contender com o homem, 16 Pois os que forem destruídos
advém rápida destruição; e isto a 
falar-lhes-ão da terra e sua fala
me aflige a alma. será fraca desde o pó e a sua voz
12 E como falei a respeito de os será como a de um que tem um
a 
judeus serem b convencidos de espírito familiar; pois o Senhor
que Jesus é o c verdadeiro Cristo, é Deus dar-lhe-á poder para sus-
necessário que os gentios também surrar a respeito deles, como se
sejam convencidos de que Jesus é fosse da terra; e sua fala sussur-
o Cristo, o Eterno Deus; rará desde o pó.
13 E de que se manifesta a todos 17 Pois assim diz o Senhor Deus:
os que nele creem, pelo poder do a 
Escreverão as coisas que serão
a 
Espírito Santo; sim, a toda na- feitas no meio deles e serão escri-
ção, tribo, língua e povo, fazendo tas e seladas num livro; e os que
grandes milagres, sinais e mara- tiverem degenerado, caindo na
vilhas no meio dos filhos dos ho- incredulidade, não as terão, por-
mens, de acordo com sua fé. que b procuram destruir as coisas
14 Mas eis que eu vos profetizo de Deus.
a respeito dos a últimos dias; sobre 18 Portanto, como os que foram
9 e Al. 45:10–12; Mórm. 5:14. Evangelho.
Hel. 13:9–10. GEE Judeus. 16 a Isa. 29:4;
10 a Al. 45:9–14; b 2 Né. 25:18. Morô. 10:27;
Mórm. 8:1–9. c Mórm. 3:21. Mois. 7:62.
b GEE Inferno. 13 a GEE Espírito Santo. GEE Livro de Mórmon.
11 a Ét. 2:15. 14 a GEE Últimos Dias. 17 a 2 Né. 29:12.
12 a 2 Né. 30:7; b GEE Restauração do b En. 1:14.
117 2 NÉFI 26:19–29
destruídos, foram destruídos ra- irmãos, eu vos digo que o Senhor
pidamente; e a multidão de seus Deus não trabalha em trevas.
terríveis será como o a restolho que 24 Ele nada faz que não seja em
desaparece — assim, pois, diz o benefício do mundo; porque a ama
Senhor Deus: Será num instante, o mundo a ponto de entregar sua
repentinamente. própria vida para atrair a si b todos
19 E acontecerá que os que de- os homens. Portanto, a ninguém
generarem, caindo na increduli- ordena que não participe de sua
dade, serão a afligidos pela mão salvação.
dos gentios. 25 Eis que clama ele a alguém,
20 E os gentios ensoberbecem-se dizendo: Afasta-te de mim? Eis
no a orgulho de seus olhos e b tro- que vos digo: Não; mas ele diz:
peçam por causa da sua grande a 
Vinde a mim todos vós, extremos
c 
pedra de tropeço, de modo que da Terra, b comprai leite e mel sem
constroem muitas d igrejas; não dinheiro e sem preço.
obstante, menosprezam o poder 26 Eis que mandou ele que al-
e os milagres de Deus e pregam guém saísse das sinagogas, ou
a si mesmos sua própria sabedo- melhor, das casas de adoração?
ria e seu próprio e conhecimento, Eis que vos digo: Não.
a fim de obter lucro e f oprimir os 27 Ordenou ele a alguém que
pobres. não participasse de sua a salva-
21 E há muitas igrejas edificadas ção? Eis que vos digo: Não; mas
que provocam a inveja e contendas b 
deu-a gratuitamente a todos os
e malevolência. homens e ordenou a seu povo que
22 E há também a combinações persuadisse todos os homens a se
secretas, como nos tempos pas- c 
arrependerem.
sados, segundo as combinações 28 Eis que ordenou o Senhor a
do diabo, pois ele é o fundador alguém que não participasse de
de todas estas coisas; sim, o fun- sua bondade? Eis que vos digo:
dador do homicídio e das obras Não; mas a todo homem tem tanto
de trevas; sim, e guia-os pelo pes- privilégio quanto qualquer outro
coço com um cordel de linho, até e nenhum é excluído.
amarrá-los para sempre com suas 29 Ele ordena que não haja a arti-
cordas fortes. manhas sacerdotais; pois eis que
23 Pois eis que, meus amados artimanha sacerdotal é o homem
18 a Mórm. 5:16–18. Mórm. 9:7–8. b Isa. 55:1–2.
19 a 3 Né. 16:8–9; 20:27–28. f Isa. 3:15; 2 Né. 13:15. 27 a GEE Salvação.
20 a GEE Orgulho. 21 a GEE Inveja. b Ef. 2:8; 2 Né. 25:23.
b 1 Né. 13:29, 34. 22 a GEE Combinações c GEE Arrepender-se,
GEE Apostasia. Secretas. Arrependimento.
c Eze. 14:4. 24 a Jo. 3:16. 28 a Rom. 2:11;
d 1 Né. 14:10; 22:23; b 3 Né. 27:14–15. 1 Né. 17:33–35.
Mórm. 8:28. 25 a Al. 5:33–35; 29 a GEE Artimanhas
e 2 Né. 9:28; 3 Né. 9:13–14. Sacerdotais.
2 NÉFI 26:30–27:3 118
pregar e estabelecer-se como uma quem quer que o procure, negro
luz para o mundo, a fim de obter e branco, escravo e livre, homem e
lucros e b louvor do mundo; não mulher; e lembra-se dos b pagãos;
procura, porém, o bem-estar de e c todos são iguais perante Deus,
Sião. tanto judeus como gentios.
30 Eis que o Senhor proibiu isto;
portanto, deu o Senhor Deus um CAPÍTULO 27
mandamento de que todos os
Trevas e apostasia cobrirão a Terra
homens tenham a caridade; e a
nos últimos dias — O Livro de Mór-
caridade é b amor. E se não têm
mon será revelado — Três testemu-
caridade, nada são. Portanto, se
nhas testificarão do livro — O ho-
tivessem caridade, não permiti-
mem instruído dirá que não pode ler
riam que o trabalhador de Sião
o livro selado — O Senhor fará uma
perecesse.
obra maravilhosa e um assombro —
31 Mas o trabalhador de a Sião
Comparar com Isaías 29. Aproxima-
trabalhará por Sião; porque, se
damente 559–545 a.C.
trabalhar por b dinheiro, perecerá.
32 E novamente o Senhor Deus Eis, porém, que nos a últimos dias,
a 
ordenou que os homens não co- ou seja, nos dias dos gentios —
metam assassínio; que não min- sim, eis que todas as nações dos
tam; que não roubem; que não to- gentios e também dos judeus, tan-
mem o nome do Senhor seu Deus to os que vierem a esta terra como
em b vão; que não sintam inveja; os que estiverem em outras terras,
que não tenham malícia; que não sim, em todas as terras do mun-
disputem uns com os outros; que do, eis que estarão embriagados
não cometam libertinagem; e que de iniquidade e de toda espécie
não façam qualquer destas coisas, de abominações —
porque quem as fizer perecerá. 2 E quando esse dia chegar, serão
33 Pois nenhuma destas iniqui- visitados pelo Senhor dos Exérci-
dades vem do Senhor, porque ele tos com trovões e com terremo-
faz o que é bom para os filhos tos e com um grande estrondo
dos homens; e não faz coisa al- e com borrascas e com tempes-
guma que não seja clara para os tades e com a a chama de fogo
filhos dos homens; e convida to- devorador.
dos a virem a ele e a participarem 3 E todas as a nações que b lutarem
de sua bondade; e não a repudia contra Sião e que a mortificarem
29 b D&C 121:34–37. 32 a GEE Mandamentos de 27 1 a GEE Últimos Dias.
30 a Morô. 7:47–48. Deus. 2 a Isa. 24:6; 66:15–16;
GEE Caridade. b GEE Profanidade. Jacó 6:3;
b GEE Amor. 33 a At. 10:9–35, 44–45. 3 Né. 25:1.
31 a GEE Sião. b Al. 26:37. 3 a Isa. 29:7–8.
b Jacó 2:17–19; c Rom. 2:11; b 1 Né. 22:14.
D&C 11:7; 38:39. 1 Né. 17:35.
119 2 NÉFI 27:4–13
serão como o sonho de uma vi- abominações do povo. Portanto, o
são noturna; sim, acontecer-lhes-á livro não lhes será revelado.
como ao esfomeado que sonha e 9 O livro, porém, será entregue
eis que come, mas acorda e sua a um a homem, e ele entregará as
alma está vazia; ou como ao se- palavras do livro, que são as pa-
dento que sonha e eis que bebe, lavras dos que adormeceram no
mas acorda e eis que está fraco e pó; e ele entregá-las-á a um b outro;
sua alma tem apetite; sim, será 10 Mas não entregará as palavras
assim com a multidão de todas que estão seladas, nem entregará
as nações que lutarem contra o o livro. Porque o livro será selado
Monte Sião. pelo poder de Deus, e a revelação
4 Pois eis que todos vós, que pra- que foi selada será guardada no li-
ticais iniquidades, detende-vos e vro até o devido tempo do Senhor,
assombrai-vos, porque gritareis quando virão à luz; pois eis que
e clamareis; sim, estareis ébrios, revelam todas as coisas, desde a
mas não de vinho, e cambaleareis, fundação do mundo até o seu fim.
mas não com bebida forte. 11 E dia virá em que as palavras
5 Pois eis que o Senhor derra- do livro, que estavam seladas, se-
mou sobre vós um espírito de pro- rão lidas nos telhados das casas; e
fundo sono. Porque eis que haveis serão lidas pelo poder de Cristo;
fechado os vossos olhos, e haveis e serão a reveladas aos filhos dos
rejeitado os profetas; e ele vendou homens todas as coisas que ocor-
os vossos chefes e os videntes, por reram aos filhos dos homens e
causa da vossa iniquidade. que ocorrerão até o fim da Terra.
6  E acontecerá que o Senhor 12 Portanto, no dia em que o
Deus a vos revelará as palavras livro for entregue ao homem de
de um b livro e serão as palavras quem falei, o livro será escondi-
dos que adormeceram. do dos olhos do mundo para que
7 E eis que o livro estará a selado; ninguém o veja, exceto a três b tes-
e no livro haverá uma b revelação temunhas, além daquele a quem
de Deus, desde o princípio até o o livro será entregue; e vê-lo-ão
c 
fim do mundo. pelo poder de Deus; e eles testifi-
8 Portanto, por causa das coisas carão a veracidade do livro e das
que estão a seladas, as coisas que coisas que ele contém.
estão seladas b não serão entre- 13 E ninguém mais o verá, se-
gues no dia da iniquidade e das não uns poucos, de acordo com
6 a Jar. 1:2; c Ét. 13:1–12. Mórm. 5:8;
Mórm. 5:12–13. 8 a Ét. 5:1. D&C 121:26–31.
b 2 Né. 26:16–17; 29:12. b 3 Né. 26:9–12; 12 a 2 Né. 11:3;
GEE Livro de Mórmon. Ét. 4:5–6. Ét. 5:2–4;
7 a Isa. 29:11–12; 9 a D&C 17:5–6. D&C 5:11, 15; 17:1.
Ét. 3:25–27; 4:4–7. b JS—H 1:64–65. b Deut. 19:15.
b Mos. 8:19. 11 a Lc. 12:3;
2 NÉFI 27:14–26 120
a vontade de Deus, para dar tes- minha própria obra; lerás, portan-
temunho de suas palavras aos to, as palavras que te darei.
filhos dos homens, pois o Senhor 21 Não a toques nas coisas que
Deus disse que as palavras dos estão seladas, pois manifestá-las-
fiéis falariam como se viessem ei no meu devido tempo; pois
a 
dos mortos. mostrarei aos filhos dos homens
14 Portanto, o Senhor Deus re- que posso executar a minha pró-
velará as palavras do livro e, pela pria obra.
boca de tantas testemunhas quan- 22 Portanto, quando tiveres lido
tas achar necessário, estabelecerá as palavras que te ordenei e ob-
a sua palavra; e ai do que a rejeitar tido as a testemunhas que te pro-
a palavra de Deus! meti, selarás novamente o livro e
15 Mas eis que acontecerá que o escondê-lo-ás para mim, a fim de
Senhor Deus dirá àquele a quem que eu preserve as palavras que
entregar o livro: Toma estas pa- não leste, até que, em minha pró-
lavras que não estão seladas e pria sabedoria, julgue oportuno
entrega-as a um outro, para que revelar todas as coisas aos filhos
ele as possa mostrar ao instruído, dos homens.
dizendo: a Lê isto, suplico-te. E o 23 Porque eis que eu sou Deus;
instruído dirá: Traze-me o livro e sou um Deus de a milagres; e
para que eu o leia. mostrarei ao mundo que sou o
16 E dirão isto por causa da gló- b 
mesmo ontem, hoje e para sem-
ria do mundo e para obter a lucro, pre; e não trabalho com os filhos
e não para a glória de Deus. dos homens a não ser de c acordo
17 E o homem dirá: Não posso com sua fé.
trazer o livro, porque está selado. 24 E acontecerá outra vez que
18 O instruído então dirá: Não o Senhor dirá àquele que há de
o posso ler. ler as palavras que lhe serão en-
19 Acontecerá, portanto, que o tregues:
Senhor Deus tornará a entregar o 25  a Pois que este povo se apro-
livro e as suas palavras ao que não xima de mim com a boca e com
é instruído; e o homem que não é os lábios me b honra, mas afastou
instruído dirá: Não sou instruído. de mim o coração, e o seu temor a
20 Então lhe dirá o Senhor Deus: mim é ensinado segundo os c pre-
Os instruídos não as lerão, porque ceitos dos homens —
as rejeitaram, e eu posso fazer a 26  Portanto, farei uma a obra
13 a 2 Né. 3:19–20; 33:13–15; Sacerdotais. 25 a Isa. 29:13.
Morô. 10:27. 21 a Ét. 5:1. b Mt. 15:8.
14 a 2 Né. 28:29–30; 22 a GEE Testemunhas do c 2 Né. 28:31.
Ét. 4:8. Livro de Mórmon. 26 a 1 Né. 22:8;
15 a Isa. 29:11–12; 23 a GEE Milagre. 2 Né. 29:1–2.
JS—H 1:65. b Heb. 13:8. GEE Restauração do
16 a GEE Artimanhas c Heb. 11; Ét. 12:7–22. Evangelho.
121 2 NÉFI 27:27–28:1
maravilhosa no meio deste povo, Senhor vive, eles verão que o a te-
sim, uma b obra maravilhosa e um mível será reduzido a nada e o es-
assombro, pois a sabedoria dos carnecedor, consumido; e todos os
seus sábios e instruídos perecerá, que procuram a iniquidade serão
e o entendimento dos seus pru- desarraigados;
dentes será escondido. 32 E os que tornam um homem
27 E a ai dos que procuram es- a 
ofensor por causa de uma pala-
conder profundamente do Se- vra; e preparam uma armadilha
nhor os seus desígnios! E as suas ao que repreende à b porta e c põem
obras são feitas às escuras; e di- de lado o justo, sem motivo.
zem: Quem nos vê, e quem nos 33 Portanto, assim diz o Senhor
conhece? E também dizem: Cer- que redimiu Abraão, a respeito da
tamente a inversão que fazeis das casa de Jacó: Jacó não será enver-
coisas será considerada como a gonhado agora, nem o seu rosto
argila do b oleiro. Mas eis que eu empalidecerá.
lhes mostrarei, diz o Senhor dos 34 Mas quando ele a vir seus fi-
Exércitos, que conheço todas as lhos, obra das minhas mãos, no
suas obras. Pois a obra dirá do meio dele, eles santificarão o meu
artífice: Não foi ele que me fez? nome, e santificarão o Santo de
Ou seja, a coisa moldada dirá da- Jacó, e temerão o Deus de Israel.
quele que a moldou: Não tinha ele 35 Também os que a erraram em
entendimento? espírito virão a compreender; e
28 Mas eis que diz o Senhor dos os que murmuraram b aprenderão
Exércitos: Eu mostrarei aos filhos doutrina.
dos homens que dentro em breve
o Líbano se converterá em um CAPÍTULO 28
campo fértil; e o campo fértil será
Muitas falsas igrejas serão estabele-
apreciado como uma floresta.
cidas nos últimos dias — Ensinarão
29 a E naquele dia o surdo ouvirá
doutrinas falsas, vãs e tolas — Have-
as palavras do livro; e de dentro
rá grande apostasia por causa de fal-
da escuridão e das trevas verão
sos mestres — O diabo enfurecer-se-á
os olhos dos cegos.
no coração dos homens — Ensinará
30 E os a mansos também flores-
todo tipo de doutrinas falsas. Apro-
cerão, e o seu b regozijo estará no
ximadamente 559–545 a.C.
Senhor; e os pobres regozijar-se-
ão no Santo de Israel. E agora eis que, meus irmãos, eu
31  Porque tão certo como o vos falei conforme o Espírito me
26 b Isa. 29:14; Mansuetude. 34 a Isa. 29:23–24.
2 Né. 25:17. b D&C 101:36. 35 a 2 Né. 28:14;
27 a Isa. 29:15. 31 a Isa. 29:20. D&C 33:4.
b Jer. 18:6. 32 a Lc. 11:54. b Dan. 12:4.
29 a Isa. 29:18. b Amós 5:10.
30 a GEE Mansidão, Manso, c 2 Né. 28:16.
2 NÉFI 28:2–12 122
compeliu; sei, portanto, que isso um Deus de milagres; ele termi-
a 

certamente acontecerá. nou a sua obra.


2 E as coisas que forem escritas, 7 Sim, e haverá muitos que di-
procedentes do a livro, serão de rão: a Comei, bebei e alegrai-vos,
grande b valor para os filhos dos porque amanhã morreremos; e
homens e principalmente para tudo nos irá bem.
nossa posteridade, que é um re- 8 E muitos também dirão: Co-
manescente da casa de Israel. mei, bebei e diverti-vos; não obs-
3 Pois acontecerá nesse dia que tante, temei a Deus — ele a jus-
as a igrejas que forem estabeleci- tificará a prática de pequenos
das, mas não para o Senhor, di- pecados; sim, b menti um pouco,
rão umas às outras: Eis que eu, aproveitai-vos de alguém por
eu sou a do Senhor! E as outras causa de suas palavras, abri uma
dirão: Eu, eu sou a do Senhor! E c 
cova para o vosso vizinho; não há
assim dirão todos os que estabe- mal nisso. E fazei todas estas coi-
lecerem igrejas, mas não para o sas, porque amanhã morreremos;
Senhor — e se acontecer de sermos culpa-
4 E contenderão umas com as dos, Deus nos castigará com uns
outras; e seus sacerdotes conten- poucos açoites e, ao fim, seremos
derão uns com os outros e ensi- salvos no reino de Deus.
narão com o seu a saber e negarão 9 Sim, e haverá muitos que en-
o Espírito Santo, o qual inspira o sinarão desta maneira a doutrinas
que dizer. falsas, vãs e b tolas; e encherão o
5 E a negam o b poder de Deus, o coração de orgulho e procurarão
Santo de Israel, e dizem ao povo: esconder profundamente do Se-
Escutai-nos e ouvi os nossos pre- nhor os seus desígnios secretos;
ceitos, pois eis que hoje c não há e farão as suas obras às escuras.
Deus, porque o Senhor e Reden- 10 E o a sangue dos santos clama-
tor acabou a sua obra e deu o seu rá contra eles, desde a terra.
poder aos homens; 11 Sim, todos saíram do a cami-
6 Escutai, pois, os meus precei- nho; eles b corromperam-se.
tos; se disserem que há um mila- 12  Por causa do a orgulho e
gre feito pela mão do Senhor, não por causa de falsos mestres e
acrediteis, porque hoje não é ele falsas doutrinas, suas igrejas
28 2 a GEE Livro de Mórmon. 6 a Mórm. 8:26; 9:15–26. Hel. 13:29.
b 1 Né. 13:34–42; 22:9; 7 a 1 Cor. 15:32; 10 a Apoc. 6:9–11;
3 Né. 21:6. Al. 30:17–18. 2 Né. 26:3;
3 a 1 Cor. 1:10–13; 8 a Mórm. 8:31. Mórm. 8:27;
1 Né. 22:23; b D&C 10:25; Ét. 8:22–24;
4 Né. 1:25–29; Mois. 4:4. D&C 87:7.
Mórm. 8:28, 32–38. GEE Mentir, Mentiroso. 11 a Hel. 6:31.
4 a 2 Né. 9:28. c Prov. 26:27; b Mórm. 8:28–41;
5 a 2 Né. 26:20. 1 Né. 14:3. D&C 33:4.
b 2 Tim. 3:5. 9 a Mt. 15:9. 12 a Prov. 28:25.
c Al. 30:28. b Eze. 13:3;
123 2 NÉFI 28:13–22
corromperam-se e suas igrejas completamente amadurecidos na
b 

exaltaram-se; porque estão incha- iniquidade perecerão.


dos de orgulho. 17 Mas eis que se os habitantes
13 a Roubam os b pobres por causa da Terra se arrependerem de suas
de seus belos santuários; roubam iniquidades e abominações, não
os pobres por causa de suas ricas serão destruídos, diz o Senhor
vestimentas; e perseguem os man- dos Exércitos.
sos e os de coração contrito, por- 18 Mas eis que aquela grande e
que estão inchados de c orgulho. abominável igreja, a a prostituta
14 Têm a a cerviz dura e a cabe- de toda a Terra, por terra deverá
ça levantada; sim, e por causa de b 
cair e grande será a sua queda.
seu orgulho e iniquidades e abo- 19  Porque o reino do diabo
minações e libertinagens, b des- deve a estremecer e os que a ele
viaram-se todos, exceto alguns pertencem devem ser movidos
poucos, que são os humildes se- ao arrependimento, ou o b diabo
guidores de Cristo; não obstante, agarrá-los-á com suas eternas c cor-
são guiados de tal maneira que rentes e serão incitados à cólera e
erram em muitas coisas, porque perecerão;
são ensinados pelos preceitos dos 20 Pois eis que nesse dia ele se
homens. a 
enfurecerá no coração dos filhos
15 Oh! Os a sábios e os instruí- dos homens e incitá-los-á a ira-
dos e os ricos, que se incham de rem-se contra o que é bom.
b 
orgulho; e todos os que pregam 21 E a outros a pacificará e aca-
falsas doutrinas e todos os que co- lentará com segurança carnal, de
metem libertinagens e pervertem modo que dirão: Tudo vai bem em
o caminho reto do Senhor! c Ai, ai, Sião; sim, Sião prospera. Tudo vai
ai deles, diz o Senhor Deus Todo- bem — e assim o b diabo engana
Poderoso, porque serão lançados suas almas e os conduz cuidado-
no inferno! samente ao inferno.
16 Ai dos que a afastam de si os 22 E eis que a outros ele lisonjeia,
justos, sem motivo; e injuriam o dizendo-lhes que não há a inferno;
que é bom, dizendo que não tem e diz: Eu não sou o diabo, porque
valor! Porque chegará o dia em ele não existe — e assim lhes sus-
que o Senhor Deus visitará ra- surra aos ouvidos até agarrá-los
pidamente os habitantes da Ter- com suas terríveis b correntes, das
ra; e nesse dia, os que estiverem quais não há libertação.
13 a Eze. 34:8. c 3 Né. 29:5. c Al. 12:11.
b Hel. 4:12. 16 a Isa. 29:21. 20 a D&C 10:20–27.
c Al. 5:53. b Ét. 2:9–10. 21 a Mórm. 8:31.
14 a Prov. 21:4. 18 a Apoc. 19:2. b 2 Né. 9:39.
b Isa. 53:6. b 1 Né. 14:3, 17. 22 a GEE Inferno.
15 a Prov. 3:5–7. 19 a 1 Né. 22:23. b Al. 36:18.
b GEE Orgulho. b Al. 34:35.
2 NÉFI 28:23–29:1 124
23 Sim, são agarrados pela mor- que dão ouvidos aos meus precei-
te e pelo inferno; e a morte e o tos e escutam os meus conselhos,
inferno e o diabo e todos os que porque obterão b sabedoria; pois
assim foram dominados deverão a quem c recebe darei d mais; e dos
apresentar-se diante do trono de que disserem: Temos o suficien-
Deus e ser a julgados de acordo te, destes será tirado até mesmo
com suas obras; daí deverão ir o que tiverem.
para o lugar preparado para eles, 31 Maldito é aquele que a confia
um b lago de fogo e enxofre que é no homem ou faz da carne o seu
tormento sem fim. braço ou dá ouvidos aos precei-
24 Portanto, ai do que está sos- tos dos homens, a menos que seus
segado em Sião! preceitos sejam dados pelo poder
25 Ai do que clama: Tudo vai do Espírito Santo.
bem! 32 a Ai dos gentios, diz o Senhor
26 Sim, ai do que a dá ouvidos Deus dos Exércitos! Pois apesar
aos preceitos dos homens e nega de eu estender o braço sobre eles,
o poder de Deus e o dom do Es- dia após dia, eles me negarão;
pírito Santo! não obstante, serei misericordioso
27 Sim, ai do que diz: Recebemos para com eles, diz o Senhor Deus,
e a não necessitamos mais! caso se arrependam e venham a
28 E por fim, ai de todos os que mim; pois o meu b braço está es-
tremem e estão a irados por causa tendido o dia todo, diz o Senhor
da verdade de Deus! Pois eis que Deus dos Exércitos.
o que está edificado sobre a b rocha
recebe-a com júbilo; e o que está CAPÍTULO 29
edificado sobre um fundamento
Muitos gentios rejeitarão o Livro de
de areia treme de medo de cair.
Mórmon — Eles dirão: Não necessi-
29 Ai do que disser: Recebemos
tamos de outra Bíblia — O Senhor
a palavra de Deus e a não b necessi-
fala a muitas nações — Ele julgará o
tamos de mais palavras de Deus,
mundo pelos livros que serão escri-
porque temos o bastante!
tos. Aproximadamente 559–545 a.C.
30 Pois eis que assim diz o Se-
nhor Deus: Darei aos filhos dos Eis, porém, que haverá muitos —
homens linha sobre linha, a precei- no dia em que eu começar a fa-
to sobre preceito, um pouco aqui zer uma a obra maravilhosa no
e um pouco ali; e abençoados os meio deles, a fim de recordar os
23 a GEE Jesus Cristo — Juiz; GEE Rocha. d Al. 12:10;
Juízo Final. 29 a 2 Né. 27:14; D&C 50:24.
b 2 Né. 9:16, 19, 26. Ét. 4:8. 31 a D&C 1:19–20.
26 a 2 Né. 9:29. b 2 Né. 29:3–10. 32 a 1 Né. 14:6.
27 a Al. 12:10–11. 30 a Isa. 28:9–13; b Jacó 5:47; 6:4.
28 a 2 Né. 9:40; 33:5. D&C 98:12. 29 1 a 2 Né. 27:26.
GEE Rebeldia, Rebelião. b GEE Sabedoria. GEE Restauração do
b Mt. 7:24–27. c Lc. 8:18. Evangelho.
125 2 NÉFI 29:2–9
convênios que fiz com os filhos
b 
povo do convênio? Não, mas os
dos homens; e para que eu esten- amaldiçoastes e a odiastes e não
da a mão pela c segunda vez a fim haveis procurado recuperá-los.
de recuperar o meu povo, que é Eis, porém, que farei voltar todas
da casa de Israel; estas coisas sobre vossa cabeça;
2 E também para que eu me lem- porque eu, o Senhor, não me es-
bre das promessas que fiz a ti, queci do meu povo.
Néfi, e também a teu pai, de que 6 Tu, néscio, que dirás: Uma a Bí-
me lembraria da tua semente; e de blia, temos uma Bíblia e não ne-
que as a palavras da tua semente cessitamos de mais Bíblia! Teríeis
sairiam de minha boca para a tua obtido uma Bíblia, se não fosse
semente; e minhas palavras b silva- pelos judeus?
rão até os confins da Terra como 7 Não sabeis que há mais de uma
um c estandarte para o meu povo, nação? Não sabeis que eu, o Se-
que é da casa de Israel; nhor vosso Deus, a criei todos os
3 E porque minhas palavras hão homens e que me lembro dos que
de silvar — muitos dos gentios estão nas b ilhas do mar? E que
clamarão: Uma a Bíblia, uma Bí- governo nas alturas dos céus e
blia! Temos uma Bíblia e não pode embaixo, na Terra; e revelo minha
haver qualquer outra Bíblia. palavra aos filhos dos homens,
4 Mas assim diz o Senhor Deus: sim, a todas as nações da Terra?
Ó tolos! Eles terão uma Bíblia e 8 Por que murmurais por re-
virá dos a judeus, meu antigo povo ceberdes mais palavras minhas?
do convênio. E que agradecimen- Não sabeis que o depoimento de
to dão aos judeus pela b Bíblia que a 
duas nações é um b testemunho
recebem deles? Sim, que preten- a vós de que eu sou Deus, de que
dem dizer com isto os gentios? me recordo tanto de uma como
Lembram-se eles dos sofrimentos de outra nação? Portanto, digo
e dos labores e das aflições dos as mesmas palavras, tanto a uma
judeus e de sua diligência para nação como a outra. E quando as
comigo em levar a salvação aos duas c nações caminharem juntas,
gentios? os testemunhos das duas nações
5 Ó vós, gentios, vós vos lem- também caminharão juntos.
brastes dos judeus, meu antigo 9 E isso eu faço para provar a
1 b GEE Convênio c 1 Né. 21:22. 6 a 1 Né. 13:38.
Abraâmico. GEE Estandarte. 7 a GEE Criação, Criar.
c 2 Né. 6:14; 21:11–12; 3 a 1 Né. 13:23–25. b 1 Né. 22:4.
25:17. GEE Bíblia; 8 a Eze. 37:15–20;
GEE Israel — Coligação Livro de Mórmon. 1 Né. 13:38–41;
de Israel. 4 a D&C 3:16. 2 Né. 3:12.
2 a 2 Né. 3:18–21. GEE Judeus. b Mt. 18:16.
b Isa. 5:26; b GEE Judá — Vara de GEE Testemunha.
2 Né. 15:26; Judá. c Ose. 1:11.
Morô. 10:28. 5 a 3 Né. 29:8.
2 NÉFI 29:10–30:1 126
muitos que sou o mesmo ontem,
a 
terão as palavras dos nefitas e os
hoje, e para sempre; e que pronun- nefitas terão as palavras dos ju-
cio as minhas palavras segundo a deus; e os nefitas e os judeus terão
minha própria vontade. E porque as palavras das b tribos perdidas
eu disse uma b palavra não deveis de Israel; e as tribos perdidas de
supor que não possa dizer outras; Israel terão as palavras dos nefitas
pois o meu trabalho ainda não e dos judeus.
está terminado, nem estará até o 14 E acontecerá que o meu povo,
fim do homem, nem depois disso que é da a casa de Israel, será reu-
para sempre. nido nas terras de suas posses-
10 Portanto, porque tendes uma sões; e minha palavra também
Bíblia não deveis supor que ela será reunida em b uma. E mostrarei
contenha todas as a palavras mi- aos que combatem a minha pala-
nhas; nem deveis supor que eu vra e o meu povo, que é da c casa
não fiz com que se escrevesse de Israel, que eu sou Deus e que
mais. fiz d convênio com Abraão de que
11 Pois eu ordeno a a todos os me lembraria e para sempre de sua
homens, tanto no leste como no f 
semente.
oeste, tanto no norte como no sul e
nas ilhas do mar, que b escrevam as CAPÍTULO 30
palavras que lhes digo; pois pelos
Os gentios convertidos serão contados
c 
livros que forem escritos d julgarei
com o povo do convênio — Muitos
o mundo, cada homem de acordo
lamanitas e judeus acreditarão na
com as suas obras, conforme o que
palavra e tornar-se-ão agradáveis —
está escrito.
Israel será restaurada e os iníquos,
12 Pois eis que falarei aos a ju-
destruídos. Aproximadamente 559–
deus e eles escreverão; e também
545 a.C.
falarei aos nefitas e eles b escreve-
rão; e falarei também às outras E eis que agora, meus amados
tribos da casa de Israel, que levei irmãos, desejo falar-vos; pois eu,
para longe, e elas escreverão; e Néfi, não vos permitirei supor que
também falarei a c todas as nações sois mais justos do que o serão os
da Terra e elas escreverão. gentios. Porque eis que, a não ser
13 E acontecerá que os a judeus que guardeis os mandamentos de
9 a Heb. 13:8. GEE Juízo Final. c 1 Né. 22:8–9.
b GEE Revelação. 12 a 1 Né. 13:23–29. d Gên. 12:1–3;
10 a GEE Escrituras — b 1 Né. 13:38–42; 1 Né. 17:40;
Profecias a respeito de 2 Né. 26:17. 3 Né. 20:27;
escrituras futuras. c 2 Né. 26:33. Abr. 2:9.
11 a Al. 29:8. 13 a Mórm. 5:12–14. GEE Convênio
b 2 Tim. 3:16. b GEE Israel — Dez tribos Abraâmico.
c GEE Livro da Vida. perdidas. e Gên. 17:7.
d 2 Né. 25:22; 14 a Jer. 3:17–18. f D&C 132:30.
33:11, 14–15. b Eze. 37:16–17.
127 2 NÉFI 30:2–12
Deus, vós todos perecereis igual- saberão que é uma bênção que
mente; e por causa das palavras lhes vem da mão de Deus; e de
que foram ditas, não deveis supor seus olhos começarão a cair as es-
que os gentios serão totalmente camas da escuridão; e antes que se
destruídos. passem muitas gerações, tornar-
2 Pois eis que vos digo que to- se-ão um povo puro e a agradável.
dos os gentios que se arrepende- 7 E acontecerá que os a judeus
rem serão o povo do a convênio que estiverem dispersos também
do Senhor; e todos os b judeus que b 
começarão a acreditar em Cristo;
não se arrependerem serão lança- e começarão a coligar-se na face
dos fora, porque o Senhor não faz da terra; e todos os que acredita-
convênios a não ser com os que rem em Cristo também se torna-
se c arrependem e acreditam em rão um povo agradável.
seu Filho, que é o Santo de Israel. 8  E acontecerá que o Senhor
3 E agora desejo profetizar algu- Deus começará a sua obra entre
ma coisa mais sobre os judeus e todas as nações, tribos, línguas e
os gentios. Porque depois que o povos, para efetuar a restauração
livro do qual falei for revelado e de seu povo na Terra.
for escrito para os gentios e selado 9 E com retidão a julgará o b Se-
novamente para o Senhor, muitos nhor Deus os pobres e reprovará
a 
acreditarão nas palavras que es- com equidade pelos c mansos da
tão escritas; e b eles levá-las-ão aos Terra. E ferirá a Terra com a vara
remanescentes de nossa semente. de sua boca; e com o sopro de seus
4 E então os remanescentes de lábios matará os ímpios.
nossa semente terão conhecimen- 10 Pois rapidamente chegará o
to de nós, de como saímos de Je- a 
tempo em que o Senhor Deus fará
rusalém; e de que eles são descen- uma grande b divisão entre o povo
dentes dos judeus. e destruirá os iníquos; e c poupará
5 E o evangelho de Jesus Cristo seu povo, sim, ainda que tenha
será proclamado a a eles; portanto, que d destruir os iníquos com fogo.
o b conhecimento sobre seus pais 11 E a a retidão será o cinto de
lhes c será restituído, como tam- seus lombos e a fidelidade, o cinto
bém o conhecimento sobre Jesus de seus rins.
Cristo, que seus pais possuíam. 12 a E então o lobo morará com o
6 E então se regozijarão; porque cordeiro; e o leopardo deitar-se-á
30 2 a Gál. 3:26–29. Mórm. 7:1, 9–10. 10 a GEE Últimos Dias.
b Mt. 8:10–13. c D&C 3:20. b D&C 63:53–54.
GEE Judeus. 6 a D&C 49:24; 109:65. c Mois. 7:61.
c GEE Arrepender-se, 7 a 2 Né. 29:13–14. d 1 Né. 22:15–17, 23.
Arrependimento. b 2 Né. 25:16–17. GEE Terra —
3 a 3 Né. 16:6–7. 9 a 2 Né. 9:15. Purificação da Terra.
b 1 Né. 22:8–9. b Isa. 11:4–9. 11 a Isa. 11:5–9.
5 a 3 Né. 21:3–7, 24–26. c GEE Mansidão, Manso, 12 a Isa. 65:25.
b 1 Né. 15:14; 2 Né. 3:12; Mansuetude. GEE Milênio.
2 NÉFI 30:13–31:5 128
com o cabrito; e o bezerro e o filho salvos — Arrependimento e batismo
do leão e o cevado, juntos; e uma são a porta para o caminho estreito e
criancinha guiá-los-á. apertado — A vida eterna é concedida
13 E a vaca e a ursa pastarão; àqueles que guardam os mandamen-
suas crias juntas se deitarão; e o tos após o batismo. Aproximadamente
leão comerá palha como o boi. 559–545 a.C.
14 E a criança de peito brincará
no covil da áspide e o desmamado E agora, meus amados irmãos,
meterá a mão na cova do basilisco. eu, Néfi, cesso de a profetizar-vos.
15 Não ferirão nem destruirão E não posso escrever senão umas
em todo o meu santo monte, por- poucas coisas que sei com certeza
que a Terra se encherá do conhe- que acontecerão nem posso escre-
cimento do Senhor como as águas ver senão algumas das palavras
cobrem o mar. de meu irmão Jacó.
16 Portanto, as coisas de a todas 2 Portanto, as coisas que escrevi
as nações se tornarão conhecidas; me bastam, exceto algumas pou-
sim, todas as coisas serão dadas a cas palavras que devo dizer sobre
b 
conhecer aos filhos dos homens. a a doutrina de Cristo; portanto,
17 Nada haverá secreto que não vos falarei claramente, de acordo
seja a revelado; não haverá obra te- com a clareza de meu profetizar.
nebrosa que não venha à luz; nada 3 Porque minha alma se deleita
haverá selado na face da Terra que na clareza, pois é desta maneira
não seja descerrado. que o Senhor Deus faz suas obras
18 Portanto, todas as coisas que entre os filhos dos homens. Pois
foram reveladas aos filhos dos ho- o Senhor Deus dá a luz ao enten-
mens serão reveladas naquele dia; dimento; porque fala aos homens
e Satanás já a não terá poder sobre de acordo com sua b língua, para
o coração dos filhos dos homens, que compreendam.
por um longo tempo. E agora, 4 Portanto, quisera que vos lem-
meus amados irmãos, ponho fim brásseis do que vos falei sobre
às minhas palavras. aquele a profeta que o Senhor me
mostrou, o qual batizará o b Cor-
deiro de Deus que tirará os peca-
CAPÍTULO 31
dos do mundo.
Néfi diz por que Cristo foi batizado — 5 E agora, se o Cordeiro de Deus,
Os homens devem seguir a Cristo, sendo santo, terá necessidade de
ser batizados, receber o Espírito San- ser a batizado com água para cum-
to e perseverar até o fim para serem prir toda a retidão, quanto mais
16 a D&C 101:32–35; 31 1 a 2 Né. 25:1–4. 4 a 1 Né. 10:7; 11:27.
121:28–29. 2 a 2 Né. 11:6–7. GEE João Batista.
b Ét. 4:6–7. 3 a GEE Luz, Luz de b GEE Cordeiro de Deus.
17 a D&C 1:2–3. Cristo. 5 a Mt. 3:11–17.
18 a Apoc. 20:1–3; Ét. 8:26. b D&C 1:24. GEE Batismo, Batizar.
129 2 NÉFI 31:6–14
necessidade não teremos nós, sen- do Filho, dizendo: Àquele que
do impuros, de sermos batizados, for batizado em meu nome o Pai
sim, com água! a 
dará o Espírito Santo, como a
6 E agora vos pergunto, meus mim; b segui-me, pois; e fazei as
amados irmãos, como foi que o coisas que me vistes fazer.
Cordeiro de Deus cumpriu toda 13 Portanto, meus amados ir-
a retidão, sendo batizado com mãos, sei que, se seguirdes o Fi-
água? lho com todo o coração, agindo
7 Não sabeis que ele era santo? sem hipocrisia e sem dolo dian-
Mas, embora sendo santo, mos- te de Deus, mas com verdadeira
tra aos filhos dos homens que, intenção, arrependendo-vos de
segundo a carne, se humilha ante vossos pecados, testemunhando
o Pai e testifica-lhe que lhe será ao Pai que estais dispostos a to-
a 
obediente na observância de seus mar sobre vós o nome de Cristo
mandamentos. pelo a batismo — sim, seguindo
8 Portanto, depois de ter sido ba- vosso Senhor e vosso Salvador à
tizado com água, o Espírito San- água, segundo a sua palavra, eis
to desceu sobre ele na a forma de que então recebereis o Espírito
uma b pomba. Santo; sim, então vem o b batismo
9 E novamente isto mostra aos de fogo e do Espírito Santo; e en-
filhos dos homens quão estreito tão podereis falar na c língua de
é o caminho e quão apertada é a anjos e render louvores ao Santo
a 
porta pela qual deverão entrar, de Israel.
tendo-lhes ele dado o exemplo. 14 Eis, porém, meus amados ir-
10 E disse aos filhos dos homens: mãos, que assim veio a mim a voz
a 
Segui-me. Portanto, meus ama- do Filho, dizendo: Depois de vos
dos irmãos, poderemos nós b se- arrependerdes de vossos pecados
guir a Jesus se não estivermos e de testificardes ao Pai que estais
dispostos a guardar os manda- dispostos a guardar meus man-
mentos do Pai? damentos pelo batismo de água;
11 E disse o Pai: Arrependei- e de haverdes recebido o batismo
vos, arrependei-vos e sede ba- de fogo e do Espírito Santo e de
tizados em nome do meu Filho poderdes falar em uma língua
Amado. nova, sim, na língua de anjos; se
12 E também veio a mim a voz depois disso me a negardes, teria
7 a Jo. 5:30. b Morô. 7:11; Fogo.
GEE Obedecer, D&C 56:2. c 2 Né. 32:2–3.
Obediência, Obediente. 12 a GEE Dom do Espírito 14 a Mt. 10:32–33;
8 a 1 Né. 11:27. Santo. Al. 24:30;
b GEE Pomba, Sinal da. b Lc. 9:57–62; D&C 101:1–5.
9 a 2 Né. 9:41; Jo. 12:26. GEE Pecado
3 Né. 14:13–14; 13 a Gál. 3:26–27. Imperdoável.
D&C 22:4. b GEE Dom do Espírito
10 a Mt. 4:19; 8:22; 9:9. Santo;
2 NÉFI 31:15–21 130
sido melhor para vós que não me
b 
que, se entrásseis pelo caminho,
houvésseis conhecido. receberíeis.
15 E ouvi a voz do Pai, dizendo: 19 E agora, meus amados ir-
Sim, as palavras do meu Ama- mãos, depois de haverdes entra-
do são verdadeiras e fiéis. Quem do neste caminho estreito e aper-
perseverar até o fim, esse será tado, eu perguntaria se tudo terá
salvo. sido a feito. Eis que vos digo: Não;
16 E agora, meus amados ir- porque não haveríeis chegado até
mãos, sei por isso que, a menos esse ponto se não fosse pela pala-
que o homem a persevere até o vra de Cristo, com b fé inabalável
fim, seguindo o b exemplo do Fi- nele, c confiando plenamente nos
lho do Deus vivo, não poderá méritos daquele que é poderoso
ser salvo. para salvar.
17 Portanto, fazei as coisas que 20 Deveis, pois, a prosseguir com
eu vos disse ter visto vosso Senhor firmeza em Cristo, tendo um per-
e Redentor fazer; porque por esta feito esplendor de b esperança e
razão me foram mostradas, para c 
amor a Deus e a todos os homens.
que possais conhecer a porta pela Portanto, se assim prosseguirdes,
qual deveis entrar. Porque a por- banqueteando-vos com a palavra
ta pela qual deveis entrar é o ar- de Cristo, e d perseverardes até o
rependimento e o a batismo com fim, eis que assim diz o Pai: Tereis
água; e vem, então, a b remissão de vida eterna.
vossos pecados pelo fogo e pelo 21 E agora, meus amados ir-
Espírito Santo. mãos, eis que este é o a caminho;
18 E estareis então no a caminho e b não há qualquer outro caminho
b 
estreito e apertado que conduz à ou c nome debaixo do céu pelo
vida eterna; sim, havereis entra- qual o homem possa ser salvo no
do pela porta; havereis procedido reino de Deus. E agora, eis que
segundo os mandamentos do Pai esta é a d doutrina de Cristo e a
e do Filho; e havereis recebido o única e verdadeira doutrina do
Espírito Santo, que dá c testemu- e 
Pai e do Filho e do Espírito San-
nho do Pai e do Filho em cumpri- to, que são f um Deus, sem fim.
mento da promessa que vos fez de Amém.
14 b 2 Ped. 2:21. b 1 Né. 8:20. Al. 37:46;
16 a Al. 5:13; 38:2; c At. 5:29–32. D&C 132:22, 25.
D&C 20:29. 19 a Mos. 4:10. b Mos. 3:17.
b GEE Jesus Cristo — b GEE Fé. c GEE Jesus Cristo —
Exemplo de Jesus c D&C 3:20. Tomar sobre nós o
Cristo. 20 a GEE Andar, Andar com nome de Jesus Cristo.
17 a Mos. 18:10. Deus. d Mt. 7:28;
GEE Batismo, Batizar. b GEE Esperança. Jo. 7:16–17.
b GEE Remissão de c GEE Amor. e GEE Trindade.
Pecados. d GEE Perseverar. f 3 Né. 11:27, 35–36.
18 a Prov. 4:18. 21 a At. 4:10–12; GEE Unidade.
GEE Caminho. 2 Né. 9:41;
131 2 NÉFI 32:1–9
CAPÍTULO 32 vos mostrará todas as coisas que
deveis fazer.
Anjos falam pelo poder do Espírito
6 Eis que esta é a doutrina de
Santo — Os homens devem orar e
Cristo e nenhuma doutrina mais
obter do Espírito Santo conhecimento
será dada até depois de ele se a ma-
para si mesmos. Aproximadamente
nifestar a vós na carne. E quando
559–545 a.C.
ele se manifestar na carne, deve-
E agora eis que, meus amados reis fazer as coisas que ele vos
irmãos, suponho que meditais em disser.
vosso coração sobre o que deveis 7 E agora eu, Néfi, não posso
fazer, depois de haverdes entra- dizer mais; o Espírito encerra a
do pelo caminho. Mas por que minha fala e só me resta lamentar
ponderais sobre estas coisas em a a incredulidade e a iniquidade e
vosso coração? a ignorância e a obstinação dos
2 Não vos lembrais de que eu homens; porque não procuram
vos disse que depois de haver- conhecimento nem compreendem
des a recebido o Espírito Santo po- grande conhecimento, quando
deríeis falar a b língua de anjos? lhe é dado com b clareza, sim, tão
E então, como poderíeis falar a claramente quanto o podem ser
língua de anjos se não fosse pelo as palavras.
Espírito Santo? 8 E agora, meus amados irmãos,
3 Os a anjos falam pelo poder do percebo que ainda meditais em
Espírito Santo; falam, portanto, vosso coração; e é-me doloroso
as palavras de Cristo. Por isto eu falar-vos sobre isso. Porque, se
vos disse: b Banqueteai-vos com as désseis ouvidos ao Espírito que
palavras de Cristo; pois eis que as ensina o homem a a orar, saberíeis
palavras de Cristo vos dirão todas que deveis orar; porque o b espírito
as coisas que deveis fazer. mau não ensina o homem a orar,
4 Portanto, agora que vos disse mas ensina-lhe que não deve orar.
estas palavras, se não as puder- 9 Mas eis que vos digo que de-
des compreender será porque não veis a orar sempre e não desfalecer;
a 
pedis nem bateis; de modo que e nada deveis fazer para o Senhor
não sereis levados para a luz, mas sem antes orar ao Pai, em b nome
perecereis na escuridão. de Cristo, para que ele consagre
5 Pois eis que vos digo novamen- para vós a vossa ação, a fim de
te que, se entrardes pelo caminho que a vossa ação seja para o c bem-
e receberdes o Espírito Santo, ele estar de vossa alma.
32 2 a 3 Né. 9:20. 7 a GEE Incredulidade. 9 a 3 Né. 20:1;
b 2 Né. 31:13. b 2 Né. 31:2–3; D&C 75:11.
3 a GEE Anjos. Jacó 4:13. b Mois. 5:8.
b Jer. 15:16. 8 a GEE Oração. c Al. 34:27.
4 a GEE Pedir. b Mos. 4:14.
6 a 3 Né. 11:8. GEE Diabo.
2 NÉFI 33:1–9 132
CAPÍTULO 33 consagrará minhas orações para
o bem de meu povo. E as palavras
As palavras de Néfi são verdadei-
que escrevi em fraqueza tornar-
ras — Elas testificam de Cristo —
se-ão a fortes para eles; porque os
Aqueles que creem em Cristo cre- b 
persuadem a fazer o bem; fazem
rão nas palavras de Néfi, as quais
com que saibam a respeito de seus
serão como uma testemunha dian-
pais; e falam de Jesus, persuadin-
te do tribunal. Aproximadamente
do-os a acreditar nele e a perseve-
559–545 a.C.
rar até o fim, que é vida c eterna.
E agora eu, Néfi, não posso es- 5 E falam a asperamente contra
crever todas as coisas que foram o pecado, segundo a b clareza da
ensinadas a meu povo; nem sou verdade; portanto, nenhum ho-
a 
poderoso no escrever como o sou mem se zangará com as palavras
no falar; porque quando um ho- que escrevi, a não ser que ele seja
mem b fala pelo poder do Espírito do espírito do diabo.
Santo, o poder do Espírito Santo 6 Glorio-me na clareza; glorio-
leva as suas palavras ao coração me na verdade; glorio-me em meu
dos filhos dos homens. Jesus, pois a redimiu minha alma
2 Mas eis que muitos há que a en- do inferno.
durecem o coração contra o Santo 7 Tenho a caridade para com meu
Espírito, de modo que neles não povo e grande fé em Cristo de
encontra espaço; portanto, lan- que encontrarei muitas almas sem
çam fora muitas coisas que estão mancha no seu tribunal.
escritas e consideram-nas sem 8 Tenho caridade para com os
importância. a 
judeus — digo judeus, porque
3 Mas eu, Néfi, escrevi o que me refiro àqueles de onde vim.
escrevi e considero-o de grande 9 Tenho também caridade para
a 
valor, especialmente para o meu com os a gentios; mas eis que não
povo. Porque b oro por eles conti- posso ter esperança por nenhum
nuamente durante o dia e meus deles, a não ser que se b reconci-
olhos molham meu travesseiro liem com Cristo e entrem pela
durante a noite por causa deles; porta c apertada e d andem no ca-
e clamo a meu Deus com fé e sei minho e estreito, que leva à vida, e
que ele ouvirá o meu clamor. continuem no caminho até o fim
4  E sei que o Senhor Deus do dia de provação.
33 1 a Ét. 12:23–24. c GEE Vida eterna. 9 a GEE Gentios.
b D&C 100:7–8. 5 a 1 Né. 16:1–3; b GEE Expiação, Expiar.
2 a Hel. 6:35–36. 2 Né. 9:40. c 2 Né. 9:41.
3 a GEE Escrituras — b 2 Né. 31:3; d GEE Andar, Andar com
Valor das escrituras. Jacó 4:13. Deus.
b En. 1:9–12; 6 a GEE Redenção, e Hel. 3:29–30;
Pal. Mórm. 1:8. Redimido, Redimir. D&C 132:22.
4 a Ét. 12:26–27. 7 a GEE Caridade.
b Morô. 7:13. 8 a GEE Judeus.
133 2 NÉFI 33:10–JACÓ 1:1
10 E agora, meus amados ir- senão todos, sejamos salvos no
mãos, e também judeus e todos seu a reino no grande e último dia.
vós, confins da Terra, dai ouvidos 13 E agora, meus amados ir-
a estas palavras e a acreditai em mãos, todos os que são da casa
Cristo; e se não acreditardes nes- de Israel e todos vós, confins da
tas palavras, acreditai em Cristo. E Terra, falo-vos com a voz de quem
se acreditardes em Cristo, acredi- a 
clama do pó: Adeus, até que che-
tareis nestas b palavras, porque são gue aquele grande dia.
as c palavras de Cristo e ele deu-as 14 E vós outros, que não quereis
a mim; e elas d ensinam a todos os participar da bondade de Deus
homens que devem fazer o bem. nem respeitar as a palavras dos
11 E se elas não são as palavras judeus nem tampouco minhas
de Cristo, julgai vós — porque no b 
palavras nem as que sairão da
último dia Cristo vos mostrará, boca do Cordeiro de Deus, eis que
com a poder e grande glória, que vos dou um eterno adeus, porque
são suas palavras; e vós e eu esta- estas palavras vos c condenarão no
remos face a face ante o seu b tribu- último dia.
nal e sabereis que ele me mandou 15 Porque o que eu selo na Ter-
escrever estas coisas, apesar de ra será apresentado contra vós
minha fraqueza. no a tribunal; porque assim me
12 E oro ao Pai, em nome de ordenou o Senhor e devo obede-
Cristo, para que muitos de nós, cer. Amém.

LIVRO DE JACÓ
IRMÃO DE NÉFI

As palavras de sua pregação a seus irmãos. Ele confunde um homem que


procura destruir a doutrina de Cristo. Algumas palavras sobre a história
do povo de Néfi.
CAPÍTULO 1 entre os nefitas. Aproximadamente
544–421 a.C.
Jacó e José procuram persuadir os
homens a crerem em Cristo e a guar-
darem Seus mandamentos — Néfi
morre  — A iniquidade prevalece
P OIS eis que aconteceu que cin-
quenta e cinco anos se passa-
ram desde a época em que Leí
10 a GEE Crença, Crer. b Apoc. 20:12; b GEE Livro de Mórmon.
b GEE Livro de Mórmon. Morô. 10:34. c 2 Né. 29:11;
c Morô. 10:27–29. 12 a GEE Glória Celestial. Ét. 4:8–10.
d 2 Né. 25:28. 13 a Isa. 29:4; 15 a Pal. Mórm. 1:11.
11 a Ét. 5:4; 2 Né. 26:16.
Morô. 7:35. 14 a GEE Bíblia.
JACÓ 1:2–10 134
deixara Jerusalém; e Néfi deu a a 
Cristo e de seu reino que have-
mim, a Jacó, um b mandamento ria de vir.
concernente às c placas menores, 7 Portanto, trabalhamos diligen-
nas quais estão gravadas estas temente entre os de nosso povo,
coisas. a fim de persuadi-los a a virem a
2 E ele ordenou a mim, Jacó, que Cristo e participarem da bondade
escrevesse nestas placas algumas de Deus, para entrarem em seu
das coisas que eu considerasse b 
descanso, a fim de que, de ne-
muito preciosas; que eu não tra- nhum modo, ele jurasse em sua
tasse, a não ser ligeiramente, da ira que não c entrariam, como na
história deste povo, que é chama- d 
provocação, nos dias de tentação,
do povo de Néfi. enquanto os filhos de Israel esta-
3 Porque ele disse que a história vam no e deserto.
de seu povo deveria ser gravada 8 Portanto, prouvera a Deus que
nas suas outras placas e que eu pudéssemos persuadir todos os
deveria guardar estas placas e homens a não se a rebelarem con-
transmiti-las a meus descenden- tra Deus, a não o b provocarem
tes, de geração em geração. à ira, mas que todos os homens
4 E se houvesse prédicas sagra- acreditassem em Cristo e conside-
das ou grandes revelações ou rassem sua morte e carregassem
profecias, deveria eu gravar seus sua c cruz e suportassem a ver-
pontos principais nestas placas e gonha do mundo; portanto, eu,
escrever sobre elas tanto quanto Jacó, tomo a meu cargo cumprir o
fosse possível, por amor a Cristo mandamento de meu irmão Néfi.
e para o bem de nosso povo. 9 Ora, Néfi começou a envelhe-
5 Pois em virtude de nossa fé e cer e viu que logo a morreria; por-
grande ansiedade, verdadeira- tanto, b ungiu um homem para ser
mente nos haviam sido revela- rei e governador de seu povo, de
das as coisas que a aconteceriam acordo com os governos dos c reis.
a nosso povo. 10 O povo amava Néfi profun-
6 E tivemos também muitas re- damente, por ter sido seu grande
velações e o espírito de muita protetor, ter empunhado a a es-
profecia; sabíamos, portanto, de pada de Labão em sua defesa e
1 1 a GEE Jacó, Filho de Leí. c Núm. 14:23; Lc. 14:27.
b Jacó 7:27. Deut. 1:35–37; 9 a 2 Né. 1:14.
c 2 Né. 5:28–33; D&C 84:23–25. b GEE Unção, Ungir.
Jacó 3:13–14. d Heb. 3:8. c 2 Né. 6:2;
GEE Placas. e Núm. 26:65; Jar. 1:7.
5 a 1 Né. 12. 1 Né. 17:23–31. 10 a 1 Né. 4:9;
6 a 1 Né. 10:4–11; 19:8–14. 8 a GEE Rebeldia, Rebelião. 2 Né. 5:14;
7 a 2 Né. 9:41; b 1 Né. 17:30; Pal. Mórm. 1:13;
Ômni 1:26; Al. 12:36–37; Mos. 1:16;
Morô. 10:32. Hel. 7:18. D&C 17:1.
b GEE Descansar, c TJS Mt. 16:25–26
Descanso. (Apêndice da Bíblia);
135 JACÓ 1:11–19
trabalhado todos os seus dias por prata e começaram a ser um tanto
seu bem-estar — orgulhosos.
11 Portanto, o povo queria que a 17 Portanto, eu, Jacó, disse-lhes
memória de seu nome fosse con- estas palavras enquanto os ensi-
servada e que todos os que go- nava no a templo, tendo primei-
vernassem em seu lugar fossem ramente recebido essa b missão
chamados, pelo povo, de Néfi se- do Senhor.
gundo, Néfi terceiro e assim por 18 Porque eu, Jacó, e meu irmão
diante, de acordo com os gover- José havíamos sido a consagrados
nos dos reis; e assim foram cha- sacerdotes e mestres deste povo
mados pelo povo, fosse qual fosse pela mão de Néfi.
seu nome. 19 E nós magnificamos o nosso
12 E aconteceu que Néfi morreu. a 
ofício para o Senhor, tomando
13 Ora, aqueles que não eram sobre nós a b responsabilidade de
a 
lamanitas eram b nefitas; não obs- responder pelos pecados do povo
tante, eram chamados de nefitas, se não lhes ensinássemos com di-
jacobitas, josefitas, c zoramitas, la- ligência a palavra de Deus; assim,
manitas, lemuelitas e ismaelitas. trabalhando com toda a nossa
14 Mas eu, Jacó, daqui por diante força, seu c sangue não mancha-
não os mencionarei por esses no- ria nossas vestimentas; caso con-
mes, mas a chamarei de lamanitas trário, o seu sangue cairia sobre
aos que procuram destruir o povo nossas vestimentas e não sería-
de Néfi; e aos que são amigos de mos declarados sem mancha no
Néfi eu chamarei de b nefitas, ou último dia.
seja, o c povo de Néfi, segundo os
governos dos reis.
CAPÍTULO 2
15 E então aconteceu que o povo
de Néfi, sob o governo do segun- Jacó denuncia o amor às riquezas, o
do rei, começou a endurecer o co- orgulho e a falta de castidade — Os
ração, permitindo-se, de certa for- homens podem procurar obter rique-
ma, práticas iníquas, assim como zas para ajudar seus semelhantes —
Davi, na antiguidade, que deseja- O Senhor ordena que nenhum homem
ra ter muitas a esposas e concubi- entre os nefitas tenha mais do que
nas; e também Salomão, seu filho. uma esposa — O Senhor deleita-se
16 Sim, e eles também come- na castidade das mulheres. Aproxi-
çaram a procurar muito ouro e madamente 544–421 a.C.
13 a En. 1:13; c 2 Né. 5:9. Chamar.
D&C 3:18. 15 a D&C 132:38–39. 18 a 2 Né. 5:26.
b GEE Nefitas. 17 a 2 Né. 5:16. 19 a GEE Oficial, Ofício.
c 1 Né. 4:35; GEE Templo, A Casa do b D&C 107:99–100.
4 Né. 1:36–37. Senhor. GEE Mordomia,
14 a Mos. 25:12; Al. 2:11. b GEE Chamado, Mordomo.
b 2 Né. 4:11. Chamado por Deus, c 2 Né. 9:44.
JACÓ 2:1–12 136
As palavras que Jacó, irmão de muitos têm sentimentos suma-
Néfi, dirigiu ao povo de Néfi de- mente ternos e b castos e delicados
pois da morte de Néfi: perante Deus, o que é agradável
2 Agora, meus amados irmãos, a Deus;
eu, Jacó, de acordo com a respon- 8 E suponho que eles tenham
sabilidade que tenho para com vindo aqui para ouvir a agradável
Deus de magnificar meu ofício a 
palavra de Deus, sim, a palavra
com sobriedade e para livrar mi- que cura a alma ferida.
nhas vestimentas de vossos peca- 9 Portanto, pesa-me a alma por
dos, venho hoje ao templo para ser compelido, por causa do es-
declarar-vos a palavra de Deus. trito mandamento que recebi de
3 E vós mesmos sabeis que, até Deus, a admoestar-vos segundo
aqui, eu tenho sido diligente no vossos crimes, a aumentar as fe-
exercício de meu chamado; hoje, ridas dos que já estão feridos, em
porém, sinto-me curvado sob o vez de consolá-los e curar-lhes as
peso de um desejo e ansiedade feridas; e os que não foram feri-
muito maiores pelo bem-estar de dos, em vez de se banquetearem
vossa alma do que senti até agora. com a palavra agradável de Deus,
4 Pois eis que até agora tendes têm a alma traspassada e a deli-
sido obedientes à palavra do Se- cada mente ferida por punhais.
nhor, a qual eu vos tenho dado. 10 Mas, não obstante a magnitu-
5 Ouvi-me, porém, e sabei que, de da tarefa, devo agir segundo os
com o auxílio do onipotente Cria- a 
mandamentos estritos de Deus
dor dos céus e da Terra, posso e falar-vos de vossas maldades e
falar-vos a respeito de vossos abominações na presença dos pu-
a 
pensamentos, de como estais ros de coração e daqueles de cora-
começando a cometer pecado, ção quebrantado, sob o olhar b pe-
pecado esse que me parece mui- netrante do Deus Todo-Poderoso.
to abominável, sim, e abominável 11 Portanto, devo dizer-vos a
a Deus. verdade, de acordo com a a clareza
6 Sim, entristece-me a alma e da palavra de Deus. Pois eis que,
faz-me encolher de vergonha ante tendo eu inquirido o Senhor, as-
meu Criador ter que vos testemu- sim me veio a palavra, dizendo:
nhar sobre a maldade de vosso Jacó, vai ao templo amanhã e de-
coração. clara a esse povo a palavra que
7 E também me entristece ter que te darei.
usar uma linguagem a tão forte 12  E agora eis que, meus ir-
a vosso respeito perante vossas mãos, esta é a palavra que vos
mulheres e vossos filhos, quando declaro: que muitos de vós haveis
2 5 a Al. 12:3; D&C 6:16. b GEE Virtude. Deus.
GEE Trindade. 8 a Al. 31:5. b 2 Né. 9:44.
7 a D&C 121:43. 10 a GEE Mandamentos de 11 a 2 Né. 25:4; 31:2–3.
137 JACÓ 2:13–23
começado a procurar ouro e prata com vossos bens, para que b vos-
a 

e toda espécie de a minerais precio- sos irmãos sejam ricos como vós.
sos que se encontram em abun- 18 Mas antes de buscardes a ri-
dância nesta terra, que é uma b ter- quezas, buscai o b reino de Deus.
ra de promissão para vós e para 19 E depois de haverdes obtido
vossos descendentes. uma esperança em Cristo, conse-
13 E a mão da providência favo- guireis riquezas, se as procurar-
receu-vos mui agradavelmente, des; e procurá-las-eis com o fito
de modo que obtivestes muitas de a praticar o bem — de vestir
riquezas; e porque alguns de vós os nus e alimentar os famintos e
obtivestes mais abundantemente libertar os cativos e confortar os
do que vossos irmãos, enchestes doentes e aflitos.
o coração de a orgulho e andais 20 E agora, meus irmãos, falei-
com dura cerviz e cabeça levan- vos sobre o orgulho; e aqueles de
tada devido aos vossos custosos vós que afligistes o próximo e o
trajes; e perseguis vossos irmãos, perseguistes devido ao orgulho
porque supondes que sois melho- de vosso coração, por causa das
res do que eles. coisas que Deus vos deu, que di-
14 E agora, meus irmãos, supon- zeis disto?
des que Deus vos justifica nisto? 21 Não supondes que tais coisas
Eis que vos digo: Não. Ele, porém, são abomináveis àquele que criou
condena-vos; e se persistirdes nes- toda a carne? E para ele uma cria-
tas coisas, seus julgamentos cairão tura é tão preciosa como a outra. E
rapidamente sobre vós. toda a carne vem do pó; e a todos
15 Oh! Se ele vos mostrasse que criou para o mesmo fim, para que
vos pode traspassar e que, com guardassem seus a mandamentos
um relance de seu olhar, pode e glorificassem-no para sempre.
lançar-vos ao pó! 22 E agora cesso de falar-vos so-
16 Oh! Se ele vos livrasse desta bre esse orgulho. E se não tivesse
iniquidade e abominação! E oh! que vos falar sobre um crime ain-
Se escutásseis a palavra de seus da maior, meu coração regozijar-
mandamentos e não permitísseis se-ia imensamente por vós.
que o a orgulho de vosso coração 23 Mas a palavra de Deus me
vos destruísse a alma! oprime por causa de vossos cri-
17  Pensai em vossos irmãos mes maiores. Pois eis que assim
como em vós mesmos; e sede diz o Senhor: Este povo come-
amáveis para com todos e liberais ça a tornar-se iníquo; eles não
12 a 1 Né. 18:25; 16 a GEE Orgulho. 2 Né. 26:31; D&C 6:7.
Hel. 6:9–11; Ét. 10:23. 17 a GEE Bem-Estar; GEE Riquezas.
b 1 Né. 2:20. Esmolas. b Lc. 12:22–31.
GEE Terra da b 4 Né. 1:3. 19 a Mos. 4:26.
Promissão. 18 a 1 Re. 3:11–13; 21 a D&C 11:20;
13 a Mórm. 8:35–39. Mc. 10:17–27; Abr. 3:25–26.
JACÓ 2:24–35 138
entendem as escrituras, pois pro- circunstâncias meu povo dará ou-
curam desculpar-se por cometer vidos a estas coisas.
libertinagens, por causa das coisas 31 Porque eis que eu, o Senhor,
que foram escritas com referência vi a dor e ouvi o lamento das fi-
a Davi e seu filho Salomão. lhas de meu povo na terra de Je-
24 Eis que Davi e a Salomão real- rusalém; sim, e em todas as terras
mente tiveram muitas b esposas e de meu povo, por causa das ini-
concubinas, o que foi abominável quidades e abominações de seus
diante de mim, diz o Senhor. maridos.
25 Portanto, assim diz o Senhor: 32 E não permitirei, diz o Senhor
Tirei este povo da terra de Jeru- dos Exércitos, que o lamento das
salém pelo poder de meu braço, belas filhas deste povo que tirei
a fim de suscitar para mim um da terra de Jerusalém suba a mim
a 
ramo justo do fruto dos lombos contra os homens de meu povo,
de José. diz o Senhor dos Exércitos.
26 Portanto, eu, o Senhor Deus, 33 Porque não levarão em cati-
não permitirei que este povo pro- veiro as filhas de meu povo, por
ceda como os antigos. causa de sua ternura, sem que eu
27 Portanto, meus irmãos, ouvi- os visite com uma terrível maldi-
me e atentai para a palavra do Se- ção, até mesmo destruição; por-
nhor: Pois nenhum homem dentre que eles não cometerão a liber-
vós terá mais que a uma esposa; e tinagens como os antigos, diz o
não terá concubina alguma. Senhor dos Exércitos.
28 Porque eu, o Senhor Deus, 34 E agora eis que, meus irmãos,
deleito-me na a castidade das mu- sabeis que estes mandamentos fo-
lheres. E as libertinagens são para ram dados a nosso pai, Leí; por-
mim abominação; assim diz o Se- tanto, já os conhecíeis; e caístes
nhor dos Exércitos. em grande condenação, porque
29 Portanto, este povo guarda- haveis feito estas coisas que não
rá os meus mandamentos, diz o devíeis ter feito.
Senhor dos Exércitos, ou a terra 35  Eis que haveis praticado
será a amaldiçoada por sua causa. a 
maiores iniquidades que os la-
30 Porque se eu quiser susci- manitas, nossos irmãos. Haveis
tar a posteridade para mim, diz quebrantado o coração de vossas
o Senhor dos Exércitos, ordena- ternas esposas e perdido a con-
rei isso a meu povo; em outras fiança de vossos filhos, por causa
24 a 1 Re. 11:1; 2 Né. 3:5; 30 a Mal. 2:15;
Ne. 13:25–27. Al. 26:36. D&C 132:61–66.
b 1 Re. 11:1–3; GEE Leí, Pai de Néfi. 33 a GEE Imoralidade
Esd. 9:1–2; 27 a D&C 42:22; 49:16. Sexual;
D&C 132:38–39. GEE Casamento, Casar. Sensual, Sensualidade.
25 a Gên. 49:22–26; 28 a GEE Castidade. 35 a Jacó 3:5–7.
Amós 5:15; 29 a Ét. 2:8–12.
139 JACÓ 3:1–8
de vossos maus exemplos diante maldição, afligir-vos-ão até vos
deles; e os soluços do coração de- destruir.
les sobem a Deus contra vós. E por 4 E vem rapidamente o tempo
causa da severidade da palavra em que, a menos que vos arre-
de Deus, que desce contra vós, pendais, eles ocuparão a terra de
muitos corações pereceram, tras- vossa herança e o Senhor Deus
passados por profundas feridas. a 
retirará os justos dentre vós.
5 Eis que os lamanitas, vossos ir-
CAPÍTULO 3 mãos, a quem odiais por causa de
sua imundície e da maldição que
Os puros de coração recebem a agra-
lhes caiu sobre a pele, são mais
dável palavra de Deus — A retidão
justos que vós; porque eles não
dos lamanitas excede a dos nefitas —
se a esqueceram do mandamento
Jacó adverte contra fornicação, lascí-
do Senhor, dado a nosso pai — de
via e todo pecado. Aproximadamente
que não deveriam ter mais que
544–421 a.C.
uma esposa nem concubina algu-
Mas eis que eu, Jacó, desejo falar ma; e que não deveriam cometer
a vós, que sois puros de coração. libertinagem.
Confiai em Deus com a mente 6 E agora eles se esforçam por
firme e orai a ele com grande fé; guardar este mandamento; por-
e ele consolar-vos-á nas aflições e tanto, por causa desse esforço em
defenderá vossa causa e enviará guardar este mandamento, o Se-
justiça sobre os que procuram a nhor Deus não os destruirá, mas
vossa destruição. será a misericordioso para com
2 Ó todos vós, que sois puros de eles; e um dia tornar-se-ão um
coração, levantai a cabeça e rece- povo abençoado.
bei a agradável palavra de Deus 7 Eis que os maridos a amam as
e banqueteai-vos com seu amor; esposas e as esposas amam os ma-
porque podereis fazê-lo para sem- ridos; e os maridos e as esposas
pre, se vossa mente for a firme. amam seus filhos; e sua incredu-
3 Mas ai, ai de vós, que não sois lidade e seu ódio para convosco
puros de coração, que estais hoje são consequência da iniquidade
a 
imundos diante de Deus; porque, de seus pais; portanto, em que
a não ser que vos arrependais, a sois vós melhores do que eles aos
terra será amaldiçoada por vossa olhos de vosso grande Criador?
causa; e os lamanitas, que não são 8 Ó meus irmãos, temo que, a
imundos como vós, não obstante menos que vos arrependais de
b 
amaldiçoados com uma dolorosa vossos pecados, a pele deles será
3 2 a Al. 57:26–27. 4 a Ômni 1:5–7, 12–13. 7 a GEE Amor;
3 a GEE Imundície, 5 a Jacó 2:35. Família.
Imundo. 6 a 2 Né. 4:3, 6–7;
b 1 Né. 12:23. Hel. 15:10–13.
JACÓ 3:9–4:3 140
mais branca do que a vossa, quan- escrita nestas placas; mas muitos
a 

do fordes levados com eles peran- dos seus feitos estão registrados
te o trono de Deus. nas placas maiores e suas guerras
9  Portanto, eu vos dou um e suas contendas e os reinados de
mandamento, que é a palavra de seus reis.
Deus: que não mais os injurieis 14 Estas placas são chamadas
por sua pele escura nem os inju- placas de Jacó e foram feitas pela
rieis por causa de sua imundície; mão de Néfi. E termino estas pa-
mas deveis recordar vossa própria lavras.
imundície e lembrar-vos de que a
imundície deles lhes adveio por CAPÍTULO 4
causa de seus pais.
Todos os profetas adoravam o Pai
10 Portanto, vos lembrareis de
em nome de Cristo — A oferta que
vossos a filhos, de como lhes afli-
Abraão fez de Isaque foi à semelhança
gistes o coração por causa do
de Deus e Seu Unigênito — Os ho-
exemplo que lhes haveis dado; e
mens devem reconciliar-se com Deus
lembrai-vos também de que po-
por meio da expiação — Os judeus
deis, pela vossa imundície, levar
rejeitarão a pedra de fundamento.
vossos filhos à destruição; e seus
Aproximadamente 544–421 a.C.
pecados serão amontoados sobre
a vossa cabeça no último dia. Ora, então aconteceu que eu,
11 Ó meus irmãos, dai ouvidos Jacó, tendo ensinado muito meu
às minhas palavras; despertai a povo com palavras (e não posso
sensibilidade de vossa alma; sa- escrever senão poucas de minhas
cudi-vos, a fim de a acordardes do palavras, devido à dificuldade de
sono da morte; e livrai-vos das gravá-las em placas) e sabemos
penas do b inferno, para não vos que as coisas que escrevemos em
tornardes c anjos do diabo e serdes placas perdurarão;
jogados no lago de fogo e enxofre, 2 Tudo o que escrevermos, po-
que é a segunda d morte. rém, que não seja em placas, pe-
12 E então eu, Jacó, disse mui- recerá e desaparecerá; mas pode-
tas outras coisas ao povo de Néfi, mos escrever algumas palavras
admoestando-os contra a a forni- em placas, que darão a nossos
cação e a b lascívia e toda espécie filhos e também a nossos ama-
de pecado, mostrando-lhes suas dos irmãos um pequeno grau de
terríveis consequências. conhecimento sobre nós, ou seja,
13 E nem a centésima parte dos sobre seus pais —
feitos deste povo, que agora co- 3 Ora, nisto nos regozijamos; e
meça a ser numeroso, pode ser trabalhamos diligentemente para
10 a GEE Criança(s); c 2 Né. 9:8–9. Iniquidade, Iníquo.
Filho(s). d GEE Morte Espiritual. 13 a 1 Né. 19:1–4;
11 a Al. 5:6–9. 12 a GEE Fornicação. Jacó 1:1–4.
b GEE Inferno. b GEE Concupiscência;
141 JACÓ 4:4–9
gravar estas palavras em placas, uma esperança e nossa fé torna-
na esperança de que nossos ama- se inabalável, de sorte que pode-
dos irmãos e nossos filhos as rece- mos verdadeiramente c ordenar
bam com o coração agradecido e em d nome de Jesus e as próprias
as examinem, para que aprendam árvores ou as montanhas ou as
com alegria, e não com tristeza ondas do mar nos obedecem.
nem com desdém, o que se refere 7 Não obstante, o Senhor Deus
a seus antepassados. mostra-nos as nossas a fraquezas
4 Porque para este fim escreve- a fim de que saibamos que é por
mos estas coisas: para que tenham sua graça e sua grande condes-
conhecimento de que a sabíamos cendência para com os filhos dos
de Cristo e tínhamos esperança homens que temos poder para
em sua glória muitos séculos an- fazer estas coisas.
tes de sua vinda; e não somente 8 Eis que grandes e maravilho-
nós tínhamos esperança em sua sas são as obras do Senhor. Quão
glória, mas também todos os san- a 
insondáveis são as profundezas
tos b profetas que viveram antes de seus b mistérios! E é impossível
de nós. ao homem descobrir todos os seus
5 Eis que eles acreditavam em caminhos. E nenhum homem c co-
Cristo e a adoravam o Pai em seu nhece seus d caminhos, a não ser
nome; e também nós adoramos o que lhe sejam revelados; portanto,
Pai em seu nome. E com este pro- irmãos, não desprezeis as revela-
pósito guardamos a b lei de Moi- ções de Deus.
sés, que a ele c guia nossa alma; e 9 Pois eis que foi pelo poder de
isso nos é atribuído como retidão, sua a palavra que o b homem apa-
assim como a Abraão no deserto, receu na face da Terra, Terra essa
a obediência às ordens de Deus de que foi criada pelo poder de sua
oferecer seu filho Isaque, o que é à palavra. Portanto, se pôde Deus
semelhança de Deus e seu d Filho falar e o mundo existir; e falar
Unigênito. e o homem ser criado, por que,
6 Portanto, estudamos os pro- pois, não há de poder comandar
fetas e temos muitas revelações e a c Terra ou a obra de suas mãos
o espírito de a profecia; e com to- na face da Terra, de acordo com
dos estes b testemunhos obtemos a sua vontade e prazer?
4 4 a GEE Jesus Cristo. d Gên. 22:1–14; GEE Mistérios de Deus.
b Lc. 24:25–27; Jacó 7:11; Jo. 3:16–18. c 1 Cor. 2:9–16;
Mos. 13:33–35; GEE Unigênito. Al. 26:21–22.
D&C 20:26. 6 a GEE Profecia, Profetizar. GEE Conhecimento.
5 a Mois. 5:8. b GEE Testemunha. d Isa. 55:8–9.
b 2 Né. 25:24; Jar. 1:11; c GEE Poder. 9 a Mórm. 9:17;
Mos. 13:27, 30; d At. 3:6–16; 3 Né. 8:1. Mois. 1:32.
Al. 25:15–16. 7 a Ét. 12:27. b GEE Criação, Criar;
GEE Lei de Moisés. 8 a Rom. 11:33–36. Homem, Homens.
c Gál. 3:24. b D&C 19:10; 76:114. c Hel. 12:8–17.
JACÓ 4:10–17 142
10 Portanto, irmãos, não tenteis claramente para a salvação de
c 

dar a conselhos ao Senhor, mas, nossa alma. Mas eis que não so-
sim, recebei conselhos de sua mos as únicas testemunhas destas
mão. Pois eis que vós mesmos coisas, porque Deus também as
sabeis que ele aconselha com b sa- disse aos profetas da antiguidade.
bedoria e justiça e grande mise- 14 Mas eis que os judeus eram
ricórdia em todas as suas obras. um povo a obstinado e b despreza-
11  Portanto, amados irmãos, ram as palavras claras e mataram
reconciliai-vos com ele pela os profetas e procuraram coisas
a 
expiação de Cristo, seu b Filho que não podiam compreender.
Unigênito; e podereis obter a c res- Portanto, devido a sua c cegueira,
surreição, de acordo com o poder cegueira que lhes adveio por olha-
da ressurreição que está em Cris- rem para além do marco, terão
to, e serdes apresentados como as que cair, pois Deus tirou-lhes a
d 
primícias de Cristo a Deus, tendo sua clareza e entregou-lhes muitas
fé e havendo obtido esperança de coisas que d não podem entender,
glória nele, antes que se manifeste pois assim o desejaram. E porque
na carne. o desejaram, Deus o fez, para que
12 E agora, amados, não vos ad- tropecem.
mireis de que eu vos diga estas 15 E agora eu, Jacó, sou guiado
coisas; por que não a falar, pois, pelo Espírito a profetizar, pois
da expiação de Cristo e conseguir percebo, pela orientação do Es-
um perfeito conhecimento dele, pírito que está em mim, que, por
assim como um conhecimento da causa dos a tropeços dos judeus,
ressurreição e do mundo futuro? eles b rejeitarão a c pedra sobre a
13 Portanto, meus irmãos, quem qual poderiam edificar e ter fun-
quer que profetize, que o faça ao damento seguro.
alcance do entendimento humano, 16 Mas eis que, de acordo com
pois o a Espírito fala a verdade e as escrituras, essa a pedra virá a
não mente. Portanto, fala de coi- ser o grande e o último e o único
sas como realmente b são e de coi- b 
fundamento seguro sobre o qual
sas como realmente serão; assim, os judeus poderão edificar.
estas coisas nos são manifestadas 17 E agora, meus amados, como
10 a 2 Né. 9:28–29; 13 a GEE Espírito Santo; d 2 Né. 25:1–2.
Al. 37:12, 37; Verdade. 15 a Isa. 8:13–15;
D&C 3:4, 13. b D&C 93:24. 1 Cor. 1:23;
b GEE Onisciente; c Al. 13:23. 2 Né. 18:13–15.
Sabedoria. 14 a Mt. 23:37–38; b 1 Né. 10:11.
11 a GEE Expiação, Expiar. 2 Né. 25:2. c GEE Pedra de Esquina;
b Heb. 5:9. b 2 Cor. 11:3; Rocha.
c GEE Ressurreição. 1 Né. 19:7; 16 a Salm. 118:22–23.
d Mos. 15:21–23; 18:9; 2 Né. 33:2. b Isa. 28:16;
Al. 40:16–21. c Isa. 44:18; Hel. 5:12.
12 a 2 Né. 25:26. Rom. 11:25.
143 JACÓ 4:18–5:10
é possível que eles, depois de ha- começava a definhar; e ele disse:
verem rejeitado o fundamento Podá-la-ei e cavarei ao seu redor
seguro, a construam sobre ele para e cuidarei dela, para que talvez
que venha a ser sua pedra de es- brotem novos e tenros ramos e
quina? ela não morra.
18 Eis que, meus amados irmãos, 5 E aconteceu que a podou e ca-
vos desvendarei este mistério, se vou ao seu redor e cuidou dela, de
a minha firmeza no Espírito não acordo com sua palavra.
for abalada de alguma forma e eu 6  E aconteceu que, passados
não tropeçar por causa de minha muitos dias, começaram a brotar
excessiva ansiedade por vós. ramos pequenos, novos e tenros;
mas eis que sua copa começou a
CAPÍTULO 5 morrer.
7 E aconteceu que o dono da vi-
Jacó cita Zenos com referência à ale-
nha viu isto e disse a seu servo:
goria das oliveiras boas e das oliveiras
Sentiria perder esta árvore; por-
bravas — Elas simbolizam Israel e os
tanto, arranca os ramos de uma
gentios — A dispersão e a coligação a 
oliveira brava e traze-mos aqui;
de Israel são prefiguradas — Alusões
e arrancaremos os ramos princi-
feitas aos nefitas e lamanitas e a toda
pais, que estão começando a secar,
a casa de Israel — Os gentios serão
e lançá-los-emos no fogo para que
enxertados em Israel — No final, a
sejam queimados.
vinha será queimada. Aproximada-
8 E eis que, diz o Senhor da vi-
mente 544–421 a.C.
nha, tirarei muitos destes ramos
Eis que, meus irmãos, não vos novos e tenros e enxertá-los-ei
lembrais de haverdes lido as pa- onde me agradar; e mesmo que a
lavras do profeta a Zenos à casa de raiz desta árvore morra, poderei
Israel, quando disse: conservar o seu fruto para mim;
2 Ouve, ó casa de Israel, e escuta portanto, tomarei estes ramos no-
as minhas palavras, palavras de vos e tenros e enxertá-los-ei onde
um profeta do Senhor. me agradar.
3 Pois eis que assim diz o Se- 9 Tira os ramos da oliveira brava
nhor: Comparar-te-ei, ó casa de e enxerta-os no a lugar deles; e os
a 
Israel, a uma boa b oliveira que que eu arranquei, lançarei no fogo
um homem cultivou em sua c vi- e queimarei, para que não obs-
nha; e ela cresceu e envelheceu e truam o terreno de minha vinha.
começou a d definhar. 10 E aconteceu que o servo do
4 E aconteceu que o dono da Senhor da vinha agiu de acordo
vinha viu que a sua oliveira com a palavra do Senhor da vinha
17 a Mt. 19:30; GEE Israel. GEE Vinha do Senhor.
D&C 29:30. b Rom. 11:17–24. d GEE Apostasia.
5 1 a GEE Zenos. GEE Oliveira. 7 a Rom. 11:17, 24.
3 a Eze. 36:8. c D&C 101:44. 9 a Rom. 1:13.
JACÓ 5:11–21 144
e enxertou os ramos da oliveira
a 
haviam sido enxertados os ramos
brava. da oliveira brava; e ela havia bro-
11 E o Senhor da vinha fez com tado e começara a dar a frutos. E
que se cavasse ao redor dela e que ele viu que eram bons; e seus fru-
fosse podada e cuidada, dizendo tos eram semelhantes aos frutos
a seu servo: Sentiria perder esta naturais.
árvore; portanto, fiz isto para ver 18 E ele disse ao servo: Eis que
se posso conservar as suas raízes, os ramos da árvore brava absor-
a fim de que não morram e eu as veram a umidade da sua raiz, de
conserve para mim. modo que a sua raiz produziu
12 Portanto, vai; vigia a árvo- muita força; e por causa da gran-
re e cuida dela, segundo minhas de força da raiz, os ramos bravos
palavras. produziram frutos bons. Ora, se
13 E estes ramos a colocarei na não tivéssemos enxertado estes
parte mais baixa de minha vinha, ramos, a árvore teria morrido. E
onde me agradar; a ti não importa; agora, eis que conservarei muitos
e assim faço para poder conservar frutos dos que a árvore produziu;
para mim os ramos naturais da ár- e guardarei os seus frutos para
vore; e também a fim de guardar mim, para a estação.
os frutos para mim, para a esta- 19 E aconteceu que o Senhor da
ção; porque sentiria perder esta vinha disse ao servo: Vem, vamos
árvore e seus frutos. à parte mais baixa da vinha para
14 E aconteceu que o Senhor da ver se os ramos naturais também
vinha foi esconder os ramos na- deram muitos frutos, a fim de que
turais da boa oliveira nas par- eu possa guardá-los para mim,
tes mais baixas da vinha, alguns para a estação.
numa parte, outros noutra, de 20 E aconteceu que foram ao lu-
acordo com o seu prazer e von- gar onde o amo havia escondido
tade. os ramos naturais da árvore e ele
15 E aconteceu que se passou disse ao servo: Vê estes; e ele viu
muito tempo e o Senhor da vinha que o a primeiro dera muitos fru-
disse a seu servo: Vem, vamos à tos e viu também que eram bons.
vinha para trabalhar nela. E disse ao servo: Tira os frutos e
16 E aconteceu que o Senhor da guarda-os para a estação, a fim
vinha e também o servo desceram de que eu os preserve para mim;
à vinha para trabalhar. E aconte- pois eis que, disse ele, eu tenho
ceu que o servo disse a seu amo: cuidado dela todo este tempo e
Olha aqui; vê a árvore. ela produziu muitos frutos.
17 E aconteceu que o Senhor da 21 E aconteceu que o servo disse
vinha olhou e viu a árvore na qual a seu amo: Como vieste plantar
10 a GEE Gentios. 17 a Jo. 15:16.
13 a 1 Né. 10:12. 20 a Jacó 5:39.
145 JACÓ 5:22–32
aqui esta árvore ou este ramo da ramos que não produziram bons
árvore? Pois eis que este era o pe- a 
frutos e lança-os no fogo.
daço mais improdutivo de toda a 27 Mas eis que o servo lhe disse:
terra de tua vinha. Podemo-la e cavemos ao redor
22 E o Senhor da vinha disse-lhe: dela e cuidemos dela um pouco
Não me dês conselhos. Eu sabia mais, para que talvez produza
que era um pedaço de terra im- bons frutos para ti, a fim de que
produtivo; por isso disse-te que possas guardá-los para a estação.
tratei da árvore todo este tempo; 28 E aconteceu que o Senhor da
e vês que produziu muitos frutos. vinha e o servo do Senhor da vi-
23 E aconteceu que o Senhor nha cuidaram de todos os frutos
da vinha disse a seu servo: Olha da vinha.
aqui; vê que também plantei ou- 29 E aconteceu que se passou
tro ramo da árvore; e tu sabes que muito tempo e o Senhor da vi-
este pedaço de terra era mais im- nha disse a seu a servo: Vem, des-
produtivo que o primeiro. Mas çamos à vinha para tornarmos a
olha a árvore. Tratei dela todo este trabalhar na vinha. Pois eis que o
tempo e ela produziu muitos fru- b 
tempo se aproxima e o c fim logo
tos; ajunta-os, portanto, e guarda- virá; portanto, devo guardar fru-
os para a estação, a fim de que eu tos para mim, para a estação.
os preserve para mim. 30 E aconteceu que o Senhor da
24 E aconteceu que o Senhor da vinha e o servo desceram à vinha;
vinha tornou a dizer a seu ser- e foram até a árvore da qual ha-
vo: Olha aqui e vê também um viam tirado os ramos naturais e
outro a ramo que plantei; eis que onde haviam enxertado os ramos
também tratei dele e produziu bravos; e eis que toda a espécie de
frutos. frutos sobrecarregavam a árvore.
25 E disse ao servo: Olha aqui e 31 E aconteceu que o Senhor da
vê o último. Eis que este eu plan- vinha provou dos frutos, cada tipo
tei num pedaço de a terra fértil; e segundo seu número. E o Senhor
cuidei dele durante todo este tem- da vinha disse: Eis que durante
po e somente uma parte da árvore todo este tempo cuidamos desta
produziu frutos bons; e a b outra árvore e guardei para mim muitos
parte da árvore produziu frutos frutos, para a estação.
bravos; eis que eu tratei desta ár- 32 Mas eis que, desta vez, produ-
vore como das outras. ziu muitos frutos e a nenhum deles
26 E aconteceu que o Senhor da é bom. E eis que há toda espé-
vinha disse ao servo: Arranca os cie de frutos maus; e de nada me
24 a Eze. 17:22–24; 26 a Mt. 7:15–20; c 2 Né. 30:10;
Al. 16:17; Al. 5:36; Jacó 6:2.
3 Né. 15:21–24. D&C 97:7. 30 a GEE Apostasia.
25 a 1 Né. 2:20. 29 a D&C 101:55; 103:21. 32 a JS—H 1:19.
b 3 Né. 10:12–13. b GEE Últimos Dias.
JACÓ 5:33–45 146
servem, apesar de todo o nosso às partes mais baixas da vinha. E
trabalho; e agora sentiria perder aconteceu que viram que os frutos
esta árvore. dos ramos naturais também se ha-
33 E o Senhor da vinha disse ao viam corrompido; sim, o a primei-
servo: Que faremos por esta árvo- ro e o segundo e também o último;
re, a fim de novamente guardar e todos se haviam corrompido.
seus frutos bons para mim? 40 E os a frutos bravos do último
34 E o servo disse a seu amo: haviam sobrepujado a parte da
Olha, por teres enxertado ramos árvore que produzira frutos bons,
da oliveira brava, eles nutriram as tanto assim que o ramo havia se-
raízes, de modo que estão vivas e cado e morrido.
não morreram; vês, portanto, que 41 E aconteceu que o Senhor da
ainda estão boas. vinha chorou e disse ao servo:
35 E aconteceu que o Senhor da a 
Que mais poderia ter eu feito
vinha disse a seu servo: De nada pela minha vinha?
me serve a árvore e suas raízes de 42 Eis que eu sabia que todos os
nada me servem enquanto produ- frutos da vinha, exceto estes, se
zir frutos maus. haviam corrompido. E agora estes,
36 Não obstante, sei que suas que produziam bons frutos, tam-
raízes estão boas e, para um pro- bém se corromperam; e agora to-
pósito meu, preservei-as; e por das as árvores de minha vinha não
causa de sua grande força, elas servem para nada, a não ser para
produziram até aqui, dos ramos serem cortadas e lançadas no fogo.
bravos, bons frutos. 43 E eis que esta última, cujo
37 Mas eis que os ramos bravos ramo secou, foi por mim plantada
cresceram e a superaram as raízes num pedaço de a terra fértil; sim,
da árvore; e por haverem os ramos aquele que para mim era melhor
bravos sobrepujado as raízes, ela do que todas as outras partes do
produziu muitos frutos maus; e terreno de minha vinha.
porque produziu muitos frutos 44 E tu viste que também cortei
maus, vês que começou a morrer; o que a obstruía este pedaço de
e logo estará madura, podendo terra, a fim de plantar esta árvore
ser lançada no fogo, a menos que em seu lugar.
façamos algo para preservá-la. 45 E tu viste que uma parte dela
38 E aconteceu que o Senhor da produziu bons frutos e uma parte
vinha disse a seu servo: Desça- dela produziu frutos bravos; e por
mos às partes mais baixas da vi- não ter eu arrancado seus ramos
nha, para ver se os ramos naturais e não os ter lançado no fogo, eis
também produziram frutos maus. que superaram o ramo bom, de
39 E aconteceu que desceram modo que ele secou.
37 a D&C 45:28–30. 40 a Mórm. 6:6–18. 43 a 2 Né. 1:5.
39 a Jacó 5:20, 23, 25. 41 a 2 Né. 26:24. 44 a Ét. 13:20–21.
147 JACÓ 5:46–55
46 E agora eis que, apesar de obstruam o terreno de minha vi-
todo o cuidado que tivemos com nha, porque fiz o que pude. Que
a minha vinha, as suas árvores mais poderia eu ter feito pela mi-
corromperam-se, de modo que nha vinha?
não produzem bons frutos; e estas 50 Mas eis que o servo disse ao
eu tinha esperança de conservar, Senhor da vinha: Poupa-a um
a fim de guardar seus frutos para pouco a mais.
mim, para a estação. Mas eis que 51 E o Senhor disse: Sim, pou-
elas se tornaram como a oliveira pá-la-ei um pouco mais, porque
brava e não servem para coisa al- sentiria perder as árvores de mi-
guma, a não ser para serem a cor- nha vinha.
tadas e lançadas no fogo; e sinto 52 Portanto, tomemos os a ramos
perdê-las. destas que plantei nas partes mais
47 O que mais, porém, pode- baixas da minha vinha e enxerte-
ria eu ter feito na minha vinha? mo-los na árvore da qual proce-
Por acaso deixou minha mão de deram; e arranquemos da árvore
cuidar dela? Não, eu cuidei dela os ramos que dão os frutos mais
e cavei ao seu redor e podei-a e amargos e enxertemos em seu lu-
adubei-a; e a estendi a mão quase gar os ramos naturais da árvore.
todo o dia e o b fim se aproxima. 53 E isso eu farei para que a ár-
E sinto cortar todas as árvores de vore não morra, a fim de, talvez,
minha vinha e lançá-las no fogo, preservar para mim suas raízes,
para que sejam queimadas. Quem para um propósito meu.
é que corrompeu a minha vinha? 54 E eis que as raízes dos ramos
48 E aconteceu que o servo disse naturais da árvore, que plantei
a seu amo: Não será a altura da onde me agradou, ainda estão
tua vinha? Não terão os ramos vivas; portanto, para que eu as
superado as raízes que são boas? preserve também para um pro-
E porque os ramos superaram as pósito meu, tomarei ramos desta
raízes, eis que eles cresceram mais árvore e enxertá-los-ei nelas. Sim,
depressa do que a força das raízes, a 
enxertarei nelas os ramos da ár-
tomando força para si mesmos. vore original, para que também
Eis que, digo eu, não será esta a eu preserve as raízes para mim,
causa de se haverem corrompido a fim de que, quando estiverem
as árvores de tua vinha? bastante fortes, produzam talvez
49 E aconteceu que o Senhor da bons frutos para mim e eu ainda
vinha disse ao servo: Vamos, cor- tenha glória no fruto de minha
temos as árvores da vinha e lan- vinha.
cemo-las no fogo, para que não 55 E aconteceu que eles tiraram
46 a 3 Né. 27:11. b GEE Mundo — Fim do 52 a GEE Israel — Coligação
47 a 2 Né. 28:32; mundo. de Israel.
Jacó 6:4. 50 a Jacó 5:27. 54 a 1 Né. 15:12–16.
JACÓ 5:56–66 148
da árvore natural, que se tornara vinha, a fim de prepararmos o
brava, e enxertaram nas árvores meio pelo qual eu volte a obter o
naturais, que também se haviam fruto natural, fruto natural que é
tornado bravas. bom e mais precioso do que qual-
56 E eles também tiraram das quer outro fruto.
árvores naturais, que se haviam 62 Portanto, vamos trabalhar
tornado bravas, e enxertaram na esta última vez, com todo o afinco,
sua árvore original. pois eis que se aproxima o fim; e
57 E o Senhor da vinha disse ao será esta a última vez que podarei
servo: Não arranques os ramos minha vinha.
bravos das árvores, a não ser os 63 Enxertai os ramos; começai
que são muito amargos; e nelas pelos a últimos, para que sejam os
enxertarás conforme eu disse. primeiros e para que os primeiros
58 E cuidaremos novamente das sejam os últimos; e cavai ao redor
árvores da vinha e podaremos das árvores, tanto velhas como
seus ramos; e arrancaremos das novas, as primeiras e as últimas;
árvores os ramos amadurecidos e as últimas e as primeiras, para
e que devem morrer e lançá-los- que todas voltem a ser tratadas
emos no fogo. pela última vez.
59 E assim faço para que as raí- 64 Portanto, cavai ao redor delas
zes talvez se fortaleçam por causa e podai-as e adubai-as novamen-
de sua boa qualidade e para que, te, pela última vez, porque o fim
trocando os ramos, os bons pos- se aproxima. E se estes últimos
sam sobrepujar os maus. enxertos se desenvolverem e pro-
60 E porque conservei os ramos duzirem o fruto natural, então
naturais e suas raízes e voltei a preparareis o caminho para eles,
enxertar os ramos naturais em a fim de que cresçam.
sua árvore original; e conservei 65 E à medida que começarem a
as raízes da árvore original, para crescer, tirareis os ramos que pro-
que as árvores de minha vinha duzirem frutos amargos, segun-
talvez tornassem a produzir bons do a força e o tamanho dos bons;
a 
frutos; e para que eu voltasse a e não a tirareis os maus todos de
regozijar-me com o fruto de mi- uma vez, para que as raízes não
nha vinha e talvez regozijar-me se tornem fortes demais para o
muito por ter preservado as raízes enxerto e o seu enxerto morra e eu
e os ramos do primeiro fruto — perca as árvores de minha vinha.
61 Vai, pois, e chama a servos, 66 Porque sentiria perder as ár-
para que b trabalhemos diligen- vores de minha vinha; portanto,
temente, com todo o afinco, na tirareis os maus, à medida que os
60 a Isa. 27:6. b D&C 39:11, 13, 17. 65 a D&C 86:6–7.
61 a Jacó 6:2; 63 a 1 Né. 13:42;
D&C 24:19. Ét. 13:10–12.
149 JACÓ 5:67–75
bons forem crescendo, para que obedeceram aos mandamentos
a raiz e a copa tenham a mesma do Senhor da vinha em todas as
força, até que os bons sobrepujem coisas.
os maus e os maus sejam cortados 73 E a vinha voltou a produzir o
e lançados no fogo, para que não fruto natural; e os ramos naturais
obstruam o terreno de minha vi- começaram a crescer e a desen-
nha; e assim varrerei os maus de volver-se muito; e os ramos bra-
minha vinha. vos começaram a ser arrancados
67 E os ramos da árvore natu- e lançados fora; e conservaram
ral tornarei a enxertar na árvore igualdade de força entre a raiz e
natural. a copa das árvores.
68 E os ramos da árvore natural 74 E assim trabalharam com toda
enxertarei nos ramos naturais da a diligência, segundo os manda-
árvore; e assim tornarei a juntá- mentos do Senhor da vinha, até os
los, para que produzam o fruto maus serem lançados para fora da
natural; e eles serão um. vinha e o Senhor ter preservado
69 E os maus serão a atirados para si as árvores que se haviam
fora, sim, fora de toda a terra de tornado novamente fruto natural;
minha vinha; pois eis que somente e tornaram-se como a um corpo e
esta vez podarei a minha vinha. os frutos eram iguais; e o Senhor
70 E aconteceu que o Senhor da da vinha conservara para si o fru-
vinha enviou seu a servo; e o servo to natural, que lhe fora muito pre-
fez como lhe ordenara o Senhor cioso desde o começo.
e trouxe outros servos; e eram 75 E aconteceu que quando o
b 
poucos. Senhor da vinha viu que seu fru-
71 E o Senhor da vinha disse- to era bom e que sua vinha não
lhes: Ide a trabalhar na vinha com estava mais corrompida, chamou
todo o afinco, pois eis que esta é seus servos e disse-lhes: Eis que
a b última vez que trato de minha pela última vez cuidamos de mi-
vinha; porque o fim está próximo nha vinha e vedes que procedi
e o tempo rapidamente se aproxi- de acordo com a minha vontade;
ma; e se trabalhardes comigo, com e conservei o fruto natural, que é
afinco, tereis c alegria no fruto que bom, assim como o era no prin-
guardarei para mim, para o tempo cípio. E a benditos sois vós; pois
que logo virá. por terdes sido diligentes ao tra-
72 E aconteceu que os servos balhar comigo na minha vinha
foram e trabalharam com todo e por terdes guardado os meus
o afinco; e o Senhor da vinha mandamentos e tornado a trazer-
também trabalhou com eles; e me o b fruto natural, de modo que
69 a 1 Né. 22:15–17, 23; 71 a Mt. 21:28; c D&C 18:10–16.
2 Né. 30:9–10. Jacó 6:2–3; 74 a D&C 38:27.
70 a D&C 101:55; 103:21. D&C 33:3–4. 75 a 1 Né. 13:37.
b 1 Né. 14:12. b D&C 39:17; 43:28–30. b GEE Israel.
JACÓ 5:76–6:5 150
não está mais corrompida a minha profecia — que as coisas que esse
vinha e o mau foi lançado fora, eis profeta a Zenos disse referentes à
que vos regozijareis comigo por casa de Israel, comparando-a a
causa do fruto de minha vinha. uma oliveira boa, seguramente
76 Pois eis que por um a longo acontecerão.
tempo guardarei para mim o fru- 2 E o dia em que o Senhor tor-
to de minha vinha, para a estação nar a estender a mão pela segun-
que se aproxima rapidamente; e da vez para a recuperar seu povo,
pela última vez cuidei de minha será o dia, sim, a última vez em
vinha e podei-a e cavei ao redor que os b servos do Senhor irão,
dela e adubei-a; portanto, guar- com o seu c poder, d cuidar de sua
darei de seu fruto para mim por e 
vinha e podá-la; e, depois disso,
muito tempo, de acordo com o logo virá o f fim.
que eu disse. 3 E quão abençoados são os que
77 E quando chegar o tempo em trabalharam diligentemente na
que frutos maus tornarem a apa- sua vinha! E quão amaldiçoados
recer em minha vinha, então fa- os que forem lançados fora, para
rei reunir os bons e os maus; e o seu próprio lugar! E o mundo
os bons guardarei para mim e os será a queimado com fogo.
maus lançarei no seu próprio lu- 4 E quão misericordioso é nos-
gar. E então virá o a tempo e o fim; so Deus para conosco, porque se
e farei com que minha vinha seja lembra da casa de a Israel, tanto
b 
queimada com fogo. das raízes como dos ramos; e es-
tende-lhes as b mãos o dia inteiro;
CAPÍTULO 6 e eles são um povo c obstinado e
contestador; mas todos os que não
O Senhor recuperará Israel nos últi-
endurecerem o coração serão sal-
mos dias — O mundo será queima-
vos no reino de Deus.
do com fogo — Os homens devem
5  Portanto, meus amados ir-
seguir a Cristo para evitar o lago de
mãos, eu vos suplico, com pala-
fogo e enxofre. Aproximadamente
vras solenes, que vos arrependais
544–421 a.C.
e que vos a apegueis a Deus de
E agora eis que, meus ir- todo o coração, como ele se ape-
mãos, como vos disse que pro- ga a vós. E enquanto seu b braço
fetizaria, eis que esta é a minha de misericórdia estiver estendido
76 a 1 Né. 22:24–26. D&C 110:11. Jacó 5:77;
GEE Milênio. GEE Restauração do 3 Né. 25:1.
77 a Apoc. 20:2–10; Evangelho. 4 a 2 Sam. 7:24.
D&C 29:22–24; 43:29– b Jacó 5:61. b Jacó 5:47.
33; 88:110–116. c 1 Né. 14:14. c Mos. 13:29.
b GEE Mundo — Fim do d Jacó 5:71. 5 a GEE Unidade.
mundo. e GEE Vinha do Senhor. b Al. 5:33–34;
6 1 a Jacó 5:1. f 2 Né. 30:10. 3 Né. 9:14.
2 a 1 Né. 22:10–12; 3 a 2 Né. 27:2;
151 JACÓ 6:6–7:3
para vós, à luz do dia, não endu- estreita; e continuai no caminho
reçais o coração. apertado até obterdes a vida eter-
6 Sim, hoje, se quiserdes ouvir a na.
sua voz, não endureçais o coração; 12 Oh! Sede a sábios! Que mais
pois, por que desejais a morrer? poderei dizer?
7 Pois eis que após haverdes sido 13 Por fim, despeço-me de vós
nutridos pela boa palavra de Deus até encontrar-me convosco dian-
o dia inteiro, produzireis maus te do agradável tribunal de Deus,
frutos para serdes a cortados e lan- tribunal que causa aos iníquos
çados no fogo? a 
terrível espanto e medo. Amém.
8 Eis que rejeitareis estas pala-
vras? Rejeitareis as palavras dos CAPÍTULO 7
profetas? E rejeitareis todas as
Serém nega a Cristo, contende com
palavras que foram ditas sobre
Jacó, exige um sinal e é ferido por
Cristo, depois de tantos haverem
Deus — Todos os profetas falaram
falado sobre ele? E negareis a boa
sobre Cristo e Sua Expiação — Os
palavra de Cristo e o poder de
nefitas viveram seus dias como erran-
Deus e o a dom do Espírito San-
tes, nascidos em meio a tribulações e
to? E sufocareis o Santo Espírito
odiados pelos lamanitas. Aproxima-
e desdenhareis o grande plano
damente 544–421 a.C.
de redenção que foi preparado
para vós? E então aconteceu que, passa-
9 Não sabeis que, se fizerdes es- dos alguns anos, apareceu entre
tas coisas, o poder da redenção e o povo de Néfi um homem cujo
da ressurreição, que está em Cris- nome era Serém.
to, vos levará, com vergonha e ter- 2 E aconteceu que ele começou
rível a culpa, ao b tribunal de Deus? a pregar ao povo e a declarar-lhes
10 E segundo o poder da a jus- que não haveria Cristo algum. E
tiça, pois a justiça não pode ser pregou muitas coisas que eram
negada, tereis que ir para o b lago lisonjeiras para o povo; e isto fez
de fogo e enxofre, cujas chamas a fim de destruir a doutrina de
são inextinguíveis e cuja fumaça Cristo.
ascende para todo o sempre; e o 3 E trabalhou diligentemente
lago de fogo e enxofre é c tormen- para desviar o coração do povo,
to sem d fim. tanto que conseguiu desviar
11 Ó, meus amados irmãos, ar- muitos corações; e sabendo que
rependei-vos e entrai pela a porta eu, Jacó, tinha fé no Cristo que
6 a Eze. 18:21–23. GEE Culpa. Condenar.
7 a Al. 5:51–52; b GEE Juízo Final. d D&C 19:10–12.
3 Né. 27:11–12. 10 a GEE Justiça. 11 a 2 Né. 9:41.
8 a GEE Dom do Espírito b 2 Né. 28:23. 12 a Mórm. 9:28.
Santo. GEE Inferno. 13 a Al. 40:14.
9 a Mos. 15:26. c GEE Condenação,
JACÓ 7:4–14 152
haveria de vir, procurou muito blasfêmia; pois nenhum homem
uma oportunidade para encon- sabe de tais coisas, porque b não
trar-se comigo. pode falar de coisas futuras. E
4 E ele era instruído, de modo desta maneira Serém contendia
que tinha perfeito conhecimento comigo.
da língua do povo; podia, portan- 8 Mas eis que o Senhor Deus me
to, usar de muita lisonja e muita derramou na alma o seu a Espírito,
eloquência, de acordo com o po- de maneira que eu o confundi em
der do diabo. todas as suas palavras.
5 E tinha esperança de afastar- 9 E disse-lhe: Negas o Cristo que
me da fé, não obstante as muitas virá? E ele disse: Se houvesse um
a 
revelações e o muito que eu vira Cristo, eu não o negaria; sei, po-
com referência a estas coisas; por- rém, que não existe Cristo algum,
que eu verdadeiramente vira an- nem existiu, nem existirá.
jos e recebera o seu ministério. E 10 E disse-lhe eu: Crês nas escri-
também ouvira a voz do Senhor, turas? E ele disse: Sim.
verdadeiramente me falando de 11 E eu disse: Então não as en-
tempos em tempos; portanto, eu tendes, porque elas verdadeira-
não podia ser abalado. mente testificam de Cristo. Eis que
6 E aconteceu que ele veio a mim te digo que nenhum dos profetas
e desta maneira falou-me, dizen- escreveu nem a profetizou sem ter
do: Irmão Jacó, procurei muito falado sobre esse Cristo.
esta oportunidade de falar-te, por- 12 E isto não é tudo — foi-me
que ouvi e também sei que tens manifestado, porque eu vi e ouvi;
andado muito, pregando o que e foi-me também manifestado
chamas de evangelho, ou seja, a pelo a poder do Espírito Santo;
doutrina de Cristo. sei, portanto, que, se não houver
7 E tu tens desviado muitos des- expiação, toda a humanidade cer-
te povo, de maneira que perver- tamente se b perderá.
tem o caminho correto de Deus e 13 E aconteceu que ele me dis-
a 
não guardam a lei de Moisés, que se: Mostra-me um a sinal, por esse
é o caminho correto; e convertes poder do Espírito Santo mediante
a lei de Moisés na adoração de o qual sabes tanto.
um ser que dizes que virá daqui 14 E eu disse-lhe: Quem sou eu
a muitos séculos. E agora eis que para tentar a Deus, a fim de mos-
eu, Serém, declaro-te que isso é trar-te um sinal do que tu sabes
7 5 a 2 Né. 11:3; 1 Né. 10:5; Espírito Santo.
Jacó 2:11. Jacó 4:4; b 2 Né. 2:21.
7 a Jacó 4:5. Mos. 13:33–35; 13 a Mt. 16:1–4;
b Al. 30:13. D&C 20:26. Al. 30:43–60.
8 a GEE Inspiração, GEE Jesus Cristo. GEE Sinal.
Inspirar. 12 a GEE Espírito Santo;
11 a Apoc. 19:10; Trindade — Deus, o
153 JACÓ 7:15–25
ser verdade? Não obstante, tu
a 
muito medo de que a minha si-
negá-lo-ás, porque és do b diabo. tuação seja b terrível; mas a Deus
Contudo, não seja feita a minha confesso-me.
vontade; mas se Deus te ferir, que 20 E aconteceu que após ter dito
seja esse um sinal para ti de que estas palavras, nada mais pôde
ele tem poder tanto nos céus como dizer e a entregou o espírito.
na Terra; e também de que Cristo 21 E a multidão, tendo testemu-
virá. E seja feita a tua vontade, ó nhado que ele dissera estas coisas
Senhor, e não a minha. quando estava prestes a entregar o
15 E aconteceu que quando eu, espírito, ficou muito assombrada;
Jacó, disse estas palavras, o po- tanto que o poder de Deus desceu
der do Senhor desceu sobre ele, sobre eles e foram a dominados, de
de modo que ele caiu por terra. E modo que caíram por terra.
aconteceu que foi alimentado pelo 22  Ora, isso agradou a mim,
espaço de muitos dias. Jacó, pois havia-o pedido a meu
16 E aconteceu que ele disse ao Pai, que estava no céu; ele ouvira,
povo: Reuni-vos amanhã, porque pois, o meu clamor e respondera
vou morrer; portanto, desejo falar a minha oração.
ao povo antes de morrer. 23 E aconteceu que a paz e o
17 E aconteceu que no dia se- amor de Deus foram mais uma
guinte a multidão se reuniu; e vez restaurados entre o povo; e
ele falou-lhes claramente, negou eles a examinaram as escrituras e
as coisas que havia ensinado e não mais deram ouvidos às pala-
confessou o Cristo e o poder do vras desse homem iníquo.
Espírito Santo e o ministério de 24 E aconteceu que muitos meios
anjos. foram imaginados para a regenerar
18 E disse-lhes claramente que os lamanitas e reconduzi-los ao
havia sido a enganado pelo poder conhecimento da verdade; mas
do b diabo. E falou do inferno e da tudo foi em b vão, pois eles de-
eternidade e do castigo eterno. leitavam-se em c guerras e d der-
19 E disse: Temo haver cometi- ramamento de sangue e tinham
do o a pecado imperdoável, por- um e ódio eterno contra nós, seus
que menti a Deus; pois neguei irmãos. E procuravam continua-
o Cristo e disse que acreditava mente destruir-nos com o poder
nas escrituras; e elas verdadeira- de suas armas.
mente testificam dele. E por ha- 25 Portanto, o povo de Néfi se
ver assim mentido a Deus, tenho fortaleceu contra eles, com suas
14 a Al. 30:41–42. 19 a GEE Pecado 24 a En. 1:20.
b Al. 30:53. Imperdoável. b En. 1:14.
18 a Al. 30:53. b Mos. 15:26. c Mos. 10:11–18.
GEE Enganar, Engano, 20 a Jer. 28:15–17. d Jar. 1:6; Al. 26:23–25.
Fraude. 21 a Al. 19:6. e 2 Né. 5:1–3;
b GEE Diabo. 23 a Al. 17:2. Mos. 28:2.
JACÓ 7:26–ENOS 1:4 154
armas e com todo o seu poder, nascido em meio a tribulações
confiando no Deus e a rocha de sua num deserto e odiado por nossos
salvação; portanto, se tornaram, irmãos, o que causou guerras e
até aquele momento, vencedores contendas; assim, lamentamo-nos
de seus inimigos. até o fim de nossos dias.
26 E aconteceu que eu, Jacó, co- 27 E eu, Jacó, vi que logo deveria
mecei a envelhecer; e como o re- baixar à sepultura; portanto, dis-
gistro deste povo está sendo es- se ao meu filho a Enos: Toma estas
crito nas a outras placas de Néfi, placas. E transmiti-lhe as coisas
termino, portanto, este registro, que meu irmão Néfi me b ordena-
declarando que escrevi segundo ra; e Enos prometeu obediência
o melhor do meu conhecimento, às ordens. E termino meu registro
dizendo que o tempo passou para nestas placas, tendo escrito pouco;
nós e nossa b vida também passou e despeço-me do leitor, esperan-
como se fosse um sonho, sendo do que muitos de meus irmãos
nós um povo solitário e solene, possam ler as minhas palavras.
errante, expulso de Jerusalém, Irmãos, adeus.

LIVRO DE ENOS
Enos ora fervorosamente e obtém a preceitos e na admoestação do
d 

remissão de seus pecados — A voz do Senhor — e bendito seja o nome


Senhor vem-lhe à mente, prometendo de meu Deus por isso —
salvação para os lamanitas num dia 2 E relatar-vos-ei a a luta que tra-
futuro — Os nefitas procuram regene- vei perante Deus antes de receber
rar os lamanitas — Enos regozija-se a b remissão de meus pecados.
em seu Redentor. Aproximadamente 3 Eis que saí para caçar animais
420 a.C. nas florestas; e as palavras que
frequentemente ouvira de meu

E IS que aconteceu que eu, a Enos,


sabia que meu b pai era um
homem justo — pois c instruiu-
pai sobre a vida eterna e a a ale-
gria dos santos b penetraram-me
profundamente o coração.
me em seu idioma e também nos 4 E minha alma ficou a faminta; e
25 a GEE Rocha. [Enos] GEE Arrepender-se,
26 a 1 Né. 19:1–6; 1 1 a GEE Enos, Filho de Arrependimento.
Jar. 1:14–15. Jacó. b GEE Remissão de
GEE Placas. b 2 Né. 2:2–4. Pecados.
b Tg. 4:14. c 1 Né. 1:1–2. 3 a GEE Alegria.
27 a En. 1:1. d Ef. 6:4. b 1 Né. 10:17–19;
b Jacó 1:1–4. 2 a Gên. 32:24–32; Al. 36:17–21.
Al. 8:10. 4 a 2 Né. 9:51; 3 Né. 12:6.
155 ENOS 1:5–14
ajoelhei-me ante o meu Criador e
b 
senão por causa de iniquidade;
clamei-lhe, em fervorosa c oração e portanto, visitarei teus irmãos,
súplica, por minha própria alma; conforme disse; e suas transgres-
e clamei o dia inteiro; sim, e de- sões, com pesar, farei recair sobre
pois de ter anoitecido, continuei suas cabeças.
a elevar a minha voz até que ela 11 E depois que eu, Enos, ouvi
chegou aos céus. estas palavras, minha fé no Se-
5  E ouvi uma a voz, dizendo: nhor começou a tornar-se ina-
Enos, perdoados são os teus pe- balável; e roguei-lhe com muito
cados e tu serás abençoado. empenho por meus irmãos, os
6 E eu, Enos, sabia que Deus não lamanitas.
podia mentir; portanto, a minha 12 E aconteceu que após ter a ora-
culpa foi apagada. do e me empenhado com toda a
7 E eu disse: Senhor, como isso diligência, o Senhor disse-me: Por
aconteceu? causa de tua fé conceder-te-ei de
8 E ele respondeu-me: Por cau- acordo com teus b desejos.
sa da tua a fé em Cristo, a quem 13 E então, eis que isto era o que
nunca ouviste nem viste antes. E eu desejava dele — que se acaso
muitos anos hão de passar antes o meu povo, o povo nefita, caís-
que ele se manifeste na carne; por- se em transgressão e de algum
tanto, vai, tua fé te b salvou. modo fosse a destruído e os lama-
9 Ora, aconteceu que após ter nitas não fossem destruídos, que
ouvido estas palavras, comecei o Senhor Deus b preservasse um
a a desejar o bem-estar de meus registro de meu povo, os nefi-
irmãos, os nefitas; portanto, b im- tas; mesmo que fosse pelo poder
plorei a Deus por eles com toda de seu santo braço, que ele pu-
a minha alma. desse ser c revelado aos lamanitas
10 E enquanto estava assim lu- em alguma época futura, para
tando no espírito, eis que a voz que talvez fossem d conduzidos à
do Senhor me veio outra vez à salvação —
a 
mente, dizendo: Visitarei teus 14 Pois até agora nossos esforços
irmãos segundo a sua diligência para levá-los de volta à verdadei-
em guardar meus mandamen- ra fé têm sido a vãos. E juraram
tos. b Dei-lhes esta terra e é uma em sua ira que, se fosse possí-
terra santa; e c não a amaldiçoarei vel, b destruiriam nossos registros
4 b GEE Reverência. Pal. Mórm. 1:8; 1 Né. 7:12; Hel. 10:5.
c GEE Oração. Al. 34:26–27. 13 a Mórm. 6:1, 6.
5 a GEE Revelação. 10 a GEE Inspiração, b Pal. Mórm. 1:6–11;
8 a Ét. 3:12–13. Inspirar; Al. 37:2.
GEE Fé. Mente. c Al. 37:19; Ét. 12:22;
b Mt. 9:22. b 1 Né. 2:20. D&C 3:18.
9 a 1 Né. 8:12; c Ét. 2:7–12. d Al. 9:17.
Al. 36:24. 12 a Mórm. 5:21; 9:36. 14 a Jacó 7:24.
b 2 Né. 33:3; b Salm. 37:4; b Mórm. 6:6.
ENOS 1:15–23 156
juntamente conosco; e também um povo sanguinário, cheio de
b 

todas as tradições de nossos pais. c 


idolatria e imundície, alimen-
15 Portanto, sabendo eu que o tando-se de animais predadores,
Senhor Deus podia a conservar habitando em tendas e vagando
nossos registros, a ele clamei con- pelo deserto, com uma curta fai-
tinuamente, porque me dissera: xa de pele ao redor dos lombos
Tudo quanto pedires com fé, acre- e a cabeça rapada; sua habilida-
ditando que receberás em nome de consistia no manejo do d arco
de Cristo, tu receberás. e da cimitarra e do machado. E
16 E eu tinha fé e roguei ao Se- muitos deles não comiam senão
nhor que a preservasse os b regis- carne crua; e procuravam conti-
tros; e ele fez convênio comigo nuamente destruir-nos.
de que os c revelaria aos lamanitas 21 E aconteceu que o povo de
em seu próprio e devido tempo. Néfi cultivou a terra e a produziu
17 E eu, Enos, estava certo de toda espécie de grãos e de frutas;
que aconteceria de acordo com criou rebanhos de reses e reba-
o convênio que ele fizera; minha nhos de todo tipo de gado de toda
alma, portanto, ficou tranquila. espécie; e cabras e cabras monte-
18 E disse-me o Senhor: Teus ses e também muitos cavalos.
pais também me fizeram o mes- 22 E houve muitíssimos a profe-
mo pedido; e ser-lhes-á feito de tas entre nós e o povo era b obsti-
acordo com sua fé, pois sua fé era nado e duro de compreensão.
igual a tua. 23 E nada havia, exceto muitos
19 E aconteceu que eu, Enos, an- a 
dissabores, b pregações e profecias
dei no meio do povo de Néfi, pro- de guerras; e contendas e des-
fetizando as coisas que estavam truições que continuamente os
por acontecer e testemunhando c 
faziam lembrar da morte e da
as coisas que havia ouvido e visto. duração da eternidade e dos jul-
20 E testifico que o povo de Néfi gamentos e poder de Deus e todas
procurou diligentemente recon- estas coisas — levando-os a man-
duzir os lamanitas à verdadeira terem-se d continuamente no temor
fé em Deus. Nossos a esforços, po- do Senhor. E digo que nada, salvo
rém, foram vãos; seu ódio era im- estas coisas e grande franqueza no
placável e eles eram guiados por falar, evitaria que se precipitas-
sua natureza iníqua, de modo que sem rapidamente na destruição.
se tornaram selvagens e ferozes e E assim escrevo a respeito deles.
15 a GEE Escrituras — As 20 a Morô. 9:6. b Jar. 1:3.
escrituras devem ser b Jar. 1:6. 23 a 1 Né. 16:2;
preservadas. c Mos. 9:12. 2 Né. 33:5.
16 a 3 Né. 5:13–15; GEE Idolatria. b GEE Pregar.
D&C 3:19–20; 10:46–50. d Mos. 10:8. c Hel. 12:3.
b GEE Livro de Mórmon. 21 a Mos. 9:9. d Jar. 1:12;
c 2 Né. 27:6. 22 a Pal. Mórm. 1:16–18. Al. 31:5.
157 ENOS 1:24–JAROM 1:3
24 E presenciei guerras entre os durante todos os meus dias e nis-
nefitas e lamanitas no curso de so me tenho regozijado mais do
meus dias. que nas coisas do mundo.
25 E aconteceu que comecei a 27 E logo irei para o lugar de
envelhecer; e haviam decorrido meu a descanso, que é com meu
cento e setenta e nove anos da Redentor, pois sei que nele des-
época em que nosso pai, Leí, a dei- cansarei. E regozijo-me no dia em
xara Jerusalém. que meu b corpo mortal revestir-se
26 E vi que logo deveria descer de c imortalidade e apresentar-se
à sepultura, tendo sido inspira- diante dele; então verei a sua face
do pelo poder de Deus a pregar com prazer e ele me dirá: Vem a
e profetizar a este povo e decla- mim, ó bendito; há um lugar pre-
rar a palavra segundo a verdade parado para ti nas d mansões de
que está em Cristo. E declarei-a meu Pai. Amém.

LIVRO DE JAROM
Os nefitas cumprem a lei de Moisés, pouco; não escreverei, porém, a
aguardam a vinda de Cristo e pros- respeito de minhas profecias nem
peram na terra — Muitos profetas de minhas revelações. Pois, o que
esforçam-se por manter o povo no mais poderia eu escrever, além do
caminho da verdade. Aproximada- que meus pais escreveram? Não
mente 399–361 a.C. revelaram eles o plano de salva-
ção? Eu digo-vos que sim; e isto

A GORA eis que eu, Jarom,


 escrevo algumas palavras se-
gundo o mandamento de meu pai,
me basta.
3 Eis que é necessário que muito
se faça entre os deste povo, por
Enos, para que nossa a genealogia causa da dureza de seu coração
seja conservada. e da surdez de seus ouvidos e da
2 E como a estas placas são b pe- cegueira de sua mente e de sua
quenas e estas coisas são c escritas a 
obstinação; não obstante, Deus
com o fim de beneficiar nossos é sumamente misericordioso para
irmãos, os d lamanitas, necessário com eles e ainda não os b varreu da
é, portanto, que eu escreva um face da terra.
25 a 1 Né. 2:2–4. d Jo. 14:2–3; b 1 Né. 6.
27 a GEE Descansar, Ét. 12:32–34; c GEE Escrituras — Valor
Descanso. D&C 72:4; 98:18. das escrituras.
b GEE Mortal, d 2 Né. 27:6;
Mortalidade. [Jarom] Mórm. 5:12.
c GEE Imortal, 1 1 a 1 Né. 3:12; 5:14. 3 a En. 1:22–23.
Imortalidade. 2 a Jacó 3:14; Ômni 1:1. b Ét. 2:8–10.
JAROM 1:4–11 158
4 E há muitos de nós que rece- face da terra e tornamo-nos imen-
bem muitas a revelações, porque samente ricos em ouro e em prata
nem todos são obstinados. E todos e em coisas preciosas; e em exce-
os que não são obstinados e têm lentes trabalhos de madeira, em
fé b comungam com o Santo Espí- edifícios e em maquinaria; e tam-
rito, que se manifesta aos filhos bém em ferro e cobre e bronze e
dos homens de acordo com sua fé. aço, fazendo todo tipo de ferra-
5 E então, eis que duzentos anos mentas de toda espécie para cul-
se haviam passado e o povo de tivar o solo; e a armas de guerra —
Néfi tornara-se forte na terra. Es- sim, a flecha pontiaguda e a aljava
forçavam-se por a guardar a lei e o dardo e a lança e todos os pre-
de Moisés e santificar o b sábado parativos para a guerra.
do Senhor. E não eram c profanos 9 E estando assim preparados
nem d blasfemavam. E as leis da para enfrentar os lamanitas, eles
terra eram extremamente severas. não prevaleceram contra nós.
6 E estavam espalhados sobre Confirmou-se, porém, a palavra
grande parte da face da terra, do Senhor, dita aos nossos pais: Se
assim como os lamanitas. Estes guardardes meus mandamentos,
eram muito mais numerosos que prosperareis na terra.
os nefitas; e deleitavam-se em a ho- 10 E aconteceu que os profetas
micídios e bebiam o sangue de do Senhor advertiram o povo
animais. de Néfi, conforme a palavra de
7 E aconteceu que eles vieram Deus, de que, se não guardassem
muitas vezes contra nós, os ne- os mandamentos, mas caíssem em
fitas, para combater-nos. Nossos transgressão, seriam a eliminados
a 
reis e nossos chefes, porém, eram da face da terra.
homens poderosos na fé do Se- 11 Portanto, os profetas e os sa-
nhor; e ensinavam ao povo os ca- cerdotes e os mestres trabalharam
minhos do Senhor; portanto, resis- com afã, exortando pacientemen-
timos aos lamanitas e varremo-los te o povo à diligência; ensinando
de b nossas terras; e começamos a a a lei de Moisés e o motivo pelo
fortificar nossas cidades ou quais- qual foi dada; persuadindo o povo
quer que fossem os lugares de a b esperar pelo Messias e a crer na
nossa herança. sua vinda, c como se ele já tivesse
8 E multiplicamo-nos considera- vindo. E desta maneira ensinaram
velmente e espalhamo-nos sobre a o povo.
4 a Al. 26:22; Hel. 11:23; (Dia de Descanso). 10 a 1 Né. 12:19–20;
D&C 107:18–19. c GEE Profanidade. Ômni 1:5.
GEE Revelação. d GEE Blasfemar, 11 a Jacó 4:5;
b GEE Espírito Santo. Blasfêmia. Al. 25:15–16.
5 a 2 Né. 25:24; 6 a Jacó 7:24; En. 1:20. b 2 Né. 11:4;
Al. 34:13–14. 7 a Jacó 1:9, 11, 15. Ét. 12:18–19.
b Êx. 35:2. b Pal. Mórm. 1:14. c 2 Né. 25:24–27;
GEE Dia do Sábado 8 a Mos. 10:8. Mos. 3:13; 16:6.
159 JAROM 1:12–ÔMNI 1:3
12 E aconteceu que, procedendo Eis, porém, meus irmãos, que po-
assim, evitaram que fossem a eli- deis recorrer às a outras placas de
minados da face da terra; porque Néfi; porque eis que nelas estão
lhes b tocaram o coração com a gravados os registros de nossas
palavra, exortando-os continua- guerras, segundo os escritos dos
mente ao arrependimento. reis, ou os que eles fizeram com
13 E aconteceu que se haviam que se escrevesse.
passado duzentos e trinta e oito 15 E entrego estas placas nas
anos — com guerras e contendas mãos de meu filho Ômni, para
e dissensões durante grande parte que se encarregue delas confor-
do tempo. me os a mandamentos de meus
14 E eu, Jarom, não escrevo mais, pais.
porque as placas são pequenas.

LIVRO DE ÔMNI
Ômni, Amaron, Quêmis, Abinadom vida lutei muito com a espada
e Amaléqui, cada um, por sua vez, para impedir que meu povo, o
escreve os registros — Mosias desco- povo nefita, caísse nas mãos de
bre o povo de Zaraenla, que viera de seus inimigos, os lamanitas. Mas
Jerusalém nos dias de Zedequias — eis que eu próprio sou um homem
Mosias é proclamado rei — Os mu- iníquo e não guardei os estatutos e
lequitas haviam descoberto Coriân- os mandamentos do Senhor, como
tumr, o último dos jareditas — O rei deveria ter feito.
Benjamim sucede a Mosias — Os ho- 3 E aconteceu que se haviam
mens devem oferecer sua alma como passado duzentos e setenta e seis
dádiva a Cristo. Aproximadamente anos e tivemos muitas épocas de
323–130 a.C. paz; e tivemos muitas épocas de
guerras sérias e derramamento de

E IS que aconteceu que eu,


Ômni, sendo ordenado por
meu pai, Jarom, a escrever algo
sangue. Sim, em resumo, haviam-
se passado duzentos e oitenta e
dois anos; e eu havia guardado
nestas placas, a fim de conservar estas placas segundo os a manda-
a nossa genealogia — mentos de meus pais; e confiei-
2 Desejei, portanto, que soubés- as a meu filho Amaron. E aqui
seis que durante o curso de minha termino.
12 a Ét. 2:10. 15 a Jacó 1:1–4. 1 3 a Jacó 1:1–4;
b Al. 31:5. Jar. 1:15.
14 a 1 Né. 9:2–4. [Ômni]
ÔMNI 1:4–14 160
4 E agora eu, Amaron, as poucas minha própria espada, tirei a vida
coisas que escrevo, faço-o no livro de muitos dos lamanitas, em de-
de meu pai. fesa de meus irmãos.
5 E aconteceu que trezentos e 11 E eis que o registro deste povo
vinte anos se haviam passado e a está gravado em placas, guarda-
parte mais iníqua dos nefitas ha- das pelos reis de geração em ge-
via sido a destruída. ração; e não conheço revelação
6 Porque o Senhor não permiti- alguma ou profecia que não tenha
ria, depois de havê-los tirado da sido escrita; portanto, aquilo que
terra de Jerusalém e de havê-los é requerido está escrito. E com
guardado e impedido que caíssem isto, concluo.
nas mãos de seus inimigos, sim, 12 Eis que eu sou Amaléqui, filho
não permitiria que deixassem de de Abinadom. Eis que vos direi
ser confirmadas as palavras que algo sobre Mosias, que foi pro-
falara a nossos pais, quando dis- clamado rei da terra de Zaraenla;
se: Se não guardardes os meus pois eis que, tendo ele sido avi-
mandamentos, não prosperareis sado pelo Senhor de que deve-
na terra. ria fugir da terra de a Néfi para o
7 Portanto, o Senhor visitou-os deserto, b levando consigo todos
com grande julgamento; não obs- os que quisessem ouvir a voz do
tante, preservou os justos e livrou- Senhor —
os das mãos de seus inimigos, 13 Aconteceu que ele fez como
para que não perecessem. o Senhor lhe havia ordenado. E
8 E aconteceu que entreguei as todos os que deram ouvidos à
placas a meu irmão Quêmis. voz do Senhor partiram da terra
9 Agora eu, Quêmis, o pouco que para o deserto; e foram guiados
escrevo faço-o no mesmo livro que por muitas prédicas e profecias.
meu irmão; pois eis que vi as últi- E foram continuamente admoes-
mas coisas que ele escreveu, o que tados pela palavra de Deus; e fo-
fez de seu próprio punho; e ele ram conduzidos pelo poder de
escreveu-as no dia em que me en- seu braço através do deserto, até
tregou as placas. E desta maneira descerem à terra que é chamada
escrevemos os registros, conforme terra de Zaraenla.
nos foi ordenado por nossos pais. 14 E eles descobriram um povo
E assim termino. que era chamado povo de Zaraen-
10 Eis que eu, Abinadom, sou la. E o povo de a Zaraenla regozi-
filho de Quêmis. E aconteceu que jou-se grandemente; e também Za-
eu presenciei muitas guerras e raenla se regozijou grandemente,
contendas entre meu povo, os ne- porque o Senhor enviara o povo
fitas, e os lamanitas; e eu, com de Mosias com as b placas de latão
5 a Jar. 1:9–10. b Jacó 3:4. b 1 Né. 3:3, 19–20;
12 a 2 Né. 5:6–9. 14 a GEE Zaraenla. 5:10–22.
161 ÔMNI 1:15–25
que continham os registros dos grande pedra com gravações; e
judeus. ele a interpretou as gravações pelo
15 E aconteceu que Mosias des- dom e poder de Deus.
cobriu que o a povo de Zaraenla 21 E relatavam a história de um
saíra de Jerusalém na época em certo a Coriântumr e a matança de
que b Zedequias, rei de Judá, fora seu povo. E Coriântumr fora des-
levado cativo para a Babilônia. coberto pelo povo de Zaraenla; e
16 E eles viajaram pelo deserto habitara com eles pelo espaço de
e foram guiados pela mão do Se- nove luas.
nhor, através das grandes águas, 22 Continham também algumas
à terra onde Mosias os encontrou; palavras a respeito de seus pais.
e ali viveram desde aquele tempo. E seus primeiros pais tinham vin-
17 E na ocasião em que Mosias do da a torre, na ocasião em que o
os encontrou, haviam-se tornado Senhor b confundira a língua do
numerosos em extremo. Não obs- povo; e a severidade do Senhor
tante, haviam tido muitas guerras caíra sobre eles, de acordo com
e sérias contendas e, de tempos seus juízos, que são justos; e seus
em tempos, haviam caído pela c 
ossos estão espalhados na terra
espada. E seu idioma corrompe- do norte.
ra-se; e nenhum a registro tinham 23 Eis que eu, Amaléqui, nasci
trazido consigo; e negavam a exis- nos dias de Mosias; e vivi para
tência de seu Criador; e nem Mo- ver a sua morte; e a Benjamim, seu
sias nem seu povo podiam enten- filho, reina em seu lugar.
dê-los. 24 E eis que presenciei, nos dias
18 Mas aconteceu que Mosias do rei Benjamim, uma séria guer-
fez com que seu idioma lhes fosse ra e muito derramamento de san-
ensinado. E aconteceu que depois gue entre nefitas e lamanitas. Mas
de haverem aprendido o idioma eis que os nefitas obtiveram uma
de Mosias, Zaraenla apresentou a grande vantagem sobre os lama-
genealogia de seus pais segundo nitas; sim, de sorte que o rei Ben-
sua memória; e ela foi escrita, mas jamim os expulsou da terra de
não nestas placas. Zaraenla.
19 E aconteceu que o povo de 25 E aconteceu que comecei a
Zaraenla e o de Mosias se a uniram envelhecer; e não tendo descen-
e b Mosias foi proclamado seu rei. dentes e sabendo ser o rei a Benja-
20 E aconteceu que, durante os mim um homem justo diante do
dias de Mosias, levaram-lhe uma Senhor, b entregar-lhe-ei, portanto,
15 a Mos. 25:2. 20 a Mos. 8:13–19. Mos. 28:17; Ét. 1:33.
b Jer. 39:1–10; GEE Vidente. c Mos. 8:8.
Hel. 8:21. 21 a Ét. 12:1. 23 a Pal. Mórm. 1:3.
17 a Mos. 1:2–6. GEE Coriântumr. 25 a Pal. Mórm. 1:17–18;
19 a Mos. 25:13. 22 a Ét. 1:1–5. Mos. 29:13.
b Ômni 1:12. b Gên. 11:6–9; b Pal. Mórm. 1:10.
ÔMNI 1:26–PALAVRAS DE MÓRMON 1:2 162
estas placas, exortando todos os deserto para voltar à terra de Néfi;
homens a virem a Deus, o Santo pois muitos havia que desejavam
de Israel, e a acreditarem em pro- possuir a terra de sua herança.
fecias e em revelações e no minis- 28 Portanto, subiram para o de-
tério de anjos; e no dom de lín- serto. E seu chefe, sendo um ho-
guas e no dom de interpretação de mem forte e poderoso e obstinado,
línguas e em todas as coisas que provocou uma desavença entre
são c boas; pois nada há, que seja eles; e foram todos a mortos no
bom, que não venha do Senhor; e deserto, exceto cinquenta, que
o que é mau vem do diabo. voltaram para a terra de Zaraenla.
26 E agora, meus queridos ir- 29 E aconteceu que eles também
mãos, quisera que a viésseis a Cris- levaram outros consigo, em nú-
to, que é o Santo de Israel, e par- mero considerável, e tornaram
ticipásseis de sua salvação e do a empreender uma viagem pelo
poder de sua redenção. Sim, vinde deserto.
a ele e b ofertai-lhe toda a vossa 30 E eu, Amaléqui, tinha um ir-
alma, como c dádiva; e continuai mão que também foi com eles; e
em d jejum e oração, perseveran- deles não mais ouvi falar. E estou
do até o fim; e assim como vive o prestes a descer à sepultura e a es-
Senhor, sereis salvos. tas placas estão repletas. E aqui
27 E agora quisera dizer algo so- ponho fim a minha narração.
bre um certo grupo que subiu ao

PALAVRAS DE MÓRMON
Mórmon resume as placas maiores de testemunhei quase toda a des-
Néfi — Ele põe as placas menores com truição de meu povo, os nefitas.
as outras placas — O rei Benjamim 2 E entrego estes registros nas
estabelece paz na terra. Aproximada- mãos de meu filho, a muitos sé-
mente 385 d.C. culos depois da vinda de Cris-
to; e suponho que ele testemu-

E AGORA eu, a Mórmon, estan-


do para entregar nas mãos
de meu filho Morôni o regis-
nhará a destruição total de meu
povo. Queira Deus, porém, que
ele sobreviva, para que possa es-
tro que estive fazendo, eis que crever algo concernente a eles e
25 c Al. 5:40; b GEE Sacrifício. [Palavras de Mórmon]
Ét. 4:12; c 3 Né. 9:20. 1 1 a 3 Né. 5:9–12;
Morô. 7:15–17. d GEE Jejuar, Jejum. Mórm. 1:1–4; 8:1, 4–5.
26 a Jacó 1:7; 28 a Mos. 9:1–4. GEE Mórmon, Profeta
Al. 29:2; 30 a 1 Né. 6. Nefita.
Morô. 10:32. 2 a Mórm. 6:5–6.
163 PALAVRAS DE MÓRMON 1:3–11
algo concernente a Cristo, para são preciosas; e sei que serão pre-
que algum dia talvez lhes seja de ciosas para meus irmãos.
b 
proveito. 7 E faço isto com um a sábio pro-
3  E agora digo alguma coisa pósito; pois assim me é sussurra-
acerca do que escrevi; porque, do, segundo o Espírito do Senhor
depois de haver feito um a resumo que está em mim. E agora, eu não
das b placas de Néfi até o gover- sei todas as coisas, mas o Senhor
no deste rei Benjamim de quem b 
sabe todas as coisas que hão de
Amaléqui falou, examinei os c re- acontecer; portanto, ele atua em
gistros que haviam sido entregues mim, para que eu faça segundo a
em minhas mãos e encontrei estas sua vontade.
placas, que continham este peque- 8 E minha a oração a Deus é refe-
no relato dos profetas, de Jacó até rente a meus irmãos, para que vol-
o governo deste rei d Benjamim, tem a ter conhecimento de Deus,
e também muitas das palavras sim, da redenção de Cristo; para
de Néfi. que tornem a ser um povo b agra-
4 E as coisas que estão nestas dável.
placas me são a agradáveis, por 9 E agora eu, Mórmon, procedo
causa das profecias sobre a vinda à conclusão de meu registro, que
de Cristo; e meus pais sabem que tiro das placas de Néfi; e faço-o
muitas delas se cumpriram; sim, e segundo o conhecimento e a com-
eu também sei que todas as coisas preensão que Deus me deu.
que foram profetizadas sobre nós, 10 Então aconteceu que depois
até este dia, se cumpriram; e que de Amaléqui haver a entregado
todas as que vão além deste dia estas placas nas mãos do rei Ben-
certamente se cumprirão — jamim, este tomou-as e pôs jun-
5 Escolhi, portanto, a estas coisas tamente com as b outras placas
para terminar meu registro sobre que continham registros que os
elas e este restante de meu registro c 
reis haviam transmitido, de ge-
tirarei das b placas de Néfi; e não ração em geração, até os dias do
posso escrever nem a c centésima rei Benjamim.
parte das coisas de meu povo. 11 E foram passadas, desde o
6 Mas eis que tomarei estas pla- rei Benjamim, de geração em ge-
cas que contêm estas profecias e ração, até chegarem às a minhas
revelações e pô-las-ei com o res- mãos. E eu, Mórmon, rogo a Deus
tante de meu registro, porque me que sejam preservadas de agora
2 b D&C 3:16–20. mencionadas no 8 a 2 Né. 33:3–4;
3 a D&C 10:44. versículo 4. En. 1:11–12.
b D&C 10:38–40. b 1 Né. 9:2. b 2 Né. 30:6.
c Mos. 1:6; Hel. 3:13–15; c 3 Né. 5:8–11; 26:6–12. 10 a Ômni 1:25, 30.
Mórm. 4:23. 7 a 1 Né. 9:5; 19:3; b 1 Né. 9:4.
d Ômni 1:23. D&C 3:12–20; c Jar. 1:14.
4 a 1 Né. 6:5. 10:1–19, 30–47. 11 a 3 Né. 5:8–12;
5 a IE coisas do seu agrado, b GEE Onisciente. Mórm. 1:1–5.
PALAVRAS DE MÓRMON 1:12–18 164
em diante. E sei que serão pre- terem sido castigados de acordo
servadas, porque grandes coisas com seus crimes;
estão escritas nelas, pelas quais 16 E depois de ter havido fal-
meu povo e seus irmãos serão sos profetas e falsos pregadores e
b 
julgados no grande e último dia, mestres entre o povo e todos estes
segundo a palavra de Deus que terem sido castigados de acordo
está escrita. com seus crimes; e depois de ter
12 E agora, a respeito deste rei havido muitas contendas e muitos
Benjamim — houve algumas con- terem passado para o lado dos la-
tendas entre seu próprio povo. manitas, eis que aconteceu que o
13 E aconteceu também que os rei Benjamim, com o auxílio dos
exércitos dos lamanitas desceram santos a profetas que havia entre
da a terra de Néfi para guerrear seu povo —
seu povo. Eis, porém, que o rei 17 Pois eis que o rei Benjamim
Benjamim reuniu seus exércitos e era um a santo homem e governou
fez-lhes frente; e combateu com a seu povo com retidão; e havia
força de seu próprio braço, com a muitos homens santos na terra e
b 
espada de Labão. eles pregavam a palavra de Deus
14 E com a força do Senhor lu- com b poder e com autoridade; e
taram contra seus inimigos, até eram muito c severos, por causa da
matarem muitos milhares de la- obstinação do povo —
manitas. E aconteceu que luta- 18 Portanto, com o auxílio deles
ram contra os lamanitas até os e também dos profetas, o rei Ben-
expulsarem de todas as terras de jamim, trabalhando com todas as
sua herança. forças de seu corpo e a faculdade
15 E aconteceu que depois de de toda a sua alma, mais uma vez
ter havido falsos a Cristos e suas estabeleceu a paz naquela terra.
bocas terem sido caladas e eles

LIVRO DE MOSIAS
CAPÍTULO 1 preservadas por causa dos registros
gravados nas várias placas — Mosias
O rei Benjamim ensina a seus filhos o é escolhido rei e recebe a custódia dos
idioma e as profecias de seus pais — registros e de outras coisas. Aproxi-
Sua religião e civilização foram madamente 130–124 a.C.
11 b 2 Né. 25:18; 29:11; 2 Né. 5:14; 16 a En. 1:22.
33:11–15; Jacó 1:10; 17 a Al. 13:26.
3 Né. 27:23–27. Mos. 1:16; b Al. 17:2–3.
13 a Ômni 1:12. D&C 17:1. c Morô. 9:4;
b 1 Né. 4:9; 15 a GEE Anticristo. D&C 121:41–43.
165 MOSIAS 1:1–7

E ENTÃO não houve mais con-


tendas em toda a a terra de Za-
raenla, entre todo o povo que per-
seus filhos, para que assim eles
pudessem ensiná-las a seus filhos,
cumprindo desta forma os man-
tencia ao rei Benjamim, de modo damentos de Deus até o presente.
que o rei Benjamim gozou de paz 5 Digo-vos, meus filhos, que se
contínua todo o restante de seus não fosse por estas coisas que fo-
dias. ram guardadas e a preservadas
2 E aconteceu que ele tinha três pela mão de Deus para que pu-
filhos; e dera-lhes os nomes de déssemos b ler e compreender os
Mosias e Helorum e Helamã. E fez seus c mistérios e ter seus manda-
com que fossem a instruídos em mentos sempre diante dos olhos,
todo o b idioma de seus pais, para até mesmo nossos pais teriam de-
que assim se tornassem homens generado, caindo na incredulida-
de entendimento; e para que sou- de; e teríamos sido como nossos
bessem das profecias que haviam irmãos, os lamanitas, que nada
sido feitas pela boca de seus pais sabem a respeito destas coisas ou
e que lhes foram entregues pela nem sequer nelas creem quando
mão do Senhor. lhes são ensinadas, por causa das
3 E ele também os ensinou sobre d 
tradições de seus pais, que não
os registros que estavam grava- são corretas.
dos nas placas de latão, dizen- 6 Ó meus filhos, quisera que vos
do: Meus filhos, quisera que vos lembrásseis de que estas palavras
lembrásseis de que, se não fosse são verdadeiras e também de que
por estas a placas que contêm estes estes registros são a verdadeiros. E
registros e estes mandamentos, te- eis que também as placas de Néfi,
ríamos permanecido em b ignorân- que contêm os registros e as pala-
cia até o presente, não conhecendo vras de nossos pais desde o tempo
os mistérios de Deus. em que deixaram Jerusalém até
4 Porque não teria sido possí- agora, são verdadeiras; e podemos
vel a nosso pai, Leí, lembrar-se saber da veracidade delas porque
de todas estas coisas para ensi- as temos diante dos olhos.
ná-las a seus filhos, se não fosse 7 E agora, meus filhos, quisera
pelo auxílio destas placas; pois que vos lembrásseis de a examiná-
tendo ele sido instruído no a idio- las diligentemente, para que de-
ma dos egípcios podia, portanto, las vos beneficieis; e quisera que
ler estas gravações e ensiná-las a b 
guardásseis os mandamentos de
1 1 a Ômni 1:13. 5 a GEE Escrituras — As 2 Né. 33:10–11;
2 a Mos. 4:14–15; escrituras devem ser Morô. 10:27.
D&C 68:25, 28. preservadas. 7 a GEE Escrituras.
b Mórm. 9:32. b Deut. 6:6–8. b Mos. 2:22;
3 a GEE Placas. c GEE Mistérios de Deus. Al. 50:20–22.
b Al. 37:8–9. d Mos. 10:11–17.
4 a JS—H 1:64. 6 a 1 Né. 1:3;
MOSIAS 1:8–17 166
Deus para que prospereis na ter-
c 
se este povo altamente favorecido
ra, segundo as d promessas que o pelo Senhor cair em a transgres-
Senhor fez a nossos pais. são e tornar-se um povo iníquo e
8 E muitas coisas mais o rei Ben- adúltero, o Senhor os abandonará,
jamim ensinou a seus filhos, as para que assim se tornem b fracos
quais não estão escritas neste livro. como seus irmãos; e ele não mais
9 E aconteceu que depois de ha- os c preservará com seu incompa-
ver ensinado seus filhos, o rei Ben- rável e maravilhoso poder, como
jamim envelheceu e viu que muito até agora preservou nossos pais.
em breve seguiria pelo caminho 14 Porque te digo que se ele não
de toda a Terra; portanto, julgou houvesse estendido o braço para
ser oportuno conferir o reino a um preservar nossos pais, eles teriam
de seus filhos. caído nas mãos dos lamanitas,
10 Portanto, ele fez com que Mo- tornando-se vítimas de seu ódio.
sias fosse levado a sua presença; 15 E aconteceu que depois de
e estas são as palavras que ele lhe haver o rei Benjamim terminado
falou, dizendo: Meu filho, quise- de dizer estas palavras a seu filho,
ra que fizesses uma proclamação encarregou-o de todos os assun-
por toda esta terra, entre todo este tos do reino.
povo, ou melhor, o a povo de Za- 16 Além disso, também o encar-
raenla e o povo de Mosias que regou dos registros que estavam
habita esta terra, para que se reú- gravados nas a placas de latão;
nam; porque amanhã proclamarei e também das placas de Néfi; e
a este meu povo, de viva voz, que também da b espada de Labão e
tu és b rei e governante deste povo da c esfera ou guia que conduziu
que o Senhor nosso Deus nos deu. nossos pais pelo deserto, que fora
11 E ademais, darei a este povo preparada pela mão do Senhor
um a nome, para que assim sejam para que assim fossem dirigidos,
distinguidos de todos os povos cada um segundo o cuidado e
que o Senhor Deus trouxe da ter- atenção que lhe davam.
ra de Jerusalém; e isto faço por- 17 Portanto, como foram infiéis,
que tem sido um povo diligente não prosperaram nem progredi-
na obediência aos mandamentos ram em sua jornada, mas foram
do Senhor. a 
impelidos para trás e incorreram
12 E dou-lhes um nome que ja- no desagrado de Deus; e foram,
mais será apagado, salvo em caso portanto, atingidos pela fome e
de a transgressão. duras aflições, para que se lem-
13 Sim, e ainda mais, digo-te que brassem de seus deveres.
7 c Salm. 122:6; 1 Né. 2:20. 12 a GEE Pecado. b 1 Né. 4:8–19;
d Al. 9:12–14. 13 a Heb. 6:4–6. Pal. Mórm. 1:13;
10 a Ômni 1:14. b Hel. 4:24–26. D&C 17:1.
b Mos. 2:30. c D&C 103:8–10. c 1 Né. 16:10.
11 a Mos. 5:8–12. 16 a Mos. 1:3. 17 a 1 Né. 18:12–13.
167 MOSIAS 1:18–2:8
18 E então aconteceu que Mosias para serem seus b mestres e tam-
foi e fez como seu pai lhe orde- bém um homem justo para ser
nara; e conclamou todo o povo seu rei, o qual estabelecera a paz
que estava na terra de Zaraenla a na c terra de Zaraenla e ensinara-
reunir-se para ir ao templo ouvir lhes a d guardar os mandamen-
as palavras que seu pai lhes diria. tos de Deus, a fim de que se re-
gozijassem e se enchessem de
CAPÍTULO 2 e 
amor para com Deus e todos os
homens.
O rei Benjamim fala a seu povo —
5 E aconteceu que quando su-
Relata a equidade, justiça e espiritua-
biram ao templo armaram suas
lidade de seu reinado — Aconselha o
tendas nos arredores, cada ho-
povo a servir a seu Rei Celestial —
mem conforme sua a família, que
Aqueles que se rebelarem contra Deus
consistia na esposa e nos filhos e
sofrerão angústia semelhante a um
nas filhas; e nos filhos e nas filhas
fogo inextinguível. Aproximadamen-
destes, do mais velho ao mais jo-
te 124 a.C.
vem, cada família separada uma
E aconteceu que após Mosias da outra.
haver feito o que seu pai lhe or- 6 E armaram suas tendas ao re-
denara e haver feito uma procla- dor do templo, cada homem com
mação por toda a terra, o povo a porta de sua a tenda voltada para
congregou-se por toda a terra, a o templo, a fim de que pudessem
fim de subir ao templo para ouvir permanecer nas suas tendas e ou-
as palavras que o rei Benjamim vir as palavras que o rei Benjamim
lhes diria. lhes diria;
2 E eram tantos, que não foram 7 Por ser a multidão tão grande
contados; porque eles se haviam que o rei Benjamim não poderia
multiplicado muito, tornando-se ensinar a todos dentro dos muros
numerosos na terra. do templo, ele fez construir uma
3 E também tomaram das a pri- torre, para que assim seu povo
mícias de seus rebanhos, para ofe- pudesse ouvir as palavras que
recerem b sacrifícios e c holocaustos lhes diria.
d 
segundo a lei de Moisés. 8 E aconteceu que, da torre, ele
4 E também, para poderem dar começou a falar a seu povo; e nem
graças ao Senhor seu Deus, que todos podiam ouvir-lhe as pala-
os tirara da terra de Jerusalém e vras, por causa do tamanho da
livrara-os das mãos de seus ini- multidão; portanto, fez com que
migos; e a nomeara homens justos suas palavras fossem escritas e
2 3 a Gên. 4:4. 4 a GEE Chamado, c Ômni 1:12–15.
b GEE Sacrifício. Chamado por Deus, d Jo. 15:10.
c 1 Né. 5:9. Chamar. e GEE Amor.
d 2 Né. 25:24; b Mos. 18:18–22. 5 a GEE Família.
Al. 30:3; 34:13–14. GEE Ensinar, Mestre. 6 a Êx. 33:8–10.
MOSIAS 2:9–17 168
enviadas àqueles que se achavam nem prata nem qualquer tipo de
fora do alcance de sua voz, para riqueza;
que também recebessem suas pa- 13 Nem permiti que fôsseis con-
lavras. finados em calabouços nem que
9 E estas são as palavras que ele escravizásseis uns aos outros nem
a 
disse e fez com que fossem escri- que assassinásseis nem pilhásseis
tas, dizendo: Meus irmãos, todos nem roubásseis nem cometêsseis
que vos haveis reunido, vós que adultério; nem permiti que come-
podeis ouvir as palavras que hoje têsseis qualquer tipo de iniquida-
vos direi; pois não ordenei que de, mas ensinei-vos que devíeis
viésseis aqui para b ouvir leviana- guardar os mandamentos do Se-
mente as palavras que direi, mas nhor em todas as coisas que ele
para que me c escuteis e abrais os vos ordenou —
ouvidos para ouvir e o d coração 14 E eu mesmo tenho a trabalha-
para entender e vossa e mente para do com minhas próprias mãos, a
que os f mistérios de Deus vos se- fim de vos servir; e para que não
jam revelados. sejais sobrecarregados com im-
10 Não ordenei que subísseis postos e não recaiam sobre vós
aqui para que me a temêsseis ou coisas difíceis de suportar — e vós
para que pensásseis que eu, por mesmos sois testemunhas, neste
mim mesmo, seja mais que um dia, de todas estas coisas que falei.
homem mortal. 15 Contudo, meus irmãos, não
11 Mas sou como vós mesmos, fiz estas coisas todas para van-
sujeito a toda sorte de enfermida- gloriar-me nem conto estas coisas
des do corpo e da mente; contu- para assim poder acusar-vos; mas
do, fui escolhido por este povo e digo-vos estas coisas para que
consagrado por meu pai; e a mão saibais que hoje posso responder
do Senhor permitiu que eu fosse ante Deus com uma a consciência
governante e rei deste povo; e fui limpa.
guardado e preservado por seu in- 16 Eis que vos digo, ao afirmar-
comparável poder para servir-vos vos haver empregado meus dias
com todo o poder, mente e força a vosso serviço, que não é meu
que o Senhor me concedeu. desejo vangloriar-me, porque só
12 E digo-vos que como me foi estive a serviço de Deus.
permitido empregar meus dias a 17 E eis que vos digo estas coi-
vosso serviço até este momento e sas para que aprendais a sabedo-
não tentei obter de vós nem a ouro ria; para que saibais que, quando
9 a Mos. 8:3. 3 Né. 19:33. 14 a 1 Cor. 9:18.
b D&C 6:12. e GEE Mente. 15 a GEE Consciência.
c GEE Atender, Dar f GEE Mistérios de Deus. 17 a GEE Sabedoria.
ouvidos. 10 a GEE Temor.
d Mos. 12:27; 12 a At. 20:33–34.
169 MOSIAS 2:18–27
estais a serviço de vosso próxi-
b  c 
mandamentos; e ele prometeu-vos
mo, estais somente a serviço de que, se a guardásseis seus b manda-
vosso Deus. mentos, prosperaríeis na terra; e
18 Eis que me haveis chamado ele nunca se c desvia do que dis-
vosso rei; e se eu, a quem chamais se; portanto, se d guardardes seus
vosso rei, trabalho para vos a ser- mandamentos, ele vos abençoará
vir, não deveis vós trabalhar para e far-vos-á prosperar.
vos servirdes uns aos outros? 23 Ora! em primeiro lugar ele
19 E eis também que se eu, a vos criou e concedeu-vos a vida,
quem chamais vosso rei, que pas- pelo que lhe sois devedores.
sou os seus dias a vosso serviço e, 24 E, em segundo lugar, ele re-
contudo, esteve a serviço de Deus, quer que façais conforme vos or-
mereço algum agradecimento de denou; e se o fizerdes, ele ime-
vós, oh! quanto deveis a agradecer diatamente vos a abençoará; e,
a vosso Rei celestial! portanto, ter-vos-á pago. E vós
20 Digo-vos, meus irmãos, que ainda lhe sereis devedores e o sois
se renderdes todas as graças e e sê-lo-eis para sempre; portanto,
a 
louvores, com todo o poder de de que vos podeis vangloriar?
vossa alma, àquele b Deus que vos 25 E agora vos pergunto: Po-
criou e guardou e preservou e fez deis dizer algo de vós mesmos?
com que vos regozijásseis e vos Respondo-vos: Não. Não podeis
concedeu viverdes em paz uns dizer que sois nem mesmo como
com os outros — o pó da Terra; no entanto, fostes
21 Digo-vos que se servirdes ao a 
criados do b pó da Terra; mas eis
que vos criou desde o princípio que o pó pertence àquele que vos
e vos está preservando dia a dia, criou.
dando-vos alento para que pos- 26 E eu, mesmo eu, a quem cha-
sais viver, mover-vos e agir se- mais vosso rei, não sou melhor do
gundo vossa própria a vontade; que vós, porque eu também sou
e até vos apoiando de momento do pó. E vedes que estou velho e
a momento — digo-vos que se o prestes a entregar este corpo mor-
servirdes com toda a alma, ainda tal a sua mãe terra.
assim sereis b servos inúteis. 27 Portanto, como disse que vos
22 E eis que tudo que ele re- havia servido, a andando com a
quer de vós é que guardeis seus consciência limpa diante de Deus,
17 b Mt. 25:40; 20 a 1 Né. 18:16. d D&C 14:7; 58:2–3.
Tg. 1:27; b GEE Trindade. 24 a GEE Abençoado,
D&C 42:29–31. 21 a GEE Arbítrio. Abençoar, Bênção.
GEE Serviço. b Lc. 17:7–10. 25 a GEE Criação, Criar.
c GEE Irmã(s), Irmão(s). 22 a Lev. 25:18–19; b Gên. 3:19;
18 a Mt. 20:26–27. 2 Né. 1:9. Jacó 2:21.
19 a GEE Ação de b GEE Mandamentos de 27 a GEE Andar, Andar com
Graças, Agradecido, Deus. Deus.
Agradecimento. c D&C 3:1–2.
MOSIAS 2:28–36 170
assim vos fiz reunir nesta ocasião, na terra e vossos inimigos não
para que eu possa ser declarado terão poder sobre vós.
inocente e para que vosso b sangue 32 Cuidado, porém, ó meu povo,
não recaia sobre mim quando me para que não surjam a contendas
apresentar para ser julgado por entre vós nem vos inclineis a obe-
Deus pelas coisas que ele me or- decer ao espírito maligno, do qual
denou, concernentes a vós. meu pai, Mosias, falou.
28 E digo que vos fiz reunir para 33 Mas eis que há uma conde-
poder a livrar minhas vestimentas nação decretada para o que se
de vosso sangue, nesta ocasião em inclina a obedecer a esse espírito;
que estou para descer a minha se- porque o que se inclina a obede-
pultura, a fim de que eu desça em cer-lhe e permanece e morre em
paz e meu b espírito imortal possa seus pecados, bebe a condenação
juntar-se aos c coros excelsos, can- para a própria alma; porque re-
tando louvores a um justo Deus. cebe por salário um castigo b eter-
29 E ademais, digo-vos que vos no, havendo transgredido a lei de
fiz reunir para declarar-vos que Deus contra seu próprio conheci-
não posso mais ser vosso mestre mento.
nem vosso rei; 34 Digo-vos que ninguém há en-
30 Porque, mesmo agora, todo o tre vós, à exceção de vossas crian-
meu corpo treme muito enquan- cinhas, que não foram ensinadas
to me esforço para vos falar; mas sobre estas coisas, que não saiba
o Senhor Deus me sustém e per- que sois eternamente devedores
mitiu-me que vos falasse; e orde- a vosso Pai Celestial e que deveis
nou-me que vos declarasse hoje entregar-lhe tudo o que tendes e
que meu filho Mosias é vosso rei sois; e que não haja sido instruí-
e governante. do concernente aos registros que
31 E agora, meus irmãos, quisera contêm as profecias pronunciadas
que agísseis como tendes feito até pelos santos profetas até a época
aqui. Assim como tendes guar- em que nosso pai, Leí, deixou Je-
dado os meus mandamentos e rusalém;
também os mandamentos de meu 35 E também, tudo o que tem
pai e tendes prosperado e fostes sido dito por nossos pais até ago-
livrados de cair nas mãos de vos- ra. E eis que também eles disse-
sos inimigos, de igual maneira, ram o que lhes foi ordenado pelo
se guardardes os mandamentos Senhor; portanto, são justos e ver-
de meu filho, ou seja, os manda- dadeiros.
mentos de Deus que por ele vos 36 E agora eu vos digo, meus
serão transmitidos, prosperareis irmãos, que depois de haverdes
27 b Jacó 1:19. c Mórm. 7:7. Condenar.
28 a Jacó 2:2. 32 a 3 Né. 11:29–30. b D&C 19:6, 10–12.
b GEE Espírito. 33 a GEE Condenação,
171 MOSIAS 2:37–3:1
conhecido todas estas coisas e palavras, pois falei-vos claramen-
elas vos haverem sido ensinadas, te para que pudésseis compreen-
se transgredirdes e fordes contra der, oro para que vos a lembreis
aquilo que tem sido falado, de da terrível situação daqueles que
modo que vos afasteis do Espírito caíram em transgressão.
do Senhor e não tenha ele lugar 41 E ainda mais, quisera que
em vós para guiar-vos pelas ve- considerásseis o estado abençoa-
redas da sabedoria, a fim de que do e a feliz daqueles que guardam
sejais abençoados, favorecidos e os mandamentos de Deus. Pois eis
preservados — que são b abençoados em todas as
37 Digo-vos que o homem que coisas, tanto materiais como espi-
faz isto se a rebela abertamente rituais; e se eles se conservarem
contra Deus; portanto, se inclina c 
fiéis até o fim, serão recebidos
a obedecer ao espírito maligno e no d céu, para que assim possam
torna-se inimigo de toda retidão; habitar com Deus em um estado
por isso o Senhor não tem lugar de felicidade sem fim. Oh! Lem-
nele, pois ele não habita em b tem- brai-vos, lembrai-vos de que estas
plos impuros. coisas são verdadeiras, porque o
38 Portanto, se tal homem não se Senhor Deus as disse.
a 
arrepende e permanece e morre
inimigo de Deus, as exigências da CAPÍTULO 3
divina b justiça despertam-lhe a
O rei Benjamim continua seu discur-
alma imortal para um vivo senti-
so — O Senhor Onipotente ministra-
mento de sua própria c culpa, que
rá entre os homens num tabernáculo
o leva a recuar diante da presença
de barro — De todos os seus poros
do Senhor e enche-lhe o peito de
sairá sangue quando Ele expiar os
culpa e dor e angústia, como um
pecados do mundo — Seu nome é o
fogo inextinguível cuja chama se
único pelo qual se alcança a salva-
eleva para todo o sempre.
ção — Os homens podem despojar-se
39 E digo-vos que a a misericór-
do homem natural e tornar-se santos,
dia não tem direitos sobre esse
por meio da Expiação — O tormento
homem; portanto, sua condena-
dos iníquos será como um lago de fogo
ção final é padecer um tormento
e enxofre. Aproximadamente 124 a.C.
sem fim.
40 Oh! todos vós, anciãos, e tam- E quero chamar a vossa atenção
bém vós, jovens, e vós, crianci- mais uma vez, meus irmãos, por-
nhas, que podeis entender minhas que ainda tenho algo mais para
37 a Mos. 3:12; b GEE Justiça. 41 a 4 Né. 1:15–18.
Hel. 8:24–25. c GEE Culpa. GEE Alegria.
GEE Rebeldia, Rebelião. 39 a Al. 34:8–9, 15–16. b GEE Abençoado,
b Al. 7:21. GEE Misericórdia, Abençoar, Bênção.
38 a GEE Arrepender-se, Misericordioso. c D&C 6:13.
Arrependimento. 40 a Al. 5:18. d GEE Céu.
MOSIAS 3:2–11 172
vos dizer; pois eis que tenho coi- 6 E expulsará demônios, ou seja,
a 

sas para vos dizer sobre o que os espíritos malignos que habitam
deverá acontecer. no coração dos filhos dos homens.
2 E as coisas que vos direi foram- 7 E eis que sofrerá a tentações
me dadas a conhecer por um a anjo e dores corporais, b fome, sede e
de Deus. E ele disse-me: Desperta; cansaço maiores do que o homem
e eu despertei e eis que ele estava pode c suportar sem morrer; eis
diante de mim. que sairá d sangue de cada um de
3 E ele disse-me: Desperta e ouve seus poros, tão grande será a sua
as palavras que te direi; pois eis e 
angústia pelas iniquidades e abo-
que vim para anunciar-te as a boas minações de seu povo.
novas de grande alegria. 8 E ele chamar-se-á a Jesus Cristo,
4 Pois o Senhor ouviu tuas ora- o b Filho de Deus, o c Pai dos céus
ções e julgou tua retidão; e en- e da Terra, o Criador de todas as
viou-me para anunciar-te que coisas desde o princípio; e sua
podes regozijar-te e que podes d 
mãe chamar-se-á e Maria.
anunciá-las a teu povo, a fim de 9 E eis que vem aos seus para
que eles também se encham de que a a salvação seja concedida aos
alegria. filhos dos homens pela b fé em seu
5 Pois eis que o tempo se apro- nome; e mesmo depois de tudo
xima e não está muito longe, em isso, considerá-lo-ão um homem
que, com poder, o a Senhor Onipo- e dirão que está c endemoninhado;
tente que reina, que era e é de toda e d açoitá-lo-ão e e crucificá-lo-ão.
a eternidade para toda a eternida- 10 E no a terceiro dia b ressuscita-
de, descerá dos céus no meio dos rá dentre os mortos; e eis que ele
filhos dos homens e habitará num c 
julga o mundo; e eis que todas
b 
tabernáculo de barro; e fará gran- estas coisas são feitas para que
des c milagres entre os homens, recaia um julgamento justo sobre
como curar os enfermos, levantar os filhos dos homens.
os mortos, fazer andar os coxos, 11  Pois eis também que seu
dar vista aos cegos, fazer ouvir a 
sangue b expia os pecados dos
os surdos e curar toda espécie de que c caíram pela transgressão
enfermidades. de Adão, que morreram sem
3 2 a GEE Anjos. e Isa. 53:4–5. d Mc. 15:15.
3 a Lc. 2:10–11. 8 a GEE Trindade — Deus, e Lc. 18:33; 1 Né. 19:10;
5 a GEE Jeová. o Filho. 2 Né. 10:3.
b Mos. 7:27; Al. 7:9–13. b Al. 7:10. GEE Crucificação.
c Mt. 4:23–24; c Hel. 14:12; 3 Né. 9:15. 10 a Mt. 16:21; 2 Né. 25:13;
At. 2:22; 1 Né. 11:31. d Mt. 1:16; Hel. 14:20–27.
GEE Milagre. 1 Né. 11:14–21. b GEE Ressurreição.
6 a Mc. 1:32–34. e GEE Maria, Mãe de c GEE Julgar.
7 a GEE Tentação, Tentar. Jesus. 11 a GEE Sangue.
b Mt. 4:1–2. 9 a GEE Salvação. b GEE Expiação, Expiar.
c D&C 19:15–18. b GEE Fé. c GEE Queda de Adão
d Lc. 22:44. c Jo. 8:48. e Eva.
173 MOSIAS 3:12–19
conhecer a vontade de Deus acer- poderiam ser salvas; mas digo-vos
ca de si mesmos ou que pecaram que elas são b abençoadas; pois eis
por d ignorância. que como em Adão, ou seja, pela
12 Mas ai daquele que sabe que natureza, elas caem, assim tam-
se a rebela contra Deus! Porque bém o sangue de Cristo expia os
a nenhum desses será concedi- seus pecados.
da salvação, a não ser pelo arre- 17 E digo-vos ainda mais, que
pendimento e fé no b Senhor Jesus a 
nenhum outro nome se dará, ne-
Cristo. nhum outro caminho ou meio
13 E o Senhor Deus enviou seus pelo qual a b salvação seja con-
santos profetas a todos os filhos cedida aos filhos dos homens, a
dos homens para declararem es- não ser em nome e pelo nome de
tas coisas a toda tribo, nação e lín- c 
Cristo, o Senhor Onipotente.
gua, para que, assim, todo aquele 18 Pois eis que ele julga e seu jul-
que acreditar na vinda de Cristo gamento é justo; e a criança que
receba a a remissão de seus pe- morre ainda na infância não pe-
cados e regozije-se com grande rece; mas os homens bebem con-
alegria, b como se ele já tivesse denação para sua própria alma, a
vindo a eles. não ser que se humilhem e a tor-
14 Contudo, o Senhor Deus viu nem-se como criancinhas; e acre-
que seu povo era obstinado e deu- ditem que a salvação veio e vem
lhe uma lei, sim, a a lei de Moisés. e virá no sangue e pelo sangue
15 E mostrou a eles muitos si- b 
expiatório de Cristo, o Senhor
nais e maravilhas e a símbolos e Onipotente.
figuras concernentes a sua vinda; 19 Porque o a homem natural é
e também os santos profetas lhes inimigo de Deus e tem-no sido
falaram sobre sua vinda; e, ape- desde a b queda de Adão e sê-lo-á
sar disso, endureceram o coração para sempre; a não ser que c ceda
e não compreenderam que a b lei ao influxo do d Santo Espírito e
de Moisés de nada serviria se não despoje-se do homem natural e
fosse pela expiação de seu sangue. torne-se e santo pela expiação de
16 E mesmo se fosse possível Cristo, o Senhor; e torne-se como
que as a criancinhas pecassem, não uma f criança, submisso, manso,
11 d 2 Né. 9:25–26. símbolos de Cristo. b Mos. 4:2; Hel. 5:9.
12 a Mos. 2:36–38; b Mos. 13:27–32. 19 a 1 Cor. 2:11–14;
Hel. 8:25. 16 a GEE Criança(s); Mos. 16:2–3.
GEE Rebeldia, Rebelião. Filho(s). GEE Homem Natural.
b GEE Senhor. b Morô. 8:8–9. b GEE Queda de Adão
13 a GEE Remissão de 17 a At. 4:10–12; e Eva.
Pecados. 2 Né. 31:21. c 2 Crôn. 30:8.
b 2 Né. 25:24–27; b GEE Salvação. d Morô. 10:4–5.
Jar. 1:11. c GEE Jesus Cristo — GEE Espírito Santo.
14 a GEE Lei de Moisés. Tomar sobre nós o e GEE Santo
15 a GEE Jesus Cristo — nome de Jesus Cristo. (substantivo).
Simbolismos ou 18 a Mt. 18:3. f 3 Né. 9:22.
MOSIAS 3:20–4:1 174
humilde, paciente, cheio de amor, presença do Senhor para um
disposto a submeter-se a tudo estado de b miséria e tormento
quanto o Senhor achar que lhe sem fim, de onde não poderão
deva infligir, assim como uma mais voltar; portanto, beberam
criança se submete a seu pai. condenação para suas próprias
20 E além disso, digo-vos que almas.
chegará o tempo em que o a co- 26 Beberam, portanto, do cálice
nhecimento de um Salvador se da ira de Deus, o qual a justiça
espalhará por b toda nação, tribo, não lhes poderia negar, como não
língua e povo. poderia negar que a Adão caísse
21 E eis que, quando chegar esse por haver participado do b fruto
tempo, ninguém será declarado proibido; portanto, a c misericórdia
a 
inocente diante de Deus, salvo as nunca mais poderia reclamá-los.
criancinhas, a não ser por meio de 27 E o seu a tormento é como um
arrependimento e fé no nome do b 
lago de fogo e enxofre, cujas cha-
Senhor Deus Onipotente. mas são inextinguíveis e cuja fu-
22 E mesmo nestes dias, depois maça ascende para sempre e sem-
de haveres ensinado aos de teu pre. Assim me ordenou o Senhor.
povo as coisas que o Senhor teu Amém.
Deus te ordenou, eles não mais
são considerados sem culpa à vis- CAPÍTULO 4
ta de Deus, a não ser que ajam
O rei Benjamim continua seu dis-
de acordo com as palavras que
curso — A salvação é concedida por
te disse.
causa da Expiação — Crede em Deus
23 E agora eu disse as palavras
para serdes salvos — Continuai fiéis
que o Senhor Deus me ordenou.
para conservardes a remissão de vos-
24 E assim diz o Senhor: Elas
sos pecados — Reparti vosso sustento
serão como resplandecente teste-
com os pobres — Fazei todas as coisas
munho contra os deste povo no
com sabedoria e ordem. Aproximada-
dia do julgamento; por elas serão
mente 124 a.C.
julgados, cada homem segundo
suas obras, sejam elas boas ou E então aconteceu que após ter
sejam más. dito as palavras que lhe haviam
25 E se forem más, eles serão sido transmitidas pelo anjo do Se-
condenados a uma a visão terrí- nhor, o rei Benjamim olhou para
vel de sua própria culpa e abo- a multidão ao redor e eis que ha-
minações, que os fará recuar da viam caído por terra, porque o
20 a D&C 3:16. b Mórm. 8:38. Misericordioso.
b GEE Obra Missionária. 26 a Mórm. 9:12. 27 a GEE Culpa.
21 a GEE Prestar Contas, b Gên. 3:1–12; b 2 Né. 9:16;
Responsabilidade, 2 Né. 2:15–19; Jacó 6:10;
Responsável. Al. 12:21–23. D&C 76:36.
25 a Al. 5:18; 12:14–15. c GEE Misericórdia,
175 MOSIAS 4:2–9
temor do Senhor se havia apo-
a 
agora em vós a consciência de
derado deles. vossa nulidade, e de vosso estado
2 E haviam visto a si mesmos indigno e decaído —
em seu estado a carnal, b menos 6 Digo-vos que se haveis adqui-
ainda que o pó da Terra. E todos rido a conhecimento da bondade
clamaram a uma só voz, dizendo: de Deus e de seu incomparável
Oh! Tende misericórdia e aplicai poder e de sua sabedoria e de sua
o sangue c expiatório de Cristo, paciência e de sua longanimidade
para que recebamos o perdão de para com os filhos dos homens;
nossos pecados e nosso coração e também da b expiação que foi
seja purificado; porque cremos preparada desde a c fundação do
em Jesus Cristo, o Filho de Deus, mundo, a fim de que, por ela, a
que d criou o céu e a Terra e todas salvação possa vir para aquele
as coisas; que descerá entre os fi- que puser sua d confiança no Se-
lhos dos homens. nhor e guardar diligentemente
3 E aconteceu que depois de ha- seus mandamentos e perseverar
verem pronunciado essas pala- na fé até o fim da vida, quero di-
vras, o Espírito do Senhor des- zer, a vida do corpo mortal —
ceu sobre eles e encheram-se de 7 Eu digo que esse é o homem
alegria, havendo recebido a a re- que recebe a salvação, por meio da
missão de seus pecados e tendo expiação que foi preparada desde
paz de b consciência, por causa a fundação do mundo para toda a
da profunda c fé que tinham em humanidade que existiu, desde a
Jesus Cristo que haveria de vir, a 
queda de Adão, ou que existe ou
de acordo com as palavras que o que existirá até o fim do mundo.
rei Benjamim lhes dissera. 8 E esse é o meio pelo qual é
4 E o rei Benjamim tornou a abrir concedida a salvação. E a não há
a boca e falou-lhes, dizendo: Meus qualquer outra salvação, a não ser
amigos e meus irmãos, minha esta que foi mencionada; tampou-
família e povo meu, quero nova- co há outras condições pelas quais
mente chamar a vossa atenção, o homem possa ser salvo, exceto
para que possais ouvir e enten- aquelas de que vos falei.
der o restante das palavras que 9 Acreditai em Deus; acreditai
vos direi. que ele existe e que criou todas
5 Pois eis que se o conhecimento as coisas, tanto no céu como na
da bondade de a Deus despertou Terra; acreditai que ele tem toda
4 1 a GEE Temor. b GEE Consciência. Hel. 12:1.
2 a GEE Carnal. c GEE Fé. GEE Confiança, Confiar.
b Hel. 12:7–8. 5 a Mois. 1:10. 7 a GEE Queda de Adão e
c Mos. 3:18; 6 a GEE Trindade. Eva.
Hel. 5:9. b GEE Expiação, Expiar. 8 a At. 4:12;
d GEE Criação, Criar. c Mos. 15:19. 2 Né. 31:21;
3 a GEE Remissão de d Salm. 36:7; Mos. 3:17.
Pecados. 2 Né. 22:2;
MOSIAS 4:10–16 176
a sabedoria e todo o poder, tanto
a 
12 E eis que vos digo que, se
no céu como na Terra; acreditai fizerdes isso, sempre vos regozi-
que o homem não b compreende jareis e estareis cheios do a amor
todas as coisas que o Senhor pode de Deus e b conservareis sempre
compreender. a remissão de vossos pecados;
10 E novamente, acreditai que e crescereis no conhecimento da
vos deveis a arrepender de vossos glória daquele que vos criou, ou
pecados e abandoná-los e humi- seja, no conhecimento daquilo que
lhar-vos diante de Deus; e pedir é justo e verdadeiro.
com sinceridade de coração que 13 E não tereis desejo de ferir-
ele vos b perdoe; e agora, se c acre- vos uns aos outros, mas, sim, de
ditais em todas estas coisas, vede viver em a paz e dar a cada um de
que as d façais. acordo com o que lhe é devido.
11 E digo-vos novamente, como 14 E não permitireis que vossos
disse antes, que, como haveis ad- a 
filhos andem famintos ou desnu-
quirido conhecimento da glória de dos; nem permitireis que transgri-
Deus, ou seja, se haveis conheci- dam as leis de Deus e b briguem
do sua bondade, a experimentado e disputem entre si e sirvam ao
seu amor e recebido a b remissão diabo, que é o mestre do pecado,
de vossos pecados, o que causa ou seja, que é o espírito mau de
tão grande alegria a vossa alma, quem nossos pais falaram, sendo
ainda assim quisera que vos lem- ele inimigo de toda retidão.
brásseis e sempre guardásseis na 15 a Ensiná-los-eis, porém, a b an-
memória a grandeza de Deus e darem nos caminhos da verdade
vossa própria c nulidade; e sua e da sobriedade; ensiná-los-eis a
d 
bondade e longanimidade para c 
amarem-se uns aos outros e a ser-
convosco, indignas criaturas; e virem-se uns aos outros.
que vos humilhásseis com a mais 16 E também, vós mesmos a so-
profunda e humildade, f invocando correreis os que necessitarem de
diariamente o nome do Senhor e vosso socorro; dareis de vossos
permanecendo firmes na fé na- bens aos necessitados e não permi-
quilo que está para vir e que foi tireis que o b mendigo vos peça em
anunciado pela boca do anjo. vão, afastando-o para que pereça.
9 a Rom. 11:33–34; d Êx. 34:6; Morô. 8:3. Contenda.
Jacó 4:8–13. e GEE Humildade, 15 a D&C 68:25–28;
b Isa. 55:9. Humilde, Humilhar. Mois. 6:58.
10 a GEE Arrepender-se, f GEE Oração. GEE Ensinar, Mestre.
Arrependimento. 12 a GEE Amor. b GEE Andar, Andar com
b D&C 61:2. b Mos. 4:26; Deus.
c Mt. 7:24–27. Al. 4:13–14; 5:26–35; c Mos. 18:21.
d 2 Né. 31:19–21. D&C 20:31–34. 16 a GEE Caridade;
11 a Al. 36:24–26. 13 a GEE Pacificador. Serviço.
b GEE Remissão de 14 a 1 Tim. 5:8; b Deut. 15:7–11;
Pecados. D&C 83:4. Prov. 21:13;
c Mois. 1:10. b GEE Contenção, Isa. 10:1–2.
177 MOSIAS 4:17–26
17  Talvez digais: O homem
a 
não deveríeis repartir os vossos
a 

trouxe sobre si sua miséria; por- bens uns com os outros!


tanto, deterei minha mão e não lhe 22 E se a julgais o homem que
darei do meu sustento nem repar- pede de vossos bens para não pe-
tirei com ele meus bens a fim de recer e o condenais, quanto mais
que ele não padeça, porque seus justa será a vossa condenação por
castigos são justos. b 
reterdes vossos bens, que não per-
18 Digo, porém, ó homem, que tencem a vós, mas a Deus, a quem
quem faz isto tem grande necessi- também vossa vida pertence; e,
dade de arrepender-se; e a menos contudo, nada pedis nem vos ar-
que se arrependa do que fez, pe- rependeis daquilo que haveis feito.
rece para sempre e não tem lugar 23 Digo-vos: Ai de tal homem,
no reino de Deus. porque os seus bens perecerão
19 Pois eis que não somos todos com ele! E agora digo estas coisas
mendigos? Não dependemos to- aos que são a ricos no que toca às
dos do mesmo Ser, sim, de Deus, coisas deste mundo.
para obter todos os bens que te- 24 E novamente digo aos pobres,
mos, tanto alimentos como ves- vós que não tendes e, ainda assim,
timentas e ouro e prata e todas tendes o suficiente para passar
as riquezas de toda espécie que de um dia para outro; refiro-me
possuímos? a todos vós, que negais ao men-
20 E eis que, mesmo agora, ha- digo porque não tendes; quisera
veis invocado seu nome e suplica- que dissésseis em vosso coração:
do a remissão de vossos pecados. Não dou porque não tenho, mas
E permitiu ele que pedísseis em se tivesse, a daria.
vão? Não; ele derramou sobre vós 25 E agora, se dizeis isto em vos-
o seu Espírito e fez com que se en- so coração, não sois culpados; do
chesse de a alegria o vosso coração contrário, sois a condenados e vos-
e fez com que se fechasse a vossa sa condenação será justa, porque
boca para que não vos pudésseis cobiçais aquilo que não haveis
exprimir, tão grande era a vossa recebido.
alegria. 26 E agora, por causa das coi-
21 Ora, se Deus, que vos criou, sas que vos disse — isto é, para
de quem depende vossa vida e conservardes a remissão de vos-
tudo o que tendes e sois, conce- sos pecados, dia a dia, a fim de
de-vos todas as coisas justas que que a andeis sem culpa diante de
pedis com fé, acreditando que re- Deus — quisera que b repartísseis
cebereis, oh! então, quanto mais vossos bens com os c pobres, cada
17 a Prov. 17:5. b 1 Jo. 3:17. Deus.
20 a GEE Alegria. 23 a D&C 56:16. b Jacó 2:17–19.
21 a GEE Bem-Estar; 24 a Mc. 12:44. c Zac. 7:10;
Serviço. 25 a D&C 56:17. Al. 1:27.
22 a Mt. 7:1–2; Jo. 7:24. 26 a GEE Andar, Andar com GEE Esmolas.
MOSIAS 4:27–5:4 178
um de acordo com o que possui, o fim de vossa vida, perecereis. E
d 
alimentando os famintos, vestin- agora, ó homem, lembra-te e não
do os nus, visitando os doentes e pereças.
aliviando-lhes os sofrimentos, tan-
to espiritual como materialmente, CAPÍTULO 5
conforme as carências deles.
Os santos tornam-se filhos e filhas de
27 E vede que todas estas coisas
Cristo por meio da fé — Passam a ser
sejam feitas com sabedoria e or-
chamados pelo nome de Cristo — O
dem; porque não se exige que o
rei Benjamim exorta-os a serem firmes
homem corra a mais rapidamente
e imutáveis nas boas obras. Aproxi-
do que suas forças o permitam.
madamente 124 a.C.
E, novamente, é necessário que
ele seja diligente, para que assim E então aconteceu que, tendo o
possa ganhar o galardão; portan- rei Benjamim assim falado a seu
to, todas as coisas devem ser feitas povo, mandou investigar se seu
em ordem. povo acreditara nas palavras que
28 E quisera que vos lembrásseis lhe dissera.
de que qualquer de vós que pedir 2 E todos clamaram a uma só
emprestado a seu vizinho deverá voz, dizendo: Sim, acreditamos
devolver aquilo que tomou em- em todas as palavras que nos dis-
prestado, de acordo com o que seste e também sabemos que são
combinou; pois do contrário co- certas e verdadeiras, por causa
meterá pecado e fará, talvez, com do Espírito do Senhor Onipotente
que seu vizinho também cometa que efetuou em nós, ou melhor,
pecado. em nosso coração, uma vigorosa
29 E finalmente, não vos posso a 
mudança, de modo que não te-
dizer todas as coisas pelas quais mos mais disposição para praticar
podeis cometer pecado; porque há o b mal, mas, sim, de fazer o bem
vários modos e meios, tantos que continuamente.
não os posso enumerar. 3 E também nós mesmos, pela
30 Isto, porém, posso dizer-vos: infinita bondade de Deus e ma-
se não a tomardes cuidado com vós nifestações de seu Espírito, temos
mesmos e vossos b pensamentos e grandes visões do que está por
vossas c palavras e vossas obras; e acontecer e, se fosse convenien-
se não observardes os mandamen- te, poderíamos profetizar sobre
tos de Deus nem continuardes todas as coisas.
tendo fé no que ouvistes concer- 4 E foi a fé que tivemos nas coi-
nente à vinda de nosso Senhor, até sas que nosso rei nos disse que
26 d Isa. 58:10–11; Vigiar. 5 2 a Al. 5:14.
D&C 104:17–18. b Mc. 7:18–23. GEE Nascer de Deus,
27 a D&C 10:4. GEE Pensamentos. Nascer de Novo.
30 a Al. 12:14. c Mt. 15:18–20. b Al. 19:33.
GEE Atalaia, Sentinela, GEE Profanidade.
179 MOSIAS 5:5–13
nos levou a este grande conheci- tomásseis sobre vós o nome de
d 

mento, pelo que nos regozijamos Cristo, todos vós que haveis feito
com tão grande alegria. convênio com Deus de serdes obe-
5 E estamos dispostos a fazer dientes até o fim de vossa vida.
um a convênio com nosso Deus, de 9 E acontecerá que aquele que fi-
cumprir a sua vontade e obedecer zer isto se encontrará à mão direi-
a seus mandamentos em todas as ta de Deus, porque saberá o nome
coisas que ele nos ordenar, para o pelo qual é chamado; porque será
resto de nossos dias, a fim de que chamado pelo nome de Cristo.
não recaia sobre nós um tormento 10 E então acontecerá que aque-
b 
sem fim, como foi anunciado pelo le que não tomar sobre si o nome
c 
anjo, e não bebamos do cálice da de Cristo deverá ser chamado por
ira de Deus. algum a outro nome; portanto, se
6 Ora, estas eram as palavras que encontrará à b mão esquerda de
o rei Benjamim esperava deles; Deus.
e, portanto, lhes disse: Dissestes 11 E quisera que também vos
as palavras que eu desejava; e o lembrásseis de que esse é o a nome
convênio que fizestes é um con- que eu disse que vos daria e que
vênio justo. nunca seria apagado, a menos
7 E agora, por causa do convê- que o fosse devido a transgres-
nio que fizestes, sereis chamados são; portanto, tomai cuidado para
a 
progênie de Cristo, filhos e filhas não transgredirdes, a fim de que
dele, porque eis que neste dia ele o nome não seja apagado de vos-
vos b gerou espiritualmente; pois so coração.
dizeis que vosso c coração se trans- 12 Digo-vos: Quisera que vos
formou pela fé em seu nome; por- lembrásseis de a conservar sempre
tanto, d nascestes dele e vos tornas- o nome escrito em vosso cora-
tes seus e filhos e suas filhas. ção, para que não vos encontreis à
8 E sob esse nome vós sois a li- mão esquerda de Deus, mas para
bertados e não há b qualquer outro que ouçais e conheçais a voz pela
nome por meio do qual podeis ser qual sereis chamados e também o
libertados. Não há qualquer outro nome pelo qual ele vos chamará.
c 
nome pelo qual seja concedida a 13 Pois como a conhece um ho-
salvação; quisera, portanto, que mem o mestre a quem não serviu
5 a Mos. 18:10. GEE Nascer de Deus, Al. 46:15.
b Mos. 3:25–27. Nascer de Novo. 10 a Al. 5:38–39.
c Mos. 3:2. e D&C 11:30. b Mt. 25:33.
7 a Mos. 27:24–26; 8 a Rom. 6:18; 11 a Mos. 1:11–12.
Mois. 6:64–68. Gál. 5:1; GEE Jesus Cristo —
GEE Filhos e Filhas de Hel. 14:30. Tomar sobre nós o
Deus. b At. 4:10, 12; nome de Jesus Cristo.
b GEE Gerar. Al. 21:9. 12 a D&C 18:23–25.
c GEE Coração. c Mos. 26:18. 13 a Mos. 26:24–27.
d Mos. 15:10–11. d At. 11:26;
MOSIAS 5:14–6:7 180
e que lhe é estranho e que está 2 E aconteceu que não houve
longe dos pensamentos e desíg- uma só alma, exceto as crianci-
nios de seu coração? nhas, que não tivesse feito con-
14 E ainda, toma alguém um ju- vênio e tomado sobre si o nome
mento que pertence a seu vizinho de Cristo.
e guarda-o? Digo-vos que não; 3 E novamente aconteceu que,
nem mesmo permitirá que paste havendo o rei Benjamim dado
com os seus rebanhos, mas ele irá por terminadas todas estas coisas
afugentá-lo e expulsá-lo. Digo-vos e consagrado seu filho a Mosias
que o mesmo acontecerá convos- como chefe e rei de seu povo e
co, se não souberdes o nome pelo passado a ele todas as funções do
qual sois chamados. reino e também b designado sacer-
15 Portanto, quisera que fôsseis dotes para c ensinar o povo, para
firmes e inamovíveis, sobejando que assim todos pudessem ouvir
sempre em boas obras, para que e conhecer os mandamentos de
Cristo, o Senhor Deus Onipoten- Deus e para fazê-los lembrar-se
te, possa a selar-vos como seus, a do d juramento que haviam feito,
fim de que sejais levados ao céu despediu a multidão; e voltaram,
e tenhais salvação sem fim e vida cada um com sua família, para
eterna por meio da sabedoria e suas próprias casas.
poder e justiça e misericórdia da- 4 E a Mosias começou a reinar em
quele que b criou todas as coisas no lugar de seu pai. E começou a rei-
céu e na Terra, que é Deus acima nar no seu trigésimo ano de vida,
de tudo. Amém. havendo transcorrido, ao todo,
cerca de quatrocentos e setenta e
CAPÍTULO 6 seis anos desde o b tempo em que
Leí deixara Jerusalém.
O rei Benjamim registra os nomes
5 E o rei Benjamim viveu três
das pessoas e designa sacerdotes para
anos e morreu.
ensiná-las — Mosias reina como um
6 E aconteceu que o rei Mosias
rei justo. Aproximadamente 124–
andou nos caminhos do Senhor, e
121 a.C.
observou os seus juízos e os seus
E então o rei Benjamim achou estatutos; e guardou os seus man-
que seria conveniente, depois damentos em todas as coisas que
de ter acabado de falar ao povo, ele lhe ordenou.
a 
anotar o nome de todos os que 7 E o rei Mosias fez com que
haviam feito convênio com Deus seu povo cultivasse a terra. E ele
de guardar seus mandamentos. próprio também cultivou a terra
15 a GEE Chamado Al. 11:39. c Al. 4:7.
(Vocação) e Eleição; 6 1 a D&C 128:8. d Mos. 5:5–7.
Santificação. 3 a Mos. 1:10; 2:30. 4 a GEE Mosias, Filho do
b Col. 1:16; b GEE Ordenação, rei Benjamim.
Mos. 4:2; Ordenar. b 1 Né. 1:4.
181 MOSIAS 7:1–10
para que, assim, não se tornasse
a 
Zaraenla; e ele era também o seu
uma carga para seu povo, a fim chefe;
de agir em todas as coisas como 4 E não sabiam que rumo tomar
seu pai havia feito. E não houve no deserto para subir à terra de
contendas entre seu povo pelo Leí-Néfi; portanto, vagaram pelo
espaço de três anos. deserto por muitos dias, sim, por
quarenta dias eles vagaram.
CAPÍTULO 7 5 E depois de terem vagado du-
rante quarenta dias, chegaram
Amon descobre a terra de Leí-Néfi,
a uma colina que fica ao norte
onde Lími é rei — O povo de Lími
da terra de a Silom e ali armaram
está sob o jugo dos lamanitas —
suas tendas.
Lími relata a história deles — Um
6 E Amon tomou três de seus ir-
profeta (Abinádi) testificara que
mãos — e seus nomes eram Ama-
Cristo é o Deus e Pai de todas as coi-
léqui, Helém e Hem — e desceram
sas — Aqueles que semeiam imun-
para a terra de a Néfi.
dície colhem vendaval; e aqueles
7 E eis que encontraram o rei do
que põem sua confiança no Senhor
povo que vivia na terra de Néfi e
serão libertados. Aproximadamente
na terra de Silom; e foram cerca-
121 a.C.
dos pela guarda do rei e foram
Ora, aconteceu que depois de ha- presos e amarrados e foram pos-
ver o rei Mosias tido paz contínua tos na prisão.
pelo espaço de três anos, desejou 8 E aconteceu que depois de ha-
saber sobre o povo que a subira verem permanecido dois dias na
para habitar na terra de Leí-Né- prisão, foram novamente levados
fi, ou seja, na cidade de Leí-Néfi; à presença do rei e desamarrados.
porque seu povo nada soubera E ficaram diante do rei e foi-lhes
deles desde a época em que ha- permitido, ou melhor, ordenado
viam deixado a terra de b Zaraenla; que respondessem às perguntas
portanto, importunavam-no com que ele lhes faria.
sua insistência. 9 E ele disse-lhes: Eis que sou
2 E aconteceu que o rei Mosias a 
Lími, filho de Noé, que era filho
permitiu que dezesseis de seus de Zênife, que veio da terra de Za-
homens fortes subissem à terra de raenla para herdar esta terra, que
Leí-Néfi para inquirirem acerca de era a terra de seus pais; e que foi
seus irmãos. feito rei pela voz do povo.
3 E aconteceu que no dia seguin- 10 E agora desejo saber o moti-
te iniciaram a subir, tendo com vo pelo qual fostes tão corajosos
eles um certo Amon, homem for- a ponto de terdes chegado perto
te e poderoso, descendente de das muralhas da cidade, quando
7 a 2 Cor. 11:9. b Ômni 1:13. 6 a 2 Né. 5:8.
7 1 a Ômni 1:27–30. 5 a Mos. 9:6, 8, 14. 9 a Mos. 11:1.
MOSIAS 7:11–19 182
eu próprio me achava, com meus seremos seus escravos; porque é
guardas, fora da porta? melhor sermos escravos dos ne-
11 E então, por este motivo per- fitas do que pagarmos tributo ao
miti que fôsseis poupados, para rei dos lamanitas.
que eu vos pudesse interrogar, 16 E então o rei Lími ordenou a
pois do contrário eu teria feito seus guardas que não mais amar-
com que meus guardas vos matas- rassem Amon e seus irmãos, mas
sem. Tendes permissão para falar. fez com que fossem à colina que
12 E então, quando Amon viu se achava ao norte de Silom e
que tinha permissão para falar, trouxessem seus irmãos para a
adiantou-se e inclinou-se diante cidade, a fim de comerem e bebe-
do rei; e levantando-se novamen- rem e descansarem dos labores de
te, disse: Ó rei, sou muito grato a sua jornada; porque haviam sofri-
Deus, neste dia, por ainda estar do muitas coisas; haviam sofrido
vivo e ter permissão para falar; fome, sede e cansaço.
e procurarei expressar-me sem 17 E aconteceu que no dia se-
temor; guinte o rei Lími enviou uma pro-
13 Porque tenho certeza de que, clamação a todo o povo, para que
se soubésseis quem eu sou, não te- todos se reunissem no a templo e
ríeis permitido que eu fosse amar- ouvissem as palavras que lhes
rado. Porque eu sou Amon e sou iria dizer.
descendente de a Zaraenla; e vim 18 E aconteceu que quando es-
da terra de Zaraenla para inquirir tavam reunidos, falou-lhes desta
sobre nossos irmãos, a quem Zê- maneira, dizendo: Ó vós, povo
nife trouxe daquela terra. meu, levantai a cabeça e sede con-
14 E então aconteceu que após fortados; porque eis que o tempo
ter ouvido as palavras de Amon, está próximo, ou melhor, não mui-
Lími alegrou-se grandemente to distante, em que não estaremos
e disse: Agora tenho certeza de mais sujeitos a nossos inimigos,
que meus irmãos que se achavam apesar de nossas muitas lutas,
na terra de Zaraenla ainda estão que têm sido em vão; contudo,
vivos. E agora me regozijarei; e acredito que resta uma luta eficaz
amanhã farei com que meu povo a ser travada.
também se regozije. 19 Portanto, levantai a cabeça e
15 Pois eis que estamos sob o regozijai-vos e ponde vossa con-
jugo dos lamanitas e foi-nos a im- fiança em a Deus, naquele Deus
posto um tributo difícil de ser su- que foi o Deus de Abraão e Isa-
portado. E agora, eis que nossos que e Jacó; e também naquele
irmãos nos livrarão do cativeiro, Deus que b tirou os filhos de Israel
isto é, das mãos dos lamanitas, e da terra do Egito e fez com que
13 a Ômni 1:12–15. 17 a 2 Né. 5:16. b Êx. 12:40–41;
15 a Mos. 19:15. 19 a Êx. 3:6; 1 Né. 19:10. Al. 36:28.
183 MOSIAS 7:20–28
atravessassem o Mar Vermelho esta nossa aflição? Ora, eis que
em terra seca e alimentou-os com grande é a razão que temos para
c 
maná para que não perecessem lamentar-nos.
no deserto; e muitas outras coisas 24 Sim, digo-vos que grandes
fez por eles. são as razões que temos para la-
20 E ainda mais, esse mesmo mentar-nos; pois eis que quantos
Deus a tirou nossos pais da terra de de nossos irmãos foram mortos e
Jerusalém e guardou e preservou seu sangue derramado em vão;
seu povo até agora; e eis que foi e tudo por causa de iniquidade.
por causa de nossas iniquidades 25 Porque se este povo não hou-
e abominações que ele nos levou vesse caído em transgressão, o
à escravidão. Senhor não teria permitido que
21 E vós todos sois testemunhas, esse grande mal lhes sobrevies-
neste dia, de que Zênife, que foi se. Eis, porém, que não quiseram
feito rei deste povo, estando a ex- dar ouvidos às suas palavras; mas
tremamente ansioso para herdar surgiram contendas entre eles, a
a terra de seus pais, foi então en- tal ponto que derramaram sangue
ganado pela astúcia e estratagema entre eles.
do rei Lamã, que fez um tratado 26 E eles mataram um a profeta
com o rei Zênife e deixou em suas do Senhor; sim, um homem es-
mãos a posse de uma parte da ter- colhido de Deus, que lhes havia
ra, ou seja, a cidade de Leí-Néfi falado de suas iniquidades e abo-
e a cidade de Silom e a terra dos minações e profetizado muitas
arredores — coisas que hão de acontecer, sim,
22 E tudo isto ele fez com o úni- até mesmo a vinda de Cristo.
co fim de a subjugar, ou seja, de 27 E porque ele lhes disse que
escravizar este povo. E eis que, Cristo era o a Deus, o Pai de todas
presentemente, pagamos ao rei as coisas; e que tomaria sobre si
dos lamanitas tributo equivalente a imagem de homem, que seria
à metade de nosso milho e nos- a b imagem segundo a qual o ho-
sa cevada e mesmo de todos os mem fora criado no princípio; ou,
nossos grãos de toda espécie; e a em outras palavras, ele disse que
metade do acréscimo de nossos o homem fora criado à imagem de
rebanhos e manadas; e mesmo a c 
Deus e que Deus desceria entre
metade de tudo que temos ou que os filhos dos homens e tomaria
possuímos, o rei dos lamanitas sobre si carne e sangue e andaria
exige de nós, ou nossa vida. sobre a face da Terra —
23 E agora, não é doloroso ter 28 E então, por ter dito isso, ma-
de suportar isto? Não é grande taram-no; e muitas outras coisas
19 c Êx. 16:15, 35; 21 a Mos. 9:1–3. b Gên. 1:26–28;
Núm. 11:7–8; 22 a Mos. 10:18. Ét. 3:14–17;
Jos. 5:12. 26 a Mos. 17:12–20. D&C 20:17–18.
20 a 1 Né. 2:1–4. 27 a GEE Trindade. c Mos. 13:33–34; 15:1–4.
MOSIAS 7:29–8:7 184
fizeram que atraíram sobre si a ira E aconteceu que o rei Lími, de-
de Deus. Portanto, quem se admi- pois de haver acabado de falar a
ra de que estejam em cativeiro e seu povo, pois disse-lhes muitas
que sofram aflições? coisas, mas poucas são as que es-
29 Porque eis que o Senhor dis- crevi neste livro, tudo lhes contou
se: Não a socorrerei meu povo no sobre seus irmãos que estavam na
dia de sua transgressão, mas obs- terra de Zaraenla.
truirei seus caminhos para que 2 E fez com que Amon se apre-
não prosperem; e suas obras se- sentasse diante da multidão e con-
rão como pedra de tropeço dian- tasse tudo que havia acontecido a
te deles. seus irmãos, desde a ocasião em
30 E novamente ele diz: Se meu que Zênife deixara aquela terra
povo semear a imundície, b colherá até a época em que ele próprio
a palha no vendaval; e o seu efeito saíra de lá.
é veneno. 3 E ele também repetiu as últi-
31 E novamente ele diz: Se meu mas palavras que o rei Benjamim
povo semear imundície, colherá o lhes dirigira e explicou-as ao povo
a 
vento oriental, que traz destrui- do rei Lími, para que entendessem
ção imediata. todas as palavras que ele dissera.
32 E agora eis que a promessa 4 E aconteceu que depois de ha-
do Senhor foi cumprida e fostes ver feito tudo isto, o rei Lími des-
feridos e afligidos. pediu a multidão e fez com que
33 Se vos a voltardes para o Se- cada um voltasse para sua pró-
nhor com todo o coração e colo- pria casa.
cardes vossa confiança nele e o 5 E aconteceu que fez com que as
servirdes com toda diligência de placas que continham o a registro
vossa mente, se assim fizerdes ele de seu povo, desde o tempo em
vos livrará do cativeiro, de acor- que haviam deixado a terra de
do com a sua própria vontade e Zaraenla, fossem levadas a Amon
prazer. para que ele as lesse.
6 Ora, assim que Amon leu o
registro, perguntou-lhe o rei se
CAPÍTULO 8
podia interpretar línguas; e Amon
Amon ensina o povo de Lími — Toma disse-lhe que não.
conhecimento das vinte e quatro pla- 7 E disse-lhe o rei: Estando pesa-
cas jareditas — Registros antigos roso com as aflições de meu povo,
podem ser traduzidos por videntes — fiz com que quarenta e três ho-
Nenhum dom é maior do que a vi- mens de meu povo saíssem pelo
dência. Aproximadamente 121 a.C. deserto para procurar a terra de
29 a 1 Sam. 12:15; Imundo. 31 a Jer. 18:17; Mos. 12:6.
2 Crôn. 24:20. b Gál. 6:7–8; D&C 6:33. 33 a Mórm. 9:6.
30 a GEE Imundície, GEE Ceifa, Colheita. 8 5 a Mos. 9–22.
185 MOSIAS 8:8–17
Zaraenla, a fim de rogar a nossos remanescentes do povo que foi
irmãos que nos livrassem do ca- destruído, do qual vieram estes
tiveiro. registros; ou talvez nos deem in-
8 E ficaram perdidos no deser- formações sobre o próprio povo
to pelo espaço de muitos dias; que foi destruído; e desejo saber
e apesar de sua diligência não a causa de sua destruição.
encontraram a terra de Zaraen- 13 Ora, Amon disse-lhe: Posso
la, mas voltaram para cá depois indicar-te com segurança, ó rei,
de terem viajado por uma região um homem capaz de a traduzir
entre muitas águas e descober- os registros; porque possui algo
to uma terra coberta de ossos de com que pode olhar e traduzir
homens e de animais e também todos os registros da antiguida-
coberta de ruínas de edifícios de de; e é um dom de Deus. E esses
todo tipo, tendo descoberto uma objetos são chamados b intérpretes
terra que havia sido habitada por e nenhum homem os pode olhar,
um povo tão numeroso quanto as a menos que lhe seja ordenado,
hostes de Israel. para que não procure o que não
9 E como testemunho de que as deve e pereça. E quem quer que
coisas que disseram são verda- receba ordem para olhá-los é cha-
deiras, trouxeram a vinte e quatro mado c vidente.
placas cobertas de gravações; e 14 E eis que o rei do povo que
elas são de ouro puro. está na terra de Zaraenla é o ho-
10 E eis que também trouxeram mem que recebeu ordem para fa-
a 
couraças de grande tamanho; são zer estas coisas e que possui esse
de b latão e cobre e encontram-se grande dom de Deus.
em perfeito estado. 15 E o rei disse que um vidente
11 E ainda trouxeram espadas, é maior que um profeta.
cujos punhos se haviam estraga- 16 E Amon disse que um viden-
do e cujas lâminas estavam cor- te é também revelador e profeta;
roídas de ferrugem; e não há na e que não há dom maior que um
terra alguém capaz de interpretar homem possa ter, a não ser que
a língua, isto é, as gravações que possuísse o poder de Deus, que
estão nas placas. Foi por isso que ninguém pode possuir; contudo,
te perguntei: Podes traduzir? o homem pode receber grande
12 E torno a perguntar-te: Sa- poder de Deus.
bes de alguém que possa tra- 17 Um vidente, porém, pode sa-
duzir? Porque desejo que estes ber tanto de coisas passadas como
registros sejam traduzidos para de coisas futuras; e por meio de-
a nossa língua; pois talvez nos les todas as coisas serão revela-
possam dar informações sobre os das, ou seja, coisas secretas serão
9 a Ét. 1:1–2. b Ét. 10:23. b GEE Urim e Tumim.
10 a Ét. 15:15. 13 a Mos. 28:10–17. c GEE Vidente.
MOSIAS 8:18–9:2 186
manifestadas e coisas ocultas vi- libertados das mãos dos lama-
rão à luz; e darão a conhecer coi- nitas.
sas que não são conhecidas; e tam-
Abrange os capítulos 9 a 22.
bém manifestarão coisas que, de
outra maneira, não poderiam ser
conhecidas.
CAPÍTULO 9
18 Assim, Deus providenciou
um meio para que o homem, pela Zênife conduz um grupo de Zaraenla
fé, pudesse operar grandes mi- para ocupar a terra de Leí-Néfi — O
lagres; portanto, ele se torna um rei lamanita permite-lhes tomar posse
grande benefício para seus seme- da terra — Há guerra entre os lama-
lhantes. nitas e o povo de Zênife. Aproxima-
19 E então, quando Amon ter- damente 200–187 a.C.
minou de dizer essas palavras,
Eu, Zênife, havendo sido ensi-
o rei alegrou-se imensamente e
nado em todo o idioma dos nefi-
rendeu graças a Deus, dizendo:
tas e tendo tido conhecimento da
Sem dúvida estas placas contêm a 
terra de Néfi, ou seja, da terra da
um a grande mistério e estes intér-
primeira herança de nossos pais;
pretes foram, sem dúvida, prepa-
e havendo sido enviado como
rados com o fim de revelar todos
espião entre os lamanitas, a fim
esses mistérios aos filhos dos ho-
de espionar suas forças para que
mens.
nosso exército pudesse cair so-
20 Oh! Quão maravilhosas são
bre eles e destruí-los — quando
as obras do Senhor e por quan-
vi, porém, o que havia de bom
to tempo ele é tolerante com seu
entre eles, não mais desejei a sua
povo! Sim, e quão cego e impe-
destruição.
netrável é o entendimento dos
2 Portanto, discuti com meus ir-
filhos dos homens, porque não
mãos no deserto, porque desejava
procuram sabedoria nem desejam
que nosso chefe fizesse um trata-
que a ela os governe!
do com eles; sendo ele, porém,
21 Sim, eles são como um reba-
um homem rigoroso e sanguiná-
nho selvagem que foge do pastor
rio, ordenou que eu fosse morto;
e se dispersa; e é perseguido e
mas fui salvo com derramamen-
devorado pelas feras da floresta.
to de muito sangue; porque pai
lutou contra pai, e irmão contra
Registro de Zênife — Um relato irmão, até que a maior parte de
sobre seu povo, desde a ocasião nosso exército foi destruída no
em que deixaram a terra de Za- deserto; e nós, os que escapamos,
raenla até a época em que foram voltamos à terra de Zaraenla para
19 a Ét. 3:21–28; 4:4–5. no hebraico e no grego. 9 1 a 2 Né. 5:5–8;
20 a IE Sabedoria, Prov. 9:1; Ômni 1:12.
substantivo feminino Mt. 11:19.
187 MOSIAS 9:3–15
contar às suas esposas e filhos o espécie de frutas; e começamos
que sucedera. a multiplicar-nos e a prosperar
3 Contudo, estando eu extrema- na terra.
mente zeloso em herdar a terra de 10 Ora, foi por astúcia e malícia,
nossos pais, reuni todos os que a fim de a levar meu povo ao cati-
desejavam subir para ocupar a veiro, que o rei Lamã cedeu a terra
terra e reiniciamos nossa jornada para que a ocupássemos.
pelo deserto, para subirmos à ter- 11 Portanto, aconteceu que de-
ra; mas fomos atingidos pela fome pois de havermos habitado a ter-
e por duras aflições, porque éra- ra pelo espaço de doze anos, o rei
mos vagarosos para lembrar-nos Lamã começou a ficar inquieto,
do Senhor nosso Deus. temendo que meu povo de algum
4 Não obstante, depois de haver- modo se tornasse forte na terra,
mos vagado por muitos dias no não podendo mais ser dominado
deserto, armamos nossas tendas nem escravizado.
no lugar em que nossos irmãos 12 Ora, eles eram um povo pre-
haviam sido mortos, que ficava guiçoso e a idólatra; portanto, de-
perto da terra de nossos pais. sejavam escravizar-nos, para po-
5 E aconteceu que retornei à ci- derem fartar-se com o trabalho de
dade com quatro de meus homens nossas mãos; sim, para poderem
para ver o rei, a fim de conhecer a banquetear-se com os rebanhos
disposição do rei e saber se pode- de nossos campos.
ria ir com meu povo tomar posse 13 Portanto, aconteceu que o rei
da terra em paz. Lamã começou a instigar o seu
6 E fui ver o rei e ele fez um acor- povo a lutar contra o meu povo;
do comigo para que eu ocupasse portanto, começou a haver guer-
a terra de Leí-Néfi e a terra de ras e contendas naquela terra.
Silom. 14 Pois no décimo terceiro ano
7 E também ordenou que seu de meu reinado na terra de Néfi,
povo saísse da terra; e eu e meu ao sul da terra de Silom, estando
povo nela entramos para ocupá- os de meu povo a dar de beber
la. e a apascentar seus rebanhos e a
8 E começamos a construir edi- cultivar suas terras, uma nume-
fícios e a reparar os muros da ci- rosa hoste de lamanitas caiu so-
dade, sim, os muros da cidade bre eles e começou a matá-los e a
de Leí-Néfi e da cidade de Silom. levar seus rebanhos e o milho de
9 E começamos a cultivar o solo, seus campos.
sim, com toda espécie de semen- 15 Sim, e aconteceu que todos
tes: com sementes de milho e de os que não foram apanhados fu-
trigo e de cevada e com neas e giram para a cidade de Néfi e pe-
com seum e com sementes de toda diram minha proteção.
10 a Mos. 7:21–22. 12 a En. 1:20. GEE Idolatria.
MOSIAS 9:16–10:7 188
16 E aconteceu que eu os armei se fabricassem armas de guerra de
com arcos e com flechas, com es- toda espécie, para que assim eu
padas e com cimitarras e com cla- tivesse armas para o meu povo
vas e com fundas e com toda espé- quando os lamanitas subissem no-
cie de armas que nos foi possível vamente para guerrear meu povo.
inventar; e eu e meu povo saímos 2 E coloquei guardas em vários
para batalhar contra os lamanitas. pontos da região, para que os
17 Sim, com a força do Senhor lamanitas não voltassem a nos
saímos para batalhar contra os surpreender e destruíssem-nos; e
lamanitas; porque eu e meu povo assim protegi meu povo e meus
clamamos fervorosamente ao Se- rebanhos e evitei que caíssem nas
nhor para que nos livrasse das mãos de nossos inimigos.
mãos de nossos inimigos, porque 3 E aconteceu que habitamos a
nos veio à lembrança a libertação terra de nossos pais por muitos
de nossos pais. anos, sim, pelo espaço de vinte e
18 E Deus a ouviu nossos clamo- dois anos.
res e respondeu a nossas orações; 4 E fiz com que os homens culti-
e avançamos com a sua força; sim, vassem o solo e plantassem toda
avançamos contra os lamanitas e, espécie de a grãos e frutas de todo
em um dia e uma noite, matamos tipo.
três mil e quarenta e três; matamo- 5 E fiz com que as mulheres
los até expulsá-los de nossa terra. fiassem e labutassem e traba-
19 E eu mesmo, com minhas lhassem e tecessem toda espécie
próprias mãos, ajudei a enterrar de linho fino; sim, e a tecidos de
seus mortos. E eis que, para nossa toda espécie para cobrir nossa
grande tristeza e lamentação, du- nudez; e assim prosperamos na
zentos e setenta e nove de nossos terra — assim tivemos paz contí-
irmãos foram mortos. nua na terra pelo espaço de vinte
e dois anos.
CAPÍTULO 10 6 E aconteceu que morreu o rei
a 
Lamã e seu filho começou a rei-
Morre o rei Lamã — Seu povo é sel-
nar em seu lugar. E ele começou a
vagem e feroz e crê em falsas tradi-
incitar seu povo a rebelar-se con-
ções — Zênife e seu povo prevale-
tra meu povo; portanto, começa-
cem contra eles. Aproximadamente
ram a se preparar para a guerra e
187–160 a.C.
para lutar contra meu povo.
E aconteceu que novamente co- 7 Mas eu enviara meus espias a
meçamos a organizar o reino e vários lugares da terra de a Senlon,
novamente começamos a habitar para descobrir seus preparativos e
aquela terra em paz. E fiz com que assim poder proteger-me deles, a
18 a Mos. 29:20. 5 a Al. 1:29. 7 a Mos. 11:12.
10 4 a Mos. 9:9. 6 a Mos. 9:10–11; 24:3.
189 MOSIAS 10:8–16
fim de que não caíssem sobre meu na tradição de seus pais, que é
b 

povo e destruíssem-no. esta — Acreditavam que haviam


8 E aconteceu que eles vieram sido expulsos da terra de Jeru-
pelo norte da terra de Silom com salém por causa da iniquidade
suas numerosas hostes, homens de seus pais e que haviam sido
a 
armados com b arcos e com fle- injustiçados por seus irmãos no
chas e com espadas e com cimitar- deserto; e que também haviam
ras e com pedras e com fundas; e sido injustiçados enquanto atra-
tinham a cabeça rapada, de modo vessavam o mar;
que se mostravam desnudas; e es- 13 E também que haviam sido
tavam cingidos com um cinturão injustiçados na terra de sua a pri-
de couro ao redor dos lombos. meira herança, depois de have-
9 E aconteceu que fiz com que as rem atravessado o mar; e tudo
mulheres e crianças de meu povo isto porque Néfi havia sido mais
se escondessem no deserto; e fiz fiel na obediência aos mandamen-
também com que todos os meus tos do Senhor — Portanto, ele foi
homens idosos que pudessem pe- b 
favorecido pelo Senhor, pois o
gar em armas e também todos os Senhor ouviu suas orações e aten-
meus jovens que pudessem pe- deu-as; e ele tomou o comando da
gar em armas se reunissem para jornada no deserto.
batalhar contra os lamanitas; e 14 E seus irmãos enfureceram-se
coloquei-os em suas fileiras, cada com ele porque a não compreen-
homem segundo sua idade. diam a maneira de proceder do
10 E aconteceu que subimos para Senhor; também se b enfureceram
batalhar contra os lamanitas; e eu, com ele sobre as águas, porque
até eu, apesar da minha avança- endureceram o coração contra o
da idade, fui batalhar contra os Senhor.
lamanitas. E aconteceu que, com 15 E também se enfureceram
a a força do Senhor, subimos para com ele quando chegaram à ter-
batalhar. ra da promissão, porque diziam
11 Ora, os lamanitas nada sa- que ele tirara de suas mãos o
biam a respeito do Senhor nem a 
governo do povo; e procuraram
da força do Senhor; confiavam, matá-lo.
portanto, em sua própria força. 16 E também se enfureceram
Contudo, eram um povo forte com ele porque partiu para o de-
quanto à força dos homens. serto, como o Senhor lhe orde-
12 Eram um povo a selvagem, nara, e levou os a registros que
feroz e sanguinário, acreditando estavam gravados nas placas de
8 a Jar. 1:8. 12 a Al. 17:14. 14 a 1 Né. 15:7–11.
b Al. 3:4–5. b 2 Né. 5:1–3. b 1 Né. 18:10–11.
10 a GEE Confiança, 13 a 1 Né. 18:23. 15 a 2 Né. 5:3.
Confiar. b 1 Né. 17:35. 16 a 2 Né. 5:12.
MOSIAS 10:17–11:5 190
latão; porque diziam que ele os CAPÍTULO 11
havia b roubado.
O rei Noé governa iniquamente —
17 E assim ensinaram a seus fi-
Deleita-se numa vida devassa com
lhos que deveriam odiá-los e que
suas esposas e concubinas — Abi-
deveriam assassiná-los e que de-
nádi profetiza que o povo cairá em
veriam roubá-los e saqueá-los,
cativeiro — O rei Noé procura ti-
fazendo todo o possível para des-
rar-lhe a vida. Aproximadamente
truí-los; eles têm, portanto, um
160–150 a.C.
ódio eterno contra os filhos de
Néfi. E então aconteceu que Zênife
18 Por este motivo o rei Lamã, conferiu o reino a Noé, um de seus
com sua astúcia e malícia enga- filhos; portanto, Noé começou a
nadora e suas belas promessas, reinar em seu lugar; e ele não se-
enganou-me para que eu subisse guiu os caminhos de seu pai.
com meu povo a esta terra, a fim 2 Pois eis que não guardou os
de que eles o destruíssem; sim, mandamentos de Deus, mas se-
e temos sofrido todos estes anos guiu os desejos de seu próprio
na terra. coração. E teve muitas esposas e
19 E agora eu, Zênife, depois de a 
concubinas. E b levou o seu povo
dizer aos de meu povo todas estas a cometer pecados e a fazer o que
coisas a respeito dos lamanitas, es- era abominável aos olhos do Se-
timulei-os a batalhar com todas as nhor. Sim, e cometeram c liberti-
suas forças, confiando no Senhor; nagens e todo tipo de iniquidade.
portanto, lutamos com eles corpo 3 E estabeleceu um imposto de
a corpo. um quinto de tudo quanto pos-
20 E aconteceu que tornamos a suíam; a quinta parte de seu ouro
expulsá-los de nossa terra e mata- e de sua prata e a quinta parte de
mo-los numa grande carnificina, seu a zife e de seu cobre e de seu
tantos que não os contamos. latão e de seu ferro; e a quinta
21 E aconteceu que voltamos parte de seus rebanhos; e tam-
para nossa própria terra e meu bém a quinta parte de todos os
povo começou novamente a cui- seus grãos.
dar de seus rebanhos e a cultivar 4 E tomava tudo isto para sus-
suas terras. tentar a si mesmo e às suas espo-
22 E agora eu, estando velho, sas e suas concubinas; e também
conferi o reino a um de meus fi- seus sacerdotes, as esposas e as
lhos; portanto, nada mais digo. concubinas deles; assim, havia
E que o Senhor abençoe o meu modificado os negócios do reino.
povo. Amém. 5  Pois destituiu todos os
16 b Al. 20:10, 13. c 2 Né. 28:15. verbo — “revestir” ou
11 2 a Jacó 3:5. 3 a HEB palavras “laminar com metal.”
b 1 Re. 14:15–16; relacionadas:
Mos. 29:31. adjetivo — “brilhante”;
191 MOSIAS 11:6–17
sacerdotes que haviam sido consa- braços enquanto falavam a seu
grados por seu pai e em seu lugar povo palavras falsas e vãs.
consagrou novos, os quais tinham 12 E aconteceu que ele construiu
o coração cheio de orgulho. uma a torre perto do templo; sim,
6 Sim, e desta maneira eram sus- uma torre muito alta, tão alta que
tentados, em sua indolência e em ele, do seu topo, podia ver a ter-
sua idolatria e em suas libertina- ra de Silom e também a terra de
gens, pelos tributos que o rei Noé Senlon, que estava em poder dos
impusera a seu povo; assim, o lamanitas; e podia ver até mesmo
povo trabalhava muito para sus- toda a região circunvizinha.
tentar a iniquidade. 13  E aconteceu que mandou
7 Sim, e eles também se torna- construir muitos edifícios na ter-
ram idólatras, porque foram en- ra de Silom; e fez com que se cons-
ganados pelas palavras vãs e li- truísse uma grande torre na colina
sonjeiras do rei e dos sacerdotes; que ficava ao norte da terra de
pois diziam-lhes coisas lisonjeiras. Silom, onde os filhos de Néfi se
8 E aconteceu que o rei Noé cons- haviam refugiado na ocasião em
truiu muitos edifícios elegantes e que fugiram da terra; e isso fez
espaçosos; e ornamentou-os com com as riquezas que obteve com
belos trabalhos de madeira e com os impostos de seu povo.
toda espécie de coisas preciosas 14 E aconteceu que entregou o
de ouro e de prata e de ferro e de coração às suas riquezas, e pas-
latão e de zife e de cobre; sava o tempo numa vida de-
9 E também construiu para si vassa com suas esposas e suas
mesmo um espaçoso palácio com concubinas; e também seus sacer-
um trono no centro, tudo feito dotes passavam seu tempo com
de madeira nobre e ornamen- meretrizes.
tado com ouro e prata e coisas 15 E aconteceu que plantou vi-
preciosas. nhas pela terra; e construiu laga-
10 E também fez com que seus res e fez vinho em abundância; e
artífices executassem toda espécie tornou-se, portanto, um a bebedor
de obras finas, de madeira fina e de vinho, assim como seu povo.
de cobre e de latão, dentro das 16 E aconteceu que os lamani-
paredes do templo. tas começaram a investir contra
11 E os assentos reservados aos o seu povo, atacando pequenos
sumos sacerdotes, que ficavam grupos, e a matá-los em seus cam-
acima de todos os outros assen- pos e enquanto cuidavam de seus
tos, ele ornamentou com ouro rebanhos.
puro; e fez construir um para- 17 E o rei Noé espalhou guar-
peito a sua frente, para que pu- das pela terra, para contê-los;
dessem descansar o corpo e os não enviou, porém, um número
12 a Mos. 19:5–6. 15 a GEE Palavra de Sabedoria.
MOSIAS 11:18–28 192
suficiente, e os lamanitas caíram nas mãos de seus inimigos; sim, e
sobre eles e mataram-nos e leva- cairão em a cativeiro; e serão afli-
ram muitos de seus rebanhos para gidos pela mão de seus inimigos.
fora da terra; assim os lamanitas 22 E acontecerá que saberão que
começaram a destruí-los e a exer- eu sou o Senhor seu Deus e sou
cer seu ódio contra eles. um Deus a zeloso, castigando as
18 E aconteceu que o rei Noé iniquidades de meu povo.
enviou seus exércitos contra eles 23 E acontecerá que se este povo
e eles foram rechaçados, ou me- não se arrepender e não se voltar
lhor, fizeram com que retrocedes- para o Senhor seu Deus, cairá em
sem por algum tempo; voltaram, cativeiro; e ninguém os livrará, a
portanto, regozijando-se por seus não ser o Senhor, o Deus Todo-
despojos. Poderoso.
19 E então, por causa desta gran- 24 Sim, e acontecerá que quando
de vitória, encheram o coração de clamarem a mim, serei a vagaroso
orgulho; vangloriaram-se da pró- em ouvir seus clamores; sim, e
pria força, dizendo que cinquenta permitirei que sejam feridos por
dos seus podiam com milhares de seus inimigos.
lamanitas; e assim se a vangloria- 25 E a menos que se arrependam
vam e deleitavam-se com sangue com saco e cinzas e clamem vee-
e com o derramamento do sangue mentemente ao Senhor seu Deus,
de seus irmãos; e isto por causa não a ouvirei suas orações nem os
da iniquidade de seu rei e de seus livrarei de suas aflições; e assim
sacerdotes. diz o Senhor e assim me ordenou.
20 E aconteceu que existia entre 26 Ora, aconteceu que quando
eles um homem cujo nome era Abinádi lhes disse estas palavras,
a 
Abinádi; e ele começou a profe- enfureceram-se com ele e procura-
tizar no meio deles, dizendo: Eis ram tirar-lhe a vida; mas o Senhor
que assim diz o Senhor e assim livrou-o das mãos deles.
me ordenou, dizendo: Vai e dize a 27 Ora, quando o rei Noé soube
este povo: Assim diz o Senhor — das palavras que Abinádi dissera
Ai deste povo! Porque vi suas ao povo, também ficou irado; e
abominações e sua iniquidade e disse: Quem é Abinádi, para que
suas fornicações; e a não ser que eu e meu povo sejamos julgados
se arrependam, visitá-los-ei com por ele, ou a quem é o Senhor, para
minha ira. trazer sobre o meu povo tão gran-
21 E a menos que se arrepen- de aflição?
dam e voltem-se para o Senhor 28 Ordeno-vos trazer-me Abi-
seu Deus, eis que eu os entregarei nádi para que eu o mate, porque
19 a D&C 3:4. 21:13–15; 23:21–23. 24 a Miq. 3:4;
GEE Orgulho. 22 a Êx. 20:5; Mos. 21:15.
20 a GEE Abinádi. Deut. 6:15; 25 a Isa. 1:15; 59:2.
21 a Mos. 12:2; 20:21; Mos. 13:13. 27 a Êx. 5:2; Mos. 12:13.
193 MOSIAS 11:29–12:8
disse estas coisas para incitar meu Senhor disse-me: Estende a mão
povo à ira, uns contra os outros, e e profetiza, dizendo: Assim diz o
para causar contendas entre meu Senhor: Acontecerá que esta ge-
povo; portanto, eu o matarei. ração, por causa de suas iniqui-
29 Ora, os olhos do povo esta- dades, cairá em a cativeiro e será
vam a cegos; portanto, b endurece- ferida na b face; sim, e será recha-
ram o coração contra as palavras çada pelos homens e será morta;
de Abinádi e, a partir daquele e os abutres do ar e os cães, sim,
momento, procuraram prendê-lo. e os animais selvagens devorar-
E o rei Noé endureceu o coração lhe-ão a carne.
contra a palavra do Senhor e não 3 E acontecerá que a a vida do
se arrependeu de suas más obras. rei Noé valerá tanto quanto uma
vestimenta numa b fornalha quen-
CAPÍTULO 12 te; pois ele saberá que eu sou o
Senhor.
Abinádi é aprisionado por profetizar
4 E acontecerá que ferirei este
a destruição do povo e a morte do rei
meu povo com grandes aflições,
Noé — Os falsos sacerdotes citam as
sim, com fome e com a peste; e
escrituras e alegam guardar a lei de
farei com que b uive o dia inteiro.
Moisés — Abinádi começa a ensinar-
5 Sim, e farei com que a cargas pe-
lhes os Dez Mandamentos. Aproxi-
sadas sejam amarradas sobre seus
madamente 148 a.C.
lombos; e eles serão conduzidos
E aconteceu que, passados dois como um jumento mudo.
anos, Abinádi voltou para o meio 6 E acontecerá que enviarei gra-
deles disfarçado, de modo que nizo entre eles, que os ferirá; e
não o reconheceram, e começou a também serão feridos com o a ven-
profetizar entre eles, dizendo: As- to oriental; e b insetos também in-
sim me ordenou o Senhor, dizen- festarão suas terras e devorarão
do: Abinádi, vai e profetiza a este seus grãos.
meu povo, porque endureceram 7 E serão feridos com uma gran-
o coração contra as minhas pala- de peste — e tudo isto farei por
vras; eles não se arrependeram de causa de suas a iniquidades e abo-
suas más obras; portanto, a visitá- minações.
los-ei com minha ira, sim, com 8 E acontecerá que, a menos que
minha furiosa ira visitá-los-ei em se arrependam, eu os a destruirei
suas iniquidades e abominações. completamente da face da Terra;
2  Sim, ai desta geração! E o contudo, deixarão um b registro
29 a Mois. 4:4. b Mos. 21:3–4. 6 a Jer. 18:17;
b Al. 33:20; 3 a Mos. 12:10. Mos. 7:31.
Ét. 11:13. b Mos. 19:20. b Êx. 10:1–12.
12 1 a Isa. 65:6. 4 a D&C 97:26. 7 a D&C 3:18.
2 a Mos. 11:21; 20:21; b Mos. 21:9–10. 8 a Al. 45:9–14.
21:13–15; 23:21–23. 5 a Mos. 21:3. b Mórm. 8:14–16.
MOSIAS 12:9–21 194
atrás de si, o qual preservarei mentiu a teu respeito e profetizou
para outras nações que vierem a em vão.
ocupar a terra; sim, e até isto eu 15 E eis que somos fortes e não
farei para mostrar a outras na- seremos escravizados nem sere-
ções as iniquidades deste povo. E mos aprisionados por nossos ini-
muitas coisas profetizou Abinádi migos; sim, e prosperaste nesta
contra esse povo. terra e continuarás a prosperar.
9 E aconteceu que se zangaram 16 Eis que aqui está o homem;
com ele; e prenderam-no e leva- nós o entregamos em tuas mãos;
ram-no amarrado perante o rei e podes fazer com ele o que bem
disseram ao rei: Eis que te trouxe- entenderes.
mos um homem que profetizou 17 E aconteceu que o rei Noé
infortúnios concernentes a teu mandou que pusessem Abiná-
povo e disse que Deus o destruirá. di na prisão; e ordenou aos a sa-
10 E ele também profetiza infor- cerdotes que se reunissem para
túnios concernentes a tua vida e formarem com ele um conse-
diz que tua vida será semelhante lho e resolverem o que fazer
a uma vestimenta numa fornalha com ele.
de fogo. 18 E aconteceu que disseram ao
11 E diz ainda que serás como rei: Traze-o aqui, para que o inter-
um talo, como um talo seco do roguemos; e o rei ordenou que o
campo, que é pisado pelos ani- levassem à presença deles.
mais e calcado com os pés. 19 E começaram a interrogá-lo,
12 E acrescentou que tu serás com o fim de fazê-lo cair em con-
como a flor do cardo que, quando tradição, para assim terem de que
está plenamente desabrochada, se acusá-lo; ele, porém, respondeu-
o vento sopra, é levada pela face lhes arrojadamente e fez frente a
da terra. E alega que o Senhor o todas as suas perguntas, sim para
disse. E afirma que tudo isso re- espanto deles; pois a fez frente a
cairá sobre ti, a menos que te ar- eles em todas as suas perguntas
rependas; e isto por causa de tua e confundiu-os em todas as suas
iniquidade. palavras.
13 E agora, ó rei, que grande mal 20 E aconteceu que um deles lhe
fizeste ou que grandes pecados disse: Que significam as palavras
cometeu o teu povo, para que se- que foram escritas e ensinadas por
jamos condenados por Deus ou nossos pais e que dizem:
julgados por este homem? 21 a Quão belos são sobre os mon-
14 E agora, ó rei, eis que so- tes os pés do que anuncia boas
mos inocentes e tu, ó rei, não novas, que proclama a paz, que
pecaste; portanto, este homem anuncia o bem, que proclama a
17 a Mos. 11:11. 21 a Isa. 52:7–10;
19 a D&C 100:5–6. Naum 1:15.
195 MOSIAS 12:22–37
salvação; que diz a Sião: O teu gastais vossa energia com mere-
Deus reina! trizes, sim, e fazeis com que este
22 Tuas sentinelas levantarão a povo cometa pecados, dando mo-
voz; em uníssono cantarão; por- tivo ao Senhor para enviar-me,
que verão olho a olho quando o a fim de profetizar contra este
Senhor trouxer novamente Sião; povo, sim, um grande mal contra
23 Exultai de alegria! Cantai em este povo?
coro, ó lugares desolados de Jeru- 30 Não sabeis que digo a verda-
salém! Pois o Senhor confortou de? Sim, sabeis que digo a ver-
seu povo, ele redimiu Jerusalém; dade e deveríeis tremer diante
24 O Senhor desnudou seu santo de Deus.
a 
braço aos olhos de todas as na- 31 E acontecerá que sereis feri-
ções e todos os confins da Terra dos por vossas iniquidades, pois
verão a salvação de nosso Deus? haveis dito que ensinais a lei de
25 Disse-lhes então Abinádi: Sois Moisés. E que sabeis vós sobre a
vós a sacerdotes e alegais ensinar lei de Moisés? a Traz a lei de Moi-
este povo e entender o espírito de sés a salvação? Que dizeis vós?
profecia e, não obstante, desejais 32 E responderam-lhe, dizendo
que eu vos explique o que signi- que a salvação era obtida pela lei
ficam estas coisas? de Moisés.
26 Digo-vos: Ai de vós por per- 33 Abinádi, porém, disse-lhes:
verterdes os caminhos do Senhor! Sei que, se guardardes os man-
Pois, se entendeis estas coisas, não damentos de Deus, sereis salvos;
as haveis ensinado; portanto, ha- sim, se guardardes os mandamen-
veis pervertido os caminhos do tos que o Senhor entregou a Moi-
Senhor. sés no monte a Sinai, dizendo:
27 Não haveis aplicado vosso 34  a Eu sou o Senhor teu Deus
coração para a compreender; por- que te b tirei da terra do Egito, da
tanto, não haveis sido sábios. O casa da servidão.
que, pois, ensinais a este povo? 35 Não terás a outro Deus diante
28 E eles disseram: Ensinamos a de mim.
lei de Moisés. 36 Não farás para ti imagem de
29 E ele tornou a dizer-lhes: Se escultura, nem alguma semelhan-
ensinais a a lei de Moisés, por que ça do que há em cima nos céus
não a guardais? Por que pondes nem embaixo na Terra.
vosso coração nas riquezas? Por 37 E disse-lhes Abinádi: Haveis
que cometeis b libertinagens e vós feito tudo isto? Digo-vos que
24 a 1 Né. 22:11. 31 a Mos. 3:15; 13:27–32; 1 Né. 17:40;
25 a Mos. 11:5. Al. 25:16. Mos. 7:19.
27 a GEE Compreensão, 33 a Êx. 19:9, 16–20; 35 a Ose. 13:4.
Entendimento. Mos. 13:5. GEE Idolatria.
29 a GEE Lei de Moisés. 34 a Êx. 20:2–4.
b GEE Adultério. b Êx. 12:51;
MOSIAS 13:1–12 196
não, não haveis. E haveis ensi-
a 
se atreveu a deitar-lhe as mãos,
nado a este povo que deve fazer porque o Espírito do Senhor esta-
todas estas coisas? Digo-vos que va sobre ele; e seu rosto a resplan-
não, não haveis. decia com extraordinário brilho,
como o de Moisés no monte Sinai
CAPÍTULO 13 enquanto falava com o Senhor.
6 E falou com o a poder e a auto-
Abinádi é protegido pelo poder divi-
ridade de Deus; e continuou suas
no — Ele ensina os Dez Mandamen-
palavras, dizendo:
tos — Não se alcança a salvação ape-
7 Vedes que não tendes poder
nas pela lei de Moisés — O próprio
para matar-me, portanto, termino
Deus fará uma expiação e redimirá o
a minha mensagem. Sim, e perce-
Seu povo. Aproximadamente 148 a.C.
bo que ela vos a atinge profunda-
E então, quando o rei ouviu estas mente, porque vos digo a verdade
palavras, disse a seus sacerdotes: sobre vossas iniquidades.
Tirai este homem daqui e matai-o, 8 Sim, e minhas palavras en-
pois o que temos nós a ver com chem-vos de admiração e de es-
ele? Ele é louco! panto e de ira.
2 E eles avançaram e procura- 9 Termino, porém, a minha men-
ram deitar-lhe as mãos; mas ele sagem; e agora não importa aonde
resistiu, dizendo: eu vá, contanto que eu seja salvo.
3 Não me toqueis, pois Deus fe- 10 Mas isto vos digo: O que fi-
rir-vos-á se deitardes as mãos em zerdes comigo, depois disto, será
mim, porque ainda não transmi- como um a símbolo e uma repre-
ti a mensagem que o Senhor me sentação de coisas que estão para
ordenou que transmitisse; nem vir.
tampouco vos disse aquilo que 11 E agora vos lerei o restante
a 
pedistes que vos dissesse; por- dos a mandamentos de Deus, pois
tanto, Deus não permitirá que eu percebo que não estão escritos
seja destruído neste momento. em vosso coração; percebo que
4 Devo, porém, cumprir os man- haveis estudado e ensinado ini-
damentos que Deus me deu; e por quidade durante a maior parte
eu ter dito a verdade, estais irados de vossa vida.
contra mim. E também, por ter 12 E agora, lembrai-vos de que
transmitido a palavra de Deus, eu vos disse: Não farás para ti
julgais que sou louco. imagem de escultura nem alguma
5 Ora, aconteceu que depois de semelhança do que há em cima
Abinádi haver pronunciado estas nos céus nem embaixo na Terra
palavras, o povo do rei Noé não nem nas águas debaixo da terra.
37 a Mos. 13:25–26. 6 a GEE Poder. Al. 25:10.
13 3 a Mos. 12:20–24. 7 a 1 Né. 16:2. 11 a Êx. 20:1–17.
5 a Êx. 34:29–35. 10 a Mos. 17:13–19;
197 MOSIAS 13:13–29
13 E também: Não te encurvarás 23 Não dirás falso testemunho
a 

a elas nem as servirás; porque eu, o contra o teu próximo.


Senhor teu Deus, sou um Deus ze- 24 Não a cobiçarás a casa do teu
loso, que visito a maldade dos pais próximo, não cobiçarás a mulher
nos filhos até a terceira e quarta do teu próximo nem o seu servo
geração daqueles que me odeiam; nem a sua serva nem o seu boi
14 E faço misericórdia a milhares nem o seu jumento nem coisa al-
dos que me amam e guardam os guma do teu próximo.
meus mandamentos. 25 E aconteceu que depois de
15  Não tomarás o nome do Abinádi dizer estas coisas, per-
Senhor teu Deus em vão; porque guntou-lhes: Haveis ensinado a
o Senhor não terá por inocente o este povo que deve procurar fazer
que tomar o seu nome em vão. todas estas coisas, a fim de guar-
16 Lembra-te do dia do a sábado, dar estes mandamentos?
para o santificar. 26 Digo-vos que não, pois, se
17 Seis dias trabalharás e farás o houvésseis feito, o Senhor não
toda a tua obra; me haveria enviado para profe-
18 Mas o sétimo dia é o sábado tizar infortúnios concernentes a
do Senhor teu Deus; não farás ne- este povo.
nhuma obra, nem tu nem teu filho 27 E agora, dissestes que a sal-
nem tua filha nem o teu servo nem vação se alcança pela lei de Moi-
a tua serva nem o teu animal nem sés. Digo-vos que ainda é preciso
o teu estrangeiro que está dentro que guardeis a a lei de Moisés; mas
das tuas portas; digo-vos que chegará o tempo
19 Porque em a seis dias fez o em que b não mais será necessário
Senhor os céus e a Terra e o mar guardar a lei de Moisés.
e tudo o que neles há; portanto, 28 E digo-vos mais ainda, que a
abençoou o Senhor o dia do sá- a 
salvação não se alcança somente
bado e santificou-o. pela b lei; e se não fosse pela c expia-
20 a Honra a teu pai e a tua mãe, ção que o próprio Deus fará pelos
para que se prolonguem os teus pecados e iniquidades dos de seu
dias na terra que o Senhor teu povo, eles inevitavelmente pere-
Deus te dá. ceriam, apesar da lei de Moisés.
21 Não a matarás. 29 E agora vos digo que foi ne-
22 Não cometerás a adultério. cessário dar uma lei aos filhos de
Não b furtarás. Israel, sim, uma lei muito a severa;
16 a GEE Dia do Sábado b GEE Roubar, Roubo. Redimido, Redimir;
(Dia de Descanso). 23 a Prov. 24:28. Salvação.
19 a Gên. 1:31. GEE Mentir, Mentiroso. b Gál. 2:21;
20 a Mc. 7:10. 24 a GEE Cobiçar. Mos. 3:14–15;
21 a Mt. 5:21–22; 27 a GEE Lei de Moisés. Al. 25:15–16.
D&C 42:18. b 3 Né. 9:19–20; 15:4–5. c GEE Expiação, Expiar.
GEE Homicídio. 28 a Gál. 2:16. 29 a Jos. 1:7–8.
22 a GEE Adultério. GEE Redenção,
MOSIAS 13:30–14:5 198
porque eram um povo obstinado, ele próprio seria oprimido e
b 
rápido para cometer iniquidade afligido?
e vagaroso para lembrar-se do
Senhor seu Deus. CAPÍTULO 14
30 Portanto, uma a lei lhes foi
Isaías fala sobre o Messias — Mencio-
dada, sim, uma lei de ritos e de
na-se a humilhação e os sofrimentos
b 
ordenanças, uma lei que deve-
do Messias — Ele faz de Sua alma
riam c observar rigorosamente,
uma oferta pelo pecado e intercede pe-
dia a dia, para conservarem viva
los transgressores — Comparar com
a lembrança de Deus e de seu de-
Isaías 53. Aproximadamente 148 a.C.
ver para com ele.
31 Mas eis que vos digo que to- Sim, e não diz Isaías: Quem acre-
das essas coisas eram a símbolos ditou em nossas palavras e a
de coisas futuras. quem se manifestou o braço do
32 Ora, entendiam eles a lei? Di- Senhor?
go-vos que não; nem todos en- 2 Porque crescerá diante dele
tendiam a lei; e isso por causa da como uma planta tenra e como
dureza de seu coração; porque uma raiz de terra seca; não há nele
não compreendiam que ninguém forma nem formosura; e quando o
poderia ser salvo, a a não ser pela virmos, não acharemos nele bele-
redenção de Deus. za para que o desejemos.
33 Pois eis que não lhes profe- 3 Ele é desprezado e rejeitado
tizou Moisés acerca da vinda do pelos homens; homem de dores e
Messias e que Deus redimiria o experimentado em padecimentos;
seu povo? Sim, e mesmo a todos os e foi como se escondêssemos dele
profetas que profetizaram desde o nosso rosto; foi desprezado e não
princípio do mundo — não fala- fizemos caso dele.
ram eles mais ou menos a respeito 4 Certamente ele a tomou sobre
destas coisas? si nossas b dores e carregou nos-
34 Não disseram eles que o pró- sos pesares; no entanto, reputa-
prio a Deus desceria entre os filhos mo-lo por aflito, ferido por Deus
dos homens e tomaria a forma de e oprimido.
homem e andaria com grande po- 5 Mas foi ferido pelas nossas
der sobre a face da Terra? a 
transgressões, moído pelas nos-
35  Sim, e não disseram tam- sas iniquidades; o castigo de nossa
bém que ele proporcionaria a paz estava sobre ele e pelas suas
a 
ressurreição aos mortos e que feridas somos b curados.
29 b Al. 46:8. GEE Simbolismo. 35 a Isa. 26:19;
30 a Êx. 20. 32 a 2 Né. 25:23–25. 2 Né. 2:8.
b GEE Ordenanças. 33 a 1 Né. 10:5; 14 4 a Al. 7:11–12.
c Jacó 4:5. Jacó 4:4; 7:11. b Mt. 8:17.
31 a Mos. 16:14; 34 a Mos. 7:27; 15:1–3. 5 a Mos. 15:9; Al. 11:40.
Al. 25:15. GEE Trindade. b 1 Ped. 2:24–25.
199 MOSIAS 14:6–15:4
6 Todos nós andamos desgarra- poderosos ele repartirá os despo-
dos como a ovelhas; cada um se jos; porquanto derramou sua alma
desviou por seu próprio caminho; até a morte e foi contado com os
e o Senhor pôs sobre ele as iniqui- transgressores; tomou sobre si os
dades de todos nós. pecados de muitos e a intercedeu
7 Ele foi oprimido e a ele foi afli- pelos transgressores.
gido, mas não abriu a boca; como
um b cordeiro foi levado ao mata- CAPÍTULO 15
douro e, como a ovelha permane-
Como Cristo é tanto o Pai como o Fi-
ce muda perante seus tosquiado-
lho — Ele intercederá por Seu povo e
res, também ele não abriu a boca.
tomará sobre Si as transgressões de-
8 Da prisão e do julgamento foi
les — Eles e todos os santos profetas
tirado; e quem declarará sua gera-
são Sua semente — Ele efetua a Res-
ção? Porque foi arrancado da terra
surreição — As criancinhas têm vida
dos viventes; pelas transgressões
eterna. Aproximadamente 148 a.C.
de meu povo foi ferido.
9 E ele fez a sua sepultura com o E então Abinádi lhes disse: Qui-
ímpio e com o a rico na sua morte; sera que compreendêsseis que o
porquanto nunca fez b mal nem próprio a Deus descerá entre os fi-
houve engano na sua boca. lhos dos homens e b redimirá seu
10 Todavia ao Senhor agradou povo.
feri-lo; fê-lo sofrer; quando tu fi- 2 E porque ele a habita na carne,
zeres de sua alma uma oferta pelo será chamado o Filho de Deus; e
pecado ele verá sua a semente, ele havendo sujeitado a carne à von-
prolongará seus dias e o prazer do tade do Pai, sendo o b Pai e o Fi-
Senhor prosperará em sua mão. lho —
11 Verá a agonia de sua alma e 3 O Pai, a porque foi b concebido
ficará satisfeito; pelo seu conheci- pelo poder de Deus; e o Filho, por
mento o meu servo justo a muitos causa da carne; tornando-se assim
justificará, porque a tomará sobre o Pai e o Filho —
si as iniquidades deles. 4 E eles são a um Deus, sim, o
12  Portanto, dar-lhe-ei uma próprio b Pai c Eterno do céu e da
porção com os grandes e com os Terra.
6 a Mt. 9:36; 2 Né. 28:14; 1 Ped. 3:18; Jo. 10:30; 14:8–10;
Al. 5:37. D&C 19:16–19. Mos. 5:7; Al. 11:38–39;
7 a Mc. 15:3. 12 a 2 Né. 2:9; Mos. 15:8; Ét. 3:14.
GEE Jesus Cristo. Morô. 7:27–28. 3 a D&C 93:4.
b GEE Cordeiro de Deus; 15 1 a 1 Tim. 3:16; b Lc. 1:31–33;
Páscoa. Mos. 13:33–34. Mos. 3:8–9; Al. 7:10;
9 a Mt. 27:57–60; GEE Jesus Cristo. 3 Né. 1:14.
Mc. 15:27, 43–46. b GEE Redenção, 4 a Deut. 6:4; Jo. 17:20–23.
GEE José de Arimateia. Redimido, Redimir. GEE Trindade.
b Jo. 19:4. 2 a Mos. 3:5; 7:27; b Mos. 3:8; Hel. 14:12;
10 a Mos. 15:10–13. Al. 7:9–13. 3 Né. 9:15; Ét. 4:7.
11 a Lev. 16:21–22; b Isa. 64:8; c Al. 11:39.
MOSIAS 15:5–14 200
5 E assim a carne, tornando-se 10 E agora vos pergunto: Quem
sujeita ao Espírito, ou o Filho ao declarará sua geração? Eis que vos
Pai, sendo um Deus, a sofre tenta- digo que quando sua alma servir
ções e não cede a elas, mas sujeita- de oferta pelo pecado, ele verá a
se a ser b escarnecido e açoitado e sua a semente. E que dizeis agora?
expulso e c rejeitado por seu povo. E quem será a sua semente?
6 E depois de tudo isso, após 11 Eis que vos digo que quem
haver realizado grandes milagres tenha ouvido as palavras dos
entre os filhos dos homens, será a 
profetas, sim, de todos os santos
conduzido, sim, a segundo disse profetas que profetizaram sobre a
Isaías: Como a ovelha permanece vinda do Senhor, digo-vos que to-
muda perante seus tosquiadores, dos aqueles que tenham escutado
também ele não b abriu a boca. suas palavras e acreditado que o
7 Sim, desse modo será conduzi- Senhor redimiria seu povo e ha-
do, a crucificado e morto, a carne jam esperado ansiosamente pelo
sujeitando-se à morte, a b vontade dia da remissão de seus pecados,
do Filho sendo absorvida pela eu vos digo que estes são a sua
vontade do Pai. semente, ou seja, os herdeiros do
8 E assim rompe Deus as a liga- b 
reino de Deus.
duras da morte, havendo con- 12 Porque estes são aqueles cujos
quistado a b vitória sobre a morte; pecados a ele tomou sobre si; estes
dando ao Filho o poder de c inter- são aqueles por quem ele morreu,
ceder pelos filhos dos homens — para redimi-los de suas transgres-
9 Havendo ascendido ao céu, sões. E agora, não são eles sua
tendo as entranhas cheias de mi- semente?
sericórdia; estando cheio de com- 13  Sim, e não o são também
paixão pelos filhos dos homens; os profetas, cada um que abriu
interpondo-se entre eles e a justi- a boca para profetizar, que não
ça; havendo rompido as ligadu- caiu em transgressão, quero dizer,
ras da morte, tomado sobre a si as todos os santos profetas desde o
iniquidades e transgressões deles, começo do mundo? Digo-vos que
havendo-os redimido e b satisfeito eles são sua semente.
as exigências da justiça. 14 Estes são os que a proclamaram
5 a Lc. 4:2; 3 Né. 11:11. 11 a D&C 84:36–38.
Heb. 4:14–15. 8 a Mos. 16:7; b GEE Reino de Deus ou
b Jo. 19:1. Al. 22:14. Reino dos Céus;
c Mc. 8:31; b Ose. 13:14; Salvação.
Lc. 17:25. 1 Cor. 15:55–57. 12 a Mos. 14:12;
6 a Isa. 53:7. c 2 Né. 2:9. Al. 7:13; 11:40–41.
b Lc. 23:9; 9 a Isa. 53; 14 a Isa. 52:7;
Jo. 19:9; Mos. 14:5–12. Rom. 10:15;
Mos. 14:7. b GEE Expiação, Expiar. 1 Né. 13:37;
7 a GEE Crucificação. 10 a Isa. 53:10; Mos. 12:21–24.
b Lc. 22:42; Mos. 5:7; 27:25; GEE Obra Missionária.
Jo. 6:38; Morô. 7:19.
201 MOSIAS 15:15–26
a paz, que anunciaram o bem, que que existirão até a ressurreição
proclamaram a salvação e que dis- de Cristo — porque assim será
seram a Sião: O teu Deus reina! ele chamado.
15 E oh! quão belos foram os 22 Ora, a ressurreição de todos
seus pés sobre os montes! os profetas e de todos os que acre-
16 E novamente, quão belos são ditaram em suas palavras, ou seja,
sobre os montes os pés dos que de todos os que guardaram os
ainda estão proclamando a paz! mandamentos de Deus, dar-se-á
17 E novamente, quão belos são na primeira ressurreição; eles são,
sobre os montes os pés dos que, portanto, a primeira ressurreição.
daqui em diante, proclamarão a 23 São levantados para a viver
paz, sim, de agora em diante e com Deus, que os redimiu; assim,
para sempre! eles têm vida eterna por meio de
18 E eis que vos digo que isto Cristo, que b rompeu as ligaduras
não é tudo. Pois, oh! quão belos da morte.
são sobre os montes os a pés do 24 E esses são os que tomam
que anuncia boas novas, que é parte na primeira ressurreição; e
o fundador da b paz, sim, o Se- esses são os que morreram antes
nhor que redimiu seu povo; sim, da vinda de Cristo, em ignorância,
aquele que concedeu salvação a não lhes havendo sido declarada
seu povo! a a salvação. E assim o Senhor efe-
19 Porque, não fora pela reden- tua a restauração destes; e tomam
ção que fez por seu povo, a qual parte na primeira ressurreição, ou
foi preparada desde a a fundação seja, têm vida eterna, sendo redi-
do mundo, eu vos digo que, não midos pelo Senhor.
fora por isso, toda a humanidade 25 E as a criancinhas também têm
teria b perecido. vida eterna.
20 Mas eis que as ligaduras da 26 Atentai, porém, e a temei e
morte serão rompidas; e o Filho tremei diante de Deus, porque de-
reina e tem poder sobre os mortos; veis tremer; porque o Senhor não
portanto, ele efetua a ressurreição redime os que se b rebelam contra
dos mortos. ele e c morrem em seus pecados;
21 E haverá uma ressurreição, sim, todos os que pereceram em
sim, uma a primeira ressurreição; seus pecados desde o princípio
sim, uma ressurreição daqueles do mundo, que voluntariamen-
que existiram e que existem e te se rebelaram contra Deus; que
18 a 3 Né. 20:40; 1 Né. 15:33–36; criancinhas.
D&C 128:19. D&C 76:50–70. 26 a Deut. 5:29;
b Jo. 16:33. b GEE Morte Física. Jacó 6:9.
GEE Paz. 24 a 2 Né. 9:25–26; b 1 Né. 2:21–24.
19 a Mos. 4:6. D&C 137:7. c Eze. 18:26;
b 2 Né. 9:6–13. 25 a D&C 29:46; 137:10. 1 Né. 15:32–33;
21 a Al. 40:16–21. GEE Salvação — Morô. 10:26.
23 a Salm. 24:3–4; Salvação das
MOSIAS 15:27–16:5 202
conheciam os mandamentos de houvesse redenção — Cristo efetua
Deus e não os quiseram guardar; a ressurreição para a vida eterna ou
d 
estes são os que e não tomam par- para a condenação eterna. Aproxima-
te na primeira ressurreição. damente 148 a.C.
27  Não deveis, pois, tremer?
Porque nenhum destes alcança E então aconteceu que após Abi-
a salvação, porquanto o Senhor a nádi ter dito estas palavras, esten-
nenhum deles redimiu; sim, nem deu a mão e disse: Tempo virá em
pode o Senhor redimi-los; porque que todos verão a a salvação do
ele não pode contradizer-se; por- Senhor; em que toda nação, tribo,
que ele não pode negar à a justiça língua e povo verá olho a olho e
os seus direitos. b 
confessará, diante de Deus, que
28 E agora vos digo que tempo seus julgamentos são justos.
virá em que a salvação do Senhor 2 E então os ímpios serão a ex-
será a anunciada a toda nação, tri- pulsos e terão motivo para uivar
bo, língua e povo. e chorar e b lamentar-se e ranger os
29 Sim, tuas a sentinelas, Senhor, dentes; e isto porque não deram
levantarão a voz! Cantarão em ouvidos à voz do Senhor; portan-
uníssono porque verão olho a to, o Senhor não os redime.
olho quando o Senhor trouxer 3 Porque eles são a carnais e dia-
novamente Sião. bólicos e o b diabo tem poder sobre
30 Exultai de alegria, cantai em eles; sim, aquela velha serpente
coro, vós, lugares desolados de que c enganou nossos primeiros
Jerusalém; porque o Senhor con- pais, que foi a causa de sua d que-
fortou seu povo; ele redimiu Je- da; que fez com que toda a huma-
rusalém. nidade se tornasse carnal, sensual,
31 O Senhor desnudou seu braço diabólica, e distinguindo o mal do
santo aos olhos de todas as nações bem, sujeitando-se ao diabo.
e todos os confins da Terra verão 4 Assim, toda a humanidade
a salvação de nosso Deus. estava a perdida; e eis que estaria
para sempre perdida se Deus não
houvesse redimido seu povo do
CAPÍTULO 16
estado de perdição e queda.
Deus redime os homens de seu estado 5 Lembrai-vos, porém, de que
de perdição e queda — Aqueles que aquele que persiste em sua pró-
são carnais permanecem como se não pria natureza a carnal e segue os
26 d Al. 40:19. 2 a D&C 63:53–54. c Gên. 3:1–13;
e D&C 76:81–86. b Mt. 13:41–42; Mois. 4:5–19.
27 a Al. 34:15–16; 42:1. Lc. 13:28; Al. 40:13. d GEE Queda de Adão
28 a GEE Obra Missionária. 3 a Gál. 5:16–25; e Eva.
29 a GEE Atalaia, Sentinela, Mos. 3:19. e 2 Né. 2:17–18, 22–26.
Vigiar. GEE Homem Natural. 4 a Al. 42:6–14.
16 1 a GEE Salvação. b 2 Né. 9:8–9. 5 a Al. 41:11.
b Mos. 27:31. GEE Diabo. GEE Carnal.
203 MOSIAS 16:6–15
caminhos do pecado e da rebe- serem julgados por ele de acordo
c 

lião contra Deus, permanece em com as suas obras, sejam elas boas
seu estado decaído e o diabo tem ou sejam elas más —
todo poder sobre ele. Portanto, 11 Se forem boas, para a ressur-
permanece como se não tivesse reição da a vida eterna e felicidade;
havido b redenção, sendo inimigo e se forem más, para a ressurrei-
de Deus; e também o diabo é ini- ção da b condenação eterna, sendo
migo de Deus. entregues ao diabo que os domi-
6 E agora, falando-se de coisas nou, o que é condenação —
futuras a como se elas já houves- 12 Havendo seguido suas pró-
sem acontecido, se Cristo não ti- prias vontades e desejos carnais;
vesse vindo ao mundo, não pode- não havendo nunca procurado
ria ter havido redenção. o Senhor enquanto os braços de
7 E se Cristo não houvesse res- a 
misericórdia lhes estavam esten-
suscitado dos mortos nem rom- didos, porque os braços de mise-
pido as ligaduras da morte, para ricórdia lhes foram estendidos e
que a sepultura não tivesse vitó- não os aceitaram; havendo sido
ria nem a aguilhão tivesse a mor- admoestados de suas iniquidades,
te, não poderia ter havido res- ainda assim não quiseram afastar-
surreição. se delas; e foi-lhes ordenado que
8 Há, porém, uma a ressurreição; se arrependessem e, contudo, não
portanto, a sepultura não tem vi- se arrependeram.
tória e o aguilhão da b morte é des- 13 E agora, não deveis tremer e
feito em Cristo. arrepender-vos de vossos pecados
9 Ele é a a luz e a vida do mundo; e lembrar-vos de que somente em
sim, uma luz sem fim, que nun- Cristo e por meio dele podereis
ca poderá ser obscurecida; sim, e ser salvos?
também uma vida que é infinita, 14 Portanto, se ensinais a a lei de
de modo que não pode mais ha- Moisés, ensinai também que ela é
ver morte. uma prefiguração das coisas que
10 Isto que é mortal se revestirá estão para vir —
de a imortalidade e isto que é cor- 15 Ensinai-lhes que a redenção
rupção se revestirá de incorrup- é alcançada por meio de Cristo, o
tibilidade; e serão b levados dian- Senhor, que é o próprio a Pai Eter-
te do tribunal de Deus, a fim de no. Amém.
5 b GEE Redenção, Mórm. 7:5. b GEE Condenação,
Redimido, Redimir. 9 a D&C 88:5–13. Condenar.
6 a Mos. 3:13. GEE Luz, Luz de Cristo. 12 a GEE Misericórdia,
7 a Ose. 13:14; 10 a Al. 40:2. Misericordioso.
Mos. 15:8, 20. GEE Imortal, 14 a GEE Lei de Moisés.
8 a Al. 42:15. Imortalidade. 15 a Mos. 3:8; 5:7;
GEE Ressurreição. b GEE Juízo Final. Ét. 3:14.
b Isa. 25:8; c Al. 41:3–6.
1 Cor. 15:54–55; 11 a GEE Vida eterna.
MOSIAS 17:1–13 204
CAPÍTULO 17 sacerdotes, fez com que o levas-
sem novamente a sua presença.
Alma crê nas palavras de Abinádi e
7 E disse-lhe: Abinádi, temos
escreve-as — Abinádi morre quei-
uma acusação contra ti e mereces
mado — Ele profetiza enfermidades
a morte.
e morte por fogo para seus assassinos.
8 Pois disseste que o próprio
Aproximadamente 148 a.C. a 
Deus descerá entre os filhos dos
E então aconteceu que quando homens; e agora, por causa disto
Abinádi havia terminado estas pa- serás morto, salvo se te retratares
lavras, o rei ordenou a seus a sacer- de todas as palavras que disseste
dotes que o levassem e fizessem de mal, concernentes a mim e a
com que fosse morto. meu povo.
2 Mas havia entre eles um cujo 9 Então Abinádi respondeu-lhe:
nome era a Alma, sendo ele tam- Digo-vos que não me retratarei
bém descendente de Néfi. E era das palavras que disse concer-
jovem e b acreditou nas palavras nentes a este povo, pois são ver-
que Abinádi dissera, pois tinha dadeiras; e para que saibais que
conhecimento da iniquidade da são verdadeiras, consenti em cair
qual Abinádi os acusara; por- em vossas mãos.
tanto, começou a suplicar ao rei 10 Sim, e padecerei até mesmo
que ele não se irasse contra Abi- a morte, porém não me retratarei
nádi, mas que o deixasse partir de minhas palavras; e elas ser-
em paz. virão de testemunho contra vós.
3 O rei, porém, enfureceu-se ain- E se me matardes, derramareis
da mais e fez com que Alma fosse a 
sangue inocente; e isto também
expulso do meio deles; e enviou servirá de testemunho contra vós
seus servos atrás dele para que o no último dia.
matassem. 11 E então o rei Noé estava a
4 Mas ele fugiu e escondeu-se, ponto de soltá-lo, porque temia
de modo que não o acharam. E suas palavras; porque temia que
tendo ficado escondido durante os julgamentos de Deus caíssem
muitos dias, a escreveu todas as sobre ele.
palavras que Abinádi dissera. 12 Mas os sacerdotes levantaram
5 E aconteceu que o rei ordenou suas vozes contra ele e começa-
a seus guardas que cercassem Abi- ram a acusá-lo, dizendo: Injuriou
nádi e prendessem-no; e amarra- o rei! Portanto, o rei encheu-se de
ram-no e jogaram-no na prisão. cólera contra ele e entregou-o para
6 E depois de três dias, haven- que o matassem.
do-se aconselhado com seus 13 E aconteceu que o levaram e
17 1 a Mos. 11:1, 5–6. b Mos. 26:15. 10 a Al. 60:13.
2 a Mos. 23:6, 9–10. 4 a GEE Escrituras.
GEE Alma, o Pai. 8 a Mos. 13:25, 33–34.
205 MOSIAS 17:14–18:4
amarraram-no e flagelaram-lhe a CAPÍTULO 18
pele com tochas, sim, até a morte.
Alma prega secretamente — Expõe
14 E então, quando as chamas
o convênio do batismo e batiza nas
começaram a queimá-lo, clamou
águas de Mórmon — Organiza a
a eles, dizendo:
Igreja de Cristo e ordena sacerdo-
15 Eis que, assim como haveis
tes — Eles trabalham para seu pró-
feito comigo, acontecerá que a
prio sustento e ensinam o povo —
vossa posteridade fará com que
Alma e seu povo fogem do rei Noé,
muitos sofram as dores que eu
indo para o deserto. Aproximada-
sofro, sim, as dores da a morte pelo
mente 147–145 a.C.
fogo; e isto porque eles acredi-
tam na salvação do Senhor seu E então aconteceu que Alma,
Deus. que havia fugido dos servos do
16 E acontecerá que sereis afligi- rei Noé, a arrependeu-se de seus
dos por toda espécie de moléstias, pecados e iniquidades; e andan-
por causa de vossas iniquidades. do secretamente entre o povo,
17 Sim, e sereis a feridos por to- começou a ensinar as palavras
dos os lados; e sereis acossados de Abinádi;
e dispersos aqui e acolá, assim 2 Sim, a respeito do que estava
como um rebanho selvagem é por acontecer e também da ressur-
acossado por animais selvagens reição dos mortos e da a redenção
e ferozes. do povo, que se realizariam pelo
18 E naquele dia sereis caçados e b 
poder e sofrimentos e morte de
sereis presos por vossos inimigos Cristo e sua ressurreição e ascen-
e então sofrereis, como eu sofro, as são ao céu.
penas da a morte pelo fogo. 3 E ensinava a todos os que de-
19 Assim executa Deus a vingan- sejavam ouvir suas palavras. E
ça contra aqueles que destroem instruía-os secretamente, para que
seu povo. Ó Deus, recebe a mi- isso não chegasse ao conhecimen-
nha alma! to do rei. E muitos acreditaram em
20 E então, havendo Abinádi suas palavras.
pronunciado estas palavras, ele 4 E aconteceu que todos os que
caiu, tendo sofrido a morte pelo creram nele se dirigiram para um
fogo; sim, tendo sido morto por a 
lugar chamado Mórmon, nome
não querer negar os mandamen- que fora dado pelo rei, ficando nas
tos de Deus, tendo selado a verda- fronteiras da terra que, em certas
de de suas palavras com a morte. épocas ou estações, era infestada
por animais selvagens.
15 a Mos. 13:9–10; 19 a GEE Vingança. b GEE Expiação, Expiar.
Al. 25:4–12. 18 1 a Mos. 23:9–10. 4 a Al. 5:3.
17 a Mos. 21:1–5, 13. 2 a GEE Redenção,
18 a Mos. 19:18–20. Redimido, Redimir.
MOSIAS 18:5–13 206
5 Ora, existia em Mórmon uma morte; para que sejais redimidos
fonte de água pura, onde Alma se por Deus e contados com os da
refugiava; e, próximo à água, ha- b 
primeira ressurreição, para que
via um bosque de pequenas árvo- tenhais a c vida eterna —
res, onde se escondia ele, durante 10 Agora vos digo que, se for
o dia, das buscas do rei. esse o desejo de vosso coração, o
6  E aconteceu que todos os que vos impede de serdes a bati-
que acreditavam nele para ali zados em nome do Senhor, como
se dirigiam a fim de ouvir suas um testemunho, perante ele, de
palavras. que haveis feito b convênio com ele
7  E aconteceu que, passados de servi-lo e guardar seus manda-
muitos dias, um grande número mentos, para que ele possa derra-
havia-se reunido nas paragens mar seu Espírito com mais abun-
de Mórmon para ouvir as pala- dância sobre vós?
vras de Alma. Sim, todos os que 11 E quando ouviram estas pa-
acreditavam em suas palavras lavras, bateram palmas de alegria
estavam reunidos para ouvi-lo. e exclamaram: Esse é o desejo de
E ele a ensinou-os e pregou-lhes nosso coração.
arrependimento e redenção e fé 12 E então aconteceu que Alma
no Senhor. tomou a Helã, que era um dos pri-
8 E aconteceu que ele lhes dis- meiros, entrou na água e clamou,
se: Eis aqui as águas de Mórmon dizendo: Ó Senhor, derrama o teu
(pois assim eram chamadas); e Espírito sobre o teu servo, para
agora, sendo que a desejais entrar que possa fazer este trabalho com
no b rebanho de Deus e ser chama- santidade de coração!
dos seu povo; e sendo que estais 13 E havendo dito estas palavras,
c 
dispostos a carregar os fardos o a Espírito do Senhor desceu sobre
uns dos outros, para que fiquem ele e ele disse: Helã, tendo b auto-
leves; ridade do Deus Todo-Poderoso,
9 Sim, e estais dispostos a chorar eu te c batizo como testemunho de
com os que choram; sim, e conso- que fizeste convênio de servi-lo
lar os que necessitam de consolo até que estejas morto quanto ao
e servir de a testemunhas de Deus corpo mortal; e que o Espírito do
em todos os momentos e em todas Senhor se derrame sobre ti; e que
as coisas e em todos os lugares em te conceda a vida eterna, por meio
que vos encontreis, mesmo até a da d redenção de Cristo, a quem
7 a Al. 5:11–13. Testificar. b RF 1:5.
8 a D&C 20:37. b Mos. 15:21–26. GEE Sacerdócio.
b GEE Igreja de Jesus c GEE Vida eterna. c 3 Né. 11:23–26;
Cristo. 10 a 2 Né. 31:17. D&C 20:72–74.
c GEE Compaixão. GEE Batismo, Batizar. d GEE Redenção,
9 a GEE Obra Missionária; b GEE Convênio. Redimido, Redimir.
Testemunha; 13 a GEE Espírito Santo.
207 MOSIAS 18:14–26
ele preparou desde a fundação e 
declaradas pela boca dos santos
do mundo. profetas.
14 E havendo Alma pronuncia- 20 Sim, mandou-lhes que não
do estas palavras, ambos, Alma e a 
pregassem senão arrependimen-
Helã, foram a sepultados na água; to e fé no Senhor, que redimira
e levantaram-se e saíram da água seu povo.
regozijando-se, estando cheios do 21 E mandou-lhes que não a con-
Espírito. tendessem entre si, mas que olhas-
15 E outra vez tomou Alma um sem para a frente com um b único
outro, entrou pela segunda vez na fito, tendo uma fé e um batismo,
água e batizou-o, como havia feito tendo os corações entrelaçados
com o primeiro, só que não sepul- em c unidade e amor uns para com
tou a si mesmo outra vez na água. os outros.
16 E desse modo batizou todos 22 Deste modo mandou que eles
os que haviam ido às paragens de pregassem. E tornaram-se, assim,
Mórmon; e eram cerca de duzen- a 
filhos de Deus.
tas e quatro almas: sim, e foram 23 E mandou-lhes que observas-
a 
batizados nas águas de Mórmon sem o dia do a sábado, que o santi-
e encheram-se da b graça de Deus. ficassem e que, também, todos os
17 E foram chamados a Igreja de dias rendessem graças ao Senhor
Deus, ou seja, Igreja de Cristo, seu Deus.
daquele tempo em diante. E acon- 24 E também mandou que os
teceu que todos os que eram bati- sacerdotes que ele ordenara a tra-
zados pelo poder e autoridade de balhassem com as próprias mãos
Deus eram somados a sua Igreja. para o seu sustento.
18 E aconteceu que Alma, tendo 25 E designou-se um dia de cada
a 
autoridade de Deus, ordenou sa- semana no qual deveriam reunir-
cerdotes; sim, um sacerdote para se para ensinar o povo e a adorar
cada cinquenta pessoas ordenou ao Senhor seu Deus; e deveriam
ele, para pregar-lhes e b ensinar- também reunir-se tantas vezes
lhes sobre as coisas pertencentes quantas lhes fosse possível.
ao reino de Deus. 26 E os sacerdotes não deveriam
19  E mandou que não ensi- depender do povo para o seu sus-
nassem senão as coisas que ele tento; mas, pelo seu trabalho, re-
ensinara, as quais haviam sido ceberiam a a graça de Deus, a fim
13 e Mois. 4:2; 5:9. b GEE Ensinar, Mestre. Mois. 6:64–68.
14 a GEE Batismo, Batizar — 20 a D&C 15:6; 18:14–16. 23 a Mos. 13:16–19;
Batismo por imersão. 21 a 3 Né. 11:28–30. D&C 59:9–12.
16 a Mos. 25:18. GEE Contenção, 24 a At. 20:33–35;
b GEE Graça. Contenda. Mos. 27:3–5;
17 a 3 Né. 26:21; 27:3–8. b Mt. 6:22; Al. 1:26.
GEE Igreja de Jesus D&C 88:67–68. 25 a GEE Adorar.
Cristo. c GEE Unidade. 26 a GEE Graça.
18 a GEE Sacerdócio. 22 a Mos. 5:5–7;
MOSIAS 18:27–19:3 208
de fortalecer-se no Espírito, ten- não chegassem ao conhecimento
do b conhecimento de Deus para do rei.
ensinar com poder e autoridade 32 Mas eis que o rei, havendo
de Deus. descoberto um movimento en-
27 E novamente mandou Alma tre os de seu povo, enviou seus
que o povo da Igreja partilhasse servos para vigiá-los. Por conse-
seus bens, a cada um de acordo guinte, no dia em que se estavam
com o que tivesse; quem tives- reunindo para ouvir a palavra
se com mais abundância deveria do Senhor, foram denunciados
partilhar com mais abundância; ao rei.
daquele que tivesse pouco, pou- 33 E o rei disse que Alma estava
co seria requerido; e quem nada incitando as pessoas a rebelarem-
tivesse, a esse seria dado. se contra ele; portanto, enviou seu
28 E assim, de sua livre vontade exército para destruí-los.
e devido a seus bons desejos em 34 E aconteceu que Alma e o
relação a Deus, deveriam partilhar povo do Senhor foram a avisa-
seus bens com os sacerdotes ne- dos da vinda do exército do rei;
cessitados, sim, e com toda alma portanto, tomaram suas tendas
necessitada e nua. e suas famílias e partiram para o
29 E isso lhes disse ele, por or- deserto.
dem de Deus; e a andaram reta- 35 E eram aproximadamente
mente diante de Deus, b ajudando- quatrocentas e cinquenta almas.
se uns aos outros, tanto material
como espiritualmente, de acordo CAPÍTULO 19
com suas necessidades e carências.
Gideão procura matar o rei Noé — Os
30 E aconteceu que tudo isto se
lamanitas invadem aquela terra —
passou em Mórmon, sim, junto
O rei Noé morre queimado — Lími
às a águas de Mórmon, no bos-
governa como monarca tributário.
que que existia perto das águas
Aproximadamente 145–121 a.C.
de Mórmon; sim, as paragens de
Mórmon, as águas de Mórmon, E aconteceu que o exército do
o bosque de Mórmon, quão be- rei voltou, tendo procurado inu-
los são eles aos olhos dos que ali tilmente pelo povo do Senhor.
vieram a ter conhecimento de seu 2 Ora, eis que as forças do rei
Redentor; sim, e quão abençoados eram pequenas, tendo sido re-
são eles, porque lhe cantarão lou- duzidas; e começou a haver uma
vores para sempre! divisão entre o restante do povo.
31 E estas coisas foram feitas nas 3 E a parte menos numerosa co-
a 
fronteiras daquela terra, para que meçou a fazer ameaças ao rei e
26 b GEE Conhecimento. 29 a GEE Andar, Andar com 30 a Mos. 26:15.
27 a At. 2:44–45; Deus. 31 a Mos. 18:4.
4 Né. 1:3. b GEE Bem-Estar. 34 a Mos. 23:1.
209 MOSIAS 19:4–18
iniciou-se uma grande contenda 12 Muitos, porém, não quiseram
entre eles. abandoná-los, preferindo ficar
4 E havia entre eles um homem e morrer com eles. E os outros
cujo nome era Gideão, que, sen- deixaram as esposas e filhos e
do muito forte e inimigo do rei, fugiram.
desembainhou sua espada e ju- 13 E aconteceu que os que fica-
rou, em sua ira, que haveria de ram com as esposas e filhos fi-
matar o rei. zeram com que suas belas filhas
5 E aconteceu que lutou com o saíssem ao encontro dos lamanitas
rei; e quando viu que estava para e intercedessem por eles, para que
ser subjugado por ele, o rei fugiu e não os matassem.
correu e subiu à a torre que ficava 14 E aconteceu que os lamanitas
perto do templo. tiveram compaixão deles, porque
6 E Gideão perseguiu-o e estava a beleza das mulheres os cativou.
para subir à torre, a fim de matar 15 Portanto, os lamanitas lhes
o rei; e o rei lançou os olhos na pouparam a vida e levaram-nos
direção da terra de Senlon e eis cativos de volta para a terra de
que o exército dos lamanitas esta- Néfi, permitindo-lhes ocupar a
va dentro das fronteiras da terra. terra com a condição de entrega-
7 E então o rei clamou com toda rem o rei Noé nas mãos dos lama-
a angústia de sua alma, dizen- nitas, bem como as propriedades
do: Gideão, poupa-me, porque deles e até mesmo a metade de
os lamanitas estão sobre nós e tudo que possuíam, a metade de
destruir-nos-ão; sim, destruirão seu ouro e de sua prata e de todas
o meu povo. as suas coisas preciosas, como tri-
8 Ora, o rei não estava tão preo- buto a ser pago ao rei dos lamani-
cupado com o seu povo como com tas de ano em ano.
a própria vida; não obstante, Gi- 16 E um dos filhos do rei estava
deão poupou-lhe a vida. entre os que foram aprisionados;
9 E o rei ordenou ao povo que e seu nome era a Lími.
fugisse dos lamanitas e ele pró- 17 E Lími desejava que seu pai
prio saiu à frente deles; e fugiram não fosse morto; não obstante, sen-
para o deserto com suas mulheres do um homem justo, Lími não ig-
e seus filhos. norava as iniquidades de seu pai.
10 E aconteceu que os lamanitas 18 E aconteceu que Gideão en-
os perseguiram e alcançaram-nos viou homens ao deserto, secreta-
e começaram a matá-los. mente, para procurarem o rei e os
11 Ora, aconteceu que o rei orde- que estavam com ele. E aconteceu
nou a todos os homens que aban- que encontraram o povo no de-
donassem as esposas e filhos e serto, com exceção do rei e seus
fugissem dos lamanitas. sacerdotes.
19 5 a Mos. 11:12. 16 a Mos. 7:9.
MOSIAS 19:19–20:3 210
19 Ora, eles haviam jurado em 26 E também Lími, sendo filho
seu coração que voltariam à terra do rei e tendo-lhe sido conferido
de Néfi e que, se suas mulheres o reinado a pelo povo, fez jura-
e filhos houvessem sido mortos, mento ao rei dos lamanitas de
assim como os homens que com que seu povo lhe pagaria tribu-
eles haviam ficado, se vingariam to, sim, a metade de tudo quanto
e também pereceriam com eles. possuísse.
20 E o rei ordenou-lhes que não 27 E aconteceu que Lími come-
voltassem; e iraram-se contra o çou a estabelecer o reino e a esta-
rei e fizeram-no padecer a a morte belecer a paz entre seu povo.
pelo fogo. 28 E o rei dos lamanitas espa-
21 E estavam também para pren- lhou guardas pela terra, para nela
der os sacerdotes e tirar-lhes a manter o povo de Lími e evitar
vida, mas estes fugiram deles. que partissem para o deserto; e
22 E aconteceu que estavam para sustentava seus guardas com o
voltar à terra de Néfi, quando en- tributo que recebia dos nefitas.
contraram os homens de Gideão. 29 Ora, o rei Lími gozou de paz
E os homens de Gideão conta- contínua em seu reino pelo espa-
ram-lhes tudo o que havia acon- ço de dois anos, sendo que os la-
tecido às suas esposas e aos seus manitas não os molestaram nem
filhos; e que os lamanitas lhes ha- procuraram destruí-los.
viam permitido ocupar a terra se
pagassem, como tributo aos la- CAPÍTULO 20
manitas, metade de tudo quanto
Filhas dos lamanitas são raptadas
possuíssem.
pelos sacerdotes de Noé — Os lama-
23 E os do povo contaram aos
nitas fazem guerra contra Lími e seu
homens de Gideão que haviam
povo — Eles são repelidos e pacifica-
matado o rei e que seus sacerdo-
dos. Aproximadamente 145–123 a.C.
tes haviam fugido deles, deserto
adentro. Ora, havia um lugar em Senlon
24 E aconteceu que depois de onde as filhas dos lamanitas se
haverem terminado a cerimônia, reuniam para cantar e dançar e
voltaram para a terra de Néfi, re- divertir-se.
gozijando-se porque suas mu- 2 E aconteceu que, certo dia, um
lheres e filhos não haviam sido pequeno número delas reuniu-se
mortos; e contaram a Gideão o para cantar e dançar.
que haviam feito ao rei. 3 E os sacerdotes do rei Noé, ten-
25 E aconteceu que o rei dos la- do vergonha de voltar à cidade
manitas lhes fez um a juramento de Néfi, sim, e também temendo
de que seu povo não os mataria. que o povo os matasse, não se
20 a Mos. 17:13–19; 25 a Mos. 21:3.
Al. 25:11. 26 a Mos. 7:9.
211 MOSIAS 20:4–17
atreviam a voltar para junto das esposas e filhos; portanto, em-
esposas e filhos. pregaram todos os seus esforços
4 E tendo permanecido no de- e combateram como dragões.
serto e descoberto as filhas dos 12 E aconteceu que encontraram
lamanitas, ocultaram-se para ob- o rei dos lamanitas entre os mor-
servá-las. tos; ele, porém, não estava morto,
5 E quando havia somente algu- havendo sido ferido e deixado no
mas delas reunidas para dançar, chão, tão rápida fora a fuga de
saíram de seus esconderijos e ar- seu povo.
rebataram-nas e levaram-nas para 13 E recolheram-no e cuidaram
o deserto; sim, vinte e quatro das de seus ferimentos e levaram-no
filhas dos lamanitas foram carre- à presença de Lími, dizendo: Eis
gadas para o deserto. aqui o rei dos lamanitas que, ha-
6 E aconteceu que quando os la- vendo sido ferido, caiu entre os
manitas deram pela falta de suas mortos e eles o deixaram; e eis
filhas, iraram-se contra o povo de que o trouxemos a tua presença;
Lími, porque pensaram que fora e agora, matemo-lo.
o povo de Lími. 14 Lími, porém, disse-lhes: Não
7 Portanto, enviaram seus exér- o mateis, mas trazei-o aqui para
citos contra eles; sim, o próprio rei que eu o veja. E eles levaram-no.
marchou à frente de seu povo; e E perguntou-lhe Lími: Que moti-
subiram à terra de Néfi para des- vo tendes para vir batalhar contra
truir o povo de Lími. meu povo? Eis que meu povo não
8 Ora, Lími descobrira-os, do quebrou o a juramento que eu vos
alto da torre, sim, descobrira to- fiz; portanto, por que razão que-
dos os seus preparativos para a brastes o juramento que fizestes
guerra. Portanto, reuniu os de seu a meu povo?
povo e esperaram-nos embosca- 15 E o rei respondeu: Eu quebrei
dos nos campos e nos bosques. o juramento porque teu povo le-
9 E aconteceu que quando os vou as filhas de meu povo; por-
lamanitas chegaram, o povo de tanto, na minha ira fiz com que
Lími, saindo de seus esconderijos, meu povo viesse lutar contra o
atacou-os e começou a matá-los. teu povo.
10 E aconteceu que a batalha se 16 Ora, Lími nada ouvira sobre
tornou muito violenta, porque lu- esse assunto; consequentemen-
tavam como leões por sua presa. te disse: Procurarei entre meu
11 E aconteceu que o povo de povo e aquele que houver feito
Lími começou a repelir os lama- isso perecerá. Mandou, portanto,
nitas, apesar de seu número não que se efetuasse uma busca entre
chegar à metade do deles. Mas o povo.
a 
lutavam pela vida e por suas 17 E quando a Gideão, que era
20 11 a Al. 43:45. 14 a Mos. 19:25–26. 17 a Mos. 19:4–8.
MOSIAS 20:18–21:3 212
capitão do rei, ouviu estas coisas, quilizou em relação ao povo e
dirigiu-se ao rei e disse: Rogo-te disse-lhes: Vamos ao encontro de
que te detenhas e não procedas a meu povo, sem armas; garanto-
uma busca entre este povo nem vos, sob juramento, que meu povo
faças contra ele esta acusação. não vos matará.
18 Pois não te lembras dos sa- 25 E aconteceu que seguiram o
cerdotes de teu pai, a quem este rei e, sem armas, foram ao encon-
povo procurou destruir? E não tro dos lamanitas. E aconteceu que
estão eles no deserto? Não seriam encontraram os lamanitas; e o rei
eles os que roubaram as filhas dos dos lamanitas curvou-se diante de-
lamanitas? les e intercedeu pelo povo de Lími.
19 E agora vai e dize ao rei es- 26 E quando os lamanitas viram
tas coisas, para que ele as repita que os homens de Lími estavam
aos de seu povo e tranquilize-os; desarmados, tiveram a compaixão
pois eis que já se estão preparando deles e tranquilizaram-se em re-
para vir contra nós; e eis, também, lação a eles e voltaram com o rei,
que somos poucos. em paz, para sua própria terra.
20 E eis que eles vêm com suas
numerosas hostes; e a menos que CAPÍTULO 21
o rei consiga apaziguá-los, pere-
O povo de Lími é ferido e derrotado
ceremos.
pelos lamanitas — Eles encontram
21 Pois não se estarão a cumprin-
Amon e são convertidos — Falam a
do as palavras que Abinádi pro-
Amon sobre as vinte e quatro placas
fetizou contra nós — e tudo isso
jareditas. Aproximadamente 122–
porque não quisemos ouvir as pa-
121 a.C.
lavras do Senhor nem abandonar
nossas iniquidades? E aconteceu que Lími e seu povo
22 E agora tranquilizemos o rei e voltaram para a cidade de Néfi e
cumpramos o juramento que lhe começaram a viver novamente em
fizemos, pois é melhor estar em paz na terra.
cativeiro do que perder a vida; 2  E aconteceu que, passados
portanto, cessemos o derrama- muitos dias, os lamanitas come-
mento de tanto sangue. çaram a irar-se novamente contra
23 E então Lími contou ao rei to- os nefitas e a atravessar as frontei-
das as coisas concernentes a seu ras da terra circunvizinha.
pai e aos a sacerdotes que haviam 3 Ora, não se atreviam a matá-
fugido para o deserto, atribuin- los por causa do juramento que
do a estes o rapto das filhas dos seu rei havia feito a Lími; no en-
lamanitas. tanto, batiam-lhes nas a faces e
24 E aconteceu que o rei se tran- exerciam autoridade sobre eles; e
21 a Mos. 12:1–8. 26 a GEE Compaixão.
23 a Mos. 19:21, 23. 21 3 a Mos. 12:2.
213 MOSIAS 21:4–17
começaram a pôr pesados fardos
b 
lamanitas; e voltaram a guerrear,
sobre seus lombos e a conduzi-los mas foram rechaçados novamen-
como a um jumento mudo. te, sofrendo grandes perdas.
4 Sim, tudo isso aconteceu para 12 Sim, e ainda voltaram a guer-
que se cumprisse a palavra do rear uma terceira vez, sofrendo
Senhor. da mesma forma; e os que não
5 Ora, as aflições dos nefitas pereceram voltaram para a cida-
eram grandes e não havia meio de de Néfi.
de se livrarem das mãos dos lama- 13 E humilharam-se até o pó,
nitas, pois haviam sido cercados sujeitando-se ao jugo do cativei-
por eles de todos os lados. ro, sendo espancados e levados de
6 E aconteceu que os do povo um lado para outro e sobrecarre-
começaram a queixar-se ao rei por gados, de acordo com os desejos
causa de suas aflições e principia- de seus inimigos.
ram a ter desejo de fazer guerra 14 E a humilharam-se com a mais
aos lamanitas. E muito aborrece- profunda humildade e clamaram
ram o rei com suas queixas; por- fervorosamente a Deus; sim, cla-
tanto, ele permitiu que procedes- mavam todo o dia a seu Deus,
sem de acordo com seus desejos. para que os livrasse de suas afli-
7 E reuniram-se novamente e ções.
vestiram suas armaduras e saíram 15 E o Senhor mostrava-se a va-
contra os lamanitas para expulsá- garoso em ouvir-lhes as lamen-
los de sua terra. tações, por causa de suas iniqui-
8 E aconteceu que os lamanitas dades; não obstante, o Senhor
os venceram e rechaçaram e ma- ouviu-lhes os lamentos e começou
taram muitos deles. a abrandar o coração dos lama-
9 E houve muito a pranto e la- nitas, de modo que principiaram
mentações entre o povo de Lími, a aliviar-lhes a carga; contudo, o
chorando a viúva por seu marido, Senhor não julgou oportuno li­vrá-
o filho e a filha por seu pai e os los do cativeiro.
irmãos por seus irmãos. 16 E aconteceu que começaram,
10 Ora, havia muitas viúvas na aos poucos, a prosperar na terra;
terra e elas choravam muito, dia e começaram a cultivar grãos em
após dia, porque se havia apode- maior abundância e a criar reba-
rado delas um grande temor dos nhos e manadas para não sofre-
lamanitas. rem fome.
11 E aconteceu que seus contí- 17 Ora, havia um número mui-
nuos lamentos incitaram o restan- to maior de mulheres que de
te dos súditos de Lími contra os homens; portanto, o rei Lími
3 b Mos. 12:5. GEE Humildade, Mos. 11:23–25;
9 a Mos. 12:4. Humilde, Humilhar. D&C 101:7–9.
14 a Mos. 29:20. 15 a Prov. 15:29;
MOSIAS 21:18–29 214
ordenou a cada homem que di- a 
de Noé, mandou prendê-los e
vidisse o seu sustento com as b viú- amarrá-los e jogá-los na a prisão.
vas e seus filhos, para que não pe- E houvessem eles sido os sacer-
recessem de fome; e isto fizeram dotes de Noé, ele teria mandado
por causa do grande número de matá-los.
homens que haviam sido mortos. 24 Contudo, quando descobriu
18 Ora, o povo de Lími conser- que não eram, mas que eram seus
vou-se o mais unido possível, irmãos e tinham vindo da terra
num só grupo, e protegeu seus de Zaraenla, encheu-se de gran-
grãos e seus rebanhos. de alegria.
19 E o próprio rei não ousa- 25  Ora, antes da chegada de
va sair das muralhas da cida- Amon o rei Lími enviara um a pe-
de, a não ser acompanhado de queno número de homens à b pro-
seus guardas, temendo cair, de cura da terra de Zaraenla; mas
alguma forma, nas mãos dos não a puderam encontrar e per-
lamanitas. deram-se no deserto.
20 E fez com que vigiassem a 26 Não obstante, encontraram
terra ao redor para ver se, de al- uma terra que havia sido habi-
gum modo, conseguiriam prender tada; sim, uma terra que estava
aqueles sacerdotes que haviam fu- coberta de a ossos secos; sim, uma
gido para o deserto, que haviam terra que havia sido habitada e
raptado as a filhas dos lamanitas destruída; e tendo suposto que
e feito cair sobre eles tão grande fosse a terra de Zaraenla, vol-
destruição. taram para a terra de Néfi, ha-
21 Pois desejavam prendê-los vendo chegado às suas frontei-
para castigá-los; porque haviam ras alguns dias antes da chegada
penetrado na terra de Néfi duran- de Amon;
te a noite e carregado seus grãos e 27 E levaram consigo um regis-
muitos de seus pertences precio- tro, o registro do povo cujos ossos
sos; ficaram, portanto, à espreita. haviam encontrado; e estava gra-
22 E aconteceu que não houve vado em placas de metal.
mais distúrbios entre os lamanitas 28 E então Lími novamente se
e o povo de Lími, até a época em encheu de alegria ao saber, pela
que a Amon e seus irmãos chega- boca de Amon, que o rei Mosias
ram à terra. tinha um a dom de Deus, mediante
23 E o rei, achando-se fora das o qual podia interpretar tais gra-
portas da cidade com sua guarda, vações; sim, e Amon também se
descobriu Amon e seus irmãos. E regozijou.
supondo que fossem os sacerdotes 29  Não obstante, Amon e os
17 a Mos. 4:16, 26. 23 a Hel. 5:21. 28 a Ômni 1:20–22;
b GEE Viúva. 25 a Mos. 8:7. Mos. 28:11–16.
20 a Mos. 20:5. b Mos. 7:14.
22 a Mos. 7:6–13. 26 a Mos. 8:8.
215 MOSIAS 21:30–22:2
irmãos encheram-se de tristeza 35  Desejavam ser batizados,
por haverem sido mortos tantos como prova e testemunho de que
de seus irmãos. estavam dispostos a servir a Deus
30 E também por terem, o rei de todo o coração; não obstante,
Noé e seus sacerdotes, feito com adiaram o momento; e um relato
que o povo cometesse tantos pe- de seu batismo será a feito mais
cados e iniquidades contra Deus; adiante.
e também lamentaram a a morte 36 Ora, toda a preocupação de
de Abinádi, assim como a b parti- Amon e de seu povo e do rei
da de Alma e dos que o haviam Lími e de seu povo era livrarem-
acompanhado, os quais haviam se das mãos dos lamanitas e do
formado uma igreja de Deus pela cativeiro.
força e poder de Deus e fé nas pa-
lavras que haviam sido proferidas CAPÍTULO 22
por Abinádi.
Feitos planos para o povo escapar
31 Sim, lamentaram sua partida,
do cativeiro lamanita — Os lama-
porque não sabiam para onde ha-
nitas são embebedados — O povo
viam fugido; e de bom grado se
escapa, volta a Zaraenla e submete-
teriam unido a eles, pois também
se ao rei Mosias. Aproximadamente
haviam feito um convênio com
121–120 a.C.
Deus de servi-lo e guardar seus
mandamentos. Ora, aconteceu que Amon e o
32  Ora, desde a chegada de rei Lími começaram a consultar
Amon o rei Lími e muitos de seu o povo sobre como poderiam li-
povo também haviam feito convê- vrar-se do cativeiro; e fizeram com
nio com Deus de servi-lo e guar- que todo o povo se reunisse; e
dar seus mandamentos. fizeram isso para ouvir a voz do
33 E aconteceu que o rei Lími e povo acerca do assunto.
muitos de seu povo desejavam 2 E aconteceu que não conse-
ser batizados; mas ninguém havia guiam descobrir um meio para
na terra que tivesse a autoridade livrarem-se do cativeiro, a não
de Deus. E Amon recusou-se a ser que tomassem suas mulheres
batizá-los, por considerar-se um e filhos e seus rebanhos e suas
servo indigno. manadas e suas tendas e partis-
34 Portanto, naquela época eles sem para o deserto; porque, sen-
não formaram uma igreja, espe- do os lamanitas tão numerosos,
rando pelo Espírito do Senhor. E era impossível ao povo de Lími
desejavam tornar-se como Alma lutar com eles, na esperança de
e seus irmãos, que haviam fugido poderem livrar-se do cativeiro
para o deserto. pela espada.
30 a Mos. 17:12–20. 33 a GEE Autoridade.
b Mos. 18:34–35. 35 a Mos. 25:17–18.
MOSIAS 22:3–16 216
3 Ora, aconteceu que Gideão se 10 E o rei Lími fez com que o
apresentou ao rei e disse-lhe: Ó povo reunisse seus rebanhos e
rei, até agora muitas vezes des- enviou o tributo de vinho aos
te ouvidos às minhas palavras, lamanitas; e também lhes en-
quando combatíamos nossos ir- viou mais vinho, como presente;
mãos, os lamanitas. e beberam abundantemente do
4 E agora, ó rei, se achas que não vinho que o rei Lími lhes havia
sou um servo inútil, ou melhor, enviado.
se até aqui de alguma forma des- 11 E aconteceu que os súditos do
te ouvidos às minhas palavras e rei Lími partiram durante a noite
elas foram de utilidade para ti, para o deserto com seus rebanhos
desejo também que escutes mi- e suas manadas; e eles contorna-
nhas palavras nesta ocasião; e se- ram a terra de Silom no deserto e
rei teu servo e livrarei este povo tomaram a direção da terra de Za-
do cativeiro. raenla, sendo guiados por Amon
5 E o rei deu-lhe licença para fa- e seus irmãos.
lar. E Gideão disse-lhe: 12  E levaram consigo para o
6 Eis que há uma passagem na deserto todo o seu ouro e prata
parte posterior da muralha, atrás e seus pertences preciosos que
da cidade. Os lamanitas, ou seja, podiam transportar e também
os guardas dos lamanitas, embe- suas provisões; e continuaram a
bedam-se à noite; enviemos, por- viagem.
tanto, uma proclamação a todo 13 E depois de muitos dias no
este povo, para que reúna seus deserto, chegaram à terra de Za-
rebanhos e manadas, a fim de raenla e juntaram-se ao povo de
conduzi-los ao deserto durante Mosias e tornaram-se seus sú-
a noite. ditos.
7 E eu irei, de acordo com tua 14 E aconteceu que Mosias os
ordem, pagar o último tributo de recebeu com alegria; e também re-
vinho aos lamanitas e eles ficarão cebeu seus a registros, assim como
embriagados; e sairemos pela pas- os b registros que haviam sido en-
sagem secreta, à esquerda de seu contrados pelo povo de Lími.
acampamento, quando estiverem 15 E então aconteceu que quan-
bêbados e adormecidos. do os lamanitas descobriram que
8 Assim partiremos com nossas o povo de Lími havia partido du-
mulheres e filhos, nossos reba- rante a noite, enviaram um exér-
nhos e manadas para o deserto; cito ao deserto para persegui-los;
e viajaremos contornando a terra 16 E depois de tê-los perseguido
de Silom. durante dois dias, já não puderam
9 E aconteceu que o rei deu ou- seguir-lhes os rastros; portanto,
vidos às palavras de Gideão. perderam-se no deserto.
22 14 a Mos. 8:5. b Mos. 8:9.
217 MOSIAS 23:1–13
Relato de Alma e do povo do fosse rei, porque era amado por
Senhor, que foram impelidos seu povo.
para o deserto pelo povo do 7 Mas ele disse-lhes: Eis que não
rei Noé. é aconselhável que tenhamos um
rei, pois assim diz o Senhor: a Não
Abrange os capítulos 23 e 24.
apreciareis uma carne mais que
outra, ou seja, nenhum homem
CAPÍTULO 23 se considerará melhor que ou-
tro; digo-vos, portanto, que não é
Alma recusa-se a ser rei — Ele serve
aconselhável que tenhais um rei.
como sumo sacerdote — O Senhor
8 Não obstante, se fosse pos-
castiga Seu povo e os lamanitas con-
sível ter sempre homens justos
quistam a terra de Helã — Amu-
como reis, seria bom que tivés-
lon, chefe dos iníquos sacerdotes do
seis um rei.
rei Noé, governa sujeito ao monarca
9 Mas lembrai-vos das a iniquida-
lamanita. Aproximadamente 145–
des do rei Noé e seus sacerdotes; e
121 a.C.
eu mesmo b caí numa armadilha e
Ora, Alma, tendo sido avisado fiz muitas coisas abomináveis aos
pelo Senhor de que os exércitos olhos do Senhor, o que me causou
do rei Noé cairiam sobre eles, penoso arrependimento.
avisou seu povo; portanto, reu- 10 Não obstante, depois de mui-
niram seus rebanhos e recolhe- tas a tribulações, o Senhor ouviu
ram seus cereais e partiram para meus clamores, e respondeu às
o deserto, adiante dos exércitos minhas orações, e fez de mim um
do rei Noé. instrumento nas suas mãos, para
2 E o Senhor fortaleceu-os, de levar b tantos de vós ao conheci-
modo que o povo do rei Noé não mento da sua verdade.
conseguiu alcançá-los para des- 11 Não obstante, não me vanglo-
truí-los. rio disso, porque sou indigno de
3 E fugiram durante oito dias, vangloriar-me.
deserto adentro. 12 E agora vos digo que haveis
4 E chegaram a uma terra, sim, sido oprimidos pelo rei Noé e ha-
uma terra muito bela e agradável, veis sido escravizados por ele e
uma terra de águas puras. seus sacerdotes; e eles vos con-
5 E armaram suas tendas e come- duziram à iniquidade; fostes, por-
çaram a cultivar o solo e a cons- tanto, amarrados com os a laços da
truir edifícios; sim, eram indus- iniquidade.
triosos e trabalhavam muito. 13 E agora, assim como haveis
6 E o povo desejava que Alma sido libertados desses laços pelo
23 7 a Mos. 27:3–5. b Mos. 17:1–4. 12 a 2 Né. 28:19–22.
9 a Prov. 16:12; 10 a D&C 58:4.
Mos. 11:1–15. b Mos. 18:35.
MOSIAS 23:14–28 218
poder de Deus, sim, das mãos do na terra de Helã; e construíram
rei Noé e seu povo e também dos uma cidade que chamaram cida-
laços da iniquidade, assim tam- de de Helã.
bém desejo que vos a conserveis 21 Não obstante, o Senhor julga
firmes nesta b liberdade que vos conveniente a castigar seu povo;
fez livres; e que em c ninguém con- sim, ele prova sua b paciência e
fieis para ser vosso rei. sua fé.
14 E também, que em ninguém 22 Entretanto, quem nele a confia
confieis para ser vosso a mestre ou será b elevado no último dia. E as-
ministro, a não ser que seja um sim foi com este povo.
homem de Deus, que ande em 23 Pois eis que vos mostrarei que
seus caminhos e guarde os man- eles foram reduzidos ao cativeiro
damentos. e ninguém poderia salvá-los, exce-
15  Assim Alma ensinou seu to o Senhor seu Deus, sim, o Deus
povo, a fim de que cada um de Abraão e Isaque e de Jacó.
a 
amasse o próximo como a si mes- 24 E aconteceu que ele os liber-
mo, para que não houvesse b dis- tou e mostrou-lhes o seu grande
putas entre eles. poder; e grande foi a sua alegria.
16 E Alma foi o seu a sumo sacer- 25 Pois eis que aconteceu que,
dote, tendo sido ele o fundador da enquanto estavam na terra de
igreja deles. Helã, sim, na cidade de Helã, cul-
17 E aconteceu que ninguém re- tivando a terra dos arredores, eis
cebia a autoridade para pregar ou que um exército dos lamanitas se
ensinar, a não ser de Deus, por in- encontrava nas fronteiras da terra.
termédio de Alma. Ele, portanto, 26 E aconteceu que os irmãos de
consagrava todos os sacerdotes e Alma fugiram de seus campos e
todos os mestres; e ninguém era reuniram-se na cidade de Helã; e
consagrado a não ser que fosse ficaram muito atemorizados com
um homem justo. a chegada dos lamanitas.
18 Portanto, zelavam por seu 27 Alma, porém, adiantou-se e
povo e a edificavam-no com coisas pôs-se no meio deles, e exortou-
pertinentes à retidão. os a não temerem, mas a lembra-
19 E aconteceu que começaram rem-se do Senhor seu Deus, e ele
a prosperar muito na terra; e cha- libertá-los-ia.
maram à terra Helã. 28 Portanto, reprimiram os seus
20 E aconteceu que se multiplica- temores e começaram a clamar
ram e prosperaram grandemente ao Senhor para que abrandasse
13 a Gál. 5:1. 16 a Mos. 26:7. GEE Castigar, Castigo,
b GEE Liberdade, Livre. 17 a GEE Autoridade; Corrigir, Repreender.
c Mos. 29:13. Sacerdócio. b GEE Paciência.
14 a Mos. 18:18–22. 18 a 1 Tim. 4:6. 22 a GEE Confiança, Confiar.
15 a GEE Amor. 21 a Hel. 12:3; b 1 Né. 13:37.
b 3 Né. 11:28–29. D&C 98:21.
219 MOSIAS 23:29–24:2
o coração dos lamanitas, a fim de para a terra de Néfi, conceder-
que eles os poupassem, e às suas lhes-iam a vida e a liberdade.
mulheres, e aos seus filhos. 37 Depois que Alma lhes mos-
29 E aconteceu que o Senhor trou o caminho para a terra de
abrandou o coração dos lamani- Néfi, entretanto, os lamanitas não
tas. E Alma e seus irmãos foram cumpriram a promessa, mas es-
ao encontro deles e entregaram- palharam a guardas pela terra de
se em suas mãos; e os lamanitas Helã, com autoridade sobre Alma
tomaram posse da terra de Helã. e seus irmãos.
30 Ora, os exércitos dos lama- 38 E os demais foram para a ter-
nitas, que haviam perseguido o ra de Néfi; e uma parte deles vol-
povo do rei Lími, haviam fica- tou para a terra de Helã, levando
do perdidos no deserto durante consigo as esposas e filhos dos
muitos dias. guardas que haviam sido deixa-
31 E eis que haviam encontrado dos na terra.
aqueles sacerdotes do rei Noé, 39 E o rei dos lamanitas permitiu
num lugar a que deram o nome a Amulon que fosse rei e gover-
de Amulon; e eles haviam come- nante de seu povo, que estava na
çado a ocupar a terra de Amulon terra de Helã; não teria, porém,
e a cultivar o solo. o poder de fazer coisa alguma
32 Ora, o nome do chefe desses contrária à vontade do rei dos
sacerdotes era Amulon. lamanitas.
33 E aconteceu que Amulon fez
um apelo aos lamanitas; e enviou CAPÍTULO 24
também suas mulheres, que eram
Amulon persegue Alma e seu povo —
a 
filhas dos lamanitas, para implo-
Se orarem, deverão ser mortos — O
rarem a seus irmãos que não ma-
Senhor faz com que seus fardos pa-
tassem seus maridos.
reçam leves — Livra-os do cativeiro
34 E os lamanitas tiveram a com-
e eles voltam para Zaraenla. Aproxi-
paixão de Amulon e de seus ir-
madamente 145–120 a.C.
mãos e não os mataram, por causa
de suas mulheres. E aconteceu que Amulon caiu
35 E Amulon e seus irmãos uni- nas graças do rei dos lamanitas;
ram-se aos lamanitas e estavam portanto, o rei dos lamanitas per-
viajando pelo deserto, à procura mitiu que ele e seus irmãos fossem
da terra de Néfi, quando desco- nomeados mestres de seu povo,
briram a terra de Helã, ocupada sim, do povo que se achava na
por Alma e seus irmãos. terra de Senlon e na terra de Silom
36 E aconteceu que os lamanitas e na terra de Amulon.
prometeram a Alma e seus irmãos 2 Porque os lamanitas haviam to-
que, se lhes indicassem o caminho mado posse de todas essas terras;
33 a Mos. 20:3–5. 34 a GEE Compaixão. 37 a Mos. 24:8–15.
MOSIAS 24:3–14 220
portanto, o rei dos lamanitas no- e sabia que ele havia sido um dos
a 

meara reis para todas essas terras. sacerdotes do rei; e que fora ele
3 Ora, o nome do rei dos lama- que acreditara nas palavras de
nitas era Lamã, sendo chamado Abinádi e fora expulso da presen-
pelo nome de seu pai; e, portanto, ça do rei; estava, portanto, irado
era chamado rei Lamã. E era rei com ele; pois, embora sujeito ao
de um povo numeroso. rei Lamã, exercia autoridade so-
4 E nomeou mestres, dentre os bre eles e impunha-lhes b trabalhos
irmãos de Amulon, em cada terra e colocava capatazes sobre eles.
ocupada por seu povo; e assim o 10 E aconteceu que suas aflições
idioma de Néfi começou a ser en- eram tão grandes que começa-
sinado entre todos os lamanitas. ram a clamar fervorosamente
5 E eram amistosos uns com os a Deus.
outros; não obstante, não conhe- 11 E Amulon ordenou-lhes que
ciam a Deus; e os irmãos de Amu- parassem com seus clamores; e
lon nada lhes ensinaram concer- pôs guardas a vigiá-los, para que
nente ao Senhor seu Deus nem à fosse morto quem quer que en-
lei de Moisés; tampouco lhes en- contrassem clamando a Deus.
sinaram as palavras de Abinádi. 12 E Alma e seu povo não le-
6 Ensinaram-lhes, porém, que vantaram as vozes ao Senhor seu
deveriam escrever sua história e Deus, mas a ele a abriram o cora-
que poderiam escrever uns aos ção; e ele conhecia seus pensa-
outros. mentos.
7 E assim os lamanitas começa- 13 E aconteceu que a voz do Se-
ram a enriquecer e começaram a nhor lhes falou em suas aflições,
negociar uns com os outros e a dizendo: Levantai a cabeça e ten-
tornarem-se poderosos; e começa- de bom ânimo, porque sei do con-
ram a ser um povo astuto e sábio vênio que fizestes comigo; e farei
quanto à sabedoria do mundo; um convênio com o meu povo e
sim, um povo muito astuto, que libertá-lo-ei do cativeiro.
se deleitava com toda espécie de 14 E também aliviarei as cargas
iniquidades e pilhagens, exceto que são colocadas sobre vossos
entre seus próprios irmãos. ombros, de modo que não as po-
8 E então aconteceu que Amulon dereis sentir sobre vossas costas
começou a exercer a autoridade enquanto estiverdes no cativei-
sobre Alma e seus irmãos e co- ro; e isso eu farei para que sejais
meçou a persegui-lo e a fazer com minhas a testemunhas no futuro e
que seus filhos perseguissem os para que tenhais plena certeza de
filhos deles. que eu, o Senhor Deus, visito meu
9 Porque Amulon conhecia Alma povo nas suas b aflições.
24 8 a D&C 121:39. b Mos. 21:3–6. 14 a GEE Testemunha.
9 a Mos. 17:1–4; 23:9. 12 a GEE Oração. b GEE Adversidade.
221 MOSIAS 24:15–25:2
15 E aconteceu que as cargas cativeiro e ninguém os poderia
impostas a Alma e seus irmãos libertar, exceto o Senhor seu Deus.
se tornaram leves; sim, o Senhor 22 E renderam graças a Deus;
a 
fortaleceu-os para que pudessem sim, todos os homens e todas as
carregar seus b fardos com facili- mulheres e todas as crianças que
dade; e submeteram-se de bom podiam falar levantaram as vozes
grado e com c paciência a toda a em louvor a seu Deus.
vontade do Senhor. 23  E então o Senhor disse a
16 E aconteceu que tão gran- Alma: Apressa-te e sai com teu
de era a sua fé e paciência, que povo desta terra, porque os lama-
a voz do Senhor tornou a falar- nitas acordaram e perseguem-te;
lhes, dizendo: Tende bom ânimo, portanto, sai desta terra e eu de-
porque amanhã vos libertarei do terei os lamanitas neste vale para
cativeiro. que não mais persigam este povo.
17 E ele disse a Alma: Irás à fren- 24 E aconteceu que saíram do
te deste povo e eu irei contigo e vale e reiniciaram sua jornada
libertarei este povo do a cativeiro. pelo deserto.
18 Ora, aconteceu que Alma e 25 E depois de haverem estado
seu povo reuniram os seus reba- doze dias no deserto, chegaram à
nhos e também seus cereais du- terra de Zaraenla; e o rei Mosias
rante a noite; sim, levaram a noite também os recebeu com alegria.
toda reunindo seus rebanhos.
19 E na manhã seguinte o Senhor CAPÍTULO 25
fez com que os lamanitas caíssem
Os do povo de Zaraenla (os mulequi-
num a profundo sono; sim, e todos
tas) tornam-se nefitas — Eles tomam
os seus capatazes permaneceram
conhecimento do povo de Alma e de
profundamente adormecidos.
Zênife — Alma batiza Lími e todo o
20 E Alma e seu povo partiram
seu povo — Mosias autoriza Alma a
para o deserto; e tendo viajado
organizar a Igreja de Deus. Aproxi-
durante o dia inteiro, armaram
madamente 120 a.C.
suas tendas num vale ao qual cha-
maram vale de Alma, porque ele E então o rei Mosias fez com que
os havia conduzido pelo deserto. todo o povo se reunisse.
21 Sim, e no vale de Alma ren- 2 Ora, não havia tantos dos fi-
deram a graças a Deus porque fora lhos de Néfi, ou seja, tantos dos
misericordioso para com eles e descendentes de Néfi quantos ha-
aliviara suas cargas e libertara-os via do a povo de Zaraenla, que era
do cativeiro; porque estavam no descendente de b Muleque, e dos
15 a Mt. 11:28–30. 17 a GEE Cativeiro. Agradecimento.
b Al. 31:38; 33:23. 19 a 1 Sam. 26:12. 25 2 a Ômni 1:13–19.
c D&C 54:10. 21 a GEE Ação de Graças, b Hel. 6:10.
GEE Paciência. Agradecido, GEE Muleque.
MOSIAS 25:3–16 222
que com ele haviam ido para o lamanitas e do cativeiro, eleva-
deserto. ram as vozes e renderam graças
3 E não havia tantos do povo de a Deus.
Néfi nem do povo de Zaraenla 11 E novamente, quando pensa-
como havia dos lamanitas; sim, não ram nos lamanitas, que eram seus
eram nem a metade em número. irmãos, e no estado de corrupção e
4 E todo o povo de Néfi estava pecado em que viviam, encheram-
reunido, assim como todo o povo se de a dor e angústia em relação
de Zaraenla; e achavam-se congre- ao bem-estar de suas b almas.
gados em dois grupos. 12 E aconteceu que aqueles que
5 E aconteceu que Mosias leu e eram filhos de Amulon e seus ir-
fez com que fossem lidos os regis- mãos, que haviam tomado as fi-
tros de Zênife a seu povo; sim, ele lhas dos lamanitas para esposas,
leu os registros do povo de Zêni- ficaram desgostosos com o proce-
fe, desde o tempo em que haviam dimento de seus pais e não qui-
deixado a terra de Zaraenla até seram mais levar o nome deles;
quando retornaram. consequentemente, adotaram o
6 E também leu o relato de Alma nome de Néfi, para que pudes-
e seus irmãos e de todas as suas sem ser chamados filhos de Néfi
aflições, desde o tempo em que e contados com os que eram cha-
haviam deixado a terra de Zaraen- mados nefitas.
la até quando retornaram. 13 E assim, todo o povo de Za-
7 E quando Mosias terminou a raenla foi a contado com os nefitas;
leitura dos registros, os de seu e isto porque o reino havia sido
povo, que haviam permanecido conferido somente aos descen-
na terra, ficaram assombrados e dentes de Néfi.
atônitos. 14 E aconteceu que quando aca-
8 Pois não sabiam o que pensar, bou de falar e ler para o povo,
porque, quando viram os que ha- Mosias pediu a Alma que tam-
viam sido a libertados do cativeiro, bém falasse.
encheram-se de grande alegria. 15 E Alma falou, estando o povo
9 E também, quando pensaram reunido em grandes grupos; e ele
em seus irmãos que haviam sido foi de grupo em grupo, pregando
mortos pelos lamanitas, enche- ao povo arrependimento e fé no
ram-se de tristeza e até mesmo Senhor.
derramaram lágrimas de dor. 16 E exortou o povo de Lími e
10 E também, quando pensaram seus irmãos, todos os que haviam
na solícita bondade de Deus e sido libertados do cativeiro, a lem-
no seu poder para libertar Alma brarem-se de que havia sido o Se-
e seus irmãos das mãos dos nhor quem os libertara.
8 a Mos. 22:11–13. Al. 13:27. almas.
11 a Mos. 28:3–4; b GEE Alma — Valor das 13 a Ômni 1:19.
223 MOSIAS 25:17–26:4
17 E aconteceu que depois de na terra de Zaraenla. E aconteceu
Alma haver ensinado muitas coi- que todos aqueles que desejavam
sas ao povo e acabado de falar- tomar sobre si o a nome de Cristo,
lhes, o rei Lími desejou ser bati- ou seja, de Deus, uniam-se às igre-
zado; e também todo o seu povo jas de Deus.
desejou ser batizado. 24 E eram chamados a povo de
18  Portanto, Alma entrou na Deus. E o Senhor derramou seu
água e batizou-os; sim, a batizou- Espírito sobre eles e foram aben-
os da mesma forma que batizara çoados e prosperaram na terra.
seus irmãos nas b águas de Mór-
mon; sim, e todos os que batizou CAPÍTULO 26
passaram a pertencer à igreja de
Muitos membros da Igreja são guia-
Deus; e isso por causa de sua cren-
dos ao pecado por incrédulos — Alma
ça nas palavras de Alma.
recebe a promessa de vida eterna —
19 E aconteceu que o rei Mo-
Aqueles que se arrependem e são ba-
sias permitiu que Alma organi-
tizados recebem perdão — Membros
zasse igrejas por toda a terra de
da Igreja, em pecado, que se arrepen-
Zaraenla; e deu-lhe a poder para
derem e se confessarem a Alma e ao
ordenar sacerdotes e mestres em
Senhor, serão perdoados; do contrário,
cada igreja.
serão excomungados. Aproximada-
20 Ora, isso foi feito porque ha-
mente 120–100 a.C.
via tanta gente, que não podiam
todos ser governados por um só Ora, aconteceu que havia muitos
mestre; nem podiam todos ouvir da nova geração que não podiam
a palavra de Deus numa só as- compreender as palavras do rei
sembleia. Benjamim, pois eram criancinhas
21 Portanto, reuniam-se em di- na época em que ele falara a seu
versos grupos, chamados igrejas, povo; e não acreditavam na tra-
tendo cada igreja seus sacerdotes dição de seus pais.
e mestres; e cada sacerdote pre- 2 Não acreditavam no que fora
gando a palavra segundo lhe era dito sobre a ressurreição dos mor-
comunicada pela boca de Alma. tos nem acreditavam no que se
22 E assim, não obstante existi- referia à vinda de Cristo.
rem muitas igrejas, elas eram to- 3 Ora, por causa de sua incredu-
das uma só igreja, sim, a a igreja de lidade não podiam a compreender
Deus; porque nada se pregava em a palavra de Deus; e seu coração
qualquer delas além de arrepen- estava endurecido.
dimento e fé em Deus. 4 E não queriam ser batizados
23 E existiam então sete igrejas nem desejavam unir-se à igreja.
18 a Mos. 21:35. 23 a GEE Jesus Cristo — 26 3 a GEE Compreensão,
b Mos. 18:8–17. Tomar sobre nós o Entendimento.
19 a GEE Sacerdócio. nome de Jesus Cristo.
22 a Mos. 18:17. 24 a GEE Convênio.
MOSIAS 26:5–18 224
E formavam um povo à parte, 11 E ele disse ao rei: Eis aqui
quanto a sua fé, e assim perma- muitos que trouxemos a tua pre-
neceram para sempre; sim, em sença, que são acusados por seus
seu estado a carnal e pecaminoso, irmãos; sim, e foram apanhados
porque não queriam invocar o cometendo várias iniquidades. E
Senhor seu Deus. eles não se arrependem de suas
5 Ora, no reinado de Mosias não iniquidades; portanto, trouxemo-
chegavam, em número, à metade los a tua presença, para que os jul-
do povo de Deus; mas, devido às gues de acordo com seus crimes.
a 
dissensões entre os irmãos, tor- 12  Mas o rei Mosias disse a
naram-se mais numerosos. Alma: Eis que não os julgarei; a en-
6 Porque aconteceu que engana- trego-os, portanto, em tuas mãos
ram, com suas palavras lisonjei- para serem julgados.
ras, a muitos dos que pertenciam 13 E então o espírito de Alma
à igreja e fizeram com que come- tornou a perturbar-se. E dirigin-
tessem muitos pecados; tornou-se do-se ao Senhor, perguntou-lhe
necessário, portanto, que aqueles o que deveria fazer a respeito do
que cometiam pecados e que per- assunto, porque temia proceder
tenciam à igreja fossem a admoes- mal aos olhos do Senhor.
tados pela igreja. 14 E aconteceu que depois de
7 E aconteceu que eram levados haver derramado toda a sua alma
à presença dos sacerdotes e entre- a Deus, ouviu a voz do Senhor,
gues aos sacerdotes pelos mestres, dizendo:
sendo levados pelos sacerdotes 15 Abençoado és tu, Alma, e
à presença de Alma, que era o abençoados são os que foram ba-
a 
sumo sacerdote. tizados nas a águas de Mórmon.
8 Ora, o rei Mosias dera a Alma Abençoado és por causa de tua
autoridade sobre a igreja. grande b fé tão-somente nas pala-
9 E aconteceu que Alma nada vras de meu servo Abinádi.
sabia sobre eles; mas muitas tes- 16 E abençoados são eles por
temunhas havia contra eles; sim, causa de sua grande fé tão-so-
muita gente se apresentava e tes- mente nas palavras que tu lhes
temunhava a respeito de suas ini- disseste.
quidades. 17 E abençoado és tu por haveres
10 Ora, nunca antes havia acon- organizado uma a igreja entre este
tecido coisa semelhante na igreja; povo; e eles serão estabelecidos e
portanto, o espírito de Alma per- eles serão o meu povo.
turbou-se e ele fez com que os le- 18 Sim, abençoado é este povo
vassem à presença do rei. que deseja tomar sobre si o meu
4 a GEE Homem Natural. GEE Advertência, 15 a Mos. 18:30.
5 a GEE Apostasia; Advertir, Prevenir. b Mos. 17:2.
Contenção, Contenda. 7 a Mos. 29:42. GEE Fé.
6 a Al. 5:57–58; 6:3. 12 a D&C 42:78–93. 17 a Mos. 25:19–24.
225 MOSIAS 26:19–31
nome; porque em meu nome se-
a 
a segunda trombeta, então aque-
a 

rão chamados; e eles são meus. les que nunca me b conheceram


19 E por me haveres inquirido se levantarão e ficarão na minha
sobre os transgressores, és aben- presença.
çoado. 26 E então saberão que eu sou o
20 Tu és meu servo; e faço con- Senhor seu Deus, que sou o seu
vênio contigo de que terás a vida Redentor; mas eles não quiseram
eterna; e servir-me-ás e irás em ser redimidos.
meu nome e reunirás minhas 27 E então declarar-lhes-ei que
ovelhas. nunca os a conheci; e b partirão para
21 E aquele que escutar a minha o c fogo eterno, preparado para o
voz será minha a ovelha; e a ele re- diabo e seus anjos.
ceberás na igreja e a ele também 28 Digo-te, portanto, que aquele
eu receberei. que não a ouvir a minha voz, esse
22 Pois eis que esta é a minha não receberás na minha igreja,
igreja; quem quer que seja bati- porque eu não o receberei no úl-
zado, será a batizado para o arre- timo dia.
pendimento. E quem quer que re- 29 Digo-te, portanto: Vai; e o que
cebas, acreditará em meu nome; e transgredir contra mim, a julgarás
a esse eu b perdoarei liberalmente. de b acordo com os pecados que
23 Porque sou eu que a tomo so- houver cometido; e se c confessar
bre mim os pecados do mundo; seus pecados diante de ti e de
porque fui eu que b criei o homem; mim e d arrepender-se com since-
e sou eu que concedo, ao que acre- ridade de coração, tu o e perdoarás
dita até o fim, um lugar à minha e eu também o perdoarei.
mão direita. 30 Sim, e a tantas vezes quantas
24 Pois eis que em meu nome o meu povo se b arrepender, per-
eles são chamados; e se me a co- doá-lo-ei de suas ofensas contra
nhecerem, levantar-se-ão e terão mim.
um lugar à minha mão direita, 31 E também vos a perdoareis uns
eternamente. aos outros vossas ofensas, pois
25 E acontecerá que quando soar em verdade vos digo que aquele
18 a Mos. 1:11; 5:8. b GEE Criação, Criar. c 3 Né. 1:25.
GEE Jesus Cristo — 24 a Jo. 17:3. GEE Confessar,
Tomar sobre nós o 25 a D&C 88:99, 109. Confissão.
nome de Jesus Cristo. b D&C 76:81–86. d GEE Arrepender-se,
20 a GEE Eleição; 27 a Mt. 7:21–23. Arrependimento.
Eleitos; b Lc. 13:27. e GEE Perdoar.
Vida eterna. c D&C 76:43–44. 30 a Morô. 6:8.
21 a GEE Bom Pastor. 28 a 2 Né. 9:31; b Eze. 33:11, 15–16;
22 a 2 Né. 9:23. D&C 1:14. At. 3:19–20;
GEE Batismo, Batizar. 29 a GEE Julgar. Mos. 29:19–20.
b GEE Perdoar; b GEE Prestar Contas, 31 a 3 Né. 13:14–15;
Remissão de Pecados. Responsabilidade, D&C 64:9–10.
23 a GEE Redentor. Responsável.
MOSIAS 26:32–27:2 226
que não perdoar as ofensas de a palavra de Deus em todas as
seu próximo, quando este se con- coisas, sofrendo toda espécie de
fessar arrependido, trará sobre si aflições, sendo perseguidos por
condenação. todos os que não pertenciam à
32 Digo-te agora: Vai; e aquele igreja de Deus.
que não se arrepender de seus 39 E admoestavam seus irmãos;
pecados não será contado com o e eram também a admoestados,
meu povo; e isto será observado cada um pela palavra de Deus,
de agora em diante. de acordo com os seus pecados,
33 E aconteceu que Alma, quan- ou seja, com os pecados que havia
do ouviu estas palavras, escreveu- cometido, tendo recebido man-
as a fim de conservá-las e de po- damento de Deus para b orar sem
der julgar o povo daquela igreja cessar e render c graças por todas
de acordo com os mandamentos as coisas.
de Deus.
34 E aconteceu que Alma jul- CAPÍTULO 27
gou, de acordo com a palavra do
Mosias proíbe a perseguição e orde-
Senhor, os que haviam sido apa-
na a igualdade — Alma, o filho, e os
nhados cometendo iniquidades.
quatro filhos de Mosias procuram
35 E aqueles que se arrepende-
destruir a igreja — Um anjo aparece
ram de seus pecados e os a confes-
e ordena-lhes que abandonem o mau
saram, ele contou-os com o povo
caminho — Alma perde a fala — Toda
da igreja;
a humanidade deve nascer de novo
36 E os que não quiseram confes-
para obter salvação — Alma e os fi-
sar seus pecados e arrepender-se
lhos de Mosias declaram boas novas.
de suas iniquidades, não foram
Aproximadamente 100–92 a.C.
contados com o povo da igreja; e
seus nomes a foram riscados. E então aconteceu que as per-
37 E aconteceu que Alma pôs em seguições que eram infligidas à
ordem todos os assuntos da igreja; igreja pelos incrédulos tornaram-
e começaram novamente a ter paz se tão grandes que a igreja come-
e a prosperar muito nos assuntos çou a murmurar e a queixar-se,
da igreja, andando circunspecta- aos que os dirigiam, a respeito do
mente diante de Deus, recebendo assunto; e queixaram-se a Alma.
muitos e batizando muitos. E Alma expôs o caso diante do rei
38 Ora, todas estas coisas foram Mosias e Mosias consultou seus
feitas por Alma e seus companhei- sacerdotes.
ros, que dirigiam a igreja agindo 2 E aconteceu que o rei Mosias
com toda a diligência, ensinando enviou uma proclamação por toda
35 a GEE Confessar, GEE Excomunhão; b 2 Né. 32:8–9.
Confissão. Livro da Vida. c GEE Ação de
36 a Êx. 32:33; 39 a GEE Advertência, Graças, Agradecido,
Al. 1:24. Advertir, Prevenir. Agradecimento.
227 MOSIAS 27:3–13
a terra, proibindo os incrédulos de e chamava-se Alma, como seu
a 
perseguirem os que pertenciam pai; não obstante, tornou-se um
à igreja de Deus. homem muito iníquo e b idólatra.
3 E havia em todas as igrejas um E era um homem de muitas pa-
severo mandamento para que não lavras e lisonjeava muito o povo;
houvesse perseguições entre eles, portanto, fez com que muitos do
para que houvesse a igualdade en- povo agissem segundo suas ini-
tre todos os homens; quidades.
4 Para que não permitissem que 9 E tornou-se um grande obs-
o orgulho e a vaidade perturbas- táculo à prosperidade da Igreja
sem-lhes a a paz; para que todo ho- de Deus, a atraindo o coração do
mem b estimasse o próximo como povo, causando muita dissensão
a si mesmo e trabalhasse com as entre o povo, dando oportunida-
próprias mãos para o seu sus- de ao inimigo de Deus de exercer
tento. seu poder sobre eles.
5 Sim, e para que todos os seus 10 E então aconteceu que en-
sacerdotes e mestres a trabalhas- quanto andava procurando des-
sem com as próprias mãos para truir a Igreja de Deus, pois an-
prover o seu sustento em todas as dava secretamente com os filhos
circunstâncias, a não ser em caso de Mosias procurando destruir a
de doença ou de grande necessi- igreja e desviar o povo do Senhor,
dade; e assim fazendo, receberam contrariando os mandamentos de
a b graça de Deus copiosamente. Deus e os do próprio rei —
6 E começou a haver muita paz 11 E, como vos disse, enquanto
outra vez na terra; e o povo co- se a rebelavam contra Deus, eis que
meçou a ficar muito numeroso e o b anjo do Senhor c apareceu-lhes;
começou a espalhar-se pela face e desceu como se fosse numa nu-
da terra; sim, no norte e no sul, vem; e falou como se fosse com
no leste e no oeste, construindo voz de trovão, fazendo com que
grandes cidades e povoações em tremesse o solo onde estavam.
todos os quadrantes da terra. 12 E tão grande foi o seu assom-
7 E o Senhor visitou-os e fê-los bro que caíram por terra e não
prosperar; e tornaram-se um povo entenderam as palavras que ele
numeroso e rico. lhes disse.
8 Ora, os filhos de Mosias in- 13 Não obstante, ele clamou ou-
cluíam-se entre os incrédulos; tra vez, dizendo: Alma, levan-
e também um dos a filhos de ta-te e aproxima-te, pois, por
Alma estava incluído entre eles que persegues a igreja de Deus?
27 2 a GEE Perseguição, 5 a Mos. 18:24, 26. 9 a 2 Sam. 15:1–6.
Perseguir. b GEE Graça. 11 a GEE Rebeldia, Rebelião.
3 a Mos. 23:7; 29:32. 8 a GEE Alma, Filho de b GEE Anjos.
4 a GEE Paz. Alma. c At. 9:1–9;
b GEE Estimar. b GEE Idolatria. Al. 8:15.
MOSIAS 27:14–23 228
Porquanto o Senhor disse: Esta é a 
espanto; porque haviam visto com
a minha igreja e eu a estabelece- seus próprios olhos um anjo do
rei; e nada a destruirá, a não ser a Senhor; e a sua voz era como tro-
transgressão do meu povo. vão, que fazia tremer a terra; e
14 E disse mais o anjo: Eis que eles sabiam que nada, a não ser o
o Senhor ouviu as orações de seu poder de Deus, poderia sacudir
povo e também as a orações de seu a terra e fazê-la tremer como se
servo Alma, que é teu pai; porque fosse fender-se.
ele tem orado com muita fé a teu 19 Ora, o assombro de Alma foi
respeito, para que tu sejas levado tão grande que ficou mudo e não
a conhecer a verdade; portanto, podia abrir a boca; sim, e ficou
vim com o propósito de conven- tão fraco que não podia mover
cer-te do poder e autoridade de as mãos; foi, portanto, carrega-
Deus, para que as b orações de seus do pelos que com ele estavam e
servos possam ser respondidas de levado inerte e colocado diante
acordo com sua fé. de seu pai.
15 E agora, eis que podes duvi- 20 E contaram a seu pai tudo o
dar do poder de Deus? Pois eis que lhes havia acontecido; e o pai
que a minha voz não faz tremer regozijou-se, porque sabia que era
a terra? E não me podes também o poder de Deus.
ver na tua frente? E sou enviado 21 E fez reunir uma multidão,
de Deus. para que presenciasse o que o Se-
16 Agora te digo: Vai e lembra-te nhor havia feito por seu filho e
do cativeiro de teus pais na terra também por aqueles que com ele
de Helã e na terra de Néfi; e re- estavam.
corda-te de que grandes foram as 22 E fez reunir os sacerdotes; e
coisas que Deus fez por eles; pois eles começaram a jejuar e a orar
estavam em cativeiro e ele a liber- ao Senhor seu Deus, a fim de que
tou-os. E agora te digo, Alma: Se- abrisse a boca de Alma para que
gue teu caminho e não procures pudesse falar; e também, para
mais destruir a igreja, para que as que seus membros recuperas-
orações deles sejam respondidas; sem as forças — a fim de que os
e isto ainda que tu mesmo prefiras olhos do povo se abrissem para
ser lançado fora. ver e saber da bondade e da gló-
17 Ora, aconteceu que estas fo- ria de Deus.
ram as últimas palavras que o 23 E aconteceu que depois de
anjo disse a Alma; e partiu. haverem jejuado e orado pelo es-
18 E então Alma e os que esta- paço de dois dias e duas noites, os
vam com ele caíram novamente membros de Alma recobraram as
por terra, pois grande foi o seu forças e ele levantou-se e começou
13 a GEE Jesus Cristo — 14 a Al. 10:22. 16 a Mos. 23:1–4.
Cabeça da Igreja. b Mórm. 9:36–37.
229 MOSIAS 27:24–33
a falar-lhes, dizendo-lhes que ti- com um suplício eterno, mas fui
vessem bom ânimo. resgatado; e minha alma já não
24 Pois, disse ele, arrependi-me sofre.
de meus pecados e o Senhor a redi- 30 Rejeitei meu Redentor e ne-
miu-me; eis que nasci do Espírito. guei o que nossos pais haviam
25 E o Senhor disse-me: Não te dito; mas agora, para que possam
admires de que toda a humani- prever que ele virá e que se lem-
dade, sim, homens e mulheres, bra de toda criatura que criou, a
toda nação, tribo, língua e povo todos se manifestará.
tenham de a nascer de novo; sim, 31 Sim, a todo joelho se dobrará
nascer de Deus, serem b mudados e toda língua confessará dian-
de seu estado c carnal e decaído te dele. Sim, mesmo no último
para um estado de retidão, sendo dia, quando todos os homens se
redimidos por Deus, tornando-se apresentarem para serem b julga-
seus filhos e filhas; dos por ele, confessarão que ele
26 E tornam-se, assim, novas é Deus; então os que vivem c sem
criaturas; e a menos que façam Deus no mundo confessarão que
isto, não poderão de a modo algum o julgamento de um castigo eterno
herdar o reino de Deus. sobre eles é justo; e estremecerão e
27 Digo-vos que, a não ser que tremerão e encolher-se-ão sob seu
assim façam, serão lançados fora; d 
olhar que tudo penetra.
e isto sei, porque eu mesmo estava 32 E então aconteceu que, daí em
para ser lançado fora. diante, Alma e aqueles que com
28 Não obstante, depois de ha- ele estavam quando o anjo lhes
ver passado por muitas tribula- apareceu, começaram a ensinar
ções e de haver-me arrependido o povo, viajando por toda a ter-
quase até a morte, o Senhor, em ra, proclamando a todo o povo as
sua misericórdia, julgou que me coisas que haviam ouvido e visto
deveria tirar de um fogo a eterno; e pregando a palavra de Deus em
e nasci de Deus. meio a muita tribulação, sendo
29 Minha alma foi redimida do grandemente perseguidos pelos
fel da amargura e dos laços da incrédulos e feridos por muitos
iniquidade. Achava-me no mais deles.
escuro abismo, mas vejo agora 33 Não obstante tudo isso, po-
a maravilhosa luz de Deus. Mi- rém, transmitiam muito conforto
nha alma estava a atormentada aos da igreja, fortalecendo-lhes a
24 a 2 Né. 2:6–7. GEE Nascer de Deus, 31 a Filip. 2:9–11;
GEE Redenção, Nascer de Novo. Mos. 16:1–2;
Redimido, Redimir. b Mos. 3:19; 16:3. D&C 88:104.
25 a Rom. 6:3–11; c GEE Carnal. b GEE Jesus Cristo — Juiz.
Mos. 5:7; 26 a Jo. 3:5. c Al. 41:11.
Al. 5:14; 28 a 2 Né. 9:16. d GEE Trindade.
Mois. 6:59. 29 a Mos. 2:38.
MOSIAS 27:34–28:4 230
fé e exortando-os com paciência estas coisas, reuniram um peque-
e muito esforço a guardarem os no grupo e voltaram para junto
mandamentos de Deus. de seu pai, o rei; e pediram-lhe
34 E quatro deles eram a filhos de que lhes concedesse licença para
Mosias; e chamavam-se Amon e subirem, juntamente com os que
Aarão e Ômner e Hímni; eram es- haviam escolhido, à terra de b Néfi,
ses os nomes dos filhos de Mosias. para pregarem as coisas que ha-
35 E viajaram por toda a terra de viam ouvido e comunicarem a
Zaraenla e entre todo o povo que palavra de Deus a seus irmãos,
estava sob o reinado do rei Mo- os lamanitas —
sias, procurando zelosamente re- 2 Para que talvez pudessem le-
parar todos os danos que haviam var-lhes o conhecimento do Se-
causado à igreja, confessando to- nhor seu Deus e convencê-los das
dos os seus pecados e proclaman- iniquidades de seus pais; e para
do todas as coisas que haviam que talvez aplacassem seu a ódio
visto; e explicando as profecias e para com os nefitas, a fim de que
as escrituras a todos os que dese- também fossem levados a rego-
jassem ouvi-los. zijar-se no Senhor seu Deus, se
36 E assim, foram instrumentos tornassem amigáveis uns com os
nas mãos de Deus para levar a outros e não houvesse mais con-
muitos o conhecimento da ver- tendas em toda a terra que o Se-
dade, sim, o conhecimento de seu nhor seu Deus lhes dera.
Redentor. 3 Ora, eles desejavam que a sal-
37 E quão abençoados são eles! vação fosse declarada a toda cria-
Porque a proclamaram a paz; tura, porque não podiam a supor-
anunciaram b boas novas; e decla- tar que qualquer b alma humana se
raram ao povo que o Senhor reina. perdesse; e até mesmo a ideia de
que alguma alma tivesse de sofrer
CAPÍTULO 28 o tormento c eterno fazia-os tremer
e estremecer.
Os filhos de Mosias vão pregar aos
4 E assim agia o Espírito do Se-
lamanitas — Usando as duas pedras
nhor sobre eles, porque eram os
de vidente, Mosias traduz as placas a 
mais vis pecadores. E o Senhor,
jareditas. Aproximadamente 92 a.C.
na sua infinita b misericórdia, jul-
Ora, aconteceu que depois que gou prudente poupá-los; não
os a filhos de Mosias fizeram todas obstante, eles padeceram muita
34 a GEE Amon, Filho de b Ômni 1:12–13; almas.
Mosias. Mos. 9:1. c Jacó 6:10;
37 a Isa. 52:7; 2 a Jacó 7:24. D&C 19:10–12.
Mos. 15:14–17. 3 a Al. 13:27; 4 a Mos. 27:10.
GEE Pregar. 3 Né. 17:14; b GEE Misericórdia,
b GEE Evangelho. Mois. 7:41. Misericordioso.
28 1 a Mos. 27:34. b GEE Alma — Valor das
231 MOSIAS 28:5–18
angústia por causa de suas iniqui- quais lhes haviam sido entregues
dades, sofrendo muito e temendo pelas mãos de Lími;
que viessem a ser lançados fora 12 E ele assim fez por causa da
para sempre. grande ansiedade de seu povo;
5 E aconteceu que suplicaram porque tinham grande desejo de
durante muitos dias a seu pai que saber acerca daquele povo que
os deixasse subir à terra de Néfi. havia sido destruído.
6 E o rei Mosias foi e inquiriu 13 E então ele as traduziu por
ao Senhor se deveria deixar seus meio daquelas duas a pedras que
filhos subirem para pregar a pa- estavam presas nos dois aros de
lavra entre os lamanitas. um arco.
7 E o Senhor disse a Mosias: Dei- 14 Ora, essas coisas haviam sido
xa-os subir, pois muitos acredita- preparadas desde o princípio e
rão em suas palavras e eles terão transmitidas de geração em ge-
vida eterna; e a livrarei teus filhos ração, com o fim de interpretar
das mãos dos lamanitas. idiomas;
8 E aconteceu que Mosias lhes 15 E foram guardadas e preser-
deu permissão para irem e faze- vadas pela mão do Senhor, para
rem de acordo com o seu pedido. que ele pudesse mostrar a toda
9 E eles a empreenderam viagem criatura que ocupasse a terra as
pelo deserto, para subirem e pre- iniquidades e abominações de
garem a palavra entre os lamani- seu povo;
tas. Farei, mais adiante, um b relato 16 E todo aquele que tem estas
de seus feitos. coisas é chamado a vidente, se-
10 Ora, o rei Mosias não tinha gundo o costume da antiguidade.
a quem deixar o reino, porque 17 Ora, depois de Mosias haver
nenhum de seus filhos queria terminado a tradução desses re-
aceitá-lo. gistros, eis que continham a his-
11 Portanto, tomou ele os regis- tória do povo que fora a destruído,
tros que estavam gravados nas desde a época de sua destruição
a 
placas de latão e também as pla- e remontando à construção da
cas de Néfi e todas as coisas que b 
grande torre, quando o Senhor
guardara e preservara de acordo c 
confundiu a língua do povo e este
com os mandamentos de Deus, foi disperso sobre a face de toda a
depois de haver traduzido e orde- terra; sim, e também desde aquela
nado que fossem escritos os regis- época até a criação de Adão.
tros contidos nas b placas de ouro 18 Ora, esse relato levou os do
encontradas pelo povo de Lími, as povo de Mosias a lamentarem-se
7 a Al. 19:22–23. b GEE Placas de Ouro. 17 a Mos. 8:7–12.
9 a Al. 17:6–9. 13 a GEE Urim e Tumim. b Ét. 1:1–5.
b Al. 17–26. 16 a Mos. 8:13–18. c Gên. 11:6–9.
11 a GEE Placas de Latão. GEE Vidente.
MOSIAS 28:19–29:8 232
em extremo, sim, encheram-se de 2 E aconteceu que esta foi a voz
tristeza; não obstante, proporcio- do povo: Desejamos que teu fi-
nou-lhes muitos conhecimentos, lho Aarão seja nosso rei e nosso
com os quais se regozijaram. governante.
19 E esse relato será escrito mais 3 Ora, Aarão havia subido para
adiante; porque eis que é necessá- a terra de Néfi, de modo que o
rio que todo o povo saiba das coi- rei não podia conferir-lhe o rei-
sas que estão escritas nesse relato. no; nem Aarão desejava assumir
20 E então, como vos disse, de- o reino; nem tampouco qualquer
pois de o rei Mosias haver feito um dos outros a filhos de Mosias
essas coisas, tomou as placas de estava disposto a assumir o reino.
a 
latão e todas as coisas que havia 4 Portanto, o rei Mosias tornou
guardado e entregou-as a Alma, a comunicar-se com o povo; sim,
que era filho de Alma; sim, entre- enviou-lhe uma mensagem escri-
gou-lhe todos os registros e tam- ta. E estas foram as palavras que
bém os b intérpretes e ordenou-lhe ele escreveu, dizendo:
que os guardasse e c preservasse; 5 Eis que, ó meu povo, ou meus
e que também fizesse um registro irmãos, pois assim vos considero,
do povo; e que os transmitisse de desejo que mediteis sobre o assun-
geração em geração, assim como to a respeito do qual sois chama-
haviam sido transmitidos desde dos a pronunciar-vos — porque
a época em que Leí deixara Je- desejais ter um a rei.
rusalém. 6 Ora, declaro-vos que aquele a
quem o reino pertence de direi-
CAPÍTULO 29 to não o aceitou e não assumirá
o reino.
Mosias propõe que sejam escolhidos
7 E agora, se outro for nomeado
juízes em lugar de um rei — Reis
em seu lugar, eis que temo que
injustos levam o povo ao pecado —
surjam discórdias entre vós. E
Alma, o filho, é escolhido como juiz
quem sabe se meu filho, a quem o
supremo pela voz do povo — Ele tam-
reino pertence, não se zangaria, le-
bém é o sumo sacerdote da igreja —
vando uma parte deste povo atrás
Alma, o pai, e Mosias morrem. Apro-
de si, o que provocaria guerras e
ximadamente 92–91 a.C.
contendas entre vós, fazendo as-
Ora, tendo Mosias feito isto, man- sim correr muito sangue e perver-
dou averiguar por toda a terra, tendo o caminho do Senhor, sim,
entre todo o povo, qual a sua von- e destruindo a alma de muitos.
tade concernente a quem deveria 8 Agora vos digo: Sejamos pru-
ser o rei. dentes e consideremos estas
20 a Al. 37:3–10. escrituras devem ser 5 a 1 Sam. 8:9–19.
b GEE Urim e Tumim. preservadas.
c GEE Escrituras — As 29 3 a Mos. 27:34.
233 MOSIAS 29:9–19
coisas, porque não temos o direito digo que, se esse fosse sempre
de destruir meu filho nem temos o caso, seria então conveniente
qualquer direito de destruir outro que sempre tivésseis reis para vos
que seja nomeado em seu lugar. governar.
9 E se meu filho se voltasse no- 14 E eu próprio trabalhei com
vamente para seu orgulho e para todo o poder e faculdades que
as coisas vãs, retiraria o que dis- possuía para ensinar-vos os man-
sera e reclamaria seu direito ao damentos de Deus e estabelecer
reino, o que faria com que ele e a paz por toda a terra, para que
também este povo cometessem não houvesse nem guerras nem
muitos pecados. discórdias nem roubos nem pilha-
10 E agora sejamos prudentes; gens nem assassínios nem qual-
e prevendo estas coisas, façamos quer outro tipo de iniquidade;
aquilo que assegure a paz deste 15 E todo aquele que cometeu
povo. iniquidade, eu o a castiguei de
11 Serei, portanto, vosso rei pelo acordo com o crime que cometeu,
resto de meus dias; não obstante, segundo a lei que nos foi dada por
a 
nomeemos b juízes para julgarem nossos pais.
este povo de acordo com a nossa 16 Agora vos digo que, por não
lei; e reorganizaremos os negócios serem todos os homens justos, não
deste povo, porque nomearemos é aconselhável que tenhais um rei
como juízes homens sábios, que ou reis que vos governem.
julgarão este povo de acordo com 17 Pois eis que quanta a iniquida-
os mandamentos de Deus. de um rei b iníquo faz com que se
12 Ora, é preferível que um ho- cometa; sim, e que grandes des-
mem seja julgado por Deus do truições!
que pelo homem, porque os jul- 18 Sim, lembrai-vos do rei Noé,
gamentos de Deus são sempre das suas a iniquidades e abomi-
justos, mas os julgamentos do ho- nações, e também das iniquida-
mem nem sempre são justos. des e abominações do seu povo.
13 Portanto, se fosse possível ter- Vede que grande destruição lhes
des como reis homens a justos, que adveio; e também, devido às suas
estabelecessem as leis de Deus e iniquidades, foram levados ao
julgassem este povo de acordo b 
cativeiro.
com os seus mandamentos, sim, 19 E se não fosse pela interfe-
se fosse possível terdes como reis rência de seu sábio Criador e por
homens que procedessem como causa do arrependimento sincero
meu pai b Benjamim procedeu deles, teriam inevitavelmente per-
para com este povo  — eu vos manecido em cativeiro até agora.
11 a Mos. 29:25–27. 15 a Al. 1:32–33. b 1 Sam. 8:10–18;
b Êx. 18:13–24. 17 a Al. 46:9–10. Mos. 12:1–8;
13 a Mos. 23:8, 13–14. b Mos. 23:7–9. Ét. 6:22–23.
b Pal. Mórm. 1:17–18. 18 a Mos. 11:1–15.
MOSIAS 29:20–32 234
20 Mas eis que ele os libertou, que é direito; mas é comum a mi-
porque se a humilharam perante noria do povo desejar o que não
ele; e porque o b invocaram fer- é direito; portanto, observareis e
vorosamente, libertou-os do cati- tereis isto por lei — resolver vos-
veiro; e deste modo age o Senhor sos negócios de acordo com a voz
com seu poder em todos os casos do povo.
entre os filhos dos homens, esten- 27 E a se chegar o tempo em que a
dendo o braço de c misericórdia voz do povo escolher iniquidade,
aos que nele d confiam. então os julgamentos de Deus re-
21 E eis que agora vos digo que cairão sobre vós; sim, então será o
não podeis destronar um rei iní- tempo em que ele vos visitará com
quo, a não ser com muitas lutas e grande destruição, assim como
derramamento de muito sangue. tem, até aqui, visitado esta terra.
22 Pois eis que ele tem a compa- 28 E agora, se tendes juízes e eles
nheiros de iniquidade e conser- não vos julgam de acordo com a
va-se rodeado de seus guardas; lei que foi dada, podeis fazer com
e anula as leis dos que reinaram que eles sejam julgados por um
com retidão antes dele e pisoteia juiz superior.
os mandamentos de Deus; 29 Se vossos juízes superiores
23 E decreta leis e envia-as ao não julgarem justamente, fareis
povo, sim, leis segundo sua pró- reunir um pequeno número de
pria a iniquidade; e quem a elas juízes menores e eles julgarão vos-
não obedece ele faz com que seja sos juízes superiores de acordo
destruído; e, contra os que se re- com a voz do povo.
belam, envia seus exércitos para 30 E eu vos ordeno que façais
guerreá-los; e, se pode, destrói-os; estas coisas no temor do Senhor;
e assim, um rei injusto perverte os e ordeno-vos que façais estas coi-
caminhos de toda retidão. sas e que não tenhais rei; de modo
24 E agora eis que vos digo que que, se este povo cometer pecados
não é conveniente que tais abomi- e iniquidades, recairão sobre sua
nações recaiam sobre vós. própria cabeça.
25 Portanto, escolhei juízes pela 31 Pois eis que vos digo que os
voz deste povo, para que sejais pecados de muitos foram causa-
julgados de acordo com as leis dos pelas iniquidades de seus reis;
que vos foram dadas por nossos portanto, suas iniquidades recaem
pais, as quais são corretas e foram sobre a cabeça de seus reis.
dadas a eles pela mão do Senhor. 32 E agora desejo que esta a de-
26 Ora, não é comum a voz do sigualdade não exista mais nesta
povo desejar algo contrário ao terra, especialmente entre meu
20 a Mos. 21:13–15. Mos. 26:30. 27 a Al. 10:19.
b Êx. 2:23–25; d GEE Confiança, Confiar. 32 a Al. 30:11.
Al. 43:49–50. 22 a 1 Re. 12:8–14.
c Eze. 33:11, 15–16; 23 a GEE Iniquidade, Iníquo.
235 MOSIAS 29:33–42
povo; mas desejo que esta seja estas palavras ao povo, o povo
uma terra de b liberdade e que c to- ficou convencido da veracidade
dos os homens gozem igualmen- de suas palavras.
te de seus direitos e privilégios, 38 Abandonaram, portanto, o
enquanto o Senhor julgar conve- desejo de ter um rei e ficaram
niente que vivamos e herdemos a muito ansiosos para que cada um
terra; sim, enquanto qualquer de tivesse oportunidades iguais em
nossos descendentes permanecer toda a terra; sim, e cada homem
sobre a face desta terra. expressou a vontade de responder
33 E muitas coisas mais escre- por seus próprios pecados.
veu-lhes o rei Mosias, explicando- 39 Portanto, aconteceu que se
lhes todas as provações e tribula- reuniram em grupos por toda
ções de um rei justo; sim, todas a terra, para expressarem-se a
as angústias de sua alma por seu respeito dos que deveriam ser
povo e também todas as queixas seus juízes, a fim de julgá-los de
do povo ao rei; e explicou-lhes acordo com a a lei que lhes fora
tudo isso. dada; e muito se alegraram com
34 E disse-lhes que tais coisas a b liberdade que lhes havia sido
não deveriam existir, mas que a concedida.
carga devia ser repartida entre 40 E fortaleceu-se o amor que
todo o povo, a fim de que cada tinham por Mosias; sim, estima-
homem carregasse sua parte. ram-no mais do que a qualquer
35 E explicou-lhes também todas outro homem, porque não o con-
as desvantagens a que estariam sideravam como um tirano que
sujeitos se fossem governados por estivesse em busca de ganhos,
um rei injusto. sim, aquele lucro que corrompe
36 Sim, todas as suas iniqui- a alma; porque não lhes havia
dades e abominações e todas as exigido riquezas nem se havia
guerras e contendas e derrama- alegrado com derramamento de
mento de sangue; e os roubos e sangue; mas estabelecera a a paz
as pilhagens e as libertinagens e na terra e permitira que seu povo
todo tipo de iniquidades que não se livrasse de todo tipo de escravi-
podem ser enumeradas — di- dão; portanto, o estimavam, sim,
zendo-lhes que essas coisas não muito, no mais alto grau.
deveriam existir, que eram ex- 41 E aconteceu que nomearam
pressamente contrárias aos man- a 
juízes para governá-los, ou seja,
damentos de Deus. para julgá-los de acordo com a
37 E então aconteceu que depois lei; e fizeram isso por toda a terra.
de haver o rei Mosias enviado 42 E aconteceu que Alma foi
32 b 2 Né. 1:7; 10:11. 39 a Al. 1:14. 41 a Mos. 29:11.
GEE Liberdade, Livre. b GEE Liberdade, Livre.
c Al. 27:9. 40 a GEE Pacificador.
MOSIAS 29:43–ALMA 1:1 236
escolhido para ser o primeiro juiz 45 E aconteceu então que seu pai
supremo, sendo também o sumo morreu aos oitenta e dois anos de
sacerdote, porque seu pai lhe ha- idade, tendo vivido para cumprir
via conferido o ofício e encarrega- os mandamentos de Deus.
do de todos os negócios da igreja. 46 E aconteceu que Mosias tam-
43 E então aconteceu que Alma bém morreu, no trigésimo terceiro
a 
seguiu os caminhos do Senhor ano de seu reinado, aos a sessenta
e guardou seus mandamentos e e três anos de idade, totalizando
julgou com justiça; e houve paz assim quinhentos e nove anos
contínua por toda aquela terra. desde a época em que Leí havia
44 E assim começou o reinado deixado Jerusalém.
dos juízes por toda a terra de Za- 47 E assim terminou o reinado
raenla, entre todo o povo que era dos reis sobre o povo de Néfi; e as-
chamado nefita; e Alma foi o pri- sim terminaram os dias de Alma,
meiro juiz supremo. que foi o fundador da igreja deles.

LIVRO DE ALMA
FILHO DE ALMA

Relato de Alma, que era filho de Alma e o primeiro juiz supremo do


povo de Néfi e também o sumo sacerdote da Igreja. Um relato do go-
verno dos juízes e das guerras e contendas do povo. E também o relato
de uma guerra entre nefitas e lamanitas, segundo o registro de Alma, o
primeiro juiz supremo.
CAPÍTULO 1
Neor ensina falsas doutrinas, organi-
O RA, aconteceu que no pri-
meiro ano em que os juízes
governaram o povo de Néfi, e
za uma igreja, introduz artimanhas
daí em diante, tendo o rei Mosias
sacerdotais e mata Gideão — Neor a 
ido pelo caminho de toda a Terra,
é executado por seus crimes — Ar-
combatido um bom combate, an-
timanhas sacerdotais e perseguições
dado retamente diante de Deus,
propagam-se entre o povo — Os sa-
não tendo deixado ninguém para
cerdotes trabalham para seu próprio
reinar em seu lugar; não obstante,
sustento, o povo cuida dos pobres e
ele estabelecera b leis e elas eram
a Igreja prospera. Aproximadamente
reconhecidas pelo povo; portanto,
91–88 a.C.
tinham a obrigação de submeter-
se às leis que ele havia formulado.
43 a GEE Andar, Andar com [Alma] Al. 4:16;
Deus. 1 1 a Mos. 29:46. Hel. 4:22.
46 a Mos. 6:4. b Jar. 1:5;
237 ALMA 1:2–12
2 E aconteceu que no primeiro encontrou um homem que per-
ano do governo de Alma como tencia à igreja de Deus, sim, pre-
juiz, foi-lhe apresentado um a ho- cisamente um de seus mestres, e
mem para ser julgado, um homem começou a discutir com ele as-
de grande estatura e notável pela peramente, com o fim de afastar
sua grande força. o povo da igreja; mas o homem
3 E ele saíra pregando ao povo o opôs-lhe resistência, advertindo-o
que a chamava de palavra de Deus, com as a palavras de Deus.
b 
opondo-se à igreja; declarando 8 Ora, esse homem chamava-se
ao povo que todos os sacerdo- a 
Gideão; e fora ele quem servira
tes e mestres deveriam tornar-se de instrumento nas mãos de Deus
c 
populares; e que d não deveriam para livrar do cativeiro o povo
trabalhar com as próprias mãos, de Lími.
mas deveriam ser sustentados 9 Ora, porque Gideão lhe opôs
pelo povo. resistência com as palavras de
4  E ele também testificou ao Deus, ele encolerizou-se contra
povo que toda a humanidade se- Gideão e, tendo sacado da espada,
ria salva no último dia e que não começou a golpeá-lo. Ora, tendo
precisariam temer nem tremer, Gideão idade avançada, não pôde
mas que podiam levantar a cabe- resistir aos golpes; foi, portanto,
ça e regozijar-se; porque o Senhor a 
morto pela espada.
havia criado todos os homens e 10 E o homem que o havia ma-
também havia redimido todos os tado foi aprisionado pelo povo
homens; e, no fim, todos os ho- da igreja e levado à presença de
mens teriam vida eterna. Alma para ser a julgado pelos cri-
5 E aconteceu que tanto pregou mes que cometera.
estas coisas que muitos acredita- 11 E aconteceu que estando ele
ram em suas palavras; e foram diante de Alma, defendeu-se com
tantos, que começaram a susten- muita ousadia.
tá-lo e a dar-lhe dinheiro. 12 Mas Alma disse-lhe: Eis que
6 E ele começou a exaltar-se no esta é a primeira vez que a artima-
orgulho de seu coração e a usar nhas sacerdotais foram introdu-
vestimentas custosas, sim, e até zidas no meio deste povo. E eis
começou a organizar uma a igreja que tu não somente és culpado
de acordo com a sua pregação. de artimanhas sacerdotais, mas
7 E aconteceu que enquanto an- também de teres tratado de im-
dava assim pregando aos que pô-las pela espada; e se tais arti-
acreditavam em suas palavras, manhas tivessem sido impostas a
2 a Al. 1:15. d Mos. 18:24, 26; 27:5. 10 a Mos. 29:42.
3 a Eze. 13:3. 6 a 1 Né. 14:10. 12 a 2 Né. 26:29.
b GEE Anticristo. 7 a GEE Palavra de Deus. GEE Artimanhas
c Lc. 6:26; 8 a Mos. 20:17; 22:3. Sacerdotais.
1 Né. 22:23. 9 a Al. 6:7.
ALMA 1:13–23 238
este povo, teriam acarretado a sua contra homem algum por causa
total destruição. de b sua crença.
13 E fizeste correr o sangue de 18 E não se atreviam a a furtar,
um homem justo, sim, um ho- por medo da lei, pois seriam pu-
mem que muito bem fez entre nidos; nem se atreviam a roubar
este povo; e se te poupássemos, nem a assassinar, pois aquele que
o sangue dele recairia sobre nós b 
assassinasse seria punido com a
como a vingança. c 
morte.
14 Estás, portanto, a condenado 19  Mas aconteceu que todos
à morte, de acordo com a lei que os que não pertenciam à igreja
nos foi dada por Mosias, nosso de Deus começaram a perseguir
último rei, a qual foi reconhecida aqueles que pertenciam à igreja de
por este povo; portanto, este povo Deus e que haviam tomado sobre
deve respeitar a lei. si o nome de Cristo.
15 E aconteceu que o levaram — 20 Sim, eram perseguidos e afli-
e seu nome era a Neor — e con- gidos com toda sorte de palavras,
duziram-no até o alto da colina e isso por causa da sua humilda-
de Mânti e lá ele foi obrigado a de; porque não se exaltavam aos
reconhecer, ou melhor, reconhe- seus próprios olhos, e porque par-
ceu entre os céus e a Terra que o tilhavam a palavra de Deus, uns
que ensinara ao povo era contra a com os outros, sem a dinheiro e
palavra de Deus; e ali sofreu uma sem preço.
ignominiosa b morte. 21 Ora, havia entre o povo da
16 Não obstante, isso não pôs igreja uma lei severa que proibia
fim à difusão de artimanhas sa- a qualquer homem que perten-
cerdotais na terra; porque havia cesse à igreja a perseguir aqueles
muitos que gostavam das coisas que não pertencessem à igreja; e
vãs do mundo e continuavam proibia perseguições entre eles
a pregar falsas doutrinas; e isto mesmos.
faziam por causa de a riquezas e 22 Não obstante, havia muitos
honrarias. entre eles que começaram a tor-
17 No entanto não se atreviam nar-se orgulhosos e a contender
a a mentir, por temor à lei, pois acaloradamente com seus adver-
os mentirosos eram punidos, se sários, chegando a bater-lhes; sim,
descobertos; consequentemente golpeavam-se uns aos outros com
alegavam pregar de acordo com a seus punhos.
sua crença; e a lei não tinha poder 23  Ora, isto aconteceu no
13 a GEE Vingança. 17 a GEE Honestidade, b GEE Homicídio.
14 a GEE Pena de Morte. Honesto; c GEE Pena de Morte.
15 a Al. 1:2. Mentir, Mentiroso. 20 a Isa. 55:1–2.
b Deut. 13:1–9. b Al. 30:7–12; 21 a GEE Perseguição,
16 a GEE Riquezas; RF 1:11. Perseguir.
Vaidade, Vão. 18 a GEE Roubar, Roubo.
239 ALMA 1:24–31
segundo ano do governo de Alma, e os doentes e os aflitos, cada um
causando à igreja muitas aflições; de acordo com o que possuía; e
sim, isto foi causa de muitas tri- não usavam vestimentas custo-
bulações na igreja. sas; contudo, eram asseados e
24 Porque o coração de muitos formosos.
se endureceu e seus nomes foram 28 E assim eles organizaram os
a 
riscados, de modo que não mais negócios da igreja; e assim come-
foram lembrados entre o povo de çaram a ter paz contínua nova-
Deus. E também muitos se b afas- mente, apesar de todas as perse-
taram do meio deles. guições.
25 Ora, isso era uma grande pro- 29 E então, graças à solidez da
vação para os que permaneciam igreja, começaram a a enriquecer
firmes na fé; não obstante, foram extremamente, tendo abundância
firmes e inabaláveis na obediên- de tudo que lhes era necessário —
cia aos mandamentos de Deus abundância de rebanhos e mana-
e suportaram com a paciência as das e de animais cevados de toda
perseguições que se acumularam espécie; e também abundância de
sobre eles. grãos e de ouro e de prata e de
26 E quando os sacerdotes dei- coisas preciosas; e abundância de
xavam seu a trabalho para ensinar b 
sedas e de finos tecidos de linho
ao povo a palavra de Deus, o povo e de toda espécie de bons tecidos
também deixava seus trabalhos simples.
para ouvir a palavra de Deus. E 30 E assim, em sua a prosperida-
quando o sacerdote terminava de de, não deixavam de atender a
ensinar-lhes a palavra de Deus, quem quer que estivesse b nu ou
voltavam todos diligentemente faminto ou sedento ou doente ou
para seus trabalhos; e o sacerdo- que não tivesse sido alimentado;
te não se julgava superior a seus e o seu coração não estava nas
ouvintes, porque o pregador não riquezas; portanto, eram liberais
era melhor que o ouvinte nem o com todos, tanto velhos como jo-
mestre melhor que o discípulo; e vens, tanto escravos como livres,
assim eram todos iguais e todos tanto homens como mulheres,
trabalhavam, cada um de b acordo pertencessem ou não à igreja, não
com suas forças. fazendo c acepção de pessoas no
27 E eles a repartiam os seus bens que se referia aos necessitados.
com os b pobres e os necessitados 31  E assim prosperaram e
24 a Êx. 32:33; 26 a Mos. 18:24, 26; 27:3–5. 29 a GEE Riquezas.
Mos. 26:36; b Mos. 4:27; b Al. 4:6.
Al. 6:3. D&C 10:4. 30 a Jacó 2:17–19.
GEE Excomunhão. 27 a GEE Esmolas. b GEE Pobres.
b Al. 46:7. b Lc. 18:22; c Al. 16:14;
GEE Apostasia. Mos. 4:26; D&C 1:35.
25 a GEE Paciência. D&C 42:29–31.
ALMA 1:32–2:6 240
tornaram-se muito mais ricos que quinto ano do seu governo, o
aqueles que não pertenciam a sua povo começou a contender; por-
igreja. que um certo homem chamado
32 Pois aqueles que não perten- Anlici, sendo um homem mui-
ciam a sua igreja entregavam-se a to astuto, sim, um homem sábio
feitiçarias e a a idolatria ou b ócio; quanto à sabedoria do mundo e
e a c tagarelices e a d invejas e con- pertencente à ordem do homem
tendas, usando vestimentas cus- que matara a Gideão com a espa-
tosas, e exaltando-se segundo o da e fora executado de acordo
orgulho de seus próprios olhos; com a lei —
perseguindo, mentindo, furtando, 2 Ora, esse Anlici havia, por sua
roubando, cometendo libertina- astúcia, atraído muita gente; e
gens e homícidios e toda espécie eram tantos que começaram a tor-
de iniquidades; não obstante, a nar-se muito poderosos; e come-
lei era aplicada a todos os que çaram a esforçar-se para fazer de
a transgredissem, tanto quanto Anlici rei do povo.
possível. 3 Ora, isso foi alarmante para
33 E aconteceu que, aplicando- o povo da igreja, como também
se-lhes assim a lei, cada um sendo para todos os que não haviam
castigado de acordo com o que sido atraídos pelas persuasões de
fizera, tornaram-se mais tranqui- Anlici; pois sabiam que, de acordo
los e não se atreviam a cometer com a lei, estas coisas deveriam
iniquidades abertamente; o povo ser resolvidas pela a voz do povo.
de Néfi teve, portanto, muita paz 4 Portanto, se fosse possível a
até o quinto ano do governo dos Anlici vencer pela voz do povo,
juízes. ele, sendo um homem iníquo,
a 
privá-los-ia de seus direitos e
CAPÍTULO 2 privilégios na igreja; pois era seu
intento destruir a igreja de Deus.
Anlici procura tornar-se rei e é rejei-
5 E aconteceu que o povo se
tado pela voz do povo — Seus segui-
reuniu em toda a terra, cada um
dores fazem-no rei — Os anlicitas
segundo a sua opinião, a favor
fazem guerra contra os nefitas e são
ou contra Anlici, em grupos se-
derrotados — Lamanitas e anlicitas
parados, havendo muitas dis-
unem forças e são derrotados — An-
putas e grandes a contendas en-
lici é morto por Alma. Aproximada-
tre eles.
mente 87 a.C.
6 E assim se reuniram para ex-
E aconteceu que no começo do pressar suas opiniões sobre o
32 a GEE Idolatria. e Jacó 2:13; Al. 31:25; Al. 4:16.
b GEE Ociosidade, Mórm. 8:28. 4 a Al. 10:19;
Ocioso. GEE Orgulho. Hel. 5:2.
c GEE Maledicência. 2 1 a Al. 1:8. 5 a 3 Né. 11:29.
d GEE Inveja. 3 a Mos. 29:25–27;
241 ALMA 2:7–20
assunto; e apresentaram-nas aos também nomeou chefes entre seu
juízes. povo, para conduzi-los à guerra
7 E aconteceu que a voz do povo contra seus irmãos.
foi contrária a Anlici, de modo 15 E aconteceu que os anlicitas
que não foi proclamado rei. chegaram à colina de Aniú, que
8 Ora, isso encheu de alegria o ficava a leste do a rio Sidon, que
coração dos que estavam contra corria perto da b terra de Zaraen-
ele, mas Anlici incitou os que esta- la; e ali começaram a fazer guerra
vam a seu favor a encolerizarem- aos nefitas.
se contra os que não o apoiavam. 16 Ora, sendo Alma o a juiz supre-
9 E aconteceu que se reuniram mo e governador do povo de Néfi,
e consagraram Anlici como rei. subiu, portanto, com seu povo,
10 Ora, quando Anlici foi pro- sim, com seus capitães e capitães-
clamado rei, ordenou-lhes que chefes, sim, à frente de seus exér-
pegassem em armas contra seus citos, para guerrear os anlicitas.
irmãos; e isto fez para poder 17 E começaram a matar os an-
subjugá-los. licitas na colina a leste de Sidon.
11 Ora, o povo de Anlici se dis- E os anlicitas lutaram contra os
tinguia pelo nome de Anlici, sen- nefitas com grande força, tanto
do eles chamados a anlicitas; e os que muitos nefitas caíram diante
outros eram chamados b nefitas ou dos anlicitas.
povo de Deus. 18 Não obstante, o Senhor forta-
12 Os nefitas, portanto, sabendo leceu a mão dos nefitas, de modo
do intento dos anlicitas, prepa- que mataram os anlicitas em tão
raram-se para enfrentá-los; sim, grande carnificina que estes co-
armaram-se com espadas e com meçaram a fugir.
cimitarras e com arcos e com fle- 19 E aconteceu que os nefitas
chas e com pedras e com fundas e perseguiram os anlicitas durante
com todo tipo de a armas de guerra todo aquele dia e mataram-nos em
de toda espécie. grande carnificina, tanto que fo-
13 E assim estavam preparados ram a mortos doze mil quinhentos
para enfrentar os anlicitas, quan- e trinta e dois anlicitas; e os nefi-
do chegassem. E foram nomea- tas perderam seis mil quinhentas
dos capitães e capitães-mores e e sessenta e duas almas.
capitães-chefes, de acordo com o 20 E aconteceu que Alma, quan-
seu número. do já não pôde mais perseguir os
14 E aconteceu que Anlici armou anlicitas, fez o povo armar suas
seus homens com todo tipo de ar- tendas no a vale de Gideão, nome
mas de guerra de toda espécie; e que havia sido dado por causa
11 a Al. 3:4. 12 a Mos. 10:8; 16 a Mos. 29:42.
b Jacó 1:13–14; Hel. 1:14. 19 a Al. 3:1–2, 26; 4:2.
Mos. 25:12; 15 a Al. 3:3. 20 a Al. 6:7.
Al. 3:11. b Ômni 1:13–15.
ALMA 2:21–32 242
daquele Gideão que fora morto 26 E aconteceu que o povo de
pela espada de b Neor; e nesse vale Néfi tomou suas tendas e partiu
os nefitas armaram as tendas para do vale de Gideão em direção a
passar a noite. sua cidade, que era a cidade de
21 E Alma enviou espias para a 
Zaraenla.
seguirem os remanescentes dos 27 E eis que quando atravessa-
anlicitas, a fim de conhecer seus vam o rio Sidon, os lamanitas e os
planos e conspirações, para assim anlicitas, quase tão a numerosos
defender-se deles e evitar que seu quanto as areias do mar, caíram
povo fosse destruído. sobre eles para destruí-los.
22 Ora, os que ele tinha enviado 28 Todavia os nefitas foram a for-
para espionarem o acampamento talecidos pela mão do Senhor, ten-
dos anlicitas chamavam-se Zerã do orado fervorosamente para
e Amnor e Mânti e Límer; estes que ele os livrasse das mãos de
são os que foram, com seus ho- seus inimigos; portanto, o Senhor
mens, espionar o acampamento ouviu-lhes o clamor e fortaleceu-
dos anlicitas. os; e os lamanitas e os anlicitas
23 E aconteceu que no dia se- caíram diante deles.
guinte voltaram ao acampamento 29 E aconteceu que Alma lu-
dos nefitas com grande pressa, to- tou contra Anlici de espada em
mados de grande assombro e com punho, corpo a corpo; e lutaram
muito medo, dizendo: com grande energia um contra o
24 Eis que seguimos o acampa- outro.
mento dos a anlicitas e, para nosso 30 E aconteceu que Alma, sendo
grande assombro, vimos na terra um homem de Deus e muito exer-
de Minon, acima da terra de Za- citado na a fé, clamou, dizendo: Ó
raenla, no caminho da terra de Senhor, tem misericórdia e poupa-
b 
Néfi, uma numerosa hoste de me a vida, a fim de que eu sirva de
lamanitas; e eis que os anlicitas instrumento em tuas mãos para
se juntaram a eles; salvar e preservar este povo.
25 E estão atacando nossos ir- 31 Ora, tendo Alma dito estas
mãos naquela terra; e estes estão palavras, lutou novamente contra
fugindo deles com seus rebanhos Anlici; e foi fortalecido, de modo
e suas esposas e seus filhos, em que matou Anlici com a espada.
direção a nossa cidade; e a me- 32 E lutou também contra o rei
nos que nos apressemos, toma- dos lamanitas; o rei dos lamani-
rão nossa cidade; e nossos pais tas, porém, fugiu da presença de
e nossas esposas e nossos filhos Alma e enviou seus guardas para
serão mortos. lutarem contra Alma.
20 b Al. 1:7–15; 14:16. 26 a Ômni 1:14, 18. 30 a GEE Fé.
24 a Al. 3:4, 13–18. 27 a Jar. 1:6.
b 2 Né. 5:8. 28 a Deut. 31:6.
243 ALMA 2:33–3:4
33 Mas Alma, juntamente com CAPÍTULO 3
seus guardas, lutou contra os
Os anlicitas haviam feito um sinal
guardas do rei dos lamanitas até
em si mesmos, de acordo com a pa-
matá-los e fazê-los retroceder.
lavra profética — Os lamanitas ha-
34 E assim limpou o terreno,
viam sido amaldiçoados por sua re-
ou melhor, a ribanceira que fi-
belião — Os homens trazem sobre si
cava no lado oeste do rio Sidon,
as próprias maldições — Os nefitas
jogando nas águas do Sidon os
derrotam outro exército lamanita.
corpos dos lamanitas que ha-
Aproximadamente 87–86 a.C.
viam sido mortos, para que seu
povo tivesse espaço para atra- E aconteceu que os nefitas que
vessar e lutar contra os lamani- não haviam sido a mortos pelas
tas e os anlicitas no lado oeste do armas de guerra, depois de have-
rio Sidon. rem enterrado aqueles que pere-
35 E aconteceu que quando to- ceram — ora, o número de mortos
dos haviam atravessado o rio Si- não foi contado, por causa de sua
don, os lamanitas e os anlicitas grande quantidade — havendo
começaram a fugir deles, não obs- terminado de enterrar seus mor-
tante serem tão numerosos que tos, voltaram todos para suas ter-
nem podiam ser contados. ras e suas casas e suas esposas e
36 E fugiram dos nefitas em di- seus filhos.
reção ao deserto que ficava a oes- 2 Ora, muitas mulheres e crian-
te e ao norte, além das fronteiras ças haviam sido mortas pela es-
da terra; e foram perseguidos e pada e também muitos de seus
mortos com todo o vigor pelos rebanhos e manadas; e também
nefitas. muitos de seus campos de cereais
37 Sim, foram atacados por to- foram destruídos, porque foram
dos os lados; e foram mortos e pisoteados por hostes de homens.
rechaçados até serem dispersos 3 E então todos os lamanitas e
no oeste e no norte, até alcança- anlicitas que haviam sido mortos
rem o deserto que era chamado nas ribanceiras do rio Sidon foram
Hermontes; e essa era a parte do jogados nas a águas do Sidon; e eis
deserto infestada por animais sel- que seus ossos estão nas profun-
vagens e vorazes. dezas do b mar e eles são muitos.
38 E aconteceu que muitos pere- 4 E os a anlicitas distinguiam-
ceram no deserto devido a seus fe- se dos nefitas porque haviam
rimentos e foram devorados pelas b 
marcado a fronte de vermelho,
feras e também pelos abutres do à moda dos lamanitas; mas não
ar; e seus ossos foram encontrados haviam rapado a cabeça como os
e amontoados sobre a terra. lamanitas.
3 1 a Al. 2:19; 4:2. b Al. 44:22. b Al. 3:13–19.
3 a Al. 2:15. 4 a Al. 2:11.
ALMA 3:5–16 244
5 Ora, a cabeça dos lamanitas era 11 E aconteceu que aqueles que
rapada; e andavam a nus, com ex- não acreditaram nas a tradições
ceção de uma pele que lhes cingia dos lamanitas, mas acreditaram
os lombos e também da armadu- nos registros que foram trazi-
ra que os cingia; e de seus arcos e dos da terra de Jerusalém, assim
suas flechas e suas pedras e suas como nas tradições de seus pais,
fundas e assim por diante. que eram corretas, e que acredita-
6 E a pele dos lamanitas era es- ram nos mandamentos de Deus e
cura, por causa do sinal que havia guardaram-nos, foram chamados
sido posto em seus pais como um nefitas ou povo de Néfi, daquele
a 
anátema pela transgressão e re- tempo em diante —
beldia deles contra seus irmãos, 12 E foram eles que guardaram
que eram Néfi, Jacó e José e Sam, os a verdadeiros registros de seu
que foram homens justos e santos. povo, como também os dos la-
7 E os irmãos procuraram des- manitas.
truí-los, sendo, portanto, amal- 13 Agora voltaremos aos anli-
diçoados; e o Senhor pôs-lhes citas, pois também lhes foi posto
uma a marca, sim, em Lamã um a sinal; sim, eles mesmos mar-
e Lemuel e também nos fi- caram a fronte de vermelho.
lhos de Ismael e nas mulheres 14 Assim foi cumprida a palavra
ismaelitas. de Deus, pois estas são as pala-
8 E isto foi feito para que sua vras que ele disse a Néfi: Eis que
semente pudesse ser distinguida amaldiçoei os lamanitas e marcá-
da semente de seus irmãos, para los-ei, para que eles e seus descen-
que assim o Senhor Deus preser- dentes sejam separados de ti e de
vasse seu povo, a fim de que não tua semente de hoje em diante e
se a misturasse nem acreditasse em para sempre, a menos que se ar-
b 
tradições incorretas que causa- rependam de suas iniquidades e
riam sua destruição. a 
voltem-se para mim, a fim de que
9 E aconteceu que aqueles que eu tenha misericórdia deles.
misturaram sua semente com a 15 E também: Porei um sinal
dos lamanitas fizeram recair sobre naqueles que misturarem sua se-
sua descendência igual maldição. mente com teus irmãos, para que
10 Portanto, os que se deixaram também sejam amaldiçoados.
levar pelos lamanitas foram cha- 16 E também: Porei um sinal em
mados por esse nome e foi-lhes todo aquele que lutar contra ti e
posto um sinal. tua semente.
5 a En. 1:20; 7 a 1 Né. 12:23. Al. 9:16.
Mos. 10:8; 8 a GEE Casamento, 11 a Al. 17:9–11.
Al. 42:18–21. Casar — Casamento 12 a Mos. 1:6;
6 a 2 Né. 5:21; 26:33. entre pessoas de Ét. 4:6–11.
GEE Amaldiçoar, religiões diferentes. 13 a Al. 3:4.
Maldições. b Mos. 10:11–18; 14 a 2 Né. 30:4–6.
245 ALMA 3:17–27
17 E também te digo que aque- rechaçando o restante deles para
le que se apartar de ti já não será fora das fronteiras de sua terra.
chamado tua semente; e abençoar- 24 E voltaram e começaram a
te-ei, assim como a todos os que estabelecer a paz na terra, não
forem chamados tua semente, de sendo mais molestados por seus
hoje em diante e para sempre; e inimigos durante algum tempo.
estas foram as promessas que o 25 Ora, todas estas coisas se de-
Senhor fez a Néfi e sua semente. ram, sim, todas estas guerras e
18 Ora, os anlicitas não sabiam contendas começaram e termi-
que estavam cumprindo as pala- naram durante o quinto ano do
vras de Deus quando começaram governo dos juízes.
a marcar a fronte; não obstante, 26 E, em um ano, milhares e de-
haviam-se a rebelado abertamen- zenas de milhares de almas foram
te contra Deus; foi, portanto, ne- enviadas para o mundo eterno, a
cessário que a maldição caísse fim de colherem suas a recompen-
sobre eles. sas de acordo com suas obras, ti-
19 Ora, quisera que entendêsseis vessem sido elas boas ou tivessem
que eles trouxeram sobre si pró- sido más, para colherem felicida-
prios a a maldição; e assim, todo de eterna ou miséria eterna, de
homem que é amaldiçoado traz acordo com o espírito a que de-
sobre si a própria condenação. sejaram obedecer, fosse um bom
20 Ora, aconteceu que alguns ou um mau espírito.
dias depois da batalha travada 27 Porque todo homem recebe
na terra de Zaraenla pelos lama- a 
recompensas daquele a quem
nitas e anlicitas, outro exército decide b obedecer; e isto de acor-
dos lamanitas caiu sobre o povo do com as palavras do espírito
de Néfi, no a mesmo lugar em que de profecia; portanto, que seja
o primeiro exército enfrentara os conforme a verdade. E assim ter-
anlicitas. minou o quinto ano do governo
21 E aconteceu que foi enviado dos juízes.
um exército para expulsá-los de
sua terra.
CAPÍTULO 4
22 Ora, o próprio Alma, estando
a 
ferido, não subiu dessa vez para Alma batiza milhares de conversos —
batalhar contra os lamanitas. A iniquidade infiltra-se na Igreja e o
23 Mas enviou um numeroso progresso da Igreja é obstruído — Ne-
exército contra eles; e eles subiram fia é nomeado juiz supremo — Alma,
e mataram muitos dos lamanitas, como sumo sacerdote, dedica-se ao
18 a 4 Né. 1:38. 22 a Al. 2:29–33. Hel. 14:29–31.
GEE Rebeldia, Rebelião. 26 a GEE Obras. GEE Obedecer,
19 a 2 Né. 5:21–25; 27 a Mos. 2:31–33; Obediência, Obediente.
Al. 17:15. Al. 5:41–42.
20 a Al. 2:24. b Rom. 6:16;
ALMA 4:1–9 246
ministério. Aproximadamente 86– terminou o sétimo ano em que os
83 a.C. juízes governaram o povo de Néfi;
e houve paz contínua durante
Ora, aconteceu que no sexto ano todo aquele tempo.
em que os juízes governaram o 6 E aconteceu, no oitavo ano do
povo de Néfi, não houve con- governo dos juízes, que o povo
tendas nem guerras na a terra de da igreja começou a tornar-se or-
Zaraenla; gulhoso, por causa de suas exces-
2 Entretanto o povo estava afli- sivas a riquezas e de suas b finas
to, sim, grandemente aflito pela sedas e de seus finos tecidos de
a 
perda de seus irmãos e também linho; e pelos seus muitos reba-
pela perda de seus rebanhos e nhos e manadas; e seu ouro e sua
manadas; e também pela perda prata e toda espécie de coisas pre-
de seus campos de cereais, que ciosas que haviam obtido pelo seu
haviam sido pisados e destruídos trabalho; e por causa de tudo isso
pelos lamanitas. engrandeceram-se a seus próprios
3 E tão grandes eram suas afli- olhos e começaram a usar vesti-
ções, que todos tinham motivo mentas muito luxuosas.
para lamentar-se; e acreditavam 7 Ora, isto foi motivo de gran-
que os juízos de Deus haviam de aflição para Alma, sim, e para
caído sobre eles, devido às suas muitos que Alma a consagrara
iniquidades e abominações; por como mestres e sacerdotes e él-
essa razão foi despertada neles a deres da igreja; sim, muitos deles
lembrança de seus deveres. ficaram grandemente contristados
4 E começaram a organizar a com a iniquidade que começara a
igreja mais plenamente; sim, e haver entre seu povo.
muitos foram a batizados nas 8 Porque viram e observaram
águas do Sidon, unindo-se à igre- com grande tristeza que o povo
ja de Deus; sim, foram batizados da igreja começava a engrandecer-
pela mão de Alma, que havia sido se no a orgulho de seus olhos e a
consagrado b sumo sacerdote do voltar o coração para as riquezas e
povo da igreja pela mão de seu para as coisas vãs do mundo; que
pai, Alma. eles começavam a desdenhar uns
5 E aconteceu que no sétimo ano dos outros e a perseguir os que
do governo dos juízes, aproxi- b 
não acreditavam segundo sua
madamente três mil e quinhen- própria vontade e prazer.
tas almas uniram-se à a igreja de 9 E assim, durante esse oita-
Deus e foram batizadas. E assim vo ano do governo dos juízes,
4 1 a Ômni 1:12–19. 5 a Mos. 25:18–23; 7 a GEE Autoridade.
2 a Al. 2:19; 3:1–2, 26. 3 Né. 26:21. 8 a GEE Orgulho;
4 a Mos. 18:10–17. 6 a GEE Riquezas. Vaidade, Vão.
b Mos. 29:42. b Al. 1:29. b Al. 1:21.
247 ALMA 4:10–18
começou a haver grandes con- a 
haveria de vir, segundo o espírito
tendas entre o povo da igreja; sim, de profecia;
havia b inveja e disputas e malícia 14 Aguardando ansiosamente
e perseguições e orgulho, exce- aquele dia, a conservando assim a
dendo até o orgulho daqueles que remissão de seus pecados; estan-
não pertenciam à igreja de Deus. do cheios de grande b alegria por
10 E assim terminou o oitavo ano causa da ressurreição dos mortos,
do governo dos juízes; e a iniqui- de acordo com a vontade e poder
dade na igreja era uma grande e libertação de Jesus Cristo das li-
pedra de tropeço para aqueles gaduras da morte.
que a ela não pertenciam; e assim 15 E então aconteceu que Alma,
o progresso da igreja começou a tendo visto as aflições dos hu-
diminuir. mildes seguidores de Deus e as
11 E aconteceu que no começo perseguições que lhes eram in-
do nono ano, Alma viu a iniqui- fligidas pelo resto de seu povo; e
dade na igreja e viu também que vendo toda a sua a desigualdade,
o a exemplo da igreja principiava começou a ficar muito triste; mas
a levar os incrédulos de uma ini- o Espírito do Senhor não o aban-
quidade a outra, causando assim donou.
a destruição do povo. 16 E ele escolheu um homem
12 Sim, viu grande desigualdade sábio entre os élderes da igreja e
entre eles, alguns se enchendo de deu-lhe poder, de acordo com a
orgulho, desprezando os outros, a 
voz do povo, para que pudesse,
virando as costas aos a necessi- segundo as b leis que haviam sido
tados e aos nus e aos b famintos dadas, decretar leis e fazê-las exe-
e aos sedentos e aos doentes e cutar conforme a iniquidade e os
aflitos. crimes do povo.
13 Ora, isso era um grande mo- 17 Ora, o nome desse homem
tivo de lamentação para o povo, era Nefia; e ele foi nomeado a juiz
enquanto outros se humilhavam, supremo e ocupou a cadeira de
socorrendo os que tinham neces- juiz para julgar e governar o povo.
sidade de seu socorro, a repartin- 18 Ora, Alma não lhe concedeu o
do seus recursos com os pobres ofício de sumo sacerdote da igreja,
e necessitados, alimentando os mas reservou para si próprio o ofí-
famintos e sofrendo toda espécie cio de sumo sacerdote; entregou,
de b aflições por c amor a Cristo que porém, a Nefia a cadeira de juiz.
9 a GEE Contenção, b Mos. 4:26. Justificar.
Contenda. 13 a GEE Esmolas. b GEE Alegria.
b GEE Inveja. b GEE Adversidade. 15 a D&C 38:27; 49:20.
11 a 2 Sam. 12:14; c 2 Cor. 12:10. 16 a Al. 2:3–7.
Al. 39:11. 14 a Mos. 4:12; b Al. 1:1, 14, 18.
12 a Isa. 3:14; Al. 5:26–35. 17 a Al. 50:37.
Jacó 2:17. GEE Justificação,
ALMA 4:19–5:5 248
19 E assim fez para que ele mes-
a 
de Cristo, ser humildes, despir-se do
mo pudesse pregar ao povo, ou orgulho e da inveja e praticar obras
seja, ao povo de Néfi, a b palavra de retidão — O Bom Pastor chama o
de Deus, c a fim de que eles se Seu povo — Aqueles que praticam o
d 
lembrassem de seus deveres; e mal são filhos do diabo — Alma tes-
para poder, pela palavra de Deus, tifica a veracidade de sua doutrina e
abater todo o orgulho e as arti- ordena aos homens que se arrepen-
manhas e todas as contendas que dam — Os nomes dos justos serão
existiam entre seu povo, não ven- escritos no livro da vida. Aproxima-
do outro modo de reformá-los, a damente 83 a.C.
não ser pela força de um e teste-
Ora, aconteceu que Alma come-
munho puro contra eles.
çou a a transmitir ao povo a pala-
20 E assim, no começo do nono
vra de b Deus, primeiro na terra de
ano em que os juízes governaram
Zaraenla e dali por toda a terra.
o povo de Néfi, Alma entregou a
2 E estas são as palavras que,
cadeira de juiz a a Nefia e dedicou-
segundo seu próprio relato, ele
se exclusivamente ao b sumo sacer-
dirigiu ao povo da igreja que es-
dócio da santa ordem de Deus, ao
tava estabelecida na cidade de
testemunho da palavra, de acor-
Zaraenla, dizendo:
do com o espírito de revelação e
3 Eu, Alma, havendo sido a con-
profecia.
sagrado por meu pai, Alma,
como b sumo sacerdote da igreja
de Deus, tendo ele poder e c auto-
Palavras que Alma, sumo sacer-
ridade de Deus para fazer estas
dote segundo a santa ordem de
coisas, eis que eu vos digo que ele
Deus, transmitiu ao povo nas suas
começou a organizar uma igreja
cidades e povoados por toda a
na d terra que se achava nas fron-
terra.
teiras de Néfi; sim, na terra cha-
A partir do capítulo 5. mada terra de Mórmon; sim, e ele
batizou seus irmãos nas águas de
Mórmon.
CAPÍTULO 5
4 E eis que vos digo que eles fo-
Para obterem salvação, os homens ram a salvos das mãos do povo do
devem arrepender-se e guardar os rei Noé pela misericórdia e poder
mandamentos, nascer de novo, puri- de Deus.
ficar suas vestes por meio do sangue 5 E eis que, depois disso, foram
19 a Al. 7:1. 20 a Al. 8:12. b Al. 4:4, 18, 20.
b Al. 31:5; b Mos. 29:42; c Mos. 18:13;
D&C 11:21–22. Al. 5:3, 44, 49. 3 Né. 11:25.
c En. 1:23. 5 1 a Al. 4:19. d Mos. 18:4;
d Mos. 1:17; b Al. 5:61. 3 Né. 5:12.
Hel. 12:3. 3 a GEE Ordenação, 4 a Mos. 23:1–3.
e GEE Testemunho. Ordenar.
249 ALMA 5:6–14
escravizados pelas mãos dos la-
a 
rompidas as ligaduras da morte e
manitas no deserto; sim, digo- soltas as correntes do inferno, que
vos que estavam no cativeiro e os cingiam? Digo-vos que sim; fo-
novamente o Senhor os libertou ram soltas e suas almas expandi-
da b escravidão pelo poder de sua ram-se e cantaram o amor que re-
palavra; e fomos trazidos para dime. E digo-vos que estão salvos.
esta terra e aqui começamos a or- 10 E agora vos pergunto: Em que
ganizar a igreja de Deus, também condições foram a salvos? Sim, que
por toda esta terra. fundamento tinham para esperar
6 E agora, eis que vos digo, meus a salvação? Qual foi a causa de ha-
irmãos, vós, que pertenceis a esta verem sido libertados das ligadu-
igreja: Haveis conservado sufi- ras da morte, sim, e também das
cientemente na lembrança o cati- correntes do inferno?
veiro de vossos pais? Sim, e haveis 11 Eis que vos posso dizer —
conservado suficientemente na Não acreditou meu pai, Alma, nas
lembrança a misericórdia e pa- palavras que foram transmitidas
ciência de Deus para com eles? pela boca de a Abinádi? E não foi
E ainda mais, haveis conservado ele um santo profeta? Não disse
suficientemente na lembrança que as palavras de Deus e nelas não
ele livrou suas almas do inferno? acreditou meu pai, Alma?
7 Eis que ele lhes transformou 12 E em virtude de sua fé, verifi-
o coração; sim, despertou-os de cou-se uma grande a mudança em
um profundo sono e eles desper- seu coração. Eis que vos digo que
taram para Deus. Eis que estavam tudo isso é verdade.
em meio à escuridão; não obstan- 13 E eis que ele a pregou a pala-
te, suas almas foram iluminadas vra a vossos pais e em seus co-
pela luz da palavra eterna; sim, rações também se verificou uma
estavam cingidos pelas a ligadu- grande transformação; e eles hu-
ras da morte e pelas b correntes do milharam-se e depositaram b con-
inferno; e uma destruição eterna fiança no Deus verdadeiro e c vivo.
esperava-os. E eis que foram fiéis até o d fim;
8 E agora vos pergunto, meus portanto, foram salvos.
irmãos: Foram eles destruídos? 14 E agora, eis que vos pergun-
Eis que vos digo que não; não o to, meus irmãos da igreja: Haveis
foram. a 
nascido espiritualmente de Deus?
9 E novamente pergunto: Foram Haveis recebido sua imagem em
5 a Mos. 23:37–39; 24:8–15. Salvação. D&C 20:19.
b Mos. 24:17. 11 a Mos. 17:1–4. d GEE Perseverar.
7 a Mos. 15:8. 12 a GEE Conversão, 14 a Mos. 27:24–27;
b Al. 12:11; Converter. Al. 22:15.
D&C 138:23. 13 a Mos. 18:7. GEE Nascer de Deus,
10 a GEE Plano de b GEE Confiança, Confiar. Nascer de Novo.
Redenção; c Mórm. 9:28;
ALMA 5:15–24 250
vosso semblante? Haveis experi- Pergunto-vos: Podereis levan-
mentado esta poderosa b mudança tar os olhos, tendo a a imagem de
em vosso coração? Deus gravada em vosso semblan-
15 Exerceis fé na redenção da- te?
quele que vos a criou? Olhais para 20 Pergunto-vos: Podereis pen-
o futuro com os olhos da fé e ve- sar em ser salvos, quando vos
des este corpo mortal levantado haveis deixado a subjugar pelo
em imortalidade e esta corrupção diabo?
b 
levantada em incorrupção, para 21 Digo-vos que sabereis naque-
apresentar-vos diante de Deus e le dia que não podeis ser a salvos;
serdes c julgados de acordo com pois ninguém pode ser salvo sem
as obras feitas no corpo mortal? que suas b vestimentas tenham
16 Digo-vos: Podeis imaginar sido lavadas até ficarem brancas;
ouvir a voz do Senhor dizendo- sim, suas vestimentas devem ser
vos naquele dia: Vinde a mim, c 
purificadas, até ficarem limpas
a 
benditos, pois eis que vossas de qualquer mancha, pelo sangue
obras foram obras de retidão na daquele de quem nossos pais fala-
face da Terra? ram, o qual deverá vir para redi-
17 Ou imaginais que podereis mir o seu povo de seus pecados.
mentir ao Senhor naquele dia, 22 E agora vos pergunto, meus
a 
dizendo — Senhor, nossas obras irmãos: Como vos sentireis, se vos
foram retas na face da Terra — e apresentardes perante o tribunal
que ele vos salvará? de Deus tendo vossas vestimen-
18 Ou, de outra maneira, podeis tas manchadas de a sangue e de
imaginar-vos ante o tribunal de toda espécie de b imundície? O
Deus, com a alma cheia de culpa que testemunharão essas coisas
e remorso, tendo uma lembrança contra vós?
de todas as vossas culpas? Sim, 23 Eis que não a testemunharão
uma perfeita a lembrança de todas que sois assassinos, sim, e tam-
as vossas iniquidades, sim, uma bém que sois culpados de toda
lembrança de que haveis desa- espécie de iniquidades?
fiado os mandamentos de Deus? 24 Eis que, meus irmãos, supon-
19 Pergunto-vos: Podereis na- des vós que tal pessoa possa ter
quele dia olhar para Deus com um lugar onde sentar-se no rei-
um coração puro e mãos limpas? no de Deus, com a Abraão, com
14 b Rom. 8:11–17; 17 a 3 Né. 14:21–23. Al. 13:11–13;
Mos. 5:2; 18 a Eze. 20:43; 3 Né. 27:19–20.
Mois. 6:65. 2 Né. 9:14; c GEE Pureza, Puro.
GEE Conversão, Mos. 3:25; 22 a Isa. 59:3.
Converter. Al. 11:43. b GEE Imundície,
15 a GEE Criação, Criar. 19 a 1 Jo. 3:1–3. Imundo.
b GEE Ressurreição. 20 a Mos. 2:32. 23 a Isa. 59:12.
c GEE Juízo Final. 21 a GEE Salvação. 24 a Lc. 13:28.
16 a Mt. 25:31–46. b 1 Né. 12:10;
251 ALMA 5:25–35
Isaque e com Jacó e também com deveis preparar-vos rapidamente,
todos os santos profetas, cujas pois o reino dos céus está próxi-
vestimentas são limpas e imacula- mo; e o que não estiver preparado
das, puras e brancas? não terá vida eterna.
25 Digo-vos que não; a menos 29 Eis que pergunto: Há alguém
que façais de nosso Criador um entre vós não despido de a inveja?
mentiroso desde o princípio ou Digo-vos que esse não está prepa-
suponhais que ele seja um men- rado; e eu quisera que se prepa-
tiroso desde o princípio, não po- rasse rapidamente, pois a hora se
deis supor que esses possam ter aproxima e ele não sabe quando
um lugar no reino dos céus; mas chegará o tempo; porque esse não
serão expulsos, porque são os a fi- se acha sem culpa.
lhos do reino do diabo. 30 E novamente vos pergunto:
26 E agora, eis que eu vos digo, Há alguém entre vós que a zom-
meus irmãos, se haveis experi- be de seu irmão ou que acumule
mentado uma a mudança no co- perseguições contra ele?
ração, se haveis sentido o desejo 31 Ai dele, pois não está prepa-
de cantar o b cântico do amor que rado; e está próximo o tempo em
redime, eu perguntaria: c Podeis que deve arrepender-se; do con-
agora sentir isso? trário não será salvo!
27 Tendes-vos conservado a ino- 32 Sim, ai de todos vós, que a pra-
centes diante de Deus? Pode- ticais a iniquidade; arrependei-
ríeis dizer, dentro de vós mes- vos, arrependei-vos, porque o Se-
mos, se fôsseis chamados pela nhor Deus assim o disse!
morte neste momento, que ha- 33 Eis que ele envia um convite a
veis sido suficientemente b humil- a 
todos os homens, pois os b braços
des? Que vossas vestimentas fo- de misericórdia lhes estão esten-
ram limpas e embranquecidas didos e ele diz: Arrependei-vos e
pelo sangue de Cristo, o qual virá receber-vos-ei.
para c redimir seu povo de seus 34 Sim, diz ele, a vinde a mim e
pecados? participareis do b fruto da árvore
28 Eis que estais despidos de da vida; sim, comereis e bebereis
a 
orgulho? Digo-vos que, se não o c 
livremente do d pão e da água da
estais, não estais preparados para vida;
comparecer perante Deus. Eis que 35 Sim, vinde a mim e apresentai
25 a 2 Né. 9:9. Humilde, Humilhar. b Jacó 6:5;
26 a GEE Conversão, c GEE Redenção, 3 Né. 9:14.
Converter. Redimido, Redimir. 34 a 2 Né. 26:24–28;
b Al. 26:13. 28 a GEE Orgulho. 3 Né. 9:13–14.
c Mos. 4:12; 29 a GEE Inveja. b 1 Né. 8:11; 15:36.
D&C 20:31–34. 30 a GEE Maledicência. c 2 Né. 9:50–51;
27 a GEE Justificação, 32 a Salm. 5:5. Al. 42:27.
Justificar. 33 a Al. 19:36; d GEE Pão da Vida.
b GEE Humildade, 3 Né. 18:25.
ALMA 5:36–45 252
obras de retidão; e não sereis cor- 40 Porque vos digo que tudo que
tados e lançados ao fogo. é a bom vem de Deus e tudo que é
36 Pois eis que é chegado o tempo mau vem do diabo.
em que aquele que não a apresen- 41 Portanto, se um homem apre-
tar bons frutos, ou seja, aquele que senta a boas obras, ele dá ouvi-
não praticar obras de retidão, terá dos ao bom pastor e segue-o; mas
motivos para chorar e lamentar-se. quem apresenta obras más se tor-
37 Ó obreiros da iniquidade, vós na b filho do diabo, porque dá ou-
que estais inchados com as a coisas vidos à sua voz e segue-o.
vãs do mundo, vós que professas- 42 E quem assim procede deve
tes haver conhecido os caminhos receber dele o seu a salário; por
da retidão e, não obstante, vos conseguinte, recebe como b salário
haveis b perdido como c ovelhas a c morte quanto às coisas concer-
sem pastor, apesar de um pastor nentes à retidão, estando morto
vos haver d chamado e chamar- para todas as boas obras.
vos ainda, mas não quereis e dar 43 E agora, meus irmãos, quise-
ouvidos à sua voz! ra que me ouvísseis, porque falo
38 Eis que vos digo que o bom com a energia de minha alma;
a 
pastor vos chama; sim, e em seu pois eis que vos falei claramente,
próprio nome vos chama, que é o ou seja, de acordo com os man-
nome de Cristo; e se não quereis damentos de Deus, para que não
b 
dar ouvidos à voz do c bom pas- possais errar.
tor, ao d nome pelo qual sois cha- 44 Porque fui chamado para fa-
mados, eis que não sois as ovelhas lar desta maneira, segundo a a san-
do bom pastor. ta ordem de Deus, que está em
39 E agora, se não sois as ovelhas Cristo Jesus; sim, fui ordenado
do bom pastor, de que a rebanho a levantar-me e testificar a este
sois? Eis que vos digo que o b dia- povo as coisas que foram ditas
bo é o vosso pastor e pertenceis a por nossos pais concernentes às
seu rebanho; e agora, quem pode coisas que hão de vir.
negar isto? Eis que vos digo que 45 E isto não é tudo. Não supon-
quem isso negar é c mentiroso e des que eu próprio a saiba destas
d 
filho do diabo. coisas? Eis que vos testifico que
36 a Mt. 3:10; 7:15–20; D&C 101:7. Morô. 7:12, 15–17.
3 Né. 14:19; c 3 Né. 15:24; 18:31. 41 a 3 Né. 14:16–20.
D&C 97:7. 38 d Mos. 5:8; GEE Obras.
37 a GEE Vaidade, Vão. Al. 34:38. b Mos. 16:3–5;
b 2 Né. 12:5; 28:14; 39 a Mt. 6:24; Al. 11:23.
Mos. 14:6. Lc. 16:13. 42 a Al. 3:26–27;
c Mt. 9:36. b Mos. 5:10. D&C 29:45.
d Prov. 1:24–27; GEE Diabo. b Rom. 6:23.
Isa. 65:12. c 1 Jo. 2:22. c Hel. 14:16–18.
e Jer. 26:4–5; Al. 10:6. d 2 Né. 9:9. GEE Morte Espiritual.
38 a GEE Bom Pastor. 40 a Ômni 1:25; 44 a Al. 13:6.
b Lev. 26:14–20; Ét. 4:12; 45 a GEE Testemunho.
253 ALMA 5:46–52
sei que estas coisas de que falei chamado, sim, para pregar a meus
são verdadeiras. E como supon- amados irmãos, sim, e a todos os
des que eu tenho certeza de sua que habitam a terra; sim, para
veracidade? pregar a todos, tanto velhos como
46 Eis que eu vos digo que elas jovens, tanto escravos como livres;
me foram a mostradas pelo Santo sim, eu digo a vós, idosos, e tam-
Espírito de Deus. Eis que b jejuei e bém aos de meia-idade e à nova
orei durante muitos dias, a fim de geração; sim, para declarar-lhes
saber estas coisas por mim mes- que devem arrepender-se e b nas-
mo. E agora sei por mim mesmo cer de novo.
que são verdadeiras, porque o 50 E assim diz o Espírito: Arre-
Senhor Deus mas revelou por seu pendei-vos todos vós, confins da
Santo Espírito; e esse é o espírito Terra, porque o reino do céu está
de c revelação que está em mim. próximo; sim, o Filho de Deus
47 E ainda mais, digo-vos que vem em sua a glória, em sua for-
assim me foi revelado, que as pa- ça, majestade, poder e domínio.
lavras que foram ditas por nossos Sim, meus amados irmãos, digo-
pais são verdadeiras, em confor- vos que o Espírito afirma: Eis a
midade com o espírito de profecia glória do b Rei de toda a Terra; e
que está em mim, o qual também também o Rei do céu muito em
existe pela manifestação do Espí- breve brilhará entre todos os fi-
rito de Deus. lhos dos homens.
48 Digo-vos que sei por mim 51 E também me diz o Espírito,
mesmo que tudo quanto vos dis- sim, clama com voz potente, di-
ser, concernente às coisas que hão zendo: Vai e dize a este povo —
de vir, é verdadeiro; e digo-vos Arrependei-vos, porque, a menos
que sei que Jesus Cristo virá; sim, que vos arrependais, não pode-
o Filho, o Unigênito do Pai, cheio reis, de modo algum, herdar o
de graça e misericórdia e verda- reino do a céu.
de. E eis que é ele quem vem para 52 E torno a dizer-vos que o Es-
tirar os pecados do mundo, sim, pírito afirma: Eis que o a machado
os pecados de todos os que creem está posto à raiz da árvore; por-
firmemente em seu nome. tanto, toda árvore que não pro-
49 E agora vos digo que esta é duzir bons frutos será b cortada e
a a ordem segundo a qual eu fui atirada ao fogo, sim, um fogo que
46 a 1 Cor. 2:9–16. 50 a GEE Glória; Mois. 7:53.
b GEE Jejuar, Jejum. Segunda Vinda de GEE Jesus Cristo;
c GEE Revelação. Jesus Cristo. Reino de Deus ou
49 a GEE Chamado, b Salm. 24; Reino dos Céus.
Chamado por Deus, Mt. 2:2; 51 a GEE Céu.
Chamar; Lc. 23:2; 52 a Lc. 3:9; D&C 97:7.
Sacerdócio. 2 Né. 10:14; b Jacó 5:46; 6:7;
b GEE Nascer de Deus, D&C 38:21–22; 3 Né. 27:11–12.
Nascer de Novo. 128:22–23;
ALMA 5:53–61 254
não pode ser consumido, um fogo e eis que seus nomes serão apa- c 

inextinguível. Ouvi e lembrai-vos gados, a fim de que os nomes dos


de que o Santo o disse. iníquos não sejam contados com
53 E agora, meus amados ir- os nomes dos justos, para que se
mãos, eu vos pergunto: Podeis re- cumpra a palavra de Deus, que
futar estas palavras? Sim, podeis diz: Os nomes dos iníquos não
pôr estas coisas de lado e a pisar o serão misturados com os nomes
Santo sob os pés? Sim, podeis in- de meu povo;
char-vos com o b orgulho de vosso 58 Porque os nomes dos justos
coração? Sim, persistireis em usar serão escritos no a livro da vida, e
vestimentas c luxuosas e pôr o co- a eles concederei uma herança à
ração nas coisas vãs do mundo, minha mão direita. E agora, meus
nas vossas d riquezas? irmãos, que tendes a dizer contra
54 Sim, persistireis em supor que isto? Digo-vos que se vos manifes-
sois uns melhores que os outros? tardes contra isto, não importa,
Sim, persistireis na perseguição de pois a palavra de Deus deve ser
vossos irmãos, que se humilham cumprida.
e seguem a santa ordem de Deus 59 Pois qual é o pastor entre vós
pela qual foram trazidos para esta que, tendo muitas ovelhas, não
igreja, tendo sido a santificados zela por elas, para que os lobos
pelo Santo Espírito e verdadeira- não entrem e devorem-lhe o re-
mente apresentando obras dignas banho? E eis que se um lobo en-
do arrependimento? trar no meio de seu rebanho, não
55 Sim, e persistireis em voltar as o porá para fora? Sim, e no final,
costas aos a pobres e aos necessi- se lhe for possível, destruí-lo-á.
tados e a negar-lhes vossos bens? 60 E agora vos digo que o bom
56 E finalmente, todos vós que pastor vos chama; e se derdes ou-
persistis em vossa iniquidade, vidos à sua voz, ele vos levará ao
digo-vos que estes são os que se- seu redil e sereis suas ovelhas; e
rão cortados e lançados ao fogo, ele ordena-vos que não permitais
a menos que rapidamente se ar- a nenhum lobo voraz entrar no
rependam. meio de vós, para que não sejais
57 E agora digo a todos vós que destruídos.
desejais seguir a voz do a bom 61 E agora eu, Alma, ordeno-vos,
pastor: Afastai-vos dos iníquos, na linguagem a daquele que mo
conservai-vos b separados e não ordenou, que procureis seguir as
toqueis em suas coisas imundas; palavras que vos disse.
53 a 1 Né. 19:7. 54 a GEE Santificação. 2 Tess. 3:6;
b GEE Orgulho. 55 a Salm. 109:15–16; D&C 133:5, 14.
c 2 Né. 28:11–14; Jacó 2:17; Hel. 6:39–40. c Deut. 29:20;
Mórm. 8:36–39. 57 a GEE Bom Pastor. Morô. 6:7; D&C 20:8.
d Salm. 62:10; b Esd. 6:21; 9:1; 58 a GEE Livro da Vida.
D&C 56:16–18. Ne. 9:2; 61 a Al. 5:44.
255 ALMA 5:62–6:8
62 Falo por meio de mandamen- nomes não fossem contados com
to a vós, que pertenceis à igreja; os dos justos.
e àqueles que não pertencem à 4 E assim começaram a estabe-
igreja falo por meio de convite, lecer a ordem da igreja, na cidade
dizendo: Vinde e sede batizados de Zaraenla.
para o arrependimento, a fim de 5 Ora, quisera que entendêsseis
que também partilheis do fruto que a palavra de Deus era acessí-
da a árvore da vida. vel a todos; de modo que a nin-
guém era negado o privilégio de
CAPÍTULO 6 reunir-se para ouvir a palavra de
Deus.
A Igreja em Zaraenla é purificada e
6 Não obstante, foi ordenado aos
posta em ordem — Alma vai a Gi-
filhos de Deus que se reunissem
deão para pregar. Aproximadamente
frequentemente e que se unissem
83 a.C.
em a jejum e fervorosa oração pelo
E então aconteceu que depois de bem-estar da alma dos que não
haver acabado de falar ao povo conheciam a Deus.
da igreja que estava estabelecida 7 E aconteceu que Alma, tendo
na cidade de Zaraenla, Alma a or- estabelecido estes regulamentos,
denou sacerdotes e b élderes pela partiu, sim, da igreja que se acha-
imposição de c mãos, segundo a va na cidade de Zaraenla, e foi
ordem de Deus, para presidirem para o leste do rio Sidon, no a vale
a igreja e d cuidarem dela. de Gideão, onde fora construída
2 E aconteceu que aqueles que uma cidade que se chamava ci-
não pertenciam à igreja e que dade de Gideão, a qual se achava
se arrependeram de seus peca- no vale que era chamado Gideão,
dos foram a batizados por causa assim chamado por causa do ho-
do arrependimento e recebidos mem que fora b morto com a espa-
na igreja. da pela mão de Neor.
3 E também aconteceu que to- 8 E Alma começou a pregar a pa-
dos os que pertenciam à igreja lavra de Deus à igreja que estava
e não se a arrependeram de suas estabelecida no vale de Gideão,
iniquidades nem se humilharam segundo a revelação da veraci-
perante Deus — refiro-me aos que dade da palavra que havia sido
tinham o coração cheio de b or- proferida por seus pais; e segun-
gulho — foram rejeitados e seus do o espírito de profecia que esta-
nomes c apagados, para que seus va nele, conforme o a testemunho
62 a 1 Né. 8:10; 11:21–23. d D&C 52:39. Al. 1:24; 5:57–58.
6 1 a GEE Ordenação, 2 a GEE Batismo, Batizar. GEE Excomunhão.
Ordenar. 3 a Mos. 26:6. 6 a GEE Jejuar, Jejum.
b GEE Élder (Ancião). b GEE Orgulho. 7 a Al. 2:20.
c GEE Mãos, Imposição c Êx. 32:33; b Al. 1:9.
de. Mos. 26:36; 8 a Apoc. 19:10.
ALMA 7:1–7 256
de Jesus Cristo, o Filho de Deus, 3 E eis que vim com grandes es-
que viria para redimir seu povo peranças e muito desejo de cons-
de seus pecados, e a santa ordem tatar que vós vos haveis humi-
pela qual fora chamado. E assim lhado perante Deus e que haveis
está escrito. Amém. continuado a suplicar-lhe a graça;
de constatar que sois irrepreensí-
veis perante ele e que não estais
Palavras de Alma ao povo de Gi- no terrível dilema em que se acha-
deão, segundo seu próprio registro. vam nossos irmãos em Zaraenla.
4 E bendito seja o nome de Deus,
Abrangem o capítulo 7.
pois deu-me a conhecer, sim, deu-
me a grande alegria de saber que
CAPÍTULO 7 se acham novamente estabeleci-
dos no caminho de sua retidão.
Cristo nascerá de Maria — Ele solta-
5 E espero, segundo o Espírito
rá as ligaduras da morte e carregará
de Deus que está em mim, ter
os pecados de Seu povo — Aqueles
também alegria por vós; não de-
que se arrependerem, forem batizados
sejo que minha alegria por vós, no
e guardarem os mandamentos terão
entanto, surja por causa de tantas
vida eterna — A imundície não pode
aflições e tristezas, as quais senti
herdar o reino de Deus — Requer-se
pelos irmãos de Zaraenla; pois eis
humildade, fé, esperança e caridade.
que minha alegria por eles surge
Aproximadamente 83 a.C.
depois de ter passado por muita
Eis que, meus amados irmãos, já aflição e tristeza.
que me foi permitido vir até vós, 6 Eis que espero, porém, que não
tentarei, portanto, a falar-vos em estejais num estado de tanta incre-
minha linguagem; sim, de mi- dulidade como se achavam vossos
nha própria boca, sendo que é irmãos; espero que não estejais
a primeira vez que vos falo com com o coração cheio de orgulho;
as palavras de minha boca, pois sim, espero que não tenhais posto
tenho estado completamente res- o coração nas riquezas e coisas vãs
trito à b cadeira de juiz, com tantos do mundo; sim, espero que não
deveres que não me foi possível adoreis a ídolos, mas que adoreis
vir até vós. o b Deus vivo e verdadeiro; e que
2 E ainda agora eu não poderia espereis ansiosamente, com uma
ter vindo se a cadeira de juiz não fé eterna, pela remissão de vossos
tivesse sido a passada a outro, para pecados, a qual virá.
que governasse em meu lugar; e o 7 Pois eis que eu vos digo que
Senhor, com grande misericórdia, muitas coisas estão para vir; e eis
permitiu-me vir até vós. que há uma coisa mais importante
7 1 a Al. 4:19. 2 a Al. 4:16–18. Hel. 6:31.
b Mos. 29:42. 6 a 2 Né. 9:37; b Dan. 6:26.
257 ALMA 7:8–15
que todas as outras — pois eis que 12 E tomará sobre si a a morte,
não está longe o a tempo em que o para soltar as ligaduras da morte
Redentor viverá e estará no meio que prendem o seu povo; e toma-
de seu povo. rá sobre si as suas enfermidades,
8 Eis que não digo que ele ficará para que se lhe encham de mise-
conosco no tempo em que habitar ricórdia as entranhas, segundo a
seu tabernáculo mortal; pois eis carne, para que saiba, segundo a
que o Espírito não me disse que carne, como b socorrer seu povo,
tal se daria. Ora, a respeito disso de acordo com suas enfermidades.
nada sei; sei, porém, isto: que o 13 Ora, o Espírito a sabe todas
Senhor Deus tem poder de fazer as coisas; não obstante, o Filho
todas as coisas que estejam em de Deus padece segundo a carne
conformidade com sua palavra. para b tomar sobre si os pecados
9 Mas eis que isto o Espírito me de seu povo, para apagar-lhes
disse: Clama a este povo, dizen- as transgressões, de acordo com
do: a Arrependei-vos e preparai o seu poder de libertação; e eis que
caminho do Senhor e andai em agora esse é o testemunho que
suas veredas, que são retas; pois está em mim.
eis que o reino do céu está próxi- 14 Agora, digo que vos deveis
mo e o Filho de Deus b nascerá na arrepender e a nascer de novo;
face da Terra. porque o Espírito diz que, se não
10 E eis que a nascerá de b Maria, nascerdes de novo, não podereis
em Jerusalém, que é a c terra de herdar o reino do céu; vinde, pois,
nossos antepassados, sendo ela e sede batizados para o arrepen-
uma d virgem, um vaso precioso dimento, a fim de serdes lavados
e escolhido; e uma sombra a en- de vossos pecados e terdes fé no
volverá; e e conceberá pelo poder Cordeiro de Deus que tira os pe-
do Espírito Santo e dará à luz um cados do mundo, que é podero-
filho, sim, o Filho de Deus. so para salvar e purificar de toda
11 E ele seguirá, sofrendo dores iniquidade.
e a aflições e tentações de toda es- 15 Sim, digo-vos: Vinde e não
pécie; e isto para que se cumpra temais; e deixai de lado todos
a palavra que diz que ele tomará os pecados que facilmente vos
sobre si as dores e as enfermida- a 
envolvem, que vos amarram
des de seu povo. e conduzem à destruição; sim,
7 a Al. 9:26. 2 Crôn. 15:9; 1 Né. 1:4; GEE Crucificação.
9 a Mt. 3:2–4; 3 Né. 20:29. b Heb. 2:18; 4:15;
Al. 9:25. d 1 Né. 11:13–21. D&C 62:1.
b Mos. 3:5; 7:27; 15:1–2. e Mt. 1:20; 13 a GEE Trindade.
10 a Isa. 7:14; Lc. 1:27. Mos. 15:3. b Mos. 15:12.
b Mos. 3:8. 11 a Isa. 53:3–5; GEE Expiação, Expiar.
GEE Maria, Mãe de Mos. 14:3–5. 14 a GEE Nascer de Deus,
Jesus. 12 a 2 Né. 2:8; Nascer de Novo.
c 1 Crôn. 9:3; Al. 12:24–25. 15 a 2 Né. 4:18.
ALMA 7:16–23 258
adiantai-vos e mostrai a vosso conhecer, pelo testemunho de sua
Deus que desejais arrepender-vos palavra, que ele não pode a andar
de vossos pecados e fazer com por veredas tortuosas; nem se des-
ele um convênio de guardar seus via daquilo que disse; nem há nele
mandamentos; e testemunhai-lhe sombra de desviar-se da direita
isso hoje, entrando nas águas do para a esquerda, ou seja, daquilo
batismo. que é certo para aquilo que é er-
16 E quem quer que isso faça e rado; portanto, o seu caminho é
guarde os mandamentos de Deus um círculo eterno.
de agora em diante, lembrar-se-á 21 E ele não habita em a templos
de que eu lhe digo, sim, lembrar- impuros; nem pode a imundície
se-á de que eu lhe disse que terá ou qualquer coisa impura ser re-
vida eterna, segundo o testemu- cebida no reino de Deus; digo-vos,
nho do Santo Espírito que em portanto, que tempo virá, sim, e
mim testifica. será no último dia, em que aque-
17 E agora, meus amados ir- le que é b imundo permanecerá na
mãos, credes vós nestas coisas? sua imundície.
Eis que vos digo que sim; sei que 22 E agora, meus amados ir-
acreditais nelas; e sei que acre- mãos, eu vos disse estas coisas a
ditais nelas, pela manifestação fim de despertar em vós o senso
do Espírito que está em mim. E de vosso dever para com Deus,
agora, porque vossa fé é forte a para que andeis irrepreensivel-
respeito disso, sim, a respeito das mente perante ele, para que an-
coisas que eu disse, grande é mi- deis conforme a santa ordem de
nha alegria. Deus segundo a qual fostes re-
18 Porque, como vos disse des- cebidos.
de o princípio, muito desejava 23 E agora, quisera que fôsseis
que não estivésseis no dilema de a 
humildes e submissos e man-
vossos irmãos; e eis que verifi- sos; fáceis de persuadir, cheios
quei que meus desejos foram sa- de paciência e longanimidade;
tisfeitos. sendo moderados em todas as
19 Porque percebo que estais nas coisas; guardando diligentemen-
veredas da retidão; percebo que te os mandamentos de Deus em
estais no caminho que conduz todos os momentos; pedindo as
ao reino de Deus; sim, percebo coisas necessárias, tanto espiri-
que estais endireitando as suas tuais como materiais; agradecen-
a 
veredas. do sempre a Deus por tudo quan-
20  Percebo que vos foi dado to recebeis.
19 a Mt. 3:3. Mos. 2:37; D&C 88:35.
20 a 1 Né. 10:19; Al. 34:36. 23 a GEE Humildade,
Al. 37:12; b 1 Né. 15:33–35; Humilde, Humilhar.
D&C 3:2. 2 Né. 9:16;
21 a 1 Cor. 3:16–17; 6:19; Mórm. 9:14;
259 ALMA 7:24–8:7
24 E procurai ter fé, esperança
a 
E então aconteceu que Alma
e caridade; e então fareis sempre voltou da a terra de Gideão de-
boas obras em abundância. pois de haver ensinado ao povo
25 E que o Senhor vos abençoe e de Gideão muitas coisas que não
conserve vossas vestimentas ima- podem ser escritas, tendo esta-
culadas, para que possais final- belecido a ordem da igreja como
mente sentar-vos no reino do céu, fizera anteriormente na terra de
para não mais sairdes, com Abraão, Zaraenla; sim, voltou para sua
Isaque e Jacó e os santos profetas própria casa em Zaraenla, a fim
que existiram desde que o mundo de descansar dos labores que ha-
começou, conservando vossas ves- via executado.
timentas a imaculadas, assim como 2 E assim terminou o nono ano
as deles são imaculadas. do governo dos juízes sobre o
26 E agora, meus amados ir- povo de Néfi.
mãos, eu vos disse estas palavras 3 E aconteceu, no começo do dé-
segundo o Espírito que testifica cimo ano do governo dos juízes
em mim; e minha alma regozija-se sobre o povo de Néfi, que Alma
muitíssimo por causa da extrema partiu dali e encaminhou-se para
diligência e atenção com que ou- a terra de Meleque, a oeste do a rio
vistes a minha palavra. Sidon, no oeste, perto das frontei-
27 E agora, que a a paz de Deus ras do deserto.
descanse sobre vós e sobre vos- 4 E começou a ensinar o povo
sas casas e terras e sobre vossos na terra de Meleque, segundo a
rebanhos e manadas e tudo que a 
santa ordem de Deus pela qual
possuís, vossas mulheres e vossos havia sido chamado; e começou
filhos, conforme vossa fé e boas a ensinar o povo por toda a terra
obras, de agora em diante e para de Meleque.
sempre. E assim falei. Amém. 5 E aconteceu que o povo veio a
ele de todas as fronteiras da terra
que ficava do lado do deserto. E
CAPÍTULO 8
foram batizados por toda a terra;
Alma prega e batiza em Meleque — 6 E havendo terminado seu tra-
Ele é rejeitado em Amonia e parte — balho em Meleque, partiu e viajou
Um anjo ordena-lhe que volte e pro- pelo norte da terra de Meleque
clame arrependimento ao povo — Ele durante três dias; e chegou a uma
é recebido por Amuleque e os dois cidade que se chamava Amonia.
pregam em Amonia. Aproximada- 7 Ora, era costume do povo de
mente 82 a.C. Néfi chamar suas terras e suas
24 a 1 Cor. 13; 27 a GEE Paz. GEE Sacerdócio de
Ét. 12:30–35; 8 1 a Al. 2:20; 6:7. Melquisedeque.
Morô. 7:33–48. 3 a Al. 16:6–7.
25 a 2 Ped. 3:14. 4 a D&C 107:2–4.
ALMA 8:8–18 260
cidades e suas aldeias, sim, mes- que fosse expulso de sua cidade,
mo todas as suas pequenas al- ele partiu dali e viajou em direção
deias, pelo nome do seu primeiro à cidade que era chamada Aarão.
habitante; e assim foi com a terra 14 E aconteceu que enquanto se
de Amonia. dirigia para lá, estando abatido
8 E aconteceu que quando che- de tristeza, passando por muitas
gou à cidade de Amonia, Alma co- a 
tribulações e angústias por cau-
meçou a pregar a palavra de Deus. sa da iniquidade do povo que
9 Ora, Satanás a apoderara-se dos se achava na cidade de Amonia,
corações dos habitantes da cidade aconteceu que enquanto Alma
de Amonia; portanto, não quise- estava assim abatido de pesar,
ram dar ouvidos às palavras de eis que lhe apareceu um b anjo do
Alma. Senhor, dizendo:
10 Alma, no entanto, a esforçou- 15 Bendito és tu, Alma; levan-
se muito em espírito, b suplicando ta, portanto, a cabeça e alegra-te,
a Deus, em c fervorosa oração, que pois tens grandes motivos para
derramasse o seu Espírito sobre o te alegrares; porque foste fiel aos
povo que se achava na cidade; e mandamentos de Deus desde o
que também lhe permitisse batizá- momento em que recebeste dele
los para o arrependimento. a primeira mensagem. Eis que
11 Eles, no entanto, endurece- sou aquele que a a transmitiu a ti.
ram o coração, dizendo-lhe: Eis 16 E eis que fui enviado para
que sabemos que tu és Alma; e ordenar-te que voltes à cidade de
sabemos que és sumo sacerdote Amonia e pregues novamente ao
da igreja que organizaste em mui- povo da cidade; sim, prega-lhes.
tas partes da terra, de acordo com Sim, dize-lhes que, a menos que
vossas tradições; e nós não somos se arrependam, o Senhor Deus os
da tua igreja e não acreditamos a 
destruirá.
nessas tolas tradições. 17 Porque eis que neste momen-
12 E agora sabemos que, por to eles planejam como tirar a liber-
não pertencermos a tua igreja, dade de teu povo (pois assim diz
não tens poder algum sobre nós; o Senhor), o que é contrário aos
e entregaste a cadeira de juiz a estatutos, e aos juízos, e aos man-
a 
Nefia; não és, portanto, nosso damentos que ele deu a seu povo.
juiz supremo. 18 Ora, aconteceu que depois
13 Ora, quando o povo disse isto de haver recebido a mensagem
e refutou todas as suas palavras e do anjo do Senhor, Alma voltou
ultrajou-o e nele cuspiu e fez com rapidamente à terra de Amonia.
9 a 2 Né. 28:19–22; c 3 Né. 27:1. b Al. 10:7–10, 20.
D&C 10:20. GEE Oração. GEE Anjos.
10 a Al. 17:5. 12 a Al. 4:20. 15 a Mos. 27:11–16.
b En. 1:1–12. 14 a GEE Adversidade. 16 a Al. 9:12, 18, 24.
261 ALMA 8:19–32
E entrou na cidade por outro ca- 25 Mas eis que recebi ordem de
minho, sim, pelo caminho que voltar e profetizar a este povo;
fica ao sul da cidade de Amonia. sim, de testemunhar contra ele a
19 E sentindo-se faminto ao en- respeito de suas iniquidades.
trar na cidade, disse a um homem: 26 E agora, Amuleque, por me
Darás algo de comer a um humil- haveres alimentado e recebido,
de servo de Deus? és abençoado; porque eu estava
20 E o homem disse-lhe: Sou ne- faminto por ter jejuado durante
fita e sei que és um santo profeta muitos dias.
de Deus, porque és o homem de 27 E Alma ficou muitos dias com
quem um a anjo, numa visão, dis- Amuleque, antes de começar a
se: Tu o receberás. Portanto, vem pregar ao povo.
comigo para minha casa e repar- 28 E aconteceu que as iniquida-
tirei contigo o meu alimento; e sei des do povo se agravaram.
que serás uma bênção para mim 29 E chegou a palavra a Alma,
e minha casa. dizendo: Vai e dize também a meu
21 E aconteceu que o homem o servo Amuleque que vá profetizar
recebeu em sua casa; e o homem a este povo, dizendo — a Arrepen-
chamava-se a Amuleque; e trou- dei-vos, pois assim diz o Senhor:
xe pão e carne e colocou diante A menos que vos arrependais,
de Alma. visitarei este povo em minha ira;
22 E aconteceu que Alma comeu sim, não desviarei minha arden-
pão e fartou-se; e a abençoou Amu- te ira.
leque e sua casa e rendeu graças 30 E saiu Alma e também Amu-
a Deus. leque entre o povo, para declarar-
23 E depois de haver comido e lhe as palavras de Deus; e estavam
estar farto, disse a Amuleque: Eu cheios do Espírito Santo.
sou Alma e sou o a sumo sacer- 31 E haviam recebido a poder,
dote da igreja de Deus em toda tanto assim que não podiam ser
esta terra. confinados em prisões; nem era
24 E eis que fui chamado para possível que algum homem os
pregar a palavra de Deus entre matasse; no entanto não fizeram
todo este povo, segundo o espíri- uso de seu b poder até haverem
to de revelação e profecia; e estive sido amarrados e postos na pri-
nesta terra e não me receberam, são. Ora, isso foi feito para que o
mas a expulsaram-me; e eu estava Senhor pudesse mostrar por meio
prestes a voltar as costas a esta deles o seu poder.
terra para sempre. 32  E aconteceu que saíram e
20 a Al. 10:7–9. 24 a Al. 8:13. 31 a 1 Né. 1:20.
21 a GEE Amuleque. 29 a Al. 9:12, 18. b Al. 14:17–29.
22 a Al. 10:11. GEE Arrepender-se,
23 a Al. 5:3, 44, 49; 13:1–20. Arrependimento.
ALMA 9:1–10 262
começaram a pregar e a profeti- 3 Ora, não entendiam as pala-
zar ao povo, segundo o espírito e vras que diziam; pois não sabiam
poder que o Senhor lhes conferira. que a Terra deixaria de existir.
4 E disseram também: Não acre-
ditaremos em tuas palavras, mes-
Palavras de Alma e também pala- mo que profetizes que esta grande
vras de Amuleque, ditas ao povo cidade será destruída em a um dia.
que habitava a terra de Amonia. 5 Ora, eles não sabiam que Deus
Eles são aprisionados e, pelo mi- podia fazer obras tão maravilho-
lagroso poder de Deus que estava sas, porque eram duros de coração
neles, são libertados, segundo o e obstinados.
registro de Alma. 6 E perguntaram: a Quem é Deus,
que b não envia a este povo mais
Abrangem os capítulos 9 a 14.
autoridade do que um só homem
para declarar-lhes a veracidade
CAPÍTULO 9 de coisas tão grandes e maravi-
lhosas?
Alma ordena ao povo de Amonia que
7 E eles avançaram para agarrar-
se arrependa — O Senhor será mise-
me, mas eis que não o fizeram. E
ricordioso para com os lamanitas nos
enfrentei-os com muita ousadia
últimos dias — Se os nefitas abando-
para declarar-lhes, sim, testifi-
narem a luz, serão destruídos pelos
quei-lhes ousadamente, dizendo:
lamanitas — O Filho de Deus logo
8 Ó vós, a geração iníqua e per-
virá — Ele redimirá os que se arre-
versa, como vos haveis esquecido
pendem, são batizados e têm fé em
da tradição de vossos pais! Sim,
Seu nome. Aproximadamente 82 a.C.
quão rapidamente vos haveis es-
E novamente eu, Alma, tendo quecido dos mandamentos de
sido ordenado por Deus a levar Deus!
comigo Amuleque para pregar 9 Não vos lembrais de que nosso
outra vez a esse povo, ou seja, pai, Leí, foi trazido de Jerusalém
o povo que estava na cidade de pela a mão de Deus? Não vos lem-
Amonia, aconteceu que quando brais de que todos foram por ele
principiei a pregar-lhes, eles co- guiados no deserto?
meçaram a contender comigo, 10 E haveis esquecido tão rapi-
dizendo: damente quantas vezes ele liber-
2 Quem és tu? Supões que acre- tou nossos pais das mãos de seus
ditaremos no testemunho de a um inimigos e evitou que fossem des-
homem, ainda que nos anuncie truídos, até mesmo pelas mãos de
que a Terra deixará de existir? seus próprios irmãos?
9 2 a Deut. 17:6. Mos. 11:27; 8 a Al. 10:17–25.
4 a Al. 16:9–10. Mois. 5:16. 9 a 1 Né. 2:1–7.
6 a Êx. 5:2; b Al. 10:12.
263 ALMA 9:11–19
11 Sim, e se não fosse por seu presença desde o começo de suas
incomparável poder e sua mi- transgressões na terra.
sericórdia e sua longanimidade 15 Não obstante, digo-vos que o
para conosco, teríamos inevita- dia do julgamento será mais a to-
velmente sido varridos da face da lerável para eles do que para vós,
Terra há muito tempo e teríamos se permanecerdes em vossos pe-
sido, talvez, condenados a um cados; sim, e mais tolerável para
estado de a interminável miséria eles nesta vida do que para vós, a
e angústia. menos que vos arrependais.
12 Eis que agora eu vos digo 16 Porque muitas são as pro-
que ele ordena que vos arrepen- messas a estendidas aos lamanitas;
dais; e, se não vos arrependerdes, pois foi por causa das b tradições
não podereis de maneira alguma de seus pais que permaneceram
herdar o reino de Deus. Mas eis num estado de c ignorância; o Se-
que isto não é tudo — Ele vos nhor será, portanto, misericordio-
ordenou que vos arrependêsseis, so para com eles e d prolongará sua
pois, do contrário, ele vos a var- existência na terra.
rerá completamente da face da 17 E algum dia serão a levados
Terra; sim, visitar-vos-á em sua a acreditar em sua palavra e a
ira e não se desviará em sua b ar- conhecer os erros das tradições
dente ira. de seus pais; e muitos deles se-
13 Eis que não vos lembrais de rão salvos, porque o Senhor será
suas palavras a Leí, dizendo: a Se misericordioso com todos os que
guardardes meus mandamentos, b 
invocarem seu nome.
prosperareis na terra? E ainda: Se 18 Mas eis que vos digo que, se
não guardardes meus mandamen- persistirdes em vossas iniquida-
tos, sereis afastados da presença des, vossos dias não serão prolon-
do Senhor? gados na terra, porque os a lamani-
14 Ora, eu quisera que vos lem- tas serão enviados contra vós; e se
brásseis de que, como os lama- não vos arrependerdes, eles virão
nitas não guardaram os manda- num dia em que vós não sabeis e
mentos de Deus, foram a afastados sereis visitados com b total destrui-
da presença do Senhor. Ora, ve- ção; e isto acontecerá de acordo
mos que a palavra do Senhor foi com a ardente c ira do Senhor.
confirmada neste ponto e os la- 19 Pois ele não permitirá que vi-
manitas foram afastados de sua vais em vossas iniquidades para
11 a Mos. 16:11. Al. 38:1. 17 a En. 1:13.
12 a Al. 8:16; 10:19, 23, 27. 15 a Mt. 11:22, 24. b Al. 38:5;
b Al. 8:29. 16 a Al. 17:15. D&C 3:8.
13 a 2 Né. 1:20; b Mos. 10:12 (ver 18 a Al. 16:2–3.
Mos. 1:7; versículos 11–17). b Al. 16:9.
Al. 37:13. c Mos. 3:11. c Al. 8:29.
14 a 2 Né. 5:20–24; d Hel. 15:10–12.
ALMA 9:20–26 264
destruir seu povo. Digo-vos que tendo sido libertados do cativei-
b 

não; ele antes permitiria que os ro, vez após vez, e tendo sido pro-
lamanitas a destruíssem todo o seu tegidos e preservados até agora; e
povo, chamado povo de Néfi, se prosperaram até se enriquecerem
fosse possível que eles b caíssem de todas as coisas —
em pecado e transgressão depois 23 E agora, eis que vos digo que
de haverem recebido tanta luz e se este povo, que recebeu tantas
tanto conhecimento do Senhor bênçãos da mão do Senhor, trans-
seu Deus; gredir contra a luz e o conheci-
20 Sim, depois de haverem sido mento que possui, eu vos digo
um povo altamente favorecido que, se isto acontecer, se eles caí-
pelo Senhor; sim, depois de ha- rem em transgressão, será muito
verem sido mais favorecidos do mais a tolerável para os lamanitas
que qualquer outra nação, tribo, do que para eles.
língua ou povo; depois de lhes te- 24 Pois eis que as a promessas do
rem a sido manifestadas, de acordo Senhor se estendem aos lamani-
com seus desejos e sua fé e ora- tas, mas não a vós, se transgredir-
ções, todas as coisas concernen- des; pois não prometeu expres-
tes ao que era, ao que é e ao que samente o Senhor e firmemente
há de vir; decretou que, se vos rebelardes
21 Havendo sido visitados pelo contra ele, sereis completamente
Espírito de Deus; havendo con- varridos da face da Terra?
versado com anjos e ouvido a voz 25 E por causa disso, para que
do Senhor e tendo o espírito de não sejais destruídos, o Senhor en-
profecia e o espírito de revelação; viou o seu anjo para visitar mui-
e também muitos dons, o dom de tos de seu povo, ordenando-lhes
falar em línguas e o dom de pre- que fossem clamar fortemente a
gar e o dom do Espírito Santo e o este povo, dizendo: a Arrependei-
dom de a traduzir; vos, porque o reino do céu está
22 Sim, e depois de haverem sido próximo;
a 
libertados por Deus da terra de 26 E a não se passarão muitos
Jerusalém, pela mão do Senhor; dias até que o Filho de Deus ve-
tendo sido salvos da fome e de nha em sua glória; e sua glória
doenças e de todo tipo de enfer- será a glória do b Unigênito do Pai,
midades de toda espécie; e ten- cheio de c graça, equidade, e ver-
do sido fortalecidos em batalhas, dade, cheio de paciência, d mise-
para que não fossem destruídos; ricórdia e longanimidade, pronto
19 a 1 Né. 12:15, 19–20; 22 a 2 Né. 1:4. Hel. 5:32.
Al. 45:10–14. b Mos. 27:16. 26 a Al. 7:7.
b Al. 24:30. 23 a Mt. 11:22–24. b GEE Unigênito.
20 a GEE Revelação. 24 a 2 Né. 30:4–6; c GEE Graça.
21 a Ômni 1:20; D&C 3:20. d GEE Misericórdia,
Mos. 8:13–19; 28:11–17. 25 a Al. 7:9; Misericordioso.
265 ALMA 9:27–10:3
para ouvir o clamor do seu povo
e 
33 Aconteceu, porém, que o Se-
e para responder às suas orações. nhor não permitiu, naquela opor-
27 E eis que virá para a redimir tunidade, que me agarrassem e
os que se b batizarem para o arre- lançassem na prisão.
pendimento, pela fé em seu nome. 34 E aconteceu que Amuleque,
28 Preparai, portanto, o cami- adiantando-se, também começou
nho do Senhor, pois aproxima-se a pregar-lhes. Ora, as a palavras de
o tempo em que todos os homens Amuleque não estão todas escri-
colherão uma recompensa de suas tas; não obstante, uma parte de
a 
obras, de acordo com aquilo que suas palavras está escrita neste
tenham sido; se foram justas, b co- livro.
lherão a salvação de sua alma,
segundo o poder e a redenção CAPÍTULO 10
de Jesus Cristo; e se foram más,
Leí descendia de Manassés — Amu-
colherão a c condenação de sua
leque relata a ordem que recebera
alma, segundo o poder e cativei-
do anjo para cuidar de Alma — As
ro do diabo.
orações dos justos fazem com que o
29 Agora, eis que esta é a voz do
povo seja poupado — Advogados e
anjo, clamando ao povo.
juízes iníquos alicerçam a destruição
30 E agora, meus a amados ir-
do povo. Aproximadamente 82 a.C.
mãos, pois sois meus irmãos e
deveis ser amados, deveis pro- Ora, estas são as a palavras que
duzir obras dignas de arrependi- Amuleque pregou ao povo que
b 

mento, já que vosso coração foi estava na terra de Amonia, di-


grandemente endurecido contra zendo:
a palavra de Deus e sois um povo 2 Eu sou Amuleque; sou filho de
decaído e b perdido. Gidona, que era filho de Ismael,
31 Ora, aconteceu que tendo eu, que era descendente de Aminádi;
Alma, proferido estas palavras, eis e foi esse mesmo Aminádi que in-
que o povo se zangou comigo por terpretou a escritura que se acha-
ter-lhes dito que eram um povo de va na parede do templo, que fora
coração duro e a obstinado. escrita pelo dedo de Deus.
32 E também porque lhes dis- 3  E Aminádi era descenden-
se que eram um povo perdido e te de Néfi, que era filho de Leí,
decaído, iraram-se contra mim e que saiu da terra de Jerusalém,
procuraram agarrar-me para lan- que era descendente de a Manas-
çar-me na prisão. sés, que era filho de b José, que foi
26 e Deut. 26:7. c GEE Condenação, 34 a
Al. 10.
27 a GEE Redenção, Condenar. 10 1 a
Al. 9:34.
Redimido, Redimir. 30 a 1 Jo. 4:11. b Al. 8:21–29.
b GEE Batismo, Batizar. b Al. 12:22. 3 a Gên. 41:51;
28 a D&C 1:10; 6:33. 31 a 2 Né. 25:28; 1 Crôn. 9:3.
b Salm. 7:16. Mos. 3:14. b GEE José, Filho de Jacó.
ALMA 10:4–12 266
vendido no Egito pelas mãos de seus
c 
pecados deste povo e está famin-
irmãos. to; e c recebê-lo-ás em tua casa e
4 E eis que eu também sou ho- alimentá-lo-ás; e ele abençoará a ti
mem de alguma reputação entre e a tua casa; e a bênção do Senhor
todos os que me conhecem; sim, recairá sobre ti e tua casa.
e eis que tenho muitos parentes e 8 E aconteceu que obedeci à voz
a 
amigos e também adquiri mui- do anjo e dirigi-me para minha
tas riquezas por meio de meus casa. E quando para ela me di-
esforços. rigia, encontrei o a homem sobre
5 Não obstante tudo isso, nunca quem o anjo dissera: Recebê-lo-ás
tive muito conhecimento acerca em tua casa — e eis que era este
dos caminhos do Senhor, de seus mesmo homem que vos tem fala-
a 
mistérios e maravilhoso poder. do sobre as coisas de Deus.
Disse que nunca havia tido muito 9 E o anjo disse-me que ele é um
conhecimento destas coisas, mas homem santo; sei, portanto, que é
eis que me engano, porque muito um a santo homem, porque me foi
vi de seus mistérios e maravilhoso dito por um anjo de Deus.
poder; sim, mesmo na preserva- 10 E ainda sei que as coisas que
ção da vida deste povo. ele testemunhou são verdadeiras;
6 Não obstante, endureci o co- pois eis que vos digo: Assim como
ração, pois fui a chamado muitas vive o Senhor, ele enviou seu a anjo
vezes e não quis b ouvir; portanto, para manifestar-me estas coisas; e
eu sabia a respeito destas coisas, isto fez enquanto este Alma estava
embora não quisesse saber; assim, b 
hospedado em minha casa.
continuei rebelando-me contra 11 Pois eis que ele a abençoou
Deus na maldade de meu cora- minha casa; abençoou a mim e as
ção, até o quarto dia deste sétimo mulheres de minha casa e meus
mês, no décimo ano do governo filhos e meu pai e meus paren-
dos juízes. tes; sim, abençoou toda a minha
7 E enquanto viajava para visi- parentela e a bênção do Senhor
tar um parente muito próximo, recaiu sobre nós segundo as pa-
eis que um a anjo do Senhor me lavras que ele proferiu.
apareceu e disse: Amuleque, volta 12 E então, quando Amuleque
para tua casa, porque alimentarás disse estas palavras, o povo come-
um profeta do Senhor; sim, um çou a ficar admirado, vendo que
santo homem, que é um homem havia a mais que uma testemunha
escolhido por Deus; porque b je- que afirmava as coisas das quais
juou muitos dias por causa dos eram acusados, assim como as
3 c Gên. 37:29–36. 7 a Al. 8:20. 9 a GEE Santo (adjetivo).
4 a Al. 15:16. b Al. 5:46; 6:6. 10 a Al. 11:30–31.
5 a GEE Mistérios de Deus. GEE Jejuar, Jejum. b Al. 8:27.
6 a Al. 5:37. c At. 10:30–35. 11 a Al. 8:22.
b D&C 39:9. 8 a Al. 8:19–21. 12 a Al. 9:6.
267 ALMA 10:13–22
coisas que estavam para vir, se- ele percebeu seus pensamentos
a 

gundo o espírito de profecia que e disse-lhes: Ó b geração iníqua e


se achava neles. perversa, vós, advogados e hipó-
13 Não obstante, houve alguns critas, pois estais estabelecendo
entre eles que quiseram interrogá- os alicerces do diabo; pois estais
los para ver se, com seus astutos preparando c armadilhas e laços
a 
ardis, conseguiriam enredá-los para apanhar os santos de Deus.
em suas próprias palavras e, as- 18 Estais tramando a perverter
sim, obter um testemunho contra os caminhos dos justos e fazer
eles, a fim de poderem entregá- cair sobre vossa cabeça a ira de
los a seus juízes para que fossem Deus, até a completa destruição
julgados de acordo com a lei e deste povo.
fossem mortos ou lançados na 19 Sim, bem disse Mosias, que
prisão, segundo o crime que pu- foi nosso último rei, quando esta-
dessem simular ou testemunhar va para entregar seu reino — não
contra eles. tendo a quem deixá-lo e fazendo
14 Ora, esses homens que pro- com que o povo se governasse
curavam destruí-los eram a advo- pela própria voz — sim, bem disse
gados, empregados ou nomeados ele que, se chegasse o tempo em
pelo povo, para aplicar a lei nas que a voz deste povo a escolhesse
épocas de julgamento, ou seja, nos a iniquidade, isto é, se viesse o
julgamentos dos crimes do povo tempo em que este povo caísse
perante os juízes. em transgressão, eles estariam
15 Ora, esses advogados eram maduros para a destruição.
versados em todas as artimanhas 20 E agora vos digo que bem jul-
e astúcias do povo: e isto para ga o Senhor as vossas iniquidades;
que fossem habilidosos em sua bem clama a este povo pela voz
profissão. de seus a anjos: Arrependei-vos,
16 E aconteceu que começaram a arrependei-vos, porque o reino
interrogar Amuleque, para assim do céu está próximo.
fazê-lo contradizer suas palavras, 21 Sim, bem clama ele pela voz
ou seja, contradizer as palavras de seus anjos: a Descerei no meio
que diria. de meu povo com equidade e jus-
17  Ora, eles não sabiam que tiça em minhas mãos.
Amuleque podia conhecer suas 22 Sim, e digo-vos que, se não
intenções. Mas aconteceu que fosse pelas a orações dos justos
quando começaram a interrogá-lo, que agora habitam a terra, vós
13 a Al. 11:21. Al. 9:8. 20 a Al. 8:14–16; 13:22.
14 a Al. 10:24; 11:20–21; c D&C 10:21–27. 21 a Mos. 13:34.
14:18. 18 a At. 13:10. 22 a Tg. 5:16;
17 a Al. 12:3; 18:20, 32; 19 a Mos. 29:27; Mos. 27:14–16.
D&C 6:16. Al. 2:3–7;
b Mt. 3:7; Hel. 5:2.
ALMA 10:23–32 268
seríeis agora mesmo visitados por a favor de vossa lei, para vossa
completa destruição; contudo, ela condenação.
não viria por b dilúvio, como acon- 27  E agora, eis que vos digo
teceu ao povo nos dias de Noé, que o alicerce da destruição des-
mas pela fome e por pestilência e te povo está começando a ser es-
pela espada. tabelecido pela iniquidade de vos-
23 É, porém, pelas a orações dos sos a advogados e de vossos juízes.
justos que sois poupados; agora, 28 E aconteceu que tendo Amu-
se afastardes, portanto, os justos leque dito estas palavras, o povo
do meio de vós, então o Senhor clamou contra ele, dizendo: Ago-
não deterá a mão, mas, na sua ra sabemos que este homem é um
ardente ira, virá contra vós; se- filho do diabo, porque nos a men-
reis então castigados pela fome e tiu; pois falou contra nossa lei. E
por pestilência e pela espada; e o agora diz que não falou contra ela.
b 
tempo aproxima-se, a menos que 29 E mais ainda, rebelou-se con-
vos arrependais. tra nossos advogados e nossos
24 E então aconteceu que o povo juízes.
se indignou ainda mais contra 30 E aconteceu que os advoga-
Amuleque e clamou, dizendo: dos inculcaram no coração deles
Este homem rebela-se contra nos- que guardassem na lembrança
sas leis, que são justas; e contra estas coisas contra ele.
nossos sábios advogados por nós 31 E havia um entre eles, cujo
escolhidos. nome era Zeezrom. Ora, ele foi
25 Amuleque, porém, estendeu o primeiro a a acusar Amuleque e
a mão e clamou-lhes mais for- Alma, por ser um dos mais pre-
temente, dizendo: Ó malvada e parados entre eles, tendo muitos
perversa geração, por que con- negócios com o povo.
seguiu Satanás tão grande poder 32 Ora, o objetivo desses advo-
sobre vosso coração? Por que vos gados era obter lucro; e eles obti-
submeteis a ele, para que tenha nham lucro de acordo com o seu
poder sobre vós, para a cegar-vos trabalho.
e não poderdes compreender as
palavras que são proferidas de
CAPÍTULO 11
acordo com a verdade?
26 Pois eis que testifiquei eu con- Descreve-se o sistema monetário nefi-
tra a vossa lei? Vós não compreen- ta — Amuleque contende com Zeez-
deis. Dizeis que falei contra a vos- rom — Cristo não salvará o povo em
sa lei, mas eu não o fiz; mas falei pecado — Somente os que herdam o
22 b Gên. 8:21; 23 a GEE Oração. 27 a Lc. 11:45–52.
3 Né. 22:8–10. b Al. 34:32–35. 28 a Al. 14:2.
GEE Dilúvio no Tempo 25 a 2 Cor. 4:4; 31 a Al. 11:20–36.
de Noé. Al. 14:6.
269 ALMA 11:1–19
reino do céu são salvos — Todos os e circunstâncias do povo, em cada
homens se levantarão em imortalida- geração, até o governo dos juízes,
de — Não há morte após a ressurrei- a 
estabelecido pelo rei Mosias.
ção. Aproximadamente 82 a.C. 5 Era este o cálculo estabelecido:
Um senine de ouro, um seon de
Ora, constava na lei de Mosias ouro, um sum de ouro e um lim-
que todo homem que fosse um na de ouro.
juiz da lei ou aqueles que fossem 6 Um senum de prata, um amnor
nomeados juízes recebessem um de prata, um ezrom de prata e um
salário, de acordo com o tempo onti de prata.
que empregassem para julgar 7 Um senum de prata equivalia
aqueles que lhes eram levados a um senine de ouro, e tanto um
para serem julgados. como outro valiam uma medida
2 Ora, se um homem devesse a de cevada e também uma medida
outro e não quisesse pagar aquilo de todos os tipos de grãos.
que devia, dele se dava queixa ao 8 Ora, o valor de um seon de
juiz; e o juiz exercia sua autoridade ouro era duas vezes o valor de
e enviava oficiais para levarem o um senine.
homem perante ele; e ele julgava o 9 E um sum de ouro era duas
homem segundo a lei e as evidên- vezes o valor de um seon.
cias que apresentavam contra ele; 10 E um limna de ouro tinha o
e assim o homem era compelido a valor de todas as outras moedas.
pagar aquilo que devia ou era des- 11 E um amnor de prata valia
pojado do que tinha e afastado do tanto quanto dois senuns.
povo, como ladrão e espoliador. 12 E um ezrom de prata valia por
3 E o juiz recebia honorários de quatro senuns.
acordo com seu tempo — um seni- 13 E um onti tinha o valor de
ne de ouro por dia ou um senum todas as outras moedas.
de prata, que equivalia a um seni- 14 Ora, este era o valor dos nú-
ne de ouro; e isso de acordo com meros menores de seus cálculos —
a lei em vigor. 15 Um siblon era a metade de
4 Ora, estes são os nomes das um senum; portanto, um siblon
diversas moedas de ouro e de pra- valia meia medida de cevada.
ta, segundo seu valor. E os no- 16 E um siblum era a metade de
mes foram dados pelos nefitas, um siblon.
porque não contavam segundo 17 E um leá era a metade de um
a maneira dos judeus que esta- siblum.
vam em Jerusalém; nem mediam 18 Ora, estes eram seus números,
segundo a maneira dos judeus, segundo seus cálculos.
mas alteraram seus cálculos e 19 Ora, um antion de ouro era
suas medidas segundo a vontade igual a três siblons.
11 4 a Mos. 29:40–44.
ALMA 11:20–36 270
20 Ora, era com o único fito de de grande valor — quando em
obter lucro — pois recebiam salá- teu coração tinhas o intento de fi-
rios segundo os seus serviços — car com eles; e o teu único desejo
que os juízes incitavam o povo era que eu negasse o Deus vivo e
a motins e a toda espécie de dis- verdadeiro, a fim de que tivesses
túrbios e iniquidades, para que motivo para destruir-me. E agora,
tivessem mais serviço e pudessem eis que por esse grande mal terás
a 
ganhar mais dinheiro, de acordo tua recompensa.
com as causas que lhes eram le- 26 E Zeezrom disse-lhe: Dizes
vadas; portanto, incitaram o povo que existe um Deus vivo e ver-
contra Alma e Amuleque. dadeiro?
21 E esse Zeezrom começou a 27 E Amuleque respondeu: Sim,
questionar Amuleque, dizendo: existe um Deus vivo e verdadeiro.
Responderás a algumas pergun- 28 Disse então Zeezrom: Existe
tas que eu te fizer? Ora, Zeezrom mais de um Deus?
era um homem perito nos a ardis 29 E ele respondeu: Não.
do diabo para destruir o que era 30 Então perguntou-lhe Zeez-
bom; portanto, disse a Amuleque: rom novamente: Como sabes es-
Responderás às perguntas que eu tas coisas?
te fizer? 31 E ele disse: Um a anjo mas deu
22 E Amuleque disse-lhe: Sim, se a conhecer.
for segundo o a Espírito do Senhor 32 E Zeezrom tornou a pergun-
que está em mim; porque nada di- tar: Quem é aquele que virá? É o
rei que seja contrário ao Espírito Filho de Deus?
do Senhor. E disse-lhe Zeezrom: 33 E ele respondeu-lhe: Sim.
Eis que aqui estão seis ontis de 34 E disse novamente Zeezrom:
prata; e todos te darei, se negares Salvará ele seu povo a em seus pe-
a existência de um Ser Supremo. cados? E Amuleque respondeu-
23 Ora, Amuleque disse: Ó tu, lhe e disse-lhe: Digo-te que ele não
a 
filho do inferno, por que me b ten- salvará, porque lhe é impossível
tas? Ignoras tu que os justos não negar sua própria palavra.
cedem a tais tentações? 35 Disse então Zeezrom ao povo:
24 Acreditas que não há Deus? Lembrai-vos destas coisas; porque
Digo-te: Não, tu sabes que existe ele disse que existe um só Deus;
um Deus; amas, porém, mais o não obstante, declarou que o Fi-
a 
lucro do que a ele. lho de Deus virá mas não salvará
25 E agora, mentiste a mim pe- seu povo — como se ele tivesse
rante Deus. Disseste-me — Eis autoridade para mandar em Deus.
que te darei seis ontis, que são 36 Então Amuleque lhe disse
20 a Al. 10:32. 23 a Al. 5:41. Tit. 1:11.
21 a Al. 10:13. b GEE Tentação, Tentar. 31 a Al. 10:7–10.
22 a GEE Espírito Santo. 24 a 1 Tim. 6:10; 34 a Hel. 5:10–11.
271 ALMA 11:37–44
novamente: Eis que mentiste, as ligaduras da morte; pois eis que
pois disseste que eu falei como dia virá em que b todos se levan-
se tivesse autoridade para man- tarão da morte e apresentar-se-ão
dar em Deus, porque disse que perante Deus e serão c julgados
ele não salvará seu povo em seus segundo suas obras.
pecados. 42 Ora, existe uma morte que é
37 E torno a dizer-te que ele não chamada morte física; e a morte
pode salvá-los em seus a pecados, de Cristo desatará as a ligaduras
porque eu não posso negar a sua dessa morte física, para que todos
palavra e ele disse que b nada im- se levantem dessa morte física.
puro pode herdar o c reino do céu; 43 O espírito e o corpo serão no-
portanto, como podeis ser salvos, vamente a reunidos em sua per-
a menos que herdeis o reino do feita forma; os membros e juntas
céu? Portanto, não podeis ser sal- serão restaurados à sua devida
vos em vossos pecados. estrutura, tal como nos achamos
38 Então Zeezrom novamente neste momento; e seremos le-
lhe disse: É o Filho de Deus o pró- vados a apresentar-nos perante
prio Pai Eterno? Deus, sabendo o que sabemos
39 E respondeu-lhe Amuleque: agora, e tendo uma viva b lembran-
Sim, ele é o próprio a Pai Eterno do ça de toda a nossa c culpa.
céu e da Terra e de b todas as coisas 44 Ora, esta restauração aconte-
que neles existem; ele é o começo cerá com todos, tanto velhos como
e o fim, o primeiro e o último; jovens, tanto escravos como livres,
40 E virá ao a mundo para b re- tanto homens como mulheres,
dimir seu povo; e c tomará so- tanto iníquos como justos; e não
bre si as transgressões daqueles se perderá um único cabelo de sua
que acreditam em seu nome; e cabeça, mas tudo será a restaurado
estes são os que terão vida eter- à sua perfeita estrutura, como se
na e para ninguém mais haverá encontra agora, ou seja, no cor-
salvação. po; e todos serão levados peran-
41 Portanto, os iníquos permane- te o tribunal de Cristo, o Filho, e
cerão como se a não tivesse havido Deus, o b Pai, e o Santo Espírito,
redenção, sendo apenas desatadas que são c um Eterno Deus, para
37 a 1 Cor. 6:9–10. c Êx. 34:6–7; Al. 40:23.
b 1 Né. 15:33; Isa. 53:5; b 2 Né. 9:14;
Al. 40:26; 1 Jo. 2:2; Mos. 3:25;
3 Né. 27:19. Mos. 14:5; 15:12; Al. 5:18.
GEE Ímpio. D&C 19:16–19. c GEE Culpa.
c GEE Reino de Deus ou 41 a Al. 12:18; 44 a Al. 41:12–15.
Reino dos Céus. D&C 88:33. b GEE Trindade — Deus,
39 a Isa. 9:6. b Apoc. 20:12–13; o Pai.
b Col. 1:16; Al. 42:23. c 3 Né. 11:27, 36.
Mos. 4:2. c GEE Juízo Final. GEE Trindade.
40 a GEE Mundo. 42 a Al. 12:16.
b Rom. 11:26–27. 43 a 2 Né. 9:13;
ALMA 11:45–12:6 272
serem julgados segundo as suas
d 
Ora, vendo que as palavras de
obras, sejam elas boas ou más. Amuleque haviam silenciado
45 Ora, eis que vos falei sobre a Zeezrom, pois dera-se conta de
morte do corpo mortal e também que Amuleque o havia apanha-
sobre a a ressurreição do corpo do em suas a mentiras e ardis para
mortal. Digo-vos que este cor- destruí-lo; e vendo que ele come-
po mortal será b levantado num çava a tremer, b consciente de sua
corpo c imortal, isto é, passará da culpa, Alma abriu a boca e come-
morte, da primeira morte, à vida, çou a falar-lhe e a confirmar as pa-
para d não mais morrer; e o espí- lavras de Amuleque e a explicar
rito unir-se-á a seu corpo para outras coisas, ou seja, a esclarecer
não mais serem divididos; o todo as escrituras além daquilo que
tornando-se, assim, e espiritual e Amuleque fizera.
imortal, de modo que já não possa 2 Ora, as palavras que Alma dis-
experimentar corrupção. se a Zeezrom foram ouvidas pelo
46 Ora, quando Amuleque ter- povo ao redor; pois a multidão era
minou estas palavras, o povo co- grande; e ele falou deste modo:
meçou novamente a ficar admira- 3 Agora, Zeezrom, visto que fos-
do e também Zeezrom começou te apanhado em tuas mentiras e
a tremer. E assim terminaram as artimanhas, pois não mentiste so-
palavras de Amuleque, ou seja, mente aos homens, mas também
isto é tudo o que escrevi. a Deus; pois eis que ele conhece
todos os teus a pensamentos e vês
que os teus pensamentos nos são
CAPÍTULO 12
manifestados por seu Espírito;
Alma fala a Zeezrom — Os mistérios 4 E vês que sabemos que teu
de Deus só podem ser revelados aos plano foi um plano muito sutil,
fiéis — Os homens são julgados por segundo a sutileza do diabo, para
seus pensamentos, crenças, palavras mentir e enganar este povo a fim
e obras — Os iníquos sofrerão mor- de incitá-lo contra nós, para ultra-
te espiritual — Esta vida mortal é jar-nos e expulsar-nos.
um estado probatório — O plano de 5 Ora, esse era um plano de teu
redenção proporciona a ressurreição a 
adversário e ele exerceu seu po-
e, por meio da fé, a remissão de pe- der sobre ti. Agora eu quisera
cados — Aqueles que se arrependem que te lembrasses de que o que
têm direito à misericórdia, por meio te digo, digo a todos.
do Filho Unigênito. Aproximada- 6 E eis que vos digo, a vós to-
mente 82 a.C. dos, que foi uma armadilha do
44 d Apoc. 20:12–13. Imortalidade. b GEE Consciência.
45 a Al. 40:23; d Apoc. 21:4; 3 a Jacó 2:5;
D&C 88:16. D&C 63:49; 88:116. Al. 10:17;
b GEE Ressurreição. e 1 Cor. 15:44. D&C 6:16.
c GEE Imortal, 12 1 a Al. 11:20–38. 5 a GEE Diabo.
273 ALMA 12:7–14
adversário, que ele preparou para que ele concede aos filhos dos ho-
pegar este povo a fim de poder mens de acordo com a atenção e
subjugar-vos e amarrar-vos com diligência que lhe dedicam.
suas a correntes, para arrastar-vos 10 E, portanto, aquele que a en-
à destruição eterna segundo o po- durecer o coração receberá a parte
der de seu cativeiro. b 
menor da palavra; e o que c não
7 Ora, quando Alma disse estas endurecer o coração, a ele será
palavras, Zeezrom começou a tre- d 
dada a parte maior da palavra,
mer ainda mais, pois convencia-se até que lhe seja dado conhecer os
cada vez mais do poder de Deus; e mistérios de Deus, até que os co-
também estava convencido de que nheça na sua plenitude.
Alma e Amuleque sabiam sobre 11 E aos que endurecerem o co-
ele, porque estava convencido de ração será dada a menor a parte da
que eles conheciam os pensamen- palavra, até que b nada saibam a
tos e as intenções de seu coração; respeito de seus mistérios; e serão
porque a eles havia sido dado o então escravizados pelo diabo e
poder de conhecer essas coisas, levados por sua vontade à destrui-
segundo o espírito de profecia. ção. Ora, é isto o que significam
8 E Zeezrom começou a inqui- as c correntes do d inferno.
ri-los cuidadosamente, a fim de 12 E Amuleque falou claramente
saber mais a respeito do reino a respeito da a morte e de sermos
de Deus. E disse a Alma: Que elevados desta mortalidade a um
significa o que Amuleque disse estado de imortalidade; e de ser-
com referência à ressurreição dos mos levados perante o tribunal
mortos, que todos se levantarão de Deus para sermos b julgados
dentre os mortos, tanto os justos segundo nossas obras.
como os injustos, e serão levados 13 Então, se nosso coração se
perante Deus para serem julgados endurecer, sim, se endurecermos
segundo suas obras? o coração contra a palavra, a tal
9 E então Alma começou a ex- ponto que em nós ela não seja en-
plicar-lhe essas coisas, dizendo: É contrada, então nossa condição
dado a muitos conhecer os a mis- será terrível; porque então sere-
térios de Deus; é-lhes, porém, ab- mos condenados.
solutamente proibido divulgá-los, 14 Porque nossas a palavras nos
b 
a não ser a parte de sua palavra condenarão, sim, todas as nossas
6 a Al. 5:7–10. b D&C 93:39. d Prov. 9:18;
9 a Al. 26:22. c GEE Humildade, 2 Né. 2:29.
GEE Mistérios de Deus. Humilde, Humilhar. GEE Inferno.
b Jo. 16:12; d 2 Né. 28:30; 12 a Al. 11:41–45.
Al. 29:8; D&C 50:24. b GEE Juízo Final.
3 Né. 26:8–11; 11 a Mt. 25:29. 14 a Mt. 12:36;
Ét. 4:7. b GEE Apostasia. Tg. 3:6;
10 a 2 Né. 28:27; c Jo. 8:34; Mos. 4:29–30.
Ét. 4:8. 2 Né. 28:19.
ALMA 12:15–21 274
obras nos condenarão; não se- como um lago de fogo e enxofre,
a 

remos considerados sem man- cujas flamas ascendem para todo


cha e nossos pensamentos tam- o sempre; e então terá chegado o
bém nos condenarão; e nesse tempo em que serão acorrentados
terrível estado não nos atrevere- a uma destruição eterna, segundo
mos a olhar para o nosso Deus; o poder e o cativeiro de Satanás,
e dar-nos-íamos por felizes se tendo-os ele subjugado de acordo
pudéssemos ordenar às pedras com a sua vontade.
e b montanhas que caíssem sobre 18 Digo-vos, então, que eles es-
nós, para c esconder-nos de sua tarão como se não tivesse havido
presença. a 
redenção alguma; porque não
15 Isto, porém, não pode acon- poderão ser redimidos segundo
tecer. Teremos que nos apresentar a justiça de Deus; e não pode-
perante ele em sua glória e em seu rão b morrer, por não haver mais
poder e em sua força, majestade e corrupção.
domínio; e reconhecer, para nos- 19 Ora, aconteceu que quando
sa eterna a vergonha, que todos os Alma terminou de dizer estas pa-
seus b julgamentos são justos; que lavras, o povo começou a ficar
ele é justo em todas as suas obras mais admirado.
e que ele é misericordioso para 20 Mas havia um certo Antio-
com os filhos dos homens; e que na, que era governante principal
ele tem todo o poder para salvar entre eles, o qual se adiantou e
cada homem que crê em seu nome perguntou-lhe: Que significa isso
e apresenta frutos dignos do arre- que disseste, que o homem res-
pendimento. suscitará dentre os mortos e será
16 E agora, eis que vos digo que transformado deste estado mortal
então virá a morte, sim, uma se- para um estado a imortal e que a
gunda a morte que é a morte es- alma nunca pode morrer?
piritual; então será o tempo em 21 Que significado tem a escritu-
que aquele que morrer em seus ra quando diz que Deus colocou
pecados, quanto à b morte física, a 
querubins e uma espada flame-
c 
sofrerá também uma morte espi- jante a oriente do jardim do b Éden,
ritual, sim, morrerá para as coisas para que nossos primeiros pais
ligadas à retidão. não entrassem e não comessem
17 Terá então chegado o tem- do fruto da árvore da vida e vives-
po em que seus tormentos serão sem para sempre? E vemos, assim,
14 b Ose. 10:8; b Al. 11:40–45. D&C 63:49.
2 Né. 26:5. c 1 Né. 15:33; 20 a GEE Imortal,
c Jó 34:22; Al. 40:26. Imortalidade.
2 Né. 12:10. 17 a Apoc. 19:20; 21:8; 21 a Gên. 3:24;
15 a Mos. 3:25. Mos. 3:27. Al. 42:2;
b 2 Ped. 2:9. 18 a Al. 11:41. Mois. 4:31.
GEE Justiça. b Apoc. 21:4; GEE Querubins.
16 a GEE Morte Espiritual. Al. 11:45; b GEE Éden.
275 ALMA 12:22–30
que não havia possibilidade de mundo, não poderia haver b res-
viverem para sempre. surreição dos mortos; mas foi es-
22 E disse-lhe Alma: Isso é o que tabelecido um plano de redenção
eu estava prestes a explicar. Ora, que levará a efeito a ressurreição
sabemos que Adão a caiu quando dos mortos da qual se falou.
comeu do b fruto proibido, segun- 26 E agora, eis que se tivesse sido
do a palavra de Deus; e vemos possível que nossos primeiros
assim que, por sua queda, toda a pais comessem da a árvore da vida,
humanidade se transformou num ter-se-iam tornado eternamente
povo c perdido e decaído. miseráveis, privados do estado
23 E agora eis que vos digo que, de preparação; e assim o b plano
se tivesse sido possível a Adão de redenção teria sido frustrado
a 
comer do fruto da árvore da vida e a palavra de Deus teria sido vã,
naquela ocasião, não teria havido não tendo qualquer efeito.
morte; e a palavra teria sido vã, 27 Eis, porém, que isso não acon-
fazendo de Deus um mentiroso, teceu, mas foi a decretado que os
porque ele disse: b Se comeres, cer- homens morreriam; e depois da
tamente morrerás. morte eles deveriam ir a b julga-
24 E vemos que a a morte atinge a mento, sim, o mesmo julgamento
humanidade, sim, a morte de que do qual falamos, que é o fim.
falou Amuleque, que é a morte 28 E depois de Deus haver de-
física; no entanto foi concedido cretado que estas coisas acontece-
ao b homem um tempo no qual riam ao homem, eis que viu que
poderia arrepender-se; portanto, era conveniente que os homens
esta vida se tornou um estado de soubessem das coisas que decre-
provação; um tempo de c prepara- tara para eles.
ção para o encontro com Deus; um 29 Enviou, portanto, a anjos para
tempo de preparação para aquele conversarem com eles, os quais
estado sem fim do qual falamos, fizeram com que os homens con-
que virá depois da ressurreição templassem sua glória.
dos mortos. 30 E dali em diante começaram a
25 Ora, se não tivesse sido pelo invocar seu nome; portanto, Deus
a 
plano de redenção que foi es- a 
conversou com os homens e re-
tabelecido desde a fundação do velou-lhes o b plano de redenção
22 a GEE Queda de Adão Mois. 5:8–12. Mois. 6:59–62.
e Eva. c Al. 34:32–35. 27 a Jó 7:1;
b Gên. 3:6; 25 a GEE Plano de Heb. 9:27;
2 Né. 2:15–19; Redenção. D&C 42:48.
Mos. 3:26. b 2 Né. 2:8; b GEE Juízo Final.
c Mos. 16:4–5. Al. 7:12; 42:23. 29 a Morô. 7:25, 31;
23 a Al. 42:2–9. 26 a Gên. 2:9; D&C 29:42.
b Gên. 2:17. 1 Né. 15:36; 30 a Mois. 5:4–5; 6:51.
24 a GEE Morte Física. Al. 32:40. b GEE Plano de
b 2 Né. 2:21; b Al. 34:8–16; 42:6–28; Redenção.
ALMA 12:31–37 276
que havia sido preparado desde 34 Portanto, todo aquele que se
a c fundação do mundo; e isso lhes arrepender e não endurecer o co-
revelou segundo sua fé e arrepen- ração terá direito à a misericórdia,
dimento e suas obras santas. por intermédio de meu Filho Uni-
31 Portanto, deu a mandamen- gênito, para a b remissão de seus
tos aos homens, tendo eles antes pecados; e esses entrarão no meu
transgredido os b primeiros man- c 
descanso.
damentos relativos às coisas que 35 E todo aquele que endurecer
eram terrenas, tornando-se como o coração e praticar iniquidade,
deuses, c discernindo o bem do eis que juro, na minha ira, que não
mal, colocando-se em condições entrará no meu descanso.
de d agir, ou seja, sendo colocados 36 E agora, meus irmãos, eis
em condições de agir segundo a que vos digo que, se endurecer-
sua vontade e prazer, para fazer o des o coração, não entrareis no
mal ou para fazer o bem — descanso do Senhor, porquan-
32 Portanto, depois de ter-lhes to vossa iniquidade o provoca
a 
revelado o plano de redenção, a enviar a sua ira sobre vós
Deus lhes deu mandamentos para como na a primeira provocação,
que não praticassem o mal, sob sim, segundo sua palavra na úl-
pena de uma segunda b morte, tima provocação, tanto quanto
que era uma morte eterna com na primeira, para a eterna b des-
referência às coisas ligadas à re- truição de vossa alma; portan-
tidão; pois sobre esses o plano de to, segundo sua palavra, na
redenção não teria poder porque, derradeira morte, assim como
de acordo com a suprema bonda- na primeira.
de de Deus, as obras de c retidão 37 E agora, meus irmãos, já que
não poderiam ser destruídas. conhecemos estas coisas e são
33 Deus, porém, chamou os ho- verdadeiras, arrependamo-nos
mens em nome de seu Filho (sen- e não endureçamos o coração,
do esse o plano de redenção que para a não provocar o Senhor nos-
foi estabelecido), dizendo: Se vos so Deus a lançar a sua ira sobre
arrependerdes e não endurecerdes nós nestes segundos mandamen-
o coração, então terei misericórdia tos que nos deu; entremos, porém,
de vós por intermédio de meu Fi- no b descanso de Deus, que está
lho Unigênito. preparado segundo sua palavra.
30 c Mos. 18:13; GEE Arbítrio. c GEE Descansar,
Al. 13:3, 5, 7–8. 32 a Mois. 5:4–9. Descanso.
31 a GEE Mandamentos b GEE Morte Espiritual. 36 a Jacó 1:7–8;
de Deus. c Mos. 15:27; Al. 42:6, 9, 14.
b Gên. 2:16–17; Al. 34:15–16; 42:15. b GEE Condenação,
2 Né. 2:18–19. 34 a GEE Misericórdia, Condenar.
c Gên. 3:22–23; Misericordioso. 37 a 1 Né. 17:30;
Mois. 4:11. b GEE Remissão de Jacó 1:8; Hel. 7:18.
d 2 Né. 2:16. Pecados. b Al. 13:6–9.
277 ALMA 13:1–7
CAPÍTULO 13 escolherem o bem ou o mal; por-
e 

tanto, tendo escolhido o bem e


Homens são chamados como sumos
exercendo uma f fé muito grande,
sacerdotes por causa de sua grande fé
são g chamados com uma santa
e boas obras — Eles devem ensinar os
vocação, sim, com aquela santa
mandamentos — São santificados por
vocação que lhes foi preparada
meio da retidão e entram no descanso
com uma redenção preparatória
do Senhor — Melquisedeque foi um
e de conformidade com ela.
deles — Anjos declaram boas-novas
4 E assim foram a chamados para
por toda a terra — Eles declararão a
esse santo chamado por causa de
vinda de Cristo. Aproximadamente
sua fé, enquanto outros rejeita-
82 a.C.
ram o Espírito de Deus devido à
E outra vez, meus irmãos, dese- dureza de seu coração e cegueira
jaria chamar vossa atenção para de sua mente; porquanto, se não
a época em que o Senhor Deus tivesse sido por isso, poderiam ter
transmitiu estes mandamentos recebido tão grande b privilégio
a seus filhos; e quisera que vos quanto seus irmãos.
lembrásseis de que o Senhor 5 Ou, em resumo, no princípio
Deus a ordenou sacerdotes segun- achavam-se na a mesma posição
do a sua santa ordem, que era que seus irmãos; assim, esse san-
segundo a ordem de seu Filho, to chamado foi preparado desde a
para que ensinassem estas coisas fundação do mundo para aqueles
ao povo. que não endurecessem o coração,
2 E esses sacerdotes foram orde- por meio da expiação do Filho
nados segundo a a ordem de seu Unigênito que foi preparado —
Filho, de um b modo que permi- 6 E sendo assim chamados por
tisse ao povo saber como espe- esse santo chamado e ordenados
rar pelo seu Filho para receber a ao sumo sacerdócio da santa or-
redenção. dem de Deus, a fim de ensina-
3 E este é o modo pelo qual fo- rem seus mandamentos aos fi-
ram ordenados — sendo a cha- lhos dos homens para que estes
mados e b preparados desde a também pudessem entrar no seu
c 
fundação do mundo, segundo a a 
descanso —
d 
presciência de Deus, por causa de 7 Este sumo sacerdócio sendo
sua grande fé e suas boas obras, segundo a ordem de seu Filho,
sendo primeiramente livres para ordem essa que existia desde a
13 1 a Abr. 2:9, 11. GEE Vida Pré-mortal. 4 a Ét. 12:10.
2 a D&C 107:2–4. d D&C 38:2. b 1 Né. 17:32–35.
b Al. 13:16. e GEE Arbítrio. 5 a 2 Né. 26:28.
3 a D&C 127:2. f GEE Fé. 6 a Al. 12:37; 16:17.
GEE Eleição; g GEE Chamado, GEE Descansar,
Preordenação. Chamado por Deus, Descanso.
b D&C 138:55–56. Chamar;
c Al. 12:25, 30. Sacerdócio.
ALMA 13:8–16 278
fundação do mundo ou, em ou- santificados; e suas vestimen-
a  b 

tras palavras, a sem começo de tas foram branqueadas pelo san-


dias nem fim de anos, sendo pre- gue do Cordeiro.
parado de eternidade a toda eter- 12 Ora, tendo sido a santificados
nidade segundo b sua presciência pelo b Espírito Santo, havendo suas
em todas as coisas — vestimentas sido branqueadas,
8 Ora, eram a ordenados da se- achando-se c puros e imaculados
guinte maneira — Eram chama- perante Deus, só viam o d peca-
dos com um santo chamado e do com e horror; e houve muitos,
ordenados com uma santa orde- e grande foi o seu número, que
nança, tomando sobre si o sumo foram purificados e entraram no
sacerdócio da santa ordem; cha- descanso do Senhor seu Deus.
mado esse e ordenança e sumo 13 E agora, meus irmãos, quise-
sacerdócio que não têm começo ra que vos humilhásseis perante
nem fim — Deus e apresentásseis a frutos dig-
9 Tornam-se, assim, a sumos sa- nos do arrependimento, para que
cerdotes para sempre, segundo a também venhais a entrar nesse
ordem do Filho, o Unigênito do descanso.
Pai, que é sem princípio de dias 14 Sim, humilhai-vos como o
nem fim de anos, que é cheio de povo nos dias de a Melquisedeque,
b 
graça, equidade e verdade. E as- o qual também foi um sumo sacer-
sim é. Amém. dote desta mesma ordem de que
10 Ora, como falei sobre a santa falei; que também tomou sobre si,
ordem, ou seja, esse a sumo sacer- para sempre, o sumo sacerdócio.
dócio, muitos foram ordenados e 15 E foi a esse mesmo Melqui-
tornaram-se sumos sacerdotes de sedeque que a Abraão pagou b dí-
Deus; e isso graças a sua grande zimos; sim, até mesmo nosso pai
fé e b arrependimento e sua reti- Abraão pagou como dízimo uma
dão perante Deus, preferindo ar- décima parte de tudo quanto pos-
repender-se e praticar a retidão suía.
a perecer. 16 Ora, essas a ordenanças fo-
11 Portanto, foram chamados ram instituídas dessa maneira
segundo esta santa ordem e para que, por meio delas, o povo
7 a Heb. 7:3. 11 a Mois. 6:59–60. Al. 37:29.
b GEE Trindade. b 1 Né. 12:10; 13 a Lc. 3:8.
8 a D&C 84:33–42. Al. 5:21–27; 14 a TJS Gên. 14:25–40
GEE Sacerdócio de 3 Né. 27:19–20. (Apêndice da Bíblia);
Melquisedeque. 12 a Rom. 8:1–9. D&C 84:14.
9 a GEE Sumo Sacerdote. GEE Santificação. GEE Melquisedeque.
b 2 Né. 2:6. b GEE Espírito Santo. 15 a GEE Abraão.
GEE Graça. c GEE Pureza, Puro. b Gên. 14:18–20;
10 a D&C 84:18–22. d Mos. 5:2; Mal. 3:8–10.
b GEE Arrepender-se, Al. 19:33. GEE Dízimos.
Arrependimento. e Prov. 8:13; 16 a GEE Ordenanças.
279 ALMA 13:17–25
pudesse ter esperança no Filho de dizer-lhes estas palavras, es-
de Deus, sendo um b símbolo de tendeu a mão em direção a eles e
sua ordem, ou melhor, sendo sua clamou com voz forte, dizendo:
ordem; e isto para que pudessem Agora é o momento de a arrepen-
esperar dele a remissão de seus der-se, porque o dia da salvação
pecados, a fim de entrarem no se aproxima;
descanso do Senhor. 22 Sim, e a voz do Senhor, pela
17 Ora, esse Melquisedeque era a 
boca dos anjos, assim o declara
rei da terra de Salém; e seu povo a todas as nações; sim, declara-o
entregara-se à pratica de iniqui- para que tenham boas novas de
dades e abominações; sim, todos grande alegria; sim, e proclama
se haviam extraviado; praticavam estas boas novas entre todo o seu
toda sorte de iniquidades; povo, sim, mesmo aos que estão
18 Melquisedeque, porém, ten- espalhados sobre a face da Terra;
do exercido uma fé vigorosa e portanto, chegaram até nós.
recebido o ofício do sumo sacer- 23 E elas são-nos dadas a conhe-
dócio segundo a a santa ordem de cer em a termos claros, para que
Deus, pregou o arrependimento possamos entender e não errar; e
a seu povo. E eis que eles se ar- isso por sermos b errantes em uma
rependeram; e Melquisedeque terra estranha; somos, portanto,
estabeleceu paz na terra em seus altamente favorecidos, porque
dias; foi, portanto, chamado de estas boas novas nos foram de-
príncipe da paz, pois era o rei de claradas em todas as partes de
Salém; e governou subordinado a nossa vinha.
seu pai. 24 Pois eis que os a anjos as estão
19 Ora, houve a muitos antes dele declarando a muitos em nossa ter-
e também houve muitos depois, ra, neste momento; e isso com o
mas b nenhum foi maior; portan- propósito de preparar o coração
to, se fez particular menção a ele. dos filhos dos homens para rece-
20 Ora, não necessito estender- ber a sua palavra quando vier em
me sobre o assunto; basta o que sua glória.
já disse. Eis que as a escrituras 25 E agora nós só esperamos ou-
estão diante de vós e, se quiser- vir as alegres novas de sua vinda,
des b deturpá-las, será para vossa que nos foram declaradas pela
destruição. boca de anjos; porque o tempo
21 E então, tendo Alma acabado se aproxima e nós a não sabemos
16 b GEE Simbolismo. 20 a GEE Escrituras. Jacó 4:13;
18 a GEE Sacerdócio de b 2 Ped. 3:16; Ét. 12:39.
Melquisedeque. Al. 41:1. b Jacó 7:26.
19 a Hel. 8:18; 21 a GEE Arrepender-se, 24 a Al. 10:10; 39:19.
D&C 84:6–16; Arrependimento. 25 a 1 Né. 10:4;
107:40–55. 22 a Al. 10:20. 3 Né. 1:13.
b D&C 107:1–4. 23 a 2 Né. 25:7–8; 31:3; 32:7;
ALMA 13:26–14:3 280
quão próximo está. Prouvera a arrependimento para não fazerdes
Deus que fosse em meus dias; mas cair sobre vós a sua ira, a fim de
seja mais cedo ou mais tarde, nele não serdes acorrentados pelas ca-
me regozijarei. deias do a inferno e não sofrerdes
26 E será dado a conhecer a a ho- a segunda b morte.
mens justos e santos pela boca de 31 E Alma disse ao povo muitas
anjos, na ocasião de sua vinda, palavras mais que não estão escri-
para que se cumpram as palavras tas neste livro.
de nossos pais, segundo o que
disseram a respeito dele, confor- CAPÍTULO 14
me o espírito de profecia que es-
Alma e Amuleque são aprisionados
tava neles.
e espancados — Queimados os cren-
27 E agora, meus irmãos, a desejo,
tes e suas escrituras sagradas — Es-
do mais íntimo de meu coração,
ses mártires são recebidos em glória
sim, com grande ansiedade e até
pelo Senhor — As paredes da prisão
dor, que deis ouvidos às minhas
fendem-se e caem — Alma e Amu-
palavras, e abandoneis os vossos
leque são libertados e seus persegui-
pecados, e não procrastineis o dia
dores, mortos. Aproximadamente
do vosso arrependimento;
82–81 a.C.
28 Mas que vos humilheis pe-
rante o Senhor, e invoqueis o seu E aconteceu que depois de haver
santo nome, e a vigieis e oreis con- ele acabado de falar ao povo, mui-
tinuamente, para não serdes b ten- tos acreditaram em suas palavras
tados além do que podeis supor- e começaram a arrepender-se e a
tar; e serdes assim conduzidos examinar as a escrituras.
pelo Santo Espírito, tornando-vos 2 A maior parte deles, porém,
humildes, c mansos, submissos, desejavam destruir Alma e Amu-
pacientes, cheios de amor e lon- leque, porque estavam irados con-
ganimidade; tra Alma por causa da a franqueza
29 a Tendo fé no Senhor, tendo es- de suas palavras a Zeezrom; e di-
perança de que recebereis a vida ziam também que Amuleque lhes
eterna, tendo sempre o b amor de havia b mentido e havia ultrajado
Deus no coração, para que sejais sua lei e também seus advogados
elevados no último dia e entreis e juízes.
em seu c descanso. 3 E estavam também zangados
30 E que o Senhor vos conceda o com Alma e Amuleque; e por eles
26 a Amós 3:7; Lc. 2:8–11. Mansuetude; Condenar;
27 a Mos. 28:3. Paciência. Inferno.
28 a GEE Atalaia, Sentinela, 29 a Al. 7:24. b GEE Morte Espiritual.
Vigiar; b D&C 20:31; 76:116. 14 1 a 2 Re. 22:8–13.
Oração. GEE Caridade. GEE Escrituras.
b 1 Cor. 10:13. c D&C 84:24. 2 a Al. 12:3–7.
c GEE Mansidão, Manso, 30 a GEE Condenação, b Al. 10:27.
281 ALMA 14:4–11
haverem testificado tão claramen- também possuído pelo diabo? E
te contra suas iniquidades, que- cuspiram nele e b afastaram-no do
riam desfazer-se deles secreta- meio deles, como também a todos
mente. os que acreditaram nas palavras
4 Aconteceu, porém, que não que haviam sido ditas por Alma e
o fizeram; mas pegaram-nos e Amuleque; e afastaram-nos e en-
amarraram-nos com cordas for- viaram homens para apedrejá-los.
tes e levaram-nos perante o juiz 8 E reuniram suas esposas e fi-
supremo da terra. lhos; e os que acreditaram ou ha-
5 E o povo apresentou-se para viam sido ensinados a acreditar
testemunhar contra eles, testifi- na palavra de Deus foram atira-
cando que haviam ultrajado a lei dos ao fogo; e também levaram
e os advogados e juízes da terra os seus registros que continham
e também todo o povo que estava as santas escrituras e jogaram-
na terra; e também testificaram nos igualmente no fogo, para que
não existir mais que um Deus e fossem queimados e destruídos
que ele enviaria seu Filho entre o pelo fogo.
povo, mas não o salvaria; e o povo 9 E aconteceu que levaram Alma
testificou muitas outras coisas se- e Amuleque ao lugar do martírio,
melhantes contra Alma e Amule- para testemunharem a destrui-
que. E isto foi feito na presença do ção dos que eram consumidos
juiz supremo da terra. pelo fogo.
6 E aconteceu que Zeezrom fi- 10 E quando viu o sofrimento
cou assombrado com as palavras das mulheres e crianças que eram
que haviam sido ditas; e ele tam- consumidas pelo fogo, Amuleque
bém conhecia a cegueira da mente também sofreu e disse a Alma:
deles, que ele próprio havia cau- Como podemos testemunhar esta
sado com palavras mentirosas; cena horrível? Estendamos, pois,
e sua alma começou a sentir-se a mão e exerçamos o a poder de
a 
atormentada pela b consciência da Deus que está em nós e salvemo-
própria culpa; sim, começou a ser las das chamas.
envolvido pelas penas do inferno. 11 Alma, porém, disse: O Espíri-
7 E aconteceu que começou a to constrange-me a não estender a
clamar ao povo, dizendo: Eis que mão; porque eis que o Senhor as
eu sou a culpado e estes homens recebe para si em a glória; e per-
são imaculados perante Deus. E mite que eles façam isto, ou seja,
começou a interceder por eles da- que o povo lhes faça isto segun-
quele momento em diante; mas do a dureza de seu coração, para
eles insultaram-no, dizendo: Estás que os b julgamentos a que em sua
6 a Al. 15:5. b Al. 15:1. b Salm. 37:8–13;
b GEE Consciência. 10 a Al. 8:30–31. Al. 60:13; D&C 103:3.
7 a Al. 11:21–37. 11 a GEE Glória. GEE Justiça.
ALMA 14:12–22 282
cólera os submeter sejam justos; três dias na prisão, apareceram
e o c sangue dos d inocentes servirá muitos a advogados e juízes e sa-
de testemunho contra eles, sim, e cerdotes e mestres que pertenciam
clamará fortemente contra eles no à seita de Neor; e foram vê-los na
último dia. prisão a fim de questioná-los so-
12  Então Amuleque disse a bre muitas coisas, mas eles nada
Alma: Eis que talvez eles tam- lhes responderam.
bém nos queimem. 19  E aconteceu que o juiz se
13 E Alma disse: Faça-se segun- pôs diante deles e disse: Por que
do a vontade do Senhor. Nossa não respondeis às palavras deste
obra, porém, não está terminada; povo? Não sabeis que tenho po-
portanto, não nos queimarão. der para vos entregar às chamas?
14 Ora, aconteceu que depois de E ordenou-lhes que falassem, mas
consumidos os corpos dos que fo- eles nada responderam.
ram atirados ao fogo, assim como 20 E aconteceu que partiram e
os registros que foram lançados seguiram seus caminhos, mas vol-
com eles, o juiz supremo da terra taram no dia seguinte; e o juiz es-
aproximou-se de Alma e Amu- bofeteou-os novamente na face. E
leque, que estavam amarrados; muitos outros também se adian-
e esbofeteou-os no rosto e disse- taram e neles bateram, dizendo:
lhes: Depois do que haveis pre- Levantar-vos-eis novamente para
senciado, pregareis outra vez a julgardes este povo e condenar-
este povo que eles serão lançados des nossa lei? Pois se tendes tão
num a lago de fogo e enxofre? grande poder, por que não vos
15 Pois vedes que não tendes o a 
libertais?
poder de salvar aqueles que foram 21 E disseram-lhes muitas coisas
lançados no fogo; nem salvou-os semelhantes, rangendo os dentes
Deus por serem da vossa fé. E e cuspindo neles e dizendo: Com
o juiz esbofeteou-os novamente que nos pareceremos quando for-
e perguntou-lhes: Que tendes a mos condenados?
dizer? 22 E muitas coisas semelhantes,
16 Ora, esse juiz pertencia à fé e sim, toda espécie de coisas seme-
ordem de a Neor, que havia mata- lhantes lhes disseram; e assim
do Gideão. zombaram deles durante muitos
17 E aconteceu que Alma e Amu- dias. E não lhes deram alimento,
leque nada lhe responderam; e ele para que padecessem fome; nem
esbofeteou-os novamente e en- água, para que ficassem seden-
tregou-os aos oficiais para serem tos; e também lhes tiraram as
lançados na prisão. vestimentas, para que ficassem
18 E depois de haverem passado nus; e assim foram amarrados
11 c GEE Mártir, Martírio. 14 a Al. 12:17. 18 a Al. 10:14; 11:20.
d Mos. 17:10. 16 a Al. 1:7–15. 20 a Mt. 27:39–43.
283 ALMA 14:23–15:1
com fortes cordas e confinados porta de fora da prisão; e a terra
na prisão. tremeu muito e as paredes da a pri-
23 E aconteceu que tendo assim são partiram-se ao meio, de modo
sofrido durante muitos dias (e era que caíram por terra; e, caindo,
o décimo segundo dia do décimo mataram o juiz supremo e os ad-
mês, no décimo ano em que os juí- vogados e sacerdotes e mestres
zes governaram o povo de Néfi), o que haviam batido em Alma e
juiz supremo da terra de Amonia Amuleque.
e muitos dos seus mestres e advo- 28 E Alma e Amuleque saíram
gados foram à prisão onde Alma ilesos da prisão, porque o Senhor
e Amuleque estavam amarrados lhes havia concedido poder se-
com cordas. gundo sua fé em Cristo. E saíram
24 E o juiz supremo, pondo-se imediatamente da prisão e fica-
a sua frente, bateu neles nova- ram a livres de suas cordas; e a pri-
mente, dizendo-lhes: Se tendes o são ruiu por terra, tendo perecido
poder de Deus, livrai-vos dessas todos os que nela estavam, salvo
cordas e então acreditaremos que Alma e Amuleque; e dirigiram-se
o Senhor destruirá este povo se- imediatamente à cidade.
gundo vossas palavras. 29 Ora, tendo os do povo ouvido
25  E aconteceu que todos se um grande barulho, acorreram em
adiantaram e neles bateram, di- multidões para saber a causa; e
zendo as mesmas palavras, até o quando viram Alma e Amuleque
último; e tendo o último falado, saindo da prisão e as paredes por
o a poder de Deus desceu sobre terra, foram tomados de grande
Alma e Amuleque e eles levanta- medo e fugiram da presença de
ram-se e ficaram de pé. Alma e Amuleque, como uma
26 E Alma clamou, dizendo: Até cabra com sua cria foge de dois
quando, ó Senhor, teremos de so- leões; e assim fugiram da presença
frer estas grandes a aflições? Dá- de Alma e Amuleque.
nos forças, ó Senhor, de acordo
com nossa fé em Cristo, para que CAPÍTULO 15
sejamos libertados. E eles arreben-
Alma e Amuleque vão para Sidom
taram as cordas com que estavam
e organizam uma igreja — Alma
amarrados; e quando o povo viu
cura Zeezrom, que se une à Igreja —
isto, começou a fugir, pois o temor
Muitos são batizados e a Igreja pros-
da destruição caíra sobre eles.
pera — Alma e Amuleque vão para
27 E aconteceu que tão grande
Zaraenla. Aproximadamente 81 a.C.
foi o seu temor que caíram por
terra e não chegaram a alcançar a E aconteceu que foi ordenado a
25 a Al. 8:31. D&C 121:7–8. 28 a Jacó 4:6;
26 a Tg. 5:10–11; 27 a At. 16:26; 3 Né. 28:19–22.
Mos. 17:10–20; Ét. 12:13.
ALMA 15:2–13 284
Alma e a Amuleque que partis- muito fraco, com uma febre ar-
sem daquela cidade; e partiram dente; e sua mente também estava
e foram à terra de Sidom; e eis muito atormentada por causa de
que ali encontraram todos os que suas iniquidades; e quando ele os
haviam deixado a terra de a Amo- viu, estendeu a mão e suplicou-
nia, que haviam sido b expulsos e lhes que o curassem.
apedrejados porque acreditavam 6  E aconteceu que Alma, to-
nas palavras de Alma. mando-lhe a mão, perguntou-
2 E relataram-lhes tudo quanto lhe: a Crês no poder de Cristo para
havia acontecido às suas a mulhe- a salvação?
res e filhos; e também a respeito 7 E ele, respondendo, disse: Sim,
deles próprios e do b poder que os creio em todas as palavras que
libertara. ensinaste.
3 E também Zeezrom jazia en- 8 E disse-lhe Alma: Se crês na
fermo em Sidom, com uma febre redenção de Cristo, podes ser
ardente causada por uma forte an- a 
curado.
gústia mental que sua a iniquida- 9 E ele disse: Sim, eu creio nas
de lhe havia ocasionado; porque tuas palavras.
supunha que Alma e Amuleque 10 E Alma então clamou ao Se-
já não existissem mais; e supunha nhor, dizendo: Ó Senhor, nosso
que haviam sido mortos por causa Deus, tem misericórdia deste ho-
de sua iniquidade. E esse grande mem e a cura-o segundo sua fé
pecado e seus muitos outros pe- em Cristo.
cados aguilhoavam-lhe tanto a 11 E tendo Alma dito estas pa-
mente que se sentia extremamen- lavras, Zeezrom deu um a salto,
te atormentado, não encontrando pôs-se de pé e começou a andar;
alívio; começou, assim, a ser con- e isto se deu para grande espanto
sumido por uma febre ardente. de todo o povo; e a notícia deste
4 Ora, quando soube que Alma acontecimento espalhou-se por
e Amuleque estavam na terra de toda a terra de Sidom.
Sidom, seu coração começou a re- 12  E Alma batizou Zeezrom
cobrar o ânimo; e imediatamente para o Senhor; e ele começou,
lhes enviou uma mensagem pe- daquele dia em diante, a pregar
dindo-lhes que fossem vê-lo. ao povo.
5 E aconteceu que eles foram 13 E Alma organizou uma igreja
imediatamente, atendendo à men- na terra de Sidom e consagrou sa-
sagem que lhes fora enviada; e cerdotes e mestres na terra, a fim
entraram na casa de Zeezrom e de batizarem para o Senhor todos
encontraram-no na cama, doente, os que desejassem ser batizados.
15 1 a Al. 16:2–3, 9, 11. b Al. 14:28. 8 a GEE Curar, Curas.
b Al. 14:7. 3 a Al. 14:6–7. 10 a Mc. 2:1–12.
2 a Al. 14:8–14. 6 a Mc. 9:23. 11 a At. 3:1–11.
285 ALMA 15:14–16:3
14 E aconteceu que eram muitos, própria casa; e confortou-o em
pois vinham em grupos de toda suas tribulações e fortaleceu-o
a região circunvizinha de Sidom; no Senhor.
e eram batizados. 19 E assim terminou o décimo
15 Quanto ao povo que estava ano em que os juízes governaram
na terra de Amonia, porém, conti- o povo de Néfi.
nuou a ser um povo duro de cora-
ção e obstinado; e não se arrepen- CAPÍTULO 16
diam de seus pecados, atribuindo
Os lamanitas destroem o povo de
todo o poder de Alma e Amuleque
Amonia — Zorã lidera os nefitas na
ao diabo; porque eram da seita
vitória sobre os lamanitas — Alma
de a Neor e não acreditavam no
e Amuleque e muitos outros pregam
arrependimento de seus pecados.
a palavra — Eles ensinam que, após
16 E aconteceu que Alma e Amu-
a Sua Ressurreição, Cristo apare-
leque, tendo Amuleque a abando-
cerá aos nefitas. Aproximadamente
nado pela palavra de Deus todo
81–77 a.C.
o seu ouro e prata e coisas pre-
ciosas que estavam na terra de E aconteceu que no décimo pri-
Amonia; e tendo sido b repudiado meiro ano em que os juízes gover-
por aqueles que haviam sido seus naram o povo de Néfi, no quinto
amigos e também por seu pai e dia do segundo mês, tendo havido
parentes; muita paz na terra de Zaraenla,
17 Portanto, depois que Alma não tendo havido guerras nem
organizou a igreja em Sidom, ven- contendas durante um certo nú-
do uma grande a mudança, sim, mero de anos, até o quinto dia do
vendo que o povo havia refreado segundo mês do décimo primeiro
o orgulho de seu coração e co- ano, um clamor de guerra foi ou-
meçado a b humilhar-se perante vido por toda a terra.
Deus e começado a reunir-se em 2 Pois eis que os exércitos dos
seus santuários para c adorar a lamanitas haviam penetrado pe-
Deus diante do altar, d vigiando e los lados do deserto nas fronteiras
orando continuamente para que da terra, até a cidade de a Amonia,
fossem libertados de Satanás e da começando a matar o povo e a
e 
morte e da destruição — destruir a cidade.
18 Ora, como eu disse, Alma, 3 E então aconteceu que antes
vendo todas estas coisas, tomou que os nefitas pudessem reunir
Amuleque e dirigiu-se à terra um exército suficiente para expul-
de Zaraenla, levando-o para sua sá-los da terra, eles a destruíram
15 a Al. 1:2–15. 17 a Al. 16:21. Vigiar;
16 a Lc. 14:33; b GEE Humildade, Oração.
Al. 10:4. Humilde, Humilhar. e GEE Morte Espiritual.
b GEE Perseguição, c GEE Adorar. 16 2 a Al. 15:1, 15–16.
Perseguir. d GEE Atalaia, Sentinela, 3 a Al. 9:18.
ALMA 16:4–13 286
o povo que estava na cidade de que haviam sido aprisionados
Amonia e também alguns nas pelos lamanitas e nenhum dos
fronteiras de Noé, havendo leva- que haviam sido levados cativos
do outros cativos para o deserto. se perdeu. E foram levados por
4 Ora, os nefitas desejavam res- seus irmãos para ocuparem suas
gatar aqueles que haviam sido próprias terras.
levados cativos para o deserto. 9 E assim terminou o décimo
5 Portanto, aquele que havia sido primeiro ano dos juízes, tendo os
nomeado capitão-chefe dos exérci- lamanitas sido expulsos da terra
tos nefitas (e seu nome era Zorã e e o povo de Amonia, a destruído;
tinha dois filhos, Leí e Aa) — ora, sim, toda alma vivente dos amo-
Zorã e seus dois filhos, sabendo niaítas foi b destruída e também
que Alma era sumo sacerdote da a sua grande cidade, a qual, por
igreja e tendo ouvido dizer que causa de sua grandeza, eles ha-
ele possuía o espírito de profe- viam afirmado que Deus não po-
cia, dirigiram-se a ele para saber deria destruir.
onde, no deserto, o Senhor queria 10 Eis que em a um dia, porém,
que fossem procurar seus irmãos ela ficou devastada; e os cadáve-
que haviam sido levados cativos res foram mutilados pelos cães e
pelos lamanitas. pelas feras do deserto.
6 E aconteceu que Alma a inqui- 11 Entretanto, depois de mui-
riu o Senhor sobre esse assunto. E tos dias, seus cadáveres foram
Alma voltou e disse-lhes: Eis que amontoados na face da Terra e
os lamanitas atravessarão o rio Si- cobertos por uma camada fina
don no deserto do sul, bem acima de terra. E tão forte era o mau
das fronteiras da terra de Mânti. E cheiro que o povo não ocupou a
eis que ali os encontrareis, a leste terra de Amonia por muitos anos.
do rio Sidon; e lá o Senhor vos en- E foi chamada de Desolação dos
tregará vossos irmãos que foram Neores; pois eram da seita de
levados cativos pelos lamanitas. a 
Neor os que haviam sido mor-
7 E aconteceu que Zorã e seus tos; e suas terras permaneceram
filhos atravessaram o rio Sidon desoladas.
com seus exércitos e marcharam 12 E os lamanitas não vieram
para muito além das fronteiras de mais guerrear os nefitas até o dé-
Mânti, no deserto do sul, situado cimo quarto ano em que os juízes
no lado leste do rio Sidon. governaram o povo de Néfi. E as-
8 E atacaram os exércitos dos sim, durante três anos o povo de
lamanitas e os lamanitas foram Néfi teve paz contínua em toda
dispersos e impelidos para o de- a terra.
serto; e resgataram seus irmãos 13 E Alma e Amuleque saíram
6 a Al. 43:23–24. Mórm. 6:15–22. 10 a Al. 9:4.
9 a Al. 8:16; 9:18–24; b Al. 25:1–2. 11 a Al. 1:15; 24:28–30.
287 ALMA 16:14–21
pregando o arrependimento ao saíram entre o povo pregavam
povo em seus a templos e em seus contra toda mentira e b embustes
santuários e também em suas b si- e c invejas e contendas e malícias
nagogas, que eram construídas à e vitupérios e roubos, furtos, pi-
maneira dos judeus. lhagens, assassínios, adultérios e
14 E a todos os que desejavam toda espécie de lascívia, procla-
ouvir suas palavras eles prega- mando que tais coisas não deve-
vam a palavra de Deus continua- riam existir —
mente, sem qualquer a acepção de 19 Falando-lhes das coisas que
pessoas. logo deveriam acontecer; sim,
15 E assim saíram Alma e Amu- anunciando-lhes a a vinda do Fi-
leque, como também muitos ou- lho de Deus, seus sofrimentos e
tros que haviam sido escolhidos morte e também a ressurreição
para o trabalho, a pregar a palavra dos mortos.
por toda a terra. E o estabeleci- 20 E muitos perguntavam sobre
mento da igreja foi geral por toda o lugar em que deveria aparecer o
a parte, em toda a região circun- Filho de Deus; e foi-lhes ensinado
vizinha, entre todo o povo nefita. que ele lhes a apareceria b depois
16 E não havia a desigualdade en- de sua ressurreição; e isso o povo
tre eles; o Senhor derramou o seu ouvia com grande satisfação e
Espírito sobre toda a face da terra, contentamento.
a fim de preparar a mente dos fi- 21 E então, depois de a igreja
lhos dos homens, ou seja, prepa- haver sido organizada em toda a
rar-lhes o b coração para receberem terra — tendo obtido a vitória so-
a palavra que lhes seria ensinada bre o diabo, tendo a palavra de
na ocasião de sua vinda — Deus sido pregada em sua pureza
17 Para que não fossem obstina- em toda a terra e tendo o Senhor
dos contra a palavra nem fossem derramado suas bênçãos sobre o
descrentes e caminhassem para povo — assim terminou o décimo
a destruição; mas para que rece- quarto ano em que os juízes go-
bessem a palavra com alegria e, vernaram o povo de Néfi.
como um a ramo, fossem enxerta-
dos na verdadeira b videira para
poderem entrar no c descanso do Relato dos filhos de Mosias, que
Senhor seu Deus. renunciaram a seus direitos ao
18 Ora, esses a sacerdotes que reino pela palavra de Deus e
13 a 2 Né. 5:16. b GEE Vinha do Senhor. nascimento e da morte
b Al. 21:4–6, 20. c Al. 12:37; 13:10–13. de Jesus Cristo.
14 a Al. 1:30. 18 a Al. 15:13. 20 a 2 Né. 26:9;
16 a Mos. 18:19–29; b GEE Enganar, Engano, 3 Né. 11:7–14.
4 Né. 1:3. Fraude. b 1 Né. 12:4–6.
b GEE Coração c GEE Inveja. 21 a Al. 15:17.
Quebrantado. 19 a GEE Jesus Cristo —
17 a Jacó 5:24. Profecias acerca do
ALMA 17:1–7 288
subiram à terra de Néfi para pre- entendimento e haviam exami- b 

gar aos lamanitas; seus sofrimen- nado diligentemente as escritu-


tos e sua libertação, segundo o ras para conhecerem a palavra
registro de Alma. de Deus.
3 Isto, porém, não é tudo; ha-
Abrange os capítulos 17 a 27.
viam-se devotado a muita a ora-
ção e jejum; por isso tinham o es-
CAPÍTULO 17 pírito de profecia e o espírito de
revelação; e quando b ensinavam,
Os filhos de Mosias têm o espírito de
faziam-no com poder e autorida-
profecia e de revelação — Cada um
de de Deus.
segue seu caminho para declarar a
4 E pelo espaço de quatorze anos
palavra aos lamanitas — Amon vai à
haviam ensinado a palavra de
terra de Ismael e torna-se servo do rei
Deus entre os lamanitas, tendo
Lamôni — Amon salva os rebanhos
obtido grande a êxito na b condu-
do rei e mata seus inimigos junto às
ção de muitos ao conhecimento
águas de Sébus. Vers. 1–3, aproxi-
da verdade; sim, pelo poder de
madamente 77 a.C.; Vers. 4, aproxi-
suas palavras muitos foram leva-
madamente 91–77 a.C.; e Vers. 5–39,
dos perante o altar de Deus, para
aproximadamente 91 a.C.
invocar-lhe o nome e c confessar
E então aconteceu que quando seus pecados perante ele.
Alma viajava da terra de Gideão 5 Ora, foram estas as circunstân-
para o sul, em direção à terra de cias que ocorreram em suas via-
Mânti, eis que, para seu assom- gens, pois tiveram muitas aflições;
bro, a encontrou os b filhos de Mo- sofreram muito, tanto física quan-
sias, que se dirigiam à terra de to mentalmente, de fome, sede e
Zaraenla. cansaço; e sofreram também mui-
2 Ora, esses filhos de Mosias tas a tribulações no espírito.
estavam com Alma na ocasião 6 Ora, estas foram as suas via-
em que o anjo lhe apareceu pela gens: a Despediram-se de seu pai,
a 
primeira vez; portanto, Alma se Mosias, no primeiro ano dos juí-
regozijou muito por haver en- zes; b recusaram o reino que o pai
contrado seus irmãos; e o que desejava conferir-lhes; esta era
o alegrou ainda mais foi que também a vontade do povo;
eles ainda eram seus irmãos no 7 Não obstante, partiram da ter-
Senhor; sim, e haviam-se fortale- ra de Zaraenla com suas espadas e
cido no conhecimento da verdade; suas lanças e seus arcos e suas fle-
porque eram homens de grande chas e suas fundas; e isto fizeram
17 1 a Al. 27:16. Oração. c GEE Confessar,
b Mos. 27:34. b GEE Ensinar, Mestre — Confissão.
2 a Mos. 27:11–17. Ensinar com o Espírito. 5 a Al. 8:10.
b GEE Escrituras. 4 a Al. 29:14. 6 a Mos. 28:1, 5–9.
3 a GEE Jejuar, Jejum; b GEE Obra Missionária. b Mos. 29:3.
289 ALMA 17:8–16
para conseguir alimento enquanto dirigir-se aos lamanitas e pregar-
estivessem no deserto. lhes a palavra de Deus.
8 E assim partiram para o de- 13 E aconteceu que, tendo che-
serto com o grupo que haviam gado às fronteiras da terra dos la-
escolhido, a fim de subirem à terra manitas, a separaram-se, confiando
de Néfi para pregar a palavra de no Senhor que voltariam a reunir-
Deus aos lamanitas. se no fim de sua b colheita; por-
9 E aconteceu que viajaram mui- que acreditavam que grande era
tos dias no deserto; e jejuaram e a obra que haviam empreendido.
a 
oraram muito para que o Senhor 14 E certamente era grande, por-
lhes concedesse que uma porção que se haviam proposto a pregar
de seu Espírito os acompanhasse a palavra de Deus a um povo a sel-
e permanecesse com eles, a fim vagem, duro e feroz, um povo que
de servirem de b instrumento nas se deleitava em matar os nefitas
mãos de Deus, para, se possível, e roubá-los e despojá-los; e seu
levarem seus irmãos, os lama- coração estava nas riquezas, ou
nitas, a conhecerem a verdade, seja, no ouro e na prata e nas pe-
a conhecerem a iniquidade das dras preciosas; mas procuravam
c 
tradições de seus pais, que não obter essas coisas pelo assassínio
eram certas. e pilhagem, para não terem que
10 E aconteceu que o Senhor os trabalhar por elas com as pró-
a 
visitou com seu b Espírito e disse- prias mãos.
lhes: c Consolai-vos; e eles foram 15 De modo que eram um povo
consolados. bastante indolente; muitos deles
11 E o Senhor também lhes dis- adoravam ídolos e a a maldição
se: Ide estabelecer minha palavra de Deus havia caído sobre eles
entre os lamanitas, vossos irmãos; por causa das b tradições de seus
contudo, sereis a pacientes nos so- pais; não obstante, as promessas
frimentos e aflições, para dar-lhes do Senhor estendiam-se a eles,
bons exemplos em mim; e eu farei sob condição de arrependimento.
de vós instrumentos em minhas 16 Por conseguinte, esse era o
mãos para a salvação de muitas a 
motivo pelo qual os filhos de Mo-
almas. sias haviam empreendido esse tra-
12 E aconteceu que o coração balho, para que talvez pudessem
dos filhos de Mosias, assim como levá-los ao arrependimento; para
aqueles que com eles estavam, que talvez os levassem a conhecer
encheram-se de coragem para o plano de redenção.
9 a Al. 25:17. b GEE Espírito Santo. 14 a Mos. 10:12.
GEE Oração. c Al. 26:27. 15 a Al. 3:6–19;
b Mos. 23:10; 11 a Al. 20:29. 3 Né. 2:15–16.
Al. 26:3. GEE Paciência. b Al. 9:16–24; 18:5.
c Al. 3:10–12. 13 a Al. 21:1. 16 a Mos. 28:1–3.
10 a D&C 5:16. b Mt. 9:37.
ALMA 17:17–29 290
17 Separaram-se, portanto, uns 24 E aconteceu que o rei Lamôni
dos outros e foram para o meio ficou muito satisfeito com Amon
deles, cada um por si, segundo e ordenou que lhe desatassem
a palavra e o poder de Deus que as cordas; e desejava que Amon
lhe fora concedido. tomasse uma de suas filhas para
18 Ora, Amon, sendo o princi- esposa.
pal entre eles, ou melhor, aquele 25 Amon, porém, disse-lhe: Não,
que administrava entre eles, se- mas serei teu servo. Amon tornou-
parou-se deles depois de os haver se, portanto, servo do rei Lamôni.
a 
abençoado segundo suas várias E aconteceu que ele foi colocado
posições, tendo-lhes transmitido entre outros servos para guardar
a palavra de Deus, ou seja, tendo- os rebanhos de Lamôni, segundo
os ensinado antes de sua partida; o costume dos lamanitas.
e assim eles começaram a viajar 26 E depois de haver estado três
por toda a terra. dias a serviço do rei, quando ia
19 E Amon dirigiu-se à terra de com os servos lamanitas levando
Ismael, assim denominada se- os rebanhos para o bebedouro
gundo os filhos de a Ismael, que que era chamado águas de Sébus,
também se tornaram lamanitas. onde todos os lamanitas levavam
20 E quando Amon entrou na seus rebanhos para beber —
terra de Ismael, os lamanitas pe- 27 Aconteceu que quando Amon
garam-no e amarraram-no, pois e os servos do rei levavam os re-
era seu costume amarrar todos os banhos a esse bebedouro, eis que
nefitas que caíam em suas mãos e um certo número de lamanitas,
levá-los à presença do rei; e assim que haviam dado de beber a seus
ficava a critério do rei matá-los ou rebanhos, dispersaram os reba-
retê-los cativos ou mandá-los para nhos de Amon e dos servos do rei;
a prisão ou desterrá-los, segundo e dispersaram-nos de tal modo
a sua vontade e prazer. que fugiram em muitas direções.
21 E assim Amon foi levado à 28 Ora, os servos do rei começa-
presença do rei que governava a ram a murmurar, dizendo: Agora
terra de Ismael e cujo nome era o rei nos matará, como fez com
Lamôni; e ele era descendente de nossos irmãos, porque seus re-
Ismael. banhos foram espalhados pela
22 E o rei perguntou a Amon se maldade destes homens. E co-
era seu desejo morar na terra, entre meçaram a chorar amargamente,
os lamanitas, ou entre seu povo. dizendo: Eis que nossos rebanhos
23 E Amon respondeu-lhe: Sim, já estão espalhados.
desejo habitar com este povo por 29 Ora, eles choravam por temor
algum tempo; sim, e talvez até o de serem mortos. E quando Amon
dia de minha morte. viu isso, seu coração encheu-se de
18 a GEE Abençoado, Abençoar, Bênção. 19 a 1 Né. 7:4–6.
291 ALMA 17:30–39
alegria, pelo que disse: Mostrarei segundo seu prazer, porque não
a estes companheiros o meu po- sabiam que o Senhor havia pro-
der, ou seja, o poder que está em metido a Mosias a livrar seus filhos
mim, recuperando os rebanhos das mãos deles; nem sabiam nada
do rei a fim de conquistar-lhes o a respeito do Senhor; portanto, se
coração e induzi-los a acreditar deleitavam em destruir seus ir-
em minhas palavras. mãos e, por isso, espalhavam os
30 E estes foram os pensamentos rebanhos do rei.
de Amon, quando viu as aflições 36 a Amon, porém, adiantou-se e
daqueles a quem chamava seus começou a apedrejá-los com sua
irmãos. funda; sim, arremessou-lhes pe-
31 E aconteceu que os alentava dras com muita força e matou
com suas palavras, dizendo: Ir- assim b alguns deles, de modo que
mãos, tende bom ânimo e parta- ficaram espantados com sua força;
mos em busca dos rebanhos; nós não obstante, estavam irados com
reuni-los-emos e trá-los-emos de a morte de seus irmãos e decidi-
volta ao bebedouro; e assim pre- ram derrubá-lo; vendo, pois, que
servaremos os rebanhos para o rei, c 
não conseguiam atingi-lo com
que não nos tirará a vida. pedras, avançaram, armados de
32 E aconteceu que foram pro- clavas, para matá-lo.
curar os rebanhos, seguindo 37 Eis que Amon, porém, com
Amon; correndo com muita ligei- sua espada cortava o braço de
reza conseguiram deter os reba- cada homem que levantava a cla-
nhos do rei e levá-los novamente va para feri-lo; pois resistiu a seus
ao bebedouro. golpes, cortando-lhes o braço com
33 E aqueles homens levanta- o fio de sua espada, tanto que co-
ram-se novamente para espalhar meçaram a ficar assombrados e a
os rebanhos; mas Amon disse a fugir dele; sim, e não eram pou-
seus irmãos: Cercai os rebanhos, cos, mas ele, com a força de seu
para que não fujam; eu contende- braço, fez com que fugissem.
rei com os homens que dispersam 38 Ora, seis deles caíram pelo
nossos rebanhos. arremesso de sua funda, mas com
34 Portanto, fizeram como lhes a espada somente matou o chefe;
ordenou Amon e ele foi pelejar cortou entretanto quantos braços
com aqueles que estavam junto se levantaram contra ele; e não
às águas de Sébus; e não eram foram poucos.
poucos. 39 E tendo feito com que fu-
35 Não tinham, portanto, medo gissem para bem longe, voltou;
de Amon, pois supunham que um e deram de beber aos rebanhos
de seus homens poderia matá-lo e depois os reconduziram às
35 a Mos. 28:7; 36 a Ét. 12:15. c Al. 18:3.
Al. 19:22–23. b Al. 18:16.
ALMA 18:1–7 292
pastagens do rei; dirigiram-se to- porém, que ele não pode ser mor-
a 

dos então à presença do rei, car- to pelos inimigos do rei; nem po-
regando os braços daqueles que dem eles dispersar os rebanhos do
haviam procurado matá-lo e que rei quando ele está conosco, gra-
haviam sido cortados pela espada ças a sua destreza e grande força;
de Amon; e foram levados ao rei sabemos, portanto, que ele é ami-
como testemunho das coisas que go do rei. E agora, ó rei, não acre-
haviam feito. ditamos que um homem tenha tão
grande poder, porque sabemos
CAPÍTULO 18 que ele não pode ser morto.
4 E então, quando o rei ouviu
O rei Lamôni supõe que Amon seja
estas palavras, disse-lhes: Agora
o Grande Espírito — Amon ensina o
sei que é o Grande Espírito; e veio
rei a respeito da criação, dos procedi-
nesta ocasião para preservar vos-
mentos de Deus para com os homens
sa vida, a fim de que eu não vos
e da redenção recebida por meio de a 
mate como matei vossos irmãos.
Cristo — Lamôni crê e cai por terra,
Ora, este é o Grande Espírito de
como se estivesse morto. Aproxima-
quem falaram nossos pais.
damente 90 a.C.
5 Ora, esta era a tradição de La-
E aconteceu que o rei Lamôni môni, que ele havia recebido de seu
fez com que seus servos se apre- pai, de que existia um a Grande Es-
sentassem e testificassem todas pírito. Apesar de acreditarem num
as coisas que haviam visto con- Grande Espírito, pensavam que
cernentes ao assunto. tudo que fizessem estaria certo; não
2 E quando todos haviam testifi- obstante, começou Lamôni a temer
cado as coisas que presenciaram e muito, com medo de haver pro-
o rei inteirou-se da fidelidade de cedido mal ao matar seus servos;
Amon em defender seus rebanhos 6 Porque ele havia matado mui-
e também de seu grande poder tos deles por haverem seus irmãos
ao lutar contra os que haviam dispersado os rebanhos junto às
procurado matá-lo, ficou muito águas; e assim, por haverem seus
espantado e disse: Certamente rebanhos sido dispersados, foram
este é mais do que um homem. mortos.
Eis que não é este o Grande Espí- 7 Ora, era costume destes lama-
rito que envia tão grandes casti- nitas postarem-se perto das águas
gos a este povo por causa de seus de Sébus para dispersarem os re-
homicídios? banhos do povo e assim levarem
3 E responderam ao rei, dizendo: para suas terras muitos dos que
Se ele é o Grande Espírito ou um eram dispersos, pois entre eles
homem, não o sabemos; sabemos, esta era uma forma de furtar.
18 3 a Al. 17:34–38. 5 a Al. 19:25–27.
4 a Al. 17:28–31. GEE Trindade.
293 ALMA 18:8–20
8 E aconteceu que o rei Lamôni poderosos; e por isso disse-lhe:
perguntou a seus servos: Onde Rabana, o rei deseja que fiques.
está esse homem que tem tão 14 E Amon, voltando-se para o
grande poder? rei, disse-lhe: Que desejas que eu
9 E responderam-lhe: Eis que faça por ti, ó rei? E o rei não lhe
está tratando de teus cavalos. Ora, respondeu pelo espaço de uma
o rei havia ordenado a seus ser- hora, de acordo com a sua medi-
vos, antes da hora de dar de be- da de tempo, porque não sabia o
ber aos rebanhos, que lhe prepa- que lhe dizer.
rassem os cavalos e carros para 15 E aconteceu que Amon per-
conduzirem-no à terra de Néfi, guntou novamente: Que desejas de
porque na terra de Néfi fora de- mim? Mas o rei não lhe respondeu.
cretada uma grande festa pelo 16  E aconteceu que, estando
pai de Lamôni, que era o rei de cheio do Espírito de Deus, Amon
toda a terra. percebeu, portanto, os a pensa-
10 Ora, quando o rei Lamôni mentos do rei. E disse-lhe: Será
soube que Amon estava preparan- que é por teres ouvido que de-
do seus cavalos e carros, admirou- fendi teus servos e teus rebanhos
se ainda mais de sua fidelidade, e matei sete de seus irmãos com
dizendo: Certamente jamais hou- a funda e com a espada e cortei o
ve alguém entre todos os meus braço de outros, a fim de defender
servos que me tenha sido tão fiel os teus rebanhos e teus servos?
como este homem; porque ele se Eis que será esse o motivo de tua
lembra de executar todas as mi- admiração?
nhas ordens. 17 Digo-te: Por que te admiras
11 Ora, estou certo de que este tanto? Eis que sou um homem
é o Grande Espírito e desejaria e sou teu servo; portanto, tudo
que viesse a mim; porém não me quanto desejares, sendo justo, eu
atrevo. o farei.
12 E aconteceu que, tendo prepa- 18 Ora, quando o rei ouviu estas
rado os cavalos e os carros para o palavras tornou a maravilhar-se,
rei e seus servos, Amon se dirigiu porque percebeu que Amon podia
ao rei e viu que o semblante do a 
discernir-lhe os pensamentos;
rei se havia modificado; portan- não obstante, o rei Lamôni abriu
to, estava para retirar-se de sua a boca e perguntou-lhe: Quem és
presença. tu? És tu aquele Grande Espírito
13 E um dos servos do rei dis- que b conhece todas as coisas?
se-lhe: Rabana, que, interpreta- 19 Amon respondeu-lhe e disse:
do, significa poderoso ou grande Não sou.
rei, pois consideravam seus reis 20 E disse o rei: Como conheces
16 a Al. 12:3. Dom de.
18 a GEE Discernimento, b GEE Trindade.
ALMA 18:21–36 294
os pensamentos de meu coração? ele criou todas as coisas que es-
Podes falar sem temor a respeito tão na Terra; mas não conheço
destas coisas; dize-me também os céus.
com que poder mataste e cortas- 30 E Amon disse-lhe: O céu é o
te o braço de meus irmãos que lugar onde Deus habita com todos
dispersaram os meus rebanhos — os seus santos anjos.
21 E então, se me explicares a 31 E o rei Lamôni perguntou-lhe:
respeito destas coisas, dar-te-ei Fica acima da Terra?
o que desejares; e se fosse neces- 32 E Amon disse: Sim, e ele ob-
sário, defender-te-ia com meus serva todos os filhos dos homens
exércitos; sei, porém, que és mais e conhece todos os seus a pensa-
poderoso que todos eles; não obs- mentos e intenções; porque por
tante, conceder-te-ei tudo que de- sua mão foram todos eles criados
sejares de mim. desde o princípio.
22 Ora, Amon, sendo sábio em- 33 E o rei Lamôni disse: Creio
bora inofensivo, disse a Lamôni: em todas estas coisas que disseste.
Escutarás minhas palavras, se eu Foste enviado por Deus?
te disser por que poder faço es- 34 Respondeu-lhe Amon: Eu sou
tas coisas? E isto é o que desejo um a homem; e o homem, no prin-
de ti. cípio, foi criado segundo a ima-
23 E o rei respondeu-lhe, dizen- gem de Deus; e seu Santo Espírito
do: Sim, acreditarei em todas as chamou-me para b ensinar estas
tuas palavras. E assim foi apanha- coisas a este povo, para que ve-
do com astúcia. nha a conhecer aquilo que é justo
24 E Amon começou a falar-lhe e verdadeiro;
com a ousadia, dizendo: Crês tu 35 E uma porção desse a Espí-
que existe um Deus? rito habita em mim, dando-me
25 E ele respondeu-lhe, dizendo: b 
conhecimento e também poder
Não sei o que isso significa. segundo minha fé e desejos que
26 E disse-lhe então Amon: Crês estão em Deus.
tu que existe um Grande Espírito? 36 Ora, após ter dito estas pala-
27 E ele respondeu: Sim. vras, Amon principiou pela cria-
28  E disse-lhe Amon: Esse é ção do mundo e também a cria-
Deus. E disse-lhe mais: Crês tu ção de Adão; e contou-lhe todas
que esse Grande Espírito, que é as coisas concernentes à queda
Deus, criou todas as coisas que do homem, a explicando e mos-
estão nos céus e na Terra? trando os registros e as sagradas
29 E ele disse: Sim, eu creio que b 
escrituras do povo, as quais os
24 a Al. 38:12. Ét. 3:13–16. b GEE Conhecimento.
32 a Amós 4:13; b GEE Ensinar, Mestre — 36 a Mos. 1:4;
3 Né. 28:6; Ensinar com o Espírito. Al. 22:12; 37:9.
D&C 6:16. 35 a GEE Inspiração, b GEE Escrituras.
34 a Mos. 7:27; Inspirar.
295 ALMA 18:37–19:5
profetas haviam declarado des-
c 
pelo espaço de dois dias e duas
de a época em que seu pai, Leí, noites; e sua mulher e seus filhos
deixara Jerusalém. e suas filhas choraram por ele se-
37 E ele também lhes relatou (ao gundo o costume dos lamanitas,
rei e a seus servos) todas as via- lamentando grandemente a sua
gens de seus pais no deserto e to- perda.
dos os seus sofrimentos, causados
pela fome e pela sede, bem como CAPÍTULO 19
suas labutas e assim por diante.
Lamôni recebe a luz da vida eterna e
38 E ele também lhes falou sobre
vê o Redentor — Os de sua casa caem
as rebeliões de Lamã e Lemuel e
por terra, dominados pelo assombro,
dos filhos de Ismael, sim, relatou-
e alguns veem anjos — Amon é pre-
lhes todas as rebeliões; e explicou-
servado milagrosamente — Ele batiza
lhes todos os registros e escrituras,
muitos e estabelece uma igreja entre
desde o tempo em que Leí deixara
eles. Aproximadamente 90 a.C.
Jerusalém até aquela época.
39 Isto, porém, não é tudo; pois E aconteceu que, passados dois
explicou-lhes o a plano de reden- dias e duas noites, estavam a pon-
ção, que foi preparado desde a to de levar seu corpo e depositá-
fundação do mundo; e também lo em um sepulcro que haviam
fez que soubessem a respeito da feito com o propósito de enterrar
vinda de Cristo e deu-lhes a co- seus mortos.
nhecer todas as obras do Senhor. 2 Ora, a rainha, tendo ouvido
40 E aconteceu que após ter dito falar sobre a fama de Amon, man-
todas essas coisas e tê-las explica- dou, portanto, chamá-lo a sua
do ao rei, o rei acreditou em todas presença.
as suas palavras. 3 E aconteceu que Amon fez o
41 E começou a clamar ao Se- que lhe foi ordenado e procurou
nhor, dizendo: Ó Senhor, tem mi- a rainha e perguntou-lhe o que
sericórdia; a mesma abundante desejava que ele fizesse.
a 
misericórdia que tiveste para com 4 E ela disse-lhe: Os servos de
o povo de Néfi, tem para comigo meu marido informaram-me que
e meu povo. és a profeta de um santo Deus e
42 E então, quando disse isto, que tens o poder de realizar gran-
caiu por terra como se estivesse des obras em seu nome;
morto. 5 Portanto, se assim é, desejo
43 E aconteceu que seus servos que entres e vejas meu marido,
o pegaram e carregaram-no para porque ele já está deitado em seu
junto de sua esposa e deitaram-no leito pelo espaço de dois dias e
na cama; e ele ficou como morto duas noites; e alguns dizem que
36 c At. 3:18–21. Redenção. Misericordioso.
39 a GEE Plano de 41 a GEE Misericórdia, 19 4 a GEE Profeta.
ALMA 19:6–14 296
ele não está morto, porém outros sejas por causa de tua grande a fé;
dizem que morreu e cheira mal, digo-te, mulher, que nunca houve
e que deveria ser sepultado; mas tão grande fé entre todo o povo
para mim ele não cheira mal. nefita.
6 Ora, isso era o que Amon de- 11 E aconteceu que ela velou
sejava, porque sabia que o rei La- junto à cama do marido daquele
môni estava sob o poder de Deus; momento até o dia seguinte, na
sabia que o escuro a véu da incre- hora estabelecida por Amon para
dulidade lhe estava sendo tirado que se levantasse.
da mente e que a b luz que lhe ilu- 12 E aconteceu que ele se le-
minava a mente, que era a luz da vantou, conforme as palavras de
glória de Deus, que era uma luz Amon; e, ao levantar-se, esten-
maravilhosa de sua bondade — deu a mão à mulher e disse-lhe:
sim, essa luz havia-lhe infundido Abençoado seja o nome de Deus
tanta alegria na alma, tendo-se e bendita és tu.
dissipado a nuvem de escuridão, 13 Porque tão certo como tu vi-
que a luz da vida eterna se lhe ha- ves, eis que vi meu Redentor; e ele
via acendido na alma; sim, sabia virá e a nascerá de uma b mulher e
que isto havia dominado o corpo redimirá toda a humanidade que
natural do rei e que ele fora arre- crê em seu nome. Ora, tendo dito
batado em Deus; estas palavras, transbordou-se-
7 Portanto, o que a rainha lhe lhe o coração e outra vez ele caiu
pediu era unicamente o que ele por terra, de alegria; e a rainha
desejava. Assim, entrou para ver também caiu por terra, dominada
o rei, como lhe havia pedido a rai- pelo Espírito.
nha; e vendo o rei, soube que ele 14 Ora, Amon, vendo que o Espí-
não estava morto. rito do Senhor se havia derrama-
8 Disse então à rainha: Ele não do de acordo com suas a orações,
está morto, mas dorme em Deus sobre os lamanitas, seus irmãos,
e amanhã se levantará outra vez; que haviam sido a causa de tanta
portanto, não o sepultes. dor entre os nefitas, ou melhor,
9 E disse-lhe Amon: Crês tu nis- entre todo o povo de Deus, devido
so? E ela disse-lhe: Não tive prova às suas iniquidades e suas b tradi-
alguma, a não ser a tua palavra e ções, caiu de joelhos e começou
a palavra de nossos servos; não a extravasar a alma em oração e
obstante, acredito que será como agradecimento a Deus pelo que
dizes. havia feito por seus irmãos; e foi
10 E disse-lhe Amon: Abençoada também dominado pela c alegria;
6 a 2 Cor. 4:3–4. 13 a GEE Jesus Cristo — 14 a D&C 42:14.
GEE Véu. Profecias acerca do b Mos. 1:5.
b GEE Luz, Luz de Cristo. nascimento e da morte c GEE Alegria.
10 a Lc. 7:9. de Jesus Cristo.
GEE Fé. b 1 Né. 11:13–21.
297 ALMA 19:15–23
e assim, todos os três caíram por
d 
como mortos; e também viram
terra. Amon e eis que era um nefita.
15 Ora, quando os servos do rei 19 E então começaram a murmu-
viram que eles haviam caído por rar entre si; alguns diziam que era
terra, também começaram a cla- um grande mal que havia caído
mar a Deus, porque o temor do sobre eles, ou seja, sobre o rei e
Senhor também se havia apode- sua casa, porque ele havia permi-
rado deles, pois foram a eles que tido que o nefita a permanecesse
se haviam apresentado perante na terra.
o rei e testificado a ele o grande 20 Outros, porém, os repreen-
poder de Amon. diam, dizendo: O rei trouxe este
16 E aconteceu que invocaram mal sobre sua casa porque ele ma-
o nome do Senhor com toda a tou seus servos, cujos rebanhos
força, até caírem todos por terra, haviam sido dispersos nas a águas
exceto uma das mulheres lama- de Sébus.
nitas, por nome Abis, que muitos 21 E eles também foram repreen-
anos antes se convertera ao Se- didos por aqueles homens que,
nhor graças a uma notável visão junto às águas de Sébus, haviam
de seu pai — a 
dispersado os rebanhos que per-
17 Assim, tendo sido convertida tenciam ao rei; porque estavam
ao Senhor e jamais o tendo revela- indignados com Amon, por cau-
do, quando viu que todos os ser- sa do número de seus irmãos que
vos de Lamôni haviam caído por ele havia matado junto às águas
terra e que também se achavam de Sébus enquanto defendia os
prostrados por terra sua ama, a rebanhos do rei.
rainha, e o rei e Amon, soube que 22 Ora, um deles, cujo irmão
era o poder de Deus; e acreditan- havia sido a morto pela espada
do que esta oportunidade, infor- de Amon, estando muito irado
mando ao povo o que se passara contra Amon, desembainhou a
entre eles, que, contemplando esta espada e adiantou-se para fazê-la
cena, a seriam levados a acreditar cair sobre Amon e matá-lo; e ao
no poder de Deus, ela correu, por- levantar a espada para golpeá-lo,
tanto, de casa em casa, comuni- eis que caiu morto.
cando o sucedido ao povo. 23 Ora, vemos que Amon não
18 E começaram a reunir-se na podia ser morto, porque o a Senhor
casa do rei. E juntou-se uma mul- dissera a Mosias, seu pai: Poupá-
tidão que, admirada, viu que o rei lo-ei e acontecerá com ele segundo
e a rainha e seus servos estavam a tua fé — portanto, Mosias b con-
prostrados por terra e ali jaziam fiara-o ao Senhor.
14 d Al. 27:17. 19 a Al. 17:22–23. 22 a Al. 17:38.
15 a Al. 18:1–2. 20 a Al. 17:26; 18:7. 23 a Mos. 28:7; Al. 17:35.
17 a Mos. 27:14. 21 a Al. 17:27; 18:3. b GEE Confiança, Confiar.
ALMA 19:24–34 298
24 E aconteceu que quando a 29 E aconteceu que, tendo-se
multidão viu que o homem que adiantado, tomou a mão da rainha
levantara a espada para matar para ver se conseguia levantá-la
Amon havia caído morto, todos do chão; e assim que lhe tocou a
foram tomados pelo medo e não mão, ela levantou-se e clamou em
ousaram estender a mão para alta voz, dizendo: Oh! Abençoado
tocá-lo nem a qualquer dos que Jesus, que me salvou de um a infer-
haviam caído; e começaram no- no horrível! Ó Deus bendito, tem
vamente a maravilhar-se, ima- b 
misericórdia deste povo!
ginando qual seria a causa desse 30 E tendo dito isso, juntou as
grande poder ou o que poderiam mãos, cheia de alegria, dizendo
significar todas essas coisas. muitas palavras que não foram
25 E aconteceu que muitos den- compreendidas; e tendo feito isso,
tre eles diziam que Amon era o tomou o rei Lamôni pela mão e
Grande Espírito; e outros diziam eis que ele se levantou e pôs-se
que ele havia sido enviado pelo de pé.
a 
Grande Espírito; 31 E ele, vendo a contenda en-
26 Mas outros repreendiam a tre seu povo, imediatamente se
todos, dizendo que ele era um adiantou e começou a repreendê-
monstro enviado pelos nefitas los e a ensinar-lhes as a palavras
para atormentá-los. que ouvira da boca de Amon; e
27 E havia alguns que diziam ter todos os que deram ouvidos às
sido Amon enviado pelo Grande suas palavras creram e foram con-
Espírito para afligi-los por causa vertidos ao Senhor.
de suas iniquidades; e que era o 32 Mas houve muitos entre eles
Grande Espírito que sempre au- que não deram ouvidos às suas
xiliara os nefitas, que sempre os palavras; portanto, seguiram o
livrara de suas mãos; e diziam seu caminho.
que fora esse Grande Espírito que 33 E aconteceu que quando se
havia destruído tantos de seus ir- levantou, Amon também pregou
mãos, os lamanitas. a eles e assim também fizeram to-
28 E assim a disputa entre eles dos os servos de Lamôni; e todos
tornou-se muito acalorada. E en- disseram ao povo a mesma coi-
quanto estavam deste modo dis- sa — que seu coração havia sido
cutindo, a a serva que fizera com a 
transformado; que não deseja-
que a multidão se reunisse, ven- vam mais praticar o b mal.
do as disputas que havia entre o 34 E eis que muitos declararam
povo, entristeceu-se muito, até as ao povo que haviam visto a anjos e
lágrimas. que com eles haviam conversado;
25 a Al. 18:2–5. Misericordioso. b Mos. 5:2; Al. 13:12.
28 a Al. 19:16. 31 a Al. 18:36–39. 34 a GEE Anjos.
29 a 1 Né. 14:3. 33 a GEE Nascer de Deus,
b GEE Misericórdia, Nascer de Novo.
299 ALMA 19:35–20:9
e, assim, relataram-lhes coisas de 3 Ora, aconteceu que quando
Deus e de sua retidão. ouviu isto, Amon disse a Lamôni:
35 E aconteceu que muitos deles Eis que meu irmão e meus com-
acreditaram em suas palavras; panheiros estão na prisão em
e todos os que acreditaram fo- Midôni e eu para lá irei a fim de
ram a batizados; e tornaram-se um libertá-los.
povo justo e organizaram uma 4 Então Lamôni disse a Amon:
igreja entre eles. Sei que com o a poder do Senhor
36 E assim começou a obra do podes realizar todas as coisas. Irei,
Senhor entre os lamanitas; deste porém, contigo à terra de Midôni,
modo o Senhor começou a derra- porque o rei da terra de Midô-
mar-lhes o seu Espírito; e vemos ni, cujo nome é Antiono, é meu
que o seu braço está estendido a amigo; portanto, irei à terra de
a 
todos os povos que se arrepen- Midôni, a fim de agradar ao rei
dem e creem em seu nome. da terra e ele soltará teus irmãos
da b prisão. Então lhe perguntou
CAPÍTULO 20 Lamôni: Quem te informou que
teus irmãos estavam na prisão?
O Senhor envia Amon a Midôni para
5 E respondeu-lhe Amon: Nin-
libertar seus irmãos aprisionados —
guém me contou, a não ser Deus;
Amon e Lamôni encontram o pai
e ele disse-me — Vai libertar teus
de Lamôni, que é rei de toda aquela
irmãos, porque se acham na pri-
terra — Amon compele o velho rei a
são, na terra de Midôni.
aprovar a libertação de seus irmãos.
6 Ora, quando Lamôni ouviu
Aproximadamente 90 a.C.
isso, fez com que os servos apron-
E aconteceu que depois de ha- tassem seus a cavalos e seus carros.
verem eles organizado uma igreja 7 E disse a Amon: Vem, desce-
naquela terra, o rei Lamôni de- rei contigo à terra de Midôni e lá
sejou que Amon fosse com ele à suplicarei ao rei que liberte teus
terra de Néfi para apresentá-lo a irmãos da prisão.
seu pai. 8 E aconteceu que Amon e La-
2 E Amon ouviu a voz do Se- môni, quando para lá se dirigiam,
nhor, dizendo: Não subirás à ter- encontraram o pai de Lamôni, que
ra de Néfi, porque eis que o rei era rei a de toda a terra.
procurará tirar-te a vida; irás, 9 E eis que o pai de Lamôni lhe
porém, à terra de Midôni; porque perguntou: Por que não vieste à
eis que teu irmão Aarão e tam- a 
festa naquele grande dia em que
bém Mulóqui e Amá se acham dei uma festa a meus filhos e a
na prisão. meu povo?
35 a GEE Batismo, Batizar. 20 4 a Al. 26:12. 8 a Al. 22:1.
36 a 2 Né. 26:33; b Al. 20:28–30. 9 a Al. 18:9.
Al. 5:33. 6 a Al. 18:9–10.
ALMA 20:10–24 300
10  E também lhe perguntou: 17 Mas Amon adiantou-se e dis-
Para onde vais com esse nefita, se-lhe: Eis que tu não matarás teu
que é um dos filhos de um a men- filho; não obstante, a melhor seria
tiroso? que ele morresse do que tu, por-
11 E aconteceu que Lamôni, te- que eis que ele se b arrependeu de
mendo ofendê-lo, explicou-lhe seus pecados; mas se tu caísses
para onde ia. agora, com tua ira, tua alma não
12 E contou-lhe também todos poderia ser salva.
os motivos de haver permanecido 18 E também é conveniente que
em seu próprio reino, não tendo te reprimas, porque, se a matasses
ido à festa que seu pai havia pre- teu filho, sendo ele um homem
parado. inocente, o seu sangue clamaria
13 E então, quando Lamôni ex- da terra ao Senhor seu Deus, para
plicou-lhe todas essas coisas, eis que a vingança caísse sobre ti; e
que, para seu espanto, indignou-se talvez perdesses tua b alma.
o pai contra ele, dizendo: Lamôni, 19 Ora, tendo dito Amon essas
tu vais libertar esses nefitas, que palavras, ele respondeu-lhe, di-
são filhos de um mentiroso. Eis zendo: Eu sei que, se matasse meu
que ele roubou nossos pais; e ago- filho, derramaria sangue inocen-
ra seus filhos estão entre nós, a fim te; porque foste tu que procuraste
de enganar-nos com suas astúcias destruí-lo.
e mentiras, para novamente nos 20 E estendeu a mão para ma-
despojar de nossas propriedades. tar Amon. Mas Amon resistiu a
14 Ora, o pai de Lamôni orde- seus golpes e feriu-lhe também
nou-lhe que matasse Amon com o braço, de modo que não pôde
a espada. E ordenou-lhe também mais usá-lo.
que não fosse à terra de Midôni, 21 Então o rei, vendo que Amon
mas que voltasse com ele à terra podia matá-lo, começou a supli-
de a Ismael. car-lhe que lhe poupasse a vida.
15 Lamôni, porém, disse-lhe: 22 Amon, porém, levantou a es-
Não matarei Amon nem voltarei pada e disse-lhe: Eis que te ma-
contigo à terra de Ismael, mas tarei, a menos que permitas que
irei à terra de Midôni libertar os meus irmãos sejam tirados da
irmãos de Amon, porque sei que prisão.
são homens justos e santos profe- 23 Então o rei, temendo perder a
tas do verdadeiro Deus. vida, disse: Se me poupares, con-
16 Ora, quando seu pai ouviu ceder-te-ei tudo que pedires, até
estas palavras, irou-se contra ele metade de meu reino.
e desembainhou a espada para 24 Ora, quando Amon viu que
derrubá-lo por terra. havia impressionado o velho rei
10 a Mos. 10:12–17. 17 a Al. 48:23. 18 a GEE Homicídio.
14 a Al. 17:19. b Al. 19:12–13. b D&C 42:18.
301 ALMA 20:25–30
como desejava, disse-lhe: Se per- da terra; portanto, os irmãos de
mitires que meus irmãos sejam Amon foram tirados da prisão.
libertados da prisão e também 29 E quando encontrou seus ir-
que Lamôni conserve seu reino; mãos, Amon ficou muito triste
e se não ficares aborrecido com porque eis que estavam nus e sua
ele, mas permitires que ele aja pele muito marcada, devido às
segundo sua própria vontade em fortes cordas com que estavam
a 
tudo quanto determinar, então te atados. E também haviam sofrido
pouparei; do contrário ferir-te-ei fome, sede e toda espécie de afli-
até caíres por terra. ções; não obstante, haviam sido
25  Ora, quando Amon disse a 
pacientes em todos os seus so-
essas palavras, o rei começou frimentos.
a regozijar-se por causa de sua 30 E aconteceu que haviam tido
vida. a infelicidade de cair nas mãos
26 E quando viu que Amon não de um povo mais duro e obsti-
desejava matá-lo e quando viu nado; portanto, não quiseram es-
também o grande amor que ele cutar-lhes as palavras, tendo-os
tinha por seu filho Lamôni, ficou expulsado e batido neles, tendo-
muito admirado e disse: Por teres os enxotado de casa em casa e
tu desejado somente que eu liber- de lugar em lugar, até chegarem
tasse teus irmãos e permitisse que à terra de Midôni; e ali foram
meu filho Lamôni conservasse o capturados e postos na prisão e
reino, eis que te concederei que amarrados com a fortes cordas; e
meu filho conserve o reino, de ficaram encarcerados por muitos
hoje em diante e para sempre; e dias, sendo libertados por Lamôni
eu não mais o governarei — e Amon.
27 E também te concederei que
teus irmãos sejam libertados da
Relato da prédica de Aarão e Mu-
prisão e tu e teus irmãos podereis
lóqui e seus irmãos aos lamanitas.
vir a mim em meu reino, porque
desejarei muito ver-te. Pois o rei Abrange os capítulos 21 a 25.
estava grandemente admirado
com as palavras que ele proferira
CAPÍTULO 21
e também com as palavras de seu
filho Lamôni; e a desejava, portan- Aarão ensina os amalequitas a respei-
to, aprendê-las. to de Cristo e Sua Expiação — Aa-
28 E aconteceu que Amon e La- rão e seus irmãos são aprisionados
môni continuaram sua viagem em Midôni — Após sua libertação,
para a terra de Midôni. E Lamô- eles ensinam nas sinagogas e fazem
ni achou graça aos olhos do rei muitos conversos — Lamôni concede
24 a Al. 21:21–22. Humilde, Humilhar. 30 a Al. 26:29.
27 a GEE Humildade, 29 a Al. 17:11.
ALMA 21:1–10 302
liberdade religiosa ao povo, na terra ele, dizendo: O que é que testifi-
de Ismael. Aproximadamente 90– caste? Viste tu um a anjo? Por que
77 a.C. é que os anjos não nos aparecem?
Eis que este povo não é tão bom
Ora, quando Amon e seus irmãos quanto teu povo?
se a separaram nas fronteiras da 6 Tu também dizes que, a menos
terra dos lamanitas, eis que Aa- que nos arrependamos, perecere-
rão seguiu viagem para a terra mos. Como conheces o pensamen-
que os lamanitas denominavam to e o intento de nosso coração?
Jerusalém, em memória da terra Como sabes que temos motivos
natal de seus pais; e ficava distan- para nos arrependermos? Como
te e confinava com as fronteiras sabes que não somos um povo
de Mórmon. justo? Eis que construímos san-
2 Ora, os lamanitas e os amale- tuários e reunimo-nos para ado-
quitas e o povo de a Amulon ha- rar a Deus. Nós cremos que Deus
viam construído uma grande ci- salvará todos os homens.
dade, que se chamava Jerusalém. 7 E então Aarão lhe disse: Crês tu
3 Ora, os lamanitas já eram, por que o Filho de Deus virá redimir
si mesmos, bastante obstinados; a humanidade de seus pecados?
porém os amalequitas e os amu- 8 E o homem respondeu-lhe:
lonitas eram-no ainda mais; con- Não acreditamos que saibas de
seguiram, portanto, fazer com tais coisas. Não acreditamos nes-
que os lamanitas endurecessem sas tradições tolas. Não acredita-
o coração, com que aumentassem mos que saibas de a coisas futuras
suas iniquidades e abominações. nem tampouco cremos que teus
4 E aconteceu que Aarão foi à pais ou nossos pais tivessem co-
cidade de Jerusalém e começou nhecimento das coisas de que fa-
primeiro a pregar aos amalequi- laram, daquilo que está para vir.
tas. E começou a pregar-lhes em 9 E Aarão começou a explicar-
suas sinagogas, porque haviam lhes as escrituras a respeito da
construído sinagogas segundo a vinda de Cristo, como também
a 
ordem dos neores; porque mui- sobre a ressurreição dos mortos; e
tos dos amalequitas e amulonitas que a não poderia haver redenção
pertenciam à ordem dos neores. para a humanidade a não ser pela
5 Assim, quando Aarão entrou morte e sofrimentos de Cristo e a
em uma das suas sinagogas para b 
expiação de seu sangue.
pregar ao povo e enquanto lhes fa- 10 E aconteceu que quando co-
lava, eis que se levantou um ama- meçou a expor-lhes essas coi-
lequita e começou a discutir com sas, ficaram zangados com ele e
21 1 a Al. 17:13, 17. 4 a Al. 1:2–15. 9 a Mos. 5:8;
2 a Mos. 24:1; 5 a Mos. 27:11–15. Al. 38:9.
Al. 25:4–9. 8 a Jacó 7:1–8. b GEE Expiação, Expiar.
303 ALMA 21:11–23
começaram a zombar dele; e não começou a abençoá-los de tal
quiseram dar ouvidos às palavras modo que levaram muitos ao
que ele proferia. conhecimento da verdade; sim,
11 Portanto, quando ele viu que e a convenceram muitos de seus
não dariam ouvidos às suas pala- pecados e de que as tradições de
vras, saiu da sinagoga e foi a uma seus pais não eram corretas.
aldeia que se chamava Ani-Ânti, 18 E aconteceu que Amon e La-
e ali encontrou Mulóqui pregan- môni voltaram da terra de Midôni
do-lhes a palavra; e também Amá para a terra de Ismael, que era a
e seus irmãos. E discutiam com terra de sua herança.
muitos sobre a palavra. 19 E o rei Lamôni não permitiu
12 E aconteceu que viram que o que Amon o servisse ou fosse seu
povo ia endurecer o coração; por- servo.
tanto, partiram e chegaram à terra 20 Mas fez com que se cons-
de Midôni. E pregaram a palavra truíssem sinagogas na terra de
a muitos; e poucos acreditaram Ismael e fez com que seu povo, ou
nas palavras que lhes foram en- seja, o povo governado por ele, se
sinadas. reunisse.
13 No entanto, Aarão e alguns 21 E regozijou-se neles e ensinou-
de seus irmãos foram apanhados lhes muitas coisas. E declarou-lhes
e encarcerados. Os restantes fu- também que eram um povo que
giram da terra de Midôni para as se achava sob sua autoridade e
regiões circunvizinhas. que eram um povo livre; livre da
14  E os que foram postos na opressão do rei, seu pai, porque seu
prisão a sofreram muito e foram pai lhe havia permitido governar o
libertados pela mão de Lamôni povo que estava na terra de Ismael
e Amon; e foram alimentados e e em toda a terra circunvizinha.
vestidos. 22 E declarou-lhes também que
15 E saíram novamente para pre- tinham a liberdade para adorar o
gar a palavra; e assim foram liber- Senhor seu Deus segundo seus de-
tados da prisão pela primeira vez; sejos, onde quer que estivessem,
e assim haviam sofrido. se a região ficasse sob a autorida-
16 E iam, assim, para onde os de do rei Lamôni.
guiava o a Espírito do Senhor, pre- 23 E Amon pregou ao povo do
gando a palavra de Deus em todas rei Lamôni; e aconteceu que lhes
as sinagogas dos amalequitas ou ensinou todas as coisas concer-
em todas as assembleias dos la- nentes à retidão. E exortava-os
manitas onde lhes era permitido diariamente, com toda a dili-
entrar. gência; e eles deram ouvidos à
17 E aconteceu que o Senhor sua palavra e eram zelosos no
14 a Al. 20:29. 17 a D&C 18:44. RF 1:11.
16 a Al. 22:1. 22 a D&C 134:1–4; GEE Liberdade, Livre.
ALMA 22:1–12 304
cumprimento dos mandamentos 4 E Aarão disse ao rei: Eis que o
do Senhor. Espírito do Senhor o chamou para
outro lugar; ele foi para a terra de
CAPÍTULO 22 Ismael a fim de ensinar o povo de
Lamôni.
Aarão ensina o pai de Lamôni a res-
5 Disse-lhes então o rei: O que é
peito da Criação, da Queda de Adão
isso que disseste sobre o Espírito
e do plano de redenção, por meio de
do Senhor? Eis que é isso que me
Cristo — O rei e toda a sua casa são
perturba.
convertidos — Explica-se a divisão da
6 E, também, o que é isso que
terra entre os nefitas e os lamanitas.
disse Amon: a Se vos arrepender-
Aproximadamente 90–77 a.C.
des, sereis salvos; e se não vos
Ora, como Amon estava conti- arrependerdes, sereis afastados
nuamente ensinando o povo de no último dia?
Lamôni, voltaremos à história de 7 E Aarão, respondendo-lhe, dis-
Aarão e seus irmãos; porque, ten- se: Crês tu que existe um Deus? E
do partido da terra de Midôni, ele o rei respondeu: Sei que os ama-
foi a guiado pelo Espírito à terra de lequitas dizem existir um Deus e
Néfi, até a casa do rei que gover- permiti-lhes construir santuários a
nava toda a terra, b exceto a terra fim de que se reunissem para ado-
de Ismael; e era o pai de Lamôni. rá-lo. E se agora dizes que existe
2 E aconteceu que, tendo entra- um Deus, eis que a acreditarei.
do no palácio do rei com os seus 8 E então, quando Aarão ouviu
irmãos e tendo-se inclinado dian- isso, alegrou-se-lhe o coração e ele
te do rei, disse-lhe: Eis, ó rei, que disse: Eis que, tão certo como tu
somos os irmãos de Amon, que vives, ó rei, existe um Deus.
a 
livraste da prisão. 9 E disse o rei: É Deus aquele
3 E agora, ó rei, se nos poupa- a 
Grande Espírito que tirou nossos
res a vida, seremos teus servos. E pais da terra de Jerusalém?
disse-lhes o rei: Levantai-vos, por- 10 E disse-lhe Aarão: Sim, ele é
que vos concederei a vida e não aquele Grande Espírito e a criou
permitirei que sejais meus servos; todas as coisas, tanto no céu como
insistirei, porém, em que me en- na Terra. Acreditas nisso?
sineis, porque minha mente ficou 11 E ele disse: Sim, acredito que
um tanto perturbada pela genero- o Grande Espírito criou todas as
sidade e grandeza das palavras de coisas e desejo que me ensines a
vosso irmão Amon; e desejo saber respeito de todas essas coisas; e
por que motivo não subiu ele de eu a acreditarei em tuas palavras.
Midôni convosco. 12  E aconteceu que Aarão,
22 1 a Al. 21:16–17. 6 a Al. 20:17–18. 10 a GEE Criação, Criar.
b Al. 21:21–22. 7 a D&C 46:13–14. 11 a GEE Crença, Crer.
2 a Al. 20:26. 9 a Al. 18:18–28.
305 ALMA 22:13–19
quando viu que o rei acredita- e receber o Espírito de Deus, a
ria em suas palavras, começou a fim de encher-me de júbilo e não
a 
ler-lhe as escrituras, desde a cria- ser afastado no último dia? Eis
ção de Adão: como criou Deus o que, disse ele, renunciarei a c tudo
homem a sua própria imagem e quanto possuo; sim, abandonarei
que Deus lhe deu mandamentos; o meu reino para poder receber
e que, por causa da transgressão, essa grande alegria.
o homem caiu. 16 Mas disse-lhe Aarão: Se a de-
13 E Aarão explicou-lhe as escri- sejas isto, se te curvares diante de
turas, desde a a criação de Adão, Deus, sim, se te arrependeres de
expondo-lhe a queda do homem todos os teus pecados e te curva-
e seu estado carnal; e também o res diante de Deus e invocares o
b 
plano de redenção que havia sido seu nome com fé, acreditando que
preparado c desde a fundação do receberás, então obterás a b espe-
mundo, por meio de Cristo, para rança que desejas.
todos os que acreditassem em seu 17 E aconteceu que quando Aa-
nome. rão proferiu estas palavras, o rei
14 E tendo o homem a caído, por a 
curvou-se diante do Senhor, de
si mesmo nada podia b merecer; joelhos; sim, prostrou-se por ter-
mas os sofrimentos e a morte de ra e b clamou de todo o coração,
Cristo c expiam seus pecados por dizendo:
meio da fé e do arrependimento 18 Ó Deus, Aarão disse-me que
e assim por diante; e ele rompe existe um Deus e, se existe um
as ligaduras da morte, para que Deus e se tu és Deus, faze-mo sa-
a d sepultura não seja vitoriosa e ber; e abandonarei todos os meus
para que o aguilhão da morte seja pecados para conhecer-te, para
consumido na esperança de gló- que eu possa ser levantado dentre
ria; e Aarão explicou todas essas os mortos e salvo no último dia. E
coisas ao rei. quando o rei disse essas palavras,
15 E aconteceu que, tendo Aarão caiu como que ferido de morte.
explicado estas coisas ao rei, o 19 E aconteceu que seus servos
rei disse: a Que deverei fazer para correram para contar à rainha
conseguir essa vida eterna da qual tudo o que sucedera ao rei. E ela
falaste? Sim, que deverei fazer dirigiu-se para onde estava o rei;
para b nascer de Deus, arrancar e quando o viu caído como se es-
este espírito iníquo de meu peito tivesse morto e também Aarão
12 a 1 Né. 5:10–18; b 2 Né. 25:23; c Mt. 13:44–46; 19:16–22.
Al. 37:9. Al. 42:10–25. 16 a GEE Conversão,
13 a Gên. 1:26–28. c Al. 34:8–16. Converter.
b GEE Plano de GEE Expiação, Expiar. b Ét. 12:4.
Redenção. d Isa. 25:8; 17 a D&C 5:24.
c 2 Né. 9:18. 1 Cor. 15:55. b GEE Oração.
14 a GEE Queda de Adão 15 a At. 2:37.
e Eva. b Al. 5:14, 49.
ALMA 22:20–28 306
e seus irmãos ali parados como tal modo que toda a sua casa se
se fossem os causadores de sua b 
converteu ao Senhor.
queda, irou-se contra eles e or- 24 Ora, reunira-se uma multi-
denou que seus servos, ou seja, dão, por causa das ordens da rai-
os servos do rei, os prendessem e nha; e começou a haver grandes
matassem. murmurações entre eles, por cau-
20 Ora, os servos haviam presen- sa de Aarão e seus irmãos.
ciado o motivo da queda do rei; 25 Mas o rei adiantou-se para o
portanto, não se atreviam a deitar meio deles e os ensinou. E tran-
as mãos em Aarão e seus irmãos; quilizaram-se em relação a Aarão
e intercederam à rainha, dizendo: e aos que com ele estavam.
Por que ordenas que matemos 26 E aconteceu que o rei, ven-
esses homens, quando eis que do que o povo se tranquilizara,
um deles é a mais poderoso que fez com que Aarão e seus irmãos
nós todos? Cairemos, portanto, fossem para o meio da multidão
diante deles. e pregassem-lhes a palavra.
21 Ora, quando a rainha viu o 27 E aconteceu que o rei enviou
temor de seus servos, começou uma a proclamação por toda a ter-
também a sentir grande temor de ra, a todo o seu povo que vivia
que algum mal lhe acontecesse. E em toda a sua terra, que vivia em
ordenou aos servos que fossem todas as regiões circunvizinhas,
chamar o povo, para que matas- terra que confinava com o mar a
sem Aarão e seus irmãos. leste e a oeste e que era dividida
22  Ora, quando Aarão viu a da terra de b Zaraenla por uma
determinação da rainha, ele, co- estreita faixa de deserto que se
nhecendo também a dureza de estendia do mar do leste ao mar
coração do povo, temeu que se do oeste e contornava a costa e as
reunisse uma multidão e que hou- fronteiras do deserto que ficava ao
vesse grande contenda e distúrbio norte, perto da terra de Zaraenla,
entre eles; estendeu, portanto, a através das fronteiras de Mânti,
mão e levantou o rei, dizendo- à cabeceira do rio Sidon, corren-
lhe: Levanta-te. E ele pôs-se em do de leste para oeste — e assim
pé, recuperando as forças. estavam os lamanitas separados
23 Ora, isso foi feito na presen- dos nefitas.
ça da rainha e de muitos dos ser- 28 Ora, os mais a indolentes dos
vos. E quando viram isso, ficaram lamanitas viviam no deserto e ha-
muito admirados e começaram a bitavam em tendas; e estavam es-
temer. E o rei adiantou-se e come- palhados pelo deserto a oeste, na
çou a a ensiná-los. E ensinou-os de terra de Néfi; sim, como também
20 a Al. 18:1–3. Pregar. 27 a Al. 23:1–4.
23 a GEE Ensinar, Mestre; b GEE Conversão, b Ômni 1:13–17.
Ministério, Ministro; Converter. 28 a 2 Né. 5:22–25.
307 ALMA 22:29–35
a oeste da terra de Zaraenla, bei- equivalente a um dia e meio de
rando a costa; e a oeste, na ter- viagem para um nefita. E assim, a
ra de Néfi, no local da primeira terra de Néfi e a terra de Zaraenla
herança de seus pais; e assim ao estavam quase que rodeadas por
longo da costa. água, havendo uma pequena b fai-
29 E também havia muitos la- xa de terra entre a terra do norte
manitas no leste, junto à costa, e a terra do sul.
para onde os nefitas os haviam 33  E aconteceu que os nefi-
impelido. Desse modo os nefitas tas haviam povoado a terra de
estavam quase rodeados pelos la- Abundância, desde o mar do les-
manitas; não obstante, os nefitas te até o mar do oeste; e assim os
haviam-se apoderado de todas nefitas, em sua sabedoria, com
as regiões do norte da terra, que seus guardas e seus exércitos,
beiravam o deserto, na cabeceira haviam confinado os lamani-
do rio Sidon, de leste a oeste do tas no sul, para que desse modo
lado do deserto; no norte, até che- não mais ocupassem as terras ao
gar à terra a que deram o nome de norte e não invadissem a terra
a 
Abundância. do norte.
30 E confinava com a terra a que 34 Portanto, os lamanitas não
chamavam a Desolação, a qual es- podiam mais ter terras, a não ser
tava tão ao norte que adentrava na terra de Néfi e nos desertos
a terra que havia sido povoada a sua volta. Ora, nisto os nefitas
e destruída, de cujos b ossos já fa- foram prudentes — como os la-
lamos, que fora descoberta pelo manitas eram seus inimigos, não
povo de Zaraenla, tendo sido o lo- sofreriam ataques por todos os
cal de seu c primeiro desembarque. lados e teriam também um país
31 E dali subiram até o deser- onde se refugiar, segundo seus
to do sul. E assim foi que a terra desejos.
do norte se chamou a Desolação e 35 E agora eu, depois de haver
a terra do sul se chamou Abun- relatado isto, volto à história de
dância, sendo ela o deserto que é Amon e Aarão, Ômner e Hímni
cheio de todo tipo de animais sel- e seus irmãos.
vagens de toda espécie, uma parte
dos quais havia vindo da terra do
CAPÍTULO 23
norte à procura de alimento.
32 E assim, a a distância entre Proclamada a liberdade religiosa —
o mar do leste e o mar do oes- Convertidos os lamanitas de sete ter-
te, pela fronteira entre Abundân- ras e cidades — Eles autodenomi-
cia e a terra de Desolação, era o nam-se ânti-néfi-leítas e ficam livres
29 a Al. 52:9; 63:5. b Mos. 8:7–12; 28:11–19. 32 a Hel. 4:7.
30 a Al. 50:34; c Hel. 6:10. b Al. 50:34.
Mórm. 4:1–3. 31 a Hel. 3:5–6.
ALMA 23:1–7 308
da maldição — Os amalequitas e os roubar nem cometer adultério
amulonitas rejeitam a verdade. Apro- nem cometer qualquer tipo de
ximadamente 90–77 a.C. iniquidade.
4 E então aconteceu que, tendo
Eis que aconteceu que o rei dos o rei enviado essa proclamação,
lamanitas enviou uma a proclama- Aarão e seus irmãos foram de ci-
ção a todo o seu povo, para que dade em cidade, de uma casa de
não tocassem em Amon nem em adoração a outra, organizando
Aarão nem em Ômner nem em igrejas e consagrando sacerdotes
Hímni ou em qualquer de seus e mestres entre os lamanitas, por
irmãos que iriam pregar a palavra toda a terra, a fim de pregarem
de Deus, não importando onde e ensinarem a palavra de Deus
estivessem, em qualquer parte entre eles; e assim começaram a
de sua terra. lograr muito êxito.
2 Sim, enviou um decreto a seu 5 E milhares foram levados a
povo, que não deveriam deitar- conhecer o Senhor, sim, milhares
lhes as mãos para amarrá-los, nem foram levados a acreditar nas a tra-
colocá-los na prisão; nem deve- dições dos nefitas; e foram-lhes
riam cuspir neles nem espancá-los ensinados os b registros e as profe-
nem expulsá-los de suas sinago- cias que haviam sido transmitidos
gas nem açoitá-los; nem tampouco até o presente.
apedrejá-los, mas que eles tives- 6 E tão certo quanto o Senhor
sem livre acesso às suas casas, e vive, assim também quantos acre-
também aos seus templos, e aos ditaram, ou seja, quantos foram
seus santuários. levados a conhecer a verdade pe-
3 Para que assim pudessem ir las pregações de Amon e seus ir-
pregar a palavra segundo seus mãos, segundo o espírito de reve-
desejos, pois o rei havia-se con- lação e de profecia e o poder de
vertido ao Senhor, assim como Deus que fazia milagres por meio
toda a sua casa; enviou, portan- deles — sim, digo-vos que, assim
to, uma proclamação ao povo, como o Senhor vive, todos os la-
por toda a terra, a fim de que a manitas que acreditaram em suas
palavra de Deus não encontrasse pregações e foram a convertidos ao
obstrução, mas fosse levada a toda Senhor b nunca apostataram.
a terra, para que o povo se con- 7 Pois tornaram-se um povo jus-
vencesse das iníquas a tradições to e depuseram as armas de sua
de seus pais e se convencesse de rebelião, para não mais lutarem
que todos eram irmãos e que não contra Deus nem contra qualquer
deveriam matar nem pilhar nem de seus irmãos.
23 1 a Al. 22:27. b Al. 63:12. Converter.
3 a Al. 26:24. GEE Escrituras. b Al. 27:27.
5 a Al. 37:19. 6 a GEE Conversão,
309 ALMA 23:8–24:2
8 Ora, estes são os que se con-
a 
escolher para distinguirem-se dos
verteram ao Senhor: outros.
9 Os lamanitas que estavam na 17 E aconteceu que escolheram
terra de Ismael; o nome de a ânti-néfi-leítas; e fo-
10 E também os lamanitas que ram chamados por esse nome e
estavam na terra de Midôni; não mais foram chamados de la-
11 E também os lamanitas que manitas.
estavam na cidade de Néfi; 18 E começaram a ser um povo
12 E também os lamanitas que se muito industrioso; sim, e fizeram-
achavam na terra de a Silom e que se amigos dos nefitas; portanto,
se achavam na terra de Senlon e estabeleceram relações com eles
na cidade de Lemuel e na cidade e a a maldição de Deus não mais
de Simnilom. os acompanhou.
13 E são esses os nomes das cida-
des dos lamanitas que foram a con- CAPÍTULO 24
vertidos ao Senhor; e são esses os
Os lamanitas avançam contra o povo
que depuseram as armas de sua
de Deus — Os ânti-néfi-leítas rego-
rebelião, sim, todas as suas armas
zijam-se em Cristo e são visitados
de guerra; e todos eram lamanitas.
por anjos — Eles preferem morrer
14 E os amalequitas não foram
a defenderem-se — Mais lamanitas
a 
convertidos, exceto um; e ne-
são convertidos. Aproximadamente
nhum dos b amulonitas se conver-
90–77 a.C.
teu, mas endureceram o coração e
também o coração dos lamanitas E aconteceu que os amalequitas
daquela parte da terra em que e os amulonitas e os lamanitas
moravam; sim, e em todas as suas que estavam na terra de Amulon
aldeias e cidades. e também na terra de Helã; e os
15 Portanto, citamos todas as que estavam na terra de a Jerusa-
cidades dos lamanitas nas quais lém e, resumindo, em todas as
eles se arrependeram, vieram a terras circunvizinhas, que não se
conhecer a verdade e foram con- haviam convertido nem adotado
vertidos. o nome de b Ânti-Néfi-Leí, foram
16 E aconteceu então que o rei e instigados pelos amalequitas e pe-
os que foram convertidos deseja- los amulonitas a irarem-se contra
vam adotar um nome pelo qual seus irmãos.
se distinguissem de seus irmãos; 2 E seu ódio contra eles tornou-
o rei, portanto, consultou Aarão se muito intenso, a ponto de co-
e muitos de seus sacerdotes no meçarem a rebelar-se contra seu
tocante ao nome que deveriam rei e a não mais quererem que ele
8 a Al. 26:3, 31. b Mos. 23:31–39. 3 Né. 2:14–16.
12 a Mos. 22:8, 11. 17 a GEE Ânti-néfi-leítas. 24 1 a Al. 21:1.
13 a Al. 53:10. 18 a 1 Né. 2:23; b Al. 25:1, 13.
14 a Al. 24:29. 2 Né. 30:5–6;
ALMA 24:3–12 310
fosse seu rei; portanto, pegaram 8 E eis que agradeço a meu gran-
em armas contra o povo de Ânti- de Deus por ter-nos dado uma
Néfi-Leí. porção de seu Espírito, a fim de
3 Ora, o rei passou o reino a seu abrandar-nos o coração; assim,
filho, a quem deu o nome de Ân- estabelecemos relações com estes
ti-Néfi-Leí. irmãos, os nefitas.
4 E morreu o rei no mesmo ano 9 E eis que também agradeço
em que os lamanitas começaram a meu Deus que, por iniciarmos
os preparativos para guerrear o essas relações, nos tenhamos con-
povo de Deus. vencido de nossos a pecados e dos
5 Ora, quando Amon e seus ir- muitos homicídios que temos co-
mãos e todos os que haviam vin- metido.
do com ele viram os preparativos 10 E agradeço também a meu
dos lamanitas para destruírem Deus, sim, meu grande Deus, por
seus irmãos, dirigiram-se à terra haver-nos permitido que nos ar-
de Midiã e lá Amon encontrou rependêssemos dessas coisas e
todos os seus irmãos; e de lá se também por haver-nos a perdoado
dirigiram à terra de Ismael, para nossos inúmeros pecados e os as-
reunirem-se em a conselho com sassinatos que temos cometido; e
Lamôni e também com seu irmão, por ter-nos aliviado o coração da
Ânti-Néfi-Leí, a fim de decidirem b 
culpa, pelos méritos de seu Filho.
o que deveriam fazer para defen- 11 E agora eis que, meus irmãos,
der-se dos lamanitas. visto que tudo o que pudemos fa-
6 Ora, não havia uma só alma, zer (pois éramos os mais perdidos
entre todo o povo que se conver- de todos os homens) foi arrepen-
tera ao Senhor, que quisesse pegar dermo-nos de todos os nossos pe-
em armas contra seus irmãos; não, cados e dos muitos assassinatos
não queriam nem mesmo fazer que tínhamos cometido e conse-
qualquer preparativo de guerra; guir que Deus os a tirasse de nosso
sim, e também seu rei lhes orde- coração, porque isto foi tudo que
nou que não o fizessem. pudemos fazer para arrepender-
7 Ora, estas são as palavras que mo-nos o suficiente perante Deus,
ele disse ao povo sobre o assunto: a fim de que ele nos tirasse nossa
Agradeço a meu Deus, meu ama- mancha —
do povo, que o nosso grande Deus 12 Ora, meus amados irmãos, já
em sua bondade tenha mandado que Deus nos tirou nossas man-
estes nossos irmãos, os nefitas, chas e nossas espadas tornaram-
pregarem a nós e convencerem- se brilhantes, não as manchemos
nos a respeito das a tradições de mais com o sangue de nossos
nossos iníquos pais. irmãos.
5 a Al. 27:4–13. 9 a D&C 18:44. b GEE Culpa.
7 a Mos. 1:5. 10 a Dan. 9:9. 11 a Isa. 53:4–6.
311 ALMA 24:13–19
13 Eis que eu vos digo: Guar- destruir-nos, eis que escondere-
demos nossas espadas, para que mos nossas espadas, sim, enter-
não se manchem com o sangue rá-las-emos nas profundidades
de nossos irmãos; porque, se no- da terra, para que se conservem
vamente as mancharmos, talvez brilhantes, como testemunho, no
não possam mais ser a lavadas pelo último dia, de que nunca as usa-
sangue do Filho de nosso grande mos; e se nossos irmãos nos des-
Deus, que será derramado para a truírem, eis que a iremos para nos-
expiação de nossos pecados. so Deus e seremos salvos.
14 E o grande Deus teve mise- 17 E então aconteceu que quan-
ricórdia de nós e deu-nos a co- do o rei acabou de dizer essas coi-
nhecer estas coisas, a fim de não sas, estando todo o povo reunido,
perecermos; sim, deu-nos a co- tomaram as espadas e todas as
nhecer de antemão essas coisas armas que eram usadas para der-
porque ama nossa a alma, bem ramar sangue humano e a enterra-
como ama nossos filhos; portanto, ram-nas profundamente na terra.
em sua misericórdia ele nos visita 18 E isso fizeram porque, a seu
por meio de seus anjos, para que ver, era um testemunho a Deus e
o b plano de salvação nos seja re- também aos homens de que a nun-
velado, assim como às gerações ca mais usariam armas para der-
futuras. ramar sangue humano; e assim
15 Oh! Quão misericordioso é fizeram, prometendo e b fazendo
nosso Deus! E agora, desde que convênio com Deus de que, an-
isso foi tudo o que pudemos fazer tes de derramar o sangue de seus
para que nossas manchas nos fos- irmãos, c sacrificariam a própria
sem tiradas e nossas espadas tor- vida; de que, ao invés de tirar de
nadas brilhantes, eis que vamos um irmão, lhe dariam; de que, ao
escondê-las, para que conservem invés de passar os dias em ociosi-
seu brilho como um testemunho a dade, trabalhariam muito com as
nosso Deus no último dia, ou seja, próprias mãos.
no dia em que formos levados a 19 E assim vemos que quando
sua presença a fim de sermos jul- esses lamanitas foram levados a
gados, de que não manchamos conhecer a verdade e nela acredi-
nossas espadas com o sangue de tar, mantiveram-se a firmes e pre-
nossos irmãos, desde que ele nos feriam sofrer até a morte a pecar;
revelou sua palavra e por ela pu- e assim vemos que enterraram
rificou-nos. suas armas de paz, ou melhor,
16  E agora, meus irmãos, se enterraram as armas de guerra
nossos irmãos procurarem em favor da paz.
13 a Apoc. 1:5. Redenção. b GEE Convênio.
14 a GEE Alma — Valor das 16 a Al. 40:11–15. c GEE Sacrifício.
almas. 17 a Hel. 15:9. 19 a GEE Fé.
b GEE Plano de 18 a Al. 53:11.
ALMA 24:20–30 312
20 E aconteceu que seus irmãos, e não as quiseram mais pegar,
os lamanitas, fizeram preparativos porque estavam compungidos
para a guerra e subiram à terra de pelos assassinatos que haviam
Néfi com o propósito de destruir cometido; e ajoelharam-se, assim
o rei e substituí-lo por outro; e como seus irmãos, confiando na
também de destruir o povo de clemência dos que tinham os bra-
Ânti-Néfi-Leí. ços levantados para matá-los.
21 Ora, quando o povo viu que 26 E aconteceu que, naquele dia,
os lamanitas vinham atacá-los, ao povo de Deus juntaram-se mais
saíram-lhes ao encontro e a pros- do que os que haviam sido mor-
traram-se por terra diante deles e tos; e os que foram mortos eram
começaram a invocar o nome do justos; não temos, portanto, ra-
Senhor; e estavam nessa atitude zão para duvidar de que foram
quando os lamanitas começaram a 
salvos.
a atacá-los e a matá-los com a es- 27 E não havia um homem iní-
pada. quo entre os que foram mortos;
22 E assim, sem encontrarem mais de mil, porém, chegaram
resistência alguma, mataram mil ao conhecimento da verdade; e
e cinco deles; e sabemos que eles assim vemos que o Senhor traba-
são abençoados, porque foram lha de vários a modos para salvar
morar com seu Deus. seu povo.
23 Ora, quando os lamanitas vi- 28 Ora, a maior parte dos lama-
ram que seus irmãos não fugiam nitas que mataram tantos de seus
da espada nem se voltavam para irmãos era composta de amalequi-
a direita nem para a esquerda, tas e amulonitas, pertencendo em
mas que se deitavam e a morriam sua maioria à a ordem dos b neores.
e louvavam a Deus até mesmo no 29 Ora, entre os que se junta-
momento de serem abatidos pela ram ao povo do Senhor, a nenhum
espada — havia que fosse amalequita nem
24 Ora, quando os lamanitas vi- amulonita nem que fosse da or-
ram isso, a abstiveram-se de matá- dem de Neor, mas eram todos
los; e muitos houve que se senti- descendentes de Lamã e Lemuel.
ram b condoídos pelos seus irmãos 30 E assim podemos compreen-
que haviam caído pela espada, der claramente que, se depois de
porque se arrependeram do que haver sido a iluminado uma vez
haviam feito. pelo Espírito de Deus e ter tido
25 E aconteceu que arremessa- grande b conhecimento das coisas
ram ao chão suas armas de guerra referentes à retidão, um povo c cai
21 a Al. 27:3. 27 a Isa. 55:8–9; Al. 37:6–7. b Heb. 10:26;
23 a Al. 26:32. 28 a Al. 21:4. Al. 47:36.
24 a Al. 25:1. b Al. 1:15; 2:1, 20. c 2 Né. 31:14;
b GEE Compaixão. 29 a Al. 23:14. Al. 9:19.
26 a Apoc. 14:13. 30 a Mt. 12:45. GEE Apostasia.
313 ALMA 25:1–11
em pecado e transgressão, torna- usurpado o poder e a autoridade
se ainda mais endurecido e assim dos lamanitas, fizeram com que
seu estado se torna d pior do que muitos dos lamanitas a perecessem
se nunca tivesse conhecido essas pelo fogo, devido a sua crença —
coisas. 6 Porque muitos a deles, depois
de haverem sofrido grandes per-
CAPÍTULO 25 das e tantas aflições, começaram
a lembrar-se das b palavras que
Aumentam as agressões lamanitas —
Aarão e seus irmãos lhes haviam
A semente dos sacerdotes de Noé pe-
pregado em sua terra; portanto,
rece, conforme Abinádi profetizara —
começaram a descrer das c tradi-
Muitos lamanitas são convertidos
ções de seus pais e a acreditar no
e juntam-se ao povo de Ânti-Néfi-
Senhor e em que ele dera grande
Leí — Eles creem em Cristo e guar-
poder aos nefitas; e assim mui-
dam a lei de Moisés. Aproximada-
tos deles foram convertidos no
mente 90–77 a.C.
deserto.
E eis que então aconteceu que 7 E aconteceu que os governan-
aqueles lamanitas ficaram mais tes que eram remanescentes dos
zangados porque haviam mata- filhos de a Amulon fizeram com
do seus irmãos; portanto, juraram que fossem b mortos, sim, todos
vingança contra os nefitas e não os que acreditavam nessas coisas.
mais tentaram matar o povo de 8 Ora, esse martírio provocou
a 
Ânti-Néfi-Leí naquela ocasião. a ira de muitos de seus irmãos e
2 Mas tomaram seus exércitos e começou a haver contendas no de-
atravessaram as fronteiras da ter- serto; e os lamanitas começaram
ra de Zaraenla e atacaram o povo a a perseguir os descendentes de
que estava na terra de Amonia e Amulon e seus irmãos e come-
a 
destruíram-no. çaram a matá-los; e eles fugiram
3 E depois disso tiveram mui- para o deserto do leste.
tas batalhas contra os nefitas, nas 9 E eis que até hoje são perse-
quais foram rechaçados e mortos. guidos pelos lamanitas. Cumpri-
4 E entre os lamanitas que fo- ram-se, assim, as palavras de Abi-
ram mortos estava quase toda a nádi a respeito dos descendentes
a 
descendência de Amulon e seus dos sacerdotes que o haviam feito
irmãos, que eram os sacerdotes de morrer pelo fogo.
Noé; e foram mortos pelas mãos 10 Porque ele lhes dissera: O que
dos nefitas. me a fizerdes será um símbolo de
5  E os remanescentes, tendo coisas que irão acontecer.
fugido para o deserto do leste e 11 E Abinádi foi o primeiro a
30 d 2 Ped. 2:20–21. 5 a Mos. 17:15. 7 a Al. 21:3; 24:1, 28–30.
25 1 a GEE Ânti-néfi-leítas. 6 a IE os lamanitas. b GEE Mártir, Martírio.
2 a Al. 8:16; 16:9. b Al. 21:9. 8 a Mos. 17:18.
4 a Mos. 23:35. c Al. 26:24. 10 a Mos. 13:10.
ALMA 25:12–26:1 314
sofrer a morte pelo fogo, por cau-
a 
vinda de Cristo, considerando a
sa de sua crença em Deus; ora, isto lei mosaica um b símbolo de sua
foi o que quis dizer: que muitos vinda e acreditando que deviam
sofreriam morte pelo fogo, assim praticar aquelas cerimônias c exte-
como ele sofrera. riores até o tempo em que ele lhes
12 E ele dissera aos sacerdotes de fosse revelado.
Noé que seus descendentes fariam 16 Ora, eles não acreditavam que
com que muitos fossem mortos do a a salvação lhes viesse por meio
mesmo modo que ele; e que eles da b lei de Moisés; a lei de Moisés,
seriam dispersos e mortos, assim porém, serviu para fortalecer-lhes
como uma ovelha que não tem a fé em Cristo; e assim, por meio
pastor é perseguida e morta por da fé, mantinham a c esperança
animais ferozes; e agora, eis que da salvação eterna, confiando no
essas palavras se cumpriram, por- espírito de profecia que falava
que eles foram rechaçados pelos dessas coisas futuras.
lamanitas e foram perseguidos e 17 E então eis que Amon e Aa-
foram mortos. rão e Ômner e Hímni e seus ir-
13 E aconteceu que quando os mãos se regozijaram imensamente
lamanitas viram que não conse- pelo êxito obtido entre os lamani-
guiam sobrepujar os nefitas, vol- tas, vendo que o Senhor lhes ha-
taram para sua própria terra; e via concedido conforme as suas
muitos deles foram morar na terra a 
orações e que ele havia também
de Ismael e na terra de Néfi, unin- cumprido sua palavra em cada
do-se ao povo de Deus, que era o pormenor.
povo de a Ânti-Néfi-Leí.
14 E eles também a enterraram CAPÍTULO 26
suas armas de guerra, segundo
Amon gloria-se no Senhor — Os fiéis
haviam feito seus irmãos; e come-
são fortalecidos pelo Senhor e recebem
çaram a ser um povo justo; e tri-
conhecimento — Pela fé os homens
lharam os caminhos do Senhor, e
podem trazer milhares de almas ao
procuraram guardar os seus man-
arrependimento — Deus tem todo o
damentos e os seus estatutos.
poder e compreende todas as coisas.
15 Sim, e guardaram a lei de
Aproximadamente 90–77 a.C.
Moisés; pois era necessário que
ainda guardassem a lei de Moisés, Ora, estas são as palavras que
porque não estava toda cumprida. Amon disse a seus irmãos: Meus
Mas, não obstante a a lei de Moi- irmãos e meus irmãos na fé, eis
sés, aguardavam ansiosamente a que vos digo que temos grandes
11 a Mos. 17:13. GEE Lei de Moisés. b 2 Né. 11:4.
13 a Al. 23:16–17. b Mos. 3:14–15; 16:14. c 1 Tess. 5:8–9.
14 a Al. 24:15; 26:32. c Mos. 13:29–32. 17 a Al. 17:9.
15 a Jacó 4:5; 16 a Mos. 12:31–37;
Jar. 1:11. 13:27–33.
315 ALMA 26:2–12
razões para nos regozijarmos; por- pelos ventos fortes para onde o
que poderíamos nós supor, quan- inimigo queira levá-los.
do a partimos da terra de Zaraen- 7 Mas eis que estão nas mãos
la, que Deus nos concederia tão do Senhor da a colheita e perten-
grandes bênçãos? cem-lhe; e ele b levantá-los-á no
2 E agora pergunto: Quais as último dia.
grandes bênçãos que ele nos con- 8 Bendito seja o nome de nosso
cedeu? Podeis dizer? Deus! a Cantemos em seu louvor,
3 Eis que respondo por vós; pois sim, demos b graças a seu santo
nossos irmãos, os lamanitas, es- nome, porque ele pratica a retidão
tavam em trevas, sim, no mais eternamente!
tenebroso abismo; a quantos de- 9 Pois se não tivéssemos saído
les, porém, foram levados a ver a da terra de Zaraenla, estes nossos
maravilhosa luz de Deus! E esta irmãos muito amados, que tanto
é a bênção que nos foi concedida: nos têm amado, achar-se-iam ain-
que fomos transformados em b ins- da atormentados pelo a ódio que
trumentos nas mãos de Deus, para nos tinham, sim, e teriam sido
realizar esta grande obra. também estranhos a Deus.
4 Eis que a milhares deles se rego- 10 E aconteceu que tendo Amon
zijam e foram trazidos ao rebanho pronunciado essas palavras, seu
de Deus. irmão Aarão censurou-o, dizen-
5 Eis que o a campo estava madu- do: Temo, Amon, que tua alegria
ro e abençoados sois por haverdes te leve à vanglória.
usado a b foice e segado com vigor; 11 Amon, porém, disse-lhe: Não
sim, haveis trabalhado o dia todo me a vanglorio de minha própria
e eis o número de vossos c feixes! E força nem de minha própria sa-
serão recolhidos aos celeiros, para bedoria; mas eis que minha b ale-
que não sejam desperdiçados. gria é completa, sim, meu coração
6 Sim, não serão abatidos pela transborda de alegria e regozijar-
tempestade no último dia; sim, me-ei em meu Deus.
nem perturbados pelos furacões; 12 Sim, sei que nada sou; quan-
mas quando vier a a tempestade, to a minha força, sou débil; por-
serão reunidos em seu lugar para tanto, não me a vangloriarei de
que a tempestade não os possa mim mesmo, mas gloriar-me-ei
atingir; sim, nem serão impelidos em meu Deus, porque com sua
26 1 a Mos. 28:9; c D&C 33:7–11; 75:2, 5. Agradecimento.
Al. 17:6–11. 6 a Hel. 5:12; 9 a Mos. 28:1–2.
3 a Al. 23:8–13. 3 Né. 14:24–27. 11 a 2 Cor. 7:14.
b 2 Cor. 4:5; 7 a GEE Ceifa, Colheita. b D&C 18:14–16.
Mos. 23:10. b Mos. 23:22; GEE Alegria.
4 a Al. 23:5. Al. 36:28. 12 a Jer. 9:24;
5 a Jo. 4:35–37; 8 a D&C 25:12. Al. 29:9.
D&C 4:4. b GEE Ação de
b Joel 3:13. Graças, Agradecido,
ALMA 26:13–22 316
b 
força posso fazer todas as coisas; digo que não posso expressar nem
sim, eis que fizemos muitos mila- a mínima parte do que sinto.
gres nesta terra, pelo que louva- 17 Quem havia de supor que
remos o seu nome para sempre. nosso Deus seria tão misericor-
13 Eis que quantos milhares de dioso a ponto de resgatar-nos de
nossos irmãos ele livrou das penas nosso estado terrível, pecador e
do a inferno! E eles foram levados corrompido?
a b cantar o amor que redime e isto 18 Eis que saímos com ira e mui-
graças ao poder de sua palavra tas ameaças para a destruir a sua
que está em nós; não temos, por- igreja.
tanto, motivo para regozijar-nos? 19 Oh! Então por que não nos
14  Sim, temos motivos para entregou a uma terrível destrui-
louvá-lo para sempre, porque ção? Sim, por que não deixou que
ele é o Deus Altíssimo e livrou a espada de sua justiça caísse so-
nossos irmãos dos a grilhões do bre nós e nos condenasse ao de-
inferno. sespero eterno?
15 Sim, estavam envolvidos por 20 Oh! A minha alma quase se
trevas eternas e destruição, mas esvaece a este pensamento. Eis
eis que ele os trouxe a sua a luz que ele não exerceu sua justiça
eterna, sim, à salvação eterna; e sobre nós, mas em sua grande
estão envolvidos pela incompa- misericórdia fez-nos saltar esse
rável generosidade de seu amor; sempiterno a abismo da morte e
sim, e fomos instrumentos em miséria, para a salvação de nos-
suas mãos para realizar esta gran- sa alma.
de e maravilhosa obra. 21 E agora, meus irmãos, que
16 a Gloriemo-nos, portanto, sim, a 
homem natural existe que conhe-
b 
gloriar-nos-emos no Senhor; sim, ça essas coisas? Digo-vos que não
rejubilar-nos-emos, pois nossa ale- existe quem b conheça essas coisas,
gria é completa; sim, louvaremos a não ser o penitente.
nosso Deus para sempre. Quem 22 Sim, aquele que se a arrepende
poderá gloriar-se demasiadamen- e exercita a b fé, e faz boas obras, e
te no Senhor? Sim, quem poderá ora continuamente sem cessar — a
falar em demasia de seu grande esse é concedido conhecer os c mis-
poder e de sua c misericórdia e de térios de Deus; sim, a esse será
sua longanimidade para com os concedido revelar coisas nunca
filhos dos homens? Eis que vos antes reveladas; sim, a esse será
12 b Salm. 18:32–40; 1 Cor. 1:31. b 1 Cor. 2:9–16;
Filip. 4:13; b 2 Cor. 10:15–18; Jacó 4:8.
1 Né. 17:3. D&C 76:61. 22 a Al. 36:4–5.
13 a GEE Inferno. c Salm. 36:5–6. GEE Arrepender-se,
b Al. 5:26. 18 a Mos. 27:8–10. Arrependimento.
14 a Al. 12:11. 20 a 2 Né. 1:13; b GEE Fé.
15 a GEE Luz, Luz de Cristo. Hel. 3:29–30. c GEE Mistérios de Deus.
16 a Rom. 15:17; 21 a GEE Homem Natural.
317 ALMA 26:23–31
concedido levar milhares de al- para voltar, eis que o Senhor nos
mas ao arrependimento, assim a 
confortou e disse: Ide para o meio
como a nós nos foi concedido le- de vossos irmãos, os lamanitas, e
var estes nossos irmãos ao arre- suportai com b paciência vossas
pendimento. c 
aflições; e eu farei com que te-
23 E agora vos lembrais, meus nhais êxito.
irmãos, de que dissemos aos nos- 28 E agora, eis que viemos e per-
sos irmãos na terra de Zaraenla manecemos entre eles; e temos
que subiríamos à terra de Néfi, sido pacientes em nossos sofri-
a fim de pregar a nossos irmãos, mentos e padecido toda sorte de
os lamanitas, e eles com desprezo privações; sim, viajamos de casa
zombaram de nós? em casa, contando com a miseri-
24 Pois disseram-nos: Supondes córdia do mundo — não somen-
que podeis levar os lamanitas a te com a misericórdia do mundo,
conhecerem a verdade? Supondes mas com a misericórdia de Deus.
que podereis convencer os lama- 29 E entramos em suas casas e
nitas da incorreção das a tradições ensinamo-los; e ensinamo-los nas
de seus pais, quando são um povo ruas; sim, e ensinamo-los sobre os
b 
obstinado, cujo coração se delei- montes; e também entramos em
ta no derramamento de sangue, seus templos e suas sinagogas e
cujos dias foram passados na mais ensinamo-los; e fomos rechaçados
vil iniquidade, cujas sendas têm e escarnecidos e cuspidos e esbo-
sido as sendas do transgressor feteados; e fomos apedrejados e
desde o início? Agora, lembrai- amarrados com fortes cordas e
vos, meus irmãos, de que foi deste lançados na prisão; e pelo poder
modo que falaram. e sabedoria de Deus, fomos nova-
25 E disseram mais: Peguemos mente postos em liberdade.
em armas contra eles para exter- 30 E padecemos toda espécie
miná-los da terra juntamente com de sofrimentos; e tudo isso para
suas iniquidades, para que não que talvez pudéssemos ser o ins-
nos invadam e exterminem. trumento de salvação de alguma
26 Eis, porém, meus amados ir- alma; e supúnhamos que nossa
mãos, que não viemos ao deserto a 
alegria seria completa, se por-
com o propósito de destruir nos- ventura conseguíssemos ser ins-
sos irmãos, mas com o propósito trumento da salvação de alguns.
de talvez salvar a alma de alguns 31 Agora, eis que podemos olhar
deles. e ver os frutos de nosso trabalho;
27 Ora, quando nosso coração e são eles poucos? Eu vos digo:
se achava deprimido e estávamos Não, são a muitos; sim, e podemos
24 a Mos. 10:11–17. b GEE Paciência. 30 a D&C 18:15–16.
b Mos. 13:29. c Al. 20:29–30. 31 a Al. 23:8–13.
27 a Al. 17:9–11. GEE Adversidade.
ALMA 26:32–27:2 318
testemunhar a sinceridade deles nha redenção da eterna angústia.
por causa de seu amor a seus ir- Sim, bendito é o nome de meu
mãos e também a nós. Deus que se lembrou deste povo,
32 Pois eis que preferiram a sacri- que é um a ramo da árvore de Is-
ficar a própria vida a tirar a vida rael e que se havia perdido de
de seus inimigos; e b enterraram seu tronco numa terra estranha;
suas armas de guerra profunda- sim, digo eu, bendito seja o nome
mente no solo, por causa de seu de meu Deus que se lembrou
amor aos irmãos. de nós, b peregrinos numa terra
33 E agora, eis que vos digo: estranha.
Houve já tão grande amor em 37 Agora, meus irmãos, vemos
toda a terra? Eis que vos digo: que Deus se lembra de todos os
Não, não houve, nem mesmo en- a 
povos, estejam na terra em que
tre os nefitas. estiverem; sim, ele conta o seu
34 Porque eis que pegariam em povo e suas entranhas de miseri-
armas contra seus irmãos; não se córdia cobrem toda a Terra. Ora,
deixariam matar. Quantos destes, esta é minha alegria e minha gran-
porém, sacrificaram a vida! E sa- de gratidão; sim, darei graças a
bemos que foram ter com Deus meu Deus para sempre. Amém.
por causa de seu amor e de seu
ódio ao pecado.
CAPÍTULO 27
35 Ora, não temos razão para
regozijar-nos? Sim, eu vos digo O Senhor manda Amon levar o povo
que, desde o começo do mundo, de Ânti-Néfi-Leí a um lugar segu-
nunca existiu alguém que tivesse ro — Ao encontrar Alma, a alegria
tão grandes razões para regozijar- de Amon exaure-lhe as forças — Os
se, como nós; sim, e minha alegria nefitas dão aos ânti-néfi-leítas a ter-
transborda, a ponto de gloriar-me ra de Jérson — Eles são chamados
em meu Deus; porque ele tem povo de Amon. Aproximadamente
todo o a poder, toda a sabedoria 90–77 a.C.
e todo o entendimento; ele b com-
preende todas as coisas e é um Ser Ora, aconteceu que quando os la-
c 
misericordioso, que salva aqueles manitas que haviam ido guerrear
que se arrependem e acreditam os nefitas descobriram, depois de
em seu nome. haverem empregado muitos esfor-
36 Ora, se isso é vangloriar-se, ços para destruí-los, que era inútil
eu então me vanglorio; porque procurar destruí-los, retornaram
isso é minha vida e minha luz, à terra de Néfi.
meu júbilo, minha salvação e mi- 2 E aconteceu que os amalequitas,
32 a Al. 24:20–24. c GEE Misericórdia, b Jacó 7:26.
b Al. 24:15. Misericordioso. 37 a At. 10:34–35;
35 a GEE Poder. 36 a Gên. 49:22–26; 2 Né. 26:33.
b D&C 88:41. Jacó 2:25; 5:25.
319 ALMA 27:3–15
devido às suas perdas, ficaram seremos seus escravos até reparar-
muito irados. E quando viram mos os muitos homicídios e peca-
que não conseguiam vingar-se dos que cometemos contra eles.
dos nefitas, começaram a inci- 9 Mas Amon disse-lhe: É contra
tar o povo contra seus a irmãos, a lei de nossos irmãos, que foi es-
o povo de b Ânti-Néfi-Leí; por- tabelecida por meu pai, que haja
tanto, começaram novamente a a 
escravos entre eles; desçamos,
destruí-los. portanto, e confiemos na miseri-
3 Ora, esse povo a outra vez se córdia de nossos irmãos.
recusou a pegar em armas e dei- 10 Disse-lhe, porém, o rei: Per-
xou-se matar, segundo o desejo guntai ao Senhor e, se ele disser
dos seus inimigos. que devemos ir, iremos; do con-
4 Ora, quando Amon e seus ir- trário, pereceremos na terra.
mãos viram essa obra de destrui- 11 E aconteceu que Amon foi e
ção dos que eles tanto amavam perguntou ao Senhor; e o Senhor
e daqueles que tanto os haviam disse-lhe:
amado — porque os tratavam 12 Tira este povo desta terra,
como anjos enviados por Deus para que não pereça; porque Sa-
para salvá-los da destruição eter- tanás tem grande poder sobre o
na — portanto, quando Amon e coração dos amalequitas, que in-
seus irmãos viram essa grande citam os lamanitas à ira contra
obra de destruição, foram toma- seus irmãos para matá-los. Sai,
dos de compaixão e a disseram portanto, desta terra; e abençoado
ao rei: é este povo nesta geração, porque
5 Reunamos este povo do Senhor o preservarei.
e desçamos à terra de Zaraenla, 13 E então aconteceu que Amon
onde estão nossos irmãos, os ne- foi e contou ao rei tudo o que o
fitas, e fujamos das mãos de nos- Senhor lhe dissera.
sos inimigos a fim de não sermos 14 E reuniram todo o seu povo,
destruídos. sim, todo o povo do Senhor, e
6 Mas disse-lhes o rei: Eis que os reuniram todos os seus rebanhos
nefitas nos destruirão, por causa e manadas e partiram da terra,
dos muitos assassinatos e pecados entrando no deserto que dividia a
que contra eles cometemos. terra de Néfi da terra de Zaraenla;
7 E Amon disse: Irei e consultarei e chegaram perto das fronteiras
o Senhor; e se ele nos disser que da terra.
desçamos até nossos irmãos, ireis? 15 E aconteceu que Amon lhes
8 E disse-lhe o rei: Sim, se o Se- disse: Eis que eu e meus irmãos
nhor nos disser que devemos ir, iremos à terra de Zaraenla e vós
desceremos até nossos irmãos e permanecereis aqui até voltarmos;
27 2 a Al. 43:11. GEE Ânti-néfi-leítas. 4 a Al. 24:5.
b Al. 25:1. 3 a Al. 24:21–26. 9 a Mos. 2:13; 29:32, 38, 40.
ALMA 27:16–26 320
e sondaremos o coração de nossos povo se manifestou, dizendo: Eis
irmãos, para vermos se desejam que cederemos a terra de Jérson,
que entreis em sua terra. que fica a leste, perto do mar, e
16  E aconteceu que quando que confina com a terra de Abun-
Amon se dirigia àquela terra, ele dância e fica ao sul da terra de
e seus irmãos encontraram Alma Abundância; e essa terra de Jérson
no a lugar já mencionado; e eis que é a terra que daremos a nossos ir-
foi um encontro muito alegre. mãos por herança.
17 Ora, a a alegria de Amon foi 23 E eis que localizaremos nos-
tão grande que transbordou; sim, sos exércitos entre a terra de Jér-
ele ficou tão enlevado na alegria son e a terra de Néfi, a fim de
de seu Deus, que se lhe b exau- protegermos nossos irmãos na
riram as forças e caiu por terra terra de Jérson; e isso fazemos
c 
novamente. por nossos irmãos por causa de
18 Ora, não foi isso alegria extre- seu temor de empunhar armas
ma? Eis que essa é a alegria que contra seus irmãos, para que não
ninguém recebe, senão o verda- aconteça que cometam pecado;
deiro penitente e o que humilde- e esse grande temor resultou do
mente busca a felicidade. profundo arrependimento que
19 Ora, a alegria de Alma por sentiam por causa de seus inúme-
ter encontrado seus irmãos foi ros homicídios e de sua terrível
realmente grande, como também iniquidade.
a alegria de Aarão, de Ômner e 24 E agora, eis que faremos isso
Hímni; mas eis que sua alegria por nossos irmãos, para que pos-
não chegou ao ponto de superar- sam herdar a terra de Jérson; e
lhes as forças. protegê-los-emos de seus inimi-
20 E então aconteceu que Alma gos com nossos exércitos, com a
conduziu seus irmãos de volta à condição de nos entregarem uma
terra de Zaraenla, para sua pró- parte de seus bens, auxiliando-nos
pria casa. E foram contar ao a juiz a manter nossos exércitos.
supremo tudo o que lhes havia 25 Ora, aconteceu que Amon,
acontecido na terra de Néfi entre quando ouviu isso, voltou, acom-
seus irmãos, os lamanitas. panhado de Alma, ao deserto
21 E aconteceu que o juiz su- onde havia acampado o povo de
premo enviou uma proclamação Ânti-Néfi-Leí; e informou-os de
por toda a terra, desejando saber todas essas coisas. E Alma tam-
a voz do povo sobre a entrada de bém lhes relatou a sua a conversão,
seus irmãos, que eram o povo de com Amon e Aarão e seus irmãos.
Ânti-Néfi-Leí. 26 E aconteceu que isso foi mo-
22 E aconteceu que a voz do tivo de grande alegria para eles.
16 a Al. 17:1–4. b 1 Né. 1:7. 20 a Al. 4:16–18.
17 a GEE Alegria. c Al. 19:14. 25 a Mos. 27:10–24.
321 ALMA 27:27–28:5
E desceram à terra de Jérson e milhares são mortos — Os iníquos
tomaram posse da terra de Jérson são condenados a um estado de misé-
e foram chamados, pelos nefitas, ria interminável; os justos obtêm uma
povo de Amon; portanto, por esse felicidade sem fim. Aproximadamente
nome distinguiram-se dos outros 77–76 a.C.
para sempre.
27 E eles estavam com o povo E então aconteceu que depois
de Néfi e foram também contados que o povo de Amon se estabe-
com o povo que era da igreja de leceu na terra de a Jérson e uma
Deus. E também se distinguiram igreja foi também organizada na
por seu zelo para com Deus, as- terra de Jérson e os exércitos dos
sim como para com os homens, nefitas foram colocados em vários
porque eram perfeitamente a ho- lugares da terra de Jérson, sim,
nestos e justos em todas as coisas; em todas as fronteiras da terra de
e conservaram-se b firmes na sua Zaraenla; eis que os exércitos dos
fé em Cristo até o fim. lamanitas haviam seguido seus
28 E consideravam com grande irmãos ao deserto.
horror o derramamento do san- 2 E assim houve uma tremenda
gue de seus irmãos; e nunca mais batalha; sim, uma batalha como
puderam ser persuadidos a pegar ainda não se tinha visto entre
em armas contra seus irmãos; e todo o povo daquela terra, desde
nunca consideraram a morte com o tempo em que Leí havia deixado
qualquer grau de terror, graças a Jerusalém; sim, e dezenas de mi-
sua esperança e compreensão de lhares de lamanitas foram mortos
Cristo e da ressurreição; portanto, e dispersos.
para eles a morte foi tragada pela 3 Sim, e também houve uma ter-
vitória de Cristo sobre ela. rível matança entre o povo de
29 Portanto, preferiam a mais Néfi; não obstante, os lamanitas
terrível e afrontosa a morte que foram a rechaçados e dispersos e o
seus irmãos pudessem infligir- povo de Néfi retornou a sua terra.
lhes, a levantar sua espada ou 4 E eis que esse foi um tempo
cimitarra para feri-los. em que se ouviu grande pranto e
30 E assim eram um povo zelo- lamentações entre todo o povo de
so e amado, um povo altamente Néfi em toda a terra —
favorecido pelo Senhor. 5 Sim, o clamor de viúvas cho-
rando pelos maridos e também
de pais chorando pelos filhos e
CAPÍTULO 28
da filha pelo irmão, sim, do ir-
Os lamanitas são derrotados numa mão pelo pai; e assim o grito
tremenda batalha  — Dezenas de de lamentação foi ouvido entre
27 a GEE Honestidade, b Al. 23:6. 28 1 a Al. 27:22; 30:1, 19.
Honesto. 29 a Al. 24:20–23. 3 a Al. 30:1.
ALMA 28:6–29:1 322
todos eles, lamentando a perda um estado de miséria sem fim,
de seus parentes que haviam sido segundo as promessas do Senhor.
mortos. 12 Enquanto muitos milhares
6 E seguramente esse foi um dia de outros, ainda que chorem sin-
tristíssimo; sim, um tempo de so- ceramente a perda de seus pa-
briedade e um tempo de muito rentes, alegram-se e exultam na
a 
jejum e oração. esperança e até sabem, segundo
7 E assim terminou o décimo as a promessas do Senhor, que eles
quinto ano em que os juízes go- serão elevados para habitar à mão
vernaram o povo de Néfi. direita de Deus, num estado de
8 E este é o relato de Amon e felicidade sem fim.
seus irmãos, de suas viagens na 13 Vemos, assim, quão grande é
terra de Néfi, seus sofrimentos na a a desigualdade entre os homens
terra, suas dores e suas aflições e por causa do pecado e da trans-
sua a incomensurável alegria; e a gressão e do poder do diabo, que
acolhida e segurança dos irmãos provém dos astutos b planos por
na terra de Jérson. E agora possa ele engendrados para enredar o
o Senhor, o Redentor de todos os coração dos homens.
homens, abençoar-lhes a alma 14 E assim vemos a grande ne-
para sempre. cessidade que o homem tem de
9 E este é o relato das guerras e trabalhar com diligência nas a vi-
contendas entre os nefitas e tam- nhas do Senhor; e assim vemos
bém das guerras entre nefitas e a grande causa da tristeza, como
lamanitas; e terminou o décimo também da alegria — tristeza de-
quinto ano do governo dos juízes. vido à morte e destruição dos ho-
10  E do primeiro ao décimo mens; e alegria por causa da b luz
quinto ano houve a destruição vivificante de Cristo.
de muitos milhares de vidas; sim,
houve um terrível derramamento CAPÍTULO 29
de sangue.
Alma deseja proclamar arrependi-
11 E os corpos de muitos milha-
mento com zelo angélico — O Senhor
res jazem debaixo da terra, en-
concede mestres a todas as nações —
quanto outros milhares se estão
Alma gloria-se na obra do Senhor e
a 
putrefazendo, amontoados sobre
no sucesso de Amon e seus irmãos.
a face da Terra; sim, e muitos mi-
Aproximadamente 76 a.C.
lhares b choram a perda de seus pa-
rentes, porque têm motivos para Oh! eu quisera ser um anjo e
temer que estejam condenados a poder realizar o desejo de meu
6 a Al. 30:2. D&C 42:45–46. 14 a GEE Vinha do Senhor.
8 a Al. 27:16–19. 12 a Al. 11:41. b GEE Luz, Luz de Cristo.
11 a Al. 16:11. 13 a 1 Né. 17:35.
b Al. 48:23; b 2 Né. 9:28.
323 ALMA 29:2–11
coração de ir e falar com a trom- mais do que o trabalho para o
beta de Deus, com uma voz que qual fui chamado?
estremecesse a terra, e proclamar 7 Por que desejaria eu ser um
arrependimento a todos os povos! anjo, poder falar a todos os con-
2 Sim, declararia a todas as al- fins da Terra?
mas, com voz como a do trovão, 8 Porque eis que o Senhor conce-
o arrependimento e o plano de de a a todas as nações que ensinem
redenção, para que se arrependes- a sua palavra em sua própria na-
sem e a viessem ao nosso Deus, a ção e b língua, sim, em sabedoria,
fim de não haver mais tristeza em tudo o que ele c acha que devem
toda a face da Terra. receber; vemos, portanto, que o
3 Mas eis que sou um homem e Senhor aconselha com sabedo-
peco em meu desejo; porque de- ria, segundo o que é justo e ver-
veria contentar-me com as coisas dadeiro.
que o Senhor me concedeu. 9 Sei o que o Senhor me ordenou
4 Não deveria perturbar com e nisso me glorio. Não me glorio
os meus desejos o firme decre- de mim mesmo, mas glorio-me
to de um Deus justo, porque sei naquilo que o Senhor me ordenou;
que ele concede aos homens se- sim, e esta é a minha a glória, que
gundo os seus a desejos, sejam es- talvez possa ser um instrumento
tes para a morte ou para a vida; nas mãos de Deus para trazer al-
sim, sei que ele concede aos ho- guma alma ao arrependimento; e
mens, sim, dá-lhes decretos inal- esta é a minha alegria.
teráveis segundo seus b desejos, 10 E eis que quando vejo muitos
sejam eles para salvação ou para de meus irmãos verdadeiramen-
destruição. te penitentes e vindo ao Senhor
5 Sim, e que o bem e o mal se seu Deus, minha alma enche-se
apresentam a todos os homens; e de alegria; lembro-me então do
aquele que não distingue o bem a 
que o Senhor fez por mim, sim,
do mal não é culpado, mas aquele ouviu minha oração; sim, então
que a distingue o bem do mal, a ele me lembro de seu misericordioso
será dado segundo seus desejos, braço, que se estendeu para mim.
deseje ele o bem ou o mal, a vida 11 Sim, e lembro-me também do
ou a morte, a alegria ou o remorso cativeiro de meus pais; porque sei
de b consciência. seguramente que o a Senhor os li-
6 Ora, uma vez que sei estas coi- vrou do cativeiro e assim estabe-
sas, por que desejaria executar leceu a sua igreja; sim, o Senhor
29 2 a Ômni 1:26; GEE Discernimento, 9 a Al. 26:12.
3 Né. 21:20. Dom de. 10 a Mos. 27:11–31.
4 a Salm. 37:4. b GEE Consciência. 11 a Mos. 24:16–21;
b GEE Arbítrio. 8 a 2 Né. 29:12. Al. 5:3–5.
5 a 2 Né. 2:18, 26; b D&C 90:11.
Morô. 7:15–19. c Al. 12:9–11.
ALMA 29:12–30:3 324
Deus, o Deus de Abraão, o Deus CAPÍTULO 30
de Isaque e o Deus de Jacó livrou-
Corior, o anticristo, ridiculariza Cris-
os do cativeiro.
to, a expiação e o espírito de profe-
12 Sim, lembro-me sempre do
cia — Ele ensina que não existe Deus
cativeiro de meus pais; e o mesmo
nem queda do homem nem penali-
Deus que os a livrou das mãos dos
dade para o pecado nem Cristo —
egípcios livrou-os do cativeiro.
Alma testifica que Cristo virá e que
13 Sim, e aquele mesmo Deus
todas as coisas indicam que existe um
estabeleceu sua igreja entre eles;
Deus — Corior exige um sinal e fica
sim, e aquele mesmo Deus cha-
mudo — O diabo havia aparecido a
mou-me com um santo chama-
Corior como um anjo e ensinara-lhe o
do para pregar a palavra a este
que dizer — Corior é pisado e morre.
povo; e permitiu que eu alcanças-
Aproximadamente 76–74 a.C.
se grande êxito, com o que muito
me a regozijo. Eis então que aconteceu que após
14 Mas não me regozijo somente o a povo de Amon se estabelecer
com o meu sucesso, porém minha na terra de Jérson, sim, e também
alegria é maior por causa do a su- depois que os lamanitas foram
cesso de meus irmãos que subi- b 
expulsos da terra e seus mortos
ram à terra de Néfi. enterrados pelo povo da terra —
15 Eis que trabalharam muito e 2 Ora, seus mortos não foram
colheram muitos frutos; e quão contados, devido ao grande nú-
grande será a sua recompensa! mero deles; nem foram contados
16 Ora, quando penso no êxito os mortos dos nefitas — mas acon-
desses meus irmãos, minha alma teceu que depois de haverem en-
enleva-se tanto que parece sepa- terrado seus mortos e também
rar-se do corpo, tão grande é mi- depois de alguns dias de jejum e
nha alegria. pranto e oração (e foi durante o
17 E agora possa Deus conce- décimo sexto ano em que os juí-
der a esses meus irmãos que se zes governaram o povo de Néfi),
assentem no reino de Deus; sim, começou a haver paz contínua em
e também todos os que são os toda a terra.
frutos de seus trabalhos, para 3 Sim, e o povo empenhava-se
que não saiam mais e louvem- em guardar os mandamentos do
no para sempre. E conceda Deus Senhor; e observavam estritamen-
que aconteça segundo minhas te as a ordenanças de Deus, segun-
palavras, de acordo com o que do a lei de Moisés, porque haviam
disse. Amém. sido ensinados a b guardar a lei de
Moisés, até que fosse cumprida.
12 a Êx. 14:30–31. 30 1 a Al. 27:25–26. 3 a GEE Lei de Moisés.
13 a D&C 18:14–16. GEE Ânti-néfi-leítas. b 2 Né. 25:24–27;
14 a Al. 17:1–4. b Al. 28:1–3. Al. 25:15.
325 ALMA 30:4–16
4 E assim não houve distúrbios homens deveriam ser julgados
entre o povo durante todo o dé- segundo seus crimes. Não obs-
cimo sexto ano em que os juízes tante, nenhuma lei havia contra a
governaram o povo de Néfi. crença de um homem; portanto, o
5 E aconteceu que no princípio homem somente era castigado pe-
do décimo sétimo ano do governo los crimes que cometia; portanto,
dos juízes houve paz contínua. todos se achavam em a igualdade
6 Aconteceu, porém, que no final de condições.
do décimo sétimo ano apareceu 12 E esse anticristo, cujo nome
um homem na terra de Zaraenla; era Corior (sobre quem a lei não
e ele era um a anticristo, pois co- tinha poder algum), começou a
meçou a pregar ao povo contra as pregar ao povo que nenhum Cris-
profecias que haviam sido profe- to haveria; e pregava da seguinte
ridas pelos profetas, relativas à maneira, dizendo:
vinda de Cristo. 13 Ó vós, que estais presos a
7 Ora, não havia lei alguma con- uma louca e vã esperança, por
tra a a crença de um homem, por- que vos submeteis a semelhantes
que era expressamente contrário loucuras? Por que esperais por um
aos mandamentos de Deus que se Cristo? Porque nenhum homem
decretasse uma lei que deixasse pode saber de qualquer coisa que
os homens em desigualdade de esteja por acontecer.
condições. 14 Eis que essas coisas a que cha-
8 Pois assim dizem as escrituras: mais profecias, que dizeis have-
a 
Escolhei hoje a quem servireis. rem sido transmitidas por santos
9 Ora, se um homem desejasse profetas, eis que não passam de
servir a Deus, era seu privilégio, tradições tolas de vossos pais.
ou melhor, se ele acreditasse em 15 Como podeis ter certeza de-
Deus, era seu privilégio servi-lo; las? Eis que não podeis saber de
se nele não acreditasse, porém, coisas que não a vedes; não po-
não havia lei que o punisse. deis, portanto, saber que haverá
10 Se cometesse um assassínio, um Cristo.
entretanto, era castigado com a 16 Olhais adiante e dizeis que
a 
morte; e se roubasse, também vedes a remissão de vossos pe-
era castigado; e se furtasse, tam- cados. Mas eis que isso é efeito
bém era castigado; e se cometesse de uma mente desvairada; e esse
adultério, também era castigado; transtorno de vossa mente é resul-
sim, por todas essas iniquidades tado das tradições de vossos pais,
eles eram punidos. que vos induzem a acreditar em
11 Porque havia uma lei que os coisas que não são verdadeiras.
6 a GEE Anticristo. GEE Arbítrio. 15 a Ét. 12:5–6.
7 a Al. 1:17. 10 a GEE Pena de Morte.
8 a Jos. 24:15. 11 a Mos. 29:32.
ALMA 30:17–27 326
17 E disse-lhes muitas outras coi- pervertendo os caminhos do Se-
sas semelhantes, afirmando-lhes nhor? Por que ensinas a este povo
que não poderia haver expiação que não haverá Cristo e interrom-
para os pecados dos homens, mas pes seu regozijo? Por que falas
que o quinhão de cada um nesta contra todas as profecias dos san-
vida dependia de sua conduta; tos profetas?
portanto, cada homem prospe- 23 Ora, o nome desse sumo sa-
rava segundo sua aptidão e cada cerdote era Gidona. E Corior res-
homem conquistava segundo sua pondeu-lhe: Porque eu não ensino
força; e nada que o homem fizesse as tolas tradições de vossos pais,
seria crime. e porque não ensino este povo a
18 E assim lhes pregava, des- submeter-se às tolas ordenanças
viando o coração de muitos, fa- e cerimônias impostas por sacer-
zendo com que levantassem a dotes antigos para usurparem o
cabeça em sua iniquidade; sim, poder e exercerem autoridade so-
induzindo muitas mulheres e tam- bre eles, a fim de conservá-los em
bém homens a cometerem devas- ignorância, para que não levan-
sidão, dizendo-lhes que quando o tem a cabeça, mas se submetam
homem morria, tudo se acabava. às vossas palavras.
19 Ora, esse homem também 24 Dizeis que este povo é um
foi à terra de Jérson a fim de pre- povo livre. Eis que eu digo que es-
gar essas coisas no meio do povo tão no cativeiro. Dizeis que essas
de Amon, que antes havia sido o antigas profecias são verdadeiras.
povo dos lamanitas. Eis que vos digo que não sabeis
20 Mas eis que eles eram mais se são verdadeiras.
prudentes que muitos dos nefitas, 25 Dizeis que este povo é culpa-
porque o prenderam e amarra- do e decaído, por causa da trans-
ram-no e levaram-no à presença gressão de um pai. Eis que digo
de Amon, que era sumo sacerdote que um filho não é culpado por
daquele povo. causa de seus pais.
21 E aconteceu que ele fez com 26 E dizeis também que Cristo
que o levassem para fora da ter- virá. Mas eis que vos digo que
ra. E ele foi para a terra de Gi- não sabeis se haverá um Cristo. E
deão e começou também a pre- dizeis também que ele será morto
gar-lhes; e não obteve muito pelos a pecados do mundo —
sucesso, pois foi preso e amarra- 27 E assim induzis este povo a
do e levado à presença do sumo acreditar nas tolas tradições de
sacerdote e também do juiz su- vossos pais e segundo vossos
premo da terra. próprios desejos, conservando-
22 E aconteceu que o sumo sa- os submissos, como se estives-
cerdote lhe disse: Por que andas sem no cativeiro, para assim vos
26 a Isa. 53:4–7.
327 ALMA 30:28–38
saciardes com o trabalho de suas e mestres, acusando-os de des-
mãos, de modo que não se atre- viarem o povo, segundo as tolas
vem a levantar a vista destemida- tradições de seus pais, para sacia-
mente nem a usufruir seus direi- rem-se com o trabalho do povo.
tos e privilégios. 32 Disse-lhe então Alma: Tu
28 Sim, não se atrevem a fazer sabes que não nos saciamos com
uso do que lhes pertence, a fim o trabalho deste povo; porque
de não ofenderem seus sacerdo- eis que tenho trabalhado desde
tes que os subjugam segundo seus o começo do governo dos juí-
desejos e fizeram-nos acreditar, zes até agora com minhas pró-
pelas suas tradições e seus sonhos prias mãos para o meu sustento,
e seus caprichos e suas visões e apesar de minhas inúmeras via-
seus pretensos mistérios que, se gens por toda a terra, a fim de
não procederem de acordo com pregar a palavra de Deus a meu
suas palavras, ofenderão algum povo.
ser desconhecido que dizem ser 33 E não obstante os muitos tra-
Deus — um ser que nunca foi vis- balhos que fiz na igreja, nunca re-
to nem conhecido, que nunca exis- cebi um a senine que fosse por meu
tiu nem existirá. trabalho; nem tampouco qualquer
29 Ora, quando o sumo sacerdo- de meus irmãos, a não ser na ca-
te e o juiz supremo viram a dureza deira de juiz; e então recebemos
de seu coração, sim, quando vi- apenas o estipulado por lei pelo
ram que ele injuriaria até mesmo nosso tempo.
Deus, não quiseram responder 34 E agora, se nada recebemos
às suas palavras, mas mandaram pelos nossos trabalhos na igreja,
amarrá-lo; e entregaram-no nas que proveito temos em trabalhar
mãos dos oficiais e enviaram-no na igreja, a não ser divulgar a ver-
à terra de Zaraenla, para ser leva- dade, a fim de nos regozijarmos
do à presença de Alma, e do juiz com a a alegria de nossos irmãos?
supremo que era governador de 35 Então, por que dizes tu que
toda a terra. pregamos a este povo para obter
30 E aconteceu que quando foi lucro, quando tu próprio sabes
levado à presença de Alma e do que nada recebemos? E agora,
juiz supremo, ele continuou a por- acreditas que é porque engana-
tar-se do mesmo modo que na mos este povo que há tanta alegria
terra de Gideão; sim, continuou em seu coração?
a a blasfemar. 36 E Corior respondeu-lhe: Sim.
31  E falou, usando palavras 37 Perguntou-lhe então Alma:
cada vez mais a exaltadas diante Acreditas que exista um Deus?
de Alma; e insultou os sacerdotes 38 E ele respondeu: Não.
30 a GEE Blasfemar, 31 a Hel. 13:22. 34 a GEE Alegria.
Blasfêmia. 33 a Al. 11:3.
ALMA 30:39–48 328
39 Disse-lhe então Alma: Nega- profetas? As escrituras estão dian-
rás outra vez que exista um Deus e te de ti, sim, e b todas as coisas
negarás também o Cristo? Pois eis mostram que existe um Deus; sim,
que te digo que sei que existe um até mesmo a c Terra e tudo que
Deus e também que o Cristo virá. existe sobre a sua face, sim, e seu
40 E agora, que provas tens de d 
movimento, sim, e também todos
que a Deus não existe ou de que os e planetas que se movem em sua
o Cristo não virá? Afirmo-te que ordem regular testemunham que
nenhuma tens, a não ser a tua pró- existe um Criador Supremo.
pria palavra. 45 E, contudo, andas desviando
41 Eis, porém, que tenho todas o coração deste povo, testifican-
as coisas como a testemunho de do-lhe que Deus não existe? E
que estas coisas são verdadei- queres ainda negar todos esses
ras; e tu também tens todas as testemunhos? E ele disse: Sim, eu
coisas como testemunho de que negarei, a menos que tu me mos-
são verdadeiras; e irás negá-las? tres um sinal.
Acreditas que essas coisas sejam 46 E aconteceu que Alma lhe dis-
verdadeiras? se: Eis que estou aflito pela dure-
42 Eis que eu sei que tu acredi- za de teu coração; sim, por ainda
tas, mas estás possuído por um resistires ao espírito da verdade,
espírito mentiroso e afastaste o o que poderá destruir-te a alma.
Espírito de Deus, de maneira que 47 Mas eis que é a melhor perde-
não tem lugar em ti; mas o diabo res tua alma do que seres o instru-
tem poder sobre ti e te conduz, mento da destruição de muitas
inventando subterfúgios para des- almas, por tuas mentiras e por
truir os filhos de Deus. tuas palavras lisonjeiras; portan-
43 E então disse Corior a Alma: to, se negares novamente, eis que
Se me mostrares um a sinal que me Deus te ferirá, de modo que fica-
convença de que existe um Deus, rás mudo, para que nunca mais
sim, se me mostrares que ele tem abras a boca nem enganes este
poder, eu então me convencerei povo.
da veracidade de tuas palavras. 48 Disse-lhe então Corior: Não
44 Mas disse-lhe Alma: Tu já ti- nego a existência de um Deus,
veste muitos sinais; queres ainda mas não acredito que exista um
tentar a teu Deus? Queres ainda Deus; e digo também que não sa-
que te mostre um sinal, quando bes que existe um Deus e, a me-
tens o testemunho de a todos estes nos que me mostres um sinal, não
irmãos, assim como o dos santos acreditarei.
40 a Salm. 14:1. GEE Sinal. c Jó 12:7–10.
41 a GEE Testemunha. 44 a Mos. 13:33–34. d Hel. 12:11–15.
43 a Jacó 7:13–21; b Salm. 19:1; e Mois. 6:63.
D&C 46:8–9. D&C 88:47. 47 a 1 Né. 4:13.
329 ALMA 30:49–59
49 Disse-lhe então Alma: Isto te essa razão opus-me à verdade,
darei por sinal: tu a ficarás mudo, até trazer sobre mim esta grande
de acordo com minhas palavras; maldição.
e afirmo que em nome de Deus 54 Ora, tendo dito isso, suplicou
ficarás mudo, de modo que não a Alma que orasse a Deus, pedin-
mais falarás. do que a maldição lhe fosse tirada.
50 Ora, quando Alma pronun- 55 Alma, porém, disse-lhe: Se
ciou estas palavras, Corior ficou esta maldição te fosse tirada, tu
mudo, não podendo mais falar, novamente perverterias o cora-
conforme as palavras de Alma. ção deste povo; portanto, faça-se
51 E então, quando viu isso, o contigo de acordo com a vontade
juiz supremo estendeu a mão e do Senhor.
escreveu a Corior: Estás conven- 56 E aconteceu que a maldição
cido do poder de Deus? Em quem não foi tirada de Corior; mas ele
desejavas que Alma mostrasse foi expulso e ia de casa em casa,
seu sinal? Quiseras que tivesse mendigando alimento.
afligido a outros para dar-te um 57 Ora, a notícia do que havia
sinal? Eis que ele te deu um sinal; sucedido a Corior foi imediata-
e agora continuarás a duvidar? mente anunciada em toda a terra;
52 E Corior, estendendo a mão, sim, o juiz supremo enviou uma
escreveu: Sei que estou mudo, proclamação a todo o povo da
porque não posso falar; e sei que terra, declarando aos que haviam
nada, a não ser o poder de Deus, acreditado nas palavras de Co-
poderia fazer-me isto; sim, e eu rior que deveriam arrepender-se
sempre a soube que existia um rapidamente, para que o mesmo
Deus. castigo não lhes sobreviesse.
53 Mas eis que o diabo me a en- 58 E aconteceu que todos se con-
ganou, porque me b apareceu na venceram da iniquidade de Co-
forma de um anjo e disse-me: Vai rior; portanto, todos se converte-
e regenera este povo, porque to- ram novamente ao Senhor e isso
dos se perderam, seguindo um pôs fim à iniquidade pregada por
Deus desconhecido. E ele disse- Corior. E Corior ia de casa em
me: Deus c não existe; sim, e en- casa mendigando comida para
sinou-me o que eu deveria dizer. seu sustento.
E eu ensinei as suas palavras; e 59 E aconteceu que, ao andar no
ensinei-as porque eram agradá- meio do povo, sim, um povo que
veis à d mente carnal; e ensinei- se havia separado dos nefitas e
as até obter muito êxito, tanto tomado o nome de zoramitas, sen-
assim que eu realmente acredi- do guiados por um homem cujo
tei que eram verdadeiras; e por nome era Zorã — e ao andar no
49 a 2 Crôn. 13:20. 53 a Jacó 7:14. c Salm. 10:4.
52 a Al. 30:42. b 2 Cor. 11:14; 2 Né. 9:9. d GEE Carnal.
ALMA 30:60–31:7 330
meio deles, eis que foi atropelado por causa da separação dos zora-
e pisoteado até a morte. mitas e nefitas.
60  E assim vemos o fim da- 3 Ora, os zoramitas haviam-se
quele que perverte os caminhos reunido numa terra a que deram
do Senhor; e assim vemos tam- o nome de Antiônum, que ficava
bém que o a diabo não b ampara- a leste da terra de Zaraenla, que
rá seus filhos no último dia, mas quase fazia fronteira com o mar,
arrasta-os rapidamente para o que ficava ao sul da terra de Jér-
c 
inferno. son, que também se limitava com
o deserto sul, o qual estava cheio
CAPÍTULO 31 de lamanitas.
4 Ora, os nefitas temiam muito
Alma chefia uma missão para recupe-
que os zoramitas se aliassem aos
rar os zoramitas apóstatas — Os zo-
lamanitas e que isso pudesse cau-
ramitas negam a Cristo, creem num
sar grande perda aos nefitas.
falso conceito de eleição e adoram
5 Ora, como a a pregação da b pa-
com orações preestabelecidas — Os
lavra exercia uma grande influên-
missionários ficam cheios do Santo
cia sobre o povo, c levando-o a pra-
Espírito — Suas aflições são sobrepu-
ticar o que era justo — sim, surtia
jadas pela alegria em Cristo. Aproxi-
um efeito mais poderoso sobre a
madamente 74 a.C.
mente do povo do que a espada
Ora, aconteceu que depois do ou qualquer outra coisa que lhe
fim de Corior, tendo Alma rece- houvesse acontecido — Alma,
bido notícia de que os zoramitas portanto, pensou que seria acon-
estavam pervertendo os cami- selhável pôr à prova a virtude da
nhos do Senhor e de que Zorã, que palavra de Deus.
era seu chefe, estava induzindo 6 Tomou, portanto, Amon e Aa-
o coração do povo a a curvar-se rão e Ômner e deixou Hímni na
diante de b ídolos mudos, seu co- igreja de Zaraenla; mas levou con-
ração começou a c afligir-se nova- sigo os três primeiros e também
mente por causa da iniquidade Amuleque e Zeezrom, que esta-
do povo. vam em Meleque; e levou também
2 Porque foi motivo de grande dois de seus filhos.
a 
dor para Alma saber da iniquida- 7 Ora, não levou consigo o mais
de no meio de seu povo; portanto, velho de seus filhos, cujo nome
seu coração se entristeceu muito era a Helamã; e os nomes dos
60 a GEE Diabo. GEE Idolatria. b Heb. 4:12;
b Al. 3:26–27; 5:41–42; c Al. 35:15. Jacó 2:8;
D&C 29:45. 2 a Mos. 28:3; Al. 36:26.
c GEE Inferno. 3 Né. 17:14; c Jar. 1:11–12;
31 1 a Êx. 20:5; Mois. 7:41. D&C 11:2.
Mos. 13:13. 5 a En. 1:23; Al. 4:19. 7 a GEE Helamã, Filho de
b 2 Né. 9:37. GEE Pregar. Alma.
331 ALMA 31:8–20
filhos que levou eram Siblon e adorar devia subir nessa plata-
a 

Coriânton; e esses eram os nomes forma e estender as mãos para o


dos que foram com ele pregar a céu e clamar em alta voz, dizendo:
palavra aos b zoramitas. 15 Santo, Santo Deus; cremos
8 Ora, os zoramitas eram a dis- que és Deus e cremos que és san-
sidentes dos nefitas; portanto, já to; e que eras um espírito e que és
lhes havia sido ensinada a pala- um espírito e que serás um espí-
vra de Deus. rito para sempre.
9 Eles, porém, a haviam cometido 16 Santo Deus, cremos que nos
grandes erros, porque não obser- separaste de nossos irmãos; e não
vavam os mandamentos de Deus cremos nas tradições de nossos ir-
nem os seus estatutos, segundo a mãos que lhes foram transmitidas
lei de Moisés. pela infantilidade de seus pais;
10  Nem queriam observar mas cremos que tu nos a elegeste
as práticas da igreja de conti- para sermos teus b santos filhos;
nuar a orar e suplicar diaria- e também nos fizeste saber que
mente a Deus, para não cair em nenhum Cristo haverá.
tentação. 17 Mas tu és o mesmo ontem,
11 Enfim, pervertiam os cami- hoje e para sempre; e a elegeste-
nhos do Senhor de muitos modos; nos para sermos salvos, enquanto
portanto, por esse motivo, Alma que todos ao nosso redor foram
e seus irmãos entraram na terra escolhidos para serem, pela tua
para pregar-lhes a palavra. ira, lançados no inferno; por essa
12 Ora, quando chegaram à ter- santidade, ó Deus, agradecemos-
ra, eis que notaram, com grande te; e também te rendemos graças
espanto, que os zoramitas haviam por nos haveres elegido, a fim de
construído sinagogas e que se reu- que não sejamos desencaminha-
niam certo dia da semana, ao qual dos pelas tolas tradições de nossos
chamavam dia do Senhor; e ado- irmãos que os forçam a crer em
ravam de um modo que Alma e Cristo, afastando-lhes o coração
seus irmãos ainda não haviam para longe de ti, Deus nosso!
visto; 18 E novamente te rendemos
13 Pois haviam construído no graças, ó Deus, por sermos um
centro de sua sinagoga um local povo eleito e santo. Amém.
para ficarem de pé, que ficava 19 Ora, aconteceu que tendo
mais alto que a cabeça, em cuja Alma e seus irmãos e seus filhos
parte superior só cabia uma pes- ouvido essas orações, ficaram ex-
soa. tremamente admirados.
14  Portanto, quem desejasse 20  Pois eis que cada um se
7 b Al. 30:59. 14 a Mt. 6:1–7. 17 a GEE Vaidade, Vão.
8 a Al. 24:30. 16 a Al. 38:13–14.
9 a GEE Apostasia. b Isa. 65:3, 5.
ALMA 31:21–32 332
adiantava e proferia essas mesmas 27 Eis que, ó Deus, eles clamam
a 

orações. a ti; entretanto seu coração está


21 Ora, esse lugar era por eles dominado pelo orgulho. Eis que,
chamado Rameumptom, que quer ó Deus, clamam a ti com os lábios,
dizer púlpito sagrado. enquanto estão grandemente b en-
22 Ora, desse púlpito cada ho- soberbecidos com as coisas vãs
mem oferecia a mesma oração a do mundo.
Deus, agradecendo a seu Deus 28 Eis, ó meu Deus, seus suntuo-
por terem sido escolhidos por sos ornamentos e seus anéis e seus
ele e por ele não os ter induzido a 
braceletes e seus enfeites de ouro
a seguir as tradições de seus ir- e todas as coisas preciosas com
mãos e não ter deixado que seu que estão adornados; e eis que seu
coração fosse atraído pela crença coração está preso a essas coisas
em coisas futuras, das quais nada e, no entanto, clamam a ti, dizen-
sabiam. do: Agradecemos-te, ó Deus, por
23 Ora, depois de todo o povo sermos um povo escolhido por ti,
agradecer dessa forma, voltavam enquanto outros perecerão.
para casa, a não falando mais em 29 Sim, e dizem que tu lhes fi-
seu Deus até que se reunissem zeste saber que não haverá um
novamente, diante do púlpito sa- Cristo.
grado, para render graças a sua 30 Ó, Senhor Deus, até quando
maneira. permitirás que exista tal iniqui-
24 Ora, quando viu tudo isso dade e infidelidade? Ó Senhor,
Alma ficou a triste, porque perce- dá-me forças para suportar mi-
beu que eram um povo iníquo e nhas fraquezas, pois sou débil e
perverso; sim, viu que tinham o a iniquidade deste povo contris-
coração posto no ouro e na prata ta-me a alma.
e em toda espécie de objetos finos. 31 Ó Senhor, meu coração está
25 Sim, viu também que, por extremamente aflito; consola mi-
causa de seu orgulho, seu cora- nha alma a em Cristo. Ó Senhor,
ção estava a ensoberbecido e eles concede-me forças para suportar
vangloriavam-se. com paciência essas aflições que
26 E elevou a voz ao céu e a cla- sofrerei por causa da iniquidade
mou, dizendo: Ó Senhor, até deste povo.
quando permitirás que teus 32 Ó Senhor, conforta-me a alma
servos habitem aqui na carne, e faze com que eu tenha êxito, as-
para presenciarem tão grandes sim como os companheiros que
iniquidades entre os filhos dos estão comigo — sim, Amon e Aa-
homens? rão e Ômner e também Amuleque
23 a Tg. 1:21–25. Al. 1:32. b GEE Orgulho.
24 a Gên. 6:5–6. 26 a Mois. 7:41–58. 28 a Isa. 3:16–24.
25 a Jacó 2:13; 27 a Isa. 29:13. 31 a Jo. 16:33.
333 ALMA 31:33–32:4
e Zeezrom e também meus dois a 
CAPÍTULO 32
filhos — sim, ó Senhor, conforta-
Alma ensina os pobres, cujas aflições
os a todos! Sim, conforta-lhes a
os haviam tornado humildes — Fé é
alma em Cristo!
uma esperança naquilo que não se vê
33 Concede-lhes forças para su-
e que é verdadeiro — Alma testifica
portarem as aflições que lhes ad-
que anjos ministram entre homens,
virão por causa das iniquidades
mulheres e crianças — Alma compara
deste povo.
a palavra a uma semente — Ela deve
34 Ó Senhor, permite que a tenha-
ser plantada e cuidada — Então se
mos êxito em trazê-los novamente
transforma em uma árvore da qual se
a ti, em Cristo.
colhe o fruto da vida eterna. Aproxi-
35 Eis, ó Senhor, que sua a alma
madamente 74 a.C.
é preciosa e muitos deles são nos-
sos irmãos; dá-nos, portanto, ó E aconteceu que saíram e co-
Senhor, poder e sabedoria para meçaram a pregar a palavra de
trazermos esses nossos irmãos Deus ao povo, entrando em suas
novamente a ti. sinagogas e em suas casas; sim, e
36 E aconteceu que, tendo pro- até pregavam a palavra nas ruas.
nunciado essas palavras, Alma 2 E aconteceu que, depois de
a 
impôs as b mãos sobre todos os muito trabalho, começaram a ter
que estavam com ele. E eis que, ao êxito com a classe a pobre; pois eis
impor-lhes as mãos, encheram-se que os pobres eram expulsos das
do Santo Espírito. sinagogas por causa de suas ves-
37 Depois disso separaram-se timentas grosseiras.
uns dos outros, a não pensando no 3 Portanto, não lhes era permi-
que iriam comer ou no que iriam tida a entrada nas sinagogas para
beber nem no que iriam vestir. adorarem a Deus, sendo consi-
38 E o Senhor proveu-os de tudo, derados como imundície porque
para que não tivessem fome nem eram pobres; sim, eram consi-
tivessem sede; sim, e deu-lhes for- derados por seus irmãos como
ça para que não padecessem qual- escória e eram a pobres quanto às
quer espécie de a aflição que não coisas do mundo; eram também
pudesse ser sobrepujada pela ale- humildes de coração.
gria em Cristo. Ora, isso aconte- 4 Ora, enquanto Alma estava
ceu por causa da oração de Alma; pregando e ensinando ao povo
e isto porque havia orado com b fé. no monte Onida, aproximou-
se uma grande multidão que se
32 a Al. 31:7. b GEE Mãos, Imposição Mos. 24:13–15;
34 a 2 Né. 26:33. de. Al. 33:23.
35 a GEE Alma — Valor das 37 a Mt. 6:25–34; b GEE Fé.
almas. 3 Né. 13:25–34. 32 2 a GEE Pobres.
36 a 3 Né. 18:36–37. 38 a Mt. 5:10–12; 3 a Al. 34:40.
ALMA 32:5–15 334
compunha daqueles de quem es- 10 Eis que vos digo: Supondes
távamos falando, que eram os a hu- que não podeis a adorar a Deus a
mildes de coração por causa da não ser em vossas sinagogas?
sua pobreza quanto às coisas do 11 E pergunto-vos ainda: Supon-
mundo. des que não podeis adorar a Deus
5 E aproximaram-se de Alma e mais que uma vez por semana?
o mais influente deles disse-lhe: 12 Digo-vos: Ainda bem que vos
a 
Que deverão fazer estes meus afastaram de vossas sinagogas,
irmãos, pois são desprezados por para que sejais humildes e apren-
todos devido a sua pobreza; sim, dais a sabedoria, pois é necessário
e principalmente por nossos sa- que aprendais sabedoria; porque
cerdotes, pois b expulsaram-nos de foi por terdes sido afastados e
nossas sinagogas, em cuja cons- desprezados por vossos irmãos,
trução trabalhamos muito com devido a vossa extrema b pobre-
nossas próprias mãos; e expulsa- za, que haveis humilhado vosso
ram-nos devido a nossa grande coração; porque fostes obrigados
pobreza e não temos um lugar a vos humilhardes.
onde adorar nosso Deus; c que de- 13 E agora, porque fostes com-
vemos fazer? pelidos a ser humildes, benditos
6 E então, quando ouviu isso, sois; porque o homem, às vezes,
Alma voltou-se para ele e olhou se é compelido a humilhar-se, pro-
com grande alegria, pois viu que cura o arrependimento; e certa-
suas a aflições verdadeiramente os mente quem se arrepender en-
haviam tornado b humildes e que contrará misericórdia; e quem
estavam c preparados para ouvir encontrar misericórdia e a perse-
a palavra. verar até o fim, será salvo.
7 Portanto, ele não falou mais à 14 E agora, como vos disse que
outra multidão; mas estendeu a por terdes sido compelidos a ser
mão e clamou aos que via e eram humildes fostes abençoados, não
verdadeiramente penitentes; e vos parece que serão mais aben-
disse-lhes: çoados os que verdadeiramente
8 Vejo que sois a humildes de co- se humilharem por causa da pa-
ração; e, se assim é, benditos sois. lavra?
9 Eis que vosso irmão me per- 15 Sim, aquele que verdadeira-
guntou: Que devemos fazer? — mente se humilhar e arrepender-
pois somos expulsos de nossas se de seus pecados e perseverar
sinagogas, de modo que não po- até o fim, esse será abençoado —
demos adorar a nosso Deus. sim, será muito mais abençoado
4 a GEE Pobres — Pobres 6 a GEE Adversidade. 8 a Mt. 5:3–5.
em espírito. b GEE Humildade, 10 a GEE Adorar.
5 a Prov. 18:23. Humilde, Humilhar. 12 a Ecles. 4:13.
b Al. 33:10. c Al. 16:16–17; b Prov. 16:8.
c At. 2:37–38. D&C 101:8. 13 a Al. 38:2.
335 ALMA 32:16–27
do que aqueles que são compeli- 22 E agora, eis que vos digo: Eu
dos a humilhar-se devido a sua quisera que de um lado vos lem-
extrema pobreza. brásseis de que Deus é miseri-
16 Portanto, benditos são os que cordioso para com todos os que
se a humilham sem serem compe- acreditam em seu nome; portan-
lidos a ser humildes; ou, em ou- to, deseja em primeiro lugar que
tras palavras, bendito é aquele acrediteis, sim, que acrediteis em
que acredita na palavra de Deus sua palavra.
e é batizado sem relutância no co- 23 E agora, ele transmite a sua
ração, sim, sem ter sido levado a palavra aos homens por intermé-
conhecer a palavra ou mesmo sem dio de anjos; sim, a não só aos ho-
ser compelido a conhecer antes mens mas também às mulheres.
de acreditar. Ora, isso não é tudo; muitas vezes
17 Sim, há muitos que dizem: Se as b crianças recebem palavras que
nos mostrardes um a sinal do céu, confundem o sábio e o instruído.
saberemos com segurança; então 24 E agora, meus amados ir-
acreditaremos. mãos, como desejastes saber de
18 Agora vos pergunto: Isso é fé? mim o que devereis fazer, por es-
Eis que vos digo: Não. Porque se tardes aflitos e serdes rejeitados —
um homem sabe uma coisa, não ora, não desejo que suponhais que
tem motivo para a crer, porque a eu pretenda julgar-vos, exceto de
sabe. acordo com o que é verdade —
19 E agora, quão mais amaldiçoa- 25 Porque não afirmo que todos
do é aquele que a conhece a von- vós fostes obrigados a vos humi-
tade de Deus e não a pratica, do lhardes; pois realmente acredi-
que aquele que somente acredita to que alguns de vós vos humi-
ou que somente tem motivo para lharíeis, fossem quais fossem as
acreditar e cai em transgressão? circunstâncias;
20 Ora, isto deveis julgar. Eis que 26 Ora, como disse em relação à
vos digo que de um lado é como fé, que não era um conhecimento
do outro; e cada homem receberá perfeito, o mesmo se dá com mi-
de acordo com suas obras. nhas palavras. A princípio não
21 E agora, conforme falei com podereis ter perfeita certeza delas,
referência à fé — a fé não é ter um assim como a fé tampouco é um
perfeito conhecimento das coi- conhecimento perfeito.
sas; portanto, se tendes fé, tendes 27 Mas eis que, se despertardes
b 
esperança nas coisas que se c não e exercitardes as vossas faculda-
veem e que são verdadeiras. des, pondo à prova as minhas
16 a GEE Humildade, 21 a Jo. 20:29; b Mt. 11:25;
Humilde, Humilhar. Heb. 11. Lc. 10:21;
17 a GEE Sinal. b GEE Esperança. 3 Né. 26:14–16;
18 a Ét. 12:12, 18. c Ét. 12:6. D&C 128:18.
19 a Jo. 15:22–24. 23 a Joel 2:28–29.
ALMA 32:28–36 336
palavras, e exercerdes uma par- semente; porque eis que brota e
tícula de fé, sim, mesmo que não começa a crescer.
tenhais mais que o a desejo de acre- 31 E agora, estais certos de que é
ditar, deixai que esse desejo opere uma boa semente? Digo-vos que
em vós, até acreditardes de tal for- sim; porque toda semente frutifica
ma que possais dar lugar a uma segundo sua a própria semelhança.
porção das minhas palavras. 32 Portanto, se uma semente
28 Compararemos a palavra a cresce, é boa; mas se não cresce,
uma a semente. Ora, se derdes lu- eis que não é boa; portanto, é lan-
gar em vosso b coração para que çada fora.
uma c semente seja plantada, eis 33 E agora, eis que por haverdes
que, se for uma semente verda- feito a experiência e plantado a
deira, ou seja, uma boa semente, semente que inchou e brotou e
se não a lançardes fora por vossa começou a crescer, deveis for-
d 
incredulidade, resistindo ao Es- çosamente saber que a semente
pírito do Senhor, eis que ela co- é boa.
meçará a inchar em vosso peito; 34 E agora, eis que é perfeito o
e quando tiverdes essa sensação vosso a conhecimento? Sim, vosso
de crescimento, começareis a dizer conhecimento é perfeito nisto e
a vós mesmos: Deve ser uma boa vossa b fé permanece adormecida;
semente, ou melhor, a palavra é e isto porque sabeis, pois sabeis
boa porque começa a dilatar-me a que a palavra vos dilatou a alma e
alma; sim, começa a iluminar-me sabeis também que ela germinou,
o e entendimento; sim, começa a que vossa compreensão começa a
ser-me deliciosa. iluminar-se e vossa c mente come-
29 Ora, eis que isso não aumen- ça a expandir-se.
taria a vossa fé? Digo-vos que sim; 35 Oh! então isto não é real? Di-
não obstante, não cresceu a ponto go-vos que sim, porque é a luz; e
de transformar-se em perfeito co- o que é luz é bom, porque pode
nhecimento. ser discernido; portanto, deveis
30 Mas eis que quando a semen- saber que é bom; e agora, eis que,
te incha e brota e começa a crescer, depois de haverdes experimen-
então deveis dizer que a semente é tado esta luz, é perfeito o vosso
boa; porque eis que inchou e bro- conhecimento?
tou e começou a crescer. E agora, 36 Eis que vos digo: Não, nem
eis que isto não fortalecerá vossa deveis pôr de lado a vossa fé, por-
fé? Sim, fortalecerá vossa fé, pois que haveis somente exercido vos-
direis: Eu sei que esta é uma boa sa fé para plantar a semente a fim
27 a Mc. 11:24. e GEE Compreensão, c GEE Mente.
28 a Al. 33:1. Entendimento. 35 a Jo. 3:18–21.
b GEE Coração. 31 a Gên. 1:11–12. GEE Luz, Luz de Cristo.
c Lc. 8:11. 34 a GEE Conhecimento.
d Mt. 17:20. b Ét. 3:19.
337 ALMA 32:37–33:2
de fazer a expêriencia, para saber é sumamente precioso, que é mais
se a semente é boa. doce que tudo que é doce, que é
37 E eis que, à medida que a ár- mais branco que tudo que é bran-
vore começar a crescer, direis: Tra- co, sim, e mais puro que tudo que
temos dela com muito cuidado, é puro; e banquetear-vos-eis com
para que crie raiz, para que cres- esse fruto, até vos fartardes, de
ça e dê frutos. E agora, eis que se modo que não tereis fome nem
a tratardes com muito cuidado, tereis sede.
criará raiz e crescerá e dará frutos. 43 Então, meus irmãos, colhe-
38 Mas se a negligenciardes a ár- reis a recompensa de vossa fé e
vore e deixardes de tratá-la, eis de vossa diligência e paciência e
que não criará raiz; e quando che- longanimidade, esperando que a
gar o calor do sol e a abrasar, se- árvore vos dê fruto.
cará por falta de raiz; e arrancá-
la-eis e lançareis fora. CAPÍTULO 33
39 Ora, isso não é porque a se-
Zenos ensinou que os homens devem
mente não seja boa nem porque
orar e adorar em todos os lugares e
o seu fruto seja indesejável, mas
que julgamentos são afastados por
porque vosso a terreno é estéril e
causa do Filho — Zenoque ensinou
não cuidais da árvore; não podeis,
que a misericórdia é concedida por
portanto, obter seu fruto.
causa do Filho — Moisés havia levan-
40 E assim, se não cultivardes a
tado no deserto um símbolo do Filho
palavra, esperando com os olhos
de Deus. Aproximadamente 74 a.C.
da fé o seu fruto, nunca podereis
colher o fruto da a árvore da vida. Ora, depois que Alma proferiu
41 Se, porém, cultivardes a pa- essas palavras, mandaram per-
lavra, sim, cultivardes a árvore guntar-lhe se deviam acreditar em
quando ela começar a crescer, com a 
um Deus, para assim poderem
vossa fé, com grande esforço e obter aquele fruto de que ele havia
com a paciência, esperando o fru- falado, ou como deveriam plantar
to, ela criará raiz; e eis que será a b semente, ou a palavra de que
uma árvore que b brotará para a havia falado, a qual ele dissera
vida eterna. que deveria ser plantada em seus
42 E por causa de vosso a esforço corações; ou seja, de que maneira
e de vossa fé e de vossa paciência começariam a exercer a fé.
em cultivar a palavra para que 2 E Alma respondeu-lhes: Eis
crie raiz em vós, eis que pouco a que dissestes que a não podeis
pouco colhereis o seu b fruto, que adorar vosso Deus, porque fostes
38 a GEE Apostasia. b Al. 33:23; Mos. 15:2–4.
39 a Mt. 13:5. D&C 63:23. b Al. 32:28–43.
40 a Gên. 2:9; 42 a GEE Diligência. 2 a Al. 32:5.
1 Né. 15:36. b 1 Né. 8:10–12.
41 a GEE Paciência. 33 1 a 2 Né. 31:21;
ALMA 33:3–17 338
expulsos de vossas sinagogas. 10 Sim, e também me ouviste
Mas eis que vos digo: Se supon- quando fui a expulso e desprezado
des que não podeis adorar a Deus, por meus inimigos; sim, ouviste
errais muito e deveríeis examinar os meus clamores e te indignaste
as b escrituras; se supondes que é com os meus inimigos e visitas-
isso que elas vos ensinaram, não te-os em tua ira com rápida des-
as compreendeis. truição.
3 Não vos recordais de haver 11 E ouviste-me por causa das
lido o que a Zenos, o profeta da minhas aflições e da minha since-
antiguidade, disse a respeito da ridade; e é por causa de teu Filho
oração, ou melhor, da b adoração? que foste assim misericordioso
4 Pois ele disse: És misericor- comigo; portanto, clamarei a ti em
dioso, ó Deus, porque ouviste a todas as minhas aflições, porque
minha oração até mesmo quando em ti está a minha alegria; porque,
me achava no deserto; sim, fos- por causa de teu Filho, afastaste
te misericordioso quando orei a de mim teus julgamentos.
respeito daqueles que eram meus 12 E disse-lhes então Alma: Cre-
a 
inimigos e fizeste com que se vol- des nas a escrituras que foram es-
tassem para mim. critas pelos antigos?
5 Sim, ó Deus! E foste miseri- 13 Eis que, se nelas credes, de-
cordioso para comigo quando a veis crer no que a Zenos disse, por-
ti clamei no meu a campo; quan- que eis que declarou: Afastaste
do clamei a ti em minha oração e teus julgamentos por causa de
me ouviste. teu Filho.
6 E ainda, ó Deus, quando fui 14 Agora, meus irmãos, eis que
para casa, tu ouviste a minha vos pergunto se haveis lido as es-
oração. crituras. Se haveis, como podeis
7 E quando fui ao meu a aposen- não crer no Filho de Deus?
to e roguei a ti, ó Senhor, tu me 15 Porque a não está escrito que
ouviste. somente Zenos falou dessas coi-
8 Sim, tu és misericordioso para sas, mas b Zenoque também falou
com teus filhos quando clamam a dessas coisas —
ti para serem ouvidos por ti e não 16 Pois eis que ele disse: Estás
pelos homens; e tu os ouves. irado, ó Senhor, contra este povo,
9 Sim, ó Deus, foste misericor- porque não compreende a mise-
dioso para comigo, e ouviste os ricórdia que lhe concedeste por
meus clamores em meio às tuas causa de teu Filho.
congregações. 17 E agora, meus irmãos, vedes
2 b Al. 37:3–10. 4 a Mt. 5:44. 12 a GEE Escrituras.
3 a GEE Escrituras — 5 a Al. 34:20–25. 13 a Al. 34:7.
Escrituras perdidas; 7 a Mt. 6:5–6; 15 a Jacó 4:4.
Zenos. Al. 34:26. b 1 Né. 19:10;
b GEE Adorar. 10 a Al. 32:5. Al. 34:7.
339 ALMA 33:18–34:1
que um segundo profeta da anti- dos mortos, proporcionando-nos
guidade testificou sobre o Filho de a d ressurreição; que todos os ho-
Deus; e porque o povo não quis mens comparecerão diante dele,
compreender suas palavras, a ape- a fim de serem julgados no último
drejaram-no até morrer. dia, o dia do juízo final, segundo
18 Mas eis que isso não é tudo; suas e obras.
esses não são os únicos que fala- 23 E agora, meus irmãos, de-
ram a respeito do Filho de Deus. sejo que a planteis esta palavra
19 Eis que a Moisés dele falou; em vosso coração; e quando ela
sim, e eis que um b símbolo foi c le- começar a inchar, cultivai-a com
vantado no deserto, a fim de que vossa fé. E eis que se tornará em
todo aquele que o olhasse, vives- árvore, b crescendo em vós para a
se. E muitos olharam e viveram. vida eterna. E permita Deus que
20 Poucos, porém, compreende- vossas c cargas sejam leves pela
ram o significado daquelas coisas; alegria em seu Filho. E tudo isso
e isso devido à dureza de seu co- podereis fazer, se assim o quiser-
ração. Mas houve muitos tão obs- des. Amém.
tinados, que nem quiseram olhar
e, portanto, pereceram. Ora, a ra- CAPÍTULO 34
zão pela qual não queriam olhar
Amuleque testifica que a palavra que
era que não acreditavam que isso
leva à salvação está em Cristo — A
os a curaria.
não ser que haja uma expiação, toda
21 Ó meus irmãos, se pudésseis
a humanidade perecerá — A totali-
ser curados simplesmente olhan-
dade da lei de Moisés aponta para o
do ao redor para serdes curados,
sacrifício do Filho de Deus — O pla-
não o faríeis rapidamente? Ou
no eterno de redenção fundamenta-se
preferiríeis endurecer o coração
na fé e no arrependimento — Orai
na incredulidade e ser negligen-
por bênçãos materiais e espirituais —
tes, recusando-vos a olhar ao re-
Esta vida é o tempo para os homens
dor, e assim perecer?
prepararem-se para o encontro com
22 Se assim for, a desgraça cairá
Deus — Operai a vossa salvação com
sobre vós; mas se não for, então
temor perante Deus. Aproximada-
olhai ao redor e a começai a acredi-
mente 74 a.C.
tar no Filho de Deus, que ele virá
para remir seu povo e que ele so- E então aconteceu que Alma,
frerá e morrerá para b expiar os pe- tendo proferido estas palavras,
cados deles; e que ele se c levantará sentou-se no chão; e a Amuleque
17 a GEE Mártir, Martírio. Hel. 8:14–15. e GEE Obras.
19 a Deut. 18:15, 18; 20 a 1 Né. 17:40–41. 23 a Al. 33:1; 34:4.
Al. 34:7. 22 a Al. 32:27–28. b Al. 32:41;
b Núm. 21:9; b Al. 22:14; 34:8–9. D&C 63:23.
2 Né. 25:20; Mos. 3:15. c GEE Ressurreição. c Al. 31:38.
c Jo. 3:14; d Al. 11:44. 34 1 a Al. 8:21.
ALMA 34:2–12 340
levantou-se e começou a ensinar- verdadeiras. Eis que vos digo que
lhes, dizendo: sei que Cristo virá entre os filhos
2 Meus irmãos, penso ser im- dos homens para tomar sobre si as
possível que ignoreis as coisas transgressões de seu povo e que
que foram ditas concernentes à ele b expiará os pecados do mun-
vinda de Cristo, que ensinamos do; porque o Senhor Deus o disse.
ser o Filho de Deus; sim, sei que 9 Pois é necessário que haja uma
a 
estas coisas vos foram ampla- a 
expiação; porque, de acordo com
mente ensinadas antes de vosso o grande b plano do Deus Eter-
afastamento de nós. no, deverá haver uma expiação;
3 E como haveis desejado que do contrário, toda a humanidade
meu amado irmão vos dissesse inevitavelmente perecerá; sim,
o que deveríeis fazer, devido às todos são obstinados; sim, todos
vossas aflições, ele vos disse algo estão c decaídos e perdidos e hão
para preparar-vos a mente; sim, e de perecer, a não ser que seja pela
ele exortou-vos a terdes fé e pa- expiação que deve haver.
ciência — 10 Porque é necessário que haja
4 Sim, a terdes fé suficiente para um grande e último a sacrifício;
a 
plantar a palavra em vosso cora- sim, não um sacrifício de homem
ção e assim testar sua excelência. nem de animal nem de qualquer
5 E vimos que a grande pergunta tipo de ave; pois não será um
que tendes em mente é se a pala- sacrifício humano; deverá, po-
vra está no Filho de Deus ou se rém, ser um b sacrifício c infinito e
não haverá um Cristo. eterno.
6 E vistes também que meu ir- 11 Ora, não há homem algum
mão vos provou em muitas oca- que possa sacrificar o seu sangue
siões que a a palavra para a salva- para expiar pecados de outrem.
ção está em Cristo. Ora, se um homem assassina, eis
7 Meu irmão citou as palavras que a nossa lei, que é a justa, toma-
de Zenos e também as palavras de rá a vida de seu irmão? Digo-vos
Zenoque, de que a redenção nos que não.
vem por meio do Filho de Deus; 12 A lei, porém, requer a vida
e ele também recorreu a Moisés daquele que cometeu o a assassi-
para provar que estas coisas são nato; portanto, nada pode haver,
verdadeiras. a não ser uma expiação infinita,
8 E agora, eis que eu próprio que seja suficiente para os peca-
vos a testifico que estas coisas são dos do mundo.
2 a Al. 16:13–21. b Al. 12:22–33; c 2 Né. 9:7.
4 a Al. 33:23. Mois. 6:62. 11 a Deut. 24:16;
6 a Jo. 1:1, 14. c GEE Queda de Adão Mos. 29:25.
8 a GEE Testificar. e Eva. 12 a GEE Homicídio;
b GEE Expiação, Expiar. 10 a Mois. 5:6–7. Pena de Morte.
9 a Al. 33:22. b GEE Sacrifício.
341 ALMA 34:13–27
13 Assim sendo, é necessário que nome, para que tenha misericór-
haja um grande e último sacrifí- dia de vós.
cio; e então haverá, ou melhor, é 18 Sim, clamai a ele por mise-
necessário que haja um a fim para ricórdia, porque ele é poderoso
o derramamento de sangue; então para salvar.
será cumprida a b lei de Moisés; 19 Sim, humilhai-vos e continuai
sim, será totalmente cumprida, em oração a ele.
cada jota e til; e nada se omitirá. 20 Clamai a ele quando estiver-
14 E eis que este é o a significado des em vossos campos, sim, por
total da b lei, cada ponto indicando todos os vossos rebanhos.
aquele grande e último c sacrifício; 21 a Clamai a ele em vossas casas,
e aquele grande e último sacrifício sim, por todos os de vossa casa,
será o Filho de Deus, sim, infinito tanto de manhã como ao meio-
e eterno. dia e à noite.
15 E assim ele trará a salvação a 22 Sim, clamai a ele contra o po-
todos os que acreditarem em seu der de vossos inimigos.
nome, sendo a finalidade deste 23 Sim, a clamai a ele contra o
último sacrifício manifestar as b 
diabo, que é o inimigo de toda
entranhas da misericórdia, a qual c 
retidão.
sobrepuja a justiça e proporciona 24 Clamai a ele pelas colheitas
aos homens meios para que te- de vossos campos, a fim de que,
nham fé para o arrependimento. por meio delas, prospereis.
16 E assim a a misericórdia pode 25 Clamai pelos rebanhos de
satisfazer as exigências da b justiça vossos campos, para que aumen-
e envolve-os nos braços da segu- tem.
rança, enquanto que aquele que 26 Mas isto não é tudo; deveis
não exerce fé para o arrependi- abrir vossa alma em vossos a apo-
mento está exposto à toda a lei das sentos e em vossos lugares secre-
exigências da c justiça; portanto, tos e em vossos desertos.
apenas para o que possui fé para o 27 Sim, e quando não clamardes
arrependimento tem efeito o gran- ao Senhor, deixai que se a encha
de e eterno d plano de redenção. o vosso b coração, voltado con-
17 Portanto, permita Deus, meus tinuamente para ele em oração
irmãos, que comeceis a exercer pelo vosso bem-estar, assim como
vossa a fé para o arrependimento, pelo bem-estar de todos os que
que comeceis a b invocar seu santo vos rodeiam.
13 a 3 Né. 9:17, 19–20. b GEE Justiça. 23 a 3 Né. 18:15, 18.
b 3 Né. 15:5. c Al. 12:32. b GEE Diabo.
14 a Al. 30:3. d GEE Plano de c GEE Retidão.
b GEE Lei de Moisés. Redenção. 26 a Mt. 6:5–6.
c D&C 138:35. 17 a GEE Fé. 27 a GEE Ponderar.
15 a GEE Salvação. b GEE Oração. b GEE Coração.
16 a GEE Misericórdia, 21 a Salm. 5:1–3;
Misericordioso. 3 Né. 18:21.
ALMA 34:28–36 342
28 E agora, meus amados ir- eis que o dia desta vida é o dia
mãos, eis que vos digo que não para os homens executarem os
penseis que isto é tudo; porque seus labores.
depois de haverdes feito todas 33 E agora, como vos disse antes,
estas coisas, se negardes ajuda já que haveis tido tantos testemu-
aos a necessitados e aos nus e não nhos, peço-vos, portanto, que não
visitardes os doentes e aflitos nem a 
deixeis o dia do b arrependimento
b 
repartirdes o vosso sustento, se o para o fim; porque depois deste
tendes, com os que necessitam — dia de vida que nos é dado a fim
digo-vos, se não fizerdes qual- de nos prepararmos para a eter-
quer destas coisas, eis que vossa nidade, eis que, se não fizermos
c 
oração é d vã e de nada vos vale melhor uso de nosso tempo nesta
e sois como os hipócritas que ne- vida, virá a c noite d tenebrosa, du-
gam a fé. rante a qual nenhum labor poderá
29 Portanto, se não vos lembrar- ser executado.
des de ser a caridosos, sereis como 34 Não podereis dizer, quando
o refugo que os refinadores põem fordes levados a essa terrível a cri-
fora (por não ter valor) e é pisado se: Arrepender-me-ei para retor-
pelos homens. nar a meu Deus. Não, não pode-
30 E agora, meus irmãos, eu qui- reis dizer isso; porque o mesmo
sera que, depois de haverdes re- espírito que possuir vosso corpo
cebido tantos testemunhos, vendo quando deixardes esta vida, esse
que as santas escrituras testificam mesmo espírito terá poder para
estas coisas, produzísseis a frutos possuir vosso corpo naquele mun-
para o arrependimento. do eterno.
31 Sim, eu quisera que já não 35 Pois eis que, se deixastes o dia
endurecêsseis vosso coração, pois do arrependimento para o dia da
eis que agora é o tempo e o a dia vossa morte, eis que vos tendes
de vossa salvação; e, portanto, se a 
submetido ao espírito do diabo e
vos arrependerdes e não endure- ele vos b sela como seus; portanto,
cerdes o coração, imediatamente o Espírito do Senhor se apartou de
terá efeito para vós o grande pla- vós e não tem lugar em vós; e o
no de redenção. diabo tem sobre vós todo o poder
32 Pois eis que esta vida é o tem- e este é o estado final dos iníquos.
po para os homens a prepararem- 36 E isto eu sei, porque o Senhor
se para o encontro com Deus; sim, disse que não habita em templos
28 a GEE Pobres. 31 a Rom. 13:11–12. c Jo. 9:4;
b GEE Esmolas. 32 a 2 Né. 2:21; D&C 45:17.
c Mt. 15:7–8. Al. 12:24; 42:4–6. d GEE Morte Espiritual;
d Morô. 7:6–8. 33 a Hel. 13:38; Trevas Espirituais.
29 a GEE Caridade. D&C 45:2. 34 a Al. 40:13–14.
30 a Mt. 3:8; b GEE Arrepender-se, 35 a 2 Né. 28:19–23.
Al. 13:13. Arrependimento. b 2 Né. 9:9.
343 ALMA 34:37–35:4
impuros, mas no coração dos
a 
ultrajardes aqueles que vos re-
b 

justos ele habita; sim, e disse


b 
jeitam devido a vossa extrema
também que os justos se sentarão pobreza, para não vos tornardes
em seu reino para não mais sair; pecadores como eles.
suas vestimentas, porém, deve- 41 Mas tende paciência e supor-
rão ser alvejadas pelo sangue do tai essas aflições com a firme espe-
Cordeiro. rança de que um dia descansareis
37 E agora, meus amados ir- de todas as vossas aflições.
mãos, desejo que vos lembreis
destas coisas e que a opereis a vos- CAPÍTULO 35
sa salvação com temor perante
A pregação da palavra destrói a astú-
Deus, e que não mais negueis a
cia dos zoramitas — Eles expulsam
vinda de Cristo;
os conversos, que então se juntam ao
38 Que não mais a luteis contra
povo de Amon em Jérson — Alma
o Espírito Santo, mas que o rece-
entristece-se por causa da iniquidade
bais e tomeis sobre vós o b nome
do povo. Aproximadamente 74 a.C.
de Cristo; que vos humilheis até o
pó e c adoreis a Deus em qualquer Ora, aconteceu que tendo Amu-
lugar em que estejais, em espíri- leque acabado de dizer essas pa-
to e em verdade; que vivais ren- lavras, eles se afastaram da mul-
dendo d graças diariamente pelas tidão e dirigiram-se à terra de
muitas misericórdias e bênçãos Jérson.
que ele vos concede. 2 Sim, e os outros irmãos, depois
39 Sim, e eu também vos exorto, de haverem pregado a palavra aos
meus irmãos, a vigiardes e a orar- zoramitas, partiram também para
des, para não serdes levados pe- a terra de Jérson.
las b tentações do diabo, de modo 3 E aconteceu que depois de os
que ele não vos subjugue, para mais influentes dos zoramitas se
que não vos torneis seus súditos haverem consultado sobre as pa-
no último dia; pois eis que ele não lavras que lhes haviam sido pre-
vos recompensa com coisa c algu- gadas, indignaram-se por causa
ma que seja boa. da palavra, porque destruía suas
40 E agora, meus amados ir- a 
artimanhas; portanto, não qui-
mãos, quisera exortar-vos a ter- seram dar ouvidos às palavras.
des a paciência e a suportardes 4 E enviaram mensageiros por
toda espécie de aflições; e a não toda a terra, a fim de reunirem o
36 a Mos. 2:37; Al. 5:38. Vigiar.
Al. 7:21; c GEE Adorar. b GEE Tentação, Tentar.
Hel. 4:24. d Salm. 69:30; c Al. 30:60.
b GEE Retidão. D&C 59:7. 40 a GEE Paciência.
37 a Filip. 2:12. GEE Ação de b D&C 31:9.
38 a GEE Contenção, Graças, Agradecido, 35 3 a GEE Artimanhas
Contenda. Agradecimento. Sacerdotais.
b Mos. 5:8; 39 a GEE Atalaia, Sentinela,
ALMA 35:5–15 344
povo e consultá-lo sobre as pala- lamanitas e também a incitá-los
vras que haviam sido proferidas. contra eles.
5 Mas seus chefes e seus sacer- 11 E assim os zoramitas e os la-
dotes e seus mestres não permiti- manitas começaram a preparar-se
ram que o povo conhecesse seus para a guerra contra o povo de
desígnios; portanto, averiguaram Amon e também contra os nefitas.
secretamente a opinião de todo 12 E assim terminou o décimo
o povo. sétimo ano em que os juízes go-
6 E aconteceu que depois de vernaram o povo de Néfi.
haverem descoberto a opinião 13 E o povo de Amon partiu da
de todo o povo, desterraram os terra de Jérson e dirigiu-se à terra
que eram a favor das palavras de Meleque e deu lugar, na terra
que haviam sido proferidas por de Jérson, aos exércitos dos nefi-
Alma e seus irmãos; e eram mui- tas, para que pudessem lutar com
tos; e também foram para a terra os exércitos dos lamanitas e os
de Jérson. exércitos dos zoramitas; e assim,
7 E aconteceu que Alma e seus no décimo oitavo ano do governo
irmãos os ensinaram. dos juízes, iniciou-se uma guerra
8 Ora, os zoramitas indignaram- entre lamanitas e nefitas; e um
se com o povo de Amon que es- a 
relato de suas guerras será feito
tava em Jérson. E sendo o chefe mais adiante.
principal dos zoramitas um ho- 14 E Alma e Amon e seus irmãos
mem muito iníquo, enviou men- e também os dois filhos de Alma
sageiros ao povo de Amon, de- voltaram à terra de Zaraenla, de-
sejando que expulsassem de sua pois de haverem sido instrumen-
terra todos aqueles que haviam tos nas mãos de Deus para fazer
ido para lá. com que a muitos dos zoramitas
9 E proferiu muitas ameaças con- se arrependessem; e todos os que
tra eles. O povo de Amon, porém, se arrependeram foram expulsos
não teve medo de suas palavras; de sua terra; mas receberam ter-
portanto, não os expulsou, mas ras para sua herança na terra de
recebeu todos os zoramitas po- Jérson e pegaram em armas para
bres que foram ter com eles; e a ali- defenderem-se e defenderem suas
mentou-os e vestiu-os e deu-lhes esposas e filhos e suas terras.
também terras para sua herança; 15 Ora, estando Alma angus-
e auxiliava-os de acordo com suas tiado pelas iniquidades de seu
necessidades. povo, sim, pelas guerras e derra-
10 Ora, isso incitou os zoramitas mamento de sangue e contendas
à ira contra o povo de Amon; e que havia entre eles; e tendo ido
começaram a misturar-se com os pregar a palavra, ou seja, tendo
9 a Mos. 4:26. 13 a Al. 43:3.
GEE Bem-Estar. 14 a Al. 35:6.
345 ALMA 35:16–36:7
sido enviado a pregar a todos os 2 Eu quisera que fizesses como
habitantes de todas as cidades, eu fiz, lembrando-te do cativeiro
e vendo que o povo começava a de nossos pais; porque estavam
endurecer o coração e a sentir-se em a servidão e ninguém os po-
a 
ofendido devido à severidade deria salvar a não ser o b Deus de
da palavra, afligiu-se-lhe muito Abraão e o Deus de Isaque e o
o coração. Deus de Jacó; e ele certamente os
16 Fez, portanto, reunir seus fi- livrou de suas aflições.
lhos para dar a cada um, separa- 3 E agora, ó Helamã, meu filho,
damente, sua a incumbência quan- eis que estás na juventude; peço-
to às coisas que diziam respeito à te, portanto, que ouças as minhas
retidão. E nós temos um relato de palavras e aprendas de mim; por-
seus mandamentos, que ele lhes que sei que aqueles que confiarem
deu segundo seu próprio registro. em Deus serão auxiliados em suas
a 
tribulações e em suas dificulda-
des e em suas aflições; e serão
Mandamentos de Alma a seu fi- b 
elevados no último dia.
lho Helamã.
4 E eu não quero que penses que
Abrangem os capítulos 36 e 37. a 
sei por mim mesmo — não pelo
que é físico, mas pelo espiritual;
não pela mente b carnal, mas por
CAPÍTULO 36
Deus.
Alma testifica a Helamã sua conver- 5 Ora, eis que te digo que, se eu
são depois de ter visto um anjo — Ele não houvesse a nascido de Deus,
sofreu as dores de uma alma condena- b 
não saberia estas coisas; Deus,
da; invocou o nome de Jesus, e então porém, pela boca de seu santo
nasceu de Deus — Doce alegria en- anjo fez-me conhecer estas coisas,
cheu-lhe a alma — Ele viu multidões não por c mérito algum meu.
de anjos louvando a Deus — Muitos 6 Porque andei com os filhos de
conversos experimentaram o que ele Mosias, procurando a destruir a
experimentou e viu. Aproximada- igreja de Deus; mas eis que Deus
mente 74 a.C. enviou seu santo anjo para deter-
nos no caminho.
Meu a filho, ouve minhas palavras; 7 E eis que nos falou como se fos-
pois juro-te que, se guardares os se a voz do trovão e toda a terra
mandamentos de Deus, prospe- a 
tremeu debaixo de nossos pés;
rarás na terra. e caímos todos por terra, porque
15 a GEE Apostasia. 3 a Rom. 8:28. 5 a GEE Nascer de Deus,
16 a GEE Mordomia, b Mos. 23:21–22. Nascer de Novo.
Mordomo. 4 a 1 Cor. 2:11; b Al. 26:21–22.
36 1 a Hel. 5:9–14. Al. 5:45–46. c GEE Dignidade, Digno.
2 a Mos. 23:23; 24:17–21. GEE Conhecimento. 6 a Mos. 27:10.
b Êx. 3:6; Al. 29:11. b GEE Carnal. 7 a Mos. 27:18.
ALMA 36:8–20 346
o temor de Deus se apoderou
b 
resumindo, tão grandes haviam
de nós. sido minhas iniquidades que a
8 Mas eis que a voz me disse: simples ideia de entrar na presen-
Levanta-te! E levantei-me e pus- ça de meu Deus atormentava-me
me de pé e vi o anjo. a alma com inexprimível horror.
9 E ele disse-me: A menos que 15 Oh! pensei eu, se a pudesse
queiras destruir-te, não mais pro- ser banido e aniquilado em cor-
cures destruir a igreja de Deus. po e alma, para não ser levado à
10 E aconteceu que caí por terra; presença de meu Deus a fim de
e pelo espaço de a três dias e três ser julgado pelas minhas b obras!
noites não pude abrir a boca nem 16 E durante três dias e três noi-
fazer uso das pernas e dos braços. tes fui atormentado pelas dores de
11 E o anjo falou-me mais coi- uma alma a condenada.
sas, que foram ouvidas por meus 17 E aconteceu que enquanto eu
irmãos, mas eu não as ouvi; por- estava sendo assim atormentado
que quando ouvi as palavras — e enquanto eu estava a perturbado
A menos que queiras destruir-te, pela lembrança de tantos pecados,
não mais procures destruir a igreja eis que me lembrei também de
de Deus — fui tomado de grande ter ouvido meu pai profetizar ao
medo e espanto, temendo ser des- povo sobre a vinda de um Jesus
truído; e caí por terra, nada mais Cristo, um Filho de Deus, para ex-
ouvindo. piar os pecados do mundo.
12 Mas fui torturado com a eterno 18 Ora, tendo fixado a mente
tormento, porque minha alma es- nesse pensamento, clamei em meu
tava atribulada no mais alto grau coração: Ó Jesus, tu que és Filho
e atormentada por todos os meus de Deus, tem misericórdia de mim
pecados. que estou no a fel da amargura e
13 Sim, lembrei-me de todos os rodeado pelas eternas b correntes
meus pecados e iniquidades, pe- da morte.
los quais me vi a atormentado com 19 E então, eis que quando pen-
as penas do inferno; sim, vi que sei isto, já não me lembrei de mi-
me havia rebelado contra o meu nhas dores; sim, já não fui a ator-
Deus e que não guardara seus mentado pela lembrança de meus
santos mandamentos. pecados.
14 Sim, e que havia assassinado 20 E oh! que a alegria e que luz
muitos de seus filhos, ou melhor, maravilhosa contemplei! Sim,
que os levara à destruição; sim, minha alma encheu-se de tanta
7 b GEE Temor — Temor de Al. 12:14. 18 a IE profundo remorso.
Deus. b Al. 41:3; b 2 Né. 9:45; 28:22;
10 a Mos. 27:19–23. D&C 1:9–10. Al. 12:11;
12 a D&C 19:11–15. 16 a GEE Condenação, Mois. 7:26.
13 a GEE Culpa. Condenar. 19 a GEE Culpa.
15 a Apoc. 6:15–17; 17 a 2 Cor. 7:10. 20 a GEE Alegria.
347 ALMA 36:21–30
alegria quanta havia sido minha viram olho a olho, como eu vi;
dor. portanto, conhecem, como eu co-
21 Sim, digo-te, meu filho, que nheço, as coisas sobre as quais fa-
nada pode haver tão intenso e cru- lei; e o conhecimento que possuo
ciante como o foram minhas do- é de Deus.
res. Sim, meu filho, digo-te tam- 27 E fui amparado em provações
bém que, por outro lado, nada e dificuldades de toda espécie,
pode haver tão belo e doce como sim, em todo tipo de aflições; sim,
o foi minha alegria. Deus livrou-me da prisão e de
22 Sim, parecia-me ver, assim grilhões e da morte; sim, e ponho
como nosso pai a Leí viu, Deus minha confiança nele e ele ainda
sentado em seu trono, rodeado me a libertará.
por inúmeras multidões de anjos 28 E sei que me a levantará no
na atitude de cantar e louvar a último dia para viver em b glória
Deus; e minha alma sentia o de- com ele; sim, e louvá-lo-ei para
sejo de lá estar. sempre, pois c tirou nossos pais do
23 Mas eis que meus membros Egito e fez com que os d egípcios
recobraram as a forças e levantei- se afogassem no Mar Vermelho;
me e declarei ao povo que eu ha- levou nossos pais, por seu poder,
via b nascido de Deus. para a terra da promissão; sim, e
24 Sim, e desde aquela ocasião libertou-os da servidão e do cati-
até agora tenho trabalhado sem veiro de tempos em tempos.
cessar para conseguir trazer almas 29 Sim, e também tirou nossos
ao arrependimento; para fazer pais da terra de Jerusalém; e, ain-
com que elas a experimentem a in- da, por seu sempiterno poder li-
tensa alegria que eu experimentei; vrou-os do cativeiro e da a servi-
para que também nasçam de Deus dão, de tempos em tempos até o
e b encham-se do Espírito Santo. dia presente. E lembro-me sempre
25 Sim, e agora eis que, meu fi- de seu cativeiro; sim, e tu também
lho, o Senhor me concede imen- deves guardar na lembrança o seu
sa alegria com o fruto de meus cativeiro, como eu o fiz.
labores. 30 Mas eis que isto não é tudo,
26 Pois por causa da a palavra meu filho; pois deves saber, assim
que me transmitiu, eis que muitos como eu sei, que, a se guardares os
nasceram de Deus e experimen- mandamentos de Deus, prospera-
taram, como eu experimentei, e rás na terra; e também deves saber
22 a 1 Né. 1:8. b 2 Né. 32:5; c Êx. 12:51.
23 a Mois. 1:10. 3 Né. 9:20. d Êx. 14:26–27.
b Al. 5:14. GEE Espírito Santo. 29 a Mos. 24:17; 27:16;
GEE Nascer de Deus, 26 a Al. 31:5. Al. 5:5–6.
Nascer de Novo. 27 a Salm. 34:17. 30 a 2 Né. 1:9–11;
24 a 1 Né. 8:12; 28 a 3 Né. 15:1. Al. 50:19–22.
Mos. 4:11. b GEE Glória.
ALMA 37:1–9 348
que, se não guardares os manda- transmitidas de geração a geração;
mentos de Deus, serás afastado de e que seriam guardadas e preser-
sua presença. Ora, isto é segundo vadas pela mão do Senhor até que
a sua palavra. fossem levadas a todas as nações,
tribos, línguas e povos, para que
CAPÍTULO 37 conhecessem os a mistérios nelas
contidos.
As placas de latão e outras escritu-
5 E agora eis que, se forem guar-
ras são preservadas para trazerem
dadas, deverão conservar o seu bri-
salvação às almas — Os jareditas
lho; sim, e conservarão o seu brilho;
foram destruídos por causa de suas
sim, e também todas as placas que
iniquidades — Seus juramentos e
contêm escrituras sagradas.
convênios secretos devem ser escon-
6 Ora, podes supor que isto seja
didos do povo — Aconselha-te com a 
tolice de minha parte; mas eis
o Senhor em tudo que fizeres — As-
que te digo que é por meio de
sim como a Liahona guiou os nefitas,
coisas b pequenas e simples que
também a palavra de Cristo leva os
as grandes são realizadas; e pe-
homens à vida eterna. Aproximada-
quenos meios muitas vezes con-
mente 74 a.C.
fundem os sábios.
E agora, Helamã, meu filho, or- 7 E o Senhor Deus usa de a meios
deno-te que tomes os a registros para realizar seus grandes e eter-
que me foram b confiados; nos desígnios; e por meios muito
2 E ordeno-te também que faças b 
pequenos o Senhor confunde os
um registro deste povo, como eu sábios e efetua a salvação de mui-
fiz, nas placas de Néfi; e que pre- tas almas.
serves como sagradas todas estas 8 E eis que foi pela sabedoria de
coisas que preservei, assim como Deus que estas coisas foram pre-
eu o fiz; porque são preservadas servadas; pois eis que elas a am-
para um a sábio propósito; pliaram a memória deste povo,
3 E estas a placas de latão, que sim, e convenceram a muitos do
contêm estas gravações com os erro de seus caminhos, levando-
registros das sagradas escrituras, os a conhecer o seu Deus para a
que contêm a genealogia de nos- salvação de suas almas.
sos antepassados desde o prin- 9 Sim, eu te digo que, se não
cípio — a 
fosse pelas coisas que estes re-
4 Eis que foi profetizado por nos- gistros contêm, que estão nestas
sos pais que seriam preservadas e placas, Amon e seus irmãos não
37 1 a Al. 45:2–8. GEE Placas de Latão. b 2 Re. 5:1–14.
b Mos. 28:20. 4 a GEE Mistérios de Deus. 8 a 2 Tim. 3:15–17;
2 a En. 1:13–18; 6 a 1 Cor. 2:14. Mos. 1:3–5.
Pal. Mórm. 1:6–11; b 1 Né. 16:28–29; 9 a Mos. 1:5.
Al. 37:9–12. D&C 64:33; 123:15–17.
3 a 1 Né. 5:10–19. 7 a Isa. 55:8–9.
349 ALMA 37:10–19
poderiam ter convencido tantos
b 
que são sagradas, que ele preser-
b 

milhares de lamanitas dos erros vou como sagradas e também que


das tradições de seus pais; sim, ele guardará e preservará para
estes registros e suas c palavras um c sábio propósito seu, a fim de
fizeram com que eles se arrepen- demonstrar seu poder a futuras
dessem; isto é, por eles foram le- gerações.
vados a conhecer o Senhor seu 15  E agora, eis que te digo,
Deus e a regozijarem-se em Jesus pelo espírito de profecia, que se
Cristo, seu Redentor. transgredires os mandamentos
10 E quem sabe se não serão o de Deus, eis que estas coisas que
instrumento que levará muitos são sagradas te serão tiradas pelo
milhares deles, sim, e também poder de Deus; e serás entregue a
muitos milhares de nossos obsti- Satanás, para que te peneire como
nados irmãos, os nefitas, que em palha ante o vento.
pecados e iniquidades estão agora 16 Mas se guardares os manda-
endurecendo o coração, a conhe- mentos de Deus e fizeres com es-
cerem o seu Redentor? tas coisas que são sagradas aquilo
11 Ora, estes mistérios ainda não que te ordena o Senhor (porque
me foram totalmente revelados; deves consultar o Senhor sobre
portanto, me conterei. todas as coisas que tiveres de fa-
12 E basta que eu diga que foram zer com elas), eis que nenhum
preservados para um sábio propó- poder da Terra ou do inferno po-
sito conhecido por Deus; porque derá a tirá-las de ti, porque Deus
ele a aconselha com sabedoria em é poderoso para cumprir todas as
todas as suas obras; e suas vere- suas palavras.
das são retas e o seu curso é b um 17 Pois ele cumprirá todas as
círculo eterno. promessas que te fizer, pois cum-
13 Oh! Lembra-te, lembra-te, He- priu as promessas que fez a nos-
lamã, meu filho, quão a estritos são sos pais.
os mandamentos de Deus! E ele 18 Pois ele prometeu-lhes que
disse: b Se guardardes meus man- a 
preservaria estas coisas para um
damentos, c prosperareis na ter- sábio propósito seu, a fim de de-
ra — mas se não guardardes seus monstrar o seu poder a futuras
mandamentos, sereis afastados de gerações.
sua presença. 19 E então, eis que um propósi-
14 E lembra-te agora, meu filho, to ele cumpriu, que foi restituir a
que Deus te a confiou estas coisas a 
muitos milhares de lamanitas o
9 b Al. 18:36; 22:12. 13 a 2 Né. 9:41. b GEE Santo (adjetivo).
c GEE Evangelho. b Al. 9:13; c 1 Né. 9:3–6.
12 a 2 Né. 9:28; 3 Né. 5:22. 16 a JS—H 1:59.
Jacó 4:10. c Mos. 1:7; 18 a D&C 5:9.
b 1 Né. 10:19; Al. 50:20. 19 a Al. 23:5.
Al. 7:20. 14 a D&C 3:5.
ALMA 37:20–29 350
conhecimento da verdade; e nes- trevas e suas iniquidades e abo-
sas coisas mostrou o seu poder e minações.
nelas também manifestará o seu 24 E agora, meu filho, estes in-
poder a b futuras gerações; portan- térpretes foram preparados para
to, serão preservadas. que fosse cumprida a palavra de
20 Portanto, eu te ordeno, Hela- Deus, que falou, dizendo:
mã, meu filho, que sejas diligente 25 a Trarei das trevas à luz todas
no cumprimento de todas as pala- as suas obras secretas e abomi-
vras minhas, e que sejas diligente nações; e, a menos que se arre-
no cumprimento dos mandamen- pendam, b varrê-los-ei da face da
tos de Deus como estão escritos. Terra; e trarei à luz todos os seus
21 E agora te falarei sobre aque- segredos e abominações, mostran-
las a vinte e quatro placas, para do-os a todas as nações que pos-
que as guardes a fim de que os suírem a terra de agora em diante.
mistérios e as obras das trevas 26 E agora vemos, meu filho, que
e suas b obras secretas, ou seja, não se arrependeram; portanto,
as obras secretas daquele povo foram destruídos; e até aqui se
que foi destruído, sejam dados cumpriu a palavra de Deus; sim,
a conhecer a este povo; sim, que as abominações secretas deles fo-
todos os seus homicídios, roubos ram tiradas das trevas e reveladas
e pilhagens e todas as suas mal- a nós.
dades e abominações sejam dados 27 E agora, meu filho, ordeno-te
a conhecer a este povo; sim, e que que te lembres de todos os seus
conserves estes c intérpretes. juramentos e seus convênios e os
22 Pois eis que o Senhor viu que acordos de suas abominações se-
o seu povo começou a trabalhar cretas; sim, e todos os seus a sinais
nas trevas, sim, a cometer secre- e prodígios ocultarás deste povo,
tamente assassinatos e abomina- para que não os conheçam e, por-
ções; disse, portanto, o Senhor ventura, caiam também em trevas
que, caso eles não se arrependes- e sejam destruídos.
sem, seriam varridos da face da 28 Pois eis que uma a maldição
Terra. pesa sobre toda esta terra, de acor-
23 E disse o Senhor: Prepararei do com o poder de Deus, de que
para meu servo Gazelém uma a destruição advirá para todos os
a 
pedra que brilhará na escuridão que operam nas trevas, quando
como luz, para mostrar ao meu estiverem totalmente amadure-
povo que me serve, para mostrar a cidos; portanto, desejo que este
eles as obras de seus irmãos; sim, povo não seja destruído.
suas obras secretas, suas obras de 29 Esconderás, portanto, deste
19 b En. 1:13; Secretas. b Mos. 21:26.
Mórm. 7:8–10. c GEE Urim e Tumim. 27 a Hel. 6:22.
21 a Ét. 1:1–5. 23 a Mos. 8:13. 28 a Al. 45:16;
b GEE Combinações 25 a D&C 88:108–110. Ét. 2:7–12.
351 ALMA 37:30–38
povo os planos secretos de seus b 
mansos e humildes de coração;
a 
juramentos e convênios e so- ensina-os a resistirem a todas as
mente lhes darás a conhecer suas c 
tentações do diabo com sua fé no
iniquidades e seus homicídios e Senhor Jesus Cristo.
suas abominações; e ensiná-los- 34 Ensina-os a nunca se cansa-
ás a b odiarem essas iniquidades rem de boas obras, mas a serem
e abominações e homicídios; e mansos e humildes de coração;
também lhes ensinarás que esse pois esses acharão a descanso para
povo foi destruído por causa de sua alma.
suas iniquidades e abominações 35 Oh! lembra-te, meu filho, e
e assassinatos. aprende a sabedoria em tua moci-
30 Pois eis que assassinaram dade; sim, aprende em tua moci-
todos os profetas do Senhor que dade a guardar os mandamentos
lhes foram enviados para mos- de Deus!
trar-lhes suas iniquidades; e o 36 Sim, e a roga a Deus por todo
sangue dos que foram assassina- o teu sustento; sim, que todos os
dos clamou ao Senhor seu Deus teus feitos sejam para o Senhor
por vingança contra seus assassi- e, aonde quer que fores, que seja
nos; e assim caíram os julgamen- no Senhor; sim, que todos os teus
tos de Deus sobre os que trabalha- pensamentos sejam dirigidos ao
vam nas trevas e em combinações Senhor, sim, que o afeto do teu
secretas. coração seja posto no Senhor para
31 Sim, e maldita seja a terra sempre.
para todo o sempre para esses 37  a Aconselha-te com o Senhor
que trabalham nas trevas e em em tudo que fizeres e ele dirigir-
combinações secretas, mesmo até te-á para o bem; sim, quando te
a destruição, a menos que se arre- deitares à noite, repousa no Se-
pendam antes de amadurecerem nhor, para que ele possa velar
totalmente. por ti em teu sono; e quando te
32 E agora, meu filho, lembra- levantares pela manhã, tem o teu
te das palavras que te disse. Não coração cheio de b agradecimento
confies esses planos secretos a a Deus; e se fizeres essas coisas,
este povo, mas ensina-lhes um serás elevado no último dia.
a 
ódio eterno contra o pecado e a 38  E agora, meu filho, tenho
iniquidade. algo a dizer a respeito daquilo
33  a Prega-lhes arrependimento que nossos pais chamam de esfe-
e fé no Senhor Jesus Cristo; ensi- ra ou guia — ou que nossos pais
na-os a humilharem-se, a serem chamaram de a Liahona, que é,
29 a Hel. 6:25. Mansuetude. 36 a GEE Oração.
b Al. 13:12. c GEE Tentação, Tentar. 37 a Jacó 4:10; D&C 3:4.
32 a 2 Né. 4:31. 34 a Salm. 37:4–7; b D&C 46:32.
33 a GEE Pregar. Mt. 11:28–30. 38 a 1 Né. 16:10; 18:12;
b GEE Mansidão, Manso, 35 a GEE Sabedoria. D&C 17:1.
ALMA 37:39–47 352
por interpretação, uma bússola; atenção a essa bússola (ora, essas
e o Senhor preparou-a. coisas eram materiais), não pros-
39 E eis que nenhum homem peraram; o mesmo se dá com as
poderia fazer uma obra tão es- coisas espirituais.
merada. E eis que foi preparada 44 Pois eis que é tão fácil dar ou-
para mostrar a nossos pais o ca- vidos à a palavra de Cristo, que te
minho que deveriam seguir no apontará um caminho reto para
deserto. a felicidade eterna, como o foi
40 E funcionava para eles segun- para nossos pais dar atenção a
do a a fé que tinham em Deus; por- essa bússola, que lhes aponta-
tanto, se tinham fé para acreditar va um caminho reto para a terra
que Deus poderia fazer com que prometida.
aquelas agulhas lhes indicassem 45 E pergunto agora: Não há nis-
o caminho, eis que assim suce- to um simbolismo? Pois tão cer-
dia; portanto, eles conseguiram tamente quanto esse guia trouxe
esse milagre, assim como muitos nossos pais para a terra prometi-
outros milagres realizados pelo da por terem seguido seu curso,
poder de Deus, dia após dia. também as palavras de Cristo, se
41 Todavia, porque esses mila- lhes seguirmos o curso, nos con-
gres se efetuavam por meio de duzirão para além deste vale de
a 
coisas pequenas, foram-lhes ma- tristezas, a uma terra de promis-
nifestadas obras maravilhosas. são muito melhor.
Eles foram negligentes e esquece- 46 Oh, meu filho, não sejamos
ram-se de exercitar sua fé e dili- a 
negligentes por ser fácil o b ca-
gência; então essas maravilhosas minho, pois isso sucedeu com
obras cessaram e eles não progre- nossos pais; porque assim lhes foi
diram em sua jornada. preparado, para que, se olhassem,
42 Portanto, se demoraram no pudessem c viver; e a mesma coi-
deserto, ou seja, não seguiram sa se dá conosco. O caminho está
um caminho direto e sofreram preparado e, se olharmos, pode-
fome e sede por causa de suas remos viver para sempre.
transgressões. 47 E agora, meu filho, não deixes
43 E agora, meu filho, eu deseja- de cuidar destas coisas sagradas.
ria que compreendesses que essas Sim, não deixes de confiar em
coisas não deixam de possuir um Deus para que vivas. Dirige-te a
simbolismo; pois como nossos este povo e proclama a palavra e
pais foram negligentes em prestar sê moderado. Adeus, meu filho.
40 a 1 Né. 16:28. Hel. 3:29–30. D&C 132:22, 25.
41 a Al. 37:6–7. 46 a 1 Né. 17:40–41. c Jo. 11:25;
44 a Salm. 119:105; b Jo. 14:5–6; Hel. 8:15;
1 Né. 11:25; 2 Né. 9:41; 31:17–21; 3 Né. 15:9.
353 ALMA 38:1–9
Os mandamentos de Alma a seu apedrejado por causa da pala-
filho Siblon. vra; e suportaste todas estas coisas
com a paciência, porque o Senhor
Abrangem o capítulo 38.
estava b contigo; e agora sabes que
o Senhor te livrou.
CAPÍTULO 38 5 E agora, meu filho Siblon, qui-
sera que te lembrasses de que, se
Siblon foi perseguido por causa da
puseres a tua a confiança em Deus,
retidão — A salvação está em Cristo,
serás b libertado de tuas provações
que é a vida e a luz do mundo — Re-
e teus c dissabores e tuas aflições; e
freai todas as vossas paixões. Apro-
serás elevado no último dia.
ximadamente 74 a.C.
6 Ora, meu filho, eu não quero
Meu filho, ouve minhas palavras, que julgues que sei estas coisas
pois digo-te, como disse a Hela- por mim mesmo; mas é o Espírito
mã, que, se guardares os manda- de Deus que está em mim que me
mentos de Deus, prosperarás na dá a conhecer estas coisas; pois se
terra; e se não guardares os man- eu não tivesse a nascido de Deus,
damentos de Deus, serás afastado não saberia estas coisas.
de sua presença. 7 Mas eis que o Senhor, em sua
2 E agora, meu filho, confio em grande misericórdia, enviou seu
que terei grande alegria em ti, a 
anjo a fim de declarar-me que eu
devido a tua constância e fideli- deveria cessar a obra de b destrui-
dade a Deus; porque assim como ção entre seu povo; sim, e vi um
principiaste em tua juventude a anjo face a face e ele falou comigo;
confiar no Senhor teu Deus, da e a sua voz era como um trovão,
mesma forma espero que a conti- e abalou a terra toda.
nues a guardar seus mandamen- 8 E aconteceu que eu passei três
tos; porque bem-aventurado é o dias e três noites na mais amarga
que b persevera até o fim. dor e angústia; e não obtive a a re-
3 Digo-te, meu filho, que eu já missão de meus pecados até rogar
tive grande satisfação por tua cau- por misericórdia ao Senhor Jesus
sa, devido a tua fidelidade e tua Cristo. Mas eis que clamei a ele e
diligência e tua paciência e tua achei paz para minha alma.
longanimidade quando com os 9 E agora, meu filho, disse-te isto
a 
zoramitas. para que adquiras sabedoria, para
4 Porque sei que estiveste pre- que aprendas de mim que a não há
so; sim, sei também que foste outro caminho ou meio pelo qual
38 2 a Al. 63:1–2. 5 a Al. 36:27. Nascer de Novo.
b 2 Né. 31:15–20; GEE Confiança, Confiar. 7 a Mos. 27:11–17.
3 Né. 15:9; 27:6, 16–17. b Mt. 11:28–30. b Al. 26:17–18; 36:6–11.
3 a Al. 31:7. c D&C 3:8; 121:7–8. 8 a GEE Remissão de
4 a GEE Paciência. 6 a Al. 36:26; D&C 5:16. Pecados.
b Rom. 8:35–39. GEE Nascer de Deus, 9 a Hel. 5:9.
ALMA 38:10–39:4 354
o homem possa ser salvo, a não Mandamentos de Alma a seu filho
ser em Cristo e por intermédio Coriânton.
dele. Eis que ele é a vida e a b luz
Abrangem os capítulos 39 a 42.
do mundo. Eis que ele é a palavra
da verdade e da retidão.
10 E agora, como começaste a CAPÍTULO 39
ensinar a palavra, assim desejo
O pecado sexual é uma abomina-
que continues a ensinar. E desejo
ção — Os pecados de Coriânton im-
que sejas diligente e moderado
pediram os zoramitas de receberem
em todas as coisas.
a palavra — A redenção de Cristo é
11 Procura não ser orgulhoso;
retroativa na salvação dos fiéis que
sim, procura não te a vangloriares
a precederam. Aproximadamente
da tua própria sabedoria nem de
74 a.C.
tua grande força.
12 Usa de ousadia, mas não de E agora, meu filho, tenho algo
despotismo; faze também com mais a dizer-te além do que disse
que todas as tuas paixões sejam a teu irmão. Pois eis que não ob-
dominadas, para que te enchas servaste a firmeza de teu irmão,
de amor; procura fugir da ocio- sua fidelidade e sua diligência
sidade. em guardar os mandamentos de
13 Não ores como o fazem os zo- Deus? Eis que não tem ele sido
ramitas, pois viste que eles oram um bom exemplo para ti?
para serem ouvidos pelos homens 2 Pois não prestaste tanta aten-
e para serem louvados por sua ção às minhas palavras como teu
sabedoria. irmão, entre os a zoramitas. Agora,
14 Não digas: Ó Deus, agrade- isto é o que tenho contra ti: per-
ço-te por sermos a melhores que sististe em te vangloriares da tua
nossos irmãos; mas antes, dize: força e da tua sabedoria.
Ó Senhor, perdoa minha b indig- 3 E isso não é tudo, meu filho.
nidade e lembra de meus irmãos Fizeste coisas que me afligiram;
com misericórdia! Sim, reconhece pois abandonaste o ministério e
a tua indignidade perante Deus foste à terra de Siron, dentro das
em todos os momentos. fronteiras dos lamanitas, atrás da
15 E que o Senhor abençoe tua a 
meretriz Isabel.
alma e te receba no último dia em 4 Sim, ela a conquistou o coração
seu reino, para assentares-te em de muitos, mas isso não era des-
paz. Vai agora, meu filho, e ensina culpa para ti, meu filho. Tu deve-
a palavra a este povo. Sê modera- rias ter cuidado do ministério que
do. Adeus, meu filho. te havia sido confiado.
9 b Mos. 16:9. b Lc. 18:10–14. Sensualidade.
11 a GEE Orgulho. 39 2 a Al. 38:3. 4 a Prov. 7:6–27.
14 a Al. 31:16. 3 a GEE Sensual,
355 ALMA 39:5–14
5  Não sabes, meu filho, que de Deus. Oh! Lembra-te e decide-
essas coisas são uma abomi-
a 
te a abandonar essas coisas!
nação à vista do Senhor? Sim, 10 E ordeno-te que te aconselhes
mais abomináveis que todos os com teus irmãos mais velhos no
pecados, salvo derramar san- que empreenderes. Pois eis que és
gue inocente ou negar o Espírito jovem e necessitas da orientação
Santo? de teus irmãos. E dá ouvidos a
6 Pois eis que, se a negares o Es- seus conselhos.
pírito Santo, uma vez que tenha 11 Não te deixes levar por coisas
estado em ti, e tiveres consciência vãs ou insensatas; não permitas
de que o negas, eis que isto é um que o diabo desvie novamente
pecado b imperdoável; sim, e todo teu coração para ires atrás dessas
aquele que assassinar contra a luz iníquas meretrizes. Eis que, meu
e o conhecimento de Deus não filho, quanta iniquidade trouxeste
obterá facilmente o c perdão; sim, sobre os a zoramitas; pois quan-
meu filho, afirmo-te que não lhe do viram teu b procedimento, não
será fácil obter perdão. acreditaram em minhas palavras.
7 E agora, meu filho, quisera 12 E agora o Espírito do Senhor
Deus que não tivesses sido a culpa- me diz: a Ordena a teus filhos que
do de tão grande crime. Eu não in- pratiquem o bem, a fim de não
sistiria em teus crimes, para ator- conduzirem o coração de muitos
mentar-te a alma, se não fosse à destruição; por conseguinte eu
para o teu bem. te ordeno, meu filho, no temor de
8 Mas eis que tu não podes es- Deus, que te abstenhas de tuas
conder teus crimes de Deus; e, a iniquidades;
não ser que te arrependas, eles 13 Que te voltes para o Senhor
levantar-se-ão como um testemu- com toda a tua mente, poder e
nho contra ti no último dia. força; que não desvies o coração
9 Agora, meu filho, eu quisera de ninguém mais para a iniqui-
que te arrependesses e abando- dade, mas, antes, volta para eles
nasses teus pecados e que não e a reconhece as tuas faltas e o mal
mais sucumbisses à a concupiscên- que praticaste.
cia dos teus olhos; e que b abando- 14  a Não busques as riquezas
nasses todas essas coisas, pois, a nem as coisas vãs deste mundo;
não ser que assim procedas, de pois eis que não podes carregá-
nenhum modo herdarás o reino las contigo.
5 a GEE Imoralidade 7 a GEE Culpa. Mandamentos de
Sexual. 9 a GEE Carnal. Deus.
6 a D&C 76:35–36. b 3 Né. 12:30. 13 a Mos. 27:34–35.
b GEE Pecado 11 a Al. 35:2–14. 14 a Mt. 6:25–34;
Imperdoável. b Rom. 2:21–23; 14:13; Jacó 2:18–19;
c D&C 64:10. Al. 4:11. D&C 6:6–7; 68:31–32.
GEE Perdoar. 12 a GEE Ensinar, Mestre;
ALMA 39:15–40:4 356
15 E agora, meu filho, eu deseja- os homens — Os mortos que foram
ria falar-te algo a respeito da vin- justos vão para o paraíso; e os que
da de Cristo. Eis que te digo que, foram iníquos, para as trevas exte-
sem dúvida, será ele quem virá riores, a fim de aguardarem o dia de
tirar os pecados do mundo; sim, sua ressurreição — Na ressurrei-
ele vem proclamar boas novas de ção todas as coisas serão restauradas
salvação a seu povo. na sua própria e perfeita estrutura.
16 E agora, meu filho, este foi o Aproximadamente 74 a.C.
ministério para o qual foste cha-
mado: declarar estas boas novas a Agora, meu filho, eis aqui algo
este povo, a fim de preparar-lhes a mais que tenho a dizer-te, pois
mente, ou melhor, para que a sal- percebo que tua mente está preo-
vação lhes advenha, a fim de que cupada a respeito da ressurreição
preparem a mente de seus a filhos dos mortos.
para ouvirem a palavra na hora 2 Eis que te digo que não há res-
de sua vinda. surreição — ou diria, em outras
17 E agora acalmarei um pou- palavras, que este corpo mortal
co tua mente no tocante a este não se reveste de a imortalidade,
assunto. Eis que te maravilhas que esta corrupção não se b reveste
de que estas coisas devam ser de incorrupção — c até depois da
conhecidas tão antecipadamen- vinda de Cristo.
te. Eis que te pergunto: Não é 3 Eis que ele efetua a a ressurrei-
uma alma tão preciosa para Deus ção dos mortos. Eis porém, meu fi-
agora, como o será na ocasião de lho, que a ressurreição não é para
sua vinda? já. Ora, revelo-te um mistério; não
18 Não é tão necessário que o obstante, há muitos b mistérios que
plano de redenção seja dado a c 
permanecem ocultos, que nin-
conhecer a este povo, quanto a guém conhece, a não ser o próprio
seus filhos? Deus. Mostro-te, porém, uma coi-
19 Não é tão fácil para o Senhor sa que indaguei diligentemente a
enviar seu anjo para proclamar Deus — para saber a respeito da
estas boas novas a nós e a nossos ressurreição.
filhos agora, quanto o será depois 4 Eis que há uma hora designa-
de sua vinda? da, em que todos se a levantarão
dentre os mortos. E quando che-
gará essa hora, ninguém sabe;
CAPÍTULO 40
Deus, porém, sabe a hora que está
Cristo efetua a ressurreição de todos designada.
16 a GEE Família — GEE Imortal, 3 a GEE Ressurreição.
Responsabilidade Imortalidade. b GEE Mistérios de Deus.
dos pais. b 1 Cor. 15:53–54. c D&C 25:4; 124:41.
40 2 a Mos. 16:10–13. c 1 Cor. 15:20. 4 a Jo. 5:28–29.
357 ALMA 40:5–14
5 E se haverá uma primeira hora horas que são designadas para
a 

ou uma a segunda hora ou uma o homem.


terceira hora em que os homens 11 Ora, com relação ao estado
ressuscitem dos mortos, não im- da alma entre a a morte e a res-
porta; pois Deus b sabe todas essas surreição — eis que me foi dado
coisas; e o que me basta saber é o saber por um anjo que o espíri-
seguinte — que há uma hora de- to de todos os homens, logo que
signada em que todos se levanta- deixa este corpo mortal, sim, o
rão dentre os mortos. espírito de todos os homens, se-
6 Ora, deve haver um espaço jam eles bons ou maus, é levado
entre a hora da morte e a hora da de b volta para aquele Deus que
ressurreição. lhes deu vida.
7 E agora perguntaria: O que 12 E então acontecerá que o es-
acontece à a alma dos homens des- pírito daqueles que são justos será
de essa hora da morte até a hora recebido num estado de a felicida-
designada para a ressurreição? de, que é chamado b paraíso, um
8 E se há mais que uma hora de- estado de c descanso, um estado
signada para os homens ressus- de d paz, onde descansará de todas
citarem, não importa, porquan- as suas aflições e de todos os seus
to não morrem todos ao mesmo cuidados e tristezas.
tempo e isto não importa; tudo 13 E então acontecerá que o espí-
é como um dia para Deus e o rito dos iníquos, sim, aqueles que
tempo somente é medido pelos são maus — pois eis que eles não
homens. têm parte nem porção do Espírito
9 Por conseguinte, há uma hora do Senhor; pois eis que preferi-
designada para os homens levan- ram praticar o mal e não o bem;
tarem-se dentre os mortos; e há por conseguinte, o espírito do
um espaço entre a hora da morte e diabo entrou neles e apossou-se
a da ressurreição. E agora, o que é de seu corpo — e eles serão ati-
feito da alma dos homens durante rados nas a trevas exteriores; ali
esse espaço de tempo é o que per- haverá b pranto e lamentação e
guntei diligentemente ao Senhor; ranger de dentes; e isto em vir-
e isto é uma coisa que eu sei. tude de sua própria iniquidade,
10 E quando chegar a hora em sendo levados cativos pela von-
que todos se levantarão, hão de tade do diabo.
saber que Deus conhece todas as 14 Ora, esse é o estado da alma
5 a Mos. 26:24–25; 11 a Lc. 16:22–26; c GEE Descansar,
D&C 43:18; 76:85. 1 Ped. 3:18–19; 4:6; Descanso.
b GEE Trindade. D&C 76:71–74; 138. d D&C 45:46.
7 a Al. 40:21; b Ecles. 12:7; GEE Paz.
D&C 138. 2 Né. 9:38. 13 a GEE Inferno.
GEE Alma. 12 a GEE Alegria. b Mt. 8:12;
10 a At. 17:26. b GEE Paraíso. Mos. 16:2.
ALMA 40:15–23 358
dos iníquos, sim, em trevas e
a 
desde os dias de Adão até a res- a 

num estado de b espantosa e ter- surreição de Cristo.


rível expectativa da ardente in- 19 Ora, não digo que a alma e o
dignação da ira de Deus sobre corpo daqueles que foram men-
eles. Portanto, permanecem nes- cionados, tanto iníquos como jus-
se c estado, assim como os jus- tos, serão todos reunidos de uma
tos no paraíso, até a hora de sua vez; basta-me dizer que todos se
ressurreição. levantarão ou, em outras pala-
15 Ora, há alguns que entende- vras, sua ressurreição dar-se-á
ram que esse estado de felicidade a 
antes da ressurreição daqueles
e esse estado de miséria da alma, que morrerem depois da ressur-
antes da ressurreição, era uma reição de Cristo.
primeira ressurreição. Sim, admi- 20 Ora, meu filho, não afirmo
to que isto possa ser chamado de que a ressurreição deles ocorra
ressurreição: a elevação do espí- na ressurreição de Cristo, mas eis
rito ou da alma e sua designação que esta é a minha opinião — que
para a felicidade ou para a misé- a alma e o corpo dos justos serão
ria, de acordo com as palavras que reunidos na ocasião da ressur-
foram ditas. reição de Cristo e sua a ascensão
16 E eis que novamente foi decla- ao céu.
rado que há uma a primeira b res- 21 Mas não afirmo que isto será
surreição, uma ressurreição de por ocasião de sua ressurreição
todos aqueles que existiram ou ou depois; digo apenas que há um
que existem ou que existirão até a 
espaço de tempo entre a morte
a ressurreição de Cristo dentre e a ressurreição do corpo; e um
os mortos. estado de alma, em b felicidade
17 Ora, não supomos que essa ou c miséria, até a hora designada
primeira ressurreição, que é men- por Deus para que os mortos se
cionada desta forma, possa ser levantem e corpo e alma sejam
a ressurreição das almas e sua reunidos e d levados à presença
a 
designação para a felicidade ou de Deus, para serem julgados se-
miséria. Tu não podes supor que gundo suas obras.
seja esse o significado. 22 Sim, isto efetua a restauração
18 Eis que te digo que não; sig- daquelas coisas que foram anun-
nifica, porém, a reunião da alma e ciadas pela boca dos profetas.
do corpo, daqueles que existiram 23 A a alma será b restituída ao
14 a D&C 138:20. 17 a D&C 76:17, 32, 50–51. d Al. 42:23.
b Jacó 6:13; 18 a Mt. 27:52–53. 23 a IE espírito.
Mois. 7:1. 19 a Mos. 15:26. D&C 88:15–17.
c Al. 34:34. 20 a GEE Ascensão. GEE Alma.
16 a Jacó 4:11; 21 a Lc. 23:39–43. b 2 Né. 9:12–13;
Mos. 15:21–23. b GEE Paraíso. Al. 11:40–45.
b GEE Ressurreição. c GEE Inferno.
359 ALMA 40:24–41:4
corpo e o corpo, à alma; sim, e
c 
dizer sobre a restauração da qual
todo membro e junta serão res- se tem falado; pois eis que alguns
tituídos ao seu corpo; sim, nem a 
desvirtuaram as escrituras e se
mesmo um fio de cabelo da cabeça b 
desencaminharam por essa ra-
será perdido, mas todas as coisas zão. E eu percebo que tua mente
serão restauradas na sua própria também tem estado preocupada
e perfeita estrutura. a esse respeito. Eis, porém, que eu
24 E agora, meu filho, esta é a te explicarei isto.
restauração que foi a anunciada 2 Digo-te, meu filho, que o plano
pela boca dos profetas. de restauração é imprescindível à
25 E então os justos resplande- justiça de Deus; pois é necessário
cerão no reino de Deus. que todas as coisas sejam restau-
26 Mas eis que uma horrível radas em sua própria ordem. Eis
a 
morte sobrevém aos iníquos, pois que é imprescindível e justo, de
morrem quanto às coisas perti- acordo com o poder e ressurreição
nentes à retidão, porque eles são de Cristo, que a alma do homem
impuros e nenhuma b coisa impura seja restituída a seu corpo e que,
pode herdar o reino de Deus; são, ao corpo, sejam restituídas todas
porém, expulsos e designados a as suas a partes.
partilhar dos frutos de seus labo- 3 E é imprescindível à a justiça de
res ou de suas obras, que foram Deus que os homens sejam b julga-
más; e eles bebem os resíduos de dos de acordo com suas c obras; e
uma taça amarga. se suas obras foram boas nesta
vida e se os desejos de seu cora-
CAPÍTULO 41 ção foram bons, que sejam tam-
bém no último dia d restituídos ao
Na Ressurreição os homens levan-
que é bom.
tam-se para um estado de felicidade
4 E se suas obras são más, ser-
eterna ou de miséria eterna — Iniqui-
lhes-ão a restituídas para o mal.
dade nunca foi felicidade — Homens
Portanto, todas as coisas serão
carnais estão sem Deus no mundo —
restauradas em sua própria or-
Toda pessoa recebe novamente, na
dem; cada coisa na sua estrutu-
Restauração, as características e os
ra natural — b mortalidade ele-
atributos adquiridos na mortalidade.
vada à imortalidade, c corrupção
Aproximadamente 74 a.C.
à incorrupção — levantados da
E agora, meu filho, tenho algo a tumba para a felicidade d infinita,
23 c GEE Corpo. 2 a Al. 40:23. d Hel. 14:31.
24 a
Isa. 26:19. 3 a GEE Justiça. 4 a Al. 42:28.
26 a
1 Né. 15:33; Al. 12:16. b GEE Julgar; b 2 Né. 9:12–13;
b Al. 11:37. Prestar Contas, D&C 138:17.
41 1 a
2 Ped. 1:20; 3:16; Responsabilidade, GEE Ressurreição.
Al. 13:20. Responsável. c 1 Cor. 15:51–55.
b GEE Apostasia. c GEE Obras. d GEE Vida eterna.
ALMA 41:5–14 360
a fim de herdarem o reino de 10 Não penses que por ter sido
Deus, ou para a miséria eterna, a falado acerca de restauração, se-
fim de herdarem o reino do dia- rás restituído do pecado para a
bo; um de um lado, o outro de felicidade. Eis que te digo que
outro — a 
iniquidade nunca foi felicidade.
5 Um, ressuscitado para a felici- 11 E agora, meu filho, todos os
dade, de acordo com seu desejo homens que estão num estado
de bem; ou para o bem, segundo a 
natural ou, em outras palavras,
seu desejo de retidão; e o outro, num estado b carnal, encontram-
para o mal, segundo seu desejo se no fel da amargura e nos laços
de mal; porque assim como ele da iniquidade; vivem c sem Deus
desejou praticar o mal no decorrer no mundo e seguiram caminhos
do dia, terá a recompensa do mal contrários à natureza de Deus; por
quando chegar a noite. conseguinte, estão num estado
6 E assim é do outro lado. Se ele contrário à natureza da felicidade.
se arrependeu de seus pecados e 12 E agora, eis que o significado
desejou retidão até o fim de seus da palavra restauração é tirar uma
dias, assim também será recom- coisa do estado natural e colocá-
pensado com retidão. la em um estado antinatural ou
7  a Estes são os remidos do Se- colocá-la em estado oposto à sua
nhor; sim, aqueles que são retira- natureza?
dos, que são libertados daquela 13 Oh! meu filho, não é esse o
interminável noite de trevas; e caso; mas o significado da pala-
assim se mantêm ou caem, pois vra restauração é restituir o mal
eis que são seus b próprios árbi- ao mal ou o carnal ao carnal ou o
tros para fazerem o bem ou o mal. diabólico ao diabólico — o bom ao
8 Ora, os decretos de Deus são que é bom; o reto ao que é reto; o
a 
inalteráveis; portanto, o caminho justo ao que é justo; o misericor-
está preparado, para que, todo dioso ao que é misericordioso.
aquele que quiser, possa trilhá-lo 14 Portanto, meu filho, sê mise-
e ser salvo. ricordioso para com teus irmãos:
9 E agora, meu filho, não te ar- age a com justiça, b julga com re-
risques a mais a uma ofensa contra tidão e pratica o c bem continua-
teu Deus sobre esses pontos de mente; e se fizeres todas estas coi-
doutrina, com os quais te arris- sas, receberás teu galardão; sim,
caste até aqui a cometer pecado. a d misericórdia ser-te-á restituída
7 a D&C 76:50–70. 10 a Salm. 32:10; 14 a GEE Honestidade,
b 2 Né. 2:26; Isa. 57:20–21; Honesto.
Al. 42:27; Hel. 13:38. b Jo. 7:24;
Hel. 14:30. 11 a Mos. 3:19. D&C 11:12.
GEE Arbítrio. GEE Homem Natural. c D&C 6:13; 58:27–28.
8 a D&C 1:38. b GEE Carnal. d GEE Misericórdia,
9 a D&C 42:23–28. c Ef. 2:12. Misericordioso.
361 ALMA 41:15–42:6
novamente; a justiça ser-te-á resti- nossos primeiros pais do jardim
tuída novamente; um julgamento do b Éden, para cultivarem a terra
justo ser-te-á restituído novamen- de que foram tomados — sim, ele
te; e novamente serás recompen- expulsou o homem e colocou, ao
sado com o bem. oriente do jardim do Éden, c que-
15 Porque o que de ti sair, a ti re- rubins e uma espada flamejante
tornará e será restaurado. Portan- que se voltava para todos os la-
to, a palavra restauração condena dos, a fim de guardar a d árvore
o pecador mais plenamente e em da vida —
nada o justifica. 3 Ora, vemos que o homem se
tornara como Deus, conhecendo
CAPÍTULO 42 o bem e o mal; e para que não
estendesse a mão e tomasse tam-
A mortalidade é um período probató-
bém da árvore da vida e comesse
rio, que permite ao homem arrepen-
e vivesse eternamente, o Senhor
der-se e servir a Deus — A queda
Deus colocou querubins e a es-
trouxe a morte física e a espiritual
pada flamejante para que ele não
a toda a humanidade — A redenção
comesse do fruto —
advém-nos por meio do arrependi-
4 E assim vemos que foi concedi-
mento — O próprio Deus expia os
do um tempo ao homem para que
pecados do mundo — A misericórdia
se arrependesse, sim, um a período
é para os que se arrependem — Todos
probatório, um tempo para arre-
os outros estão sujeitos à justiça de
pender-se e servir a Deus.
Deus — A misericórdia é concedida
5 Porque eis que se Adão hou-
por causa da Expiação — Somente
vesse estendido imediatamen-
os verdadeiros penitentes são salvos.
te a mão e comido da árvore da
Aproximadamente 74 a.C.
vida, teria vivido eternamente, de
E agora, meu filho, eu percebo acordo com a palavra de Deus,
que existe algo mais que te preo- não tendo tempo para o arrepen-
cupa e que não podes compreen- dimento; sim, e também a pala-
der, relativo à a justiça de Deus na vra de Deus teria sido vã e esta-
punição do pecador; pois tentas ria frustrado o grande plano de
acreditar que é injustiça ser o pe- salvação.
cador entregue a um estado de 6 Eis, porém, que foi determi-
miséria. nado que o homem a morresse —
2 Agora, meu filho, eis que te ex- portanto, como eles foram afas-
plicarei isto. Pois eis que depois de tados da árvore da vida, seriam
haver o Senhor Deus a expulsado afastados da face da Terra — e o
42 1 a 2 Né. 26:7; Mois. 4:28–31. 4 a Al. 34:32–33.
Mos. 15:26–27. b GEE Éden. 6 a GEE Morte Física.
GEE Justiça. c GEE Querubins.
2 a Gên. 3:23–24; d Gên. 2:9.
ALMA 42:7–16 362
homem tornou-se perdido para 12 E não havia meio de resgatar
sempre, sim, tornou-se um b ho- os homens desse estado decaído
mem decaído. que o homem trouxera sobre si,
7 E agora, vês assim que nossos em virtude de sua própria deso-
primeiros pais foram a afastados bediência.
tanto física como espiritualmen- 13 Portanto, de acordo com a jus-
te da presença do Senhor; e assim tiça, o a plano de redenção não po-
vemos que eles ficaram sujeitos a deria ser realizado senão em face
sua própria b vontade. do b arrependimento dos homens
8 Agora, eis que não era conve- neste estado probatório, sim, nes-
niente que o homem fosse resga- te estado preparatório; porque, a
tado dessa morte física, porque não ser nestas condições, a mi-
isso destruiria o grande a plano sericórdia não teria efeito, pois
de felicidade. destruiria a obra da justiça. Ora,
9 Portanto, como a alma nunca a obra da justiça não poderia ser
poderia morrer e a a queda ha- destruída; se o fosse, Deus c deixa-
via trazido a toda a humanidade ria de ser Deus.
tanto uma morte espiritual como 14 E assim vemos que toda a
uma física, isto é, foram afastados humanidade se encontrava a de-
da presença do Senhor, era ne- caída e estava nas garras da b jus-
cessário que a humanidade fosse tiça; sim, da justiça de Deus que
resgatada dessa morte espiritual. a condenara a ser afastada de sua
10 Portanto, como se haviam presença para sempre.
tornado a carnais, sensuais e dia- 15 Ora, o plano de misericórdia
bólicos por b natureza, este c estado não poderia ser levado a efeito
probatório tornou-se para eles um se não fosse feita uma expiação;
estado de preparação; tornou-se portanto, o próprio Deus a expia os
um estado preparatório. pecados do mundo, para efetuar
11 E agora lembra-te, meu filho, o plano de b misericórdia, para sa-
de que, se não fosse pelo plano de tisfazer os requisitos da c justiça,
redenção (deixando-o de lado), a fim de que Deus seja um Deus
assim que eles morressem sua d 
perfeito, justo e também um Deus
alma se tornaria a miserável, sendo misericordioso.
afastada da presença do Senhor. 16 Ora, o arrependimento não
6 b Mos. 16:3–5. 10 a GEE Carnal. 14 a Al. 22:13–14.
GEE Queda de Adão b GEE Homem Natural. b 2 Né. 2:5.
e Eva. c GEE Mortal, 15 a 2 Né. 9:7–10;
7 a 2 Né. 2:5; 9:6; Mortalidade. Mos. 16:7–8.
Hel. 14:16. 11 a 2 Né. 9:7–9. GEE Expiação, Expiar.
GEE Morte Espiritual. 13 a GEE Plano de b GEE Misericórdia,
b GEE Arbítrio. Redenção. Misericordioso.
8 a Al. 34:9; Mois. 6:62. b GEE Arrepender-se, c GEE Justiça.
9 a GEE Queda de Adão Arrependimento. d 3 Né. 12:48.
e Eva. c 2 Né. 2:13–14.
363 ALMA 42:17–27
poderia ser concedido aos homens reclama a criatura e executa a lei
se não houvesse um castigo tão e a lei inflige o castigo; e se assim
a 
eterno como a vida da alma, es- não fosse, as obras da justiça se-
tabelecido em oposição ao plano riam destruídas e Deus deixaria
de felicidade, também tão eterno de ser Deus.
como a vida da alma. 23 Deus, porém, não deixa de
17 Ora, como poderia um ho- ser Deus e a a misericórdia recla-
mem arrepender-se, se não hou- ma o penitente; e a misericórdia
vesse a pecado? Como poderia advém em virtude da expiação:
ele pecar, se não houvesse b lei? E e a b expiação efetua a ressurrei-
como poderia haver lei, a não ser ção dos mortos: e a c ressurreição
que houvesse castigo? dos mortos d devolve os homens
18 Ora, um castigo foi fixado e à presença de Deus; e assim são
foi dada uma lei justa que trou- restituídos a sua presença para se-
xe o remorso de a consciência ao rem e julgados de acordo com suas
homem. obras, segundo a lei e a justiça.
19 Ora, se não tivesse sido dada 24 Pois eis que a justiça exerce
uma lei — que, se um homem todos os seus direitos e a mise-
a 
assassinasse, deveria morrer — ricórdia também reclama tudo
teria ele medo de morrer, se as- quanto lhe pertence; e assim nin-
sassinasse? guém, a não ser o verdadeiro pe-
20 E também, se não tivesse sido nitente, é salvo.
dada lei alguma contra o pecado, 25 Acaso supões que a misericór-
os homens não teriam medo de dia possa roubar a a justiça? Afir-
pecar. mo-te que não; de modo algum.
21 E se a não tivesse sido dada a Se assim fosse, Deus deixaria de
lei, que poderia a justiça ou mes- ser Deus.
mo a misericórdia fazer se os ho- 26 E assim Deus realiza seus
mens pecassem, uma vez que não grandes e eternos a propósitos, que
teriam direito sobre a criatura? foram preparados b desde a fun-
22 Mas foi dada uma lei e fixado dação do mundo. E assim ocorre
um castigo e concedido um a ar- a salvação e a redenção dos ho-
rependimento, arrependimento mens e também sua destruição
esse que é reclamado pela mise- e miséria.
ricórdia; do contrário, a justiça 27 Portanto, ó meu filho, a todo
16 a D&C 19:10–12. 23 a GEE Misericórdia, e GEE Juízo Final.
17 a GEE Pecado. Misericordioso. 25 a GEE Justiça.
b Rom. 4:15. b GEE Expiação, Expiar. 26 a 2 Né. 2:14–30;
18 a GEE Consciência. c 2 Né. 2:8; 9:4; Mois. 1:39.
19 a GEE Homicídio. Al. 7:12; 11:41–45; b Al. 13:3;
21 a 2 Né. 9:25–26; 12:24–25; 3 Né. 1:14.
Mos. 3:11. Hel. 14:15–18; 27 a Al. 5:34;
22 a GEE Arrepender-se, Mórm. 9:13. Hel. 14:30.
Arrependimento. d Al. 40:21–24. GEE Arbítrio.
ALMA 42:28–43:4 364
aquele que quiser vir poderá vir CAPÍTULO 43
e beber livremente das águas da
Alma e seus filhos pregam a pala-
vida; e aquele que não quiser vir
vra — Os zoramitas e outros dis-
não será obrigado a vir, mas no
sidentes nefitas tornam-se lamani-
último dia ser-lhe-á b restituído de
tas — Os lamanitas guerreiam os
acordo com suas c ações.
nefitas — Morôni arma os nefitas com
28 Se desejou praticar o a mal e
armaduras defensivas — O Senhor
não se arrependeu durante seus
revela a Alma a estratégia dos lama-
dias, eis que receberá o mal, de
nitas — Os nefitas defendem seus
acordo com a restauração de
lares, sua liberdade, suas famílias e
Deus.
religião — Os exércitos de Morôni e
29 E agora, meu filho, eu desejo
Leí cercam os lamanitas. Aproxima-
que não te preocupes mais com
damente 74 a.C.
essas coisas e que deixes apenas
teus pecados te preocuparem, com E então aconteceu que os filhos
aquela preocupação que te levará de Alma andaram entre o povo
ao arrependimento. para proclamar-lhes a palavra.
30 Oh! meu filho, desejo que não E o próprio Alma não conseguiu
negues mais a justiça de Deus. descansar e fez o mesmo.
Não procures, mesmo nas mí- 2 Ora, nada mais diremos a res-
nimas coisas, desculpar-te de peito de suas pregações, a não ser
teus pecados, negando a justiça que pregaram a palavra e a verda-
de Deus: mas deixa que a justiça de segundo o espírito de profecia
de Deus e sua misericórdia e sua e revelação; e pregaram segundo
longanimidade governem plena- a a santa ordem de Deus pela qual
mente teu coração; e deixa que te foram chamados.
a 
humilhem até o pó. 3 E agora retorno ao relato das
31 E agora, ó meu filho, és cha- guerras entre os nefitas e lama-
mado por Deus para pregar a pa- nitas, no décimo oitavo ano do
lavra a este povo. E agora, meu governo dos juízes.
filho, segue teu caminho, procla- 4 Pois eis que aconteceu que os
ma a palavra com verdade e cir- a 
zoramitas se tornaram lamanitas;
cunspecção para que tragas almas por conseguinte, no começo do
ao arrependimento, a fim de que décimo oitavo ano o povo nefita
o grande plano de misericórdia viu que os lamanitas avançavam
tenha direito sobre elas. E que contra eles; em vista disso pre-
Deus te conceda conforme minhas pararam-se para a guerra, sim,
palavras. Amém. reuniram seus exércitos na terra
de Jérson.
27 b Al. 41:15. 28 a Al. 41:2–5. 43 2 a GEE Sacerdócio de
c Isa. 59:18; 30 a GEE Humildade, Melquisedeque.
Apoc. 20:12. Humilde, Humilhar. 4 a Al. 35:2–14; 52:33.
365 ALMA 43:5–16
5 E aconteceu que os lamanitas 11 Sim, e eles sabiam também do
chegaram aos milhares e entra- extremo ódio dos lamanitas con-
ram na terra de Antiônum, que tra seus a irmãos, o povo de Ânti-
é a terra dos zoramitas; e um ho- Néfi-Leí, conhecido por povo de
mem chamado Zeraemna era seu Amon — e eles não queriam pe-
comandante. gar em armas, sim, haviam feito
6 E então, como os amalequitas um convênio e não desejavam
eram de natureza mais iníqua e quebrá-lo — portanto, se caíssem
mais propensos ao assassinato nas mãos dos lamanitas, seriam
que os lamanitas, Zeraemna, por- destruídos.
tanto, nomeou capitães-chefes 12 E os nefitas não permitiriam
para os lamanitas; e eles eram que fossem destruídos; portanto,
todos amalequitas e zoramitas. deram-lhes terras para sua he-
7 Ora, ele assim procedeu com o rança.
objetivo de preservar o ódio que 13 E o povo de Amon deu aos
sentiam contra os nefitas, a fim de nefitas grande parte de seus bens
poder subjugá-los para realizar para manutenção dos exércitos; e
seus desígnios. assim os nefitas foram compeli-
8 Pois eis que seu desígnio era ins- dos, sozinhos, a resistir aos lama-
tigar a ira dos lamanitas contra os nitas, que eram uma combinação
nefitas: e isto ele fez para conseguir dos filhos de Lamã e Lemuel e
grande poder sobre eles e também dos filhos de Ismael; e de todos
para adquirir poder sobre os nefi- os dissidentes dos nefitas, que
tas, submetendo-os ao cativeiro. eram amalequitas e zoramitas, e
9 Ora, o desígnio dos nefitas era dos a descendentes dos sacerdotes
proteger suas terras e suas casas de Noé.
e suas a esposas e seus filhos, para 14 Ora, esses descendentes eram
poderem defendê-los das mãos de quase tão numerosos quanto os
seus inimigos; e também conser- nefitas; e assim foram os nefitas
var seus direitos e seus privilé- obrigados a contender com seus
gios, sim, e também sua b liberda- irmãos até o derramamento de
de, para poderem adorar a Deus sangue.
segundo seus desejos. 15 E aconteceu que quando os
10 Porque eles sabiam que, se exércitos dos lamanitas se haviam
caíssem nas mãos dos lamanitas, reunido na terra de Antiônum, eis
todos os que a adorassem a Deus, que os exércitos dos nefitas esta-
o Deus vivo e verdadeiro em b es- vam preparados para enfrentá-los
pírito e em verdade, seriam des- na terra de Jérson.
truídos pelos lamanitas. 16  Ora, o comandante dos
9 a Al. 44:5; 46:12. b Jo. 4:23–24. 13 a Al. 25:4.
b GEE Liberdade, Livre. 11 a Al. 24:1–3, 5, 20;
10 a GEE Adorar. 25:1, 13; 27:2, 21–26.
ALMA 43:17–25 366
nefitas, ou melhor, o homem que vista de suas armaduras, apesar
havia sido designado para ser o de serem muito mais numerosos
capitão-chefe dos nefitas — ora, que os nefitas.
o capitão-chefe assumiu o coman- 22 Eis que aconteceu que não
do de todos os exércitos dos nefi- ousaram marchar contra os nefi-
tas — e chamava-se Morôni. tas nas fronteiras de Jérson; por
17 E Morôni assumiu todo o co- conseguinte partiram da terra de
mando e a direção de suas guer- Antiônum para o deserto e, via-
ras. E tinha apenas vinte e cinco jando pelo deserto, seguiram até
anos de idade quando foi desig- perto da cabeceira do rio Sidon, a
nado capitão-chefe dos exércitos fim de entrarem na terra de Mânti
dos nefitas. para tomarem posse da terra, por-
18 E aconteceu que ele enfren- que não supunham que os exérci-
tou os lamanitas nas fronteiras tos de Morôni descobrissem para
de Jérson e seu povo estava ar- onde haviam ido.
mado com espadas e com cimi- 23 Mas aconteceu que tão logo
tarras e com toda sorte de armas partiram para o deserto, Morôni
de guerra. enviou espias ao deserto para vi-
19 E quando os exércitos dos giar seu acampamento; e Morôni
lamanitas viram que o povo de também, tendo conhecimento das
Néfi, ou seja, que Morôni pre- profecias de Alma, enviou-lhe al-
parara seu povo com couraças e guns homens, pedindo-lhe que per-
com escudos nos braços, sim, e guntasse ao Senhor a aonde os exér-
também com escudos para pro- citos dos nefitas deveriam ir, a fim
teger-lhes a cabeça e também de defenderem-se dos lamanitas.
estavam vestidos com roupas 24 E aconteceu que a palavra do
grossas — Senhor veio a Alma e Alma infor-
20 Ora, os do exército de Ze- mou aos mensageiros de Morôni
raemna não estavam preparados que os exércitos dos lamanitas
com tais coisas; tinham apenas estavam marchando pelo deserto,
suas espadas e suas cimitarras, para chegarem à terra de Mânti
seus arcos e suas flechas, suas e principiarem a atacar a parte
pedras e suas fundas; e estavam mais fraca do povo. E esses men-
a 
nus, usando apenas uma pele sageiros levaram a mensagem a
que lhes cingia os lombos; sim, e Morôni.
estavam todos nus, menos os zo- 25 Ora, Morôni, deixando uma
ramitas e os amalequitas. parte de seu exército na terra de
21 Mas eles não estavam arma- Jérson para que de nenhuma for-
dos com couraças nem escudos — ma uma parte dos lamanitas en-
portanto, ficaram com muito trasse naquela terra e se apode-
medo dos exércitos dos nefitas em rasse da cidade, tomou a parte
20 a En. 1:20. 23 a Al. 48:16.
367 ALMA 43:26–38
restante de seu exército e marchou e assim entrando pelas fronteiras
para a terra de Mânti. da terra de Mânti.
26 E fez com que todo o povo 33 Dessa forma, havendo dis-
daquela parte da terra se juntas- posto o exército segundo seu de-
se para combater os lamanitas, a sejo, estava ele preparado para
fim de a defender suas terras e seu enfrentá-los.
país, seus direitos e sua liberdade; 34 E aconteceu que os lamanitas
por conseguinte, estavam prepa- subiram pelo norte da colina onde
rados para a hora da chegada dos se achava escondida uma parte do
lamanitas. exército de Morôni.
27 E aconteceu que Morôni fez 35 E assim que os lamanitas pas-
com que seu exército se escondes- saram pela colina de Ripla e en-
se no vale próximo às margens traram no vale e começaram a
do rio Sidon, que ficava situado atravessar o rio Sidon, o exército
a oeste do rio Sidon, no deserto. que estava escondido ao sul da co-
28 E Morôni espalhou espias lina, comandado por um homem
por vários lugares, a fim de sa- chamado a Leí, avançou e cercou
ber quando o exército lamanita os lamanitas na parte leste de sua
chegaria. retaguarda.
29 E então, como Morôni sabia 36 E aconteceu que quando per-
da intenção dos lamanitas, que era ceberam que os nefitas avança-
destruir seus irmãos ou subjugá- vam contra eles pela retaguarda,
los e torná-los escravos a fim de os lamanitas voltaram-se e co-
estabelecerem um reino para si meçaram a lutar com o exército
próprios por toda a terra; de Leí.
30 E também sabendo ele que o 37 E começou a matança em am-
único desejo dos nefitas era pre- bas as facções, porém foi mais ter-
servar suas terras e sua a liberdade rível entre os lamanitas, porque
e sua igreja, não considerou pe- sua a nudez estava exposta aos
cado, portanto, defendê-los por violentos golpes dos nefitas que,
meio de estratagemas; assim des- com suas espadas e cimitarras,
cobriu, por intermédio de seus os feriam mortalmente quase a
espias, qual o caminho que os cada golpe.
lamanitas iriam seguir. 38 Enquanto isso, nas fileiras dos
31 Por essa razão dividiu o exér- nefitas, apenas de vez em quan-
cito, levando uma parte para o do caía um homem pela espada e
vale e ocultando-a a leste e ao sul por perda de sangue, pois acha-
da colina de Ripla; vam-se protegidos nas partes mais
32 E o restante ele ocultou no vitais do corpo, ou seja, as par-
vale do oeste, a oeste do rio Sidon, tes mais vitais do corpo estavam
26 a D&C 134:11. 35 a Al. 49:16.
30 a Al. 46:12, 35. 37 a Al. 3:5.
ALMA 43:39–48 368
protegidas dos golpes dos lama- nefitas pereceram em suas mãos,
nitas por suas a couraças e seus sim, porque eles partiram em dois
escudos e seus capacetes; e assim muitos dos seus capacetes e per-
os nefitas continuaram a espalhar furaram muitas de suas couraças
a morte entre os lamanitas. e cortaram os braços de muitos; e
39 E aconteceu que os lamani- assim os lamanitas lutaram com
tas se apavoraram por causa da raiva feroz.
grande destruição entre eles e co- 45 Não obstante, os nefitas eram
meçaram a fugir em direção ao movidos por uma causa melhor,
rio Sidon. porque não estavam a lutando pela
40 E foram perseguidos por Leí monarquia nem pelo poder, mas
e seus homens; e foram impelidos lutavam por seus lares e sua b li-
por Leí para as águas do Sidon e berdade, suas esposas e seus fi-
atravessaram as águas do Sidon. E lhos e por tudo que possuíam;
Leí deteve seus exércitos na mar- sim, por seus ritos de adoração e
gem do rio Sidon, para que não o sua igreja.
cruzassem. 46 E faziam o que consideravam
41 E aconteceu que Morôni e seu ser seu a dever perante Deus; por-
exército enfrentaram os lamanitas que o Senhor lhes dissera, bem
no vale, na outra margem do rio como a seus pais: b Se não fordes
Sidon, e começaram a atacá-los e culpados da c primeira ofensa nem
a matá-los. da segunda, não vos deixareis ma-
42 E os lamanitas novamente fu- tar pelas mãos de vossos inimigos.
giram deles em direção à terra de 47 E novamente disse o Senhor:
Mânti e foram outra vez atacados a 
Defendereis vossas famílias mes-
pelos exércitos de Morôni. mo até o derramamento de san-
43 Ora, desta vez os lamanitas gue. Por esta razão estavam os
lutaram ferozmente, sim, nunca se nefitas lutando com os lamanitas,
soubera que os lamanitas houves- a fim de defenderem-se, defen-
sem lutado com tão grande força derem suas famílias e suas ter-
e coragem; não, nunca, desde o ras, seu país e seus direitos e sua
princípio. religião.
44 E foram movidos pelos a zo- 48 E aconteceu que quando vi-
ramitas e amalequitas, que eram ram a ferocidade e a ira dos la-
seus capitães-chefes e comandan- manitas, os homens de Morôni
tes; e por Zeraemna, que era seu quiseram recuar e fugir deles. E
capitão-chefe, ou seja, seu princi- Morôni, percebendo seu intento,
pal chefe e comandante; sim, lu- enviou-lhes mensagens que lhes
taram como dragões e muitos dos inspiraram o coração com estes
38 a Al. 44:8–9. 46 a GEE Dever. D&C 98:23–24.
44 a Al. 43:6. b Al. 48:14; 47 a D&C 134:11.
45 a Al. 44:5. D&C 98:33–36.
b GEE Liberdade, Livre. c 3 Né. 3:21;
369 ALMA 43:49–44:5
pensamentos — sim, pensamentos exércitos de Morôni derrotam os
sobre suas terras, sua liberdade, lamanitas. Aproximadamente 74–
sim, sua libertação do cativeiro. 73 a.C.
49 E aconteceu que eles voltaram
E aconteceu que pararam e re-
a atacar os lamanitas e a clamaram
cuaram um pouco. E Morôni disse
a uma só voz ao Senhor seu Deus
a Zeraemna: Eis, Zeraemna, que
por sua liberdade e sua libertação a 
não desejamos ser sanguinários.
do cativeiro.
Sabeis que estais em nossas mãos,
50 E começaram a resistir aos
mas não vos desejamos matar.
lamanitas com vigor; e na mesma
2 Eis que não viemos batalhar
hora em que clamaram ao Senhor
contra vós para derramar vosso
por sua liberdade, os lamanitas
sangue pelo poder; nem deseja-
começaram a fugir deles; e fugi-
mos reduzir ninguém ao jugo da
ram até às águas do Sidon.
escravidão. Esta, porém, é a ver-
51 Ora, os lamanitas eram mais
dadeira causa que vos levou a ata-
numerosos, sim, mais que o dobro
car-nos; sim, estais irados contra
dos nefitas. Não obstante, foram
nós em virtude de nossa religião.
perseguidos de tal forma que se
3 Agora, porém, vedes que o
juntaram em um só grupo, no vale
Senhor está conosco; e vedes que
às margens do rio Sidon.
ele vos entregou em nossas mãos.
52 Assim, os exércitos de Morôni
E agora desejaria que compreen-
cercaram-nos, sim, pelos dois la-
dêsseis que isto nos acontece por
dos do rio, pois eis que a leste se
causa de nossa religião e de nossa
achavam os homens de Leí.
fé em Cristo. E agora vedes que
53 Assim, quando Zeraemna viu
não podeis destruir esta nossa fé.
os homens de Leí a leste do rio Si-
4 Ora, vedes que esta é a verda-
don e o exército de Morôni a oeste
deira fé em Deus; sim, vedes que
do rio Sidon e viu que estavam
Deus nos manterá e conservará e
cercados pelos nefitas, o terror
preservará enquanto formos fiéis
apoderou-se deles.
a ele e a nossa fé e a nossa religião;
54 Ora, Morôni, vendo seu ter-
e nunca permitirá o Senhor que
ror, ordenou a seus homens que
sejamos destruídos, a não ser que
cessassem de derramar o sangue
caiamos em transgressão e renun-
deles.
ciemos a nossa fé.
5 E agora, Zeraemna, eu te orde-
CAPÍTULO 44
no, em nome do Deus Todo-Pode-
Morôni ordena aos lamanitas que fa- roso, que nos fortaleceu os braços,
çam um convênio de paz; do contrário dando-nos poder sobre vós, por
serão destruídos — Zeraemna rejeita nossa fé, por nossa religião e por
a oferta e a batalha recomeça — Os nossos a ritos de adoração e por
49 a Êx. 2:23–25; 44 1 a Al. 43:45.
Mos. 29:20. 5 a GEE Ordenanças.
ALMA 44:6–13 370
nossa igreja e pelo sagrado susten- espadas e pereceremos ou con-
to que devemos a nossas esposas e quistaremos.
nossos filhos, por essa b liberdade 9 Eis que não somos de vossa fé;
que nos prende a nossas terras e não cremos que foi Deus quem
nosso país; sim, e também pela nos entregou em vossas mãos,
observância da sagrada palavra mas acreditamos é que foi vossa
de Deus, à qual devemos toda a astúcia que vos salvou de nossas
nossa felicidade; e por tudo quan- espadas. Eis que foram vossas
to nos é mais caro — a 
couraças e vossos escudos que
6 Sim, e isto não é tudo; ordeno- vos preservaram a vida.
vos, por todo o amor que tiverdes 10 E então, quando Zeraemna
pela vida, que nos entregueis vos- acabou de dizer estas palavras,
sas armas de guerra; e procura- Morôni devolveu-lhe a espada e
remos não mais derramar vosso as armas de guerra que havia re-
sangue, poupando-vos a vida se cebido, dizendo: Eis que termina-
seguirdes vosso caminho e não remos a luta.
tornardes a fazer guerra contra 11 Ora, não posso revogar as pa-
nós. lavras que proferi; por conseguin-
7 E agora, se não fizerdes isto, te, como vive o Senhor, não parti-
eis que estais em nossas mãos e reis a não ser sob o juramento de
ordenarei a meus homens que que não voltareis a pelejar contra
caiam sobre vós e desfiram gol- nós. Ora, como estais em nossas
pes mortais em vosso corpo para mãos, derramaremos vosso sangue
exterminar-vos; e então veremos pelo chão a menos que vos subme-
quem terá poder sobre este povo; tais às condições que propus.
sim, veremos quem será levado 12 E então, quando Morôni disse
em cativeiro. estas palavras, Zeraemna tomou
8  E então aconteceu que Ze- a espada e, irado contra Morôni,
raemna, ao ouvir estas palavras, investiu contra ele com a intenção
adiantou-se e entregou sua espa- de matá-lo; mas ao levantar a es-
da e sua cimitarra e seu arco nas pada, eis que um dos soldados de
mãos de Morôni, dizendo-lhe: Morôni a golpeou, atirando-a por
Eis nossas armas de guerra; nós terra e quebrando-a pelo punho;
vo-las entregaremos, mas não nos e ele também golpeou Zeraemna,
sujeitaremos a prestar-vos um arrancando-lhe o couro cabeludo,
a 
juramento, o qual sabemos que que caiu por terra. E Zeraemna
nós, assim como nossos filhos, retrocedeu para o meio de seus
iremos quebrar; tomai, porém, soldados.
nossas armas de guerra e permiti 13 E aconteceu que o soldado
que partamos para o deserto; do que ali estava e que escalpela-
contrário conservaremos nossas ra Zeraemna pegou do chão o
5 b GEE Liberdade, Livre. 8 a GEE Juramento. 9 a Al. 43:38.
371 ALMA 44:14–24
escalpo pelos cabelos e colocou-o que estavam todos prestes a ser
na ponta de sua espada e esten- destruídos, clamou vigorosamen-
deu-o em direção a eles, dizendo- te a Morôni, prometendo que ele
lhes em alta voz: e seu povo fariam convênio com
14 Assim como caiu por terra eles de a nunca mais tornarem a
este escalpo, que é o escalpo de fazer guerra contra eles, se pou-
vosso chefe, também caireis por passem a vida dos restantes.
terra se não depuserdes vossas 20 E aconteceu que Morôni fez
armas de guerra e partirdes com com que cessasse outra vez a ma-
um convênio de paz. tança. Tirou as armas de guerra
15 Ora, muitos, ao ouvirem es- dos lamanitas e, após haverem
tas palavras e verem o escalpo na feito com ele um a convênio de
espada, ficaram atemorizados; e paz, tiveram permissão de partir
muitos se adiantaram e depuseram para o deserto.
suas armas aos pés de Morôni e 21 Ora, o número de seus mor-
fizeram um a convênio de paz. E a tos não foi contado, por ser mui-
todos os que fizeram esse convênio to grande; sim, o número de seus
foi permitido partir para o deserto. mortos foi muito grande, tanto
16 Ora, aconteceu que Zeraem- do lado dos nefitas quanto dos
na ficou muito irado e instigou o lamanitas.
restante de seus soldados à cólera, 22 E aconteceu que atiraram seus
para combaterem mais vigorosa- mortos nas águas do Sidon e eles
mente os nefitas. foram levados e estão sepultados
17 E Morôni estava irado por nas profundezas do mar.
causa da teimosia dos lamanitas; 23 E os exércitos dos nefitas, ou
portanto, ordenou a seu povo que seja, de Morôni, voltaram para
os atacasse e matasse. E aconteceu suas casas e suas terras.
que começaram a matá-los; sim, 24 E assim terminou o décimo
e os lamanitas lutaram com suas oitavo ano em que os juízes go-
espadas e sua força. vernaram o povo de Néfi. E assim
18 Mas eis que com a pele nua terminou o registro de Alma, que
e a cabeça desprotegida, ficaram foi escrito nas placas de Néfi.
expostos às afiadas espadas dos
nefitas; sim, eis que foram tras-
passados e feridos; sim, e caíram
Relato sobre o povo de Néfi e suas
rapidamente ante as espadas dos
guerras e discórdias nos dias de
nefitas e começaram a ser derru-
Helamã, segundo o registro que
bados, como profetizara o soldado
Helamã fez em seus dias.
de Morôni.
19 Ora, Zeraemna, quando viu Abrange os capítulos 45 a 62.
15 a 1 Né. 4:37; 19 a Al. 47:6.
Al. 50:36. 20 a Al. 62:16–17.
ALMA 45:1–13 372
CAPÍTULO 45 és tu; e o Senhor far-te-á prospe- a 

rar nesta terra.


Helamã crê nas palavras de Alma —
9 Mas eis que tenho algo a te
Alma profetiza a destruição dos nefi- a 
profetizar, mas o que eu te pro-
tas — Ele abençoa e amaldiçoa a ter-
fetizar a ninguém revelarás; sim,
ra — Alma pode ter sido arrebatado
o que eu te profetizar não deverá
pelo Espírito, como Moisés — Cres-
ser divulgado até que a profecia
cem as dissensões na Igreja. Aproxi-
seja cumprida; por conseguinte,
madamente 73 a.C.
escreve o que te vou dizer.
Ora, então aconteceu que o povo 10 E estas são as palavras: Eis
de Néfi se alegrou imensamente que vejo, segundo o espírito de
porque o Senhor tornara a livrá-lo revelação que está em mim, que
das mãos de seus inimigos; por- a 
quatrocentos anos depois do apa-
tanto, renderam graças ao Senhor recimento de Jesus Cristo a este
seu Deus; sim, a jejuaram e oraram povo, os nefitas, eles degenerarão,
muito e adoraram a Deus com caindo na b incredulidade.
grande alegria. 11 Sim, então eles verão guerras
2 E aconteceu, no décimo nono e pestes, sim, fome e derrama-
ano em que os juízes governaram mento de sangue até que o povo
o povo de Néfi, que Alma se diri- de Néfi seja a extinto —
giu a seu filho Helamã e pergun- 12 Sim, e isto porque eles dege-
tou-lhe: Crês nas palavras que te nerarão, caindo na incredulidade;
disse a respeito daqueles a regis- e entregar-se-ão a obras de trevas
tros que foram escritos? e à a lascívia e a toda sorte de ini-
3 E Helamã respondeu-lhe: Sim, quidades; sim, digo-te que, por-
eu creio. que pecarão contra tão grande luz
4 E Alma disse novamente: Crês e conhecimento, sim, digo-te que,
em Jesus Cristo, aquele que há a partir desse dia, não passará a
de vir? quarta geração antes que venha
5 E ele respondeu: Sim, creio em esta grande iniquidade.
todas as palavras que disseste. 13 E quando esse grande dia
6 E Alma tornou a perguntar: chegar, eis que muito cedo virá a
a 
Guardarás meus mandamentos? hora em que os que agora vivem,
7 E ele respondeu: Sim, guarda- ou seja, a semente dos que agora
rei teus mandamentos com todo são contados com o povo de Néfi,
o meu coração. já a não será contada com o povo
8 Então Alma lhe disse: Bendito de Néfi.
45 1 a GEE Jejuar, Jejum. 8 a 1 Né. 4:14; b GEE Apostasia;
2 a Al. 37:1–5; 50:38. Al. 48:15–16, 25. Incredulidade.
6 a GEE Mandamentos 9 a GEE Profecia, Profetizar. 11 a Jar. 1:10;
de Deus; 10 a 1 Né. 12:10–15; Mórm. 8:2–3, 6–7.
Obedecer, Obediência, Hel. 13:9; 12 a GEE Concupiscência.
Obediente. Mórm. 8:6–7. 13 a Hel. 3:16.
373 ALMA 45:14–23
14 Aquele, porém, que sobre- de sua morte ou sepultura, nada
viver e não for destruído nesse sabemos.
grande e terrível dia, será a con- 19 Eis que o que sabemos é que
tado com os lamanitas; e tornar- foi um homem justo; e na igreja
se-ão todos como eles, a não ser espalhou-se o rumor de haver
alguns que serão chamados de sido ele arrebatado pelo Espírito
discípulos do Senhor; e eles serão ou a sepultado pela mão do Se-
perseguidos pelos lamanitas b até nhor, como Moisés. Eis que as
que sejam extintos. E agora, em escrituras, porém, dizem que o
virtude da iniquidade, esta pro- Senhor levou Moisés para junto
fecia será cumprida. de si; e supomos que ele também
15 E então aconteceu que depois recebeu Alma junto de si, no es-
de Alma dizer estas coisas a Hela- pírito; eis por que nada sabemos
mã, abençoou-o, bem como a seus sobre sua morte e sepultamento;
outros filhos, e também abençoou 20 E então aconteceu, no começo
a terra por causa dos a justos. do décimo nono ano em que os
16 E disse: Assim diz o Senhor juízes governaram o povo de Néfi,
Deus — a Maldita será a terra, sim, que Helamã andou entre o povo a
esta terra, para a destruição de fim de pregar-lhe a palavra.
toda nação, tribo, língua e povo 21 Pois eis que, em virtude de
que cometer iniquidade, quando suas guerras com os lamanitas e
eles estiverem plenamente ama- das muitas pequenas dissensões e
durecidos; e acontecerá como distúrbios entre o povo, tornou-se
digo; pois esta é a maldição e a necessário que a a palavra de Deus
b 
bênção de Deus sobre a terra, fosse declarada entre eles; sim, e
porque o Senhor não pode enca- que houvesse uma regulamenta-
rar o pecado com o c mínimo grau ção em toda a igreja.
de tolerância. 22 Assim Helamã e seus irmãos
17 E então, após haver Alma pro- foram reorganizar a igreja em toda
nunciado estas palavras, aben- a terra, sim, em todas as cidades
çoou a a igreja, sim, todos os que de toda a terra pertencente ao
permanecessem firmes na fé dali povo de Néfi. E aconteceu que
em diante. nomearam sacerdotes e mestres
18 E depois de haver feito isto, por toda aquela terra, para todas
Alma partiu da terra de Zaraen- as igrejas.
la como se fosse para a terra de 23 E então aconteceu que depois
Meleque. E aconteceu que nada de haverem Helamã e seus irmãos
mais se ouviu a respeito dele; e nomeado sacerdotes e mestres
14 a Morô. 9:24. Ét. 2:8–12. 19 a GEE Seres
b Morô. 1:1–3. b D&C 130:21. Transladados.
15 a Al. 46:10; 62:40. c D&C 1:31. 21 a Al. 31:5.
16 a 2 Né. 1:7; 17 a GEE Igreja de Jesus
Al. 37:31; Cristo.
ALMA 45:24–46:10 374
para as igrejas, originou-se uma também desejavam que ele fos-
a 
dissensão no meio deles e não se seu rei; e a maioria deles eram
mais deram ouvidos às palavras a 
juízes menores da terra e estavam
de Helamã e seus irmãos; em busca de poder.
24 Mas tornaram-se orgulho- 5 E tinham sido convencidos, pe-
sos, e o seu coração encheu-se de las lisonjas de Amaliquias, de que,
vaidade, devido às suas enormes se o apoiassem e fizessem dele o
a 
riquezas; portanto, tornaram-se seu rei, ele os tornaria governan-
ricos aos seus b próprios olhos e tes do povo.
não davam ouvidos às palavras 6 Assim, foram instigados por
deles, para que andassem reta- Amaliquias a promover dissen-
mente perante Deus. sões, apesar das pregações de He-
lamã e seus irmãos; sim, apesar de
CAPÍTULO 46 seu enorme zelo pela igreja, pois
eram sumos sacerdotes da igreja.
Amaliquias conspira para ser rei —
7 E houve muitos na igreja que
Morôni levanta o estandarte da li-
acreditaram nas palavras lison-
berdade — Ele conclama o povo a
jeiras de Amaliquias; por conse-
defender sua religião — Os verdadei-
guinte, separaram-se até da igreja;
ros crentes são chamados cristãos —
e assim, as condições do povo de
Será preservado um remanescente de
Néfi eram muito precárias e pe-
José — Amaliquias e os dissidentes
rigosas, não obstante sua grande
fogem para a terra de Néfi — Os a 
vitória sobre os lamanitas e seu
que não apoiam a causa da liberdade
enorme regozijo por terem sido
são executados. Aproximadamente
libertados pela mão do Senhor.
73–72 a.C.
8 Vemos, assim, quão a rapida-
E aconteceu que todos os que mente os filhos dos homens se es-
não atenderam às palavras de He- quecem do Senhor seu Deus; sim,
lamã e seus irmãos, uniram-se quão rapidamente praticam ini-
contra eles. quidades e deixam-se levar pelo
2 E então eis que ficaram muito maligno.
irados, tanto que estavam deter- 9 Sim, e também vemos a gran-
minados a matá-los. de a iniquidade que um homem
3 Ora, o chefe dos que se haviam muito iníquo pode fazer com que
revoltado contra seus irmãos era ocorra entre os filhos dos homens.
um homem grande e forte; e seu 10 Sim, vemos que Amaliquias,
nome era Amaliquias. por ser um homem de astutos ar-
4 E Amaliquias desejava ser rei; dis e um homem de muitas pala-
e aqueles que estavam irados vras lisonjeiras, incitou o coração
23 a 3 Né. 11:28–29. 46 4 a Mos. 29:11, 28–29. 9 a Mos. 29:17–18.
24 a GEE Riquezas. 7 a Al. 44:19–20.
b GEE Orgulho. 8 a Hel. 12:2, 4–5.
375 ALMA 46:11–20
de muitos a praticar iniquidades; eram fiéis; sim, todos os que eram
sim, e a procurar destruir a igreja crentes verdadeiros em Cristo to-
de Deus e a destruir o alicerce de mavam sobre si alegremente o
a 
liberdade que Deus lhes conce- a 
nome de Cristo, ou seja, de b cris-
dera, ou seja, a bênção que Deus tãos, como eram chamados em
enviara à face da terra por amor virtude de sua crença no Cristo
aos b justos. que haveria de vir.
11 E então aconteceu que quando 16 E assim, nessa ocasião Morôni
Morôni, que era o a comandante orou para que fosse favorecida a
geral dos exércitos nefitas, sou- causa dos cristãos e a liberdade
be dessas dissensões, ficou irado da terra.
contra Amaliquias. 17 E aconteceu que depois de
12 E aconteceu que rasgou sua haver derramado a alma a Deus,
túnica e, pegando um pedaço chamou toda a terra que ficava
dela, nele escreveu: a Em lem- situada ao sul da terra de a Desola-
brança de nosso Deus, nossa re- ção, sim, resumindo, toda a terra,
ligião e nossa liberdade e nossa tanto ao norte como ao sul, de ter-
paz, nossas esposas e nossos fi- ra escolhida e terra da liberdade.
lhos — e amarrou-o na ponta de 18 E disse: Certamente Deus não
um mastro. permitirá que nós, que somos des-
13 E ele colocou seu capacete e prezados por tomar sobre nós o
sua couraça e seus escudos e cin- nome de Cristo, sejamos pisados
giu os lombos com sua armadura; e destruídos até provocarmos isso
e pegou o mastro em cuja ponta com nossas próprias transgressões.
se achava a túnica rasgada (a que 19 E tendo dito estas palavras,
ele chamou estandarte da liberda- Morôni foi para o meio do povo
de); e inclinou-se até o solo e orou fazendo tremular a parte rasgada
fervorosamente a seu Deus, a fim de sua a túnica no ar, para que to-
de que as bênçãos da liberdade dos vissem o que havia escrito na
repousassem sobre seus irmãos parte rasgada; e clamou em alta
enquanto restasse um grupo de voz, dizendo:
cristãos para habitar a terra — 20 Eis que todos os que deseja-
14 Porque assim eram chamados rem defender este estandarte na
todos os verdadeiros crentes em terra, aproximem-se na força do
Cristo, que pertenciam à igreja de Senhor e façam convênio de que
Deus, pelos que não pertenciam defenderão seus direitos e sua
à igreja. religião, para que o Senhor Deus
15 E os que pertenciam à igreja os abençoe.
10 a 2 Né. 1:7; 12 a Ne. 4:14; 1 Ped. 4:16.
Mos. 29:32. Al. 44:5. 17 a Al. 22:30–31.
b 2 Né. 1:7. 15 a Mos. 5:7–9. 19 a GEE Estandarte.
11 a Al. 43:16–17. b At. 11:26;
ALMA 46:21–28 376
21 E aconteceu que quando Mo- atirados na prisão ou vendidos ou
rôni disse estas palavras, eis que mortos.
o povo se aproximou com os lom- 24 Sim, preservemos nossa liber-
bos cingidos por suas armaduras, dade, como um a remanescente de
rasgando as vestes como símbo- José; sim, lembremo-nos das pala-
lo, ou melhor, como convênio de vras de Jacó, antes de sua morte,
que não abandonariam o Senhor pois eis que ele viu que uma parte
seu Deus; ou, em outras palavras, do que restou da túnica de José
se eles transgredissem os man- fora preservada e não se havia es-
damentos de Deus, ou melhor, tragado. E ele disse: Assim como
se caíssem em transgressão e se este remanescente das vestes de
a 
envergonhassem de tomar sobre meu filho foi preservado, também
si o nome de Cristo, o Senhor os um b remanescente da semente de
destroçaria da mesma forma que meu filho será preservado pela
haviam rasgado as suas vestes. mão de Deus, que o tomará para
22 Ora, esse foi o convênio que si, enquanto o restante da semente
fizeram; e atiraram suas vestes aos de José perecerá, como o restante
pés de Morôni, dizendo: Fazemos de sua túnica.
convênio com nosso Deus de que 25 Ora, eis que isto me enche a
seremos destruídos, assim como o alma de dor; não obstante, minha
foram nossos irmãos da terra do alma alegra-se por meu filho, uma
norte, se cairmos em transgressão; vez que essa parte de sua semente
sim, ele pode atirar-nos aos pés será conduzida a Deus.
de nossos inimigos, assim como 26 Ora, eis que foi essa a lingua-
atiramos nossas vestes a teus pés gem de Jacó.
para serem pisadas, se cairmos 27 E agora, quem sabe se o rema-
em transgressão. nescente da semente de José, que
23 Morôni disse-lhes: Eis que perecerá como suas vestes, não
somos um remanescente da se- são esses que divergiram de nós?
mente de Jacó; sim, somos um Sim, e talvez sejamos nós mesmos,
remanescente da a semente de se não nos mantivermos firmes na
b 
José, cuja c túnica foi rasgada em fé em Cristo.
muitos pedaços por seus irmãos; 28 E então aconteceu que, ten-
sim, e agora, eis que devemos do pronunciado estas palavras,
lembrar-nos de guardar os man- Morôni foi e também enviou seus
damentos de Deus; caso contrá- homens a todas as partes da ter-
rio, nossas vestes serão rasga- ra onde havia dissensões; e con-
das por nossos irmãos e seremos gregou todos os que desejavam
21 a 1 Né. 8:25–28; b GEE José, Filho de Jacó. b 2 Né. 3:5–24;
Mórm. 8:38. c Gên. 37:3, 31–36. Ét. 13:6–7.
23 a Gên. 49:22–26; 24 a Amós 5:15;
1 Né. 5:14–15. 3 Né. 5:21–24; 10:17.
377 ALMA 46:29–39
conservar sua liberdade para foram entregues nas mãos de Mo-
se oporem a Amaliquias e aos rôni e levados de volta para a ter-
dissidentes, que se chamavam ra de Zaraenla.
amaliquiaítas. 34 Ora, Morôni, sendo um ho-
29  E aconteceu que quando mem que fora a nomeado pelos
Amaliquias viu que o povo de juízes supremos e pela voz do
Morôni era mais numeroso que povo, tinha, por conseguinte, po-
os amaliquiaítas — e viu também der segundo a sua vontade sobre
que seu povo duvidava da justiça os exércitos nefitas, para estabe-
da causa que havia abraçado — lecer e exercer autoridade sobre
portanto, temendo não poder con- eles.
seguir seu objetivo, partiu para a 35 E aconteceu que todos os
terra de Néfi com os que o quise- amaliquiaítas que se recusaram
ram acompanhar; a fazer convênio de apoiar a cau-
30 Ora, Morôni julgou não ser sa da liberdade, a fim de mante-
conveniente que os lamanitas se rem um governo livre, ele con-
fortalecessem mais; assim, pensou denou à morte; e foram poucos
em interceptar o povo de Amali- os que renegaram o convênio de
quias ou capturá-lo e trazê-lo de liberdade.
volta e matar Amaliquias; sim, 36 E aconteceu também que ele
porque sabia que ele iria incitar fez com que o estandarte da li-
os lamanitas contra eles e fazer berdade fosse hasteado em todas
com que os lamanitas batalhassem as torres de toda a terra ocupa-
contra eles; e sabia que Amali- da pelos nefitas; e assim Morôni
quias faria isso para alcançar seus plantou o estandarte da liberdade
propósitos. entre os nefitas.
31 Portanto, Morôni julgou opor- 37 E eles começaram a ter nova-
tuno tomar seus exércitos, que se mente paz na terra; e assim man-
haviam reunido e se armado e que tiveram a paz naquela terra até
haviam feito o convênio de preser- quase o fim do décimo nono ano
var a paz — E aconteceu que ele do governo dos juízes.
tomou seu exército e marchou com 38 E Helamã e os a sumos sacer-
suas tendas para o deserto, a fim de dotes mantinham também a or-
interceptar Amaliquias no deserto. dem na igreja; sim, pelo espaço de
32 E aconteceu que ele agiu de quatro anos tiveram muita paz e
acordo com seus desejos e mar- regozijo na igreja.
chou para o deserto e deteve os 39 E aconteceu que muitos mor-
exércitos de Amaliquias. reram, a crendo firmemente que
33 E aconteceu que Amaliquias sua alma estava redimida pelo
fugiu com um pequeno número Senhor Jesus Cristo; assim, saíram
de seus homens; e os restantes do mundo regozijando-se.
34 a Al. 43:16. 38 a Al. 46:6. 39 a Morô. 7:3, 41.
ALMA 46:40–47:8 378
40 E houve alguns que morreram temiam desgostar o rei, como te-
de febres que, em certas épocas miam também batalhar contra os
do ano, eram muito frequentes nefitas, receosos de perder a vida.
na terra — muitos, porém, não E aconteceu que eles não queriam,
morreram de febres por causa das ou seja, a maioria deles não quis
excelentes qualidades das muitas obedecer às ordens do rei.
a 
plantas e raízes que Deus havia 3 E aconteceu que o rei ficou fu-
preparado para remover as cau- rioso em virtude dessa desobe-
sas das enfermidades a que esta- diência; portanto, ele deu a Ama-
vam sujeitos devido à natureza liquias o comando da parte de
do clima — seu exército que obedecia às suas
41 Muitos houve que morreram ordens, e ordenou-lhe que os obri-
de velhice; e os que morreram gasse a pegar em armas.
com a fé em Cristo são a felizes 4 Ora, eis que esse era o desejo
com ele, como necessariamente de Amaliquias; porque, sendo um
devemos crer. homem muito sutil na prática do
mal, planejou em seu coração des-
tronar o rei dos lamanitas.
CAPÍTULO 47
5 E ele tinha então o comando
Amaliquias usa de traição, assassina- dos lamanitas que estavam a fa-
tos e intrigas para tornar-se rei dos vor do rei; e procurou conquistar
lamanitas — Os dissidentes nefitas as boas graças dos que não eram
são mais iníquos e ferozes que os la- obedientes; portanto, dirigiu-se
manitas. Aproximadamente 72 a.C. ao lugar chamado a Onida, porque
para lá tinham fugido todos os la-
Voltaremos agora, em nossos manitas; porque eles descobriram
registros, a Amaliquias e aos que que o exército se aproximava e,
com ele a fugiram para o deserto; supondo que viesse para destruí-
porque eis que ele, com aqueles los, fugiram para Onida, para o
que o seguiram, subiu à b terra de lugar de armas.
Néfi, entre os lamanitas, e insti- 6 E haviam nomeado um homem
gou-os contra o povo de Néfi a tal para ser seu rei e comandante,
ponto que o rei dos lamanitas en- tendo tomado a firme resolução
viou uma proclamação por toda a de que ninguém os obrigaria a ir
sua terra, a todo o seu povo, para contra os nefitas.
que voltassem a reunir-se, a fim 7 E aconteceu que se reuniram
de batalhar contra os nefitas. no alto de um monte chamado
2 E aconteceu que quando a pro- Antipas, a fim de prepararem-se
clamação se tornou conhecida, eles para combater.
ficaram amedrontadíssimos; sim, 8  Ora, não era intenção de
40 a D&C 89:10. 47 1 a Al. 46:33. Ômni 1:12–13.
41 a Apoc. 14:13. b 2 Né. 5:5–8; 5 a Al. 32:4.
379 ALMA 47:9–20
Amaliquias combatê-los segun- durante a noite e cercasse o acam-
do as ordens do rei; eis, porém, pamento dos homens que o rei o
que sua intenção era conquistar encarregara de comandar; e que
as boas graças dos exércitos dos ele, Amaliquias, os entregaria nas
lamanitas, para colocar-se como mãos de Leônti, se ele o nomeas-
seu comandante e destronar o rei se comandante imediato de todo
e tomar posse do reino. o exército.
9 E eis que aconteceu que ele fez 14 E aconteceu que Leônti des-
o exército armar suas tendas no ceu com seus homens e cercou os
vale próximo ao monte Antipas. homens de Amaliquias, de modo
10 E aconteceu que quando anoi- que antes de acordarem, ao raiar
teceu, ele enviou uma embaixada do dia, foram cercados pelos exér-
secreta ao monte Antipas, encarre- citos de Leônti.
gada de fazer com que o coman- 15 E aconteceu que quando se
dante daqueles que se achavam viram cercados, suplicaram a
no alto do monte e cujo nome era Amaliquias que lhes permitisse
Leônti, descesse ao pé do monte, juntar-se a seus irmãos, a fim de
porque desejava falar-lhe. não serem destruídos. Ora, era
11 E aconteceu que quando re- justamente isso que Amaliquias
cebeu a mensagem, Leônti não desejava.
ousou descer ao pé do monte. E 16 E aconteceu que ele entregou
aconteceu que Amaliquias en- seus homens, a contrariando as
viou mensageiros pela segunda ordens do rei. Ora, era isto que
vez, solicitando que ele descesse. Amaliquias desejava, a fim de
E aconteceu que Leônti não quis realizar seus planos de destro-
descer; e ele enviou mensageiros nar o rei.
pela terceira vez. 17 Ora, era costume dos lama-
12 E aconteceu que quando viu nitas nomear o comandante ime-
que não conseguia fazer com que diato para ser o comandante, caso
Leônti descesse do monte, Amali- seu primeiro comandante fosse
quias subiu ao monte até um pon- morto.
to próximo do acampamento de 18 E aconteceu que Amaliquias
Leônti; e pela quarta vez mandou fez com que um de seus servos ad-
sua mensagem a Leônti, pedindo- ministrasse veneno, aos poucos, a
lhe que descesse e trouxesse seus Leônti, de modo que ele morreu.
guardas consigo. 19 Ora, morto Leônti, os lamani-
13  E aconteceu que quando tas nomearam Amaliquias como
Leônti desceu com seus guardas seu chefe e comandante geral.
até o lugar em que Amaliquias se 20 E aconteceu que Amaliquias
achava, Amaliquias propôs-lhe marchou com seus exércitos
que descesse com seu exército (porque havia conseguido seus
16 a Al. 47:3.
ALMA 47:21–34 380
intentos) para a terra de Néfi, para 28 E aconteceu que todos os que
a cidade de Néfi, que era a cidade amavam o rei, ao ouvirem estas
principal. palavras, saíram em perseguição
21 E o rei saiu-lhe ao encontro aos servos do rei.
com seus guardas, supondo que 29 Ora, quando os servos do rei
Amaliquias tivesse executado viram um exército perseguindo-
suas ordens e que houvesse con- os, ficaram novamente amedron-
seguido reunir tamanho exército tados e fugiram para o deserto; e
para combater os nefitas. alcançaram a terra de Zaraenla,
22 Mas eis que quando o rei lhe juntando-se ao a povo de Amon.
saiu ao encontro, Amaliquias fez 30 E o exército que os perseguia
com que seus servos se adiantas- voltou, tendo-os perseguido em
sem para encontrar o rei. E incli- vão; e assim Amaliquias, com sua
naram-se perante o rei, como se o fraude, conquistou o coração do
reverenciassem por sua grandeza. povo.
23 E aconteceu que o rei esten- 31 E aconteceu que, ao amanhe-
deu a mão para levantá-los, em cer, entrou ele na cidade de Néfi
sinal de paz, segundo o costume com seus exércitos e tomou posse
dos lamanitas, costume esse que da cidade.
haviam aprendido com os nefitas. 32 E aconteceu então que a rai-
24 E aconteceu que quando ha- nha, ao saber que o rei havia sido
via levantado o primeiro, eis que assassinado — pois Amaliquias
ele apunhalou o rei no coração; e enviara uma embaixada à rainha,
ele caiu por terra. informando-a de que o rei havia
25 Ora, os servos do rei fugiram; sido assassinado por seus servos;
e os servos de Amaliquias grita- que ele os perseguira em vão com
ram, dizendo: seus exércitos e que haviam con-
26 Eis que os servos do rei o apu- seguido escapar —
nhalaram no coração e ele caiu 33 Portanto, quando a rainha re-
por terra e eles fugiram; vinde cebeu essa mensagem, respondeu
e vede. a Amaliquias, solicitando-lhe que
27 E aconteceu que Amaliquias poupasse o povo da cidade; e tam-
ordenou a seus exércitos que avan- bém lhe pediu que comparecesse
çassem para ver o que havia acon- a sua presença; e também lhe pe-
tecido ao rei; e quando eles chega- diu que fosse acompanhado de
ram e acharam o rei estendido por testemunhas que pudessem tes-
terra, ensanguentado, Amaliquias tificar a respeito da morte do rei.
fingiu estar irado e disse: Todos os 34 E aconteceu que Amaliquias
que amavam o rei devem partir levou o mesmo servo que matara
em perseguição de seus servos, o rei, bem como todos os que es-
para que eles sejam mortos. tavam com ele; e apresentaram-se
29 a Al. 43:11–12. GEE Ânti-néfi-leítas.
381 ALMA 47:35–48:5
à rainha no lugar em que ela se povo para defender a causa dos cris-
sentava; e todos testificaram que tãos — Ele rejubila-se com a liberda-
o rei fora assassinado por seus de e a independência e é um poderoso
próprios servos; e disseram mais: homem de Deus. Aproximadamente
Eles fugiram; isto não testifica 72 a.C.
contra eles? E assim satisfizeram
E então aconteceu que assim que
eles a rainha no tocante à morte
obteve o reino, Amaliquias come-
do rei.
çou a incitar o coração dos lama-
35 E aconteceu que Amaliquias
nitas contra o povo de Néfi; sim,
procurou obter as boas graças da
nomeou alguns homens para fa-
rainha e tomou-a para esposa; e
larem aos lamanitas contra os ne-
assim, por meio de fraude e da
fitas, do alto de suas torres.
ajuda de seus astutos servos, ele
2 E assim incitou seu coração
conseguiu o reino; sim, foi reco-
contra os nefitas, a tal ponto que,
nhecido como rei em toda a ter-
ao fim do décimo nono ano do
ra, por todo o povo lamanita, que
governo dos juízes, havendo con-
era a composto de lamanitas e de
seguido realizar seus intentos
lemuelitas e de ismaelitas e de
até então, sim, tendo-se tornado
todos os dissidentes dos nefitas,
rei dos lamanitas, procurou tam-
desde o reinado de Néfi até o tem-
bém reinar sobre toda a terra,
po presente.
sim, e sobre todo o povo que es-
36 Ora, esses a dissidentes, tendo
tava na terra, tanto nefitas como
os mesmos ensinamentos e infor-
lamanitas.
mações dos nefitas, sim, tendo
3 Assim conseguiu realizar seus
sido instruídos no mesmo b conhe-
desígnios, porque havia endure-
cimento do Senhor, não obstante,
cido o coração dos lamanitas, ce-
por estranho que pareça, pouco
gando-lhes a mente e incitando-
depois de sua dissensão se torna-
os à ira de tal forma que reuniu
ram mais duros e c impenitentes e
uma numerosa hoste para bata-
mais selvagens, iníquos e ferozes
lhar contra os nefitas.
que os lamanitas — absorvendo
4 Porque, em virtude do gran-
as tradições dos lamanitas, en-
de número de seu povo, estava
tregando-se à indolência e a toda
resolvido a subjugar os nefitas e
sorte de lascívia; sim, esquecen-
levá-los à servidão.
do-se por completo do Senhor
5 E assim nomeou a capitães-che-
seu Deus.
fes dentre os zoramitas, sendo eles
os mais familiarizados com a for-
CAPÍTULO 48
ça dos nefitas e com seus lugares
Amaliquias incita os lamanitas con- de refúgio e com os pontos mais
tra os nefitas — Morôni prepara seu vulneráveis de suas cidades; por
35 a Jacó 1:13–14. b Heb. 10:26–27; c Jer. 8:12.
36 a GEE Apostasia. Al. 24:30. 48 5 a Al. 43:6.
ALMA 48:6–16 382
essa razão nomeou-os capitães- homem cuja alma se regozijava
chefes de seus exércitos. com a liberdade e independên-
6 E aconteceu que levantaram cia de seu país e com a libertação
acampamento e partiram em de seus irmãos da servidão e do
direção à terra de Zaraenla, no cativeiro.
deserto. 12 Sim, um homem cujo coração
7 Ora, aconteceu que enquanto transbordava de gratidão a seu
Amaliquias havia assim, por meio Deus pelos muitos privilégios e
de fraude e engano, obtido poder, bênçãos que concedia a seu povo;
Morôni, por sua vez, estivera a pre- um homem que trabalhava infa-
parando o espírito do povo para tigavelmente pelo a bem-estar e
ser fiel ao Senhor seu Deus. segurança do povo.
8 Sim, ele estivera reforçando os 13 Sim, e ele era um homem fir-
exércitos dos nefitas e construindo me na fé em Cristo; e havia a pres-
pequenos fortes, ou seja, lugares tado juramento de defender seu
de refúgio; levantando parapeitos povo, seus direitos e seu país e
de terra ao redor de seus exérci- sua religião, mesmo com a pró-
tos e também levantando muros pria vida.
de pedra a sua volta, ao redor de 14 Ora, os nefitas foram ensina-
suas cidades e das fronteiras de dos a defenderem-se dos inimi-
suas terras; sim, ao redor de toda gos, ainda que fosse necessário
a terra. derramar sangue; sim, e foram
9 E em suas fortificações mais também ensinados a a nunca ofen-
fracas ele colocou maior núme- derem, sim, a nunca levantarem a
ro de homens; e assim fortificou espada, a não ser contra um ini-
e reforçou a terra habitada pelos migo, e apenas para preservarem
nefitas. a própria vida.
10 E desse modo preparava-se 15 E tinham fé que Deus lhes
ele para a defender sua liberdade, permitiria prosperar na terra ou,
suas terras, suas esposas e seus em outras palavras, que, se fos-
filhos e sua paz, a fim de viverem sem fiéis na observância dos man-
para o Senhor seu Deus e preser- damentos de Deus, ele lhes per-
varem o que era chamado por mitiria prosperar na terra; sim, ele
seus inimigos a causa dos cristãos. avisaria quando precisassem fugir
11 E Morôni era um homem for- ou preparar-se para a guerra, de
te e poderoso; ele era um homem acordo com o perigo;
de perfeita a compreensão; sim, 16 E também que Deus lhes re-
um homem que não tinha prazer velaria para onde deveriam ir a
no derramamento de sangue; um fim de se defenderem de seus
7 a Al. 49:8. 12 a GEE Bem-Estar. Mórm. 3:10–11;
10 a Al. 46:12–13. 13 a Al. 46:20–22. D&C 98:16.
11 a GEE Compreensão, 14 a Al. 43:46–47;
Entendimento. 3 Né. 3:20–21;
383 ALMA 48:17–25
inimigos; e se assim fizessem, o no fim do décimo nono ano, sim,
Senhor os salvaria; e esta era a fé não obstante haver paz entre eles,
que tinha Morôni e seu coração foram compelidos, relutantemen-
gloriava-se nela; a não no derrama- te, a lutar com seus irmãos, os
mento de sangue, mas em fazer o lamanitas.
bem, em preservar seu povo, sim, 22 Sim, em resumo, as guerras
em guardar os mandamentos de com os lamanitas não cessaram
Deus, sim, e em resistir à iniqui- pelo espaço de muitos anos, ape-
dade. sar de sua grande relutância.
17 Sim, em verdade, em verdade 23 Ora, a lamentavam pegar em
vos digo que se todos os homens armas contra os lamanitas, porque
tivessem sido e fossem e pudes- não se deleitavam com o derrama-
sem sempre ser como Morôni, eis mento de sangue; sim, e isso não
que os próprios poderes do in- era tudo — eles lamentavam ser o
ferno teriam sido abalados para instrumento para mandar muitos
sempre; sim, o a diabo nunca teria de seus irmãos deste mundo para
poder sobre o coração dos filhos o mundo eterno, despreparados
dos homens. para encontrar seu Deus.
18 Eis que ele era um homem 24 Entretanto não poderiam dei-
como Amon, o filho de Mosias, xar-se matar, para que suas a espo-
sim, e também como os outros sas e filhos fossem massacrados
filhos de Mosias; sim, e também pela bárbara crueldade daqueles
como Alma e seus filhos, porque que, um dia, haviam sido seus ir-
eram todos homens de Deus. mãos, sim, e que, tendo b divergido
19 Ora, eis que Helamã e seus da igreja, os haviam abandonado,
irmãos não prestavam menos ser- unindo-se aos lamanitas para des-
viços ao povo do que Morôni; por- truí-los.
que pregavam a palavra de Deus, 25 Sim, não poderiam tolerar
e batizavam para o arrependimen- que seus irmãos se regozijassem
to todos os que davam ouvidos às com o sangue dos nefitas enquan-
suas palavras. to houvesse algum que observasse
20 E assim prosseguiram; e os do os mandamentos de Deus, pois a
povo a humilharam-se por causa promessa do Senhor era de que, se
de suas palavras, a ponto de se- guardassem seus mandamentos,
rem grandemente b favorecidos prosperariam na terra.
pelo Senhor; e assim ficaram livres
de guerras e contendas entre si;
CAPÍTULO 49
sim, pelo espaço de quatro anos.
21 Mas como eu disse, quase O s i n v a s o re s l a m a n i t a s n ã o
16 a Al. 55:19. 20 a GEE Humildade, 23 a D&C 42:45.
17 a 1 Né. 22:26; Humilde, Humilhar. 24 a Al. 46:12.
3 Né. 6:15. b 1 Né. 17:35. b GEE Apostasia.
ALMA 49:1–10 384
conseguem tomar as cidades forti- capitães-chefes dos lamanitas fica-
ficadas de Amonia e Noé — Amali- ram grandemente surpresos com
quias amaldiçoa Deus e jura beber o a sabedoria dos nefitas na prepa-
sangue de Morôni — Helamã e seus ração de seus lugares de defesa.
irmãos continuam a fortalecer a Igre- 6 Ora, os chefes dos lamanitas
ja. Aproximadamente 72 a.C. haviam suposto, devido a sua su-
perioridade numérica, sim, su-
E aconteceu então que no dé- puseram que teriam a oportuni-
cimo primeiro mês do décimo dade de atacá-los como até então
nono ano, no décimo dia do mês, haviam feito; sim, e tinham-se
os exércitos dos lamanitas foram também preparado com escudos
vistos aproximando-se da terra e couraças; e também se prepara-
de Amonia. ram com vestimentas de pele, sim,
2 E eis que a cidade havia sido vestimentas bem grossas para co-
reconstruída e, nas fronteiras da brir-lhes a nudez.
cidade, Morôni colocara um exér- 7 E achando-se assim prepara-
cito; e ao seu redor amontoaram dos, supunham poder facilmen-
terra para protegerem-se das fle- te dominar e sujeitar seus irmãos
chas e pedras dos lamanitas; por- ao jugo da escravidão; ou matá-
que eis que eles lutavam com pe- los e massacrá-los segundo a sua
dras e com flechas. vontade.
3 Eis que eu disse que a cidade 8 Mas eis que, para sua total sur-
de a Amonia havia sido recons- presa, eles estavam a preparados
truída. Digo-vos, sim, que ela fora para recebê-los de uma forma
reconstruída em parte; e em vir- nunca antes vista entre os filhos
tude de os lamanitas terem-na de Leí. Ora, estavam prepara-
destruído uma vez por causa da dos para os lamanitas, para com-
iniquidade do povo, supuseram bater segundo as instruções de
que ela se tornasse novamente Morôni.
presa fácil para eles. 9 E aconteceu que os lamanitas,
4 Mas eis que grande foi seu de- ou seja, os amaliquiaítas, ficaram
sapontamento; porque eis que os muito surpresos com a maneira
nefitas haviam levantado um pa- pela qual eles se haviam prepa-
rapeito de terra ao seu redor, tão rado para a guerra.
alto que os lamanitas não podiam 10 Ora, se o rei Amaliquias hou-
atirar suas pedras e suas flechas vesse descido da a terra de Néfi à
de modo a produzir efeito; nem frente de seu exército, talvez ti-
podiam atacá-los, senão pelo lu- vesse feito com que os lamanitas
gar de entrada. atacassem os nefitas na cidade
5  Ora, nessa ocasião os de Amonia; porque eis que ele
49 3 a Al. 16:2–3, 9, 11. 10 a 2 Né. 5:8; Al. 47:1.
8 a Al. 48:7–10. Ômni 1:12;
385 ALMA 49:11–21
não se importava com o sangue a fim de lutar; e assim aconteceu
de seu povo. segundo seus desejos.
11 Mas eis que Amaliquias não 16 E eis que Morôni havia no-
descera pessoalmente para bata- meado Leí para ser capitão-chefe
lhar. E eis que seus capitães-chefes dos homens daquela cidade; e era
não ousaram atacar os nefitas na o a mesmo Leí que havia lutado
cidade de Amonia, porque Mo- com os lamanitas no vale, a leste
rôni havia alterado a tática dos do rio Sidon.
nefitas, de modo que os lamani- 17 E então eis que aconteceu que
tas se viram frustrados ante seus quando descobriram que Leí co-
lugares de refúgio e não puderam mandava a cidade, os lamanitas
atacá-los. ficaram novamente desaponta-
12 Portanto, retrocederam para o dos, porque o temiam muito; não
deserto, levantaram acampamen- obstante, seus capitães-chefes ti-
to e marcharam em direção à terra nham feito juramento de atacar a
de Noé, supondo que esse seria o cidade; portanto, fizeram avançar
segundo melhor lugar para atacar seus exércitos.
os nefitas. 18 Ora, eis que os lamanitas não
13 Porque não sabiam que Morô- podiam penetrar em seus fortes
ni tinha fortificado, ou seja, cons- de defesa por nenhum outro meio
truído a fortes de defesa para todas a não ser pela entrada, em vir-
as cidades em toda a terra cir- tude da altura do parapeito que
cunvizinha; por isso marcharam fora levantado e da profundidade
para a terra de Noé com firme do fosso que haviam cavado em
determinação; sim, seus capitães- derredor, a não ser pela entrada.
chefes adiantaram-se e fizeram 19 E assim estavam os nefitas
o juramento de destruir o povo preparados para destruir todos
daquela cidade. os que tentassem escalar o for-
14 Mas eis que, para seu assom- te para nele entrar por qualquer
bro, a cidade de Noé, que até en- outro meio, atirando-lhes pedras
tão fora um local indefeso, agora e flechas.
se tornara forte por causa de Mo- 20 Dessa forma estavam eles pre-
rôni; sim, e até excedia a força da parados, sim, um grupo de seus
cidade de Amonia. homens mais fortes, com suas es-
15 E então, eis que nisto Morôni padas e suas fundas, para derru-
fora sábio; porque havia suposto bar todos os que tentassem pene-
que eles ficariam amedrontados trar em sua fortaleza pela entrada;
com a cidade de Amonia e, como e assim estavam eles preparados
a cidade de Noé fora sempre a para defender-se dos lamanitas.
parte mais fraca da terra, conse- 21  E aconteceu que os capi-
quentemente marchariam para lá, tães dos lamanitas levaram seus
13 a Al. 48:8. 16 a Al. 43:35.
ALMA 49:22–30 386
exércitos para a frente da entrada estavam todos mortos, os lama-
e começaram a contender com os nitas fugiram para o deserto. E
nefitas, com a intenção de pene- aconteceu que voltaram à terra de
trar no forte; mas eis que foram re- Néfi a fim de informar o rei Ama-
chaçados várias vezes, tendo sido liquias, que era nefita por nasci-
mortos numa grande matança. mento, de suas grandes perdas.
22 Ora, quando descobriram que 26 E aconteceu que ele ficou mui-
não poderiam dominar os nefitas to zangado com seu povo porque
pela entrada, principiaram a es- não conseguira seu intento de do-
cavar o parapeito de terra, a fim minar os nefitas; ele não os sujei-
de conseguirem passagem para tara ao jugo do cativeiro.
seus exércitos e poderem lutar 27 Sim, ele ficou muito irado e
em condições de igualdade; mas a 
amaldiçoou a Deus, bem como
eis que, nessas tentativas, foram a Morôni, fazendo b juramento de
varridos pelas pedras e flechas que lhe beberia o sangue; e isto
que lhes eram atiradas; e em vez porque Morôni cumprira os man-
de encherem os fossos com a terra damentos de Deus nos preparati-
derrubada do parapeito, enche- vos para proteger seu povo.
ram-nos em parte com seus mor- 28 E aconteceu que, por outro
tos e feridos. lado, o povo de Néfi a agradeceu
23 Assim, os nefitas tinham po- ao Senhor seu Deus por haver-
der total sobre seus inimigos; e lhes demonstrado seu incompa-
assim os lamanitas tentaram des- rável poder ao livrá-los das mãos
truir os nefitas até que todos os de seus inimigos.
seus capitães-chefes foram mor- 29 E assim terminou o décimo
tos; sim, e mais de mil lamanitas nono ano em que os juízes gover-
foram mortos, enquanto, no outro naram o povo de Néfi.
lado, nem um só nefita foi morto. 30 Sim, e houve paz contínua
24 Ficaram feridos cerca de cin- entre eles, bem como grande pros-
quenta homens, os quais haviam peridade na igreja, em virtude
sido expostos às flechas dos lama- da atenção e diligência para com
nitas através da passagem; mas a palavra de Deus que lhes era
estavam protegidos por seus es- pregada por Helamã e Siblon e
cudos e suas couraças e seus ca- Coriânton e Amon e seus irmãos;
pacetes, de modo que seus feri- sim, e por todos os que haviam
mentos, muitos dos quais eram sido ordenados segundo a a santa
graves, eram nas pernas. ordem de Deus, sendo batizados
25 E aconteceu que quando vi- para o arrependimento e enviados
ram que seus capitães-chefes para pregar ao povo.
27 a GEE Blasfemar, 28 a GEE Ação de 30 a Al. 43:2.
Blasfêmia. Graças, Agradecido,
b At. 23:12. Agradecimento.
387 ALMA 50:1–11
CAPÍTULO 50 6 Assim preparou Morôni forti-
ficações ao redor de todas as cida-
Morôni fortifica as terras dos nefi-
des de toda a terra, para defendê-
tas — Eles constroem muitas cidades
las de seus inimigos.
novas — Os nefitas sofrem guerras e
7 E aconteceu que Morôni fez
destruições nos dias de suas iniqui-
com que seus exércitos marchas-
dades e abominações — Moriânton
sem para o deserto leste; sim, e
e seus dissidentes são derrotados por
eles avançaram e expulsaram to-
Teâncum — Nefia morre e seu filho
dos os lamanitas que estavam no
Paorã ocupa a cadeira de juiz. Apro-
deserto leste para suas próprias
ximadamente 72–67 a.C.
terras, que ficavam ao sul da terra
E então aconteceu que Morôni de Zaraenla.
não suspendeu seus preparati- 8 E a terra de Néfi estendia-se,
vos para a guerra, ou seja, para em linha reta, do mar do leste
defender seu povo dos lamanitas; para o oeste.
pois fez com que seus exércitos, 9 E aconteceu que quando Morô-
no início do vigésimo ano do go- ni expulsou todos os lamanitas do
verno dos juízes, começassem a deserto leste, que ficava ao norte
cavar, levantando montes de terra das terras sob seu domínio, fez
ao redor de todas as cidades por com que os habitantes que esta-
toda a terra habitada pelos nefitas. vam na terra de Zaraenla e arre-
2 E no alto desses montes de ter- dores avançassem para o deserto
ra fez com que fossem colocadas leste, até as fronteiras do mar, e
vigas, sim, estruturas de madeira tomassem posse da terra.
da altura de um homem, circun- 10 E ele também colocou exér-
dando as cidades. citos ao sul, nas fronteiras de
3 E sobre essas estruturas de ma- seus territórios, e fez com que
deira mandou construir uma pa- fossem construídas a fortificações
liçada de estacas em toda a volta; que pudessem proteger os exér-
e elas eram fortes e altas. citos e o povo das mãos de seus
4 E fez com que se levantassem inimigos.
torres mais altas que as paliçadas 11 E assim isolou todas as forti-
e, no topo dessas torres, fez cons- ficações dos lamanitas no deser-
truir lugares de defesa, de modo to leste; sim, e também no oeste,
que as pedras e flechas dos lama- fortificando a linha divisória dos
nitas não pudessem feri-los. nefitas e lamanitas entre a terra de
5 E eles estavam preparados para Zaraenla e a terra de Néfi, desde o
atirar pedras lá de cima, segundo a mar do oeste, passando pela cabe-
sua vontade e força; e matar todo ceira do rio Sidon — ocupando os
aquele que tentasse aproximar-se nefitas toda a terra do norte, sim,
das muralhas da cidade. toda a terra situada ao norte da
50 10 a Al. 49:18–22.
ALMA 50:12–24 388
terra de Abundância, de acordo ricordiosos e justos são todos os
com a sua vontade. procedimentos do Senhor para o
12 Assim Morôni, com seus exér- cumprimento de todas as suas pa-
citos, que aumentavam diaria- lavras aos filhos dos homens; sim,
mente por causa da certeza de mesmo agora podemos ver como
proteção que suas defesas ofere- foram cumpridas as palavras que
ciam, procurou eliminar a força e ele dirigiu a Leí, dizendo:
o poder dos lamanitas sobre suas 20 Bem-aventurados sois, tu e
terras, a fim de que sobre elas não teus filhos; e eles serão abençoa-
tivessem poder algum. dos e, se guardarem meus manda-
13 E aconteceu que os nefitas mentos, prosperarão na terra. Mas
iniciaram a fundação de uma ci- lembra-te de que, se não guarda-
dade, a qual denominaram cidade rem meus mandamentos, serão
de Morôni; e situava-se perto do a 
afastados da presença do Senhor.
mar do leste; e ficava ao sul, per- 21 E vemos que essas promessas
to das fronteiras dos territórios ao povo de Néfi foram cumpri-
lamanitas. das; porque foram suas desaven-
14 E iniciaram também os alicer- ças e suas contendas, sim, seus
ces de uma cidade entre a cidade homicídios e suas pilhagens, sua
de Morôni e a cidade de Aarão, idolatria, sua libertinagem e suas
unindo as fronteiras de Aarão e abominações que lhes trouxeram
Morôni; e deram à cidade, ou me- guerras e destruição.
lhor, à terra, o nome de Nefia. 22 E os fiéis no cumprimento
15 E naquele mesmo ano ini- dos mandamentos de Deus foram
ciaram também a construção de sempre libertados, ao passo que
muitas cidades no norte, uma de milhares de seus irmãos iníquos
modo singular, à qual deram o foram reduzidos à escravidão ou
nome de Leí, que ficava ao norte, pereceram pela espada ou dege-
próxima à costa. neraram, caindo na incredulidade,
16 E assim terminou o vigési- e misturaram-se aos lamanitas.
mo ano. 23 Mas eis que nunca houve épo-
17 E nesse estado de prosperi- ca a mais feliz para o povo de Néfi,
dade achava-se o povo de Néfi desde os tempos de Néfi, do que
no começo do vigésimo primeiro os dias de Morôni, sim, mesmo
ano em que os juízes governaram agora, no vigésimo primeiro ano
o povo de Néfi. do governo dos juízes.
18 E eles prosperaram muito 24 E aconteceu que o vigésimo
e tornaram-se muito ricos; sim, segundo ano do governo dos juí-
multiplicaram-se e tornaram-se zes também terminou em paz;
fortes na terra. sim, e também o vigésimo ter-
19 E assim vemos quão mise- ceiro ano.
20 a D&C 1:14. 23 a Mos. 2:41.
389 ALMA 50:25–35
25 E aconteceu que no começo era um homem muito violento,
do vigésimo quarto ano do go- zangou-se com uma de suas ser-
verno dos juízes, teria também vas e sobre ela atirou-se, espan-
havido paz para o povo de Néfi se cando-a.
entre eles não tivesse surgido uma 31 E aconteceu que ela fugiu e
a 
contenda relativa à terra de Leí e foi para o acampamento de Mo-
à terra de Moriânton, que confi- rôni e relatou todo o acontecido;
nava com a terra de Leí, ficando e também a intenção que tinham
ambas próximas à costa. eles de fugir para a terra do norte.
26 Pois eis que o povo que habi- 32 Ora, eis que o povo que es-
tava a terra de Moriânton reivin- tava na terra de Abundância, ou
dicou uma parte da terra de Leí; melhor, Morôni, temeu que eles
assim começou uma acalorada se deixassem levar pelas pala-
contenda entre eles, a ponto de ter vras de Moriânton e se unissem
o povo de Moriânton pegado em ao povo dele; e assim ele se apo-
armas contra seus irmãos, estan- deraria daquelas partes da terra,
do determinados a exterminá-los o que daria origem a sérias con-
pela espada. sequências para o povo de Néfi,
27 Mas eis que o povo que ha- sim, consequências que levariam
bitava a terra de Leí fugiu para à perda de sua a liberdade.
o acampamento de Morôni e pe- 33 Por conseguinte, Morôni en-
diu-lhe ajuda; pois eis que não se viou um exército com seus ape-
achavam em erro. trechos para interceptar o povo
28 E aconteceu que quando o de Moriânton, para impedir sua
povo de Moriânton, que era guia- fuga para a terra do norte.
do por um homem chamado Mo- 34 E aconteceu que não os in-
riânton, descobriu que o povo de terceptaram até eles chegarem às
Leí havia fugido para o acam- fronteiras da terra de a Desolação;
pamento de Morôni, teve muito e lá os detiveram, na estreita pas-
medo de que o exército de Morôni sagem que levava à terra do norte,
caísse sobre eles e os destruísse. perto do mar, sim, perto do mar
29 Portanto, Moriânton conven- tanto a leste como a oeste.
ceu-os de que deveriam fugir para 35 E aconteceu que o exército en-
a terra que ficava ao norte, a qual viado por Morôni, sob o comando
era coberta por grandes extensões de um homem chamado Teâncum,
de água, e ocupar a terra que fica- defrontou-se com o povo de Mo-
va ao norte. riânton; e tão obstinado estava o
30 E eis que teriam executado povo de Moriânton (incitado por
esse plano (o que teria sido lamen- sua iniquidade e suas palavras
tável), mas eis que Moriânton, que lisonjeiras), que teve início uma
25 a GEE Contenção, 32 a GEE Liberdade, Livre.
Contenda. 34 a Al. 46:17.
ALMA 50:36–51:4 390
batalha entre eles, na qual Teân- 40 Ora, eis que seu nome era
cum matou Moriânton e derro- Paorã; e Paorã ocupou a cadeira
tou os de seu exército e tomou- de seu pai e começou a governar
os como prisioneiros e voltou ao o povo de Néfi no fim do vigési-
acampamento de Morôni. E assim mo quarto ano.
terminou o vigésimo quarto ano
em que os juízes governaram o CAPÍTULO 51
povo de Néfi.
Os realistas procuram mudar a lei
36 E assim o povo de Moriân-
e instituir um rei — Paorã e os ho-
ton foi levado de volta. E após
mens livres são apoiados pela voz do
haverem feito um tratado de paz,
povo — Morôni obriga os realistas a
foram reencaminhados à terra
defenderem seu país; caso contrário,
de Moriânton; e efetuou-se uma
serão executados — Amaliquias e os
união deles com o povo de Leí; e
lamanitas capturam muitas cidades
eles foram também reencaminha-
fortificadas — Teâncum repele a in-
dos às suas terras.
vasão lamanita e mata Amaliquias
37 E aconteceu que no mesmo
em sua tenda. Aproximadamente
ano em que a paz foi restabelecida
67–66 a.C.
entre o povo de Néfi, morreu Ne-
fia, o segundo juiz supremo, ten- E então aconteceu, no começo
do ocupado a cadeira de juiz com do vigésimo quinto ano em que
perfeita retidão perante Deus. os juízes governaram o povo de
38 Não obstante, havia-se re- Néfi, tendo eles estabelecido paz
cusado a tomar posse dos regis- entre o povo de Leí e o povo de
tros e daquelas coisas que Alma e Moriânton a respeito de suas ter-
seus pais consideravam muito sa- ras e tendo iniciado em paz o vi-
gradas. Por conseguinte Alma os gésimo quinto ano;
havia confiado a seu filho Helamã. 2 Embora a paz total não tenha
39 Eis que aconteceu ter sido o fi- sido mantida por muito tempo
lho de Nefia indicado para ocupar na terra, porque surgiu uma dis-
a cadeira de juiz em lugar de seu córdia entre o povo concernente
pai; sim, foi nomeado juiz supre- a Paorã, o juiz supremo, pois eis
mo e governador do povo, com o que uma parte do povo desejava
juramento e a ordenança sagrada que alguns pontos específicos da
de julgar com justiça e manter a lei fossem alterados.
paz e a liberdade do povo e de 3 Mas eis que Paorã não desejava
conceder-lhe o privilégio sagra- nem consentiu que se alterasse a
do de adorar ao Senhor seu Deus, lei; de modo que não deu ouvi-
sim, de apoiar e manter a causa de dos aos que lhe enviaram a sua
Deus durante todos os seus dias voz com suas petições referentes
e de fazer justiça aos iníquos, de à alteração da lei.
acordo com seus crimes. 4 Por isso, aqueles que deseja-
391 ALMA 51:5–13
vam a modificação da lei ficaram ambicionavam poder e autoridade
irados contra ele e não quiseram sobre o povo.
que continuasse como juiz supre- 9 Mas eis que essa foi uma época
mo da terra. Originou-se então crítica para tais discórdias entre
acalorada disputa sobre o assunto, o povo de Néfi; porque eis que
mas não chegou a haver derrama- Amaliquias tornara a incitar o
mento de sangue. coração dos lamanitas contra os
5 E aconteceu que aqueles que nefitas e estava reunindo soldados
desejavam ver Paorã destituído de todas as partes de sua terra e
do cargo de juiz supremo foram armando-os e preparando-os com
chamados realistas, porque dese- todo o cuidado para a guerra; pois
javam que a lei fosse modificada ele havia a jurado que beberia o
de uma forma que derrubasse o sangue de Morôni.
governo livre e instituísse um rei 10 Veremos, porém, que a pro-
na terra. messa que ele fizera fora precipi-
6 E os que desejavam que Paorã tada. Não obstante, ele preparou-
continuasse sendo o juiz supremo se e preparou seus exércitos para
da terra tomaram o nome de ho- guerrear os nefitas.
mens livres; e assim, dividiram-se, 11 Ora, seus exércitos não eram
porque os homens livres haviam tão grandes como antes haviam
feito o juramento, ou seja, o con- sido, por causa dos muitos milha-
vênio de manter seus direitos e res que haviam sido mortos pelas
os privilégios de sua religião por mãos dos nefitas; mas apesar de
meio de um governo livre. suas grandes perdas, Amaliquias
7 E aconteceu que essa questão reunira um formidável exército, a
foi decidida pela voz do povo. E ponto de não recear descer à terra
aconteceu que a voz do povo foi de Zaraenla.
favorável aos homens livres; e 12 Sim, o próprio Amaliquias
Paorã manteve-se na cadeira de desceu à frente dos lamanitas. E
juiz, o que causou muita satisfa- isto aconteceu no vigésimo quinto
ção aos irmãos de Paorã e também ano do governo dos juízes; e foi ao
a muitos do povo da liberdade, mesmo tempo em que eles come-
que também reduziram os rea- çaram a resolver suas contendas
listas ao silêncio, de maneira que relativas ao juiz supremo, Paorã.
não se atreveram a fazer oposição, 13 E aconteceu que quando ti-
mas viram-se obrigados a apoiar veram conhecimento de que os
a causa da liberdade. lamanitas vinham descendo para
8 Ora, os que estavam a favor de batalhar contra eles, os homens
reis eram pessoas de a alta linha- que eram chamados realistas fi-
gem e procuravam tornar-se reis; caram muito contentes e recusa-
e eram apoiados por aqueles que ram-se a pegar em armas, porque
51 8 a GEE Orgulho. 9 a Al. 49:26–27.
ALMA 51:14–22 392
estavam tão irados com o juiz su- armas para lutar contra os ho-
premo e também com o a povo da mens de Morôni, foram logo mor-
liberdade que não quiseram pegar tos e derrubados por terra.
em armas para defender seu país. 19 E aconteceu que era quatro
14  E aconteceu que Morôni, mil o número dos a dissidentes
quando viu isso e viu também derrubados pela espada; e os seus
que os lamanitas estavam atra- chefes que não morreram na luta
vessando as fronteiras da terra, foram levados para a prisão, por-
ficou sumamente irado com a obs- que naquele momento não havia
tinação daquele povo por cuja tempo para julgá-los.
preservação ele trabalhara com 20 E os restantes daqueles dis-
tanto empenho; sim, ficou muito sidentes, em vez de se deixarem
contrariado, enchendo-se-lhe a matar pela espada, renderam-se
alma de ira contra eles. ao estandarte da liberdade e fo-
15 E aconteceu que enviou uma ram compelidos a hastear o a es-
petição com a voz do povo ao go- tandarte da liberdade em suas
vernador da terra, solicitando-lhe torres e em suas cidades e a pe-
que a lesse e desse a ele (Morôni) gar em armas para a defesa de
poder para obrigar aqueles dissi- seu país.
dentes a defenderem seu país ou 21 E assim Morôni pôs fim àque-
para condená-los à morte. les realistas, de modo que não
16 Porque sua primeira preo- restou homem algum que fosse
cupação era pôr termo àquelas conhecido pela denominação de
contendas e dissensões entre o realista; e, desta maneira, pôs fim
povo; porque eis que, até então, à obstinação e ao orgulho daque-
isso havia sido a causa de toda a les que diziam ter sangue nobre;
sua destruição. E aconteceu que e foram obrigados a ser humil-
foi feito de acordo com a voz do des como seus irmãos e a lutar
povo. valentemente em defesa de sua
17 E aconteceu que Morôni orde- liberdade.
nou a seu exército que se lançasse 22 Então aconteceu que, enquan-
contra os realistas para abater-lhes to a Morôni estava assim acabando
o orgulho e a altivez e derrubá-los com as guerras e contendas entre
por terra; ou deveriam pegar em seu próprio povo, sujeitando-o à
armas e ajudar a apoiar a causa paz e à civilização e fazendo re-
da liberdade. gulamentos a fim de preparar-se
18 E aconteceu que os exérci- para a guerra contra os lamanitas,
tos marcharam contra eles; e aba- eis que os lamanitas penetraram
teram-lhes o orgulho e a altivez na terra de Morôni, situada nas
de tal modo que, ao pegarem em fronteiras perto do mar.
13 a Al. 46:10–16. 20 a Al. 46:12–13.
19 a Al. 60:16. 22 a GEE Morôni, Capitão.
393 ALMA 51:23–34
23 E aconteceu que os nefitas não retrocederem e matando muitos
estavam suficientemente fortes na deles.
cidade de Morôni e, por isso, fo- 29 Mas aconteceu que foram en-
ram expulsos por Amaliquias, que frentados por Teâncum, que havia
matou muitos deles. E aconteceu a 
matado Moriânton e detido a
que Amaliquias tomou posse da fuga de seu povo.
cidade, sim, apoderou-se de todas 30 E aconteceu que ele também
as suas fortificações. deteve Amaliquias, que marchava
24 E os que fugiram da cidade com seu numeroso exército para
de Morôni foram para a cidade de apoderar-se da terra de Abundân-
Nefia; e também os habitantes da cia e também da terra do norte.
cidade de Leí reuniram-se e pre- 31 Mas eis que Amaliquias ficou
pararam-se, ficando prontos para grandemente desapontado ao ser
enfrentar os lamanitas. repelido por Teâncum e seus ho-
25 Mas aconteceu que Amali- mens, que eram grandes guerrei-
quias não permitiu que os lama- ros; pois cada um dos homens de
nitas atacassem a cidade de Ne- Teâncum sobrepujava os lamani-
fia, mas conservou-os perto do tas em força e destreza de guerra,
mar, deixando homens em todas de modo que obtiveram vantagem
as cidades para mantê-las e de- sobre os lamanitas.
fendê-las. 32 E aconteceu que eles os ata-
26 E assim seguiu ele ocupando caram e mataram até o escurecer.
muitas cidades, a cidade de Ne- E aconteceu que Teâncum e seus
fia e a cidade de Leí e a cidade de homens armaram suas tendas nas
Moriânton e a cidade de Ômner fronteiras da terra de Abundância;
e a cidade de Gide e a cidade de e Amaliquias armou suas tendas
Muleque, as quais ficavam todas na praia, nas fronteiras junto à
situadas nas fronteiras do leste, costa; e deste modo foram eles
perto do mar. rechaçados.
27 E assim, pela astúcia de Ama- 33 E aconteceu que, depois de
liquias, com suas inúmeras hostes anoitecer, Teâncum e seu servo
os lamanitas se haviam apodera- saíram furtivamente e dirigiram-
do de muitas cidades, as quais se ao acampamento de Amali-
estavam todas a fortificadas soli- quias; e eis que o sono os havia
damente segundo o tipo das for- dominado em virtude de sua
tificações de Morôni; e todas elas grande fadiga, causada pelos la-
serviram de fortaleza para os la- bores e pelo calor do dia.
manitas. 34 E aconteceu que Teâncum
28 E aconteceu que marcharam penetrou secretamente na tenda
para as fronteiras da terra de do rei e atravessou-lhe o coração
Abundância, fazendo os nefitas com uma lança; e causou a morte
27 a Al. 48:8–9. 29 a Al. 50:35.
ALMA 51:35–52:8 394
imediata do rei, de modo que não para a cidade de Muleque, pro-
chegou a despertar seus servos. curando proteção em suas forti-
35 E regressou secretamente ao ficações.
seu acampamento e eis que seus 3 E aconteceu que o irmão de
homens dormiam; e despertou- Amaliquias foi nomeado rei do
os e relatou-lhes tudo o que ha- povo; e seu nome era Amoron;
via feito. assim, o rei Amoron, irmão do
36 E fez com que seus exércitos rei Amaliquias, foi nomeado para
ficassem de prontidão, por medo reinar em seu lugar.
de que os lamanitas tivessem des- 4 E aconteceu que ordenou a seu
pertado e fossem atacá-los. povo que conservasse aquelas ci-
37 E assim terminou o vigési- dades que eles haviam tomado à
mo quinto ano em que os juízes custa de derramamento de san-
governaram o povo de Néfi; e as- gue; porque eles não haviam to-
sim terminaram os dias de Ama- mado cidade alguma sem grande
liquias. perda de sangue.
5 E vendo então Teâncum que os
CAPÍTULO 52 lamanitas estavam determinados
a manter as cidades que haviam
Amoron sucede a Amaliquias como
tomado, bem como as partes da
rei dos lamanitas — Morôni, Teân-
terra das quais se haviam apode-
cum e Leí guiam os nefitas em uma
rado, e considerando também a
guerra vitoriosa contra os lamani-
enormidade de seu número, Teân-
tas — A cidade de Muleque é reto-
cum achou prudente não tentar
mada e Jacó, o zoramita, é morto.
atacá-los em seus fortes.
Aproximadamente 66–64 a.C.
6 Conservou, porém, seus ho-
E então aconteceu, no vigésimo mens em vários lugares, como se
sexto ano em que os juízes go- estivessem fazendo preparativos
vernaram o povo de Néfi, que para a guerra; sim, e na verdade
quando despertaram na primei- preparava-se para defender-se
ra manhã do primeiro mês, eis deles, a erguendo muralhas em vá-
que os lamanitas descobriram que rios pontos e construindo lugares
Amaliquias estava morto em sua de refúgio.
tenda; e também viram que Teân- 7 E aconteceu que ele continuou
cum estava pronto para atacá-los assim se preparando para a guer-
naquele dia. ra, até que Morôni lhe enviou um
2 E então, quando os lamanitas grande número de homens para
viram isso, ficaram amedronta- fortalecerem seu exército.
dos; e abandonando a ideia de 8 E Morôni enviou-lhe também
marchar para a terra do norte, re- ordem de conservar todos os pri-
tiraram-se com todo o seu exército sioneiros que lhe caíssem nas
52 6 a Al. 50:1–6; 53:3–5.
395 ALMA 52:9–17
mãos, porque como os lamanitas e marchara contra os nefitas nas
haviam feito muitos prisioneiros, fronteiras junto ao mar do oeste.
ele deveria conservar todos os 13 E assim procurou atacar os
prisioneiros dos lamanitas, como nefitas e atrair uma parte de seu
resgate por aqueles que os lama- exército para aquela região da ter-
nitas haviam capturado. ra, enquanto dava ordem, àqueles
9 E ordenou-lhe também que for- que deixara para ocupar as cida-
tificasse a terra de Abundância e des que ele tomara, de também
assegurasse a a estreita passagem atacarem os nefitas nas frontei-
que levava à terra do norte, a fim ras, junto ao mar do leste; e de
de que os lamanitas não conquis- ocupar suas terras na medida do
tassem aquele ponto e tivessem possível, segundo a força de seus
poder para atacá-los de todos os exércitos.
lados. 14 E nessas perigosas circunstân-
10 E Morôni também mandou cias achavam-se os nefitas no fim
dizer-lhe que defendesse cuida- do vigésimo sexto ano em que os
dosamente aquela parte da terra juízes governaram o povo de Néfi.
e que procurasse todas as opor- 15 Mas eis que aconteceu, no
tunidades para castigar os lama- vigésimo sétimo ano do governo
nitas naquela parte, tanto quanto dos juízes, que Teâncum, coman-
lhe fosse possível, para que talvez dado por Morôni — que havia
pudesse retomar, por meio de es- colocado exércitos para proteger
tratagema ou de alguma outra as fronteiras do sul e do oeste da
forma, as cidades circunvizinhas terra e principiado sua marcha
que haviam sido tiradas de suas rumo à terra de Abundância, a
mãos; e que ele também fortificas- fim de ajudar Teâncum e seus ho-
se e reforçasse todas as cidades mens a retomarem as cidades que
que não haviam caído em poder haviam perdido —
dos lamanitas. 16 E aconteceu que Teâncum
11 E ele também lhe disse: Reu- recebera ordem de atacar a cida-
nir-me-ia a vós, mas eis que os la- de de Muleque e de retomá-la, se
manitas nos atacam nas fronteiras possível.
da terra, junto ao mar do oeste, e 17 E aconteceu que Teâncum
eis que eu vou enfrentá-los. Por se preparou para atacar a cidade
essa razão não posso reunir-me de Muleque e marchar com seu
a vós. exército contra os lamanitas; ve-
12 Ora, o rei (Amoron) havia rificou, porém, que era impossível
deixado a terra de Zaraenla e le- dominá-los enquanto eles estives-
vara ao conhecimento da rainha sem dentro de suas fortificações.
a morte de seu irmão; e reunira Por conseguinte, desistiu desse
um grande número de homens propósito e retornou à cidade de
9 a Al. 22:32; Mórm. 2:29.
ALMA 52:18–27 396
Abundância para esperar a che- para o deserto, a oeste da cidade
gada de Morôni, que deveria re- de Muleque; e assim, pela manhã,
forçar seu exército. quando os guardas dos lamanitas
18 E aconteceu que Morôni che- descobriram Teâncum, correram
gou com seu exército à terra de para avisar Jacó, seu chefe.
Abundância no fim do vigésimo 23 E aconteceu que os exércitos
sétimo ano em que os juízes go- dos lamanitas marcharam contra
vernaram o povo de Néfi. Teâncum, julgando que, por serem
19 E no começo do vigésimo oi- numerosos, dominariam Teâncum
tavo ano, Morôni e Teâncum e devido a seu número reduzido.
muitos dos capitães-chefes reali- E Teâncum, ao ver que o exército
zaram um conselho de guerra a dos lamanitas avançava contra
fim de decidirem o que poderiam ele, começou a retroceder rumo
fazer para que os lamanitas saís- ao norte, pela costa.
sem para batalhar contra eles; ou 24 E aconteceu que quando vi-
como poderiam, por algum meio, ram que ele começou a fugir, os
atraí-los para fora de suas fortale- lamanitas armaram-se de cora-
zas, a fim de obterem vantagem gem e começaram a persegui-los
sobre eles e reconquistarem a ci- com vigor. E enquanto Teâncum
dade de Muleque. ia assim atraindo para longe os
20 E aconteceu que enviaram lamanitas, que em vão os perse-
emissários ao comandante do guiam, eis que Morôni ordenou a
exército dos lamanitas que pro- uma parte de seu exército que se
tegia a cidade de Muleque, cujo achava com ele, que penetrasse
nome era Jacó, convidando-o a na cidade e a ocupasse.
sair com seus exércitos para en- 25 E eles assim fizeram e ma-
frentá-los nas planícies entre as taram todos os que haviam sido
duas cidades. Mas eis que Jacó, deixados para proteger a cidade,
que era zoramita, não quis sair sim, todos aqueles que não qui-
com seu exército para enfrentá- seram entregar suas armas de
los nas planícies. guerra.
21 E aconteceu que Morôni, não 26 E assim Morôni se apoderou
tendo mais esperança de enfren- da cidade de Muleque com uma
tá-los em igualdade de condições, parte de seu exército, enquanto
recorreu, portanto, a um estrata- marchava com os soldados res-
gema, a fim de atrair os lamanitas tantes para enfrentar os lamanitas
para fora de suas fortalezas. quando voltassem da perseguição
22 Portanto, fez com que Teân- a Teâncum.
cum tomasse um pequeno núme- 27 E aconteceu que os lamanitas
ro de homens e marchasse para perseguiram Teâncum até perto
perto da costa; e Morôni e seu da cidade de Abundância, onde
exército seguiram durante a noite Leí os enfrentou com um pequeno
397 ALMA 52:28–40
exército que havia sido deixado matá-los e abrir caminho para a
para proteger a cidade de Abun- cidade de Muleque. Mas eis que
dância. Morôni e seus homens eram mais
28 E então eis que quando os ca- fortes; portanto, não deram pas-
pitães-chefes dos lamanitas viram sagem aos lamanitas.
Leí com seu exército marchando 35 E aconteceu que lutaram com
contra eles, fugiram em grande grande furor de ambos os lados;
confusão, temendo não chegar à e houve muitos mortos de parte
cidade de Muleque antes que Leí a parte; sim, e Morôni foi ferido
os alcançasse; pois estavam can- e Jacó, morto.
sados em virtude de sua marcha; 36 E com tal fúria Leí e seus for-
e os homens de Leí estavam des- tes homens atacaram sua reta-
cansados. guarda que os lamanitas, na re-
29  Ora, os lamanitas não sa- taguarda, entregaram suas armas
biam que Morôni se achava em de guerra; e os restantes, estando
sua retaguarda com seu exército; muito confusos, não sabiam para
e tudo o que temiam era Leí e seus onde ir ou onde atacar.
homens. 37 Ora, Morôni, vendo essa con-
30 Ora, Leí não desejava alcançá- fusão, disse-lhes: Se trouxerdes
los até que encontrassem Morôni vossas armas de guerra e as entre-
e seu exército. gardes, eis que evitaremos derra-
31 E aconteceu que antes que mar vosso sangue.
tivessem retrocedido muito, os 38 E aconteceu que quando os
lamanitas foram cercados pelos lamanitas ouviram estas palavras,
nefitas, pelos homens de Morô- seus capitães-chefes — todos os
ni de um lado e, do outro, pelos que não haviam sido mortos —
de Leí, todos eles descansados e adiantaram-se e depuseram suas
cheios de vigor; os lamanitas, po- armas de guerra aos pés de Mo-
rém, estavam cansados por causa rôni, ordenando também a seus
da sua longa marcha. homens que fizessem o mesmo.
32 E Morôni ordenou a seus ho- 39 Mas eis que muitos não o fi-
mens que os atacassem até que en- zeram; e aqueles que não entrega-
tregassem suas armas de guerra. ram suas espadas foram presos e
33 E aconteceu que Jacó, sendo amarrados; e suas armas de guer-
seu chefe, sendo também a zora- ra foram apreendidas; e foram
mita e tendo um espírito indomá- obrigados a marchar com seus ir-
vel, levou os lamanitas a batalha- mãos para a terra de Abundância.
rem contra Morôni com grande 40 Ora, o número de prisioneiros
fúria. feitos era superior ao número de
34 Achando-se Morôni no cami- mortos, sim, superior ao número
nho deles, Jacó, portanto, decidiu de mortos de ambos os lados.
33 a Al. 31:12.
ALMA 53:1–7 398
CAPÍTULO 53 sobre a borda interior do fosso; e
eles atiraram a terra desse fosso
Os prisioneiros lamanitas são usados
contra o a parapeito de madeira; e
para fortificar a cidade de Abundân-
assim fizeram com que os lama-
cia — Dissensões entre os nefitas dão
nitas trabalhassem até cercar a
lugar a vitórias lamanitas — Helamã
cidade de Abundância com uma
assume o comando de dois mil jovens,
forte muralha de madeira e terra,
filhos do povo de Amon. Aproxima-
de grande altura.
damente 64–63 a.C.
5 E a partir daí, essa cidade tor-
E aconteceu que puseram guar- nou-se uma grande fortaleza; e
das para vigiar os prisioneiros nessa cidade mantiveram os pri-
lamanitas e obrigaram-nos a en- sioneiros lamanitas; sim, dentro
terrar seus mortos, sim, e também de uma muralha que os haviam
os mortos dos nefitas; e Morôni feito levantar com as próprias
colocou homens para vigiá-los mãos. Ora, Morôni foi obriga-
enquanto executavam seus tra- do a fazer com que os lamanitas
balhos. trabalhassem, porque era fácil
2 E Morôni dirigiu-se à cida- vigiá-los enquanto trabalhavam;
de de Muleque, com Leí; e assu- e ele desejava utilizar todas as
miu o comando da cidade e pas- suas forças quando fosse atacar
sou-o a Leí. Ora, eis que esse Leí os lamanitas.
era um homem que havia estado 6 E aconteceu que Morôni tinha,
com Morôni na maior parte de assim, conseguido obter uma vitó-
suas batalhas; e era um homem ria sobre um dos maiores exércitos
a 
como Morôni e regozijavam-se dos lamanitas e havia-se apodera-
com a segurança um do outro; do da cidade de Muleque, que era
sim, amavam-se um ao outro e uma das praças mais fortes dos
eram também amados por todo lamanitas na terra de Néfi; e assim
o povo de Néfi. ele também construíra um forte
3 E aconteceu que depois de ha- para prender seus prisioneiros.
verem os lamanitas terminado de 7 E aconteceu que ele não mais
sepultar seus mortos e também os tentou uma batalha com os la-
mortos dos nefitas, foram levados manitas naquele ano, mas em-
de volta à terra de Abundância; e pregou seus homens em prepa-
Teâncum, por ordem de Morôni, rativos para a guerra, sim, e na
fez com que eles começassem a construção de fortificações para
trabalhar na construção de um defender-se dos lamanitas, sim, e
fosso ao redor da terra, ou seja, também para livrar suas mulhe-
da cidade de Abundância. res e seus filhos da fome e aflição
4 E fez com que eles construís- e fornecer alimentos para seus
sem um parapeito de madeira exércitos.
53 2 a Al. 48:16–17. 4 a Al. 50:2–3.
399 ALMA 53:8–17
8 E então aconteceu que os exér- haviam sido sempre a protegidos
citos dos lamanitas, no mar do pelos nefitas.
oeste, ao sul, durante a ausência 13 Mas aconteceu que quando
de Morôni e devido a algumas in- viram o perigo e as muitas afli-
trigas entre os nefitas, que causa- ções e tribulações que os nefitas
ram dissensões entre eles, haviam padeciam por eles, encheram-se
conseguido certa vantagem sobre de compaixão e a desejaram pegar
os nefitas; sim, tanto que se apo- em armas em defesa de seu país.
deraram de várias de suas cidades 14 Mas eis que quando estavam
naquela parte da terra. prestes a pegar suas armas de
9 E assim, por causa de suas ini- guerra, foram dissuadidos por
quidades, sim, por causa de dis- Helamã e seus irmãos, porque
sensões e intrigas entre eles pró- estavam prestes a a quebrar o b ju-
prios, viram-se nas mais perigosas ramento que haviam feito.
situações. 15 E Helamã temia que, caso o fi-
10 E agora eis que tenho algo a zessem, suas almas se perdessem;
dizer a respeito dos do a povo de por essa razão, todos aqueles que
Amon, que no começo eram lama- haviam feito esse convênio foram
nitas, mas que, por Amon e seus obrigados a presenciar as aflições
irmãos, ou melhor, pelo poder e de seus irmãos nas perigosas con-
pela palavra de Deus, foram b con- dições em que se encontravam
vertidos ao Senhor; e haviam sido naqueles dias.
levados para a terra de Zaraenla, 16 Mas eis que aconteceu que
sendo, a partir daí, protegidos eles tinham muitos filhos que não
pelos nefitas. haviam feito convênio de não pe-
11 E por causa de seu juramento gar suas armas de guerra para de-
não mais haviam pegado em ar- fender-se de seus inimigos; por-
mas para combater seus irmãos, tanto, reuniram-se todos os que
porque eles haviam feito juramen- podiam pegar em armas e adota-
to de que a nunca mais derrama- ram o nome de nefitas.
riam sangue; e, de acordo com 17 E fizeram convênio de lutar
seu juramento, teriam perecido; pela liberdade dos nefitas, sim, de
sim, ter-se-iam deixado cair nas proteger a terra, ainda que com
mãos de seus irmãos, não fora sacrifício da própria vida; sim, fi-
pela piedade que Amon e seus zeram convênio de jamais renun-
irmãos tiveram deles e por seu ciar a sua a liberdade, mas de lutar
grande amor a eles. em todas as circunstâncias para
12 E por essa razão foram leva- proteger os nefitas e a si próprios
dos para a terra de Zaraenla; e do cativeiro.
10 a Al. 27:24–26. 12 a Al. 27:23. b GEE Juramento.
b Al. 23:8–13. 13 a Al. 56:7. 17 a Al. 56:47.
11 a Al. 24:17–19. 14 a Núm. 30:2. GEE Liberdade, Livre.
ALMA 53:18–54:5 400
18 Ora, eis que havia dois mil armas e submetam-se aos lamanitas.
desses jovens que fizeram esse Aproximadamente 63 a.C.
convênio e pegaram em armas
de guerra para defender seu país. E então aconteceu que no início
19 E então eis que eles, além de do vigésimo nono ano dos juízes,
nunca terem representado um a 
Amoron enviou uma mensagem
peso para os nefitas, tornaram-se a Morôni, propondo a troca de
também, nessa ocasião, um gran- prisioneiros.
de apoio; porque tomaram suas 2 E aconteceu que Morôni se re-
armas de guerra e desejaram que jubilou muito com essa solicita-
Helamã fosse seu chefe. ção, porque desejava as provisões
20 E eram todos jovens e muito destinadas ao sustento dos prisio-
valorosos quanto à a coragem e neiros lamanitas para sustentar
também vigor e atividade; mas seu próprio povo; e ele também
eis que isto não era tudo — eles desejava seu povo de volta, para
eram homens b fiéis em todas as reforçar seu exército.
ocasiões e em todas as coisas que 3 Ora, os lamanitas haviam apri-
lhes eram confiadas. sionado muitas mulheres e crian-
21 Sim, eles eram homens ínte- ças e não havia mulher alguma
gros e sóbrios, pois haviam apren- nem criança entre todos os pri-
dido a guardar os mandamentos sioneiros de Morôni, ou seja, os
de Deus e a a andar retamente pe- prisioneiros feitos por Morôni. Por
rante ele. essa razão Morôni resolveu usar
22 E então aconteceu que Hela- de um estratagema para conseguir
mã marchou à frente desses a dois dos lamanitas tantos prisioneiros
mil jovens soldados, para ajudar nefitas quantos possível.
o povo nas fronteiras da terra, ao 4 Assim, escreveu uma epístola,
sul, junto ao mar do oeste. enviando-a pelo servo de Amo-
23 E assim terminou o vigésimo ron, o mesmo que havia levado
oitavo ano em que os juízes gover- a epístola a Morôni. Ora, estas
naram o povo de Néfi. são as palavras que escreveu a
Amoron:
5 Eis que, Amoron, eu te escre-
CAPÍTULO 54
vi algo concernente a esta guerra
Amoron e Morôni negociam a troca que empreendeste contra meu
de prisioneiros — Morôni exige que povo, ou melhor, que teu a irmão
os lamanitas se retirem e cessem os empreendeu contra eles e que ain-
seus ataques assassinos — Amoron da estás determinado a continuar
exige que os nefitas deponham suas após sua morte.
20 a GEE Coragem, 21 a GEE Andar, Andar com 54 1 a Al. 52:3.
Corajoso. Deus. 5 a Al. 48:1.
b GEE Integridade. 22 a Al. 56:3–5.
401 ALMA 54:6–16
6 Eis que eu quisera dizer-te algo informando-te de que não farei
a respeito da a justiça de Deus e da a troca de prisioneiros a não ser
espada de sua ira todo-poderosa, com a condição de me entregares
que está suspensa sobre ti a não um homem com a esposa e os fi-
ser que te arrependas e retires teus lhos em troca de cada prisioneiro;
exércitos para tuas próprias terras, se estiveres de acordo, efetuarei
ou seja, a terra de tua possessão, a troca.
que é a terra de Néfi. 12 E eis que, se não fizeres isto,
7 Sim, quisera dizer-te estas coi- marcharei contra ti com meus
sas se fosses capaz de ouvi-las; exércitos; sim, armarei até mes-
sim, quisera falar-te a respeito do mo minhas mulheres e meus fi-
terrível a inferno que aguarda para lhos e avançarei contra ti, perse-
receber b assassinos como tu e teu guindo-te até tua própria terra,
irmão têm sido, a menos que te que é a terra de a nossa primeira
arrependas e renuncies aos teus herança; sim, e será sangue por
propósitos assassinos, e regres- sangue, sim, vida por vida; e dar-
ses com os teus exércitos às tuas te-ei combate até que sejas elimi-
próprias terras. nado da face da Terra.
8 Mas como uma vez rejeitaste 13 Eis que estou irado e também
estas coisas e lutaste contra o povo meu povo; tens procurado matar-
do Senhor, suponho que da mes- nos e nós temos procurado tão-so-
ma forma voltes a fazê-lo. mente defender-nos. Eis, porém,
9 E agora, eis que estamos pre- que se ainda procurares destruir-
parados para receber-te; sim, e a nos, procuraremos destruir-te,
não ser que renuncies a teus pro- sim, e procuraremos apoderar-nos
pósitos, eis que atrairás sobre ti a de nossa terra, a terra de nossa
cólera daquele Deus que rejeitas- primeira herança.
te, para tua completa destruição. 14 Agora encerro minha epístola.
10 Mas, como vive o Senhor, nos- Eu sou Morôni, eu sou um chefe
sos exércitos atacar-te-ão caso não do povo nefita.
te retires; e bem cedo serás visi- 15 Ora, aconteceu que ao receber
tado pela morte, pois conserva- essa epístola, Amoron ficou enco-
remos nossas cidades e nossas lerizado; e escreveu outra epístola
terras; sim, e preservaremos nossa a Morôni e são estas as palavras
religião e a causa de nosso Deus. que escreveu:
11 Mas eis que julgo falar-te des- 16 Eu sou Amoron, rei dos lama-
tas coisas em vão; pois parece-me nitas; sou irmão de Amaliquias, a
que és a filho do inferno; por con- quem a assassinaste. E eis que vin-
seguinte, termino esta epístola garei seu sangue sobre ti, sim, e
6 a GEE Justiça. GEE Homicídio. 16 a Al. 51:34.
7 a GEE Inferno. 11 a Jo. 8:42–44.
b Al. 47:18, 22–24. 12 a 2 Né. 5:5–8.
ALMA 54:17–55:3 402
irei contra ti com meus exércitos, 23 Eu sou Amoron e descendente
porque não temo tuas ameaças. de a Zorã, a quem teus pais pres-
17 Pois eis que teus pais enga- sionaram e trouxeram de Jeru-
naram seus irmãos a ponto de salém.
roubar-lhes o a direito de gover- 24 E eis agora que sou um bra-
no, quando legitimamente lhes vo lamanita; eis que esta guerra
pertencia. foi empreendida para vingar as
18 E agora eis que, se depuseres ofensas cometidas contra eles e
tuas armas e te sujeitares a seres para obter e manter seus direitos
governado por aqueles a quem ao governo; e termino minha epís-
pertence o direito de governo, en- tola a Morôni.
tão farei com que meu povo depo-
nha as armas e cesse de guerrear. CAPÍTULO 55
19  Eis que tens feito muitas
Morôni recusa-se a trocar prisionei-
ameaças contra mim e meu povo;
ros — Os guardas lamanitas são in-
nós, porém, não tememos tuas
duzidos a embebedarem-se e os pri-
ameaças.
sioneiros nefitas são libertados — A
20 Não obstante, com satisfação
cidade de Gide é tomada sem derra-
concordarei em trocar prisioneiros
mamento de sangue. Aproximada-
em conformidade com tua pro-
mente 63–62 a.C.
posta, a fim de poder economizar
alimento para meus homens de Ora, aconteceu que quando re-
guerra; e empreenderemos uma cebeu esta epístola, Morôni ficou
guerra que será eterna, até que ainda mais irado, porque sabia
submetamos os nefitas a nossa que Amoron tinha perfeito conhe-
autoridade ou que os extermine- cimento de sua a fraude; sim, ele
mos para sempre. sabia que Amoron não ignorava
21 E relativamente a esse Deus que aquela guerra contra os ne-
que dizes termos rejeitado, eis que fitas era movida por uma causa
nós não conhecemos tal ser; vós, injusta.
tampouco; mas se existir tal ser, 2 E disse: Eis que não farei a tro-
nós sabemos apenas que ele nos ca de prisioneiros com Amoron
criou tal como a vós. a não ser que ele abandone seus
22 E se é que existe um diabo e propósitos, como declarei em mi-
um inferno, eis que não te manda- nha epístola, porque não permi-
rá para lá, a fim de que vivas com tirei que adquira mais poder do
meu irmão que foi por ti assassi- que já tem.
nado e que tu insinuaste ter ido 3 Eis que sei onde os lamanitas
para lá? Mas eis que estas coisas retêm os de meu povo que foram
não importam. feitos prisioneiros; e uma vez que
17 a 2 Né. 5:1–4; 23 a 1 Né. 4:31–35.
Mos. 10:12–17. 55 1 a Al. 47:12–35.
403 ALMA 55:4–17
Amoron não concordou com mi- formos atacar os nefitas. Estas pa-
nha proposta, eis que agirei de lavras, porém, só os fizeram ficar
acordo com minhas palavras; sim, mais desejosos de beber o vinho;
semearei a morte entre eles até 11 Disseram, pois: Estamos can-
que peçam a paz. sados; bebamos, portanto, o vi-
4 E então aconteceu que quando nho; dentro em pouco recebere-
disse essas palavras, Morôni fez mos nossa ração de vinho, que
com que fosse dada uma busca nos fortalecerá para marcharmos
entre seus homens para ver se contra os nefitas.
havia entre eles um homem que 12 E Lamã disse-lhes: Podeis fa-
fosse descendente de Lamã. zer o que desejais.
5 E aconteceu que encontraram 13 E aconteceu que beberam o
um, cujo nome era Lamã; e era vinho à vontade e era de gosto
a 
um dos servos do rei que fora agradável; portanto, beberam-no
assassinado por Amaliquias. ainda mais. E era forte, pois havia
6 Ora, Morôni fez com que Lamã sido preparado com toda a sua
e um pequeno número de seus ho- concentração.
mens fossem até os guardas que 14 E aconteceu que beberam e
vigiavam os nefitas. ficaram alegres e logo estavam
7 Ora, os nefitas estavam presos todos embriagados.
na cidade de Gide; portanto, Mo- 15 E então, quando viram que
rôni designou Lamã e fez com que todos estavam embriagados
um pequeno número de homens e tinham caído em profundo
o acompanhasse. sono, Lamã e seus homens vol-
8 E quando chegou a noite, Lamã taram para junto de Morôni e
dirigiu-se aos guardas que vigia- relataram-lhe tudo o que havia
vam os nefitas, e eis que eles o vi- sucedido.
ram aproximar-se e detiveram-no; 16 Ora, isto estava de acordo
mas ele disse-lhes: Não temais; eis com o plano de Morôni. E Mo-
que sou lamanita. Eis que escapa- rôni preparara seus homens com
mos dos nefitas, e eles dormem; armas de guerra; e ele foi à cida-
e eis que trouxemos o seu vinho de de Gide, enquanto os lamani-
conosco. tas se achavam mergulhados em
9 Ora, quando os lamanitas ouvi- profundo sono e embriagados, e
ram estas palavras, receberam-no atirou armas de guerra aos prisio-
com alegria; e disseram-lhe: Dá- neiros, de modo que todos ficaram
nos de teu vinho para que beba- armados.
mos; alegra-nos que tenhas trazi- 17 Sim, até as mulheres deles e
do vinho, pois estamos cansados. todos os seus filhos, todos os que
10 Mas Lamã disse-lhes: Guar- eram capazes de manejar uma
demos este vinho para quando arma de guerra quando Morôni
5 a Al. 47:29.
ALMA 55:18–30 404
armou todos aqueles prisionei- atiraram-nas aos pés dos nefitas,
ros. E tudo isto foi executado no suplicando misericórdia.
maior silêncio. 24 Ora, eis que era esse o desejo
18 Caso, porém, tivessem eles de Morôni; fê-los, pois, prisio-
despertado os lamanitas, eis que neiros de guerra e tomou posse
estavam embriagados; e os nefitas da cidade e libertou todos os pri-
poderiam tê-los matado. sioneiros que eram nefitas; e eles
19 Mas eis que não era esse o de- juntaram-se ao exército de Morôni
sejo de Morôni; ele não se aprazia e foram uma grande força para o
em assassínios ou a derramamen- exército.
to de sangue, mas aprazia-se em 25 E aconteceu que ele fez com
salvar seu povo da destruição. E que os lamanitas que aprisionara
para não incorrer em injustiça, começassem a a trabalhar, refor-
não queria cair sobre os lamanitas çando as fortificações ao redor da
e destruí-los enquanto estivessem cidade de Gide.
embriagados. 26 E aconteceu que depois de
20 Ele, porém, havia realizado haver fortificado a cidade de
seus desejos, pois armara os pri- Gide de acordo com seus dese-
sioneiros nefitas que se achavam jos, fez com que os prisioneiros
dentro das muralhas da cidade, fossem levados para a cidade de
possibilitando-lhes apoderar-se Abundância; e guardou também
das partes que ficavam dentro esta cidade com forças muito
das muralhas. poderosas.
21 E então fez com que os ho- 27 E aconteceu que, apesar de
mens que estavam com ele re- todas as intrigas dos lamanitas, os
cuassem um pouco e cercassem nefitas conservaram e protegeram
os exércitos dos lamanitas. todos os prisioneiros que haviam
22 Ora, eis que isso foi feito du- feito, mantendo também todo o
rante a noite, de modo que, ao terreno e a vantajosa posição que
acordarem pela manhã, os lama- haviam reconquistado.
nitas viram que estavam cercados 28 E aconteceu que os nefitas
pelos nefitas do lado de fora e que, principiaram novamente a triun-
do lado de dentro, seus prisionei- far e a recuperar seus direitos e
ros estavam armados. privilégios.
23 E assim viram que os nefitas 29  Muitas vezes os lamani-
os tinham em seu poder; e nessas tas tentaram cercá-los durante
circunstâncias compreenderam a noite, mas, nessas tentativas,
que não seria oportuno lutar com muitos de seus homens foram
os nefitas; portanto, seus capitães- aprisionados.
chefes exigiram suas armas de 30  E muitas vezes tentaram
guerra e eles entregaram-nas e dar vinho aos nefitas, a fim de
19 a Al. 48:16. 25 a Al. 53:3–5.
405 ALMA 55:31–56:7
matá-los com veneno ou por em- 62 a.C.; Vers. 2–19, aproximadamen-
briaguez. te 66 a.C.; e Vers. 20–57, aproxima-
31 Mas eis que os nefitas não damente 65–64 a.C.
eram lentos em a lembrar-se do
E então aconteceu que no come-
Senhor seu Deus em sua hora de
ço do trigésimo ano do governo
aflição. Não caíam nas suas arma-
dos juízes, no segundo dia do pri-
dilhas; sim, não bebiam seu vinho
meiro mês, Morôni recebeu uma
sem primeiro dá-lo a alguns dos
epístola de Helamã, relatando as
prisioneiros lamanitas.
condições do povo naquela parte
32 E assim tomavam precau-
da terra.
ções para que nenhum veneno
2 E são estas as palavras que
lhes fosse dado, porque, se o seu
escreveu, dizendo: Meu amado
vinho envenenasse um lamanita,
irmão Morôni, tanto no Senhor
envenenaria também um nefita;
como nas tribulações de nossa
e dessa forma testavam todas as
guerra; eis que, meu amado ir-
suas bebidas.
mão, tenho algo a dizer-te com
33 E então aconteceu que foi ne-
relação a nossa guerra nesta par-
cessário que Morôni fizesse pre-
te da terra.
parativos para atacar a cidade de
3 Eis que a dois mil dos filhos da-
Moriânton; pois eis que os lama-
queles homens que Amon trouxe
nitas, com seu trabalho, haviam
da terra de Néfi — ora, sabes que
fortificado a cidade de Moriânton
eram descendentes de Lamã, que
até transformarem-na numa pra-
era o filho mais velho de nosso
ça de guerra extremamente forte.
pai Leí;
34 E eles estavam continuamente
4  Ora, não necessito repetir
levando novas forças para aquela
suas tradições ou sua increduli-
cidade e também novas provisões.
dade, pois conheces todas estas
35 E assim terminou o vigésimo
coisas —
nono ano em que os juízes gover-
5 Basta-me, portanto, dizer que
naram o povo de Néfi.
dois mil desses jovens pegaram
em armas de guerra e desejaram
CAPÍTULO 56
que eu fosse seu comandante; e
Helamã envia uma epístola a Mo- saímos a defender nosso país.
rôni, relatando a situação da guer- 6  E agora, sabes também do
ra com os lamanitas — Antipus e a 
convênio que seus pais fizeram
Helamã obtêm uma grande vitória de que não pegariam em armas de
sobre os lamanitas — Os dois mil guerra contra seus irmãos, para
jovens filhos de Helamã lutam com derramar sangue.
força miraculosa e nenhum deles é 7 No vigésimo sexto ano, po-
morto. Vers. 1, aproximadamente rém, ao verem as angústias e
31 a Al. 62:49–51. 56 3 a Al. 53:22. 6 a Al. 24:17–18.
ALMA 56:8–19 406
tribulações que padecíamos por 13 E agora, estas são as cidades
eles, estiveram a ponto de a que- que foram ocupadas pelos lama-
brar o convênio que haviam feito nitas, com derramamento do san-
e pegar em armas de guerra em gue de tantos de nossos valentes
nossa defesa. homens:
8 Mas não permiti que quebras- 14 A terra de Mânti, ou seja, a
sem o convênio que haviam feito, cidade de Mânti, e a cidade de
acreditando que Deus nos forta- Zeezrom e a cidade de Cumêni e
leceria, de modo que não padece- a cidade de Antípara.
ríamos mais, se eles cumprissem o 15 E são essas as cidades que
juramento que haviam feito. ocupavam quando eu cheguei à
9 Eis aqui, porém, algo com que cidade de Judeia; e encontrei An-
nos podemos alegrar muito. Pois tipus e seus homens trabalhando
eis que no vigésimo sexto ano, eu, com toda sua força para fortificar
Helamã, marchei à frente desses a cidade.
dois mil jovens para a cidade de 16 Sim, e achavam-se abatidos
Judeia, a fim de ajudar Antipus, física e espiritualmente, porque
a quem havias nomeado chefe do haviam guerreado valorosamen-
povo naquela parte da terra. te durante o dia e trabalhado du-
10 E eu incorporei meus dois mil rante a noite para conservar suas
filhos (porque são dignos de ser cidades; e assim haviam sofrido
chamados filhos) ao exército de grandes aflições de todo tipo.
Antipus e, com essa força, Anti- 17 E estavam então determina-
pus alegrou-se imensamente; por- dos a vencer nesse local ou a mor-
que eis que seu exército havia sido rer; portanto, bem podes imaginar
reduzido pelos lamanitas, que ha- que esta pequena força que trouxe
viam matado um grande número comigo, sim, aqueles meus filhos,
de nossos homens, razão pela qual proporcionou-lhes grandes espe-
temos motivo para lamentar-nos. ranças e muita alegria.
11 Não obstante, podemos con- 18 E então aconteceu que quan-
solar-nos quanto a isto — eles do descobriram que Antipus ha-
morreram pela causa de seu país via recebido um reforço maior
e de seu Deus; sim, e são a felizes. para seu exército, os lamanitas
12 E os lamanitas tinham tam- viram-se obrigados, por ordem
bém conservado muitos prisio- de Amoron, a não lutar contra
neiros, todos eles capitães-chefes, a cidade de Judeia, ou seja, con-
porque nenhum outro haviam tra nós.
deixado com vida. E supomos 19 E assim fomos favorecidos
que eles estejam agora na terra pelo Senhor; porquanto, se nos
de Néfi, caso não tenham sido tivessem atacado nesse estado de
mortos. fraqueza, teriam talvez destruído
7 a Al. 53:13–15. 11 a Al. 28:12.
407 ALMA 56:20–33
nosso pequeno exército; mas as- 26 E assim, com suas forças, esta-
sim fomos preservados. vam determinados a conservar as
20 Haviam recebido ordem de cidades que haviam conquistado.
Amoron de conservarem as cida- 27 E então aconteceu que no
des conquistadas. E assim termi- segundo mês desse ano, muitas
nou o ano vigésimo sexto. E no provisões nos foram trazidas pe-
começo do vigésimo sétimo ano, los pais daqueles meus dois mil
havíamo-nos preparado para de- filhos.
fender tanto nossa cidade como a 28 E também dois mil homens
nós mesmos. nos foram enviados da terra de
21 Ora, estávamos desejosos de Zaraenla. E assim estávamos pre-
que os lamanitas nos viessem ata- parados com dez mil homens e
car, porque não desejávamos ata- com provisões para eles e também
cá-los em suas fortificações. para suas esposas e seus filhos.
22 E aconteceu que colocamos 29 E os lamanitas, vendo assim
espias em vários lugares para ob- que nossas forças aumentavam
servar os movimentos dos lama- diariamente e que provisões che-
nitas e impedir que eles passas- gavam para nosso sustento, co-
sem por nós, durante a noite ou meçaram a ficar com medo e a
durante o dia, para atacar nossas sair, para ver se lhes era possível
outras cidades situadas ao norte. impedir que continuássemos a re-
23 Porque sabíamos que nessas ceber provisões e reforços.
cidades eles não eram suficien- 30 Ora, quando vimos que os
temente fortes para enfrentar os lamanitas começaram a inquie-
lamanitas; portanto, queríamos tar-se, pensamos em utilizar-nos
cair sobre eles em sua retaguarda, de um estratagema contra eles;
caso passassem por nós, e assim portanto, Antipus ordenou que
cobrir-lhes a retaguarda ao mes- eu marchasse com meus filhinhos
mo tempo em que eram atacados para uma cidade vizinha, fazendo
pela frente. Supúnhamos poder parecer que transportávamos pro-
dominá-los, mas eis que fomos visões para uma cidade vizinha.
frustrados neste nosso desejo. 31 E devíamos passar perto da
24 Eles não se atreveram a passar cidade de Antípara, como se es-
por nós com todo o seu exército tivéssemos indo a uma cidade
nem com uma parte dele, temen- mais adiante, nas fronteiras jun-
do não serem suficientemente for- to à costa.
tes e caírem. 32 E aconteceu que seguimos
25 Tampouco se atreveram a como se estivéssemos levando
marchar contra a cidade de Za- nossas provisões para aquela ci-
raenla; nem ousaram atravessar dade.
a cabeceira do Sidon para chegar 33  E aconteceu que Antipus
à cidade de Nefia. saiu com parte de seu exército,
ALMA 56:34–46 408
deixando o resto para defender fortes para lutar com eles; sim, eu
a cidade. Ele, porém, não seguiu não permitiria que meus filhinhos
senão depois de haver eu mar- caíssem em suas mãos; portanto,
chado com meu pequeno exérci- continuamos nossa marcha rumo
to e me aproximado da cidade de ao deserto.
Antípara. 40 Ora, eles não ousavam voltar-
34 Ora, na cidade de Antípara es- se nem para a direita nem para a
tava concentrado o exército mais esquerda, por temerem ficar cer-
forte dos lamanitas, sim, o mais cados; e eu também não me volta-
numeroso. va nem para a direita nem para a
35 E aconteceu que quando fo- esquerda, temendo que me alcan-
ram informados por seus espias, çassem e não pudéssemos enfren-
saíram com seu exército e marcha- tá-los; e que eles nos matassem e
ram contra nós. escapassem; prosseguimos, pois,
36 E aconteceu que fugimos de- na fuga pelo deserto todo aquele
les para o norte. E assim fizemos dia, até que desceu a noite.
com que o mais poderoso exército 41 E aconteceu novamente que,
dos lamanitas nos seguisse. ao amanhecer, vimos os lamanitas
37 Sim, até uma considerável sobre nós e fugimos deles.
distância, de modo que quando 42 Mas aconteceu que eles não
viram que o exército de Antipus foram longe em sua perseguição;
os perseguia com toda a sua for- e era a manhã do terceiro dia do
ça, não se voltaram nem para a sétimo mês.
direita nem para a esquerda, mas 43 E agora, se haviam sido alcan-
continuaram a perseguir-nos em çados por Antipus não sabíamos,
linha reta; e supomos que era seu mas eu disse a meus homens: Eis
intento matar-nos antes que An- que não sabemos se pararam com
tipus os alcançasse; e isto para a intenção de que marchemos con-
não serem cercados por nossos tra eles para nos apanharem em
homens. sua armadilha.
38 E então Antipus, vendo o pe- 44 Portanto, que dizeis, meus
rigo por que passávamos, apres- filhos? Quereis ir combatê-los?
sou a marcha de seu exército. Mas 45 E agora eu te digo, meu ama-
eis que anoiteceu; e por isso eles do irmão Morôni, que eu nunca
não nos alcançaram nem foram presenciara tão grande a coragem,
alcançados por Antipus; portanto, não, nem entre todos os nefitas!
acampamos para passar a noite. 46 Pois como eu sempre os cha-
39 E aconteceu que, antes de mara meus filhos (visto que eram
amanhecer, eis que os lamani- todos muito jovens), responde-
tas se puseram a perseguir-nos. ram-me: Pai, eis que nosso Deus
Ora, não éramos suficientemente está conosco e não permitirá que
45 a Al. 53:20–21.
409 ALMA 56:47–56
sejamos vencidos; então avan- 52 E aconteceu que os lamanitas
cemos. Não mataríamos nossos tomaram coragem e começaram
irmãos se eles nos deixassem em a persegui-los; e estavam assim
paz; portanto, vamos, para que os lamanitas a persegui-los com
eles não derrotem o exército de grande vigor, quando Helamã sur-
Antipus. giu na sua retaguarda com seus
47 Ora, eles nunca haviam lu- dois mil e começaram a matá-los
tado. Não obstante, não temiam em grande número, de tal forma
a morte; e pensavam mais na a li- que todo o exército lamanita se
berdade de seus pais do que em deteve e voltou-se contra Helamã.
sua própria vida; sim, eles tinham 53 Ora, quando os homens de
sido ensinados por suas b mães Antipus viram que os lamanitas
que, se não duvidassem, Deus os se haviam virado, reuniram seus
livraria. homens e tornaram a atacar a re-
48 E repetiram-me as palavras taguarda dos lamanitas.
de suas mães, dizendo: Não du- 54 E então aconteceu que nós, o
vidamos de que nossas mães o povo de Néfi, o povo de Antipus
soubessem. e eu com meus dois mil, cercamos
49 E aconteceu que voltei com os lamanitas e matamo-los. Sim,
meus dois mil contra os lamanitas a ponto de verem-se obrigados
que nos haviam perseguido. E en- a depor suas armas de guerra e
tão eis que os exércitos de Antipus também a se entregarem como
os haviam alcançado e iniciara-se prisioneiros de guerra.
uma terrível batalha. 55 E então aconteceu que quan-
50 O exército de Antipus, fati- do eles se renderam a nós, eis que
gado por essa longa marcha em contei o número dos jovens que
tão curto espaço de tempo, estava haviam lutado comigo, temendo
prestes a cair nas mãos dos lama- que muitos deles tivessem sido
nitas; e não houvesse eu voltado mortos.
com meus dois mil, eles teriam 56 Mas eis que, para minha gran-
conseguido seu intento. de alegria, a nenhum deles havia
51 Porque Antipus caíra pela caído por terra; sim, e haviam
espada e também muitos de seus lutado como que com a força de
comandantes, em virtude do can- Deus; sim, nunca se soube de ho-
saço causado pela rapidez de sua mens que tivessem lutado com
marcha — portanto, os homens força tão miraculosa; e com tal
de Antipus, estando confusos por vigor caíram sobre os lamanitas,
causa da queda de seus coman- que os aterrorizaram; e por esta
dantes, começaram a ceder terre- razão os lamanitas entregaram-
no aos lamanitas. se como prisioneiros de guerra.
47 a Al. 53:16–18. GEE Mãe.
b Al. 57:21. 56 a Al. 57:25; 58:39.
ALMA 56:57–57:9 410
57 E como não tínhamos lugar 4 Mas o povo de Antípara aban-
para nossos prisioneiros, de modo donou a cidade, e fugiu para ou-
a vigiá-los e mantê-los longe dos tras cidades que possuíam, a fim
exércitos lamanitas, mandamo- de fortificá-las; e assim a cida-
los, portanto, para a terra de Za- de de Antípara caiu em nossas
raenla com parte dos homens de mãos.
Antipus que não haviam sido 5 E assim terminou o vigésimo
mortos; e o restante reuni a meus oitavo ano do governo dos juízes.
jovens a amonitas e retornamos à 6 E aconteceu que no começo
cidade de Judeia. do vigésimo nono ano, recebe-
mos uma remessa de provisões,
CAPÍTULO 57 e também um reforço de seis mil
homens para nosso exército, da
Helamã relata a tomada e a rendição
terra de Zaraenla e das terras cir-
de Antípara e, mais tarde, a defesa
cunvizinhas, além de sessenta dos
de Cumêni — Seus jovens amonitas a 
filhos dos amonitas que vieram
lutam valentemente; todos são feridos
juntar-se a seus irmãos, minha
mas nenhum é morto — Gide relata
pequena tropa de dois mil. E eis
a matança e a fuga dos prisioneiros
que éramos fortes, sim, e tam-
lamanitas. Aproximadamente 63 a.C.
bém nos trouxeram provisões em
E então aconteceu que recebi abundância.
uma epístola de Amoron, o rei, 7 E aconteceu que era nosso de-
dizendo que se eu libertasse aque- sejo travar batalha com o exército
les prisioneiros de guerra que ha- que fora colocado para proteger a
víamos feito, ele nos entregaria a cidade de Cumêni.
cidade de Antípara. 8 E eis que te mostrarei que logo
2 Mas eu enviei uma epístola ao conseguimos nosso objetivo; sim,
rei, dizendo que estávamos certos com o nosso poderoso exército, ou
de que nosso exército era suficien- seja, com uma parte de nosso po-
te para tomar a cidade de Antípa- deroso exército, cercamos durante
ra com nossa força; e entregar-lhe a noite a cidade de Cumêni, pouco
os prisioneiros em troca daquela antes da hora em que receberiam
cidade seria imprudência; e que só uma remessa de provisões.
entregaríamos nossos prisioneiros 9 E aconteceu que acampamos
em troca de outros. ao redor da cidade por muitas
3 E Amoron recusou a minha noites; dormíamos, porém, sobre
proposta, porque não queria tro- as nossas espadas e mantínhamos
car prisioneiros; por conseguinte, guardas, a fim de evitar que os la-
começamos a preparar-nos para manitas caíssem sobre nós e nos
marchar contra a cidade de An- matassem durante a noite, o que
típara. tentaram várias vezes; mas todas
57 a Al. 27:26; 53:10–11, 16. 57 6 a Al. 53:16–18.
411 ALMA 57:10–20
as vezes que tentaram, seu sangue até a terra de Zaraenla; e também
foi derramado. nossas provisões eram suficientes
10 Finalmente suas provisões apenas para nosso próprio povo,
chegaram e eles estavam prontos apesar do que havíamos tomado
para entrar na cidade à noite. E dos lamanitas.
nós, ao invés de lamanitas, éramos 16 E então, naquelas críticas cir-
nefitas; portanto, capturamos os cunstâncias, tornou-se um proble-
homens e suas provisões. ma muito sério determinar o que
11 E apesar de os lamanitas te- faríamos com aqueles prisioneiros
rem sido privados de seu sustento de guerra; não obstante, resol-
desta forma, ainda estavam deter- vemos enviá-los para a terra de
minados a manter a cidade; por- Zaraenla; assim, selecionamos
tanto, tornou-se necessário que uma parte de nossos homens e
mandássemos aquelas provisões encarregamo-los de descerem com
para Judeia e nossos prisioneiros nossos prisioneiros para a terra
para a terra de Zaraenla. de Zaraenla.
12 E aconteceu que não se passa- 17 Mas aconteceu que, na manhã
ram muitos dias antes de os lama- seguinte, voltaram. E então eis
nitas começarem a perder todas que não lhes perguntamos a res-
as esperanças de receber socorro; peito dos prisioneiros; porque eis
por isso entregaram a cidade em que os lamanitas estavam sobre
nossas mãos; e assim havíamos nós e eles regressaram a tempo de
alcançado nosso intento de con- impedir que caíssemos em suas
quistar a cidade de Cumêni. mãos. Porque eis que Amoron
13 Mas aconteceu que nossos enviara em seu auxílio uma nova
prisioneiros eram tão numero- remessa de provisões e também
sos que, não obstante o grande um numeroso exército de homens.
número de nossos homens, éra- 18 E aconteceu que aqueles ho-
mos obrigados a empregar todo mens que havíamos enviado com
o nosso exército para vigiá-los ou os prisioneiros voltaram justa-
teríamos que matá-los. mente a tempo de detê-los, quan-
14 Pois eis que tentavam fugir do eles estavam prestes a nos
em grande número e lutavam com dominar.
pedras e com clavas ou com qual- 19 Mas eis que minha pequena
quer coisa em que pudessem pôr tropa de dois mil e sessenta ho-
as mãos, de modo que matamos mens lutou desesperadamente;
mais de dois mil deles, após se ha- sim, permaneceram firmes diante
verem rendido como prisioneiros dos lamanitas, infligindo a morte
de guerra. a todos os que se lhes opuseram.
15 Portanto, tornou-se necessá- 20 E enquanto o resto de nosso
rio pôr fim à vida deles, ou es- exército estava prestes a ceder ter-
coltá-los, de espada em punho, reno aos lamanitas, eis que esses
ALMA 57:21–31 412
dois mil e sessenta permaneceram exército; sim, que eles tivessem
firmes e impávidos. sido poupados, enquanto mil de
21 Sim, e eles obedeceram a cada nossos irmãos foram mortos. E,
palavra de comando e cumpri- com razão, atribuímos isso ao
ram-nas com exatidão; sim, e tudo miraculoso a poder de Deus, por
lhes aconteceu de acordo com sua causa de sua extraordinária b fé
fé; e eu lembrei-me das palavras naquilo que haviam sido ensina-
que eles me disseram ter apren- dos a crer — que existia um Deus
dido com suas a mães. justo e que todo aquele que não
22 E agora, eis que é a estes meus duvidasse seria preservado pelo
filhos e aos homens que tinham seu maravilhoso poder.
sido escolhidos para conduzir os 27 Ora, era esta a fé possuída
prisioneiros que devemos essa por aqueles de quem falei; eles
grande vitória; porque foram eles são jovens, de opinião firme, e
que venceram os lamanitas; por- depositam continuamente sua
tanto, eles foram obrigados a re- confiança em Deus.
troceder para a cidade de Mânti. 28 E então aconteceu que depois
23 E conservamos nossa cidade de havermos cuidado de nossos
de Cumêni e não fomos todos des- feridos e sepultado nossos mortos,
truídos pela espada; não obstante, bem como os mortos dos lama-
sofremos grandes perdas. nitas, que eram muitos, eis que
24 E aconteceu que após have- perguntamos a Gide o que havia
rem os lamanitas fugido, imedia- acontecido com os prisioneiros
tamente ordenei que meus ho- que eles começaram a levar para
mens feridos fossem retirados a terra de Zaraenla.
dentre os mortos e fiz com que 29 Ora, Gide era o capitão-chefe
seus ferimentos fossem tratados. do grupo designado para escoltá-
25 E aconteceu que duzentos de los até lá.
meus dois mil e sessenta haviam 30 E agora, estas são as palavras
desmaiado em virtude da perda que Gide me disse: Eis que come-
de sangue; não obstante, de acor- çamos a descer para a terra de Za-
do com a bondade de Deus e para raenla com nossos prisioneiros. E
nossa grande surpresa e também aconteceu que encontramos os es-
para alegria de todo nosso exérci- piões de nossos exércitos, os quais
to, a nenhum deles perecera; sim, tinham sido enviados para vigiar
e não houve entre eles um só que o acampamento dos lamanitas.
não tivesse recebido muitos feri- 31 E eles gritaram para nós, di-
mentos. zendo: Eis que os exércitos dos
26 Ora, sua sobrevivência en- lamanitas estão marchando para
cheu de espanto todo o nosso a cidade de Cumêni; e eis que
21 a Al. 56:47–48. 26 a GEE Poder.
25 a Al. 56:56. b GEE Fé.
413 ALMA 57:32–58:5
cairão sobre eles, sim, e destruirão retiram-se — Os filhos do povo de
nosso povo. Amon permanecem firmes na defesa
32 E aconteceu que nossos pri- de sua liberdade e fé e são preserva-
sioneiros ouviram seus gritos, o dos. Aproximadamente 63–62 a.C.
que os fez tomar coragem; e re-
belaram-se contra nós. E eis que então aconteceu que
33 E aconteceu que, em virtude nosso objetivo seguinte era con-
de sua rebelião, fizemos cair nos- quistar a cidade de Mânti; mas eis
sas espadas sobre eles. E aconte- que não houve meio de fazê-los
ceu que, formando um só corpo, sair da cidade com nossas peque-
arremessaram-se contra nossas nas tropas. Pois eis que se lembra-
espadas e a maior parte deles foi vam do que nós havíamos feito
morta; e os restantes conseguiram antes; portanto, não consegui-
passar e fugiram. mos a atraí-los para fora de suas
34 E eis que depois que fugiram fortalezas.
e não conseguimos alcançá-los, 2 E eles eram tão mais nume-
marchamos com rapidez para a rosos do que nosso exército, que
cidade de Cumêni; e eis que che- não nos atrevemos a atacá-los em
gamos a tempo de ajudar nossos suas fortalezas.
irmãos a defenderem a cidade. 3 Sim, e tornou-se necessário
35 E eis que fomos novamen- empregarmos nossos homens na
te livrados das mãos de nossos defesa daquelas partes de nossas
inimigos. E bendito é o nome de terras que havíamos reconquis-
nosso Deus, porque eis que foi ele tado; portanto, tornou-se neces-
quem nos livrou; sim, quem fez sário que esperássemos, a fim de
esta grande coisa por nós. recebermos mais reforços da terra
36 Ora, aconteceu que quando de Zaraenla e também uma nova
eu, Helamã, ouvi estas palavras remessa de provisões.
de Gide, enchi-me de grande 4 E aconteceu que, assim, man-
alegria por causa da bondade de dei uma embaixada ao governa-
Deus em preservar-nos para que dor de nossa terra, para colocá-lo
não perecêssemos todos; sim, e a par do que se passava com nos-
confio em que a alma dos que so povo. E aconteceu que ficamos
morreram tenha a entrado no des- esperando receber provisões e re-
canso de seu Deus. forços da terra de Zaraenla.
5 Mas eis que isso não nos aju-
dou muito; porque os lamanitas
CAPÍTULO 58
estavam também recebendo gran-
Helamã, Gide e Teômner tomam des reforços diariamente e tam-
a cidade de Mânti por meio de bém muitas provisões; e essa era
um estratagema — Os lamanitas a nossa situação naquela época.
36 a Al. 12:34. 58 1 a Al. 52:21; 56:30.
ALMA 58:6–16 414
6 E os lamanitas saíam contra que nos encheu a alma de paz e
nós de quando em quando, pro- concedeu-nos grande fé e fez com
curando destruir-nos por meio de que tivéssemos esperança nele
estratagemas; apesar disso não para nossa libertação.
podíamos batalhar contra eles, 12 E criamos coragem com o pe-
por causa de seus refúgios e for- queno reforço recebido e dispuse-
tificações. mo-nos, com determinação, a do-
7 E aconteceu que esperamos minar nossos inimigos e a a manter
nessas difíceis circunstâncias pelo nossas terras e nossos bens e nos-
espaço de muitos meses, até estar- sas esposas e nossos filhos e a cau-
mos a ponto de perecer por falta sa de nossa b liberdade.
de alimento. 13 E assim avançamos com toda
8 Mas aconteceu que recebemos a nossa força contra os lamani-
alimentos, os quais foram escolta- tas que se achavam na cidade de
dos por um exército de dois mil Mânti; e armamos nossas tendas
homens destinados a ajudar-nos; e ao lado do deserto que ficava per-
esta foi toda a ajuda que recebemos to da cidade.
para defender-nos e evitar que nos- 14 E aconteceu que, na manhã
so país caísse nas mãos de nossos seguinte, quando os lamanitas
inimigos; sim, para combater um viram que nos achávamos nos li-
inimigo que era inumerável. mites do deserto que ficava perto
9 Ora, não sabíamos a razão des- da cidade, enviaram espias para
sas nossas complicações, ou seja, a descobrir o número e a força de
causa pela qual não nos enviavam nosso exército.
mais reforços. Portanto, ficamos 15 E aconteceu que quando vi-
aflitos e também cheios de temor ram que não éramos fortes, de
de que, de alguma forma, os jul- acordo com nosso número, e te-
gamentos de Deus caíssem sobre mendo que lhes cortássemos o
nossa terra, provocando nossa sustento, a não ser que saíssem a
queda e total destruição. batalhar contra nós e matassem-
10 Portanto, elevamos a alma a nos; e também supondo que facil-
Deus em oração, para que ele nos mente poderiam destruir-nos com
fortalecesse e livrasse das mãos de suas numerosas hostes, começa-
nossos inimigos; sim, e que tam- ram a fazer preparativos para sair
bém nos desse força para conser- em combate contra nós.
var nossas cidades e nossas terras 16 E quando vimos que esta-
e nossos bens, para sustento de vam fazendo preparativos para
nosso povo. vir contra nós, eis que fiz com que
11 Sim, e aconteceu que o Senhor Gide se escondesse no deserto
nosso Deus nos deu a certeza de com um pequeno número de ho-
que nos livraria; sim, de tal modo mens e também que Teômner, com
12 a Al. 46:12–13; Mórm. 2:23. b GEE Liberdade, Livre.
415 ALMA 58:17–28
um pequeno número de homens, os lamanitas permitiram que todo
se escondesse no deserto. o seu exército, com exceção de
17 Ora, Gide e seus homens es- apenas algumas sentinelas, fosse
tavam à direita e os outros, à es- levado para o deserto.
querda; e quando se esconderam 23 E aconteceu que Gide e Teôm-
dessa maneira, eis que eu perma- ner, por esse meio, haviam conse-
neci com o restante do meu exér- guido apoderar-se de suas forta-
cito naquele mesmo local onde lezas. E aconteceu que tomamos
antes havíamos armado nossas nosso rumo, depois de muito an-
tendas, para quando os lamanitas dar pelo deserto em direção à ter-
saíssem a fim de lutar. ra de Zaraenla.
18 E aconteceu que os lamanitas 24 E quando os lamanitas vi-
saíram com seu numeroso exér- ram que estavam marchando em
cito contra nós. E quando esta- direção à terra de Zaraenla, fica-
vam a ponto de cair-nos em cima ram muito receosos, temendo que
com suas espadas, fiz com que houvesse um plano para levá-los à
meus homens, aqueles que esta- destruição; portanto, começaram
vam comigo, se retirassem para a retirar-se novamente para o de-
o deserto. serto, sim, pelo mesmo caminho
19 E aconteceu que os lamanitas que haviam trilhado.
nos perseguiram com grande rapi- 25 E eis que anoiteceu; e eles
dez, porque estavam imensamen- armaram suas tendas, porque
te desejosos de nos alcançar, para os capitães-chefes dos lamanitas
matar-nos; por isso perseguiram- supunham que os nefitas esta-
nos deserto adentro; e passamos vam cansados em virtude de sua
por entre Gide e Teômner de tal marcha; e pensando haver feito
maneira que os lamanitas não os todo o exército retroceder, não
descobriram. se preocuparam com a cidade de
20 E aconteceu que depois de os Mânti.
lamanitas haverem passado, ou 26 Ora, aconteceu que ao cair da
seja, depois de o exército haver noite fiz com que meus homens
passado, Gide e Teômner saíram não dormissem, mas que rumas-
de seus esconderijos e intercepta- sem por outro caminho para a
ram os espias lamanitas, a fim de terra de Mânti.
que não voltassem à cidade. 27  E em virtude dessa nossa
21 E aconteceu que após os have- marcha noturna, eis que, quando
rem interceptado, correram para a amanheceu, estávamos à fren-
cidade e caíram sobre as sentine- te dos lamanitas, de modo que
las que haviam ficado para guar- chegamos antes deles à cidade
dar a cidade; e destruíram-nas e de Mânti.
ocuparam a cidade. 28  E assim aconteceu que,
22 Ora, isso aconteceu porque por meio deste estratagema,
ALMA 58:29–40 416
ocupamos a cidade de Mânti sem fracassado e haveis levado as tro-
derramamento de sangue. pas para essa parte da terra; se
29 E aconteceu que quando os for esse o caso, não desejamos
exércitos dos lamanitas se apro- reclamar.
ximaram da cidade e viram que 36 E se não for esse o caso, eis
estávamos preparados para en- que tememos que haja alguma
frentá-los, ficaram muito espan- a 
dissensão no governo, de modo
tados e foram tomados de grande que não nos enviam mais homens
temor, de modo que fugiram para para auxiliarem-nos; porque sa-
o deserto. bemos que há um número maior
30 Sim, e aconteceu que os exér- de homens do que aquele que nos
citos dos lamanitas fugiram de enviaram.
toda esta parte da terra. Eis, po- 37 Mas eis que não importa —
rém, que levaram consigo muitas confiamos em que Deus nos a li-
mulheres e crianças da terra. vrará, apesar da fraqueza de nos-
31 E a todas as cidades que ha- sos exércitos, sim, e livrar-nos-á
viam sido tomadas pelos lama- das mãos de nossos inimigos.
nitas acham-se presentemente em 38 Eis que estamos no fim do
nosso poder; e nossos pais e nos- vigésimo nono ano e de posse de
sas mulheres e nossos filhos estão nossas terras; e os lamanitas fugi-
voltando para suas casas, com ram para a terra de Néfi.
exceção somente dos que foram 39 E os filhos do povo de Amon,
feitos prisioneiros e levados pelos sobre quem tenho falado tão fa-
lamanitas. voravelmente, estão comigo na
32 Mas eis que nossos exércitos cidade de Mânti; e o Senhor for-
são pequenos para controlar um taleceu-os, sim, e evitou que caís-
número tão grande de cidades e sem pela espada, de modo que
territórios tão extensos. a 
nenhum deles foi morto.
33 Eis, porém, que confiamos em 40 Mas eis que receberam muitos
nosso Deus, que nos deu vitória ferimentos; não obstante, perma-
sobre essas terras, de modo que necem firmes na a liberdade com
retomamos as cidades e terras que que Deus os fez livres; e são dili-
nos pertenciam. gentes em lembrarem-se do Se-
34 Ora, não sabemos a razão por nhor seu Deus diariamente; sim,
que o governo não nos manda esforçam-se para obedecer con-
mais reforços; nem os homens que tinuamente aos seus estatutos, e
nos foram mandados sabem por aos seus julgamentos, e aos seus
que é que não recebemos maiores mandamentos; e é forte a sua fé
reforços. nas profecias relativas ao que está
35 Eis que não sabemos se haveis para vir.
31 a Al. 56:14. 37 a 2 Re. 17:38–39. 40 a GEE Liberdade, Livre.
36 a Al. 61:1–5. 39 a Al. 56:56.
417 ALMA 58:41–59:9
41 E agora, meu amado irmão da terra que tão milagrosamente
Morôni, que o Senhor nosso Deus, havia conseguido reconquistar.
que nos remiu e tornou livres, 4 E aconteceu que depois de ha-
te conserve continuamente em ver enviado essa epístola à ter-
sua presença; sim, e favoreça este ra de Zaraenla, Morôni começou
povo, para que tenhais sucesso novamente a formular um plano
em obter a posse de tudo o que para reaver o resto das terras e
os lamanitas nos tomaram e que cidades que os lamanitas lhes ha-
se destinava a nossa subsistência. viam tomado.
E agora, eis que concluo minha 5  E aconteceu que enquanto
epístola. Eu sou Helamã, filho Morôni assim se preparava para
de Alma. avançar contra os lamanitas, eis
que o povo de Nefia, que se reu-
CAPÍTULO 59 nira vindo da cidade de Morôni
e da cidade de Leí e da cidade
Morôni pede a Paorã que reforce as
de Moriânton, foi atacado pelos
tropas de Helamã — Os lamanitas
lamanitas.
tomam a cidade de Nefia — Morôni
6 Sim, até mesmo aqueles que
irrita-se com o governo. Aproxima-
haviam sido compelidos a fugir
damente 62 a.C.
da terra de Mânti e das redon-
Ora, aconteceu que no trigésimo dezas juntaram-se aos lamanitas
ano em que os juízes governaram nesta parte da terra.
o povo de Néfi, depois de haver 7 E assim, sendo muito nume-
recebido e lido a a epístola de He- rosos, sim, e recebendo reforços
lamã, Morôni alegrou-se imensa- diariamente, avançaram contra o
mente em virtude do bem-estar, povo de Nefia, sob o comando de
sim, do grande êxito de Helamã, Amoron, e começaram a matá-los
reconquistando aquelas terras que num grande massacre.
haviam sido perdidas. 8 E seus exércitos eram tão nu-
2 Sim, e levou isso ao conheci- merosos que o restante do povo
mento de todo o seu povo, em de Nefia foi obrigado a fugir de-
toda aquela parte da terra em que les; e eles foram juntar-se ao exér-
se achava, a fim de que eles tam- cito de Morôni.
bém se regozijassem. 9 E então, como Morôni supu-
3 E aconteceu que enviou ime- sesse que haviam sido enviados
diatamente a uma epístola a b Pao- homens para a cidade de Nefia,
rã, pedindo-lhe que reunisse a fim de ajudarem o povo a de-
homens para reforçar Helamã, ou fender aquela cidade, e sabendo
melhor, os exércitos de Helamã, que era mais fácil impedir que a
de modo que pudesse, com fa- cidade caísse nas mãos dos la-
cilidade, conservar aquela parte manitas do que reconquistá-la,
59 1 a Al. 56:1. 3 a Al. 60:1–3. b Al. 50:40.
ALMA 59:10–60:7 418
pensou que facilmente defende- terra, e a todos os que foram es-
riam aquela cidade. colhidos por este povo para go-
10 Portanto, conservou todos os vernar e dirigir os negócios desta
seus homens na defesa dos luga- guerra.
res que havia reconquistado. 2 Porque eis que tenho algo a
11 E então, quando Morôni viu dizer-lhes, a título de recrimina-
que a cidade de Nefia estava per- ção; pois eis que sabeis que fostes
dida, ficou muito desolado e co- designados para reunir homens
meçou a duvidar, por causa da e armá-los com espadas e com
iniquidade do povo, de que eles cimitarras e toda sorte de armas
não caíssem nas mãos de seus de guerra de todo tipo e enviá-los
irmãos. contra os lamanitas, em qualquer
12 Ora, o mesmo aconteceu com parte que invadissem nossa terra.
todos os seus capitães-chefes. Eles 3 E agora, eis que vos digo que
duvidaram e também se espanta- eu e também meus homens, e tam-
ram com a iniquidade do povo; e bém Helamã e seus homens, pa-
isto por causa da vitória dos la- decemos grandes sofrimentos;
manitas sobre eles. sim, até mesmo fome, sede e fa-
13 E aconteceu que Morôni ficou diga; e toda sorte de aflições de
irado contra o governo, devido a todo tipo.
sua a indiferença pela liberdade 4 Mas eis que se isto fosse tudo
de seu país. quanto tivéssemos sofrido, não
murmuraríamos nem nos quei-
CAPÍTULO 60 xaríamos.
5 Eis, porém, que grande foi a
Morôni queixa-se a Paorã da negli-
carnificina de nosso povo; sim,
gência do governo com os exércitos —
milhares caíram pela espada, o
O Senhor permite que os justos sejam
que poderia ter sido evitado se
mortos — Os nefitas devem usar todo
tivésseis proporcionado a nossos
o seu poder e os seus meios para livra-
exércitos reforço e ajuda suficien-
rem-se de seus inimigos — Morôni
tes. Sim, grande foi vossa negli-
ameaça lutar contra o governo, a me-
gência para conosco.
nos que seus exércitos recebam ajuda.
6 E agora, eis que desejamos sa-
Aproximadamente 62 a.C.
ber a causa de tão grande negli-
E aconteceu que ele tornou a gência; sim, desejamos saber a
escrever ao governador da terra, causa de vossa insensibilidade.
que era Paorã; e estas são as pa- 7  Pensais que podeis sentar-
lavras que escreveu, dizendo: Eis vos em vossos tronos, em estado
que dirijo minha epístola a Pao- de insensível estupor, enquanto
rã, na cidade de Zaraenla, o qual vossos inimigos estão espalhan-
é a juiz supremo e governador da do a morte ao vosso redor? Sim,
13 a Al. 58:34; 61:2–3. 60 1 a Al. 50:39–40.
419 ALMA 60:8–16
enquanto estão assassinando mi- causada por sua própria iniquida-
lhares de vossos irmãos — de? Eu vos digo que, se isto pen-
8 Sim, os mesmos que depen- sastes, pensastes em vão. Digo-
diam de vossa proteção, sim, que vos, pois, que muitos são os que
vos colocaram em posição de po- caíram pela espada; e eis que isto
der socorrê-los; sim, vós poderíeis é para vossa condenação.
ter-lhes mandado exércitos para 13 Pois o Senhor permite que os
reforçá-los e evitado que milhares a 
justos sejam mortos para que sua
deles caíssem pela espada. justiça e julgamento recaiam sobre
9 Mas eis que isto não é tudo; ha- os iníquos. Portanto, não deveis
veis deixado de enviar-lhes provi- supor que os justos estejam per-
sões, de modo que muitos lutaram didos por terem sido mortos; mas
e perderam a vida em virtude da eis que eles entram no descanso
grande preocupação que tinham do Senhor seu Deus.
com o bem-estar deste povo; sim, 14 E agora, eis que vos digo: Te-
e isto fizeram quando estavam nho muito medo de que os jul-
prestes a a perecer de fome, por gamentos de Deus recaiam sobre
causa de vossa enorme negligên- este povo por causa de sua extre-
cia para com eles. ma indolência, sim, a indolência
10 E agora, meus amados ir- de nosso governo e sua extrema
mãos — pois deveríeis ser ama- negligência para com seus irmãos,
dos; sim, deveríeis ter trabalhado sim, para com aqueles que foram
mais diligentemente pelo bem-es- mortos.
tar e liberdade deste povo; mas 15 Porque, se não fosse pela a ini-
eis que o haveis negligenciado, quidade que se iniciou com nos-
de modo que o sangue de mi- sos governantes, poderíamos ter
lhares cairá sobre vossa cabeça, resistido a nossos inimigos, de
clamando vingança; sim, porque modo que nenhum poder eles
conhecidos por Deus foram todos teriam tido sobre nós.
os seus clamores e todos os seus 16 Sim, se não fosse pela a guer-
sofrimentos — ra que surgiu entre nós; sim, se
11 Eis que pensastes poder sen- não fosse por esses b realistas que
tar-vos em vossos tronos e, por tanto derramamento de sangue
causa da imensa bondade de causaram em nosso meio; sim,
Deus, nada fazer; e que ele vos se em lugar de havermos lutado
livraria? Eis que, se isto pensastes, entre nós, houvéssemos reunido
pensastes em vão. nossas forças como fizemos até
12 a Pensais que a morte de mui- agora; sim, não fosse o anseio de
tos de vossos irmãos tenha sido poder e autoridade sobre nós que
9 a Al. 58:7. D&C 42:46–47. b Al. 51:5, 8.
12 a Lc. 13:1–5. 15 a Al. 51:9, 13.
13 a Al. 14:10–11; 16 a Al. 51:16–19.
ALMA 60:17–25 420
possuíam os realistas; tivessem libertados das mãos de nossos
eles sido fiéis à causa da nossa li- inimigos?
berdade, unindo-se a nós e mar- 21 Ou pensais que o Senhor con-
chado contra nossos inimigos, tinuará a livrar-nos enquanto nos
em vez de tomarem suas espa- sentamos em nossos tronos e não
das contra nós, causando tanto fazemos uso dos meios que o Se-
derramamento de sangue; sim, nhor nos concedeu?
se tivéssemos marchado contra 22 Sim, permanecereis na ociosi-
eles na força do Senhor, teríamos dade, rodeados de milhares, sim,
dispersado nossos inimigos, por- dezenas de milhares que também
que isso teria sido feito segundo permanecem na ociosidade, en-
o cumprimento de sua palavra. quanto nas fronteiras da terra há
17 Mas eis que agora os lamani- milhares que estão caindo pela
tas estão caindo sobre nós, apode- espada, sim, feridos e sangrando?
rando-se de nossas terras e assas- 23 Pensais passar por inocentes
sinando nosso povo pela espada, aos olhos de Deus, permanecendo
sim, nossas mulheres e nossos fi- inertes a contemplar estas coisas?
lhos; e levando-os também como Eis que vos digo que não. Ora,
prisioneiros e fazendo-os sofrer gostaria de lembrar-vos que Deus
toda sorte de aflições; e isto por disse que se deve limpar primeiro
causa da grande iniquidade da- o a vaso interior e depois se limpa-
queles que estão buscando o po- rá também o vaso exterior.
der e a autoridade, sim, os rea- 24 E agora, a não ser que vos
listas. arrependais do que haveis feito
18 Por que deveria eu estender- e que comeceis a agir e a enviar
me sobre este assunto? Porque alimentos e homens, proceden-
não sabemos se estais tentando do da mesma forma para com
obter autoridade. Não sabemos Helamã, a fim de que ele possa
se vós sois também traidores de defender as partes de nosso país
nosso país. reconquistadas por ele e para que
19 Ou será que nos negligencias- também reconquistemos o restan-
tes por vos achardes no coração de te de nossas terras nessas partes,
nosso país, cercados de segurança eis que nos veremos obrigados a
e, por isso, não nos mandastes ali- não mais batalhar contra os lama-
mentos nem homens para reforçar nitas até que limpemos nosso vaso
nossos exércitos? interior, sim, o grande cabeça de
20 Haveis esquecido os manda- nosso governo.
mentos do Senhor vosso Deus? 25 E a não ser que concordeis
Sim, haveis esquecido o cativei- com minha epístola e demons-
ro de nossos pais? Haveis esque- treis um verdadeiro a espírito de
cido as muitas vezes que fomos liberdade e vos esforceis para
23 a Mt. 23:25–26. 25 a Al. 51:6; 61:15.
421 ALMA 60:26–36
fortalecer e reforçar nossos exér- deste povo na causa de nossa li-
citos e lhes concedais alimentos berdade.
para seu sustento, eis que deixarei 31 Porque eis que o Senhor não
parte de meus homens livres para permitirá que vivais e vos torneis
defenderem esta parte de nossa fortes em vossas iniquidades, para
terra e deixarei com eles a força destruirdes seu povo justo.
e a bênção de Deus, a fim de que 32 Eis que podeis supor que o
nenhum outro poder prevaleça Senhor vos poupará e condenará
contra eles — os lamanitas, quando foi a tradi-
26  E isso em virtude de sua ção dos pais deles que causou seu
grande fé e paciência nas tribu- ódio, sim, e este foi redobrado por
lações — aqueles que dissentiram de nós,
27 E irei até vós; e se houver al- enquanto a vossa iniquidade teve
gum de vós que aspire à liber- origem no amor à glória e às coi-
dade, sim, se restar ainda uma sas vãs do mundo?
centelha que seja de liberdade, 33 Sabeis que estais transgre-
eis que fomentarei insurreições dindo as leis de Deus e que as
entre vós até que sejam extintos espezinhais. Eis que o Senhor me
os que querem usurpar o poder disse: Se aqueles a quem esco-
e a autoridade. lhestes para governantes não se
28 Sim, eis que não temo vosso arrependerem de seus pecados e
poder nem vossa autoridade, mas iniquidades, subireis para bata-
é a meu a Deus que eu temo; e é de lhar contra eles.
acordo com seus mandamentos 34 E agora eis que eu, Morô-
que empunho minha espada para ni, estou obrigado, segundo o
defender a causa de meu país; e é convênio que fiz, a obedecer aos
por causa de vossa iniquidade que mandamentos de Deus; portan-
sofremos tantas perdas. to, desejaria que obedecêsseis à
29 Eis que é hora, sim, é chega- palavra de Deus e me enviásseis
da a hora em que, a não ser que rapidamente vossas provisões
vos apresseis para defender vosso e vossos homens; e também a
país e vossos pequeninos, a a espa- Helamã.
da da justiça que pende sobre vós 35 E eis que, se assim não pro-
cairá sobre vós e visitar-vos-á até cederdes, irei até vós rapidamen-
vossa completa destruição. te; porque eis que Deus não per-
30 Eis que espero vossa ajuda; mitirá que pereçamos de fome;
e a não ser que nos socorrais, eis portanto, ele nos dará do vosso
que irei até vós, sim, na terra de alimento, ainda que seja pela es-
Zaraenla; e golpear-vos-ei com a pada. Agora tratai de cumprir a
espada, de modo que já não tereis palavra de Deus.
poder para impedir o progresso 36 Eis que eu sou Morôni, vosso
28 a At. 5:26–29. 29 a Hel. 13:5; 3 Né. 2:19.
ALMA 61:1–9 422
capitão-chefe. Não busco poder,
a 
muitos, o que será motivo de se-
mas procuro abatê-lo. Não busco veras aflições entre nós; eles reti-
as honras do mundo, mas a gló- veram nossas provisões e intimi-
ria de meu Deus e a liberdade e daram nossos homens livres, de
bem-estar de meu país. E assim modo que não foram ter convosco.
termino minha epístola. 5 E eis que eles me fizeram retro-
ceder e fugi para a terra de Gideão
CAPÍTULO 61 com todos os homens que me foi
possível reunir.
Paorã informa Morôni da insurrei-
6 E eis que enviei uma proclama-
ção e revolta contra o governo — Os
ção a toda esta parte da terra; e eis
realistas tomam Zaraenla e fazem
que eles se estão juntando a nós
aliança com os lamanitas — Paorã
em grande número, diariamente,
pede ajuda militar contra os rebeldes.
para pegar em armas na defesa
Aproximadamente 62 a.C.
de seu país e de sua a liberdade;
Eis que aconteceu então que, logo e para vingar as nossas afrontas.
após haver Morôni enviado sua 7 E eles juntaram-se a nós, de
epístola ao governador-chefe, re- modo que aqueles que se rebela-
cebeu uma resposta de a Paorã, o ram contra nós estão sendo de-
governador-chefe. E são estas as safiados; sim, de modo que nos
palavras que recebeu: temem e não ousam vir guerrear-
2 Eu, Paorã, que sou governa- nos.
dor-chefe desta terra, envio estas 8 Eles apoderaram-se da terra,
palavras a Morôni, capitão-chefe ou seja, da cidade de Zaraenla;
do exército. Eis que te digo, Mo- nomearam um rei para eles, o
rôni, que não me regozijo com qual escreveu ao rei dos lamani-
vossas grandes a aflições; sim, elas tas, fazendo com ele aliança. Nes-
afligem-me a alma. sa aliança ele concordou em man-
3 Eis, porém, que há quem se re- ter a cidade de Zaraenla, supondo
gozije com vossas aflições; sim, a que, assim fazendo, possibilitará
ponto de rebelarem-se contra mim aos lamanitas a conquista do res-
e também contra aqueles de meu tante da terra e será proclamado
povo que são a homens livres; sim, rei deste povo, quando forem con-
e os que se rebelaram são muito quistados pelos lamanitas.
numerosos. 9 E agora, em tua epístola cen-
4 E os que tentaram se apode- suraste-me, mas isso não importa.
rar de minha cadeira de juiz são Não estou zangado; antes, rego-
a causa desta grande iniquidade; zijo-me pela grandeza de teu co-
pois usaram de grandes lison- ração. Eu, Paorã, não busco po-
jas e influenciaram o coração de der; procuro somente conservar
36 a D&C 121:39–42. 2 a Al. 60:3–9. 6 a GEE Liberdade, Livre.
61 1 a Al. 50:39–40. 3 a Al. 51:6–7.
423 ALMA 61:10–21
minha cadeira de juiz para pre- a guerra nessa parte da terra se-
servar os direitos e a liberdade de gundo o a Espírito de Deus, que é
meu povo. Minha alma perma- também o espírito de liberdade
nece firme nessa liberdade com a que está neles.
qual Deus nos fez a livres. 16 Eis que lhes mandei algumas
10 E agora, eis que resistiremos provisões para que não pereçam,
à iniquidade, mesmo com derra- até que possas juntar-te a mim.
mamento de sangue. E não derra- 17 Reúne todas as forças que pu-
maríamos o sangue dos lamanitas deres, durante tua marcha para cá,
se eles permanecessem em sua e seguiremos rapidamente contra
própria terra. aqueles dissidentes, com a força
11 Não derramaríamos o sangue de nosso Deus, segundo a fé que
de nossos irmãos se eles não se re- possuímos.
belassem e levantassem a espada 18 E ocuparemos a cidade de
contra nós. Zaraenla, a fim de obter mais ví-
12 Submeter-nos-íamos ao jugo veres para serem enviados a Leí
da servidão, se isso fosse requisito e a Teâncum; sim, marcharemos
da justiça de Deus ou se ele nos contra eles com a força do Senhor
ordenasse que o fizéssemos. e poremos fim a esta grande ini-
13 Mas eis que ele não manda quidade.
que nos submetamos aos nossos 19 E agora, Morôni, alegro-me
inimigos, mas que tenhamos a con- por haver recebido tua epístola,
fiança nele e ele nos livrará. porque estava um tanto preocupa-
14 Portanto, meu amado irmão do quanto ao que deveríamos fa-
Morôni, resistamos ao mal; e ao zer, se era justo marchar contra
mal que não pudermos resistir nossos irmãos.
com nossas palavras, sim, como 20 Disseste, porém, que, a não
revoltas e dissensões, a resistamos ser que se arrependam, o Senhor
com nossas espadas, a fim de con- te ordenou que marchásses con-
servarmos nossa liberdade, a fim tra eles.
de regozijarmo-nos no grande pri- 21 Procura a fortalecer Leí e Teân-
vilégio de nossa igreja e na causa cum no Senhor; dize-lhes que
de nosso Redentor e nosso Deus. nada temam, porque Deus os li-
15 Portanto, vem a mim rapi- vrará; sim, e também todos os que
damente com alguns de teus ho- permanecerem firmes na liberda-
mens e deixa os restantes sob o de com que Deus os fez livres. E
comando de Leí e Teâncum; dá- agora termino minha epístola a
lhes autoridade para dirigirem meu amado irmão Morôni.
9 a Jo. 8:31–36; Fé. GEE Espírito Santo.
D&C 88:86. 14 a Al. 43:47. 21 a Zac. 10:12.
13 a GEE Confiança, Confiar; 15 a 2 Cor. 3:17.
ALMA 62:2–10 424
CAPÍTULO 62 empunharam as espadas em de-
fesa de sua liberdade, a fim de não
Morôni marcha em auxílio de Paorã,
caírem em cativeiro.
na terra de Gideão — Os realistas
6 E assim, quando Morôni reu-
que se recusam a defender seu país
niu todos os homens que lhe foi
são executados — Paorã e Morôni
possível no transcurso de sua
retomam Nefia — Muitos lamanitas
marcha, dirigiu-se para a terra
juntam-se ao povo de Amon — Teân-
de Gideão; e unindo suas forças
cum mata Amoron e, por sua vez, é
às de Paorã, tornaram-se muito
morto — Os lamanitas são expulsos
fortes, até mais fortes que os ho-
da terra e a paz é estabelecida — He-
mens de Pácus, a rei dos dissiden-
lamã retorna ao ministério e edifica a
tes que haviam expulsado os b ho-
Igreja. Aproximadamente 62–57 a.C.
mens livres da terra de Zaraenla
E então aconteceu que quando e ocupado a terra.
Morôni recebeu esta epístola, seu 7 E aconteceu que Morôni e Pao-
coração encheu-se de coragem e rã desceram com seus exércitos à
de imensa alegria, devido à fi- terra de Zaraenla e marcharam
delidade de Paorã e por não ser contra a cidade; e enfrentaram
ele um a traidor da liberdade e da os homens de Pácus, batalhando
causa de sua pátria; contra eles.
2 Mas também se lamentou mui- 8  E eis que Pácus foi morto,
to por causa da iniquidade da- seus homens foram aprisionados
queles que afastaram Paorã da e Paorã foi reconduzido à cadei-
cadeira de juiz, sim, em suma, por ra de juiz.
causa daqueles que se rebelaram 9 E os homens de Pácus foram
contra seu país e seu Deus. julgados de acordo com a lei, o
3 E aconteceu que Morôni tomou mesmo acontecendo aos realis-
um pequeno número de homens, tas que haviam sido dominados
segundo o desejo de Paorã, e en- e presos; e foram a executados
tregou a Leí e a Teâncum o coman- segundo a lei; sim, os homens
do do restante de seu exército e de Pácus e os realistas, todos os
marchou para a terra de Gideão. que não quiseram pegar em ar-
4 E hasteou o a estandarte da b li- mas na defesa de seu país, mas
berdade em todos os lugares em que lutaram contra ele, foram
que entrou e incorporou todas as executados.
forças que pôde em sua marcha 10 E assim, foi necessária a ob-
para a terra de Gideão. servância rigorosa dessa lei para
5 E aconteceu que milhares se segurança do país. Sim, e todos os
reuniram sob seu estandarte e que negavam sua liberdade eram
62 1 a Al. 60:18. b GEE Liberdade, Livre. 9 a GEE Pena de Morte.
4 a Al. 46:12–13, 36. 6 a Al. 61:4–8.
GEE Estandarte. b Al. 51:5–7.
425 ALMA 62:11–22
rapidamente executados de acor- não mais pegariam suas armas de
do com a lei. guerra contra os nefitas.
11 E assim terminou o trigésimo 17 E após terem feito esse con-
ano em que os juízes governaram vênio, enviaram-nos para habi-
o povo de Néfi, tendo Morôni e tar com o povo de Amon; e era
Paorã restaurado a paz na terra de de aproximadamente quatro mil
Zaraenla entre seu próprio povo, o número dos que não haviam
tendo infligido a morte a todos sido mortos.
os que não eram fiéis à causa da 18 E aconteceu que após tê-los
liberdade. despedido, continuaram sua mar-
12 E aconteceu, no começo do cha em direção à terra de Nefia. E
trigésimo primeiro ano em que aconteceu que quando chegaram
os juízes governaram o povo de à cidade de Nefia, armaram suas
Néfi, que Morôni providenciou tendas nas planícies de Nefia, que
o envio imediato de provisões e ficam próximas à cidade de Nefia.
também enviou um exército de 19 Ora, Morôni desejava que os
seis mil homens a Helamã, a fim lamanitas saíssem para batalhar
de ajudá-lo a defender aquela contra eles nas planícies; mas os
parte da terra. lamanitas, sabendo de sua grande
13 E também providenciou para coragem e vendo como eram nu-
que um exército de seis mil ho- merosos, não ousaram sair contra
mens, com suficiente quantidade eles; portanto, não saíram para
de víveres, fosse enviado aos exér- combatê-los naquele dia.
citos de Leí e Teâncum. E aconte- 20 E quando anoiteceu, Morôni
ceu que isto foi feito para fortificar saiu na escuridão da noite e subiu
a terra contra os lamanitas. ao alto da muralha para descobrir
14 E aconteceu que Morôni e em que parte da cidade os lama-
Paorã, tendo deixado um grande nitas se achavam acampados com
número de homens na terra de Za- seu exército.
raenla, marcharam com um gran- 21 E aconteceu que eles se en-
de numero de homens em direção contravam no leste, perto da en-
à terra de Nefia, dispostos a der- trada; e estavam todos dormindo.
rotar os lamanitas naquela cidade. E então Morôni voltou para seu
15 E aconteceu que quando mar- exército e fez com que preparas-
chavam para aquela terra, captu- sem rapidamente fortes cordas e
raram um grande número de la- escadas, a fim de serem descidas,
manitas e mataram muitos deles; e do alto da muralha, para o seu
apoderaram-se de suas provisões interior.
e armas de guerra. 22 E aconteceu que Morôni fez
16 E aconteceu que depois de com que seus homens avanças-
havê-los capturado, obrigaram- sem e galgassem o alto da mura-
nos a fazer um convênio de que lha e descessem naquela parte da
ALMA 62:23–35 426
cidade, sim, na parte ocidental, foram aliviados de uma grande
onde os lamanitas não se achavam carga; sim, pois viram-se livres de
acampados com seus exércitos. todos os prisioneiros lamanitas.
23 E aconteceu que todos des- 30 Ora, aconteceu que Morôni,
ceram à cidade durante a noite, depois de haver ocupado a cidade
pelas suas fortes cordas e escadas; de Nefia — tendo feito muitos pri-
assim, quando amanheceu, esta- sioneiros, o que reduziu conside-
vam todos dentro das muralhas ravelmente os exércitos dos lama-
da cidade. nitas; e tendo recuperado muitos
24 E então, quando acordaram e nefitas que haviam sido presos, o
viram que os exércitos de Morôni que reforçou consideravelmente o
se achavam dentro das muralhas, exército de Morôni — saiu Morôni
os lamanitas ficaram tão amedron- por essa razão da terra de Nefia
tados que fugiram pela passagem. para a terra de Leí.
25 E então, quando viu que esta- 31 E aconteceu que quando vi-
vam fugindo dele, Morôni fez com ram que Morôni marchava con-
que seus homens marchassem tra eles, os lamanitas novamente
contra eles; e mataram muitos e ficaram amedrontados e fugiram
cercaram muitos outros e aprisio- do exército de Morôni.
naram-nos; e os restantes fugiram 32 E aconteceu que Morôni e
para a terra de Morôni, que ficava seu exército os perseguiram de
nas fronteiras junto à costa. cidade em cidade até que encon-
26 Assim, Morôni e Paorã ocupa- traram Leí e Teâncum. E os lama-
ram a cidade de Nefia sem perder nitas fugiram de Leí e Teâncum e
um só homem; e muitos dos lama- desceram pelas fronteiras perto
nitas foram mortos. da costa, até chegarem à terra de
27 Ora, aconteceu que muitos Morôni.
dos lamanitas que foram apri- 33 E todos os exércitos dos la-
sionados desejavam juntar-se ao manitas reuniram-se formando
a 
povo de Amon e tornar-se um um só corpo, na terra de Morôni.
povo livre. Ora, Amoron, rei dos lamanitas,
28 E aconteceu que a todos os estava também com eles.
que manifestaram esse desejo, foi 34 E aconteceu que Morôni e
concedido segundo seus desejos. Leí e Teâncum acamparam com
29 De modo que todos os pri- seus exércitos nas fronteiras da
sioneiros lamanitas se uniram ao terra de Morôni, de modo que os
povo de Amon e começaram a tra- lamanitas ficaram cercados, nas
balhar com afã, lavrando a terra, fronteiras, pelo deserto ao sul; e,
semeando toda espécie de grãos nas fronteiras, pelo deserto a leste.
e criando rebanhos e manadas de 35 E assim acamparam para pas-
toda espécie; e assim os nefitas sar a noite. Porque eis que tanto
27 a GEE Ânti-néfi-leítas.
427 ALMA 62:36–44
os nefitas como os lamanitas es- voltando mais, naquela ocasião,
tavam cansados, em virtude da a atacar os nefitas.
extensa marcha; portanto, não 39 E assim terminou o trigésimo
formularam estratagema algum primeiro ano em que os juízes go-
durante a noite, com exceção de vernaram o povo de Néfi; e eles
Teâncum; pois ele estava extrema- haviam tido guerras e derrama-
mente irado contra Amoron, visto mento de sangue e fome e aflições
que considerava Amoron e Ama- pelo espaço de muitos anos.
liquias, seu irmão, a a causa dessa 40 E houvera muitos crimes e
grande e duradoura guerra entre contendas e dissensões e toda sor-
eles e os lamanitas, a qual resulta- te de iniquidades entre o povo de
ra em tanta luta e derramamento Néfi; no entanto, por a amor aos
de sangue, sim, e em tanta fome. justos, sim, por causa das orações
36 E aconteceu que Teâncum, em dos justos, eles foram poupados.
sua ira, penetrou no acampamen- 41 Mas eis que, por causa da lon-
to dos lamanitas, descendo pelas ga duração da guerra entre nefitas
muralhas da cidade. E foi de lugar e lamanitas, muitos se tornaram
em lugar, com uma corda, até que insensíveis devido à longa du-
encontrou o rei; e arremessou-lhe ração da guerra; e muitos foram
uma a lança que penetrou junto ao abrandados em virtude de suas
coração. Mas eis que o rei, antes a 
aflições, de modo que se humi-
de morrer, despertou seus servos, lharam perante Deus com a mais
de modo que eles perseguiram profunda humildade.
Teâncum e mataram-no. 42 E aconteceu que depois de ha-
37 Ora, aconteceu que quando ver fortificado as partes da terra
souberam que Teâncum estava que estavam mais expostas aos
morto, Leí e Morôni ficaram mui- lamanitas, até se tornarem sufi-
to tristes; porque eis que ele ha- cientemente fortes, Morôni voltou
via sido um homem que lutara para a cidade de Zaraenla; e tam-
valentemente por seu país, sim, bém Helamã regressou ao local
um verdadeiro amigo da liberda- de sua herança; e uma vez mais
de; e havia passado por muitas e houve paz entre o povo de Néfi.
grandes aflições. Eis, porém, que 43 E Morôni entregou o coman-
estava morto e seguira o caminho do de seus exércitos às mãos de
de toda a Terra. seu filho, cujo nome era Moronia;
38 Ora, aconteceu que na manhã e retirou-se para sua própria casa,
seguinte Morôni avançou contra a fim de passar o resto de seus
os lamanitas, matando-os em uma dias em paz.
grande carnificina; e expulsaram- 44 E Paorã voltou para a cadeira
nos da terra; e eles fugiram, não de juiz; e Helamã voltou a pregar
35 a Al. 48:1. 40 a Al. 45:15–16.
36 a Al. 51:33–34. 41 a GEE Adversidade.
ALMA 62:45–63:4 428
ao povo a palavra de Deus; pois libertado das mãos de seus ini-
em vista de tantas guerras e con- migos.
tendas, tornara-se necessário que 51 E oravam constantemente ao
novamente se procedesse a uma Senhor seu Deus, tanto que o Se-
regulamentação na igreja. nhor os abençoou segundo sua
45 Portanto, Helamã e seus ir- palavra, de modo que se torna-
mãos saíram declarando a pala- ram fortes e prosperaram na terra.
vra de Deus com grande poder, 52 E aconteceu que todas essas
a 
convencendo a muitos de suas coisas foram feitas. E Helamã
iniquidades, o que fez com que se morreu no trigésimo quinto ano
arrependessem de seus pecados e em que os juízes governaram o
fossem batizados para o Senhor povo de Néfi.
seu Deus.
46 E aconteceu que organizaram CAPÍTULO 63
novamente a igreja de Deus por
Siblon e, posteriormente, Helamã to-
toda a terra.
mam posse dos registros sagrados —
47 Sim, e foram feitos regula-
Muitos nefitas viajam para a terra do
mentos relativos à lei. E foram es-
norte — Hagote constrói navios que
colhidos os seus a juízes e os seus
navegam no mar do oeste — Moro-
juízes superiores.
nia derrota os lamanitas em batalha.
48 E o povo de Néfi começou
Aproximadamente 56–52 a.C.
outra vez a a prosperar na terra
e a multiplicar-se e a tornar-se E aconteceu, no começo do tri-
novamente muito poderoso. E gésimo sexto ano em que os juízes
principiaram a ficar excessiva- governaram o povo de Néfi, que
mente ricos. a 
Siblon se encarregou das coisas
49 Entretanto, apesar de suas b 
sagradas que Alma havia confia-
riquezas, de seu poder e de sua do a Helamã.
prosperidade, não se encheram de 2 E ele era um homem justo e
orgulho nem eram vagarosos em andava retamente perante Deus; e
lembrar-se do Senhor seu Deus; procurava praticar continuamente
mas humilhavam-se profunda- o bem e guardar os mandamentos
mente perante ele. do Senhor seu Deus; e o mesmo
50 Sim, lembravam-se das gran- fazia seu irmão.
des coisas que o Senhor havia fei- 3 E aconteceu que Morôni tam-
to por eles, de que os havia li- bém morreu; e assim terminou o
vrado da morte e do cativeiro e trigésimo sexto ano do governo
de prisões e de toda sorte de so- dos juízes.
frimentos; e de que ele os havia 4 E aconteceu que no trigésimo
45 a D&C 18:44. 63 1 a Al. 38:1–2. 4 a Al. 22:31.
47 a Mos. 29:39. b Al. 37:1–12.
48 a Al. 50:20. GEE Santo (adjetivo).
429 ALMA 63:5–16
sétimo ano do governo dos juízes, juízes, Siblon também morreu e
um grande grupo, composto de Coriânton havia ido à terra do
cerca de cinco mil e quatrocentos norte, em um navio, para levar
homens com suas mulheres e fi- provisões ao povo que fora para
lhos, saiu de Zaraenla para a terra aquela terra.
que ficava ao a norte. 11 Portanto, se tornou necessário
5 E aconteceu que Hagote, que que, antes de sua morte, Siblon
era um homem muito curioso, entregasse as coisas sagradas ao
construiu um navio muito grande filho de Helamã, que se chamava
nos limites da terra de Abundân- a 
Helamã, sendo chamado pelo
cia, perto da terra de Desolação, nome de seu pai.
e lançou-o ao mar do oeste, perto 12 Ora, eis que todas aquelas
da a estreita faixa de terra que con- a 
gravações que se achavam em
duzia à terra do norte. poder de Helamã foram trans-
6 E eis que muitos nefitas e tam- critas e transmitidas aos filhos
bém muitas mulheres e crianças dos homens por toda a terra, ex-
nele embarcaram com muitas pro- cetuando-se as partes que Alma
visões e navegaram rumo ao nor- havia ordenado que b não fossem
te. E assim terminou o trigésimo reveladas.
sétimo ano. 13 Não obstante, essas coisas
7 E no trigésimo oitavo ano, esse deviam ser conservadas como
homem construiu outros navios. sagradas e a transmitidas de uma
E o primeiro navio também vol- geração à outra; portanto, nes-
tou, nele embarcando muito mais se ano haviam sido confiadas
gente; e eles levaram muitas pro- a Helamã, antes da morte de
visões, partindo novamente para Siblon.
a terra do norte. 14 E aconteceu, também nesse
8 E aconteceu que nunca mais ano, que houve alguns dissidentes
se soube deles. E supomos que se que se juntaram aos lamanitas; e
tenham afogado nas profundezas novamente foram incitados à ira
do mar. E aconteceu que um outro contra os nefitas.
navio também partiu; e para onde 15 E também, nesse mesmo ano
foi, não sabemos. desceram com um numeroso exér-
9  E aconteceu que nesse ano cito para guerrear o povo de a Mo-
muita gente foi para a terra do ronia, ou seja, o exército de Moro-
a 
norte; e assim terminou o trigé- nia, sendo derrotados e repelidos
simo oitavo ano. novamente para suas próprias
10 E aconteceu que no trigé- terras, sofrendo grandes perdas.
simo nono ano do governo dos 16 E assim terminou o trigésimo
5 a Al. 22:32; 11 a Ver sinopse do livro de b Al. 37:27–32.
Ét. 10:20. Helamã. 13 a Al. 37:4.
9 a Hel. 3:11–12. 12 a Al. 18:36. 15 a Al. 62:43.
ALMA 63:17–HELAMÃ 1:8 430
nono ano em que os juízes gover- Alma e de Helamã, seu filho, e
naram o povo de Néfi. também de Siblon, que era seu
17 E assim terminou o relato de filho.

LIVRO DE HELAMÃ
Relato sobre os nefitas. Suas guerras, contendas e dissensões. E também
as profecias de muitos santos profetas antes da vinda de Cristo, segundo
os registros de Helamã, que era filho de Helamã, e também segundo os
registros de seus filhos até a vinda de Cristo. Muitos lamanitas são con-
vertidos. Relato de sua conversão. Relato da retidão dos lamanitas e das
iniquidades e abominações dos nefitas, segundo o registro de Helamã e
seus filhos, até a vinda de Cristo, relato esse chamado Livro de Helamã.
CAPÍTULO 1 entre o povo: Paorã, Paânqui e
Pacumêni.
Paorã II torna-se juiz supremo e é
4 Ora, estes não são todos os fi-
assassinado por Quiscúmen — Pa-
lhos de Paorã (porque ele tinha
cumêni ocupa a cadeira de juiz —
muitos), mas são os que dispu-
Coriântumr lidera os exércitos la-
taram a cadeira de juiz; portan-
manitas, toma Zaraenla e mata
to, causaram três divisões entre
Pacumêni — Moronia derrota os
o povo.
lamanitas e recupera Zaraenla; Co-
5 Não obstante, aconteceu que
riântumr é morto. Aproximadamente
Paorã foi eleito, pela a voz do
52–50 a.C.
povo, juiz supremo e governa-

E ENTÃO, eis que aconteceu que


no começo do quadragésimo
ano em que os juízes governaram
dor do povo de Néfi.
6 E aconteceu que Pacumêni,
vendo que não podia obter a ca-
o povo de Néfi, surgiu uma séria deira de juiz, uniu-se à voz do
dificuldade entre o povo nefita. povo.
2 Pois eis que a Paorã havia mor- 7 Mas eis que Paânqui e aqueles
rido, trilhando o caminho de toda que o queriam como governador
a Terra; por essa razão surgiu uma ficaram muito irados; por isso ele
séria contenda sobre qual dos ir- estava a ponto de, por meio de li-
mãos, filhos de Paorã, ocuparia a sonjas, persuadir o povo a rebelar-
cadeira de juiz. se contra seus irmãos.
3 Ora, estes são os nomes dos 8 E aconteceu que quando esta-
que disputaram a cadeira de juiz e va prestes a fazer isso, eis que foi
que também causaram contendas aprisionado e julgado de acordo
1 2 a Al. 50:40. 5 a Mos. 29:26–29.
431 HELAMÃ 1:9–19
com a voz do povo, tendo sido 14 E aconteceu que no quadragé-
condenado à morte porque se re- simo primeiro ano do governo dos
belara e procurara destruir a a li- juízes, os lamanitas reuniram um
berdade do povo. inumerável exército de homens e
9 Ora, quando aqueles que de- armaram-nos com espadas e com
sejavam que ele fosse seu go- cimitarras e com arcos e com fle-
vernador viram que havia sido chas; e com capacetes e com cou-
condenado à morte, ficaram en- raças e com todo tipo de escudos
colerizados e eis que mandaram de toda espécie.
um certo Quiscúmen até a cadeira 15 E desceram outra vez para
de juiz de Paorã; e ele assassinou batalhar contra os nefitas; e eram
Paorã quando esse se achava sen- guiados por um homem que se
tado na cadeira de juiz. chamava Coriântumr, descenden-
10 E Quiscúmen foi perseguido te de Zaraenla e dissidente dos
pelos servos de Paorã, mas eis que nefitas; e ele era um homem gran-
tão rápida foi a sua fuga, que nin- de e forte.
guém conseguiu alcançá-lo. 16 Assim, o rei dos lamanitas,
11 E ele reuniu-se com os que o cujo nome era Tubalote, que era
haviam enviado e todos eles fi- filho de a Amoron, supondo que
zeram um convênio, sim, juran- Coriântumr, sendo um homem
do por seu eterno Criador que a forte, poderia fazer frente aos ne-
ninguém diriam que Quiscúmen fitas com sua força e também com
assassinara Paorã. sua grande sabedoria, de manei-
12 Portanto, Quiscúmen não foi ra que, enviando-o, dominaria os
reconhecido pelo povo de Néfi, nefitas —
porque estava disfarçado quando 17 Incitou-os, portanto, à cólera
matou Paorã. E Quiscúmen e seu e reuniu seus exércitos e nomeou
bando que fizera convênio com Coriântumr como líder; e fez com
ele misturaram-se com o povo, que eles descessem à terra de Za-
de maneira que não puderam en- raenla para combater os nefitas.
contrar todos; porém todos os que 18 E aconteceu que, por causa de
foram encontrados foram conde- tantas contendas e tantas dificul-
nados à a morte. dades no governo, os nefitas não
13 E então, eis que Pacumêni foi mantiveram número suficiente de
eleito, pela voz do povo, juiz su- guardas na terra de Zaraenla; por-
perior e governador do povo, para que pensaram que os lamanitas
governar em lugar de seu irmão, não ousariam invadir o coração
Paorã; e isto segundo seu direito. de suas terras para atacar a gran-
E tudo isso se passou no quadra- de cidade de Zaraenla.
gésimo ano do governo dos juízes; 19 Mas aconteceu que Coriân-
e assim terminou. tumr marchou à frente de seu
8 a GEE Liberdade, Livre. 12 a GEE Pena de Morte. 16 a Al. 52:3.
HELAMÃ 1:20–30 432
numeroso exército e atacou os grupos; e desta forma caiu sobre
habitantes da cidade; e sua mar- eles, matando-os.
cha foi tão rápida que os nefitas 25 Eis, porém, que esta marcha
não tiveram tempo de reunir seus de Coriântumr pela parte cen-
exércitos. tral da terra ofereceu grande van-
20 Portanto, Coriântumr matou tagem a Moronia, apesar de ser
a guarda que se achava às portas grande o número de nefitas que
da cidade e avançou com todo o haviam sido mortos.
seu exército para dentro da cida- 26 Pois eis que Moronia supôs
de, matando todos os que se lhes que os lamanitas não ousariam in-
opuseram, de modo que tomaram vadir a parte central da terra, mas
toda a cidade. que atacariam as cidades fronteiri-
21 E aconteceu que Pacumêni, ças, como haviam feito até então.
que era o juiz supremo, fugiu de Por essa razão Moronia fizera com
Coriântumr até as muralhas da que seus fortes exércitos defen-
cidade. E aconteceu que Coriân- dessem aquelas partes próximas
tumr o golpeou contra a muralha, às fronteiras.
de modo que ele morreu; e assim 27 Eis, porém, que os lamanitas
terminaram os dias de Pacumêni. não se atemorizaram como ele
22 Ora, quando Coriântumr viu desejava, mas haviam invadido
que se havia apoderado da cidade a parte central da terra e toma-
de Zaraenla e viu que os nefitas do a capital, que era a cidade de
haviam fugido deles e haviam Zaraenla; e estavam marchando
sido mortos e postos em cativeiro pelas partes principais da terra,
e aprisionados; e que havia toma- matando o povo numa grande
do a praça mais forte de toda a carnificina, tanto homens como
terra, seu coração encheu-se de co- mulheres e crianças, ocupando
ragem, de modo que estava pron- muitas cidades e muitas forta-
to para atacar toda a terra. lezas.
23 E então ele não se deteve na 28 Mas quando Moronia desco-
terra de Zaraenla, mas marchou briu isso, imediatamente mandou
com um grande exército em di- Leí com um exército para detê-los
reção à cidade de Abundância; antes que atingissem a terra de
porque estava determinado a Abundância.
avançar e abrir caminho à espa- 29 E ele assim fez; e deteve-os
da, a fim de conquistar a parte antes que chegassem à terra de
norte da terra. Abundância e atacou-os, de modo
24 E supondo que as forças prin- que eles começaram a retroceder
cipais deles se achassem na parte em direção à terra de Zaraenla.
central da terra, marchou contra 30 E aconteceu que Moronia cor-
eles, não lhes dando tempo de tou a sua retirada e travou comba-
reunir-se, a não ser em pequenos te com eles; e o combate tornou-se
433 HELAMÃ 1:31–2:7
extremamente sangrento; sim, novamente a contender a respeito
muitos foram mortos e, entre os de quem deveria ocupar a cadei-
que foram mortos, estava também ra de juiz.
a 
Coriântumr. 2 E aconteceu que Helamã, que
31 E então eis que os lamanitas era filho de Helamã, foi escolhido
não podiam retroceder nem pelo pela voz do povo para ocupar a
norte nem pelo sul, nem pelo les- cadeira de juiz.
te nem pelo oeste, porquanto se 3 Mas eis que a Quiscúmen, que
achavam cercados de todos os assassinara Paorã, pôs-se à esprei-
lados pelos nefitas. ta, para também destruir Helamã;
32 E assim Coriântumr havia e ele foi apoiado por seu bando,
atirado os lamanitas no meio dos que havia feito um pacto para que
nefitas, de modo que ficaram em ninguém ficasse sabendo de suas
poder dos nefitas; e ele próprio foi iniquidades.
morto; e os lamanitas entregaram- 4 Pois havia um certo a Gadiân-
se nas mãos dos nefitas. ton, que era sobremaneira hábil
33 E aconteceu que Moronia no- no falar e também muito astuto
vamente tomou posse da cidade para levar a efeito planos secretos
de Zaraenla e ordenou que os la- de assassinatos e pilhagens; por-
manitas que haviam sido aprisio- tanto, se tornou o chefe do bando
nados partissem da terra em paz. de Quiscúmen.
34 E assim terminou o quadra- 5 Por conseguinte, lisonjeando-
gésimo primeiro ano do governo os e também lisonjeando Quiscú-
dos juízes. men, prometera conceder àqueles
que pertenciam ao seu bando po-
CAPÍTULO 2 der e autoridade sobre o povo, se
eles o colocassem na cadeira de
Helamã, filho de Helamã, torna-se
juiz; portanto, Quiscúmen pro-
juiz supremo — Gadiânton lidera o
curou destruir Helamã —
bando de Quiscúmen — O servo de
6 E aconteceu que quando se di-
Helamã mata Quiscúmen e o bando
rigia para a cadeira de juiz a fim
de Gadiânton foge para o deserto.
de destruir Helamã, eis que um
Aproximadamente 50–49 a.C.
dos servos de Helamã, que havia
E aconteceu que no quadragési- saído durante a noite e obtido, por
mo segundo ano do governo dos meio de um disfarce, conhecimen-
juízes, depois de Moronia haver to dos planos que haviam sido
restabelecido a paz entre os nefi- forjados pelo bando para destruir
tas e lamanitas, eis que ninguém Helamã —
havia para ocupar a cadeira de 7 E aconteceu que ele encontrou
juiz; portanto, o povo começou Quiscúmen e deu-lhe um sinal;
30 a Hel. 1:15. 4 a GEE Ladrões de
2 3 a Hel. 1:9. Gadiânton.
HELAMÃ 2:8–3:2 434
portanto, Quiscúmen lhe revelou 12 E mais sobre esse Gadiânton
seu objetivo, pedindo-lhe que o será exposto adiante. E assim ter-
conduzisse à cadeira do juiz, a fim minou o quadragésimo segundo
de que ele assassinasse Helamã. ano em que os juízes governaram
8 E quando o servo de Helamã o povo de Néfi.
se inteirou das intenções de Quis- 13 E eis que no fim deste livro
cúmen e de que seu objetivo era vereis que esse mesmo a Gadiân-
matar; e de que o objetivo dos que ton veio a ser a causa da ruína,
pertenciam ao seu bando era ma- sim, da destruição quase completa
tar e roubar e obter poder (e eram do povo de Néfi.
estes seus a planos secretos e suas 14 Eis que não me refiro ao fim
combinações), o servo de Helamã do livro de Helamã, mas refiro-me
disse a Quiscúmen: Vamos até a ao fim do livro de Néfi, do qual
cadeira do juiz. tirei todo o relato que escrevi.
9 Ora, isto agradou consideravel-
mente a Quiscúmen, pois supôs CAPÍTULO 3
que poderia executar seus desíg-
Muitos nefitas emigram para a terra
nios; mas eis que, ao se encami-
do norte — Eles constroem casas de
nharem para a cadeira de juiz,
cimento e fazem muitos registros —
o servo de Helamã apunhalou
Dezenas de milhares de pessoas são
Quiscúmen no coração, de modo
convertidas e batizadas — A pala-
que ele caiu morto sem um ge-
vra de Deus leva os homens à salva-
mido. E ele correu para contar a
ção — Néfi, o filho de Helamã, ocupa
Helamã tudo o que tinha visto,
a cadeira de juiz. Aproximadamente
ouvido e feito.
49–39 a.C.
10 E aconteceu que Helamã orde-
nou que prendessem esse bando E então aconteceu que no qua-
de ladrões e assassinos secretos, dragésimo terceiro ano do go-
a fim de que fossem executados verno dos juízes não houve con-
de acordo com a lei. tendas entre o povo de Néfi, com
11 Eis, porém, que ao perceber exceção de algumas demonstra-
que Quiscúmen não voltava, Ga- ções de orgulho verificadas na
diânton ficou com medo de ser igreja, as quais causaram peque-
destruído; consequentemente, fez nas dissensões entre o povo e fo-
com que seu bando o seguisse. E ram resolvidas no fim do quadra-
fugiram da terra para o deserto gésimo terceiro ano.
por um caminho secreto, de modo 2 E não houve contendas entre o
que quando Helamã os mandou povo no quadragésimo quarto ano;
prender, não foram encontrados tampouco houve muitas contendas
em lugar algum. no quadragésimo quinto ano.
8 a 2 Né. 10:15. Secretas. 4 Né. 1:42.
GEE Combinações 13 a Hel. 6:18;
435 HELAMÃ 3:3–14
3 E aconteceu que no quadra- de cimento, deixando crescer to-
gésimo sexto ano houve muitas das as árvores que brotavam na
contendas e muitas dissensões, face da terra, a fim de que mais
em virtude das quais muitos dei- tarde tivessem madeira para cons-
xaram a terra de Zaraenla e foram truir suas casas, sim, suas cidades
para a terra do a norte, a fim de e seus templos e suas sinagogas
herdar a terra. e seus santuários; e todo tipo de
4 E viajaram para muito longe, edifícios.
chegando a a grandes extensões de 10 E aconteceu que como a ma-
água e muitos rios. deira era muito escassa na terra
5 Sim, e espalharam-se por todas do norte, fizeram com que muita
as partes da terra, por todas as madeira lhes fosse enviada por
partes que não estavam desoladas a 
barco.
e sem árvores devido aos muitos 11 E assim tornaram possível
habitantes que haviam vivido na- que o povo da terra do norte cons-
quela terra anteriormente. truísse muitas cidades, tanto com
6 Ora, nenhuma parte da terra madeira como com cimento.
estava desolada, salvo no tocan- 12 E aconteceu que havia en-
te a árvores; mas em virtude da tre o a povo de Amon muitos que
grande a destruição do povo que eram lamanitas de nascimento,
antes habitara a terra, chamaram- que também foram para aquela
na b desolada. terra.
7 E como eram escassas as ár- 13 Ora, há muitos registros des-
vores na terra, o povo que para ses feitos, detalhados e extensos,
lá seguiu se tornou perito em escritos por muitos deste povo e
trabalhos de cimento; portanto, relativos a eles.
construíram casas de cimento, nas 14 Mas eis que uma centésima
quais passaram a habitar. parte dos feitos deste povo, sim,
8 E aconteceu que se multiplica- a história dos lamanitas e dos ne-
ram e espalharam-se e foram da fitas e suas guerras e contendas e
terra do sul para a terra do norte; dissensões; e de suas pregações e
e espalharam-se de tal forma que de suas profecias; e de suas via-
começaram a cobrir a face de toda gens marítimas e construção de
a terra, desde o mar do sul até o barcos; e construção de a templos
mar do norte, do a mar do oeste e de sinagogas e seus santuários; e
até o mar do leste. de sua retidão e suas iniquidades
9 E o povo que estava na terra do e seus assassinatos e seus roubos
norte vivia em tendas e em casas e suas pilhagens e todo tipo de
3 3 a Al. 63:4. b Al. 22:31. 14 a 2 Né. 5:16;
4 a Mos. 8:8; 8 a Al. 22:27, 32. Jacó 1:17;
Mórm. 6:4. 10 a Al. 63:5–8. 3 Né. 11:1.
6 a Mos. 21:25–27. 12 a Al. 27:21–26.
HELAMÃ 3:15–27 436
abominações e libertinagens, não filhos. Deu ao mais velho o nome
pode ser incluída nesta obra. de a Néfi e, ao mais novo, o nome
15 Mas eis que há muitos livros de b Leí. E principiaram a crescer
e muitos registros de toda espécie no Senhor.
que foram escritos principalmente 22 E aconteceu que no fim do
pelos nefitas. quadragésimo oitavo ano em que
16 E eles foram a transmitidos de os juízes governaram o povo de
uma geração a outra pelos nefitas, Néfi, começaram a cessar um pou-
até que eles caíram em transgres- co as dissensões e guerras entre o
são e foram assassinados, rou- povo de Néfi.
bados e perseguidos e expulsos 23 E aconteceu que no quadra-
e mortos e espalhados pela face gésimo nono ano do governo dos
da terra; e misturaram-se com juízes, houve paz contínua na ter-
os lamanitas até b não serem mais ra, com exceção das combinações
chamados de nefitas, tornando- secretas que a Gadiânton, o ladrão,
se iníquos e selvagens e ferozes, estabelecera nas partes mais po-
sim, até se transformarem em la- voadas da terra e que, na época,
manitas. não eram do conhecimento da-
17 E agora retorno ao meu relato; queles que estavam à frente do
portanto, tudo que eu disse acon- governo; portanto, não haviam
teceu após ter havido grandes sido eliminadas daquela terra.
contendas e distúrbios e guerras 24 E aconteceu que nesse mesmo
e dissensões entre o povo de Néfi. ano houve grande progresso na
18 O quadragésimo sexto ano igreja, o que fez com que milha-
do reinado dos juízes terminou. res se unissem à igreja e fossem
19 E aconteceu que havia ainda batizados para o arrependimento.
muita contenda na terra, sim, no 25 E foi tanta a prosperidade da
quadragésimo sétimo ano; e tam- igreja e tão numerosas as bênçãos
bém no quadragésimo oitavo ano. derramadas sobre o povo, que até
20 Não obstante, Helamã ocupou os sumos sacerdotes e mestres fi-
a cadeira de juiz com retidão e caram sobremaneira admirados.
equidade; sim, esforçou-se para 26 E aconteceu que a obra do
observar os estatutos, e os juízos, Senhor prosperou, batizando-se e
e os mandamentos de Deus; e fez unindo-se à igreja de Deus muitas
continuamente o que era reto aos almas, sim, dezenas de milhares.
olhos de Deus; e andou nos ca- 27 Assim podemos ver que o Se-
minhos de seu pai, de modo que nhor é misericordioso para com
prosperou na terra. todos os que invocam seu santo
21 E aconteceu que teve dois nome com sinceridade de coração.
16 a 1 Né. 5:16–19; 21 a GEE Néfi, Filho de Nefita.
Al. 37:4. Helamã. 23 a Hel. 2:4.
b Al. 45:12–14. b GEE Leí, Missionário
437 HELAMÃ 3:28–37
28 Sim, vemos, portanto, que a igreja; não na igreja de Deus, mas
porta do céu está aberta a b todos,
a 
no coração daqueles que profes-
sim, a todos os que vierem a crer savam pertencer à igreja de Deus.
no nome de Jesus Cristo, que é o 34 E encheram-se de a orgulho,
Filho de Deus. a ponto de perseguirem muitos
29 Sim, vemos que quem o de- de seus irmãos. Ora, esse foi um
sejar poderá aderir à a palavra de grande mal que fez com que a par-
Deus, que é b viva e eficaz, que te mais humilde do povo padeces-
romperá ao meio todas as artima- se grande perseguição e passasse
nhas e as armadilhas e os artifícios por muitas aflições.
do diabo; e guiará o homem de 35 Não obstante, a jejuavam e
Cristo por um caminho c estreito e b 
oravam frequentemente e torna-
apertado, através daquele d abismo vam-se cada vez mais fortes em
eterno de miséria que foi prepara- sua c humildade e cada vez mais
do para tragar os iníquos — firmes na fé em Cristo, enchen-
30 E depositar sua alma, sim, do a alma de alegria e consolo,
sua alma imortal, à a mão direita sim, d purificando e e santificando
de Deus no reino dos céus, para o coração, santificação essa resul-
sentar-se com Abraão e Isaque e tante da f entrega de seu coração
Jacó; e com todos os nossos santos a Deus.
pais, para não mais sair. 36 E aconteceu que o quinqua-
31 E nesse ano houve regozijo gésimo segundo ano também ter-
contínuo na terra de Zaraenla e minou em paz, salvo pelo exces-
em todas as regiões vizinhas, sim, sivo orgulho que se apoderara do
em toda a terra habitada pelos coração do povo; e isso devido às
nefitas. suas enormes a riquezas e à sua
32 E aconteceu que reinou paz prosperidade na terra; e aumen-
e imensa alegria durante todo o tava dia após dia.
resto do quadragésimo nono ano; 37 E aconteceu que no quinqua-
sim, e também houve paz contí- gésimo terceiro ano do governo
nua e grande alegria no quinqua- dos juízes morreu Helamã; e Néfi,
gésimo ano do governo dos juízes. seu filho mais velho, começou a
33 E houve paz também no quin- governar em seu lugar. E aconte-
quagésimo primeiro ano do reina- ceu que ele ocupou a cadeira de
do dos juízes, salvo pelo orgulho juiz com justiça e equidade; sim,
que começou a manifestar-se na ele guardou os mandamentos de
28 a 2 Né. 31:9, 17. d 1 Né. 15:28–30. d GEE Pureza, Puro.
b At. 10:28; 30 a Mt. 25:33–34. e GEE Santificação.
Rom. 2:10–11. 34 a GEE Orgulho. f 2 Crôn. 30:8;
29 a GEE Palavra de Deus. 35 a GEE Jejuar, Jejum. Mos. 3:19.
b Heb. 4:12; b GEE Oração. 36 a GEE Riquezas.
D&C 11:2. c GEE Humildade,
c 2 Né. 9:41; 33:9. Humilde, Humilhar.
HELAMÃ 4:1–11 438
Deus e andou nos caminhos de governo dos juízes conseguiram
seu pai. apoderar-se da terra de Zaraenla;
sim, e também de todas as terras,
CAPÍTULO 4 até a terra que ficava próxima à
terra de Abundância.
Dissidentes nefitas e os lamanitas
6 E os nefitas e os exércitos de
unem forças e tomam a terra de Za-
Moronia foram rechaçados para
raenla — As derrotas dos nefitas
a terra de Abundância.
ocorrem por causa de sua iniquida-
7 E ali se fortificaram contra os
de — A Igreja decai e o povo torna-se
lamanitas, desde o mar do oeste
fraco, da mesma forma que os lama-
até o leste; e essa linha que ha-
nitas. Aproximadamente 38–30 a.C.
viam fortificado e guarnecido de
E aconteceu que no quinqua- tropas para a defesa da região
gésimo quarto ano houve muitas norte tinha a extensão de um dia
dissensões na igreja e houve tam- de viagem para um nefita.
bém uma a contenda entre o povo, 8 E assim, aqueles dissidentes
de modo que muito sangue foi dos nefitas, com o auxílio de um
derramado. numeroso exército de lamanitas,
2 E os rebeldes foram mortos e apoderaram-se de todos os terri-
expulsos da terra e uniram-se ao tórios dos nefitas que ficavam na
rei dos lamanitas. terra do sul. E tudo isso ocorreu
3 E aconteceu que fizeram o pos- no quinquagésimo oitavo e no
sível para incitar os lamanitas a quinquagésimo nono ano do go-
lutarem contra os nefitas; mas verno dos juízes.
eis que os lamanitas estavam de 9 E aconteceu, no sexagésimo
tal forma amedrontados que não ano do governo dos juízes, que
deram ouvidos às palavras desses Moronia conseguiu ocupar, com
dissidentes. seus exércitos, muitas partes da
4 Mas aconteceu que no quin- terra; sim, eles reconquistaram
quagésimo sexto ano do governo muitas cidades que haviam caído
dos juízes houve a dissidentes que nas mãos dos lamanitas.
se passaram dos nefitas para os 10 E aconteceu que no sexagé-
lamanitas; e conseguiram, com simo primeiro ano do governo
os outros, incitá-los à ira contra dos juízes conseguiram recon-
os nefitas; e passaram todo aquele quistar a metade de todas as suas
ano preparando-se para a guerra. terras.
5 E no quinquagésimo sétimo 11 Ora, essa grande perda dos
ano desceram para atacar os ne- nefitas e a terrível carnificina ha-
fitas, principiando assim a obra vida entre eles não teriam acon-
de morte; sim, de tal forma que tecido se não fosse pelas iniqui-
no quinquagésimo oitavo ano do dades e abominações existentes
4 1 a 3 Né. 11:29. 4 a Hel. 5:17.
439 HELAMÃ 4:12–22
em seu meio; sim, mesmo entre 16 Pois Moronia, ao ver que eles
os que professavam pertencer à se haviam arrependido, aventu-
igreja de Deus. rou-se a conduzi-los de lugar em
12 E foi pelo a orgulho de seu lugar e de cidade em cidade até
coração, por causa de suas imen- reconquistarem a metade de suas
sas b riquezas, sim, em virtude de propriedades e a metade de suas
oprimirem os c pobres, negando terras.
alimento aos que tinham fome e 17 E assim terminou o sexagé-
roupa aos que estavam nus, esbo- simo primeiro ano do governo
feteando seus humildes irmãos, dos juízes.
zombando de tudo quanto era sa- 18 E aconteceu que no sexagési-
grado, negando o espírito de pro- mo segundo ano do governo dos
fecia e de revelação, assassinando, juízes, Moronia já não conseguiu
roubando, mentindo, furtando, tomar territórios dos lamanitas.
cometendo adultério, levantan- 19 Por essa razão desistiram do
do-se em grandes contendas e propósito de reconquistar o res-
desertando para a terra de Néfi, tante de suas terras, porque tão
entre os lamanitas — numerosos eram os lamanitas que
13 E por causa dessa sua grande se tornou impossível aos nefitas
iniquidade e a vanglória pela pró- sobrepujá-los; portanto, Moronia
pria força, foram abandonados a empregou todos os seus exércitos
sua própria força; portanto, não para conservar as partes que ha-
prosperaram, mas foram afligidos viam retomado.
e perseguidos e expulsos pelos la- 20 E aconteceu que, devido ao
manitas até perderem quase todas grande número de lamanitas, os
as suas terras. nefitas ficaram com muito medo
14 Mas eis que Moronia pregou de serem dominados e pisados e
muitas coisas ao povo, por causa mortos e destruídos.
da iniquidade deles; e também 21 Sim, começaram a lembrar-se
a 
Néfi e Leí, que eram os filhos de das profecias de Alma, bem como
Helamã, pregaram muitas coisas das palavras de Mosias; e viram
ao povo, sim, e muitas coisas pro- que tinham sido um povo obsti-
fetizaram-lhes, relativas às iniqui- nado e que haviam rejeitado os
dades deles, e ao que lhes adviria mandamentos de Deus.
se não se arrependessem de seus 22 E que haviam alterado e me-
pecados. nosprezado as a leis de Mosias, ou
15 E aconteceu que se arrepende- seja, as que o Senhor o encarrega-
ram e, à medida que se arrepen- ra de dar ao povo; e viram que as
deram, começaram a prosperar. suas leis se haviam corrompido
12 a Oba. 1:3–4; 2 Né. 9:42. 14 a Hel. 3:21.
D&C 101:42. c D&C 42:30–31. 22 a Al. 1:1.
b 1 Tim. 6:17; 13 a GEE Orgulho.
HELAMÃ 4:23–5:5 440
e que o povo se tornara iníquo, à vida pela de seus antepassados —
semelhança dos lamanitas. Cristo redime aqueles que se arrepen-
23 E em virtude de sua iniquida- dem — Néfi e Leí convertem muitos
de, a igreja começou a a decair; e e são aprisionados e fogo circunda-
eles começaram a perder a crença os — Uma nuvem de escuridão enco-
no espírito de profecia e no espí- bre trezentas pessoas — A terra treme
rito de revelação; e defrontaram- e uma voz ordena aos homens que se
se com os julgamentos de Deus. arrependam — Néfi e Leí conversam
24 E viram que se haviam torna- com anjos e a multidão é circundada
do a fracos como seus irmãos, os por fogo. Aproximadamente 30 a.C.
lamanitas, e que o b Espírito do Se-
nhor não mais os preservava; sim, E aconteceu que, nesse mesmo
havia-se afastado deles, porque o ano, eis que a Néfi entregou a ca-
Espírito do Senhor não habita em deira de juiz a um homem cha-
templos c impuros — mado Cezorã.
25 Portanto, o Senhor deixou de 2 Porque como as suas leis e os
protegê-los com seu miraculoso seus governos eram estabelecidos
e incomparável poder, porque pela a voz do povo, e os que b prefe-
haviam caído em um estado de riam o mal eram mais numerosos
a 
descrença e terrível iniquidade; e do que os que preferiam o bem,
viram que os lamanitas eram mui- estavam, portanto, amadurecendo
to mais numerosos do que eles e para a destruição, porque as leis
que, a não ser que se b apegassem haviam sido corrompidas.
ao Senhor seu Deus, inevitavel- 3 Sim, e não apenas isso; eles
mente pereceriam. eram um povo obstinado, de tal
26 Pois eis que viram ser a força modo que não podiam ser gover-
dos lamanitas tão grande quanto nados pela lei nem pela justiça, a
a sua, homem por homem. E as- não ser para sua destruição.
sim haviam caído nessa grande 4 E aconteceu que Néfi se cansa-
transgressão; sim, dessa manei- ra da iniquidade deles; e a renun-
ra em a poucos anos haviam-se ciou à cadeira de juiz e dedicou-se
tornado fracos por causa de suas a pregar a palavra de Deus pelo
transgressões. resto de seus dias, o mesmo fa-
zendo seu irmão, Leí, pelo resto
de seus dias.
CAPÍTULO 5
5 Porque se lembraram das pa-
Néfi e Leí dedicam-se a pregar — lavras que Helamã, seu pai, lhes
Seus nomes levam-nos a moldar a dissera. E são estas as palavras:
23 a GEE Apostasia. Al. 7:21; 34:36. 5 1 a Hel. 3:37.
24 a Mos. 1:13. 25 a GEE Incredulidade. 2 a Mos. 29:25–27.
b GEE Espírito Santo. b Jacó 6:5. b Al. 10:19.
c Mos. 2:37; 26 a Al. 46:8; Hel. 12:3–4. 4 a Al. 4:15–20.
441 HELAMÃ 5:6–12
6 Eis que, meus filhos, eu desejo qual o homem possa ser salvo, a
que vos lembreis de guardar os não ser por meio do b sangue ex-
mandamentos de Deus; e quise- piatório de Jesus Cristo, que virá;
ra que declarásseis ao povo estas sim, lembrai-vos de que ele vem
palavras. Eis que eu vos dei os para c redimir o d mundo.
nomes de nossos primeiros a pais, 10 E lembrai-vos também das
que vieram da terra de Jerusa- a 
palavras que Amuleque disse a
lém; e assim fiz para que, quando Zeezrom, na cidade de Amonia;
vos lembrardes de vossos nomes, pois ele disse-lhe que o Senhor
vos lembreis deles; e quando vos certamente viria para redimir seu
lembrardes deles, vos lembreis povo; que não viria, porém, redi-
de suas obras; e quando vos lem- mi-los em seus pecados, mas re-
brardes de suas obras, saibais que dimi-los de seus pecados.
foi dito e também escrito que elas 11 E ele tem poder, recebido do
foram b boas. Pai, para redimi-los de seus peca-
7 Portanto, meus filhos, desejo dos por causa do arrependimento;
que pratiqueis o bem, a fim de portanto, a enviou seus anjos para
que possa ser dito de vós e tam- anunciarem as condições do arre-
bém escrito o mesmo que foi dito pendimento, que conduz ao poder
e escrito sobre eles. do Redentor para a salvação de
8 E agora, meus filhos, eis que suas almas.
desejo algo mais de vós; e esse 12 E agora, meus filhos, lembrai-
desejo é que não façais estas coi- vos, lembrai-vos de que é sobre a
sas para vangloriar-vos, mas que a 
rocha de nosso Redentor, que é
façais estas coisas para ajuntar um Cristo, o Filho de Deus, que de-
a 
tesouro no céu, sim, que é eter- veis construir os vossos b alicerces;
no e jamais desaparece; sim, para para que, quando o diabo lançar
que tenhais o b precioso dom da a fúria de seus ventos, sim, seus
vida eterna, o qual, temos motivo dardos no torvelinho, sim, quan-
para crer, foi concedido a nossos do todo o seu granizo e violenta
pais. c 
tempestade vos açoitarem, isso
9 Oh! Lembrai-vos, lembrai-vos, não tenha poder para vos arrastar
meus filhos, das a palavras que o ao abismo da miséria e angústia
rei Benjamim disse a seu povo; sem fim, por causa da rocha sobre
sim, lembrai-vos de que nenhum a qual estais edificados, que é um
outro caminho ou meio há pelo alicerce seguro; e se os homens
6 a 1 Né. 1:1, 5. c GEE Redenção, 12 a Mt. 7:24–27;
b 2 Né. 33. Redimido, Redimir. D&C 6:34;
8 a 3 Né. 13:19–21. d GEE Mundo — Pessoas Mois. 7:53.
b D&C 14:7. que não obedecem aos GEE Pedra de Esquina;
9 a Mos. 2:9. mandamentos. Rocha.
b Mos. 3:17–18. 10 a Al. 11:34. b Isa. 28:16; Jacó 4:16.
GEE Expiação, Expiar. 11 a Al. 13:24–25. c 3 Né. 14:25, 27.
HELAMÃ 5:13–5:24 442
edificarem sobre esse alicerce, não também indicado o que deveriam
cairão. dizer —
13 E aconteceu que estas foram 19 Por conseguinte, falaram de
as palavras que Helamã disse a tal maneira que encheram os la-
seus filhos; sim, a ensinou-lhes manitas de assombro, a conven-
muitas coisas que não estão es- cendo-os de tal forma que oito
critas e também muitas coisas que mil lamanitas dos que se achavam
estão escritas. na terra de Zaraenla e imediações
14 E eles lembraram-se de suas receberam o batismo para o arre-
palavras; e por isso, guardando pendimento e convenceram-se
os mandamentos de Deus, foram da iniquidade das tradições de
pregar a palavra de Deus a todo seus pais.
o povo de Néfi, começando pela 20 E aconteceu que Néfi e Leí saí-
cidade de Abundância; ram de lá para ir à terra de Néfi.
15 E dali para a cidade de Gide; 21 E aconteceu que foram cap-
e da cidade de Gide para a de turados por um exército dos la-
Muleque; manitas e atirados na a prisão;
16 E de uma cidade a outra, até sim, naquela mesma prisão em
haverem pregado a todo o povo que Amon e seus irmãos haviam
de Néfi que se achava na terra do sido encarcerados pelos servos
sul; e de lá foram para a terra de de Lími.
Zaraenla, entre os lamanitas. 22 E depois de haverem estado
17 E aconteceu que pregaram muitos dias na prisão, sem ali-
com grande poder, confundin- mento, eis que lá entraram para
do muitos dos a dissidentes que tirá-los, a fim de matá-los.
se haviam separado dos nefitas, 23 E aconteceu que Néfi e Leí fo-
tanto que eles se adiantaram, con- ram envoltos como que por a fogo,
fessaram seus pecados e foram de modo que não se atreviam a
batizados para o arrependimen- deitar-lhes as mãos, com medo
to; e imediatamente voltaram de ser queimados. Não obstante,
para os nefitas, a fim de reme- Néfi e Leí não se queimavam; e
diar os males que lhes haviam achavam-se como se estivessem
causado. no meio do fogo e não se quei-
18 E aconteceu que Néfi e Leí mavam.
pregaram aos lamanitas com 24 E quando viram que estavam
grande poder e autoridade, por- envoltos por um a pilar de fogo e
que haviam recebido poder e au- que não os queimava, seu coração
toridade para a falar, sendo-lhes encheu-se de coragem.
13 a Mos. 1:4. Converter; 1 Né. 1:6;
17 a Hel. 4:4. Obra Missionária. D&C 29:12;
18 a D&C 100:5–8. 21 a Mos. 7:6–7; 21:23. JS—H 1:16.
GEE Profecia, Profetizar. 23 a Êx. 3:2.
19 a GEE Conversão, 24 a Êx. 14:24;
443 HELAMÃ 5:25–36
25 Porque viram que os lamani- 31 E apesar da suavidade da
tas não se atreviam a deitar-lhes as voz, eis que a terra tremeu for-
mãos; tampouco ousavam aproxi- temente e as paredes da prisão
mar-se, permanecendo parados tornaram a tremer, como se es-
como se tivessem ficado mudos tivessem prestes a ruir por ter-
de espanto. ra; e eis que a nuvem de escuri-
26 E aconteceu que Néfi e Leí dão que os havia coberto não se
começaram a falar, dizendo: Não dissipou —
temais, pois eis que foi Deus quem 32 E eis que novamente a voz
vos manifestou esta maravilha, se fez ouvir, dizendo: Arrepen-
mostrando-vos assim que não dei-vos, arrependei-vos, porque
podeis deitar-nos as mãos para o reino dos céus se aproxima; e
matar-nos. não procureis mais destruir meus
27 E eis que quando disseram servos. E aconteceu que a terra
estas palavras, a terra tremeu for- tornou a tremer e as paredes tor-
temente e as paredes da prisão naram a estremecer.
foram sacudidas, como se estives- 33 E de novo, pela terceira vez, a
sem prestes a ruir por terra; mas voz se fez ouvir e disse-lhes pala-
eis que não caíram. E eis que os vras maravilhosas que não podem
que se achavam na prisão eram ser proferidas pelo homem; e as
lamanitas e dissidentes nefitas. paredes tornaram a estremecer e
28 E aconteceu que foram cober- a terra tremeu como se estivesse
tos por uma nuvem de a escuridão prestes a fender-se.
e apoderou-se deles um grande 34 E aconteceu que os lamanitas
terror. não podiam fugir, em virtude da
29 E aconteceu que se ouviu uma nuvem de escuridão que os cobri-
a 
voz que parecia vir de cima da ra; sim, e também ficaram imobili-
nuvem de escuridão, dizendo: zados devido ao temor que deles
Arrependei-vos, arrependei-vos e se apoderara.
não procureis mais destruir meus 35 Ora, havia entre eles um nefi-
servos, os quais enviei para vos ta de nascimento, que já pertence-
anunciar boas novas. ra à igreja de Deus, mas havia-se
30 E aconteceu que quando ou- separado deles.
viram essa voz, notaram que não 36 E aconteceu que ele se voltou
era uma voz de trovão nem uma e eis que viu, através da nuvem
voz de ruído tumultuoso, mas de escuridão, os semblantes de
eis que era uma a voz mansa, de Néfi e Leí; e eis que a brilhavam
perfeita suavidade, semelhante a intensamente, como semblantes
um sussurro que penetrava até o de anjos. E viu que eles erguiam
âmago da alma — os olhos para o céu; e pareciam
28 a Êx. 14:20. 30 a 1 Re. 19:12; 36 a Êx. 34:29–35;
29 a 3 Né. 11:3–14. D&C 85:6. At. 6:15.
HELAMÃ 5:37–50 444
estar falando ou elevando a voz meio deles; sim, estavam envol-
a algum ser que contemplavam. tos, sim, como se estivessem no
37 E aconteceu que esse homem meio de um fogo ardente; contu-
bradou à multidão que se voltasse do, não lhes causava dano nem
e olhasse. E eis que receberam for- incendiava as paredes da prisão; e
ça para voltar-se e olhar; e viram encheram-se daquela a alegria que
a face de Néfi e de Leí. é inexplicável e gloriosa.
38 E perguntaram ao homem: 45 E eis que o a Santo Espírito de
Ora, o que significa tudo isto e Deus desceu do céu e penetrou-
com quem conversam esses ho- lhes o coração; e encheram-se,
mens? como que de fogo, e puderam b di-
39 Ora, o nome do homem era zer palavras maravilhosas.
Aminadabe. E Aminadabe dis- 46 E aconteceu que ouviram uma
se-lhes: Conversam com os anjos voz, sim, uma voz agradável, se-
de Deus. melhante a um sussurro, dizendo:
40 E aconteceu que os lamanitas 47  a Paz, paz seja convosco em
lhe perguntaram: a O que faremos virtude de vossa fé em meu Bem-
para que esta nuvem de escuridão Amado que era desde a fundação
que nos cobre seja removida? do mundo.
41 E Aminadabe respondeu-lhes: 48 E então, quando ouviram isto,
Deveis a arrepender-vos e clamar à levantaram os olhos, procurando
voz até que tenhais b fé em Cristo, descobrir de onde vinha a voz; e
sobre quem vos ensinaram Alma, eis que viram os a céus abertos; e
Amuleque e Zeezrom; e quando anjos desceram dos céus e minis-
fizerdes isso, a nuvem de escuri- traram entre eles.
dão que vos cobre será removida. 49 E cerca de trezentas almas
42 E aconteceu que todos co- viram e ouviram essas coisas; e
meçaram a clamar à voz daquele foi-lhes ordenado que se fossem
que havia sacudido a terra; sim, e não se maravilhassem nem du-
clamaram até que a nuvem de es- vidassem.
curidão se dissipou. 50 E aconteceu que saíram, pre-
43 E aconteceu que quando olha- gando e anunciando por todas as
ram ao redor e viram que a nuvem regiões circunvizinhas todas as
de escuridão que os cobria se dis- coisas que tinham ouvido e vis-
sipara, eis que perceberam estar to, fazendo com que a maior par-
a 
envoltos, sim, cada alma, por um te dos lamanitas se convencesse
pilar de fogo. delas em virtude da grandeza das
44 E Néfi e Leí achavam-se no evidências que haviam recebido.
40 a At. 2:37–39. 43 a 3 Né. 17:24; 19:14. b GEE Dons do Espírito.
41 a GEE Arrepender-se, 44 a GEE Alegria. 47 a GEE Paz.
Arrependimento. 45 a 3 Né. 9:20; 48 a 1 Né. 1:8.
b GEE Fé. Ét. 12:14.
445 HELAMÃ 5:51–6:9
51 E todos os que se convence-
a 
haver sido organizada entre eles.
ram abandonaram suas armas de E a confraternizaram-se e juntos
guerra, bem como seu ódio e as se regozijaram; e tiveram grande
tradições de seus pais. alegria.
52 E aconteceu que devolveram 4 E aconteceu que muitos dos
aos nefitas as terras de sua he- lamanitas desceram para a terra
rança. de Zaraenla e contaram ao povo
nefita como se haviam a conver-
CAPÍTULO 6 tido, exortando-os à fé e ao arre-
pendimento.
Os lamanitas justos pregam a nefitas
5 Sim, e muitos pregaram com
iníquos — Ambos os povos prospe-
tão grande poder e autoridade
ram durante uma era de paz e abun-
que levaram muitos a se humi-
dância — Lúcifer, o autor do pecado,
lharem profundamente, conver-
incita o coração dos iníquos e dos la-
tendo-se em humildes seguidores
drões de Gadiânton ao assassinato e à
de Deus e do Cordeiro.
iniquidade — Os ladrões apoderam-se
6 E aconteceu que muitos dos
do governo nefita. Aproximadamente
lamanitas foram para a a terra do
29–23 a.C.
norte; e Néfi e Leí também foram
E aconteceu que quando termi- para a terra do norte a fim de pre-
nou o sexagésimo segundo ano gar ao povo. E assim terminou o
do governo dos juízes, todas es- sexagésimo terceiro ano.
sas coisas haviam acontecido e os 7 E eis que houve paz em toda
lamanitas tinham-se tornado, na a terra, tanto que os nefitas iam a
maior parte, um povo justo, a tal qualquer parte da terra que qui-
ponto que sua a retidão excedia à sessem, fosse entre os nefitas ou
dos nefitas em virtude de sua fir- entre os lamanitas.
meza e constância na fé. 8 E aconteceu que os lamanitas
2 Porque eis que muitos nefi- também iam aonde desejavam,
tas se tornaram a insensíveis, im- tanto entre os lamanitas como
penitentes e extremamente iní- entre os nefitas; e, assim, havia
quos, a ponto de rejeitarem a livre intercâmbio entre eles para
palavra de Deus e todas as pre- comprar, vender e obter lucro, se-
gações e profecias que lhes foram gundo seus desejos.
feitas. 9 E aconteceu que se tornaram
3 Não obstante, o povo da igre- imensamente ricos, tanto os la-
ja sentiu grande alegria em face manitas quanto os nefitas; e havia
da conversão dos lamanitas, sim, grande abundância de ouro e de
em virtude de a igreja de Deus prata e de toda sorte de metais
51 a Al. 31:5. 3 a GEE Confraternizar. 6 a Al. 63:4–9;
6 1 a Hel. 13:1. 4 a GEE Conversão, Hel. 3:11–12.
2 a Rom. 1:28–32. Converter.
HELAMÃ 6:10–20 446
preciosos, tanto na terra do sul quando sentado na cadeira de
como na do norte. juiz. E aconteceu que no mesmo
10 Ora, a terra do sul foi cha- ano seu filho, que havia sido no-
mada Leí e a terra do norte foi meado pelo povo para substituí-
chamada a Muleque, segundo o lo, foi também assassinado. E as-
filho de Zedequias; porque o Se- sim terminou o sexagésimo sexto
nhor havia conduzido Muleque ano.
para a terra do norte e Leí para a 16 E no começo do sexagésimo
terra do sul. sétimo ano o povo começou a ficar
11 E eis que em ambas essas ter- extremamente iníquo outra vez.
ras havia todo tipo de ouro e de 17 Pois eis que o Senhor os ha-
prata e de minerais preciosos de via abençoado com riquezas do
toda espécie; e havia também há- mundo por tanto tempo, que não
beis artífices que trabalhavam e haviam sido instigados a irar-se
refinavam toda espécie de miné- nem a guerrear nem a derramar
rio; e assim, tornaram-se ricos. sangue; por conseguinte começa-
12 Eles cultivaram cereais em ram a pôr o coração nas riquezas;
abundância, tanto no norte como sim, começaram a visar a lucros,
no sul; e prosperaram muito, tan- para elevarem-se uns acima dos
to no norte como no sul. E multi- outros; portanto, principiaram
plicaram-se e tornaram-se extre- a cometer a assassinatos secretos
mamente fortes na terra e criaram e a roubar e a saquear, a fim de
muitos rebanhos e manadas, sim, obter lucros.
muitos animais cevados. 18 E então eis que esses assassi-
13 Eis que suas mulheres traba- nos e saqueadores pertenciam a
lhavam e fiavam e faziam toda um grupo que havia sido formado
sorte de tecidos de linho fino; e por Quiscúmen e a Gadiânton. E
tecidos de todo tipo para cobrir então aconteceu que havia muitos
sua nudez. E assim transcorreu do bando de Gadiânton, mesmo
em paz o sexagésimo quarto ano. entre os nefitas. Eis, porém, que
14 E no sexagésimo quinto ano eram mais numerosos entre a par-
tiveram também muita alegria e te mais iníqua dos lamanitas; e
paz, sim, muita pregação e muitas eram conhecidos como os ladrões
profecias relativas ao que haveria e assassinos de Gadiânton.
de acontecer. E assim se passou o 19 E foram eles que assassinaram
sexagésimo quinto ano. Cezorã, o juiz supremo, e seu fi-
15 E aconteceu que no sexagé- lho, quando na cadeira de juiz; e
simo sexto ano do governo dos eis que não foram encontrados.
juízes, eis que a Cezorã foi assas- 20 E então aconteceu que os la-
sinado por mão desconhecida, manitas, quando descobriram que
10 a Mos. 25:2–4; 15 a Hel. 5:1. 18 a Hel. 2:4, 12–13.
Hel. 8:21. 17 a 3 Né. 9:9.
447 HELAMÃ 6:21–29
havia ladrões entre eles, afligiram- que haviam sido instituídas por
se muito; e usaram de todos os Gadiânton e Quiscúmen.
meios ao seu alcance para exter- 25 Ora, eis que foram esses os
miná-los da face da terra. a 
juramentos e convênios secretos
21 Eis, porém, que Satanás in- que Alma ordenou a seu filho não
citou de tal modo o coração da revelar ao mundo, para que não
maioria dos nefitas que eles se viessem a se tornar um meio de
uniram a esse bando de ladrões, destruição do povo.
participando de seus convê- 26 Ora, eis que esses a juramen-
nios e seus juramentos de que tos e convênios secretos não che-
se protegeriam e preservariam garam a Gadiânton por meio dos
mutuamente em quaisquer cir- registros confiados a Helamã;
cunstâncias difíceis em que se mas eis que foram postos no co-
encontrassem, para não serem ração de Gadiânton pelo b mes-
castigados por seus assassinatos mo ser que induziu nossos pri-
e suas pilhagens e seus roubos. meiros pais a comerem do fruto
22 E aconteceu que tinham seus proibido —
sinais, sim, seus a sinais secretos 27 Sim, aquele mesmo ser que
e suas palavras secretas; e isto conspirou com a Caim, dizendo-
para que pudessem reconhecer lhe que, se matasse seu irmão
um irmão que tivesse entrado no Abel, o mundo não o saberia. E
convênio, para que, qualquer que conspirou com Caim e seus se-
fosse a iniquidade cometida por guidores daí em diante.
ele, não fosse prejudicado pelos 28 E foi também esse mesmo
irmãos nem por qualquer dos que ser que pôs no coração do povo a
pertencessem a seu bando e que ideia de a construir uma torre tão
tivessem feito esse convênio. alta que alcançasse o céu. E foi
23 E assim podiam matar e sa- esse mesmo ser que enganou o
quear e roubar e entregar-se à lu- povo que veio daquela torre para
xúria e a toda sorte de iniquida- esta terra; que espalhou obras de
des contrárias às leis de seu país e trevas e abominações por toda a
também às leis de seu Deus. face da terra até arrastar este povo
24 E quem quer que pertencesse à mais b completa destruição e ao
a seu bando e revelasse ao mundo inferno sem fim.
suas a iniquidades e suas abomina- 29 Sim, o mesmo ser que incul-
ções seria julgado, não de acordo cou no coração de a Gadiânton a
com as leis de seu país, mas se- continuação de obras tenebrosas
gundo as leis de sua iniquidade, e assassinatos secretos; e tem-nas
22 a GEE Combinações 26 a Mois. 5:29, 49–52. 28 a Gên. 11:1–4;
Secretas. b 3 Né. 6:28; Ét. 1:3.
24 a GEE Iniquidade, Iníquo. Mois. 4:6–12. b Ét. 8:9, 15–25.
25 a Al. 37:27–32. 27 a Mois. 5:18–33. 29 a Hel. 2:4–13.
HELAMÃ 6:30–39 448
propagado desde o princípio do começaram a crescer extraordina-
homem até agora. riamente no conhecimento de seu
30 E eis que é ele o a autor de Deus; sim, eles principiaram a
todo pecado. E eis que leva avan- observar os seus estatutos e man-
te suas obras de trevas e assassi- damentos e a andar em verdade e
natos secretos; e transmite suas retidão perante ele.
conspirações e seus juramentos e 35 E assim vemos que o Espírito
seus convênios e seus planos de do Senhor começou a a afastar-se
terrível iniquidade, de geração em dos nefitas, em vista de suas iniqui-
geração, à medida que consegue dades e da dureza de seu coração.
apoderar-se do coração dos filhos 36 E assim vemos que o Senhor
dos homens. começou a derramar seu Espírito
31 E agora, eis que ele havia con- sobre os lamanitas, em virtude da
seguido grande poder sobre o facilidade e empenho que mostra-
coração dos nefitas; sim, de tal vam em crer nas suas palavras.
forma que se haviam tornado ter- 37 E aconteceu que os lamanitas
rivelmente iníquos; sim, a maioria perseguiram o bando de ladrões
deles se haviam desviado do ca- de Gadiânton; e pregaram a pala-
minho da retidão; e a espezinha- vra de Deus aos mais iníquos den-
ram os mandamentos de Deus e tre eles, de modo que esse bando
seguiram seus próprios caminhos de ladrões ficou inteiramente des-
e construíram, com seu ouro e sua truído entre os lamanitas.
prata, ídolos para si próprios. 38 E aconteceu, por outro lado,
32 E aconteceu que todas essas que os nefitas ajudaram e apoia-
iniquidades ocorreram no espaço ram esses ladrões, começando
de a não muitos anos, sendo que a pelos mais iníquos deles, até que
maior parte delas começou entre eles se espalharam por toda a ter-
eles no sexagésimo sétimo ano ra dos nefitas e seduziram a maior
em que os juízes governaram o parte dos justos, que passaram a
povo de Néfi. crer em suas obras e a participar
33 E suas iniquidades agrava- de seus saques, associando-se a
ram-se também no sexagésimo eles em seus homicídios e com-
oitavo ano, para grande tristeza binações secretas.
e lamentação dos justos. 39 E assim obtiveram total con-
34 E assim vemos que os ne- trole do governo, tanto que espe-
fitas começaram a degenerar, zinharam e feriram e maltrataram
caindo na incredulidade, e a au- e desprezaram os a pobres e os
mentar suas iniquidades e abomi- mansos e os humildes seguido-
nações, ao passo que os lamanitas res de Deus.
30 a Al. 5:39–42; 31 a 1 Né. 19:7. 39 a Salm. 109:16;
Morô. 7:12, 17; 32 a Al. 46:8. Al. 5:54–56;
Mois. 4:4. 35 a Mos. 2:36; D&C 121:37. D&C 56:16.
449 HELAMÃ 6:40–7:7
40 E assim vemos que se acha- permanecer no meio deles e vol-
vam num estado terrível, a ama- tou para sua terra de origem.
durecendo para uma destruição 4 E vendo o povo naquele estado
eterna. de tão terrível iniquidade e aque-
41 E assim terminou o sexagé- les ladrões de Gadiânton ocupan-
simo oitavo ano em que os juízes do as cadeiras dos juízes — tendo
governaram o povo de Néfi. usurpado o poder e a autoridade
da terra; desprezando os manda-
mentos de Deus e em nada sendo
Profecia de Néfi, Filho de He- dignos perante ele; não fazendo
lamã — Deus ameaça visitar o justiça aos filhos dos homens;
povo de Néfi em sua cólera, até 5 Condenando os justos, em vir-
sua inteira destruição, caso não tude de sua retidão; deixando os
se arrependa de suas iniquida- culpados e iníquos impunes, por
des. Deus fere o povo de Néfi causa de seu dinheiro; e ainda
com uma pestilência; o povo ar- mais, mantendo-os em altos car-
repende-se e volta-se para ele. Sa- gos de governo para dirigirem e
muel, um lamanita, profetiza aos fazerem o que bem quisessem, a
nefitas. fim de enriquecerem e gozarem
as glórias do a mundo e, também,
Abrange os capítulos 7 a 16.
para mais facilmente poderem co-
meter adultério e roubar e matar e
CAPÍTULO 7 proceder de acordo com a própria
vontade —
Néfi é rejeitado no norte e volta para
6 Ora, esta grande iniquida-
Zaraenla — Ele ora na torre de seu
de tomara conta dos nefitas no
jardim e depois chama o povo ao ar-
espaço de poucos anos; e quan-
rependimento, para que não pereça.
do Néfi viu isto, encheu-se-lhe
Aproximadamente 23–21 a.C.
o coração de mágoa dentro do
Eis que aconteceu, no sexagésimo peito; e exclamou, na agonia de
nono ano em que os juízes gover- sua alma:
naram o povo nefita, que Néfi, fi- 7 Oh! Se eu tivesse vivido nos
lho de Helamã, a retornou da terra dias em que meu pai Néfi saiu
do norte para a terra de Zaraenla. da terra de Jerusalém, para que
2 Pois ele havia estado com o eu me regozijasse com ele na ter-
povo que habitava a terra do norte ra da promissão! Então seu povo
e pregara-lhes a palavra de Deus; era fácil de persuadir, firme na
e profetizara-lhes muitas coisas; obediência aos mandamentos de
3 E rejeitaram todas as suas pala- Deus, lento em ser induzido à prá-
vras, de modo que Néfi não pôde tica de iniquidades; e era rápido
40 a Hel. 5:2; 11:37; 7 1 a Hel. 6:6.
D&C 18:6. 5 a Mt. 13:22; 16:26.
HELAMÃ 7:8–21 450
em dar ouvidos às palavras do 15 E por causa de meus clamo-
Senhor — res e lamentos vos haveis reunido
8 Sim, se eu pudesse ter vivido e estais admirados; sim, tendes
naqueles dias, então minha alma muito de que ficar admirados;
se teria regozijado com a retidão sim, deveríeis estar admirados
de meus irmãos! por haverdes permitido que o dia-
9 Mas eis que me toca viver nes- bo tivesse tanto poder sobre vosso
tes dias e sentir a alma cheia de coração.
amargura por causa dessa iniqui- 16 Sim, como pudestes ser se-
dade de meus irmãos. duzidos por aquele que procura
10 Ora, eis que isso aconteceu mergulhar-vos a alma em miséria
em uma torre que se achava no sem fim e angústia interminável?
jardim de Néfi, que ficava perto da 17 Oh! Arrependei-vos, arrepen-
estrada que conduzia ao mercado dei-vos! a Por que desejais mor-
principal da cidade de Zaraenla; e rer? Voltai-vos, voltai-vos para o
inclinou-se Néfi nessa torre que fi- Senhor vosso Deus. Por que vos
cava em seu jardim, torre essa que abandonou ele?
também ficava perto do portão do 18 Porque haveis endurecido o
jardim, que se abria para a estrada. coração; sim, porque não quereis
11 E aconteceu que certos ho- dar ouvidos à voz do a Bom Pastor;
mens, passando por ali, viram sim, haveis b provocado sua cólera
Néfi que, na torre, elevava a alma contra vós.
a Deus; e correram e contaram ao 19 E a não ser que vos arrepen-
povo o que haviam visto. E o povo dais, eis que, ao invés de vos a reu-
reuniu-se em multidões para sa- nir, ele vos dispersará, para que vos
ber a causa de tão grande lamen- torneis alimento de cães e feras.
tação pela iniquidade do povo. 20 Oh! Como pudestes vos es-
12 E então, quando se levantou, quecer de vosso Deus, no próprio
viu Néfi as multidões que se ha- dia em que ele vos libertou?
viam reunido. 21 Mas eis que é para obterdes
13 E aconteceu que abriu a boca lucros, para serdes louvados pelos
e disse-lhes: a Por que vos haveis homens, sim, e para adquirirdes
reunido? Para que eu vos fale de ouro e prata. E haveis colocado o
vossas iniquidades? coração nas riquezas e coisas vãs
14 Sim, porque eu subi a minha deste a mundo; e por elas assassi-
torre para elevar a alma a Deus, nais e saqueais e roubais e levan-
devido à profunda tristeza de meu tais b falsos testemunhos contra o
coração causada por vossas ini- próximo, entregando-vos a toda
quidades! sorte de iniquidades.
13 a Mt. 3:5–8. Al. 5:38–41, 57–60. 19 a 3 Né. 10:4–7.
17 a Eze. 18:23, 31–32. GEE Bom Pastor. 21 a GEE Mundanismo.
18 a Eze. 34:12; b Jacó 1:8; b Êx. 20:16;
Jo. 10:14–16; Al. 12:36–37. Mt. 15:19–20.
451 HELAMÃ 7:22–8:1
22 E ai de vós por essa razão, a vosso coração e que vos engrande-
menos que vos arrependais. Pois ceu além do que é devido por cau-
se não vos arrependerdes, eis que sa de vossas enormes b riquezas!
esta grande cidade e também to- 27 Sim, ai de vós por causa de
das as grandes cidades circunvi- vossas iniquidades e abomina-
zinhas que ficam na terra de nossa ções!
possessão serão tomadas e não 28 E a não ser que vos arrepen-
tereis lugar nelas; pois eis que o dais, perecereis; sim, até vossas
Senhor não vos concederá a forças terras vos serão tomadas e sereis
para resistirdes a vossos inimigos, varridos da face da Terra.
como tem feito até agora. 29 Ora, eis que não digo por mim
23 Pois eis que assim diz o Se- mesmo que estas coisas sucede-
nhor: Não manifestarei minha for- rão, porque não é por mim mesmo
ça aos ímpios, a um mais do que que sei estas coisas; mas eis que
a outro, a não ser aos que se arre- a 
sei que estas coisas são verda-
pendem de seus pecados e ouvem deiras porque o Senhor Deus mas
minhas palavras. Agora, meus deu a conhecer; portanto, testifico
irmãos, quisera que compreen- que sucederão.
dêsseis que será a melhor para os
lamanitas do que para vós, a não CAPÍTULO 8
ser que vos arrependais.
Juízes corruptos procuram incitar o
24 Pois eis que eles são mais
povo contra Néfi — Abraão, Moisés,
justos do que vós, porque não
Zenos, Zenoque, Ezias, Isaías, Jere-
pecaram contra esse grande co-
mias, Leí e Néfi, todos testificaram a
nhecimento que haveis recebido.
respeito de Cristo — Por inspiração,
Portanto, o Senhor será misericor-
Néfi anuncia o assassinato do juiz su-
dioso para com eles; sim, a prolon-
premo. Aproximadamente 23–21 a.C.
gará seus dias e aumentará sua
posteridade, ao passo que sereis E então aconteceu que quando
completamente b destruídos, a não Néfi disse essas palavras, eis que
ser que vos arrependais. havia homens que eram juízes
25 Sim, ai de vós por causa da e também pertenciam ao bando
grande abominação que se intro- secreto de Gadiânton, os quais fi-
duziu em vosso meio; e vos haveis caram encolerizados e clamaram
unido a ela, sim, a esse a bando contra ele, dizendo ao povo: Por
secreto que foi organizado por que não agarrais esse homem e
Gadiânton! não o trazeis para ser condena-
26 Sim, a ai de vós por causa do do de acordo com o crime que
orgulho que permitistes entrar em cometeu?
22 a Mos. 7:29. D&C 5:33. 26 a Isa. 5:8–25.
23 a Hel. 15:11–15. b Al. 9:19. b Jacó 2:13.
24 a Al. 9:16; 25 a Hel. 3:23. 29 a Al. 5:45–46.
HELAMÃ 8:2–13 452
2 Por que olhais para esse ho- 8 Sim, eis que todos os castigos
mem e ficais ouvindo-o ultrajar sobre os quais ele nos testificou
este povo e nossa lei? cairão sobre nós; porque sabemos
3 Porque eis que Néfi lhes falara que ele não disse senão a verdade
a respeito da corrupção de suas sobre nossas iniquidades. E eis
leis; sim, e muitas coisas disse- que são muitas; e ele a sabe tão
lhes Néfi, que não podem ser es- bem das coisas que nos acontece-
critas; e nada disse ele que fosse rão quanto de nossas iniquidades.
contrário aos mandamentos de 9 Sim, e eis que se ele não fosse
Deus. profeta, não poderia haver testi-
4 E esses juízes encolerizaram-se ficado a respeito dessas coisas.
com ele, porque lhes a falou aber- 10 E aconteceu que as pessoas
tamente a respeito de suas obras que desejavam destruir Néfi fo-
de trevas; não obstante, não se ram impedidas, por temor, de dei-
atreviam a deitar-lhe as mãos, tar-lhe as mãos; portanto, vendo
temendo que o povo se voltasse que conquistara a simpatia de
contra eles. alguns, a tal ponto que os outros
5 Por conseguinte clamaram ao se atemorizaram, ele recomeçou
povo, dizendo: Por que permitis a falar-lhes.
que este homem nos ultraje? Pois 11 Foi, portanto, compelido a
eis que ele condena todo este povo falar-lhes mais, dizendo: Eis
à destruição; sim, e diz também que, meus irmãos, não lestes que
que nossas grandes cidades nos Deus deu poder a um homem,
serão tomadas, de modo que ne- sim, Moisés, para ferir as águas
las não teremos lugar. do a Mar Vermelho, e elas divi-
6 E no entanto sabemos que isso diram-se para os dois lados, de
é impossível, pois eis que somos modo que os Israelitas, que eram
poderosos e grandes são as nossas nossos pais, atravessaram a pé
cidades; portanto, nossos inimigos enxuto e as águas fecharam-se
não podem ter poder sobre nós. sobre os exércitos dos egípcios e
7 E aconteceu que dessa forma tragaram-nos?
instigaram o povo à cólera con- 12 E agora, eis que se Deus atri-
tra Néfi e provocaram contendas buiu a esse homem tal poder, por
entre eles; porque alguns clama- que discordais entre vós e dizeis
ram: Deixai este homem em paz, que ele não me concedeu poder
porque é um bom homem; e as para saber dos castigos que vos
coisas que declara certamente sobrevirão, caso não vos arrepen-
acontecerão, a não ser que nos dais?
arrependamos; 13  Mas eis que não somente
8 4 a 1 Né. 16:2–3. 1 Né. 17:26; Mois. 1:25.
8 a Hel. 7:29. Mos. 7:19;
11 a Êx. 14:16; D&C 8:2–3;
453 HELAMÃ 8:14–22
negais minhas palavras, como Abraão, que foram chamados se-
também negais todas as palavras gundo a b ordem de Deus, sim,
que foram proferidas por nossos segundo a ordem de seu Filho; e
pais; e também as palavras que isso para que fosse mostrado ao
foram proferidas por esse homem, povo, muitos milhares de anos an-
Moisés, que recebeu tão grande tes de sua vinda, que na verdade
poder, sim, as palavras que ele receberiam a redenção.
proferiu a respeito da vinda do 19 E agora, quisera que soubés-
Messias. seis que desde os dias de Abraão
14 Sim, não deu ele testemunho houve muitos profetas que testifi-
de que o Filho de Deus haveria de caram essas coisas; sim, eis que o
vir? E assim como ele a levantou a profeta a Zenos testificou intrepi-
serpente de metal no deserto, as- damente; por essa razão foi morto.
sim também será levantado aque- 20 E eis que também a Zenoque e
le que há de vir. também Ezias e também b Isaías e
15 E assim como todos os que c 
Jeremias (sendo Jeremias o mes-
olharam para aquela serpente a vi- mo profeta que predisse a des-
veram, assim também todos os truição de d Jerusalém); e agora
que olharem para o Filho de Deus, sabemos que Jerusalém foi des-
com fé, tendo espírito contrito, truída, segundo as palavras de
b 
viverão, sim, para a vida eterna. Jeremias. Oh! então por que não
16  Ora, eis que não somente há de vir o Filho de Deus, segun-
Moisés testificou a respeito des- do sua profecia?
tas coisas, mas também a todos os 21 E agora negareis que a Jerusa-
santos profetas, desde os seus dias lém foi destruída? Direis que os
até os dias de Abraão. b 
filhos de Zedequias não foram
17 Sim, e eis que a Abraão viu a todos mortos, com exceção de
sua vinda e encheu-se de alegria c 
Muleque? Sim, e não vedes que
e regozijou-se. os descendentes de Zedequias es-
18 Sim, e eis que vos digo que tão conosco e que foram expulsos
Abraão não foi o único que teve da terra de Jerusalém? Todavia,
conhecimento destas coisas, mas eis que isso não é tudo —
houve a muitos, antes dos dias de 22 Nosso pai Leí foi expulso de
14 a Núm. 21:6–9; 17 a Gên. 22:8–14; b Isa. 53.
2 Né. 25:20; Jo. 8:56. c 1 Né. 5:13; 7:14.
Al. 33:19–22. 18 a Al. 13:19; d Jer. 26:18;
GEE Jesus Cristo — D&C 84:6–16; 136:37. 1 Né. 1:4.
Simbolismos ou b GEE Sacerdócio de 21 a 2 Né. 6:8;
símbolos de Cristo. Melquisedeque. Ômni 1:15.
15 a 1 Né. 17:41; 19 a Al. 34:7. b 2 Re. 25:7;
Al. 37:45–47; 20 a 1 Né. 19:10; Jer. 39:6; 52:10.
3 Né. 15:9. 3 Né. 10:15–16. c Eze. 17:22–23;
b Jo. 11:25. GEE Escrituras — Hel. 6:10.
16 a Jacó 4:4–5; 7:11. Escrituras perdidas.
HELAMÃ 8:23–9:2 454
Jerusalém porque testificou estas 27 Sim, eis que ela já se acha às
coisas. Néfi também testificou es- vossas portas; sim, ide até a cadei-
tas coisas e também quase todos ra do juiz, e investigai; e eis que
os nossos pais, até os dias de hoje; vosso juiz foi assassinado, e a jaz
sim, eles testificaram a respeito da em seu sangue; e ele foi assassina-
a 
vinda de Cristo e aguardaram do b por seu irmão, que ambiciona
ansiosamente e regozijaram-se no ocupar a cadeira de juiz.
seu dia que está para vir. 28 E eis que ambos pertencem ao
23 E eis que ele é Deus e está vosso bando secreto, cujos a fun-
com eles e manifestou-se a eles; dadores são Gadiânton e o ser
de modo que foram redimidos maligno que procura destruir a
por ele; e eles glorificaram-no, alma dos homens.
em virtude do que está para vir.
24 E agora, vendo que sabeis CAPÍTULO 9
estas coisas e que não as podeis
Mensageiros encontram o juiz supre-
negar sem que mintais, haveis,
mo morto na cadeira de juiz — Eles
portanto, pecado nisto, porque
são aprisionados e posteriormente li-
rejeitastes todas estas coisas ape-
bertados — Por inspiração, Néfi iden-
sar das muitas evidências que re-
tifica Seântum como o assassino —
cebestes; sim, vós haveis recebido
Néfi é aceito por alguns como profeta.
a 
todas as coisas, tanto as coisas
Aproximadamente 23–21 a.C.
do céu como todas as coisas que
estão na Terra, como testemunho Então aconteceu que quando
de que são verdadeiras. Néfi disse estas palavras, certos
25 Mas eis que rejeitastes a ver- homens que se achavam entre eles
dade e vos haveis a rebelado contra correram para a cadeira do juiz,
vosso Santo Deus; e mesmo agora, sim, e eram cinco os que foram;
ao invés de acumulardes para vós e diziam entre si, enquanto iam:
b 
tesouros no céu, onde nada se 2 Eis que agora saberemos com
corrompe e onde nada de impuro certeza se este homem é um pro-
pode entrar, estais acumulando feta e se Deus lhe ordenou que
para vós ira para o dia do c juízo. nos profetizasse coisas tão mara-
26 Sim, mesmo agora estais ama- vilhosas. Eis que não cremos que
durecendo, em virtude de vossos o tenha feito; sim, não cremos que
assassinatos e vossa a fornicação e ele seja um profeta; não obstante,
iniquidade, para a destruição eter- se o que ele disse a respeito do
na; sim, e a não ser que vos arre- juiz supremo for verdade, que ele
pendais, ela cairá logo sobre vós. está morto, então acreditaremos
22 a GEE Jesus Cristo — Mois. 6:63. 121:23–25.
Profecias acerca do 25 a Mos. 2:36–38; 3:12. 26 a GEE Fornicação.
nascimento e da morte b Hel. 5:8; 27 a Hel. 9:3, 15.
de Jesus Cristo. 3 Né. 13:19–21. b Hel. 9:6, 26–38.
24 a Al. 30:44; c D&C 10:20–23; 28 a Hel. 6:26–30.
455 HELAMÃ 9:3–15
que as outras palavras que disse havia sido morto e que os assas-
são verdadeiras. sinos haviam sido agarrados e
3 E aconteceu que correram com atirados na prisão.
todas as suas forças e chegaram 10 E aconteceu que no dia se-
à cadeira do juiz; e eis que o juiz guinte o povo se reuniu para
supremo havia caído por terra e prantear e a jejuar no funeral do
a 
jazia em seu sangue. grande juiz supremo que havia
4 E então eis que, quando eles vi- sido morto.
ram isso, ficaram admiradíssimos, 11 E assim, também aqueles juí-
de tal forma que caíram por terra; zes que se achavam no jardim de
pois eles não haviam acreditado Néfi e haviam ouvido suas pala-
nas palavras que Néfi dissera a vras estavam juntos no funeral.
respeito do juiz supremo. 12 E aconteceu que interrogaram
5  Mas então, quando viram, o povo, dizendo: Onde estão os
acreditaram; e apoderou-se deles cinco que foram enviados para
o medo de que todos os castigos verificar se o juiz supremo esta-
dos quais Néfi falara atingissem va morto? E eles responderam:
o povo; portanto, tremeram e caí- Quanto a esses cinco homens que
ram por terra. dizeis terdes enviado, nada sabe-
6 Ora, logo depois que o juiz su- mos; mas há cinco que são os as-
premo foi assassinado — tendo sassinos, que pusemos na prisão.
ele sido apunhalado secretamente 13 E aconteceu que os juízes pe-
pelo irmão, que fugiu — os servos diram que eles fossem levados a
correram, gritando para avisar o sua presença; e foram levados à
povo do assassinato; presença deles e eis que eram os
7 E eis que o povo se reuniu cinco que haviam sido enviados;
no lugar da cadeira do juiz — e e eis que os juízes os interroga-
eis que, para seu espanto, viram ram a respeito do acontecido e
aqueles cinco homens que haviam eles contaram tudo o que haviam
caído por terra. feito, dizendo:
8 E então eis que o povo nada 14 Corremos e chegamos ao lu-
sabia a respeito da multidão que gar da cadeira do juiz; e quando
se reunira no a jardim de Néfi; por- vimos todas as coisas conforme
tanto, disseram entre si: Estes ho- Néfi atestara, ficamos assombra-
mens são os assassinos do juiz e dos e caímos por terra; e quan-
Deus feriu-os para que não pu- do nos recobramos de nosso as-
dessem fugir de nós. sombro, eis que nos atiraram na
9 E aconteceu que os agarraram prisão.
e foram amarrados e atirados na 15 Ora, quanto ao assassínio des-
prisão. E foi enviada por toda par- te homem, não sabemos quem o
te uma proclamação de que o juiz cometeu; e sabemos apenas isto:
9 3 a Hel. 8:27. 8 a Hel. 7:10. 10 a GEE Jejuar, Jejum.
HELAMÃ 9:16–28 456
que fomos correndo, segundo vós, insensatos, vós, incircun-
a 

vosso desejo, e eis que ele estava cisos de coração; e vós, cegos, e
morto, de acordo com as palavras vós, povo b obstinado! Por quanto
de Néfi. tempo pensais que o Senhor vos-
16 E então aconteceu que os juí- so Deus vos permitirá seguir por
zes explicaram a questão ao povo essa senda de pecado?
e acusaram Néfi, dizendo: Eis que 22 Oh! Deveríeis começar a ui-
sabemos que este Néfi deve ter var e a a lamentar-vos por causa
combinado com alguém para ma- da grande destruição que agora
tar o juiz e depois contar-nos, a mesmo vos espera, a não ser que
fim de converter-nos a sua fé, para vos arrependais.
ser considerado como um grande 23 Eis que afirmais que eu cons-
homem, escolhido por Deus, e um pirei com um homem para que
profeta. ele assassinasse Seezorã, nosso
17 E agora eis que denunciare- juiz supremo. Eis que vos digo,
mos este homem e ele confessará porém, que fazeis isto porque vos
sua culpa e revelar-nos-á o verda- testifiquei a respeito do aconte-
deiro assassino do juiz. cido, a fim de que o soubésseis;
18 E aconteceu que os cinco fo- sim, como prova de que eu tinha
ram postos em liberdade no dia conhecimento das iniquidades
do funeral. Não obstante, eles re- e abominações que existem no
preenderam os juízes pelas pala- meio de vós.
vras que haviam proferido contra 24 E porque fiz isso, dizeis que
Néfi, discutindo com eles, um a conspirei com um homem para
um, a ponto de confundi-los. que praticasse o crime; sim, por
19 Não obstante, eles fizeram vos haver dado esse sinal estais
com que Néfi fosse preso e amar- irados comigo e pretendeis tirar-
rado e conduzido perante a mul- me a vida.
tidão; e começaram a interrogá-lo 25 E agora, eis que vos darei ou-
de diferentes maneiras, esperando tro sinal, para ver se, com isto,
que caísse em contradição para procurareis destruir-me.
poderem condená-lo à morte — 26 Eis que vos digo: Ide à casa
20 Dizendo-lhe: Tu és cúmplice; de Seântum, a irmão de Seezorã, e
quem é o homem que cometeu perguntai-lhe —
este crime? Dize-nos agora e ad- 27 Néfi, o pretenso profeta, que
mite tua culpa. Eis aqui dinheiro; profetiza tanto mal a respeito des-
e também te concederemos a vida, te povo, conspirou contigo para
se nos contares e admitires a alian- que matasses Seezorã, teu irmão?
ça que fizeste com ele. 28 E eis que ele vos responde-
21 Mas Néfi respondeu-lhes: Ó rá: Não.
21 a At. 7:51. 22 a Mos. 7:24.
b GEE Rebeldia, Rebelião. 26 a Hel. 8:27.
457 HELAMÃ 9:29–10:2
29 E perguntar-lhe-eis: Assassi- assassino, de modo que os cinco
naste teu irmão? foram postos em liberdade, assim
30 E ele, dominado pelo medo, como Néfi.
não saberá o que dizer. E eis que 39 E houve alguns nefitas que
ele negará; e fingirá estar muito acreditaram nas palavras de Néfi;
surpreso; não obstante, declarar- e também houve alguns que acre-
se-á inocente. ditaram por causa do testemunho
31 Mas eis que o examinareis e dos cinco, porque eles se haviam
encontrareis sangue na barra de convertido enquanto estavam na
seu manto. prisão.
32 E quando virdes isso, direis: 40 E então alguns dentre o povo
De onde provém este sangue? disseram que Néfi era profeta.
Não sabemos que é o sangue de 41 E outros disseram: Eis que ele
teu irmão? é um deus, pois se não fosse um
33 E ele então estremecerá e em- deus não poderia saber todas as
palidecerá, como se fosse a hora coisas. Pois eis que nos declarou
de sua morte. os pensamentos de nosso coração
34 E então direis: Em vista des- e também nos disse muitas coisas;
se medo e dessa palidez de teu e até mesmo nos fez conhecer o
semblante, eis que sabemos que verdadeiro assassino de nosso
és culpado. juiz supremo.
35  E então maior será o seu
medo; e então ele confessará e CAPÍTULO 10
não mais negará ter cometido esse
O Senhor confere a Néfi o poder se-
crime.
lador — É-lhe outorgado o poder de
36 E então ele vos dirá que eu,
ligar e desligar no céu e na Terra —
Néfi, nada sei a respeito do acon-
Ele ordena ao povo que se arrependa
tecido, salvo se me tiver sido re-
para não perecer — O Espírito leva-o
velado pelo poder de Deus. E en-
de multidão a multidão. Aproxima-
tão sabereis que sou um homem
damente 21–20 a.C.
honesto e que vos fui enviado
por Deus. E aconteceu que surgiu entre o
37 E aconteceu que fizeram o povo uma divisão, de modo que
que Néfi lhes dissera. E eis que se apartaram uns para um lado e
as palavras que ele dissera eram outros para outro; e seguiram seus
verdadeiras, pois de acordo com caminhos, deixando Néfi, que se
as palavras, ele negou; e também, achava no meio deles, sozinho.
de acordo com as palavras, con- 2 E aconteceu que Néfi tomou o
fessou. caminho de sua casa, a refletindo
38 E foi levado a provar que sobre as coisas que o Senhor lhe
ele próprio era o verdadeiro revelara.
10 2 a GEE Ponderar.
HELAMÃ 10:3–15 458
3 E aconteceu que enquanto as- no céu; e assim terás poder entre
sim meditava — estando extre- este povo.
mamente desanimado em virtude 8 E assim, se disseres a este tem-
das iniquidades do povo nefita, plo que se fenda ao meio, será
suas secretas obras de trevas e feito.
seus assassinatos e suas pilhagens 9 E se disseres a esta a montanha:
e toda sorte de maldades — acon- Desmorona e torna-te plana, as-
teceu que enquanto assim medita- sim se fará.
va em seu coração, eis que ouviu 10 E eis que se disseres que Deus
uma voz, dizendo: ferirá este povo, assim acontecerá.
4 Bem-aventurado és tu, Néfi, 11 E agora, eis que te ordeno
pelas coisas que tens feito; pois que vás declarar a este povo que
observei que foste a infatigável o Senhor Deus, que é o Todo-Po-
em pregar a este povo as palavras deroso, assim diz: A não ser que
que te dei. E não o temeste nem vos arrependais, sereis feridos até
te preocupaste com tua b própria a a destruição.
vida, mas procuraste conhecer a 12 E eis que então aconteceu que
minha c vontade e cumprir meus quando o Senhor disse estas pa-
mandamentos. lavras a Néfi, ele se deteve e não
5 E agora, por teres feito isso seguiu para sua casa, mas voltou
com tanta perseverança, eis que te para as multidões que estavam
abençoarei para sempre e te farei espalhadas pela face daquela terra
poderoso em palavras e ações, em e principiou a proclamar-lhes as
fé e em obras; sim, para que a todas palavras que o Senhor lhe dissera
as coisas se realizem segundo tua a respeito de sua destruição, caso
b 
palavra, pois c nada pedirás que não se arrependessem.
seja contrário à minha vontade. 13 Ora, eis que, apesar do grande
6 Eis que tu és Néfi e eu sou milagre que Néfi realizara, anun-
Deus. Eis que te declaro, na pre- ciando-lhes a morte do juiz supre-
sença de meus anjos, que terás mo, eles endureceram o coração
poder sobre este povo e ferirás a e não deram ouvidos às palavras
terra com a fome e com pestilência do Senhor.
e destruição, segundo a iniquida- 14 Portanto, Néfi declarou-lhes a
de deste povo. palavra do Senhor, dizendo: A não
7 Eis que te dou poder para que ser que vos arrependais — assim
tudo quanto a ligares na Terra seja diz o Senhor — sereis feridos até
ligado no céu e tudo quanto des- a destruição.
ligares na Terra seja desligado 15 E aconteceu que após lhes ter
4 a GEE Diligência. b En. 1:12. GEE Selamento, Selar.
b GEE Sacrifício. c 2 Né. 4:35; 9 a Mt. 17:20; Jacó 4:6;
c 3 Né. 11:11. D&C 46:30. Mórm. 8:24;
5 a 3 Né. 18:20; 6 a Hel. 11:4–18. Ét. 12:30.
D&C 88:63–65. 7 a Mt. 16:19. 11 a Hel. 5:2.
459 HELAMÃ 10:16–11:7
Néfi declarado a palavra, eis que guerras por toda a terra entre todo
continuaram a endurecer o cora- o povo de Néfi.
ção e não deram ouvidos às suas 2 E era esse a bando secreto de
palavras; assim, injuriaram-no, e ladrões que realizava essa obra
procuraram deitar as mãos nele, de destruição e iniquidade. E essa
a fim de aprisioná-lo. guerra prolongou-se por todo
16 Mas eis que o poder de Deus aquele ano e continuou durante
estava com ele; e não puderam o septuagésimo terceiro ano.
agarrá-lo, a fim de pô-lo na pri- 3 E aconteceu que, nesse ano,
são, porque ele foi arrebatado pelo Néfi clamou ao Senhor, dizendo:
Espírito e levado do meio deles. 4 Ó Senhor, não permitas que
17 E aconteceu que assim foi ele este povo seja destruído pela es-
levado pelo Espírito, de multidão pada! Antes, ó Senhor, deixa que
em multidão, pregando a palavra haja a fome na terra para neles des-
de Deus até havê-la anunciado pertar a lembrança do Senhor seu
a todos ou tê-la espalhado entre Deus; e talvez se arrependam e
todo o povo. voltem-se para ti.
18 E aconteceu que não quiseram 5 E assim foi feito, segundo as
dar ouvidos às suas palavras; e palavras de Néfi. E houve muita
começaram a surgir contendas, de fome na terra entre todo o povo
modo que se dividiram e come- de Néfi. E assim, no septuagési-
çaram a matar-se uns aos outros mo quarto ano, continuou a haver
pela espada. fome e cessou a obra de destrui-
19 E assim terminou o septua- ção pela espada; agravou-se, po-
gésimo primeiro ano em que os rém, pela fome.
juízes governaram o povo de Néfi. 6 E essa obra de destruição pros-
seguiu também no septuagésimo
CAPÍTULO 11 quinto ano. Pois a terra foi ferida,
de modo que secou e não produ-
Néfi persuade o Senhor a substituir
ziu grãos na época de grãos; e
a guerra pela fome — Muitos pere-
toda a terra foi ferida, tanto entre
cem — Eles arrependem-se e Néfi
os lamanitas quanto entre os nefi-
suplica ao Senhor que faça cho-
tas, de modo que foram atingidos
ver — Néfi e Leí recebem muitas re-
de tal forma que pereceram aos
velações — Os ladrões de Gadiânton
milhares nas partes mais iníquas
tornam-se fortes na terra. Aproxima-
da terra.
damente 20–6 a.C.
7 E aconteceu que o povo viu
E então aconteceu que, no sep- que estava prestes a perecer de
tuagésimo segundo ano do gover- fome e começou a a lembrar-se
no dos juízes, as discórdias au- do Senhor seu Deus; e começou
mentaram de tal forma que houve a lembrar-se das palavras de Néfi.
11 2 a Hel. 6:18–24; 11:25–26. 4 a 1 Re. 17:1; Hel. 10:6. 7 a Hel. 12:3.
HELAMÃ 11:8–20 460
8 E o povo começou a suplicar a destruição pela espada; e eu sei
aos juízes supremos e aos che- que me ouvirás também agora,
fes que dissessem a Néfi: Eis que pois disseste: Se o povo se arre-
sabemos que és um homem de pender, poupá-lo-ei.
Deus; implora, pois, ao Senhor 15 Sim, ó Senhor, e vês que eles
nosso Deus que afaste de nós se arrependeram, em virtude da
esta fome, a fim de que não se fome e da pestilência e da destrui-
cumpram todas as a palavras que ção que lhes sobrevieram.
disseste a respeito de nossa des- 16 E agora, ó Senhor, não desvia-
truição. rás tua ira para novamente ver se
9 E aconteceu que os juízes fala- eles te servirão? E se assim for, ó
ram com Néfi, transmitindo-lhe o Senhor, poderás abençoá-los se-
desejo do povo. E aconteceu que gundo as palavras que disseste.
quando Néfi viu que o povo se 17 E aconteceu que no septuagé-
havia arrependido e humilhado, simo sexto ano o Senhor desviou
cobrindo-se de saco, clamou no- sua ira do povo e fez a chover so-
vamente ao Senhor, dizendo: bre a terra, de modo que a terra
10 Ó Senhor, eis que este povo se produziu seus frutos na época de
arrepende; e eles baniram o ban- frutos. E aconteceu que produziu
do de Gadiânton do meio deles, grãos na época de grãos.
de modo que foram extintos; e 18 E eis que o povo se regozijou
esconderam seus planos secretos e glorificou a Deus e toda a face
na terra. da terra encheu-se de alegria; e
11 Agora, ó Senhor, aparta deles não mais procuraram destruir
tua ira por causa de sua humilda- Néfi, mas consideraram-no como
de; e apazigua tua ira com a des- um a grande profeta e homem de
truição daqueles homens iníquos Deus, de quem havia recebido
que já destruíste. grande poder e autoridade.
12 Ó Senhor, desvia tua ira, sim, 19 E eis que Leí, seu irmão, não
tua ardente ira, e faze com que ficava nem um a pouco atrás dele
cesse a fome nesta terra. nas coisas pertinentes à retidão.
13 Ó Senhor, escuta-me e faze 20 E assim aconteceu que o povo
com que seja feito de acordo com de Néfi começou novamente a
minhas palavras; e faze a chover prosperar na terra e começou a
sobre a face da terra, para que ela edificar os lugares desolados e
produza seus frutos e seus grãos, começou a multiplicar-se e a es-
na época de grãos. palhar-se, até cobrir toda a face
14 Ó Senhor, ouviste a minhas da terra, tanto ao norte quanto
palavras quando eu disse: Deixa ao sul, do mar do oeste até o mar
que haja fome, a fim de que cesse do leste.
8 a Hel. 10:11–14. 14 a Hel. 11:4. 18 a Hel. 10:5–11.
13 a 1 Re. 18:1, 41–46. 17 a Deut. 11:13–17. 19 a Hel. 5:36–44.
461 HELAMÃ 11:21–31
21 E aconteceu que o septuagési- pilhagens; e fugiam depois para
mo sexto ano terminou em paz. E as montanhas e para o deserto e
o septuagésimo sétimo ano come- lugares secretos, ocultando-se a
çou em paz; e a a igreja espalhou- fim de não serem descobertos,
se pela face de toda a terra; e a crescendo diariamente em nú-
maior parte do povo, tanto nefi- mero, pois havia dissidentes que
tas quanto lamanitas, pertencia à a eles se uniam.
igreja; e houve muita paz na terra; 26 E assim, com o tempo, sim, no
e assim terminou o septuagésimo espaço de poucos anos, transfor-
sétimo ano. maram-se em um bando conside-
22 E também tiveram paz no rável de ladrões; e eles encontra-
septuagésimo oitavo ano, com ram todos os planos secretos de
exceção de algumas disputas re- Gadiânton; e assim se tornaram
lativas a pontos de doutrina que ladrões de Gadiânton.
haviam sido estabelecidos pelos 27 Ora, eis que esses ladrões
profetas. causaram grandes estragos, sim,
23 E no septuagésimo nono ano grande destruição entre o povo
começaram a surgir muitas con- de Néfi, como também entre os
tendas. Aconteceu, porém, que lamanitas.
Néfi, Leí e muitos de seus irmãos 28 E aconteceu que se tornou ne-
que conheciam os verdadeiros cessário pôr termo a essa obra de
pontos da doutrina, recebendo destruição; por conseguinte, um
diariamente muitas a revelações, exército de homens fortes foi en-
pregaram ao povo, de modo que viado ao deserto e às montanhas
puseram fim às suas contendas para procurar esse bando de la-
nesse mesmo ano. drões e exterminá-los.
24 E aconteceu que no octogési- 29 Mas eis que nesse mesmo ano
mo ano em que os juízes gover- foram forçados a recuar para suas
naram o povo de Néfi, um certo próprias terras. E assim terminou
número de dissidentes do povo o octogésimo ano em que os juízes
de Néfi, que alguns anos antes governaram o povo de Néfi.
haviam passado para o lado dos 30 E aconteceu que no começo
lamanitas e tomado o nome de do octogésimo primeiro ano tor-
lamanitas, e também um certo naram a lutar contra esse bando
número de legítimos descenden- de ladrões e mataram muitos; e
tes de lamanitas, incitados à ira eles também sofreram pesadas
por eles, isto é, pelos dissidentes, perdas.
principiaram uma guerra contra 31 E novamente foram obrigados
seus irmãos. a voltar do deserto e das monta-
25 E cometiam assassinatos e nhas para suas próprias terras, em
21 a GEE Igreja de Jesus 23 a Al. 26:22;
Cristo. D&C 107:19.
HELAMÃ 11:32–12:3 462
virtude do excessivo número de CAPÍTULO 12
ladrões que infestavam as mon-
Os homens são instáveis, insensatos
tanhas e o deserto.
e rápidos na prática do mal — O Se-
32 E aconteceu que assim ter-
nhor castiga Seu povo — A nulidade
minou esse ano. E os ladrões au-
dos homens é comparada com o poder
mentavam constantemente e tor-
de Deus — No dia do julgamento
navam-se cada vez mais fortes,
os homens alcançarão vida eterna
a ponto de desafiarem todos os
ou condenação eterna. Aproximada-
exércitos dos nefitas e também
mente 6 a.C.
dos lamanitas; e causaram gran-
de pavor ao povo de toda a face E assim podemos ver quão falso
da terra. e também quão inconstante é o
33 Sim, porque atacaram muitas coração dos filhos dos homens;
partes da terra e causaram gran- sim, podemos ver como o Senhor,
de destruição; sim, muitos foram na grandeza de sua infinita bon-
mortos e outros foram levados dade, abençoa e faz a prosperar os
presos para o deserto, sim, e prin- que colocam nele a sua b confiança.
cipalmente suas mulheres e filhos. 2 Sim, e vemos que é justamen-
34 Ora, essa grande calamidade te quando ele faz prosperar seu
que sobreveio ao povo, por causa povo, sim, aumentando seus cam-
de sua iniquidade, fez com que se pos, seu gado e seus rebanhos e
lembrassem do Senhor seu Deus. ouro e prata e toda sorte de coisas
35 E assim terminou o octogé- preciosas de todo tipo e de todo
simo primeiro ano do governo estilo, preservando-lhes a vida e
dos juízes. livrando-os das mãos de seus ini-
36 E no octogésimo segundo ano migos, abrandando o coração dos
o povo principiou novamente a se inimigos para que não lhes façam
a 
esquecer do Senhor seu Deus. E guerra; sim, e, em resumo, fazen-
no octogésimo terceiro ano come- do tudo para o bem e a felicidade
çaram a ficar extremamente iní- de seu povo; sim, então é quando
quos. E no octogésimo quarto ano a 
endurecem o coração, esquecen-
não melhoraram o seu proceder. do-se do Senhor seu Deus e b pi-
37 E aconteceu que no octogési- sando o Santíssimo — sim, e isto
mo quinto ano se tornaram mais e em virtude de seu conforto e de
mais orgulhosos e iníquos; e assim sua enorme prosperidade.
estavam novamente amadurecen- 3 E assim vemos que se o Se-
do para a destruição. nhor não a castiga seu povo com
38 E assim terminou o octogési- numerosas aflições, sim, se não o
mo quinto ano. fere com morte e com terror e com
36 a Al. 46:8. 2 Né. 22:2; b Al. 5:53;
12 1 a 2 Crôn. 26:5; Mos. 4:6. 3 Né. 28:35.
Salm. 1:2–3. GEE Confiança, Confiar. 3 a Mos. 23:21;
b Salm. 36:7–8; 2 a GEE Apostasia. D&C 98:21; 101:8.
463 HELAMÃ 12:4–18
fome e com toda sorte de pestilên- tremem e estremecem as colinas
a 

cias, dele não se b lembram. e os montes.


4 Oh! Quão insensatos e quão 10 E pelo a poder de sua voz des-
presunçosos e quão malignos e moronam-se e tornam-se planos,
diabólicos e quão a rápidos em co- sim, como um vale.
meter iniquidades e quão lentos 11 Sim, pelo poder de sua voz
em praticar o bem são os filhos treme a toda a Terra;
dos homens! Sim, quão apressa- 12 E pelo poder de sua voz as
dos são em dar ouvidos às pala- fundações estremecem, até o cen-
vras do maligno e em colocar o tro.
b 
coração nas coisas vãs do mundo! 13 Sim, e se ele diz à Terra —
5 Sim, quão rápidos em se a en- Move-te — ela se move.
soberbecerem; sim, quão rápidos 14 Sim, e se ele diz à a Terra —
em se vangloriarem e em pratica- b 
Volta para trás, a fim de que se
rem toda sorte de iniquidades; e c 
prolongue o dia por muitas ho-
quão lentos são em se recordarem ras — isso é feito;
do Senhor seu Deus e em dar ou- 15 E assim, segundo sua palavra,
vidos a seus conselhos; sim, quão a Terra volta para trás, parecendo
lentos em b trilhar os caminhos da aos homens que o sol está para-
sabedoria. do; sim, e eis que assim é; porque
6 Eis que não desejam que o Se- certamente é a Terra que se move
nhor seu Deus, que os a criou, os e não o sol.
b 
governe e reine sobre eles; apesar 16 E eis também que se ele diz às
de sua grande bondade e miseri- a 
águas do grande abismo — b Se-
córdia para com eles, desprezam cai — assim sucede.
seus conselhos e não o desejam 17 Eis que se diz a esta monta-
como guia. nha — Ergue-te e a vai e cai sobre
7 Oh! Quão grande é a a nulidade aquela cidade, para que seja so-
dos filhos dos homens! Sim, são terrada — eis que assim sucede.
até menos que o pó da Terra. 18 E eis que se um homem a ocul-
8 Pois eis que o pó da Terra se tar um tesouro na terra e o Senhor
move de cá para lá, separando-se disser — b Amaldiçoado seja, em
segundo a ordem de nosso grande virtude da iniquidade daquele
e eterno Deus. que o escondeu — eis que será
9  Sim, eis que pela sua voz amaldiçoado.
3 b Amós 4:6–11. D&C 58:30; 14 a
Jos. 10:12–14.
4 a Êx. 32:8. Mois. 7:32–33. b Isa. 38:7–8.
b Mt. 15:19; b D&C 60:4. c 2 Re. 20:8–11.
Heb. 3:12. 7 a Isa. 40:15, 17; 16 a
Mt. 8:27.
5 a Prov. 29:23. Mos. 4:19; b Isa. 44:27; 51:10.
GEE Orgulho. Mois. 1:10. 17 a
3 Né. 8:10.
b GEE Andar, Andar com 9 a 3 Né. 22:10. 18 a
Mórm. 1:18;
Deus. 10 a 1 Né. 17:46. Ét. 14:1.
6 a Isa. 45:9; 11 a Mórm. 5:23; Ét. 4:9. b Hel. 13:17.
HELAMÃ 12:19–13:3 464
19 E se o Senhor disser — Amal- dizem: Os que praticaram o bem
diçoado sejas para que ninguém terão a vida eterna; e os que pra-
jamais te encontre a partir deste ticaram o mal terão b condenação
dia — eis que homem algum ja- eterna. E assim é. Amém.
mais o encontrará.
20 E eis que se o Senhor disser a
um homem — Em virtude de tuas A profecia de Samuel, o lamanita,
iniquidades tu serás amaldiçoado aos nefitas.
para sempre — assim será.
Abrange os capítulos 13 a 15.
21 E se o Senhor disser — Em
virtude de tuas iniquidades serás
afastado de minha presença — ele CAPÍTULO 13
fará com que assim suceda.
Samuel, o lamanita, profetiza a des-
22 E ai daquele a quem ele disser
truição dos nefitas, caso não se ar-
isso, porque assim será com aque-
rependam — Eles e suas riquezas
le que cometer iniquidade; e não
são amaldiçoados — Rejeitam e ape-
poderá ser salvo; portanto, por
drejam os profetas, são circundados
essa razão, para que os homens
por demônios e buscam a felicidade
possam ser salvos, foi pregado o
praticando iniquidades. Aproxima-
arrependimento.
damente 6 a.C.
23 Portanto, benditos são os que
se arrependem e dão ouvidos à E então aconteceu que no octo-
voz do Senhor seu Deus; pois eles gésimo sexto ano continuaram os
serão a salvos. nefitas a praticar iniquidades, sim,
24 E permita Deus, em sua gran- grandes iniquidades, enquanto os
de plenitude, que os homens se- a 
lamanitas se empenhavam em
jam levados ao arrependimento e guardar estritamente os manda-
às boas obras, para que lhes seja mentos de Deus, segundo a lei
restituída graça por a graça, segun- de Moisés.
do suas obras. 2 E aconteceu que nesse ano che-
25 E eu quisera que todos os ho- gou à terra de Zaraenla um lama-
mens fossem salvos. Lemos, po- nita chamado Samuel, que come-
rém, que no grande e último dia çou a pregar ao povo. E aconteceu
haverá alguns que serão afasta- que ele pregou arrependimento
dos; sim, que serão afastados da ao povo durante muitos dias; e
presença do Senhor; expulsaram-no e ele estava pres-
26 Sim, que serão condenados a tes a voltar para sua própria terra.
um estado de infindável miséria, 3 Mas eis que chegou a ele a voz
em cumprimento às palavras que do Senhor, ordenando-lhe que
23 a GEE Salvação. Jo. 5:28–29; Condenar.
24 a GEE Graça. Rom. 6:13. 13 1 a Hel. 15:4–5.
26 a Mt. 25:46; b GEE Condenação,
465 HELAMÃ 13:4–13
voltasse e profetizasse ao povo por mais tempo e contra eles vol-
tudo o que lhe viesse ao a coração. tarei o coração de seus irmãos.
4 E aconteceu que não lhe per- 9 E não se passarão a quatrocen-
mitiram entrar na cidade; portan- tos anos antes que eu faça com
to, subiu à muralha e estendeu a que sejam feridos; sim, visitá-los-
mão; e clamou em alta voz, pro- ei com a espada e com fome e com
fetizando ao povo tudo quanto o pestilências.
Senhor lhe pôs no coração. 10 Sim, visitá-los-ei com minha
5 E ele disse-lhes: Eis que eu, Sa- ardente ira e haverá alguns da
muel, um lamanita, digo as pala- a 
quarta geração de vossos inimi-
vras do Senhor, que ele me põe no gos que viverão para presenciar
coração; e eis que ele pôs no meu vossa completa destruição; e isto
coração que devo dizer aos deste sem dúvida sucederá, salvo se vos
povo que a a espada da justiça está arrependerdes, diz o Senhor; e os
suspensa sobre eles; e não se pas- da quarta geração hão de causar
sarão quatrocentos anos antes que vossa destruição.
caia sobre eles a espada da justiça. 11 Mas se vos arrependerdes e
6 Sim, terrível a destruição aguar- vos a voltardes para o Senhor vos-
da este povo e ela seguramente so Deus, eu desviarei a minha ira,
virá sobre este povo; e nada sal- diz o Senhor; sim, assim diz o Se-
vará este povo, a não ser o arre- nhor: Bem-aventurados os que se
pendimento e a fé no Senhor Jesus arrependerem e se voltarem para
Cristo, o qual sem dúvida virá ao mim, mas ai daquele que não se
mundo e padecerá muitas coisas arrepender.
e será morto por seu povo. 12 Sim, a ai desta grande cidade
7 E eis que isso me foi anuncia- de Zaraenla; pois eis que é por
do por um a anjo do Senhor e ele causa dos justos que ela foi sal-
trouxe b boas novas a minha alma. va; sim, ai desta grande cidade,
E eis que vos fui enviado para pois percebo, diz o Senhor, que
anunciar isso também a vós, para há muitos, sim, mesmo a maior
que tenhais boas novas; mas eis parte desta grande cidade, que en-
que vós não me quisestes receber. durecerão o coração contra mim,
8 Portanto, assim diz o Senhor: diz o Senhor.
Em virtude da dureza de coração 13 Bem-aventurados são aqueles
do povo dos nefitas, a não ser que se arrependerem, porque eu
que se arrependam, tirarei deles os pouparei. Mas eis que, se não
a minha palavra e a retirarei deles fosse pelos justos que estão nesta
o meu Espírito; e não os tolerarei grande cidade, eis que eu faria
3 a D&C 100:5. 7 a Al. 13:26. 2 Né. 26:9;
5 a Al. 60:29; b Isa. 52:7. 3 Né. 27:32.
3 Né. 2:19. 8 a Hel. 6:35. 11 a 3 Né. 10:5–7.
6 a Al. 45:10–14; 9 a Al. 45:10–12. 12 a 3 Né. 8:8, 24; 9:3.
Hel. 15:17. 10 a 1 Né. 12:12;
HELAMÃ 13:14–22 466
com que descesse fogo dos céus
a 
os justos; e aquele que não escon-
e a destruísse. de seus tesouros para mim é amal-
14 Mas eis que é por amor aos diçoado, bem como o tesouro; e
justos que ela é poupada. Mas eis ninguém o resgatará, por causa
que chega a hora, diz o Senhor, da maldição da terra.
que quando expulsardes os jus- 20 E chegará o dia em que es-
tos de vosso meio, então estareis conderão seus tesouros, porque
amadurecidos para a destruição; puseram o coração nas riquezas;
sim, ai desta grande cidade em e, porque puseram o coração em
virtude das iniquidades e abomi- suas riquezas, esconderão seus
nações que nela há. tesouros quando fugirem de seus
15 Sim, e ai da cidade de Gideão, inimigos; por não os terem escon-
pelas iniquidades e abominações dido para mim, amaldiçoados se-
que nela há. jam eles e também seus tesouros;
16 Sim, e ai de todas as cidades e nesse dia serão castigados, diz
que ficam nas terras circunvizi- o Senhor.
nhas, que estão ocupadas pelos 21 Olhai, ó povo desta grande
nefitas, por causa das iniquidades cidade, a escutai minhas palavras.
e abominações que nelas há. Sim, escutai as palavras que o Se-
17 E eis que uma a maldição cai- nhor diz, pois eis que ele diz que
rá sobre a terra, diz o Senhor dos sois amaldiçoados por causa de
Exércitos, por causa do povo que vossas riquezas; e também são
está na terra, sim, em virtude de amaldiçoadas as vossas riquezas,
suas iniquidades e abominações. porque nelas colocastes o coração
18 E acontecerá, diz o Senhor e não escutastes as palavras da-
dos Exércitos, sim, nosso grande quele que vo-las deu.
e verdadeiro Deus, que aquele 22 Não vos lembrais do Senhor
que a esconder tesouros na terra vosso Deus nas coisas com que
não mais os achará por causa da ele vos abençoou, mas sempre
grande maldição da terra, salvo se recordais vossas a riquezas, não
for um homem justo e escondê-los para agradecer ao Senhor vosso
para o Senhor. Deus por elas; sim, vosso coração
19 Porque desejo, diz o Senhor, não se achega ao Senhor, mas en-
que escondam seus tesouros para che-se de grande b orgulho, com
mim; e amaldiçoados os que não ostentação e com grande arrogân-
escondem seus tesouros para cia, c invejas, discórdias, malícia,
mim; porque ninguém esconde perseguições e assassinatos e toda
seus tesouros para mim, a não ser sorte de iniquidades.
13 a Gên. 19:24; Ét. 14:1. Riquezas.
2 Re. 1:9–16; 21 a GEE Atender, Dar b GEE Orgulho.
3 Né. 9:11. ouvidos. c GEE Inveja.
17 a Hel. 12:18. 22 a Lc. 12:34.
18 a Mórm. 1:18; GEE Mundanismo;
467 HELAMÃ 13:23–32
23 Por esta razão o Senhor Deus olhos e fazei tudo quanto vosso
fez com que uma maldição caísse coração desejar — e se um homem
sobre a terra e também sobre vos- aparecer entre vós e disser isto,
sas riquezas; e isto em virtude de vós o recebereis e direis que ele é
vossas iniquidades. um a profeta.
24 Sim, ai deste povo por causa 28 Sim, exaltá-lo-eis e dar-lhe-
desta hora que chegou, em que eis de vossos bens; dar-lhe-eis
a 
expulsam os profetas e zombam de vosso ouro e de vossa prata e
deles e atiram-lhes pedras e ma- vesti-lo-eis com roupas suntuosas;
tam-nos e praticam toda espécie e porque ele vos diz a palavras li-
de iniquidades contra eles, assim sonjeiras, diz que tudo está bem,
como fizeram na antiguidade. então nenhuma falta achareis nele.
25 E agora, quando falais, dizeis: 29 Ó geração iníqua e perversa,
Se tivéssemos vivido nos tempos povo endurecido e obstinado! Até
de nossos a pais, não teríamos ma- quando pensais que o Senhor vos
tado os profetas; não lhes teríamos há de tolerar? Sim, até quando vos
atirado pedras nem os teríamos deixareis levar por guias a insen-
expulsado. satos e b cegos? Sim, até quando
26 Eis que sois piores do que c 
preferireis as trevas à d luz?
eles; pois assim como vive o Se- 30 Sim, eis que a ira do Senhor já
nhor, se aparece entre vós um está acesa contra vós; eis que ele
a 
profeta e declara-vos a palavra amaldiçoou a terra por causa de
do Senhor, a qual testifica vossos vossa iniquidade.
pecados e iniquidades, b revoltai- 31 E eis que se aproxima a hora
vos contra ele e o expulsais e pro- em que ele amaldiçoará vossas
curais todos os meios para des- riquezas, para que elas se tornem
truí-lo; sim, dizeis que é um falso a 
escorregadias, para que não pos-
c 
profeta e que ele é um pecador e sais segurá-las; e nos dias de vos-
que é do diabo, porque ele d tes- sa pobreza não podereis retê-las.
tifica que vossas obras são más. 32 E nos dias de vossa pobreza
27 Mas eis que se um homem clamareis ao Senhor; e em vão cla-
aparecer entre vós e disser: Fazei mareis, porque vossa desolação já
isto e não há iniquidade; fazei vos sobreveio e a vossa destruição
aquilo e não sofrereis; sim, ele é certa; então chorareis e prantea-
dirá: Andai segundo o orgulho reis naquele dia, diz o Senhor dos
de vosso próprio coração; sim, an- Exércitos. E então lamentareis e
dai segundo o orgulho de vossos direis:
24 a 2 Crôn. 36:15–16; c Mt. 13:57. 29 a 2 Né. 28:9.
1 Né. 1:20. d Gál. 4:16. b Mt. 15:14.
25 a At. 7:51. 27 a Miq. 2:11. c Jo. 3:19.
26 a 2 Crôn. 18:7; GEE Artimanhas d Jó 24:13.
Lc. 16:31. Sacerdotais. 31 a Mórm. 1:17–18.
b Isa. 30:9–10. 28 a 2 Tim. 4:3–4.
HELAMÃ 13:33–14:3 468
33 Oh! Se me houvesse arre-
a 
os dias de vossa vida buscastes
pendido e não tivesse matado os aquilo que não podíeis obter; e
profetas, nem os tivesse b apedre- buscastes c felicidade na iniquida-
jado nem expulsado! Sim, naquele de, o que é contrário à natureza
dia direis: Oh! Se nos tivéssemos daquela retidão que há em nosso
lembrado do Senhor nosso Deus grande e Eterno Cabeça.
no dia em que ele nos deu nossas 39 Ó povo da terra! Oxalá ou-
riquezas, então elas não se teriam vísseis minhas palavras! E eu oro
tornado escorregadias a ponto de para que a ira do Senhor se apar-
as perdermos; porque eis que nos- te de vós e que vos arrependais e
sas riquezas se foram. sejais salvos.
34 Eis que colocamos uma ferra-
menta aqui e na manhã seguinte CAPÍTULO 14
desaparece; e eis que nos despo-
Samuel prediz que haverá luz durante
jam de nossas espadas no dia em
a noite e que uma nova estrela apare-
que as procuramos para a batalha.
cerá quando Cristo nascer — Cristo
35 Sim, escondemos nossos te-
redime os homens da morte física e da
souros e eles se nos escaparam
espiritual — Entre os sinais de Sua
por causa da maldição da terra.
morte haverá três dias de trevas, fen-
36 Oh! Se nos houvéssemos arre-
der-se-ão as rochas e haverá grandes
pendido no dia em que o Senhor
cataclismos da natureza. Aproxima-
nos enviou sua palavra! Pois eis
damente 6 a.C.
que a terra está amaldiçoada e to-
das as coisas se tornaram escorre- E então aconteceu que a Samuel, o
gadias; e não podemos segurá-las. lamanita, profetizou muitas coisas
37 Eis que estamos circundados mais que não podem ser escritas.
de demônios, sim, estamos ro- 2 E eis que ele lhes disse: Eis que
deados pelos anjos daquele que vos dou um sinal; pois mais cinco
procurou destruir nossa alma. Eis anos se hão de passar e eis que
que são grandes as nossas iniqui- então o Filho de Deus virá para
dades. Ó Senhor, não podes apar- redimir todos os que crerem em
tar de nós a tua ira? E assim vos seu nome.
expressareis naqueles dias. 3 E eis que isto vos darei por a si-
38 Mas eis que vossos a dias de nal, na ocasião de sua vinda: Eis
provação se passaram; b procrasti- que haverá grandes luzes no céu,
nastes o dia de vossa salvação até de modo que na noite anterior a
que se tornou, para sempre, de- sua vinda não haverá escuridão,
masiado tarde; e vossa destruição tanto que aos homens parecerá
é certa; sim, porque durante todos ser dia.
33 a Mórm. 2:10–15. b Al. 34:33–34. 3 a 3 Né. 1:15.
b Mt. 23:37. c Al. 41:10–11.
38 a Mórm. 2:15. 14 1 a Hel. 13:2.
469 HELAMÃ 14:4–16
4 Portanto, haverá um dia e uma 11 E ouvireis minhas palavras,
noite e um dia, como se fosse um porque por este motivo subi às
só dia e não houvesse noite; e isso muralhas desta cidade — para
vos será por sinal; pois vereis o que pudésseis ouvir e conhecer
nascer e também o pôr-do-sol; os julgamentos de Deus que vos
portanto, saber-se-á com certeza esperam em virtude das vossas
que se terão passado dois dias iniquidades; e também a fim de
e uma noite, muito embora não que vos inteireis das condições
haja escuridão durante a noite. E do arrependimento;
essa noite precederá o a seu nas- 12 E também para que saibais
cimento. da vinda de Jesus Cristo, o Filho
5 E eis que uma nova a estrela de Deus, o a Pai do céu e da Terra,
aparecerá, uma que nunca vis- o Criador de todas as coisas des-
tes antes; e isto também vos será de o princípio; e para que saibais
por sinal. dos sinais de sua vinda e para que
6 E eis que isso não é tudo; ha- acrediteis em seu nome.
verá muitos sinais e maravilhas 13  E se a acreditardes em seu
no céu. nome, arrepender-vos-eis de to-
7 E acontecerá que vós todos dos os vossos pecados, para que,
ficareis espantados e admirados desse modo, alcanceis a remissão
a tal ponto que a caireis por terra. dos pecados por meio de seus
8 E acontecerá que todos os que b 
méritos.
a 
acreditarem no Filho de Deus te- 14 E eis que novamente outro
rão vida eterna. sinal eu vos dou, sim, um sinal
9 E eis que assim me ordenou da morte dele.
o Senhor, por seu anjo, que eu 15 Pois eis que ele certamente
viesse dizer-vos isto; sim, orde- deverá morrer para que venha a
nou que eu vos profetizasse estas a 
salvação; sim, cabe-lhe morrer e
coisas; sim, ele disse-me: Clama a isso é necessário para levar a efei-
este povo: Arrependei-vos e pre- to a b ressurreição dos mortos, para
parai o caminho do Senhor. que assim os homens possam ser
10 E agora, porque sou lamani- conduzidos à presença do Senhor.
ta e vos disse as palavras que o 16 Sim, eis que essa morte leva
Senhor me ordenou e porque foi a efeito a ressurreição e a redime
duro convosco, estais irados con- toda a humanidade da primeira
tra mim e procurais destruir-me morte — dessa morte espiritual;
e me a expulsastes de vosso meio. porque toda a humanidade, tendo
4 a GEE Jesus Cristo — 8 a Jo. 3:16. b D&C 19:16–20.
Profecias acerca do 10 a Hel. 13:2. 15 a GEE Salvador.
nascimento e da morte 12 a Mos. 3:8; b Al. 42:23.
de Jesus Cristo. 3 Né. 9:15; Ét. 4:7. GEE Ressurreição.
5 a Mt. 2:1–2; 3 Né. 1:21. GEE Jesus Cristo. 16 a GEE Plano de
7 a 3 Né. 1:16–17. 13 a At. 16:30–31. Redenção.
HELAMÃ 14:17–27 470
sido afastada da presença do Se-
b 
21 Sim, no momento em que ele
nhor pela c queda de Adão, é con- entregar o espírito haverá a trovões
siderada como d morta, tanto em e relâmpagos por muitas horas e
relação às coisas materiais como a terra tremerá e estremecerá; e
às coisas espirituais. as rochas que estão sobre a face
17 Mas eis que a ressurreição desta terra, as que estão em cima
de Cristo a redime a humanidade, como as que estão embaixo da
sim, toda a humanidade; e leva-a terra, as quais sabeis agora que
de volta à presença do Senhor. são sólidas, ou cuja maior parte
18 Sim, e torna operantes as con- constitui uma sólida massa, serão
dições do arrependimento, de que b 
despedaçadas;
todo aquele que se arrepende não 22 Sim, rachar-se-ão ao meio e
é cortado nem atirado ao fogo; para sempre se a acharão racha-
mas todo aquele que não se arre- das e fendidas e em fragmentos
pende é cortado e atirado ao fogo; sobre a face de toda a terra, sim,
e recai sobre eles novamente uma tanto em cima como embaixo
morte espiritual; sim, uma segun- da terra.
da morte, porque novamente são 23 E eis que sobrevirão gran-
separados das coisas concernen- des tempestades e haverá mui-
tes à retidão. tas montanhas que se rebaixarão
19 Portanto, arrependei-vos, ar- como um vale; e muitos lugares
rependei-vos, para que não acon- que agora são chamados vales
teça que, conhecendo estas coisas transformar-se-ão em montanhas
e não as cumprindo, incorrais em de grande altura.
condenação e sejais arrastados a 24 E muitas estradas far-se-ão
essa segunda morte. em pedaços e muitas a cidades fi-
20 Mas eis que, como vos falei carão devastadas.
a respeito de outro a sinal, um si- 25 E muitas a sepulturas abrir-
nal de sua morte, eis que, no dia se-ão, entregando muitos de seus
em que ele padecer a morte, o sol mortos e muitos santos aparece-
será b obscurecido e recusar-se-á a rão a muitas pessoas.
dar-vos sua luz e também a lua e 26 E eis que assim me falou o
as estrelas; e não haverá luz sobre a 
anjo; pois ele disse-me que ha-
a face desta terra pelo espaço de verá trovões e relâmpagos pelo
c 
três dias, desde a hora em que espaço de muitas horas.
ele morrer até o momento em que 27 E disse-me que enquanto du-
ressuscitar dos mortos. rassem os trovões e os relâmpagos
16 b Al. 42:6–9. 20 a 3 Né. 8:5–25. 24 a 3 Né. 9:3–12.
c GEE Queda de Adão b Lc. 23:44. 25 a Mt. 27:50–54;
e Eva. c Mos. 3:10. 3 Né. 23:9–11.
d GEE Morte Espiritual. 21 a 3 Né. 8:6. 26 a Al. 13:26.
17 a GEE Redenção, b 3 Né. 10:9.
Redimido, Redimir. 22 a 3 Né. 8:18.
471 HELAMÃ 14:28–15:4
e a tempestade, essas coisas acon- CAPÍTULO 15
teceriam; e que a a escuridão co-
O Senhor castigou os nefitas porque
briria a face de toda a terra pelo
Ele os amava — Os lamanitas con-
espaço de três dias.
vertidos são firmes e perseverantes na
28 E o anjo disse-me que mui-
fé — O Senhor será misericordioso
tos verão coisas maiores que es-
com os lamanitas nos últimos dias.
tas, para que creiam que a esses
Aproximadamente 6 a.C.
sinais e essas maravilhas acon-
tecerão por toda a face desta ter- E agora, meus queridos irmãos,
ra, a fim de que não haja motivo eis que vos declaro que, se não
de descrença entre os filhos dos vos arrependerdes, vossas casas
homens. ficarão a desertas.
29 E isso a fim de que todos os 2 Sim, a não ser que vos arre-
que crerem sejam salvos e para pendais, vossas mulheres terão
que, sobre os que não crerem, re- grande motivo para lamentação
caia um a julgamento justo; e tam- no dia em que amamentarem; pois
bém, se forem condenados, te- tentareis fugir e não haverá lugar
rão atraído sobre si a sua própria para refúgio; sim, ai das mulheres
condenação. que estiverem a grávidas, porque
30 E agora, meus irmãos, lem- estarão pesadas e não poderão fu-
brai-vos, lembrai-vos de que os gir! Por isso serão pisadas e aban-
que perecem, perecem por cul- donadas para perecerem.
pa própria; e todos os que prati- 3 Sim, ai deste povo que é cha-
cam iniquidades o fazem contra mado de povo de Néfi, se não
si mesmos; pois eis que sois a li- se arrepender quando vir todos
vres; tendes permissão para agir esses sinais e maravilhas que lhe
por vós mesmos; porque eis que serão mostrados! Pois eis que foi
Deus vos deu o b conhecimento e um povo escolhido pelo Senhor;
vos fez livres. sim, ele amou o povo de Néfi e
31 Ele permitiu-vos a discernir o também o a castigou; sim, nos dias
bem do mal e permitiu-vos b esco- de suas iniquidades castigou-o,
lher a vida ou a morte; e podeis porque o ama.
fazer o bem e serdes c restituídos 4 Mas eis, meus irmãos, que ele
ao que é bom, ou seja, ter o que odiou os lamanitas porque suas
é bom restituído a vós; ou podeis obras foram continuamente más;
praticar o mal e fazerdes com que e isto por causa das iniquidades
o mal vos seja restituído. e das a tradições de seus pais. Não
27 a 1 Né. 19:10; GEE Arbítrio. 15 1 a Mt. 23:37–38.
3 Né. 8:3. b GEE Conhecimento. 2 a Mt. 24:19.
28 a 1 Né. 12:4–5. 31 a Morô. 7:16. 3 a Prov. 3:12;
29 a GEE Juízo Final. b 2 Né. 2:28–29; Heb. 12:5–11;
30 a 2 Né. 2:26–29; Al. 3:26–27. D&C 95:1.
Mois. 6:56. c Al. 41:3–5. 4 a GEE Tradições.
HELAMÃ 15:5–13 472
obstante, a salvação chegou a eles a 
enterraram suas armas de guer-
por meio da pregação dos nefitas; ra e que temem empunhá-las por
e por esse motivo o Senhor b pro- medo de pecar de alguma forma;
longou seus dias. sim, podeis ver que eles têm medo
5 E quisera que observásseis que de pecar — porque eis que se su-
a a maior parte deles segue o ca- jeitarão a ser pisados e assassina-
minho do seu dever, e anda cir- dos por seus inimigos, mas não
cunspectamente perante Deus, e levantarão suas espadas contra
esforça-se para guardar os seus eles; e isso por causa de sua fé
mandamentos e os seus estatutos em Cristo.
e os seus juízos, de acordo com a 10 E agora, em virtude de sua
lei de Moisés. perseverança, quando realmen-
6 Sim, digo-vos que a maior te têm fé naquilo em que creem,
parte deles está fazendo isto, es- e por sua firmeza, quando são
forçando-se com infatigável dili- iluminados, eis que o Senhor os
gência para que o conhecimento abençoará e prolongará seus dias,
da verdade seja levado ao res- apesar de sua iniquidade —
tante de seus irmãos; portanto, 11 Sim, mesmo se degenerarem,
há muitos que se unem a eles caindo na incredulidade, o Senhor
diariamente. a 
prolongará seus dias até chegar
7 E eis que sabeis por vós mes- o tempo, predito por nossos pais
mos, porque o haveis testemunha- e também pelo profeta b Zenos e
do, que todos os que são levados muitos outros profetas, em que o
a conhecer a verdade e a saber conhecimento da verdade será c le-
das tradições iníquas e abomi- vado novamente a nossos irmãos,
náveis de seus pais são levados os lamanitas —
a acreditar nas santas escrituras, 12 Sim, digo-vos que nos últimos
sim, nas profecias dos santos pro- tempos as a promessas do Senhor
fetas que estão escritas, que os terão sido estendidas a nossos ir-
conduzem à fé no Senhor e ao mãos, os lamanitas; e apesar das
arrependimento, fé e arrependi- muitas aflições que terão e embora
mento que lhes a transformam o venham a ser b forçados a fugir de
coração — um lado para outro sobre a face
8 Portanto, sabeis que todos os da terra e a ser perseguidos e fe-
que chegaram a isto são a firmes e ridos e dispersos, sem lugar para
inquebrantáveis na fé e naquilo refugiar-se, o Senhor será c mise-
que os fez livres. ricordioso com eles.
9  E sabeis também que eles 13 E isto segundo a profecia de
4 b Al. 9:16. 3 Né. 6:14. 12 a En. 1:12–13.
5 a Hel. 13:1. 9 a Al. 24:17–19. b Mórm. 5:15.
7 a GEE Conversão, 11 a Al. 9:16. c 1 Né. 13:31;
Converter. b Hel. 8:19. 2 Né. 10:18–19;
8 a Al. 23:6; 27:27; c 2 Né. 30:5–8. Jacó 3:5–6.
473 HELAMÃ 15:14–16:4
que outra vez o verdadeiro conhe- não pode ser morto com as flechas e
cimento lhes será a levado, que é pedras dos nefitas que não se arre-
o conhecimento de seu Redentor penderam — Alguns endurecem o
e seu grande e verdadeiro b pas- coração e outros veem anjos — Os
tor; e serão contados entre suas incrédulos dizem que não é sensa-
ovelhas. to crer em Cristo nem na Sua vin-
14 Portanto, eu vos digo que da a Jerusalém. Aproximadamente
a 
melhor será para eles do que 6–1 a.C.
para vós, a não ser que vos arre-
pendais. E então aconteceu que muitos
15 Pois eis que, se as grandes ouviram as palavras de Samuel,
obras que vos foram mostradas o lamanita, proferidas de cima
a 
tivessem sido mostradas a eles, das muralhas da cidade. E todos
sim, àqueles que degeneraram, os que acreditaram em suas pa-
caindo na incredulidade em virtu- lavras saíram à procura de Néfi;
de das tradições de seus pais, po- e quando o encontraram, confes-
deis ver, vós mesmos, que jamais saram-lhe seus pecados e não os
teriam voltado a se degenerar, negaram, desejando ser batizados
caindo na incredulidade. no Senhor.
16 Portanto, diz o Senhor: Eu 2 Todos os que não acreditaram
não os destruirei completamen- nas palavras de Samuel, porém,
te, mas farei com que, no dia que ficaram irados contra ele; e joga-
me for oportuno, eles voltem para ram-lhe pedras sobre a muralha
mim, diz o Senhor. e também muitos lhe atiraram
17 E agora, eis que diz o Senhor flechas enquanto se encontrava
com referência ao povo nefita: Se em cima da muralha; mas o Es-
não se arrependerem e não pro- pírito do Senhor estava com ele,
curarem cumprir a minha von- de modo que não conseguiram
tade, eu os a destruirei completa- atingi-lo com suas pedras nem
mente, diz o Senhor, em virtude com suas flechas.
de sua incredulidade, apesar das 3 Ora, quando viram que não
muitas e grandiosas obras que fiz podiam atingi-lo, muitos mais
entre eles; e tão certo como vive o acreditaram em suas palavras,
Senhor, estas coisas acontecerão, de modo que se dirigiram a Néfi
diz o Senhor. a fim de serem batizados.
4 Porque eis que Néfi estava bati-
zando e profetizando e pregando,
CAPÍTULO 16
proclamando arrependimento ao
Os nefitas que acreditam em Samuel povo; mostrando sinais e mara-
são batizados por Néfi — Samuel vilhas, fazendo a milagres entre o
13 a 3 Né. 16:12. 14 a Hel. 7:23. 17 a Hel. 13:6–10.
b GEE Bom Pastor. 15 a Mt. 11:20–23. 16 4 a GEE Milagre.
HELAMÃ 16:5–17 474
povo, para que soubessem que o a maior parte do povo em seu or-
Cristo viria b em breve — gulho e iniquidade; e a minoria,
5 Revelando-lhes coisas que logo andando mais circunspectamente
aconteceriam, para que soubes- perante Deus.
sem e lembrassem, na hora de sua 11 E estas eram também as con-
vinda, que elas lhes haviam sido dições no octogésimo oitavo ano
anunciadas de antemão, para que do governo dos juízes.
acreditassem; portanto, todos os 12 E houve pouca alteração nas
que acreditaram nas palavras de condições do povo no octogésimo
Samuel dirigiram-se a Néfi para ser nono ano, exceto que o povo co-
batizados, mostrando-se arrepen- meçou a ficar mais obstinado na
didos e confessando seus pecados. sua iniquidade e a fazer, cada vez
6 A maior parte deles, porém, mais, coisas contrárias aos man-
não acreditou nas palavras de Sa- damentos de Deus.
muel; por isso, quando viram que 13 Mas aconteceu que no nona-
não podiam atingi-lo com suas gésimo ano do governo dos juí-
pedras e flechas, gritaram a seus zes, a grandes sinais e maravilhas
capitães, dizendo: Agarrai esse foram manifestados ao povo; e as
homem e amarrai-o, porque eis palavras dos profetas b começaram
que está possuído por um demô- a ser cumpridas.
nio; e por causa do poder do de- 14 E a anjos apareceram a alguns
mônio que está nele, não podemos homens, homens sábios, anun-
atingi-lo com nossas pedras e nos- ciando-lhes boas novas de grande
sas flechas; portanto, agarrai-o e alegria; assim, nesse ano as escri-
amarrai-o e levai-o embora. turas começaram a ser cumpridas.
7 E quando avançaram para dei- 15 Entretanto o povo começou
tar-lhe as mãos, eis que ele se ati- a endurecer o coração, todos, ex-
rou da muralha e fugiu de suas ceto os mais crentes dentre eles,
terras, sim, para seu próprio país; tanto nefitas quanto lamanitas,
e começou a pregar e a profetizar e começaram a confiar somente
entre seu próprio povo. nas próprias forças e na a própria
8 E eis que nunca mais se ouviu sabedoria, dizendo:
falar dele entre os nefitas; e essas 16 Algumas coisas, entre tantas,
eram as condições do povo. eles poderiam ter adivinhado cor-
9 E assim terminou o octogésimo retamente; mas eis que sabemos
sexto ano em que os juízes gover- que todas essas grandes e maravi-
naram o povo de Néfi. lhosas obras que foram anuncia-
10 E assim terminou também das não podem acontecer.
o octogésimo sétimo ano do go- 17 E começaram a discutir e a
verno dos juízes, permanecendo discordar entre si, dizendo:
4 b Hel. 14:2. b Hel. 14:3–7. 15 a Isa. 5:21.
13 a 3 Né. 1:4. 14 a Al. 13:26.
475 HELAMÃ 16:18–25
18  Não é razoável que venha
a 
como seus servos, porque depen-
alguém como um Cristo; se vier demos deles para ensinar-nos a
e ele for o Filho de Deus, o Pai do palavra; e assim nos manterão na
céu e da Terra, conforme anuncia- ignorância todos os anos de nossa
do, por que não aparecerá a nós, vida, se a eles nos submetermos.
assim como àqueles que estiverem 22 E muitas outras coisas a vãs
em Jerusalém? e tolas o povo imaginou em seu
19 Sim, por que não aparecerá coração; e ficaram muito pertur-
ele nesta terra, assim como na bados, porque Satanás os incitava
terra de Jerusalém? continuamente a praticar iniqui-
20  Mas eis que sabemos que dades; sim, ele espalhava rumores
esta é uma iníqua a tradição, a nós e discórdias sobre toda a face da
transmitida por nossos pais para terra, a fim de endurecer o coração
fazerem-nos acreditar em algo do povo contra o que era bom e
grande e maravilhoso que deverá contra o que iria acontecer.
acontecer, porém não entre nós, 23 E apesar dos sinais e mara-
mas numa terra muito longínqua, vilhas realizados entre o povo
uma terra que não conhecemos; do Senhor e dos muitos milagres
portanto, podem conservar-nos na que eles fizeram, Satanás obteve
ignorância, porque não podemos grande poder sobre o coração do
b 
testemunhar com nossos próprios povo em toda a face da terra.
olhos que isso é verdade. 24 E assim terminou o nonagé-
21 E eles, pela astúcia e pelas simo ano em que os juízes gover-
misteriosas artimanhas do ma- naram o povo de Néfi.
ligno, realizarão algum grande 25 E assim terminou o livro de
mistério que não podemos com- Helamã, conforme o registro de
preender, que nos manterá como Helamã e seus filhos.
servos de suas palavras e também

TERCEIRO NÉFI
LIVRO DE NÉFI
FILHO DE NÉFI, QUE ERA FILHO DE HELAMÃ

E Helamã era filho de Helamã, que era filho de Alma, que era filho de
Alma, descendente de Néfi, que era filho de Leí, que saiu de Jerusalém
no primeiro ano do reinado de Zedequias, rei de Judá.
18 a Al. 30:12–13. b Ét. 12:5–6, 19.
20 a GEE Tradições. 22 a GEE Vaidade, Vão.
3 NÉFI 1:1–11 476
CAPÍTULO 1 milagres começaram a ser realiza-
dos entre o povo.
Néfi, filho de Helamã, deixa a terra
5 Alguns, porém, começaram a
e seu filho Néfi encarrega-se dos re-
alegar que o prazo estabelecido
gistros — Embora haja abundância
para o cumprimento das palavras
de sinais e maravilhas, os iníquos a 
proferidas por Samuel, o lamani-
planejam matar os justos — Chega
ta, já se havia esgotado.
a noite do nascimento de Cristo —
6 E começaram a ridicularizar
É dado o sinal e surge uma nova es-
seus irmãos, dizendo: Eis que a
trela — Aumentam as mentiras e os
hora já é passada e as palavras de
enganos e os ladrões de Gadiânton
Samuel não se cumpriram; portan-
matam muita gente. Aproximada-
to, vossa alegria e vossa fé concer-
mente 1–4 d.C.
nentes a isso foram inúteis.

O RA, aconteceu que terminou


o nonagésimo primeiro ano
e haviam-se passado a seiscentos
7 E aconteceu que causaram um
grande tumulto em toda a terra;
e as pessoas que haviam acredita-
anos desde que Leí saíra de Jeru- do começaram a afligir-se muito,
salém; e nesse ano Laconeu era temendo que, por algum motivo,
o juiz supremo e governador de não se cumprissem as coisas que
toda a terra. haviam sido anunciadas.
2 E Néfi, filho de Helamã, parti- 8 Mas eis que aguardavam firme-
ra da terra de Zaraenla deixando mente aquele dia e aquela noite e
a 
Néfi, que era seu filho mais ve- aquele dia que seriam como um
lho, encarregado das b placas de dia sem noite, para saberem que
latão e de todos os registros que sua fé não havia sido vã.
haviam sido escritos e de todas as 9 Ora, aconteceu que os incrédu-
coisas que haviam sido preserva- los fixaram um dia para aplicar
das como sagradas desde a saída a a pena de morte a todos os que
de Leí de Jerusalém. acreditavam naquelas tradições,
3 Então ele partiu daquela terra caso não aparecesse o sinal que
e ninguém sabe a para onde foi; e havia sido anunciado por Samuel,
seu filho Néfi encarregou-se de o profeta.
escrever os registros em seu lugar, 10 Ora, aconteceu que quando
sim, os registros deste povo. Néfi, filho de Néfi, viu esta mal-
4 E aconteceu que no começo do dade de seu povo, afligiu-se-lhe
nonagésimo segundo ano, eis que extremamente o coração.
as profecias dos profetas começa- 11 E aconteceu que saiu, pros-
ram a cumprir-se mais plenamen- trou-se e clamou fervorosamente
te, pois maiores sinais e maiores a seu Deus em favor do povo, sim,
1 1 a 2 Né. 25:19. b Al. 37:3–5. 9 a GEE Mártir, Martírio.
2 a GEE Néfi, Filho de Néfi, 3 a 3 Né. 2:9.
Filho de Helamã. 5 a Hel. 14:2–4.
477 3 NÉFI 1:12–22
daqueles que estavam prestes a que haviam preparado para os
ser destruídos em virtude de sua que acreditavam nas palavras dos
fé na tradição de seus pais. profetas fora frustrado; porque o
12 E aconteceu que clamou fer- sinal anunciado já surgia.
vorosamente ao Senhor a todo 17 E começaram a compreender
aquele dia; e eis que lhe chegou que o Filho de Deus logo apare-
a voz do Senhor, dizendo: ceria; sim, em suma, todo o povo
13 Levanta a cabeça e tem bom de toda a face da terra, do oeste
ânimo; pois eis que é chegada a até o leste, tanto na terra do norte
hora e esta noite será dado o sinal; quanto na terra do sul, ficou tão
e a amanhã virei ao mundo para assombrado que caiu por terra.
mostrar ao mundo que cumprirei 18 Porque eles sabiam que os
tudo aquilo que fiz com que fos- profetas haviam testificado essas
se b dito pela boca de meus santos coisas durante muitos anos e que
profetas. o sinal profetizado já estava apa-
14 Eis que a venho aos meus para recendo; e começaram a temer,
b 
cumprir todas as coisas que dei a em virtude de sua iniquidade e
conhecer aos filhos dos homens, descrença.
desde a c fundação do mundo, e 19 E aconteceu que não houve
para fazer a vontade d tanto do escuridão toda aquela noite, mas
Pai como do Filho — do Pai, por estava tão claro como se fosse
minha causa; e do Filho, por cau- meio-dia. E aconteceu que o sol
sa de minha carne. E eis que é tornou a nascer de manhã, se-
chegada a hora e esta noite será gundo a ordem natural; e sabiam
dado o sinal. que era o dia em que o Senhor iria
15 E aconteceu que as palavras a 
nascer, por causa do sinal que
que Néfi ouviu se cumpriram se- fora dado.
gundo o que fora dito; pois eis 20 E tudo acontecera, sim, cada
que, ao pôr-do-sol, a não houve pormenor, segundo as palavras
escuridão; e o povo começou a dos profetas.
admirar-se, porque não houve 21 E aconteceu também que uma
escuridão quando chegou a noite. nova a estrela surgiu, segundo a
16 E muitos dos que não haviam palavra.
acreditado nas palavras dos pro- 22 E aconteceu que, daí em dian-
fetas a caíram por terra e permane- te, Satanás começou a espalhar
ceram como mortos, pois viram mentiras entre o povo, para endu-
que o grande b plano de destruição recer-lhe o coração, a fim de que
12 a En. 1:4; de Jesus Cristo. 16 a Hel. 14:7.
Al. 5:46. 14 a Jo. 1:11. b 3 Né. 1:9.
13 a Lc. 2:10–11. b Mt. 5:17–18. 19 a Lc. 2:1–7.
b GEE Jesus Cristo — c Al. 42:26. 21 a Mt. 2:1–2;
Profecias acerca do d D&C 93:3–4. Hel. 14:5.
nascimento e da morte 15 a Hel. 14:3.
3 NÉFI 1:23–30 478
não acreditassem naqueles sinais e 27 E aconteceu que o nonagési-
maravilhas que tinham visto; mas, mo terceiro ano também se passou
apesar dessas mentiras e enganos, em paz, a não ser pelos a ladrões
a maior parte do povo acreditou e de Gadiânton, que habitavam as
foi convertida ao Senhor. montanhas e infestavam a terra;
23 E aconteceu que Néfi e tam- pois tão sólidas eram suas forti-
bém muitos outros saíram pre- ficações e seus esconderijos, que
gando ao povo, batizando para o povo não conseguia dominá-
o arrependimento, o que causou los; por conseguinte, cometeram
grande a remissão de pecados. E muitos assassinatos e provocaram
assim o povo começou novamente grande mortandade entre o povo.
a viver em paz na terra. 28 E aconteceu que no nonagé-
24 E não havia contendas, a não simo quarto ano eles começaram
ser por alguns que começaram a a aumentar consideravelmente,
pregar, esforçando-se para provar porque muitos dissidentes nefi-
pelas escrituras que não era mais tas se refugiaram entre eles, o que
a 
necessário seguir a lei de Moisés. causou grande tristeza aos nefitas
Ora, nisto erraram, não havendo que permaneceram na terra.
entendido as escrituras. 29 Houve também muita triste-
25 Aconteceu, porém, que logo za entre os lamanitas; pois eis que
se converteram, convencidos de muitos de seus filhos, à medida
seu erro, porque lhes foi dado a que cresciam e ficavam mais ve-
conhecer que a lei não se tinha lhos, começavam a agir por conta
ainda a cumprido e que era neces- própria, sendo levados, pelas pa-
sário que se cumprisse em todos lavras aduladoras e mentirosas de
os seus pontos; sim, chegou-lhes alguns a zoramitas, a juntar-se ao
a palavra de que era necessário bando de Gadiânton.
que fosse cumprida; sim, que nem 30 E assim os lamanitas também
um jota nem um til seriam omi- foram afligidos e começaram, de-
tidos até que tudo se cumprisse; vido à iniquidade da nova gera-
portanto, nesse mesmo ano reco- ção, a decair em sua fé e retidão.
nheceram seu erro e b confessaram
suas faltas.
CAPÍTULO 2
26 E assim terminou o nonagési-
mo segundo ano, trazendo alegres Aumentam as iniquidades e abomi-
novas ao povo em virtude dos si- nações entre o povo — Nefitas e la-
nais que apareceram, segundo as manitas unem-se para defender-se dos
palavras das profecias de todos ladrões de Gadiânton — Os lamani-
os santos profetas. tas convertidos tornam-se brancos e
23 a GEE Remissão de 25 a Mt. 5:17–18. Gadiânton.
Pecados. b Mos. 26:29. 29 a Al. 30:59.
24 a Al. 34:13. 27 a GEE Ladrões de
479 3 NÉFI 2:1–12
são chamados de nefitas. Aproxima- passado desde o tempo de a Mo-
damente 5–16 d.C. sias, que fora rei do povo nefita.
6 E seiscentos e nove anos ha-
E aconteceu que assim se pas- viam-se passado desde que Leí
sou também o nonagésimo quinto saíra de Jerusalém.
ano e começaram a esquecer os 7 E nove anos haviam-se passa-
sinais e as maravilhas de que ha- do desde que fora dado o sinal
viam ouvido falar; e admiravam- anunciado pelos profetas, de que
se cada vez menos com qualquer Cristo viria ao mundo.
sinal ou maravilha dos céus, de 8 Ora, os nefitas começaram a
modo que começaram a ficar du- calcular o tempo a partir da época
ros de coração e cegos de enten- em que lhes foi dado o sinal, ou
dimento e começaram a duvidar seja, da vinda de Cristo; e nove
de tudo quanto haviam ouvido anos haviam-se passado.
e visto — 9 E Néfi, que era pai de Néfi,
2 Supondo falsamente, em seu que era encarregado dos registros,
coração, que eram obras de ho- a 
não regressou à terra de Zaraen-
mens e do poder do diabo para la e não pôde ser encontrado em
desencaminhar e a enganar o co- lugar algum da terra.
ração do povo; e assim Satanás 10 E aconteceu que, apesar das
tornou a apoderar-se do coração pregações e profecias que lhe fo-
do povo, de modo que lhes cegou ram feitas, o povo perseverou na
os olhos e induziu-os a crer que a iniquidade. E assim se passou
doutrina de Cristo era uma coisa também o décimo ano; e o décimo
louca e vã. primeiro ano também se passou
3 E aconteceu que a iniquidade em iniquidade.
e as abominações começaram a 11 E aconteceu que no décimo
tomar força no meio do povo; e terceiro ano começaram a surgir
não acreditavam que viessem a guerras e contendas por toda a
aparecer mais sinais e maravilhas; terra; porque os ladrões de Ga-
e Satanás a andava por toda par- diânton se tornaram tão nume-
te, desviando o coração do povo, rosos e mataram tanta gente e
tentando-o e levando-o a cometer devastaram tantas cidades e cau-
grandes iniquidades na terra. saram tantas mortes e carnifi-
4 E assim se passou o nonagési- cinas por toda a terra, que se
mo sexto ano; e também o nona- tornou necessário que todo o
gésimo sétimo ano; e também o povo, tanto os nefitas quanto os
nonagésimo oitavo ano; e também lamanitas, pegassem em armas
o nonagésimo nono ano; contra eles.
5 E também cem anos se haviam 12 Portanto, todos os lamanitas
2 2 a GEE Enganar, Engano, 3 a D&C 10:27. 9 a 3 Né. 1:2–3.
Fraude. 5 a Mos. 29:46–47.
3 NÉFI 2:13–3:2 480
convertidos ao Senhor se uniram a contra os nefitas; e por causa da
seus irmãos, os nefitas; e viram-se iniquidade do povo de Néfi e de
obrigados a pegar em armas con- suas muitas contendas e dissen-
tra os ladrões de Gadiânton, pela sões, os ladrões de Gadiânton ob-
segurança de sua vida e de suas tiveram muitas vantagens.
mulheres e filhos; sim, e também 19 E assim terminou o décimo
para garantir seus direitos e os quinto ano; e assim o povo pas-
privilégios de sua igreja e de sua sava por grandes aflições; e a a es-
adoração e sua a independência e pada da destruição pendia sobre
sua b liberdade. eles, de modo que estavam prestes
13 E aconteceu que antes de ter- a ser atingidos por ela; e isso em
minar o décimo terceiro ano, vi- virtude de sua iniquidade.
ram-se os nefitas ameaçados de
completa destruição em virtude CAPÍTULO 3
dessa guerra que se havia tornado
Gidiâni, chefe do bando de Gadiânton,
extremamente séria.
exige que Laconeu e os nefitas se ren-
14 E aconteceu que os lamanitas
dam e entreguem suas terras — Laco-
que se haviam unido aos nefitas
neu nomeia Gidgidôni capitão-chefe
foram contados com os nefitas;
dos exércitos — Os nefitas reúnem-
15 E a a maldição foi retirada de-
se em Zaraenla e Abundância para
les e sua pele tornou-se b branca
defenderem-se. Aproximadamente
como a dos nefitas;
16–18 d.C.
16 E seus filhos e filhas torna-
ram-se sumamente belos e foram E então aconteceu que no déci-
contados com os nefitas, sendo mo sexto ano depois da vinda de
chamados de nefitas. E assim ter- Cristo, Laconeu, governador da
minou o décimo terceiro ano. terra, recebeu uma epístola do
17 E aconteceu que no princípio chefe e governador desse bando
do décimo quarto ano a guerra de ladrões; e estas foram as pala-
continuou entre os ladrões e o vras escritas, dizendo:
povo de Néfi, tornando-se extre- 2 Laconeu, nobilíssimo e supre-
mamente penosa. Não obstante, mo governador da terra: Eis que
os nefitas obtiveram algumas van- te escrevo esta epístola elogiando-
tagens sobre os ladrões, de modo te amplamente por tua firmeza e
que os rechaçaram de suas terras também pela firmeza de teu povo
para as montanhas e para seus em manter o que julgais ser vos-
esconderijos. so direito e liberdade; sim, resis-
18 E assim terminou o décimo tis heroicamente, como se fôsseis
quarto ano. E no décimo quinto protegidos pela mão de um deus
ano eles avançaram novamente na defesa de vossa liberdade e de
12 a GEE Liberdade, Livre. 15 a Al. 17:15; 23:18. Jacó 3:8.
b GEE Liberdade, Livre. b 2 Né. 5:21; 30:6; 19 a Al. 60:29.
481 3 NÉFI 3:3–11
vossos bens e de vosso país ou do nossos irmãos e sócios em tudo o
que assim chamais. que possuímos.
3 E causa-me lástima, nobilís- 8 E eis que eu te a juro com um ju-
simo Laconeu, que sejas tão in- ramento que, se isto fizerdes, não
sensato e presunçoso a ponto de sereis destruídos; mas, se não o fi-
supores que possas resistir a tan- zerdes, juro-te com um juramento
tos homens valentes como os que que, no próximo mês, ordenarei
tenho sob meu comando e que, aos meus exércitos que vos ata-
neste exato momento, estão de quem; e não se deterão nem vos
prontidão, esperando com grande pouparão, mas hão de matar-vos
ansiedade a palavra de ordem — e deixarão cair a espada sobre vós
Caí sobre os nefitas e destruí-os. até que sejais exterminados.
4 E eu conheço-lhes o indomável 9 E eis que eu sou Gidiâni; e sou
espírito, tendo-os posto à prova governador desta a sociedade se-
no campo de batalha e sabendo creta de Gadiânton; e sei que esta
de seu eterno ódio a vós, em vir- sociedade e suas obras são b boas;
tude dos muitos males que lhes e datam de c longo tempo e foram
infligistes; eis que vos destrui- transmitidas a nós.
rão completamente se descerem 10 E escrevo-te esta epístola, La-
contra vós. coneu, esperando que nos entre-
5 Por conseguinte escrevi esta gueis vossas terras e vossas pro-
epístola, selando-a com minhas priedades sem derramamento de
próprias mãos, temendo pelo teu sangue, a fim de que o meu povo,
bem-estar, por causa de tua fir- que dissentiu de vós em virtude
meza no que crês ser justo e de de os haverdes iniquamente pri-
teu nobre espírito no campo de vado de seus direitos ao gover-
batalha. no, possa recuperar seus direitos
6 Em vista disso escrevo-te pe- e governo; e a não ser que façais
dindo que entregueis vossas cida- isso, eu vingarei os seus agravos.
des, vossas terras e vossos bens a Sou Gidiâni.
meu povo, para que ele não vos 11 E então aconteceu que quan-
ataque com a espada e sejais des- do recebeu essa epístola, Laconeu
truídos. muito se admirou com a ousa-
7 Ou, em outras palavras, en- dia de Gidiâni, exigindo a pos-
tregai-vos a nós e uni-vos a nós se da terra dos nefitas e também
e familiarizai-vos com nossas ameaçando o povo de vingar os
a 
obras secretas e tornai-vos nos- agravos daqueles que não haviam
sos irmãos, para que sejais como sofrido mal algum, a não ser o
nós — não nossos escravos, mas a 
mal que eles haviam causado a
3 7 a Hel. 6:22–26. Secretas. Mois. 5:29, 49–52.
8 a Ét. 8:13–14. b Al. 30:53. 11 a Hel. 14:30.
9 a GEE Combinações c Hel. 6:26–30;
3 NÉFI 3:12–22 482
si próprios, unindo-se a esses iní- 17 E aconteceu que Laconeu de-
quos e abomináveis ladrões. signou capitães-chefes para todos
12 Ora, eis que esse Laconeu, o os exércitos nefitas, a fim de diri-
governador, era homem justo e gi-los quando os ladrões desces-
não podia ser intimidado pelas sem do deserto contra eles.
exigências e ameaças de um a la- 18 Então foi designado o princi-
drão; por conseguinte não deu pal dentre todos os capitães-che-
atenção à epístola de Gidiâni, go- fes e comandante supremo dos
vernador dos ladrões, mas fez exércitos nefitas; e seu nome era
com que seu povo clamasse ao Se- a 
Gidgidôni.
nhor pedindo forças para quando 19 Ora, era costume entre todos
os ladrões descessem contra eles. os nefitas (salvo em tempos de
13 Sim, ele enviou uma procla- iniquidade) designar como seu
mação a todo o povo, para que capitão-chefe alguém que pos-
reunissem suas mulheres e seus suísse espírito de revelação e tam-
filhos, suas manadas e rebanhos bém de a profecia; portanto, esse
e todos os seus bens, com exceção Gidgidôni era um grande profeta
de suas terras, em um só lugar. entre eles, como também o era o
14 E fez construir em derredor juiz supremo.
fortificações; e a força delas de- 20 Disse, pois, o povo a Gidgi-
veria ser muito grande. E fez com dôni: Ora ao Senhor e subamos
que exércitos, tanto dos nefitas às montanhas e ao deserto para
como dos lamanitas, ou seja, de que possamos cair sobre os la-
todos os que eram contados com drões e destruí-los em suas pró-
os nefitas, fossem colocados como prias terras.
vigias em derredor, para prote- 21 Gidgidôni, porém, respon-
gê-los e livrá-los dos ladrões, dia deu-lhes: a Não o permita o Se-
e noite. nhor; porque se marchássemos
15 Sim, disse-lhes ele: Como vive contra eles, o Senhor nos b entre-
o Senhor, a não ser que vos arre- garia em suas mãos; portanto, nos
pendais de todas as vossas ini- prepararemos no centro de nossas
quidades e clameis ao Senhor, terras e reuniremos todos os nos-
de modo algum vos livrareis das sos exércitos e não os atacaremos,
mãos dos ladrões de Gadiânton. mas esperaremos até que venham
16 E tão grandes e maravilhosas contra nós; por conseguinte, tão
foram as palavras e profecias de certo como vive o Senhor, ele os
Laconeu, que causaram temor a entregará em nossas mãos se as-
todo o povo; e esforçaram-se com sim procedermos.
todo o empenho para agir segun- 22 E aconteceu que quase no
do as palavras de Laconeu. fim do décimo sétimo ano, a
12 a Al. 54:5–11; 18 a 3 Né. 6:6. 21 a Al. 48:14.
3 Né. 4:7–10. 19 a GEE Profecia, Profetizar. b 1 Sam. 14:12.
483 3 NÉFI 3:23–4:4
proclamação de Laconeu foi di- CAPÍTULO 4
vulgada em toda a face da terra e
Os exércitos nefitas derrotam os la-
eles, tomando seus cavalos e seus
drões de Gadiânton — Gidiâni é mor-
carros e seu gado e todos os seus
to e seu sucessor, Zemnaria, é enfor-
rebanhos e suas manadas e seus
cado — Os nefitas louvam ao Senhor
grãos e todos os seus bens, dirigi-
por suas vitórias. Aproximadamente
ram-se aos milhares e dezenas de
19–22 d.C.
milhares ao lugar determinado, a
fim de reunirem-se para defende- E aconteceu que no final do dé-
rem-se de seus inimigos. cimo oitavo ano, os exércitos dos
23 E a terra designada foi a terra ladrões haviam-se preparado para
de Zaraenla e a terra que ficava batalhar e começaram a descer e
entre a terra de Zaraenla e a terra a atacar, vindos das colinas e das
de Abundância, sim, até a linha montanhas e do deserto e de suas
que dividia a terra de Abundância fortalezas e de seus lugares secre-
da terra de Desolação. tos; e começaram a tomar posse
24 E houve muitos milhares de das terras, tanto das que ficavam
pessoas, que eram chamadas ne- no sul como das que ficavam no
fitas, que se reuniram nessa terra. norte; e começaram a apoderar-se
Ora, Laconeu fez com que se reu- de todas as terras a abandonadas
nissem na terra do sul, em virtude pelos nefitas, bem como das cida-
da grande maldição que havia caí- des que haviam ficado desertas.
do sobre a a terra do norte. 2 Mas eis que não havia animais
25 E fortificaram-se contra seus selvagens nem caça nas terras
inimigos e habitaram em uma só abandonadas pelos nefitas; e não
terra, em um só grupo; e temiam havia caça para os ladrões, exceto
as palavras proferidas por Laco- no deserto.
neu, de modo que se arrepende- 3 E os ladrões não podiam sub-
ram de todos os seus pecados; e sistir, a não ser no deserto, por
oraram ao Senhor seu Deus para falta de alimento; porque os ne-
que os a livrasse de seus inimigos fitas haviam deixado suas terras
quando estes descessem para ba- devastadas e haviam reunido seus
talhar contra eles. rebanhos e suas manadas e todos
26 E estavam extremamente afli- os seus bens; e achavam-se todos
tos por causa de seus inimigos. E em um só grupo.
Gidgidôni fez com que fabricas- 4 Portanto, os ladrões não ti-
sem a armas de guerra de todo tipo nham oportunidade de roubar e
e se fortalecessem com armaduras de obter alimento, a não ser bata-
e com escudos e com broquéis, de lhando abertamente com os nefi-
acordo com suas instruções. tas; e estavam os nefitas reunidos
24 a Al. 22:31. 26 a 2 Né. 5:14.
25 a GEE Confiança, Confiar. 4 1 a 3 Né. 3:13–14, 22.
3 NÉFI 4:5–14 484
em um só grupo e eram muito livrando-os das mãos de seus ini-
numerosos; e haviam reservado migos.
para si provisões e cavalos e gado 9 E aconteceu que os exércitos de
e rebanhos de todo tipo, a fim de Gidiâni, quando viram isso, co-
poderem subsistir durante sete meçaram a gritar em alta voz por
anos, no curso dos quais tinham causa de sua alegria, pois acha-
a esperança de eliminar os ladrões ram que os nefitas haviam caído
da face da terra; e assim se passou de medo devido ao terror de seus
o décimo oitavo ano. exércitos.
5 E aconteceu que no décimo 10 Estavam, porém, enganados,
nono ano Gidiâni viu que era ne- pois os nefitas não os temiam;
cessário subir para batalhar contra a 
temiam sim a seu Deus, a quem
os nefitas, pois não havia meio de suplicaram proteção; portanto,
subsistirem, a não ser pilhando e quando os exércitos de Gidiâni
roubando e assassinando. se atiraram sobre eles, estavam
6 E não se atreviam a espalhar-se preparados para enfrentá-los; e
pela face da terra a fim de cultivar receberam-nos na força do Senhor.
grãos, temendo que os nefitas os 11 E nesse sexto mês a batalha
atacassem e matassem; por conse- começou; e grande e terrível foi
guinte Gidiâni comunicou a seus a batalha, sim, grande e terrível
exércitos que iriam subir para ata- foi a carnificina, tanto que nunca
car os nefitas naquele ano. se soube de carnificina maior en-
7 E aconteceu que no sexto mês tre todo o povo de Leí, desde que
eles subiram para batalhar; e eis haviam deixado Jerusalém.
que grande e terrível foi o dia em 12 E apesar das a ameaças e ju-
que subiram para batalhar; e acha- ramentos feitos por Gidiâni, eis
vam-se vestidos segundo o estilo que os nefitas os derrotaram de tal
dos ladrões; e tinham uma pele forma que tiveram de retroceder.
de carneiro ao redor dos lombos 13 E aconteceu que a Gidgidôni
e estavam tingidos de sangue e ti- ordenou a seus exércitos que os
nham a cabeça rapada e protegida perseguissem até as fronteiras
por capacetes; e grande e terrível do deserto e que não poupassem
era a aparência dos exércitos de quem quer que lhes caísse nas
Gidiâni, por causa de suas arma- mãos pelo caminho; e assim os
duras e por acharem-se tingidos perseguiram e mataram até as
de sangue. fronteiras do deserto, para cum-
8 E aconteceu que quando os prirem as ordens de Gidgidôni.
exércitos nefitas viram a aparên- 14 E aconteceu que Gidiâni, que
cia do exército de Gidiâni, caíram lutara com ousadia, foi persegui-
todos por terra clamando ao Se- do ao fugir; e achando-se fatigado
nhor seu Deus que os salvasse, de tanto combater, foi alcançado e
10 a GEE Temor. 12 a 3 Né. 3:1–10. 13 a 3 Né. 3:18.
485 3 NÉFI 4:15–28
morto. E esse foi o fim de Gidiâni, 21 E os nefitas faziam contínuas
o ladrão. incursões, de dia e à noite, cain-
15 E aconteceu que os exércitos do sobre os inimigos e matando-
nefitas voltaram novamente para os aos milhares e às dezenas de
sua praça forte. E aconteceu que milhares.
esse décimo nono ano se passou 22 E assim se tornou desejo do
e os ladrões não voltaram a com- povo de Zemnaria abandonar seu
bater; e tampouco voltaram no plano, em virtude da grande des-
vigésimo ano. truição que sofriam dia e noite.
16 E no vigésimo primeiro ano 23 E aconteceu que Zemnaria
também não subiram para bata- deu ordem a seu povo de aban-
lhar, porém subiram por todos os donar o cerco e marchar para as
lados, a fim de sitiar o povo de partes mais longínquas da terra
Néfi; pois supunham que, se iso- do norte.
lassem os nefitas de suas terras e 24 E então Gidgidôni, tendo co-
cercassem-nos de todos os lados nhecimento do plano e sabendo
e privassem-nos de todos os seus da fraqueza deles, por causa da
privilégios externos, poderiam falta de alimento e da grande car-
fazer com que eles se rendessem nificina havida entre eles, fez sair
segundo seus desejos. seus exércitos durante a noite; e
17 Ora, eles haviam nomeado cortou-lhes a retirada e colocou
outro chefe, cujo nome era Zem- seus exércitos no caminho de sua
naria; portanto, foi Zemnaria retirada.
quem ordenou esse cerco. 25 E isso fizeram durante a noi-
18 Mas eis que isso foi vantajoso te, adiantando-se aos ladrões, de
para os nefitas; pois era impos- modo que na manhã seguinte,
sível aos bandidos manterem o quando os ladrões principiaram
cerco por tempo suficientemen- sua marcha, depararam com os
te longo para ter qualquer efeito exércitos nefitas tanto na vanguar-
sobre os nefitas, por causa das da como na retaguarda.
muitas provisões que eles haviam 26 E os ladrões que se achavam
armazenado, ao sul foram também isolados em
19 E por causa da escassez de seus lugares de refúgio. E tudo
víveres entre os ladrões; pois eis isto foi feito por ordem de Gid-
que nada tinham para seu susten- gidôni.
to a não ser a carne que obtinham 27 E muitos milhares entrega-
no deserto. ram-se aos nefitas como prisionei-
20 E aconteceu que a a caça min- ros; e os restantes foram mortos.
guou tanto no deserto, que os la- 28 E capturaram Zemnaria, seu
drões estavam prestes a morrer chefe, e enforcaram-no numa ár-
de fome. vore, sim, no topo da árvore, até
20 a 1 Né. 18:25.
3 NÉFI 4:29–5:4 486
morrer. E depois de o haverem CAPÍTULO 5
enforcado até morrer, derrubaram
Os nefitas arrependem-se e abando-
a árvore e gritaram em alta voz,
nam seus pecados — Mórmon escreve
dizendo:
a história de seu povo e declara-lhes a
29 Que o Senhor conserve os de
palavra eterna — Israel será reunida
seu povo em retidão e santidade
após longa dispersão. Aproximada-
de coração; que eles façam cair
mente 22–26 d.C.
por terra todos os que procura-
rem matá-los por causa de poder E então eis que não havia uma só
e combinações secretas, da mesma alma, entre todos os nefitas, que
forma que este homem foi derru- tivesse a menor dúvida quanto
bado por terra. às palavras proferidas por todos
30 E regozijaram-se, clamando os santos profetas; pois todos sa-
outra vez a uma voz: Que o a Deus biam ser necessário que elas se
de Abraão e o Deus de Isaque e cumprissem.
o Deus de Jacó proteja este povo 2 E sabiam que era necessário
em retidão, enquanto b invocarem que Cristo tivesse vindo, por cau-
o nome do seu Deus pedindo pro- sa dos muitos sinais que haviam
teção. sido dados segundo as palavras
31 E aconteceu que, em unís- dos profetas; e em virtude das
sono, romperam em cânticos e coisas que já haviam acontecido,
a 
louvores a seu Deus pelo muito sabiam que era necessário que se
que havia feito por eles, tendo cumprissem todas as coisas, con-
evitado que caíssem nas mãos de forme anunciadas.
seus inimigos. 3 Por conseguinte abandona-
32 Sim, eles clamaram: a Hosa- ram todos os seus pecados e suas
na ao Deus Altíssimo! E eles cla- abominações e suas libertinagens
maram: Bendito seja o nome do e serviram a Deus com toda dili-
Senhor Deus b Todo-Poderoso, o gência, dia e noite.
Deus Altíssimo! 4 E então aconteceu que depois
33  E seus corações estavam de haverem aprisionado os la-
cheios de alegria, a ponto de ver- drões, não tendo deixado escapar
terem muitas lágrimas em virtu- um só dos que não tinham sido
de da imensa bondade de Deus, mortos, lançaram seus prisionei-
livrando-os das mãos de seus ini- ros na prisão e fizeram com que
migos; e sabiam que era por causa a palavra de Deus lhes fosse pre-
de seu arrependimento e de sua gada; e todos os que se arrepen-
humildade que haviam sido li- deram de seus pecados e fizeram
vrados de uma destruição eterna. convênio de não mais cometer
30 a Al. 29:11. GEE Ação de 32 a GEE Hosana.
b Ét. 4:15. Graças, Agradecido, b 1 Né. 1:14.
31 a Al. 26:8. Agradecimento. GEE Trindade.
487 3 NÉFI 5:5–19
homicídios, foram postos em li- a 
placas que preparei com minhas
berdade. próprias mãos.
5 Todos os que não fizeram con- 12 E eis que me chamo a Mór-
vênio, porém, e que continuaram mon, por causa da b terra de Mór-
a ter no coração aqueles assassi- mon, a terra onde Alma organi-
natos secretos, sim, todos os que zou a igreja entre o povo, sim, a
continuaram proferindo ameaças primeira igreja que foi organizada
contra seus irmãos, foram conde- entre eles depois de sua trans-
nados e punidos de conformidade gressão.
com a lei. 13 Eis que sou discípulo de Jesus
6 E assim acabaram com todas Cristo, o Filho de Deus. Fui por
essas combinações iníquas e se- ele chamado para anunciar sua
cretas e abomináveis, pelas quais palavra ao povo, a fim de que te-
tantas iniquidades e tantos assas- nham vida eterna.
sinatos foram cometidos. 14 E tornou-se necessário que
7 E assim se passou o a vigésimo eu, de acordo com a vontade de
segundo ano e também o vigési- Deus de que as orações dos que
mo terceiro ano e o vigésimo quar- morreram, que eram santos, fos-
to e o vigésimo quinto; e assim se sem cumpridas segundo sua fé,
passaram vinte e cinco anos. fizesse um a registro das coisas que
8 E haviam sucedido muitas coi- aconteceram —
sas que, aos olhos de alguns, se- 15 Sim, um pequeno registro
riam grandes e maravilhosas; não do que ocorreu desde o tempo
obstante, todas elas não podem em que Leí saiu de Jerusalém até
ser escritas neste livro; sim, este agora.
livro não pode conter nem a a cen- 16 Portanto, faço meu registro
tésima parte do que aconteceu en- de acordo com os relatos daqueles
tre tanta gente no espaço de vinte que me antecederam, até o come-
e cinco anos; ço de meus dias.
9 Mas eis que existem outros a re- 17 E depois farei um a registro
gistros que contêm todos os feitos das coisas que vi com meus pró-
deste povo; e uma narração mais prios olhos.
curta, porém verdadeira, foi feita 18 E sei que o registro que faço
por Néfi. é exato e verdadeiro; não obstan-
10 Por conseguinte fiz meu regis- te, há muitas coisas que, segundo
tro dessas coisas segundo o regis- nossa linguagem, não somos ca-
tro de Néfi, que foi gravado nas pazes de a escrever.
placas chamadas placas de Néfi. 19  E agora dou por termina-
11 E eis que faço o relato em dos os meus dizeres no que me
5 4 a GEE Liberdade, Livre. 12 a Mórm. 1:1–5. D&C 3:19–20.
7 a 3 Né. 2:8. b Mos. 18:4; 17 a Mórm. 1:1.
8 a 3 Né. 26:6–12. Al. 5:3. 18 a Ét. 12:25.
9 a Hel. 3:13–15. 14 a En. 1:13–18;
3 NÉFI 5:20–6:3 488
concernem; e prossigo fazendo o seu Redentor, que é Jesus Cristo,
meu relato das coisas sucedidas o Filho de Deus; e então serão
antes de mim. coligados dos quatro cantos do
20 Eu sou Mórmon, descenden- mundo para suas próprias terras,
te direto de Leí. Tenho motivos de onde foram dispersados; sim,
para bendizer meu Deus e meu tão certo como vive o Senhor, as-
Salvador Jesus Cristo, que trouxe sim sucederá. Amém.
nossos pais da terra de Jerusalém
(e a ninguém o soube, a não ser ele CAPÍTULO 6
mesmo e aqueles que tirou da-
Os nefitas prosperam — Surgem or-
quela terra) e deu a mim e a meu
gulho, riquezas e distinção de clas-
povo tanto conhecimento para a
ses — A Igreja é dividida por dis-
salvação de nossa alma.
sensões — Satanás leva o povo a
21 Certamente ele abençoou a
rebelar-se abertamente — Muitos
a 
casa de b Jacó e tem sido c mise-
profetas proclamam o arrependimento
ricordioso com os descendentes
e são mortos — Seus assassinos cons-
de José.
piram para apoderar-se do governo.
22 E a enquanto os filhos de Leí
Aproximadamente 26–30 d.C.
guardaram seus mandamentos,
ele abençoou-os e fê-los prosperar E então aconteceu, no vigésimo
segundo a sua palavra. sexto ano, que os nefitas regressa-
23 Sim, e sem dúvida fará com ram às suas terras, cada homem
que um a remanescente dos des- com a sua família, os seus reba-
cendentes de José tenha b conheci- nhos e as suas manadas, os seus
mento do Senhor seu Deus. cavalos e o seu gado, e todas as
24 E tão certo como vive, o Se- coisas que lhes pertenciam.
nhor a reunirá, das quatro partes 2 E aconteceu que não haviam
da Terra, todo o remanescente consumido todas as suas provi-
dos descendentes de Jacó que es- sões; portanto, levaram consigo
tão dispersos sobre toda a face tudo que não haviam consumi-
da Terra. do: todos os seus grãos de toda
25 E como fez convênio com espécie e seu ouro e sua prata e
toda a casa de Jacó, então o con- todas as suas coisas preciosas; e
vênio que fez com a casa de Jacó voltaram para suas próprias ter-
será cumprido no seu devido tem- ras e possessões, tanto no norte
po, para que seja a restituído a toda como no sul, tanto na terra do
a casa de Jacó o conhecimento do norte como na terra do sul.
convênio que fez com eles. 3 E concederam aos ladrões —
26 E então hão de a conhecer o que haviam feito convênio de
20 a 1 Né. 4:36. 22 a 2 Né. 1:20. de Israel.
21 a GEE Israel. 23 a Al. 46:24. 25 a 3 Né. 16:5.
b Gên. 32:28. b 2 Né. 3:12. 26 a 2 Né. 30:5–8;
c Deut. 33:13–17. 24 a GEE Israel — Coligação 3 Né. 20:29–34.
489 3 NÉFI 6:4–15
manter a paz na terra, que dese- 11 Pois havia muitos mercadores
javam permanecer lamanitas — na terra, e também muitos advo-
terras segundo seu número, a fim gados, e muitos oficiais.
de que pudessem subsistir com 12 E começou o povo a ser dis-
seu trabalho; e assim estabelece- tinguido por classes, segundo as
ram a paz em toda a terra. suas a riquezas e oportunidades de
4 E novamente começaram a instrução; sim, alguns eram igno-
prosperar e a tornar-se grandes; rantes por causa de sua pobreza, e
e passaram-se o vigésimo sexto e outros recebiam muita instrução
o vigésimo sétimo ano, reinando por causa de sua opulência.
grande ordem na terra; e haviam 13  Alguns se exaltavam em
estabelecido suas leis com equi- seu orgulho e outros eram extre-
dade e justiça. mamente humildes; alguns res-
5 Ora, nada havia em toda a ter- pondiam injúria com injúria, en-
ra que impedisse o povo de pros- quanto outros sofriam ultrajes
perar continuamente, a não ser e a perseguições e toda espécie
que caísse em transgressão. de aflições, sem b revidar; e eram
6 E foram Gidgidôni e o juiz, La- humildes e penitentes diante de
coneu, e os que haviam sido no- Deus.
meados chefes, que estabeleceram 14 E assim surgiu uma grande
esta grande paz na terra. desigualdade em toda a terra, de
7 E aconteceu que foram cons- modo que a igreja começou a de-
truídas muitas cidades novas e res- cair; sim, tanto que, no trigésimo
tauradas muitas cidades antigas. ano, a igreja se dissolveu em toda
8 E abriram-se muitas estradas e a terra, salvo entre alguns lama-
foram feitos muitos caminhos que nitas que se haviam convertido à
iam de cidade a cidade e de terra verdadeira fé; e não se afastaram
a terra e de lugar a lugar. dela, pois eram firmes e constan-
9 E assim se passou o vigési- tes e inabaláveis, desejando guar-
mo oitavo ano; e o povo teve paz dar com todo o a empenho os man-
contínua. damentos do Senhor.
10 Mas aconteceu que no vigé- 15 Ora, a causa da iniquidade
simo nono ano começaram a sur- do povo era esta — Satanás ti-
gir algumas disputas no meio do nha grande poder para induzir
povo; e alguns se encheram de o povo a entregar-se a toda sorte
a 
orgulho e ostentação, em virtu- de iniquidades e a encher-se de
de de suas imensas riquezas, sim, orgulho, tentando-os a buscarem
a ponto de provocarem grandes poder e autoridade e riquezas e
perseguições; as coisas vãs do mundo.
6 10 a GEE Orgulho. 13 a GEE Perseguição, 4 Né. 1:34;
12 a 1 Tim. 6:17–19; Perseguir. D&C 98:23–25.
Hel. 4:12. b Mt. 5:39; 14 a GEE Diligência.
3 NÉFI 6:16–27 490
16 E assim Satanás desencami- que se iravam eram principalmen-
nhou o coração do povo para que te os juízes superiores, e os que
cometessem toda sorte de iniqui- a 
haviam sido sumos sacerdotes e
dades; de modo que não houve advogados; sim, todos os advoga-
paz senão por poucos anos. dos estavam irados contra os que
17 E assim, no começo do trigé- testificavam essas coisas.
simo ano — tendo o povo sido en- 22 Ora, não havia advogado al-
tregue durante um grande espaço gum nem juiz nem sumo sacer-
de tempo às a tentações do diabo, dote que tivesse poder para con-
sendo levado para onde ele de- denar uma pessoa à morte, a não
sejava e praticando toda sorte de ser que sua condenação fosse as-
abominações que ele desejava — e sinada pelo governador da terra.
assim, no começo deste trigésimo 23 Ora, muitos dos que haviam
ano achavam-se num estado de testificado intrepidamente sobre
terrível iniquidade. as coisas referentes a Cristo foram
18 Ora, eles não pecavam por presos e executados secretamen-
a 
ignorância, porque conheciam a te pelos juízes, de modo que o
vontade de Deus relativa a eles, conhecimento de sua morte não
pois fora-lhes ensinada; portan- chegou ao governador da terra
to, voluntariamente se b rebelaram senão depois de estarem mortos.
contra Deus. 24 Ora, eis que isso era contrário
19 Ora, isto foi nos dias de La- às leis da terra, que se executasse
coneu, filho de Laconeu, pois La- qualquer homem sem autorização
coneu ocupava o cargo de seu pai do governador da terra.
e governava o povo naquele ano. 25 Portanto, foi feita uma quei-
20 E começaram a aparecer entre xa ao governador, na terra de
o povo, por toda a terra, homens Zaraenla, contra os juízes que
a 
inspirados pelo céu, pregando haviam condenado à morte os
e testificando ousadamente so- profetas do Senhor, em desacor-
bre os pecados e iniquidades do do com a lei.
povo e testificando a respeito da 26 Ora, aconteceu que eles foram
redenção que o Senhor faria por presos e levados à presença do
seu povo, ou, em outras palavras, juiz, a fim de serem julgados pelo
a ressurreição de Cristo; e testifi- crime que haviam cometido, de
caram intrepidamente sobre sua acordo com a a lei que havia sido
b 
morte e seus padecimentos. estabelecida pelo povo.
21 Ora, havia muita gente ex- 27 Ora, aconteceu que aqueles
cessivamente irada por causa dos juízes tinham muitos amigos e
que testificavam essas coisas; e os parentes; e os demais, sim, quase
17 a GEE Tentação, Tentar. Inspirar; 21 a D&C 121:36–37.
18 a Mos. 3:11. Profeta. GEE Apostasia.
b GEE Rebeldia, Rebelião. b GEE Crucificação; 26 a Mos. 29:25;
20 a GEE Inspiração, Expiação, Expiar. Al. 1:14.
491 3 NÉFI 6:28–7:8
todos os advogados e sumos sa- trigésimo ano, destruíram, sim,
cerdotes reuniram-se e aliaram-se assassinaram o juiz supremo da
aos parentes dos juízes que iam terra na cadeira de juiz.
ser julgados de acordo com a lei. 2 E os do povo dividiram-se, uns
28 E fizeram a convênio uns com contra os outros; e separaram-se
os outros, sim, aquele convênio em tribos, cada homem segundo
que lhes fora transmitido pelos sua família, parentes e amigos; e as-
antigos, o qual fora dado e minis- sim destruíram o governo da terra.
trado pelo b diabo, de se unirem 3 E cada tribo nomeou um chefe
contra toda retidão. ou comandante; e assim se con-
29 Portanto, se uniram contra verteram em tribos e chefes de
o povo do Senhor e fizeram con- tribos.
vênio de destruí-los e de libertar 4 Ora, eis que não havia homem
os culpados dos assassinatos das algum entre eles que não tivesse
garras da justiça, a qual estava uma grande família e muitos pa-
prestes a ser aplicada de acordo rentes e amigos; portanto, suas
com a lei. tribos tornaram-se sumamente
30 E desafiaram a lei e os direitos grandes.
de seu país; e fizeram convênio 5 Ora, tudo isto foi feito sem que
entre si de destruir o governador e ainda houvesse guerras entre eles;
estabelecer um a rei na terra, a fim e toda essa iniquidade caíra sobre
de que não fosse mais uma terra o povo porque eles a se submete-
livre, mas que ficasse sujeita a reis. ram ao poder de Satanás.
6 E os regulamentos do gover-
CAPÍTULO 7 no foram destruídos devido às
a 
combinações secretas de amigos
O juiz supremo é assassinado, o go-
e parentes dos que haviam assas-
verno é destruído e o povo divide-se
sinado os profetas.
em tribos — Jacó, um anti-Cristo,
7 E causaram grande contenda
torna-se rei de uma coligação de tri-
na terra, de tal forma que a parte
bos — Néfi prega arrependimento e
mais justa do povo se tornara qua-
fé em Cristo — Recebe diariamente
se toda iníqua; sim, havia poucos
o ministério de anjos e levanta seu
homens justos entre eles.
irmão dentre os mortos — Muitos se
8 E assim, não haviam transcor-
arrependem e são batizados. Aproxi-
rido seis anos e a maior parte do
madamente 30–33 d.C.
povo já se desviara de sua reti-
Ora, eis que vos mostrarei que dão, como o cão que torna a seu
não estabeleceram um rei na ter- a 
vômito ou como a porca, ao seu
ra; mas nesse mesmo ano, sim, no chafurdar na lama.
28 a GEE Combinações 30 a 1 Sam. 8:5–7; Al. 51:5. 6 a 2 Né. 9:9.
Secretas. 7 5 a Rom. 6:13–16; 8 a Prov. 26:11;
b Hel. 6:26–30. Al. 10:25. 2 Ped. 2:22.
3 NÉFI 7:9–17 492
9 Ora, os dessa combinação se- 14 E aconteceu que no trigésimo
creta, que tanta iniquidade havia primeiro ano estavam divididos
trazido ao povo, reuniram-se e em tribos, cada homem de acor-
puseram como seu chefe um ho- do com a sua família, parentes e
mem a quem chamavam Jacó; amigos; contudo, haviam feito um
10 E chamaram-no rei; portanto, tratado de não guerrearem uns
tornou-se rei desse bando iníquo; contra os outros; mas não estavam
e ele era um dos principais entre unidos no tocante às suas leis e
os que haviam votado contra os à sua forma de governo, porque
profetas que testificaram acerca se haviam organizado segundo a
de Jesus. vontade de seus chefes e seus co-
11 E aconteceu não serem eles mandantes. Instituíram, porém,
tão numerosos como as tribos do leis muito estritas, de que nenhu-
povo, que estavam unidas salvo ma tribo deveria ofender outra,
no tocante às leis, que eram esta- de modo que, até certo ponto, ti-
belecidas pelos respectivos che- veram paz na terra; não obstante,
fes, cada qual segundo sua tribo; seu o coração havia-se desviado
contudo, eram inimigos; embora do Senhor seu Deus, e apedreja-
não fossem um povo justo, esta- ram os profetas, expulsando-os
vam, entretanto, unidos em seu de seu meio.
ódio contra os que haviam feito 15 E aconteceu que a Néfi — ten-
convênio de destruir o governo. do sido visitado por anjos e tam-
12 Portanto, Jacó, sendo rei do bém pela voz do Senhor; tendo,
bando e vendo que seus inimigos portanto, visto anjos e sendo tes-
eram muito mais numerosos que temunha ocular; e tendo recebido
eles, ordenou a seu povo que se poder, a fim de que soubesse a
refugiasse na parte mais longín- respeito do ministério de Cristo; e
qua do norte; e que lá se estabele- sendo também testemunha ocular
cesse um a reino para eles até que do rápido retorno do povo, da
os dissidentes se unissem a eles retidão para a iniquidade e abo-
(porque os lisonjeava, dizendo minações;
que haveria muitos dissidentes) 16 Assim, aflito com a dureza do
e se tornassem suficientemente coração deles e a cegueira de sua
fortes para lutar contra as tribos mente — foi para o meio deles
do povo. E assim fizeram. naquele mesmo ano e começou a
13 E tão rápida foi sua marcha, pregar ousadamente o arrepen-
que logo se viram fora do alcance dimento e a remissão de pecados
do povo, que não pôde detê-los. E pela fé no Senhor Jesus Cristo.
assim terminou o trigésimo ano; 17 E ensinou-lhes muitas coisas;
e essa era a condição do povo de e como todas elas não podem ser
Néfi. escritas e parte delas não bastaria,
12 a 3 Né. 6:30. 15 a 3 Né. 1:2.
493 3 NÉFI 7:18–8:1
não foram, portanto, escritas neste sinais e fizeram alguns milagres
livro. E Néfi ensinou com a poder entre o povo.
e grande autoridade. 23 Assim também se passou o
18 E aconteceu que se zangaram trigésimo segundo ano. E Néfi
com ele porque tinha maior poder clamou ao povo, no princípio do
do que eles, sendo-lhes a impos- trigésimo terceiro ano, e pregou-
sível não crer em suas palavras, lhes arrependimento e remissão
porquanto tão grande era sua fé de pecados.
no Senhor Jesus Cristo que dia- 24 Ora, quisera também que re-
riamente recebia o ministério de cordásseis que não houve, dentre
anjos. os que se arrependeram, quem
19 E em nome de Jesus expulsa- não tivesse sido a batizado com
va demônios e a espíritos imun- água.
dos; e até seu irmão ele levan- 25 Portanto, Néfi ordenou ho-
tou dentre os mortos, depois de mens a este ministério, a fim de
haver sido apedrejado e morto que todos os que viessem a eles
pelo povo. fossem batizados com água; e isto
20 E o povo viu e testemunhou como prova e testemunho, peran-
isso e irou-se contra ele por cau- te Deus e para o povo, de que se
sa de seu poder; e ele fez também haviam arrependido e recebido a
a 
muitos outros milagres à vista do a 
remissão de seus pecados.
povo, em nome de Jesus. 26 E no princípio desse ano mui-
21 E aconteceu que se passou tos receberam o batismo do arre-
o trigésimo primeiro ano e ape- pendimento; e assim se passou a
nas poucos foram convertidos maior parte do ano.
ao Senhor; mas todos os que se
converteram demonstraram ao CAPÍTULO 8
povo, sinceramente, que tinham
Tempestades, terremotos, incêndios,
sido visitados pelo poder e pelo
furacões e cataclismos atestam a cru-
Espírito de Deus que estava em Je-
cificação de Cristo — Muita gente é
sus Cristo, em quem acreditavam.
morta — Trevas cobrem a terra por
22 E todos aqueles de quem ha-
três dias — Os sobreviventes lamen-
viam sido expulsos demônios e
tam seu destino. Aproximadamente
que haviam sido curados de suas
33–34 d.C.
doenças e enfermidades, mani-
festaram ao povo com toda a sin- E então aconteceu que, segun-
ceridade que o Espírito de Deus do nosso registro, e sabemos que
agira sobre eles e que haviam sido nosso registro é verdadeiro, pois
curados; e também mostraram eis que foi feito por um homem
17 a GEE Poder. Espíritos maus. 25 a D&C 20:37.
18 a 2 Né. 33:1; Al. 4:19. 20 a 3 Né. 8:1. GEE Remissão de
19 a GEE Espírito — 24 a GEE Batismo, Batizar. Pecados.
3 NÉFI 8:2–17 494
justo — pois em verdade fez mui- 9 E a cidade de Morôni submer-
tos a milagres em b nome de Jesus; giu nas profundezas do mar e
e nenhum homem havia que pu- seus habitantes afogaram-se.
desse fazer um milagre em nome 10 E a terra cobriu a cidade de
de Jesus, se não estivesse com- Moronia, de modo que em lugar
pletamente limpo de suas iniqui- da cidade apareceu uma grande
dades — montanha.
2 E então aconteceu, se não hou- 11 E houve uma grande e terrível
ve equívoco na maneira pela qual destruição na terra do sul.
esse homem calculou nosso tem- 12 Mas eis que houve uma des-
po, que se passou o a trigésimo truição muito maior e mais terrí-
terceiro ano; vel na terra do norte; pois eis que
3 E o povo começou a esperar toda a face da terra foi mudada
com grande ansiedade o sinal que por causa da tempestade e dos
havia sido anunciado pelo profeta furacões e dos trovões e relâm-
Samuel, o lamanita, sim, a época pagos e dos violentos tremores
em que deveria haver a trevas du- de toda a terra.
rante três dias na face da terra. 13 E romperam-se os a caminhos,
4 E começou a haver grandes desnivelaram-se as estradas e
dúvidas e disputas entre o povo, muitos lugares planos tornaram-
apesar dos muitos a sinais já ma- se acidentados.
nifestados. 14 E muitas cidades grandes e
5 E aconteceu que no trigésimo importantes foram a tragadas e
quarto ano, no primeiro mês, no muitas se incendiaram e muitas
quarto dia do mês, levantou-se foram sacudidas até que seus edi-
uma grande tormenta como nun- fícios ruíram; e seus habitantes fo-
ca antes havia sido vista em toda ram mortos e os lugares ficaram
a terra. devastados.
6 E houve também uma grande 15 E algumas cidades perma-
e terrível tempestade; e houve neceram; mas sofreram grandes
terríveis a trovões que b sacudiram danos e muitos de seus habitantes
toda a terra como se ela fosse ra- foram mortos.
char-se ao meio. 16 E houve alguns que foram le-
7 E houve relâmpagos tão res- vados pelo furacão e, onde foram
plandecentes como nunca vistos parar, ninguém sabe; sabe-se ape-
em toda a terra. nas que foram levados.
8 E a a cidade de Zaraenla incen- 17 E assim a face de toda a terra
diou-se. ficou desfigurada, em virtude das
8 1 a 3 Né. 7:19–20; Hel. 14:20, 27; b Mt. 27:45, 50–51.
Mórm. 9:18–19. 3 Né. 10:9. 8 a 4 Né. 1:7–8.
b At. 3:6; Jacó 4:6. 4 a GEE Crucificação. 13 a Hel. 14:24;
2 a 3 Né. 2:8. 6 a 1 Né. 19:11; 3 Né. 6:8.
3 a 1 Né. 19:10; Hel. 14:21. 14 a 1 Né. 12:4.
495 3 NÉFI 8:18–9:1
tempestades e trovões e relâmpa- e gemidos e pranto entre todo o
gos e tremores de terra. povo, continuamente; sim, gran-
18 E eis que as a rochas se fende- des foram os gemidos do povo
ram ao meio; elas foram despeda- por causa das trevas e da grande
çadas em toda a face da terra, de destruição que sobreviera.
tal forma que foram encontradas 24 E em um lugar eles foram ou-
em fragmentos e rachadas e par- vidos lamentando-se e dizendo:
tidas em toda a face da terra. Oh! Se nos tivéssemos arrepen-
19 E aconteceu que quando ces- dido antes deste grande e terrível
saram os trovões e os relâmpa- dia, nossos irmãos teriam sido
gos e a tormenta e a tempestade poupados e não teriam sido quei-
e os tremores de terra — pois eis mados naquela grande cidade de
que duraram cerca de a três horas, a 
Zaraenla.
sendo dito por alguns que dura- 25 E em outro lugar eles foram
ram mais tempo; contudo, todas ouvidos queixando-se e lamen-
essas coisas grandes e terríveis tando-se, dizendo: Oh! Se nos ti-
duraram cerca de três horas — e véssemos arrependido antes deste
então, eis que houve trevas sobre grande e terrível dia e não tivés-
a face da terra. semos matado, apedrejado e ex-
20 E aconteceu que houve trevas pulsado os profetas; então nossas
espessas sobre toda a face da ter- mães e nossas belas filhas e nossos
ra, de modo que todos os habitan- filhos teriam sido poupados e não
tes que não haviam caído podiam teriam sido enterrados naquela
a 
sentir o b vapor da escuridão. grande cidade de Moronia. E as-
21 E por causa da escuridão não sim, grandes e terríveis foram os
podia haver luz nem velas nem gemidos do povo.
tochas; nem conseguiram fazer
fogo com sua lenha fina e extre- CAPÍTULO 9
mamente seca, de modo que luz
Na escuridão, a voz de Cristo pro-
nenhuma foi possível haver.
clama a destruição de muita gente e
22 E não se via luz alguma nem
de cidades, devido a suas iniquida-
fogo nem lampejo nem o sol nem
des — Ele também proclama Sua di-
a lua nem as estrelas, tal a densi-
vindade, anuncia que a lei de Moisés
dade dos vapores de escuridão
foi cumprida e convida os homens a
que estavam sobre a face da terra.
virem a Ele e serem salvos. Aproxi-
23 E aconteceu que essas trevas
madamente 34 d.C.
duraram pelo espaço de a três dias,
nos quais não foi vista luz algu- E aconteceu que se ouviu uma
ma; e houve grandes lamentações voz entre todos os habitantes da
a 

18 a Hel. 14:21–22. b 1 Né. 12:5; 19:11. 9 1 a 1 Né. 19:11;


19 a Lc. 23:44. 23 a 1 Né. 19:10. 3 Né. 11:10.
20 a Êx. 10:21–22. 24 a Hel. 13:12.
3 NÉFI 9:2–11 496
terra, em toda a face desta terra, de Gadiândi e a cidade de Ga-
clamando: diomna e a cidade de Jacó e a ci-
2 Ai, ai, ai deste povo! a Ai dos dade de Gingimno afundassem; e
habitantes de toda a Terra, a não fiz com que, em seu lugar, apare-
ser que se arrependam; porque cessem a colinas e vales; e enterrei
o diabo b ri e seus anjos se rego- seus habitantes nas profundezas
zijam em virtude da morte dos da terra para esconder de minha
belos filhos e filhas de meu povo; face suas iniquidades e abomina-
e caíram por causa de suas iniqui- ções, para que o sangue dos profe-
dades e abominações! tas e dos santos não mais subisse
3 Eis que eu queimei com fogo a mim contra eles.
aquela grande cidade de Zaraenla 9 E eis que fiz com que a grande
e seus habitantes. cidade de Jacobugate, que era ha-
4 E eis que fiz com que a grande bitada pelo povo do rei Jacó, fos-
cidade de Morôni afundasse nas se incendiada por causa de seus
profundezas do mar e seus habi- pecados e de suas iniquidades,
tantes se afogassem. que sobrepujavam toda a iniqui-
5 E eis que cobri de terra a gran- dade de toda a terra por causa de
de cidade de Moronia e seus ha- seus a assassinatos e combinações
bitantes, para esconder suas ini- secretas; pois foram eles que des-
quidades e suas abominações de truíram a paz de meu povo e o go-
minha face, a fim de que o sangue verno da terra; por essa razão fiz
dos profetas e dos santos não mais com que fossem queimados, para
subisse a mim contra eles. b 
varrê-los de minha presença, a
6 E eis que fiz com que a cidade fim de que o sangue dos profetas
de Gilgal afundasse e seus habi- e dos santos não mais subisse a
tantes fossem sepultados nas pro- mim contra eles.
fundezas da terra; 10 E eis que fiz destruir com fogo
7 Sim, e a cidade de Onia e seus a cidade de Lamã e a cidade de Jós
habitantes, a cidade de Mocum e e a cidade de Gade e a cidade de
seus habitantes e a cidade de Jeru- Quiscúmen e seus habitantes, por
salém e seus habitantes; e fiz com causa de sua iniquidade ao expul-
que subissem as a águas e ocupas- sar os profetas e apedrejar aqueles
sem o seu lugar para esconder que enviei para declarar-lhes suas
suas iniquidades e abominações iniquidades e abominações.
de minha face, a fim de que o san- 11 E porque expulsaram todos,
gue dos profetas e dos santos não de modo que não havia um justo
mais subisse a mim contra eles. entre eles, fiz descer a fogo sobre
8 E eis que fiz com que a cidade eles e destruí-os, para que suas
2 a Mt. 11:20–21. 8 a 1 Né. 19:11. 11 a 2 Re. 1:9–16;
b Mois. 7:26. 9 a Hel. 6:17–18, 21. Hel. 13:13.
7 a Eze. 26:19. b Mos. 12:8.
497 3 NÉFI 9:12–22
iniquidades e abominações fos- relativas a minha vinda cumpri-
sem escondidas de minha face, a ram-se.
fim de que o sangue dos profetas 17 E a todos os que me recebe-
e dos santos que lhes enviei, não ram a permiti que se tornassem os
mais a mim clamasse b da terra filhos de Deus; e o mesmo farei
contra eles. a todos os que crerem em meu
12 E a muitas grandes destrui- nome, pois eis que por mim vem
ções fiz com que fossem infligi- a b redenção e em mim cumpriu-se
das a esta terra e a este povo, por a c lei de Moisés.
causa de suas iniquidades e abo- 18 Eu sou a a luz e a vida do mun-
minações. do, sou b Alfa e Ômega, o princí-
13 Ó vós todos, que fostes a pou- pio e o fim.
pados porque éreis mais justos do 19 E vós a não me oferecereis
que eles, não volvereis a mim ago- mais derramamento de sangue;
ra, arrependendo-vos de vossos sim, vossos sacrifícios e holocaus-
pecados e convertendo-vos, para tos cessarão, porque não aceitarei
que eu vos b cure? qualquer dos vossos sacrifícios e
14 Sim, em verdade vos digo holocaustos.
que, se a vierdes a mim, tereis 20 E oferecer-me-eis como a sa-
b 
vida eterna. Eis que meu c braço crifício um coração quebrantado e
de misericórdia está estendido um espírito contrito. E todo aque-
para vós e aquele que vier, eu o le que a mim vier com um coração
receberei; e benditos são os que quebrantado e um espírito contri-
vêm a mim. to, eu b batizarei com fogo e com o
15 Eis que sou Jesus Cristo, o Fi- Espírito Santo, como os lamanitas
lho de Deus. Eu a criei os céus e a que, por causa de sua fé em mim
Terra e todas as coisas que neles na época de sua conversão, foram
há. Eu estava com o Pai desde o batizados com fogo e com o Espí-
princípio. b Estou no Pai e o Pai rito Santo e não o souberam.
está em mim; e em mim o Pai glo- 21 Eis que vim ao mundo para
rificou seu nome. trazer redenção ao mundo e salvar
16 Vim aos meus e os meus a não o mundo do pecado.
me receberam. E as escrituras 22 Portanto, todos aqueles que
11 b Gên. 4:10. Ét. 4:7; Celestial.
12 a 3 Né. 8:8–10, 14. D&C 14:9. b GEE Redenção,
13 a 3 Né. 10:12. b Jo. 17:20–22; Redimido, Redimir.
b Jer. 3:22; 3 Né. 11:27; 19:23, 29. c 3 Né. 12:19, 46–47;
3 Né. 18:32. 16 a Jo. 1:11; 15:2–9.
14 a 2 Né. 26:24–28; D&C 6:21. 18 a GEE Luz, Luz de Cristo.
Al. 5:33–36. 17 a Jo. 1:12. b Apoc. 1:8.
b Jo. 3:16. GEE Filhos e Filhas de GEE Alfa e Ômega.
c Al. 19:36. Deus; 19 a Al. 34:13.
15 a Jo. 1:1–3; Homem, Homens — 20 a 3 Né. 12:19;
Col. 1:16; Seu potencial de se D&C 20:37.
Hel. 14:12; tornar como o Pai b 2 Né. 31:13–14.
3 NÉFI 10:1–9 498
se arrependerem e vierem a mim
a 
casa de Israel, quantas vezes vos
como b criancinhas, eu os recebe- ajuntei como a galinha ajunta seus
rei, pois deles é o reino de Deus. pintos sob as asas e b alimentei-
Eis que por eles c dei a vida e tor- vos!
nei a tomá-la; portanto, arrepen- 5 E novamente, a quantas vezes
dei-vos e vinde a mim, ó vós, con- vos quis ajuntar como a galinha
fins da Terra, e salvai-vos. ajunta seus pintos sob as asas,
sim, ó povo da casa de Israel que
CAPÍTULO 10 haveis caído; sim, ó povo da casa
de Israel, vós que habitais em
Há silêncio na terra por muitas ho-
Jerusalém, assim como vós que
ras — A voz de Cristo promete reunir
haveis caído; sim, quantas ve-
Seu povo como uma galinha ajunta
zes quis ajuntar-vos como a ga-
seus pintos — A parte mais justa do
linha ajunta os seus pintos e não
povo foi preservada. Aproximadamen-
quisestes.
te 34–35 d.C.
6 Ó vós, casa de Israel a quem
E então eis que aconteceu que a 
poupei, quantas vezes vos ajun-
todo o povo da terra ouviu es- tarei como a galinha ajunta seus
tas palavras e testemunhou-as. pintos sob as asas, se vos arrepen-
E após estas palavras, houve si- derdes e b voltardes a mim com
lêncio na terra pelo espaço de firme propósito de c coração!
muitas horas; 7 Mas se não o fizerdes, ó casa de
2 Pois tão grande foi o espanto Israel, os lugares de vossas mora-
do povo que todos cessaram de das ficarão desolados até a época
lamentar-se e gemer pela perda em que se cumpra o a convênio
de seus parentes que haviam pe- que fiz com vossos pais.
recido; portanto, houve silêncio 8 E então aconteceu que depois
em toda a terra pelo espaço de de ter ouvido essas palavras, eis
muitas horas. que o povo começou a chorar e a
3 E aconteceu que novamente gemer novamente por causa da
o povo ouviu uma voz; e todo o perda de seus parentes e amigos.
povo ouviu-a e deu testemunho 9 E aconteceu que assim se pas-
dela, que dizia: saram os três dias. E era de manhã
4 Ó povo destas a grandes cida- e dissipou-se a a escuridão da face
des que caíram, que sois descen- da terra e a terra cessou de tremer
dentes de Jacó, sim, que sois da e as rochas cessaram de fender-se;
22 a GEE Arrepender-se, 10 4 a 3 Né. 8:14. Hel. 13:11;
Arrependimento. b 1 Né. 17:3. 3 Né. 24:7.
b Mc. 10:15; 5 a Mt. 23:37; c Eze. 36:26.
Mos. 3:19; D&C 43:24–25. 7 a GEE Convênio.
3 Né. 11:37–38. 6 a 3 Né. 9:13. 9 a 3 Né. 8:19.
c Jo. 10:15–18. b 1 Sam. 7:3;
499 3 NÉFI 10:10–19
e cessaram os espantosos gemidos cumprir as profecias de muitos
e todos os barulhos tumultuosos dos santos profetas.
terminaram. 15 Eis que vos digo: Sim, muitos
10 E a terra ajuntou-se nova- testificaram essas coisas na vinda
mente e firmou-se; e cessaram os de Cristo e foram a mortos porque
lamentos e o pranto e os gemidos testificaram essas coisas.
daqueles que estavam vivos; e seu 16 Sim, o profeta a Zenos testifi-
pranto transformou-se em alegria cou essas coisas e também Zeno-
e suas lamentações em louvores e que falou a respeito dessas coisas,
graças ao Senhor Jesus Cristo, seu porque testificaram particular-
Redentor. mente sobre nós, que somos os re-
11  E até aqui se a cumpriram manescentes de sua posteridade.
as escrituras proferidas pelos 17 Eis que nosso pai Jacó tam-
profetas. bém testificou a respeito de um
12 E foi a parte a mais justa do a 
remanescente da posteridade de
povo que se salvou; e foram aque- José. E eis que não somos nós um
les que receberam os profetas e remanescente da posteridade de
não os apedrejaram; e foram aque- José? E estas coisas que testificam
les que não haviam derramado sobre nós não estão escritas nas
o sangue dos santos, que foram placas de latão que nosso pai Leí
poupados. trouxe de Jerusalém?
13 E foram poupados e não fo- 18 E aconteceu que no fim do
ram tragados nem sepultados pela trigésimo quarto ano, eis que vos
terra; e não se afogaram nas pro- mostrarei que os do povo de Néfi
fundezas do mar; e não foram que foram poupados, bem como
queimados pelo fogo nem esma- aqueles que haviam sido chama-
gados até morrer; e não foram ar- dos lamanitas, que haviam sido
rebatados pelo furacão nem foram poupados, receberam muitos fa-
sufocados pelo vapor da fumaça vores e muitas bênçãos foram der-
e da escuridão. ramadas sobre sua cabeça, de tal
14 E agora, quem ler que en- forma que, pouco depois de sua
tenda; e quem tiver as escrituras, a 
ascensão ao céu, Cristo verdadei-
que as a examine e veja e considere ramente se manifestou a eles —
se todas essas mortes e destrui- 19 a Mostrando-lhes seu corpo e
ções por fogo e por fumaça e por ministrando entre eles; e um re-
tempestades e por furacões e por lato de seu ministério será feito
b 
aberturas na terra para tragá-los, mais adiante. Portanto, concluo as
e todas essas coisas não são para minhas palavras por agora.
11 a At. 3:18–20. b 1 Né. 19:11; Al. 46:24;
12 a 2 Né. 26:8; 2 Né. 26:5. 3 Né. 5:23–24.
3 Né. 9:13. 15 a GEE Mártir, Martírio. 18 a At. 1:9–11.
14 a GEE Escrituras — Valor 16 a Hel. 8:19–20. 19 a 3 Né. 11:12–15.
das escrituras. 17 a 2 Né. 3:4–5;
3 NÉFI 11:1–8 500
Jesus Cristo mostrou-se ao povo não era uma voz áspera nem for-
de Néfi enquanto a multidão se te; entretanto, apesar de ser uma
achava reunida na terra de Abun- b 
voz mansa, penetrava-lhes até
dância e ministrou entre eles; e o âmago, de modo que não ha-
desta forma mostrou-se a eles. via parte de seu corpo que não
tremesse; sim, penetrou-lhes na
Abrangendo os capítulos 11 a 26.
própria alma e fez-lhes arder o
coração.
CAPÍTULO 11 4 E aconteceu que tornaram a
ouvir a voz e não a compreen-
O Pai dá testemunho de Seu Filho
deram.
Amado — Cristo aparece e proclama
5 E novamente, pela terceira vez,
a Sua Expiação — O povo apalpa as
ouviram a voz e aguçaram os ou-
marcas em Suas mãos, pés e lado —
vidos para escutá-la; e seus olhos
Eles clamam Hosana — Ele determi-
estavam voltados para o lugar de
na o modo e método de batismo — O
onde vinha o som; e olhavam fi-
Espírito de contenda é do diabo — A
xamente para o céu, de onde vi-
doutrina de Cristo é que os homens
nha o som.
devem arrepender-se, ser batizados e
6 E eis que na terceira vez com-
receber o Espírito Santo. Aproxima-
preenderam a voz que ouviram;
damente 34 d.C.
e ela lhes dizia:
E então aconteceu que se havia 7 Eis aqui meu a Filho Amado,
reunido uma grande multidão b 
em quem me comprazo e em
do povo de Néfi nos arredores quem glorifiquei meu nome —
do templo que ficava na terra de ouvi-o.
Abundância; e estavam maravi- 8 E aconteceu que, ao entende-
lhados e surpresos e mostravam rem, voltaram outra vez os olhos
uns aos outros a a grande e mara- para o céu; e eis que a viram um
vilhosa transformação que havia Homem descendo do céu; e ele
ocorrido. estava vestido com uma túnica
2 E também conversavam sobre branca; e ele desceu e colocou-
esse Jesus Cristo, de cuja morte se no meio deles; e os olhos de
haviam recebido o a sinal. toda a multidão estavam volta-
3 E aconteceu que enquanto es- dos para ele e não se atreviam
tavam assim conversando uns a abrir a boca, nem sequer uns
com os outros, ouviram uma a voz para os outros; e não sabiam o
que parecia vir do céu; e olharam que aquilo significava, porque
em todas as direções, porque não supunham que era um anjo que
entendiam a voz que ouviam; e lhes aparecera.
11 1 a 3 Né. 8:11–14. b 1 Re. 19:11–13; b 3 Né. 9:15.
2 a Hel. 14:20–27. D&C 85:6. 8 a 1 Né. 12:6;
3 a Deut. 4:33–36; 7 a Mt. 3:17; 17:5; 2 Né. 26:1.
Hel. 5:29–33. JS—H 1:17.
501 3 NÉFI 11:9–23
9 E aconteceu que ele estendeu os próprios olhos, apalparam com
a mão e falou ao povo, dizendo: as mãos e souberam com toda a
10 Eis que eu sou Jesus Cristo, certeza, testemunhando que ele
cuja vinda ao mundo foi testifi- a 
era aquele sobre quem os profe-
cada pelos profetas. tas escreveram que haveria de vir.
11 E eis que eu sou a a luz e a vida 16 E depois de se terem todos
do mundo; e bebi da b taça amarga aproximado e verificado por si
que o Pai me deu e glorifiquei o mesmos, clamaram a uma só voz,
Pai, c tomando sobre mim os peca- dizendo:
dos do mundo, no que me subme- 17 Hosana! Bendito seja o nome
ti à d vontade do Pai em todas as do Deus Altíssimo! E lançaram-se
coisas desde o princípio. aos pés de Jesus e a adoraram-no.
12 E aconteceu que quando Jesus 18 E aconteceu que ele falou a
pronunciou estas palavras, toda a a 
Néfi (pois Néfi achava-se no meio
multidão caiu por terra; porque da multidão) e ordenou-lhe que se
se lembraram de que havia sido aproximasse.
a 
profetizado entre eles que Cris- 19 E Néfi levantou-se e, adian-
to lhes apareceria depois de sua tando-se, inclinou-se perante o
ascensão ao céu. Senhor e beijou-lhe os pés.
13 E aconteceu que o Senhor lhes 20 E o Senhor ordenou-lhe que
falou, dizendo: se levantasse. E ele levantou-se e
14 Levantai-vos e aproximai-vos pôs-se diante dele.
de mim, para que possais a meter 21 E disse-lhe o Senhor: Dou-te
as mãos no meu lado e também a 
poder para b batizar este povo,
b 
apalpar as marcas dos cravos quando eu tiver novamente su-
em minhas mãos e em meus pés, bido ao céu.
a fim de que saibais que eu sou o 22 E novamente o Senhor cha-
c 
Deus de Israel e o Deus de toda mou a outros e disse-lhes a mesma
a d Terra e fui morto pelos pecados coisa; e deu-lhes poder para bati-
do mundo. zar. E disse-lhes: Desta maneira
15 E aconteceu que a multidão batizareis; e b não haverá disputas
se adiantou e meteu as mãos no entre vós.
seu lado e apalpou as marcas dos 23 Em verdade vos digo que
cravos em suas mãos e seus pés; desta forma batizareis todos os
e isto fizeram, adiantando-se um que se arrependerem de seus pe-
por um, até que todos viram com cados pelas vossas a palavras e
11 a GEE Luz, Luz de Cristo. b Lc. 24:36–39; 17 a GEE Adorar.
b Mt. 26:39, 42. D&C 129:2. 18 a 3 Né. 1:2, 10.
c Jo. 1:29; c Isa. 45:3; 21 a GEE Poder.
D&C 19:18–19. 3 Né. 15:5. b GEE Batismo, Batizar.
d Mc. 14:36; Jo. 6:38; d 1 Né. 11:6. 22 a 1 Né. 12:7;
D&C 19:2. 15 a GEE Jesus Cristo — 3 Né. 12:1.
12 a Al. 16:20. Aparições de Cristo b 3 Né. 18:34.
14 a Jo. 20:27. após sua morte. 23 a 3 Né. 12:2.
3 NÉFI 11:24–35 502
desejarem ser batizados em meu
b 
30  Eis que esta não é minha
nome — Eis que c descereis à água doutrina, levar a cólera ao co-
e em meu nome os batizareis. ração dos homens, uns contra
24 E eis que estas são as palavras os outros; esta, porém, é minha
que devereis dizer, chamando-os doutrina: que estas coisas de-
pelo nome: vem cessar.
25 Tendo a autoridade que me foi 31 Eis que em verdade, em ver-
concedida por Jesus Cristo, eu te dade vos digo que eu vos decla-
batizo em nome do b Pai e do Filho rarei minha a doutrina.
e do Espírito Santo. Amém. 32 E esta é minha doutrina e é
26 E então os a imergireis na água a a doutrina que o Pai me deu; e
e depois saireis novamente da dou b testemunho do Pai e o Pai dá
água. testemunho de mim e o c Espírito
27 E desta maneira batizareis em Santo dá testemunho do Pai e de
meu nome, pois eis que em ver- mim; e eu dou testemunho de que
dade vos digo que o Pai e o Filho o Pai ordena a todos os homens,
e o Espírito Santo são a um; e eu em todos os lugares, que se arre-
estou no Pai e o Pai em mim; e o pendam e creiam em mim.
Pai e eu somos um. 33 E os que crerem em mim e
28 E segundo o que vos orde- forem a batizados, esses serão b sal-
nei, assim batizareis; e não have- vos; e eles são os que c herdarão o
rá a disputas entre vós, como até reino de Deus.
agora tem havido; nem haverá 34 E os que não crerem em mim
disputas entre vós sobre os pon- e não forem batizados, serão con-
tos de minha doutrina, como até denados.
agora tem havido. 35 Em verdade, em verdade vos
29 Pois em verdade, em verda- digo que esta é minha doutrina e
de vos digo que aquele que tem o dela vos dou testemunho, vindo
a 
espírito de b discórdia não é meu, do Pai; e todo aquele que a crê em
mas é do diabo, que é o pai da dis- mim, crê também no Pai; e a ele
córdia e leva a cólera ao coração o Pai dará testemunho de mim,
dos homens, para contenderem pois visitá-lo-á b com fogo e com
uns com os outros. o c Espírito Santo.
23 b GEE Batismo, Batizar — 3 Né. 28:10; Mórm. 7:7; 31 a 2 Né. 31:2–21.
Requisitos do batismo. D&C 20:28. 32 a GEE Doutrina de Cristo.
c 3 Né. 19:10–13. 28 a 1 Cor. 1:10; b 1 Jo. 5:7.
25 a Mos. 18:13; Ef. 4:11–14; c 3 Né. 28:11; Ét. 5:4.
D&C 20:73. D&C 38:27. 33 a Mc. 16:16.
GEE Batismo, Batizar — 29 a 2 Tim. 2:23–24; GEE Batismo, Batizar —
Com a devida Mos. 23:15. Essencial.
autoridade. GEE Contenção, b GEE Salvação.
b GEE Trindade. Contenda. c GEE Glória Celestial.
26 a GEE Batismo, Batizar — b TJS Ef. 4:26 (Apêndice 35 a Ét. 4:12.
Batismo por imersão. da Bíblia); b 3 Né. 9:20; 12:2.
27 a Jo. 17:20–22; Mos. 2:32–33. c GEE Espírito Santo.
503 3 NÉFI 11:36–12:2
36 E assim o Pai dará testemu- CAPÍTULO 12
nho de mim e o Espírito Santo
Jesus chama e comissiona os doze
dará testemunho do Pai e de mim;
discípulos — Faz aos nefitas um dis-
pois o Pai e eu e o Espírito Santo
curso semelhante ao Sermão da Mon-
somos um.
tanha — Profere as Beatitudes —
37 E novamente vos digo que
Seus ensinamentos transcendem a
vos deveis arrepender e a tornar-
lei de Moisés e têm precedência sobre
vos como uma criancinha e serdes
ela — Ordena aos homens que sejam
batizados em meu nome, ou não
perfeitos como Ele e Seu Pai são per-
podereis, de modo algum, receber
feitos — Comparar com Mateus 5.
estas coisas.
Aproximadamente 34 d.C.
38 E novamente vos digo que
vos deveis arrepender e ser bati- E aconteceu que após ter dito es-
zados em meu nome e tornar-vos sas palavras a Néfi e àqueles que
como uma criancinha, ou não po- tinham sido chamados (ora, eram
dereis, de modo algum, herdar o a 
doze os que haviam sido chama-
reino de Deus. dos e haviam recebido poder e
39 Em verdade, em verdade vos autoridade para batizar), eis que
digo que esta é minha doutrina e Jesus estendeu a mão à multidão e
os que a edificam sobre isto edifi- clamou, dizendo-lhes: b Bem-aven-
cam sobre minha rocha; e as b por- turados sois vós, se derdes ouvi-
tas do inferno não prevalecerão dos às palavras destes doze que
contra eles. c 
escolhi dentre vós para exercer o
40 E aqueles que declararem ministério junto a vós e ser vos-
mais ou menos do que isto e es- sos servos; e a eles dei poder para
tabelecerem-no como minha dou- batizar-vos com água; e após ha-
trina, esses vêm do mal e não edi- verdes sido batizados com água,
ficam sobre a minha rocha, mas eis que eu vos batizarei com fogo
edificam sobre um a alicerce de e com o Espírito Santo; portanto,
areia; e as portas do inferno esta- bem-aventurados sois se crerdes
rão abertas para recebê-los quan- em mim e fordes batizados depois
do vierem as inundações e os ven- de me haverdes visto e de saber-
tos açoitarem-nos. des que eu sou.
41 Portanto, dirigi-vos a este 2 E, outrossim, mais bem-aven-
povo e declarai as palavras que turados são os que a acreditarem
eu disse, até os confins da Terra. em vossas palavras, porque testi-
ficareis que me vistes e sabeis que
37 a Mc. 10:15; GEE Rocha. c GEE Chamado,
Lc. 18:17; b 3 Né. 18:12–13. Chamado por Deus,
Mos. 3:19; 40 a 3 Né. 14:24–27. Chamar.
3 Né. 9:22. 12 1 a 3 Né. 13:25. 2 a D&C 46:13–14.
39 a Mt. 7:24–29; b GEE Abençoado, GEE Crença, Crer.
Hel. 5:12. Abençoar, Bênção.
3 NÉFI 12:3–16 504
eu sou. Sim, bem-aventurados são 11 E bem-aventurados sois vós,
os que crerem em vossas palavras quando os homens vos injuria-
e b humilharem-se profundamente rem e perseguirem e, mentindo,
e forem batizados, porque serão disserem todo o mal contra vós
visitados c com fogo e com o Espí- por minha causa.
rito Santo e irão receber a remis- 12 Porque muito vos regozijareis
são de seus pecados. e muito vos alegrareis, porque
3 Sim, bem-aventurados são os grande será a vossa a recompen-
a 
pobres em espírito que b vêm a sa no céu; pois assim persegui-
mim, porque deles é o reino dos ram os profetas que foram antes
céus. de vós.
4 E, outrossim, bem-aventurados 13  Em verdade, em verdade
são todos os que choram, porque vos digo que eu vos concedo ser-
eles serão consolados. des o a sal da terra; mas se o sal
5  E bem-aventurados são os perder o sabor, com que será a
a 
mansos, porque eles herdarão terra salgada? O sal então para
a b Terra. nada mais prestará, senão para
6 E bem-aventurados são todos ser lançado fora e pisado pelos
os que têm a fome e b sede de c reti- homens.
dão, porque eles serão cheios do 14 Em verdade, em verdade vos
Espírito Santo. digo que eu vos concedo serdes
7 E bem-aventurados são os a mi- a luz deste povo. Não se pode
sericordiosos, porque eles alcan- esconder uma cidade edificada
çarão misericórdia. sobre um monte.
8 E bem-aventurados são todos 15 Eis que acendem os homens
os a puros de coração, porque eles uma a candeia e colocam-na debai-
b 
verão a Deus. xo de um alqueire? Não, colocam-
9 E bem-aventurados são todos na em um velador e ela dá luz a
os a pacificadores, porque eles se- todos os que estão na casa.
rão chamados b filhos de Deus. 16 Portanto, fazei brilhar vos-
10 E bem-aventurados são todos sa a luz diante deste povo de tal
os que sofrem a perseguição por forma que vejam as vossas boas
amor ao meu nome, porque deles obras e glorifiquem a vosso Pai,
é o reino dos céus. que está no céu.
2 b Ét. 4:13–15. b GEE Terra. b GEE Filhos e Filhas de
c 3 Né. 11:35; 19:13. 6 a 2 Né. 9:51; Deus.
3 a D&C 56:17–18. En. 1:4. 10 a D&C 122:5–9.
GEE Humildade, b Jer. 29:13. GEE Perseguição,
Humilde, Humilhar. c Prov. 21:21. Perseguir.
b Mt. 11:28–30. 7 a GEE Misericórdia, 12 a Ét. 12:4.
5 a Rom. 12:16; Misericordioso. 13 a D&C 101:39–40.
Mos. 3:19. 8 a GEE Pureza, Puro. GEE Sal.
GEE Mansidão, Manso, b D&C 93:1. 15 a Lc. 8:16.
Mansuetude. 9 a GEE Pacificador. 16 a 3 Né. 18:24.
505 3 NÉFI 12:17–32
17 Não penseis que vim destruir de que teu irmão tem alguma coi-
a lei ou os profetas. Não vim para sa contra ti —
destruir, mas para cumprir. 24  Vai a teu irmão e primei-
18 Pois em verdade vos digo ro a reconcilia-te com teu irmão;
que nenhum jota ou til foi omiti- e depois vem a mim com fir-
do da a lei, mas em mim toda ela me propósito de coração e eu te
foi cumprida. receberei.
19 E eis que vos dei a lei e os 25 Concilia-te depressa com o
mandamentos de meu Pai, a fim teu adversário, enquanto estás no
de que acrediteis em mim e de que caminho com ele, para que ele não
vos arrependais dos vossos peca- te prenda a qualquer momento e
dos e de que venhais a mim com tu sejas lançado na prisão.
um a coração quebrantado e um 26 Em verdade, em verdade te
espírito contrito. Eis que tendes digo que de nenhum modo sairás
os mandamentos diante de vós e de lá até que tenhas pago o último
a b lei está cumprida. a 
senine. E enquanto estiveres na
20 Portanto, vinde a mim e sede prisão, poderás pagar um senine
salvos; pois em verdade vos digo sequer? Em verdade, em verdade
que, a não ser que guardeis os te digo que não.
meus mandamentos que agora 27 Eis que foi escrito pelos anti-
vos dei, de modo algum entrareis gos que não cometerás a adultério;
no reino dos céus. 28 Digo-vos, porém, que todo
21 Ouvistes o que foi dito pe- aquele que atentar numa mulher
los antigos e está também escrito para a a cobiçar, já em seu coração
diante de vós: Não a matarás; e cometeu adultério.
todo aquele que matar ficará su- 29 Eis que vos dou mandamen-
jeito ao julgamento de Deus. to de que não deixeis que qual-
22 Digo-vos, porém, que todo quer dessas coisas entre em vosso
aquele que se encolerizar contra a 
coração.
seu irmão ficará sujeito ao seu jul- 30 Porque é melhor que repu-
gamento. E todo aquele que disser dieis essas coisas, carregando as-
a seu irmão: Raca, ficará sujeito sim vossa a cruz, do que serdes
ao conselho; e todo aquele que atirados no inferno.
lhe disser: Louco, ficará sujeito 31 Foi escrito que todo aquele
ao fogo do inferno. que repudiar sua mulher deve
23 Portanto, se vieres a mim ou dar-lhe uma carta de a divórcio.
desejares vir a mim e te lembrares 32 Em verdade, em verdade vos
18 a GEE Lei de Moisés. Mos. 13:21; 28 a D&C 42:23.
19 a 3 Né. 9:20. D&C 42:18. GEE Concupiscência.
GEE Coração 24 a GEE Perdoar. 29 a At. 8:22.
Quebrantado. 26 a Al. 11:3. 30 a Mt. 10:38; 16:24;
b 3 Né. 9:17. 27 a 2 Né. 9:36; Lc. 9:23.
21 a Êx. 20:13; D&C 59:6. 31 a GEE Divórcio.
3 NÉFI 12:33–13:1 506
digo que todo aquele que repu-a 
que amarás o teu próximo e odia-
diar sua mulher, a não ser por rás o teu inimigo;
causa de b fornicação, faz com que 44 Mas eis que eu vos digo: Amai
ela cometa c adultério; e o que se a vossos a inimigos, bendizei os
casar com a divorciada cometerá que vos maldizem, fazei bem aos
adultério. que vos odeiam e b orai pelos que
33 E também foi escrito: Não vos maltratam e perseguem;
perjurarás, mas cumprirás teus 45 Para que sejais filhos de vosso
a 
juramentos ao Senhor. Pai que está nos céus; porque ele
34 Mas em verdade, em verdade faz com que o seu sol se levante
vos digo que de maneira nenhu- sobre maus e bons.
ma a jureis; nem pelo céu, porque 46 Portanto, essas coisas da anti-
é o trono de Deus; guidade, que se achavam sob a lei,
35 Nem pela Terra, porque é o em mim foram todas cumpridas.
escabelo de seus pés; 47 As coisas a antigas são pas-
36 Nem tampouco pela vossa sadas e todas as coisas foram re-
cabeça jurareis, pois não podeis novadas.
tornar um cabelo branco ou preto; 48 Portanto, quisera que fôsseis
37 Seja, porém, o vosso falar: a 
perfeitos, assim como eu ou como
Sim, sim; não, não; pois o que o vosso Pai que está nos céus é
passa disso é maligno. perfeito.
38 E eis que está escrito: a Olho
por olho e dente por dente. CAPÍTULO 13
39 Digo-vos, porém, que não a re-
Jesus ensina aos nefitas a maneira de
sistais ao mal; mas se qualquer te
orar — Eles devem ajuntar tesouros
bater na face direita, b oferece-lhe
nos céus — Os doze discípulos, em
também a outra;
seu ministério, recebem ordem de
40 E se alguém quiser pleitear
não se preocuparem com coisas ma-
contigo e tomar-te a túnica, larga-
teriais — Comparar com Mateus 6.
lhe também a capa;
Aproximadamente 34 d.C.
41 E se alguém te obrigar a cami-
nhar uma milha, vai com ele duas. Em verdade, em verdade vos digo
42 a Dá a quem te pedir e não te que gostaria que désseis a esmolas
desvies daquele que quiser que aos pobres; mas guardai-vos de
lhe emprestes. fazer a vossa esmola diante dos
43 E eis que também foi escrito homens, para serdes vistos por
32 a Mc. 10:11–12. 4 Né. 1:34; b At. 7:59–60.
b GEE Fornicação. D&C 98:23–32. 47 a 3 Né. 15:2, 7;
c GEE Adultério. b GEE Paciência. D&C 22:1.
33 a GEE Juramento. 42 a Jacó 2:17–19; 48 a Mt. 5:48;
34 a GEE Profanidade. Mos. 4:22–26. 3 Né. 27:27.
38 a Lev. 24:20. 44 a Prov. 24:17; GEE Perfeito.
39 a 3 Né. 6:13; Al. 48:23. 13 1 a GEE Esmolas.
507 3 NÉFI 13:2–19
eles; de outra forma, não recebe- 9 Portanto, assim b orareis: c Pai
a 

reis galardão algum de vosso Pai nosso que estás nos céus, santifi-
que está no céu. cado seja o teu nome.
2 Quando, pois, derdes esmolas, 10 Seja feita a tua vontade assim
não toqueis trombeta diante de na Terra como no céu.
vós, como fazem os hipócritas nas 11 E perdoa-nos as nossas dívi-
sinagogas e nas ruas, para serem das, assim como nós perdoamos
a 
glorificados pelos homens. Em aos nossos devedores.
verdade vos digo que já recebe- 12 E a não nos induzas à tentação,
ram o seu galardão. mas livra-nos do mal.
3 Mas quando tu deres esmola, 13 Pois teu é o reino e o poder
não saiba a tua mão esquerda o e a glória, para sempre. Amém.
que faz a direita; 14  Pois se aos homens a per-
4 Para que tuas esmolas sejam doardes as suas ofensas, vos-
dadas em segredo; e teu Pai, que so Pai Celestial também vos
vê em segredo, recompensar-te-á perdoará.
abertamente. 15 Mas se aos homens não per-
5 E quando a orares, não faças doardes as suas ofensas, tampou-
como os hipócritas, que se com- co vosso Pai vos perdoará as vos-
prazem em orar em pé nas sinago- sas ofensas.
gas e nas esquinas das ruas para 16  Ademais, quando a jejuar-
serem vistos pelos homens. Em des, não sejais como os hipócri-
verdade vos digo que eles já re- tas, porque eles desfiguram o
ceberam o seu galardão. rosto para que aos homens pa-
6 Mas tu, quando orares, entra reça que jejuam. Em verdade
no teu aposento e, quando tiveres vos digo que já receberam o seu
fechado a tua porta, ora a teu Pai galardão.
que está em oculto; e teu Pai, que 17 Tu, porém, quando jejuares,
vê em oculto, recompensar-te-á unge a cabeça e lava o rosto.
abertamente. 18 A fim de que não pareça aos
7 Vós, porém, quando orardes, homens que jejuas, mas a teu Pai,
não useis de vãs repetições como que está em a oculto; e teu Pai, que
os gentios, que pensam que por vê em oculto, recompensar-te-á
muito falarem serão ouvidos. abertamente.
8 Não sejais, pois, semelhantes 19 Não entesoureis para vós te-
a eles, porque vosso Pai a sabe o souros na Terra, onde a traça e a
que vos é necessário antes que ferrugem consomem e onde os
vós lho peçais. ladrões minam e roubam.
2 a D&C 121:34–35. c GEE Trindade — Deus, D&C 64:9.
5 a GEE Oração. o Pai. GEE Perdoar.
8 a D&C 84:83. 12 a TJS Mt. 6:14 (Apêndice 16 a Isa. 58:5–7.
9 a Mt. 6:9–13. da Bíblia). GEE Jejuar, Jejum.
b GEE Oração. 14 a Mos. 26:30–31; 18 a D&C 38:7.
3 NÉFI 13:20–34 508
20 Mas ajuntai tesouros nos
a 
vosso Pai Celestial as alimenta.
céus, onde nem a traça nem a Não sois vós muito melhores do
ferrugem consomem e onde os que elas?
ladrões não minam nem roubam. 27 Qual de vós, por preocupar-
21 Pois onde estiver o vosso te- se, pode acrescentar um côvado a
souro, ali estará também o vosso sua estatura?
coração. 28 E por que vos preocupais com
22 A a luz do corpo são os olhos; os vestidos? Atentai para os lírios
se, pois, teus olhos forem bons, do campo, como eles crescem; eles
todo o teu corpo será cheio de luz; não trabalham nem fiam;
23 Se, porém, teus olhos forem 29 E digo-vos, contudo, que nem
maus, todo o teu corpo será cheio mesmo Salomão, em toda a sua
de trevas. Se, pois, a luz que em glória, vestiu-se como um deles.
ti há são trevas, quão grandes são 30 Portanto, se Deus assim veste
essas trevas! a erva do campo que hoje existe e
24 Ninguém pode a servir a dois amanhã é lançada ao forno, tam-
senhores; porque ou há de odiar bém vestirá a vós, se vossa fé não
um e amar o outro ou há de ape- for pequena.
gar-se a um e desprezar o outro. 31 Portanto, não vos preocupeis,
Não podeis servir a Deus e a Ma- dizendo: Que comeremos ou que
mom. beberemos ou com que nos ves-
25 E então aconteceu que após tiremos?
ter dito estas palavras, Jesus olhou 32 Porque vosso Pai Celestial
para os doze que havia escolhi- sabe que necessitais de todas es-
do e disse-lhes: Lembrai-vos das tas coisas.
palavras que eu disse. Porque eis 33 Mas buscai primeiro o a reino
que sois vós os que eu escolhi de Deus e a sua retidão; e todas
para a ministrar entre este povo. estas coisas vos serão acrescen-
Portanto, eu vos digo: b Não vos tadas.
preocupeis quanto a vossa vida, 34 Portanto, não vos preocupeis
pelo que havereis de comer ou com o dia de amanhã, porque o
pelo que havereis de beber; nem dia de amanhã se preocupará com
quanto ao vosso corpo, pelo que suas próprias coisas. Basta a cada
havereis de vestir. Não é a vida dia o seu mal.
mais do que alimento e o corpo
mais do que vestido?
CAPÍTULO 14
26 Olhai as aves do céu, pois
não semeiam nem segam nem Jesus ordena: Não julgueis; pedi
ajuntam em celeiros; contudo, a Deus; acautelai-vos dos falsos
20 a Hel. 5:8; 8:25. 25 a GEE Ministério, D&C 84:79–85.
22 a D&C 88:67. Ministro. 33 a Lc. 12:31.
24 a 1 Sam. 7:3. b Al. 31:37–38;
509 3 NÉFI 14:1–18
profetas — Ele promete salvação recebe; e o que busca, encontra; e
àqueles que fazem a vontade do Pai — ao que bate, será aberto.
Comparar com Mateus 7. Aproxima- 9 E qual dentre vós é o homem
damente 34 d.C. que, pedindo-lhe pão o seu filho,
dar-lhe-á uma pedra?
E então aconteceu que após ter 10 Ou se lhe pedir um peixe, dar-
dito estas palavras, Jesus de novo lhe-á uma serpente?
se voltou para a multidão e, tor- 11 Se vós, pois, sendo maus, sa-
nando a abrir a boca, disse-lhes: beis dar boas dádivas aos vossos
Em verdade, em verdade vos filhos, quanto mais vosso Pai que
digo: a Não julgueis, para que não está no céu não dará boas coisas
sejais julgados. aos que lhe pedirem?
2  a Porque com o juízo com que 12 Portanto, tudo o que vós que-
julgardes sereis julgados, e com reis que os homens vos façam, a fa-
a medida com que medirdes vos zei-o também a eles, porque esta
hão de medir a vós. é a lei e os profetas.
3 E por que reparas no argueiro 13 Entrai pela a porta estreita;
que está no olho do teu irmão, porque larga é a porta, e b espaçoso
mas não atentas para a trave que o caminho que conduz à destrui-
está no teu olho? ção, e muitos são os que entram
4 Ou, como dirás a teu irmão: por ela;
Deixa-me tirar o argueiro do teu 14 Porque estreita é a a porta e
olho — e eis que tens uma trave b 
apertado é o caminho que con-
no teu próprio olho? duz à vida; e c poucos são os que
5 Hipócrita, tira primeiro a a tra- a encontram.
ve do teu olho; e então enxergarás 15 Acautelai-vos dos a falsos pro-
claramente para tirar o argueiro fetas que vêm até vós vestidos
do olho do teu irmão. como ovelhas, mas interiormente
6 Não deis o que é a santo aos são lobos vorazes.
cães nem lanceis aos porcos as 16 Por seus frutos os conhe-
vossas pérolas, para que não as cereis. Colhem os homens uvas
pisem com os pés e, voltando-se, dos espinheiros ou figos dos
vos despedacem. abrolhos?
7  a Pedi e dar-se-vos-á; buscai 17 Assim, toda boa árvore pro-
e encontrareis; batei e ser-vos-á duz bons frutos; mas uma árvore
aberto. má produz frutos maus.
8 Porque todo aquele que pede, 18 Uma boa árvore não pode dar
14 1 a TJS Mt. 7:1–2 7 a 3 Né. 27:29. 14 a 2 Né. 9:41; 31:9, 17–18;
(Apêndice da Bíblia); GEE Oração. D&C 22.
Jo. 7:24. 12 a GEE Compaixão. b 1 Né. 8:20.
2 a Mórm. 8:19. 13 a Lc. 13:24; c 1 Né. 14:12.
5 a Jo. 8:3–11. 3 Né. 27:33. 15 a Jer. 23:21–32;
6 a GEE Santo (adjetivo). b D&C 132:25. 2 Né. 28:9, 12, 15.
3 NÉFI 14:19–15:4 510
maus frutos nem uma árvore má casa; e ela caiu, e foi grande a sua
dar frutos bons. queda.
19 Toda árvore que a não dá bom
fruto é cortada e lançada ao fogo. CAPÍTULO 15
20 Assim, pelos seus a frutos os
Jesus anuncia que a lei de Moisés se
conhecereis.
cumpriu Nele — Os nefitas são as ou-
21 Nem todo o que me diz: Se-
tras ovelhas de quem Ele falou em Je-
nhor, Senhor, entrará no reino do
rusalém — Por causa da iniquidade,
céu, mas aquele que faz a vontade
o povo do Senhor, em Jerusalém, não
de meu Pai que está no céu.
sabe das ovelhas dispersas de Israel.
22 Muitos me a dirão naquele dia:
Aproximadamente 34 d.C.
Senhor, Senhor, não profetizamos
nós em teu nome e em teu nome E então aconteceu que após ter
não expulsamos demônios e em dito essas palavras, Jesus olhou
teu nome não fizemos muitas ma- para a multidão ao seu redor e
ravilhas? disse: Eis que ouvistes as coisas
23 E então lhes direi: Nunca vos que ensinei antes de subir para
a 
conheci; b apartai-vos de mim, vós meu Pai; portanto, todo aquele
que praticais a iniquidade. que se lembrar destas minhas pa-
24 Todo aquele, pois, que ouve lavras e a praticá-las, b levantá-lo-ei
estas minhas palavras e as prati- no último dia.
ca, eu o compararei a um homem 2 E aconteceu que após ter dito
prudente que edificou sua casa essas palavras, Jesus percebeu
sobre uma a rocha. que, entre eles, havia alguns que
25 E desceu a a chuva e chegaram se haviam maravilhado e pergun-
as enchentes e sopraram os ventos tavam-se o que desejava ele com
e combateram aquela casa; e ela respeito à a lei de Moisés; porque
b 
não caiu, porque estava edificada não compreendiam a afirmação
sobre uma rocha. de que as coisas antigas haviam
26 E todo aquele que ouve estas passado e todas as coisas haviam-
minhas palavras e não as cumpre se tornado novas.
será comparado a um homem im- 3 E ele disse-lhes: Não vos mara-
prudente que edificou a sua casa vilheis por ter eu declarado que as
sobre a a areia — coisas antigas passaram e todas as
27 E desceu a chuva, e chega- coisas tornaram-se novas.
ram as enchentes, e sopraram 4 E eis que vos digo que a a lei
os ventos, e combateram aquela dada a Moisés foi cumprida.
19 a Mt. 3:10; 23 a Mos. 5:13; 26:24–27. 15 1 a Tg. 1:22.
Al. 5:36–41; b Lc. 13:27. b 1 Né. 13:37;
D&C 97:7. 24 a GEE Rocha. D&C 5:35.
20 a Lc. 6:43–45; 25 a Al. 26:6; Hel. 5:12. 2 a GEE Lei de Moisés.
Morô. 7:5. b Prov. 12:7. 4 a Mos. 13:27–31;
22 a Al. 5:17. 26 a 3 Né. 11:40. 3 Né. 9:17–20.
511 3 NÉFI 15:5–21
5 Eis que eu sou aquele que deu
a 
que é um remanescente da casa
a lei e eu sou aquele que fez con- de a José.
vênio com meu povo, Israel; por- 13 E eis que esta é a a terra de
tanto, a lei se cumpre em mim, vossa herança; e o Pai vo-la deu.
porque eu vim para b cumprir a 14 E jamais me deu o Pai man-
lei; consequentemente, ela tem damento de que eu o a dissesse a
um fim. vossos irmãos de Jerusalém.
6 Eis que a não destruo os profe- 15 Nem jamais me deu o Pai
tas, porque todos os que não se mandamento de que eu lhes fa-
cumpriram em mim, em verdade lasse a respeito das a outras tribos
vos digo, serão todos cumpridos. da casa de Israel, que o Pai condu-
7 E porque vos disse que as coi- ziu para fora daquela terra.
sas antigas passaram, não anulo o 16 Somente isto me ordenou o
que foi dito a respeito das coisas Pai que lhes dissesse:
que estão para vir. 17 Que tenho outras ovelhas que
8 Porque eis que o a convênio não são deste aprisco; também
que fiz com meu povo ainda não devo conduzir estas e elas ouvirão
se cumpriu completamente; mas a minha voz e haverá um rebanho
a lei que foi dada a Moisés tem o e um a pastor.
seu termo em mim. 18 E agora, por causa de sua obs-
9 Eis que eu sou a a lei e a b luz. tinação e incredulidade, a não com-
Confiai em mim e perseverai até preenderam minha palavra; por-
o fim e c vivereis; porque àquele tanto, o Pai me ordenou que nada
que d perseverar até o fim, darei mais lhes dissesse a respeito disto.
vida eterna. 19 Mas em verdade vos digo que
10 Eis que vos dei os a manda- o Pai me ordenou e eu vos digo
mentos; portanto, guardai meus que fostes separados deles em vir-
mandamentos. E esta é a lei e os tude da iniquidade deles; portan-
profetas, porque eles em verdade to, é por causa de sua iniquidade
b 
testificaram de mim. que eles não sabem de vós.
11 E então aconteceu que de- 20 E em verdade vos digo outra
pois de haver proferido essas pa- vez que as outras tribos foram
lavras, Jesus disse aos doze que deles separadas pelo Pai; e é por
escolhera: causa de sua iniquidade que delas
12  Vós sois meus discípulos; nada sabem.
e sois uma luz para este povo, 21 E em verdade vos digo que
5 a 1 Cor. 10:1–4; b GEE Luz, Luz de Cristo. 13 a 1 Né. 18:22–23.
3 Né. 11:14. c Jo. 11:25; 14 a 3 Né. 5:20.
GEE Jeová. D&C 84:44. 15 a 3 Né. 16:1–4.
b Al. 34:13. d GEE Perseverar. GEE Israel — Dez tribos
6 a 3 Né. 23:1–5. 10 a 3 Né. 12:20. perdidas.
8 a 3 Né. 5:24–26. b Mos. 13:33. 17 a GEE Bom Pastor.
9 a 2 Né. 26:1. 12 a GEE José, Filho de Jacó. 18 a D&C 10:59.
3 NÉFI 15:22–16:5 512
sois aqueles de quem falei: Tenho que não são desta terra nem da
também a outras ovelhas que não terra de Jerusalém nem de qual-
são deste aprisco; também devo quer das partes daquela terra cir-
conduzir estas e elas ouvirão a cunvizinha, onde estive exercendo
minha voz e haverá um rebanho meu ministério.
e um pastor. 2 Porque esses a quem me refiro
22 E não me compreenderam, ainda não ouviram a minha voz;
porque pensaram que eu me re- nem a eles me manifestei pessoal-
feria aos a gentios; porque não mente em qualquer tempo.
compreenderam que os gentios 3 Mas recebi mandamento do Pai
seriam b convertidos por meio de de ir até a eles e de que ouçam a
sua pregação. minha voz e sejam contados com
23 E não me compreenderam minhas ovelhas, para que haja um
quando eu disse que elas ouvi- rebanho e um pastor; portanto, a
riam a minha voz; nem me com- eles me manifestarei.
preenderam quando disse que os 4 E ordeno-vos que escrevais
a 
gentios jamais ouviriam a minha estas a palavras depois que eu me
voz — que a eles não me mani- for, a fim de que, se meu povo em
festaria, a não ser pelo b Espírito Jerusalém — aqueles que me vi-
Santo. ram e estiveram comigo durante
24 Mas eis que vós ouvistes a meu ministério — não pedir ao
a 
minha voz e me vistes; e sois mi- Pai em meu nome para saber a
nhas ovelhas e sois contados com respeito de vós por meio do Es-
os que o Pai me b deu. pírito Santo, como também a res-
peito das outras tribos das quais
CAPÍTULO 16 nada sabem, que essas palavras
que ireis escrever sejam preser-
Jesus visitará outras das ovelhas per-
vadas e transmitidas aos b gentios,
didas de Israel — Nos últimos dias o
para que, por meio da plenitude
evangelho será levado aos gentios e,
dos gentios, o restante da poste-
depois, à casa de Israel — O povo do
ridade deles, que será espalhada
Senhor verá olho a olho quando Ele
sobre a face da Terra por causa de
trouxer novamente Sião. Aproxima-
sua incredulidade, possa ser reu-
damente 34 d.C.
nida, ou seja, venha a c conhecer-
E em verdade, em verdade vos me a mim, seu Redentor.
digo que tenho a outras ovelhas 5 Então os a reunirei das quatro
21 a Jo. 10:14–16. 3 Né. 16:1–5. 4 a GEE Escrituras.
22 a GEE Gentios. b Jo. 6:37; b 1 Né. 10:14;
b At. 10:34–48. D&C 27:14. 3 Né. 21:6.
23 a Mt. 15:24. 16 1 a 3 Né. 15:15. c Eze. 20:42–44;
b 1 Né. 10:11. GEE Israel — Dez 3 Né. 20:13.
GEE Espírito Santo. tribos perdidas. 5 a GEE Israel — Coligação
24 a Al. 5:38; 3 a 3 Né. 17:4. de Israel.
513 3 NÉFI 16:6–15
partes da Terra; e então cumpri- meu evangelho e a exaltarem-se
rei o b convênio que o Pai fez com por causa do orgulho de seu co-
todo o povo da c casa de Israel. ração sobre todas as nações e so-
6  E bem-aventurados são os bre todo o povo de toda a Terra;
a 
gentios por sua fé em mim por e estiverem cheios de toda sorte
meio do b Espírito Santo, o qual de mentiras e de enganos e de in-
lhes testifica de mim e do Pai. júrias; e toda sorte de hipocrisia e
7 Eis que por causa de sua fé em homícidios e b artimanhas sacerdo-
mim, diz o Pai, e por causa de vos- tais e libertinagens e abominações
sa incredulidade, ó casa de Israel, secretas; e se fizerem todas estas
a verdade chegará aos gentios nos coisas e rejeitarem a plenitude
a 
últimos dias, para que a plenitu- do meu evangelho, eis que, diz o
de destas coisas lhes seja dada a Pai, retirarei a plenitude do meu
conhecer. evangelho dentre eles.
8 Mas ai dos gentios incrédulos, 11 E então me a lembrarei do con-
diz o Pai — porque vieram sobre vênio que fiz com meu povo, ó
a face desta terra e a dispersaram casa de Israel, e levar-lhes-ei meu
o meu povo, que é da casa de Is- evangelho.
rael; e meu povo, que é da casa de 12 E mostrar-te-ei, ó casa de Is-
Israel, foi b expulso do meio deles rael, que os gentios não terão po-
e pisado por eles. der sobre ti; lembrar-me-ei, po-
9 E por causa da misericórdia do rém, de meu convênio contigo,
Pai para com os gentios e também ó casa de Israel, e terás a conheci-
dos julgamentos do Pai sobre meu mento da plenitude do meu evan-
povo, que é da casa de Israel, em gelho.
verdade, em verdade vos digo 13 Mas se os gentios se arrepen-
que, depois de tudo isto — e eu fiz derem e voltarem a mim, diz o
com que meu povo, que é da casa Pai, eis que serão a contados com
de Israel, fosse ferido e afligido e os de meu povo, ó casa de Israel.
a 
morto e expulso do meio deles; e 14 E não permitirei que meu
fosse por eles odiado e se tornasse povo, que é da casa de Israel, ande
objeto de escárnio e opróbrio — no meio deles e pise-os, diz o Pai.
10 E assim ordena o Pai que eu 15 Mas se eles não se voltarem
vos diga: No dia em que os gen- para mim e não derem ouvidos à
tios pecarem contra meu evan- minha voz, permitir-lhes-ei, sim,
gelho e rejeitarem a plenitude do permitirei que meu povo, ó casa
5 b 3 Né. 5:24–26. 7 a GEE Restauração do 11 a 3 Né. 21:1–11;
c 1 Né. 22:9; Evangelho. Mórm. 5:20.
3 Né. 21:26–29. 8 a 1 Né. 13:14; 12 a Hel. 15:12–13.
6 a 1 Né. 13:30–42; Mórm. 5:9, 15. 13 a Gál. 3:7, 29;
2 Né. 30:3. b 3 Né. 20:27–29. 1 Né. 15:13–17;
b 2 Né. 32:5; 9 a Amós 9:1–4. 2 Né. 10:18;
3 Né. 11:32, 35–36. 10 a Mórm. 8:35–41. 3 Né. 30:2;
GEE Espírito Santo. b 2 Né. 26:29. Abr. 2:9–11.
3 NÉFI 16:16–17:7 514
de Israel, ande no meio deles e depois de haver proferido estas
a 
pise-os; e serão como o sal que palavras, Jesus novamente olhou
perdeu o seu sabor e então para para a multidão que o rodeava e
mais nada serve, senão para ser disse-lhes: Eis que meu a tempo
jogado fora e ser pisado pelos pés está próximo.
do meu povo, ó casa de Israel. 2 Percebo que sois fracos, que
16 Em verdade, em verdade vos não podeis a compreender todas
digo que assim o Pai me orde- as palavras que o Pai me ordenou
nou — que a este povo eu desse que vos dissesse nesta ocasião.
esta terra por herança. 3 Portanto, ide para vossas ca-
17 E então serão cumpridas as sas, a meditai sobre as coisas que
a 
palavras do profeta Isaías, que eu disse e pedi ao Pai, em meu
dizem: nome, que as possais entender; e
18  a Tuas b sentinelas alçarão a b 
preparai a mente para c amanhã
voz; juntamente cantarão, por- e eu virei a vós outra vez.
que verão olho a olho quando o 4 Mas agora a vou para o Pai e
Senhor fizer com que Sião volte. vou também me b manifestar às
19 Exultai e juntamente cantai, c 
tribos perdidas de Israel, porque
lugares desolados de Jerusalém; não estão perdidas para o Pai,
porque o Senhor consolou o seu pois ele sabe para onde as levou.
povo e remiu a Jerusalém. 5 E aconteceu que depois de as-
20 O Senhor desnudou seu santo sim haver falado, Jesus olhou no-
braço perante os olhos de todas as vamente para a multidão que o
nações; e todos os confins da Terra cercava e viu que estavam em
verão a salvação de Deus. lágrimas e olhavam-no fixamen-
te, como se quisessem pedir-lhe
CAPÍTULO 17 que permanecesse um pouco mais
com eles.
Jesus instrui o povo a ponderar Suas
6 E ele disse-lhes: Eis que minhas
palavras e orar por entendimento —
entranhas estão cheias de a com-
Ele cura os doentes — Ora pelo povo,
paixão por vós.
usando uma linguagem que não pode
7 Tendes enfermos entre vós?
ser escrita — Anjos ministram entre
Trazei-os aqui. Há entre vós coxos
os pequeninos, que são circundados
ou cegos ou aleijados ou mutila-
por fogo. Aproximadamente 34 d.C.
dos ou leprosos ou atrofiados ou
Eis que então aconteceu que surdos ou pessoas que estejam
15 a Miq. 5:8–15; GEE Atalaia, Sentinela, b D&C 132:3.
3 Né. 20:16–19; Vigiar. c 3 Né. 19:2.
21:12–21; 17 1 a IE retornar ao Pai. Ver 4 a 3 Né. 18:39.
D&C 87:5. vers. 4. b 3 Né. 16:1–3.
17 a 3 Né. 20:11–12. 2 a Jo. 16:12; c GEE Israel — Dez tribos
18 a Isa. 52:8–10. D&C 78:17–18. perdidas.
b Eze. 33:1–7. 3 a GEE Ponderar. 6 a GEE Compaixão.
515 3 NÉFI 17:8–19
aflitas de algum modo? Trazei-os multidão que se a ajoelhasse no
aqui e eu os curarei, porque tenho chão.
compaixão de vós; minhas entra- 14 E aconteceu que depois de se
nhas estão cheias de misericórdia. terem todos ajoelhado no chão, Je-
8 Pois percebo que estais desejo- sus gemeu em seu íntimo e disse:
sos de que eu vos mostre o que fiz Pai, estou a angustiado em virtude
por vossos irmãos em Jerusalém; da iniquidade do povo da casa
pois vejo que vossa a fé é b suficien- de Israel.
te para que eu vos cure. 15 E depois de haver proferi-
9 E aconteceu que depois de ele do estas palavras, ele também se
haver assim falado, toda a mul- ajoelhou e eis que orou ao Pai; e
tidão, de comum acordo, adian- as coisas que disse em sua oração
tou-se com seus doentes e seus não podem ser escritas e a multi-
aflitos e seus coxos; e com seus dão que o ouviu deu testemunho.
cegos e com seus mudos e com 16 E desta forma testemunham:
todos aqueles que estavam aflitos Os a olhos jamais viram e os ou-
de qualquer forma; e ele a curou a vidos jamais ouviram, até agora,
todos, à medida que foram con- coisas tão grandes e maravilhosas
duzidos a sua presença. como as que vimos e ouvimos
10 E todos eles, tanto os que ha- Jesus dizer ao Pai;
viam sido curados como os que 17 E não há a língua que possa
eram sãos, prostraram-se a seus expressar nem homem que possa
pés e adoraram-no; e todos os escrever nem pode o coração dos
que puderam, dentre a multidão, homens conceber coisas tão gran-
a 
beijaram-lhe os pés, de modo que des e maravilhosas como as que
os banharam com suas lágrimas. vimos e ouvimos Jesus dizer; e
11 E aconteceu que ele ordenou ninguém pode calcular a extraor-
que as a criancinhas fossem leva- dinária alegria que nos encheu a
das a sua presença. alma na ocasião em que o vimos
12 Levaram, pois, suas crianci- orar por nós ao Pai.
nhas e colocaram-nas no chão, 18 E aconteceu que após haver
ao redor dele; e Jesus ficou no terminado a sua oração ao Pai,
meio; e a multidão cedeu espaço Jesus se levantou; mas tão gran-
até que todas as crianças fossem de era o a júbilo da multidão, que
levadas a ele. ficaram prostrados.
13 E aconteceu que após todas 19 E aconteceu que Jesus lhes
elas terem sido levadas — e Jesus falou e ordenou-lhes que se le-
estava no meio — ele ordenou à vantassem.
8 a Lc. 18:42. 10 a Lc. 7:38. 16 a Isa. 64:4;
b 2 Né. 27:23; 11 a Mt. 19:13–14; 1 Cor. 2:9;
Ét. 12:12. 3 Né. 26:14, 16. D&C 76:10, 114–119.
9 a Mos. 3:5; 13 a Lc. 22:41; At. 20:36. 17 a 2 Cor. 12:4.
3 Né. 26:15. 14 a Mois. 7:41. 18 a GEE Alegria.
3 NÉFI 17:20–18:8 516
20 E levantaram-se do chão e ele discípulos é dado poder para conferir
disse-lhes: Bem-aventurados sois o Espírito Santo. Aproximadamente
por causa de vossa fé. E agora, eis 34 d.C.
que é completa a minha alegria.
21 E depois de haver proferi- E aconteceu que Jesus ordenou
do estas palavras, ele a chorou e aos seus discípulos que lhe trou-
a multidão testificou isso; e pe- xessem a pão e vinho.
gou as criancinhas, uma a uma, 2 E enquanto foram buscar o pão
e b abençoou-as e orou por elas e o vinho, ele ordenou à multidão
ao Pai. que sentasse no chão.
22 E depois de haver feito isso, 3 E quando os discípulos che-
chorou de novo; garam com a pão e vinho, Jesus
23 E dirigindo-se à multidão, tomou do pão e partiu-o e aben-
disse-lhes: Olhai para vossas çoou-o; e deu a seus discípulos e
criancinhas. mandou que comessem.
24 E ao olharem, lançaram o 4 E quando eles acabaram de co-
olhar ao céu e viram os céus aber- mer e achavam-se fartos, mandou
tos e anjos descendo dos céus, que dessem à multidão.
como se estivessem no meio de 5 E depois que a multidão comeu
fogo; e eles desceram e a cercaram e fartou-se, disse ele aos discípu-
aqueles pequeninos e eles foram los: Eis que um dentre vós será
rodeados por fogo; e os anjos mi- ordenado e a ele eu darei poder
nistraram entre eles. para a partir o pão e abençoá-lo
25 E a multidão viu, ouviu e deu e distribuí-lo ao povo de minha
testemunho; e sabem que seu tes- igreja, a todos os que crerem e
temunho é verdadeiro, porque forem batizados em meu nome.
todos viram e ouviram, cada ho- 6 E sempre procurareis fazer isto
mem por si mesmo; e eram cer- tal como eu fiz, da mesma forma
ca de duas mil e quinhentas al- que eu parti o pão, abençoei-o e
mas, entre homens, mulheres e dei-o a vós.
crianças. 7 E isto fareis em a lembrança de
meu corpo, o qual vos mostrei. E
será um testemunho ao Pai de que
CAPÍTULO 18
vos lembrais sempre de mim. E se
Jesus institui o sacramento entre os lembrardes sempre de mim, tereis
nefitas — É-lhes ordenado orar sem- meu Espírito convosco.
pre em Seu nome — Os que indig- 8 E aconteceu que depois de ha-
namente comem Sua carne e bebem ver proferido estas palavras, orde-
Seu sangue são condenados — Aos nou aos discípulos que tomassem
21 a Jo. 11:35. 18 1 a Mt. 26:26–28. 7 a Morô. 4:3.
b Mc. 10:14–16. 3 a GEE Sacramento.
24 a Hel. 5:23–24, 43–45. 5 a Morô. 4.
517 3 NÉFI 18:9–21
do vinho do cálice, bebessem-no do inferno já estão abertas para
e dessem-no também à multidão recebê-los.
para bebê-lo. 14 Portanto, bem-aventurados
9 E aconteceu que eles assim pro- sois se guardardes meus manda-
cederam e beberam dele e farta- mentos, que o Pai me ordenou
ram-se; e deram à multidão e eles que vos desse.
beberam e fartaram-se. 15 Em verdade, em verdade vos
10 E depois de haverem os discí- digo que deveis vigiar e a orar
pulos feito isso, Jesus disse-lhes: sempre, para que não sejais ten-
Bem-aventurados sois por isto tados pelo diabo e levados cativos
que fizestes, porque isto cumpre por ele.
meus mandamentos e testifica ao 16 E da mesma forma que orei
Pai que tendes o desejo de fazer o entre vós, assim orareis na minha
que vos ordenei. igreja entre o meu povo que se
11 E isto fareis sempre a todos arrepende e é batizado em meu
os que se arrependerem e forem nome. Eis que eu sou a a luz; eu
batizados em meu nome; e o fa- dei-vos o b exemplo.
reis em lembrança do meu sangue 17 E aconteceu que depois de ha-
que derramei por vós, a fim de ver dirigido estas palavras a seus
que testifiqueis ao Pai que sem- discípulos, Jesus voltou-se para a
pre vos lembrais de mim. E se vos multidão e disse:
lembrardes sempre de mim, tereis 18 Eis que em verdade, em ver-
o meu Espírito convosco. dade vos digo que deveis vigiar e
12 E dou-vos um mandamento orar sempre para não cairdes em
de que façais estas coisas. E fazen- tentação; porque a Satanás deseja
do sempre estas coisas, abençoa- ter-vos para vos peneirar como
dos sois, porque estais edificados trigo.
sobre a minha a rocha. 19 Portanto, deveis sempre orar
13 Mas todos aqueles dentre ao Pai em meu nome.
vós que fizerem mais ou me- 20 E a tudo quanto pedirdes ao
nos do que isto não estão edifi- Pai em meu nome, que seja justo,
cados sobre a minha rocha, mas acreditando que recebereis, eis
edificados sobre um alicerce de que vos será dado.
areia; e quando as chuvas des- 21 a Orai ao Pai no seio de vossa
cerem e as inundações chegarem família, sempre em meu nome,
e os ventos soprarem e baterem a fim de que vossas mulheres e
contra eles, a cairão; e as b portas vossos filhos sejam abençoados.
12 a GEE Rocha. b GEE Jesus Cristo — 20 a Mt. 21:22;
13 a GEE Apostasia. Exemplo de Jesus Hel. 10:5;
b 3 Né. 11:39. Cristo. Morô. 7:26;
15 a Al. 34:17–27. 18 a Lc. 22:31; D&C 88:63–65.
GEE Oração. 2 Né. 2:17–18; 21 a Al. 34:21.
16 a GEE Luz, Luz de Cristo. D&C 10:22–27.
3 NÉFI 18:22–32 518
22 E eis que vos reunireis com mandamento que vos dou: não
frequência; e a ninguém proibi- permitireis, sabendo-o, que al-
reis que se chegue a vós quando guém a participe b indignamente
vos reunirdes, mas permitireis da minha carne e do meu sangue
que se cheguem a vós e não lhes quando os administrardes.
proibireis. 29 Porque todo aquele que come
23 Mas a orareis por eles e não os e bebe da minha carne e do meu
expulsareis; e se acontecer que se a 
sangue b indignamente, come e
cheguem a vós frequentemente, bebe condenação para sua alma;
orareis por eles ao Pai, em meu portanto, se souberdes que um
nome. homem é indigno de comer e be-
24 Portanto, levantai vossa a luz ber da minha carne e do meu san-
para que brilhe perante o mundo. gue, vós lho proibireis.
Eis que eu sou a b luz que levanta- 30 Não obstante, não o a expul-
reis — aquilo que me vistes fazer. sareis de vosso meio, mas ensiná-
Eis que vistes que eu orei ao Pai; e lo-eis e rogareis por ele ao Pai em
vós todos o testemunhastes. meu nome; e se ele se arrepender
25 E vistes que eu mandei que e for batizado em meu nome, vós
a 
nenhum de vós se afastasse, mas então o recebereis e administrar-
ordenei que viésseis a mim para lhe-eis da minha carne e do meu
que vísseis e b sentísseis; e da mes- sangue.
ma forma fareis ao mundo; e todo 31 Mas se ele não se arrepen-
aquele que quebrar este manda- der, não será contado com o meu
mento ficará sujeito a cair em ten- povo, a fim de não destruir meu
tação. povo; porque eis que conheço a mi-
26 E então aconteceu que depois nhas ovelhas e elas estão conta-
de haver proferido estas palavras, das.
Jesus novamente voltou os olhos 32 Não obstante, não o expulsa-
para os discípulos que havia es- reis de vossas sinagogas nem de
colhido e disse-lhes: vossos lugares de adoração, pois
27 Eis que em verdade, em ver- junto a esses deveis continuar a
dade vos digo que vos dou ou- ministrar; porque não sabeis se
tro mandamento; e depois devo eles irão voltar e arrepender-se e
ir para o a Pai, a fim de cumprir vir a mim com toda a sincerida-
b 
outros mandamentos que ele me de de coração e eu irei a curá-los;
deu. e sereis vós o meio de levar-lhes
28  E agora, eis que este é o salvação.
23 a 3 Né. 18:30. o Pai. b D&C 46:4.
24 a Mt. 5:16. b 3 Né. 16:1–3. 30 a D&C 46:3.
b Mos. 16:9. 28 a 1 Cor. 11:27–30. 31 a Jo. 10:14; Al. 5:38;
25 a Al. 5:33. b Mórm. 9:29. 3 Né. 15:24.
b 3 Né. 11:14–17. 29 a GEE Sacramento; 32 a 3 Né. 9:13–14;
27 a GEE Trindade — Deus, Sangue. D&C 112:13.
519 3 NÉFI 18:33–19:4
33 Portanto, conservai na lem- CAPÍTULO 19
brança estas palavras que eu vos
Os doze discípulos ministram entre
disse, a fim de que não incorrais
o povo e oram para receber o Espí-
em a condenação; porque ai da-
rito Santo — Os discípulos são ba-
quele que for condenado pelo Pai.
tizados, recebem o Espírito Santo e
34 E dou-vos estes mandamen-
o ministério de anjos — Jesus ora,
tos em virtude das disputas havi-
usando palavras que não podem ser
das entre vós. E bem-aventurados
escritas — Ele testifica sobre a fé su-
sereis se não houver a disputas
mamente grande desses nefitas. Apro-
entre vós.
ximadamente 34 d.C.
35 E agora vou para o Pai, por-
que convém que eu vá para o Pai, E então aconteceu que depois de
a 
por amor a vós. haver Jesus subido ao céu, a mul-
36 E aconteceu que depois de tidão dispersou-se e cada homem,
haver proferido estas palavras, acompanhado de sua mulher e de
Jesus tocou com a a mão os b dis- seus filhos, voltou para sua casa.
cípulos que escolhera, um a um, 2 E imediatamente se espalhou
até ter tocado todos; e falava-lhes entre o povo, ainda antes do anoi-
enquanto os tocava. tecer, a notícia de que a multidão
37 E a multidão não ouviu as vira Jesus e de que ele ministrara
palavras que ele disse, portanto, entre eles; e de que também apa-
não deram testemunho. Os discí- receria à multidão no dia seguinte.
pulos, porém, testificaram que ele 3 Sim, e mesmo durante toda a
lhes deu a poder para conferirem o noite espalhou-se a notícia con-
b 
Espírito Santo. E mostrar-vos-ei cernente a Jesus; e a tal ponto se
mais adiante que esse testemunho espalhou que houve muitos, sim,
é verdadeiro. grande foi o número dos que labu-
38 E aconteceu que depois de taram afanosamente toda aquela
Jesus haver tocado a todos, apa- noite, a fim de poderem estar, na
receu uma a nuvem e cobriu a mul- manhã seguinte, no lugar onde
tidão, de modo que eles não po- Jesus apareceria à multidão.
diam ver Jesus. 4 E aconteceu que na manhã se-
39 E enquanto estavam assim guinte, quando a multidão estava
cobertos, ele partiu do meio deles reunida, eis que Néfi e seu irmão,
e subiu aos céus. E os discípulos a quem ele levantara dos mortos e
viram e testificaram que ele nova- cujo nome era Timóteo, e também
mente subiu aos céus. seu filho, cujo nome era Jonas, e
também Matôni e Matonia, seu
33 a GEE Condenação, Morô. 7:27–28; 3 Né. 19:4.
Condenar. D&C 29:5. 37 a GEE Poder.
34 a 3 Né. 11:28–30. 36 a GEE Mãos, Imposição b GEE Dom do Espírito
35 a 1 Jo. 2:1; de. Santo.
2 Né. 2:9; b 1 Né. 12:7; 38 a Êx. 19:9, 16.
3 NÉFI 19:5–22 520
irmão; e Cumen e Cumenôni e da água, o Espírito Santo desceu
Jeremias e Semnon e Jonas e Ze- sobre eles e ficaram cheios do b Es-
dequias e Isaías — ora, estes eram pírito Santo e fogo.
os nomes dos discípulos que Je- 14 E eis que eles foram a envoltos,
sus escolhera — e aconteceu que como que por fogo; e o fogo des-
se adiantaram e puseram-se no ceu dos céus e a multidão teste-
meio da multidão. munhou-o e testificou-o; e desce-
5 E eis que a multidão era tão ram anjos dos céus e ministraram
grande que eles fizeram com que entre eles.
fosse separada em doze grupos. 15 E aconteceu que enquanto os
6 E os doze ensinaram a multi- anjos ministraram entre os dis-
dão; e eis que fizeram com que a cípulos, eis que Jesus se pôs no
multidão se ajoelhasse por terra e meio deles e instruiu-os e minis-
orasse ao Pai em nome de Jesus. trou entre eles.
7 E os discípulos também ora- 16 E aconteceu que ele falou à
ram ao Pai em nome de Jesus. E multidão, ordenando-lhes que
aconteceu que se levantaram e se ajoelhassem novamente e que
ministraram entre o povo. se ajoelhassem também os seus
8 E depois de haverem ensinado discípulos.
aquelas mesmas palavras que Je- 17 E aconteceu que depois de se
sus dissera — em nada variando terem todos ajoelhado, ordenou a
das palavras que Jesus proferi- seus discípulos que orassem.
ra — eis que se ajoelharam nova- 18 E eis que eles começaram a
mente e oraram ao Pai em nome orar; e oraram a Jesus, chaman-
de Jesus. do-o seu Senhor e seu Deus.
9 E oraram por aquilo que mais 19 E aconteceu que Jesus se afas-
desejavam; e desejavam que o tou um pouco do meio deles e,
a 
Espírito Santo lhes fosse dado. inclinando-se até a terra, disse:
10 E depois de haverem assim 20 Pai, graças te dou por teres
orado, desceram às margens conferido o Espírito Santo a es-
da água, acompanhados pela tes que escolhi; e é por causa de
multidão. sua crença em mim que os escolhi
11 E aconteceu que Néfi entrou dentre o mundo.
a 
na água e foi batizado. 21 Pai, rogo-te que dês o Espírito
12 E ele saiu da água e começou Santo a todos os que crerem em
a batizar. E batizou todos aqueles suas palavras.
que Jesus escolhera. 22 Pai, deste-lhes o Espírito San-
13 E aconteceu que depois de to- to porque creem em mim; e vês
dos terem sido a batizados e saído que creem em mim, porque os
19 9 a 3 Né. 9:20. b 3 Né. 12:2; Santo.
11 a 3 Né. 11:23. Mórm. 7:10. 14 a Hel. 5:23–24, 43–45;
13 a GEE Batismo, Batizar. GEE Dom do Espírito 3 Né. 17:24.
521 3 NÉFI 19:23–35
ouves; e eles oram a mim; e oram sejam purificados em mim pela fé
a mim porque estou com eles. em suas palavras, assim como eles
23 E agora, Pai, rogo-te por eles são purificados em mim.
e também por todos os que cre- 29 Pai, não rogo pelo mundo,
rem em suas palavras, para que mas por aqueles que tu me deste
creiam em mim a fim de que eu a 
do mundo por causa de sua fé,
esteja neles, a como tu, Pai, estás para que sejam purificados em
em mim, para que sejamos b um. mim e para que eu esteja neles,
24 E aconteceu que depois de como tu, Pai, estás em mim, para
haver assim orado ao Pai, Jesus que sejamos um, para que eu seja
aproximou-se dos discípulos e glorificado neles.
eis que continuavam orando a 30 E depois de haver proferido
ele, sem cessar; e não a repetiam estas palavras, Jesus voltou no-
muitas palavras, porque lhes era vamente para junto de seus dis-
manifestado o que deviam b dizer cípulos; e eis que oravam a ele
e estavam cheios de anelo. firmemente e sem cessar; e nova-
25  E aconteceu que Jesus os mente lhes sorriu; e eis que esta-
abençoou enquanto oravam a ele; vam a brancos como Jesus.
e seu rosto sorriu-lhes e a luz de 31 E aconteceu que ele tornou a
seu a semblante iluminou-os; e eis afastar-se um pouco e orou ao Pai;
que se tornaram b brancos como o 32 E a língua não pode exprimir
semblante e as vestes de Jesus; e as palavras com que ele orou nem
eis que sua brancura excedia toda podem ser a escritas pelo homem
brancura, sim, não poderia haver as palavras com que ele orou.
coisa alguma na Terra tão branca 33 E a multidão ouviu e dá teste-
como sua brancura. munho; e abriu-se-lhes o coração
26 E disse-lhes Jesus: Continuai e compreenderam, no coração, as
a orar; e não cessaram de orar. palavras com que ele orou.
27 E tornando a afastar-se um 34 Não obstante, tão extraordi-
pouco deles, Jesus inclinou-se até nárias e maravilhosas foram as
a terra; e orou novamente ao Pai, palavras com que ele orou, que
dizendo: não podem ser escritas nem po-
28 Pai, dou-te graças por teres dem ser a proferidas pelo homem.
a 
purificado aqueles a quem esco- 35 E aconteceu que quando aca-
lhi por causa de sua fé; e rogo por bou de orar, Jesus voltou nova-
eles e também por aqueles que mente para os discípulos e dis-
crerem em suas palavras, para que se-lhes: Tão grande a fé eu nunca
23 a 3 Né. 9:15. b GEE Transfiguração — 29 a Jo. 17:6.
b Jo. 17:21–23. Seres transfigurados. 30 a Mt. 17:2.
GEE Unidade. 28 a Morô. 7:48; 32 a D&C 76:116.
24 a Mt. 6:7. D&C 50:28–29; 34 a 2 Cor. 12:4;
b D&C 46:30. 88:74–75. 3 Né. 17:17.
25 a Núm. 6:23–27. GEE Pureza, Puro. 35 a GEE Fé.
3 NÉFI 19:36–20:13 522
vi entre todos os judeus; por isso para beber e ordenou que dessem
não lhes pude mostrar tão gran- à multidão.
des milagres, por causa de sua 6 Ora, nem os discípulos nem
b 
incredulidade. a multidão haviam levado a pão
36 Em verdade vos digo que ne- ou vinho;
nhum deles viu coisas tão gran- 7 Mas ele verdadeiramente lhes
diosas como as que vistes nem a 
deu pão para comer e vinho para
ouviu coisas tão grandiosas como beber.
as que ouvistes. 8 E disse-lhes: Aquele que a come
este pão, come do meu corpo para
CAPÍTULO 20 a sua alma; e aquele que bebe des-
te vinho, bebe do meu sangue
Jesus milagrosamente provê pão e
para a sua alma; e sua alma nun-
vinho e torna a administrar o sacra-
ca terá fome nem sede, mas ficará
mento ao povo — Os remanescentes
satisfeita.
de Jacó conhecerão o Senhor seu Deus
9 Ora, depois de toda a multidão
e herdarão as Américas — Jesus é o
ter comido e bebido, eis que fica-
profeta semelhante a Moisés e os ne-
ram cheios do Espírito; e clama-
fitas são filhos dos profetas — Outros
ram a uma só voz e deram glória
do povo do Senhor serão reunidos em
a Jesus, a quem viram e ouviram.
Jerusalém. Aproximadamente 34 d.C.
10 E aconteceu que depois de to-
E aconteceu que ele ordenou à dos terem dado glória a Jesus, ele
multidão e também a seus discí- disse-lhes: Eis que agora cumpro
pulos que cessassem de orar. E o mandamento que o Pai me deu,
ordenou que não cessassem de concernente a este povo, que é um
a 
orar em seu coração. remanescente da casa de Israel.
2 E ordenou-lhes que se levan- 11 Vós vos lembrais de que eu
tassem e ficassem de pé. E levan- vos falei e disse que quando as
taram-se e ficaram de pé. a 
palavras de b Isaías fossem cum-
3 E aconteceu que ele novamen- pridas — eis que elas estão escri-
te partiu o pão e abençoou-o e tas e vós as tendes perante vós;
deu-o aos discípulos, para que portanto, examinai-as —
comessem. 12 Em verdade, em verdade vos
4 E depois de haverem comido, digo que quando elas forem cum-
ordenou-lhes que partissem o pão pridas, cumprir-se-á então o a con-
e dessem-no à multidão. vênio que o Pai fez com seu povo,
5 E depois de terem dado à mul- ó casa de Israel.
tidão, ele também lhes deu vinho 13 E então os a remanescentes que
35 b Mt. 13:58. 7 a Jo. 6:9–14. b 2 Né. 25:1–5;
GEE Incredulidade. 8 a Jo. 6:50–58; Mórm. 8:23.
20 1 a 2 Né. 32:9; 3 Né. 18:7. 12 a 3 Né. 15:7–8.
Mos. 24:12. GEE Sacramento. 13 a 3 Né. 16:11–12; 21:2–7.
6 a Mt. 14:19–21. 11 a 3 Né. 16:17–20; 23:1–3.
523 3 NÉFI 20:14–25
estiverem dispersos pela face da
b 
bens, ao Senhor de toda a Terra.
Terra serão c reunidos do leste e E eis que eu sou aquele que o faz.
do oeste, do sul e do norte; e te- 20 E acontecerá, diz o Pai, que a
rão d conhecimento do Senhor seu a 
espada de minha justiça penderá
Deus que os redimiu. sobre eles nesse dia; e a não ser
14 E o Pai ordenou-me que vos que se arrependam, ela cairá sobre
desse esta a terra por herança. eles, diz o Pai, sim, sobre todas as
15 E digo-vos que se os gentios nações dos gentios.
não se a arrependerem depois da 21 E acontecerá que eu estabele-
bênção que receberão após have- cerei meu a povo, ó casa de Israel!
rem dispersado meu povo — 22 E eis que estabelecerei este
16 Então vós, que sois um rema- povo nesta terra, em cumprimen-
nescente da casa de Jacó, ireis para to ao a convênio que fiz com Jacó,
o meio deles; e estareis no meio vosso pai, e será uma b Nova Jeru-
deles, que serão muitos; e sereis salém. E os poderes dos céus esta-
entre eles como o leão entre os rão no meio deste povo, sim, até
animais da floresta ou como um c 
eu estarei no meio de vós.
filho de a leão entre os rebanhos 23  Eis que eu sou aquele de
de ovelhas que, se passa no meio, quem Moisés falou, dizendo: O
b 
pisa-as e despedaça-as e ninguém Senhor vosso Deus levantará para
as pode livrar. vós, dentre vossos irmãos, a um
17 Tua mão será levantada con- profeta semelhante a mim; ouvi-
tra teus adversários e todos os lo-eis em todas as coisas que ele
teus inimigos serão dizimados. vos disser. E acontecerá que toda
18 E eu a reunirei meu povo como alma que não quiser ouvir esse
um homem reúne seus feixes na profeta será afastada do meio do
eira. povo.
19  Pois farei meu povo, com 24 Em verdade vos digo, sim, e
quem o Pai fez convênio, sim, fa- a 
todos os profetas, desde Samuel
rei de ferro os teus a chifres e farei e os que vieram depois, todos os
de bronze os teus cascos; e esmiu- que falaram, deram testemunho
çarás muitos povos; e o seu ganho de mim.
eu consagrarei ao Senhor e, seus 25 E eis que vós sois os filhos dos
13 b GEE Israel — Dispersão 3 Né. 16:14–15; 21:12. GEE Nova Jerusalém.
de Israel. 18 a
Miq. 4:12. c Isa. 59:20–21;
c GEE Israel — Coligação 19 a
Miq. 4:13. Mal. 3:1;
de Israel. 20 a
3 Né. 29:4. 3 Né. 24:1.
d 3 Né. 16:4–5. 21 a
3 Né. 16:8–15. 23 a Deut. 18:15–19;
14 a GEE Terra da 22 a
Gên. 49:22–26; At. 3:22–23;
Promissão. D&C 57:2–3. 1 Né. 22:20–21.
15 a 3 Né. 16:10–14. b Isa. 2:2–5; 24 a At. 3:24–26;
16 a Mórm. 5:24; 3 Né. 21:23–24; 1 Né. 10:5;
D&C 19:27. Ét. 13:1–12; Jacó 7:11.
b Miq. 5:8–9; D&C 84:2–4.
3 NÉFI 20:26–37 524
profetas; e vós sois da casa de Is- em meu próprio e devido tempo,
rael; e vós sois do a convênio que que novamente lhes daria a c terra
o Pai fez com vossos antepassa- de seus pais como herança, a qual
dos, dizendo a Abraão: E b em tua é a terra de d Jerusalém, terra que
semente serão benditas todas as lhes foi prometida para sempre,
famílias da Terra. diz o Pai.
26 O Pai ressuscitou-me para vir 30 E eis que chegará o dia em
primeiramente a vós e enviou-me que a plenitude do meu evange-
para abençoar-vos, a desviando lho lhes será pregada.
cada um de vós de vossas iniqui- 31 E a crerão em mim, que eu sou
dades; e isto porque sois os filhos Jesus Cristo, o Filho de Deus; e
do convênio — orarão ao Pai em meu nome.
27 E depois que tiverdes sido 32 Então suas a sentinelas alçarão
abençoados, então o Pai cumprirá a voz e juntamente cantarão; por-
o convênio que fez com Abraão, que verão olho a olho.
dizendo: a Em tua semente serão 33 Então o Pai os reunirá no-
benditas todas as famílias da Ter- vamente e dar-lhes-á Jerusalém
ra — com o derramamento do Es- como terra de sua herança.
pírito Santo sobre os gentios, por 34 Então, rejubilar-se-ão — a Can-
meu intermédio, bênção essa que tai juntamente, lugares desolados
fará com que os b gentios se tor- de Jerusalém; porque o Pai conso-
nem mais fortes que todos, a pon- lou o seu povo, remiu a Jerusalém!
to de dispersarem o meu povo, ó 35 O Pai desnudou seu santo
casa de Israel. braço perante os olhos de todas
28 E eles serão como um a açoi- as nações; e todos os confins da
te para o povo desta terra. Não Terra verão a salvação do Pai; e o
obstante, quando tiverem rece- Pai e eu somos um.
bido a plenitude do meu evan- 36 E então acontecerá o que está
gelho, se então endurecerem o escrito: a Desperta, desperta outra
coração contra mim, farei com vez, veste-te da tua fortaleza, ó
que suas iniquidades lhes caiam Sião; veste-te dos teus vestidos
sobre a própria cabeça, diz formosos, ó Jerusalém, cidade
o Pai. santa; porque nunca mais entra-
29 E a lembrar-me-ei do convênio rá em ti nem incircunciso nem
que fiz com meu povo; e com eles imundo!
fiz o convênio de que os b reuniria 37 Sacode-te do pó; levanta-te e
25 a GEE Convênio 28 a 3 Né. 16:8–9. 32 a Isa. 52:8;
Abraâmico. 29 a Isa. 44:21; 3 Né. 16:18–20.
b Gên. 12:1–3; 22:18. 3 Né. 16:11–12. GEE Atalaia, Sentinela,
26 a Prov. 16:6. b GEE Israel — Coligação Vigiar.
27 a Gál. 3:8; de Israel. 34 a Isa. 52:9.
2 Né. 29:14; c Amós 9:14–15. 36 a Isa. 52:1–3;
Abr. 2:9. d GEE Jerusalém. D&C 113:7–10.
b 3 Né. 16:6–7. 31 a 3 Né. 5:21–26; 21:26–29. GEE Sião.
525 3 NÉFI 20:38–21:2
assenta-te, ó Jerusalém: solta-te lhes foi anunciado, verão; e aquilo
das ligaduras de teu pescoço, ó que não ouviram, considerarão.
cativa filha de Sião. 46 Em verdade, em verdade vos
38 Pois assim diz o Senhor: Por digo que todas essas coisas segu-
nada vos vendestes e sem dinhei- ramente hão de acontecer, assim
ro sereis resgatados. como o Pai me ordenou. Então
39 Em verdade, em verdade vos este convênio que o Pai fez com
digo que meu povo conhecerá seu povo será cumprido; e então
meu nome; sim, naquele dia sa- a 
Jerusalém será novamente habi-
berão que eu sou o que fala. tada por meu povo e será a terra
40 E então eles dirão: a Quão be- de sua herança.
los são sobre os montes os pés do
que anuncia boas novas, que b pro- CAPÍTULO 21
clama a paz, que anuncia o bem,
Israel será reunida quando o Livro
que proclama a salvação; que diz
de Mórmon aparecer — Os gentios
a Sião: O teu Deus reina!
serão estabelecidos na América como
41 E então um grito soará: a Re-
um povo livre — Eles serão salvos se
tirai-vos, retirai-vos, saí daí, não
crerem e obedecerem; caso contrário,
toqueis em coisa b imunda; saí do
serão afastados e destruídos — Israel
meio dela; c purificai-vos, os que
construirá a Nova Jerusalém e as tri-
levais os vasos do Senhor!
bos perdidas retornarão. Aproxima-
42 Porque a não saireis apressa-
damente 34 d.C.
damente nem vos ireis fugindo;
pois o Senhor irá diante de vós Em verdade vos digo que vos dou
e o Deus de Israel será a vossa um sinal, a fim de que saibais a
retaguarda. a 
hora em que estas coisas estarão
43 Eis que o meu servo operará prestes a suceder — quando, de
com prudência; será exaltado e sua longa dispersão, reunirei meu
louvado e posto nas alturas. povo, ó casa de Israel, e estabele-
44  Como pasmaram muitos cerei novamente no meio deles
à vista de ti — seu parecer es- minha Sião.
tava tão desfigurado, mais do 2 E eis que isto é o que vos darei
que qualquer homem; e sua fi- por sinal — pois em verdade vos
gura, mais do que os filhos dos digo que quando estas coisas que
homens — vos declaro e que declararei daqui
45 Assim a borrifará muitas na- por diante, por mim mesmo e pelo
ções; os reis fecharão a boca por poder do Espírito Santo que vos
causa dele, porque aquilo que não será dado pelo Pai, forem levadas
40 a Isa. 52:7; 1 Né. 13:37. 45 a Isa. 52:15.
Naum 1:15; 41 a Isa. 52:11–15. 46 a Ét. 13:5, 11.
Mos. 15:13–18; b GEE Limpo e Imundo. 21 1 a GEE Últimos Dias.
D&C 128:19. c D&C 133:5.
b Mc. 13:10; 42 a 3 Né. 21:29.
3 NÉFI 21:3–11 526
ao conhecimento dos gentios para de que sejam contados com meu
b 

que tenham conhecimento deste povo, ó casa de Israel;


povo, que é um remanescente da 7 E quando estas coisas acon-
casa de Jacó, e deste meu povo, tecerem e tua a semente começar
que será disperso por eles; a conhecer estas coisas, será um
3 Em verdade, em verdade vos sinal para eles, a fim de que sai-
digo que quando a estas coisas che- bam que a obra do Pai já começou,
garem ao seu conhecimento, pelo para que se cumpra o convênio
Pai, e vierem do Pai para vós, por feito com o povo que é da casa
intermédio deles; de Israel.
4 Pois é sabedoria do Pai que 8  E quando esse dia chegar,
eles se estabeleçam nesta terra acontecerá que reis fecharão a
como um a povo livre, pelo poder boca, pois verão o que não lhes
do Pai, para que estas coisas che- fora contado e considerarão o que
guem por meio deles a um rema- não tinham ouvido.
nescente de vossa posteridade, a 9 Porque naquele dia, por amor
fim de que se cumpra o b convênio a mim, fará o Pai uma a obra que
que o Pai fez com seu povo, ó casa será grande e maravilhosa no
de Israel; meio deles; e haverá entre eles
5 Portanto, quando estas obras quem nela não creia, embora um
e as obras que se irão realizar de homem lha declare.
agora em diante entre vós forem 10 Mas eis que a vida do meu
transmitidas a pelos gentios a vos- servo estará em minha mão; por-
sa b semente, a qual degenerará tanto, não lhe farão mal, ainda
na incredulidade, por causa da que seja a desfigurado por causa
iniquidade; deles. Não obstante, curá-lo-ei,
6 Pois assim convém ao Pai que pois mostrar-lhes-ei que b minha
isso seja transmitido pelos a gen- sabedoria é maior que a astúcia
tios, a fim de que ele mostre seu do diabo.
poder aos gentios, para que os 11  Portanto, acontecerá que
gentios, caso não endureçam o todo aquele que não crer em mi-
coração, arrependam-se e venham nhas palavras — eu que sou Jesus
a mim e sejam batizados em meu Cristo — as quais o Pai fará com
nome e conheçam os verdadeiros que a ele leve aos gentios e dar-
pontos de minha doutrina, a fim lhe-á poder para levá-las aos
3 a Ét. 4:17; Mórm. 5:15; 9 a Isa. 29:14;
JS—H 1:34–36. D&C 3:18–19. At. 13:41;
4 a 1 Né. 13:17–19; 6 a 1 Né. 10:14; 1 Né. 22:8.
D&C 101:77–80. Jacó 5:54; GEE Restauração do
b Mórm. 5:20. 3 Né. 16:4–7. Evangelho.
GEE Convênio b Gál. 3:7, 29; 10 a D&C 135:1–3.
Abraâmico. 3 Né. 16:13; b D&C 10:43.
5 a 3 Né. 26:8. Abr. 2:9–11. 11 a 2 Né. 3:6–15;
b 2 Né. 30:4–5; 7 a 3 Né. 5:21–26. Mórm. 8:16, 25.
527 3 NÉFI 21:12–26
gentios (o que será feito segundo sacerdotais e libertinagens ter-
o que disse Moisés), será b afasta- minarão.
do do seio de meu povo, que é do 20 Porque acontecerá, diz o Pai,
convênio. que nesse dia todo aquele que não
12 E meu povo, que é um rema- se arrepender e não vier ao meu
nescente de Jacó, estará entre os Filho Amado, eu o tirarei do meio
gentios, sim, no meio deles, como de meu povo, ó casa de Israel!
um leão entre os animais da flo- 21 E executarei minha vingança
resta, como um filho de a leão en- e exercerei meu furor sobre eles,
tre os rebanhos de ovelhas que, se assim como sobre os pagãos, de
passa no meio, b pisa-as e despe- um modo como nunca ouviram.
daça-as e ninguém as pode livrar. 22 Mas caso se arrependam e
13 Sua mão será levantada con- deem ouvidos às minhas palavras,
tra os seus adversários e todos os e não endureçam o seu coração,
seus inimigos serão mortos. entre eles a estabelecerei a minha
14 Sim, ai dos gentios, caso não igreja, e eles farão parte do convê-
se a arrependam; porque acontece- nio e serão b contados com este, o
rá naquele dia, diz o Pai, que eu remanescente de Jacó, a quem dei
tirarei teus cavalos do meio de ti esta terra como herança.
e destruirei teus carros; 23 E ajudarão meu povo, o re-
15 E arrasarei as cidades de tua manescente de Jacó, e também
terra e derrubarei todas as tuas quantos vierem da casa de Israel,
fortalezas; a construir uma cidade que será
16 E exterminarei de tua terra chamada a Nova Jerusalém.
as feitiçarias e não terás mais adi- 24 E então ajudarão meu povo,
vinhos; que está disperso por toda a face
17 Tuas a imagens gravadas eu da terra, a coligar-se na Nova Je-
também extirparei; e tuas estátuas rusalém.
tirarei do meio de ti e não mais 25 E então o a poder dos céus des-
adorarás a obra de tuas mãos; cerá no meio deles; e b eu também
18 E arrancarei os teus bosques estarei no meio.
do meio de ti; e assim destruirei 26 E nesse dia começará a obra
as tuas cidades. do Pai, quando este evangelho for
19 E acontecerá que todas as pregado aos remanescentes deste
a 
mentiras e embustes e inve- povo. Em verdade vos digo que
jas e discórdias e artimanhas nesse dia a obra do Pai a começará
11 b D&C 1:14. D&C 1:16. Ét. 13:1–12.
12 a Miq. 5:8–15; GEE Idolatria. GEE Nova Jerusalém.
3 Né. 20:16. 19 a 3 Né. 30:2. 25 a 1 Né. 13:37.
b 3 Né. 16:13–15. 22 a GEE Dispensação. b Isa. 2:2–4;
14 a 2 Né. 10:18; 33:9. b 2 Né. 10:18–19; 3 Né. 24:1.
17 a Êx. 20:3–4; 3 Né. 16:13. 26 a 1 Né. 14:17;
Mos. 13:12–13; 23 a 3 Né. 20:22; 3 Né. 21:6–7.
3 NÉFI 21:27–22:9 528
entre todos os dispersos de meu poupes; alonga as tuas cordas e
povo, sim, mesmo nas b tribos per- firma bem as tuas a estacas.
didas que o Pai tirou de Jerusa- 3 Porque transbordarás à mão
lém. direita e à esquerda, e a tua pos-
27 Sim, a obra será iniciada entre teridade herdará as nações a gen-
todos os a dispersos de meu povo; tias e fará que sejam habitadas as
e o Pai preparará o caminho que cidades assoladas.
todos deverão trilhar para virem 4 Não temas, porque não serás
a mim, a fim de que invoquem o envergonhada; nem te a enver-
Pai em meu nome. gonhes, porque não serás con-
28 Sim, e então a obra será ini- fundida; porque te esquecerás
ciada e o Pai, em todas as nações, da vergonha da tua mocidade
preparará o caminho pelo qual e não te lembrarás do opróbrio
seu povo possa a voltar à terra de da tua juventude e não te lem-
sua herança. brarás mais do opróbrio da tua
29 E sairão de todas as nações; e viuvez.
não sairão a apressados nem fugin- 5 Porque o teu criador, teu ma-
do, porque eu irei à frente deles, rido, Senhor dos Exércitos é o seu
diz o Pai, e serei sua retaguarda. nome; e teu Redentor, o Santo de
Israel — será chamado o Deus de
CAPÍTULO 22 toda a Terra.
6 Porque o Senhor te chamou
Nos últimos dias Sião e suas estacas
como uma mulher desamparada
serão estabelecidas e Israel será reuni-
e triste de espírito e uma esposa
da em misericórdia e ternura — Eles
da mocidade, quando foste repu-
triunfarão — Comparar com Isaías
diada, diz o teu Deus.
54. Aproximadamente 34 d.C.
7 Por um pequeno momento te
E então o que está escrito acon- deixei, mas com grande miseri-
tecerá: Canta, ó estéril, tu que não córdia te recolherei.
deste à luz; rompe em a canto e ex- 8 Em pequena ira te escondi a
clama, tu que não tiveste dores de face por um momento, mas com
parto; porque mais são os filhos benignidade eterna a compade-
da solitária do que os filhos da cer-me-ei de ti, diz o Senhor teu
casada, diz o Senhor. Redentor.
2 Amplia o lugar da tua ten- 9 Porque a isto será para mim
da, e deixa que eles estendam as como as b águas de Noé; pois
cortinas das tuas habitações; não como jurei que as águas de Noé
26 b GEE Israel — Dez tribos 3 Né. 20:42. Misericordioso.
perdidas. 22 1 a GEE Cantar. 9 a Isa. 54:9.
27 a 3 Né. 16:4–5. 2 a GEE Estaca. b GEE Dilúvio no Tempo
28 a GEE Israel — Coligação 3 a GEE Gentios. de Noé.
de Israel. 4 a 2 Né. 6:7, 13.
29 a Isa. 52:12; 8 a GEE Misericórdia,
529 3 NÉFI 22:10–23:6
não inundariam mais a Terra, dos servos do Senhor; e a sua re-
assim jurei que não me irarei tidão vem de mim, diz o Senhor.
contra ti.
10 Porque as a montanhas desa- CAPÍTULO 23
parecerão, e os outeiros serão re-
Jesus aprova as palavras de Isaías —
movidos, mas a minha benignida-
Ele ordena ao povo que examine os
de não se b desviará de ti nem será
profetas — As palavras de Samuel, o
removido o convênio da minha
lamanita, a respeito da ressurreição,
paz, diz o Senhor que se compa-
são adicionadas aos registros. Apro-
dece de ti.
ximadamente 34 d.C.
11 Ó oprimida, arrojada com a
tormenta, e desconsolada! Eis que E agora eis que vos digo que de-
eu assentarei as tuas a pedras com veis a examinar estas coisas. Sim,
cores formosas, e com safiras as- ordeno-vos que examineis estas
sentarei os teus alicerces. coisas diligentemente, porque
12 E as tuas janelas farei de ágata grandes são as palavras de b Isaías.
e as tuas portas, de rubis; e todos 2 Porque ele certamente falou
os teus termos, de pedras apra- sobre todas as coisas relativas a
zíveis. meu povo, que é da casa de Is-
13 E a todos os teus filhos serão rael; portanto, é preciso que ele
instruídos pelo Senhor; e a paz de fale também aos gentios.
teus filhos será abundante. 3 E todas as coisas que ele disse
14 Em a retidão serás estabele- foram e a serão cumpridas de acor-
cida; longe estarás da opressão, do com as palavras que ele disse.
porque não temerás; e do terror, 4 Portanto, dai ouvidos às mi-
porque não chegará a ti. nhas palavras; escrevei as coisas
15 Eis que certamente se ajun- que vos disse; e conforme o tem-
tarão contra ti, mas não será por po e a vontade do Pai, chegarão
mim; quem se ajuntar contra ti, aos gentios.
cairá por tua causa. 5 E todo aquele que der ouvidos
16  Eis que eu criei o ferreiro às minhas palavras e arrepender-
que assopra as brasas do fogo e se e for batizado, será salvo. Exa-
que produz a ferramenta para a minai o que disseram os a profetas,
sua obra; e criei o assolador para porque muitos são os que testifi-
destruir. cam estas coisas.
17 Nenhuma arma preparada 6 E então aconteceu que depois
contra ti prosperará; e toda língua de haver pronunciado essas pa-
que se levantar contra ti, em juízo, lavras e explicado todas as escri-
tu a condenarás. Esta é a herança turas que eles haviam recebido,
10 a Isa. 40:4. 13 a Jer. 31:33–34. Mórm. 8:23.
b Salm. 94:14; 14 a GEE Retidão. GEE Isaías.
D&C 35:25. 23 1 a GEE Escrituras. 3 a 3 Né. 20:11–12.
11 a Apoc. 21:18–21. b 2 Né. 25:1–5; 5 a Lc. 24:25–27.
3 NÉFI 23:7–24:3 530
Jesus disse-lhes: Eis que eu dese- as escrituras que haviam registra-
jaria que escrevêsseis outras es- do, Jesus ordenou-lhes que ensi-
crituras que não tendes. nassem as coisas que ele havia
7 E aconteceu que ele disse a explicado.
Néfi: Trazei o registro que vós
escrevestes. CAPÍTULO 24
8 E quando Néfi lhe levou os
O mensageiro do Senhor preparará
registros, tendo-os posto na sua
o caminho para a Segunda Vinda —
frente, ele olhou-os e disse:
Cristo assentar-se-á em julgamen-
9 Em verdade vos digo que orde-
to — É ordenado a Israel pagar dízi-
nei a meu servo a Samuel, o lama-
mos e ofertas — Escreve-se um livro
nita, que testificasse a este povo
de recordações — Comparar com Ma-
que no dia em que o Pai glorifi-
laquias 3. Aproximadamente 34 d.C.
casse seu nome em mim, b muitos
c 
santos se d levantariam dentre os E aconteceu que ele lhes orde-
mortos e apareceriam a muitos e nou que escrevessem as palavras
ministrariam entre eles. E pergun- que o Pai transmitira a Malaquias,
tou-lhes: Não foi assim? as quais ele lhes diria. E aconte-
10 E seus discípulos responde- ceu que depois que foram escritas,
ram-lhe, dizendo: Sim, Senhor, ele as explicou. E estas foram as
Samuel profetizou de acordo com palavras que ele lhes disse: As-
tuas palavras e todas elas se cum- sim disse o Pai a Malaquias: Eis
priram. que enviarei o meu a mensageiro,
11 E Jesus disse-lhes: Por que e ele preparará o caminho diante
razão não escrevestes que mui- de mim; e de repente virá ao seu
tos santos se levantaram e apa- templo o Senhor, a quem vós bus-
receram a muitos e ministraram cais, o mensageiro do convênio
entre eles? em quem vos deleitais; eis que
12 E aconteceu que Néfi se lem- virá, diz o Senhor dos Exércitos.
brou de que isso não havia sido 2 E quem a suportará o dia da sua
escrito. vinda? E quem subsistirá quando
13 E aconteceu que Jesus orde- ele aparecer? Porque é como o
nou que fosse escrito; por conse- b 
fogo do ourives e como o sabão
guinte foi escrito, como ele or- do pisoeiro.
denou. 3 E assentar-se-á como refinador
14 E então aconteceu que depois e purificador de prata; e purifica-
de haver a explicado em uma todas rá os a filhos de Levi e torná-los-á
9 a Hel. 13:2. 14 a Lc. 24:44–46. de Jesus Cristo;
b Hel. 14:25. 24 1 a D&C 45:9. Terra — Purificação da
c GEE Santo 2 a 3 Né. 25:1. Terra.
(substantivo). b Zac. 13:9; 3 a Deut. 10:8;
d Mt. 27:52–53. D&C 128:24. D&C 84:31–34.
GEE Ressurreição. GEE Segunda Vinda
531 3 NÉFI 24:4–17
puros como ouro e como prata; vos abrir as janelas do céu e não
então ao Senhor b trarão ofertas derramar sobre vós uma b bênção
em retidão. tal, que não haja espaço suficiente
4 E a oferta de Judá e de Jerusa- para recebê-la.
lém será suave ao Senhor, como 11 E por vossa causa repreende-
nos dias antigos e como nos pri- rei o devorador, e ele não destrui-
meiros anos. rá os frutos da vossa terra; nem a
5 E chegar-me-ei a vós para juí- vossa videira derrubará antes do
zo; e serei uma testemunha veloz tempo o seu fruto nos campos, diz
contra os feiticeiros e contra os o Senhor dos Exércitos.
adúlteros; e contra os que juram 12 E todas as nações vos chama-
falsamente e contra os que opri- rão bem-aventurados, porque vós
mem o empregado em seu salário, sereis uma terra aprazível, diz o
a viúva e o a órfão; e repelem o es- Senhor dos Exércitos.
trangeiro e não me temem, diz o 13 Fortes foram vossas palavras
Senhor dos Exércitos. contra mim, diz o Senhor. Con-
6 Porque eu sou o Senhor, eu não tudo, dizeis: Que temos falado
mudo; por isso vós, filhos de Jacó, contra ti?
não sois consumidos. 14 Vós dissestes: Inútil é servir a
7 Desde os dias de vossos pais Deus; e que nos aproveita termos
vos a desviastes de minhas orde- guardado as suas ordenanças e
nanças e não as guardastes; b tor- andado de luto diante do Senhor
nai-vos para mim e eu tornarei dos Exércitos?
para vós, diz o Senhor dos Exér- 15 E agora, nós chamamos bem-
citos. Vós, porém, dizeis: Em que aventurados os soberbos; sim,
havemos de tornar? são enaltecidos os que praticam
8 Roubará o homem a Deus? To- iniquidades; sim, os que tentam
davia vós me roubais e dizeis: Em a Deus são libertados.
que te roubamos? Nos a dízimos e 16 Então os que temiam ao Se-
nas b ofertas. nhor a falavam frequentemente
9 Com maldição sois amaldiçoa- uns com os outros, e o Senhor
dos, porque me roubastes a mim, atentava e ouvia; e um b livro de
vós, toda a nação. recordações foi escrito diante dele
10 Trazei todos os a dízimos à para os que temiam ao Senhor, e
casa do tesouro, para que haja lembravam-se de seu nome.
mantimento na minha casa; e 17  E eles serão meus, diz o
provai-me então com isto, diz o Senhor dos Exércitos, no dia em
Senhor dos Exércitos, se eu não que eu a reunir minhas joias; e
3 b D&C 13. 8 a GEE Dízimos. 16 a Morô. 6:5.
5 a Tg. 1:27. b GEE Oferta. b D&C 85:9; Mois. 6:5.
7 a GEE Apostasia. 10 a D&C 64:23; 119. GEE Livro de
b Hel. 13:11; 3 Né. 10:6; b GEE Abençoado, Recordações.
Morô. 9:22. Abençoar, Bênção. 17 a D&C 101:3.
3 NÉFI 24:18–26:3 532
poupá-los-ei, assim como um ho- meu servo, a qual eu lhe dei em
mem poupa o filho que o serve. a 
Horebe, para toda a Israel, com
18 Então retornareis e a discerni- os estatutos e os juízos.
reis o justo do ímpio; o que serve 5 Eis que eu vos enviarei a Elias,
a Deus do que não o serve. o profeta, antes que venha o b dia
grande e terrível do Senhor;
CAPÍTULO 25 6 E ele a voltará o coração dos
pais aos filhos e o coração dos fi-
Na Segunda Vinda os soberbos e os
lhos a seus pais, para que eu não
iníquos serão queimados como resto-
venha e fira a Terra com maldição.
lho — Elias, o profeta, retornará antes
do grande e terrível dia — Comparar
CAPÍTULO 26
com Malaquias 4. Aproximadamen-
te 34 d.C. Jesus expõe todas as coisas, do princí-
pio ao fim — Bebês e crianças dizem
Pois eis que vem o dia que a arderá
coisas maravilhosas, que não podem
como um forno; e todos os b sober-
ser escritas — As pessoas da Igreja de
bos, sim, e todos os que cometem
Cristo têm todas as coisas em comum.
iniquidade serão como palha; e o
Aproximadamente 34 d.C.
dia que está para vir os abrasará,
diz o Senhor dos Exércitos, de E então aconteceu que depois de
modo que não lhes deixará nem haver declarado estas coisas, Jesus
raiz nem ramo. explicou-as à multidão; e expli-
2 Mas para vós que temeis o meu cou-lhes todas as coisas, tanto as
nome, o a Filho da Retidão se le- grandes como as pequenas.
vantará com poder de cura nas 2 E ele disse: a Estas escrituras,
suas asas; e vós saireis e b cresce- que não tínheis convosco, orde-
reis como os c bezerros no ceva- nou o Pai que eu vo-las desse;
douro. porque em sua sabedoria deter-
3 E a pisareis os ímpios, porque se minou que elas fossem dadas a
farão cinza debaixo das plantas de gerações futuras.
vossos pés no dia em que eu fizer 3 E explicou-lhes todas as coisas,
isso, diz o Senhor dos Exércitos. do princípio até o tempo em que
4 Lembrai-vos da lei de Moisés, ele viria em sua a glória — sim,
18 a GEE Discernimento, GEE Orgulho. Salvação para os
Dom de. 2 a Ét. 9:22. Mortos;
25 1 a Isa. 24:6; b D&C 45:58. Selamento, Selar.
1 Né. 22:15; c Amós 6:4; b GEE Segunda Vinda de
3 Né. 24:2; 1 Né. 22:24. Jesus Cristo.
D&C 29:9; 64:23–24; 3 a 3 Né. 21:12. 6 a D&C 2:2.
133:64; 4 a Êx. 3:1–6. 26 2 a IE Mal. 3–4, citado em
JS—H 1:37. 5 a 2 Re. 2:1–2; 3 Né. 24–25.
GEE Terra — D&C 2:1; 110:13–16; 3 a GEE Jesus Cristo —
Purificação da Terra. 128:17–18. Glória de Jesus Cristo.
b 2 Né. 20:33. GEE Elias, o Profeta;
533 3 NÉFI 26:4–14
todas as coisas que deveriam povo, de acordo com as palavras
acontecer sobre a face da Terra, que Jesus disse.
até que os b elementos se derretes- 9 E quando tiverem recebido
sem com intenso calor e a Terra se isto, que convém que recebam
c 
enrolasse como um pergaminho e primeiro para pôr à prova sua fé,
os céus e a Terra passassem; e se acontecer que creiam nestas
4 E até o a grande e último dia, coisas, então as a coisas maiores
quando todos os povos e todas lhes serão manifestadas.
as tribos e todas as nações e lín- 10 E se não acreditarem nestas
guas se b apresentarem perante coisas, então as coisas maiores
Deus para serem julgados por lhes serão a ocultas, para sua con-
suas obras, sejam elas boas ou denação.
más; 11 Eis que eu estava prestes a es-
5 Se forem boas, para a a ressur- crever tudo o que foi gravado nas
reição da vida eterna; e se forem placas de Néfi, mas o Senhor mo
más, para a ressurreição da con- proibiu, dizendo: a Experimentarei
denação; ficando, paralelamente, a fé do meu povo.
uns de um lado e outros de outro, 12 Portanto, eu, Mórmon, escre-
segundo a misericórdia e a b justiça vo as coisas que foram ordenadas
e a santidade que está em Cristo, pelo Senhor. E agora eu, Mórmon,
o qual existia c antes do princípio termino meus dizeres e continuo
do mundo. a escrever as coisas que me foram
6 E agora, nem a a centésima par- ordenadas.
te das coisas que Jesus verdadei- 13 Portanto, quisera que enten-
ramente ensinou ao povo podem dêsseis que o Senhor verdadeira-
ser escritas neste livro. mente ensinou o povo, pelo es-
7 Mas eis que as a placas de Néfi paço de três dias; e, após isso,
contêm a maior parte das coisas a 
manifestou-se a eles repetidas
que ele ensinou ao povo. vezes e partiu muitas vezes o b pão
8 E escrevi estas coisas, que são e abençoou-o e deu-o a eles.
a menor parte do que ele ensi- 14 E aconteceu que ele ensinou
nou ao povo; e escrevi-as com a e abençou as a criancinhas da mul-
intenção de que sejam novamen- tidão, sobre as quais foi falado; e
te trazidas a dos gentios para este b 
soltou-lhes a língua; e disseram
3 b Amós 9:13; b Mos. 16:10–11. 8 a 3 Né. 21:5–6.
2 Ped. 3:10, 12; GEE Juízo Final. 9 a Ét. 4:4–10.
Mórm. 9:2. 5 a Dan. 12:2; Jo. 5:29. 10 a Al. 12:9–11.
GEE Mundo — Fim do b GEE Justiça. 11 a Ét. 12:6.
mundo; c Ét. 3:14. 13 a Jo. 21:14.
Terra — Purificação da GEE Jesus Cristo — b 3 Né. 20:3–9.
Terra. Existência pré-mortal GEE Sacramento.
c Mórm. 5:23. de Cristo. 14 a 3 Né. 17:11–12.
4 a Hel. 12:25; 6 a Jo. 21:25; 3 Né. 5:8. b Al. 32:23;
3 Né. 28:31. 7 a GEE Placas. 3 Né. 26:16.
3 NÉFI 26:15–27:3 534
grandes e maravilhosas coisas a entre si; e tinham todas as coi-
a 

seus pais, maiores até do que as sas em b comum entre eles e todos
que ele revelara ao povo; e soltou- procediam justamente uns com
lhes a língua a fim de que pudes- os outros.
sem expressar-se. 20 E aconteceu que faziam to-
15 E aconteceu que depois de ha- das as coisas como Jesus lhes or-
ver ascendido ao céu — a segunda denara.
vez que se havia mostrado a eles 21 E os que eram batizados em
e voltado ao Pai, depois de haver nome de Jesus, eram chamados a
a 
curado todos os seus doentes e a 
igreja de Cristo.
seus coxos e aberto os olhos dos
cegos e os ouvidos dos surdos; e CAPÍTULO 27
feito toda sorte de curas no meio
Jesus ordena que a Igreja seja cha-
deles e levantado um homem den-
mada por Seu nome — Sua missão
tre os mortos e ter demonstrado
e o sacrifício expiatório constituem o
seu poder a eles e ascendido ao
Seu evangelho — Os homens rece-
Pai —
bem ordem de se arrependerem e de
16 Eis que, na manhã seguin-
serem batizados, para que o Espírito
te, aconteceu que a multidão se
Santo os santifique — Eles devem
reuniu e o povo viu e ouviu es-
ser como Jesus é. Aproximadamente
sas crianças; sim, até a crianças de
34–35 d.C.
colo abriram a boca e proferiram
coisas maravilhosas; e as palavras E aconteceu que quando os dis-
por elas proferidas a ninguém foi cípulos de Jesus estavam viajando
permitido escrever. e pregando as coisas que haviam
17 E aconteceu que os a discípu- ouvido e visto e estavam batizan-
los que Jesus escolhera começa- do em nome de Jesus, aconteceu
ram, daí em diante, a b batizar e que os discípulos se reuniram,
a ensinar todos os que a eles se a 
unidos em fervorosa oração e
chegavam; e todos os que foram b 
jejum.
batizados em nome de Jesus fica- 2 E Jesus novamente a apareceu
ram cheios do Espírito Santo. a eles, porque oravam ao Pai em
18 E muitos deles viram e ouvi- seu nome; e Jesus pôs-se no meio
ram coisas inexprimíveis que a não deles, dizendo-lhes: Que desejais
é lícito escrever. que eu vos dê?
19 E ensinaram e ministraram 3  E eles responderam-lhe:
15 a 3 Né. 17:9. 19 a 4 Né. 1:3. b Al. 6:6.
GEE Curar, Curas; b GEE Consagrar, Lei da GEE Jejuar, Jejum.
Milagre. Consagração. 2 a 3 Né. 26:13.
16 a Mt. 11:25. 21 a Mos. 18:17. GEE Jesus Cristo —
17 a 3 Né. 19:4–13. GEE Igreja de Jesus Aparições de Cristo
b 4 Né. 1:1. Cristo. após sua morte.
18 a 3 Né. 26:11. 27 1 a D&C 29:6.
535 3 NÉFI 27:4–14
Senhor, desejamos que nos digas portanto, tudo o que invocardes,
o nome que devemos dar a esta invocai em meu nome; portanto,
igreja, porque há controvérsias quando invocardes o Pai em favor
entre o povo a respeito deste as- da igreja, se o fizerdes em meu
sunto. nome, o Pai vos ouvirá;
4 E o Senhor disse-lhes: Em ver- 10 E se acontecer de a igreja estar
dade, em verdade vos digo: Por edificada sobre o meu evangelho,
que é que o povo murmura e dis- então o Pai manifestará nela as
cute sobre este assunto? suas próprias obras.
5 Não leram as escrituras, que 11 Todavia, se não estiver edi-
dizem que deveis tomar sobre vós ficada sobre o meu evangelho,
o a nome de Cristo, que é o meu mas edificada sobre as obras dos
nome? Porque por esse nome se- homens ou sobre as obras do dia-
reis chamados no último dia. bo, em verdade vos digo que te-
6 E todo aquele que tomar sobre rão alegria em suas obras por um
si o meu nome e a perseverar até tempo, porque logo chegará o fim;
o fim, será salvo no último dia. e eles serão a cortados e lançados
7 Portanto, tudo quanto fizerdes, no fogo, de onde não há retorno.
vós o fareis em meu nome; por 12  Porque suas obras os a se-
conseguinte chamareis a igreja guem, pois por causa de suas
pelo meu nome; e invocareis o obras é que são cortados; portan-
Pai em meu nome, a fim de que to, lembrai-vos das coisas que
ele abençoe a igreja por minha vos disse.
causa. 13 Eis que vos dei o meu a evan-
8 E como será a a minha b igreja, gelho e este é o evangelho que vos
se não tiver o meu nome? Porque dei — que vim ao mundo para fa-
se uma igreja for chamada pelo zer a b vontade de meu Pai, porque
nome de Moisés, então será a igre- meu Pai me enviou.
ja de Moisés; ou se for chamada 14 E meu Pai enviou-me para
pelo nome de um homem, então que eu fosse a levantado na cruz;
será a igreja de um homem; mas e depois que eu fosse levantado
se for chamada pelo meu nome, na cruz, pudesse b atrair a mim
então será a minha igreja, desde todos os homens, a fim de que,
que estejam edificados sobre o assim como fui levantado pelos
meu evangelho. homens, assim sejam os homens
9 Em verdade vos digo que estais levantados pelo Pai, para com-
edificados sobre o meu evangelho; parecerem perante mim a fim de
5 a GEE Jesus Cristo — Cristo — Cabeça da GEE Evangelho.
Tomar sobre nós o Igreja. b Jo. 6:38–39.
nome de Jesus Cristo. 11 a Al. 5:52. 14 a 1 Né. 11:32–33;
6 a 3 Né. 15:9. 12 a Apoc. 14:13; Mois. 7:55.
8 a D&C 115:4. D&C 59:2. b Jo. 6:44; 2 Né. 9:5;
b GEE Jesus 13 a D&C 76:40–42. D&C 27:18.
3 NÉFI 27:15–27 536
serem julgados por suas obras,
c 
batizados em meu nome, a fim de
b 

sejam elas boas ou más — que sejais c santificados, recebendo


15 E por esta razão fui a levan- o Espírito Santo, para comparecer-
tado; portanto, de acordo com des d sem mancha perante mim no
o poder do Pai, atrairei todos os último dia.
homens a mim para que sejam jul- 21 Em verdade, em verdade vos
gados segundo suas obras. digo que este é o meu evangelho;
16 E acontecerá que aquele que e sabeis o que deveis fazer em mi-
se a arrepender e for b batizado em nha igreja; pois as obras que me
meu nome, será satisfeito; e se vistes fazer, essas também fareis;
c 
perseverar até o fim, eis que eu porque aquilo que me vistes fazer,
o terei por inocente perante meu isso fareis;
Pai no dia em que eu me levantar 22 Portanto, se fizerdes essas coi-
para julgar o mundo. sas, bem-aventurados sois, porque
17 E aquele que não perseverar sereis levantados no último dia.
até o fim será cortado e lançado 23 Escrevei as coisas que vis-
no fogo, de onde não mais volta- tes e ouvistes, salvo as que são
rá, em virtude da a justiça do Pai. a 
proibidas.
18 E esta é a palavra que ele deu 24 Escrevei as obras futuras des-
aos filhos dos homens. E por esta te povo, assim como foi escrito
razão ele cumpre as palavras que sobre as que se passaram.
proferiu; e não mente, mas cum- 25 Pois eis que pelos livros que
pre todas as suas palavras. foram escritos e pelos que serão
19 E a nada que seja imundo pode escritos este povo será a julgado,
entrar em seu reino; portanto, pois é por eles que suas b obras se
nada entra em seu b descanso, a tornarão conhecidas dos homens.
não ser aqueles que tenham c la- 26 E eis que todas as coisas são
vado suas vestes em meu sangue, a 
escritas pelo Pai; portanto, o
por causa de sua fé e do arrepen- mundo será julgado segundo o
dimento de todos os seus pecados que estiver escrito nos livros.
e de sua fidelidade até o fim. 27 E sabei vós que a sereis os juí-
20 Ora, este é o mandamento: zes deste povo, de acordo com
a 
Arrependei-vos todos vós, con- o julgamento que vos darei, que
fins da Terra; vinde a mim e sede será justo. Portanto, que b tipo de

14 c GEE Jesus Cristo — Juiz. GEE Descansar, 25 a 2 Né. 33:10–15;


15 a GEE Expiação, Expiar. Descanso. Pal. Mórm. 1:11.
16 a GEE Arrepender-se, c Apoc. 1:5; 7:14; b 1 Né. 15:32–33.
Arrependimento. Al. 5:21, 27; 13:11–13. 26 a 3 Né. 24:16.
b GEE Batismo, Batizar. 20 a Ét. 4:18. GEE Livro da Vida.
c 1 Né. 13:37. b GEE Batismo, Batizar — 27 a 1 Né. 12:9–10;
GEE Perseverar. Essencial. Mórm. 3:19.
17 a GEE Justiça. c GEE Santificação. b GEE Jesus Cristo —
19 a Al. 11:37. d D&C 4:2. Exemplo de Jesus
b D&C 84:24. 23 a 3 Né. 26:16. Cristo.
537 3 NÉFI 27:28–28:2
homens devereis ser? Em verdade disse aos discípulos: Entrai pela
vos digo que devereis ser c como a 
porta estreita, porque estreita é
eu sou. a porta e apertado é o caminho
28 E agora a vou para o Pai. E em que leva à vida e poucos são os
verdade vos digo que qualquer que o encontram; mas larga é a
coisa que pedirdes ao Pai, em meu porta e espaçoso é o caminho que
nome, ser-vos-á dada. leva à morte e muitos são os que
29 Portanto, a pedi e recebereis; por ali passam, até que chegue
batei e ser-vos-á aberto; porque a noite, na qual ninguém pode
aquele que pede, recebe; e ao que trabalhar.
bate, ser-lhe-á aberto.
30 E agora, eis que minha alegria CAPÍTULO 28
é grande, até a plenitude, por cau-
Nove dos doze discípulos desejam e
sa de vós e também desta geração;
recebem a promessa de uma herança
sim, e até o Pai se alegra e também
no reino de Cristo, quando morre-
todos os santos anjos, por causa
rem — Os Três Nefitas desejam e
de vós e desta geração; porque
recebem poder sobre a morte, para
a 
nenhum deles está perdido.
permanecerem na Terra até que Je-
31 Eis que eu quisera que com-
sus retorne — Eles são translada-
preendêsseis, porque me refi-
dos, veem coisas que não é permitido
ro aos a desta geração que estão
declarar e estão agora ministrando
b 
agora vivos; e nenhum deles está
entre os homens. Aproximadamente
perdido; e neles minha c alegria é
34–35 d.C.
completa.
32 Mas eis que eu me entristeço E aconteceu que depois de ha-
por causa da a quarta geração a ver proferido estas palavras, Jesus
partir desta, porque serão levados falou a seus discípulos, um a um,
ao cativeiro por aquele que foi o dizendo-lhes: O que desejais de
filho de perdição; porque me ven- mim depois que eu for para o Pai?
derão por prata e por ouro e por 2 E com exceção de três, todos
tudo aquilo que a b traça corrói e os outros responderam, dizendo:
os ladrões podem minar e roubar. Desejamos que depois de haver-
E nesse dia visitá-los-ei, fazendo mos vivido até a idade do homem,
com que suas obras lhes caiam que o ministério para o qual nos
sobre a cabeça. chamaste tenha um fim, para que
33 E aconteceu que depois de ha- possamos ir logo para junto de ti
ver proferido estas palavras, Jesus em teu reino.
27 c Mt. 5:48; 31 a 3 Né. 28:23. 3 Né. 13:19–21.
3 Né. 12:48. b 3 Né. 9:11–13; 10:12. 33 a Mt. 7:13–14;
28 a Jo. 20:17. c GEE Alegria. 3 Né. 14:13–14;
29 a Mt. 7:7; 32 a 2 Né. 26:9–10; D&C 22.
3 Né. 14:7. Al. 45:10, 12.
30 a Jo. 17:12. b Mt. 6:19–21;
3 NÉFI 28:3–15 538
3 E disse-lhes ele: Bem-aventu- sereis abençoados no reino de
rados sois por haverdes desejado meu Pai.
isto de mim; portanto, quando 9 E também não padecereis do-
atingirdes a idade de setenta e dois res enquanto permanecerdes na
anos, vireis a mim em meu reino; e carne; nem tristezas, a não ser
comigo achareis a descanso. pelos pecados do mundo; e tudo
4 E depois de lhes haver falado, isso farei em virtude do que me
voltou-se para os três e disse-lhes: haveis pedido, porque desejastes
Que desejais que eu vos conceda a 
conduzir a mim a alma dos ho-
depois que for para o Pai? mens, enquanto o mundo existir.
5 E o coração deles entristeceu- 10 E por essa razão tereis a alegria
se, porque não se atreviam a dizer completa e sentar-vos-eis no reino
o que desejavam. de meu Pai; sim, vossa alegria será
6 E disse-lhes ele: Eis que a co- completa, assim como completa
nheço vossos pensamentos e de- foi a alegria que me deu o Pai; e
sejastes aquilo que b João, meu sereis como eu sou e eu sou como
amado, que me acompanhou em o Pai; e o Pai e eu somos b um.
meu ministério antes que eu fosse 11 E o a Espírito Santo dá teste-
levantado pelos judeus, desejou munho do Pai e de mim; e o Pai
de mim. dá o Espírito Santo aos filhos dos
7 Portanto, mais bem-aventura- homens, por minha causa.
dos sois, porque a nunca provareis 12 E aconteceu que depois de
a b morte; mas vivereis para ver haver pronunciado essas palavras,
todas as obras do Pai entre os fi- Jesus tocou cada um deles com o
lhos dos homens, até que todas as dedo, excetuando-se os três que
coisas sejam cumpridas de acor- deveriam permanecer, e partiu.
do com a vontade do Pai, quan- 13 E eis que os céus se abriram;
do virei em minha glória com os e eles foram a arrebatados ao céu
c 
poderes do céu. e viram e ouviram coisas inex-
8  E vós nunca padecereis as primíveis.
penas da morte; mas quando 14 E foi-lhes a proibido que as
eu vier em minha glória, sereis externassem; tampouco lhes foi
transformados num abrir e fe- dado poder para relatarem as coi-
char de olhos, da a mortalidade sas que viram e ouviram.
para a b imortalidade; e então 15 E se estavam no corpo ou
28 3 a GEE Descansar, b GEE Seres D&C 7:5–6.
Descanso. Transladados. 10 a D&C 84:36–38.
6 a Amós 4:13; c 3 Né. 20:22. b Jo. 17:20–23.
Al. 18:32. 8 a 3 Né. 28:36–40. 11 a 2 Né. 31:17–21;
b Jo. 21:21–23; GEE Mortal, 3 Né. 11:32.
D&C 7:1–4. Mortalidade. 13 a 2 Cor. 12:2–4.
7 a 4 Né. 1:14; b GEE Imortal, 14 a D&C 76:114–116.
Mórm. 8:10–11; Imortalidade.
Ét. 12:17. 9 a Filip. 1:23–24;
539 3 NÉFI 28:16–29
fora do corpo, não puderam di- 22 E duas vezes foram atirados
zer; porque lhes pareceu terem numa a cova de animais selvagens;
sido a transfigurados, como se ti- e eis que brincaram com as feras
vessem sido mudados deste corpo como uma criança brinca com um
de carne para um estado imortal, carneirinho que ainda mama; e
de modo que podiam contemplar não se feriram.
as coisas de Deus. 23 E aconteceu que, assim, anda-
16 Mas aconteceu que novamen- ram pelo meio de todo o povo de
te ministraram na face da Terra; Néfi e pregaram o a evangelho de
no entanto não revelaram as coi- Cristo a todas as pessoas de toda
sas que tinham visto e ouvido, a face daquela terra; e elas foram
por causa da ordem que lhes fora convertidas ao Senhor e uniram-
dada no céu. se à Igreja de Cristo; e assim foi
17 E agora, se eram mortais ou abençoado o povo b dessa geração,
imortais a partir do dia da sua segundo a palavra de Jesus.
transfiguração, eu não sei. 24 E agora eu, Mórmon, deixo
18 Só sei, segundo o registro que de falar sobre estas coisas por
foi feito — que eles saíram pela enquanto.
face da terra e ministraram entre 25 Eis que eu estava prestes a
o povo todo, levando para a igreja escrever os a nomes daqueles que
todos os que acreditavam em suas nunca iriam provar a morte, mas
pregações e batizando-os; e todos o Senhor mo proibiu; portanto,
os que foram batizados receberam não os escrevo, porque estão es-
o Espírito Santo. condidos do mundo.
19 E eram atirados em prisões 26 Mas eis que eu os vi e recebi
por aqueles que não pertenciam à seu ministério.
igreja. E as a prisões não os podiam 27 E eis que eles estarão entre
reter, pois partiam-se ao meio. os gentios e os gentios não os
20 E eram enterrados, mas fe- conhecerão.
riam a terra com a palavra de 28  Estarão também entre os
Deus, de modo que, pelo seu a po- judeus e os judeus não os co-
der, eram libertados das profun- nhecerão.
dezas da terra; e, portanto, não 29 E acontecerá que quando o
era possível fazer covas suficien- Senhor considerar conveniente,
temente fundas para retê-los. em sua sabedoria, eles ministra-
21  E três vezes foram atira- rão entre todas as a tribos dispersas
dos numa a fornalha, sem nada de Israel e entre todas as nações,
sofrerem. tribos, línguas e povos; e dentre
15 a Mois. 1:11. 4 Né. 1:32. 25 a 3 Né. 19:4.
GEE Transfiguração. 22 a Dan. 6:16–23; 29 a GEE Israel — Dez tribos
19 a At. 16:26; Al. 14:26–28. 4 Né. 1:33. perdidas;
20 a Mórm. 8:24. 23 a GEE Evangelho. Israel — Dispersão de
21 a Dan. 3:22–27; b 3 Né. 27:30–31. Israel.
3 NÉFI 28:30–40 540
eles levarão muitas almas a Jesus, 36 E agora eis que, a respeito do
a fim de que o desejo deles seja que disse concernente àqueles que
satisfeito; e também em virtude o Senhor escolheu, sim, os três
do poder convincente de Deus, que foram arrebatados aos céus,
que está neles. que eu não sabia se tinham sido
30 E são como os a anjos de Deus purificados da mortalidade para
e, se orarem ao Pai em nome de a imortalidade —
Jesus, poderão mostrar-se a qual- 37 Mas eis que depois de haver
quer homem que lhes pareça con- escrito, inquiri isso do Senhor e
veniente. ele afirmou-me que foi necessá-
31 Portanto, grandes e maravi- rio que no corpo deles se ope-
lhosas obras serão realizadas por rasse uma mudança, sem a qual
eles antes do a grande dia em que seria necessário que provassem
todos terão que comparecer pe- a morte;
rante o tribunal de Cristo. 38 Portanto, para que não pro-
32 Sim, até mesmo entre os gen- vassem a morte, houve uma
tios será realizada por eles uma a 
transformação no corpo deles,
a 
grande e maravilhosa obra, antes a fim de que não sofressem dores
do dia do juízo. nem penas, a não ser pelos peca-
33 E se tivésseis todas as escritu- dos do mundo.
ras que relatam as maravilhosas 39 Ora, essa transformação não
obras de Cristo, saberíeis, segun- foi igual à que se verificará no
do as palavras de Cristo, que estas último dia; mas houve neles uma
coisas certamente acontecerão. transformação, para que Satanás
34 E ai daqueles que a não derem não tivesse poder sobre eles, para
ouvidos às palavras de Jesus nem que não pudesse a tentá-los; e fo-
b 
aos que ele escolheu e enviou- ram b santificados na carne, a fim
lhes; porque aqueles que não re- de que se tornassem c santos e não
cebem as palavras de Jesus nem as pudessem ser retidos pelos pode-
palavras dos que ele enviou, não res da Terra.
o recebem; e, portanto, ele não os 40 E nesse estado deviam per-
receberá no último dia. manecer até o dia do juízo de
35 E melhor teria sido para eles Cristo; e nesse dia sofreriam uma
que não tivessem nascido. Pois su- transformação maior e seriam
pondes poder livrar-vos da justiça recebidos no reino do Pai para
de um Deus ofendido, o qual foi não mais saírem, mas para ha-
a 
esmagado sob os pés dos homens bitarem com Deus, eternamente,
para que assim viesse a salvação? nos céus.
30 a GEE Anjos. 34 a Ét. 4:8–12. Transladados.
31 a Hel. 12:25; b GEE Profeta. 39 a GEE Tentação, Tentar.
3 Né. 26:4–5. 35 a Hel. 12:2. b GEE Santificação.
32 a 2 Né. 25:17. 38 a GEE Seres c GEE Santidade.
541 3 NÉFI 29:1–9
CAPÍTULO 29 sua mão direita; e eis que, nes-
se dia, se desdenhardes as suas
O aparecimento do Livro de Mórmon
obras, ele fará com que ela pron-
é um sinal de que o Senhor come-
tamente vos alcance.
çou a coligar Israel e a cumprir Seus
5 a Ai daquele que b desdenha as
convênios — Os que rejeitarem Suas
obras do Senhor; sim, ai daquele
revelações e dons dos últimos dias se-
que c nega o Cristo e suas obras!
rão amaldiçoados. Aproximadamente
6 Sim, a ai daquele que nega as re-
34–35 d.C.
velações do Senhor e que diz que
E agora eis que vos digo que o Senhor não se manifesta mais
quando o Senhor, em sua sabedo- por meio de revelação nem por
ria, julgar conveniente que estas profecia nem por b dons nem por
palavras a cheguem aos gentios, línguas nem por curas nem pelo
segundo sua promessa, então sa- poder do Espírito Santo!
bereis que o b convênio que o Pai 7 Sim, e ai daquele que disser,
fez com os filhos de Israel, rela- naquele dia, a fim de obter a lucro,
tivo a sua volta às terras de sua que b nenhum milagre pode haver,
herança, já está começando a ser realizado por Jesus Cristo; porque
cumprido. o que fizer isso se tornará como
2 E sabereis que as palavras do o c filho de perdição, para o qual
Senhor, proferidas pelos santos não houve misericórdia, segundo
profetas, serão todas cumpridas; a palavra de Cristo.
e não tendes que dizer que o Se- 8 Sim, e já não tendes que a zom-
nhor a retarda a sua vinda aos fi- bar nem b desdenhar nem escarne-
lhos de Israel. cer dos c judeus nem de nenhum
3 E não tendes que imaginar em dos remanescentes da casa de Is-
vosso coração que as palavras que rael; pois eis que o Senhor se lem-
foram ditas são vãs, pois eis que o bra de seu convênio com eles; e
Senhor se lembrará do convênio procederá com eles de acordo com
que fez com seu povo da casa de o que jurou.
Israel. 9 Portanto, não deveis supor que
4 E quando virdes estas palavras vos será possível virar a mão di-
aparecendo no meio de vós, não reita do Senhor para a esquerda, a
tereis mais necessidade de desde- fim de que ele não execute julga-
nhar as obras do Senhor, porque mento em cumprimento do con-
a a espada de sua b justiça está em vênio que fez com a casa de Israel.
29 1 a 2 Né. 30:3–8. Ét. 4:8–10. Mórm. 9:15–26.
b Mórm. 5:14, 20. c Mt. 10:32–33. c GEE Filhos de Perdição.
2 a Lc. 12:45–48. 6 a Mórm. 9:7–11, 15. 8 a 1 Né. 19:14.
4 a 3 Né. 20:20. b GEE Dons do Espírito. b 2 Né. 29:4–5.
b GEE Justiça. 7 a GEE Artimanhas c GEE Judeus.
5 a 2 Né. 28:15–16. Sacerdotais.
b Mórm. 8:17; b 2 Né. 28:4–6;
3 NÉFI 30:2–4 NÉFI 1:2 542
CAPÍTULO 30 de vossas mentiras e embustes; e
de vossas libertinagens e de vos-
Ordena-se aos gentios dos últimos
sas abominações secretas e vossas
dias que se arrependam, venham a
idolatrias; e de vossos homicídios
Cristo e sejam contados com a casa de
e vossas artimanhas sacerdotais e
Israel. Aproximadamente 34–35 d.C.
vossas invejas; e de vossas discór-
Ouvi, ó gentios, e escutai as pa- dias e de todas as vossas iniquida-
lavras de Jesus Cristo, o Filho do des e abominações; e vinde a mim
Deus vivo, as quais ele me a or- e sede batizados em meu nome,
denou que dissesse a respeito de a fim de que recebais a remissão
vós, porque eis que ele me orde- de vossos pecados e recebais o
nou que escrevesse, dizendo: Espírito Santo, para que sejais
2 Afastai-vos todos, ó a gentios, c 
contados com o meu povo, que
de vossos caminhos iníquos; e b ar- é da casa de Israel.
rependei-vos de vossas maldades,

QUARTO NÉFI
LIVRO DE NÉFI
QUE É FILHO DE NÉFI — UM DOS DISCÍPULOS DE JESUS CRISTO

Relato do povo de Néfi, segundo o registro dele.


Os Nefitas e os Lamanitas são todos que os discípulos de Jesus orga-
convertidos ao Senhor — Eles têm nizaram uma igreja de Cristo em
todas as coisas em comum, operam todas as terras circunvizinhas. E
milagres e prosperam na terra — todos os que a eles se chegavam e
Depois de dois séculos surgem di- verdadeiramente se arrependiam
visões, iniquidade, falsas igrejas e de seus pecados, eram batizados
perseguições — Passados trezentos em nome de Jesus; e também re-
anos, tanto os nefitas como os lama- cebiam o Espírito Santo.
nitas tornam-se iníquos — Amaron 2 E aconteceu que no trigésimo
esconde os registros sagrados. Apro- sexto ano todo o povo de toda a
ximadamente 35–321 d.C. face da terra foi convertido ao
Senhor, tanto nefitas como lama-

E ACONTECEU que se passou


o trigésimo quarto ano, como
também o trigésimo quinto, e eis
nitas; e não havia contendas nem
disputas entre eles; e procediam
retamente uns com os outros.
30 1 a 3 Né. 5:12–13. Arrependimento. 3 Né. 16:10–13;
2 a GEE Gentios. c Gál. 3:27–29; 21:22–25;
b GEE Arrepender-se, 2 Né. 10:18–19; Abr. 2:10.
543 4 NÉFI 1:3–14
3 E tinham todas as coisas em
a 
sido submersas e as águas ha-
a 

comum; portanto, não havia ricos viam tomado o seu lugar; portan-
nem pobres nem escravos nem li- to, essas cidades não puderam ser
vres, mas eram todos livres e par- reedificadas.
ticipantes do dom celestial. 10 E então aconteceu que o povo
4 E aconteceu que o trigésimo de Néfi se fortaleceu e multipli-
sétimo ano também se passou; e cou-se com grande rapidez, tor-
continuava a reinar paz na terra. nando-se um povo muito a formo-
5 E obras grandes e maravilho- so e agradável.
sas eram feitas pelos discípulos de 11 E casavam-se e davam-se em
Jesus, de modo que a curavam os casamento e eram abençoados se-
enfermos, levantavam os mortos gundo a multidão das promessas
e faziam andar os coxos, davam que o Senhor lhes fizera.
visão aos cegos e faziam os sur- 12 E já não se guiavam pelos a ri-
dos ouvirem; e realizavam toda tos e ordenanças da b lei de Moisés,
sorte de b milagres entre os filhos mas observavam os mandamentos
dos homens e nenhum milagre que haviam recebido do seu Se-
operavam que não fosse em nome nhor e seu Deus, continuando a
de Jesus. c 
jejuar e a orar e a reunir-se amiú-
6 E assim se passou o trigésimo de, para orar e ouvir a palavra do
oitavo ano, bem como o trigésimo Senhor.
nono e o quadragésimo primeiro e 13 E aconteceu que não havia
o quadragésimo segundo, sim, até contendas entre todo o povo, em
que se passaram quarenta e nove toda a terra; e grandes milagres
anos e também o quinquagésimo eram realizados entre os discípu-
primeiro e o quinquagésimo se- los de Jesus.
gundo, sim, até que se passaram 14 E aconteceu que se passou o
cinquenta e nove anos. septuagésimo primeiro ano e tam-
7 E o Senhor fê-los prosperar bém o septuagésimo segundo ano;
grandemente na terra; sim, tanto sim, em resumo, tinha-se passado
que novamente construíram cida- até o septuagésimo nono ano; sim,
des no lugar das que haviam sido até mesmo cem anos tinham-se
queimadas. passado; e os discípulos que Jesus
8 Sim, reconstruíram até mesmo escolhera haviam todos ido para o
a grande a cidade de Zaraenla. a 
paraíso de Deus, com exceção dos
9 Muitas cidades, porém, haviam b 
três que deveriam permanecer; e
1 3 a At. 4:32; 8 a 3 Né. 8:8. D&C 88:76–77.
3 Né. 26:19. 9 a 3 Né. 9:4, 7. 14 a GEE Paraíso.
GEE Consagrar, Lei da 10 a
Mórm. 9:6. b 3 Né. 28:3–9.
Consagração. 12 a
2 Né. 25:30; GEE Seres
5 a GEE Curar, Curas. 3 Né. 15:2–8. Transladados.
b Jo. 14:12. b GEE Lei de Moisés.
GEE Milagre. c Morô. 6:5;
4 NÉFI 1:15–26 544
outros discípulos tinham sido or-
c  d 
terra, a não ser por uma pequena
denados para substituir aqueles; e parte do povo que se revoltara
também muitos daquela geração contra a igreja, tendo adotado o
haviam morrido. nome de lamanitas; assim come-
15 E aconteceu que a não havia çou novamente a haver lamanitas
contendas na terra, em virtude na terra.
do amor a Deus que existia no 21 E aconteceu que Amós tam-
coração do povo. bém morreu (e já se tinham pas-
16 E a não havia invejas nem dis- sado cento e noventa e quatro
putas nem tumultos nem b liberti- anos da vinda de Cristo) e seu fi-
nagens nem mentiras nem assas- lho Amós escreveu o registro em
sinatos nem qualquer espécie de seu lugar; e também escreveu nas
lascívia; e certamente não pode- placas de Néfi e no livro de Néfi,
ria haver c povo mais feliz entre que é este livro.
todos os povos criados pela mão 22 E aconteceu que duzentos
de Deus. anos se tinham passado; e a se-
17 Não havia ladrões nem as- gunda geração também havia
sassinos; nem havia lamanitas morrido toda, com exceção de
nem qualquer espécie de itas, mas alguns poucos.
eram a um, os filhos de Cristo e 23 E agora eu, Mórmon, quise-
herdeiros do reino de Deus. ra que soubésseis que o povo se
18  E quão abençoados eram havia multiplicado de tal forma
eles! Porque o Senhor os aben- que se achava espalhado por toda
çoou em tudo que fizeram; sim, a face da terra; e havia-se tornado
foram abençoados e prosperaram imensamente rico, em virtude de
até haverem decorrido cento e dez sua prosperidade em Cristo.
anos. E a primeira geração depois 24 Ora, nesse ano duzentos e
de Cristo tinha morrido; e não um, alguns deles começaram a
havia contendas em toda a terra. tornar-se a orgulhosos, trajando
19 E aconteceu que Néfi, aque- roupas caras e usando toda sorte
le que fez este último registro (e de pérolas finas e de coisas luxuo-
escreveu-o nas a placas de Néfi), sas do mundo.
morreu e seu filho Amós conti- 25 E dessa época em diante não
nuou o registro em seu lugar; e mais tiveram seus bens e suas
escreveu-o também nas placas posses em a comum.
de Néfi. 26 E começaram a dividir-se em
20 E escreveu-o por oitenta e classes; e começaram a organizar
quatro anos; e havia ainda paz na a 
igrejas para si mesmos, a fim de
14 c GEE Discípulo. b GEE Concupiscência. 19 a GEE Placas.
d GEE Ordenação, c Mos. 2:41; Al. 50:23. 24 a GEE Orgulho.
Ordenar. GEE Alegria. 25 a 4 Né. 1:3.
15 a GEE Paz. 17 a Jo. 17:21. 26 a 1 Né. 22:23; 2 Né. 28:3;
16 a GEE Unidade. GEE Sião. Mórm. 8:32–38.
545 4 NÉFI 1:27–37
obter lucros, e principiaram a
b 
coração e procurou matá-los, as-
renegar a verdadeira igreja de sim como em Jerusalém os judeus
Cristo. procuraram matar Jesus, segundo
27 E aconteceu que depois de sua palavra.
se haverem passado duzentos e 32 E eram atirados em a fornalhas
dez anos, existiam muitas igrejas b 
ardentes e saíam ilesos.
na terra; sim, havia muitas igre- 33 E eram atirados também em
jas que professavam conhecer o a 
covas de animais selvagens e
Cristo, a negando, não obstante, a brincavam com os animais sel-
maior parte de seu evangelho, de vagens da mesma forma que uma
tal modo que toleravam toda sorte criança brinca com um cordeiro; e
de iniquidades e administravam saíam ilesos do meio deles.
o que era sagrado àqueles a quem 34 Não obstante, o povo endure-
isso fora b proibido por causa de ceu o coração, porque era instiga-
sua indignidade. do por muitos sacerdotes e falsos
28 E essa a igreja multiplicou-se profetas a construir muitas igrejas
grandemente, por causa da iniqui- e a praticar toda sorte de iniqui-
dade e do poder de Satanás que se dades. E eles a atacavam o povo de
apoderou do coração deles. Jesus; mas o povo de Jesus não re-
29 E havia também outra igreja vidava os ataques. E assim foram
que negava Cristo; e eles a per- degenerando na incredulidade e
seguiam a verdadeira igreja de na iniquidade, de ano para ano,
Cristo, em virtude da humildade até que transcorreram duzentos
de seus adeptos e de sua crença e trinta anos.
em Cristo; e desprezavam-nos por 35 E então aconteceu que nesse
causa dos muitos milagres que ano, sim, no ducentésimo trigé-
eram feitos entre eles. simo primeiro ano, houve uma
30 Portanto, exerciam poder e grande divisão entre o povo.
autoridade sobre os discípulos 36 E aconteceu que nesse ano
de Jesus que permaneceram com surgiu um povo que recebeu o
eles e atiravam-nos na a prisão; nome de nefitas e eles eram ver-
mas pelo poder da palavra de dadeiros crentes em Cristo; e ha-
Deus, que estava neles, as pri- via entre eles os que os lamanitas
sões rachavam-se ao meio e eles chamavam de jacobitas e josefitas
saíam, fazendo grandes milagres e zoramitas.
entre o povo. 37 Portanto, os verdadeiros cren-
31  Não obstante todos esses tes em Cristo e os verdadeiros
milagres, o povo endureceu o adoradores de Cristo (entre os
26 b D&C 10:56. 28 a GEE Diabo — Igreja do 32 a 3 Né. 28:21.
GEE Artimanhas diabo. b Dan. 3:26–27.
Sacerdotais. 29 a GEE Perseguição, 33 a 3 Né. 28:22.
27 a GEE Apostasia. Perseguir. 34 a 3 Né. 12:39;
b 3 Né. 18:28–29. 30 a 3 Né. 28:19–20. D&C 98:23–27.
4 NÉFI 1:38–49 546
quais se achavam aqueles três a 
43 E também o povo que era cha-
discípulos que deviam perma- mado de povo de Néfi começou
necer) eram chamados nefitas e a tornar-se orgulhoso, em virtu-
jacobitas e josefitas e zoramitas. de de suas grandes riquezas; e
38 E aconteceu que os que se re- tornaram-se vaidosos como seus
cusavam a obedecer ao evangelho irmãos, os lamanitas.
eram chamados de lamanitas e 44 E a partir daí, os discípulos
lemuelitas e ismaelitas; estes não começaram a sofrer pelos a peca-
degeneraram na incredulidade, dos do mundo.
mas a rebelaram-se intencional- 45 E aconteceu que depois de
mente contra o evangelho de Cris- passados trezentos anos, tanto
to; e ensinaram aos filhos que não os nefitas como os lamanitas se
deveriam crer, assim como seus haviam tornado extremamente
pais, que degeneraram desde o iníquos.
princípio. 46 E aconteceu que os ladrões de
39 E isto ocorreu por causa das Gadiânton se espalharam por toda
iniquidades e abominações de a superfície da terra; e ninguém
seus pais, como no princípio. E havia que fosse justo, a não ser
foram a ensinados a odiar os filhos os discípulos de Jesus. E acumu-
de Deus, assim como os lamanitas lavam ouro e prata em abundân-
foram ensinados a odiar os filhos cia, entregando-se a toda sorte de
de Néfi, desde o princípio. comércio.
40 E aconteceu que duzentos e 47 E aconteceu que, passados tre-
quarenta e quatro anos se haviam zentos e cinco anos (e o povo con-
passado e esta era a situação do tinuava iníquo), morreu Amós; e
povo. E a parte mais iníqua do seu irmão, Amaron, escreveu os
povo fortaleceu-se, vindo a ser registros em seu lugar.
muito mais numerosa que o povo 48 E aconteceu que, passados
de Deus. trezentos e vinte anos, Amaron,
41 E continuaram a construir compelido pelo Espírito Santo,
igrejas para si próprios e adorna- escondeu os registros que eram
vam-nas com toda sorte de objetos sagrados — sim, todos os a regis-
preciosos. E assim se passaram tros sagrados que tinham sido
duzentos e cinquenta anos e tam- transmitidos de geração em ge-
bém duzentos e sessenta. ração, os quais eram sagrados —
42 E aconteceu que a parte iní- até o tricentésimo vigésimo ano
qua do povo começou a restabele- depois da vinda de Cristo.
cer os juramentos e a combinações 49 E ocultou-os para o Senhor,
secretas de Gadiânton. a fim de que pudessem a chegar
37 a 3 Né. 28:6–7; 39 a Mos. 10:17. 44 a 3 Né. 28:9.
Mórm. 8:10–11. 42 a GEE Combinações 48 a Hel. 3:13, 15–16.
38 a GEE Rebeldia, Rebelião. Secretas. 49 a En. 1:13.
547 MÓRMON 1:1–11
novamente ao remanescente da e promessas do Senhor. E assim
casa de Jacó, segundo as profecias termina o registro de Amaron.

LIVRO DE MÓRMON
CAPÍTULO 1 placas de Néfi, deixando as res-
a 

tantes no lugar em que estão; e


Amaron instrui Mórmon sobre os re-
gravarás nas placas de Néfi todas
gistros sagrados — Começa a guerra
as coisas que tiveres observado
entre os nefitas e os lamanitas — Os
em relação a este povo.
Três Nefitas são levados — Preva-
5 E eu, Mórmon, sendo descen-
lecem a iniquidade, a descrença, as
dente de a Néfi (e o nome de meu
magias e as feitiçarias. Aproximada-
pai era Mórmon), lembrei-me das
mente 321–326 d.C.
coisas que Amaron me ordenara.

E AGORA eu, a Mórmon, faço


um b registro das coisas que vi
e ouvi e chamo-o Livro de Mór-
6 E aconteceu que quando eu ti-
nha onze anos, meu pai levou-me
para a terra do sul, para a terra de
mon. Zaraenla.
2 E em torno da época em que 7 Toda a face da terra cobrira-se
a 
Amaron ocultou os registros para de edifícios e o povo era quase tão
o Senhor, veio ele até mim (quan- numeroso quanto a areia do mar.
do eu tinha uns dez anos de ida- 8 E aconteceu que nesse ano co-
de e começava a ser b educado se- meçou uma guerra entre os nefi-
gundo os conhecimentos de meu tas, que se compunham de nefitas
povo) e disse-me: Vejo que és um e jacobitas e josefitas e zoramitas;
menino sério e de percepção rá- e essa guerra era entre os nefitas e
pida. os lamanitas e os lemuelitas e os
3 Portanto, quando tiveres cerca ismaelitas.
de vinte e quatro anos, quero que 9 Ora, os lamanitas e os lemueli-
te lembres das coisas que houve- tas e os ismaelitas eram chamados
res observado em relação a este de lamanitas; e as duas facções
povo; e quando chegares a essa eram os nefitas e os lamanitas.
idade, vai à terra de Antum, a 10 E aconteceu que a guerra en-
uma colina que se chamará a Sim, tre eles teve início nas fronteiras
onde depositei para o Senhor to- de Zaraenla, junto às águas de
das as gravações sagradas que Sidon.
dizem respeito a este povo. 11 E aconteceu que os nefitas ha-
4 E eis que tomarás para ti as viam reunido um grande número
1 1 a GEE Mórmon, Profeta 2 a 4 Né. 1:47–49. 4 a Pal. Mórm. 1:1, 11.
Nefita. b Mos. 1:3–5. GEE Placas.
b 3 Né. 5:11–18. 3 a Ét. 9:3. 5 a 3 Né. 5:12, 20.
MÓRMON 1:12–2:2 548
de homens, que excedia a trinta coração, a terra foi amaldiçoada
a 

mil. E aconteceu que nesse mesmo por causa deles.


ano houve um número de batalhas 18 E esses ladrões de Gadiânton,
nas quais os nefitas derrotaram que se achavam no meio dos lama-
os lamanitas e mataram muitos nitas, infestaram a terra de tal for-
deles. ma que os habitantes começaram
12 E aconteceu que os lamanitas a esconder na terra seus a tesouros;
abandonaram seus propósitos e e tornaram-se escorregadios, por-
houve paz na terra; e a paz durou que o Senhor amaldiçoara a terra,
cerca de quatro anos, durante os de modo que não podiam segurá-
quais não houve derramamento los nem reavê-los.
de sangue. 19 E aconteceu que havia encan-
13 A iniquidade, porém, prevale- tamentos e feitiçarias e magias; e
ceu na face de toda a terra, de tal o poder do maligno estendeu-se
forma que o Senhor retirou seus sobre toda a face da terra, em cum-
a 
amados discípulos; e cessaram os primento de todas as palavras de
milagres e as curas, por causa da Abinádi e também de Samuel, o
iniquidade do povo. lamanita.
14 E devido a sua iniquidade e
a 
descrença, já não havia b dons do CAPÍTULO 2
Senhor; e sobre ninguém descia o
Mórmon comanda os exércitos ne-
c 
Espírito Santo.
fitas — Sangue e carnificina var-
15 E eu, com quinze anos de ida-
rem a terra — Os nefitas lamentam
de, sendo de natureza um tanto
e pranteiam com a tristeza dos con-
séria, fui visitado pelo Senhor e
denados — Passado é o seu dia de
provei e conheci a bondade de
graça — Mórmon obtém as placas de
Jesus.
Néfi — Continuam as guerras. Apro-
16 E procurei pregar a este povo,
ximadamente 327–350 d.C.
mas minha boca foi fechada e fui
proibido de pregar-lhes; porque E aconteceu que nesse mesmo
eis que se haviam a rebelado deli- ano começou a haver guerra no-
beradamente contra o seu Deus; e vamente entre os nefitas e os lama-
em virtude de sua iniquidade, os nitas. E apesar de jovem, eu era de
discípulos amados foram b retira- grande estatura; por conseguinte,
dos da terra. o povo de Néfi designou-me che-
17 Mas permaneci no meio deles, fe, ou seja, comandante dos seus
embora proibido de pregar-lhes exércitos.
por causa da dureza de seu cora- 2 Portanto, aconteceu que aos
ção; e em virtude da dureza de seu dezesseis anos segui à frente de
13 a 3 Né. 28:2, 12. 16 a GEE Rebeldia, Rebelião. 18 a Hel. 13:18–20;
14 a GEE Incredulidade. b Mórm. 8:10. Ét. 14:1–2.
b Morô. 10:8–18, 24. 17 a 2 Né. 1:7;
c GEE Espírito Santo. Al. 45:10–14, 16.
549 MÓRMON 2:3–13
um exército nefita contra os lama- 9 Ora, os lamanitas tinham um
nitas; e trezentos e vinte seis anos rei cujo nome era Aarão; e ele veio
haviam-se passado. contra nós com um exército de
3 E aconteceu que no tricentési- quarenta e quatro mil. E eis que o
mo vigésimo sétimo ano os lama- enfrentei com quarenta e dois mil.
nitas caíram sobre nós com uma E aconteceu que o venci com meu
força tão grande que amedron- exército, pondo-o em fuga. E eis
taram meus exércitos; portanto, que tudo isso foi feito; e trezentos
não quiseram lutar e começaram e trinta anos haviam-se passado.
a recuar em direção aos países 10 E aconteceu que os nefitas
do norte. começaram a arrepender-se de
4 E aconteceu que chegamos à ci- suas iniquidades e começaram a
dade de Angola e tomamos posse clamar, como fora profetizado por
da cidade e fizemos preparativos Samuel, o profeta; porque eis que
para defender-nos dos lamanitas. ninguém podia conservar o que
E aconteceu que fortificamos a ci- era seu, por causa dos ladrões e
dade com todo o empenho; mas dos bandidos e dos assassinos e
apesar de todas as nossas fortifi- da arte da magia e das feitiçarias
cações, os lamanitas caíram sobre que havia na terra.
nós e expulsaram-nos da cidade. 11 Assim, por causa dessas coi-
5 E também nos expulsaram da sas, começou a haver pranto e la-
terra de Davi. mentação por toda a terra e, mais
6 E marchamos adiante e chega- particularmente, entre o povo de
mos à terra de Josué, situada nas Néfi.
fronteiras do oeste, junto ao mar. 12 E aconteceu que quando eu,
7 E aconteceu que reunimos nos- Mórmon, vi sua lamentação e seu
so povo o mais depressa possível, pranto e sua tristeza perante o
para podermos juntá-lo em um Senhor, meu coração principiou
só grupo. a regozijar-se dentro de mim, co-
8  Mas eis que a terra estava nhecendo eu as misericórdias e a
cheia de ladrões e lamanitas; e longanimidade do Senhor, supon-
não obstante a grande destruição do, portanto, que ele seria mise-
que ameaçava os de meu povo, ricordioso com eles, para que se
eles não se arrependeram de suas tornassem novamente um povo
maldades; por conseguinte hou- justo.
ve carnificina e derramamento de 13 Mas eis que esta minha ale-
sangue por toda a face da terra, gria foi vã, porque seu a pesar não
tanto do lado dos nefitas quanto era para o arrependimento por
do lado dos lamanitas; e houve causa da bondade de Deus; ao
uma revolução total em toda a contrário, era mais o pesar dos
face da terra. b 
condenados, porque o Senhor
2 13 a 2 Cor. 7:10; Al. 42:29. b GEE Condenação, Condenar.
MÓRMON 2:14–25 550
não lhes permitiria deleitar-se
c 
relato completo de suas iniqui-
continuamente no pecado. dades e abominações, porque eis
14 E eles não se chegavam a Je- que, desde que pude entender os
sus com a coração quebrantado e costumes dos homens, tive diante
espírito contrito. b Amaldiçoavam, dos meus olhos uma cena contí-
porém, a Deus e desejavam mor- nua de iniquidades e abomina-
rer. Não obstante, lutavam com a ções.
espada por sua vida. 19 E ai de mim por causa de suas
15 E aconteceu que a tristeza iniquidades! Porque meu coração
me voltou e vi que a passado era se tem enchido de tristeza em vir-
o b dia da c graça para eles, tanto tude de suas iniquidades, todos os
física como espiritualmente; por- meus dias; não obstante, sei que
que vi milhares deles caídos em serei a elevado no último dia.
franca rebelião contra seu Deus e 20 E aconteceu que nesse ano o
amontoados como estrume sobre povo de Néfi foi novamente ca-
a face da terra. E assim, trezentos çado e expulso. E aconteceu que
e quarenta e quatro anos haviam- fomos obrigados a fugir até a terra
se passado. chamada Sem, que ficava ao norte.
16 E aconteceu que no tricenté- 21 E aconteceu que fortificamos
simo quadragésimo quinto ano a cidade de Sem e reunimos quan-
os nefitas começaram a fugir dos tos de nosso povo nos foi possí-
lamanitas; e foram perseguidos vel, para que talvez pudéssemos
até chegarem à terra de Jason, salvá-los da destruição.
antes que fosse possível detê-los 22 E aconteceu que no tricen-
em sua retirada. tésimo quadragésimo sexto ano
17 Ora, a cidade de Jason ficava eles novamente começaram a cair
próxima à a terra onde Amaron sobre nós.
depositara os registros para o Se- 23 E aconteceu que eu falei ao
nhor, a fim de que não fossem des- meu povo e exortei-o com grande
truídos. E eis que eu fui, de acordo energia a enfrentar corajosamente
com a recomendação de Amaron, os lamanitas e a a lutar por suas
e retirei as placas de Néfi e fiz um mulheres e seus filhos e suas ca-
registro, conforme a recomenda- sas e seus lares.
ção de Amaron. 24 E minhas palavras desperta-
18 E nas placas de Néfi fiz um ram-lhes um certo vigor, de modo
relato completo de todas as iniqui- que não fugiram dos lamanitas e
dades e abominações; mas nestas a eles opuseram-se ousadamente.
a 
placas abstive-me de fazer um 25 E aconteceu que lutamos com
13 c Al. 41:10. 15 a Jer. 8:20; 18 a GEE Placas.
14 a GEE Coração D&C 56:16. 19 a Mos. 23:22;
Quebrantado. b Hel. 13:38. Ét. 4:19.
b GEE Blasfemar, c GEE Graça. 23 a Mos. 20:11;
Blasfêmia. 17 a Mórm. 1:1–4. Al. 43:45.
551 MÓRMON 2:26–3:6
um exército de trinta mil contra própria força — Mórmon recusa-se
um exército de cinquenta mil. E a chefiá-los e suas orações por eles
aconteceu que nos portamos dian- são sem fé — O Livro de Mórmon
te deles com tal firmeza, que fu- convida as doze tribos de Israel a cre-
giram. rem no evangelho. Aproximadamente
26 E aconteceu que quando fu- 360–362 d.C.
giram nós os perseguimos com
nossos exércitos e tornamos a en- E aconteceu que os lamanitas
frentá-los e derrotamo-los; não não voltaram a guerrear até que se
obstante, a força do Senhor não passaram mais dez anos. E eis que
estava conosco; sim, fomos dei- eu havia empregado meu povo, os
xados a nossa própria mercê e o nefitas, no preparo de suas terras
Espírito do Senhor não habitava e de suas armas, para o dia da
em nós; portanto, nos tornamos batalha.
fracos como nossos irmãos. 2 E aconteceu que o Senhor me
27 E meu coração afligiu-se por disse: Clama a este povo — Arre-
causa desta grande calamidade pendei-vos e vinde a mim e sede
de meu povo, por causa de suas batizados e reorganizai a minha
iniquidades e abominações. Eis, igreja; e sereis poupados.
porém, que marchamos contra os 3 E eu clamei a este povo, mas
lamanitas e os ladrões de Gadiân- foi em vão; e eles não compreen-
ton até nos apossarmos novamen- deram que fora o Senhor que os
te das terras de nossa herança. havia poupado e concedera-lhes
28 E passou-se o tricentésimo uma oportunidade de se arrepen-
quadragésimo nono ano. E no derem. E eis que endureceram o
tricentésimo quinquagésimo ano coração contra o Senhor seu Deus.
fizemos um tratado com os lama- 4 E aconteceu que, passado esse
nitas e os ladrões de Gadiânton, décimo ano, perfazendo no total
pelo qual dividimos as terras de trezentos e sessenta anos desde a
nossa herança. vinda de Cristo, o rei dos lamani-
29 E os lamanitas deram-nos a tas enviou-me uma epístola que
terra do norte, sim, até a a estreita me fez ciente de que eles se prepa-
passagem que conduzia à terra do ravam para atacar-nos outra vez.
sul. E nós demos aos lamanitas 5 E aconteceu que eu fiz com que
toda a terra do sul. meu povo se reunisse na terra de
Desolação, numa cidade situada
nas fronteiras, perto da estreita
CAPÍTULO 3
passagem que conduzia à terra
Mórmon clama arrependimento aos do sul.
nefitas — Eles conseguem uma gran- 6 E ali colocamos nossos exérci-
de vitória e vangloriam-se de sua tos, a fim de determos os exércitos
29 a Al. 22:32.
MÓRMON 3:7–17 552
lamanitas, para que eles não se conduzira várias vezes à batalha
apoderassem de qualquer de nos- e amara-os segundo o a amor de
sas terras; portanto, nos fortifica- Deus que se achava em mim, com
mos contra eles com toda a nossa todo o meu coração; e o dia inteiro
força. elevava minha alma a Deus, em
7 E aconteceu que no tricentési- oração por eles; não obstante era
mo sexagésimo primeiro ano os b 
sem fé, por causa da dureza do
lamanitas desceram para a cidade coração deles.
de Desolação, a fim de guerrear- 13 E três vezes livrei-os das mãos
nos; e aconteceu que nesse ano dos seus inimigos e eles não se
nós os derrotamos, de modo que arrependeram de seus pecados.
eles retornaram às suas próprias 14 E quando juraram, por tudo
terras. que fora a proibido por nosso Se-
8 E no tricentésimo sexagésimo nhor e Salvador Jesus Cristo,
segundo ano desceram novamen- que subiriam para batalhar con-
te para guerrear. E tornamos a tra seus inimigos e vingar-se do
derrotá-los e matamos um gran- sangue de seus irmãos, eis que
de número deles; e seus mortos a voz do Senhor chegou a mim,
foram atirados ao mar. dizendo:
9 Ora, por causa deste grande 15 Minha é a a vingança e eu b re-
feito que os de meu povo, os nefi- tribuirei; porque este povo não se
tas, haviam realizado, começaram arrependeu depois de eu os ter li-
a a vangloriar-se de sua própria vrado, eis que serão varridos da
força e a jurar perante os céus face da Terra.
que vingariam o sangue de seus 16 E aconteceu que me recusei
irmãos, os quais tinham sido mor- terminantemente a marchar con-
tos por seus inimigos. tra meus inimigos; e fiz como o
10 E juraram pelos céus e tam- Senhor me ordenara; e permaneci
bém pelo trono de Deus que a su- como testemunha passiva, para
biriam para batalhar contra seus manifestar ao mundo as coisas
inimigos e varrê-los-iam da face que vi e ouvi, segundo as manifes-
da terra. tações do Espírito, o qual dera tes-
11 E aconteceu que eu, Mórmon, temunho acerca de coisas futuras.
recusei-me terminantemente, daí 17 Portanto, eu a vos escrevo,
em diante, a ser comandante e gentios, e também a vós, casa de
chefe deste povo, em virtude de Israel, que, quando a obra come-
suas iniquidades e abominações. çar, estareis no ponto de prepa-
12 Eis que eu os conduzira, ape- rar-vos para regressar à terra de
sar de suas iniquidades, eu os vossa herança.
3 9 a 2 Né. 4:34. b Mórm. 5:2. 17 a 2 Né. 30:3–8;
10 a 3 Né. 3:20–21; 14 a 3 Né. 12:34–37. 3 Né. 29:1.
Mórm. 4:4. 15 a GEE Vingança.
12 a GEE Amor. b D&C 82:23.
553 MÓRMON 3:18–4:4
18 Sim, eis que escrevo a todos para comparecer perante o tribu-
os confins da Terra; sim, a vós, nal de Cristo.
doze tribos de Israel, que sereis
a 
julgadas, de acordo com vossas CAPÍTULO 4
obras, pelos doze que Jesus esco-
Continuam as guerras e carnifici-
lheu como seus discípulos na terra
nas — O iníquo pune o iníquo — A
de Jerusalém.
iniquidade é maior do que nunca em
19 E escrevo também aos rema-
toda Israel — Mulheres e crianças
nescentes deste povo, que tam-
são sacrificadas a ídolos — Os la-
bém serão julgados pelos a doze
manitas começam a varrer os nefitas
que Jesus escolheu nesta terra; e
de diante de si. Aproximadamente
eles serão julgados pelos outros
363–375 d.C.
doze que Jesus escolheu na terra
de Jerusalém. E então aconteceu que no tricen-
20 E estas coisas foram-me ma- tésimo sexagésimo terceiro ano os
nifestadas pelo Espírito; portanto, nefitas saíram da terra de Desola-
escrevo a todos vós. E por esta ra- ção e subiram com seus exércitos
zão vos escrevo, para que saibais para atacar os lamanitas.
que deveis todos comparecer ante 2 E aconteceu que os exércitos
o a tribunal de Cristo, sim, todas as dos nefitas foram rechaçados no-
almas que pertencem a toda a b fa- vamente para a terra de Desola-
mília humana de Adão; e deveis ção. E enquanto estavam ainda
comparecer para serdes julgados cansados, uma nova tropa de la-
por vossas obras, sejam elas boas manitas atacou-os; e tiveram uma
ou más. batalha sangrenta, de modo que
21 E também para que a acredi- os lamanitas ocuparam a cidade
teis no evangelho de Jesus Cris- de Desolação e mataram muitos
to, que tereis no meio de vós; e dos nefitas e fizeram muitos pri-
também para que os b judeus, o sioneiros.
povo do convênio do Senhor, te- 3 E os restantes fugiram e uni-
nham outra c testemunha, além ram-se aos habitantes da cida-
daquele a quem viram e ouviram, de de Teâncum. Ora, a cidade de
de que Jesus, a quem mataram, Teâncum ficava na fronteira perto
era o d próprio Cristo e o próprio da costa; e ficava também perto da
Deus. cidade de Desolação.
22 E quisera persuadir a todos 4 E foi a por terem os exércitos
vós, confins da Terra, a vos arre- nefitas atacado os lamanitas, que
penderdes e a vos preparardes eles começaram a ser destruídos;
18 a Mt. 19:28; b D&C 27:11. Mos. 7:27.
Lc. 22:29–30; 21 a D&C 3:20. 22 a Al. 29:1.
D&C 29:12. b GEE Judeus. 4 4 a Mórm. 3:10.
19 a 1 Né. 12:9–10. c 2 Né. 25:18.
20 a GEE Juízo Final. d 2 Né. 26:12;
MÓRMON 4:5–18 554
porque, se tal não houvessem fei- uma descrição perfeita da horrível
to, os lamanitas não teriam tido cena de sangue e carnificina que
poder sobre eles. houve entre o povo, tanto nefitas
5 Mas eis que os julgamentos de como lamanitas; e o coração de
Deus sobrevirão aos iníquos; e é todos endureceu-se, a ponto de se
pelos iníquos que são os iníquos deleitarem com o derramamento
a 
punidos; porque são os iníquos de sangue, continuamente.
que incitam o coração dos filhos 12 E nunca houve tão grande
dos homens ao derramamento a 
iniquidade entre todos os filhos
de sangue. de Leí; nem mesmo em toda a casa
6 E aconteceu que os lamanitas de Israel, segundo as palavras do
fizeram preparativos para atacar Senhor, como entre este povo.
a cidade de Teâncum. 13 E aconteceu que os lamanitas
7 E aconteceu que no tricenté- tomaram a cidade de Desolação e
simo sexagésimo quarto ano os isso porque o seu a número excedia
lamanitas atacaram a cidade de o dos nefitas.
Teâncum, a fim de se apoderarem 14 E marcharam também con-
também da cidade de Teâncum. tra a cidade de Teâncum e expul-
8 E aconteceu que foram repe- saram seus habitantes e fizeram
lidos e rechaçados pelos nefitas. muitos prisioneiros, tanto mulhe-
E quando os nefitas viram que res como crianças, oferecendo-os
haviam rechaçado os lamanitas, em sacrifício a seus a ídolos.
vangloriaram-se novamente da 15 E aconteceu que no tricenté-
própria força; e foram com seu simo sexagésimo sétimo ano, in-
próprio poder e reconquistaram dignados por terem os lamanitas
a cidade de Desolação. sacrificado as suas mulheres e os
9 Ora, todas estas coisas haviam seus filhos, os nefitas os atacaram
ocorrido e houve milhares de com tanta fúria que os derrotaram
mortos de ambas as partes, tanto e novamente os expulsaram de
dos nefitas como dos lamanitas. suas terras.
10 E aconteceu que o tricentési- 16 E os lamanitas não voltaram a
mo sexagésimo sexto ano se pas- atacar os nefitas até o tricentésimo
sou e os lamanitas vieram nova- septuagésimo quinto ano.
mente batalhar contra os nefitas; 17 E nesse ano eles desceram,
e ainda assim os nefitas não se com todas as suas forças, para
arrependeram do mal que haviam guerrear os nefitas; e não foram
praticado, mas persistiram na sua contados, por causa de seu gran-
iniquidade continuamente. de número.
11 E é impossível que a língua 18 E a daí em diante os nefitas
descreva ou o homem escreva não conseguiram mais ter poder
5 a D&C 63:33. 3 Né. 9:9. 14 a GEE Idolatria.
12 a Gên. 6:5; 13 a Mórm. 5:6. 18 a Mórm. 3:3.
555 MÓRMON 4:19–5:5
sobre os lamanitas, mas come- de lutar com eles — Eles receberão
çaram a ser eliminados por eles o evangelho dos gentios nos últi-
como o orvalho sob o sol. mos dias. Aproximadamente 375–
19 E aconteceu que os lamanitas 384 d.C.
desceram para atacar a cidade de
Desolação; e travou-se uma terrí- E aconteceu que fui para o meio
vel batalha na terra de Desolação, dos nefitas e arrependi-me do a ju-
na qual eles derrotaram os nefitas. ramento que fizera de não mais os
20 E eles fugiram novamente e ajudar; e deram-me novamente o
foram para a cidade de Boaz; e comando de seus exércitos, pois
lá enfrentaram os lamanitas com julgavam que eu poderia livrá-los
grande ousadia, de modo que os de suas aflições.
lamanitas não os derrotaram se- 2 Mas eis que eu a não tinha espe-
não quando efetuaram um segun- rança, porque conhecia os julga-
do ataque. mentos do Senhor que lhes sobre-
21 E quando os atacaram pela viriam, porquanto não se haviam
segunda vez, os nefitas foram re- arrependido de suas iniquidades,
chaçados e mortos numa grande mas lutavam pela vida sem invo-
carnificina; suas mulheres e seus car aquele Ser que os criara.
filhos foram novamente sacrifica- 3 E aconteceu que os lamanitas
dos a ídolos. nos atacaram depois de havermos
22 E aconteceu que os nefitas fugido para a cidade de Jordão;
tornaram a fugir, levando consi- mas eis que foram rechaçados, de
go todos os habitantes, tanto das modo que não tomaram a cidade
cidades como das aldeias. naquela oportunidade.
23 E agora eu, Mórmon, vendo 4 E aconteceu que tornaram a
que os lamanitas estavam pres- nos atacar, mas nós conservamos a
tes a dominar a terra, dirigi-me cidade. E havia também outras ci-
à colina de a Sim e retirei todos os dades que eram controladas pelos
registros que Amaron havia es- nefitas, cujas fortalezas impediam
condido para o Senhor. o inimigo de entrar no país que se
estendia à nossa frente, para des-
truir os habitantes de nossa terra.
CAPÍTULO 5
5 Aconteceu, porém, que todas
Mórmon lidera novamente os exér- as terras pelas quais passamos,
citos nefitas em batalhas de sangue cujos habitantes não estavam reu-
e carnificina — O Livro de Mórmon nidos, foram destruídas pelos la-
aparecerá para convencer toda Israel manitas; e suas cidades e vilas
de que Jesus é o Cristo — Por causa e aldeias foram queimadas com
de sua incredulidade os lamanitas fogo; e assim se passaram trezen-
serão dispersos e o Espírito cessará tos e setenta e nove anos.
23 a Mórm. 1:3. 5 1 a Mórm. 3:11. 2 a Mórm. 3:12.
MÓRMON 5:6–14 556
6 E aconteceu que no tricentési- 10 E eis que digo isto a sua se-
mo octogésimo ano os lamanitas mente, bem como aos gentios que
voltaram a atacar-nos e nós en- se preocupam com a casa de Is-
frentamo-los com bravura; mas foi rael, que compreendem e sabem
tudo em vão, porque tão nume- de onde vêm suas bênçãos.
rosos eram eles que esmagaram 11 Porque sei que eles lamen-
o povo nefita sob os pés. tarão as calamidades da casa de
7 E aconteceu que novamen- Israel; sim, lamentarão a destrui-
te tivemos de fugir; aqueles que ção deste povo; lamentarão este
eram mais velozes que os lama- povo não se haver arrependido,
nitas escaparam; e os que eram a fim de ser envolvido pelos bra-
menos rápidos foram abatidos e ços de Jesus.
destruídos. 12 Ora, a estas coisas são escritas
8 E agora eis que eu, Mórmon, para os b remanescentes da casa de
não quero afligir a alma dos ho- Jacó; e são escritas desta maneira
mens, descrevendo-lhes as terrí- porque Deus sabe que a iniqui-
veis cenas de sangue e carnifici- dade não lhas manifestará; e elas
na que se desenrolaram perante devem ser c escondidas para o Se-
meus olhos, embora saiba que nhor, a fim de que sejam reveladas
essas coisas certamente serão co- no seu próprio e devido tempo.
nhecidas e que todas as coisas que 13 E este é o mandamento que
estão ocultas deverão ser a revela- recebi; e eis que elas serão reve-
das sobre os telhados das casas — ladas segundo o mandamento do
9 E também que o conhecimen- Senhor, quando ele, em sua sabe-
to dessas coisas deverá a chegar doria, julgar conveniente.
aos remanescentes deste povo, 14 E eis que elas irão aos a judeus
bem como aos gentios que, se- incrédulos; e com esta finalidade
gundo disse o Senhor, b dispersa- irão — para que sejam b persua-
rão este povo, o qual será contado didos de que Jesus é o Cristo, o
como nada entre eles — escrevo, Filho do Deus vivo; para que o
portanto, um c breve resumo, não Pai realize, por meio de seu mui
ousando, em virtude da ordem Amado, o seu grande e eterno
que me foi dada, fazer um relato propósito de restituir aos judeus,
completo das coisas que vi e, tam- ou a toda a casa de Israel, a terra
bém, para que não vos aflijais em de sua herança, que o Senhor seu
demasia por causa da iniquidade Deus lhes deu em cumprimento
deste povo. de seu c convênio.
8 a Lc. 12:2–3; 12 a En. 1:16; 14 a 2 Né. 29:13; 30:7–8.
2 Né. 27:11; Hel. 15:11–13. GEE Judeus.
D&C 1:3. GEE Livro de Mórmon. b 2 Né. 25:16–17.
9 a 4 Né. 1:49. b D&C 3:16–20. c 3 Né. 29:1–3.
b 3 Né. 16:8. c Mórm. 8:4, 13–14;
c Mórm. 1:1. Morô. 10:1–2.
557 MÓRMON 5:15–24
15 E também para que a semen- tiver sido perseguido e disperso
te a deste povo possa mais plena- pelos gentios, eis que o Senhor se
mente acreditar em seu evange- a 
lembrará do b convênio que fez
lho, que será b levado a eles pelos com Abraão e com toda a casa
gentios; pois este povo será c dis- de Israel.
perso e d tornar-se-á um povo es- 21 E também o Senhor se lembra-
curo, imundo e repugnante, além rá das a orações dos justos que lhe
de qualquer descrição do que já foram dirigidas em favor deles.
existiu entre nós, sim, mesmo o 22 E então, ó gentios, como po-
que já existiu entre os lamanitas; deis permanecer perante o poder
e isto por causa de sua increduli- de Deus, a não ser que vos arre-
dade e idolatria. pendais e vos desvieis de vossos
16 Porque eis que o Espírito do caminhos iníquos?
Senhor já deixou de a contender 23  Não sabeis que estais nas
com os seus pais; e estão sem Cris- mãos de Deus? Não sabeis que ele
to e sem Deus no mundo; e são tem todo o poder e que, sob o seu
levados de um lado para outro, grandioso a comando, a Terra será
como b palha ao vento. b 
enrolada como um pergaminho?
17 Eles já foram um povo agra- 24 Portanto, arrependei-vos e
dável e tinham Cristo como seu humilhai-vos perante ele, a fim
a 
pastor; sim, e eram guiados por de que não se levante em justiça
Deus, o Pai. contra vós; e para que um resto da
18 Agora, porém, eis que são semente de Jacó não surja entre
a 
guiados por Satanás, como a pa- vós como um a leão e vos despeda-
lha pelo vento ou como um barco ce; e ninguém haja para nos livrar.
que, sem velas nem âncoras ou
nada que possa dirigi-lo, se tor-
CAPÍTULO 6
na joguete das ondas; e assim são
eles, como o barco. Os nefitas reúnem-se na terra de
19 E eis que o Senhor reservou Cumora para as batalhas finais —
suas bênçãos, que o povo poderia Mórmon esconde os registros sagra-
ter recebido na terra, para os a gen- dos no monte Cumora — Os lama-
tios que possuirão a terra. nitas saem vitoriosos e a nação nefita
20 Mas eis que acontecerá que é destruída — Centenas de milhares
este povo será perseguido e dis- são mortos pela espada. Aproxima-
perso pelos gentios; e depois que damente 385 d.C.
15 a 3 Né. 21:3–7, 24–26. Ét. 2:15. Abraâmico.
b 1 Né. 13:20–29, 38; b Salm. 1:4. 21 a En. 1:12–18;
Mórm. 7:8–9. 17 a GEE Bom Pastor. Mórm. 9:36–37.
c 1 Né. 10:12–14; 18 a 2 Né. 28:21. 23 a Hel. 12:8–17.
3 Né. 16:8. 19 a 3 Né. 20:27–28. b 3 Né. 26:3.
d 2 Né. 26:33. 20 a 3 Né. 16:8–12. 24 a Miq. 5:8;
16 a Gên. 6:3; b GEE Convênio 3 Né. 20:15–16.
MÓRMON 6:2–11 558
E agora termino meu relato con- lamanitas os destruiriam), fiz este a 

cernente à a destruição de meu relato, extraído das placas de Néfi;


povo, os nefitas. E aconteceu que e b ocultei no monte Cumora todos
marchamos adiante dos lama- os registros que me tinham sido
nitas. confiados pela mão do Senhor,
2 E eu, Mórmon, escrevi uma excetuando-se c estas poucas pla-
epístola ao rei dos lamanitas e pe- cas que dei a meu filho d Morôni.
di-lhe que nos permitisse reunir 7 E aconteceu que meu povo,
nosso povo na a terra de Cumora, com suas esposas e seus filhos,
nas proximidades de um monte viu os a exércitos dos lamanitas
chamado Cumora; e lá podería- marchando em sua direção; e com
mos combatê-los. aquele horrível temor da morte
3 E aconteceu que o rei dos la- que enche o peito de todos os iní-
manitas me concedeu o que havia quos, esperaram para recebê-los.
pedido. 8 E aconteceu que vieram guer-
4 E aconteceu que marchamos rear-nos e todas as almas estavam
para a terra de Cumora e arma- cheias de terror por causa da gran-
mos nossas tendas ao redor do deza de seu número.
monte Cumora; e era numa terra 9 E aconteceu que caíram sobre
de muitas águas, rios e fontes; e meu povo com espadas e com
ali tínhamos esperança de sobre- arcos e com flechas e com macha-
pujar os lamanitas. dos e com toda sorte de armas de
5 E quando trezentos e oitenta guerra.
e quatro anos se haviam passa- 10 E aconteceu que meus ho-
do, reunimos todos os remanes- mens foram abatidos, sim, os dez
centes de nosso povo na terra de mil que estavam comigo, e eu caí
Cumora. ferido no meio deles; e eles pas-
6 E aconteceu que após haver- saram por mim sem pôr fim a
mos reunido todo o nosso povo minha vida.
em um só grupo na terra de 11 E depois de haverem passado
Cumora, eis que eu, Mórmon, e abatido a todo o meu povo, com
comecei a envelhecer; e sabendo exceção de vinte e quatro de nós
que esta seria a última luta de (entre os quais estava meu filho
meu povo e tendo recebido ordem Morôni) e tendo nós sobrevivido
do Senhor de não permitir que os aos nossos mortos, vimos, na ma-
registros sagrados, que haviam nhã seguinte, do topo do monte
sido sucessivamente transmitidos Cumora, quando os lamanitas
por nossos pais, viessem a cair nas voltaram para seus acampamen-
mãos dos lamanitas (porque os tos, os dez mil de meu povo que
6 1 a 1 Né. 12:19; 2 a Ét. 9:3. d Mórm. 8:1.
Jar. 1:10; 6 a GEE Placas. 7 a 1 Né. 12:15.
Al. 45:9–14; b Ét. 15:11. 11 a 1 Né. 12:19–20;
Hel. 13:5–11. c Pal. Mórm. 1:2. Hel. 15:17.
559 MÓRMON 6:12–7:1
foram abatidos, que haviam sido isto, não teríeis caído. Eis, porém,
comandados por mim. que caístes e eu choro vossa per-
12 E vimos também os dez mil da.
de meu povo que haviam sido co- 19 Ó vós, belos filhos e filhas,
mandados por meu filho Morôni. vós, pais e mães, vós, maridos e
13 E eis que os dez mil de Gidgi- mulheres, vós, formosos, como
dona haviam caído e ele também pudestes cair?
estava no meio. 20 Mas eis que haveis partido e
14 E Lamá caíra com seus dez meus lamentos não vos podem
mil; e Gilgal caíra com seus dez trazer de volta.
mil; e Limá caíra com seus dez 21 E logo chegará o dia em que
mil; e Jeneum caíra com seus dez vossa mortalidade se revestirá
mil; e Cumeniá e Moronia e Antiô- de imortalidade e esses corpos
num e Siblom e Sem e Jós haviam que agora se decompõem em cor-
caído, cada um com seus dez mil. rupção logo se tornarão a corpos
15 E aconteceu que dez mais caí- incorruptíveis; e então tereis que
ram pela espada, cada qual com vos apresentar perante o tribunal
seus dez mil. Sim, a todo o meu de Cristo, para serdes julgados de
povo tinha caído, salvo aqueles acordo com vossas obras; e, se ti-
vinte e quatro que estavam co- verdes sido justos, sereis abençoa-
migo e também uns poucos que dos com vossos pais que partiram
tinham escapado para os países antes de vós.
do sul; e alguns que se passaram 22 Oh! Se vos tivésseis arrepen-
para o lado dos lamanitas; e sua dido antes que esta grande des-
carne e ossos e sangue jaziam so- truição vos sobreviesse. Eis, po-
bre a face da terra, deixados pelas rém, que partistes; e o Pai, sim,
mãos daqueles que os mataram o Eterno Pai dos céus conhece
para decomporem-se sobre a terra vosso estado; e ele procede para
e desfazerem-se e voltarem para convosco segundo sua a justiça e
sua mãe-terra. b 
misericórdia.
16 E minha alma estava despe-
daçada de angústia, por causa da CAPÍTULO 7
morte de meu povo; e clamei:
Mórmon convida os lamanitas dos
17 Ó vós, formosos, como pudes-
últimos dias a crerem em Cristo, a
tes vos apartar dos caminhos do
aceitarem o Seu evangelho e serem
Senhor? Ó vós, formosos, como
salvos — Todos os que crerem na
pudestes rejeitar aquele Jesus que
Bíblia também crerão no Livro de
estava de braços abertos para vos
Mórmon. Aproximadamente 385 d.C.
receber?
18 Eis que, se não tivésseis feito E agora, eis que eu desejaria
15 a Al. 9:24. 22 a GEE Justiça. Misericordioso.
21 a 1 Cor. 15:53–54. b GEE Misericórdia,
MÓRMON 7:2–10 560
falar algo aos remanescentes des-
a 
for declarado inocente em sua
b 

te povo, que são poupados, se é presença, no dia do juízo, terá per-


que Deus permitirá que a eles missão para c habitar na presença
cheguem minhas palavras, a fim de Deus em seu reino, para cantar
de que saibam das coisas de seus louvores continuamente, com os
pais; sim, falo a vós, remanescen- d 
coros celestiais, ao Pai e ao Filho
tes da casa de Israel; e são estas as e ao Espírito Santo, que são e um
palavras que digo: Deus, num estado de f felicidade
2 Sabei que sois da a casa de Is- que não tem fim.
rael. 8  Portanto, arrependei-vos e
3 Sabei que vos deveis arrepen- sede batizados em nome de Je-
der; ou não podereis ser salvos. sus e apegai-vos ao a evangelho de
4 Sabei que deveis abandonar Cristo, que vos será apresentado
vossas armas de guerra e não mais não somente neste registro, mas
vos deleitar com derramamento também no b registro que chegará
de sangue; e que não deveis pe- aos gentios, vindo c dos judeus,
gá-las novamente, a não ser que registro esse que virá dos gentios
Deus vos ordene. d 
para vós.
5 Sabei que deveis ter a conheci- 9 Pois eis que a este é escrito com
mento de vossos pais e arrepen- o propósito de que b acrediteis na-
der-vos de todos os vossos peca- quele; e se acreditardes naquele,
dos e iniquidades e b crer em Jesus acreditareis também neste; e se
Cristo, que ele é o Filho de Deus e acreditardes neste, sabereis o que
que foi morto pelos judeus; e que se passou com vossos pais e tam-
pelo poder do Pai se levantou no- bém as maravilhosas obras que
vamente, pelo que conquistou a entre eles foram realizadas pelo
c 
vitória sobre a sepultura; e tam- poder de Deus.
bém nele é consumido o aguilhão 10 E sabereis também que sois
da morte. um remanescente da semente de
6 E ele efetua a a ressurreição dos Jacó; por conseguinte, sois con-
mortos, por meio da qual o ho- tados com o povo do primeiro
mem será levantado para com- convênio; e se crerdes em Cristo
parecer perante o seu b tribunal. e fordes batizados, primeiro com
7 E efetuou a a redenção do mun- água, depois com fogo e com o Es-
do, por meio da qual aquele que pírito Santo, seguindo o a exemplo
7 1 a Hel. 15:11–13. Juízo Final. GEE Trindade.
2 a Al. 10:3. 7 a GEE Redenção, f GEE Alegria.
5 a 2 Né. 3:12. Redimido, Redimir. 8 a GEE Evangelho.
b GEE Crença, Crer; b GEE Justificação, b GEE Bíblia.
Fé. Justificar. c 2 Né. 29:4–13.
c Isa. 25:8; c 1 Né. 10:21; d 1 Né. 13:38.
Mos. 16:7–8. D&C 76:62; Mois. 6:57. 9 a GEE Livro de Mórmon.
6 a GEE Ressurreição. d Mos. 2:28. b 1 Né. 13:38–41.
b GEE Jesus Cristo — Juiz; e D&C 20:28. 10 a 2 Né. 31:5–9.
561 MÓRMON 8:1–10
de nosso Salvador conforme o que E eis que eu também escreveria, se
ele nos ordenou, tudo estará bem houvesse lugar nas b placas, mas
convosco no dia do juízo. Amém. não há; nem tenho minério algum,
porque estou só. Meu pai foi mor-
CAPÍTULO 8 to em combate, bem como todos
os meus parentes; e não tenho
Os lamanitas perseguem e matam os
amigos nem tenho para onde ir;
nefitas — O Livro de Mórmon apa-
e até quando o Senhor permitirá
recerá pelo poder de Deus — Afli-
que eu viva, não sei.
ções pronunciadas sobre aqueles que
6 Eis que se passaram a quatro-
exalam ira e lutam contra a obra do
centos anos desde a vinda do nos-
Senhor — O registro nefita aparece-
so Senhor e Salvador.
rá num dia de iniquidade, degenera-
7 E eis que os lamanitas perse-
ção e apostasia. Aproximadamente
guiram meu povo, os nefitas, de
400–421 d.C.
cidade em cidade e de lugar em
E eis que eu, a Morôni, termino o lugar, até não restar mais um se-
registro de meu pai, Mórmon.
b 
quer; e grande foi a sua a queda;
Eis que tenho poucas coisas para sim, grande e assombrosa foi a
escrever, coisas que me foram or- destruição de meu povo, os ne-
denadas por meu pai. fitas.
2 E então aconteceu que depois 8 E eis que foi a mão do Senhor
da a grande e terrível batalha em que fez isso. E eis que também os
Cumora, eis que os nefitas que ha- lamanitas se acham em a guerra,
viam escapado para o país do sul uns contra os outros; e toda a face
foram perseguidos pelos b lama- desta terra apresenta uma cena
nitas até serem todos destruídos. contínua de assassinatos e derra-
3 E meu pai também foi mor- mamento de sangue; e ninguém
to por eles e eu fiquei a sozinho sabe quando será o fim da guerra.
para escrever a triste história da 9 E agora, eis que nada mais digo
destruição de meu povo. Mas eis a respeito deles, porque ninguém
que eles se foram e eu cumpro a mais há, salvo os lamanitas e a la-
ordem de meu pai. E se irão ma- drões, em toda a face da terra.
tar-me, não sei. 10 E ninguém há que conheça o
4 Portanto, escreverei e ocultarei verdadeiro Deus a não ser os a dis-
os registros na terra; e para onde cípulos de Jesus, que permanece-
eu vá, não importa. ram na terra até que a iniquida-
5 Eis que meu pai fez a este regis- de do povo se tornou tão grande
tro e nele escreveu o seu objetivo. que o Senhor já não lhes permitiu
8 1 a GEE Morôni, Filho de 3 a Morô. 9:22. 8 a 1 Né. 12:20–23.
Mórmon. 5 a Mórm. 2:17–18. 9 a Mórm. 2:8.
b GEE Placas. b Mórm. 6:6. 10 a 3 Né. 28:7; Ét. 12:17.
2 a Mórm. 6:2–15. 6 a Al. 45:10. GEE Três Discípulos
b D&C 3:18. 7 a 1 Né. 12:2–3. Nefitas.
MÓRMON 8:11–21 562
permanecer com o povo; e se eles
b 
aquele que trouxer isto à luz; por-
a 

estão ainda sobre a face da terra, que será b tirado da obscuridade


ninguém sabe. para a luz, segundo a palavra de
11 Mas eis que meu a pai e eu os Deus; sim, será tirado da terra e
vimos e eles ministraram em nos- brilhará de dentro da escuridão
so benefício. e chegará ao conhecimento do
12 E aqueles que receberem este povo; e isso será feito pelo poder
registro e não o condenarem por de Deus.
causa das imperfeições que con- 17 E se há a falhas, serão falhas
tém, conhecerão a coisas maiores de um homem, mas eis que não
do que estas. Eis que eu sou Mo- conhecemos falha alguma; não
rôni; e se fosse possível, dar-vos-ia obstante, Deus conhece todas as
a conhecer todas as coisas. coisas; portanto, aquele que b con-
13 Eis que termino de falar a dena, que tenha cuidado para não
respeito deste povo. Sou filho de se expor ao perigo do fogo do
Mórmon e meu pai era a descen- inferno.
dente de Néfi. 18 E aquele que disser: Mostrai-
14 E eu sou o mesmo que a escon- me as placas ou sereis feridos, que
de este registro para o Senhor; as tome cuidado para que não orde-
placas em que está gravado não ne o que o Senhor proibiu.
têm valor algum, em virtude do 19 Pois eis que aquele que apres-
mandamento do Senhor. Porque sadamente a julgar, apressadamen-
ele verdadeiramente disse que te será julgado; porque de acordo
ninguém as obteria para b usufruir com suas obras será sua recom-
lucro; mas o registro que nelas pensa; portanto, aquele que ferir
está é de grande valor; e aquele também será ferido pelo Senhor.
que o trouxer à luz, o Senhor o 20 Eis o que dizem as Escritu-
abençoará. ras — o homem não ferirá nem
15 Pois ninguém terá poder para julgará; porque o julgamento é
trazê-lo à luz, a não ser que lhe meu, diz o Senhor; e a vingança
seja dado por Deus; pois Deus também é minha e eu retribuirei.
quer que isso seja feito com os 21 E aquele que exalar ira e con-
a 
olhos fitos em sua glória ou em tendas contra a obra do Senhor
benefício do antigo e há tanto tem- e contra o povo do convênio do
po disperso povo do convênio do Senhor, que é a casa de Israel, e
Senhor. disser: Destruiremos a obra do
16  E bem-aventurado será Senhor e o Senhor não se lembrará
10 b Mórm. 1:16. 15 a D&C 4:5. b 3 Né. 29:5;
11 a 3 Né. 28:24–26. 16 a 2 Né. 3:6–7, 11, 13–14. Ét. 4:8.
12 a 3 Né. 26:6–11. b Isa. 29:18; 19 a TJS Mt. 7:1–2 (Apêndice
13 a 3 Né. 5:20. 2 Né. 27:29. da Bíblia);
14 a Morô. 10:1–2. 17 a Mórm. 9:31, 33; 3 Né. 14:1–2;
b JS—H 1:46. Ét. 12:23–28. Morô. 7:14.
563 MÓRMON 8:22–31
do convênio que fez com a casa de 26 E ninguém precisa dizer que
Israel — esse correrá o risco de ser não virão, porque seguramen-
cortado e atirado ao fogo; te virão, pois o Senhor o disse;
22 Porque os eternos a desígnios porque a da terra hão de sair pela
do Senhor irão avante, até que mão do Senhor e ninguém pode
todas as suas promessas sejam impedir; e acontecerá num dia em
cumpridas. que se dirá haverem cessado os
23  Examinai as profecias de b 
milagres; e será como se alguém
a 
Isaías. Eis que não as posso es- falasse c dentre os mortos.
crever. Sim, eis que vos digo que 27 E acontecerá num dia em que
aqueles santos que me precede- o a sangue dos santos clamará ao
ram e possuíram esta terra b cla- Senhor por causa de b combinações
marão, sim, desde o pó clamarão secretas e obras de trevas.
ao Senhor; e assim como vive o 28 Sim, acontecerá num dia em
Senhor, ele se lembrará do con- que o poder de Deus será negado,
vênio que fez com eles. e que a igrejas serão corrompidas
24 E ele conhece suas a orações, e encher-se-ão de orgulho em seu
sabe que foram em favor de seus coração; sim, num dia em que
irmãos. E ele conhece sua fé, por- chefes de igrejas e mestres se tor-
que em seu nome removeram narão orgulhosos em seu coração,
b 
montanhas; e em seu nome fize- chegando a invejar aqueles que
ram tremer a terra e, pelo poder pertençam às suas igrejas.
de sua palavra fizeram com que 29 Sim, acontecerá num dia em
c 
prisões ruíssem por terra; sim, que se a ouvirá falar de incêndios e
nem mesmo a fornalha ardente tempestades e b vapores de fumaça
lhes pôde fazer mal, nem animais em terras estrangeiras;
selvagens nem serpentes vene- 30 E também se ouvirá falar de
nosas, por causa do poder de sua a 
guerras, rumores de guerra e ter-
palavra. remotos em diversos lugares.
25 E eis que suas a orações fo- 31 Sim, acontecerá num dia em
ram também em favor daquele a que haverá grandes contamina-
quem o Senhor permitiria revelar ções sobre a face da Terra; haverá
estas coisas. homicídios e roubos e mentiras e
22 a D&C 3:3. 26 a Isa. 29:4; 28 a 2 Tim. 3:1–7;
23 a 3 Né. 20:11; 23:1. 2 Né. 33:13. 1 Né. 14:9–10;
b Isa. 29:4; b Mórm. 9:15–26; 2 Né. 28:3–32;
2 Né. 3:19–20; 26:16. Morô. 7:27–29, 33–37. D&C 33:4.
24 a En. 1:12–18; c 2 Né. 26:15–16; 29 a Joel 2:28–32;
Mórm. 9:36; Mórm. 9:30; 2 Né. 27:2–3.
D&C 10:46. Morô. 10:27. b 1 Né. 19:11;
b Jacó 4:6; 27 a Ét. 8:22–24; D&C 45:39–42.
Hel. 10:9. D&C 87:6–7. 30 a Mt. 24:6;
c Al. 14:27–29. b GEE Combinações 1 Né. 14:15–17.
25 a Mórm. 5:21. Secretas.
MÓRMON 8:32–40 564
embustes e libertinagens e toda orgulho de vosso coração; e pou-
sorte de abominações; num dia cos há que não se b exaltam no
em que haverá muitos que dirão: orgulho de seu coração, a ponto
Fazei isto ou fazei aquilo, a não de vestirem-se com c trajes finos,
importa, porque no último dia o entregarem-se a inveja e conten-
Senhor b sustentará aquele que as- das e malícia e perseguições e a
sim fizer. Mas ai desses, porque se toda sorte de iniquidades; e vos-
acham no c fel da amargura e nos sas igrejas, sim, todas elas se tor-
laços da iniquidade! naram corruptas por causa do
32 Sim, acontecerá num dia em orgulho de vosso coração.
que haverá igrejas estabelecidas, 37 Pois eis que amais o a dinhei-
que dirão: Vinde a mim e pelo ro e vossos bens e vossos trajes
vosso dinheiro sereis perdoados finos e o adorno de vossas igre-
de vossos pecados. jas mais do que amais os pobres
33 Ó povo iníquo e perverso e e os necessitados, os doentes e os
obstinado, por que haveis cons- aflitos.
truído igrejas para vós próprios, 38 Ó vós, impuros, vós, hipócri-
com o fim de obterdes a lucro? Por tas, vós, mestres, que vos vendeis
que haveis b modificado a santa por aquilo que corrói, por que ha-
palavra de Deus, para acarretar veis corrompido a santa igreja de
c 
condenação a vossa alma? Exa- Deus? Por que tendes a vergonha
minai as revelações de Deus; pois de tomar sobre vós o nome de
eis que o tempo virá, naquele dia, Cristo? Por que não considerais
em que todas estas coisas serão que maior é o valor de uma eter-
cumpridas. na felicidade do que o da b miséria
34 Eis que o Senhor me revelou que nunca tem fim — por causa
coisas grandes e maravilhosas dos c louvores do mundo?
relativas ao que em breve acon- 39 Por que vos adornais com
tecerá, no dia em que essas coisas aquilo que não tem vida e, contu-
forem reveladas entre vós. do, permitis que passem por vós
35 Eis que eu vos falo como se os famintos e os necessitados e
estivésseis presentes e, contudo, os nus e os enfermos e os aflitos,
não estais. Mas eis que Jesus Cris- sem notá-los?
to vos mostrou a mim e conheço 40 Sim, por que estabeleceis vos-
as vossas obras. sas a abominações secretas, com o
36 E sei que a andais segundo o fito de obter lucro, e fazeis com
31 a 2 Né. 28:21–22. Condenar. 2 Tim. 1:8;
b 2 Né. 28:8. 36 a GEE Andar, Andar com 1 Né. 8:25–28;
c Al. 41:11. Deus. Al. 46:21.
33 a GEE Artimanhas b Jacó 2:13. b Mos. 3:25.
Sacerdotais. c Al. 5:53. c 1 Né. 13:9.
b 1 Né. 13:26–29. 37 a 2 Né. 28:9–16. 40 a GEE Combinações
c GEE Condenação, 38 a Rom. 1:16; Secretas.
565 MÓRMON 8:41–9:7
que as viúvas e os órfãos se la- do Cordeiro de Deus — direis en-
mentem perante o Senhor? E tam- tão que não há Deus?
bém que o sangue de seus pais e 3 Negareis então por mais tempo
de seus maridos clamem ao Se- o Cristo ou podereis contemplar o
nhor, desde a terra, por vingança Cordeiro de Deus? Supondes que
sobre vossa cabeça? habitareis com ele, tendo a cons-
41 Eis que a espada da vingan- ciência de vossa culpa? Supondes
ça pende sobre vós; e cedo virá que podereis ser felizes habitan-
a hora em que Deus a vingará o do com aquele santo Ser, quando
sangue dos santos em vós, porque vossa alma está atormentada pela
não suportará seus clamores por consciência da culpa de haverdes
mais tempo. sempre violado suas leis?
4 Eis que eu vos digo que seríeis
CAPÍTULO 9 mais miseráveis habitando com
um Deus santo e justo, conscientes
Morôni chama ao arrependimento
de vossa imundície perante ele, do
aqueles que não creem em Cristo —
que se habitásseis com as a almas
Ele proclama um Deus de milagres,
condenadas, no b inferno.
que faz revelações e derrama dons
5 Pois eis que quando fordes le-
e sinais sobre os fiéis — Cessam os
vados a ver vossa a nudez perante
milagres por causa da descrença —
Deus e também a glória de Deus e
Sinais seguem os que creem — Os
a santidade de Jesus Cristo, uma
homens são exortados a serem sábios
chama de fogo inextinguível acen-
e a obedecerem aos mandamentos.
der-se-á em vós.
Aproximadamente 401–421 d.C.
6 Ó vós, a descrentes, b voltai-vos
E agora falo também a respei- para o Senhor; e clamai vigorosa-
to daqueles que não creem em mente ao Pai, em nome de Jesus,
Cristo. para que talvez possais ser decla-
2 Eis que crereis no dia de vos- rados sem mancha, c puros, formo-
sa visitação — eis que quando o sos e brancos naquele grande e
Senhor vier, sim, naquele a gran- último dia, tendo sido purificados
de dia em que a b Terra se enrolar pelo sangue do d Cordeiro.
como um pergaminho e os ele- 7 E novamente falo a vós, que
mentos se c derreterem com arden- a 
negais as revelações de Deus e
te calor, sim, naquele grande dia dizeis que elas cessaram, que não
em que sereis levados à presença há revelações nem profecias nem
41 a 1 Né. 22:14. c Amós 9:13; b Eze. 18:23, 32;
9 2 a Mal. 4:5; 3 Né. 26:3. D&C 98:47.
3 Né. 28:31. 4 a GEE Condenação, c GEE Pureza, Puro.
b Mórm. 5:23; Condenar. d GEE Cordeiro de Deus.
D&C 63:20–21. b GEE Inferno. 7 a 3 Né. 29:6–7.
GEE Mundo — Fim do 5 a 2 Né. 9:14.
mundo. 6 a GEE Incredulidade.
MÓRMON 9:8–17 566
dons nem curas nem o falar em proporcionou a ressurreição, que
a 

línguas nem b interpretação de lín- proporciona a redenção de um


guas; interminável b sono, do qual to-
8 Eis que eu vos digo que aquele dos os homens serão acordados
que nega estas coisas não conhece pelo poder de Deus quando soar
o a evangelho de Cristo; sim, não a trombeta; e levantar-se-ão, tan-
leu as escrituras e, se o fez, não as to pequenos como grandes, e to-
b 
compreende. dos se apresentarão perante seu
9 Porque não lemos que Deus tribunal, redimidos e livres desta
é o a mesmo ontem, hoje e para eterna c cadeia da morte que é a
sempre e que nele não há variação morte física.
nem sombra de mudança? 14 E então virá o a julgamento
10 E se imaginastes um deus que do Santo sobre eles; e então che-
varia e no qual há sombra de mu- gará a hora em que aquele que
dança, então imaginastes um deus é b imundo ainda será imundo; e
que não é um Deus de milagres. aquele que é justo ainda será jus-
11 Mas eis que eu vos mostrarei to; e aquele que é feliz ainda será
um Deus de milagres, sim, o Deus feliz; e aquele que é infeliz ainda
de Abraão e o Deus de Isaque e o será infeliz.
Deus de Jacó; e é o mesmo a Deus 15 E agora vos pergunto, ó todos
que criou os céus e a Terra e todas vós, que imaginastes um deus que
as coisas que neles há. a 
não pode fazer milagres: Todas
12 Eis que ele criou Adão e por essas coisas sobre as quais falei
a 
Adão veio a b queda do homem. já se passaram? Já chegou o fim?
E por causa da queda do homem Eis que eu vos digo: Não; e Deus
veio Jesus Cristo, sim, o Pai e o não deixou de ser um Deus de
Filho; e por causa de Jesus Cristo milagres.
veio a c redenção do homem. 16 Eis que não são maravilhosas
13 E por causa da redenção do aos nossos olhos as coisas que
homem, que veio por Jesus Cris- Deus fez? Sim, e quem pode com-
to, são eles levados de volta à preender as maravilhosas a obras
presença do Senhor; sim, é nela de Deus?
que todos os homens são redi- 17 Quem dirá que não foi um
midos, porque a morte de Cristo milagre que pela sua a palavra o
7 b 1 Cor. 12:7–10; D&C 76:20–24. 14 a GEE Juízo Final.
RF 1:7. GEE Jesus Cristo. b Al. 7:21;
8 a GEE Evangelho. 12 a Mos. 3:26. D&C 88:35.
b Mt. 22:29. b GEE Queda de Adão e 15 a Morô. 7:35–37;
9 a Heb. 13:8; Eva. D&C 35:8.
1 Né. 10:18–19; c GEE Redenção, GEE Milagre.
Al. 7:20; Redimido, Redimir. 16 a Salm. 40:5;
Morô. 8:18; 13 a Hel. 14:15–18. D&C 76:114;
D&C 20:12. b D&C 43:18. Mois. 1:3–5.
11 a Gên. 1:1; Mos. 4:2; c D&C 138:16. 17 a Jacó 4:9.
567 MÓRMON 9:18–27
céu e a Terra existam? E que pelo Ide por todo o mundo e pregai o
a 

poder de sua palavra o homem te- evangelho a toda criatura;


nha sido b criado do c pó da Terra? 23 E aquele que crer e for bati-
E que pelo poder de sua palavra zado, será salvo, mas aquele que
milagres tenham sido realizados? não crer, será a condenado;
18 E quem dirá que Jesus Cristo 24 E estes a sinais seguirão os que
não fez muitos a milagres extraor- crerem — em meu nome expulsa-
dinários? E muitos milagres ex- rão b demônios; falarão novas lín-
traordinários foram feitos pelas guas; pegarão em serpentes; e, se
mãos dos apóstolos. beberem alguma coisa mortífera,
19  E se foram feitos naquele não lhes causará dano; imporão
tempo, por que deixou Deus de as c mãos sobre os enfermos e eles
ser um Deus de a milagres, sendo, serão curados;
contudo, um Ser imutável? E eis 25 E todo aquele que crer em
que vos digo que ele não muda; meu nome, de nada duvidando,
se mudasse, deixaria de ser Deus; a ele eu a confirmarei todas as mi-
e não deixa de ser Deus e é um nhas palavras, até os confins da
Deus de milagres. Terra.
20 E o motivo pelo qual cessa de 26 E agora, eis que quem pode
fazer a milagres entre os filhos dos opor-se às obras do Senhor?
homens é que eles degeneram na a 
Quem pode negar suas pala-
incredulidade, abandonam o ca- vras? Quem se levantará contra
minho reto e desconhecem o Deus a força onipotente do Senhor?
em quem deveriam b confiar. Quem desprezará as obras do
21 Eis que vos digo que todo Senhor? Quem desprezará os fi-
aquele que crer em Cristo, sem de lhos de Cristo? Vede, todos vós
nada duvidar, a tudo o que pedir que b desprezais as obras do Se-
ao Pai, em nome de Cristo, ser- nhor, pois ficareis assombrados e
lhe-á concedido; e esta promessa perecereis.
estende-se a todos, até os confins 27 Oh! Não desprezeis, pois, e
da Terra. não vos assombreis, mas dai ouvi-
22 Pois eis que assim disse Jesus dos às palavras do Senhor e pedi
Cristo, o Filho de Deus, a seus ao Pai, em nome de Jesus, tudo
discípulos que iriam permanecer, aquilo de que necessitardes. Não
sim, e também a todos os seus dis- duvideis, mas acreditai; e come-
cípulos, na presença da multidão: çai, como antigamente, e a vinde ao
17 b GEE Criação, Criar. 21 a Mt. 21:22; b At. 16:16–18.
c Gên. 2:7; Mos. 2:25. 3 Né. 18:20. c GEE Bênção dos
18 a
Jo. 6:14. 22 a Mc. 16:15–16. Doentes.
19 a
D&C 63:7–10. GEE Obra Missionária. 25 a GEE Revelação;
20 a
Juí. 6:11–13; 23 a GEE Condenação, Testemunho.
Ét. 12:12–18; Condenar. 26 a 3 Né. 29:4–7.
Morô. 7:35–37. 24 a Mc. 16:17–18. b Prov. 13:13.
b GEE Confiança, Confiar. GEE Sinal. 27 a Morô. 10:30–32.
MÓRMON 9:28–37 568
Senhor com todo o vosso coração
b 
conhecimento, em caracteres de-
e c operai a vossa própria salvação nominados por nós a egípcio re-
com temor e tremor perante ele. formado, sendo transmitidos e
28 Sede a sábios nos dias de vossa alterados por nós segundo nossa
provação; despojai-vos de todas maneira de falar.
as impurezas; não peçais para sa- 33 E se nossas placas tivessem
tisfazer vossas b concupiscências, sido suficientemente grandes, te-
mas pedi com inquebrantável fir- ríamos escrito em hebraico; mas
meza que não caiais em tentação, o hebraico também foi alterado
mas que possais servir ao verda- por nós; e se tivéssemos escrito
deiro c Deus vivo. em hebraico, eis que nenhuma
29 Vede que não sejais batizados imperfeição encontraríeis em nos-
a 
indignamente; vede que não par- so registro.
ticipeis b indignamente do sacra- 34 Mas o Senhor sabe as coisas
mento de Cristo, mas esforçai-vos que escrevemos e também que ne-
por fazer todas as coisas c digna- nhum outro povo conhece nossa
mente e fazei-as em nome de Jesus língua; e porque nenhum outro
Cristo, o Filho do Deus vivo; e se povo conhece nossa língua, ele
isto fizerdes e perseverardes até preparou, portanto, a meios para
o fim, de maneira alguma sereis a sua interpretação.
lançados fora. 35 E estas coisas foram escritas
30 Eis que eu vos falo como se para que livremos nossas vestes
a 
falasse dentre os mortos, porque do sangue de nossos irmãos que
sei que tereis minhas palavras. degeneraram na a incredulidade.
31 Não me condeneis, em virtu- 36 E eis que estas coisas que a de-
de de minha a imperfeição, nem a sejamos em relação a nossos ir-
meu pai, por causa de sua imper- mãos, sim, mesmo a restauração
feição, nem àqueles que escreve- de seu conhecimento sobre Cristo,
ram antes dele; mas dai graças a estão de acordo com as orações
Deus por ele vos ter manifesta- de todos os santos que viveram
do nossas imperfeições, para que na terra.
aprendais a ser mais sábios do que 37 E permita o Senhor Jesus Cris-
nós fomos. to que suas orações sejam res-
32 E agora, eis que escrevemos pondidas de acordo com sua fé;
este registro de acordo com nosso e que Deus, o Pai, se lembre do
27 b Jos. 22:5; Batizar — Requisitos Ét. 12:22–28, 35.
D&C 64:22, 34. do batismo. 32 a 1 Né. 1:2; Mos. 1:4.
GEE Coração. b 1 Cor. 11:27–30; 34 a Mos. 8:13–18;
c Filip. 2:12. 3 Né. 18:28–32. Ét. 3:23, 28;
28 a Jacó 6:12. c GEE Dignidade, Digno. D&C 17:1.
b GEE Concupiscência. 30 a Mórm. 8:26; 35 a 2 Né. 26:15.
c Al. 5:13. Morô. 10:27. 36 a Mórm. 8:24–26;
29 a GEE Batismo, 31 a Mórm. 8:17; D&C 10:46–49.
569 ÉTER 1:1–18
convênio que fez com a casa de mediante fé no nome de Jesus
Israel; e abençoe-os para sempre, Cristo. Amém.

LIVRO DE ÉTER
Registro dos jareditas, tirado das vinte e quatro placas encontradas pelo povo
de Lími nos dias do Rei Mosias.

CAPÍTULO 1 Adão até essa época; elas, porém,


acham-se nas placas; e aquele que
Morôni resume os escritos de Éter —
as encontrar poderá obter o relato
Declarada a genealogia de Éter — A
completo.
língua dos jareditas não é confundida
5 Não faço, porém, um relato
na Torre de Babel — O Senhor pro-
completo, mas somente um relato
mete guiá-los a uma terra escolhida e
parcial, desde a torre até quando
fazer deles uma grande nação.
foram destruídos.

E AGORA eu, a Morôni, faço um


relato a respeito daqueles anti-
gos habitantes que foram destruí-
6 E desta maneira faço o rela-
to. Quem escreveu este registro
foi a Éter, que era descendente de
dos pela b mão do Senhor sobre a Coriântor.
face deste país do norte. 7 Coriântor era filho de Moron.
2 E baseio meu relato nas a vinte 8 E Moron era filho de Etem.
e quatro placas que foram encon- 9 E Etem era filho de Aá.
tradas pelo povo de Lími; e cha- 10 E Aá era filho de Sete.
ma-se Livro de Éter. 11 E Sete era filho de Siblon.
3 E como suponho que a pri- 12 E Siblon era filho de Com.
meira parte deste registro — que 13 E Com era filho de Coriân-
fala sobre a criação do mundo e tum.
também sobre Adão; e que faz um 14  E Coriântum era filho de
relato desde essa época até a da Amnigada.
grande a torre, bem como de tudo 15  E Amnigada era filho de
quanto aconteceu aos filhos dos Aarão.
homens até esse tempo — esteja 16 E Aarão era descendente de
com os judeus, Hete, que era filho de Heartom.
4 Não escrevo, portanto, as coi- 17 E Heartom era filho de Libe.
sas acontecidas desde os a dias de 18 E Libe era filho de Quis.
1 1 a GEE Morôni, Filho de Ét. 15:33. período que Gênesis
Mórmon. 3 a Ômni 1:22; 1–10.
b Mórm. 5:23; Mos. 28:17; 6 a Ét. 12:2; 15:34.
D&C 87:6–7. Hel. 6:28.
2 a Al. 37:21; 4 a IE cobre o mesmo
ÉTER 1:19–42 570
19 E Quis era filho de Corom. de Jarede; e Jarede e seu irmão não
20 E Corom era filho de Levi. foram confundidos.
21 E Levi era filho de Quim. 36 Disse, pois, Jarede a seu ir-
22 E Quim era filho de Moriân- mão: Clama novamente ao Senhor
ton. e pode ser que ele desvie sua có-
23 E Moriânton era descendente lera dos que são nossos amigos e
de Riplaquis. não confunda a língua deles.
24 E Riplaquis era filho de Sez. 37 E aconteceu que o irmão de
25 E Sez era filho de Hete. Jarede clamou ao Senhor e o Se-
26 E Hete era filho de Com. nhor teve compaixão também de
27 E Com era filho de Coriântum. seus amigos e de suas famílias; e
28  E Coriântum era filho de não foram confundidos.
Êmer. 38 E aconteceu que Jarede falou
29 E Êmer era filho de Ômer. novamente a seu irmão, dizendo:
30 E Ômer era filho de Sule. Vai e inquire do Senhor se nos
31 E Sule era filho de Quib. fará sair desta terra e, se nos vai
32 E Quib era filho de Oria, que fazer sair da terra, pergunta-lhe
era filho de Jarede. para onde iremos. E quem sabe se
33 E esse a Jarede saiu com seu o Senhor nos guiará a uma terra
irmão e suas famílias, com alguns a 
escolhida entre todas as do mun-
outros e suas famílias, da grande do? E se assim for, sejamos fiéis
torre, na época em que o Senhor ao Senhor para que a recebamos
b 
confundiu a língua do povo e por herança.
jurou, em sua ira, que eles seriam 39 E aconteceu que o irmão de
dispersos por toda a c face da Ter- Jarede clamou ao Senhor confor-
ra; e de acordo com a palavra do me o que havia sido dito pela boca
Senhor, o povo foi disperso. de Jarede.
34 E o a irmão de Jarede, sendo 40 E aconteceu que o Senhor ou-
um homem grande e forte e um viu o irmão de Jarede e teve com-
homem altamente favorecido pelo paixão dele e disse-lhe:
Senhor, Jarede, seu irmão, disse- 41 Começa a reunir teus reba-
lhe: Clama ao Senhor, para que ele nhos de toda espécie, macho e
não nos confunda de maneira que fêmea; e também toda espécie de
não possamos entender as nossas sementes da terra; e tuas a famílias
palavras. e também teu irmão Jarede e sua
35 E aconteceu que o irmão de família; e também teus b amigos e
Jarede clamou ao Senhor e o Se- suas famílias e os amigos de Jare-
nhor teve compaixão de Jarede; de e suas famílias.
portanto, não confundiu a língua 42 E quando tiveres feito isso,
33 a GEE Jarede. 34 a GEE Jarede, Irmão de. 41 a Ét. 6:20.
b Gên. 11:6–9. 38 a GEE Terra da b Ét. 6:16.
c Mos. 28:17. Promissão.
571 ÉTER 1:43–2:8
descerás adiante deles para o
a 
no qual levaram consigo peixes
vale situado ao norte. E lá te en- das águas.
contrarei e irei b adiante de ti para 3 E levaram também consigo
uma terra c escolhida entre todas deseret que, por interpretação,
as terras do mundo. significa abelha de mel; e assim
43 E lá abençoarei a ti e a tua carregaram consigo enxames de
semente; e da tua semente e da abelhas e uma variedade de tudo
semente de teu irmão e daqueles que havia na face da terra, semen-
que forem contigo, levantarei para tes de toda espécie.
mim uma grande nação. E não 4 E aconteceu que quando chega-
haverá sobre toda a face da Terra ram ao vale de Ninrode, o Senhor
nação maior que a que eu levan- desceu e falou com o irmão de Ja-
tarei para mim, de tua semente. rede; e ele estava em uma a nuvem
E assim farei contigo, porque me e o irmão de Jarede não o viu.
invocaste este longo tempo. 5 E aconteceu que o Senhor lhes
ordenou que fossem para o deser-
CAPÍTULO 2 to, sim, para aquela parte onde o
homem nunca estivera. E aconte-
Os jareditas preparam-se para sua
ceu que o Senhor foi adiante deles
jornada a uma terra prometida — É
e falou com eles enquanto estava
uma terra escolhida, onde os homens
em uma a nuvem; e deu-lhes ins-
deverão servir a Cristo; caso contrário
truções para onde viajar.
serão varridos — O Senhor fala ao
6 E aconteceu que viajaram no
irmão de Jarede durante três horas —
deserto e construíram barcos, nos
Os jareditas constroem barcos — O
quais atravessaram muitas águas,
Senhor pede ao irmão de Jarede que
sendo continuamente dirigidos
sugira como iluminar os barcos.
pela mão do Senhor.
E aconteceu que Jarede e seu 7 E o Senhor não permitiu que se
irmão e suas famílias e também detivessem do outro lado do mar,
os amigos de Jarede e seu irmão no deserto, mas fez com que vies-
e suas famílias desceram com os sem para a a terra da promissão,
rebanhos de toda espécie que ha- que fora escolhida entre todas as
viam reunido, macho e fêmea, outras terras e que o Senhor Deus
para o vale situado ao norte (e ao preservara para um povo justo.
vale havia sido dado o nome de 8 E em sua ira havia jurado ao
a 
Ninrode, o grande caçador). irmão de Jarede que todos os que
2 E também fizeram armadilhas habitassem esta terra da promis-
e apanharam aves do ar; e pre- são, daquele tempo em diante e
pararam também um recipiente para sempre, deveriam a servir a
42 a 1 Né. 2:1–2; Abr. 2:3. 4 a Núm. 11:25; 7 a 1 Né. 4:14.
b D&C 84:88. D&C 34:7–9; GEE Terra da
c 1 Né. 13:30. JS—H 1:68. Promissão.
2 1 a Gên. 10:8. 5 a Êx. 13:21–22. 8 a Ét. 13:2.
ÉTER 2:9–16 572
ele, o verdadeiro e único Deus, 13 E agora prossigo meu regis-
ou seriam b varridos quando sobre tro; pois eis que aconteceu que o
eles caísse a plenitude de sua ira. Senhor levou Jarede e seus irmãos
9 E agora podemos ver os decre- até aquele grande mar que divi-
tos de Deus relativos a esta terra, de as terras. E quando chegaram
que é uma terra de promissão; e ao mar, armaram suas tendas; e
toda nação que a habitar deve- deram ao lugar o nome de Mo-
rá servir a Deus ou será varrida riâncumer; e habitaram em ten-
quando a plenitude de sua ira cair das, à beira-mar, pelo espaço de
sobre ela. E a plenitude de sua ira quatro anos.
cairá sobre ela quando houver 14 E aconteceu, no fim de qua-
amadurecido em iniquidade. tro anos, que o Senhor tornou a
10 Porque eis que esta é uma aparecer ao irmão de Jarede; e
terra escolhida entre todas as ou- estava numa nuvem e falou com
tras terras; portanto, aquele que ele. E pelo espaço de três horas
a habitar deverá servir a Deus ou falou o Senhor com o irmão de
será varrido, porque este é o eter- Jarede e a repreendeu-o por não se
no decreto de Deus. E não serão ter lembrado de b invocar o nome
a 
varridos até que a iniquidade do Senhor.
entre os filhos da terra chegue à 15 E o irmão de Jarede arrepen-
b 
plenitude. deu-se do mal que havia feito e in-
11 E isto chega a vós, ó a gentios, vocou o nome do Senhor por seus
para que conheçais os decretos de irmãos que se achavam com ele.
Deus, para que vos arrependais e E o Senhor disse-lhe: Perdoarei a
não continueis em vossas iniqui- ti e a teus irmãos vossos pecados;
dades até que venha a plenitude; mas não pecareis mais, porque
para que não chameis a plenitude vos lembrareis de que o meu a Es-
da ira de Deus sobre vós, como pírito não b contenderá para sem-
os habitantes da terra têm feito pre com o homem; portanto, se
até agora. pecardes até estardes plenamente
12 Eis que esta é uma terra es- amadurecidos, sereis afastados da
colhida; e qualquer nação que a presença do Senhor. E estes são os
habitar se verá a livre da servidão meus pensamentos em relação à
e do cativeiro e de todas as outras terra que vos darei por herança;
nações debaixo do céu, se apenas porque será uma terra c escolhida
b 
servir ao Deus da terra, que é Je- entre todas as outras terras.
sus Cristo, o qual foi manifestado 16 E disse o Senhor: Lançai-vos
pelas coisas que escrevemos. ao trabalho e construí barcos da
8 b Jar. 1:3, 10; 11 a 2 Né. 28:32. b GEE Oração.
Al. 37:28; 12 a GEE Liberdade, Livre. 15 a Ét. 15:19.
Ét. 9:20. b Isa. 60:12. b Gên. 6:3; 2 Né. 26:11;
10 a 1 Né. 17:37–38. 14 a GEE Castigar, Castigo, Mórm. 5:16.
b 2 Né. 28:16. Corrigir, Repreender. c Ét. 9:20.
573 ÉTER 2:17–25
forma que haveis construído até tecer que a água caia sobre vós, eis
agora. E aconteceu que o irmão de que fechareis a abertura, para que
Jarede se pôs a trabalhar e tam- não pereçais na inundação.
bém seus irmãos; e construíram 21 E aconteceu que o irmão de
barcos da forma que já haviam Jarede assim fez, segundo o que
construído, de acordo com as a ins- o Senhor lhe ordenara.
truções do Senhor. E eles eram 22 E ele tornou a clamar ao Se-
pequenos e leves sobre a água, de nhor, dizendo: Ó Senhor, eis que
uma leveza semelhante à de uma fiz conforme me ordenaste; e pre-
ave sobre a água. parei os navios para meu povo e
17 E foram construídos de uma eis que neles não há luz. Ó, Se-
forma que ficavam muito bem nhor, consentirás que cruzemos
a 
ajustados, de modo que podiam estas grandes águas na escuridão?
conter água como um vaso; e o 23 E o Senhor disse ao irmão de
fundo era ajustado, como um Jarede: Que desejais que eu faça,
vaso; e o costado dos barcos era a fim de que tenhais luz em vos-
ajustado, como um vaso; e as ex- sos barcos? Porque eis que não
tremidades eram em ponta; e a podeis ter janelas, porque seriam
parte superior era ajustada, como despedaçadas; nem levareis fogo
um vaso; o seu comprimento era convosco, porque não ireis pela
o comprimento de uma árvore e a luz do fogo.
sua porta, quando fechada, ficava 24 Pois eis que sereis como uma
ajustada como um vaso. baleia no meio do mar; porque as
18 E aconteceu que o irmão de altas ondas se quebrarão sobre
Jarede clamou ao Senhor, dizen- vós. Não obstante, tirar-vos-ei
do: Ó Senhor, realizei o trabalho novamente das profundezas do
que me ordenaste e fiz os barcos mar; porque os a ventos saíram de
segundo tuas instruções. minha boca e também eu enviei as
19 E eis que, ó Senhor, não há luz b 
chuvas e as inundações.
neles; para onde nos havemos de 25 E eis que vos preparo contra
dirigir? E também pereceremos, essas coisas; porque não podeis
porque neles não podemos res- cruzar este grande mar sem que
pirar, a não ser o ar que contêm; eu vos prepare contra as ondas do
portanto, pereceremos. mar e os ventos que saíram e os
20 E o Senhor disse ao irmão de dilúvios que hão de vir. Portan-
Jarede: Eis que farás uma abertura to, que desejais que eu prepare
em cima e outra no fundo; e quan- para vós, a fim de que tenhais luz
do necessitares de ar, destaparás a quando estiverdes submersos nas
abertura e receberás ar. E se acon- profundezas do mar?
16 a 1 Né. 17:50–51. 24 a Ét. 6:5.
17 a Ét. 6:7. b Salm. 148:8.
ÉTER 3:1–7 574
CAPÍTULO 3 deserto; não obstante, tens sido
a 
misericordioso para conosco.
O irmão de Jarede vê o dedo do Se-
Ó Senhor, tem piedade de mim
nhor tocar dezesseis pedras — Cristo
e afasta deste teu povo tua ira
mostra o corpo de Seu espírito ao ir-
e não permitas que eles cruzem
mão de Jarede — Aqueles que têm um
este furioso abismo na escuridão;
conhecimento perfeito não podem ser
mas olha estas coisas que fundi
impedidos de transpor o véu — São
da rocha.
providenciados intérpretes para tra-
4 E sei, ó Senhor, que tu tens
zer à luz o registro jaredita.
todo o a poder e que podes fazer
E aconteceu que o irmão de Ja- tudo quanto queiras para o bene-
rede (ora, eram oito os barcos que fício do homem; portanto, com teu
haviam sido preparados) subiu dedo toca estas pedras, ó Senhor,
ao monte a que chamaram mon- e prepara-as para que brilhem na
te Selém, por causa de sua gran- escuridão; e elas nos iluminarão
de altura, e de uma rocha fundiu nos barcos que preparamos, para
dezesseis pequenas pedras; e elas que tenhamos luz enquanto cru-
eram brancas e límpidas, como zarmos o mar.
vidro transparente; e ele levou-as 5 Eis que, ó Senhor, tu podes
em suas mãos ao cimo do monte fazer isto. Sabemos que és capaz
e clamou novamente ao Senhor, de mostrar grande poder, o qual
dizendo: a 
parece pequeno ao entendimento
2 Ó Senhor, tu disseste que se- do homem.
remos envolvidos pelas águas. 6 E aconteceu que após ter o ir-
Agora ouve, ó Senhor, e não te mão de Jarede dito essas palavras,
ires contra teu servo por causa de eis que o a Senhor estendeu a mão
sua fraqueza diante de ti; pois sa- e tocou as pedras, uma a uma,
bemos que és santo e habitas nos com o dedo. E o b véu foi tirado
céus e que somos indignos diante dos olhos do irmão de Jarede e
de ti; por causa da a queda, nossa ele viu o dedo do Senhor; e era
b 
natureza tornou-se má continua- como o dedo de um homem, à
mente; não obstante, ó Senhor, semelhança de carne e sangue; e
deste-nos o mandamento de in- o irmão de Jarede caiu perante o
vocar-te, para que de ti recebamos Senhor, porque ficou tomado de
de acordo com nossos desejos. medo.
3 Eis que, ó Senhor, tu nos casti- 7 E o Senhor viu que o irmão de
gaste devido a nossa iniquidade Jarede havia caído por terra; e o
e expulsaste-nos; e durante to- Senhor disse-lhe: Levanta-te. Por
dos estes anos temos estado no que caíste?
3 2 a GEE Queda de Adão 3 a Ét. 1:34–43. 1 Né. 16:29.
e Eva. 4 a GEE Poder. 6 a GEE Jesus Cristo.
b Mos. 3:19. 5 a Isa. 55:8–9; b Ét. 12:19, 21.
575 ÉTER 3:8–19
8 E ele disse ao Senhor: Vi o dedo 15 E nunca me mostrei ao ho-
do Senhor e temi que me ferisse; mem que criei, porque nunca o
porque não sabia que o Senhor homem a creu em mim como tu
tinha carne e sangue. creste. Vês que foste criado se-
9 E o Senhor disse-lhe: Em vir- gundo a minha própria b imagem?
tude de tua fé, viste que toma- Sim, todos os homens foram cria-
rei sobre mim a carne e sangue; e dos, no princípio, à minha própria
nunca ninguém se chegou a mim imagem.
com uma fé tão grande como tu; 16 Eis que este corpo que ora vês
porque se assim não fora, não po- é o corpo do meu a espírito; e o ho-
derias ter visto o meu dedo. Viste mem foi por mim criado segundo
mais que isso? o corpo do meu espírito; e assim
10 E ele respondeu: Não. Senhor, como te apareço em espírito, apa-
mostra-te a mim. recerei a meu povo na carne.
11 E o Senhor disse-lhe: Crês nas 17 E agora como eu, Morôni,
palavras que eu direi? disse que não poderia fazer um
12 E ele respondeu: Sim, Senhor, relato completo destas coisas que
eu sei que falas a verdade, porque estão escritas, basta-me dizer que
és um Deus de verdade e a não po- Jesus se mostrou a esse homem
des mentir. no espírito, da maneira e à seme-
13 E quando disse estas pala- lhança do mesmo corpo com que
vras, eis que o Senhor a se mostrou a 
se mostrou aos nefitas.
a ele e disse: b Por saberes estas 18 E ministrou em favor dele,
coisas, ficas redimido da queda; como ministrou entre os nefitas; e
portanto, és conduzido de volta a isto para que esse homem pudesse
minha presença; portanto, c mos- saber que ele era Deus, por causa
tro-me a ti. das muitas obras grandiosas que
14 Eis que eu sou aquele que foi o Senhor lhe mostrara.
preparado desde a fundação do 19 E devido ao conhecimento
mundo para a redimir meu povo. desse homem, ele não podia ser
Eis que eu sou Jesus Cristo. Eu impedido de ver além do a véu; e
sou o b Pai e o Filho. Em mim toda viu o dedo de Jesus e, quando o
a humanidade terá c vida e tê-la-á viu, caiu tomado de temor; por-
eternamente, sim, aqueles que cre- que ele sabia que era o dedo do
rem em meu nome; e eles tornar- Senhor; e não mais tinha fé, por-
se-ão meus d filhos e minhas filhas. que sabia, de nada duvidando.
9 a GEE Carne; de Cristo. 15 a GEE Crença, Crer.
Jesus Cristo; 14 a
GEE Redenção, b Gên. 1:26–27;
Mortal, Mortalidade. Redimido, Redimir; Mos. 7:27;
12 a Heb. 6:18. Redentor. D&C 20:17–18.
13 a D&C 67:10–11. b Mos. 15:1–4. 16 a GEE Espírito.
b En. 1:6–8. c Mos. 16:9. 17 a 3 Né. 11:8–10.
c GEE Jesus Cristo — d GEE Filhos e Filhas de 19 a GEE Véu.
Existência pré-mortal Deus.
ÉTER 3:20–4:1 576
20 Portanto, tendo esse perfei- riormente que, se acreditasse
a  b 

to conhecimento de Deus, a não que ele podia mostrar-lhe c todas


podia ser impedido de ver além as coisas — elas ser-lhe-iam mos-
do véu; por isso viu Jesus; e esse tradas; portanto, o Senhor nada
ministrou em favor dele. lhe poderia ocultar, porque ele
21 E aconteceu que o Senhor dis- sabia que o Senhor podia mostrar-
se ao irmão de Jarede: Eis que lhe todas as coisas.
não permitirás que estas coisas 27 E o Senhor disse-lhe: Escreve
que viste e ouviste sejam espa- estas coisas e a sela-as; e mostrá-
lhadas pelo mundo, até que che- las-ei aos filhos dos homens no
gue a a hora em que glorificarei meu devido tempo.
meu nome na carne; portanto, 28 E aconteceu que o Senhor lhe
guardarás em segredo as coisas ordenou que selasse as duas a pe-
que viste e ouviste e a ninguém dras que recebera e que não as
as revelarás. mostrasse até que o Senhor as
22 E eis que quando vieres a mostrasse aos filhos dos homens.
mim, tu as escreverás e selarás, a
fim de que ninguém as possa in- CAPÍTULO 4
terpretar; porque tu as escreverás
Morôni recebe ordem de selar os es-
em uma linguagem que não possa
critos do irmão de Jarede — Eles não
ser lida.
serão revelados até que os homens
23 E eis que eu te darei estas
tenham a mesma fé que o irmão de
a 
duas pedras e tu também as se-
Jarede — Cristo ordena aos homens
larás juntamente com as coisas
que creiam em Suas palavras e nas
que escreveres.
de Seus discípulos — Ordena aos
24 Porque eis que eu confun-
homens que se arrependam, creiam
di a língua em que irás escrever;
no evangelho e sejam salvos.
portanto, farei com que, no meu
devido tempo, estas pedras escla- E o Senhor ordenou ao irmão de
reçam aos olhos dos homens as Jarede que descesse do monte, da
coisas que irás escrever. presença do Senhor, e a escrevesse
25 E após ter dito estas palavras, as coisas que vira; e foi proibido
o Senhor mostrou ao irmão de Ja- que elas chegassem aos filhos dos
rede a todos os habitantes da Terra homens b até depois de ele ter sido
que já tinham existido e também levantado sobre a cruz; e por esta
todos os que viriam a existir; e não razão o rei Mosias guardou-as, a
os ocultou de sua vista, mesmo até fim de que não viessem ao mundo
os confins da Terra. senão depois que Cristo apareces-
26 Porque ele lhe dissera ante- se a seu povo.
20 a Ét. 12:19–21. 26 a Ét. 3:11–13. 28 a D&C 17:1.
21 a Ét. 4:1. b GEE Crença, Crer. 4 1 a Ét. 12:24.
23 a GEE Urim e Tumim. c Ét. 4:4. GEE Escrituras.
25 a Mois. 1:8. 27 a 2 Né. 27:6–8. b Ét. 3:21.
577 ÉTER 4:2–12
2 E depois que Cristo realmente revelações, disse Jesus Cristo, o
apareceu a seu povo, ele ordenou Filho de Deus, o b Pai dos céus e
que fossem reveladas. da Terra e de tudo que neles há.
3 Ora, depois disso todos eles 8 E maldito seja aquele que a lutar
degeneraram na incredulidade; com a palavra do Senhor; e maldi-
e ninguém resta, a não ser os la- to aquele que b negar estas coisas,
manitas; e eles rejeitaram o evan- pois a eles c não mostrarei coisas
gelho de Cristo; portanto, recebi maiores, diz Jesus Cristo; porque
ordem de a escondê-las novamente eu sou aquele que fala.
na terra. 9 E ao meu comando os céus
4 Eis que escrevi nestas placas são abertos e a fechados; e pela
precisamente as coisas que o ir- minha palavra tremerá a b Terra;
mão de Jarede viu; e nunca foram e ao meu comando seus habitan-
reveladas coisas maiores do que tes serão consumidos, sim, como
as que foram reveladas ao irmão que por fogo.
de Jarede. 10 E aquele que não crê em mi-
5 Por essa razão o Senhor orde- nhas palavras não crê em meus
nou-me que as escrevesse; e es- discípulos; e se acaso eu não fa-
crevi-as. E ele ordenou-me que as lar, julgai vós; porque no a último
a 
selasse; e também ordenou que dia sabereis que eu sou aquele
eu selasse a sua interpretação; que fala.
portanto, selei os b intérpretes, de 11 Mas aquele que a crê nestas
acordo com o mandamento do coisas que eu disse, a ele visita-
Senhor. rei com as manifestações do meu
6 Porque o Senhor me disse: Não Espírito e ele saberá e dará teste-
deverão chegar aos gentios até o munho. Pois em virtude do meu
dia em que se arrependerem de Espírito b saberá que estas coisas
sua iniquidade e tornarem-se lim- são c verdadeiras, porque persua-
pos perante o Senhor. de os homens a fazerem o bem.
7 E no dia em que eles exerce- 12 E tudo quanto persuade os
rem fé em mim, diz o Senhor, homens a fazerem o bem, vem
como fez o irmão de Jarede, para de mim; porque o a bem não vem
que se tornem a santificados em de ninguém, a não ser de mim.
mim, então lhes revelarei as coi- Eu sou o mesmo que conduz os
sas que o irmão de Jarede viu, es- homens a todo o bem; aquele que
clarecendo-lhes todas as minhas b 
não crer em minhas palavras,
3 a Mórm. 8:14. Mórm. 8:17. 10 a 2 Né. 33:10–15.
5 a Ét. 5:1. b 2 Né. 27:14; 28:29–30. 11 a D&C 5:16.
b D&C 17:1; c Al. 12:10–11; b GEE Testemunho.
JS—H 1:52. 3 Né. 26:9–10. c Ét. 5:3–4;
GEE Urim e Tumim. 9 a 1 Re. 8:35; Morô. 10:4–5.
7 a GEE Santificação. D&C 77:8. 12 a Al. 5:40;
b Mos. 3:8. b Hel. 12:8–18; Morô. 7:16–17.
8 a 3 Né. 29:5–6; Mórm. 5:23. b 3 Né. 28:34.
ÉTER 4:13–5:1 578
não crerá em mim — que eu sou; hora em que elas realmente serão
e aquele que não crer em mim, manifestadas.
não crerá no Pai que me enviou. 17 Portanto, a quando receberdes
Pois eis que eu sou o Pai, eu sou este registro, sabereis que a obra
a c luz e a d vida e a verdade do do Pai começou sobre toda a face
mundo. da Terra.
13 a Vinde a mim ó vós, gentios, e 18  a Arrependei-vos pois, todos
mostrar-vos-ei as coisas maiores, o vós, confins da Terra, e vinde a
conhecimento que está oculto por mim e crede no meu evangelho
causa da incredulidade! e sede b batizados em meu nome;
14 Vinde a mim ó vós, casa de porque aquele que crer e for ba-
Israel, e ser-vos-á a revelado que tizado, será salvo, mas o que não
coisas grandiosas o Pai vos reser- crer, será condenado; e c sinais
vou desde a fundação do mundo e seguirão os que crerem em meu
que não chegaram a vós por causa nome.
da incredulidade. 19 E bem-aventurado é aquele
15 Eis que quando rasgardes esse que no último dia for considera-
véu de incredulidade que vos leva do a fiel ao meu nome, porque será
a permanecer em vosso terrível levantado para habitar no reino
estado de iniquidade e dureza preparado para ele b desde a fun-
de coração e cegueira de mente, dação do mundo. E eis que sou eu
então as grandes e maravilhosas quem o disse. Amém.
coisas que vos foram a ocultas des-
de a fundação do mundo — sim, CAPÍTULO 5
quando invocardes o Pai em meu
Três testemunhas e a obra em si ser-
nome, com coração quebrantado
virão de testemunho da veracidade do
e espírito contrito, então sabereis
Livro de Mórmon.
que o Pai se lembrou do convênio
que fez com vossos pais, ó casa E agora eu, Morôni, escrevi as
de Israel! palavras que me foram ordena-
16 E então minhas a revelações, das, segundo minha memória; e
que fiz com que fossem escritas disse-te as coisas que a selei; por-
por meu servo João, serão mani- tanto, nelas não toques com o fim
festadas aos olhos de todo o povo. de traduzi-las, porque isso está
Lembrai-vos: quando virdes essas proibido, a menos que no futuro
coisas, sabereis que é chegada a Deus o julgue prudente.
12 c GEE Luz, Luz de Cristo. 17 a 3 Né. 21:1–9, 28. D&C 6:13.
d Jo. 8:12; 18 a 3 Né. 27:20; GEE Jesus Cristo —
Al. 38:9. Morô. 7:34. Tomar sobre nós o
13 a 3 Né. 12:2–3. b Jo. 3:3–5. nome de Jesus Cristo.
14 a D&C 121:26–29. GEE Batismo, Batizar — b 2 Né. 9:18.
15 a 2 Né. 27:10. Essencial. 5 1 a 2 Né. 27:7–8, 21;
16 a Apoc. 1:1; c GEE Dons do Espírito. Ét. 4:4–7.
1 Né. 14:18–27. 19 a Mos. 2:41;
579 ÉTER 5:2–6:6
2 E eis que poderás ter o privilé- E agora eu, Morôni, continuo
gio de mostrar as placas a àqueles a escrever o registro de Jarede e
que hão de ajudar a trazer à luz seu irmão.
esta obra. 2 Pois aconteceu que depois de
3 E serão mostradas a a três, pelo o Senhor haver preparado as a pe-
poder de Deus; portanto, eles b sa- dras que o irmão de Jarede havia
berão com certeza que estas coisas levado ao monte, o irmão de Ja-
são c verdadeiras. rede desceu do monte e colocou
4 E pela boca de três a testemu- as pedras nos barcos que estavam
nhas estas coisas serão estabeleci- preparados, uma em cada extre-
das; e o testemunho de três e esta midade; e eis que elas forneceram
obra, na qual será demonstrado luz aos barcos.
o poder de Deus e também a sua 3 E assim fez o Senhor com que
palavra, da qual o Pai e o Filho e o as pedras brilhassem na escuridão
Espírito Santo dão testemunho — para fornecer luz aos homens,
e tudo isto se levantará como um mulheres e crianças, a fim de que
testemunho contra o mundo no não atravessassem as grandes
último dia. águas na escuridão.
5 E se acontecer que se arrepen- 4 E aconteceu que depois de te-
dam e a venham ao Pai, em nome rem preparado todo tipo de ali-
de Jesus, serão recebidos no reino mento, a fim de subsistirem so-
de Deus. bre as águas; e também alimento
6 E agora, se não tenho auto- para seus rebanhos e manadas e
ridade para estas coisas, julgai para todas as bestas ou animais
vós; porque sabereis que tenho ou aves que iam levar consigo —
autoridade, quando me virdes; e e aconteceu que depois de terem
compareceremos perante Deus no feito todas essas coisas, embarca-
último dia. Amém. ram em seus navios ou barcos e
lançaram-se ao mar, confiando-se
ao Senhor seu Deus.
CAPÍTULO 6
5 E aconteceu que o Senhor Deus
Os barcos jareditas são conduzidos fez com que soprasse um a vento
pelos ventos para a terra prometi- furioso sobre a face das águas, em
da — O povo louva ao Senhor por direção à terra prometida; e assim
Sua bondade — Oria é designado foram eles impelidos pelo vento
como seu rei — Morrem Jarede e seu sobre as ondas do mar.
irmão. 6 E aconteceu que foram muitas
2 a 2 Né. 27:12–14; D&C 17 e os versículos 5 a Mórm. 9:27;
D&C 5:9–15. 1–3; ver também o “ Morô. 10:30–32.
3 a 2 Né. 11:3; 27:12. Depoimento de Três 6 2 a Ét. 3:3–6.
b D&C 5:25. Testemunhas” nas 5 a Ét. 2:24–25.
c Ét. 4:11. páginas introdutórias
4 a Ver o cabeçalho de do Livro de Mórmon.
ÉTER 6:7–20 580
vezes submersos nas profundezas da terra prometida. E quando pu-
do mar, em virtude das ondas gi- seram os pés nas praias da terra
gantescas que se quebravam so- prometida, inclinaram-se sobre
bre eles; e também das grandes e a face da terra e humilharam-se
terríveis tempestades causadas perante o Senhor e verteram lá-
pela fúria do vento. grimas de alegria diante do Se-
7 E aconteceu que quando eram nhor, por causa da imensidade
submersos nas profundezas do de suas ternas misericórdias para
mar, a água não lhes causava com eles.
dano, porque seus barcos eram 13 E aconteceu que saíram pela
a 
ajustados como um vaso e tam- face da terra e começaram a cul-
bém eram ajustados como a b arca tivar o solo.
de Noé; portanto, quando eram 14 E Jarede tinha quatro filhos;
envolvidos pelas muitas águas, e eles chamavam-se Jacom, Gilga,
clamavam ao Senhor e ele no- Maá e Oria.
vamente os fazia voltar à tona 15 E o irmão de Jarede também
d’água. gerou filhos e filhas.
8 E aconteceu que enquanto es- 16 E os a amigos de Jarede e seu
tavam sobre as águas, o vento irmão eram cerca de vinte e duas
não deixou de soprar em direção almas; e também geraram filhos e
à terra prometida; e assim foram filhas antes de virem para a terra
eles impelidos pelo vento. prometida; e assim começaram,
9 E a cantavam louvores ao Se- portanto, a ser numerosos.
nhor; sim, o irmão de Jarede can- 17 E foram ensinados a a andar
tava louvores ao Senhor e b agra- com humildade perante o Senhor;
decia e glorificava ao Senhor o dia e foram também b ensinados do
todo; e quando chegava a noite, alto.
não cessavam de louvar ao Se- 18 E aconteceu que começaram a
nhor. espalhar-se pela face da terra e a
10 E assim foram impelidos para multiplicar-se e a cultivar o solo;
frente; e nenhum monstro do mar e tornaram-se fortes na terra.
pôde despedaçá-los e nenhuma 19 E o irmão de Jarede começou
baleia pôde causar-lhes dano; e ti- a envelhecer e viu que logo desce-
nham luz continuamente, estives- ria à sepultura; portanto, ele disse
sem em cima ou embaixo da água. a Jarede: Reunamos nosso povo a
11 Deste modo foram impelidos fim de contá-los, para sabermos
sobre as águas por trezentos e deles o que desejam de nós, antes
quarenta e quatro dias. que desçamos a nossas sepulturas.
12 E desembarcaram nas costas 20 E então o povo foi reunido.
7 a Ét. 2:17. b 1 Crôn. 16:7–9; 17 a GEE Andar, Andar com
b Gên. 6:14; Al. 37:37; Deus.
Mois. 7:43. D&C 46:32. b GEE Revelação.
9 a GEE Cantar. 16 a Ét. 1:41.
581 ÉTER 6:21–7:5
Ora, o número de filhos e filhas 29 E aconteceu que Jarede mor-
do irmão de Jarede era vinte e reu e também seu irmão.
duas almas; e o número de filhos 30 E aconteceu que Oria andou
e filhas de Jarede era doze, tendo humildemente perante o Senhor e
ele quatro filhos. lembrou-se das coisas grandiosas
21 E aconteceu que contaram o que o Senhor fizera por seu pai; e
seu povo; e depois de os terem também ensinou a seu povo sobre
contado, perguntaram-lhes o que as coisas grandiosas que o Senhor
desejavam que eles fizessem antes fizera por seus pais.
de descerem às suas sepulturas.
22 E aconteceu que o povo de- CAPÍTULO 7
sejava que a ungissem um de seus
Oria reina em retidão — Em meio a
filhos para reinar sobre eles.
usurpações e lutas, os reinos rivais de
23 Ora, eis que isso lhes foi do-
Sule e Coor são estabelecidos — Pro-
loroso. E o irmão de Jarede disse-
fetas condenam a iniquidade e idola-
lhes: Isto seguramente a conduz ao
tria do povo, que então se arrepende.
cativeiro.
24 Mas Jarede disse a seu irmão: E aconteceu que Oria exerceu jul-
Consente que eles tenham um rei. gamento na terra, em retidão, todos
E, portanto, lhes disse: Escolhei os seus dias, que foram muitos.
dentre nossos filhos um rei, aquele 2 E gerou filhos e filhas; sim, ge-
que desejais. rou trinta e um, dos quais vinte e
25 E aconteceu que eles escolhe- três eram homens.
ram o primogênito do irmão de 3 E aconteceu que também gerou
Jarede; e seu nome era Pagague. a Quib em sua velhice. E aconte-
E aconteceu que ele se recusou e ceu que Quib reinou em seu lugar;
não quis ser rei. E o povo deseja- e Quib gerou a Corior.
va que seu pai o obrigasse, mas o 4 E quando Corior tinha trinta e
pai não o fez e ordenou-lhes que dois anos, rebelou-se contra o pai
ninguém obrigassem a ser seu rei. e retirou-se e foi habitar na terra
26 E aconteceu que escolheram de Neor; e gerou filhos e filhas e
todos os irmãos de Pagague, mas eles tornaram-se muito formosos;
nenhum deles aceitou. portanto, Corior atraiu muita gen-
27 E aconteceu que todos os fi- te para si.
lhos de Jarede se recusaram, com 5 E quando reuniu um exérci-
exceção de um deles; e Oria foi to, subiu à terra de Moron, onde
ungido para ser rei do povo. morava o rei; e fê-lo prisioneiro,
28 E ele começou a reinar; e o em cumprimento às a palavras do
povo começou a prosperar e tor- irmão de Jarede de que seriam le-
nou-se imensamente rico. vados ao cativeiro.
22 a GEE Unção, Ungir. Mos. 29:16–23.
23 a 1 Sam. 8:10–18; 7 5 a Ét. 6:23.
ÉTER 7:6–22 582
6 Ora, a terra de Moron, onde filhos de Corior havia um cujo
o rei habitava, ficava próxima da nome era Noé.
terra que é chamada Desolação 15 E aconteceu que Noé se re-
pelos nefitas. belou contra Sule, o rei, e tam-
7 E aconteceu que Quib viveu bém contra o pai, Corior, atraindo
em cativeiro assim como seu Coor, seu irmão, e também todos
povo, sob o domínio de seu filho os seus irmãos e muitos do povo.
Corior, até que ficou muito velho; 16 E batalhou contra Sule, o rei,
não obstante, Quib gerou a Sule e obteve a terra de sua primeira
em sua velhice, enquanto se acha- herança; e tornou-se rei dessa par-
va ainda no cativeiro. te da terra.
8 E aconteceu que Sule se irou 17 E aconteceu que novamente
contra seu irmão; e Sule ficou for- batalhou contra Sule, o rei; e apri-
te e tornou-se poderoso quanto à sionou-o e levou-o cativo para
força humana; e foi igualmente Moron.
poderoso em seus julgamentos. 18 E aconteceu que quando esta-
9  Portanto, ele foi ao monte va prestes a executá-lo, os filhos
Efraim, onde fundiu minério do de Sule entraram furtivamente
monte e fez espadas de aço para na casa de Noé, durante a noite,
aqueles que havia levado consi- e mataram-no; e arrombaram a
go; e depois de os haver armado porta da prisão e retiraram o pai
com espadas, retornou à cidade e colocaram-no no trono, em seu
de Neor e atacou seu irmão Co- próprio reino.
rior, tendo desta maneira conquis- 19 Então o filho de Noé edificou
tado o reino, que restituiu a seu o reino em seu lugar; não obs-
pai, Quib. tante, não mais conseguiram do-
10 E então, em virtude do feito minar Sule, o rei; e o povo que
de Sule, o pai confiou-lhe o reino; estava sob o reinado de Sule, o
portanto, começou a reinar em rei, prosperou grandemente e tor-
lugar do pai. nou-se forte.
11 E aconteceu que julgava com 20 E o país foi dividido; e havia
retidão; e estendeu seu reino so- dois reinos: o reino de Sule e o
bre toda a face da terra, porque o reino de Coor, filho de Noé.
povo se tornara muito numeroso. 21 E Coor, filho de Noé, fez com
12 E aconteceu que Sule também que seu povo batalhasse contra
gerou muitos filhos e filhas. Sule, mas Sule derrotou-os e ma-
13 E Corior arrependeu-se dos tou Coor.
muitos males que praticara; por- 22 Ora, Coor tinha um filho cha-
tanto, Sule lhe deu poderes em mado Ninrode; e Ninrode desis-
seu reino. tiu do reino de Coor em favor de
14 E aconteceu que Corior teve Sule e obteve favor aos olhos de
muitos filhos e filhas. E entre os Sule; portanto, Sule lhe concedeu
583 ÉTER 7:23–8:7
muitos favores e ele fazia, no reino matar o rei — Combinações secretas
de Sule, o que desejava. são do diabo e resultam na destruição
23 E também, no reinado de Sule de nações — Gentios modernos são
apareceram profetas entre o povo, advertidos contra a combinação secre-
os quais foram enviados pelo Se- ta que procurará destruir a liberdade
nhor, profetizando que a iniquida- de todas as terras, nações e países.
de e a a idolatria do povo estavam
trazendo maldição sobre a terra; E aconteceu que ele gerou a
e que seriam destruídos, caso não Ômer e Ômer reinou em seu lu-
se arrependessem. gar. E Ômer gerou a Jarede; e Ja-
24 E aconteceu que o povo insul- rede gerou filhos e filhas.
tou os profetas e zombou deles. E 2 E Jarede rebelou-se contra o
aconteceu que o rei Sule julgou to- pai e foi habitar na terra de Hete.
dos os que insultaram os profetas. E aconteceu que ele lisonjeou mui-
25 E promulgou uma lei para ta gente por causa de suas pala-
toda a terra, que concedia aos vras astutas, até obter a metade
profetas o direito de irem aonde do reino.
lhes aprouvesse; e por essa razão 3 E quando conseguiu a metade
o povo foi levado ao arrependi- do reino, batalhou contra o pai e
mento. levou o pai ao cativeiro; e fez com
26 E em virtude de o povo ha- que ele servisse em cativeiro.
ver-se arrependido de suas iniqui- 4 E então, nos dias do reinado
dades e idolatrias, o Senhor pou- de Ômer, esteve ele em cativeiro
pou-os e começaram novamente metade de seus dias. E aconteceu
a prosperar na terra. E aconteceu que ele gerou filhos e filhas, entre
que Sule gerou filhos e filhas em os quais Esrom e Coriântumr.
sua velhice. 5 E eles ficaram sumamente zan-
27 E não houve mais guerras gados com os feitos de Jarede, seu
nos dias de Sule; e ele lembrou-se irmão, de modo que organizaram
das grandes coisas que o Senhor um exército e batalharam contra
fizera por seus pais, trazendo- Jarede. E aconteceu que batalha-
os, a através do grande mar, para ram contra ele à noite.
a terra prometida; portanto, ele 6 E aconteceu que depois de ha-
julgou em retidão durante todos verem destruído o exército de Ja-
os seus dias. rede, estavam também a ponto de
matá-lo; e ele suplicou-lhes que
não o matassem, dizendo que de-
CAPÍTULO 8
sistiria do reino em favor de seu
Há luta e contenda pelo reino — pai. E aconteceu que lhe concede-
Aquis estabelece uma combinação ram a vida.
secreta, regida por juramento, para 7 E Jarede ficou muito triste com
23 a GEE Idolatria. 27 a Ét. 6:4, 12.
ÉTER 8:8–18 584
a perda do reino, porque nele e parentela, dizendo-lhes: Jurareis
na glória do mundo havia posto que me sereis fiéis naquilo que eu
o coração. vos pedir?
8 Ora, a filha de Jarede, sendo 14 E aconteceu que todos a jura-
sumamente esperta e vendo a tris- ram pelo Deus do céu e também
teza do pai, formulou um plano pelos céus e também pela Terra e
para restituir o reino ao pai. por suas cabeças que aquele que
9 Ora, a filha de Jarede era muito deixasse de ajudar Aquis no que
bela. E aconteceu que falou a seu ele desejasse, perderia a cabeça; e
pai, dizendo-lhe: Por que razão quem quer que divulgasse o que
está meu pai tão triste? Não leu Aquis lhes desse a conhecer, per-
ele o registro que nossos pais trou- deria a vida.
xeram através do grande mar? 15 E aconteceu que assim con-
Eis que não há neles um relato cordaram eles com Aquis. E Aquis
referente aos antigos, de que, por administrou-lhes os a juramentos
meio de a planos secretos, obtive- que foram transmitidos pelos an-
ram reinos e grande glória? tigos que também estavam à pro-
10 E agora, portanto, que meu cura de poder e que haviam sido
pai mande chamar Aquis, filho transmitidos desde b Caim, que foi
de Químnor; e eis que sou bela e assassino desde o princípio.
a 
dançarei perante ele e agradá-lo- 16 E foram preservados pelo po-
ei, de modo que me desejará para der do diabo para administrar es-
esposa; portanto, se ele te pedir ses juramentos ao povo, a fim de
que me dês a ele para esposa, dir- conservá-lo nas trevas, para aju-
lhe-ás: Dá-la-ei se me trouxeres a dar aqueles que buscavam poder
cabeça de meu pai, o rei. a conseguir poder e a assassinar
11  Ora, Ômer era amigo de e a pilhar e a mentir e a praticar
Aquis; portanto, quando Jarede toda sorte de iniquidade e de-
mandou chamar Aquis, a filha de vassidão.
Jarede dançou perante ele, agra- 17 E foi a filha de Jarede quem
dando-o de tal modo que ele a lhe pôs no coração o desejo de rea-
desejou para esposa. E aconteceu vivar essas coisas antigas; e Jarede
que ele disse a Jarede: Dai-ma pô-las no coração de Aquis; por-
para esposa. tanto, Aquis administrou-as a seus
12 E Jarede lhe disse: Eu vo-la parentes e amigos, levando-os,
darei se me trouxerdes a cabeça com belas promessas, a fazerem
de meu pai, o rei. qualquer coisa que ele desejasse.
13 E aconteceu que Aquis reu- 18 E aconteceu que eles forma-
niu na casa de Jarede toda a sua ram uma a combinação secreta,
8 9 a Hel. 6:26–30; 14 a GEE Blasfemar, Mois. 5:28–30.
3 Né. 6:28; Blasfêmia. 18 a GEE Combinações
Mois. 5:51–52. 15 a GEE Juramento. Secretas.
10 a Mc. 6:22–28. b Gên. 4:7–8;
585 ÉTER 8:19–26
como os antigos, combinação essa vós para vossa ruína e destruição,
mais abominável e iníqua que se permitirdes que estas coisas
tudo à vista de Deus. aconteçam.
19 Pois o Senhor não opera por 24 Portanto, o Senhor vos orde-
combinações secretas nem deseja na que quando virdes essas coi-
que o homem derrame sangue, sas surgirem entre vós, estejais
mas em todas as coisas proibiu-o, conscientes de vossa terrível si-
desde a origem do homem. tuação por causa desta combina-
20 E agora eu, Morôni, não escre- ção secreta que existirá entre vós;
vo as formas de seus juramentos e ou ai dela, em virtude do sangue
combinações; porque me foi dado daqueles que foram mortos; por-
a conhecer que eles existem entre que eles clamam desde o pó por
todos os povos e que existem en- vingança contra ela e contra os
tre os lamanitas. que a instituíram.
21 E causaram a a destruição des- 25 Pois acontece que quem a
te povo sobre o qual estou falando institui visa destruir a a liberda-
agora e também a destruição do de de todas as terras, nações e
povo de Néfi. países; e causa a destruição de
22 E toda nação que apoiar tais todos os povos, pois é instituída
combinações secretas para obter pelo diabo, que é o pai de todas
poder e lucro, até que se espalhem as mentiras; o mesmo mentiro-
pela nação, eis que será destruída; so que b enganou nossos primei-
porque o Senhor não permitirá ros pais, sim, o mesmo mentiroso
que o a sangue de seus santos, que que fez com que o homem come-
será derramado por eles, clame tesse assassinatos desde o prin-
sempre a ele por b vingança desde cípio; que endureceu o coração
a terra, sem que os vingue. dos homens a tal ponto que ma-
23 Portanto, ó gentios, é sabedo- taram os profetas e apedrejaram-
ria de Deus que estas coisas vos nos e expulsaram-nos desde o
sejam mostradas, a fim de que, princípio.
por meio delas, vos arrependais 26 Portanto, eu, Morôni, tenho
de vossos pecados e não permitais ordem de escrever estas coisas
que vos dominem essas combina- para que o mal seja reprimido e
ções assassinas, instituídas para para que chegue o tempo em que
a obtenção de a poder e lucro — e Satanás já a não tenha poder sobre
a obra, sim, a obra de destruição o coração dos filhos dos homens,
vos sobrevenha; sim, a espada da mas que eles sejam b persuadidos
justiça do Deus Eterno cairá sobre a fazer o bem continuamente, para
21 a Hel. 6:28. 25 a GEE Liberdade, Livre. 26 a 1 Né. 22:26.
22 a Mórm. 8:27, 40–41. b Gên. 3:1–13; b 2 Né. 33:4;
b GEE Vingança. 2 Né. 9:9; Morô. 7:12–17.
23 a 1 Né. 22:22–23; Mos. 16:3;
Mois. 6:15. Mois. 4:5–19.
ÉTER 9:1–12 586
que cheguem à fonte de toda reti- e recorreu àqueles a quem havia
dão e sejam salvos. feito jurar segundo os juramentos
dos antigos; e eles conseguiram
CAPÍTULO 9 a cabeça de seu sogro, quando se
achava no trono dando audiência
O reino passa de um para outro por
ao povo.
descendência, intrigas e assassina-
6 Pois tanto se espalhara esta
tos — Êmer viu o Filho da Retidão —
iníqua e secreta sociedade, que
Muitos profetas clamam arrependi-
havia corrompido o coração de
mento — Fome e serpentes venenosas
todo o povo; portanto, Jarede foi
flagelam o povo.
assassinado em seu trono e Aquis
E agora eu, Morôni, continuo reinou em seu lugar.
meu registro. Portanto, eis que 7 E aconteceu que Aquis come-
aconteceu que por causa das çou a sentir ciúme de seu filho,
a 
combinações secretas de Aquis de modo que o encerrou numa
e seus amigos, eis que eles der- prisão e manteve-o com pouco ou
rubaram o reino de Ômer. nenhum alimento até ele morrer.
2 Não obstante, o Senhor foi mi- 8 E então o irmão daquele que
sericordioso para com Ômer e morreu (e seu nome era Ninra)
também para com seus filhos e irou-se contra o pai por causa do
filhas que não visaram a sua des- que havia feito a seu irmão.
truição. 9 E aconteceu que Ninra reuniu
3 E o Senhor advertiu a Ômer, um pequeno grupo de homens e
em um sonho, que partisse da- fugiu daquela terra e foi habitar
quela terra; portanto, Ômer par- com Ômer.
tiu daquela terra com sua famí- 10 E aconteceu que Aquis gerou
lia e viajou muitos dias e passou outros filhos; e eles conquistaram
pelo monte a Sim e passou perto o coração do povo, não obstante
do lugar b onde os nefitas foram haverem jurado ao pai que prati-
destruídos; e dali se dirigiu para cariam toda sorte de iniquidades,
o leste e chegou a um lugar que de acordo com o que ele desejasse.
era chamado Ablom, no litoral, 11 Ora, o povo de Aquis desejava
e lá armou sua tenda; e também riquezas, assim como Aquis dese-
seus filhos e filhas e toda a sua java poder; portanto, os filhos de
casa, exceto Jarede e sua família. Aquis ofereceram-lhes dinheiro,
4 E aconteceu que Jarede foi un- conseguindo assim atrair para si
gido rei do povo pelas mãos da a maior parte do povo.
iniquidade; e deu sua filha por 12 E entre Aquis e os filhos de
esposa a Aquis. Aquis principiou uma guerra que
5 E aconteceu que Aquis aten- durou muitos anos, até a des-
tou contra a vida de seu sogro; truição de quase todo o povo do
9 1 a Ét. 8:13–17. 3 a Mórm. 1:3; 4:23. b Mórm. 6:1–15.
587 ÉTER 9:13–25
reino, sim, de todos, com exceção eram úteis para o homem, espe-
de trinta almas e daqueles que fu- cialmente os elefantes e curelons
giram com a casa de Ômer. e cumons.
13 Portanto, Ômer foi estabele- 20 E assim derramou o Senhor
cido novamente na terra de sua suas bênçãos sobre esta terra, que
herança. era a escolhida entre todas as ou-
14 E aconteceu que Ômer come- tras terras; e ordenou que aqueles
çou a envelhecer; não obstante, que possuíssem a terra possuís-
em sua velhice gerou a Êmer; e ele sem-na para o Senhor, ou seriam
ungiu Êmer como rei, para reinar b 
destruídos quando amadureces-
em seu lugar. sem em iniquidade; porque sobre
15 E depois de haver ungido esses, diz o Senhor, derramarei a
Êmer como rei, viveu em paz na plenitude de minha ira.
terra pelo espaço de dois anos e 21 E Êmer julgou com retidão
morreu, tendo vivido grande nú- todos os seus dias e gerou mui-
mero de dias que foram cheios de tos filhos e filhas; e gerou a Co-
tristeza. E aconteceu que Êmer riântum e ungiu Coriântum para
reinou em seu lugar e seguiu os reinar em seu lugar.
passos de seu pai. 22 E depois de haver ungido Co-
16 E o Senhor novamente come- riântum para reinar em seu lugar,
çou a retirar a maldição da terra; viveu quatro anos e viveu em paz
e a casa de Êmer prosperou gran- na terra; sim, e até viu o a Filho da
demente sob o reinado de Êmer; Retidão e regozijou-se e rejubilou-
e no espaço de sessenta e dois se em seu dia; e morreu em paz.
anos tornaram-se muito fortes, de 23 E aconteceu que Coriântum
modo que chegaram a ser imen- seguiu os passos do pai e cons-
samente ricos — truiu muitas cidades poderosas e
17 Tendo toda espécie de frutas administrou o que era bom a seu
e de grãos e de sedas e de linho povo durante todos os seus dias.
fino e de ouro e de prata e de coi- E aconteceu que não teve filhos
sas preciosas. até ficar muito idoso.
18 E também toda espécie de 24 E aconteceu que sua esposa
gado, de bois e vacas e de car- morreu com a idade de cento e
neiros e de porcos e de cabras e dois anos. E aconteceu que em sua
também muitas outras espécies de velhice Coriântum tomou para es-
animais úteis para a alimentação posa uma jovem e gerou filhos e
do homem; filhas; e viveu até a idade de cento
19 E tinham também a cavalos e quarenta e dois anos.
e jumentos; e havia elefantes e 25 E aconteceu que gerou a Com
curelons e cumons; todos eles e Com reinou em seu lugar; e ele
19 a 1 Né. 18:25. b Ét. 2:8–11.
20 a Ét. 2:15. 22 a 3 Né. 25:2.
ÉTER 9:26–10:1 588
reinou durante quarenta e nove venenosas em direção à terra do
anos e gerou a Hete; e ele também sul, que era chamada de a Zaraenla
gerou outros filhos e filhas. pelos nefitas.
26 E o povo tornara a espalhar- 32 E aconteceu que muitos de-
se por toda a face da terra e no- les morreram pelo caminho; não
vamente começou a haver grande obstante, alguns fugiram para a
iniquidade na face da terra; e Hete terra do sul.
começou a abraçar outra vez os 33 E aconteceu que o Senhor fez
planos secretos da antiguidade, com que as a serpentes já não os
para destruir o pai. perseguissem, mas que obstruís-
27 E aconteceu que ele destro- sem o caminho para que o povo
nou o pai, pois matou-o com sua não pudesse passar, a fim de que
própria espada; e reinou em seu todo aquele que tentasse passar
lugar. perecesse vitimado pelas serpen-
28 E novamente surgiram profe- tes venenosas.
tas na terra, clamando-lhes arre- 34 E aconteceu que o povo se-
pendimento — que deviam pre- guiu a trilha dos animais e de-
parar o caminho do Senhor ou vorou a carcaça dos que tinham
uma grande maldição cairia so- morrido pelo caminho, até devo-
bre a face da terra; sim, haveria rar todos. Ora, quando o povo viu
uma grande fome pela qual se- que iria perecer, começou a a arre-
riam destruídos, caso não se ar- pender-se de suas iniquidades e
rependessem. clamar ao Senhor.
29 Mas o povo não acreditou nas 35 E aconteceu que quando se
palavras dos profetas e expulsou- a 
humilharam suficientemente pe-
os; e atiraram alguns em fossos e rante o Senhor, ele mandou chu-
deixaram-nos morrer. E aconteceu vas sobre a face da terra; e o povo
que fizeram todas essas coisas de começou a reviver e principiou a
acordo com as ordens do rei, Hete. haver frutos nas regiões do norte e
30 E aconteceu que começou a em todos os países circunvizinhos.
haver grande escassez na terra E o Senhor demonstrou-lhes o seu
e os habitantes começaram a ser poder, livrando-os da fome.
destruídos rapidamente por cau-
sa da escassez, porque não chovia CAPÍTULO 10
sobre a face da Terra.
Um rei sucede a outro — Alguns dos
31 E apareceram também ser-
reis são justos, outros são iníquos —
pentes venenosas na face da ter-
Quando a retidão prevalece, o povo é
ra e envenenaram muita gente.
abençoado e o Senhor o faz prosperar.
E aconteceu que seus rebanhos
começaram a fugir das serpentes E aconteceu que Sez, que era
31 a Ômni 1:13. 34 a Al. 34:34; 35 a D&C 5:24.
33 a Núm. 21:6–9. D&C 101:8.
589 ÉTER 10:2–12
descendente de Hete — pois Hete pagar os impostos, ele atirava
havia perecido por causa da fome na prisão; e fazia com que traba-
com toda a sua casa, exceto Sez — lhassem continuamente para seu
Sez começou, portanto, a reedifi- sustento; e quem se recusasse a
car um povo destruído. trabalhar, ele condenava à morte.
2 E aconteceu que Sez se lem- 7 Assim obteve todas as suas
brou da destruição de seus pais e excelentes obras, sim, mesmo seu
edificou um reino justo; porque ouro fino ele fez com que fosse
se lembrou do que o Senhor fize- refinado nas prisões; e fez com
ra, trazendo Jarede e seu irmão que se executasse na prisão toda
a 
através do mar; e ele trilhou os espécie de trabalhos finos. E acon-
caminhos do Senhor e gerou fi- teceu que ele afligiu o povo com
lhos e filhas. sua devassidão e abominações.
3 E seu filho mais velho, cujo 8 E depois de haver ele reinado
nome era Sez, rebelou-se contra pelo espaço de quarenta e dois
ele; contudo, Sez foi ferido pela anos, o povo rebelou-se contra
mão de um ladrão em virtude de ele; e novamente começou a ha-
sua grande riqueza, o que pro- ver guerra na terra, resultando na
piciou novamente paz a seu pai. morte de Riplaquis e expulsão de
4 E aconteceu que seu pai cons- seus descendentes da terra.
truiu muitas cidades sobre a face 9  E aconteceu que depois de
da terra e o povo novamente co- muitos anos, Moriânton (sendo
meçou a espalhar-se por toda a descendente de Riplaquis) reuniu
face da terra. E Sez viveu até uma um exército de proscritos e bata-
idade muito avançada; e gerou a lhou contra o povo; e apoderou-
Riplaquis e morreu; e Riplaquis se de muitas cidades; e a guerra
reinou em seu lugar. tornou-se muito dolorosa e durou
5 E aconteceu que Riplaquis não muitos anos e ele dominou toda
fez o que era correto aos olhos do a terra e fez-se rei de toda aque-
Senhor, porque teve muitas es- la terra.
posas e a concubinas e pôs sobre 10 E depois de fazer-se rei, ali-
os ombros dos homens o que era viou a carga do povo, pelo que
difícil de suportar; sim, taxou-os obteve favor aos olhos do povo e
com pesados impostos e, com os eles ungiram-no como rei.
impostos, construiu muitos edifí- 11 E ele fez justiça ao povo, mas
cios espaçosos. não a si mesmo, por causa de sua
6 E erigiu para si mesmo um extrema devassidão; portanto, foi
magnífico trono e construiu mui- afastado da presença do Senhor.
tas prisões; e quem não se sujei- 12  E aconteceu que Moriân-
tava aos impostos, ele atirava na ton construiu muitas cidades e
prisão; e quem não conseguia o povo tornou-se muito rico sob
10 2 a Ét. 6:1–12. 5 a Jacó 3:5; Mos. 11:2.
ÉTER 10:13–25 590
seu reinado, tanto em construções morreu e Libe reinou em seu lu-
como em ouro e prata; e no culti- gar.
vo de grãos e em rebanhos e em 19 E aconteceu que Libe tam-
manadas e gado e naquelas coisas bém fez o que era bom aos olhos
que lhes haviam sido restituídas. do Senhor. E nos dias de Libe as
13 E Moriânton viveu até uma a 
serpentes venenosas foram des-
idade muito avançada e gerou a truídas. Portanto, eles foram à
Quim; e Quim reinou em lugar terra do sul, a fim de caçar e ob-
de seu pai; e reinou oito anos e ter alimento para o povo da terra,
seu pai morreu. E aconteceu que porque a região estava cheia de
Quim não reinou com retidão, animais da floresta. E o próprio
portanto, não foi favorecido pelo Libe tornou-se também um gran-
Senhor. de caçador.
14 E seu irmão rebelou-se contra 20 E construíram uma grande
ele, levando-o ao cativeiro; e ele cidade perto da faixa estreita de
permaneceu em cativeiro todos os terra, perto do lugar onde o mar
seus dias e gerou filhos e filhas no divide a terra.
cativeiro; e em sua velhice gerou 21 E conservaram a terra do sul
a Levi e morreu. desabitada, para caça. E toda a
15 E aconteceu que Levi serviu face da terra do norte estava co-
no cativeiro, depois da morte de berta de habitantes.
seu pai, pelo espaço de quarenta 22 E eram muito industriosos; e
e dois anos. E fez guerra contra o compravam e vendiam e negocia-
rei da terra, conquistando o reino vam uns com os outros, a fim de
para si próprio. obter ganhos.
16 E depois de haver conquista- 23 E trabalhavam com toda es-
do o reino para si, fez o que era pécie de minérios e faziam ouro e
reto aos olhos do Senhor e o povo prata e a ferro e latão e toda sorte
prosperou na terra; e ele viveu até de metais; e extraíam-nos da ter-
uma idade bem avançada e gerou ra; portanto, levantaram enormes
filhos e filhas; e gerou também a montes de terra para extrair miné-
Corom, a quem ungiu rei em seu rios: de ouro e de prata e de ferro
lugar. e de cobre. E faziam toda sorte de
17 E aconteceu que Corom fez o trabalhos finos.
que era bom aos olhos do Senhor 24 E tinham sedas e linho fina-
todos os seus dias; e gerou muitos mente tecido; e faziam toda es-
filhos e filhas; e depois de haver pécie de tecidos para cobrir-lhes
visto muitos dias, morreu, como a nudez.
o resto da terra; e Quis reinou em 25 E produziam todo tipo de
seu lugar. ferramentas para cultivar a terra,
18 E aconteceu que Quis também tanto para arar como para semear,
19 a Ét. 9:31. 23 a 2 Né. 5:15.
591 ÉTER 10:26–11:5
para colher e para cavar e também Com derrotou Angide e dominou
para debulhar. o restante do reino.
26 E produziam todo tipo de 33 E nos dias de Com começou a
ferramentas, com as quais traba- haver ladrões na terra; e eles ado-
lhavam com seus animais. taram os planos antigos e admi-
27 E produziam todo tipo de ar- nistraram a juramentos segundo a
mas de guerra. E faziam todo tipo maneira dos antigos; e novamente
de trabalhos de execução muito procuraram destruir o reino.
esmerada. 34 Ora, Com lutou muito contra
28 E nunca houve um povo mais eles; entretanto, não prevaleceu.
abençoado do que eles nem mais
favorecido pela mão do Senhor. CAPÍTULO 11
E estavam numa terra que fora
Guerras, dissensões e iniquidades
escolhida entre todas as outras,
dominam a vida jaredita — Profetas
porque o Senhor o dissera.
predizem a total destruição dos jaredi-
29 E aconteceu que Libe viveu
tas, a menos que se arrependam — O
muitos anos e gerou filhos e filhas;
povo rejeita as palavras dos profetas.
e gerou também a Heartom.
30 E aconteceu que Heartom rei- E apareceram também muitos
nou em lugar de seu pai. E após profetas nos dias de Com e pro-
haver Heartom reinado por vinte fetizaram a destruição daquele
e quatro anos, eis que o reino lhe grande povo, caso não se arrepen-
foi tomado. E ele serviu em cati- dessem e não se voltassem para o
veiro por muitos anos, sim, pelo Senhor e não renunciassem a seus
restante de seus dias. assassinatos e iniquidades.
31 E gerou a Hete e Hete viveu 2 E aconteceu que os profetas
todos os seus dias em cativeiro. E foram rejeitados pelo povo e fugi-
Hete gerou a Aarão e Aarão viveu ram para junto de Com em busca
em cativeiro todos os seus dias; e de proteção, porque o povo pro-
ele gerou a Amnigada e Amniga- curava destruí-los.
da também viveu todos os seus 3 E eles profetizaram muitas coi-
dias em cativeiro; e ele gerou a sas a Com; e ele foi abençoado por
Coriântum e Coriântum viveu todo o resto de seus dias.
todos os seus dias em cativeiro; e 4 E viveu até uma idade bem
ele gerou a Com. avançada e gerou a Siblom; e Si-
32 E aconteceu que Com atraiu blom reinou em seu lugar. E o ir-
para si a metade do reino. E reinou mão de Siblom rebelou-se contra
sobre a metade do reino quarenta ele e começou uma grande guerra
e dois anos e foi batalhar contra o em toda a terra.
rei Angide; e lutaram pelo espaço 5 E aconteceu que o irmão de
de muitos anos, durante os quais Siblom fez com que todos os
33 a GEE Combinações Secretas; Juramento.
ÉTER 11:6–18 592
profetas que haviam profetiza- de Aá, apoderou-se do reino; e
do a destruição do povo fossem ele também fez, em seus dias, o
executados; que era iníquo.
6 E houve grande calamidade 12 E aconteceu que nos dias
em toda a terra, pois eles haviam de Etem surgiram muitos pro-
testificado que uma grande maldi- fetas e novamente profetizaram
ção cairia sobre a terra e também ao povo; sim, profetizaram que
sobre o povo; e que haveria entre o Senhor os varreria completa-
eles uma grande destruição, como mente da face da Terra, a não ser
nunca houvera na face da terra; que se arrependessem de suas
e seus ossos tornar-se-iam como iniquidades.
a 
montes de terra sobre a face do 13 E aconteceu que o povo en-
país, a não ser que se arrependes- dureceu o coração e não a deu ou-
sem de suas iniquidades. vidos às suas palavras; e os pro-
7 E não deram ouvidos à voz do fetas prantearam e retiraram-se
Senhor, por causa de suas combi- do meio do povo.
nações iníquas; portanto, começou 14 E aconteceu que Etem julgou
a haver guerras e contendas em iniquamente todos os seus dias; e
toda a terra; e também muita fome gerou a Moron. E aconteceu que
e pestilências, de modo que hou- Moron reinou em seu lugar e Mo-
ve uma grande destruição, como ron fez o que era iníquo perante
nunca antes fora vista na face da o Senhor.
terra; e tudo isto aconteceu nos 15 E aconteceu que surgiu uma
dias de Siblom. a 
rebelião entre o povo, devido
8 E o povo começou a arrepen- àquela combinação secreta que
der-se de sua iniquidade; e quan- fora instituída com o fito de ad-
do se arrependiam, o Senhor tinha quirir poder e riquezas; e entre
a 
misericórdia deles. eles surgiu um homem poderoso
9 E aconteceu que Siblom foi em sua iniquidade e ele batalhou
morto e Sete foi posto em cati- contra Moron e dominou a meta-
veiro e viveu em cativeiro todos de do reino; e conservou a metade
os seus dias. do reino por muitos anos.
10 E aconteceu que Aá, seu filho, 16 E aconteceu que Moron o der-
apoderou-se do reino e reinou so- rotou e reconquistou o reino.
bre o povo todos os seus dias. E 17 E aconteceu que surgiu ou-
praticou toda sorte de iniquidade, tro homem poderoso; e ele era
em seus dias, causando muito der- descendente do irmão de Jarede.
ramamento de sangue; e poucos 18 E aconteceu que ele derrotou
foram os seus dias. Moron e conquistou o reino; por-
11 E Etem, sendo descendente tanto, Moron viveu em cativeiro
11 6 a Ômni 1:22; 8 a GEE Misericórdia, 13 a Mos. 16:2.
Ét. 14:21. Misericordioso. 15 a GEE Rebeldia, Rebelião.
593 ÉTER 11:19–12:6
pelo resto de seus dias; e ele gerou são essenciais à salvação — Morôni
a Coriântor. viu Jesus face a face.
19 E aconteceu que Coriântor
viveu em cativeiro todos os seus E aconteceu que Éter viveu nos
dias. dias de Coriântumr; e a Coriân-
20 E nos dias de Coriântor sur- tumr era rei de toda a terra.
giram também muitos profetas 2 E a Éter era um profeta do Se-
e profetizaram a respeito de coi- nhor; portanto, Éter surgiu nos
sas grandes e maravilhosas e cla- dias de Coriântumr e começou a
maram arrependimento ao povo, profetizar ao povo, porque não
avisando a todos que, caso não se podia ser b impedido, em virtude
arrependessem, o Senhor Deus do Espírito do Senhor que esta-
executaria a juízo contra eles até va nele.
sua completa destruição; 3 Pois a clamava desde a manhã
21 E que o Senhor Deus, por até o pôr-do-sol, exortando o povo
seu poder, enviaria ou traria a ou- a crer em Deus e a arrepender-se,
tro povo para ocupar a terra, da a fim de não ser b destruído, dizen-
mesma forma que trouxera seus do que, pela c fé, todas as coisas se
pais. cumprem.
22 E eles rejeitaram todas as pa- 4 Portanto, todos os que creem
lavras dos profetas, por causa de em Deus podem, com segurança,
sua sociedade secreta e iníquas a 
esperar por um mundo melhor,
abominações. sim, até mesmo um lugar à mão
23 E aconteceu que Coriântor ge- direita de Deus, esperança essa
rou a a Éter e morreu, tendo vivido que vem pela fé e é uma b âncora
em cativeiro todos os seus dias. para a alma dos homens, tornan-
do-os seguros e constantes, sem-
pre abundantes em c boas obras,
CAPÍTULO 12
sendo levados a d glorificar a Deus.
O profeta Éter exorta o povo a crer 5 E aconteceu que Éter profeti-
em Deus — Morôni relata as maravi- zou ao povo coisas grandes e ma-
lhas e prodígios feitos pela fé — A fé ravilhosas, nas quais não acredi-
permitiu que o irmão de Jarede visse taram porque não as viam.
Cristo — O Senhor dá fraqueza aos 6 E agora eu, Morôni, quisera fa-
homens para que sejam humildes — lar algo a respeito dessas coisas.
O irmão de Jarede moveu o Monte Ze- Quisera mostrar ao mundo que a fé
rim pela fé — Fé, esperança e caridade são coisas que se b esperam, mas
20 a GEE Julgar. En. 1:26; b Heb. 6:19.
21 a Ét. 13:20–21. Al. 43:1. c 1 Cor. 15:58.
23 a Ét. 1:6; 15:33–34. 3 a D&C 112:5. d 3 Né. 12:16.
12 1 a Ét. 13:13–31. b Ét. 11:12, 20–22. 6 a Heb. 11:1.
2 a GEE Éter. c GEE Fé. b Rom. 8:24–25.
b Jer. 20:9; 4 a GEE Esperança.
ÉTER 12:7–19 594
não se veem; portanto, não dispu-
c 
portanto, ele não apareceu senão
teis porque não vedes, porque não depois que tiveram fé.
recebeis testemunho senão depois 13 Eis que foi a fé exercida por
da d prova de vossa fé. Alma e Amuleque que fez a a pri-
7 Pois foi pela fé que Cristo apa- são ruir por terra.
receu a nossos pais depois de ha- 14 Eis que foi a fé exercida por
ver ressuscitado dentre os mortos; Néfi e Leí que operou a a transfor-
e ele não apareceu a nossos pais mação dos lamanitas, de modo
senão depois que nele tiveram fé; que foram batizados com fogo e
portanto, foi necessário que al- com o b Espírito Santo.
guns nele tivessem fé, porque ele 15 Eis que foi a fé exercida por
não se mostrou ao mundo. a 
Amon e seus irmãos que b ope-
8 Mas em virtude da fé dos ho- rou tão grande milagre entre os
mens mostrou-se ao mundo e glo- lamanitas.
rificou o nome do Pai; e preparou 16 Sim, e todos aqueles que ope-
um caminho pelo qual outros pu- raram a milagres, fizeram-no pela
dessem ser participantes do dom b 
fé, tanto os que viveram antes
celestial e tivessem esperança de de Cristo como os que viveram
coisas que não viram. depois dele.
9 Portanto, também vós podeis 17 E foi pela fé que os três dis-
ter esperança e ser participantes cípulos obtiveram a promessa de
do dom, se tão-somente tiverdes que a não provariam a morte; e eles
fé. não obtiveram a promessa senão
10 Eis que foi pela fé que os an- depois de terem fé.
tigos foram a chamados segundo 18 Ninguém, em tempo algum,
a santa ordem de Deus. fez milagres antes de exercer fé;
11 Portanto, pela fé foi dada a portanto, primeiro creram no Fi-
lei de Moisés. Pela dádiva de seu lho de Deus.
Filho, porém, Deus preparou um 19 E houve muitos cuja fé foi
a 
caminho mais excelente; e foi muito forte, a antes mesmo de
pela fé que isso se cumpriu. Cristo ter vindo, os quais não pu-
12 Pois, se não houver a fé entre deram ser impedidos de penetrar
os filhos dos homens, Deus não o b véu, mas realmente viram com
pode fazer b milagres entre eles; os próprios olhos as coisas que,
6 c Al. 32:21. Morô. 7:37; em Al. 17–26.
d 3 Né. 26:11; D&C 35:8–11. 16 a GEE Milagre.
D&C 105:19; 121:7–8. b Mt. 13:58; b Heb. 11:7–40.
10 a Al. 13:3–4. Mórm. 9:20. 17 a 3 Né. 28:7;
GEE Chamado, 13 a Al. 14:26–29. Mórm. 8:10–12.
Chamado por Deus, 14 a Hel. 5:50–52. 19 a 2 Né. 11:1–4;
Chamar. b Hel. 5:45; Jacó 4:4–5; Jar. 1:11;
11 a 1 Cor. 12:31. 3 Né. 9:20. Al. 25:15–16.
12 a 2 Né. 27:23; 15 a Al. 17:29–39. b Ét. 3:6.
Mos. 8:18; b IE como é mencionado GEE Véu.
595 ÉTER 12:20–28
antes, haviam contemplado com 24 E fizeste com que pudésse-
os olhos da fé; e regozijaram-se. mos escrever só um pouco, em
20 E eis que vimos neste regis- virtude da inabilidade de nossas
tro que um desses foi o irmão de mãos. Eis que tu não nos fizeste
Jarede; pois tão grande era sua fé poderosos na a escrita como o ir-
em Deus, que quando Deus esten- mão de Jarede, porque fizeste com
deu o a dedo, não o pôde ocultar que as coisas que ele escreveu fos-
dos olhos do irmão de Jarede, em sem poderosas como tu, a ponto
virtude da palavra que lhe disse- de dominar o homem que as lê.
ra, palavra essa que ele obtivera 25 Tu também fizeste nossas pa-
pela fé. lavras poderosas e fortes, a pon-
21 E depois de haver o irmão de to de não as podermos escrever;
Jarede visto o dedo do Senhor, em portanto, quando escrevemos,
virtude da a promessa que o irmão observamos nossa fraqueza e tro-
de Jarede obtivera pela fé, o Se- peçamos por causa da colocação
nhor nada pôde ocultar de seus de nossas palavras; e eu temo que
olhos; portanto, lhe mostrou todas os gentios a zombem de nossas
as coisas, porque ele não podia palavras.
mais ser mantido fora do b véu. 26 E depois de eu ter dito isto,
22 E foi pela fé que meus pais falou-me o Senhor, dizendo: Os
obtiveram a a promessa de que tolos a zombam, mas lamentarão;
estas coisas chegariam a seus ir- e não se aproveitarão de vossa
mãos por intermédio dos gentios; debilidade, porque minha graça
portanto, me foi ordenado pelo basta aos mansos;
Senhor, sim, pelo próprio Jesus 27 E se os homens vierem a mim,
Cristo. mostrar-lhes-ei sua a fraqueza. E
23 E eu disse-lhe: Senhor, os gen- b 
dou a fraqueza aos homens a
tios farão zombaria destas coisas, fim de que sejam humildes; e mi-
em virtude de nossa a deficiência nha c graça basta a todos os que se
na escrita; pois, Senhor, tu nos fi- d 
humilham perante mim; porque
zeste poderosos na palavra pela caso se humilhem perante mim
fé, mas não nos fizeste b poderosos e tenham fé em mim, então farei
na escrita; pois fizeste com que com que as e coisas fracas se tor-
todo este povo muito pudesse nem fortes para eles.
falar, por causa do Espírito Santo 28 Eis que mostrarei aos gentios
que lhe deste; sua fraqueza e mostrar-lhes-ei
20 a Ét. 3:4. 24 a GEE Linguagem. d Lc. 18:10–14;
21 a Ét. 3:25–26. 25 a
1 Cor. 2:14. D&C 1:28.
b Ét. 3:20; 26 a
Gál. 6:7. GEE Humildade,
D&C 67:10–13. 27 a
Jacó 4:7. Humilde, Humilhar.
22 a En. 1:13. b Êx. 4:11; e Lc. 9:46–48;
23 a Mórm. 8:17; 9:33. 1 Cor. 1:27. 2 Cor. 12:9.
b 2 Né. 33:1. c GEE Graça.
ÉTER 12:29–39 596
que fé, esperança e caridade con-
a 
34 E agora sei que esse amor a 

duzem a mim — a fonte de toda que tiveste pelos filhos dos ho-
retidão. mens é caridade; portanto, a não
29 E eu, Morôni, tendo ouvido ser que os homens tenham cari-
estas palavras, senti-me confor- dade, não poderão herdar o lu-
tado e disse: Ó Senhor, seja feita gar que preparaste nas mansões
a tua justa vontade, pois sei que de teu Pai.
ages para com os filhos dos ho- 35 Portanto, sei, pelo que dis-
mens de acordo com sua fé. seste, que se os gentios não tive-
30 Pois o irmão de Jarede disse à rem caridade em relação a nossa
montanha Zerim: a Move-te! e ela fraqueza, prová-los-ás e tirarás o
foi movida. E se ele não tivesse seu a talento, sim, mesmo aquele
tido fé, ela não se teria movido; que receberam, e dá-lo-ás aos que
portanto, tu ages depois que os tiverem mais fartamente.
homens têm fé. 36 E aconteceu que eu orei ao Se-
31 Pois assim te manifestaste a nhor a fim de que ele desse a gra-
teus discípulos; porque depois ça aos gentios, para que tenham
que eles tiveram a fé e falaram em caridade.
teu nome, tu te mostraste a eles 37 E aconteceu que o Senhor me
com grande poder. disse: Se eles não têm caridade, a
32 E também me lembro de que ti isso não importa; tu tens sido
tu disseste haver preparado para fiel; portanto, tuas vestes se tor-
o homem uma casa, sim, entre as narão a limpas. E porque viste a
a 
mansões de teu Pai, na qual o tua b fraqueza, serás fortalecido até
homem pode ter uma b esperança que te sentes no lugar que prepa-
mais excelente; portanto, o ho- rei nas mansões de meu Pai.
mem deve ter esperança; caso con- 38 E agora eu, Morôni, despeço-
trário não poderá receber uma he- me dos gentios, sim, e também
rança no lugar que tu preparaste. de meus irmãos a quem amo, até
33 E novamente me lembro de que nos encontremos perante o
que tu disseste ter a amado o mun- a 
tribunal de Cristo, onde todos
do a ponto de dar a tua vida pelo os homens saberão que minhas
mundo para tomá-la de novo, a b 
vestes não estão manchadas com
fim de preparar um lugar para os o vosso sangue.
filhos dos homens. 39 E então sabereis que a vi Jesus
28 a 1 Cor. 13; D&C 72:4; 98:18. 36 a GEE Graça.
Morô. 7:39–47. b GEE Esperança. 37 a D&C 38:42; 88:74–75;
30 a Mt. 17:20; 33 a Jo. 3:16–17. 135:4–5.
Jacó 4:6; 34 a Morô. 7:47. b Ét. 12:27.
Hel. 10:6, 9. GEE Amor; 38 a GEE Jesus Cristo — Juiz.
GEE Poder. Caridade. b Jacó 1:19.
31 a GEE Fé. 35 a Mt. 25:14–30. 39 a GEE Jesus Cristo —
32 a Jo. 14:2; GEE Dom; Aparições de Cristo
En. 1:27; Talento. após sua morte.
597 ÉTER 12:40–13:7
e que ele falou comigo face a face;b 
escolhida entre todas as outras,
e que me falou com evidente hu- uma terra escolhida do Senhor.
mildade, como um homem fala Portanto, o Senhor deseja que o
com outro, em minha própria lín- b 
sirvam todos os homens que nela
gua, a respeito destas coisas. habitarem.
40 E apenas algumas delas escre- 3 E que ela era o lugar da a Nova
vi, por causa de minha deficiência Jerusalém, que b desceria do céu,
na escrita. e o sagrado santuário do Senhor.
41 E agora vos exorto a que a bus- 4 Eis que Éter viu os dias de
queis esse Jesus sobre quem os Cristo e falou a respeito de uma
profetas e apóstolos escreveram, a a 
Nova Jerusalém nesta terra.
fim de que a graça de Deus, o Pai, 5 E falou também a respeito da
e também do Senhor Jesus Cristo casa de Israel e da a Jerusalém de
e do Espírito Santo, que dá b teste- onde b Leí viria, que, depois de
munho deles, esteja e permaneça destruída, seria reedificada, uma
em vós eternamente. Amém. cidade santa para o Senhor; por-
tanto, ela não poderia ser uma
CAPÍTULO 13 Nova Jerusalém, porque já havia
existido na antiguidade; mas seria
Éter fala de uma Nova Jerusalém a ser
reconstruída e tornar-se-ia uma
construída na América pela semente c 
cidade sagrada do Senhor; e seria
de José — Ele profetiza, é expulso,
edificada para a casa de Israel —
escreve a história jaredita e prediz a
6 E que uma a Nova Jerusalém
destruição dos jareditas — A guerra
seria construída nesta terra para
assola toda a terra.
os remanescentes da semente de
E agora eu, Morôni, prossigo, a b 
José, para o que houve um c mo-
fim de acabar meu registro a res- delo.
peito da destruição do povo sobre 7 Porque como José levou seu
o qual tenho escrito. pai para a terra do a Egito, de
2 Porque eis que rejeitaram to- modo que ele lá morreu, da mes-
das as palavras de Éter; porque ma forma o Senhor tirou da terra
ele verdadeiramente lhes falou de de Jerusalém um remanescente da
todas as coisas, desde a origem do semente de José para usar de mi-
homem; e que depois de haverem sericórdia com a descendência de
as águas a recuado da face des- José, a fim de que b não perecesse,
ta terra, ela tornou-se uma terra assim como fora misericordioso
39 b Gên. 32:30; Êx. 33:11. b Apoc. 3:12; 21:2. 84:2–5;
41 a D&C 88:63; 101:38. 4 a GEE Sião. RF 1:10.
b 3 Né. 11:32. 5 a GEE Jerusalém. b GEE José, Filho de Jacó.
13 2 a Gên. 7:11–24; 8:3. b 1 Né. 1:18–20. c Al. 46:24.
b Ét. 2:8. c Apoc. 21:10; GEE Simbolismo.
3 a 3 Né. 20:22; 21:23–24. 3 Né. 20:29–36. 7 a Gên. 46:2–7; 47:6.
GEE Nova Jerusalém. 6 a D&C 42:9; 45:66–67; b 2 Né. 3:5.
ÉTER 13:8–17 598
para com o pai de José, a fim de que diz que há os que foram pri- a 

que ele não perecesse. meiros, que serão últimos; e há


8 Portanto, os remanescentes da os que foram últimos, que serão
casa de José serão estabelecidos primeiros.
nesta a terra; e será a terra de sua 13 E estava prestes a escrever
herança; e edificarão uma cida- mais, todavia fui proibido; gran-
de sagrada para o Senhor, seme- des e maravilhosas, porém, foram
lhante à antiga Jerusalém; e b não as profecias de Éter; mas eles não
mais serão confundidos até que lhe deram valor algum e expulsa-
venha o fim, quando a Terra for ram-no; e ele ocultava-se na cavi-
consumida. dade de uma rocha durante o dia
9 E haverá um a novo céu e uma e saía durante a noite para ver as
nova Terra; e serão como os anti- coisas que ocorriam com o povo.
gos, exceto que os antigos morre- 14 E enquanto vivia na cavida-
ram e todas as coisas se tornaram de de uma rocha, fez o restante
novas. deste registro, presenciando, à
10 E vem então a Nova Jerusa- noite, as destruições que caíam
lém; e bem-aventurados os que sobre o povo.
nela habitam, porque são aqueles 15 E aconteceu que naquele mes-
cujas vestes são a branqueadas por mo ano em que ele foi expulso do
meio do sangue do Cordeiro; e meio do povo, começou a haver
são aqueles que são contados com uma grande guerra entre o povo,
os remanescentes da semente de pois houve muitos que se levanta-
José, que eram da casa de Israel. ram, que eram homens poderosos
11 E então vem também a antiga e procuravam destruir Coriân-
Jerusalém; e bem-aventurados são tumr, por meio dos seus iníquos
os seus habitantes, porque terão planos secretos sobre os quais foi
sido lavados no sangue do Cor- falado.
deiro; e são os que foram disper- 16 E então Coriântumr, haven-
sos e a coligados das quatro partes do-se instruído em todas as artes
da terra e dos b países do norte e de guerra e em todas as astúcias
participarão do cumprimento do do mundo, deu combate àqueles
convênio feito por Deus com seu que pretendiam destruí-lo.
pai c Abraão. 17 Não se arrependeu, porém,
12 E quando sucederem estas nem tampouco seus belos filhos e
coisas, cumprir-se-á a escritura filhas; nem os belos filhos e filhas
8 a GEE Terra da 10 a Apoc. 7:14; Abraâmico.
Promissão. 1 Né. 12:10–11; 12 a Mc. 10:31;
b Morô. 10:31. Al. 5:27. 1 Né. 13:42;
9 a 2 Ped. 3:10–13; 11 a GEE Israel — Coligação Jacó 5:63;
Apoc. 21:1; de Israel. D&C 90:9.
3 Né. 26:3; b D&C 133:26–35.
D&C 101:23–25. c GEE Convênio
599 ÉTER 13:18–31
de Coor; nem os belos filhos e fi- Sarede e também batalhou contra
lhas de Corior; e, em suma, não Coriântumr; e derrotou-o de tal
houve um sequer dos belos filhos forma que, no terceiro ano, redu-
e filhas, na face de toda a terra, ziu-o ao cativeiro.
que se houvesse arrependido de 24 E no quarto ano os filhos de
seus pecados. Coriântumr derrotaram Sarede
18 Portanto, aconteceu que no e reconquistaram o reino para
primeiro ano em que Éter viveu seu pai.
na cavidade da rocha, muita gen- 25 Ora, começou uma guerra em
te foi morta pela espada daquelas toda a face da terra, cada homem
a 
combinações secretas, lutando com seu bando, lutando por aqui-
contra Coriântumr a fim de con- lo que desejava.
quistar o reino. 26 E havia ladrões e, em suma,
19 E aconteceu que os filhos de toda sorte de iniquidade, em toda
Coriântumr lutaram muito e san- a face da terra.
graram muito. 27 E aconteceu que Coriântumr
20 E no segundo ano a palavra ficou muito irado com Sarede e
do Senhor chegou a Éter para que marchou contra ele com seus exér-
ele profetizasse a a Coriântumr citos, para guerreá-lo; e confron-
que, caso ele se arrependesse, bem taram-se com grande ira no vale
como toda a sua casa, o Senhor de Gilgal; e a batalha tornou-se
lhe daria o reino e pouparia o muito sangrenta.
povo — 28 E aconteceu que Sarede lutou
21 Caso contrário, eles seriam contra ele pelo espaço de três dias.
destruídos e também toda a sua E aconteceu que Coriântumr o
casa, exceto ele próprio. E ele só venceu, perseguindo-o até chegar
viveria para presenciar o cum- às planícies de Heslon.
primento das profecias a respei- 29 E aconteceu que Sarede tor-
to de a outro povo que receberia a nou a batalhar contra ele, nas pla-
terra por herança; e Coriântumr nícies; e eis que venceu Coriân-
seria enterrado por eles; e todas tumr e fê-lo recuar novamente
as almas seriam destruídas, salvo para o vale de Gilgal.
b 
Coriântumr. 30 E Coriântumr tornou a ba-
22 E aconteceu que Coriântumr talhar contra Sarede no vale de
não se arrependeu, nem sua casa Gilgal e derrotou e matou Sarede.
nem o povo; e as guerras não ces- 31 E Sarede feriu Coriântumr
saram; e procuraram matar Éter, na coxa, de modo que ele não
mas ele fugiu e tornou a esconder- voltou a batalhar pelo espaço de
se na cavidade da rocha. dois anos, tempo em que todo
23 E aconteceu que se levantou o povo na face da terra estava
18 a Ét. 8:9–26. 21 a Ômni 1:19–21; b Ét. 15:29–32.
20 a Ét. 12:1–2. Ét. 11:21.
ÉTER 14:1–14 600
derramando sangue; e ninguém noite e matou uma parte do exér-
havia que os contivesse. cito de Coriântumr, que estava
embriagada.
CAPÍTULO 14 6 E ele foi para a terra de Mo-
ron e colocou-se no trono de Co-
A iniquidade do povo traz maldi-
riântumr.
ção sobre a terra — Coriântumr faz
7 E aconteceu que Coriântumr
guerra contra Gileade, depois Libe e
permaneceu no deserto com seu
depois Siz — Sangue e carnificina
exército pelo espaço de dois anos,
cobrem a terra.
durante os quais recebeu grandes
E então começou a haver uma reforços para seu exército.
grande a maldição sobre toda a ter- 8 Ora, o irmão de Sarede, cujo
ra, devido à iniquidade do povo, nome era Gileade, também re-
de modo que se um homem deixa- cebeu grandes reforços para seu
va sua ferramenta de trabalho ou exército, por causa de combina-
sua espada sobre a prateleira ou ções secretas.
no lugar onde costumava guardá- 9 E aconteceu que o seu sumo
la, na manhã seguinte não conse- sacerdote o assassinou quando se
guia encontrá-la, tão grande era achava no trono.
a maldição sobre a terra. 10 E aconteceu que um das com-
2 Portanto, todo homem segurava binações secretas o assassinou em
nas mãos o que era seu e não pe- uma passagem secreta e tomou o
dia emprestado nem emprestava; reino para si; e seu nome era Libe;
e todo homem conservava a mão e Libe era um homem de grande
direita no punho da espada, a fim estatura, maior que qualquer ou-
de defender seus bens e a própria tro homem entre todo o povo.
vida e a vida das esposas e filhos. 11 E aconteceu que no primeiro
3 E então, depois do espaço de ano de Libe, Coriântumr subiu à
dois anos e após a morte de Sare- terra de Moron e batalhou con-
de, levantou-se o irmão de Sare- tra Libe.
de e batalhou contra Coriântumr, 12 E aconteceu que lutou com
sendo que Coriântumr o venceu e Libe e Libe golpeou-o no braço,
perseguiu até o deserto de Aquis. ferindo-o; não obstante, o exér-
4 E aconteceu que o irmão de Sa- cito de Coriântumr pressionou
rede lhe deu combate no deserto Libe, de modo que ele fugiu para
de Aquis; e a batalha tornou-se as fronteiras junto à costa.
muito sangrenta e muitos milha- 13 E aconteceu que Coriântumr
res caíram pela espada. o perseguiu; e Libe deu-lhe com-
5 E aconteceu que Coriântumr bate junto à costa.
sitiou o deserto; e o irmão de Sa- 14 E aconteceu que Libe atacou o
rede escapou do deserto durante a exército de Coriântumr, de modo
14 1 a Hel. 12:18; 13:17–23; Mórm. 1:17–18; 2:10–14.
601 ÉTER 14:15–28
que eles tornaram a fugir para o guerra, que não restou quem en-
deserto de Aquis. terrasse os mortos, mas iam de
15 E eis que Libe o perseguiu derramamento de sangue a der-
até chegar às planícies de Agós. ramamento de sangue, deixando
E Coriântumr levou consigo todo os corpos dos homens, mulheres
o povo, ao fugir de Libe naquela e crianças espalhados sobre a face
parte da terra para onde escapara. da terra, para tornarem-se presas
16 E quando chegou às planí- dos a vermes da carne.
cies de Agós, deu combate a Libe 23 E o seu cheiro espalhava-se
e golpeou-o até ele morrer; não pela face da terra; sim, por toda
obstante, o irmão de Libe veio a face da terra; de modo que o
contra Coriântumr em lugar dele povo era molestado dia e noite
e a batalha tornou-se muito san- pelo seu odor.
grenta, sendo que Coriântumr 24 Não obstante, Siz não cessava
novamente fugiu do exército do de perseguir Coriântumr, porque
irmão de Libe. havia jurado vingar-se, em Co-
17 Ora, o nome do irmão de Libe riântumr, do sangue de seu irmão
era Siz. E aconteceu que Siz perse- que fora morto; e a voz do Senhor
guiu Coriântumr e destruiu mui- dissera a Éter que Coriântumr não
tas cidades e matou tanto mulhe- cairia pela espada.
res como crianças e incendiou as 25 E assim vemos que o Senhor
cidades. os visitou na plenitude de sua ira
18 E o nome de Siz provocou e que suas iniquidades e abomi-
temor em toda a terra; sim, por nações prepararam um caminho
toda a terra correu o clamor — para sua eterna destruição.
Quem pode resistir ao exército 26 E aconteceu que Siz perseguiu
de Siz? Eis que ele varre a terra Coriântumr em direção ao leste,
diante de si! até as fronteiras junto ao mar; e lá
19 E aconteceu que o povo co- ele batalhou contra Siz pelo espa-
meçou a reunir-se em exércitos, ço de três dias.
por toda a face da terra. 27 E tão terrível foi a destrui-
20 E estavam divididos; e uma ção entre os exércitos de Siz, que
parte deles fugiu para o exército o povo começou a ter medo e a
de Siz e uma parte deles fugiu fugir diante dos exércitos de Co-
para o exército de Coriântumr. riântumr; e fugiram para a terra
21 E tão grande e duradoura foi de Corior e varreram os habitan-
a guerra e tão longo o derrama- tes diante deles, todos os que não
mento de sangue e a carnificina, quiseram juntar-se a eles.
que toda a face da terra foi coberta 28 E armaram suas tendas no
com os a corpos dos mortos. vale de Corior; e Coriântumr ar-
22 E tão rápida e acelerada foi a mou as suas tendas no vale de Sur.
21 a Ét. 11:6. 22 a Isa. 14:9–11.
ÉTER 14:29–15:8 602
Ora, o vale de Sur ficava próximo mortos pela espada e seu coração
do monte Comnor; portanto, Co- começou a entristecer-se; sim, ti-
riântumr reuniu seus exércitos nham sido mortos dois milhões
no monte Comnor e fez soar uma de homens fortes e também suas
trombeta, convidando os exércitos esposas e filhos.
de Siz à batalha. 3 Ele começou a arrepender-se
29 E aconteceu que eles avança- do mal que havia feito; e começou
ram, mas foram novamente recha- a lembrar-se das palavras que ha-
çados; e avançaram pela segunda viam sido proferidas pela boca de
vez e tornaram a ser rechaçados. todos os profetas e viu que se ha-
E aconteceu que avançaram ainda viam cumprido, até então, em to-
uma terceira vez e a batalha tor- dos os pontos; e sua alma afligiu-
nou-se muito sangrenta. se e recusou-se a ser consolada.
30 E aconteceu que Siz golpeou 4 E aconteceu que ele escreveu
Coriântumr, causando-lhe mui- uma epístola a Siz, pedindo-lhe
tos ferimentos profundos; e Co- que poupasse o povo; e ele re-
riântumr, tendo perdido sangue, nunciaria ao reino em benefício
desmaiou e foi carregado como se da vida do povo.
estivesse morto. 5 E aconteceu que quando Siz
31 Ora, a perda de homens, mu- recebeu a epístola, escreveu ou-
lheres e crianças em ambos os la- tra epístola a Coriântumr, dizen-
dos foi tamanha, que Siz ordenou do que caso ele se entregasse, de
a seu povo que não perseguisse os modo que pudesse matá-lo com
exércitos de Coriântumr; portanto, sua própria espada, pouparia a
voltaram para seu acampamento. vida do povo.
6 E aconteceu que o povo não se
CAPÍTULO 15 arrependeu de suas iniquidades;
e o povo de Coriântumr estava
Milhões de jareditas são mortos em
cheio de furor contra o povo de
batalha — Siz e Coriântumr reúnem
Siz; e o povo de Siz estava cheio
todo o povo para um combate mor-
de furor contra o povo de Coriân-
tal — O Espírito do Senhor cessa de
tumr; portanto, o povo de Siz lu-
lutar com eles — A nação jaredita é
tou contra o povo de Coriântumr.
completamente destruída — Somente
7 E quando Coriântumr viu que
Coriântumr sobrevive.
estava prestes a cair, tornou a fu-
E aconteceu que quando se re- gir do povo de Siz.
cuperou dos ferimentos, Coriân- 8 E aconteceu que chegou às
tumr começou a lembrar-se das águas de Ripliâncum que, por
a 
palavras que Éter lhe dissera. interpretação, quer dizer grande,
2 E viu que quase dois milhões ou que excede a tudo; portanto,
dos de seu povo já haviam sido quando chegaram a essas águas,
15 1 a Ét. 13:20–21.
603 ÉTER 15:9–19
armaram suas tendas; e Siz tam- no exército que desejava, com as
bém armou suas tendas perto de- esposas e filhos — tanto homens
les; e portanto, na manhã seguin- como mulheres e crianças estan-
te, foram combater. do armados com armas de guerra,
9 E aconteceu que travaram uma tendo escudos e a couraças e capa-
batalha muito sangrenta, na qual cetes; e estando vestidos com rou-
Coriântumr foi novamente ferido pas próprias para a guerra — mar-
e desmaiou, em virtude da perda charam uns contra os outros para
de sangue. batalhar; e lutaram durante todo
10 E aconteceu que os exércitos aquele dia e ninguém venceu.
de Coriântumr pressionaram os 16 E aconteceu que quando che-
exércitos de Siz e venceram-nos, gou a noite, estavam exaustos e
fazendo com que fugissem deles; retiraram-se para seus acampa-
e fugiram em direção ao sul e ar- mentos; e depois de se haverem
maram suas tendas num lugar retirado para seus acampamentos,
chamado Ogate. começaram a gemer e a lamentar a
11 E aconteceu que o exército de perda dos seus mortos; e tão altos
Coriântumr armou suas tendas no foram seus gritos, seus gemidos
monte Ramá; e era aquele mesmo e lamentos, que enchiam os ares.
monte no qual meu pai, Mórmon, 17 E aconteceu que na manhã
a 
ocultara para o Senhor os regis- seguinte voltaram a combater e
tros que eram sagrados. grande e terrível foi aquele dia;
12 E aconteceu que reuniram, de não obstante, ninguém venceu; e
toda a face da terra, todo o povo quando chegou a noite, novamen-
que não havia sido morto, com te encheram os ares com seus gri-
exceção de Éter. tos e seus gemidos e seus lamen-
13 E aconteceu que Éter viu tudo tos pela perda de seus mortos.
o que o povo fez; e viu que os que 18 E aconteceu que Coriântumr
eram a favor de Coriântumr se escreveu nova epístola a Siz, pe-
haviam unido ao exército de Co- dindo-lhe que não voltasse a ba-
riântumr; e os que eram a favor talhar, mas que tomasse o reino e
de Siz se haviam unido ao exér- poupasse a vida do povo.
cito de Siz. 19 Mas eis que o Espírito do Se-
14 Portanto, estiveram, pelo es- nhor havia deixado de lutar com
paço de quatro anos, ajuntando o eles e a Satanás dominava total-
povo, a fim de reunir todos os que mente o coração do povo; porque
se achavam sobre a face da terra, haviam sido abandonados à du-
para que recebessem toda a força reza de seus corações e à cegueira
que lhes fosse possível receber. de suas mentes, para que fossem
15 E aconteceu que quando es- destruídos; portanto, voltaram a
tavam todos reunidos, cada qual batalhar.
11 a Mórm. 6:6. 15 a Mos. 8:7–10. 19 a GEE Diabo.
ÉTER 15:20–34 604
20 E aconteceu que lutaram todo para salvar a vida; mas eis que
aquele dia e, quando chegou a Siz se levantou e também seus ho-
noite, dormiram sobre suas es- mens; e ele jurou, em sua ira, que
padas. mataria Coriântumr ou pereceria
21 E no dia seguinte lutaram até pela espada.
a noite chegar. 29 Portanto, perseguiu-os e, na
22 E quando chegou a noite, es- manhã seguinte, alcançou-os; e
tavam a embriagados de ira, da novamente lutaram com a espada.
mesma forma que um homem se E aconteceu que quando tinham
embriaga com vinho; e tornaram a 
todos caído pela espada, salvo
a dormir sobre suas espadas. Coriântumr e Siz, eis que Siz des-
23 E lutaram de novo no dia se- maiou com a perda de sangue.
guinte; e quando chegou a noite, 30 E aconteceu que Coriântumr,
haviam todos caído pela espada, depois de apoiar-se sobre a es-
à exceção de cinquenta e dois do pada para descansar um pouco,
povo de Coriântumr e sessenta e cortou a cabeça de Siz.
nove do povo de Siz. 31 E aconteceu que depois de
24 E aconteceu que dormiram haver cortado a cabeça de Siz, Siz
sobre suas espadas naquela noite levantou-se sobre as mãos e caiu;
e, na manhã seguinte, combate- e depois de haver feito um esforço
ram outra vez e lutaram tenaz- para cobrar alento, morreu.
mente com suas espadas e com 32 E aconteceu que a Coriântumr
seus escudos todo aquele dia. caiu por terra e permaneceu como
25  E quando chegou a noite, se estivesse morto.
restavam trinta e dois do povo 33 E o Senhor falou a Éter e dis-
de Siz e vinte e sete do povo de se-lhe: Vai. E ele foi e viu que as
Coriântumr. palavras do Senhor tinham sido
26 E aconteceu que comeram e todas cumpridas; e terminou seu
dormiram e prepararam-se para a 
registro (e a centésima parte não
morrer no dia seguinte. E eram escrevi); e ocultou-o de um modo
homens grandes e fortes quanto que o povo de Lími o encontrou.
à força dos homens. 34 Ora, as últimas palavras que
27 E aconteceu que lutaram pelo foram escritas por a Éter são as
espaço de três horas e desmaia- seguintes: Se o Senhor desejar
ram com a perda de sangue. que eu seja transladado ou que
28 E aconteceu que quando os eu cumpra a vontade do Senhor
homens de Coriântumr adquiri- na carne, não importa, contan-
ram força suficiente para cami- to que eu seja salvo no reino de
nhar, estavam a ponto de fugir Deus. Amém.
22 a Morô. 9:23. 33 a Mos. 8:9; 34 a Ét. 12:2.
29 a Ét. 13:20–21. Al. 37:21–31;
32 a Ômni 1:20–22. Ét. 1:1–5.
LIVRO DE MORÔNI
CAPÍTULO 1 Espírito Santo. Aproximadamente
401–421 d.C.
Morôni escreve para benefício dos
lamanitas — Os nefitas que não ne-
As palavras que Cristo disse a
gam a Cristo são mortos. Aproxima-
seus a discípulos, os doze por ele
damente 401–421 d.C.
escolhidos, quando lhes impôs

O RA, eu, a Morôni, após ha-


ver terminado o resumo do
relato do povo de Jarede, pensei
as mãos —
2 E chamou-os pelo nome, di-
zendo: Invocareis o Pai em meu
em não mais escrever; entretanto nome, em fervorosa oração; e de-
ainda não pereci; e não me dou a pois que tiverdes feito isso, tereis
conhecer aos lamanitas, para que a 
poder para b conferir o Espírito
não me matem. Santo àqueles sobre quem impu-
2 Porque eis que as a guerras en- serdes as c mãos; e em meu nome
tre eles são extraordinariamente conferi-lo-eis, pois assim fazem
violentas; e por causa de seu ódio, os meus apóstolos.
b 
matam todos os nefitas que não 3 Ora, Cristo disse-lhes estas pala-
negam a Cristo. vras quando apareceu pela primei-
3 E eu, Morôni, não a negarei a ra vez; e a multidão não as ouviu,
Cristo; portanto, ando errante por mas ouviram-nas os discípulos; e
onde posso, a fim de conservar a todos sobre quem a impuseram
minha própria vida. as mãos, desceu o Espírito Santo.
4 Escrevo, pois, algumas coisas
mais, ao contrário do que pensa- CAPÍTULO 3
va, pois supus que já não escre-
Os élderes ordenam sacerdotes e mes-
veria; escrevo, porém, mais algu-
tres pela imposição de mãos. Aproxi-
mas coisas que talvez sejam úteis
madamente 401–421 d.C.
para meus irmãos, os lamanitas,
em algum dia futuro, segundo a Maneira pela qual os discípulos,
vontade do Senhor. que eram chamados de a élderes
da igreja, b ordenavam sacerdotes
e mestres —
CAPÍTULO 2
2 Depois de haverem orado ao
Jesus deu poder aos doze discí- Pai, em nome de Cristo, impu-
pulos nefitas para conferirem o nham-lhes as mãos e diziam:
1 1 a GEE Morôni, Filho de 2 1 a 3 Né. 13:25. 3 a At. 19:6.
Mórmon. 2 a GEE Poder. 3 1 a Al. 6:1.
2 a 1 Né. 12:20–23. b 3 Né. 18:37. GEE Élder (Ancião).
b Al. 45:14. c GEE Mãos, Imposição b GEE Ordenação,
3 a Mt. 10:32–33; 3 Né. 29:5. de. Ordenar.
MORÔNI 3:3–5:2 606
3 Em nome de Jesus Cristo eu para que o comam em lembran- b 

te ordeno sacerdote (ou, se fosse ça do corpo de teu Filho e testifi-


mestre, eu te ordeno mestre), a quem a ti, ó Deus, Pai Eterno, que
fim de pregares o arrependimen- desejam tomar sobre si o c nome
to e a a remissão dos pecados por de teu Filho e recordá-lo sempre
intermédio de Jesus Cristo, pela e guardar os mandamentos que
perseverança na fé em seu nome ele lhes deu, para que possam
até o fim. Amém. ter sempre consigo o seu d Espíri-
4 E deste modo a ordenavam sa- to. Amém.
cerdotes e mestres, de acordo com
os b dons e chamados de Deus aos CAPÍTULO 5
homens; e ordenavam-nos pelo
Estabelecido o modo de administrar o
c 
poder do Espírito Santo que ne-
vinho sacramental. Aproximadamen-
les estava.
te 401–421 d.C.
CAPÍTULO 4 Maneira de administrar o vi-
a 

nho — Eis que tomavam o cálice


Explica-se como élderes e sacerdo-
e diziam:
tes administram o pão sacramental.
2 Ó Deus, Pai Eterno, nós te ro-
Aproximadamente 401–421 d.C.
gamos em nome de teu Filho, Je-
Maneira pela qual seus b élde-
a 
sus Cristo, que abençoes e santifi-
res e sacerdotes administravam ques este a vinho para as almas de
a carne e o sangue de Cristo à todos os que beberem dele, para
igreja; e eles c administravam-nos que o façam em b lembrança do
de acordo com os mandamentos sangue de teu Filho, que por eles
de Cristo. Sabemos, portanto, que foi derramado, e testifiquem a ti,
esta maneira é correta; e o élder ó Deus, Pai Eterno, que sempre se
ou o sacerdote ministrava-os — lembram dele, para que possam
2 E ajoelhavam-se com a igreja e ter consigo o seu Espírito. Amém.
oravam ao Pai, em nome de Cris-
to, dizendo:
CAPÍTULO 6
3 Ó Deus, Pai Eterno, nós te ro-
gamos em nome de teu Filho, Je- Pessoas arrependidas são batizadas
sus Cristo, que abençoes e santi- e integradas na Igreja — Membros
fiques este a pão para as almas de da Igreja que se arrependem são per-
todos os que partilharem dele, doados — Reuniões são dirigidas pelo
3 a GEE Remissão de c D&C 20:76–77. d GEE Espírito Santo.
Pecados. 3 a GEE Sacramento. 5 1 a 3 Né. 18:8–11;
4 a D&C 18:32; 20:60. b Lc. 22:19; D&C 20:78–79.
b GEE Dom. 1 Cor. 11:23–24; 2 a D&C 27:2–4.
c 1 Né. 13:37; 3 Né. 18:7. GEE Sacramento.
Morô. 6:9. c GEE Jesus Cristo — b Lc. 22:19–20;
4 1 a 3 Né. 18:1–7. Tomar sobre nós o 1 Cor. 11:25.
b GEE Élder (Ancião). nome de Jesus Cristo.
607 MORÔNI 6:1–9
poder do Espírito Santo. Aproxima- 5 E a igreja reunia-se b frequen-
a 

damente 401–421 d.C. temente para c jejuar e orar e para


falar a respeito do bem-estar de
E agora falo a respeito do a ba- suas almas.
tismo. E eis que eram batizados 6 E reuniam-se frequentemente
élderes, sacerdotes e mestres; e para partilhar o pão e o vinho, em
não eram batizados, a menos que lembrança do Senhor Jesus.
seus frutos mostrassem serem eles 7 E eram muito cuidadosos de
b 
dignos do batismo. que a não houvesse iniquidade
2 Nem recebiam pessoa alguma entre eles; e todos os que eram
para o batismo, a menos que se descobertos praticando iniqui-
apresentasse com um a coração dade e eram acusados perante os
quebrantado e um espírito contri- b 
élderes por c três testemunhas da
to e testificasse à igreja que verda- igreja e que não se arrependiam
deiramente se havia arrependido nem d confessavam, tinham os no-
de todos os seus pecados. mes e apagados e não mais eram
3 E ninguém era recebido para contados com o povo de Cristo.
batismo, a menos que a tomasse so- 8  a Sempre, porém, que se arre-
bre si o nome de Cristo, com a fir- pendiam e pediam perdão com
me resolução de servi-lo até o fim. verdadeiro intento, eram b per-
4 E depois de haverem sido re- doados.
cebidos pelo batismo, de haverem 9 E suas reuniões eram a dirigidas
sido moldados e a purificados pelo pela igreja, segundo as manifesta-
poder do Espírito Santo, eram ções do Espírito e pelo poder do
contados com o povo da igreja de b 
Espírito Santo; porque se o poder
Cristo; e seus b nomes eram regis- do Espírito Santo os levava a pre-
trados, para que fossem lembra- gar ou a exortar ou a orar ou a su-
dos e nutridos pela boa palavra plicar ou a cantar, assim o faziam.
de Deus, a fim de mantê-los no
caminho certo e mantê-los conti-
CAPÍTULO 7
nuamente c atentos à oração, d con-
fiando somente nos méritos de Convite para entrar no descanso do
Cristo, e autor e aperfeiçoador de Senhor — Orai com verdadeiro in-
sua fé. tento — O Espírito de Cristo permite
6 1 a GEE Batismo, Batizar. d 2 Né. 31:19; c D&C 42:80–81.
b GEE Dignidade, Digno. D&C 3:20. GEE Testemunha.
2 a GEE Coração e Heb. 12:2. d GEE Confessar,
Quebrantado. 5 a GEE Igreja de Jesus Confissão.
3 a GEE Jesus Cristo — Cristo. e Êx. 32:33;
Tomar sobre nós o b 3 Né. 18:22; 4 Né. 1:12; D&C 20:83.
nome de Jesus Cristo. D&C 88:76. GEE Excomunhão.
4 a GEE Pureza, Puro. c GEE Jejuar, Jejum. 8 a Mos. 26:30–31.
b D&C 20:82. 7 a D&C 20:54. b GEE Perdoar.
c Al. 34:39; b Al. 6:1. 9 a D&C 20:45; 46:2.
3 Né. 18:15–18. GEE Élder (Ancião). b GEE Espírito Santo.
MORÔNI 7:1–11 608
aos homens distinguirem o bem do 5 Porque me lembro da palavra
mal — Satanás persuade os homens de Deus, que diz que por suas
a negarem a Cristo e a praticarem o obras os a conhecereis; porque, se
mal — Os profetas anunciam a vin- suas obras forem boas, eles tam-
da de Cristo — Pela fé são realizados bém serão bons.
milagres e anjos ministram — Os ho- 6 Pois eis que Deus disse que se
mens devem ter a esperança da vida um homem é a mau, não pode pra-
eterna e apegar-se à caridade. Apro- ticar o bem; porque se ele oferece
ximadamente 401–421 d.C. uma dádiva ou b ora a Deus, a não
ser que o faça com verdadeiro in-
E agora eu, Morôni, escrevo al- tento, nada lhe aproveitará.
gumas das palavras ditas por meu 7 Porque eis que não lhe é impu-
pai, Mórmon, a respeito da a fé, tado por retidão.
esperança e caridade; pois des- 8 Pois eis que se um homem,
ta maneira ele falou ao povo, ao sendo a mau, oferece uma dádi-
ensiná-los na sinagoga que ha- va, ele o faz de b má vontade; por-
viam construído como lugar de tanto, será considerado como se
adoração. tivesse retido a dádiva; conse-
2 E agora eu, Mórmon, falo a quentemente é considerado mau
vós, meus amados irmãos; e é pela perante Deus.
graça de Deus, o Pai, e de nosso 9 E, igualmente, se um homem
Senhor Jesus Cristo e sua santa ora sem a verdadeiro intento de
vontade, devido ao dom do a cha- coração, é considerado mau, sim,
mado que me fez, que me é per- e de nada lhe aproveita, porque,
mitido falar-vos neste momento. a esse, Deus não recebe.
3 Portanto, falarei a vós que sois 10 Portanto, um homem mau
da igreja, que sois os pacíficos se- não pode fazer o bem; nem dará
guidores de Cristo e que haveis ele uma boa dádiva.
recebido esperança suficiente para 11 Porque eis que de uma a fonte
entrardes no a descanso do Senhor amarga não pode brotar água boa;
de agora em diante, até que des- nem de uma boa fonte pode bro-
canseis com ele no céu. tar água amarga; portanto, sendo
4 E agora, meus irmãos, julgo es- um homem servo do diabo, não
tas coisas a respeito de vós, devi- pode seguir a Cristo; e se ele b se-
do a vossa a conduta pacífica para gue a Cristo, não pode ser servo
com os filhos dos homens. do diabo.
7 1 a 1 Cor. 13; Descanso. b D&C 64:34.
Ét. 12:3–22, 27–37; 4 a 1 Jo. 2:6; D&C 19:23. 9 a Tg. 1:6–7; 5:16;
Morô. 8:14; 10:20–23. 5 a 3 Né. 14:15–20. Morô. 10:4.
2 a GEE Chamado, 6 a Mt. 7:15–18. 11 a Tg. 3:11–12.
Chamado por Deus, b Al. 34:28. b Mt. 6:24;
Chamar. GEE Oração. 2 Né. 31:10–13;
3 a GEE Descansar, 8 a Prov. 15:8. D&C 56:2.
609 MORÔNI 7:12–21
12 Portanto, todas as coisas boas
a 
Cristo; por conseguinte podeis
vêm de Deus; e o que é b mau vem saber, com um conhecimento per-
do diabo; porque o diabo é inimi- feito, que é de Deus.
go de Deus e luta constantemen- 17 Mas tudo que persuade o ho-
te contra ele e convida e incita a mem a praticar o a mal e a não
c 
pecar e a fazer continuamente crer em Cristo e a negá-lo e a não
o mal. servir a Deus, podeis saber, com
13 Eis, porém, que aquilo que é conhecimento perfeito, que é do
de Deus convida e impele a fazer diabo; porque é desta forma que
o bem continuamente; portanto, o diabo age, pois não persuade
tudo o que convida e a impele a quem quer que seja a fazer o bem;
fazer o bem e a amar a Deus e a não, ninguém; tampouco o fazem
servi-lo, é b inspirado por Deus. seus anjos; nem o fazem os que a
14  Portanto, tende cuidado, ele se sujeitam.
meus amados irmãos, a fim de 18 E agora, meus irmãos, vendo
que não julgueis ser de Deus o que conheceis a luz pela qual po-
que é a mau; ou ser do diabo o que deis julgar, luz essa que é a a luz
é bom e de Deus. de Cristo, tende cuidado para não
15 Pois eis que, meus irmãos, julgardes erradamente; porque
dado vos é a julgar, a fim de que com o mesmo b juízo com que jul-
possais distinguir o bem do mal; gardes, sereis também julgados.
e a maneira de julgar, para que 19 Portanto, vos suplico, irmãos,
tenhais um conhecimento perfei- que procureis diligentemente, na
to, é tão clara como a luz do dia a 
luz de Cristo, diferenciar o bem
comparada com as trevas da noite. do mal; e se vos apegardes a tudo
16 Pois eis que o a Espírito de que é bom e não o condenardes,
Cristo é concedido a todos os ho- certamente sereis b filhos de Cristo.
mens, para que eles possam b dis- 20 E agora, meus irmãos, como
tinguir o bem do mal; portanto, será possível vos apegardes a
vos mostro o modo de julgar; pois tudo que é bom?
tudo o que impele à prática do 21 E agora chegamos àquela fé
bem e persuade a crer em Cristo sobre a qual prometi falar-vos;
é enviado pelo poder e dom de e dir-vos-ei qual o caminho que
12 a Tg. 1:17; 2 Né. 15:20. 18 a Mos. 16:9;
1 Jo. 4:1–2; 15 a GEE Discernimento, D&C 50:24; 88:7–13.
Ét. 4:12. Dom de. GEE Luz, Luz de Cristo.
b Al. 5:39–42. 16 a GEE Consciência; b TJS Mt. 7:1–2
c Hel. 6:30. Luz, Luz de Cristo. (Apêndice da Bíblia);
GEE Pecado. b Gên. 3:5; Lc. 6:37;
13 a 2 Né. 33:4; 2 Né. 2:5, 18, 26; Jo. 7:24.
Ét. 8:26. Mos. 16:3; 19 a D&C 84:45–46.
b GEE Inspiração, Al. 29:5; b Mos. 15:10–12; 27:25.
Inspirar. Hel. 14:31. GEE Filhos e Filhas de
14 a Isa. 5:20; 17 a GEE Pecado. Deus.
MORÔNI 7:22–32 610
devereis seguir, para que vos ape- irmãos, cessaram os milagres a 

gueis a todas as coisas boas. porque Cristo subiu aos céus e


22 Pois eis que Deus, a conhe- sentou-se à mão direita de Deus
cendo todas as coisas, existindo para b reclamar do Pai os direitos
de eternidade em eternidade, eis de misericórdia que tem sobre os
que enviou b anjos para ministra- filhos dos homens?
rem entre os filhos dos homens e 28 Porque satisfez às exigências
darem-lhes instruções relativas à da lei e reivindica todos os que
vinda de Cristo; e em Cristo virão nele têm fé; e os que nele têm fé
todas as coisas boas. se a apegarão a tudo que é bom;
23 E Deus declarou também aos portanto, ele b advoga a causa dos
profetas, pela própria boca, que filhos dos homens; e ele habita
Cristo viria. eternamente nos céus.
24 E eis que, de diversas manei- 29 E por ter ele feito isto, meus
ras, manifestou coisas aos filhos amados irmãos, cessaram os mi-
dos homens; e eram boas; e todas lagres? Eis que vos digo que não;
as coisas boas vêm de Cristo; de tampouco os anjos cessaram
outro modo os homens estariam de ministrar entre os filhos dos
a 
decaídos e nada de bom lhes po- homens.
deria advir. 30 Pois eis que a ele estão sujei-
25 Portanto, pelo ministério de tos, para ministrarem de acordo
a 
anjos e por toda palavra que pro- com a palavra de sua ordem, ma-
cedia da boca de Deus, começa- nifestando-se aos que têm uma fé
ram os homens a exercer fé em vigorosa e uma mente firme em
Cristo; e assim, pela fé, apegaram- toda forma de santidade.
se a todas as coisas boas; e assim 31 E o ofício de seu ministério
foi até a vinda de Cristo. é chamar os homens ao arrepen-
26 E depois que ele veio, os ho- dimento e cumprir e realizar a
mens também foram salvos pela obra dos convênios que o Pai fez
fé em seu nome; e pela fé tor- com os filhos dos homens, a fim
nam-se os filhos de Deus. E tão de preparar o caminho entre os
certo como Cristo vive, falou ele filhos dos homens, declarando a
a nossos pais, dizendo: a Tudo o palavra de Cristo aos vasos esco-
que for bom, se pedirdes ao Pai lhidos do Senhor, para que deem
em meu nome, com fé e crendo testemunho dele.
que recebereis, eis que vos será 32 E assim fazendo, o Senhor
concedido. Deus prepara o caminho para que
27  Portanto, meus amados o resto dos homens tenham a fé
22 a GEE Trindade. 26 a 3 Né. 18:20. 28 a Rom. 12:9;
b Mois. 5:58. GEE Oração. D&C 98:11.
GEE Anjos. 27 a GEE Milagre. b 1 Jo. 2:1; 2 Né. 2:9.
24 a 2 Né. 2:5. b Isa. 53:12; GEE Advogado.
25 a Al. 12:28–30. Mos. 14:12. 32 a GEE Fé.
611 MORÔNI 7:33–43
em Cristo, a fim de que o Espíri- cessado, porque é por causa da
to Santo tenha lugar no coração b 
descrença; e tudo é vão.
deles segundo seu poder; e desta 38 Porque, de acordo com as pa-
maneira cumpre o Pai os convê- lavras de Cristo, nenhum homem
nios que fez com os filhos dos pode ser salvo, a não ser que te-
homens. nha fé em seu nome; portanto, se
33 E Cristo disse: a Se tiverdes fé estas coisas houverem cessado,
em mim, tereis poder para fazer então a fé também cessou; e ter-
tudo quanto me parecer b conve- rível é o estado do homem, pois
niente. é como se não tivesse havido re-
34 E ele disse: a Arrependei-vos denção.
todos vós, confins da Terra; e vin- 39  Mas eis, meus amados ir-
de a mim e sede batizados em mãos, que espero coisas melho-
meu nome e tende fé em mim, res de vós, pois julgo que tendes
para que sejais salvos. fé em Cristo em virtude da vossa
35 E agora, meus amados ir- humildade; pois se nele não ten-
mãos, se estas coisas sobre as des fé, não sois a dignos de ser con-
quais vos falei forem verdadei- tados com o povo de sua igreja.
ras — e Deus vos mostrará com 40 E novamente, meus amados
a 
poder e grande glória, no último irmãos, gostaria de falar-vos so-
b 
dia, que elas são verdadeiras — e bre a a esperança. Como podeis
se elas são verdadeiras, cessaram alcançar a fé a não ser que tenhais
os dias de milagres? esperança?
36 Ou deixaram os anjos de apa- 41 E o que é que deveis a espe-
recer aos filhos dos homens? Ou rar? Eis que vos digo que deveis
a 
negou-lhes ele o poder do Espí- ter b esperança de que, por inter-
rito Santo? Ou fará ele isso en- médio da expiação de Cristo e do
quanto durar o tempo ou existir poder da sua ressurreição, sereis
a Terra ou existir na face da Terra ressuscitados para a c vida eterna;
um homem para ser salvo? e isto por causa da vossa fé nele,
37 Eis que vos digo: Não; por- de acordo com a promessa.
que é pela fé que os a milagres são 42 Portanto, se um homem tem
realizados; e é pela fé que os anjos a 
fé, ele b tem que ter esperança;
aparecem e ministram entre os ho- porque sem fé não pode haver
mens; portanto, ai dos filhos dos qualquer esperança.
homens se estas coisas tiverem 43 E novamente, eis que vos digo
33 a Mt. 17:20. Mórm. 9:20; Jacó 4:4;
b D&C 88:64–65. Ét. 12:12–18. Al. 25:16;
34 a 3 Né. 27:20; b Morô. 10:19–24. Morô. 9:25.
Ét. 4:18. 39 a GEE Dignidade, Digno. c GEE Vida eterna.
35 a 2 Né. 33:11. 40 a Ét. 12:4. 42 a GEE Fé.
b D&C 35:8. GEE Esperança. b Morô. 10:20.
36 a Morô. 10:4–5, 7, 19. 41 a D&C 138:14.
37 a Mt. 13:58; b Tit. 1:2;
MORÔNI 7:44–8:3 612
que ele não pode ter fé nem espe- energia de vosso coração, que
rança sem que seja a manso e hu- sejais cheios desse amor que ele
milde de coração. concedeu a todos os que são ver-
44 Sem isso sua a fé e esperança dadeiros b seguidores de seu Filho,
são vãs, porque ninguém é acei- Jesus Cristo; que vos torneis os
tável perante Deus, a não ser os filhos de Deus; que quando ele
humildes e brandos de coração; e aparecer, c sejamos como ele, por-
se um homem é humilde e brando que o veremos como ele é; que
de coração e b confessa, pelo poder tenhamos esta esperança; que se-
do Espírito Santo, que Jesus é o jamos d purificados, como ele é
Cristo, ele precisa ter caridade; puro. Amém.
pois se não tem caridade, nada é;
portanto, ele precisa ter caridade. CAPÍTULO 8
45 E a a caridade é sofredora e é
O batismo de crianças pequenas é
benigna e não é b invejosa e não se
uma abominação maligna  — As
ensoberbece; não busca seus in-
criancinhas estão vivas em Cristo
teresses, não se irrita facilmente,
por causa da Expiação — Fé, arre-
não suspeita mal e não se regozija
pendimento, mansidão e humildade,
com a iniquidade, mas regozija-se
recebimento do Espírito Santo e per-
com a verdade; tudo sofre, tudo
severança até o fim, levam à salvação.
crê, tudo espera, tudo suporta.
Aproximadamente 401–421 d.C.
46 De modo que, meus amados
irmãos, se não tendes caridade, Uma epístola de meu a pai, Mór-
nada sois, porque a caridade nun- mon, escrita a mim, Morôni; e ela
ca falha. Portanto, apegai-vos à foi-me escrita logo após meu cha-
caridade, que é, de todas, a maior, mado para o ministério. E desta
porque todas as coisas hão de fa- maneira ele me escreveu:
lhar — 2  Meu amado filho Morôni:
47  Mas a a caridade é o puro Alegra-me muito que teu Senhor
b 
amor de Cristo e permanece Jesus Cristo, lembrando-se de ti,
para sempre; e para todos os que tenha-te chamado para seu mi-
a possuírem, no último dia tudo nistério e para sua obra sagrada.
estará bem. 3 Lembro-me sempre de ti em
48 Portanto, meus amados ir- minhas orações, rogando constan-
mãos, a rogai ao Pai, com toda a temente a Deus, o Pai, em nome
43 a GEE Mansidão, Manso, b GEE Inveja. Obedecer, Obediência,
Mansuetude. 47 a 2 Né. 26:30. Obediente.
44 a Al. 7:24; GEE Caridade. c 1 Jo. 3:1–3;
Ét. 12:28–34. b Jos. 22:5. 3 Né. 27:27.
b Lc. 12:8–9. GEE Amor. d 3 Né. 19:28–29.
GEE Confessar, 48 a GEE Oração. GEE Pureza, Puro.
Confissão; b GEE Jesus Cristo — 8 1 a Pal. Mórm. 1:1.
Testemunho. Exemplo de Jesus
45 a 1 Cor. 13. Cristo;
613 MORÔNI 8:4–13
de seu Santo Filho Jesus, que ele, Adão é delas removida por mi-
e 

por sua infinita a bondade e b graça, nha causa, de modo que sobre elas
te conserve constante na fé em seu não tem poder; e a lei da f circunci-
nome até o fim. são foi abolida por minha causa.
4 E agora, meu filho, falo-te a 9 E desta maneira o Espírito San-
respeito de uma coisa que me afli- to manifestou-me a palavra de
ge extremamente; pois aflige-me Deus; portanto, meu amado filho,
que surjam a disputas no meio de sei que é um sério escárnio peran-
vós. te Deus batizar criancinhas.
5 Pois, se eu soube a verdade, 10 Eis que te digo que isto deve-
tem havido disputas no meio de rás ensinar — arrependimento e
vós relativas ao batismo de vossas batismo aos que são a responsáveis
criancinhas. e capazes de cometer pecados;
6 E agora, meu filho, desejo que sim, ensina aos pais que devem
vos esforceis muito para que esse arrepender-se e ser batizados e
grave erro seja removido de vosso tornar-se humildes como as suas
meio; porque é com essa intenção b 
criancinhas; e serão todos salvos
que escrevo esta epístola. com suas criancinhas.
7 Pois imediatamente após saber 11 E suas a criancinhas não neces-
destas coisas sobre vós, inquiri sitam de arrependimento nem de
o Senhor a respeito do assunto. batismo. Eis que batismo é para
E pelo poder do Espírito Santo arrependimento, a fim de que se
veio a mim a a palavra do Senhor, cumpram os mandamentos para
dizendo: a b remissão de pecados.
8 Ouve as palavras de Cristo, 12 As a criancinhas, porém, estão
teu Redentor, teu Senhor e teu vivas em Cristo desde a funda-
Deus. Eis que vim ao mundo, não ção do mundo; se não for assim,
para chamar os justos, mas os pe- Deus é um Deus parcial e também
cadores, ao arrependimento; os um Deus variável, que faz b acep-
a 
sãos não necessitam de médico, ção de pessoas; porque quan-
mas sim os que estão doentes; tas criancinhas morreram sem
portanto, as b criancinhas são c sãs, batismo!
por serem incapazes de cometer 13 Portanto, se as criancinhas
d 
pecado; portanto, a maldição de não podiam ser salvas sem
3 a Mos. 4:11. GEE Queda de Adão 11 a GEE Batismo, Batizar —
b GEE Graça. e Eva. Requisitos do batismo;
4 a 3 Né. 11:22, 28; 18:34. f Gên. 17:10–11. Criança(s);
7 a GEE Palavra de Deus. GEE Circuncisão. Filho(s).
8 a Mc. 2:17. 10 a GEE Prestar Contas, b GEE Remissão de
b Mc. 10:13–16. Responsabilidade, Pecados.
c Mos. 3:16; Responsável. 12 a D&C 29:46–47; 93:38.
D&C 74:7. b GEE Criança(s); b Ef. 6:9;
d GEE Pecado. Humildade, Humilde, 2 Né. 26:33;
e 2 Né. 2:25–27. Humilhar. D&C 38:16.
MORÔNI 8:14–24 614
batismo, devem ter ido para um 19 E as criancinhas não podem
a 

inferno sem fim. arrepender-se; portanto, é grande


14 Eis que vos digo que aquele iniquidade negar-lhes as puras
que pensa que as criancinhas ne- misericórdias de Deus, porque
cessitam de batismo, está no fel estão todas vivas nele, em virtude
da amargura e nos laços da ini- de sua b misericórdia.
quidade; porque não tem a fé nem 20 E aquele que diz que as crian-
esperança nem caridade; portanto, cinhas necessitam de batismo,
se morrer com esse pensamento, nega as misericórdias de Cristo e
deverá ir para o inferno. despreza a sua a expiação e o po-
15 Pois é grande iniquidade su- der de sua redenção.
por que Deus salva uma criança 21 Ai desses, porque estão em
em virtude do batismo, ao passo perigo de morte, a inferno e b tor-
que outra deve perecer por não mento sem fim. Digo isto destemi-
ter sido batizada. damente; Deus ordenou-me. Ouvi
16 E ai daqueles que pervertem estas palavras e atentai para elas;
os caminhos do Senhor dessa ma- caso contrário, elas testificarão
neira, porque perecerão, a não ser contra vós no c tribunal de Cristo.
que se arrependam! Eis que falo 22 Porque eis que todas as crian-
ousadamente, tendo a autoridade cinhas estão a vivas em Cristo, as-
de Deus; e não temo o que o ho- sim como todos os que estão sem
mem possa fazer, porque o perfei- a b lei, porque o poder da c reden-
to b amor c lança fora todo o medo. ção atua sobre todos os que não
17 E estou cheio de a caridade, têm lei; portanto, o que não foi
que é amor eterno; portanto, to- condenado, ou seja, o que não
das as criancinhas são iguais para está sob condenação, não pode
mim; amo as b criancinhas, portan- arrepender-se; e para tal o batismo
to, com um perfeito amor; e elas de nada serve —
são todas iguais e participantes 23 Mas é escárnio perante Deus
da salvação. negar as misericórdias de Cristo
18 Pois sei que Deus não é um e o poder do seu Santo Espírito
Deus parcial nem um ser variável; e depositar confiança em a obras
mas é a imutável, de b eternidade a mortas.
eternidade. 24 Eis que, meu filho, isto não
14 a 1 Cor. 13; Ét. 12:6; GEE Trindade. D&C 19:10–12.
Morô. 7:25–28; b Morô. 7:22. c GEE Jesus Cristo — Juiz.
10:20–23. 19 a Lc. 18:15–17. 22 a GEE Salvação —
16 a GEE Autoridade. b GEE Misericórdia, Salvação das
b GEE Amor. Misericordioso. criancinhas.
c 1 Jo. 4:18. 20 a GEE Expiação, Expiar; b At. 17:30;
17 a GEE Caridade. Plano de Redenção. D&C 76:71–72.
b Mos. 3:16–19. 21 a GEE Inferno. c GEE Redenção,
18 a Al. 7:20; b Jacó 6:10; Redimido, Redimir.
Mórm. 9:9. Mos. 28:3; 23 a D&C 22:2.
615 MORÔNI 8:25–9:3
deve ser assim, porque o arre- a 
filho, logo haverão de perecer, em
pendimento é para os que estão cumprimento às profecias feitas
sob condenação e sob a maldição pelos profetas, bem como às pa-
de uma lei violada. lavras do próprio Salvador.
25 E o primeiro fruto do a ar- 30 Adeus, meu filho, até que
rependimento é o b batismo; e o eu te escreva ou volte a ver-te.
batismo vem pela fé, para cum- Amém.
prirem-se os mandamentos; e o
cumprimento dos mandamentos
A segunda epístola de Mórmon a
traz c remissão de pecados.
seu filho Morôni.
26 E a remissão de pecados traz
a 
mansidão e humildade; e a man- Abrange o capítulo 9.
sidão e a humildade resultam na
presença do b Espírito Santo, o CAPÍTULO 9
c 
Consolador, que nos enche de
Tanto os nefitas como os lamanitas
d 
esperança e perfeito e amor, amor
tornaram-se depravados e degenera-
que se conserva pela f diligência
dos — Torturam-se e assassinam-se
na g oração até que venha o fim,
uns aos outros — Mórmon ora para
quando todos os h santos habita-
que a graça e a bondade descansem
rão com Deus.
sobre Morôni para sempre. Aproxi-
27 Eis que, meu filho, eu te es-
madamente 401 d.C.
creverei novamente, caso não saia
logo contra os lamanitas. Eis que o Meu amado filho, torno a escre-
a 
orgulho desta nação, ou seja, do ver-te a fim de que saibas que
povo nefita, mostrou ser a sua des- ainda estou vivo; mas escrevo
truição, caso não se arrependam. algumas coisas que são penosas.
28 Ora por eles, meu filho, para 2 Porque eis que tive uma vio-
que se arrependam. Mas eis que lenta batalha com os lamanitas,
temo que o Espírito tenha cessado na qual não saímos vencedores;
de a lutar com eles; e nesta parte da e Arqueantus caiu pela espada,
terra estão também procurando assim como Lurã e Enron; sim,
derrubar todo poder e autorida- e perdemos grande número de
de que vem de Deus; e b negam o nossos melhores homens.
Espírito Santo. 3 E agora eis que temo, meu filho,
29 E depois de haverem recusa- que os lamanitas destruam este
do tão grande conhecimento, meu povo; porque não se arrependem e
24 a GEE Arrepender-se, 26 a GEE Mansidão, Manso, g GEE Oração.
Arrependimento. Mansuetude. h GEE Santo (substantivo).
25 a GEE Batismo, Batizar — b GEE Espírito Santo. 27 a D&C 38:39.
Requisitos do batismo. c GEE Consolador. GEE Orgulho.
b Mois. 6:58–60. d GEE Esperança. 28 a Mórm. 5:16.
c D&C 76:52. e 1 Ped. 1:22; b Al. 39:6.
GEE Remissão de 1 Né. 11:22–25. GEE Pecado
Pecados. f GEE Diligência. Imperdoável.
MORÔNI 9:4–16 616
Satanás instiga-os constantemente 9 E apesar desta monstruosa
à ira, uns contra os outros. abominação dos lamanitas, ela
4 Eis que estou labutando com não excede a de nosso povo em
eles continuamente; e quando lhes Moriântum. Pois eis que muitas
transmito a palavra de Deus com das filhas dos lamanitas foram
a 
rigor, eles tremem e enraivecem- aprisionadas; e depois de tê-las
se contra mim; e quando não uso despojado daquilo que é mais caro
de rigor, endurecem o coração e precioso do que tudo, que é a
contra a palavra de Deus; portan- a 
castidade e a b virtude —
to, temo que o Espírito do Senhor 10 E depois de haverem feito
tenha deixado de b lutar com eles. isso, mataram-nas da mais cruel
5 Porque se encolerizam tanto, maneira, torturando-lhes o corpo
que me parece não terem medo até a morte; e depois de fazerem
da morte; e perderam o amor uns isso, devoram-lhes a carne como
pelos outros e têm a sede de san- feras selvagens, por causa da du-
gue e vingança continuamente. reza de seu coração; e fazem-no
6 E agora, meu amado filho, ape- como prova de bravura.
sar da dureza deles, trabalhemos 11 Ó, meu amado filho, como
a 
diligentemente; porque, se dei- pode um povo como este, que está
xarmos de b trabalhar, estaremos sem civilização —
sob condenação; porque enquanto 12 (E não faz muitos anos, era
habitarmos este tabernáculo de um povo civilizado e agradável)
barro, temos uma obra a executar, 13 Mas, ó meu filho, como pode
para vencermos o inimigo de toda um povo como este, que se deleita
a retidão e para que nossa alma com tanta abominação —
descanse no reino de Deus. 14 Como podemos nós esperar
7 E agora escrevo algo relativo que Deus a detenha sua mão em
ao sofrimento deste povo. Porque, juízo contra nós?
segundo as notícias que recebi 15 Eis que meu coração clama: Ai
de Amoron, eis que os lamanitas deste povo! Vem julgá-lo, ó Deus;
têm muitos prisioneiros, que eles e oculta seus pecados e iniquida-
tiraram da torre de Serriza; e ha- des e abominações de tua face!
via homens, mulheres e crianças. 16 E, meu filho, há muitas a viú-
8 E eles mataram os maridos e os vas que permanecem em Serriza
pais dessas mulheres e crianças; e com as filhas; e a parte das pro-
alimentam as mulheres com a car- visões que os lamanitas não leva-
ne de seus maridos e as crianças ram, eis que a levou o exército de
com a carne de seus pais; e não lhes Zênefi, deixando que elas andem
dão mais que um pouco de água. errantes em busca de alimentos;
9 4 a 2 Né. 1:26–27; 6 a GEE Diligência. 9 a GEE Castidade.
D&C 121:41–43. b Jacó 1:19; b GEE Virtude.
b D&C 1:33. En. 1:20. 14 a Al. 10:23.
5 a Mórm. 4:11–12. GEE Dever. 16 a GEE Viúva.
617 MORÔNI 9:17–26
e muitas mulheres idosas desfa- testemunhares a volta de seu povo
lecem pelo caminho e morrem. a ele ou sua completa destruição;
17 E o exército que está comigo porque sei que todos devem pere-
é fraco; e os exércitos dos lamani- cer, a menos que se b arrependam
tas separam-me de Serriza e todos e voltem para ele.
os que fugiram para o exército de 23 E se perecerem, será como
a 
Aarão caíram, vítimas de sua es- com os jareditas, devido à obsti-
pantosa brutalidade. nação de seus corações, a buscando
18 Oh! A depravação de meu sangue e b vingança.
povo! Eles não têm ordem nem 24 E se eles perecerem, sabemos
misericórdia. Eis que não sou mais que muitos de nossos irmãos se
que um homem e não tenho mais a 
passaram para os lamanitas e
que a força de um homem; e já não muitos mais ainda se passarão;
posso fazer com que executem por isso escreve mais algumas
minhas ordens. coisas, se fores poupado e se eu
19 E tornaram-se fortes em sua perecer sem que te veja; tenho fé,
perversão; e são igualmente bru- porém, de que logo te verei, por-
tais, a ninguém poupando, nem que tenho registros sagrados que
velhos nem jovens; e deleitam- te desejaria b confiar.
se em tudo que não é bom; e o 25 Sê fiel em Cristo, meu filho; e
sofrimento de nossas mulheres e oxalá não te aflijam as coisas que
crianças sobre toda a face desta te escrevi, a ponto de causar-te a
terra excede a tudo; sim, a lín- morte, mas possa Cristo animar-
gua não o pode narrar nem pode te; e os seus a sofrimentos e a sua
ser escrito. morte e a manifestação do seu
20 E agora, meu filho, já não que- corpo a nossos pais e sua mise-
ro falar sobre esta horrível cena. ricórdia e longanimidade e a es-
Eis que conheces a iniquidade des- perança de sua glória e da b vida
te povo; tu sabes que não têm prin- eterna permaneçam em tua c men-
cípios nem sentimentos; e sua ini- te para sempre.
quidade a excede à dos lamanitas. 26 E que a graça de Deus, o Pai,
21 Eis que, meu filho, não posso cujo trono se acha nas alturas dos
recomendá-los a Deus, para que céus, e de nosso Senhor Jesus Cris-
ele não me castigue. to, que se assenta à a mão direi-
22 Mas eis, meu filho, que te ta de seu poder até que todas as
recomendo a Deus e confio em coisas se sujeitem a ele, te acom-
Cristo que tu serás salvo; e rogo panhe e permaneça contigo para
a Deus que te a poupe a vida para sempre. Amém.
17 a Mórm. 2:9. 23 a Mórm. 4:11–12. b GEE Vida eterna.
20 a Hel. 6:34–35. b Ét. 15:15–31. c GEE Mente.
22 a Mórm. 8:3. 24 a Al. 45:14. 26 a Lc. 22:69;
b Mal. 3:7; Hel. 13:11; b Mórm. 6:6. At. 7:55–56;
3 Né. 10:6; 24:7. 25 a GEE Expiação, Expiar. Mos. 5:9; Al. 28:12.
MORÔNI 10:1–10 618
CAPÍTULO 10 Cristo, se estas coisas não são ver-
b 

dadeiras; e se perguntardes com


O testemunho do Livro de Mórmon é
um c coração sincero e com d real
recebido pelo poder do Espírito San-
intenção, tendo e fé em Cristo, ele
to — Os dons do Espírito são conce-
vos f manifestará a g verdade delas
didos aos fiéis — Os dons espirituais
pelo poder do Espírito Santo.
sempre acompanham a fé — As pala-
5 E pelo poder do Espírito Santo
vras de Morôni falam do pó — Vinde
podeis a saber a b verdade de todas
a Cristo, aperfeiçoai-vos Nele e san-
as coisas.
tificai vossa alma. Aproximadamente
6 E tudo o que é bom, é justo e
421 d.C.
verdadeiro; portanto, nada que é
Agora eu, Morôni, escrevo algo bom nega o Cristo, mas reconhe-
que me parece bom; e escrevo ce que ele é.
a meus irmãos, os a lamanitas; e 7 E pelo poder do Espírito Santo
quero que saibam que se passa- podeis saber que ele é; portanto,
ram mais de quatrocentos e vinte eu vos exorto a não negardes o
anos desde que foi dado o sinal da poder de Deus, pois ele opera com
vinda de Cristo. poder, a de acordo com a fé dos fi-
2 E depois de vos dizer algumas lhos dos homens, o mesmo hoje e
palavras a título de exortação, a se- amanhã e para sempre.
larei estes registros. 8 E novamente vos exorto, meus
3 Eis que desejo exortar-vos, irmãos, a não negardes os a dons
quando lerdes estas coisas, caso de Deus, pois eles são muitos; e
Deus julgue prudente que as eles vêm do mesmo Deus. E de
leiais, a vos lembrardes de quão b 
diversas maneiras são esses dons
misericordioso tem sido o Senhor administrados; mas é o mesmo
para com os filhos dos homens, Deus que opera tudo em tudo; e
desde a criação de Adão até a hora eles são dados pelas manifesta-
em que receberdes estas coisas, e ções do Espírito de Deus aos ho-
a a meditardes sobre isto em vos- mens, para beneficiá-los.
so b coração. 9 Pois a a um é dado b ensinar,
4 E quando receberdes estas coi- pelo Espírito de Deus, a palavra
sas, eu vos exorto a a perguntardes de sabedoria;
a Deus, o Pai Eterno, em nome de 10 E a outro, ensinar a palavra
10 1 a D&C 10:48. Mos. 1:6; GEE Discernimento,
2 a Mórm. 8:4, 13–14. Ét. 4:10–11; 5:3. Dom de;
GEE Escrituras — c GEE Honestidade, Testemunho.
Profecias a respeito de Honesto. b Jo. 8:32.
escrituras futuras. d Tg. 1:5–7; 7 a 1 Né. 10:17–19.
3 a Deut. 11:18–19. Morô. 7:9. 8 a GEE Dons do Espírito.
GEE Ponderar. e GEE Fé. b D&C 46:15.
b Deut. 6:6–7. f GEE Revelação. 9 a 1 Cor. 12:8–11;
4 a GEE Oração. g GEE Verdade. D&C 46:8–29.
b 1 Né. 13:39; 14:30; 5 a D&C 35:19. b D&C 88:77–79, 118.
619 MORÔNI 10:11–27
de conhecimento, pelo mesmo é preciso haver esperança; e se é
Espírito; preciso haver esperança, é preciso
11 E a outro, a fé extraordinária; também haver caridade.
e a outro, os dons de b cura, pelo 21 E a não ser que tenhais a cari-
mesmo Espírito; dade, não podeis de modo algum
12 E também a outro, poder para ser salvos no reino de Deus; tam-
operar grandes a milagres. pouco podeis ser salvos no reino
13 E também a outro, profetizar de Deus se não tendes fé e se não
a respeito de todas as coisas; tendes esperança.
14 E também a outro, ver anjos 22 E se não tendes esperança,
e espíritos ministradores. deveis estar em desespero; e o
15 E também a outro, todos os desespero vem por causa da ini-
tipos de línguas; quidade.
16 E também a outro, a interpre- 23 E verdadeiramente Cristo dis-
tação de idiomas e de diversos se a nossos pais: a Se tendes fé, po-
tipos de a línguas. deis fazer todas as coisas que me
17  E todos esses dons são são convenientes.
dados pelo Espírito de Cristo; e 24 E agora falo a todos os confins
são dados a cada homem indivi- da Terra — se chegar o dia em que
dualmente, de acordo com a sua o poder e os dons de Deus desapa-
vontade. recerem do meio de vós, será a por
18 E eu desejaria exortar-vos, causa de b incredulidade.
meus amados irmãos, a vos lem- 25 E ai dos filhos dos homens, se
brardes de que a toda boa dádiva for esse o caso; porque a não have-
vem de Cristo. rá entre vós quem pratique o bem;
19 E desejaria exortar-vos, meus não, ninguém. Porque se houver
amados irmãos, a vos lembrardes alguém entre vós que faça o bem,
de que ele é o a mesmo ontem, hoje ele o fará pelo poder e pelos dons
e para sempre; e que todos esses de Deus.
dons dos quais falei, que são es- 26 E ai daqueles que fizerem ces-
pirituais, nunca desaparecerão sar estas coisas e morrerem, por-
enquanto o mundo existir, a não que a morrerão em seus b pecados
ser pela b incredulidade dos filhos e não poderão ser salvos no reino
dos homens. de Deus; e digo isto de acordo com
20 Portanto, é preciso haver a fé; as palavras de Cristo e não minto.
e se é preciso haver fé, também 27 E exorto-vos a que recordeis
11 a GEE Fé. 20 a Ét. 12:3–37. 25 a TJS Salm. 14:1–7
b GEE Curar, Curas. 21 a 1 Cor. 13; (Apêndice da Bíblia);
12 a GEE Milagre. Morô. 7:1, 42–48. Rom. 3:10–12.
16 a GEE Línguas, Dom das. GEE Caridade. 26 a Eze. 18:26–27;
18 a Tg. 1:17. 23 a Morô. 7:33. 1 Né. 15:32–33;
19 a Heb. 13:8. 24 a Morô. 7:37. Mos. 15:26.
b Morô. 7:37. b GEE Incredulidade. b Jo. 8:21.
MORÔNI 10:28–34 620
estas coisas; porque se aproxima 32 Sim, vinde a Cristo, sede
a  b 

rapidamente a hora em que sa- aperfeiçoados nele e negai-vos a


bereis que não minto, pois ver- toda iniquidade; e se vos negar-
me-eis no tribunal de Deus; e o des a toda iniquidade e c amardes
Senhor Deus dir-vos-á: Não vos a Deus com todo o vosso poder,
anunciei minhas a palavras, que mente e força, então sua graça vos
foram escritas por este homem será suficiente; e por sua graça
como alguém que b clamasse den- podeis ser perfeitos em Cristo;
tre os mortos, sim, como alguém e se pela d graça de Deus fordes
que falasse do c pó? perfeitos em Cristo, não podereis,
28 Eu anuncio estas coisas para de modo algum, negar o poder
cumprimento das profecias. E eis de Deus.
que elas sairão da boca do Deus 33 E novamente, se pela graça de
Eterno; e sua palavra a sibilará de Deus fordes perfeitos em Cristo e
geração em geração. não negardes o seu poder, então
29 E Deus mostrar-vos-á que sereis a santificados em Cristo pela
aquilo que escrevi é verdadeiro. graça de Deus, por meio do der-
30 E novamente desejo exortar- ramamento do b sangue de Cristo,
vos a a virdes a Cristo e a vos ape- que está no convênio do Pai para
gardes a toda boa dádiva; e a b não a c remissão de vossos pecados,
tocardes nem na dádiva má nem a fim de que vos torneis d santos,
no que é impuro. sem mácula.
31 E a desperta e levanta-te do pó, 34 E agora me despeço de todos.
ó Jerusalém; sim, e veste-te com Logo irei a descansar no b paraíso
teus vestidos formosos, ó filha de Deus, até que meu c espírito e
de b Sião; e c fortalece tuas d esta- meu corpo tornem a d unir-se e
cas e alarga tuas fronteiras para eu seja carregado triunfante pelo
sempre, a fim de que já e não sejas e 
ar, para encontrar-me convosco
confundida, para que se cumpram no f agradável tribunal do grande
os convênios que o Pai Eterno fez g 
Jeová, o h Juiz Eterno tanto dos
contigo, ó casa de Israel! vivos como dos mortos. Amém.
27 a 2 Né. 33:10–11. d GEE Estaca. c GEE Remissão de
b 2 Né. 3:19–20; 27:13; e Ét. 13:8. Pecados.
33:13; 32 a Mt. 11:28; d GEE Santidade.
Mórm. 9:30. 2 Né. 26:33; Jacó 1:7; 34 a GEE Descansar,
c Isa. 29:4. Ômni 1:26. Descanso.
28 a 2 Né. 29:2. b Mt. 5:48; b GEE Paraíso.
30 a 1 Né. 6:4; 3 Né. 12:48. c GEE Espírito.
Mórm. 9:27; Ét. 5:5. GEE Perfeito. d GEE Ressurreição.
b Al. 5:57. c D&C 4:2; 59:5–6. e 1 Tess. 4:17.
31 a Isa. 52:1–2. d 2 Né. 25:23. f Jacó 6:13.
b GEE Sião. 33 a GEE Santificação. g GEE Jeová.
c Isa. 54:2. b GEE Expiação, Expiar. h GEE Jesus Cristo — Juiz.

FIM

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