Você está na página 1de 2

O texto trata do âmbito dos estudos da tradução.

Ou seja, define o que deve ser estudado na


área de estudos da tradução. O Holmes cria o mapa dos estudos da tradução e divide a
disciplina entre os estudos puros e os aplicados. Ele dá mais atenção aos estudos puros, que
ele divide em “teóricos” e “descritivos”.

Ramo teórico:

O termo “teoria da tradução” é usado por Holmes para se referir ao estudos da tradução
teóricos, que tem por objetivo desenvolver uma teoria completa e inclusiva que acomode o
maior número de elementos possíveis para poder explicar e prever todos os fenômenos que
pertençam a tradução e ao traduzir, excluindo todos os fenômenos que não pertençam a
tradução e ao traduzir. Mas, o próprio Holmes admite que seria uma teoria muito formalizada
e extremamente complexa.

Para o Peter Newmark, que vai ser explicado mais a fundo no capítulo 2, teoria da tradução
deveria focar num conjunto de tarefas específicos numa ocasião e que deveria ser útil para
praticar tradução e treinar tradutores. Essa abordagem é típica dos estudos teóricos na
linguística, se focando em questões como equivalência das palavras.

Ramo descritivo:

No mapa do Holmes o outro ramo é o descritivo, que foi muito investigado pelo Gideon Toury.

Os primeiros trabalhos do Toury partem da teoria dos polissistemas do Itamar Even-Zohar, que
estudou obras de literatura traduzidas como um sistema que se relacionavam dinamicamente
com o sistema-fonte. Traduções foram estudadas, não como textos isolados, mas dentro do
contexto cultural, literário e sócio-histórico.

O foco deixou de ser “X tem que ser traduzido como Y” para ser “no texto A, produzido dentro
de certas condições e restrições B, X é traduzido como Y”. No trabalho do Toury, o conceito
central é o de “normas” que operam no processo de tradução, desde a escolha de textos à
serem traduzidos até as escolhas textuais na página.

Essas “normas” estão ligadas à “regularidade de comportamento” (1), então o ramo descritivo
está orientado na observação do comportamento tradutório em um corpo de textos
traduzidos, usando uma metodologia replicável que permite que generalizações possam ser
feitas. Essas generalizações podem levar a formulação de “leis” de tradução. Assim, “no texto
A, produzido dentro de certas condições e restrições B, X é traduzido como Y” passa a ser “em
textos do tipo A, produzido dentro de condições e restrições B, X vai ser provavelmente
traduzido como Y”. As duas leis propostas por Toury são um tanto gerais e experimentais, mas
o trabalho dele tem sido crucial em prover uma metodologia firme e uma orientação pros
estudos baseado na examinação de textos fonte e alvo.
(1) Migo, o que eu entendi com essa “regularidade de comportamento” é que trata das
escolhas do tradutores num texto. Observando essas escolhas, ele propõe as “leis”. No
Munday 2008, diz que essas normas são específicas de uma cultura, sociedade e
tempo; e que seriam generalizações de decisões feitas no processo tradutório que
revelariam tendências que serviriam no futuro para a formação de leis prováveis na
tradução.

Você também pode gostar