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Apostila AAPII PDF
Apostila AAPII PDF
INSTITUTO DE BIOLOGIA
DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA
CURSO DE ZOOTECNIA
PELOTAS, 2010
2
SUMÁRIO
1) Introdução.............................................................................................................. 03
4) Aves:
Bibliografia consultada............................................................................................ 70
3
1) INTRODUÇÃO
A anatomia é um ramo do conhecimento que estuda a forma, a disposição e a
estrutura dos componentes dos seres vivos. O termo de origem grega significa “cortar
fora, dissecar”, por isso que um cadáver é o meio mais tradicional de estudá-la, além de
ser primordial.
Nesta disciplina estudaremos a anatomia macroscópica, pois as estruturas
poderão ser observadas a olho nu, e através da anatomia sistemática. Esta anatomia
sistemática estuda os grupos de órgãos que estejam estreitamente relacionadas em suas
atividades no corpo. A anatomia sistemática está dividida nas seguintes partes:
- Osteologia: estuda os ossos que compõem o esqueleto.
- Sindesmologia: estuda as articulações.
- Miologia: estuda os músculos.
- Neurologia: estuda o sistema nervoso: central e periférico.
- Angiologia: estuda o coração e vasos (artérias, veia e linfático).
- Esplancnologia: estuda as vísceras que compõem os sistemas localizados
dentro do corpo. Ex: sistema digestório, respiratório, genital, tegumentar...
- Estesiologia: estuda os órgãos do sentido, como olho e orelha.
Termos anatômicos gerais que indicam a posição (local) e direção das partes do
corpo dos animais.
CRANIAL E CAUDAL: indica a direção ou a maior aproximação da cabeça ou cauda.
DORSAL E VENTRAL: indica a direção próxima ao dorso ou ventre (abdomem).
LATERAL E MEDIAL: estrutura distante ou afastada do plano mediano.
ROSTRAL: na direção próxima ao focinho, usado somente na cabeça.
PROXIMAL E DISTAL: próximo a raiz ou origem principal, utilizado em membros.
PARIETAL E VISCERAL: parietal se refere a face da estrutura que está em direção a
parede da cavidade, visceral se refere a face que está voltada para outra víscera.
CORTICAL E MEDULAR: cortical é a camada mais externa e medular é a camada
mais interna e têm relação com órgãos como os rins.
INTERNO E EXTERNO, SUPERFICIL E PROFUNDO: tem o significado do termo.
Nos membros: abaixo do carpo: dorsal e palmar; abaixo do tarso: dorsal e plantar.
CONSTITUIÇÃO GERAL:
O corpo dos vertebrados tem como unidade anátomo-funcional a célula. Um
conjunto de células da mesma natureza forma um tecido. A união de tecidos diferentes
forma um órgão. Diversos órgãos reunidos podem formar um sistema ou aparelho.
Desenho esquemático
mostrando os planos
anatômicos. Fonte 3.
4
neurônio
Cel. de Schwann
Fibra mielínica (nervos)
dendritos
Corno dorsal
Corno lateral
Corno ventral
Medula espinhal
Encéfalo ...
Central
Sistema (SNC) Medula espinhal
Nervoso
Meninges: Duramáter, Aracnóide e Piamáter
Fonte 6
Encéfalo
2
9
4
6
5
10 3 1
Tálamo (6)
Diencéfalo Epitálamo (corpo pineal)
(III ventr.) Hipotálamo: hipófise (7)
Prosencéfalo
+ evoluído
Telencéfalo Hemisférios cerebrais (8)
(Ventr. Lateral) Hipocampo (9)
Rinencéfalo (10)
1) cerebelo
5 2) medula oblonga
3) pirâmide
4 4) corpo trapezóide
1
3 5) ponte
1
2 6) medula espinhal
2 6
5
6
3 3
4 4
2 2 5
1 1
A
11 12
13
6
5
12
7 1
8
9 4
10
2
14
3
Telencéfalo:
1) hipocampo
1 2) ventrículo
lateral
2
Vista medial do
encéfalo do
eqüino.
1
Vista dorsal do encéfalo de
ovino com secção frontal,
passando pelo interior dos
2 ventrículos laterais:
3
4 4 1) córtex cerebral
2) hipocampo
3
3) ventrículos laterais
2 (plexo corióide)
1 4) corpo caloso
11
Meninges
São membranas que envolvem todo o SNC (encéfalo e medula espinhal),
formando um estojo de proteção traumática para o frágil tecido nervoso central.
Também tem função de evitar infecções, pois contém anticorpos. Existem três
meninges, as quais denominamos da mais externa para a mais interna de Dura-
máter, Aracnóide e Pia-máter.
DURA-MÁTER: é a mais externa das meninges, apresenta uma cor clara, é bastante
espessa e vascularizada. Acha-se aplicada diretamente contra os ossos que formam a
cavidade craniana e canal vertebral. É constituída de uma lâmina externa e outra
interna, que estão bem unidas dentro da cavidade craniana. Ao nível do canal
vertebral estas membranas se separam deixando um espaço entre elas, chamado
espaço epidural ou extradural, sendo preenchido por tecido adiposo e vasos
sanguíneos.
ARACNÓIDE: membrana fina e delicada constituída de filamentos que se
assemelham à teia de aranha. Está entre a dura-máter e a pia-máter.
PIA-MÁTER: adere diretamente ao sistema nervoso central, colocando-se dentro
das depressões e sulcos.
Líquido cérebro-espinhal ou líquor:
É formado pelos plexos corióides (emaranhado de vasos sanguíneos cobertos pela
pia-máter) localizados no IV ventrículo, III ventrículo e ventrículos laterais a partir
do sangue. Constitui-se de um filtrado sanguíneo com grande quantidade de
anticorpos para defesa do organismo. Este líquido circula no IV ventrículo,
aqueduto cerebral, III ventrículo, ventrículos laterais e no canal central da medula.
Irrigação encefálica
O encéfalo tem como fonte de suprimento
sanguíneo as artérias carótidas internas
(fonte principal) e vertebrais (fonte
secundária) nos animais de produção, como
eqüinos, ruminantes e suínos. As artérias
carótidas internas chegam à base do encéfalo
através do forame lacero, na altura da
hipófise. Fonte 10 e figuras acima fonte 6.
12
Medula Espinhal
É uma estrutura alongada, mais ou menos cilíndrica, com achatamentos dorso
ventral e algumas variações de forma e tamanho. Começa no nível do forame magno
e está em conexão direta com a medula oblonga, rostralmente e se estende até a
metade da região sacral. As variações mais importantes são os espessamentos
(intumescências) das partes que dão origem aos nervos que suprem os membros
torácicos e pélvicos, e o afilamento final caudal (cone medular). A intumescência
cervical é o ponto de origem dos nervos que vão inervar o membro torácico, e da
intumescência lombossacral partem os nervos para o membro pélvico e cavidade
pélvica. A medula está dividida em 4 regiões correspondente as da coluna vertebral.
É formada por 2 tipos de substâncias, branca por fora e cinzenta por dentro. Através
de um corte transversal pode-se observar que a substancia cinzenta tem formato de
H e á perfurada, na linha média, por um pequeno canal central. No final da medula
espinhal temos uma leve dilatação chamada cone medular, da onde parte vários
nervos espinhais em desnível com os espaços intervertebrais, chamado cauda
eqüina.
Fonte 6
Nervos espinhais
FORMAÇÃO DOS NERVOS ESPINHAIS:
Os nervos espinhais são formados por uma raiz dorsal (sensitiva) e outra raiz ventral
(motora), a partir do H medular. Após formarem o tronco saem do canal vertebral
pelos orifícios intervertebrais ou vertebrais laterais, dividindo-se num ramo dorsal
curto e ramo ventral longo.
Nervos espinhais:
N. ciático
Fonte 3.
Nervos cranianos:
O encéfalo possui 12 pares de vias nervosas que o relacionam com órgãos
periféricos sem a participação da medula espinhal, sendo chamados de nervos
encefálicos ou cranianos. São representados por números romanos. Tem uma
sensibilidade especial. Tem sua origem aparente no tronco encefálico, sendo o IV
par (troclear) o único a sair pela face dorsal do encéfalo. Estão presentes nesse
numero a partir dos anfíbios.
Fonte 9.
17
Legenda:
Desenho esquemático da
vista lateral direita das
cavidades torácica e
abdominal do bovino.
Fonte 10.
Fonte 10
Fonte 10
20
coana
brônquio
cav. faringe principal
nasal
esôfago
narina
laringe
língua
traquéia
pulmão
Fonte 1
NARINAS
Consistem externamente de pele, uma camada média de osso (suíno) ou
cartilagem e uma membrana mucosa, além dos músculos nasais que regulam a abertura
das narinas. Os músculos do nariz e os lábios superiores atuam juntos para dilatar as
narinas, que são utilizados na respiração trabalhosa ou quando o animal está farejando.
São bem desenvolvidos no eqüino e podem transformar normalmente as narinas
semilunares em circulares. A convexidade dorsal da narina se dá pela presença da
cartilagem alar.
21
EQUINO
BOVINO SUÍNO
Fonte 3 e 6.
CAVIDADE NASAL
A cavidade nasal se comunica rostralmente com o exterior através das narinas e
caudalmente com a faringe através das coanas e o palato duro separa a cavidade oral da
nasal. É dividida em porções:
Porção rostral: estreita e revestida por mucosa.
Porção média: é a maior e contém as conchas nasais, porção resporatória.
Porção caudal: é pequena e contém as conchas etmoidais, porção olfatória.
CONCHAS NASAIS: dorsal (maior de todas) e ventral.
As conchas nasais dorsal e ventral dividem a cavidade nasal em meatos: dorsal, médio,
ventral e comum. As conchas nasais são separadas pelo septo nasal, que fica sobre o
osso vômer.
VISTA ROSTROCAUDAL
DA FACE DE UM EQUINO
Fonte 10.
1 septo nasal
36 meato nasal dorsal
35 meato nasal médio
34 meato nasal ventral
33 meato nasal comum
38 concha nasal dorsal
37 concha nasal ventral
22
esôfago
traquéia
FARINGE
É uma cavidade músculo-membranosa comum aos sistemas digestório e
respiratório. Comunica-se com a cavidade bucal, esôfago, cavidade nasal e laringe.
LARINGE
É um tubo músculo-cartilaginoso curto, que conecta a faringe com a traquéia e
contém o órgão da fonação (cordas vocais). Sua porção rostral é fechada na deglutição
para proteger a traquéia e os pulmões, caso algo passe teremos a tosse (defesa do
organismo) ou pneumonia por corpo estranho.
Formada por cartilagens e estas estão conectadas umas as outras no osso hióide e
na traquéia pelos ligamentos e músculos, podendo ossificar com a idade. Apresenta no
seu interior o órgão fonador dos mamíferos, as cordas vocais ou pregas vocais.
5 LARINGE DE EQUINO
ÍMPARES:
4
1 CRICÓIDE
2 TIREÓIDE
2 3 EPIGLOTE
3 PARES
1 4 ARITENÓIDES
6 5 CORNICULADAS
6 CUNEIFORMES fica na
base da epiglote
Fonte 12.
23
Corda ou prega
Vocal
Direita
Fonte 4.
TRAQUÉIA
PULMÕES
Fonte 3 e 6
Sistema Circulatório
Estuda o coração, os vasos da base, suas ramificações e a circulação sanguínea
propriamente dita.
CORAÇÃO
É um órgão muscular oco que bombeia sangue continuamente através dos vasos
sanguíneos para todo o organismo. Seu tamanho é variável entre as espécies, está
localizado na cavidade torácica, ocupa o mediastino médio, 60% do seu volume estão
voltados mais para o lado esquerdo da cavidade e se localiza entre a terceira e sexta
costelas, ficando cranialmente ao diafragma.
Realiza os movimentos de sístole (contração) e diástole (dilatação) nas câmeras
cardíacas em sincronia. Está dividido em dois átrios e dois ventrículos.
Apresenta: BASE: apresenta as raízes dos grandes vasos que chegam e saem do
coração. ÁPICE: apoiado sobre o osso esterno. FACES: Direita: sulco subsinuoso;
Esquerda: sulco paraconal. BORDOS: cranial (ventrículo direito) e caudal (ventrículo
esquerdo). *** sulco coronário: indica a separação entre os átrios e os ventrículos. Os
sulcos são ocupados pelos vasos coronários que irrigam e drenam o coração.
A cavidade cardíaca está divida por septos, que separam os átrios e os
ventrículos. O coração e os vasos da base estão envoltos por uma “bolsa” fibroserosa
chamada de pericádio. As camadas do coração são:
Epicárdio: membrana serosa que reveste externamente o coração.
Miocárdio: é o músculo cardíaco, sendo a porção contrátil do coração.
Endocárdio: reveste internamente o coração, sendo também uma membrana serosa.
ÁTRIO DIREITO (AD): porção mais dorsal e cranial do coração, onde chegam
as veias cavas cranial (trazendo sangue pobre em oxigênio da cabeça, pescoço e
membro torácico) e caudal (trazendo também sangue pobre em oxigênio da cavidade
abdominal, pélvica e membro pélvico).
VENTRÍCULO DIREITO (VD): óstio átrio ventricular ocupado pela valva
tricúspide, estando presa aos músculos papilares. Saída da artéria pulmonar levando o
sangue pobre em oxigênio para os pulmões para ocorrer a troca gasosa.
ÁTRIO ESQUERDO (AE): porção mais dorsal e caudal do coração, onde
chegam as veias pulmonares provenientes dos pulmões trazendo sangue rico em
oxigênio, podem ser de 5 a 8.
VENTRICULO ESQUERDO (VE): óstio átrio ventricular ocupado pela valva
bicúspide ou mitral, também presa aos músculos papilares. Saída da artéria aorta
levando o sangue rico em oxigênio para o corpo todo. Forma o ápice cardíaco.
Miocárdio bem mais espesso.
26
** Na base das artérias pulmonar e aorta temos a presença de valvas, que também não
deixam o sangue refluir. Recebem o nome do próprio vaso: valva pulmonar e valva
aórtica. Ambas tem formato de meia lua e são formadas por 3 cúspides.
CIRCULAÇÃO DO SANGUE:
Chega ao átrio direito através das veias cavas (cranial e caudal), passa para o ventrículo
direito através da valva tricúspide e sai do mesmo através da artéria pulmonar para os
pulmões. Após a hematose (troca gasosa) sai dos pulmões através das veias pulmonares
até ao átrio esquerdo, passa para o ventrículo esquerdo através da valva bicúspide ou
mitral e sai do mesmo pela artéria aorta para todo o corpo.
PEQUENA CIRCULAÇÃO OU
CIRCULAÇÃO PULMONAR:
CORAÇÃO—PULMÕES—CORAÇÃO
VD — ARTÉRIA PULMONAR —
PULMÕES — VEIAS PULMONARES
— AE.
GRANDE CIRCULAÇÃO OU
CIRCULAÇÃO SISTÊMICA:
CORAÇÃO—CORPO—CORAÇÃO
Fonte 6 e 12
Lado direito do
coração do eqüino
Lado esquerdo do
coração do eqüino
Lado direito do coração do eqüino aberto, Lado esquerdo do coração do eqüino aberto,
mostrando o átrio e o ventrículo mostrando o átrio e o ventrículo
internamente e a valva tricúspide internamente e a valva bicúspide
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CIRCULAÇÃO FETAL
Durante o período em que o feto permanece no interior do útero materno há a
necessidade constante de oxigenação de seu sangue para que ocorra o seu
desenvolvimento. Como não há funcionamento pulmonar, o oxigênio deve provir da
mãe através da placenta ao cordão umbilical do feto. Este cordão umbilical é
formado de uma veia umbilical, duas artérias umbilicais e o úraco (orifício presente
na bexiga do feto). Pela veia umbilical circula sangue rico em oxigênio e nas artérias
sangue pobre em oxigênio. Fonte 6.
29
Sistema Linfático
Linfocentro brônquico
e linfocentro
mediastínico do
eqüino.
30
Fonte 3 e 6
31
Lábios: servem como órgãos de sucção, apreensão e toque. São duas pregas
musculomembranosas que circundam a abertura da boca e se unem lateralmente
formando as comissuras labiais. Estas, por sua vez, são bastante amplas nos caninos e
suínos, chegando aos dentes molares. Os lábios dos eqüinos, ovinos, caprinos e
carnívoros são igualmente móveis enquanto que dos bovinos e suínos não possuem
muita liberdade de movimento.
Gengivas: é parte da mucosa oral, formada de tecido conjuntivo fibroso denso, está
unida intimamente ao periósteo dos processos alveolares (envolvendo o colo do dente) e
nos ruminantes, devido a ausência de dentes incisivos superiores, encontramos o
chamado pulvino dental ou almofada dental.
Palato duro: forma o teto da cavidade oral, formado pelo processo palatino do maxilar
com o processo palatino do osso incisivo e o osso palatino. Está dividido centralmente
em dois segmentos simétricos pela rafe palatina, com rugas palatinas
transversalmente. Caudalmente ao primeiro par de dentes incisivos superiores ou da
almofada dental nos ruminantes temos a papila incisiva que é a abertura do órgão
vomeronasal (quando sentimos o cheiro de algum alimento e com isso o gosto deste
alimento na boca).
Palato mole: é uma prega musculomembranosa que se continua pelo palato duro. O
eqüino apresenta um palato mole excepcionalmente grande, sendo impossível a espécie
respirar pela boca (como nos cães) ou vomitar pela boca (saindo o conteúdo pelas
narinas).
Língua: órgão muito móvel, sendo essencial para a apreensão do alimento (pastagem
alta, principalmente nos ruminantes), na sucção do leite pelo filhote e na sucção de
líquidos pelos carnívoros. Sustentada por músculos e pelo osso hióide. È importante
para mastigação e deglutição, empurrando o bolo alimentar insalivado para a faringe.
32
Algumas espécies usam a língua para se coçar ou se limpar (felinos). Nos cães, quando
estão ofegantes ocorre perda de calor através da língua, atuando na termorregulação.
Apresenta papilas que são: filiformes e lenticulares (cornificação das filiformes, só
presente nos ruminantes estando sobre o toro lingual) com função mecânica;
fungiformes, valadas e folhadas com função gustatória. Apresenta, apenas nos
ruminantes, uma elevação caudal de forma elíptica, o que se chama de toro da língua.
Dentes: principais órgãos da mastigação. É formado por três substâncias esmalte (mais
externa, é o branco do dente), dentina e cemento (mais interna). Apresentam duas
dentições com dentes decíduos e permanentes. Dividem-se em incisivos, caninos, pré-
molares e molares. Característica principal nos ruminantes: sem dentes incisivos
superiores. Fórmula dentária permanente:
Ruminantes 2 (I 0/3, C 0/1, PM 3/3, M 3/3) = 32 dentes.
Eqüino macho: 2 (I 3/3, C 1/1, PM 3 (4)/3, M 3/3) = 40-42 dentes
Eqüino fêmea: 2 (I 3/3, C 0/0, PM 3 (4)/3, M 3/3) = 36-38 dentes
Suíno: 2 (I 3/3, C 1/1, PM 4/4, M 3/3) = 44 dentes
Eqüino
Suíno
Fonte 2
cranial
Desenho esquemático
da vista dorsal das
cavidades torácica e
abdominal do bovino,
sendo retirada a
coluna vertebral e
costelas: fonte 3
1) 1ª costela
2) Coração
3) Pulmão
4) Diafragma
5) Esôfago
6) Retículo
7) Baço
8) Fígado
9) Omaso
10) Abomaso
11) Rumem
12) Duodeno
13) Intestino
caudal
Rúmem (pança)
Saco imenso, que ocupa maior porção da cavidade abdominal, se localiza do
lado esquerdo, vai do diafragma até a entrada da cavidade pélvica e apresenta uma face
parietal e outra visceral. Está dividido em dois sacos: um dorsal e outro ventral através
dos sulcos longitudinais (direito e esquerdo), sulco cranial e sulco caudal. É uma câmara
de fermentação com bactérias que desdobram a celulose em componentes metabólicos.
O esôfago chega à junção entre o rumem e o retículo, em um orifício chamado cárdia.
Internamente esses sulcos correspondem a pilares que recebem os mesmos nomes dos
sulcos. A mucosa do rumem apresenta papilas grandes e cônicas. Observa-se
internamente também um orifício de comunicação entre o rumem e o reticulo chamado
orifício ruminorreticular.
Retículo (barrete)
É o compartimento mais cranial, tem formato arredondado, situa-se entre o
diafragma e o rumem, é o menor dos compartimentos, funciona como uma “bomba” que
envia o alimento para o rumem, através do orifício ruminorreticular, para ser misturado
ou para ser remastigado e tem uma mucosa em formato de favo de mel. Apresenta ainda
um sulco chamado reticular que vai do cárdia até o óstio reticuloomasal, sendo essa a
primeira parte da goteira esofágica ou sulco gástrico. Este sulco conduz liquido do
esôfago até o omaso. *** Em caso de ingestão de corpo estranho, este poderá ocasionar
a chamada reticulite pericardite traumática, devido a sua proximidade do coração
(apenas o diafragma os separam).
38
Omaso (folhoso)
No bovino é um órgão esférico e nos pequenos ruminantes é menor que o
retículo. Fica a direita do plano mediano. Relaciona-se: craniodorsalmente com o
fígado, ventralmente com o retículo e abomaso e caudalmente com o jejuno.
Internamente apresenta pregas longitudinais de tamanhos variados e um sulco omasal,
que se estende do orifício reticuloomasal até o orifício omasoabomasal, compondo a
segunda parte da goteira esofágica ou sulco gástrico. Este sulco gástrico conduz
liquido diretamente do esôfago até o abomaso, sendo isso de extrema importância
durante a amamentação.
Abomaso (coagulador)
É o mais distal, é o estômago verdadeiro, tem formato de saco curvo, apresenta
uma mucosa glandular com glândulas cárdicas, fúndicas e pilóricas e apresenta o óstio
omasoabomasal e o piloro, que se relaciona com o duodeno (primeira porção do
intestino delgado).
Dorsal
Ventral
Fonte 10
INTESTINO DELGADO
Duodeno: é a primeira porção do intestino delgado, tem um metro de comprimento
no eqüino e 60cm no suíno e nele chegam às enzimas produzidas pelo fígado e
pâncreas através de seus condutos nas papilas duodenais maior e menor. Apresenta a
flexura duodenal cranial e duodenal caudal.
Jejuno: é a maior porção do intestino delgado, tem as alças intestinais em formato
de leque, ocupa a porção ventral da cavidade abdominal e tem em torno de 20
metros de comprimento no eqüino e 15m no suíno.
Íleo: é a porção terminal do intestino delgado. Faz a conexão com o intestino
grosso, pois se termina na junção cecocólica (papila ileal), formando o orifício ileal.
1
2
40
Desenho esquemático da
Fonte 12
cavidade abdominal do
suíno, duodeno.
INTESTINO GROSSO
Tem cerca de 7 à 8m de comprimento no eqüino e de 4 à 5 m no suíno. Difere do
intestino delgado por ter maior diâmetro e no eqüino por ter pregas e saculações e
tem a função absorver água do conteúdo fecal.
Ceco: no eqüino é um saco cego que tem formato de uma grande vírgula e é onde
ocorre a absorção dos nutrientes. No suíno não é tão desenvolvido e se localiza do
lado esquerdo da cavidade abdominal, sendo o contrário no eqüino. No eqüino
apresenta a divisão de base, corpo e ápice, estando esse último voltado
ventralmente, para o assoalho da cavidade abdominal. Já no suíno não têm essa
divisão marcante e o seu ápice também está voltado ventralmente, mas seu restante
está bem dorsal a cavidade abdominal.
Cólon: Eqüino: cólon maior (semelhante ao cólon ascendente), cólon transverso e
cólon menor (semelhante ao cólon descendente). Cólon maior começa no óstio
cecocólico e termina no cólon transverso. Apresenta divisão em direita e esquerda e
ainda flexuras. Suíno: cólon ascendente, com alças centrípetas e centrifugas, cólon
transverso e cólon descendente.
Reto: porção terminal do intestino grosso, estendendo-se da entrada da pelve até o
ânus. Seu comprimento é de mais ou menos 30cm. A porção retroperitonial forma
uma dilatação denominada de ampola do reto e termina numa projeção muscular
denominada ânus.
INTESTINO DELGADO:
Duodeno: tem em torno de 1 metro de comprimento, situa-se do lado direito da
cavidade abdominal, apresenta uma primeira porção em formato de “S”, chamada alça
sigmóide; após apresenta um segmento descendente, uma flexura caudal e um segmento
ascendente. Nos ruminantes apresenta uma papila duodenal maior, onde desembocam o
colédoco e o ducto pancreático principal e, mais caudalmente, uma papila duodenal
menor, onde desemboca o ducto pancreático acessório. Preso por um mesentério curto,
com isso tem pouca mobilidade.
Jejuno: é a porção mais longa, seu mesentério é longo e constitui as alças em forma de
leque. Ocupa a porção ventral da cavidade abdominal e apresenta 20 metros de
comprimento nos grandes animais.
Íleo: porção terminal do intestino delgado; termina na junção cecocólica do intestino
grosso, formando o orifício ileocecal e tem uma parede muscular mais grossa que a do
jejuno.
42
INTESTINO GROSSO:
Apresenta um diâmetro um pouco maior que o intestino delgado, vai do íleo até o ânus,
tem cerca de 7,5 a 8 metros de comprimento e não apresenta tênias ou saculações.
Ceco: tem um comprimento de 75 cm nos bovinos e 30 cm nos pequenos ruminantes; é
um fundo de saco cego, cuja extremidade caudal está voltada caudodorsalmente até a
entrada da pelve.
Cólon: começa a partir do orifício cecocólico; está dividido em cólon ascendente,
transverso e descendente, sendo que o cólon ascendente apresenta: alça proximal, alça
espiral (com giros centrípetos, uma flexura central e giros centrífugos) e alça distal.
Reto: porção terminal do intestino grosso, indo desde a entrada da pelve até o ânus. Nos
bovinos, principalmente, apresenta as paredes bastante distendidas, permitindo ampla
área de palpação.
1) abomaso
2) duodeno descendente
3) flexura sigmóide
4) duodeno descendente
5) flexura duodenal caudal
6) duodeno ascendente
7) 8) jejuno
9) íleo
10) ceco
11) junção cecocólica
12) 13) alça proximal
14) 15)16)17) alça espiral
18) 19) alça distal
20) cólon transverso
21) cólon descendente
23) reto
BOVINO
FÍGADO:
É a maior glândula do corpo, se localiza do lado direito da cavidade abdominal
(nos ruminantes, eqüino e suíno), está voltado para o diafragma e se estende
ventralmente até a altura do rim direito, indo em direção ao assoalho da cavidade
abdominal.
Apresenta função exócrina e endócrina. Função exócrina é a secreção de bile no
duodeno para a digestão dos ácidos graxos; Funções endócrinas são: reserva de
glicogênio, estocagem de gordura, função hematopoiética, síntese protéica e de fatores
de coagulação e tem a função de desintoxicação, pois apresenta complexos enzimáticos
que transformam substâncias tóxicas em menos tóxicas e com isso mais fáceis de serem
eliminadas, processo chamado de biotransformação.
Tem uma coloração marrom avermelhada e é um órgão parenquimatoso (feito de
sangue). É formado de lobos, mas no ruminante e eqüino é mais compacto, sendo
identificado apenas um lobo direito e outro esquerdo, mas já no suíno apresenta uma
lobação bem definida (logo lateral direito e esquerdo, lobo medial direito e esquerdo,
lobo caudato e lobo quadrado). Apresenta a vesícula biliar para estocagem de bile nos
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ruminantes e suínos, pois nos eqüinos esta estrutura não aparece. A face parietal
apresenta impressões dos arcos costais, e na face visceral encontramos, principalmente,
a impressão do omaso nos ruminantes ou do estômago nos unicavitários.
Apresenta também ductos hepáticos provenientes dos lobos que se juntam
formando um ducto hepático comum e este se junta com o ducto cístico (proveniente da
vesícula biliar) e ambos formam o colédoco (ausente no eqüino, sendo chamado de
conduto hepático comum). Ainda na face visceral observamos a cisura portal por onde
entram e saem estruturas como a veia porta (traz a drenagem de todo o trato digestório),
artérias hepáticas, nervos, lifático (sai) e o colédoco (sai). Está preso por ligamentos, é
irrigado pela artéria hepática (ramo da artéria celíaca) e é drenado pelas veias supra-
hepáticas que desembocam direto na veia cava caudal.
Fígado de eqüino,
mostrando as
impressões
gástrica e cecal
Fonte 10 e 12
LE LD
dorsal
A
ventral B
PÂNCREAS:
É também uma glândula mista, com secreção endócrina (insulina e glucagon que
regulam o nível de glicose no sangue) e exócrina (enzimas pancreáticas que atuam na
digestão dos alimentos). É extremamente friável, se localiza próximo ao duodeno (está
fixado pelo mesoduodeno) e apresenta ductos pancreáticos que desembocam no
duodeno. Não apresenta uma cápsula. Irrigado por ramos pancreáticos, um cranial e
outro caudal, oriundos das artérias celíaca e mesentérica cranial.
BAÇO:
Órgão pertencente ao sistema linfático e circulatório, vulgarmente chamado de
“passarinha”, é reserva de sangue, produz glóbulos brancos para defesa do organismo,
tem formato curvo com uma face parietal e outra visceral, se localiza a esquerda do
plano mediano e tem a coloração vermelho-azulada. É irrigado pela artéria esplênica ou
lienal (ramo da artéria celíaca). É descrito no sistema digestório devido a sua
proximidade.
Eqüino: vírgula. Ovino: com formato triangular. Bovino: com formato alongado.
Os órgãos do sistema urinário consistem dos rins, que excretam a urina, líquido
que deve ser expulso diariamente e periodicamente; ureteres, bexiga e uretra que são
vias que conduzem a urina até o seu armazenamento e transportam até o exterior.
RINS
São glândulas excretoras pares que eliminam continuamente os produtos
residuais do sangue. Regulam o equilíbrio hidro-eletrolítico do organismo, mantendo
assim a pressão osmótica sanguínea, além de removerem substâncias estranhas do
sangue. Coloração: marrom-avermelhado, sendo irrigados pelas artérias renais (ramos
direto da artéria aorta abdominal).
Situação: área sublombar à direita e à esquerda do plano mediano, sendo que nos
ruminantes podem ambos ficar mais para direita devido ao tamanho do rumem.
Formato: grão de feijão, exceto rim direito do eqüino que é em formato de
coração. Sempre com muita gordura ao seu redor, o rim direito é levemente mais cranial
que o esquerdo e está envolto por uma cápsula.
Organização interna do parênquima renal: cortical (1), intermediária (2) e
medular (3). Além disso, apresenta uma dilatação chamada pelve renal (4 e 5), cuja
urina é gotejada constantemente e também é considerada a parte dilatada do ureter (7).
No hilo renal também encontramos a artéria e veia renal, tecidos linfático e nervoso.
*** SUÌNO: apresenta uma fusão parcial dos lóbulos renais, sua superfície externa é lisa, mas
mantém papilas individuais que eliminam a urina dentro de cálices menores. Mas já apresenta
uma pelve renal e desta parte o ureter.
46
SÃO ÓRGÃOS
RETROPERITONEAIS,
OU SEJA, O
PERITONEO
RECOBRE APENAS
UMA FACE DO RIM.
A cão
B ovino
C cavalo
D bovino
E golfinho
URETERES
É um tubo estreito (1) que conduz a urina em um fluxo contínuo da pelve para a
bexiga (2). Penetram na parede dorsal da bexiga em um ângulo agudo (obliquamente).
A extremidade proximal do ureter divide-se em pelve renal nos eqüinos, carnívoros,
ovinos e suínos ou em cálices maiores nos bovinos.
BEXIGA
É um órgão capaz de grande distensão e tem a capacidade de estocar grande
quantidade de urina. Tem formato piriforme, se localiza dentro da cavidade pélvica
47
(quando não distendida) e os ureteres chegam a um local chamado trígono vesical onde
também é localizado o meato uretral interno, início da uretra.
URETRA
Tubo muscular.
Leva a urina da bexiga para o meio externo.
No macho conduz tanto a urina quanto o sêmem.
Bem maior no macho, toda a extensão peniana.
Começa no orifício uretral interno (saída da bexiga) e termina, no macho na glande
(exceto suíno que não apresenta glande, chegando à extremidade distal do pênis) e na
fêmea na vagina.
Apresenta também no macho a abertura das glândulas anexas do aparelho reprodutor,
chamado óstio ejaculatório que se localiza em uma elevação chamada colículo seminal.
48
TESTÍCULOS
São órgãos pares que produzem as células germinativas (espermatozóides) e
hormônio masculino (testosterona). Estão contidos em um divertículo do abdômen
chamado escroto, juntamente com o epidídimo e tem variação de tamanho. Sua posição
também varia conforme a espécie: eqüino - horizontal, ruminantes - vertical e suíno -
oblíquo. Apresenta internamente uma rede testicular aonde chegam os túbulos
seminíferos, trazendo os espermatozóides até a cabeça do epidídimo. Internamente é
revestido pela túnica albugínea e externamente pela túnica vaginal visceral (prega do
peritônio). Está preso a túnica vaginal parietal por um ligamento chamado de
mesórquio.
EPIDÍDIMO
Dividido em cabeça, corpo e cauda (maior).
Função de armazenar e amadurecer os espermatozóides.
Continua-se pelo ducto deferente.
DUCTO DEFERENTE
- Passa pelo canal inguinal.
- Está no funículo espermático.
- Chega até a porção pélvica da uretra.
- Apresenta a ampola do ducto deferente (é uma dilatação, não sendo vista no suíno).
- Une-se ao ducto excretor da vesícula seminal, formando o ducto ejaculatório que se
abre no óstio ejaculatório do colículo seminal.
Bexiga
Ampola do ducto deferente SÊMEM: mistura das secreções das
glândulas genitais acessórias com os
Vesícula seminal espermatozóides. É eliminado pelo
pênis no tempo da ejaculação. As
secreções das glândulas genitais
Próstata acessórias são consideradas com sendo
substratos ou veículo para os
espermatozóides, estimulando a
motilidade e facilitando sua
Bulbo uretrais locomoção. Fonte 6
FUNÍCULO ESPERMÁTICO:
Fonte 10
Cachaço Suíno castrado
PÊNIS:
É o órgão copulatório.
Preso por músculos.
Composto de tecido erétil. Sem ereção
Dividido em: raiz, corpo e glande. Ruminantes e Suíno
Apresenta a uretra em toda sua extensão.
Estrutura: musculomembranoso (B) ou fibroelástico (A)
Com ereção
Eqüino e Cão (também com osso peniano)
Apresenta:
-corpo cavernoso
- corpo esponjoso (ao redor da uretra)
51
Desenhos esquemáticos:
A) pênis fibroelástico
B) pênis musculomembranoso
1) túnica albugínea
2) corpo cavernoso
3) septo
4) uretra
5) corpo esponjoso
6) mus. bulboesponjoso
7) mus. retrator do pênis
8) grandes veias
Glande: é uma dilatação da extremidade distal do pênis, sendo que o suíno não
apresenta. No eqüino e carneiro temos o prolongamento uretral, sendo que no carneiro
também é chamado de apêndice vermiforme.
Prepúcio: bainha cutânea que envolve a porção livre do pênis em repouso.
Flexura sigmóide ou “S” peniano: está presente no pênis do ruminante e suíno, sendo
que a ereção se dá pela distensão do “S” peniano. No ruminante a localização da flexura
sigmóide é pós-escrotal e no suíno é pré-escrotal.
eqüino
Glande
Prolongamento uretral
Prepúcio
Rim direito
Fonte 3
1 ureter
2 testículo
3 escroto
4 ducto deferente
5 bexiga
6 vesícula seminal
7 ampola do ducto deferente
8 próstata
9 bulbo uretrais
10 flexura sigmóide ou “S” peniano
11 prepúcio e glande
12 raiz do pênis
13 músculo retrator do pênis
OVÁRIOS
Vaca e Porca
- Estrutura:
Égua Zona Cortical ou Córtex:
apresentam folículos em vários
estágios de desenvolvimento;
Zona medular: com vasos
sanguíneos. Na égua essa condição se
inverte e ainda apresenta a chamada
fossa de ovulação.
O ovário está preso por dois ligamentos: próprio (vai do ovário até o corno do
útero) e mesovário (que faz parte do ligamento largo do útero).
55
TUBAS UTERINAS
É um tubo muscular estreito que leva os óvulos do ovário para o útero. No seu
terço proximal é onde ocorre a fecundação, portanto o espermatozóide tem de chegar até
aí. Apresenta: infundíbulo (com fimbrias que captam o óvulo para o seu interior e
apresenta o óstio abdominal da tuba uterina), ampola e ístimo (onde está o óstio uterino
da tuba uterina, sua comunicação com o corno do útero). Está preso pelo mesossalpinge
que faz parte do ligamento largo do útero.
ÚTERO
Órgão muscular, fica dentro da cavidade abdominal, se relaciona dorsalmente
com o reto e ventralmente com a bexiga, recebe o óvulo já fecundado, é onde o embrião
se desenvolve e apresenta: 2 cornos, corpo e colo ou cérvix. Está preso ao teto da
cavidade abdominal pelo mesométrio, que faz parte do ligamento largo do útero.
VAGINA
É um tubo, tem a projeção da cérvix no seu interior e está dentro da cavidade
pélvica. Vai da cérvix até o orifício uretral externo.
VESTÍBULO DA VAGINA
Vai do orifício uretral externo até a vulva, apresentam glândulas chamadas de
vestibulares que produzem muco e este tem substâncias odoríficas que atraem o macho.
VULVA
É a porção terminal do genital feminino, apresenta 2 lábios e 2 comissuras
(dorsal e ventral), sendo que na comissura ventral está o clitóris.
58
Cisterna da
glândula
SEIO
LACTÍFERO
Cisterna da
teta
Ducto
papilar
** A principal artéria para o úbere da vaca é a artéria pudenda externa. Ela atravessa o
anel inguinal e dirige-se caudalmente para a base do úbere, formando uma flexura
sigmóide, uma proteção contra estreitamentos quando o úbere está cheio. Logo depois,
bifurca-se em uma artéria mamária cranial dirigida ventrocranialmente e uma artéria
mamária caudal menor que se dirige para a parte caudal do úbere. Essas duas artérias se
anastomosam com a artéria que surge cranialmente, a artéria epigástrica superficial
caudal, a qual está em continuação com a artéria epigástrica superficial cranial.
Caudalmente, projeta-se também para o úbere o ramo labial ventral da artéria pudenda
interna.
** A veia epigástrica cranial superficial evidencia-se nas vacas de leite, por meio da
pele, na parede ventral do abdome. A drenagem também pode ocorrer no sentido caudal
através da veia mamária caudal, da veia labial ventral e da veia pudenda interna. O
principal fluxo do sistema venoso se dá através da veia pudenda externa. A anastomose
da veia epigástrica superficial caudal com a veia epigástrica superficial cranial forma a
veia do leite, que aumenta seu diâmetro durante a primeira lactação. Fonte 1.
60
4) AVES:
Boca
Cloaca
Moela Fonte 7
OROFARINGE
As aves não possuem palato mole, ou seja, não apresentam nenhuma divisão
nítida entre a boca e a faringe. Portanto a orofaringe representa a cavidade combinada
que se estende do bico até o esôfago. A orofaringe apresenta: teto, formado pelo palato
duro; assoalho, formado pela mandíbula, língua e elevação laríngea (laringe cranial).
Tem como função coletar alimento e água. Nota-se ausência de lábios, bochechas e
dentes (nos patos e gansos temos estruturas serrilhadas na borda do bico, tanto na parte
superior como inferior). No teto da orofaringe encontramos duas fendas: a mais rostral e
longa é a fenda das coanas, sendo a comunicação da orofaringe com a cavidade nasal;
e outra mais caudal que é a fenda das tubas auditivas (ou também chamada de
infundibular), sendo a comunicação da orofaringe com o ouvido médio. Caudal a
laringe cranial temos a abertura do esôfago e numerosas papilas mecânicas estão
espalhadas em fileiras na orofaringe, tendo como função ajudar na apreensão do
alimento e deglutição. Cada ave tem um bico diferente, conforme o seu tipo de
alimentação, sendo uma estrutura muito usada pelas aves de rapina para matar a sua
caça.
61
5
4 2
1
ESÔFAGO
Consta de um tubo muscular qua se estende desde a orofaringe até o
proventrículo, no lado direito do pescoço e é passível de grande distensão. Na entrada
do tórax apresenta um divertículo chamado de inglúvio, sendo conhecido popularmente
de papo, que tem a função de armazenar alimento (muito importante na ave selvagem,
pois nem sempre encontra alimento à disposição). Está dividido em esôfago cervical,
entre a orofaringe e o inglúvio e no esôfago torácico (bem mais curto), entre o inglúvio
e proventrículo.
ESTÔMAGO
Apresenta dois compartimentos chamados proventrículo ou estômago químico e
moela ou estômago mecânico.
62
Orifício de
comunicação
entre o
proventriculo e
a moela
INTESTINO DELGADO
Situado mais a direita do plano mediano, é composto de duodeno, jejuno e íleo,
indo do duodeno até a inserção dos cecos. O duodeno tem formato de alça e entre essas
encontramos o pâncreas. O jejuno é a porção média e nele encontramos resquícios fetais
como o divertículo de Meckel. O íleo é a porção final e termina-se no intestino grosso,
no reto.
INTESTINO GROSSO
É formado por dois cecos, reto e cloaca. Os cecos são sacos cegos, com 20 cm
de comprimento e colocam-se de cada lado do íleo. Os pombos apresentam cecos bem
curtos e os psitacídeos não apresentam. O final do cólon é chamado de reto e termina-se
na cloaca.
Órgãos acessórios:
Língua: estreita, de formato triangular e situa-se no assoalho da boca.
63
3
64
NARINAS
São orifícios ovais e estreitos situados na base da parte superior do bico e são
cobertas por uma aba córnea chamada opérculo.
CAVIDADES NASAIS
São curtas e estritas, apresentando três cornetos (rostral, médio e caudal) e se
comunica com o meio externo através das narinas e com a orofaringe através de uma
fenda chamada fenda das coanas (já falado no sistema digestório).
LARINGE CRANIAL
Situa-se no inicio da traquéia, é formada por cartilagens e apresenta uma fenda
medial chamada glote que não é protegida por uma epiglote.
TRAQUÉIA
É um tubo longo, formado por anéis cartilaginosos completos e conecta a laringe
cranial com a laringe caudal. Bifurca-se em dois brônquios principais.
PULMÕES
Relativamente pequenos e esponjosos, não são lobados, têm coloração rosada e
não são expansivos como nos mamíferos. São voltados para as costelas e ficam em
contato com os órgãos abdominais, pois nas aves o músculo diafragma não é
desenvolvido. Com isso as aves não respiram expandindo os pulmões no vôo, mas sim
através da entrada de ar forçada pelas narinas, que é regulada pelo opérculo. A traquéia
se divide em dois brônquios principais, que chegam até os sacos aéreos abdominais e no
caminho se subdividem em brônquios secundários, que penetram nos outros sacos
aéreos. Esses brônquios secundários também se subdividem em vários parabrônquios. E
nestes observamos a formação dos capilares aéreos, onde ocorre a troca gasosa, sendo
homólogos aos alvéolos dos mamíferos.
SACOS AÉREOS
Formações peculiares nas aves, de paredes delgadas, constituídos de uma
membrana mucosa recoberta externamente por uma serosa, e divertículos destes sacos
penetram em vários ossos, podendo chegar até músculos. Nos galináceos são em
número de oito, sendo um saco cervical, um clavicular, dois torácicos craniais, dois
torácicos caudais e dois abdominais. Os ossos pneumáticos se conectam com o aparelho
respiratório através dos sacos aéreos, tornando-se assim mais leves para o vôo,
equilíbrio e natação. Os sacos aéreos estão intimamente relacionados com os órgãos
internos e funcionam como foles, movimentando o ar através de um pulmão
amplamente passivo.
65
Desenhos esquemáticos
mostrando as narinas e a
cavidade nasal direita
aberta com suas conchas
nasais.
3
3
3
1
2
B
A 2
3 3
TESTÍCULOS
São intracavitários, estão próximo ao lobo cranial do rim, parecem grãos de
feijão e são de coloração amarelada. A castração, para induzir a engorda, poderá ser
feita através de uma incisão junto à última costela.
EPIDÍDIMO
É rudimentar e se relaciona medialmente com o testículo.
DUCTO DEFERENTE
É um tubo flexuoso, que se origina no epidídimo e dirige-se caudalmente até a
cloaca, onde vai abrir-se lateralmente ao ureter no uroceo.
FALO
Considerado nos galináceos e perus um falo não protraível (sem exposição). É
composto por um pequeno corpo fálico medial e por um par de corpos fálicos laterais
maiores. Estes corpos aumentam no estado intumescente e, juntos formam um sulco que
recebe o ejaculado dos ductos deferentes. Durante a cópula a cloaca é evertida e o falo é
pressionado contra a mucosa cloacal da fêmea (ocorre uma justa posição de órgãos,
chamado “beijo cloacal”), com isso o ovo será “galado”. Nas aves aquáticas como
gansos e patos, o falo é protraível e tem capacidade de penetração, com cerca de 5 cm
de comprimento. Além disso, tem formato de cone fino e apresenta um sulco espiralado
que conduz o sêmem até a extremidade.
*** Pintos de um dia apresentam uma protuberância genital minúscula, com uma
diferença, no macho é arredondado e na fêmea tem formato cônico. Com isso, para se
fazer a sexagem dos animais, é necessário um bom tempo de treinamento.
Rim esquerdo
Testículo esquerdo
68
Frango Galo
Ureter esquerdo
coproceo
uroceo
Proctoceo
Canal deferente
OVÁRIO
Consiste de uma massa esponjosa que contém óvulos em vários estágios de
desenvolvimento, com isso assemelha-se a um cacho de uva. Esses óvulos
correspondem às gemas.
OVIDUTO
Consta de um tubo flexuoso que se estende desde o ovário até a cloaca. Este
conduto musculoso se inicia por um funil que capta o óvulo amadurecido (gema) e o
conduz até a cloaca, passando por várias fases onde são formadas a clara, membrana da
casca e casca. É constituído de cinco partes:
Infundíbulo: porção dilatada do oviduto que recebe o óvulo e produz o chalázio,
permanecendo neste local por 15 minutos.
Magno: é a parte do oviduto mais longa e espiralada, é onde se forma a clara,
permanecendo aí por 3 horas.
Istmo: porção estreita e curta após o magno, é onde se forma a membrana da casca,
permanecendo por uma hora.
Útero: é homologo ao órgão dos mamíferos. Neste local ocorre a formação da casca
assim como o pigmento colorido dos ovos, permanecendo aí por 20 horas.
Vagina: segmento estreito que desemboca no uroceo, produz um muco que
impermeabiliza a casca e que veda as paredes porosas da casca evitando a entrada de
agentes contaminantes.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA