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Manual SF Arquitetura Web PDF
Manual SF Arquitetura Web PDF
ARQUITETURA
Série “Manual de Construção em Aço”
STEEL FRAMING:
ARQUITETURA
2ª. Edição
RIO DE JANEIRO
2012
© 2012 INSTITUTO AÇO BRASIL/CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO EM AÇO
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por quaisquer meio, sem a prévia
autorização desta Entidade.
Bibliografia
ISBN 978-85-89819-32-9
CDU 692(035)
2ª. edição
Capítulo 1
Introdução 09
Capítulo 2
Características do sistema light steel framing 11
2.1 Vantagens no uso do sistema light steel framing 16
2.2 Aplicações 18
2.3 Perfis formados a frio e sua utilização na construção civil 21
2.4 Tipos de perfis utilizados em LSF 22
2.5 Métodos de construção 24
2.6 Fundações 26
2.6.1 Laje Radier 26
2.6.2 Sapata corrida ou viga baldrame 27
2.6.3 Fixação dos painéis na fundação 27
Capítulo 3
Painéis 31
3.1 Painéis estruturais ou auto-portantes 32
3.1.1 Aberturas de vãos em um painel estrutural 33
3.1.2 Estabilização da estrutura 37
3.1.3 Travamento horizontal 42
3.1.4 Encontro de painéis 44
3.1.5 Emenda de guia 46
3.2 Painéis não–estruturais 47
3.3 Paredes curvas, arcos e formas atípicas 48
Capítulo 4
Lajes 51
4.1 Tipos de laje 54
4.2 Vigamento de piso 56
4.3 Travamento horizontal 60
4.4 Escadas 61
Capítulo 5
Coberturas 63
5.1 Tipos de coberturas 64
5.1.1 Coberturas planas 64
5.1.2 Coberturas inclinadas 65
5.2 Cobertura estruturada com caibros e vigas 65
5.2.1 Estabilização da cobertura estruturada com caibros e vigas 67
5.3 Cobertura estruturada com tesouras ou treliças 68
5.3.1 Estabilização da cobertura estruturada com tesouras 73
Capítulo 6
Fechamento vertical 77
6.1 Painéis de OSB 79
6.1.1 “Siding” vínilico 81
6.1.2 Argamassa 83
6.2 Alvenaria 84
6.3 Placas cimentícias 84
6.4 Gesso acartonado 86
6.4.1 Características das placas de gesso acartonado 87
6.4.2 Perfis de aço para sistemas “drywall” 87
6.4.3 Aspectos de projeto e execução 87
6.4.4 Montagem do sistema ”drywall” 88
6.5 Isolamento termo-acústico 89
6.5.1 Isolamento acústico 89
6.5.2 Isolamento térmico 92
Capítulo 7
Ligações e montagem 95
7.1 Ligações 96
7.1.1 Parafusos 96
7.1.2 Aplicações 97
7.2 Montagem 98
7.2.1 Sistema de painéis 99
7.2.2 Montagem da estrutura de painéis do pavimento térreo 100
7.2.3 Montagem da estrutura de laje 102
7.2.4 Montagem da estrutura de painéis do pavimento superior 103
7.2.5 Montagem da estrutura do telhado 104
Capítulo 8
Instalações 107
8.1 Generalidades 108
8.2 Água quente e água fria 111
8.3 Esgoto e águas pluviais 113
8.4 Elétrica 114
8.5 Gás 116
Capítulo 9
Fechamento externo de fachadas 117
9.1 Generalidades 118
9.2 Aspectos estruturais 119
9.3 Método embutido 120
9.3.1 Ligações rígidas 121
9.3.2 Ligações não-rígidas verticalmente 122
9.3.3 Ligações não-rígidas horizontal e verticalmente 124
9.4 Método contínuo 125
9.4.1 Ligações rígidas 128
9.4.2 Ligações não-rígidas conectadas a alma dos montantes 129
9.4.3 Ligações não-rígidas conectadas às mesas e enrijecedores dos montantes 130
9.4.4 Conexão horizontal entre painéis 131
9.5 Acabamentos e interfaces 133
9.5.1 Interface das peças de LSF a estrutura principal 133
9.5.2 Juntas e encontros de placas de acabamento 133
Capítulo 10
Diretrizes de projeto 137
10.1 Industrialização da construção 138
10.2 Coordenação modular 140
10.3 Malhas modulares 141
10.4 Projeto para produção 142
10.5 Diretrizes para o projeto de arquitetura 144
10.5.1 Estudo preliminar 144
10.5.2 Anteprojeto 144
10.5.3 Projeto executivo e detalhamento 145
O setor do aço, através do Centro Brasileiro da Construção em Aço - CBCA, tem a satisfação de tornar
disponível para o universo de profissionais envolvidos com o emprego do aço na construção civil, este
manual, o nono de uma série relacionada à construção em aço.
O presente manual, elaborado inicialmente com base nos requisitos da norma ABNT NBR 15253: 2005,
mostra os aspectos de projeto e montagem para edificações com o sistema construtivo Light Steel Framing
(LSF). Nesta edição, foram incluídos dois novos capítulos, um sobre Instalações e o outro sobre Fechamento
externo de Fachadas. Neste momento, a norma ABNT NBR 15253 encontra-se em processo final de revisão,
entretanto, alterações importantes em relação a furação dos perfis, foram contempladas nesta edição.
Centro dinâmico de serviços, com foco exclusivamente técnico e capacitado para conduzir uma política de
promoção do uso do aço na construção, o CBCA está seguro de que este manual enquadra-se no objetivo
de contribuir para a difusão de competência técnica e empresarial no País.
Capítulo 1
Introdução
9
Introdução
10
Capítulo 2
Características do sistema
light steel framing
11
Características do sistema light steel framing
O Light Steel Framing (LSF), assim co- fechamento interno e externo, e instalações
nhecido mundialmente, é um sistema cons- elétricas e hidráulicas. (ConsulSteel, 2002).
trutivo de concepção racional, que tem como Muitas publicações usam o termo Light Gauge
principal característica uma estrutura constitu- Steel Frame onde “gauge” é uma unidade de
ída por perfis formados a frio de aço galvani- medida, agora quase em desuso, que define a
zado que são utilizados para a composição de espessura das chapas de metal.
painéis estruturais e não-estruturais, vigas se-
cundárias, vigas de piso, tesouras de telhado Para que o sistema cumpra com as fun-
e demais componentes (Foto 2.1). Por ser um ções para o qual foi projetado e construído é
sistema industrializado, possibilita uma cons- necessário que os subsistemas estejam cor-
trução a seco com grande rapidez de execu- retamente inter-relacionados e que os mate-
ção. Assim, devido a essas características, o riais utilizados sejam adequados. Dessa for-
sistema Light Steel Framing também é conhe- ma, a escolha dos materiais e de mão-de-obra
cido por Sistema Auto-portante de Construção é essencial na velocidade de construção e no
a Seco. desempenho do sistema (Foto 2.2).
12
pós Segunda Guerra possibilitou a evolução
nos processos de fabricação de perfis forma-
dos a frio, e o uso dos perfis de aço substi-
tuindo os de madeira passou a ser vantajoso
devido a maior resistência e eficiência estru-
tural do aço e a capacidade da estrutura de
resistir a catástrofes naturais como terremotos
e furacões (Foto 2.4). Na década de 90, as flu-
tuações no preço e na qualidade da madeira
para a construção civil, estimularam o uso dos
perfis de aço nas construções residenciais.
Estimou-se que até o final da década de 90,
25% das residências construídas nos Estados
Unidos foram em LSF (Bateman,1998).
13
Características do sistema light steel framing
15
Características do sistema light steel framing
16
fabricação, suas características técni- do diversas vezes sem perder suas pro-
cas e acabamento passam por rigorosos priedades;
controles de qualidade;
• Grande flexibilidade no projeto arqui-
• O aço é um material de comprovada tetônico, não limitando a criatividade do
resistência e o alto controle de qualida- arquiteto.
de tanto na produção da matéria-prima
quanto de seus produtos, permite maior
precisão dimensional e melhor desem-
penho da estrutura;
17
Características do sistema light steel framing
2.2. Aplicações
a) Residências Unifamiliares:
Foto 2.10 - Residência em Cotia - SP (Fonte: arquivo do Foto 2.12 - Residência em Oxford – Inglaterra (Fonte: dispo-
autor) nível: http://www.steel-sci.org/lightsteel/)
1
Imagem originalmente publicada em: PETTERSON, Eduard.
Arquitectura Minimalista. Barcelona: Atrium Group de Ediciones y
Publicaciones, S.L., 2004.
18
Foto 2.15 - Protótipo de uma residência unifamiliar da em-
presa USIMINAS.
19
Características do sistema light steel framing
e) Unidades modulares.
c) Hotéis:
f) “Retrofit” de edificações.
20
gem em conjunto de matrizes rotativas (Foto
2.24), de tiras de aço cortadas de chapas ou
bobinas laminadas a frio ou à quente, revesti-
das ou não. (NBR 6355, 2003) E possibilitam
a formação de seções variadas na sua forma
e/ou dimensão. Por essas operações ocorre-
rem com o aço na temperatura ambiente, ad-
vém o termo “formado a frio”.
21
Características do sistema light steel framing
vez mais comum a utilização de perfis forma- conhecido como aço galvanizado. As massas
dos a frio na construção de estruturas de edi- mínimas de revestimento são apresentadas
fícios residenciais e comerciais, coberturas, na tabela 2.1. A espessura da chapa varia en-
galpões, passarelas, residências, estantes in- tre 0,80 até 3,0 mm (NBR 15253: 2005). As
dústriais de armazenamento, entre outras. seções mais comuns nas edificações em Light
Steel Framing são as com formato em “C” ou
2.4. Tipos de Perfis Utilizados em LSF “U” enrijecido (Ue) para montantes e vigas e o
“U” que é usado como guia na base e no topo
Os perfis típicos para o uso em Light dos painéis.
Steel Framing são obtidos por perfilagem a
partir de bobinas de aço revestidas com zinco Tabela 2.1 – Revestimento mínimo dos
ou liga alumínio-zinco pelo processo contínuo perfis estruturais e não-estruturais. Fonte:
de imersão a quente ou por eletrodeposição, NBR 15253: 2005
Designação do
Tipo de revestimento Massa mínima Massa mínima Designação do
revestimento
do revestimento do revestimento revestimento
conforme
g/m² (1) g/m² (1) conforme normas
normas
A tabela 2.2 apresenta as seções trans- sas podem variar de 35 a 40 mm, dependendo
versais dos perfis utilizados e suas aplicações. do fabricante e do tipo de perfil. Os outros per-
A seção do perfil U (guia) possui alma (bw) fis que podem ser necessários para estruturas
e mesa (bf) que também pode ser chamado de LSF são tiras planas, cantoneiras e carto-
de flange ou aba, mas não possui a borda (D) las (tabelas 2.2 e 2.3). Tiras ou fitas, que vêm
que está presente no montante, isto permite em uma variedade de larguras, são tipicamen-
o encaixe deste na guia. As guias não devem te utilizadas para estabilização dos painéis e
transmitir nem absorver os esforços, sendo formação de ligações. As cantoneiras são nor-
isto feito pelos montantes, vigas e eventual- malmente usadas em conexões de elementos
mente pilares presentes na estrutura. onde um perfil Ue não é adequado, e o cartola
As dimensões da alma dos perfis Ue va- é comumente empregado como ripas de te-
riam geralmente de 90 a 300 mm (medidas lhado (Garner, 1996). Além da espessura (tn),
externas), apesar de ser possível utilizar ou- a resistência de um perfil de aço depende da
tras dimensões (tabela 2.3). Os perfis U apre- dimensão, forma e limite de elasticidade do
sentam a largura da alma maior que a do perfil aço. O limite de escoamento dos perfis de aço
Ue, a fim de permitir o encaixe deste no perfil zincado, determinado de acordo com a norma
guia ou U (tabela 2.3). No Brasil as dimensões NBR 6673, não deve ser inferior a 230 MPa
comercializadas são 90,140 e 200 mm. E as me- (NBR 15253: 2005).
22
Tabela 2.2- Designações dos perfis de aço formados a frio para uso em Light Steel Framing e
suas respectivas aplicações. (Fonte: NBR 15253: 2005).
23
Características do sistema light steel framing
Tabela 2.3 - Dimensões Nominais Usuais dos Perfis de Aço para Light Steel Framing
(Fonte: a partir da NBR 15253:2005).
LARGURA DO
DIMENSÕES DESIGNAÇÃO LARGURA DA LARGURA DA
ENRIJECEDOR DE
(mm) (mm) ALMA bw (mm) MESA bf (mm)
BORDA - D(mm)
Ue 90x40 Montante 90 40 12
Ue 140x40 Montante 140 40 12
Ue 200x40 Montante 200 40 12
Ue 250x40 Montante 250 40 12
Ue 300x40 Montante 300 40 12
U 90x40 Guia 92 38 -
U 140x40 Guia 142 38 -
U 200x40 Guia 202 38 -
U 250x40 Guia 252 38 -
U 300x40 Guia 302 38 -
Cantoneiras de
L 150x40 150 40 -
abas desiguais
Cantoneiras de
L 200x40 200 40 -
abas desiguais
Cantoneiras de
L 250x40 250 40 -
abas desiguais
Cr 20x30 Cartola 30 20 12
25
Características do sistema light steel framing
26
2.6.2. Sapata Corrida ou Viga Baldrame
28
Foto 2.32 – Ancoragem provisória. (Fonte: arquivo do autor)
29
Capítulo 3
Painéis
31
Painéis
Os painéis no sistema Light Steel Fra- de estrutura alinhada. Na figura 3.1 observa-
ming podem não só compor as paredes de se a distribuição do carregamento bem como
uma edificação, como também funcionar como o detalhe do alinhamento entre os elementos
o sistema estrutural da mesma. Os painéis as- que compõem o painel. Vigas de piso, tesou-
sociados a elementos de vedação, exercem a ras de telhado ou treliças também devem es-
mesma função das paredes das construções tar alinhadas aos montantes. Quando não é
convencionais. possível conseguir este alinhamento, deverá
ser colocada sob o painel, uma viga capaz de
Os painéis são estruturais ou auto–por- distribuir uniformemente as cargas excêntri-
tantes quando compõem a estrutura, supor- cas.
tando as cargas da edificação, e podem ser
tanto internos quanto externos. E são não-
estruturais quando funcionam apenas como
fechamento externo ou divisória interna, ou
seja, sem ter função estrutural.
32
pode chegar a 200 mm quando ocorre dos Para unir os perfis que compõem a es-
painéis suportarem grandes cargas como as trutura, o método mais utilizado é a ligação
de caixas d’água (Foto 3.1). por meio de parafusos galvanizados do tipo
auto-perfurantes ou auto-atarrachantes. O tipo
específico de parafuso (cabeça, comprimen-
to, diâmetro, ponta) varia segundo as peças a
unir e sua função na estrutura. Esse assunto
será apresentado no capítulo 7.
33
Painéis
A verga (Foto 3.3) pode ter várias combinações (Figura 3.4), mas basicamente é composta
de dois perfis Ue conectados por meio de uma peça aparafusada em cada extremidade, geral-
mente um perfil U, de altura igual a verga menos a aba da guia superior do painel, e por uma peça
chamada guia da verga que é fixada às mesas inferiores dos dois perfis Ue. Além disso, a guia da
verga é conectada às ombreiras, a fim de evitar a rotação da verga, e também permite a fixação
dos montantes de composição (cripples) (Figura 3.5), que não têm função estrutural e estão loca-
lizados entre a verga e a abertura, a fim de permitir a fixação das placas de fechamento.
34
Figura 3.4 - Tipos de vergas
As ombreiras que apóiam a verga vão desde a guia inferior do painel até a guia da verga. A
quantidade de ombreiras necessárias para o apoio é definida pelo cálculo estrutural e depende do
tamanho da abertura. Mas, segundo o Construcción com Acero Liviano - Manual de Procedimien-
to (ConsulSteel, 2002), em uma aproximação pode se estabelecer que o numero de ombreiras a
cada lado da abertura será igual ao número de montantes interrompidos pela verga dividido por 2
(Figura 3.5). Quando o resultado for um numero ímpar deverá somar-se 1.
35
Painéis
Os montantes onde são fixadas as om- comprimento 20 cm maior que o vão. É dado
breiras são chamados de montantes auxilia- um corte nas mesas a 10 cm de cada extremi-
res. As vergas são também fixadas nesses dade. Esse segmento é dobrado em 90o para
montantes por meio de parafusos estruturais servir de conexão com a ombreira. Essa peça
(sextavados), que serão posteriormente apre- é chamada de guia de abertura (Figura 3.6).
sentados no capítulo 7. Para vãos de portas, esse acabamento só é
O acabamento superior ou inferior da necessário na parte superior da abertura.
abertura é feito por um perfil U cortado no
36
de cada lado, deve ser acrescentado um perfil
U, formando uma seção caixa junto com a om-
breira, a fim de dar acabamento na abertura e
para a fixação de portas e janelas. A figura a
seguir mostra o esquema de um painel estru-
tural com abertura de janela:
37
Painéis
a) Contraventamentos:
O método mais comum de estabilização
da estrutura em LSF é o contraventamento
em “X”, que consiste em utilizar fitas em aço Figura 3.9. - Solicitação das diagonais de contraventamento
galvanizado fixadas na face do painel (Foto (a partir de DIAS, 1997)
3.4), cuja largura, espessura e localização é
O ângulo em que a fita é instalada in-
determinada pelo projeto estrutural.
fluencia significativamente a capacidade do
contraventamento em resistir aos carrega-
mentos horizontais. Quanto menor for o ân-
gulo formado entre a base do painel e a dia-
gonal, menor será a tensão na fita metálica
(Scharff, 1996). Para ângulos menores que
30o, a diagonal perde sua eficiência em evi-
tar as deformações. Preferencialmente, para
o melhor desempenho, a inclinação das dia-
gonais deverá estar compreendida entre 30o e
60o (ConsulSteel, 2002).
38
Nos painéis superiores a ancoragem abertura no painel (Figura 3.12). No entanto,
também é feita nos montantes que recebem a é preferível que no projeto sejam previstos
diagonal e os esforços são transmitidos para painéis cegos para a colocação dos contra-
o painel imediatamente abaixo que também ventamentos. Apesar do uso da estrutura de
deve estar devidamente ancorado e contra- piso atuando como diafragma rígido, possibi-
ventado (Figura 3.11). litar que os contraventamentos sejam neces-
sários em apenas alguns painéis, a interação
entre os projetos de arquitetura e engenharia
é imprescindível, para que o calculista possa
orientar sobre a melhor distribuição dos pai-
néis contraventados.
39
Painéis
b) Diafragma Rígido:
Foto 3.7 - Placas de OSB. (fonte: arquivo do autor)
É possível utilizar os materiais de fecha-
mento externo dos painéis estruturais como
parede diafragma ou como parede de cisalha-
mento. Esses materiais são placas estruturais
capazes de fornecer um aumento da resis-
tência do painel, uma vez que absorvem as
cargas laterais que solicitam a estrutura, que
podem ser de vento ou até mesmo de abalos
sísmicos, e as transmitem à fundação.
40
são unidas com resinas e prensadas sob alta montante, onde cada placa compartilha
temperatura (Masisa, 2003). metade dessa mesa. Os parafusos de-
vem estar defasados entre uma placa e
Segundo a AISI (American Iron and Ste- outra de modo que não perfurem a mesa
el Institute) e a NASFA (North American Ste- do perfil em dois pontos da mesma altura
el Framing Alliance), a espessura mínima da (ConsulSteel, 2002). A figura 3.14 ilustra
placa de OSB que reveste externamente a a fixação de duas placas adjacentes:
parede diafragma deve ser de 12 mm. Inter-
namente, o revestimento de placas de gesso
acartonado deve ter espessura mínima de
12,5 mm (R.L. Brockenbrough & Associates,
1998; Elhajj, Bielat, 2000 ).
41
Painéis
• No encontro de dois painéis que formam mesmas funções. Em geral, as placas estru-
um canto. As placas devem ser colocadas de turais atuam como vedação dos painéis e são
forma que uma delas seja sobreposta sobre utilizados em sua face externa. Porém, nem
o outro painel, como sugere a figura 3.16, au- todas as placas de fechamento externo podem
mentando a rigidez do conjunto (ConsulSteel, atuar como diafragma rígido por não apresen-
2002); tar características estruturais necessárias para
resistir à ação de cargas horizontais. Portanto,
nos casos em que são utilizados painéis de
fechamento que não sejam estruturais, é ne-
cessário o uso de contraventamentos.
42
A fita metálica evita a rotação dos mon-
tantes quando sujeitos a carregamentos nor-
mais de compressão, além de diminuir o com-
Bloqueador
primento de flambagem dos mesmos (Pereira
Fita
Jr., 2004). A fita metálica deve ser em aço gal-
Metálica vanizado e ter pelo menos 38 mm de largura
por 0,84 de espessura (Elhajj; Bielat, 2000).
Deve ser instalada na horizontal ao longo do
painel e seus extremos devem estar sujeitos
a peças como montantes duplos ou triplos
usados no encontro dos painéis (Figura 3.17).
As fitas são aparafusadas em todos os mon-
tantes por meio de um parafuso, e devem ser
fixadas em ambos os lados do painel, com
exceção dos painéis que na face externa le-
vam placas de diafragma rígido (ConsulSteel,
2002). Devem estar localizadas a meia altura
para painéis até 2,50m e a cada 1,00 m apro-
ximadamente para painéis entre 2,75 m e 3,00
m (Elhajj; Bielat, 2000).
Foto 3.9 - Bloqueador e fita de aço galvanizado fixados ao
painel para travamento horizontal (Fonte:arquivo do autor)
43
Painéis
44
a)
b)
a)
45
Painéis
b) Ligação de dois painéis formando outras paredes. Essa ligação pode ser feita
um “T”: como mostra a figura a seguir:
a)
b)
b)
46
aberturas são definidos similarmente aos dos
painéis estruturais, utilizando a guia de aber-
tura. As figuras a seguir apresentam a confor-
mação de um painel não-estrutural:
47
Painéis
48
Figura 3.28 - Método para construção de aberturas em arco.
49
Capítulo 4
Lajes
51
Lajes
52
Para aberturas com formas diferentes dos por vigas de piso isoladas, devidamente
e dimensões maiores que as recomendadas dimensionadas, ou pela estrutura do piso em
na figura 4.2, devem ser executados reforços conjunto, conforme o cálculo estrutural. Já
nestas aberturas, a serem projetados confor- painéis estruturais devem ser apoiados dire-
me práticas aceitas na engenharia estrutural tamente sobre outros painéis estruturais ou
(NBR 15253: 2005). Nesses casos, os furos vigas principais (Grubb, Lawson, 1997).
devem ser reforçados por uma chapa de aço
galvanizado de espessura no mínimo igual ao Além das vigas de piso, outros elemen-
do elemento perfurado e deve se estender 25 tos são essenciais na constituição de uma laje
mm além das bordas do furo. O reforço deve em um sistema Light Steel Framing, como re-
ser fixado com parafusos (Figura 4.3). Essas presentado nas figuras 4.1 e 4.4:
perfurações não devem exceder em largura,
75% da altura da alma do membro estrutural • Sanefa ou guia: perfil U que fixa as ex-
ou exceder 152 mm de comprimento medidas tremidades das vigas para dar forma à
ao longo da alma (Elhajj; Bielat, 2000). estrutura;
• Enrijecedor de alma: recorte de per-
fil Ue, geralmente montante, que fixado
através de sua alma à alma da viga no
apoio da mesma, aumenta a resistên-
cia no local evitando o esmagamento da
alma da viga. Também pode ser chama-
do de enrijecedor de apoio;
• Viga caixa de borda: formada pela
união de perfis U e Ue encaixados pos-
sibilita a borda da laje paralela às vigas,
principalmente quando ocorre de servir
de apoio a um painel.
Figura 4.3 - Detalhe de reforço em viga de piso. • Viga composta: combinação de perfis U
e Ue a fim de aumentar a resistência da
As vigas de piso são responsáveis pela viga. Pode ser utilizada no perímetro de
transmissão das cargas a que estão sujeitas uma abertura na laje, como por exemplo,
(peso próprio da laje, pessoas, mobiliário, para permitir o acesso através de uma
equipamentos, etc.) para os painéis; e tam- escada, servindo de apoio para as vigas
bém servem de estrutura de apoio do contrapi- interrompidas.
so. Estes quando estruturais podem trabalhar
como diafragma horizontal desde que devi-
damente conectados às vigas de piso, uma
vez que a resistência e o espaçamento das
ligações (parafusos) definem a capacidade do
mesmo de ser considerado como diafragma.
(Elhajj; Crandell, 1999).
53
Lajes
54
O contrapiso de concreto serve como a função de diafragma horizontal, desde que
base para a colocação do acabamento de piso as placas sejam estruturais.
que pode ser cerâmico, de madeira, pedras,
laminados, etc. Para evitar fissuras de retra- A escolha do tipo e da espessura da pla-
ção durante a cura do concreto é necessário ca está relacionada com a deformação reque-
o emprego de uma armadura em tela soldada rida pelas próprias características da mesma,
colocada antes da concretagem. e fundamentalmente com o tipo de revesti-
mento a utilizar. (ConsulSteel, 2002).
A laje úmida não deve ser confundida
com a Fôrma de Aço Incorporada, também A placa mais utilizada é o OSB com 18
conhecida como “Steel Deck”, já que esta fun- mm de espessura (Foto 4.4), que além de
ciona como um elemento misto e necessita de apresentar propriedades estruturais favore-
menor quantidade de apoios. cendo o uso como diafragma horizontal, é
leve e de fácil instalação.
Para obter um conforto acústico adequa-
do, deve-se empregar um material de isola-
mento entre a forma de aço e o concreto. A
forma mais comum é a colocação de painéis
de lã de vidro compacta sobre a chapa de
aço protegido por um filme de polietileno para
evitar a umidificação da lã de vidro durante a
concretagem.
55
Lajes
56
uma nova estrutura para suportar as vigas que
formarão o balanço (Figura 4.10). Para isso,
da mesma forma como no 1o caso, as vigas
devem ter pelo menos o dobro do comprimen-
to do balanço, prolongando-se para dentro da
construção e estar entre apoios. Um desses
apoios pode ser uma viga de piso reforçada
segundo cálculo, cujas conexões são seme-
lhantes às descritas posteriormente neste tó-
pico para as chamadas vigas principais. As
vigas de piso que forem interrompidas podem
ser apoiadas nas vigas do balanço, desde que
estas estejam devidamente reforçadas.
Figura 4.8 - Laje em Light Steel Framing apoiada sobre
fundação tipo sapata corrida
57
Lajes
58
Figura 4.14 - Tipos de vigas principais para apoio de vigas de piso.
59
Lajes
Foto 4.7- Vigas de piso apoiadas sobre viga principal em Foto 4.8 - Travamento horizontal da laje de piso por meio de
aço. (Fonte: disponível em: http://www.aegismetalframing. bloqueadores e fitas metálicas (Fonte: arquivo do autor)
com).
Quando é necessário o uso de uma viga Segundo Elhajj; Bielat (2000), normal-
contínua, cujo comprimento fica limitado às mente são empregados os seguintes tipos de
condições de transporte (normalmente são travamento:
transportados perfis de até 6 m), pode se unir
dois perfis utilizando um segmento do mes- • Bloqueador: consiste em usar um perfil
mo perfil conectado a alma das vigas (Figura Ue de mesmas características das vigas
4.16). O comprimento desse segmento que de piso, entre estas, conectado atra-
funciona como uma emenda, depende das vés de cantoneiras (figura 4.17), ou de
tensões atuantes no local. um corte no próprio perfil de forma que
possibilite o aparafusamento deste nas
vigas, similar ao procedimento utilizado
nos painéis. Os bloqueadores devem es-
tar localizados sempre nas extremidades
da laje e também espaçados a pelo me-
nos 3,60 m, coincidindo sua mesa com
as fitas de aço galvanizado onde são li-
gados por meio de parafusos.
60
das vigas de piso, já que nas mesas su-
periores o contrapiso já possibilita este
travamento.
4.4. Escadas
Indicada para escadas abertas utiliza Indicado para escadas fechadas é for-
como apoio para o contrapiso uma guia do- mado por uma guia-degrau unida a um painel
brada em degraus (guia-degrau) unida a uma com a inclinação necessária a escada (Figura
viga caixa com a inclinação necessária (Figura 4.19). O par dessa composição forma o lan-
4.18). O par dessa composição forma o lance ce da escada, e o contrapiso se materializa,
da escada, e possibilita o apoio do contrapi- como no primeiro caso, por placas de OSB ou
so que pode ser composto de placas de OSB pranchas de madeira maciça.
ou pranchas de madeira maciça que já dão o
acabamento final.
61
Lajes
62
Capítulo 5
Coberturas
63
Coberturas
64
Para vãos maiores sem apoios interme- 5.1.2. Coberturas Inclinadas
diários, é possível o uso de treliças planas (Fi-
gura 5.2) confeccionadas com perfis Ue galva- A estrutura de um telhado inclinado em
nizados (Foto 5.1). As treliças planas também Light Steel Framing é semelhante à de um
podem ser utilizadas para estrutura de pisos telhado convencional, porém a armação de
que demandam grandes cargas e vãos. madeira é substituída por perfis galvanizados,
e para possibilitar o princípio de estrutura ali-
nhada, a alma dos perfis que compõem tesou-
ras ou caibros deve estar alinhada a alma dos
montantes dos painéis de apoio e suas seções
em coincidência de modo que a transmissão
das cargas seja axial (Figura 5.3).
65
Coberturas
obra. Utiliza-se este tipo de cobertura quando A cumeeira pode ser um painel estrutural
o vão entre os apoios permite o uso de cai- contínuo que funcione como apoio ao encon-
bros e deseja-se utilizar menor quantidade de tro dos caibros, ou, como é mais comum, uma
aço do que o empregado em tesouras. Porém, viga composta por perfis U e Ue (Foto 5.3),
projetos de coberturas mais complexas e de conforme o cálculo.
maiores vãos podem utilizar o sistema de cai-
bros devidamente dimensionados e em alguns
casos utilizando perfis duplos (Foto 5.2).
66
Telhados de quatro águas ou com inter-
secção de vários planos inclinados exigem
maior diversidade de elementos estruturais
e podem ser construídos a partir de tesouras
ou caibros ou a combinação de ambos. Para
isso, espigões e rincões são constituídos de
perfis galvanizados U e Ue e outras peças es-
peciais em aço galvanizado para auxiliar na
forma da inclinação do telhado e fixação dos
elementos.
67
Coberturas
Para evitar tais fenômenos e possibilitar Telhas de aço podem também funcionar
que o sistema de caibros trabalhe em conjun- como diafragmas rígidos, e neste caso, os
to, deve se fornecer elementos enrijecedores elementos de contraventamento dos caibros,
(contraventamentos), que além de vincular os funcionam como terças quando dispostos nas
caibros entre si, seja capaz de aumentar a re- suas mesas superiores unindo o sistema e
sistência da estrutura do telhado. servindo de base para a fixação das telhas de
aço. A modulação entre os caibros pode ser
Os elementos que possibilitam o contra- maior (até 1,20 m), uma vez que as telhas
ventamento de uma cobertura estruturada por vencem vãos maiores e são mais leves.
caibros, conforme os procedimentos descritos
por Elhajj (2000) no documento “Prescriptive
Method for Residential Cold-Formed Steel
Framing” são:
• Perfis U ou Ue ou fitas de aço galva-
nizado fixados perpendicularmente aos
caibros em sua mesa inferior ou superior
de acordo com a cobertura do telhado
(ver figura 5.7);
• Perfis U ou Ue ou fitas de aço galvani-
zado fixados na mesa superior das vigas
de teto (ver figura 5.7);
• Bloqueadores e fitas de aço galvani- Foto 5.4 - Placas de OSB para fixação de telhas “shingles”
zado posicionados nas vigas de teto se- (Fonte: arquivo do autor)
guindo o mesmo procedimento descrito
para vigas de piso; 5.3. Coberturas Estruturadas com
Tesouras ou Treliças
• Placas estruturais, capazes de atuar
como diafragma rígido, fixadas nas me- Solução mais comum nas coberturas re-
sas superiores dos caibros. sidenciais, tesouras ou treliças cobrem gran-
des vão sem precisar de apoios intermediários.
No Brasil, tesouras de aço já vêm substituindo
Telhados inclinados em LSF admitem gradativamente as tesouras de madeira, prin-
diversos tipos de coberturas ou telhas. Para cipalmente em processos de retrofit, graças a
alguns tipos de telhas como cerâmicas ou grande resistência estrutural do aço, leveza
“shingles” é necessário o uso de um substrato das peças, por ser imune a insetos e incom-
de apoio, geralmente OSB (Foto 5.4) protegi- bustível (Scharff, 1996).
do com uma manta de impermeabilização. No
caso de telhas cerâmicas é necessária a colo- Existe uma variedade muito grande no
cação de perfis tipo cartola paralelos aos cai- desenho de tesouras e isso se deve a fatores
bros sobre o OSB a fim de possibilitar o esco- estéticos, funcionais, climáticos, culturais, etc
amento da água, e só então, sobre estes são (Fotos 5.5 e 5.6):
fixadas as ripas que permitirão o encaixe das
telhas. As telhas “shingles” podem ser fixadas
diretamente sobre o OSB sem a necessida-
de de uma estrutura de assentamento como
ocorre com as telhas cerâmicas.
68
• Tesoura Pratt:
• Tesoura Fink:
A mais utilizada nos Estados Unidos para
residências em Light Steel Framing (Scharff,
1996).
• Tesoura Alemã:
• Tesoura Belga:
• Tesoura Howe:
69
Coberturas
As tesouras ou treliças podem vir pré-fa- ços e evitar a flambagem local dos perfis
bricadas (Foto 5.7) ou ser montadas no pró- dos banzos;
prio canteiro da obra. Em ambos os casos, as
tesouras devem ser projetadas e dimensiona- • Contraventamentos: perfis U, Ue ou fi-
das por profissionais especializados. Porém, tas de aço galvanizado que vinculam as
tesouras pré-fabricadas apresentam algumas tesouras e proporcionam estabilidade ao
vantagens, tais como: precisão dimensional sistema de cobertura.
e menor tempo de trabalho no canteiro. Para
a confecção de tesouras no próprio canteiro,
muitas vezes, é necessário um grande espaço
plano disponível para montagem da mesa de
trabalho e pessoal preparado.
71
Coberturas
Para o uso dos beirais é necessário Em alguns casos, pode se colocar junto
construir um painel auxiliar denominado “pai- com o painel do oitão, uma tesoura de mes-
nel de beiral” cuja fixação na estrutura do te- ma altura a fim de permitir uma superfície para
lhado pode empregar dois métodos descritos aparafusar as placas de forro e a fixação dos
no “Construcción com Acero Liviano - Manual contraventamentos até o extremo da estrutu-
de Procedimiento”: ra.
1. O painel do beiral pode se apoiar so-
bre o oitão, fixando-se na primeira tesoura, si- Já que a alma dos perfis do beiral deve
tuação mais recomendável ou; coincidir com a alma dos montantes que ser-
2. O painel do beiral pode ser fixado no vem de apoio, a modulação do painel de beiral
painel do oitão ficando em balanço; dependerá do ângulo de inclinação do telha-
do.
No 1o caso, a altura do oitão deve ser
menor que a altura da tesoura tipo para per- O painel de beiral em balanço só é ado-
mitir o transpasse e o apoio do beiral que se tado quando houver uma pequena projeção
fixará na primeira tesoura do telhado, confor- do beiral e se utilizar o diafragma rígido na co-
me figura: bertura do telhado. O painel do beiral é fixado
ao oitão que tem a mesma altura das tesouras
(Figura 5.22).
72
1. Por meio de vigas e caibros segundo ponde a sua posição na inclinação do telhado
o método apresentado anteriormente para te- e que apoiarão as terças, como mostra a figu-
lhados estruturados com caibros; ra 5.24:
2. Painéis de telhado, onde são exe-
cutados painéis para formar a volumetria do
telhado, conforme mostra a figura 5.23. A in-
terseção desses painéis inclinados se dá por
meio de espigões compostos de perfis U e Ue,
conforme foi descrito para telhados estrutura-
dos por caibros.
73
Coberturas
como uma unidade para resistir as solicitações Dependendo do tipo de telha utilizada na
aplicadas à estrutura. Uma vez que, isoladas, cobertura, como as “shingles”, é necessário o
as tesouras são instáveis lateralmente e ten- uso de placas estruturais como o OSB (Fo-
dem a girar em torno do eixo definido pela li- tos 5.10 e 5.11), que podem além de servir
nha de seus apoios. de base para a fixação das telhas, funcionar
como um diafragma rígido travando as tesou-
A estabilização da estrutura de cobertura ras e dispensando o contraventamento lateral
é dada por: do banzo superior.
a) Contraventamento lateral:
Compostos por perfis U e Ue que fixa-
dos perpendicularmente às tesouras, além
de reduzir o comprimento de flambagem dos
banzos superiores (Figura 5.25) e inferiores,
servem para transferir a ação do vento para
as tesouras e contraventamentos verticais;
74
Para telhas de aço (Foto 5.12), o con-
traventamento lateral do banzo superior quan-
do disposto sobre as tesouras, serve de base
para a fixação da telha (Figura 5.27):
75
Capítulo 6
Fechamento Vertical
77
Fechamento vertical
78
OSB (oriented strand board), a placa cimentí- 6.1. Painéis de OSB
cia e o gesso acartonado, este último, só deve
ser usado em aplicações internas. As placas de OSB (oriented strand bo-
ard), podem ser utilizadas como fechamento
Porém, o mercado está sempre ofere- da face interna e externa dos painéis, para
cendo novas opções, reflexo das pesquisas forros, pisos e como substrato para cobertura
por materiais alternativos à alvenaria. Nesse do telhado. Porém, devido as suas caracterís-
campo, podemos citar o uso de painéis de aço ticas, não deve estar exposto a intempéries,
(Foto 6.1) que já podem apresentar isolamento necessitando de um acabamento impermeá-
termo-acústico incorporado, e são amplamen- vel em áreas externas.
te empregados no fechamento de galpões,
indústrias, centros comerciais e culturais, de Suas propriedades de resistência me-
ensino e tantos outros. cânica, resistência a impactos e a boa es-
tabilidade dimensional possibilitam seu uso
estrutural trabalhando como diafragma rígido
quando aplicado aos painéis estruturais e la-
jes de piso.
79
Fechamento vertical
Juntas de dilatação
82
Figura 6.5 – Sobreposição na junção das réguas. (adaptado
do ConsulSteel, 2002)
84
Por definição, toda chapa delgada que do do comprimento com até 3 metros de
contém cimento na composição é chamada de raio;
cimentícia. Basicamente, as placas são com-
postas por uma mistura de cimento Portland, • Tem baixo peso próprio, até 18 kg/m2 ,
fibras de celulose ou sintéticas e agregados. facilitando o transporte e manuseio, dis-
Porém, há algumas diferenças fundamentais pensando o uso equipamentos de iça-
nas placas disponíveis no mercado. A princi- mento;
pal delas é que existem dois grupos: o com • Compatível com a maioria dos acaba-
fibras dispersas na matriz, e o com malha de mentos ou revestimentos: pintura acrí-
fibra de vidro em ambas as superfícies. Os lica, cerâmicas, pedras naturais, pasti-
produtos do primeiro tipo foram desenvolvidos lhas, etc;
a partir de matrizes de cimento que continham
amianto. Com as restrições legais a respeito • São cortadas com facilidade com fer-
do uso desse tipo de fibra, as chapas ganha- ramentas com superfície de ataque de
ram fibras plásticas, de vidro ou celulósicas metal duro;
(Loturco, 2003). • Rapidez de execução: sistema de mon-
tagem semelhante ao do gesso acarto-
As principais características da placa ci- nado.
mentícia são:
Tabela 6.1. - Relação entre espessura da placa cimentícia e aplicação. Fonte: Brasilit.
Espessura da
Aplicação Usual
placa
Podem ser aplicadas em divisórias leves e paredes secas internas, onde
6 mm
não existam aplicações de cargas suportadas diretamente pela placa.
Podem ser aplicadas em divisórias leves e paredes internas e externas,
8 mm em áreas secas e úmidas, podendo existir aplicações de cargas
suportadas pela placa.
Utilizadas para áreas secas e molhadas, internas ou externas. Ideal para
10 mm paredes estruturais, melhorando a resistência contra impactos, aplicações
de carga e isolamentos termo-acústicos.
85
Fechamento vertical
Para a melhor utilização das placas ci- auto-atarraxantes que devem ser próprios
mentícias é essencial a pesquisa junto ao fa- para placas cimentícias.
bricante das características e recomendações
de uso do produto para evitar riscos de patolo- Recomenda-se que em paredes exter-
gias. Entre as patologias de maior ocorrência nas, deve-se revestir a face exposta com uma
estão as fissurações no corpo da chapa, trin- demão de selador de base acrílica. Em locais
cas em juntas e revestimentos, inclusive com úmidos (banheiros, cozinhas, áreas de serviço,
destacamento dos mesmos. etc) prever um sistema de impermeabilização
nas junções da parede com o piso, para evi-
Cuidados especiais devem ser tomados tar a infiltração de água para dentro do painel.
na especificação do tipo da junta levando em Paredes das áreas de box, pias de cozinha e
consideração a variação dimensional das pla- tanques também devem receber impermeabi-
cas devido à temperatura e umidade do am- lização. O assentamento de peças cerâmicas
biente e a natureza dos acabamentos que irão pode ser feito com argamassa colante, porém
revestí-la. Basicamente, a junta pode se apre- flexível.
sentar de duas formas: a junta aparente e a
junta invisível. No caso de juntas aparentes, a 6.4. Gesso Acartonado
aplicação de perfis ou selantes elastoméricos
destacam visualmente a junta e podem ser a No sistema LSF, as placas ou chapas de
melhor alternativa no caso de placas que pos- gesso acartonado constituem o fechamento
suem o coeficiente de variação dimensional vertical da face interna dos painéis estruturais
muito alto. Para esse tipo de junta as bordas e não-estruturais que constituem o invólucro
da placa devem ser planas. da edificação, e também o fechamento das di-
visórias internas.
As juntas invisíveis devem ser tratadas
de acordo com especificações de cada fabri- Como foi mencionado no capítulo 3, os
cante das placas e dos produtos de rejunta- painéis internos quando não são estruturais
mento, porém é sempre indicado um reforço podem ser construídos empregando o siste-
sobre a junta de tela de fibra de vidro resisten- ma “Drywall”, que também é constituído de
te a alcalinidade. As bordas das placas devem perfis U e Ue de aço galvanizado, porém de
ser rebaixadas para garantir o nivelamento do menores dimensões, pois apenas suportam
tratamento da junta. o peso dos fechamentos e revestimentos, e
de peças suspensas fixadas em sua estrutura
As juntas devem apresentar no mínimo como armários, bancadas, quadros, etc.
3 mm entre as placas, dependendo das reco-
mendações do fabricante, incluindo todo o seu A mesma técnica que é utilizada na mon-
perímetro, isto é, nos quatros lados da placa, tagem e fixação das chapas de gesso acar-
e também entre estas e as esquadrias. Juntas tonado nos perfis galvanizados do sistema
de dessolidarização também são recomenda- “Drywall”, é empregada no fechamento dos
das sempre que houver a junção da placa ci- painéis estruturais e não-estruturais do siste-
mentícia com outro material diferente. ma LSF.
86
de parafusos que já foram descritos no item • A placa Standard (ST) para aplicação
6.3. em paredes destinadas a áreas secas;
87
Fechamento vertical
88
6.5. Isolamento Termo-Acústico ser feitas a fim de aumentar o desempenho do
sistema, através da colocação de mais cama-
O desempenho termo-acústico de uma das de placas ou aumentando a espessura da
edificação é determinado pela sua capacida- lã mineral. (Foto 6.11)
de de proporcionar condições de qualidade
ambiental adequadas ao desenvolvimento
das atividades para o qual ela foi projetada.
Esse desempenho é influenciado por uma
série de fatores. Entre estes podemos citar
a localização e posicionamento do edifício e
suas dependências, os tipos de vedações e
coberturas, seus revestimentos e cores, tipos
de esquadrias, tamanho e posicionamento
das aberturas, etc.
89
Fechamento vertical
por exemplo, escuta-se a movimentação rede vibrando irá irradiar energia acústica para
das pessoas dentro dos edifícios. Outras o ambiente adjacente.
fontes podem ser batidas de porta, que-
da de objetos, etc; A quantidade da radiação sonora advin-
da da parede, e, portanto, a capacidade de
• Transmissão de som proveniente da isolação desta parede, dependerá da freqüên-
estrutura: ruídos vindos de vibrações de cia do som, do sistema construtivo e do tipo
equipamentos ou instalações hidráulicas de material que a compõem (Sales, 2001).
que são transmitidos pelos elementos da
edificação como paredes, pisos e estru- O isolamento acústico ocorre quando se
turas pelo contato direto com essas fon- minimiza a transmissão de som de um am-
tes. biente para outro ou do exterior para dentro
Quando o som incide sobre uma deter- do ambiente e vice-versa. Para Sales (2001)
minada superfície, uma parede por exemplo, a característica de isolamento sonoro de uma
parte dele é refletido, parte é absorvido den- parede é normalmente expressa em termos da
tro do material e parte é transmitido através Perda de Transmissão (PT). Ainda segundo a
do mesmo. Da energia sonora absorvida pela autora, quanto maiores os valores da perda de
parede parte será dissipada em calor e o resto transmissão, mais baixa será a transmissão da
irá propagar-se através desta. energia acústica, e vice-versa. Segundo Gó-
mez (1998) apud Sales (2001), o isolamento
O efeito total será que a parede como acústico de paredes pode ser classificado, de
um todo entrará em vibração, causada pela acordo com os valores das respectivas perdas
pressão das ondas sonoras incidentes. A pa- de transmissão, conforme a tabela a seguir:
Perda de
Quantificação
Transmissão Condições de audição
do isolamento
(PT)
Compreende-se a conversação normal facilmente através da
Pobre < 30 dB
parede.
Ouve-se a conversação em voz alta, mas não se entende bem a
Regular 30 a 35 dB
conversação normal.
Ouve-se a conversação em voz alta, mas não é facilmente
Bom 35 a 40 dB
inteligível.
"QBMBWSBOPSNBMÏJOBVEÓ WFMFFNWP[BMUBÏNVJUPBUFOVBEB
T FN
Muito bom 40 a 45 dB
DPNQSFFOT ÍP
Excelente > 45 dB Ouvem-se muito fracamente os sons muito altos.
90
O desempenho acústico de um material Para edificações no Brasil, a norma NBR
pode ainda ser estimado através da Classe de 10152:1987 fixa condições aceitáveis de ruído
Transmissão de Som Aéreo (CTSA) que indi- ambiente em determinados recintos de uma
ca, de uma maneira global, a capacidade do edificação de acordo com a finalidade de utili-
material de reduzir o nível sonoro entre dois zação do mesmo. Dentre os diversos ambien-
ambientes, dada em decibels (dB). Essa gran- tes estabelecidos pela norma, podemos citar:
deza é obtida em laboratório para determina- • Quartos em apartamentos residen-
do componente construtivo, e não considera o ciais e em hotéis (sem ocupação): 30-40
isolamento do ambiente. Entretanto, segundo dB(A);
Krüger (2000) pode-se proceder a avaliação
acústica do conjunto de elementos construti- • Quartos em hospitais: 35-45 dB(A)
vos levando-se em consideração valores obti- • Salas de estar em residências (sem
dos somente para a parede, desde que os de- ocupação): 35-45 dB(A);
mais elementos tenham CTSA maior ou igual
à mesma. A tabela 6.3 fornece o CTSA para • Salas de aula: (sem ocupação): 35-45
alguns componentes usados na construção dB(A);
convencional e em LSF. Atualmente, o clas- • Escritórios: 45-55 dB(A).
sificador CTSA vem sendo substituído por Rw
(Índice de Redução Acústica) que é baseado O isolamento de painéis em LSF segue
na norma internacional ISO 717:1996 (Sales, o princípio massa-mola-massa, onde em lugar
2001). de uma parede de massa m, usam-se cama-
Tabela 6.3 – Classe de Transmissão de Som das separadas de massa, cujo espaço entre
Aéreo para elementos construtivos. Fonte: elas é preenchido com um elemento absor-
adaptado de Kinsler et al., 1982. vente, cujo objetivo é reduzir a transmissão de
som entre as camadas de massa.
Componente da Construção CTSA
91
Fechamento vertical
Espessura da lã
50 50 75 75 100 100
de vidro (mm)
Rw (dB) 43 50 47 55 52 58
92
No Brasil, não há estudos sobre o com- dro entre as placas que aumenta a resistência
portamento e desempenho térmico de edifi- térmica de acordo com a equação 6.2.
cações construídas em LSF, portanto ainda
não é possível avaliar quais condições de fe- De acordo com o fabricante de lã de vi-
chamento são melhores para determinados dro, os valores de Resistência Térmica e Con-
climas. Portanto, neste trabalho vamos nos dutividade Térmica do material são descritos
deter na capacidade de isolamento térmico na tabela 6.5:
apresentada pela lã de vidro, que é um com-
ponente amplamente utilizado no tratamento Tabela 6.5 – Resistência Térmica e Conduti-
térmico e acústico de edificações em LSF em vidade Térmica da lã de vidro.
todo o mundo. Fonte: Isover - Saint Gobain, 2005.
(6.1)
(6.2)
93
Capítulo 7
Ligações e Montagem
95
Ligações e Montagem
96
ticas podem ser asas no corpo do parafuso
para a fixação de placas de fechamento como
OSB e cimentícias, e ranhuras na cabeça tipo
trombeta.
97
Ligações e Montagem
• Parafuso cabeça trombeta e ponta bro- rafuso é nº 12 ou 14, sendo seu compri-
ca (Figura 7.6): É utilizado na fixação mento nominal de no mínimo 1 3/4 pol.
de placas de gesso e OSB. Sua cabeça O bit utilizado na parafusadeira é Phillips
permite a total penetração no substrato, # 3 em vez do # 2.
ficando rente à superfície. Disponível em
diversos comprimentos dependendo da A parafusadeira é uma das ferramentas
quantidade de camadas de chapas a se- mais utilizadas em construções com LSF, pois
rem fixadas. executa as fixações por meio de parafusos
nas ligações entre diversos componentes do
sistema (Foto 7.1). O tipo da cabeça do para-
fuso e as fendas da mesma determinam qual
tipo de boquilha é usada na parafusadeira
para permitir sua fixação. Nas construções em
LSF basicamente se usa bits de # 2 e # 3 para
Figura 7.6 –Parafuso cabeça trombeta e ponta broca. (fonte: os parafusos com fenda Phillips e capuz para
Ciser Parafusos e Porcas) cabeças sextavadas.
98
7.2.1. Sistema de Painéis
99
Ligações e Montagem
Para montagem das tesouras, muitas cortes de perfis U e Ue (Foto 7.6) a fim de se
vezes, é necessário aumentar a mesa de tra- ajustar esquadro e nível.
balho para se adequar ao comprimento das
mesmas.
100
A seguir se coloca o segundo painel ex- ser feita com marcações no contrapiso execu-
terior perpendicular ao primeiro, formando a tadas com fio traçante, instrumento utilizado
primeira “esquina” da construção (Foto 7.8). no sistema “drywall” (Foto 7.11).
Verifica-se o nível e o esquadro, e então fixa
o escoramento (Foto 7.9) e posteriormente a
ancoragem provisória.
101
Ligações e Montagem
102
ná-las sobre os apoios de painéis portantes A laje seca, preferencialmente, só deve
ou vigas principais. ser instalada quando a cobertura já estiver
2- Posicionando as vigas de piso já cor- sido executada, a fim de evitar que o piso de
tadas no comprimento do vão, uma a uma na placas de OSB fique exposto a intempéries.
laje, depois de instaladas as sanefas, onde Para permitir o trabalho dos operários sobre
deverão ser encaixadas (Foto 7.15). Após o a laje, algumas placas podem ser fixadas e
encaixe e verificação do esquadro, fixam-se deve ser feito o contraventamento provisório.
os enrijecedores de alma que irão conectar as
vigas de piso à sanefa e evitar o esmagamen- Em ambos os casos, sempre devem ser
to da alma das vigas nos apoios. previstos espaços para o apoio dos painéis
portantes internos e externos diretamente so-
bre a estrutura e não sobre o contrapiso.
103
Ligações e Montagem
104
Foto 7.20 – Montagem de tesouras de telhado. (Fonte: Dis-
ponível em: http://www.consulsteel.com/cas/default.asp)
105
Capítulo 8
Instalações
107
Instalações
Para a passagem das instalações pelos Figura 8.1 – Dimensões da furação de perfis de Light Steel
perfis de Light Steel Framing, tanto nos mon- Framing
tantes das paredes quanto nas vigas das lajes Fonte: NBR 15253
secas, devem existir furos nas almas dos perfis
Ue. Esses furos são executados conforme os Durante a compatibilização dos projetos,
parâmetros da NBR 15253, que estabelece pode-se planejar o posicionamento de todos
que os furos podem existir nos perfis, desde os furos de instalações exatamente nos locais
que devidamente considerados no dimen- onde há previsão de passagem de algum duto,
sionamento estrutural. Os furos podem ser diminuindo a quantidade de furos e direcionan-
redondos ou oblongos, sempre com seu maior do o posicionamento das tubulações de acordo
eixo coincidindo com o eixo longitudinal do com o projeto.
perfil, de diâmetro máximo 38 mm, e, no caso
de furos oblongos, comprimento máximo de A passagem das tubulações das insta-
115 mm. A distância entre os centros de furos lações pelos vazios das paredes e forros das
sucessivos deve ser de, no mínimo igual a 600 construções em LSF permite a leitura de toda
mm e a distância mínima entre a extremidade a obra como um shaft visível, facilitando a
do perfil e o centro do primeiro furo é de 300 execução e a manutenção dos sistemas. Na
mm (figura 8.1). execução, diminui-se o volume de resíduo
108
gerado a quase zero e aumenta-se a rapidez
da instalação, já na construção convencional
há grande acúmulo de entulho, em função da
necessidade de quebrar a parede recém exe-
cutada para passagem de tubos ou dutos.
109
Instalações
110
fios com comprimentos pré-determinados de indesejáveis. Para evitar tal problema, nas ins-
acordo com o projeto. Em ambos os casos, a talações usando peças convencionais rígidas,
montagem dos kits aumenta a produtividade da deve-se travar as tubulações no interior das
obra, evita desperdício de materiais, garante paredes, o que pode ser feito com o uso de
a homogeneidade das instalações e reduz a espuma de poliuretano expansível ou anel de
necessidade de mão-de-obra em canteiro. borracha nos pontos de passagem da tubula-
A utilização dos kits industrializados é ção pelos furos dos montantes. Nos registros
muito vantajosa para a execução de conjuntos e pontos de saída na parede, há grande difi-
de construções padronizadas, já que, devido à culdade de fixação adequada das peças con-
repetibilidade, sua fabricação em grande escala vencionais utilizando-se somente a espuma de
potencializa os pontos positivos apresentados poliuretano, podendo gerar patologias futuras
e gera economia no fim da obra. Para constru- em função da movimentação dessas peças em
ções únicas, o emprego dos kits industrializa- seu uso normal.
dos se torna menos interessante.
Existem plenamente difundidos no merca-
8.2. Água Quente e Água Fria do peças especiais para instalações em Light
Steel Framing e Drywall, que se focam princi-
As instalações de água fria e água quente palmente nos registros e pontos de saída, si-
são feitas normalmente por derivações a partir tuações em que o uso de peças convencionais
de reservatórios principais, com ramais para não resolve satisfatoriamente o sistema.
cada um dos pontos de consumo. As tubula-
ções empregadas nesses sistemas possuem As peças usadas nos pontos de saída
diâmetros pequenos, para serem instaladas de água, apropriadas para Steel Framing,
no interior das paredes. Os conceitos usuais são luvas que possuem flanges laterais, que
de dimensionamento, perda de cargas e ca- são fixados às placas de revestimento das
minhamento das tubulações empregados nas paredes com o uso de parafusos, dispensado
construções em alvenaria são plenamente qualquer improvisação na montagem (figura
aplicáveis nas obras em Light Steel Framing. 8.4). Os diâmetros disponíveis são de 1/2” e
3/4”, atendendo à necessidade da maioria das
Os materiais mais comuns existentes no instalações hidráulicas comuns.
mercado para instalações hidráulicas, como o
PVC (policloreto de vinila), o PEX (polietileno
reticulado), o PPR (polipropileno copolímero
random), o CPVC (policloreto de vinila clorata-
do) e o cobre, são compatíveis com o sistema
de construção a seco (SANTIAGO, TERNI,
PIANHERI, 2008b).
111
Instalações
Figura 8.7 – Joelho PEX para fixação em peça auxiliar As instalações de esgoto podem ser
metálica
Fonte: Tigre, 2010
feitas sem adaptações, utilizando-se joelhos
com flanges, que devem ser fixados às placas
As tubulações PEX, em contato com
de revestimento ou de piso com o emprego de
os furos dos perfis estruturais de Light Steel
parafusos (figura 8.9). Os diâmetros disponí-
Framing, devem ser protegidas de forma a
veis no mercado atendem às necessidades de
evitar cortes acidentais no momento da sua
saídas de esgoto de pias, lavatórios, mictórios
instalação e transmissão de vibração durante
e vasos sanitários.
sua utilização normal. Para isso, são utiliza-
das peças plásticas de proteção, instaladas
em todos os furos dos montantes por onde a
tubulação passar. Pode-se também empregar
espuma de poliuretano expansiva para este fim,
porém as peças plásticas são mais práticas de
serem instaladas e possuem custo competitivo
(figura 8.8).
Figura 8.10 – Instalação de joelho com flange Para contornar tal limitação, onde há
Fonte: Tigre, 2010
previsão de tubulações, as paredes podem
Nas construções em Light Steel Framing, ser construídas com maior diâmetro usando-se
quando há necessidade de caminhamento perfis com seção de 140 ou 200 mm, de forma
horizontal das instalações de esgoto e águas a permitir caminhamento vertical desses tubos.
pluviais sob as lajes, este normalmente ocor- Porém, mesmo com o uso de perfis de seção
re abaixo das vigas de estruturação do piso, mais alta, não há a possibilidade de seu cami-
demandando a existência de rebaixo do forro. nhamento horizontal, uma vez que os furos nas
Tal fato se deve a limitação no diâmetro dos almas dos perfis possui diâmetro limitado. Ou-
furos de serviço que podem ocorrer nas vigas, tra solução possível para casos semelhantes
que é menor que as tubulações normalmente é a construção da parede com o uso de perfis
utilizadas nesse tipo de instalação. comuns de 90 mm com a instalação da tubu-
lação em uma de suas faces. Neste caso, há a
Para evitar tal situação, é interessante que necessidade de execução de contra-parede em
as instalações de esgoto e descida de águas DryWall apenas para envolver as instalações,
pluviais possuam o menor caminhamento ho- sem limitação do diâmetro da tubulação.
rizontal possível, preferencialmente no sentido
paralelo aos perfis de estruturação, de modo a 8.4. Elétrica
não criar altura extra. É possível também o uso
de treliças para estruturação das vigas de piso, As instalações elétricas, assim como de
deixando vazios entre suas peças, que podem TV, telefonia e lógica, utilizam conduítes ou
ser utilizados para caminhamento horizontal eletrodutos para o caminhamento da sua rede
dos tubos de instalações, da mesma forma de cabos e fios até locais pré-estabelecidos
que ocorre para passagem de tubos entre as onde se criam os pontos de utilização e consu-
tesouras de cobertura. mo. Esse princípio se aplica a instalações de
diversos portes e em edificações com sistemas
A adoção, sempre que possível, de pru- construtivos variados. Assim, o projeto dessas
madas hidráulicas verticais desde os andares instalações para obras com Light Steel Framing
mais altos até o nível da fundação é vantajosa, não se difere em nada do projeto utilizado na
114
construção convencional. As caixas plásticas e de distribuição para
pontos de eletricidade existentes no mercado
Nas construções em alvenaria convencio- para construção convencional podem ser utili-
nal, os conduítes, que podem ser corrugados zadas no sistema Light Steel Framing. Entre-
ou lisos, em PVC ou em polietileno, são insta- tanto, devido ao vazio interno da parede, para
lados no interior das paredes, num processo de que esse emprego ocorra, é necessário que as
corte e depois recomposição da alvenaria. Todo caixas sejam fixadas, com auxílio de parafusos,
esse processo gera uma grande quantidade na estrutura do painel ou em peças metálicas
de resíduo, como já citado anteriormente. Nas auxiliares, semelhantes às utilizadas para su-
construções em Light Steel Framing, utilizam- porte de registros de hidráulica (figura 8.12).
se os mesmos conduítes convencionais, com
preferência para aqueles corrugados. Estes
são facilmente instalados no interior da parede
antes da fixação dos revestimentos sem qual-
quer geração de resíduo, dentro do conceito
apresentado de parede como shaft visitável.
(b)
Figura 8.12 – Fixação de caixa elétrica (a) convencional (b)
de distribuição em estrutura de LSF
Fonte: Arquiteto Roberto Inaba
115
Instalações
8.5. Gás
116
Capítulo 9
Fechamento Externo
de Fachadas
117
Fechamento Externo de Fachadas
118
Figura 9.3 – Fechamento em LSF em edifício com estrutura
metálica
Fonte: Acervo dos autores
119
Fechamento Externo de Fachadas
FER, 2003). Nesta situação, a responsabilidade normas e manuais aplicáveis. Para fachadas
estrutural do fechamento é de suporte de seu em Light Steel Framing, os pinos acionados à
peso próprio e dos revestimentos e de resis- pólvora são a solução mais empregada para
tência às forças de vento e impactos. conexão quando se trata de estrutura princi-
pal em concreto ou em aço com espessura de
Porém, os painéis estruturais de fachadas chapa maior que 3,5 mm; já para substrato em
em Light Steel Framing podem possuir função aço com menores espessuras, ou na ligação
de colaborar no contraventamento horizontal de inserts com os montantes do painel, os pa-
da estrutura principal do edifício, aumentando rafusos estruturais com cabeça sextavada e
a rigidez de seus quadros. Nesta hipótese, os ponta broca são uma opção; pode-se, também,
elementos mais exigidos são as chapas ou per- optar pelo uso de chumbadores de expansão
fis diagonais de contraventamento do painel, (tipo parabolt) nos substratos em concreto
os quadros das aberturas (janelas e portas) e maciço; além da solda para fixações em aço
os perfis nas bordas (guias ou montantes) do (SANTIAGO, 2008). De todas essas opções,
painel. Um dos principais ganhos no dimen- os pinos são a mais prática e mais empregada
sionamento da estrutura considerando o papel na maioria dos casos.
estrutural do painel de LSF é a diminuição do
comprimento de flambagem dos pilares, resul- 9.3. Método Embutido
tado da presença de travamentos horizontais
nesses painéis (PEREIRA JUNIOR, 2004). O Método Embutido é umas das possi-
bilidades de solução construtiva para facha-
É importante conhecer os deslocamentos das utilizando o Light Steel Framing, onde os
aos quais a estrutura principal do edifício está painéis estruturais, que podem ser fabricados
sujeita para a escolha da forma de execução anteriormente ou no local, são montados inter-
da fachada em Light Steel Framing. O dimen- namente aos quadros da estrutura principal do
sionamento da estrutura do fechamento pode edifício (figura 9.4).
ser feito considerando que tais deslocamentos
serão isolados por meio de detalhes não-rígidos Em cada um dos quadros da estrutura
na montagem da estrutura de LSF. Pode-se, principal fechados com LSF, as cargas dos
ainda, optar por admitir que os deslocamen- painéis são descarregadas na estrutura ime-
tos da estrutura principal não são isolados do diatamente abaixo, dessa forma, o sistema de
fechamento e resultam em esforços nos perfis fechamento não oferece limitação ao porte do
de LSF (SANTIAGO, 2008). A necessidade ou edifício e nem demanda a utilização de siste-
não de se empregar detalhes construtivos para mas auxiliares de sustentação e de transmis-
isolar os deslocamentos da estrutura principal são de sua carga para a estrutura principal do
não é prescrita em normas, devendo ser ava- edifício.
liada e dimensionada pela equipe de projeto
(LGSEA, 2004).
120
Os painéis de LSF são geralmente ins- vertical do fechamento é transmitida para a viga
talados na borda externa da estrutura, porém ou laje localizada imediatamente abaixo.
essa prática não é obrigatória. Tal montagem
tem por objetivo facilitar a instalação dos mate- No caso de se optar pela liberdade de
riais de fechamento e isolamento externos. Em deslocamento entre as estruturas, a conexão
casos onde se deseja tirar partido da estrutura dos montantes com a guia superior deve ser
aparente, pode-se optar pela montagem dos feita utilizando-se peças ou montagens es-
painéis recuados. pecíficas que permitam o deslocamento na
forma e grandeza propostos pela concepção
Os perfis dos painéis de LSF propostos e dimensionamento estruturais.
nesse fechamento não possuem função estru-
tural no edifício, sendo responsáveis apenas 9.3.1. Ligações Rígidas
por resistir às cargas de vento e ao seu peso
próprio e dos acabamentos de fachadas. Sen- A montagem do fechamento em Light
do assim, não há necessidade da execução Steel Framing com ligações rígidas é feita
de vergas com múltiplos perfis sobre os vãos com painéis executados de forma semelhante
de janelas e portas, e nem de colocação de àqueles utilizados em construções autoportan-
ombreiras reforçando os montantes das extre- tes. As ligações entre os montantes e as guias
midades. Ao contrário, em painéis portantes, superiores e inferiores são executadas com
as vergas podem ser construídas utilizando-se parafusos estruturais e a conexão do painel
apenas um perfil U simples, cortado e dobra- com a estrutura principal é executada de forma
do nas extremidades. Apenas em casos onde rígida (figura 9.5).
há grandes vãos ou forças de vento muito
elevadas, há necessidade de uso de vergas A simplicidade e a facilidade de execução
compostas, como mostradas no capítulo sobre dos fechamentos com ligações rígidas, além do
painéis portantes. seu custo reduzido, constituem suas principais
vantagens, que são função da não necessidade
A montagem embutida tem como pontos de detalhes ou peças especiais de montagem
positivos o custo mais baixo e a facilidade de (SCHAFER, 2003).
instalação, ambos resultados da não neces-
sidade de peças especiais de conexão com a
estrutura principal do edifício. Uma das limita-
ções do fechamento embutido é a dificuldade
em compensar eventuais problemas de ali-
nhamento e prumo decorrentes da execução
da estrutura principal. Essa compensação
só é possível em função dos acabamentos
externos, que podem eventualmente ter essa
capacidade.
Figura 9.5 – Ligação rígida dos montantes com a guia supe-
rior / onte: Adaptado de SCHAFER, 2003
Os painéis de fechamentos em LSF, quan-
do montados pelo método embutido, podem ser Quando o fechamento em LSF é exe-
concebidos com ligações rígidas entre os seus cutado com ligações rígidas há sempre a
elementos estruturais e a estrutura principal do transmissão de carregamentos da estrutura
edifício, ou de forma a permitir o livre desloca- principal, em função de seus deslocamentos,
mento entre eles. Em ambos os casos, a carga para a estrutura do painel em LSF. Tal com-
portamento deve ser levado em conta durante
121
Fechamento Externo de Fachadas
122
Figura 9.7 – Travamento superior com canaleta e cantonei- Figura 9.8 – Espaçador instalado entre montantes
ras / Fonte: Adaptado de SSMA, 2007 Fonte: Adaptado de DIETRICH, 2010
123
Fechamento Externo de Fachadas
124
Sua utilização requer as mesmas ob-
servações apresentadas para a cantoneira
não-rígida apenas verticalmente, considerando
ainda que, esta cantoneira possui menor efici-
ência na estabilização dos montantes, visto que
é possível giro sobre seus furos oblongos.
125
Fechamento Externo de Fachadas
126
(a) (b)
Figura 9.14 - Painéis contínuos apoiados na fundação: montante contínuo da base ao topo do edifício (a) e múltiplos painéis
“empilhados” (b) / Fonte: Adaptado de LGSEA 2004
Figura 9.15 – Painel dividido verticalmente, sustentado pela estrutura principal do edifício
Fonte: Adaptado de LGSEA, 2004
127
Fechamento Externo de Fachadas
128
de custo em relação à cantoneira comum são
suas desvantagens.
129
Fechamento Externo de Fachadas
130
descarregada na fundação. Nesta situação, os
montantes devem ficar alinhados, conforme o
conceito de estrutura em linha, utilizado nas
construções autoportantes de LSF.
Em painéis contínuos de fachada execu- Figura 9.23 - Conexão horizontal rígida entre painéis
tados com LSF, não é recomendado que sejam Fonte: SANTIAGO, 2008
usados perfis com comprimento muito grande.
Já os painéis com pontos intermediários
Assim, quando o edifício possui grande altura,
de fixação rígida não descarregam qualquer
é necessário o uso de múltiplos painéis, que
esforço vertical no painel abaixo. Para garantir
podem ser “empilhados” com o peso próprio
este comportamento, é preciso isolar os pai-
transmitido para a fundação ou prever estru-
néis entre si, com conexões que permitam que
turas intermediárias de sustentação.
cada um deles se movimente verticalmente de
forma independente, mas não se desloquem
Em ambos os casos, o encontro horizontal
entre si na direção horizontal. Essas conexões
entre os painéis deve acontecer entre as lajes
horizontais entre painéis devem ocorrer nos pa-
dos pavimentos, de forma que não exista inter-
vimentos logo acima das ligações não-rígidas
ferência na conexão do painel com a estrutura
dos montantes com a estrutura principal do
principal. Além disso, o encontro entre painéis,
edifício.
logo acima da laje, facilita o acesso do instala-
dor durante a montagem (LGSEA, 2004).
Uma das formas de conectar painéis
contínuos de LSF sem que ocorra transmissão
Nos painéis “empilhados” há a trans-
vertical de carregamento é o uso de guias com
missão vertical da carga de um painel para o
furos oblongos verticais nas mesas, semelhan-
outro imediatamente abaixo, até que esta seja
131
Fechamento Externo de Fachadas
tes àquelas utilizadas para permitir a movimentação de montantes em painéis de LSF embutidos
(figura 9.24) (LGSEA, 2004). Nesta montagem, a guia inferior do painel superior é uma guia con-
vencional, parafusada de forma rígida aos montantes. A guia superior do painel imediatamente
abaixo deve possuir furos oblongos nas suas mesas, de forma que os parafusos que a prendem
aos montantes possam se deslocar verticalmente, garantindo o isolamento estrutural entre os
painéis. As guias são conectadas entre si por parafusos estruturais.
Figura 9.24 – Conexão não-rígida entre painéis contínuos com guia com furos oblongos
Fonte: Adaptado de LGSEA, 2004
Outra possibilidade de montagem com isolamento vertical entre painéis contínuos é o uso
de pinos e placas de aço para conexão entre as guias (figura 9.25). Nessa montagem, os pinos
de aço atravessam as almas das guias de ambos os painéis em furos pré-executados, impedindo
a movimentação horizontal e garantindo seu alinhamento. As chapas de aço são usadas para
reforçar as bordas, impedindo que ocorra, neste ponto, algum dano que comprometa o sistema.
É importante que os painéis sejam montados com espaço entre as guias superior de um e inferior
de outro, para que ocorra a livre movimentação vertical.
Figura 9.25 – Conexão não-rígida entre painéis contínuos executada com pinos e placas
Fonte: Adaptado de LGSEA, 2004
132
A conexão horizontal não-rígida entre pai-
néis, tanto utilizando guias com furos oblongos Nas construções com estrutura principal
quanto com pinos, demanda peças especiais metálica, a fita de isolamento é importante
além daquelas usuais do sistema LSF. Ambas para que não ocorra contato direto entre o
também permitem a execução prévia dos aço galvanizado do LSF e o aço da estrutura
painéis em fábrica, porém, na conexão com principal, evitando, assim, a ocorrência da cor-
guia com furos oblongos, há obrigação de rosão. Já nas construções em concreto, a fita
contraventamento no painel, para garantir sua de isolamento ajuda no nivelamento da super-
integridade durante o transporte. fície para receber a peça metálica do painel de
fechamento, evitando que esta se amasse em
9.5. Acabamentos e Interfaces função de pequenas imperfeições, comuns na
face do concreto.
A garantia de integridade dos fechamen-
tos verticais é função do seu desempenho 9.5.2. Juntas e Encontros de Placas de
estrutural e também do planejamento dos aca- Acabamento
bamentos em suas faces e das interfaces com
os demais componentes da edificação. Os acabamentos para fechamentos
verticais em LSF estão sujeitos a variações
O planejamento dos acabamentos do dimensionais, cuja grandeza é determinada
sistema de fechamento em LSF e de suas inter- pelo seu material e processo de fabricação. A
faces visa garantir a estanqueidade à água e ao previsão de detalhes de execução, com espa-
ar da edificação, responsável pela salubridade ços que permitam a dilatação ou encurtamento
do ambiente e com influência direta na durabili- das placas, sem que ocorra deformação ou
dade e desempenho térmico da construção. transmissão de esforço para as outras placas,
é fundamental para o funcionamento correto
Além disso, as interfaces do acabamen- do fechamento.
to com a estrutura principal e com os demais
componentes construtivos são importantes na As juntas de dessolidarização são respon-
manutenção da sua integridade frente às cons- sáveis pela movimentação dos acabamentos
tantes variações higrotérmicas a que esses de fechamento. As juntas constituem a linha de
acabamentos estão sujeitos. A independência separação entre dois elementos pré-fabricados
estrutural entre fechamento e estrutura do montados justapostos ou superpostos, podendo
edifício e suas liberdades de deslocamento ser horizontais ou verticais (KRÜGER, 2000).
também são afetadas pela forma de execução Sua forma de execução e grandeza dimensio-
do acabamento dos painéis verticais de LSF nal varia em função do material empregado,
empregados no fechamento de fachadas. podendo ser aparente ou invisível.
9.5.1. Interface das Peças de LSF com a Os materiais de revestimento mais co-
Estrutura Principal muns para as construções com LSF, como
placas cimentícias, gesso acartonado, EIFS,
Na interface entre os perfis do painel de reboco sobre OSB e siding sobre OSB, podem
fechamento e a estrutura principal recomenda- ser utilizados quando o LSF é empregado no
se a instalação de fita de isolamento de polie- fechamento vertical de edifícios.
tileno. Essa fita possui espessura de 3 mm e
pelo menos uma das faces adesiva, e deve ser Dentre esses materiais de revestimento
fixada nos locais de interface antes da instala- comuns do sistema, aqueles instalados a partir
ção do painel de fechamento.
133
Fechamento Externo de Fachadas
de placas modulares, como as placas cimen- devem ser parafusadas na guia do painel,
tícias e de gesso acartonado, são os mais sendo fixadas somente nos montantes, já as
frequentes. Esses revestimentos podem ser placas do andar superior, devem sobrepor-se
executados, tanto internamente quanto exter- à estrutura principal do edifício (em montagens
namente, com juntas ocultas e rígidas, feitas embutidas), sendo fixadas na guia superior do
com tratamento com massas e fitas específicas, painel inferior (Figuras 9.27 e 9.28). As juntas
ou juntas aparentes, deixadas abertas ou pre- verticais flexíveis são necessárias quando o
enchidas com materiais flexíveis ou pequenos comprimento horizontal do edifício ultrapassa
perfis metálicos (figura 9.26). 6 m, seguindo a mesma recomendação de uso
em edificações térreas.
No caso das placas cimentícias exter- Figura 9.28 – Junta horizontal flexível em placas cimentícias
nas, é recomendada a execução de junta – montagem contínua / Fonte: Adaptado de LGSEA, 2004
horizontal flexível com largura de 10 mm a
cada pavimento. Sua localização preferencial
é próxima a laje e no encontro entre painéis
de Steel Framing ou destes com as vigas ou
lajes da estrutura principal do edifício. Para
conexões não-rígidas, as bordas superiores
das placas cimentícias do andar inferior não
134
Nos revestimentos internos com gesso Os revestimentos que requerem a exe-
acartonado, as juntas podem existir entre a cução parcial no local criando grandes panos
extremidade superior das placas e as lajes ou lisos, como o emprego de argamassa sobre
vigas, sendo desejáveis nas montagens rígidas OSB ou EIFS, demandam juntas de dilatação
e recomendadas nas montagens não-rígidas, verticais e horizontais para evitar o apareci-
tanto contínuas quanto embutidas. Estes es- mento de trincas. Essas juntas podem ser
paços, com largura aproximada de 10 mm, interrupções no revestimento preenchidas
devem ser preenchidos com selantes flexíveis com material flexível ou simples rebaixos na
e utilizado pintura também com capacidade camada final para direcionamento das trincas
de absorver pequenas deformações (figura que venham a existir.
9.29). Há ainda a possibilidade de utilizar um
rodateto sobre o espaço da junta, desde que No caso de utilização de argamassa sobre
não conectado à placa vertical (figura 9.30), ou OSB ou EIFS, é recomendado que existam jun-
ainda, quando existir forro, essa junta pode ser tas de dilatação horizontais a cada pavimento,
deixada aberta. executadas com perfil metálico, de modo a
diminuir o comprimento do pano liso de reves-
timento. Este perfil pode ser um perfil cartola,
fixado com as abas sobre o OSB e recobertas
pela argamassa. É importante que a membrana
de polietileno seja contínua, passando entre o
perfil da junta e a estrutura do painel, de modo
a garantir a estanqueidade do sistema (figura
9.31). As juntas verticais devem ser avaliadas
de acordo com a largura da edificação, não
sendo recomendadas distâncias entre juntas
maiores que 6 m.
135
Fechamento Externo de Fachadas
136
Capítulo 10
Diretrizes de Projeto
137
Diretrizes de Projeto
138
concepção do projeto e calcados no gerencia- seu processo de construção. É a filosofia de
mento do processo de produção/construção “construir no papel”.
levarão à industrialização da construção civil.
Não é viável conceber determinado pro-
O sistema Light Steel Framing apresenta jeto usando, por exemplo, a lógica do concre-
dois níveis de produção de edificações: to armado e depois simplesmente construí-lo
utilizando o sistema LSF, ou qualquer outro
1. Produção de uma edificação através sistema estruturado em aço. Os resultados
da montagem da estrutura “in loco” e da insta- serão sempre insatisfatórios. A esse respeito,
lação posterior dos demais subsistemas como Coelho (2004) orientou os arquitetos:
fechamentos, elétrico-hidráulico, esquadrias,
revestimentos, entre outros. Ou seja, a edi- “Utilizar o aço como elemento de cons-
ficação é subdividida em uma série de com- trução transcende a simples substituição de
ponentes elementares que se combinam e a um material por outro. Dentre outros aspectos
execução é dada em uma sucessão de etapas é necessário:
ocorridas no canteiro. Nesse nível vários com-
ponentes podem ser industrializados, porém a) Repensar os parâmetros tradicionais
alguns processos ainda acontecem de forma de projeto, item em que são exemplos o mó-
convencional. dulo básico vinculado à produção indústrial da
2. Sistemas modulares pré-fabricados estrutura e os vãos compatíveis com as defor-
onde os módulos ou unidades produzidos mações admissíveis dos demais materiais;
pela indústria são transportados ao local da b) Estudar e compreender as proprieda-
obra e podem vir com todos os subsistemas des e características do aço e dos materiais
já instalados. Essas unidades podem consti- complementares;
tuir toda a edificação ou apenas parte dela, c) Definir antecipadamente os subsis-
como ocorre com os banheiros pré-fabricados. temas que, junto com a estrutura, permitirão
Quanto maior o nível de industrialização no manter o grau de industrialização da constru-
processo de construção dessas edificações, ção;
menor a quantidade de atividades no cantei- d) Incorporar à arquitetura detalhes cons-
ro, resumindo-as a montagem e interligação trutivos eficientes para as interfaces entre a
das unidades, formando um sistema estrutural estrutura e as vedações. Entre outros.”
único. O Japão possui uma indústria altamen-
te desenvolvida, onde edifícios e casas resi- A indústria da construção tem apostado
denciais são construídos a partir de unidades na racionalização como forma de tornar mais
modulares que podem inclusive ser personali- eficientes os processos de produção de edifí-
zadas através de opções de catálogo ofereci- cios. Na falta de sistemas construtivos total-
das pela indústria aos clientes. mente industrializados, racionalizar a cons-
trução significa agir contra os desperdícios
Só o uso de produtos provenientes da de materiais e mão-de-obra e utilizar mais
indústria, não torna a construção industriali- eficientemente os recursos financeiros. Em
zada. Nem significa o sucesso do empreen- sentido mais amplo é, portanto a aplicação
dimento. Deve-se antes de tudo conceber o de princípios de planejamento, organização
projeto para o sistema construtivo proposto, e gestão, visando eliminar a casualidade nas
incorporando todas as suas propriedades, decisões e incrementar a produtividade do
especificando e compatibilizando os seus processo (Rosso, 1980)
subsistemas e componentes, e antevendo o
139
Diretrizes de Projeto
140
A partir da Revolução Indústrial, a mo- 2. É o incremento unitário de toda e qual-
dulação se tornou uma ferramenta necessária quer dimensão modular a fim de que a soma
à industrialização da construção civil, princi- ou a diferença de duas dimensões modulares
palmente nas edificações que usavam o fer- seja também modular,
ro fundido. O maior exemplar dessa época foi 3. É um fator numérico, expresso em uni-
sem dúvida o Palácio de Cristal. Criado para dades do sistema de medidas adotado ou a
ser uma concepção fruto dos conceitos de razão de uma progressão.
produção em massa, o Palácio de Cristal alia A metodologia básica para a aplicação
a arquitetura ao conceito de Desenho Indús- da coordenação modular na construção civil
trial. é conseguida através da integração dos sub-
sistemas e componentes de uma edificação a
Desde o término da segunda guerra, uma malha modular que permita a coordena-
sentiu-se a necessidade de sistematizar os ção de todas as informações do projeto.
estudos dos princípios da coordenação mo-
dular, tendo em vista a tecnologia sempre em 10.3. Malhas Modulares
evolução da indústria da construção. Para que
a coordenação modular funcionasse como O uso de malhas ou reticulados, planos
instrumento de integração, compatibilizando ou espaciais, serve de base tanto para a es-
dimensionalmente o repertório completo de trutura principal como para os outros compo-
componentes de todo um setor indústrial e nentes e subsistemas que também obedecem
ainda dotá-los de atributos que facultem a sua a um padrão de coordenação modular. Seu
permutabilidade, era necessário que se esta- objetivo é relacionar as medidas de projeto
belecessem normas que determinassem os com as medidas modulares.
parâmetros básicos dessa disciplina. Portan-
to, a partir da década de 50, houve um esforço As malhas ou reticulados possibilitam
por parte dos países europeus em estabele- posicionar e inter-relacionar os elementos
cer regras comuns devido a questões de inter- estruturais, as vedações, esquadrias, instala-
câmbio comercial e pela necessidade de pro- ções e tantos outros componentes que obe-
dução maciça de construções habitacionais. deçam a uma disciplina modular permitindo
Na década de 80 foi criada a norma ISO 1006: um melhor aproveitamento dos materiais, ge-
1983 – Building Construction – Modular Coor- rando um mínimo de cortes e desperdícios. E
dination, onde se estabeleceu que o módulo funcionam como elo de intercambio facilitador
básico, unidade de medida de tamanho fixo a entre a coordenação funcional, volumétrica
qual se referem todas as medidas que formam e, principalmente estrutural da edificação. É
parte de um sistema de coordenação modular, sobre ela que serão lançadas as concepções
seria representado pela letra M e correspon- estruturais, que guardarão relações de pro-
deria a 1M = 100 mm ou 10 cm. porção com os outros elementos do edifício
(Firmo, 2003).
O Brasil também adotou a coordenação
modular na construção civil através da nor- O sistema de referência de uma edifica-
ma ABNT – NBR 5706, 1977, e estabeleceu ção deve ser constituído por um conjunto de
o módulo básico (M) com um decímetro, ou planos, linhas e pontos introduzidos durante
seja, 10 cm. O módulo básico desempenha o processo de projeto com o fim de facilitar o
três funções essenciais: trabalho em cada etapa da edificação. Essen-
1. É o denominador comum de todas as cialmente se trata de uma organização geo-
medidas ordenadas métrica em que todas as partes estão inter-
141
Diretrizes de Projeto
Basicamente, a distância entre duas li- Franco (1992) afirma que ao se estabele-
nhas do reticulado ou de dois planos do re- cer um sistema de coordenação que conjugue
ticulado espacial, deve ser o módulo básico as características dimensionais dos materiais
(10 cm) para que a partir dele, todas as outras e componentes constituintes do sistema e o
medidas possam ser correlacionadas. Porém, processo de produção, pretende-se alcançar
os reticulados ou malhas podem usar como os seguintes benefícios:
base, a modulação da estrutura, contanto que
sejam múltiplos ou submúltiplos do módulo • Simplificação da atividade de elabora-
(Figura 10.1). ção do projeto;
• Padronização de materiais e compo-
nentes;
• Possibilidade de normalização, tipifi-
cação, substituição e composição entre
componentes padronizados;
• Diminuição dos problemas de interface
entre componentes, elementos e subsis-
temas;
• Facilidade na utilização de técnicas
pré-definidas, facilitando inclusive o con-
trole da produção;
• Redução dos desperdícios com adap-
Figura 10.1 – Uso de malhas geométricas modulares para tações;
projetos de arquitetura em LSF.
• Maior precisão dimensional;
Segundo Rosso (1976), na prática do
projeto modular é aconselhável logo após o • Diminuição de erros da mão-de-obra,
primeiro esboço proceder à consideração dos com conseqüente aumento da qualidade
detalhes. Isto decorre da consideração de e da produtividade.
que o desenho livre das partes do edifício em
função de uma livre execução na obra, não é
10.4. Projeto para Produção
mais possível, pois todos estão sujeitos a uma
disciplina comum. Porém, é um engano supor
Para Barros (2003) o atual processo de
que projetos concebidos a partir de malhas e
projeto, que enfatiza a definição do produto
componentes modulares geram uma arquite-
sem levar em conta as necessidades de pro-
tura plasticamente pobre e repetitiva. A infini-
dução, pouco contribui para o avanço tecnoló-
dade de combinações e arranjos permite uma
gico nos canteiros de obra.
grande flexibilidade, nas mais variadas lingua-
gens arquitetônicas. A grande vantagem é que
142
No processo construtivo tradicional, os tivo, para utilização no âmbito das atividades
projetos executivos que chegam ao canteiro, de produção em obra, contendo as definições
geralmente informam apenas as especifica- de:
ções do produto e o dimensionamento neces-
sário indicando as formas finais do edifício no • Disposição e seqüência das atividades
caso do projeto arquitetônico, ou as caracte- de obra e frentes de serviço;
rísticas técnicas dos subsistemas, sem contri-
buir para o modo como as operações devam • Uso de equipamentos;
se suceder. A falta de compatibilização entre • Arranjo e evolução do canteiro;
subsistemas é comum, resultando em proble-
mas que, na maioria das vezes, são resolvi- • Dentre outros itens vinculados às ca-
dos pelo próprio pessoal de obra. Assim, fre- racterísticas e recursos próprios da em-
qüentemente, as decisões de como construir presa construtora.
são tomadas no próprio canteiro.
O papel essencial do projeto para a pro-
Melhado (1994), fornece um conceito dução é o de encontrar soluções construtivas
mais abrangente de projeto quando afirma para determinado projeto, concebido para uma
que o projeto de edifícios deve extrapolar a certa tecnologia, inserindo as condicionantes
visão do produto ou da sua função, devendo de racionalização e construtibilidade, a fim de
ser encarado também sob a ótica do processo dar suporte a atividade de execução, através
da construção. O projeto deve incluir além das de um processo de produção seriado e defi-
especificações do produto também, as espe- nido, permitindo o seu controle, garantindo a
cificações dos meios estratégicos, físicos e qualidade desejada para o produto e redução
tecnológicos necessários para executar o seu dos custos e desperdícios.
processo de construção.
Assim, como conclui Taniguti (1999), O projeto para produção não deve ser
para evoluir no processo de produção de edi- confundido com o projeto de um subsistema
fícios é necessário melhorar o processo de da edificação, não é apenas o detalhamento
elaboração do projeto considerando simulta- genérico que viabiliza as operações no can-
neamente os vários subsistemas, bem como o teiro.
conteúdo do projeto o qual, além da forma do
produto, deve apresentar também o aspecto Como se sabe, o processo de produção
de como produzir. de edifícios é uma atividade multidisciplinar,
que envolve a participação de diferentes pro-
Quando a indústria da construção traba- fissionais e projetistas o que significa a ne-
lha com sistemas construtivos racionalizados cessidade de uma maior integração entre as
e/ou industrializados é essencial que o proje- diversas disciplinas de projeto (arquitetura,
to, além de enfocar o produto, contemple tam- estrutura, instalações, vedações, fundações,
bém o modo de produção, para que realmente etc.), bem como, entre essas disciplinas e as
possa se explorar o potencial produtivo e se atividades da produção.
atingir os resultados esperados.
O elemento de ligação entre essas diver-
O projeto para a produção é definido por sas disciplinas é a coordenação de projetos
Melhado (1994) como sendo um conjunto de que é uma atividade de suporte ao desen-
elementos de projeto elaborado de forma si- volvimento do processo de projeto, voltada à
multânea ao detalhamento do projeto execu- integração dos requisitos e das decisões de
143
Diretrizes de Projeto
projeto. A coordenação deve ser exercida du- truir, portanto já no estudo preliminar devem
rante todo o processo de projeto e tem como ser considerados os conceitos e condicionan-
objetivo facilitar a interatividade entre os diver- tes estruturais.
sos membros e equipes a fim de melhorar a
qualidade dos projetos a serem desenvolvidos O uso de malhas ou reticulados modula-
e promover sua compatibilização. res planos e espaciais permite relacionar em
um primeiro momento, a modulação da estru-
A coordenação de projetos pode ser tura e os painéis de fechamento. O reticulado
exercida por uma equipe da própria constru- modular de referência deve considerar o mó-
tora, pelo escritório de arquitetura ou por um dulo básico de 10 cm, uma vez que a partir
profissional ou empresa especializada. dele que se referenciam as dimensões dos
componentes. Porém malhas de maiores di-
A coordenação de projetos não vai re- mensões devem ser utilizadas para o projeto a
solver por si só todas as incongruências e fim de facilitar a criação e o desenho, contanto
não-conformidades existentes entre os pro- que sejam múltiplos do módulo fundamental.
jetos. Deve existir em comum entre todos os Para projetos com LSF pode ser empregada
agentes participantes uma visão sistêmica do uma malha ou reticulado plano de 1200 mm
processo de produção e do produto/edificação x 1200 mm, uma vez que no estudo prelimi-
resultando em um todo harmônico e integra- nar, o arquiteto não tem ainda a informação
do. Novaes (1996) apud Silva (2003) afirma precisa se a modulação estrutural será de 400
que essa condição só será alcançada a partir ou 600 mm. Portanto, quando se usa essa
da “adoção de uma visão sistêmica do com- malha que é múltipla tanto de 400 como 600
portamento dos subsistemas de um edifício, mm, permite-se que posteriormente o projeto
através da elaboração dos projetos para cada seja adequado a qualquer das opções deter-
subsistema, e seus componentes, compati- minadas pelo projeto estrutural. Também essa
bilizada com as dos demais, em respeito às modulação de malha possibilita que desde os
necessidades particulares de cada um e glo- primeiros esboços se considere a otimização
bais do edifício, visto como um organismo em no uso das placas de fechamento, uma vez
funcionamento”. que a maioria desses componentes utiliza
essa dimensão.
10.5. Diretrizes para o Projeto de
Arquitetura Deve-se conceber um projeto coeren-
te com o estágio tecnológico da construtora,
A seguir serão apresentados alguns re- ou seja, os métodos de construção e monta-
quisitos para a elaboração de projetos de gem adotados pela empresa devem refletir na
arquitetura em LSF. O objetivo é orientar os complexidade e escolha de componentes da
profissionais em aspectos essenciais para ga- edificação.
rantir edificações mais eficientes, resultado de
concepções planejadas e adequadas ao siste- 10.5.2. Anteprojeto
ma LSF, e também para permitir a racionaliza-
ção do processo construtivo. Nessa etapa é essencial dominar o uso
dos materiais e componentes que fazem par-
10.5.1. Estudo Preliminar te da construção, para uma melhor especifica-
ção e integração desses materiais de acordo
É importante desde a concepção do pro- com a situação.
jeto se pensar na forma de produzir ou cons-
144
Atentar para o uso a que se destina o prever a colocação de reforços.
edifício e o clima local a fim de considerar o
padrão de acabamento e os critérios de de- 10.5.3 Projeto Executivo e Detalhamento
sempenho termo-acústico, uma vez que várias
configurações são possíveis no projeto de ve- Essa fase é caracterizada pelo processo
dações. Essas condições são determinantes de compatibilização entre subsistemas e ela-
na escolha dos componentes de fechamento boração dos projetos executivos e de detalha-
vertical e tipo de laje. mento considerando as peculiaridades do sis-
tema construtivo, e o nível de racionalização
Especificar o tipo de revestimento e aca- do processo. Portanto, os projetos executivos
bamento, para que seu peso próprio seja con- de arquitetura diferem dos projetos para cons-
siderado no projeto estrutural. Nessa etapa, truções convencionais que abordam e forne-
anteprojeto de estrutura, fundações e insta- cem informações de forma genérica. Quanto
lações devem ser desenvolvidos simultanea- mais preciso e detalhado o projeto, maior o
mente, e as interferências entre os subsiste- desempenho e qualidade na montagem da
mas já devem ser consideradas. edificação.
145
Diretrizes de Projeto
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