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ila ç ã o elevatória de esgoto 73

vatória, cabendo às bombas selecionadas a incum­


-,4 Estação elevatória de esgoto
bência de compatibilizar a variação que caracteriza
-.4.1 Aplicações tal afluência, com a vazão de saída da elevatória.

Tal como os sifões invertidos, as elevatórias cons­ Embora se utilizem também outros equipamentos,
t e m descontinuidades do fluxo em conduto livre, os mais comuns são as bombas centrífugas, que po­
■I : desejáveis no conjunto de tubulações e acessórios dem ser de rotação constante ou variável. No segundo
: : n escoamento nessa condição, além de serem caso, são utilizados variadores de velocidade acopla­
.-.ia d e s eletromecânicas consumidoras de energia, dos aos motores elétricos, de modo que a concordância
; custo incide nas despesas de exploração do da vazão de recalque com a vazão afluente se faz
f^iema. Por tais motivos, a sua adoção deve ser com uma aproximação bem ajustada, minimizando
.ia-dosam ente cotejada com outras opções de as dimensões e a importância do poço de sucção.
n :ado e posição relativa dos condutos para se eleger Figurativamente o uso de variadores de velocidade
:.r menor custo global (implantação + exploração). corresponde à instalação de infinitas bombas de pe­
quena vazão, funcionando lado a lado seletivamente,
-i elevatórias são aplicáveis ao sistema de esgoto de acordo com a afluência do esgoto (mais esgoto,
rio nas seguintes situações: mais bomba e vice-versa).
3Ei :oleta, para elevação de águas servidas (ou No caso das bombas de rotação constante, o ajuste
: goto) de pavimentos abaixo do greide do coletor entre as vazões afluentes e a de recalque depende do
: redial ou em terrenos com caimento para o fundo. cuidado na seleção dos conjuntos elevatórios e do
• no transporte (rede coletora e interceptores), para bom dimensionamento do poço de sucção. As vazões
evitar o excessivo aprofundamento dos coletores; afluentes que importam no dimensionamento são:
em zonas com rede nova em cotas mais baixas
• as de início do plano e de cada etapa subseqüente:
:ue a rede existente; em redes coletoras do tipo
distrital.
Qi = ( k 2 -Qi) + ln f+ £ Q Cli
■ No tratamento, para elevar o afluente à ETE, até a
Para condições iniciais:
cota compatível com a implantação das unidades
ie tratamento. Qi = vazão média anual (P. q) de esgoto doméstico,
inicio de plano
■ Na disposição final, para lançamento no corpo re-
Inf_ = infiltração
:eptor em condições favoráveis, dadas as variações
QCií = vazões concentradas de início de plano
ie nível (cheias, marés, etc).
• as de final do plano e de cada etapa precedente:

- 4.2 Localização Qf = (ki •k 2 •Q f) + Inf + EOCi f

São relevantes os seguintes aspectos técnicos e Para condições finais


m óm icos: Qf = vazão média anual de esgoto doméstico, fi­
• Custo da área de implantação. nal de plano
• Facilidade e custo da alimentação de energia QC;f = vazões concentradas de final de plano
elétrica. Das vazões iniciais dependem as dim ensões
• Facilidade de acesso. máximas do poço de sucção que evitem a septicidade
• Facilidade de extravazão do esgoto afluente. do esgoto retido.
• Nível local de inundação.
Das vazões finais dependem a capacidade de
Convém também cotejar os custos das extensões recalque das bombas e as dimensões mínimas do poço
:s coletores afluentes, com os da extensão da linha de sucção, que permitam intervalos de operação e
: recalque e consumo de energia, comparando cus- paralisação dos motores, de acordo com as prescrições
~£i globais da maior extensão dos coletores, com o do fabricante (vide subitem 4 .4 .6 ).
r:alque mais curto e menor potência instalada, con-
73. a situação inversa.
4.4.4 Dimensionamento hidráulico
- 4.3 Vazões . Denomina-se conjunto elevatório ou motobomba
ao par:
As vazões a serem consideradas no dimensio-
* emento das elevatórias de esgoto são as conduzidas - bomba de elevação do líquido,
: fios coletores afluentes ao poço de tomada da ele­ - motor de acionamento da bomba.
74 As unidades do sistema

A elevação do líquido corresponde ao trabalho


TABELA 4.13 Variação do peso específico
necessário para transportá-lo de um nível inferior para
da água 7 com a temperatura
um superior através das tubulações, empregando um
sistema elevatório composto essencialmente de: Temperatura Peso específico da água
© tubulação de sucção, entre o nível inferior (inicial) da água 7
do líquido e a entrada da bomba; CC) (em kgf/m3) (em N /m 3)
® conjunto elevatório, bomba e motor responsáveis 0 999,9 9.805
pela transformação de energia e sua transferência
ao líquido, possibilitando sua elevação por pressão; 4 1.000,0 9.807

• tubulação de recalque, entre a saída da bomba e o 10 999,7 9.803


nível superior (final) do líquido. 20 998,2 9.789
Esse sistema apresenta resistências ao desloca­ 30 995,7 9.767
mento do líquido, representadas pelas perdas de carga
nas tubulações e em suas conexões e válvulas, e pela 40 992,2 9.737
resistência global do conjunto elevatório, ou seja, os
aspectos relacionados ao seu rendimento. A Fig. 4 .3 0
mostra a disposição usual das partes desse sistema. onde: y = peso específico do líquido (em N/m3, ve:
Tab. 4 .1 3 ;
A altura manométrica representa o trabalho total O = vazão (em m:7 s ) ;
a ser realizado pelo conjunto elevatório para conduzir Hm= altura manométrica (em m );
a vazão desejada ao nível superior. A potência neces­ ti = rendimento global (bomba x motor);
sária a tal trabalho é dada por: P = potência (em CV = cavalo vapor = 0 ,9 8 :
t-Q - h m HP).
P= (4.28)
735,5 •T) Uma vez que a altura manométrica (HM) esr:
associada às perdas de carga nas tubulações, a adoçã:
|N .A su p e rio r dos diâmetros, em especial o diâmetro da tubulaçã:
de recalque, envolve as seguintes possibilidades:
• diâmetros maiores => menores velocidades =
menores perdas de carga => potência menor
® diâmetros menores => maiores velocidades =
maiores perdas de carga => potência maior
Considerando-se os custos de instalação e de
operação, envolvendo também consumos, amortiza­
ções de capital e juros, observam-se curvas reversas
para os custos das canalizações e dos conjuntci
elevatórios. A Fig. 4.31 mostra com clareza essi
situação.

C u sto s S o m a dos
cu sto s de
in sta lação e
operação
M ínim o T ub u lação
custo (in stalaçã o )
H r = altu ra geo m étrica de recalq ue
Hs = altura geo m étrica de sucção Conjunto
H g = H r+H s = altu ra g eo m étrica total elevató rio
hs = perda de carga na su cçã o (o peração )
h R = perda de carga no recalq ue
D iâm etro D iâm etro da
hf = hs + hR = perda de carga total
econ ô m ico tu b u lação de
H m = H q + hf = altura m an o m étrica recalq ue

Figura 4.30 Desenho esquemático de um conjunto Figura 4.31 Seleção do diâmetro econômico da tubulação
elevatório (motobomba). de recalque.
:--:ação elevatória de esgoto

A Fig. 4.31 é apenas a ilustração da pesquisa de c T_ 0 _Hm


:_stos para vários diâmetros que deve ser realizada 7 3 5 ,5 -ti 1
:?ra seleção do diâmetro econôm ico, conform e
onde: Hm = Hc + hf
iiposição da Tab. 4 .1 4 .
Aplicando-se a Fórmula Universal de condutos
O desenvolvimento analítico das expressões dos
forçados, obtém-se,
, r-istos parciais em função do diâmetro resulta numa
: ruação simples, conhecida como Fórmula de Bresse,
pie auxilia no pré-dimensionamento das linhas de h f = 0 ,0 8 2 7 - f - ^ t - L / .C 1 = - Cl 'y- - x
D° 7 3 5 ,5 -Tj
'::alqu e.
( O2
Admitindo-se: Hg + 0 ,0 8 2 7 •f •■=L~ •L
D5
Cj = custo médio do conjunto elevatório por
unidade de potência incJuwdo as despesas de O CUSto tota) C = C/ Cj residtã, p&rtejnto.-
manutenção;
c2 = custo médio da tubulação de diâmetro unitário C = c 2 - D L + Cl y Q x
por unidade de comprimento, incluindo trans­ 2 735,5 -ri
porte, assentamento e manutenção. O2 '
H g + 0 ,0 8 2 7 -f
Ter-se-á os seguintes custos: D
Ci = P • Ci Derivando-se 0 custo total C em relação ao diâme­
tro D e igualando-se a zero para que esse custo total
: ?.:a o conjunto elevatório
seja mínimo, obtém-se,
C2 = D •L •C2
: ira a tubulação, onde: dC _ Ci •7 •O
— = c2 •L + 1 * - x
D = diâmetro e L = comprimento da tubulação.
dD 7 3 5 ,5 -ti
x(0,0827 •f •Q2 •L) x
Aplicando-se a equação 4 .2 8 , obtém-se, para 0
: r.junto elevatório: -5 •Dz Ci -y-Q
= 0 /. c2 •L + '" I
(D10) (147,lí!)
TABELA 4.14 Estudo econômico de linhas de recalque \
L
(Pesquisa do diâmetro mais conveniente) x 0 ,0 8 2 7 -f
D6 .
Itens d2 d3 d4
f-y -Q 5 _^i_
tu sto do Tubo/m, incluindo conexões ($) ou Dó = 0 ,0 0 0 5 6 -
Tl c2
1 lusto total da tubulação ($)
j -mortização anual da tubulação ($) [1J resultando, então,
j M o cid a d e média (m/s)
: r'da de carga unitária (mca/m)
1/6

: r'da de carga ao longo da tubulação (mca) (0,00056 •f •y •Ci) 1/2


D- Q
Cn-c2 (429)
■lairga cinética = v2/2g (mca)

: r'das localizadas (mca)


ou D = K •O1/2
r r'da de carga total (mca)

t - :jr a manométrica (mca) que é a conhecida fórmula de Bres­


-: :ência consumida (HP) se, utilizada no pré-dimensiona­
mento de tubulações de recalque e
| : ::ência consumida (kW) que indica a vizinhança do diâme­
I_5to anual de energia ($) [2] tro econômico para aplicação da
pesquisa explicitada na Tab. 4 .1 4 .
|| I -5to por conjunto elevatório incluindo chaves ($)
Se usada a equação de Hazen-
-nortização anual dos conjuntos elevatórios ($) [3]
Williams chega-se a mesma equa­
I*espesa total anual ($) [1 + 2 + 3] ção 4 .2 9 com outros parâmetros
r: Adaptado de Azevedo Netto (1998). em K.
76 As unidades do sistema

TABELA 4.15 Associação entre valores de K • o rotor da bomba deve ser do tipo aberto, para
passagem de sólidos de até 70 a 100 mm que
(tórmuia de Bresse) e da velocidade v
eventualmente podem ser arrastados pelo fluxo;
K v (m/s)
• as bombas devem ser afogadas, isto é, com seu
0,75 2,26 eixo de referência abaixo do nível mínimo no poçc
de sucção, a fim de dispensar as válvulas de pé na
0,80 1,99
entrada da sucção, as quais obstruem a passagerr.
0,85 1,76 de sólidos em suspensão no líquido.
0,90 1,57 Para atender a este segundo aspecto, as elevatórias
1,00
podem ser:
1,27
1,10 1,05
• com poço seco adjacente ao poço de sucção para
instalação do conjunto motobomba, quer de eixc
1,20 0,88 horizontal quer de eixo vertical com motor e bomba
1,30 0,75 diretamente acoplados, ou

1,40 0,65 • apenas com poço de sucção (poço úmido) para


conjuntos motor bomba de eixo vertical, o quai
prolongado por meio de acoplamento, permite a
instalação do motor livre dos níveis de inundaçãc:
Na realidade o valor de K está associado à veloci­ e também para conjuntos submersos, motor e bom­
dade, pois da equação da continuidade resulta, com bas acoplados diretamente e instalados abaixo d:
a utilização da equação 4 .2 9 , nível do poço de sucção, protegidos por carcaças de
absoluta estanqueidade, os quais, para manutenção,
~ . tc-D2 podem ser alçados por corrente de suspensão.
O = A •v = ---------v ou
4
D2 Tc-D2 4 1,273
— = ---------v v = -------- = —------- Velocidade especifica
K2 4 tc-K2 K2
Os rotores das bombas podem ser classificados
As pesquisas de custos efetuadas no Brasil e em segundo um índice chamado “velocidade específica
outros países mostram que os valores de K situam-se (Ns) que, referido ao ponto de maior eficiência da
num intervalo entre 0 ,7 5 e 1,40. Atribuindo-se valo­ bomba, é definido como a rotação de um rotor seme­
res a K obtém-se a Tab. 4 .1 5 . lhante, para vazão de 1 m3/s e altura manométrica
de 1,0 mca.
Essa associação com a velocidade permite a pes­
quisa em torno de um diâmetro que limite a perda
de carga a valores razoáveis. É comum a adoção de
K = 1,3 que resulta em v = 0 ,7 5 m/s e cujas perdas
de carga ficam dentro de uma faixa razoável. onde: N = (rotação, em RPM),
Esse procedimento permite a seleção do diâmetro O = (vazão em m3/s) e
mais conveniente para a tubulação de recalque, já Hm = (altura manométrica em mca) .
para a tubulação de sucção é usual a adoção do
diâmetro comercial imediatamente superior ao diâme­
tro adotado para o recalque. NPSH Disponível e Requerido
Quando as bombas não são afogadas, existe um;
altura de sucção a ser vencida pela aspiração provo­
4.4.5 Seleção das bombas cada pelo movimento do rotor, que ocasiona pressões
inferiores à pressão atmosférica local, limitadas pei;
Neste texto tratar-se-á apenas das bombas centrí­
pressão de vapor do líquido (vide seção 2 .3 .8 ), a parti:
fugas acionadas por motores elétricos, em razão da
da qual se inicia um fenômeno de formação de bolhas
amplitude das suas aplicações nas situações usuais
de vapor, misturadas à massa líquida.
ia elevação de esgoto sanitário e pela relativa sim-
riiciiad e das obras civis envolvidas, podendo em Quando ocorre esse fenômeno, as bolhas de va­
sir_:a;ões específicas serem instaladas até em poços por são arrastadas pelo fluxo e quando chegam ao
ie visita. Tratando-se da elevação de esgoto sanitário, corpo da bomba, onde predominam as elevadas pres­
:/.:e Transporta sólidos, dois aspectos importantes de- sões junto ao rotor, ocorre a destruição de tais bolhas
■f ~ se: ;rr.s:derados no uso das bombas centrífugas: (implosão), causando ruídos, vibrações, diminuiçã:
rstação elevatória de esgoto

Desprezando-se as energias ci­


néticas e as perdas de carga e se
P2 = 0 resta que

Hs„,ax= 21 = 10,33
Y
(ao nível do mar e a 4°C — ver Tab.
4 .1 6 ), onde-.
Hs max = altura de sucção máxima
(teórica), sem ocorrência de cavi­
tação.
No entanto, como os valores
desprezados são significativos e p2
* 0, então Hs max se reduz para um
valor que depende do projeto de
cada bomba, onde a perda de carga
entre 0 flange de entrada da bomba
e 0 rotor determinam 0 que se con­
vencionou chamar de NPSH reque­
rido pela bomba, ou simplesmente
NPSHr .
A sigla NPSH {net positive suc-
F ;ura 4.32 Conjunto motobomba submerso - Fonte: SABESP. tion head), não possui uma tra­
dução literal muito significativa em
, vazão e da altura manométrica e, por conseqüência nossa língua. Pode-se entendê-la como a pressão no
:eda no rendimento, além da destruição das camadas ponto imediatamente anterior ao flange de entrada
eiálicas do rotor e da carcaça interna da bomba, da bomba, descontada da pressão de vapor do líquido
;er por efeito mecânico do martelamento, quer por para aquela temperatura de bombeamento. Assim 0
rito químico de liberações de íons de oxigênio, NPSHR (requerido) é uma característica de cada bom­
“ bos devidos às citadas implosões. Esse conjunto ba, ou seja, é uma informação que 0 fabricante fornece
: fenômenos físico-químico é denominado cavitação. nos seus catálogos e significa que, se a pressão no
Considerando-se dois pontos, 1 situado no NA do ponto anterior ao flange da bomba (NPSH disponível
: : : de sucção e 2 situado no eixo e na entrada da no sistema, ou simplesmente NPSHD) for igual ou
:nba, pelo teorema de Bernoulli têm-se: menor do que 0 NPSH requerido, haverá cavitação.
Para evitar a cavitação 0 fator limitante é, pois, a
Pl + ^ = P2+ l Í + H s + h s pressão de vapor pv (Tab. 2 .1 0 ), que depende da
7 2g Y 2g temperatura do líquido que está sendo bombeado e
da pressão atmosférica local P t (Tab. 4 .1 6 ), depen­
H = P 1 - P 2 . v ? - v 2 -h c
+• dente da altitude desse local.
y 2g
A pressão atmosférica loçal pode ser estimada pela
= altura de sucção equação 4 .3 0 (Reichardt. 1-985), a partir da qual se
= perda de carga na sucção elaborou a Tab. 4 .1 6
= pressão atmosférica local
ü; = pressão na entrada da bomba atm local ~
atm nível do mar
(4 .3 0 )

onde:
20 30 40 50 100 150 200 300 400 500 e = 2 ,7 1 8 2 8
V alo re s de Ns X = altitude local 8,4 (entrar com altitude em
Radiais Mistas Axiais km).
Pode-se então escrever:
NPSHr
í V ?f v2
Pl - P — - h « '2
lura 4.33 Classificação e perfis de rotores segundo a HS max —- H, (4.31a)
7 2^
velocidade específica (Fonte: Silvestre, 1979).
78 As unidades do siste~

TABELA 4.16 Variação da pressão atmosférica


NPSHD - ' P i - P / ± Hc —hc (4 .::
com a altitude Y
Altitude (m) Pressão atmosférica (mca)
O NPSHD pode ser ajustado pelo projetista, aiJ
0 10,33 rando a altura de sucção Hs ou a perda de carga
sucção hs durante a fase de concepção do sister:
100 10,21
elevatório.
200 10,09
O segundo membro da equação 4 .31b depende c a ,
300 9,97 ca ra cterística s da bom ba e como já se disse á
400 9,85
denominado NPSHR. Também como já se disse, o se J
valor deve ser informado pelo fabricante da bom'::
500 9,73 Portanto, não haverá cavitação quando,
600 9,62 NPSHd > NPSHR
700 9,50 Deve-se adotar um fator de segurança ou, e~
800 9,39 outras palavras, manter uma diferença para maior n:
primeiro membro da relação anterior, em pelo menos
900 9,28 15%, segundo Silvestre (1 9 7 9 ). Pode-se dizer aincs
1.000 9,17 que:

1.200 8,95 - NPSHD é a carg a residu al d isp onível ns


instalação, para a sucção do fluido.
1.400 8,74
- NPSHR é a carga exigida pela bomba para
1.600 8,54 aspirar o fluido do poço de sucção.
1.800 8,34

2 .0 0 0 8,14 Exemplo de cálculo 4.4


2.200 7,95 Calcular a altura máxima de sucção Hs max (sem ocorrên­
cia de cavitação), de um sistema elevatório instalado a
2.400 7,76
1.200 m de altitude, recalcando esgoto sanitário a 10°C de
2.60 0 7,58 temperatura, com perda de carga na sucção hs = 0,22 m,
através de uma bomba que apresenta NPSHR = 4,30 m.
2.800 7,40
A equação 4.31a pode ser também escrita:
3 .000 7,23

3.200 7,06 HS max — Pl ~ P ^ - h s - NPSHr


Y

Segundo Silvestre (1 9 7 9 ), a perda de carga na Pela Tab. 4.12, com T = 10°C y = 9.803 N/m3
bomba hB pode ser estimada através da equação, Pela Tab. 4.16, pt = 8,95 mca « 89.500 N/m2
hB = a • Hm, onde HM = altura manométrica e a é o (lembrando-se que 1 mca * 104 N/m2)
chamado “coeficiente de cavitação”, que no ponto de Pela Tab. 2.10, Pv = 1,2272 x 103 P a » 1.227
maior rendimento de cada bomba pode ser estimado N/m2 (1 Pa = 1 N/m2)
pela expressão de Stepanov o = 0 ,0 0 1 2 Ns/3, onde
Ns = velocidade especifica. 8 9 .5 0 0 -1 .2 2 7
H 0 ,2 2 - 4 ,3 0 = 4,48 m
9.803
A equação 4 .3 1 a pode ser assim reescrita
(considerando-se Fs =15% Hs max • 4,48x0,85 = 3,81 m)

P i-P ' { V22 -V ? A+ Resposta: a máxima altura de sucção para o caso estudado
hy (4.31b)
2g é Hs max = 3,80 m.
Y

O primeiro membro da equação 4.3 1 b contém as Exemplo de cálculo 4.5


grandezas que só dependem da instalação e de sua
localização, denominando-se NPSHD (disponível na Calcular o NPSHD de um sistema elevatório instalado
instalação). Quando a bomba trabalha afogada, Hs a 900 m de altitude, recalcando esgoto sanitário a 20°C
torna-se positivo nessa expressão e então, generica­ de temperatura, com altura geométrica de sucção Hs =
2,52 m, e perda de carga na sucção hs = 0,27m.
mente pode-se escrever, como a seguir.
Estação elevatória de esgoto 79
Curva característica do sistema
Utilizando-se a equação 4.32, tem-se:
Decidida a geometria mais eficaz, resta a escolha
do conjunto motobomba que cumpra o trabalho de
::PSHD = P i-P x
Y elevação nas condições assim fixadas.

Pela Tab. 4 12, com T = 20°C y = 9.789 N/m5 Para isso são necessárias consultas a fabricantes,
aos quais devem ser fornecidas pelo menos as seguin­
Pela Tab. 4 16, pj = 9,28 mca - 92.800 N/m2
tes condições de serviço:
Pela Tab. 2.10, pv = 2 ,3 3 7 7 x l0 3 Pa - 2.338 N/m2
- natureza do líquido (água, esgoto etc);
9 2 .8 0 0 -2 .3 3 8
LS max — - 2 , 5 2 - 0 , 2 7 = 6,45 m - temperatura do líquido (média);
9.789
- peso específico do líquido;
Resposta-, o NPSHDpara o caso estudado é = 6,45 m
- altitude ou pressão atmosférica local;
- diâmetro máximo de sólidos (caso de esgoto);

Exemplo de cálculo 4.6 - vazão máxima de recalque;

lalcular a altura máxima de sucção Hs max (sem ocorrência - alturas manométricas de sucção, recalque e total;
i-e cavitação) e o NPSHD, de um sistema elevatório ins­ - NPSHD;
ta d o ao nível do mar, recalcando esgoto sanitário a 25°C
: e temperatura, com velocidade e perda de carga na sucção, - potência calculada, tensão e freqüência elétricas
respectivamente de vs = 0,90 m/s e hs = 1,75 m. A vazão disponíveis;
: de 180 L/s, a altura manométrica é de 12 mca e a rotação
bomba 1.750 rpm. - curva característica do sistema.

-.rlicando-se a equação 4.31a, tem-se: Para melhor decisão a respeito da escolha do con­
junto motobomba é necessário traçar, a priori, a curva
característica das tubulações, mais comumente cha­
P i- P - - hc + hi
2c mada de curva característica do sistema e que é de­
Y
corrente da equação da altura manométrica,
- Pela Tab. 4.12, com T = 25°C y - 9.778 N/m3
- Pela Tab. 4.16, pt = 10,33 mca - 103.300 N/m3 Hm - H q + hf

- Pela Tab. 2.10, pv = 3,1676x105 Pa « 3 .1 6 8 N/m2 Sendo hf a soma das perdas de carga da sucção e
do recalque que pode ser escrita sob a forma,
- No nível d’água do poço de sucção, Vj = 0 e v|/2g
= 0,902/19,61 = 0,04 m
- a rotação específica Ns = N •0 1/2 - H|(4 = 1.750 x hf = a •L v
x 0 ,1 8 0 1/2 - 12,003/4 = 115,2 rpm
- o coeficiente de cavitação a - 0,0012 N|/3 = 0,0012 Onde Lv é o comprimento virtual ou equivalente
x 1 15,2473 = 0,67 que contempla, além do comprimento real da tubu­
lação, a som atória de todas as perdas de carga
- a perda de carga na bomba hB = o •HM= 0,67 x
localizadas, transformadas em comprimento equiva­
x 12,00 = 8,07 m
lente de tubulação, o qual sendo conhecido, assim
NPSH r =8,1 1 m
como o diâmetro permite escrever-se,
1 0 3 .3 0 0 - 3 .1 6 8
H S max - 1 ,7 5 - ( 0 ,0 4 + 8,07) = hf = k • Qn
9.7 7 8
= 0,38 m (FS = 15%) Hs max = 0,38 /1,15 = 0,33 m resultando pois,
Hm = Hg + k • Or
::PSHD= £ i— P i- - H s - h s =
Y A dotando-se como equação de resistên cia a
expressão de Hazen-Williams para perda de carga
= 1 0 ,2 4 - 0 ,3 3 - 1 ,7 5 = 8,16 m
distribuída hf ter-se-á:
- esposta: a máxima altura de sucção para o caso estudado
7 Hs max = 0,33 m, ou seja, neste caso a bomba pratica- n = 1,85 => k = 10,641 •C" 1-85 •D~4’87 •Lv
ente terá que funcionar afogada e o NPSHD= 8,16 m.

H m — Hr, + k • O 1,85
80 As unidades do sisterr.a

Figura 4.34a Curva característica do sistema.

Colocando em abscissas as vazões e em ordenadas


as alturas manométricas, a correspondência expressa Figura 4.34c Curva característica do sistema — tubulações
nessa equação se mostra sob a forma de uma curva em paralelo.
que é denominada de curva característica do sistema
(Fig. 4 .3 4 a ).
Exemplo de cálculo 4.7
No caso de tubulações em série (trechos do recal­
que com diâmetros diferentes), são traçadas as curvas Traçar a curva característica do sistema com a configuração
abaixo, utilizando a equação de Hazen-Willians, C = 100
em separado para cada trecho e obtém-se a curva do
e com os seguintes dados; altura de sucção Hs = + 1,00m.
sistema somando-se as ordenadas (hf) para cada valor altura de recalque HR = 14,50 m, altura geométrica HG=
de vazão, a mesma em todos os trechos (Fig. 4.3 4 b ). 13,50 m, diâmetro de sucção Ds = DN 200, diâmetro de
No caso de tubulações em paralelo (linhas inde­ recalque DR = DN 150, comprimento da tubulação de
sucção Ls = 1,00 m, comprimento da tubulação de recalque
pendentes de recalque), alimentadas pelo mesmo
Lr = 17,25 m.
conjunto motobomba, são traçadas as curvas em se­
parado para cada linha e obtém-se a curva do sistema
somando-se as abscissas (O) para cada valor de perda
de carga, a mesma em todas as linhas (Fig. 4 .3 4 c).
Se for adotada a Fórmula Universal de perda de
carga distribuída, como equação de resistência ter-
se-á, n = 2 e k = 8 • f • Lv (g •k2 •D5)-1 e os proce­
dimentos são os mesmos.
H m — Hq + k • 0^

hf/ = hfi+hf2 (S iste m a )

a) Perdas localizadas na sucção (ver Azevedo Netto,


1998):
entrada = 17 D
hf 2 (D2) redução = 6 D
Âs = 23 D = 23 x 0,20 m = 4,60 m
------ ^ -----
0 Q; Q b) Comprimento virtual na sucção
W ü Lv = Ls + 4,60 m = 5,60 m
Figura 4.34b Curva característica do sistema — tubulações C) Ks = 10,641 •C-1'85 •D“4,87 •Lv = 30,14
em série.
Ei:ação elevatória de esgoto 81
mite o movimento de rotação ao rotor que, através
Perdas localizadas no recalque:
de palhetas divergentes do centro para periferia,
ampliação = 12 D desloca o líquido em direção à carcaça circundante,
válvula de retenção = 100 D provocando uma depressão central que acarreta o
válvula gaveta = 8 D afluxo de nova porção de líquido aspirado na conexão
curva 90° = 30 D de sucção. Impulsionado contra a carcaça, o líquido
saída da tubulação = 35 D
animado de grande velocidade se depara com um
XR= 185 D = 1 8 5 x 0 ,1 5 m = 27,75 m conduto espiral de seções transversais crescentes, que
=) comprimento virtual no recalque: reduzem a velocidade e conseqüentemente aumentam
a pressão, conforme o princípio explicito na equação
Lv = 17,25 + 27,75 = 45,00 m de Bernoulli,
: kR= 10,641 •C“1’85 •D-4,87 •Lv = 983,17
v2 p
: k = ks + kR = 30,14 + 9 8 3 ,1 7 = 1.013,31 — + - + Z = constante
2g T

■■= Hg + k ■O1'85 =» Hm = 13,50 + 1.013,31 ■O1’85 No interior da carcaça da bomba não há variação
(equação da curva do sistema) de Z (carga de posição), então a diminuição da
velocidade do líquido implicará aumento da pres­
-:ribuindo-se valores crescentes à vazão, obtêm-se os
são p.
iidos que permitem elaborar a curva do sistema.
O líquido, ao sair da bomba, entra na tubulação
de recalque, onde não há mais a variação da seção
0 (m3/s) Hm (m) Q (m3/s) Hm (m) transversal, mas sim a variação da carga de posição
O 13,50 0,05 - 17,47 (Z). Com a elevação do líquido no conduto haverá
uma conseqüente diminuição da carga de pressão
0,01 13,70 0,06 19,06
(p/y) e da carga de velocidade (v2/2g). Deve-se
0,02 14 2o 0,07 20,90 observar que, qualquer que seja o ponto de descarga,
0,03 15,04 0,08 22,97 esta é feita sempre à mesma pressão (pressão atmos­
férica), significando que a pressão residual nesse
0,04 16,13 0,09 25,28
ponto se transforma em energia cinética.
Variando-se a altura dos pontos de descarga,
C u rva do siste m a observa-se que a velocidade do jato de saída diminui
30
com o aumento da altura manométrica, uma vez que
a pressão residual é menor a cada ganho de altura.
Variando-se a velocidade ao longo do conduto de
- 15
recalque, há variação da vazão no mesmo sentido,
5 10 .....;—— zzzr: pois a seção transversal é constante (O = v •A ) , ou
5 5 --------E E " seja, quanto menor a altura manométrica a ser ven-
§ 0 F"' ..r.... I I ::r _d
5 0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,10
Vazões " Q " (m 3/s)

ar. as características das bom bas centrífugas


As bombas centrífugas são máquinas hidráulicas
lostruídas para, mediante a transformação de ener-
e :e pressão, impulsionar uma dada vazão de líquido
~ a altura desejada, vencendo as resistências
fcrrcidas quer pela gravidade (diferenças de cotas),
. : : pelas perdas nas tubulações de sucção e recalque
H - las de carga).
f rãsicam ente as bombas centrífugas são cons-
ir_ la s de um rotor solidário a um eixo, acoplado a Figura 4.35 Corte da carcaça e rotor de uma bomba
nr motor elétrico (caso mais comum). O eixo trans- centrífuga.
82 As unidades do sistema

Figura 4.36 Ponto de operação (cruzamento das curvas da


bomba e do sistema).
Figura 4.37a Variações no ponto de operação — por
alterações na altura geométrica.

cida, maior é a vazão recalcada pela bomba, mantidos


o rotor e a mesma rotação. Essa correspondência pode carga, quando do envelhecimento da tubulação ou
ser expressa em um gráfico através da curva carac­ do fechamento parcial de uma válvula (Fig. 4.37b).
terística da bomba, válida para bombas e rotores Em ambos os casos, configura-se uma faixa de
iguais. operação entre dois pontos de operação na curva da
Lançando-se no mesmo gráfico a curva caracte­ bomba.
rística do sistema (Fig. 4 .3 6 ), pode-se obter o ponto Duas ou mais bombas podem trabalhar associa-
de operação da bomba, que é o ponto de cruzamento las; em paralelo (Fig. 4 .3 8 a ), para a mesma altura
das duas curvas, representando o único ponto de m anom étrica, som an do-se então as vazões de
equilíbrio sistema-bomba para uma mesma condição recalque; ou em série (.booster , Fig. 4 .3 8 b ), para a
estável. Deve-se lembrar que nem sempre esse é o m esm a v a z ã o , so m a n d o -se en tã o as altu ras
ponto de melhor rendimento do conjunto moto- manométricas. Neste último caso, efeito similar pode
bomba, pois essa curva de rendimento também varia ser obtido empregando-se rotores múltiplos.
com a vazão.
As curvas características das bombas são sempre
Se a forma da carcaça e a rotação permanecerem construídas para uma determinada rotação constante
constantes, a variação do diâmetro do rotor (d) altera (rpm), variando as outras grandezas, inclusive :
a posição da curva característica no gráfico, mantendo diâmetro do rotor. Para essa rotação fixada, qu-
relações definidas com a situação anterior (diâmetro depende do motor de acionamento, há uma vazãd
anterior). Essas relações são: determinada para a qual o rendimento será máximc.

d2 Qz (H 2)1/2 (P2)1/5
di Qi ( H i )1' 2 (PO1' 3

(onde o índice 1 significa situação anterior e o índice


2 significa situação modificada).
Mantidas a forma da carcaça e o diâmetro do ro­
tor, alterando-se a rotação (N) há a alteração corres­
pondente da curva característica, mantendo as seguin­
tes relações:

N2 Qz (H2)1/2 _ (P2)1' 3
N, O, ( H , ) 1/2 (P, )1/3

As curvas características dos sistemas também


podem sofrer variação quando houver variação da
altura manométrica, quer pela variação dos níveis no
poço de sucção e no reservatório superior, alterando
Hg (Fig. 4 .3 7 a ), quer pela variação das perdas de
ci:ação elevatória de esgoto 83

3.500 rpm

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 J


Vazão - m 3/ h

5 6 7 8 9 10 15 20 30 40
Vazão (m 3/ h)

:_ ra 4.38 Associação de 2 bombas iguais.


Figura 4.39 Curvas características de uma bomba centrífuga
de 3.500 rpm — Fonte: Catálogo da KSB.

ziiia vazão é chamada de vazão normal ou nominal.


gráficos fornecidos pelos fabricantes em geral
irzzem as curvas de rendimento que permitem a 4.4.6 Poços de sucção
at eção de bomba na vizinhança da vazão nominal Dada a natureza do líquido a ser recalcado, o
fes r : Fig. 4 .3 9 ). Também são fornecidas as curvas esgoto sanitário, deve ser dada atenção cuidadosa à
m ativas à variação do diâmetro do rotor e as curvas geometria do poço de sucção evitando-se “zonas
\~PSHr (NPSH requerido). mortas”, onde ocorre redução de velocidade de escoa­
\'o caso de esgoto sanitário, em que as vazões mento, bem como superfícies horizontais ou de peque­
«c..entes são variáveis ao longo do dia, é importante na inclinação, favorecendo depósitos de sedimentos.
i : 57jdo dessa variação horária para ajustar as vazões É preferível paramentos com forte inclinação (8o a
a: recalque por meio das bombas e de sua quantidade. 10° no mínimo), na direção do ponto de tomada das
I rfsa forma, busca-se a minimização da capacidade bombas (ver Fig. 4 .4 0 ) .
roço de sucção. Deve-se evitar a formação de bolhas de ar junto à
le v e ser sempre considerada uma reserva que sucção, devidas à queda livre do esgoto no poço, bem
f e — ita a desativação de um conjunto elevatório. Pode como a formação de vórtice, adotando-se altura de
3 : ' uma unidade extra ou simples reserva na capa- submergência da abertura de sucção maior que 5
c lid e dos conjuntos instalados, de 25% a 50% da vezes o seu diâmetro e geometria que induza à rotação
ts'zzão de recalque. no fluxo (como por exemplo: entrada tangencial em
poço de seção circular).
r elo menos dois conjuntos devem ser instalados e
i ersificação deve ser mínima. Se possível, todos Para dimensionamento do poço de sucção são
. ::nju ntos devem ser iguais. definidos os seguintes parâmetros:
• Volume útil (Vu), é o volume compreendido entre
os níveis máximo e mínimo de operação das bombas;
84 As unidades do sisterr.:

dT -1
=0 ou V„ ■+ ■ =0 A
do o .Qa (Q-QarJ

Equação que resolvida resulta em:

Qa = Q/2

Substituindo-se na equação 4 .3 3 , tem-se:

T _ ilY u 0 -T
ou ainda V, =
0
onde:
Figura 4.40 Recomendações usuais para poços de sucção
múltiplos (planta). T é um dado do fabricante,
0 = 2 •Qa, com Vu (em m3) ,
0 (em m3/min) e T (em min).
Volume efetivo (Ve), é o volume compreendido
Conhecido o volume útil, calculam-se as dimensões
entre o fundo do poço (na tomada das bombas) e
do poço levando-se em conta alguns critérios práticos,
o nível médio de operação;
a saber:
Tempo de detenção média (Td) , é a relação entre o
O comprimento e a largura decorrem da disposi­
volume efetivo e a vazão média de início de plano,
ção dos conjuntos elevatórios, respeitadas as distân­
desprezada a variação horária do fluxo (k2) ,
cias entre as bombas e paredes, conforme recomen- j

dações do fabricante (Fig. 4 .4 0 , por exemplo).


Qi - Qi + 1+ £Qc, i
V, Quanto à altura (ver Fig. 4 .4 1 ), devem ser consi­
Trl = derados:
Qi + 1 + sQc, [
• A soleira da tubulação afluente pode coincidir, n :
Td < 30 minutos, Ve (em m3) e O (em m3/min) mínimo com o nível máximo de operação das
Para o cálculo do volume útil (Vu) é necessária a bombas;
fixação do ciclo de funcionamento, a partir do menor • O nível de extravazão pode coincidir no máxim:
tempo entre duas partidas sucessivas do motor, dado com o nível de afogamento da tubulação afluente
este que deve ser solicitado ao fabricante das bombas. (geratriz superior interna);
Sendo T o tempo de um ciclo, tem-se:
© A faixa de operação das bombas (NAmax - NAminx.
T=p+ f em geral superior a 0 ,6 0 m;
onde: • O nível mínimo de operação deve contemplar a
p = tempo de parada e altura de submergência da entrada de sucção e a
f = tempo de funcionamento. altura para manter as bombas afogadas. •

Sendo: O = vazão de recalque e Oa = vazão máxima Decididas as dimensões do poço de sucção, verifi­
afluente ao poço de sucção, ou seja, igual à vazão ca-se o tempo de detenção Td < 30 min, com a ex­
máxima do alcance do plano (Qf) tem-se: pressão já citada, ajustando-se as dimensões se neces­
sário.
Vu = p x Qa e Vu = f (Q O,
Na SABESP, em São Paulo, é usual o tempo de
com Q > Qa, daí tem-se: ciclo T = 6 minutos (10 partidas por hora), daí o volu­
me útil Vu = 1,5 0 , que em geral resulta num volume
V„ total do poço inferior ao exigido pela configuração de
P= f =
0 - 0 ; bombas e acessórios.
Portanto:
4.4.7 Outros equipamentos
1 1
T = p + f = Vu (4.33)
Qa (Q -Q í Além das bombas centrífugas podem ser utilizados
outros equipamentos para a elevação do esgoto. Os
T (tempo de um ciclo) será mínimo quando a sua equipamentos mais utilizados são os que serão vistos
derivada em relação à vazão afluente for nula, a seguir.
: --.ação elevatória de esgoto 85
• Parafuso de Arquimedes (ver Fig. 4 .4 2 ). Apesar • Ejetor pneumático - trata-se de uma câmara metá­
de ser também chamado de bomba parafuso não é lica hermética, diretamente acoplada à canalização
propriamente uma bomba, mas sim um helicóide afluente. O esgoto entra livremente nessa câmara
instalado numa calha de concreto inclinada que, e ao atingir um nível determinado é expelido para
devido ao movimento de rotação, transporta o a canalização de saída por uma injeção de ar
esgoto para o canal superior de saída. comprimido. Exige instalação de compressor e
reservatório de ar.
A inclinação usual da calha varia de 30° a 40°. A
altura de elevação é limitada pelo comprimento Sua principal vantagem é manter o esgoto sem
io helicóide que não ocasione flexão que impeça contato externo, operando automaticamente sob
I movimento. Quando são construídos em aço po­ quaisquer variações de vazão. Tem baixo rendi­
dem alcançar alturas de elevação de 7 m ou 8 m. mento e sua faixa de aplicação é de 2 a 20 L/s,
São indicados para grandes vazões e pequenas com alturas de elevação de até 15 m.
alturas.
5üas principais vantagens são a operação em larga
faixa de variação da vazão afluente, com baixa
queda de rendimento e a dispensa de poço de
sucção.

:=ratriz superior
NA ex tra v a z ã o \
<travazor

■__ra 4.41 Poços de sucção — disposições relativas para tixação das altuc&Sv

B ase do conjunto
de acionamento

30 40

Figura 4.42 Bombeamento através de "parafuso e Arquimedes" — Fonte: SABESP.

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