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Divisão: D.A.G.F.

Despacho:
Serviço: S.O. GESTÃO DE PESSOAL
Comunicação Nº: 1143/2015

De: CARLOS EDUARDO LOPES SAMPAIO

Para: CHEFE DA D.A.G.F.

Data: 2015/02/16
Assunto: DIREITO À ALTERAÇÃO DE
POSICIONAMENTO REMUNERATÓRIO NA
CARREIRA DE ORIGEM - PAGAMENTO DE
INDEMNIZAÇÃO

1. Reposicionamento remuneratório

O artigo 29.º da Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, Estatuto do Pessoal Dirigente (EPD), revogado pelo
n.º 2 do artigo 25.º da Lei n.º 3-B/2010, de 28 de abril, Lei do Orçamento do Estado para o ano de
2010 (LOE 2010), mas cuja aplicação se manteve pelo n.º 3 do mesmo artigo da LOE 2010 aos
titulares dos cargos dirigentes designados àquela data, até ao fim do respetivo prazo, nele não
incluindo eventuais renovações posteriores, teve como última epígrafe “Direito à alteração de
posicionamento remuneratório na categoria de origem”, após a alteração sofrida pela Lei n.º 64-
A/2008, de 31 de dezembro, sendo que, até essa altura a mesma se denominava “Direito de acesso
na carreira” e é sobre esse assunto e sobre essa redação que esta comunicação se debruça.

Ao manter em vigor a última redação do artigo 29.º do EPD para os titulares de cargos dirigentes em
funções à data de 31 de dezembro de 2009, e tendo cessado a comissão de serviço da Técnica
Superior Vanda Maria Figueira Teixeira, por revogação da anterior organização de serviços, cumpre
reposicionar a mesma na carreira de origem.

Seguindo as orientações da DGAEP de então, foi realizado um reposicionamento na carreira de


origem com efeitos a 31 de dezembro de 2008 a todos os dirigentes em funções nessa data, tendo
em vista a transição para as novas carreiras nos termos da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro
(LVCR) no dia 1 de janeiro de 2009.

Nessa altura foram verificadas as possíveis promoções que deveriam ocorrer aquando da cessação
da comissão de serviço, tendo a trabalhadora Vanda Teixeira ter sido colocada, por despacho do Sr.
Presidente da Câmara na lista de transições, na 8.ª posição da carreira de técnico superior, entre no
nível 39 da tabela remuneratória única, com o valor de remuneração base de 2.437,29€, por força de
ter sido nomeada Técnica Superior Assessor a 19 de dezembro de 2002, ter sido nomeada Diretora
de Projeto Municipal a 1 de abril de 2003 até 1 de setembro de 2006, data em que foi nomeada Chefe
de Divisão e ter desempenhado essas funções ininterruptamente até ao dia 2 de fevereiro de 2015, o
que lhe daria direito a ser colocado como Técnica Superior Assessor Principal a 19 de dezembro de
2005, conforme desenvolvimento da carreira de Técnico Superior nos termos do Decreto-Lei n.º 404-
A/98, de 18 de dezembro.

A 1 de janeiro de 2009 entra em vigor uma nova redação no artigo 29.º do EPD, conferida pela lei n.º
64-A/2008, de 31 de dezembro (LOE 2009), fruto das alterações ao sistema de carreiras, passando o
exercício de cargos dirigentes a conferir a estes a possibilidade de alteração do posicionamento
remuneratório a cada módulo de 3 anos de desempenho de funções dirigentes.

Uma vez que o posicionamento da trabalhadora enquanto Assessor Principal ocorreu com efeitos a
19 de dezembro de 2005, mas que a contagem de tempo para efeitos de progressão estava
suspensa por força da Lei n.º 43/2005, de 29 de agosto, na sua redação dada pela Lei n.º 53-C/2006,
de 29 de dezembro, até 31 de dezembro de 2007, a contagem de um módulo de 3 anos, tendo em
vista a alteração do posicionamento remuneratório, para a 9.ª posição da carreira de técnico superior
ocorreria no período entre 1 de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2010, contudo, o artigo 24.º da
Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro (LOE 2011) veio proibir as valorizações remuneratórias a partir
do dia 1 de janeiro de 2011, data em que se efetivaria esta alteração de posicionamento
remuneratório.

Desta forma, face à transição ocorrida com efeitos a 1 de janeiro de 2009, face à aplicação do artigo
29.º do EPD, e à proibição de valorizações remuneratórias aplicável desde a LOE 2011, a
trabalhadora Vanda Maria Figueira Teixeira deverá ser reposicionada na carreira de origem enquanto
Técnico Superior, na 8.ª posição, com a remuneração base mensal de 2.437,29€ devendo, salvo
existência de norma impeditiva de tal, ver a sua posição remuneratória alterada logo que tal seja
permitido, uma vez que cumpriu um módulo de 3 anos a exercer cargos dirigentes que lhe conferiu o
direito a tal.

Por se tratar de assunto de bastante complexidade jurídica, submete-se à consideração superior a


possibilidade da presente comunicação poder ser apreciada quer pelo Gabinete Jurídico e Notariado,
quer pelo consultor jurídico do município ou por entidade externa, como a CCDR-Alentejo.

2. Pagamento de indemnização

Nos termos do n.º 1 do artigo 26.º do EPD, “quando a cessação da comissão de serviço se
fundamente na extinção ou reorganização da unidade orgânica ou na necessidade de imprimir nova
orientação à gestão dos serviços, os dirigentes têm direito a uma indemnização desde que contam,
pelo menos, 12 meses seguidos de exercício de funções”.

Também nos termos do artigo 26.º do EPD mas nos números 2 e 3, “a indemnização será calculada
em função do tempo que faltar para o termo da comissão de serviço e no montante que resultar da
diferença entre a remuneração base do cargo dirigente cessante e a remuneração da respetiva
categoria de origem” tendo “como limite máximo o valor correspondente à diferença anual das
remunerações, nelas se incluindo os subsídios de férias e de Natal”.

Considerando que a remuneração base do cargo de chefe de divisão se encontra fixada no valor de
2.613,83€ e que se propõe que a trabalhadora seja reposicionada com um vencimento de 2.437,29€,
o limite anual fixado será de 14 vezes a diferença entre estes dois valores, num total de 2.471,56€.

Considerando que a comissão de serviço iria cessar no dia 30 de março de 2016, e cessou no dia 2
de fevereiro de 2015, a indemnização a calcular será equivalente a 15 meses e 28 dias, o que levaria
a um valor superior ao limite previsto no n.º 3 do artigo 26.º do EPD, pelo que o valor a pagar será de
2.471,56€.

Uma vez que o EPD não menciona qualquer forma de pagamento, tendo em vista a facilidade de
processamento, uma vez que se tratam de valores sujeitos a redução remuneratória, submete-se à
consideração superior a possibilidade de se manter o pagamento do valor da remuneração do chefe
de divisão, até à data em que cessaria efetivamente a comissão de serviço, servindo este pagamento
simultaneamente como pagamento da remuneração e da indemnização.

Assin: Visto:
Câmara Municipal de Montemor-o-Novo

Despacho do Vereador Despacho Chefe de Divisão

Obs:

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