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RESUMO DO II CICLO DE DEBATES

Título: “EMPODERAMENTO FEMININO ATRAVÉS DOS TEMPOS

O II Ciclo de debates, realizado em 28 de junho, no Colégio Cenecista Alberto


Torres, em Itaboraí, teve seu início às 19h30, com a fala da diretora Gilda Salim, dando
as boas-vindas aos presentes e apresentando a mesa palestrante, composta
pelo Professor Soromenho Pires, a Deputada Federal Soraya Santos, o Professor Vilson
Almeida e a campeã de MMA e idealizadora de um programa de defesa para mulheres,
Erica Paes.

O Professor Soromenho deu início, apresentando o conceito histórico, e as primeiras


manifestações de mulheres, em busca de reconhecimento e de igualdade, que ocorreram
em meados do século XVIII.

Tanto o feminismo americano, quanto o europeu influenciaram o movimento feminista


no Brasil. Ao longo do tempo, as transformações do mundo levaram esses movimentos
para outros patamares – quanto maior era a evolução da sociedade, mais direitos a mulher
pleiteava. Tais transformações podem ser classificadas em ondas:

Primeira onda do feminismo – ocorreu em meados do séc. XVIII e início do século XIX.
As mulheres buscavam três pilares na sociedade: acesso â educação, direito à propriedade
e ao sufrágio universal. Esses movimentos deram início entre as mulheres brancas.

Segunda onda do feminismo – Começa a ser construído o ideal do que é ser mulher - a
imagem de um ser “fragilizado”, que deve ser moldado às necessidades masculinas,
precisa ser desmistificado. A mulher começa a pleitear a igualdade entre os homens.

Em seguida, a Deputada Federal e Coordenadora da bancada feminina na Câmara


dos deputados, Soraya Santos, iniciou sua fala, lembrando de um fato marcante na história
dos direitos da mulher, ocorrido há mais de 100 anos: a militante do movimento pelo voto
feminino, Emily Wilding Davison, se jogou em frente ao cavalo do rei, durante um protesto e
morreu.

Falou também sobre o dia Internacional da Mulher, que deve ser lembrado pelo que
ocorreu com as operárias mortas brutalmente pelo seu patrão, após reivindicarem melhores
condições de trabalho.

Apresentou alguns dados sobre a representatividade da mulher na política nacional:


durante a Constituição de 1988, apenas 4,5% do Congresso era composto por mulheres.
Mesmo assim, elas conseguiram incluir no artigo 5º, I da C.F. a palavra “mulher”; ainda hoje
a quantidade de mulheres na política é inferior ao quantitativo de mulheres existentes no
país – mais de 65%; das cadeiras nas universidades, são ocupadas pelo sexo feminino; em
contrapartida, o número de casos de feminicídios são assustadores; O “revenge sex”
aumenta e expõe a mulher; o Brasil ocupa o 178º lugar em representatividade feminina na
política – um dos últimos lugares.
Encerrando sua fala, disse que muita coisa já foi feita, mas há muito o que se fazer.
Entretanto, os rumos da mulher só serão outros se a sociedade se mobilizar, discutir. É
necessário que se crie uma consciência de igualdade entre os gêneros, e as discussões
sejam realizadas entre homens e mulheres.

O Professor Vilson iniciou seu discurso dizendo da necessidade de se corrigir erros


históricos com relação à mulher.

Logo após, explanou sobre a Lei Maria da Penha e levantou o seguinte


questionamento: “a referida lei funciona na prática”? Essa pergunta deve ser refletida,
tendo em mente que a finalidade da criação desta lei é a de dar proteção.

Dando continuidade, enfatizou que a desestrutura familiar é o maior problema


apontado pelas vítimas causador da violência contra a mulher.

Segundo ele, muitas mulheres que vão prestar queixa contra seus companheiros,
retorna tempo depois para tentar retirá-la. Existem duas teses nesse sentido: a primeira,
afirma que a mulher tem a disponibilidade de retirar a denúncia e a segunda diz que, uma
vez autuado o processo, ele deve prosseguir.

Falou também sobre a necessidade de discussões acadêmicas sobre o referido


tema, e que há uma necessidade de se ter ações afirmativas para corrigir as falhas.

A última a palestrar foi a campeã de MMA, Erica Paes, que iniciou contando um
pouco de sua história, tanto de vitórias, no mundo profissional, com seus muitos títulos pelo
Brasil e pelo mundo, quanto de problemas de violência doméstica que viveu, com o pai de
seu filho. Ela também relatou sobre algumas tentativas de violência sofridas enquanto
estava em local público e como iniciou seus treinos de caratê com seu pai, aos 13 anos de
idade.

Ela também apresentou algumas estatísticas no Brasil. Dentre elas, podemos citar as
seguintes: são 5 mulheres espancadas a cada 2 minutos; 13 mulheres assassinadas por
dia; 138 estupros diários; 75% das agressões ocorrem dentro de casa; a mulher também
sofre constantemente com o assédio.

A lutadora alerta para não reagir, caso o agressor esteja munido de arma branca ou
de fogo, e faz outras ponderações:

 A maior intenção do agressor doméstico é subjugar, humilhar a vítima, e não matar.

 A violência doméstica ocorre em todas as classes da sociedade.

 Puxar pelo cabelo é a primeira coisa que o agressor faz.

 As agressões domésticas são progressivas.

 O homem só agride quando encontra vulnerabilidade na mulher.

 É mito afirmar que mulher gosta de apanhar.


Ela desenvolveu um trabalho que visa à proteção da mulher e demonstrou na
prática, como o sexo feminino pode se defender, mesmo sendo fisicamente mais fraca que
o homem, tanto de agressões domésticas, quanto em agressões e/ou tentativas de abusos
em locais públicos. Através de técnicas utilizadas em sua vivência como lutadora, ela as
adaptou para a realidade da mulher, no tocante à violência a ela direcionada.

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