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DIREITO DO CONSUMIDOR

UNIDADE I
DIREITO E CONSUMO

AULA 01
Aspectos Históricos e Principológicos do Direito do Consumidor

I. Aspetos Históricos

1. CDC/1990 – anteriormente aplicava-se o Código Civil de 1917


2. Questão do atraso legislativo brasileiro
3. EUA – lei Shermann (1890) – lei antitruste
4. Ralf Nader (Advogado que atuou com questões de consumidores contra as
grandes corporações)
5. “Standaridização” das relações mercantis: (a) produção planejada; (b) produção
em série; (c) padronização dos contratos
6. Contrato de adesão (Lei 8.078)
7. Art. 54 (CDC)
8. Lei da Ação Civil Pública 7.347 de 27 de Julho de 1985
9. Constituição Federal – Art. 1º Inciso IV; Art. 170

II. Princípios e Normas Constitucionais

1. Papel da constituição
2. Princípio da Dignidade da Pessoa Humana
3. Art. 3, Inciso I, CF/88
4. Liberdade de iniciativa (tanto do fornecedor quanto do consumidor)
5. O Estado deve interferir para garantir as condições de exercícios da liberdade
6. Ideia fundamental: escolha como princípio da aquisição
7. Questão da necessidade – como isso afeta a arquitetura conceitual do direito
liberal?
8. O consumidor brasileiro é pobre para a Lei 8.078/90
9. Vulnerabilidade e hipossuficiência

III. Princípios Gerais da Atividade Econômica

1. Art. 170 CF/88


2. Busca de uma harmonização entre capital e trabalho (Constituição social
democrata)
3. O mercado de consumo não pertence ao empresário, mas a toda sociedade
4. O ato exploratório não pode ser espoliativo
5. O lucro não pode ser ilimitado
6. O risco não pode ser repassado ao consumidor
7. Defender o consumidor é defender o mercado e seus próprios excessos

IV. Código de Defesa do Consumidor

1. O CDC é um subsistema
2. A lei 8.078/90 é um código em função do Art. 48 das ADCT/CF
3. CDC é uma lei “principologica”
4. Dispositivos de outras leis estão sujeitos aos efeitos do CDC
5. Qualquer norma de mesma hierarquia que com ela conflitue fica afastada

AULA 02
RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO

I. Conceito de consumidor

1. Art. 2º Caput e parágrafo único


2. Art. 17º CDC
3. Art. 29º CDC
4. Destinatário Final: (a) Aplicação do direito comum ou do direito do consumidor;
(b) Bens de produção e bens de consumo
5. Coletividade de pessoas: (a) Massa falida; (b) condomínio quando contrata
serviços; (c) permite ação coletiva para defesa de direitos do consumidor (Art.
81 a 107 CDC)
6. Vítimas do evento: vítimas de acidente de consumo.
7. Todas as pessoas expostas à práticas comerciais: (a) mesmo quando não
identificadas; (b) MP tem legitimidade para a representação.

II. Conceito de Fornecedor

1. Art. 3º CDC
2. Atividade atípica: (a) pessoa física – eventualidade; (b) pessoa jurídica – venda
de ativos não tem caráter consumerista.
3. Profissional liberal: Art. 14, §4º - apesar de responder por culpa é considerado
fornecedor de serviços
4. Ente despersonalizado: pessoa física que age como comerciante de fato

III. Conceito de Produto

1. Art. 3º §1º CDC


2. Bem: definido pelo seu valor no mercado
3. Art. 26, I e II CDC
4. Conceito de durabilidade: não se extingue imediatamente com o uso
5. Desgaste natural não é vício (Arts. 18º, 26º - IIº e 50º CDC)
6. Bem descartável (não definido por lei) –durável de baixa durabilidade (só pode
ser usado uma vez)
7. Não durável – inatura ou perecível
8. Produto gratuito está submetido as mesmas regras de proteção do consumidor
dos produtos pagos

IV. Conceito de Serviço

1. Art. 3º CDC §2º


2. Serviços financeiros
3. STJ – Súmula 297/2004 “O CDC é aplicável a instituições financeiras”
4. Improcedência de ADIN da “Confederação Nacional do Sistema Financeiro” pelo
STF em Junho de 2006
5. Serviço durável: (a) continuidade no tempo em função de prescrição contratual;
(b) serviços eventuais que deixam como resultado um produto (pintura de casa,
instalação de carpete etc.:)
6. Qualquer venda de produto implica prestação de serviço de atendimento ao
consumidor.

V. Serviços Públicos

1. Art. 22º CDC


2. Art. 37º CF/88
3. Busca do maior número de efeitos positivos para o administrado
4. Adequado, seguro e contínuo
5. Lei 8.987/95 – concessão e permissão de serviços públicos
6. Serviço público por meio de imposto – indispensável/compulsório
7. Serviço público por meio de tarifa
8. Situação em que a tarifa é essencial – STJ (fornecimento de água)
9. Quando se aplica o CDC: (a) teoria 01 – contribuinte é consumidor: (b) teoria 02
– contribuinte não é consumidor
10. Art. 22º CDC/ § único e Art. 37º CF/88 § 6º - responsabilidade objetiva por vícios
dos serviços
UNIDADE II

AULA 01
Direito do Marketing (Oferta)

I. Ordem consumerista e ordem de direito civil

1. Século XX – Sociedade de consumidores apresenta categorias diferentes


daquelas formuladas quando do surgimento do direito privado moderno.
2. Modelo Privatista: Pessoa-pessoa. (a) código civil art. 427 – oferta é identificada
com proposta (capitulo sobre a formação dos contratos); (b) regime civilista:
publicidade é “convite à oferta”; ( c) quando caracterizada a oferta resolve-se o
conflito em perdas e danos.

II. Característica das ofertas

1. Arts 30 e 31 do CDC
2. Toda publicidade veicula informação mas nem toda informação é publicidade
3. Código brasileiro de auto-regulamentação publicitária
4. Oferta é um veículo que transmite uma mensagem que inclui informação e
publicidade.
5. Precisão: oferta ou publicidade tem de ser suficientemente precisa.
6. Quando a oferta não é precisa: (a) nada comunica não se consistindo oferta por
impossibilidade material da mensagem; (b) comunica mal levando o juiz a
interpretar seu conteúdo de modo mais favorável ao consumidor.
7. Vinculação: (a) sendo oferecida a mensagem o fornecedor fica vinculado à oferta
podendo o consumidor a exigir seu cumprimento forçado nos termos do Art. 35
do CDC; (b) oferta tem caráter objetivo; ( c) fornecedor não pode alegar erro na
transmissão da oferta a não ser que esse erro esteja óbvio (erro grosseiro,
flagrante).
8. Quando é feita a oferta todos os elementos que a compõe integram o contrato
a ser celebrado mesmo quando ausentes das cláusulas.

III. Elementos Obrigatórios da Oferta

1. Art. 31
2. Questão do destaque: o contexto indica o destaque.
3. Dever de destacar informação que indique os riscos do consumo
4. Necessidade de tradução das informações em produtos importados (a não ser
que o termo estrangeiro esteja incorporado a linguagem comum)
5. Preço: sempre a vista (não confundir com forma de pagamento) Obs.: só
instituições financeiras são autorizadas a cobrar juros remuneratórios em
compras a prazo.
6. Garantia: só é necessário informar quando a garantia é contratual.
7. Art. 50 CDC: garantia legal (90 ou 30 dias) não precisa ser citada.
8. Prazo de validade e origem (produtor e natureza)
9. Internet e mala direta: resolução especial e artigo 49

IV – Cumprimento da Oferta

1. Art. 35 CDC (recusa da oferta) – exigir, aceitar, rescindir


2. Exigir o cumprimento da oferta diante da recusa do fornecedor implica ação
processual
3. Possibilidade inclusa de concessão de medida liminar
4. Aceitação de outro produto ou serviço é facultado ao consumidor (esse é um
pressuposto de qualquer relação contratual – “o que não é proibido é
permitido”)

AULA 02
PUBLICIDADE

I. Conceitos Básicos

1. Publicidade ou propaganda?
2. CF/88 não faz diferença: Art. 220, §3, II; Art. 22, XXIX; Art. 220, §4; Art. 5, LX; Art.
37, caput e § 1
3. Proteção constitucional: (a) Família; (b) Pessoa; (c) Valores éticos.
4. Para fins de publicidade o valor ético fundamental é o da verdade.

II. Restrições Publicitárias

1. Art. 220 §4 (CF/88) : necessidade de advertência contra os malefícios de bebidas


alcoólicas, agrotóxicos, tabaco, medicamentos e terapias.
2. Defesa contra a propaganda de produtos que sejam nocivos a saúde e ao meio
ambiente
3. Restrição de horários (21 a 6 horas); restrição de veiculação de imagem
4. Obs.: patrocínio de bebidas alcoólicas pode ser feito a qualquer horário desde
que identificadas com a marca ou o slogan do produto.
5. Medicamentos: Publicações especificas direcionadas ao público médico;
medicamentos anódinos (venda livre) desde que contendo informação sobre
seus abusos são de veiculação liberada; não podem conter afirmações que não
sejam passiveis de comprovação científica nem depoimento de profissionais não
qualificados; medicamentos genéricos quando em campanhas do ministérios da
saúde; produtos fitoterápicos de venda livre mediante comparação cientifica de
sua eficácia; “persistindo os sintomas um médico deverá ser consultado”
III – Código Brasileiro de Autoregulamentação Publicitária

1. Autoregulamentação da publicidade ilícita


2. C.B.A.P, 05 de Maio de 1980
3. Fonte subsidiária – pode ser usada como parâmetro pelo poder judiciário
4. Anúncio – qualquer espécie de publicidade ou produto ou serviço podendo
atingir qualquer pessoa (consumidor)
5. Anúncio honesto: não abusa da confiança do consumidor ou da sua falta de
experiência ou conhecimento.
6. Anuncio verdadeiro: (a) dados que tem base em provas; (b) preço e condições
de pagamento aparecem de forma clara; (c) prazo deve constar valor da entrada,
prestações e juros; (d) deve-se evitar comparações exageradas ou irreais; (e) na
oferta de menor preço o fornecedor tem de guardar prova de redução; (f)
condições de entrega tem de ser apresentada; (g) condições e limitações de
garantias devem constar no anúncio; (h) grátis significa grátis; (i) despesas
extras, frete taxas ou impostos, não embutidos no preço devem ser
mencionados.
7. Princípios: (a) desenvolvimento econômico; (b) desenvolvimento a educação e
cultura nacional; (c) transparência (acumulo ostensivo com a indicação clara a
marca, firma ou entidade patrocinada).

AULA 03
PUBLICIDADE ABUSIVA

I. Princípios básicos

1. §2 Art. 37 CDC
2. Abusividade não tem relação com o produto ou serviço oferecido, mas com os
efeitos
3. Publicidade não discute discriminação: polêmica do anuncio não pode ensejar
discriminação
4. Princípio da dignidade da pessoa humana
5. Respeito pela intimidade das pessoas e pelos símbolos nacionais e regras
básicas de decência: (a) ofensa a crenças religiosas ou filosóficas; (b) ofensa a
memória de pessoa falecida; (c) medo, superstição ou violência; (d) descaso pela
segurança ou uso perigoso de produto ou serviço.
6. Em relação a crianças: (a) atenção as características das crianças, dos jovens e
adolescentes; (b) não se pode transmitir implícita ou explicitamente: sentimento
de inferioridade, estimulo a que o menor constranja seus pais, distorções
psicológicas ou comportamentos sociais condenáveis, comportamentos que
levem as crianças a colocar em risco a própria segurança.
7. Patrimônio cultural e meio ambiente: Arts 215 e 216 CF/88
II. Abusividade e consumidor real

1. Potencial abstrato do abuso


2. Consumidor em potencial
3. O anuncio deve ser checado em si
4. O anuncio não precisa ter impacto no todo, pode ser só em parte (a despeito do
que diz o art. 17 do CBAP)
5. Ambiguidade: possibilidade de interpretação abusiva torna o anuncio abusivo.
6. Responsabilidade subjetiva e solidária
7. Prática de propaganda abusiva é crime Art. 67 e 68 da Lei 8.078 (3 meses a um
ano e multa / seis meses a dois anos e multa)

AULA 04
PUBLICIDADE ENGANOSA

I. Conceito

1. Mentira ou meia verdade


2. Informação inteira ou parcialmente falsa, capaz de induzir o consumidor ao erro
3. Indução do consumidor rompe com o principio da autonomia da vontade,
elemento básico da teoria liberal dos contratos
4. Chamariz: informação distorcida

II. Tipos e aferição da enganosidade

1. Presença do consumidor potencial


2. O anúncio enganoso causa dano mesmo antes de atingir o consumidor
3. Enganosidade independente da ação do consumidor concreto
4. Ambiguidade: se uma interpretação possível levar a enganosidade o naºuncio
todo fica contaminado
5. Exagero: puffing – é permitido quando o exagero é evidente, subjetivo ou jocoso,
e que exclui o caráter vinculante
6. Licença publicitária: publicidade é ficção, mas a ficção tem de ter relação com o
produto real (não é necessário ressaltar os defeitos do produto ou serviço)

III. Publicidade Comparativa

1. O fim da comparação deve ser feita de forma objetiva


2. Os modelos a serem comparados devem ter a mesma idade
3. O fim da comparação deve ser o esclarecimento/e ou a defesa do consumidor
4. Não se pode confundir produtos e serviços de marcas concorrentes
5. Concorrência desleal: denegrir a imagem do produto de marca concorrente
IV. Enganosiade por omissão

1. Art. 37 CDC
2. Essencialidade simultaneamente inerente ao produto e ao serviço e
desconhecida do consumidor
3. Essencial é tudo aquilo que a lei que o anúncio deve conter
4. Informação sem a qual a decisão do consumidor de comprar ou não comprar o
produto será afetada

V. Responsabilidade

1. Responsabilidade objetiva
2. Responsabilidade solidária
3. Desresponsabilização da agência ocorre quando: (a) eganosidade não está no
anúncio (b) enganosidade depende da ação real do fornecedor
4. Desresponsabilização do veículo: (a) informações não são ilegais e não pode ser
extraída objetivamente do anúncio; (b) quando o veículo só por sua veiculação
não puder identificar a enganosidade
5. Contrapropaganda: Art. 56 (inciso XII) CDC

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